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    arteEXPOSIO ES | EVENTOS

    apresenta

    OMAUM

    UDANA

    VI ENT

    20142015

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    Confcio

    Todosos homensse nutrem

    mas poucossabem

    distinguiros sabores

    F

    rutaeSabores

    "Diria mais, a Arte , pro-vavelmente, a nica formasincera de transmisso depensamentos, ideias e emo-es, pois evidencia aquiloque vai na alma do seu cria-dor. Sempre foi assim e es-peremos que sempre assimseja"

    MENSAGEM

    CALL FOR ART

    Caros Artistas, Caros Autores

    AKA Om (aum) uma iniciativa que or-bita em torno de uma primeira exposi-o j agendada para a Galeria Munici-

    pal de Sintra e que ter lugar em Outu-bro do ano corrente (2014), com repre-

    sentao do trabalho de Jorge Moreira eNuno Quaresma.O tema central a Exis-tncia, a inteligibilidade do Mundo e,

    por oposio, os seus mistrios, os gran-des e os pequenos.A abordagem feita a

    partir das realidades mais simples, as

    do dia a dia, e o desafio fazer uma cami-nhada esttica e simblica partindo daspartes rumo totalidade metafsica, deuma maneira que possa ser perceptvel.Uma caminhada do seminal at ao todocriado.Uma viagem do meu umbigo at aos li-

    mites dos multiversos csmicos e huma-nos.Uma caminhada do Eu, do Ns, passan-do pela Famlia, Amigos, Comunidade,

    Pas, Mundo, at aos confins do que anossa conscincia abarca.Embarcas comigo?Procuro Pintores, Escultores, Artistas

    Multimdia, Escritores, Poetas, Dese-nhadores, Realizadores, Empreendedo-res, Ativistas, Cientistas, Pensadores,Msticos , Matemticos, Linguistas,Antroplogos, Professores, enfim todos ecada um pelo valor da sua participao

    nica nesta segunda iniciativa do AKAArte.

    Ficha Tcnica

    N 02_ 2 Srie_ 10 de Outubro de 2014

    Direo:AKA Arte:Design:

    Nuno QuaresmaRedao:

    Ana Fina, CarlosElisabete Gonalves,

    Fortes, Saskia Ludescher, Tania Estra-da, Jorge Moreira, Sara Silva, Jack CJSimmons, Nuno Quaresma,Tiragem:500 exemplaresImpresso:

    LITOJESUS

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    OM, Aum, o som do movimento do Universo, o eco do seu in-cio distante

    Vivo na era da descoberta do Boso de Higgs, do pleno, segu-ro e consolidado funcionamento do Acelerador de Partculasdo CERN, j numa poca ps Relatividade Geral de Einste-in, nos tempos da elaboradssima complexidade matemticada Teoria das Cordas.

    No meu ntimo, no fundo da minha alma (ser que esta exis-te?)procuro contudo e apenas ouvi-lo: este silncio que tam-bm um rumor sem fim.Quando me concentro, respiro-o, sinto-lhe, por momentos, es-

    sa nesgazinha de grandiosidade de que todos somos parte.J me explicaram que mas o conseguiria integrar se tivesseo copo menos cheio.

    mais fcil encher um copo vazio do que fazer entrar o queseja numa malga (amlgama!) a transbordar.A dura tarefa que tenho hoje pela frente esvaziar-me desse

    caudal. minha essa tarefa apenas porque a escolho.

    No sei se sou capaz, se estou altura da complexa exign-cia do seu postulado.

    Sigo com a simplicidade, humildade e receios de uma crian-a (talvez at com um pouco da sua indisciplina e irrevern-cia).

    Por isso comeo por desenhar e pintar.No me levem a mal. No sou capaz de o fazer de outra formaagora.Vou pintar o que no compreendo, pintarei tudo o que me dis-tra o pensamento, para ver se a pintar desmistifico e des-

    mistificando exorcizo essa fora magntica que me agarraobsessivamente forma das coisas.

    Pensando menos sentirei talvez mais. Mais perto estarei tal-vez do essencial, do contedo. Mais perto da verdade, quemsabe, da conscincia, do corao de Ti!

    Aka OM (Aum), j em outubro deste ano, com o apoio Tailo-

    red, AKA Art Projects e da Cmara Municipal de Sintra.

    OMAUM

    prefcio

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    Aum (or OM) is a mantra, or vibration, that is traditionallychanted at the beginning and end of yoga sessions. It is made

    up of three Sanskrit letters, aa, au and ma which, whencombined together, make the sound Aum or Om. It is believedto be the basic sound of the world and to contain all other

    sounds. It is said to be the sound of the universe. What doesthat mean?Somehow the ancient yogis knew what scientists today aretelling usthat the entire universe is moving. Nothing is ever

    solid or still. Everything that exists pulsates, creating arhythmic vibration that the ancient yogis acknowledged withthe sound of Aum. We may not always be aware of this soundin our daily lives, but we can hear it in the rustling of theautumn leaves, the waves on the shore, the inside of a

    seashell.Chanting Aum allows us to recognize our experience as a

    reflection of how the whole universe movesthe setting sun,the rising moon, the ebb and flow of the tides, the beating ofour hearts. As we chant Aum, it takes us for a ride on this

    universal movement, through our breath, our awareness,and our physical energy, and we begin to sense a biggerconnection that is both uplifting and soothing.

    02

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    J h 15 anos que no desenhava com modelo vivo e este

    olhar que nodespoja, antes v, com ternura, com respeito, a cada trao,em cada

    pincelada um gesto religioso de reverncia Vida humanae sua

    forma.Para quem nunca deu conta do significado desta disciplinaformal, nombito do desenho, a sua prtica funda-se na experincia en-

    raizada aolongo dos tempos que o Desenho de Modelo realmente o exer-ccio maiscompleto para compreender conceitos como: composio, en-quadramento,

    volumetria, claro-escuro, linha, mancha ou trama.

    o desenho na escala do humano que no fundo se transformaem

    referncia nuclear e centro de gravidade para a nossa rela-o com o

    mundo que nos rodeia.

    Mas o Nu, em si, no apenas, e dentro deste contexto dasArtes, umarepresentao de uma pessoa sem indumentria ou ponto departida parauma aprendizagem meramente artstica.O Nu traz consigo outras conotaes.

    Na sua percepo simblica pode, entre outras coisas, serevocado comoa Verdade, despojada de todos os acessrios.

    Na Grcia Antiga, em regies como Minoa e Esparta, a nu-dez era,

    seguindo esta leitura, francamente bem aceite. Nos JogosOlmpicos, os

    Atletas competiam inclusivamente nus. A palavra Ginsio,por exemplo,

    significa local de nudez.At ao incio do sc. VIII, os baptismos cristos eram recebi-dos emdespojamento e nudez tambm, numa imerso em gua, a

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    NUA, NO DESPIDA

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    Jorge MoreiraEscultor, poeta visual, artista singular com uma viso fantstica, as suas obrasde escultura, so autnticas filigranas em pedra ou madeira, onde as imagens

    se ligam entre si com elegncia numa fantasia musical, onde se misturam pe-quenos seres alados e plantas e por vezes notas musicas.

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    07

    Quis Deus que eu viesse ao Mundo hu-mildemente traado para servir, tra-balhar e para sonhar.

    Falo de sonho porque nele encontro aorigem de todas as Utopias, toda elas

    por definio idealizadas e irrealiz-veis, e falo de servir e trabalhar, por-que quem nelas acredita, com vee-

    mncia, sobre elas funda novos mun-dos, em geral melhores que os anterio-

    res.

    Era tambm considerada Utopia aIgualdade, mas apesar das diferenase atropelos a este Valor a que muitasdas culturas contemporneas no seinibem, nunca tantos estiveram to

    prximos em matria de gnero, in-terculturalidade e incluso num Glo-bo hoje um pouco mais democratiza-

    do.

    Tal como a felicidade, miragem paratantos e to flagrantemente utpica,

    nunca noutros tempos, que no o nos-so, foi esta aspirao to valorizada econsiderada. Na verdade, em toda ahistria universal nunca esta foi bito-la para a realizao humana, nem nasculturas mais hedonistas, que sacrali-

    zavam o prazer mas no iam mais lon-ge do que isso, e onde as grandes refe-

    rncias sempre foram da ordem do ma-terial, do moral ou do poder.

    Posso falar da Utopia como uma coisa

    sumamente boa?

    Posso... ainda h algumas que muitoprezo e estimo, como so a paz, o fim

    da fome, o fim da doena, o fim da ili-

    teracia, um sistema de sade de quali-dade acessvel a todos, a justia, o Pla-neta Terra ecologicamente reequili-brado...

    Mas poder esta escorregar para o evi-dentemente mau?Sem dvida... Quando atravs desta

    nos desligamos da realidade, para pras ideias frente das pessoas, paradesprezarmos o bom senso em prol daobstinao cega por objetivos irreali-

    zveis, quando nos esquecemos enfimque muitas vezes o timo inimigo dobom, e que o Homem nico, irrepet-

    vel na sua existncia e maravilhosa-mente imperfeito. E exatamente porser imperfeito que tambm to rica-mente criativo e apto para sobreviver

    s mais duras e atrozes dificuldades.

    Abraar ternamente a Utopia tam-bm cuidar disto de sermos imperfei-tos, de olhos postos no impossvel, e de

    no pararmos de tentar, inovar, criar,lutar, falhar, voltar a tentar, falhar no-

    vamente, falhar melhor.

    Utopia um pouco como a Viso, feliz-mente hoje to bem implementada co-mo valor para o crescimento das Orga-nizaes. Raramente estas se cum-prem no modo e tempo esperados, masse no tens uma, provavelmente por-que ests mal posicionado, e quando

    no se v para onde se anda, tambm difcil encontrar caminho

    NQ

    SOBRE AUTOPIA

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    A vida uma constante mutao. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades ouno?Quando andava na escola secundria e nas aulas de Histria a stra nos perguntavacomo estavam as coisas no perodo em anlise, independentemente de qual fosse apoca em questo, tnhamos uma colega que respondia invariavelmente: Mal, muito mal!E estava sempre correcto! (Hoje tambm o estaria.)

    H 30 anos estvamos sob alada do FMI Hoje tambm estamos.

    Antigamente os nossos jovens partiam em busca de algo melhor Hoje tambm.Nasci em Frana. Os meus pais partiram em busca daquilo que c no conseguiam ter.No conheciam a lngua, nem tinham garantias de sucesso. Vingaram, cresceram evoltaram. Conseguiram dar-nos mais do que o que tiveram, e com isso fizemos mais emais.No se conformaram. Lutaram.

    Reclamar sempre fcil, difcil ser diferente

    Quem quiser pode ser dcil e seguir na mesma em frente

    mas se tiver ousadia de lutar contra os moinhos

    Sair da monotonia e abrir novos caminhos!

    Vivo no Porto. E vivo o Porto.O Porto uma cidade linda.Passear na baixa e observar as fachadas lindssimas que por c proliferam uma

    experincia nicaDesamos mentalmente a belssima Avenida dos Aliados, passeemos na rua Mousinhoda Silveira, na rua das Flores, na Ribeira.Edifcios talhados em pedra, imponentes, majestosos, coexistem com estruturas

    simples e frgeis, de madeira e de saibro, cujos prticos cheiram a bafio, devido humidade e ao caruncho. Estes por sua vez, vivem lado a lado com novas construes,coloridas e garridas, recentes e diferentesCada poca tem a sua arquitectura, as suas influncias, acrescenta o seu contributo a juno de tudo isso que compe a cidade, a sociedade, a humanidade!Ousemos mudar, e aportemos tambm o nosso gro de areia!

    Elisabete Gonalves

    Lus Vaz de Cames, in "Sonetos"O Fundo Monetrio Internacional interveio em Portugal pela primeira vez em 1977 quando Ramalho Eanes era

    Presidente da Repblica e Mrio Soares era primeiro-ministro do primeiro Governo Constitucional, depois em 1983

    e mais recentemente em 2011.

    MOVIMENTO,MUDANA E

    SUPERAOElisabete Gonalves Silva

    Autora do livro Percursos Imprecisos,2013, Lugar da Palavra, descobriu na esco-la primria o gosto pela escrita, sendo ascomposies (ou redaces) os seus traba-lhos de casa favoritos.Aos 12 apaixonou-se pelo Porto, onde vivedesde ento.Licenciada em Lnguas e Literaturas Mo-dernas, conta tambm com um Master enExcelencia Educativa como reforo das su-as competncias didcticas e de formao,funo que desempenhou profissional-mente por diversas vezes, enquanto cola-boradora de uma das maiores empresas detelecomunicaes portuguesa, cujos qua-dros integra.Define-se como apaixonada pela vida, pe-la famlia, pela cultura, pelos animais e pe-la cidade do Porto, cidade belssima que parte integrante da sua identidade.

    Percursos Imprecisos

    Sinopse:

    Percurso Imprecisos conduz-nos pelo Por-to, do Bonfim Ribeira, com as tropeliashabituais da adolescncia e do primeironamoro. Pode uma tragdia condicionaros eventos futuros de uma ou mais vidas?Carlos vive, cresce As aventuras suce-dem-se, caminhos novos cruzam-se, amo-res surgem Um livro a no perder!

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    O Mundo cabia nas minhas mos, eu que em mim no ca-bia de alegria.Sa num dia de sol e encontrei apenas amigos. Todos me per-guntaram: Porque envergas o teu fato de cerimnia?

    E respondi que naquele dia, como hoje, engraxava os sapatose trajava a rigor para celebrar o amor.

    Nos meus braos carrego hoje um mundo de coisas que te que-ro dar.E assim que do mundo recebo, porque dar receber, porquequando te entreguei o que levava, vi que em mim no cabia ocalor das tuas mos, o peso dos teus braos, o sabor dessa ale-gria. Digo-vos, quanto mais penso, mais eu sinto que no h

    nada mais verdadeiramente artstico que amar as pessoas.

    Vincent Van GoghNo POP Projeto Oficina de Pintura a crtica artstica no en-tra no nosso lxico de prioridades, mas a noo global de de-

    senvolvimento pessoal e colectivo, colaborao confiante efrutuosa, curativa e plena de afectos, enuncia a nossa verda-deira viso: criar, pintar, esculpir, desenhar, com qualidadede vida, sade, e partilhar conhecimentos e experincias ar-tsticas, tcnicas e tecnolgicas de forma rica, dinmica, li-

    vre e empreendedora.Fazemos da nossa experincia partilhada com os nossos au-tores/ alunos um convite: embarquem connosco e deixem-seenvolver nesta arte que no limitada a um grupo, nem mera-

    mente particular ou localizada, mas sim universal, patrim-nio de todos.

    Para levares para a tua casa, para ficar mais bonita.Nuno GeadaArtista Plstico .

    Ai,o u v e

    quero di-zer-te uma co-

    isa importante.Gosto de ti, de uma

    maneira to especial,alis nica, porque tambm

    s nico. Amo-te desde o prime-iro dia da tua vida, antes talvez j

    te amasse... no sei se se pode ser ama-do antes de se ser completo, mas talvez j te

    amasse um pouco antes de acordares para a

    conscincia. J te sentia. nico, para alm demim mesmo, legtimo, com sede e fome de tudo e eucom uma vontade indomvel de te ajudar a viver e a ser

    completo, feliz. Com uma vontade incontornvel defazer tambm esse caminho contigo, de aprender

    a ser feliz. Um dia de cada vez, de hora em ho-ra, minuto a minuto, com o corao emba-

    lago pelos segundos. Vivos! to bomestar vivo. to bom sentir-te...

    Vida. O ontem j foi, o ama-nh, para alm de todas as

    minhas previses, nosei o que ser, por

    isso to espe-cialmente

    bom es-t a r

    AMOMOVO logo

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    a) Introduo

    Carceri d'InvenzionePrises de inveno, prises inventadas, imaginadasAntes mesmo de iniciar uma pesquisa sobre a histria pessoal, daconstruo da obra ou at do contexto em que ocorreu a sua produ-o, recordo sobretudo o primeiro impacto, a primeira impressoque me ficou marcada na memria.Apesar de ser uma obra descoberta por sugesto directa da Profes-sora Jacs Aorsa, contextualizada no briefing geral para este tra-balho para a disciplina de Histria e Prticas do Desenho, o queguardo como nimo e mote para esta reflexo esta impresso sen-tida, investida da curiosidade dos primeiros encontros.O que me fica sobre este conjunto extraordinrio de 30 placas de

    gravura, que me deixou uma forte sensao de presena no Imagi-nrio de Piranesi, e que so justamente intituladas Carcerid'Invenzione, a impresso de estar a entrar num espao de inti-midade.Esse espao rico e nico a qual raramente se tem acesso, tornou-seno mbil para todo o processo criativo, tcnico e tecnolgico e a se-guir, e em funo do briefing dado, estruturei.J em pesquisa descobri que efectivamente, este trabalho contex-tualizado numa magnfica juno da fantasia veneziana com amonumentalidade romana muito dentro da tradio e maneirade Tipolo, nomeadamente na luz e nos volumes.Pus-me a somar:InvenoImaginaoHistria pessoal/construo da identidadeEspao de intimidadeFantasiasMonumentalidade vs. volumeJuntamente com um projecto pessoal relacionado com a banda de-senhada e a ilustrao, onde ando procura de um estilo, de umamaior classicidade e profundidade na construo simblica e est-tica das personagens.Foi assim que me surgiu a ideia original para esta ilustrao queservir um episdio que descreve um sonho de Nia, personagemcentral da histria O Mundo de Shido, junto de uma narrativavisual que decorre num cenrio onde fao uma colagem de trs gra-vu ra s di fe re nt es (Fig . 02 , 03 e 04 ) da s ri e Car ce ridInvenzione.Por achar pertinente fiz ainda uma homenagem Batalha deAnghiari de Leonardo da Vinci, numa luta encenada, com enfo-que na descrio de emoes, atravs do desenho e com uma refe-rncia velada aos exemplos de deformao caricatural no traba-lho de Leonardo, mas tambm de Hogarth, Goya ou Daumier.Por outro lado, como matriz global de planeamento de todo o dese-

    nho optei por fazer um investimento de tempo na construo deuma composio definida essencialmente por uma diviso do pla-no em dois sub-planos verticais, utilizando um pilar mestre e orga-

    nizando os elementos da parte inferior do enquadramento globalna circunscrio de um tringulo e pelo alinhamento dos outroselementos segundo linhas diagonais para dar enfse iluso da ac-o e do movimento.O trabalho que aqui descrevo, e que o lugar em que procuro aconsolidao da obra final, divide-se em cinco sinopses:b1 Piranesi e os Carceri dinvenzione;b2 A Batalha de Anghiari e a homenagem obra de Leonardo;b3 Estudo do enquadramento e composio; tcnica de etching eda trama (cross etching).b4 Conclusob) Desenvolvimento

    1. Piranesi e os Carceri dInvenzione

    Esta obra inquestionavelmente uma das obras mais amplamente

    difundidas e abordadas de Piranesi e talvez uma das mais sui ge-neris na evocao tradio literria da sua poca, ao hermetis-mo, s fontes e esttica do Sublime.Foram publicadas pela primeira vez em 1745, com o ttulo Inven-zione Capric di Carceri), impressas por Giovanni Bouchard e ree-ditadas em 1760 como Carceri dInvenzione, sofrendo ligeiras al-teraes e acrescidas de mais duas gravuras.Entre a primeira e a segunda tiragem, podem constatar-se algu-mas das alteraes de estilo que espelham o desenvolvimento daobra de Piranesi.Aqui, podemos identificar a influncia da tradio veneziana(das Caprici e da fantasia) e romana dos autores da poca, so-bretudo na maniera de Tiepolo (como por exemplo, no trata-mento das luzes e da volumetria) que na sua obra atinge o seu augea partir de 1755 (como nota de contexto: ano do Grande Terramotoque devastou Lisboa).

    Com um trabalho mais complexo , rico e intrincado, nesta fase possvel perceber o horror ao vazio que faz perder a clareza dasobras, dentro de uma composio balizada e ordenada pela utili-zao recursiva da scena per angolo, frequente nas tipologiascenogrficas, teatrais, utilizadas por Bibiena, Valeriani, MarcoRicci ou Juvarra.

    Destas influncias, distingue-se a de Juvarra na referncia NeoQuinhentista, Utpica e Anti Clssica.Na sua obra so ainda distintivos aspectos como a censura Ci-dade Barroca, mas em simultneo tradicional antinomia da Ro-ma antiga e tambm ao organicismo, distoro da perspectiva (co-mum na Cenografia Tardo Barroca), composio assente em pla-nimetrias, interligaes de supra estruturas, libertao da forma,perda de valor do centro compositivo, a metamorfose das formas(que muito explorei nesta minha interpretao pessoal), desarti-

    culao, distoro e o espao representado segundo o ideal Huma-nista.

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    CARCERI

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    Todo este processo formal conduz o espectador a uma percepopsicolgica e esttica que muito me interessou e que autores comoEdmund Burke, entre outros, categorizam como Sublime. UmSublime que pretere a perfeio e a clareza da esttica pelo valordos contedos emotivos, colocando o recurso da imaginao tam-bm nas mos do espectador que obrigado a desconstruir e a vol-tar a construir a imagem nas suas mltiplas dimenses.

    Indo beber a toda esta percepo e abordagem na maniera pr-pria de Piranesi, intitulei a obra como Sonho de Nia. Ou seja, so-nhar na perspectiva e ideia comum na poca do Homem como ac-tor impotente, num teatro que j no o seu combinado com o fas-cnio pelos crceres com o seu significado simblico de prises damente (como em Coleridge ou Thomas De Quincer) acessveis so-bretudo atravs do onrico.

    2. A Batalha de Anghiari e a homenagem obra de Leonardo

    A escolha pela opo de dulpa homenagem neste exerccio, surgiu-me na sequncia de toda a leitura por uma ptica emotiva, dasCarceri dInvenzione de Piranesi.Uma das muitas reflexes que esta srie de gravura me convocoufoi a abordagem, por assim dizer, sublime das 5 Emoes hoje des-critas, para alm dos mltiplos Sentimentos, como Emoes Bsi-cas: o Medo, a Raiva, a Tristeza, a Alegria e o Amor.O paralelismo, apesar de numa abordagem bastante diferente,com o trabalho sobre expresses e emoes na obra de Leonardo pa-receu-me possvel e pertinente e como na minha liberdade inter-pretativa j tinha introduzido na minha composio inicial al-guns elementos figurativos, escolhi ento dar nfase a esta leituracom um tributo Batalha de Anghiari e sua dinmica compo-

    sitiva e expressiva.

    A Batalha de Anghiari no mais do que um grupo monumentalde soldados a cavalo numa imagem condensada e intemporal do furor blico que achei que poderia ser um excelente contraponto, ir-reverente e antagnico, ideia de impotncia gerada pelo ambi-ente global das Carceri- Prises.Um novo conjunto figurativo e evocativo de uma luta interior, nocontexto de uma Carceri de onde no h salvao, seno na for-a e liberdade da vontade da alma humana.

    Para melhor contextualizar A Batalha de Anghiari, este estudoinicial em carto e fresco inacabado, surge na obra de Leonardopor solicitao da cidade de Florena, com a finalidade de deco-rar, na tcnica do fresco a Sala de Conselho do Palazzo Vecchio.O seu tema central a vitria florentina sobre o exrcito milans.A pintura nunca foi finalizada, tendo ficado como esplio produ-zido apenas um carto em tamanho natural ( escala) que sobrevi-

    veu mais de um sculo aps a sua produo, perodo em que gozoude uma enorme fama.Hoje, apenas o conhecemos atravs de cpias de Artistas posterio-res a Leonardo, em particular na cpia realizada segundo o origi-nal, realizada por Peter Paul Rubens em 1605 e actualmente pa-tente no Museu do Louvre, em Paris.

    4. Estudo do enquadramento e composio; tcnica de etching e datrama (cross etching)

    A primeira abordagem que fiz a este exerccio foi efectivamente, enuma tradio talvez mais pictrica, a abordagem segundo umacolagem idealizada num enquadramento que julguei coerente como conjunto global das gravuras de Piranesi, sobre o qual construiuma composio (e repito) definida essencialmente por uma di-viso do plano em dois sub-planos verticais, utilizando um pilar

    mestre e organizando os elementos da parte inferior do enquadra-mento global na circunscrio de um tringulo e pelo alinhamento

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    dos outros elementos segundo linhas diagonais para dar enfse iluso da aco e do movimento.S ento comecei a fazer um trabalho de trama e trama cruzada,enquanto fazia uma leitura prtica e simulada da tcnica desig-nada por Etching em Gravura e que passo a descrever:

    Origem | contexto histricos e descrio:

    A tcnica qumica de gravura foi desenvolvida na idade mdia

    por artesos, fabricantes de armaduras, rabes como uma formade aplicao na decorao para armas. Floresceu no sculo XV, nosul da Alemanha, onde as primeiras impresses gravadas em pa-pel foram impressas no final do sculo.Durante as primeiras dcadas do sculo XVII, artistas holandesescomo Van de Velde, Jan van de Velde II e Willem Buytewech expe-rimentaram esta tcnica. Eles estavam procura de criar um efei-to atmosfrico na suas paisagens impressas, e na tentativa conse-guiram desenvolver um mtodo que rompia com as linhas de con-torno longas transformando-as em curtos traos e pontos.Hercules Segers por sua vez, experimentou esta transformao eadaptao por um motivo diferente: a necessidade de criar um efe-ito pictrico na impresso em papel colorido ou tela, trabalhando-as posteriormente com um pincel de cor, tornando assim cada im-presso numa pea nica.Rembrandt levou a tcnica ao extremo, superando todos os seus an-

    tecessores. Nas suas mos, a gravura tornou-se um meio pleno emaduro de que se ocupou em perodos longos para o resto da sua vi-da.A tcnica que utilizei neste desenho referente a Piranesi filia-semuito no exemplo de Rembrandt que, por conhecer melhor, reco-nheo ter tido grande influncia na abordagem pessoal e estilsti-ca que escolhi.As Gravuras so impresses, normalmente em papel, de desenhosou modelos construdos pelos artistas, em suportes diversos, comrecurso s tcnicas do desenho, pintura ou corte. Estes suportes po-dem se um bloco de madeira, uma placa de metal ou uma tela de se-da.Em Piranesi (assim como em Rembrandt) o suporte uma chapafina de cobre. Esta ento coberta com uma mistura resistente aoscidos conhecida como base de gravura, composta de betume juda-ico, resina e cera.

    Nesse revestimento fino ento produzido o desenho directamen-te com uma agulha de gravura, que penetra esta fina pelcula dei-xando exposta, nestas ranhuras, a placa de cobre.A placa colocada, em seguida, num banho de cido diludo. Aspartes expostas, que deixaram de estar protegidas contra o cidopela base de gravura, ficam gravadas, em sulcos criados na super-fcie do metal.Quanto mais tempo a placa deixada no banho, mais profundos es-ses sulcos se tornam.Posteriormente esta base de gravura removida e a placa limpa efinalizada com uma almofada de tinta ou com um rolo.Ela ento limpa manualmente para que a placa fique inteira-mente despojada de tinta, excepo dos sulcos.O passo seguinte a fixao de uma folha de papel hmida na cha-pa seguindo-se a compresso de ambos atravs de rolos de impren-sa. O papel absorve assim a tinta dos sulcos, produzindo-se umaimpresso invertida do design realizado na chapa.

    O desenho que aqui realizei com esta abordagem tcnica e tecnol-gica sempre em perspectiva, manteve a fidelidade ao princpio deexecuo que norteia esta modalidade de criao artstica e dei-xou-me efectivamente curioso e interessado na prossecuo deuma experincia em placa que penso que me poderia esclarecer al-guns outros efeitos que pude observar nas reprodues mas que dealguma forma no soube reproduzir atravs do uso da trama

    5. Concluso

    Cerca TrovaDetalhe no topo do fresco da Batalha de Marciano de Giorgio Va-sari, 1563 (pintado sobre o fresco original de Leonardo, a Bata-lha de Anghiari)S quem procura, encontrar, Evangelho

    Depois de algumas semanas de trabalho, pesquisa e justificao,sem me alargar noutras concluses seno a mais humilde e verda-

    deira a que consegui chegar: S quem procura, poder encontrar

    A assero , de longe, pouco pacfica. Pablo Picasso afirmava porexemplo Eu no procuro, encontro e quantos no so os que emtodas as reas do Saber se encontraram fortuitamente, por obra dasorte ou destino, com as solues que nem sabiam procurar.Contudo, e seguindo o raciocnio de Vasari, Cerca Trova, no de-senho efectivamente as coisas funcionam assim.

    O Desenho uma das grandes formas e instrumentos do pensar.um pensar com o corpo, com a mo, com o olhar.Nesta obra que decidi intitular como o Sonho de Nia confessoque pela primeira vez, circunstancialmente, procurei conhecer Gi-ovanni Batista Piranesi. No sei se o encontrei completamente,mas confesso que senti como nunca a inquietao que as raras pre-ciosidades despertam... um no conseguir ou saber ficar indife-rente ao apelo daquele mundo vagamente mimtico.... Mas em simultneo hermtico, magntico, misterioso e ao mes-mo tempo, familiar... Humano...

    Cerca Trova!

    Nuno QuaresmaJaneiro de 2012

    BIBLIOGRAFIA

    Marani, Pietro C. (1996), Leonardo, Sociedade Editorial ElectaEspana S.A., Madrid.

    Janson, H. W. (1998), Histria da Arte, Fundao Calouste Gul-benkian, Lisboa.

    Galeria de Pintura do Rei D. Lus Instituto Portugus do Patri-mnio Arquitectnico e Arqueolgico, (1993), Giovani Battista Pi-ranesi Invenes, Caprichos, Arquitecturas 1720/1778, Secreta-ria de Estado da Cultura, Lisboa.

    Pereirinha, T. (2011), A vida misteriosa de da Vinci, in Revista S-

    bado, n. 392 (p. 44-54), Grupo Cofina Media SGPS, S.A., Lisboa.

    Nuno QuaresmaDesigner (Fundao Salesianos), ilustrador e gestor de projetos dearte numa grande variedade de eventos dentro de vrias especia-lidades culturais e modelos de negcio social, caracterizados porum perfil cultural/solidariedade.Particularmente interessado nas relaes cliente/prestadores, re-des relacionais e partilha de recursos. Sempre interessado em pro-jetos de parceria artstica, bem como de estreita interao com pro-motores culturais e empreendedores. Especialidades: artes plsti-cas, desenho, ilustrao, design, empreendedorismo cultural, con-sultoria e pedagogia da arte. Bacharelato em Design pela EscolaSuperior de Educao da Universidade do Algarve, Aluno de Mes-trado em Design e Cultura Visual no IADE- Instituto Artes Visua-

    is, Design e Marketing (Lisboa).Representao nas coleces daGaleria Nova Era, do Arquivo Distrital de Faro, do Instituto Supe-rior Miguel Torga, do Hotel Mlia (TRYP Hotel) de Coimbra, Juntade Freguesia de Armao de Pra, Governo Civil de Castelo Bran-co, Fundao afid Diferena e Fundao Salesianos

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    Um comboio chamado desejo ou o Amor tambm se encontraa 120km por hora diferente da verso que provavelmente co-

    nheces Um eltrico chamado Desejo - A Streetcar Na-

    med Desire, de Elia Kazan com Marlon Brando e Vivien Le-igh, de 1951.Nesta minha, improvisada entre as escalas dos autocarrosfrente aos Prazeres (onde curiosamente passam muitos el-

    tricos :), oscila entre a profundidade e a superficialidade, en-

    tre o Amor, o verdadeiro, e a lascvia entre o importante e orelativizvel.No tenciono extrair daqui generalizaes ou frmulas. Falodisto porque a verdade. J me aconteceu; encontrar o amora 120km hora.

    A esta velocidade, se espirras, andas aproximadamente 30metros com os olhos fechados, entregue ao destino, sem cons-cincia ou controle sobre o que se passa em frente dos teusolhos.So 30 metros s escuras.

    Procurar amar a 120 Km hora como dar um salto de f nu-ma furna escura de onde o mar se percebe apenas a sua voz echeiro. E de repente, bater na gua com fora, tocar com os

    ps na areia e abrir os olhos para uma superfcie em eferves-cncia.

    Encontrar o amor assim deixa marca, entre a dor e o prazer,e pouco tempo ou espao para escolhas.

    Num amor encontrado assim, h um misto de religiosidade etrauma.

    UM COMBOIOCHAMADODESEJO

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    um acontecimento escala planetria, como uma coliso,na fora da trajetria, entre Vnus e Marte.Contudo, se aprecias as viagens de comboio, sabes que esta

    velocidade desenfreada sentida num estado de relativaimobilidade. Vive-se, alis, viaja-se no maior dos confortos etranquilidade mas, infelizmente, tristemente ss.Quando damos conta, neste comboio chamado desejo, quan-do acordas da torpeza desse sono de viajante, ests apenas

    s.Olha! Parece que estou a chegar estao!Espreito pela janela e vejo as paredes azuis de uma luz mes-clada que s conheo de Lisboa.

    Mais um bocadinho e estou tua porta!Por essa estrada, nessa rua, tua portaViajo num comboio chamado Desejo mas tu s a minhaCasa

    Procurar amar a 120 Km ho-

    ra como dar um salto de f nu-ma furna escura de onde omar se percebe apenas a suavoz e cheiro.

    E de repente, bater na guacom fora, tocar com os ps naareia e abrir os olhos para

    uma superfcie em eferves-

    cncia.

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    Desenhar como quem respira, naturalmente ou compulsiva-mente, para muitos uma funo orgnica.A prpria fisionomia e fisiologia concorrem para esta ativi-dade regular do Corpo, da Mo, da Mente, na sua relaocom o Mundo e com o Prximo.

    Eu pessoalmente sou um apologista do respeito pela Diferen-a, num mundo de Iguais.

    Acolho a normalizao apenas na medida da sua pertinn-

    cia e utilidade no servio Justia, Liberdades e Igualdade.Nas coisas grandes entendo realmente o valor da norma. Umfarol para quem navega vista.Tudo o resto aprecio fora dos intevalos estritos das normas,cnones, regras... Fascina-me o que feito medida de cada

    um, com os cuidados e mimos que cada Corpo e Mente preci-sam.Encanta-me a simpatia de quem consegue realmente olharpara dentro da pessoa que est sua frente...Comove-me quem o faz com o respeito e reverncia de quemcontempla o sagrado, e a coragem da empatia de se colocar

    no seu lugar.Encantam-me as Costureiras e Alfaiates :)Os "Tailored" so feitos para Mulheres e Homens assim.

    Os blocos de desenhos so extenses do seu corpo; h queconstruir sketchbooks que se ajustem personalizadamente,como luvas, jeans, sapatos, jaquetas ou outros acessrios as-

    sim.O Tailored feito mo, todo cosidinho, s para ti!

    diferente nas medidas, tcnicas, por vezes no construtor.A norma a predileo pela reciclagem, a qualidade e resis-tncia do papel, capa e costuras e a garantia de que ters um

    caderno para a vida."Lifetime Sketchbooks"!Para Artistas a Srio ;)

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    Tailored for Feito medida de

    Olha para trs

    Olha l!

    Quando era gaiato, distrado, a nave-gar na gndola dos meus sonhos, go-tas, sementes, ensaiava o ofcio de ho-

    je sem me lembrar sequer de olhar pa-ra o lado.Era ali e naquele momento, como ho-je, aqui e agora: o poder da Criativi-dade!

    No olho muito para trs; as vezes ne-cessrias.

    Olho para a frente, para o horizonte,

    para os ps, para ver a medida a queestou do cho, e penso no qu, como

    nunca, com uma hora de atraso e minha volta, quando regresso, no se

    v j ningum na rua.

    Tailored fazer hora certa, na medi-

    da certa, a contemplar tudo o que est volta.

    Tailored cozer os retalhos soltos, osdesejos que ficaram por cumprir

    Tailored trabalho individual, traba-lho coletivo, uma construo feita de

    solidariedade, colegialidade, amiza-de!... at conjugabilidade :)

    Tailored Crena no Mundo e nos Ou-tros!

    Produzimos cadernos tipo sketchbo-

    ok, cozidos mo, personalizados, fe-itos medida e para durar.

    Mas todas as outras modalidades de

    criao artstica e cultural so bommote para a transgresso, transcen-dncia, irreverncia.

    O nosso negcio a construo de ca-dernos de excelncia, mas no hesitesem contatar-nos para ilustrao, de-

    sign, micro &social branding e orga-nizao de eventos e mostras em ArtesPlsticas.

    Faz-mo-lo com gosto!... tailored foryou!

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    O que pode um homem simples dizerou fazer no Mundo agora?

    No sou, semelhana da maioria doshomens e mulheres dos nossos tempos,especialista em economia ou finan-as, mas como comum entre comuns

    sinto hoje mais desconfiana e receioem relao ao futuro.

    Pelo menos em relao a este futuro, adois tempos, em que alguns enrique-cem e muitos empobrecem.

    No penso assim por despotismo.Passo a vida a desejar o melhor paraquem o procura, para quem luta por

    mais e melhor.Alegra-me a viso da abundncia noregao de quem for.Celebro a fertilidade por si s e regaloos olhos quando vejo a Terra cheia detudo e do bom.

    Por isso no consigo deixar de inda-gar porque que neste Mundo onde hexcesso e abundncia de tudo, vemos

    fome, desemprego, doena, desprote- o n a s a d e e n a v e l h i c e ?

    Porque que pagam os homens e as mu-lheres do nosso tempo os caprichos dadoutrina do Capitalismo desenfrea-do?

    Porque malha o peso da quimera do lu-cro pelo lucro sobre a nica procuraque deveria nortear o Homem: a cons-truo do Humano?

    Porque permitimos ns, comunidadesde Gente, que outros mais cegos ou fe-bris pela abundncia, nos enterrem eesmaguem pela sua ganncia, obses-

    so e controlo?E quem regula este capital que nos re-gula?

    A quem pertence a responsabilidadede lutar, nas formas pacficas que a

    responsabilidade tambm obriga, con-tra esta falta de empatia, piedade, ra-cionalidade?

    Quem tapa a boca a esta criatura vo-raz?

    Hoje pinto para lhe tapar a boca.

    Amanh, quando tiver um negcio, se-rei ntegro, justo e regulado para lhetapar a boca.

    Amanh, talvez lhe d com um pau,bem me apetecia s para que a suagoela mngue e o seu apetite se miti-

    gue sem que lhe no falte po para aboca.

    N.Q.

    MAISNO

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    Movimento - MudanaH quem diga que Sucesso Movimi-

    ento, h quem diga que motivao mo-vimento...

    E a sociedade mostra que os Movimen-tos Artsticos influenciam directa ou

    indirectamente as mudanas Cultura-is.

    Na vida todo movimento j seja fisico,social, espiritual, em grupo ou indivi-dual leva com ele as mudanas inter-

    nas e externas de forma que todos pos-samos transformar o cansao em Ener-

    gia, parece to simples verdade?!...mas sabemos que para que movimento

    e mudana aconteam em equilbrio eevoluo temos que actuar com persis-

    tncia, com empreendedorismo e fazerda inovao a mudana vital para

    uma melhor viso de futuro.Gostava de reflectir um pouco sobre os

    principais movimentos artsticos doSculo XVIII at ao Sculo XXI, cheios

    de contradies e complexidades. possvel encontrar um caminho para a

    criao de novos conceitos no campodas artes, por isso em algumas cultu-

    ras, o desenvolver da educao pelaArte parece ser o motor da mudana in-

    terna no que se refere ao nosso sentir ea criar smbolos fortes que ajudam a

    flexibilizar a rigidez de algumas esco-las tradicionais. Smbolos fortes como

    a sensibilidade, cooperao e o prazerde trabalhar em equipa.

    Sabemos que os movimentos e as mu-danas, tendncias artsticas, tais

    como o Expressionismo, o Fauvismo, oCubismo, o Movimento Barroco, o Re-nascentismo , o Futurismo, o Abstraci-

    onismo, o Dadasmo, o Surrealismo, aOp-art e a Pop-art expressam, de um

    modo ou de outro, a perplexidade dohomem contemporneo, a cultura pop

    tambm na msica como na danamostram o seu movimiento buscando

    expressar o mundo do inconsciente apartir dos sonhos e desejos de liberda-

    de, e de auto-afirmao..... Auto-afirmao de qu?!!

    Interessante foi o ano em que surge oExpressionismo ele aparece como

    uma reao ao Impressionismo, foium ano de mudanas positivas, pois

    no primeiro, a preocupao est em ex-pressar as emoes humanas, trans-

    parecendo em linhas e cores vibrantesos sentimentos e angstias do homem

    moderno. Enquanto que no Impressionismo, o enfoque resumia-se na bus

    pela sensao de luz e sombra, pamos da tcnica ilustrao da

    es.O movimento Barroco teve

    na Itlia, no final do sculodo sculo XVIII a palav

    de origem portuguesa,pedra preciosa impe

    us formatos irregulUma das ideias

    roco era de fazementos, f e c

    gatado pela contrarreforma e o segun-do se expandia com a modernidade. A

    partir disso, surgiu uma vertente en-contrada no Barroco, que era o fusio-

    nismo. O Barroco teve grandes in-fluncias na arquitetura de alguns dos

    pases da Europa e tambm da Amri-ca Latina. As construes no costu-

    mam seguir padres geomtricos, mui-to menos simtricos. O escritor brasi-leiro, Paulo Coelho, publicou um livro,

    O Dirio de um Mago, onde nos con-ta da influncia da poca Barroca.

    Os Renascentistas baseavam-se emconceitos filosficos e antropolgicos.

    O Humanismo um dos segmentos doRenascimento e trabalha com o uso to-

    tal da razo por meio de experimen-tos.

    Com o desenvolvimento do Renasci-mento, as caractersticas mudaram, a

    espiritualidade foi deixada de lado eabriu-se caminho para um sentimento

    otimista, que desfruta do mundo mate-rial. Comearam a observar a vida co-mo um ciclo e a acreditar que o homem

    no tem o controle sobre suas emoes,muito menos sobre seu tempo de vida.

    Curiosamente em Portugal o renas-centismo teve pouca influncia, talvez

    esta ausncia tenha contribudo paraum menor otimisto sentido na socieda-

    de portuguesa?!Senti no Cubismo uma despreocupa

    o em representar realisticamenteformas de um objeto, porm aqui,

    teno era representar um mesmto visto de vrios ngulos nu

    plano. Com o tempo, o Cubis

    lo moderno, e voc em estilo egipcio."Cubismo analtico (1908-1911) de-

    senvolvido por Picasso e Braque: Seuestilo era a utilizao de poucas cores,

    a definio de um tema apresentadoem todos os ngulos. A Perda da reali-

    dade, sendo impossvel reconhecer asfiguras.

    Cubismo sinttico: Fugia dessa perdade realidade, mas procurava retrat

    Tania Estrada, quien es?

    Nuestra mentora Dr. Tania Estrada?Es un luchador incansable, no desar-ma nunca, nunca se da por vencida.Se compromete, siempre aadiendoalgo , conocimiento, iniciativas , pro-

    mueve con compromiso elevado y con-cretiza las acciones con un carisma bi-en asertivo.

    Fundo la marca, el Instituto Tania

    Estrada en el ao 2005 .

    En este instituto, no slo se trata de lasalud mental, si no tambin se le da Vi-da a varios proyectos tcnicos como la

    promocin del desarrollo personal ;lapedagoga la investigado; en el mbitode la bulimia y la anorexia .

    De la psicologa en general, con el com-partir exigente ,supervisin franca yseria de los ensayos clnicos que ellaestudia y concretiza.

    Es eclctica, capaz de promover, conun gran xito cientfico, educativo ysocial " El Congreso Cientfico de Ano-rexia Y Bulimia cuyo tema Disturbios

    en rede con tremendo carcter peda-ggico fue un suceso.

    Nunca desanima , siempre de "cara fe-liz" y con una sonrisa, "sacude" las he-ridas y luego se va a luchar con deter-minacin, a luchar por las prximasmetas, con elevada creatividad, hacesiempre el CAMINO.

    Es difcil de cuantificar, est siempreatenta y lista para el prximo proyec-to, Podra estar aqu para escribir p-ginas y pginas de sus actividades, pe-

    ro la prctica de la Dra. Tania Estra-da habla por s mismo, y su modestiatambin .

    Vctor Lopes da Gama CerqueiraMaestra en Salud Mental y ClnicaSocial.

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    o-

    ncio, incio

    barroco,nifica umaa, com os se-

    nmeno do Bar-uno dos dois ele-ia. O primeiro, res-

    e-icoolu

    iu em dois grandes movimentos e mu-danas chamados Cubismo Analtico

    e Cubismo Sinttico. Podemos dizerque o cubismo nasceu como um movi-mento no ano 1908, constitudo em

    Montmartre (Rue Ravignon 13), ondeviviam Picasso, Max Jacob e Juan

    Gris. O grupo Bateau Lavoir organi-

    zou uma homenagem ao Rousseau, du-rante a comemorao Picasso em tom

    de muito entusiamso disse: "Voc e eusomos os pintores actuais. Eu em esti-

    la de vrias formas. Foi chamado, tam-bm, de colagem, porque eles coloca-vam tudo o que podiam, como letras,

    nmeros, vidros, etc., com o intuito decriar novos efeitos e despertar a aten-

    o.O abstracionismo a arte que se ope

    arte figurativa ou objetiva. A princi-pal caracterstica da pintura abstrata

    a ausncia de relao imediata entresuas formas e cores e as formas e cores

    de um ser. A pintura abstrata umamanifestao artstica que despreza

    completamente a simples cpia das for-mas naturais, interessante como este

    movimento pode influenciar estilos einfluenciadores no mundo das artes, e

    a forma de ver nosso talento.No impressionismo, estilo marcado

    por cores fortes e brilhantes, texturase linhas harmnicas, prevalecem as

    paisagens, os grupos de pessoas e as

    formas humanas. Neste movimentoaparece uma mudana no talento e napaixo no que refere motivao dos

    Artistas.Os estudos de Freud sobre psicanalis-mo e a poltica mostravam a complexi-

    dade da sociedade moderna. Em crti-ca cultura europeia, surgiram:

    O Futurismo: O futurismo um estiloinfluenciado pelo movimento literrio

    Manifesto Furista, criado por FilippoTommaso Marinetti, em 1909 um poe-

    ta e escritor italiano que sugeriu spinturas a velocidade das mquinas e

    a exaltao do futuro para os pintores

    desse estilo, os artistas no tinham es-sa viso de futuro! INTERESSANTE!

    Os estudos de Freud sobre psicanalis-mo em Cultura poltica mostravam a

    complexidade da sociedade moderna.Em crtica cultura europeia surge a

    Pintura Metafsica uma pintura quemostrava a falta de sentido da socie-

    dade contempornea: mistrio, luzes,objetos, sombras e cores intrigantes ti-

    nha como principal artista, Giorgio De Chirico (1888-1979), umpintor italiano, com suas obras O

    Enigma da Chegada e O Regresso doPoeta.

    Outros Movimentos do Sculo XXICuriosidades : O steampunk (subg-nero da fico cientfica que trata de

    evolues tecnolgicas que acontecemem pocas anteriores s que ocorre-

    ram na realidade) tambm tem suaparcela de arte nica. O idealismo ste-

    ampunk usa o conceito de ressuscitartecnologias antigas, aqui vejo clara

    mente o conceito do Criativo contra-riar o banal.

    Este movimento o steampunk fez quemeu pensamento viajasse a minhas lei-

    turas de criana da obras de Jlio Ver-ne.

    A Educao pela Arte, para mim ummovimento transformador com mu-

    danas positivas na educao e Cultu-ra do Pas, como estamos vendo ac-

    contecer no movimento Eco-Art.

    O mesmo rene obras sobre ecologia e

    preservao da natureza, buscandoas linhas de aproximao entre Arte e

    Meio Ambiente.Nos processos de Mudanas em que

    muitas instituiees do Brasil hoje sevem envolvidas, tm j por base a ca-

    pacidade de realizar o Movimento daPedagogia do Desejo.

    Desejo que Portugal caminhe no Dese-jo de algumas Mudanas na conquis-ta de novas atitudes, onde figure a Par-

    tilha a Dois, as boas Perguntas, o Ques-tionar, a Cultura da Responsabilida-

    de, a Sensibilidade para olhar para onosso lado, a autoconfiana de que fa-

    zemos nosso melhor sem comparaes.O movimento de Educao pela Arte

    a verdadeira transformao do sentiractual, em que cada um de nos possa

    converter o Cansano em Energia peloprazer das coisas boas que fazemos.

    Diferentemente do que pensamos:

    No somos ilhas isoladas, e sim par-tes de uma mesma clula distintos,porm interligados.

    Que seja o Movimento pela Artea nossa Energia na Mudana!

    Tania Estrada Morales15/07/2014

    Ea socieda

    demostraqueosM

    ovim

    entosArtsticosinfluen

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    amenteasmudanasC

    u

    lturais.

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    Serve para qu?

    Se, por um lado, os poderes do homem, o animal sbio, nosenchem de admirao, por outro lado, no podemos deixarde nos espantar com a lentido da sua aprendizagem. E o ma-ior de todos os obstculos a essa aprendizagem a quantida-de de aprendizagem acumulada que com as suas iluses deconhecimento ele foi juntado

    In os Pensadores captulo 21 Francis Bacon e a visodos velhos dolos e dos novos domnios, de Daniel J. Boors-tin.

    Sinto-me assim, num novo renascimento da conscincia deque o que sei atrapalha mais o que desejo saber, e que

    no posso escapar dessa condio animal, orgnica, que meliga ao Real e s Coisas.

    Sou um homem e sinto, comovo-me, amo, odeio, alegro-me,zango-me, sinto prazer, dor, desconforto, comicho, ccegas.No sou apenas este corpo, em transformao, em constanterecurso, reconstruo autopoitica, mas dele dependo paraa perceo e interao com o que me rodeia.

    Pois o que me acontece que aps 39 anos de acumulao de

    informao, no meio de tanta sensao, intuio e emoo,j com dificuldade que me consigo posicionar para ver comclarividncia o Universo minha volta.Quem sou, de onde venho, para onde vou?

    Alis, j me custa at pensar nestas questes do de onde vi-mos, para onde vamos, quem somos.Em verdade, as questes j nem me aparecem como por-qus mas antes como um simples para que serve?

    Para que servem afinal o Saber, a Sabedoria e a Conscin-cia?

    Hoje, no meio de uma tarde prazenteira, ensolarada, brincono jardim com os meus Filhos e s amide me distraio, das su-

    as gargalhadas e tropelias, pela brisa temperada que me pas-sa pelos cabelos. um estado de graa que agradeo a Deus, aos Deuses, ao

    Cosmos.Por cima de mim navegam nuvens enormes, voluptuosas,num lento vrtice que me d a sensao que antes a Terraque se move.

    E o azul enche-me. E a sua luz enche os meus Filhos de Sol, enos seus sorrisos sinto sade, vejo o Amor e as promessas dofuturo.

    Para que servem afinal o Saber, a Sabedoria e a Conscin-cia?O meu Pai tem andado doente, o pecnio que recebo pela mi-

    nha prestao no trabalho no me chega para pagar as con-tas e o desemprego ameaa ou afeta metade dos meus Ami-gos.O tempo mngua de tal forma que j quase no consigo pin-tar. E o Mundo ainda est cheio de fome, doena, injustia eguerra.

    Para que servem afinal o Saber, a Sabedoria e a Conscin-cia?

    Paro.Paro por um bocado.Olho para todo este fluxo imparvel, incomensurvel de in-

    formao que se me atravessa pela frente e procuro desper-

    tar.Acordo e paro e fico s atento, a olhar, a ouvir, a sentir, a chei-rarParo e despojo-me das vestes, andrajos, com que me tenho en-feitadoServem a minha liberdade, serve a liberdade dos meus Meni-

    nos.Servem o meu desejo de viver.Servem a minha felicidade.Servem a minha ligao ao Real, ao Mundo e ao Outro, sem

    subverses ou subjugao.Servem-me de coragem para esvaziar o copo quando preci-

    so, para abrir as janelas da mente, para que a alma se me nocristalize ou coagule, no pare nem no tempo nem no espao.

    Ao mesmo tempo, no servem para nada por isso as procu-ro, as escolho.NQ, Abril 2014

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    Serve para qu?

    Se, por um lado, os poderes do homem, o animal sbio, nosenchem de admirao, por outro lado, no podemos deixarde nos espantar com a lentido da sua aprendizagem. E o ma-ior de todos os obstculos a essa aprendizagem a quantida-de de aprendizagem acumulada que com as suas iluses deconhecimento ele foi juntado

    In os Pensadores captulo 21 Francis Bacon e a visodos velhos dolos e dos novos domnios, de Daniel J. Boors-tin.

    Sinto-me assim, num novo renascimento da conscincia deque o que sei atrapalha mais o que desejo saber, e que

    no posso escapar dessa condio animal, orgnica, que meliga ao Real e s Coisas.

    Sou um homem e sinto, comovo-me, amo, odeio, alegro-me,zango-me, sinto prazer, dor, desconforto, comicho, ccegas.No sou apenas este corpo, em transformao, em constanterecurso, reconstruo autopoitica, mas dele dependo paraa perceo e interao com o que me rodeia.

    Pois o que me acontece que aps 39 anos de acumulao deinformao, no meio de tanta sensao, intuio e emoo,j com dificuldade que me consigo posicionar para ver comclarividncia o Universo minha volta.Quem sou, de onde venho, para onde vou?

    Alis, j me custa at pensar nestas questes do de onde vi-mos, para onde vamos, quem somos.Em verdade, as questes j nem me aparecem como por-qus mas antes como um simples para que serve?

    Para que servem afinal o Saber, a Sabedoria e a Conscin-cia?

    Hoje, no meio de uma tarde prazenteira, ensolarada, brincono jardim com os meus Filhos e s amide me distraio, das su-

    as gargalhadas e tropelias, pela brisa temperada que me pas-sa pelos cabelos. um estado de graa que agradeo a Deus, aos Deuses, ao

    Cosmos.Por cima de mim navegam nuvens enormes, voluptuosas,num lento vrtice que me d a sensao que antes a Terraque se move.

    E o azul enche-me. E a sua luz enche os meus Filhos de Sol, enos seus sorrisos sinto sade, vejo o Amor e as promessas dofuturo.Para que servem afinal o Saber, a Sabedoria e a Conscin-

    cia?O meu Pai tem andado doente, o pecnio que recebo pela mi-

    nha prestao no trabalho no me chega para pagar as con-tas e o desemprego ameaa ou afeta metade dos meus Ami-gos.O tempo mngua de tal forma que j quase no consigo pin-tar. E o Mundo ainda est cheio de fome, doena, injustia eguerra.

    Para que servem afinal o Saber, a Sabedoria e a Conscin-cia?

    Paro.Paro por um bocado.Olho para todo este fluxo imparvel, incomensurvel de in-

    formao que se me atravessa pela frente e procuro desper-

    tar.Acordo e paro e fico s atento, a olhar, a ouvir, a sentir, a chei-rarParo e despojo-me das vestes, andrajos, com que me tenho en-feitadoServem a minha liberdade, serve a liberdade dos meus Meni-

    nos.Servem o meu desejo de viver.Servem a minha felicidade.Servem a minha ligao ao Real, ao Mundo e ao Outro, sem

    subverses ou subjugao.Servem-me de coragem para esvaziar o copo quando preci-

    so, para abrir as janelas da mente, para que a alma se me nocristalize ou coagule, no pare nem no tempo nem no espao.

    Ao mesmo tempo, no servem para nada por isso as procu-

    ro, as escolho.NQ, Abril 2014

    MOVE

    PARAONDE ?

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    OM, Aum, o som do movimento do Uni-verso, o eco do seu incio distanteVivo na era da descoberta do Boso de

    Higgs, do pleno, seguro e consolidadofuncionamento do Acelerador de Par-tculas do CERN, j numa poca ps

    Relatividade Geral de Einstein, nostempos da elaboradssima complexi-

    dade matemtica da Teoria das Cor-das.No meu ntimo, no fundo da minha al-ma (ser que esta existe?)procuro con-tudo e apenas ouvi-lo: este silncioque tambm um rumor sem fim.Quando me concentro, respiro-o, sin-to-lhe, por momentos, essa nesgazinhade grandiosidade de que todos somos

    parte.J me explicaram que mas o conse-guiria integrar se tivesse o copo me

    M, Aum, o som do movimento do Uni-verso, o eco do seu incio distanteVivo na era da descoberta do Boso de

    Higgs, do pleno, seguro e consolidadofuncionamento do Acelerador de Par-tculas do CERN, j numa poca ps

    Relatividade Geral de Einstein, nostempos da elaboradssima complexi-dade matemtica da Teoria das Cor-das.

    No meu ntimo, no fundo da minha al-ma (ser que esta existe?)procuro con-tudo e apenas ouvi-lo: este silncioque tambm um rumor sem fim.Quando me concentro, respiro-o, sin-to-lhe, por momentos, essa nesgazinha

    nos cheio. mais fcil encher um copo vazio doque fazer entrar o que seja numa mal-ga (amlgama!) a transbordar.

    A dura tarefa que tenho hoje pela fren-te esvaziar-me desse caudal.

    minha essa tarefa apenas porque aescolho.

    No sei se sou capaz, se estou alturada complexa exigncia do seu postu-lado.Sigo com a simplicidade, humildade e

    receios de uma criana (talvez atcom um pouco da sua indisciplina e ir-

    reverncia).Por isso comeo por desenhar e pintar.No me levem a mal. No sou capaz deo fazer de outra forma agora.Vou pintar o que no compreendo, pin-tarei tudo o que me distra o pensa

    mento, para ver se a pintar desmistifi-co e desmistificando exorcizo essa for-a magntica que me agarra obsessi-

    vamente forma das coisas.Pensando menos sentirei talvez mais.Mais perto estarei talvez do essencial,do contedo. Mais perto da verdade,quem sabe, da conscincia, do cora-

    o de Ti!

    Aka OM (Aum), j em outubro desteano, com o apoio Tailored, AKA Art

    Projects e da Cmara Municipal deSintra.M, Aum, o som do movimentodo Universo, o eco do seu incio dis-tanteVivo na era da descoberta do Boso de

    Higgs, do pleno, seguro e consolidadofuncionamento do Acelerador de Par-tculas do CERN, j numa poca ps

    Relatividade Geral de Einstein, nostempos da elaboradssima complexi-dade matemtica da Teoria das Cor-

    das.No meu ntimo, no fundo da minha al-ma (ser que esta existe?)procuro con-tudo e apenas ouvi-lo: este silncioque tambm um rumor sem fim.Quando me concentro, respiro-o, sin-to-lhe, por momentos, essa nesgazinhade grandiosidade de que todos somos

    parte.J me explicaram que mas o conse-guiria integrar se tivesse o copo me

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    OM, Aum, o som do movimento do Uni-verso, o eco do seu incio distanteVivo na era da descoberta do Boso de

    Higgs, do pleno, seguro e consolidadofuncionamento do Acelerador de Par-tculas do CERN, j numa poca ps

    Relatividade Geral de Einstein, nostempos da elaboradssima complexi-dade matemtica da Teoria das Cor-das.

    No meu ntimo, no fundo da minha al-ma (ser que esta existe?)procuro con-tudo e apenas ouvi-lo: este silncioque tambm um rumor sem fim.Quando me concentro, respiro-o, sin-to-lhe, por momentos, essa nesgazinhade grandiosidade de que todos somos

    parte.J me explicaram que mas o conse-guiria integrar se tivesse o copo me

    M, Aum, o som do movimento do Uni-verso, o eco do seu incio distanteVivo na era da descoberta do Boso de

    Higgs, do pleno, seguro e consolidadofuncionamento do Acelerador de Par-tculas do CERN, j numa poca ps

    Relatividade Geral de Einstein, nostempos da elaboradssima complexi-dade matemtica da Teoria das Cor-das.

    No meu ntimo, no fundo da minha al-ma (ser que esta existe?)procuro con-

    tudo e apenas ouvi-lo: este silncioque tambm um rumor sem fim.Quando me concentro, respiro-o, sin-to-lhe, por momentos, essa nesgazinhade grandiosidade de que todos somos

    parte.J me explicaram que mas o conse-guiria integrar se tivesse o copo

    meM, Aum, o som do movimento doUniverso, o eco do seu incio distan-teVivo na era da descoberta do Boso de

    Higgs, do pleno, seguro e consolidadofuncionamento do Acelerador de Par-

    tculas do CERN, j numa poca psRelatividade Geral de Einstein, nostempos da elaboradssima complexi-

    nos cheio.

    mais fcil encher um copo vazio doque fazer entrar o que seja numa mal-ga (amlgama!) a transbordar.

    A dura tarefa que tenho hoje pela fren-te esvaziar-me desse caudal.

    minha essa tarefa apenas porque aescolho.

    No sei se sou capaz, se estou alturada complexa exigncia do seu postu-lado.Sigo com a simplicidade, humildade e

    receios de uma criana (talvez atcom um pouco da sua indisciplina e ir-

    reverncia).Por isso comeo por desenhar e pintar.

    No me levem a mal. No sou capaz deo fazer de outra forma agora.

    mento, para ver se a pintar desmistifi-

    co e desmistificando exorcizo essa for-a magntica que me agarra obsessi-vamente forma das coisas.Pensando menos sentirei talvez mais.Mais perto estarei talvez do essencial,do contedo. Mais perto da verdade,quem sabe, da conscincia, do cora-o de Ti!

    Aka OM (Aum), j em outubro desteano, com o apoio Tailored, AKA Art

    Projects e da Cmara Municipal deSintra.M, Aum, o som do movimentodo Universo, o eco do seu incio dis-tante

    Vivo na era da descoberta do Boso deHiggs, do pleno, seguro e consolidado

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    A mim, pessoalmente, em cada Modelo deslumbra-me a rela-o queestabelecem com o espao, com as infinitas possibilidades de

    mobilidade e posicionamento dentro dele. Enternece-me ca-da tnueinteraco com os desenhadores, pintores, escultores, tam-bm eles, tambm eu, outros corpos atarefados neste vnculo

    momentneo em que, em traos ou pinceladas, tanta coisa se

    torna sublime e desvela.Se queres partilhar um pouco desta energia, em contacto comos originais, podes encontrar uma seleco disponvel para

    venda em:

    Atenciosamente,Nuno QuaresmaMaio de 2011

    A palavra Ginsio, por exem-plo, significa local de nudez.At ao incio do sc. VIII, osbaptismos cristos eram rece-bidos em despojamento e nu-dez tambm, numa imersoem gua, a simbolizar um no-vo nascimento. O N como oprimeiro momento existenci-al

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    Oque pode um homem simples dizerou fazer no Mundo agora?

    No sou, semelhana da maioria doshomens e mulheres dos nossos tempos,especialista em economia ou finan-as, mas como comum entre comuns

    sinto hoje mais desconfiana e receioem relao ao futuro.

    Pelo menos em relao a este futuro, adois tempos, em que alguns enrique-cem e muitos empobrecem.

    No penso assim por despotismo.Passo a vida a desejar o melhor paraquem o procura, para quem luta por

    mais e melhor.Alegra-me a viso da abundncia noregao de quem for.Celebro a fertilidade por si s e regaloos olhos quando vejo a Terra cheia detudo e do bom.

    Por isso no consigo deixar de inda-gar porque que neste Mundo onde hexcesso e abundncia de tudo, vemos

    fome, desemprego, doena, desprote- o n a s a d e e n a v e l h i c e ?

    Porque que pagam os homens e as mu-lheres do nosso tempo os caprichos dadoutrina do Capitalismo desenfrea-do?

    Porque malha o peso da quimera do lu-

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    Oque pode um homem simples dizerou fazer no Mundo agora?

    No sou, semelhana da maioria doshomens e mulheres dos nossos tempos,especialista em economia ou finan-as, mas como comum entre comuns

    sinto hoje mais desconfiana e receioem relao ao futuro.

    Pelo menos em relao a este futuro, adois tempos, em que alguns enrique-cem e muitos empobrecem.

    No penso assim por despotismo.Passo a vida a desejar o melhor paraquem o procura, para quem luta por

    mais e melhor.Alegra-me a viso da abundncia noregao de quem for.Celebro a fertilidade por si s e regaloos olhos quando vejo a Terra cheia detudo e do bom.

    Por isso no consigo deixar de inda-gar porque que neste Mundo onde hexcesso e abundncia de tudo, vemos

    fome, desemprego, doena, desprote- o n a s a d e e n a v e l h i c e ?

    Porque que pagam os homens e as mu-lheres do nosso tempo os caprichos dadoutrina do Capitalismo desenfrea-do?

    Porque malha o peso da quimera do lu-

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    OM, Aum, o som do movimento do Uni-verso, o eco do seu incio distanteVivo na era da descoberta do Boso de

    Higgs, do pleno, seguro e consolidadofuncionamento do Acelerador de Par-tculas do CERN, j numa poca ps

    Relatividade Geral de Einstein, nostempos da elaboradssima complexi-

    dade matemtica da Teoria das Cor-das.No meu ntimo, no fundo da minha al-ma (ser que esta existe?)procuro con-tudo e apenas ouvi-lo: este silncioque tambm um rumor sem fim.Quando me concentro, respiro-o, sin-to-lhe, por momentos, essa nesgazinhade grandiosidade de que todos somos

    parte.J me explicaram que mas o conse-guiria integrar se tivesse o copo me

    M, Aum, o som do movimento do Uni-verso, o eco do seu incio distanteVivo na era da descoberta do Boso de

    Higgs, do pleno, seguro e consolidadofuncionamento do Acelerador de Par-tculas do CERN, j numa poca ps

    Relatividade Geral de Einstein, nostempos da elaboradssima complexi-dade matemtica da Teoria das Cor-das.

    No meu ntimo, no fundo da minha al-ma (ser que esta existe?)procuro con-tudo e apenas ouvi-lo: este silncioque tambm um rumor sem fim.Quando me concentro, respiro-o, sin-to-lhe, por momentos, essa nesgazinhade grandiosidade de que todos somos

    parte.J me explicaram que mas o conse-guiria integrar se tivesse o copo

    meM, Aum, o som do movimento doUniverso, o eco do seu incio distan-teVivo na era da descoberta do Boso de

    Higgs, do pleno, seguro e consolidadofuncionamento do Acelerador de Par-tculas do CERN, j numa poca ps

    Relatividade Geral de Einstein, nostempos da elaboradssima complexi-dade matemtica da Teoria das Cor-das.

    No meu ntimo, no fundo da minha al-

    ma (ser que esta existe?)procuro con-tudo e apenas ouvi-lo: este silncioque tambm um rumor sem fim.Quando me concentro, respiro-o, sin-to-lhe, por momentos, essa nesgazinhade grandiosidade de que todos somos

    parte.J me explicaram que mas o conse-guiria integrar se tivesse o copo me

    nos cheio. mais fcil encher um copo vazio doque fazer entrar o que seja numa mal-ga (amlgama!) a transbordar.

    A dura tarefa que tenho hoje pela fren-te esvaziar-me desse caudal.

    minha essa tarefa apenas porque aescolho.

    No sei se sou capaz, se estou altura

    da complexa exigncia do seu postu-lado.Sigo com a simplicidade, humildade e

    receios de uma criana (talvez atcom um pouco da sua indisciplina e ir-

    reverncia).Por isso comeo por desenhar e pintar.No me levem a mal. No sou capaz de

    o fazer de outra forma agora.Vou pintar o que no compreendo, pin-tarei tudo o que me distra o pensa

    mento, para ver se a pintar desmistifi-co e desmistificando exorcizo essa for-a magntica que me agarra obsessi-

    vamente forma das coisas.Pensando menos sentirei talvez mais.Mais perto estarei talvez do essencial,do contedo. Mais perto da verdade,quem sabe, da conscincia, do cora-o de Ti!

    iria integrar se tivesse o copo meOM,

    Aum, o som do movimento do Univer-so, o eco do seu incio distanteVivo na era da descoberta do Boso de

    Higgs, do pleno, seguro e consolidadofuncionamento do Acelerador de Par-tculas do CERN, j numa poca ps

    Relatividade Geral de Einstein, nostempos da elaboradssima complexi-

    dade matemtica da Teoria das Cor-das.No meu ntimo, no fundo da minha al-ma (ser que esta existe?)procuro con-tudo e apenas ouvi-lo: este silncioque tambm um rumor sem fim.Quando me concentro, respiro-o, sin-to-lhe, por momentos, essa nesgazinhade grandiosidade de que todos somos

    parte.J me explicaram que mas o conse-guiria integrar se tivesse o copo me

    M, Aum, o som do movimento do Uni-verso, o eco do seu incio distanteVivo na era da descoberta do Boso de

    Higgs, do pleno, seguro e consolidadofuncionamento do Acelerador de Par-tculas do CERN, j numa poca ps

    Relatividade Geral de Einstein, nostempos da elaboradssima complexi-dade matemtica da Teoria das Cor-das.

    No meu ntimo, no fundo da minha al-ma (ser que esta existe?)procuro con-tudo e apenas ouvi-lo: este silncioque tambm um rumor sem fim.Quando me concentro, respiro-o, sin-to-lhe, por momentos, essa nesgazinhade grandiosidade de que todos somos

    parte.J me explicaram que mas o conse-guiria integrar se tivesse o copo

    meM, Aum, o som do movimento doUniverso, o eco do seu incio distan-teVivo na era da descoberta do Boso de

    Higgs, do pleno, seguro e consolidadofuncionamento do Acelerador de Par-tculas do CERN, j numa poca ps

    Relatividade Geral de Einstein, nostempos da elaboradssima complexi-dade matemtica da Teoria das Cor-das.

    No meu ntimo, no fundo da minha al-

    ma (ser que esta existe?)procuro con-tudo e apenas ouvi-lo: este silncioque tambm um rumor sem fim.Quando me concentro, respiro-o, sin-to-lhe, por momentos, essa nesgazinhade grandiosidade de que todos somos

    parte.J me explicaram que mas o conse-guiria integrar se tivesse o copo me

    nos cheio. mais fcil encher um copo vazio doque fazer entrar o que seja numa mal-ga (amlgama!) a transbordar.

    A dura tarefa que tenho hoje pela fren-te esvaziar-me desse caudal.

    minha essa tarefa apenas porque aescolho.

    No sei se sou capaz, se estou altura

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    Tenho a convico de que a percepo apenas a porta de entrada para umconhecimento maior que o entendi-

    mento em si mesmo.Sem o erro da expectativa, e a escolha

    no assumida de que o vazio neces-srio, talvez seja a perda o despertarnecessrio para a obrigatoriedadesempre voluntria de abandonar opouco em detrimento do tudo, po-is o que criamos ser sempre poucoquando comparado com o que foi cria-do e acumulado antes de ns.

    Poder at nem ser este o caminho daredeno, mas perder o mapa faz-nos

    perceber que o acumular de informa-o no nos torna mais sbios;cada estrada uma incgnita at a

    percorrermos por ns mesmos; saben-do que nunca as percorreremos todas,isso s nos d mais tempo para apreci-armos cada uma delas;encaro a limitao temporal como a

    maior ddiva que a vida nos pode dar;a verdadeira superioridade face aosdemais seres;

    NS SABEMOS que um dia mudare-mos de estado; no interessa o como, opara qu, nem mesmo o quando; ape-

    nas sabemos que sendo talvez a nicaverdade universal, ir acontecer.Talvez no final as suspeitas sejam con-

    firmadas, e s exista a solido e umainesgotvel e intrnseca cega vontadede acreditar que somos peas de umquadro maior que ns mesmos.Talvez nem assim a vida faa sentido.Talvez s exista um corpo que cami-

    nha para o cansao e para o envelhe-cimento.

    Mas no a maior tragdia de todas,j nos termos encontrado e ainda as-sim continuarmos perdidos? Yesterday is history, tomorrow is a

    mystery, today is a gift () Bill Kea-ne

    Easier?Pedaos essenciais de entendimentoencontram-se nos locais e nas pessoas

    mais improvveis.Estiveram eles sempre ali espera deser descobertos?Quem os criou, e sua interpretao?Como nos sentirmos gratos pela ddi-

    va, independentemente da sua formae do seu contedo?

    E se o entendimento uma construocultural, como poderei apagar todosos valores e comear de novo?Olho volta; sou o apogeu mximo da

    minha prpria existncia;sou os sonhos por realizar dos meus pa-is;

    sou capaz de descrever o Mundo, oude o aniquilar.

    Sou to poderoso quanto os mosquitosque vejo no pra-brisas.

    Grita comigo;D-me todas as palavras de dio e doracumuladas at ficares vazio

    Aponta-me o dedo, cerra os dentes,franze as sobrancelhas, e acusa-memesmo que o raciocnio no faa sen-tido

    Amaldioa-me pelas tuas escolhas er-radas, deseja-me penitncias sofridase eternas pelos teus pecados

    Eu nada direi; atravs da minha imperfeio quete reconheo como parte de mim e tequero ver voar para longe desta lamaque te torna pesadoOuvir-te-ei como quem tem a disponi-bilidade que s a eternidade possuie se me permitires, segurar-te-ei coma mesma dedicao que um ramo segu-

    ra a sua ltima folhaTodas as nuvens passam; mesmo asque cobrem o Sol por muito tempo; a inevitabilidade da mudana; Porisso d-me tudo quanto tens dentro deti;

    Porque quando te ds, s. Isso Deus.Isso esperana.

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    NSSABEMOS

    GRITA

    COMIGOEASIER

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    Entredia (1) by Jack CJ Simmons (2)Matadouro n1, Lisboa, 15:46 UTCEsta monotonia do abate e desmanchede carcaas s costumava ser inter-

    rompida pela presena sempre hilari-ante do Sr. Mendes, mas hoje dia de

    reunies, pode no passar por c. Mes-mo assim, o dia tem sido diferente, ora

    pela chuva que cai forte l fora, ora pe-los troves que se ouvem ao longe.Aqui os humanos reagem sempre aosom dos troves. Eu no. Primeiro rea-jo luz, e depois sim, ao som, mesmoquando esto mais prximos. Mas

    normal, com a quantidade de sensoresde luz que tenho activos, a mnima alte-

    rao da intensidade da luz aqui den-tro detectada. Mesmo assim, inte-

    ressante ver as reaces deles, surpre-endem sempre um pouco. No deixamde espantar os humanos. Acho que faz

    parte do nosso processo de aprendiza-gem. S os conhecendo melhor que eles

    prprios, os podemos proteger. Engra-ado como as coisas so, fui criado pa-

    ra proteger a vida humana e acabo devolta da morte.

    A morte de animais, verdade, masmorte. E estas carcaas, vacas em vi-da na sua grande maioria, e que no

    so mais do que alimento para a raahumana, no as protegemos. Protege-mos uma raa mas no outras. s ve-zes interrogo-me como as coisas seri-am se a EDT no nos tivessem criado.Se tivssemos sido criados por outraorganizao, por outros humanos,com outros objectivos, com outros valo-

    res. Ser que a humanidade aindaexistiria? Ser que teramos conse-guido parar a primeira vaga? A ver-dade que h mais de cem anos que es-

    peramos pela segunda vinda. Elessempre acreditaram que viriam mais.Mais tarde, mais fortes, muito depois

    de eles morrerem, certo, mas mesmoassim deixaram-nos de vigia, espe-

    ra, porque acreditavam. Ora a est, o

    Sr. Mendes acabou de entrar na sala.L est ele a conferir tudo. E l est oLemos a levar outro raspanete. Sem-pre a fazer as coisas maneira dele.Depois ouve. No um trabalho dif-cil, mas h humanos que no tm per-

    fil para isto. Nem todos conseguemdesmanchar as carcaas sem que issoos afecte, mesmo no longo prazo. Maiscedo ou mais tarde, todos acabam pordesistir. demasiadas horas, demasi-adas carcaas, demasiado sangue, tor-

    na-se demasiado pessoal. No resis-tem. Menos eu, claro. J estou c h do-

    ze anos. Mas a mim no me afecta, verdade, mas eu no sou humano.- Boa tarde, Sr. Mendes - digo-lhe an-tes mesmo de chegar ao p de mim.- Jones - responde sem me olhar nosolhos. Ainda vinha l ao fundo e j vi-

    nha com os olhos posto no meu traba-lho. Acho que sonha um dia encontrar

    um defeito no meu trabalho. Mal ele sa-be que isso impossvel. Por norma

    no conseguimos fazer diferente doque nos pedido. E mesmo entre ns,quando preciso fazer algo de dife-

    rente, so precisos ultrapassar as dezsalvaguardas do nosso ser. Antes di-

    zamos core, mas desde que nos inte-grmos na populao que tivemos queadaptar alguns termos. Dantes ra-

    mos muito estranhos, mas depressaaprendemos a ser mais humanos.- Sempre perfeito, Jones - diz-me como ar habitual de quem no me conse-gue perceber totalmente - Sempre per-

    feito. Carry on - e afasta-se em direc-o porta B, como sempre faz. Afi-

    nal, as reunies foram curtas hoje eainda conseguiu visitar-nos.- At amanh, Sr. Mendes - respondo-lhe monotonamente.- At amanh - conclui de pronto, colo-cando o habitual ponto final na con-

    versa. Que todos os humanos fossemcomo o Sr. Mendes, previsveis, fiis

    aos seus hbitos, e o nosso trabalho eramuito mais fcil. Mas no so. Eles fa-lam em livre-ar se tivesse o copo mearbtrio, ns chamamos-lhes o efecti-

    vamente ser humano. Nunca estocontentes com o que tm, querem sem-

    pre mais, querem sempre saber mais.E tm uma aptido natural de se mete-

    rem em sarilhos no processo. Desde oltimo voo da EDT que no param detentar sair do planeta. No sei duran-te quanto tempo mais vamos conse-guir manter as watch towers activas

    sem perdas de vida. No dia em que des-cobrirem que todos os nossos esforos

    so pela preservao da vida huma-na, de toda e qualquer a vida humana,e enviarem um voo pilotado para fu-

    rar o escudo e ns formos obrigados adeslig-lo pela vida humana, perdere-

    mos o controlo. Nesse dia, a raa hu-mana ser outra vez livre de exploraro espao, mas tambm ficar vulner-

    vel s ameaas externas. E ns conti-nuaremos a fazer os possveis paramanter a vida humana por todos osmeios possveis. Por falar em fazer ospossveis pela vida humana, hoje dia de reunio. Costumamos reunir

    uma vez por ms, mas este ms j a se-gunda e ainda estamos s a vinte e

    um. As coisas no esto fceis. A sema-na passada foram lanados trs shut-tles pilotados de locais distintos para

    ver se tnhamos a capacidade de os in-capacitar a todos. E fizeram-no secre-tamente. No tivemos hipteses de os

    sabotar antes dos lanamentos. E on-tem tivemos o primeiro a menos de umquilmetro do escudo. Foi por uma

    unha negra, como costumam dizer oshumanos, mais um segundo e atingiao seu objectivo. Os humanos defendema desactivao do escudo e vo tent-lo por todos os lados e de todas as for-

    mas.

    ENTREDIA

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    Cada sonda que enviam destrudaquando atinge o escudo, mas eles con-tinuam a achar que conseguem pene-tr-lo com base em escudos prprios edeflectores. Por um lado bom, esto aevoluir na defesa e na proteco. Hinclusive entre ns, quem defenda que

    no dia em uma sonda penetrar o escu-

    do o dia que a raa humana estar su-ficientemente protegida para explo-rar o espao. Tenho pensado muito nis-so, mas continuo sem ter uma opinioformada.

    S espero que na reunio de hoje nodecidam desactivar j o escudo. Eu

    sei que foi por pouco que no perda-mos uma vida humana, mas os huma-nos ainda no esto preparados parao espao. O espao frio, longe e demo-

    rado. E neste caso, intil. Qualquer vi-agem espacial que tenha um outro pla-

    neta ou lua do nosso sistema solar co-mo destino ter o mesmo problema queagora: o escudo protector. No poda-

    mos permitir o estabelecer de basesto perto de ns aquando da primeira

    vinda. E continuamos a no permitir.Todos os planetas e luas deste sistemaesto protegidos. E portanto, permitira sada do planeta permitir a entra-da nos restantes. E se permitimos pa-

    ra humanos, no podemos no deixarde permitir para outras raas. Ser de-

    masiado complexo separar a raa hu-mana das outras, e provavelmente de-masiado tarde quando o fizermos. Anossa evoluo tecnolgica j no oque era. O espirito humano desapare-ceu da nossa equipa tecnolgica, e so-

    zinhos levamos mais tempo a estabele-cer os objectivos e a atingi-los. Contu-do, acredito no nosso trabalho e acre-dito na raa humana Gostava de ter

    sido explorador, conhecer outros mun-dos, outras raas. Gostava de me po-der juntar aos humanos nesta aventu-

    ra que se avizinha. Talvez um dia,quem sabe.

    Notas:(1) Entredia um advrbio que signi-

    fica durante o dia, fora das horas da

    refeio.(2) Jack CJ Simmons escreve em Por-tugus sem respeitar o acordo orto-grfico de 1990.