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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PABLO FERNANDES PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL NA EMPRESA VIDROFORT ITAPEMA/SC Balneário Camboriú 2010

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

PABLO FERNANDES

PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL NA EMPRESA VIDROFORT

ITAPEMA/SC

Balneário Camboriú

2010

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PABLO FERNANDES

PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL NA EMPRESA VIDROFORT

ITAPEMA/SC

Balneário Camboriú

2010

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção d título de Bacharel em Administração – Gestão Empreendedora, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú.

Orientador: Prof. Alexandre de Sá

Oliveira M. Sc.

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PABLO VINICIOS DOS SANTOS FERNANDES

PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL NA EMPRESA VIDROFORT

ITAPEMA/SC

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Gestão Empreendedora

da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú.

Área de Concentração: Responsabilidade Social

Balneário Camboriú, 24 de novembro de 2010.

_________________________________

Prof. Alexandre de Sá Oliveira M. Sc.

Orientador

___________________________________

Prof. Márcio Daniel Kiesel M. Sc.

Avaliador

___________________________________

Prof. Ligia Ghisi M. Sc.

Avaliador

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EQUIPE TÉCNICA

Estagiário: Pablo Vinicios dos Santos Fernandes

Área de Estágio: Responsabilidade Social

Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder

Supervisor da Empresa: Denildo Picolotto

Professor orientador: Alexandre de Sá Oliveira M. Sc.

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DADOS DA EMPRESA

Razão Social: Visual Design Vidros - LTDA

Endereço: Rua 462, nº. 14 – Jardim Praia Mar – Itapema - SC

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Responsabilidade Social

Duração do Estágio: 240 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Denildo Picolotto – Sócio

Administrador

Carimbo do CNPJ da Empresa: 05.325.906/0001-08

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Balneário Camboriú, 24 de Novembro de 2010.

A Empresa Vidrofort, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do

Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de Conclusão de Estágio

executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pelo acadêmico Pablo Vinicios

dos Santos Fernandes.

___________________________________

Denildo Picolotto

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O único homem que nunca comete erros é aquele que nunca faz coisa alguma. Não tenha medo de errar, pois você aprenderá a não cometer duas vezes o mesmo erro.

Franklin D. Roosevelt

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho, aos meus pais Celidio Antônio Fernandes e Rosana Catarina

dos Santos Fernandes, a minha irmã Paola dos Santos Fernandes, a minha

namorada Isadora Bruna Rosar e a todas as pessoas que estiveram presentes, por

todo carinho, compreensão e incentivo para que esta etapa fosse vencida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelas diversas bênçãos e pela força, o

que me proporciona experiências e vivências maravilhosas.

Agradeço aos meus pais Celidio Fernandes e Rosana, a minha tia

Lore, e a minha irmã Paola por todo amor, dedicação, paciência, estrutura e

torcida.

Agradeço a minha namorada, Isadora Bruna Rosar pelas horas de

incentivo e apoio nesta etapa.

Agradeço aos os meus amigos e colegas que de alguma forma

contribuíram para que eu tivesse condições de alcançar mais um objetivo.

Agradeço ao meu orientador de conteúdo a Prof. Alexandre Sá Oliveira

pelos ensinamentos, conselhos e paciência me acompanhando ao longo desta

jornada.

Agradeço aos proprietários da empresa, Altemir Marini, Denildo

Picolotto e Cleusete Marini pela disponibilidade, e aos demais colegas de trabalho

pelas diversas contribuições para a realização deste trabalho.

Agradeço aos demais professores pelas diversas contribuições ao

longo dos anos desta graduação.

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RESUMO

Com o crescimento da demanda da sustentabilidade por parte da sociedade, fica evidenciado que a mudança de postura deve partir das organizações, visto que ajudam a movimentar a economia, e conseqüentemente a sociedade, e isto se estende as pequenas e microempresas. Este trabalho teve com principal objetivo avaliar o nível de Responsabilidade Social Empresarial de uma empresa de médio porte, através do cumprimento dos seguintes objetivos específicos: apresentar e analisar os dados da pesquisa realizada a partir dos Indicadores do Instituto Ethos no ano de 2007; diagnosticar o nível atual de RSE, com base nos indicadores do Instituto Ethos e propor sugestões visando reforçar a aderência das práticas da organização à orientação da RSE. Através da pesquisa realizada o objetivo geral do trabalho foi alcançado, concluindo-se que, de maneira geral, a empresa apresenta um bom desempenho na avaliação, comparada com a média disponibilizada pelo questionário do Instituto Ethos-Sebrae e em relação ao nível apresentado pela pesquisa realizada em 2007.

PALAVRAS CHAVE: Ética. Responsabilidade Social. Indicadores de Sustentabilidade.

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ABSTRACT

With growing demand for sustainability on the part of society, it is evident that the shift in attitude must come from organizations, as they help move the economy, and therefore the society and this extends to small and micro enterprises. This study was to evaluate the main level of Corporate Social Responsibility in a midsize company by meeting the following specific objectives: to present data from the survey indicators of the Ethos Institute in 2007, to diagnose the current level of CSR, based on the indicators of the Ethos Institute and propose suggestions to strengthen the grip of an organization's practice orientation of CSR. Through the survey the objective of this work was achieved. In conclusion, overall the company has a good performance evaluation, compared with the average questionnaire provided by the Instituto Ethos-Sebrae and the results showed through the 2007 survey. Key Words: Ethics. Corporate Social Responsibility. Sustainability Indicators

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LISTA DE FIGURAS / TABELAS / QUADROS

Figura 1: Detalhamentos das Notas, ano 2007 ........................................................ 42 Figura 2: Desempenho Individual, ano 2007 ............................................................ 43 Figura 3: Vidrofort X Banco de Dados, ano 2007 ..................................................... 44 Figura 4: Vidrofort X Grupo de Benchmark, ano 2007 ............................................. 45 Figura 5: Vidrofort X Grupo de Benchmark X Banco de Dados, ano 2007 ............... 45 Figura 6: Detalhamentos das Notas, ano 2010 ........................................................ 47 Figura 7: Desempenho Individual, ano 2010 ............................................................ 48 Figura 8: Vidrofort X Banco de Dados, ano 2010 ..................................................... 49 Figura 9: Vidrofort X Grupo de Benchmark, ano 2010 ............................................. 49 Figura 10: Vidrofort X Grupo de Benchmark X Banco de Dados, ano 2010 ............. 50

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SUMÁRIO

1.2 Problema de pesquisa ........................................................................ 16

1.3 Objetivos ............................................................................................ 17

1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................ 17

1.3.2 Objetivos Específicos .................................................................... 17

1.4 Justificativa ......................................................................................... 18

1.5 Contexto do ambiente de estágio: ...................................................... 19

1.6 Organização do trabalho: ................................................................... 19

2.1 Organizações e a sociedade contemporânea .................................... 20

2.2 História das Empresas ....................................................................... 21

2.3 Responsabilidade Social .................................................................... 22

2.4 Responsabilidade Social Empresarial ................................................ 24

2.5 Responsabilidade Social no Mundo ................................................... 27

2.6 Responsabilidade Social no Brasil ..................................................... 28

2.7 Teoria dos Stakeholders ..................................................................... 30

2.8 Instituto Ethos ..................................................................................... 32

3.1 Tipologia da Pesquisa ........................................................................ 36

3.2 Sujeito de Estudo ............................................................................... 37

3.3 Instrumentos de Pesquisa .................................................................. 38

3.4 Apresentação e análise dos dados .................................................... 39

3.5 Limitações da Pesquisa ...................................................................... 39

1 INTRODUÇÃO ........................................................ Erro! Indicador não definido.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA ........................................................................... 20

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS ................................................................. 36

4 RESULTADOS OBTIDOS .................................................................................... 40

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4.1 Resultados de 2007 ........................................................................... 41

4.2 Resultados de 2010 e comparação com os dados de 2007 ............... 46

4.3 Propostas de melhoria........................................................................ 51

5.1 Sugestões para futuros trabalhos ....................................................... 54

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 53

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 55

APÊNDICES ............................................................................................................ 60

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1 INTRODUÇÃO

O cenário mundial, a partir da última década do século passado, apresentou-

se como um universo múltiplo e complexo, caracterizado por uma crescente

internacionalização da produção, do mercado, do trabalho e da cultura. A

humanidade vive, atualmente, um novo momento histórico, cuja dinâmica dominante

é a globalização.

O fenômeno é amplo e traz consigo grandes transformações. Porém, o ponto

central da mudança é marcado pela expansão mundial das grandes corporações

internacionais, que passaram a exercer um papel decisivo na economia mundial. A

força dessas corporações, e suas atuações geográficas, mudam o enfoque do jogo

econômico.

No passado, as grandes decisões econômicas eram tomadas pelos governos.

Agora, são as empresas quem estão decidindo, basicamente, o que, como, quando

e onde produzir os bens e serviços utilizados pelos seres humanos. Com isso, o

papel dos Estados foi consideravelmente alterado: são menos autônomos e

perderam o controle exclusivo sobre os processos econômicos e sociais, dentro de

seus próprios territórios.

A globalização, na medida em que trouxe implícita a evolução dos meios de

comunicação e das tecnologias de informação, influenciou, também, a conduta das

empresas, que observam com mais cuidado, a imagem que transmitem ao público,

pois seus atos passaram a ser mais divulgados e, portanto, estão mais sujeitas ao

controle da sociedade.

Em razão desse fato e das transformações ocorridas ao longo das últimas

décadas, a sociedade passou esperar das empresas um comportamento também

socialmente responsável e, não apenas, que sejam instituições que fabricam

produtos ou prestam serviços, gerando lucros.

Espera-se que as organizações tenham a responsabilidade de assumir

problemas sociais básicos e participem, ativamente, do crescimento e bem estar

social das comunidades onde estão inseridas. Conforme Grayson e Hodges (2001):

[...] as empresas podem ser a força motriz do progresso da humanidade, estimulando avanços tecnológicos, médicos e econômicos que melhorem a

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vida das pessoas, ampliem sua mobilidade e liberdade e criem oportunidade para muito mais gente.

Toldo (2002) afirma que as organizações, em especial as empresariais,

assumiram na sociedade uma posição ampla, surgindo a discussão sobre o seu

papel como agentes sociais nos processos de desenvolvimento sócio econômico.

Atualmente o mundo empresarial vê na responsabilidade social, uma nova

estratégia para aumentar o seu lucro e seu desenvolvimento. Essa conduta provém

da conscientização do consumidor pela procura de produtos e práticas que gerem

melhorias para o meio ambiente e a comunidade em que a empresa está inserida,

valorizando aspectos éticos e morais.

Além da busca por resultados econômicos, a empresa tem o poder e o dever

de contribuir para a sociedade e o meio em que está inserida, buscando a prática de

um desenvolvimento sustentável na forma de ações, compromissos e práticas de

responsabilidade social.

As organizações assumem obrigações de caráter moral, além das

estabelecidas por lei, que possam contribuir para o desenvolvimento sustentável das

pessoas, clientes, colaboradores, etc. Sendo assim, ter responsabilidade seria agir

de forma que possa se contribuir para a melhoria da qualidade de vida da

sociedade.

Verifica-se atualmente que não existem mais problemas restritos ao ambiente

interno ou externo à empresa. As soluções devem ser compartilhadas com a

sociedade de forma geral e as empresas devem contribuir com soluções, sob o risco

de serem cobradas, questionadas e processadas pelos seus atos.

Espera-se que os resultados obtidos a partir da pesquisa sejam relevantes

para o avanço do conhecimento no âmbito da responsabilidade social e que as

informações sirvam de apoio aos executivos responsáveis, contribuindo ativamente

para a reflexão sobre o tema nos meios acadêmicos e empresariais.

1.2 Problema de pesquisa

As sociedades atuais, entre elas a brasileira, já estão reconhecendo a

responsabilidade social como valor que a cada dia se torna mais presente nos

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negócios das grandes corporações, tornando-se, inclusive, fator de avaliação e

preferência para investidores.

Aliado a isso, verifica-se que o consumidor dá preferência a marcas

vinculadas importantes obras de cunho social, percebendo-se, assim, que a

Responsabilidade Social vem crescendo em importância nos negócios das

empresas.

Desta forma a presente pesquisa visa responder à seguinte questão: “Qual o

nível de Responsabilidade Social presente nas práticas da empresa VIDROFORT,

em Itapema/SC?”

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Verificar o nível de Responsabilidade Social presente nas práticas da

empresa VISUAL DESIGN VIDROS LTDA – VIDROFORT, com base nos

Indicadores Ethos-Sebrae de Responsabilidade Social.

1.3.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos decorrentes do problema exposto podem ser

traduzidos nas seguintes propostas:

• Apresentar os resultados da avaliação realizada no ano de 2007;

• Diagnosticar o nível atual de Responsabilidade Social da empresa VIDROFORT,

com base nos indicadores do Instituto Ethos-Sebrae e comparar a evolução dos

resultados entre as avaliações dos anos de 2007 e 2010;

• Propor sugestões visando uma maior aderência das práticas da empresa

VIDROFORT à filosofia da Responsabilidade Social Empresarial, a partir do

diagnóstico realizado;

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1.4 Justificativa

A importância em tratar do tema decorre, principalmente, do fato do crescente

envolvimento empresarial em atividades voltadas para a sustentabilidade e

responsabilidade social.

Verifica-se que as empresas socialmente responsáveis, as quais pensam, não

somente no lucro, mas, acima de tudo, no ser humano, vem se tornando mais

valorizadas e reconhecidas, obtendo em contrapartida a preferência dos seus

clientes.

Em vista disso, espera-se que, retribuir seu sucesso para a sociedade através

de benefícios sociais e ambientais, possa gerar uma nova realidade mercadologia

para a empresa, a qual passaria a ser vista como uma organização que pensa no

futuro de seus stakeholders, proporcionando a manutenção de boas condições de

qualidade de vida.

A Responsabilidade Social representa um compromisso contínuo nas

organizações com o comportamento ético e nesta perspectiva as universidades,

sejam elas públicas ou privadas, ocupam um papel relevante na tomada de decisão

em favor da construção de uma nova consciência global.

Esta postura caracteriza-se pelos constantes compromissos e cooperações

que o ensino superior no contexto latino-americano e nos países emergentes vem

desenvolvendo nestas últimas décadas em favor das camadas menos privilegiadas

da sociedade como um todo.

Tendo em vista que o desenvolvimento humano é um processo que visa

ampliar as possibilidades de aplicabilidade dos conhecimentos adquiridos tendo em

vista à qualidade devida e o desenvolvimento sustentável, a universidade, com os

seus potenciais intelectuais e tecnológicos estão se instrumentalizando para as

tomadas de decisões em favor de uma consciência cósmica.

O presente estudo, buscando alinhar as práticas da empresa ao tema, visa

apresentar uma proposta para a implantação de práticas socialmente responsáveis

pela empresa VIDROFORT.

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1.5 Contexto do ambiente de estágio:

A empresa onde foi realizada a pesquisa atua no ramo vidraceiro, e esta

diretamente ligada aos problemas ambientais, e seus impactos em seus

stakeholders.

Trata-se de uma empresa de porte médio, situada no Bairro Jardim Praia Mar,

na cidade de Itapema, a empresa VISUAL DESIGN VIDROS LTDA, cujo nome

fantasia é “VIDROFORT”. A mesma está inscrita no CNPJ 05.325.906/0001-08, e

sua atividade ligada ao ramo de Comércio de Vidros e Molduras.

Fundada em 1989, pelos empreendedores Denildo Picolotto e Altemir Marini,

localizada em uma área de aproximadamente 1500 metros quadrados, divididos em

escritório, almoxarifado, depósito, setor de produção, estacionamento, show room,

entre outros.

A Vidrofort oferece serviços e produtos na linha de vidros comuns, vidros

temperados, vidros laminados, vidros acústicos, acabamento de vidros em bisotê,

furação em vidros, molduras para espelhos e quadros, fechamentos de sacadas em

todos os modelos e peles de vidros.

1.6 Organização do trabalho:

Este trabalho contém 5 capítulos. O primeiro traz a introdução que apresenta

o tema, os pressupostos, a justificativa, os objetivos e a relevância da pesquisa. O

segundo contém a revisão bibliográfica sobre a responsabilidade social empresarial.

O terceiro aborda o método de pesquisa, o delineamento, os procedimentos de

coleta e de análise dos dados e a validação do instrumento de coleta de dados. O

quarto contém a análise e interpretação dos resultados que identifica pontos comuns

e divergentes entre a teoria e a realidade pesquisada. Por fim, o quinto capítulo

apresenta as considerações finais, conclusões e recomendações.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

Nesta fase do trabalho, realizou-se um estudo bibliográfico sobre o tema,

possibilitando conhecer o pensamento de vários autores a respeito do mesmo.

Procurou-se reunir, entender e assimilar as diferentes linhas de pensamento,

de modo a sedimentar a base de conhecimento necessária à consecução dos

objetivos propostos.

2.1 Organizações e a sociedade contemporânea

A administração das empresas e demais tipos de organizações se refere a um

fenômeno universal, no mundo moderno, sendo que cada empresa e organização

requererem tomadas de decisões, coordenação de múltiplas atividades, condução

de pessoas, avaliação do desempenho dirigido a determinados objetivos e obtenção

de recursos. (CHIAVENATO, 1999).

O profissional de cada organização e de cada empresa pode ser engenheiro,

médico, contabilista, etc., precisa conhecer profundamente a sua especialidade. No

momento em que ele é promovido em sua empresa a chefe, gerente ou diretor, ele

deve se tornar administrador.

Então vem o caráter universal da Administração de Chiavenato (1999 p. 10):

[...] cada empresa necessita não de um administrador apenas, mas de uma equipe de administradores em vários níveis e nas suas varias áreas e funções para levarem adiante as diversas especialidades dentro de um conjunto integrado e harmonioso de esforços em direção aos objetivos da empresa.

A palavra administração sofreu aprofundamento e ampliação em seu

significado, e o administrador passou a ser peça indispensável em todos os tipos de

organizações humanas nestes

Hoje em dia a Administração compreende cinco variáveis, sendo elas: tarefas,

estrutura, pessoas, tecnologia e ambiente. O comportamento desses componentes é

sistêmico: todas as variáveis influenciam e são influenciados pelos outros

componentes. (CHIAVENATO, 1999).

Em seu entendimento afirma que “[...] a adequação entre essas cinco

variáveis constitui o principal desafio da administração”.

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2.2 História das Empresas

As empresas até meados do século XVIII se desenvolveram lentamente.

Apesar de sempre ter existido trabalho organizado e dirigido durante a história

humana, a história da Administração é recente. (CHIAVENATO, 1994)

De acordo com Chivenato (1994) a história das empresas pode ser dividida

em seis fases:

• Fase Artesanal: fase que vai desde a antiguidade até aproximadamente

1780, com o inicio da Revolução Industrial. Há um predomínio de pequenas oficinas,

granjas e agricultura, com base no trabalho escravo.

• Fase da transição do artesanato á industrialização: corresponde a 1ª

Revolução Industrial, entre os anos de 1780 e 1860. É a nascente fase da

industrialização, de mecanização das oficinas e da agricultura.

• Fase do desenvolvimento Industrial: corresponde á 2ª Revolução Industrial,

entre os anos de 1860 e 1914. Surge o capitalismo financeiro, com os grandes

bancos e instituições financeiras, ao lado de uma espetacular ampliação dos

mercados.

• Fase do gigantismo industrial: é a fase situada entre as duas Grandes

Guerras Mundiais – entre 1914 e 1945 -, nas quais se utilizam organização e

tecnologia avançada para fins bélicos. Fase que compreende a depressão

econômica de 1929, e onde as empresas atingem grandes proporções.

• Fase Moderna: fase mais recente vai de 1945 a 1980, marcando uma nítida

separação entre os países desenvolvidos (industrializados), subdesenvolvidos (não

industrializados) e os países em desenvolvimento. O desenvolvimento tecnológico

surpreende e se torna mais rápida a sua utilização para fins comerciais, através de

produtos e processos mais sofisticados.

• Fase da incerteza: fase após 1980, carregada de desafios, ameaças e

adversidades as empresas. Nesta fase a o ambiente externo se caracteriza por uma

complexidade e mutabilidade que as empresas não conseguem decifrar e interpretar

adequadamente.

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2.3 Responsabilidade Social

A responsabilidade social diz respeito ao critério da tomada de decisão e/ou

da ética, em que pese na relação, quem é afetado e como a pessoa que toma a

decisão gostaria de ser tratada em situação semelhante, sendo que a ética, por sua

vez, se refere a traduzir valores em ação (GRAJEW, 2000).

Tal comportamento remete-nos ao antigo preceito cristão fazei a outrem o que

quereis que vos façam. Câmara (2006) comenta que a partir do momento em que o

indivíduo passa a se enxergar como reflexo do outro, a existência ética possibilita o

respeito e a valoração do ser humano.

Neste sentido, é importante a consideração da existência do indivíduo, ao

mesmo tempo, na esfera pessoal (subjetiva) e social. A partir da tomada de

consciência de si mesmo como responsável pelas condições nas quais se dá a

existência do outro e com a superação da racionalidade estritamente funcional, há a

chance de uma vida associada mais digna e verdadeiramente humana.

Trata-se, de repensar os valores que são propostos e/ou impostos aos

indivíduos pelas organizações e também nas relações entre os próprios indivíduos.

Isso poderá se dar através da assunção do papel da organização e do indivíduo,

ambos como sujeitos éticos.

Cabral (2005) considera que a responsabilidade social apresenta-se como um

conceito ambivalente e contraditório, pois, por um lado, convoca grupos diversos da

sociedade para o enfrentamento da desigualdade social e, por outro, evidencia o

risco de transferência entre a responsabilidade dos indivíduos e do Estado. Isso

poderá provocar na sociedade ações com conseqüências integradoras e

desintegradoras, pois ela tanto pode excluir quanto incluir.

Refutando a tal risco, o autor sugere que seja preciso pautar as ações de

responsabilidade social com visão de médio e longo prazo contra as diferentes

formas de exclusão social e em consonância com os valores culturais e éticos.

Como pressuposto para a efetivação das ações comunitárias, a regeneração

dos laços coletivos pela resposta individual seria um norte, em que cada um deve

iniciar uma luta cotidiana contra a exclusão, refletindo sobre o tema e agindo

diariamente com decisões que diminuam o sofrimento e a exclusão do outro.

Makray (2000) afirma que a “responsabilidade pelo todo é uma atitude que

envolve pessoas e organizações na construção coletiva de uma realidade que

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interessa a todos e respeite o direito das futuras gerações a uma vida significativa”.

Cabe destacar que a responsabilidade pelo todo só poderá se dar a partir do

indivíduo, pois responsabilidade não se delega, ela é pessoal e individual. Ela se

confronta com várias ordens heterogêneas, de lógicas e necessidades próprias, e

por isso, a decisão da responsabilidade envolve assumir o poder que se tem, sem

confundir cada uma das ordens.

E se a responsabilidade é individual, Comte-Sponville (2005) defende que não

há fundamentos para se falar em ética empresarial ou moral empresarial, visto que

uma empresa não tem nem moral, nem deveres, nem ética. Uma empresa possui

contabilidade, clientes, objetivos, interesses e obrigações. E por não existir moral e

ética da empresa, deve haver moral e ética na empresa.

Portanto, a ética e a moral é de responsabilidade dos mediadores da

organização, dos dirigentes e colaboradores que trabalham na empresa.

O que há de realidade no meio empresarial, portanto, é a decisão interior de

um indivíduo ou grupo de indivíduos de agir pelo coletivo. Contudo, uma vez dado

esse passo inicial, o processo torna-se participativo porque surgem novos

interlocutores que também desejam participar do processo.

Como resultado, poderá ocorrer, em curto prazo, a conscientização crescente

de que o individuo é responsável pelo tipo de sociedade em que está inserido. Em

médio prazo, a viabilização de resultados em áreas críticas para o bem estar da

coletividade. E em longo prazo, a formação de alianças entre empresas públicas,

privadas e não-governamentais para ações efetivas de cidadania e a transformação

de mentalidades vigentes (MAKRAY, 2000).

Num sentido amplo, a responsabilidade social abrange toda a sociedade e

suas organizações, por meio de todos os sujeitos que nela atuam. Devido a isso,

muitas organizações têm se preocupado com esta questão, entre elas as

organizações empresariais.

Neste contexto, no sentido restrito da responsabilidade social, podem-se

verificar vários movimentos das empresas nesta direção, o que pode ser

denominado responsabilidade social empresarial.

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2.4 Responsabilidade Social Empresarial

Nos países desenvolvidos, a preocupação do empresariado com o bem estar

da sociedade é uma prática bastante difundida. No Brasil, em relação a esses

países, ela ainda é tímida.

No entanto, percebe-se um movimento crescente de empresas brasileiras que

estão assumindo responsabilidades em relação aos seus “stakeholders”, pois cada

vez mais essas empresas estão se defrontando com a necessidade de incorporar a

responsabilidade social aos seus objetivos de lucro. “Para elas, ação socialmente

responsável já se transformou em estratégia corporativa, deixando para trás o

estágio de mera tendência.” (TREVISAN, 2002)

De acordo com Alves (2003), a origem da idéia de responsabilidade social

empresarial remonta ao final do século XIX e início do século XX. Alves (2003)

aponta como um dos pioneiros no assunto Andrew Carnegie, que publicou em 1889

nos Estados Unidos da América a obra O evangelho da riqueza, na qual concebe

que o principio da responsabilidade social baseia-se na premissa de que as

organizações são instituições sociais, ressaltando dois princípios básicos relativos à

responsabilidade social da empresa: o da caridade e o do zelo.

De acordo com o principio de caridade, na visão de Alves (2003), os mais

afortunados da sociedade deviam cuidar dos demais, especialmente, dos

desempregados, doentes, pobres e das pessoas deficientes. Tal obrigação não

cabia à empresa, mas ao indivíduo, que deveria decidir quanto à caridade que

pretendia praticar. Com relação ao principio de zelo, defendia o entendimento de as

empresas e os indivíduos ricos, como depositários de sua propriedade, podiam

utilizar seus bens para qualquer finalidade considerada legítima pela sociedade.

Mudanças rápidas no último século, visando rediscutir o modelo social ora

vigente, apresentam-se também na forma de metodologias empresariais com

abordagem multidisciplinar.

Isto pode ser percebido na elaboração das leis e construção da democracia,

na busca em se manter em ambiente competitivo, através dos mecanismos de

controle, a existência de consumidores exigentes por causa do próprio avanço do

conceito de cidadania, bem como de toda a vigilância da sociedade civil, impondo

maiores preocupações às ações empresariais.

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Essa mudança nos valores das organizações está sendo impulsionada,

sobretudo, pela sociedade que passa a fiscalizar e a cobrar uma postura

transparente e íntegra das empresas. Isso de dá, principalmente porque os

consumidores passam a ser cada vez mais exigentes, e as organizações, na busca

de atender ao mercado e às novas tecnologias, acabam por se adequar às

mudanças.

Contribui para isto a tendência da internacionalização das organizações, já

que o processo de globalização atinge as organizações, de modo mais amplo com

sua atuação global, repercutindo também na esfera local.

Na visão de Parker (1998), se por um lado, essas mudanças trazem consigo a

tendência de uma responsabilidade maior quanto à atuação da organização, haja

vista seu poder ser disseminado pelo mundo todo, por outro lado, essas demandas

podem confundir a distinção entre a necessidade humana e a prática empresarial,

entre o econômico e o social, entre negócios e política.

Diante das atuais mudanças, percebe-se uma nova ordem social. No mundo

empresarial a responsabilidade social é vista como uma nova estratégia para

aumentar seu lucro e potencializar seu desenvolvimento. Essa tendência decorre,

porém, da maior conscientização do consumidor e conseqüente procura por

produtos e práticas que gerem melhoria para o meio ambiente ou comunidade,

valorizando aspectos éticos ligados a cidadania (ASHLEY, 2003).

A adoção de posturas éticas pelas organizações não parece mais do que sua

obrigação, em se tratando de respeito ao meio ambiente, às pessoas e outras

organizações. Contudo, a posição em favor da ética nos negócios não é

unanimidade no meio empresarial, onde muitos gestores acreditam ser a empresa

um ente desprovido de moral, à parte do todo em que se insere, e, assim,

desprovido de consciência ou questionamentos éticos.

A ética é uma questão de caráter da pessoa, não se estendendo à empresa.

(NASH, 2001). De toda forma, a ética nos negócios não representa um compromisso

com a transformação social ou com outros objetivos que não o lucro, mas é um

primeiro passo para a compreensão de outro papel da empresa, diferente da idéia

de um ser desarticulado do todo social.

Se o lucro aqui ainda não é meio para promoção do bem-estar social (e não

apenas dos acionistas), já não é visto como único elemento relevante no mundo

empresarial (SOLOMON, 1997).

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Para o melhor entendimento sobre a RSE, necessário se faz apreciar a base

teórica que a sustenta, sua evolução perante o setor privado e os organismos

envolvidos, e as dimensões que a RSE abrange no setor privado.

Segundo Tachizawa (2002), este movimento, que só tende a crescer no meio

organizacional, tem sua origem na Escola das Relações Humanas, quando surgem

os primeiros indícios de preocupações que iriam mais tarde desencadear na

responsabilidade social empresarial (RSE).

A responsabilidade social tem sua fundamentação na teoria da contingência,

na teoria institucional e na própria responsabilidade social empresarial. Na Teoria

das Contingências, as variáveis situacionais são responsáveis pelo comportamento

da organização, desencadeando na dimensão política, a importância dos atores

individuais e coletivos no funcionamento das organizações.

As proposições centrais dessa teoria envolvem o relacionamento entre

membros (autoridade e subordinação), padrões de tomada de decisão como, a

descentralização, englobando tanto a organização formal como a não oficial e

informal.

A organização é vista como se adaptando ao seu ambiente e assim, cada

estrutura pode ser ótima dependendo do objetivo da organização. Esta teoria

sustenta que a estratégia leva à estrutura e as contingências, tendo a inovação

como principal fator contingencial, influencia as estratégias organizacionais, embora

haja um grau considerável de escolha, chamada de escolha estratégica

(DONALDSON, 1998).

A Teoria Institucional considera os aspectos sociais e culturais do

desenvolvimento em geral. Segundo esta teoria, é a pressão institucional que instiga

a empresa a adotar o isomorfismo dos comportamentos similares. Ou seja, a

tipificação das ações tornadas habituais por alguns atores institucionaliza um

processo central na criação e perpetuação dos grupos sociais (NAGUIB, 2006).

O foco dessa teoria está na dinâmica da mudança social, na medida em que a

institucionalização como um processo, permitirá especificar o impacto de maior

número dos aspectos sociais da tomada de decisão (TOLRBERT; ZUCKER, 1998).

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2.5 Responsabilidade Social no Mundo

Tenório (2004) desenvolve o histórico da responsabilidade social empresarial

baseado sob duas óticas. A primeira que compreende o início do século XX, até a

década de 1950, caracterizado pela sociedade industrial. O segundo período

estende-se de 1950, até os dias atuais, incorporado pela sociedade pós-industrial.

A idéia da responsabilidade social empresarial nasceu a partir de reflexões

especialmente norte-americanas direcionadas para a determinação da função da

empresa em relação à sociedade no contexto social, político e econômico das

primeiras décadas do século XX. (GRAHAM, 1997).

A responsabilidade social empresarial tornou-se evidente em 1919, com o

julgamento na justiça Americana do caso Henry Ford, presidente e acionista

majoritário da Ford Motor Company, e seu grupo de acionistas liderados por John e

Horace Dodge, que naquela época contestavam a idéia de Ford.

Em 1916, argumentando a realização de objetivos sociais, Ford decidiu não

distribuir parte dos dividendos aos acionistas e investiu na capacidade de produção,

no aumento de salários e em um fundo de reserva para a diminuição esperada de

receitas devido à redução dos preços dos carros.

A suprema corte de Michigan decidiu a favor de Dodges, entendendo que as

corporações existiam para o beneficio de seus acionistas e que os diretores

precisam garantir o lucro, não podendo usá-lo para outros fins. (ASHLEY, 2000).

Ashley et al. (2005) também afirma que depois dos eventos da Grande

Depressão e da Segunda Guerra Mundial, a idéia de que as empresas deveriam

apenas responder aos acionistas recebeu críticas. Segundo Berle e Means (1991

apud ASHLEY et al. , 2005, p.46) “os acionistas eram passivos proprietários que

abdicavam de controle e responsabilidade em favor da diretoria da corporação.”

Em 1953 outra ação foi julgada nos EUA – o caso A. P. Smith Manufacturing

Company versus Barlow, focando o tema da gestão da responsabilidade corporativa.

Neste caso, a análise da Corte de Nova Jersey, referente a inclusão da organização

da sociedade e suas responsabilidades, foi partidária à doação de recursos a

Universidade de Princeton, opostamente aos interesses de um grupo de acionistas.

A justiça decidiu que a organização pode proporcionar o desenvolvimento social

constituindo em lei a filantropia corporativa. (MCINTOSH et al,: 2001)

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No começo da década de 1960, o tema responsabilidade social corporativa

ganha popularidade nos Estados Unidos. Os problemas sócio-econômicos as

transformações sociais preparam o campo para aceitação da idéia. Os movimentos

ecologistas, os movimentos feministas e a defesa das minorias étnicas denunciam a

atuação discriminatória das empresas.

As idéias de responsabilidade social empresarial chegam à Europa Ocidental,

oriundas de notícias de jornais e artigos de revistas que levantavam a novidade no

meio empresarial americano. A doutrina se difunde nos meios acadêmicos e

empresariais, levando entidades a patrocinarem pesquisas na área. (DUARTE;

DIAS, 1986).

Com a retomada da ideologia liberal em 1980, as idéias de responsabilidade

social empresarial receberam algumas mudanças. Nesse contexto o mercado é o

principal responsável pela regulação e fiscalização das atividades empresariais. O

consumidor poderia fiscalizar também ao boicotar produtos que desrespeitem os

direitos ou poluam o meio ambiente. (TENÓRIO, 2004).

2.6 Responsabilidade Social no Brasil

No Brasil a responsabilidade social começou a ser discutida em 1960, com a

criação da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE). Esta

associação tinha como principio básico a idéia de que a empresa possui não apenas

a função de produzir bens e serviços mas também a função social, que deve ser

realizada em nome dos trabalhadores e do bem estar da comunidade (FREIRE,

1999).

De acordo com Freire (1999), apenas em 1977, embora a idéia já motivasse

discussões, a RS mereceu destaque a ponto de ser tema central do 2º Encontro

Nacional de Dirigentes de Empresas.

Contudo foi apenas na década de 1990, que o movimento da

responsabilidade social empresarial ganhou forte impulso no Brasil, por meio da

ação de entidades não governamentais, institutos de pesquisa e empresas que

estavam sensibilizadas para a questão.

Em 1922, o Banco do Estado de São Paulo (BANESPA), publicou um relatório

completo, divulgando todas as suas ações sociais e a partir disso, segundo Caetano

e Fistarol (2004), muitas empresas de setores diversos passaram a levar a sério a

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questão social e a divulgar balanços e relatórios das ações que foram realizadas em

relação à comunidade, ao meio ambiente e aos seus funcionários.

Em 1993 surge o marco inicial da aproximação das empresas com as ações

sociais, através do sociólogo Herbert de Souza juntamente com o Instituto Brasileiro

de Análises Sociais (IBASE), os quais lançaram a Campanha Nacional da Ação da

Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. Esta campanha convocou os

empresários a um maior engajamento e participação na promoção de melhorias de

vida da sociedade.

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social foi fundado em

1998 por Oded Grajew, com o objetivo de reunir empresas preocupadas em praticar

suas atividades de maneira ética e com Responsabilidade Social, disseminando a

prática social por meio de publicações, experiências vividas, contribuindo para o

desenvolvimento sustentável e incentivando a formação de uma cultura dos

negócios fundada na ética, princípios e valores morais.

O assunto Responsabilidade Social vem ganhando evidência na mídia

nacional, assim como proliferam debates, seminários, prêmios e publicações

relacionados a ele. Contudo, devido à inconsistência teórica do próprio tema

Responsabilidade Social, o trabalho exercido pela mídia o distorce, chegando a

fragilizá-lo. Assim Fischer (2003, p. 14) destaca que:

[...] essa excessiva exposição pode levar a uma mistura de ‘alhos com bugalhos’, na qual quaisquer tipos de iniciativas podem ser catalogadas como atuação social, quando nada mais são do que instrumentos de marketing institucional e/ou da política de benefícios da empresa.

Atualmente, muitas empresas no Brasil realizam ações sociais, porém, os

empresários, em sua grande maioria, consideram que as suas empresas possuem

dimensões sociais e econômicas bem definidas. Contudo, a dimensão social só

pode ser planejada após uma condição econômica satisfatória. (PASSADOR, 2002).

A prática de Responsabilidade Social precisa ser cada vez mais incentivada e

ampliada. O Ibase e o Instituto Ethos acreditam que a parceria entre empresas,

governo e sociedade seja fundamental para reduzir a pobreza e a injustiça social.

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2.7 Teoria dos Stakeholders

Uma organização é cercada por agentes que influenciam os negócios ou são

influenciados pelos negócios da empresa. A teoria Sistêmica já afirma que uma

organização é um sistema dinâmico e aberto, onde freqüentemente sofre ou provoca

interferência. Logo um importante passo para a organização que pretende tornar-se

socialmente responsável é identificar e envolver os stakeholders em seus processos

O termo stakeholder é uma palavra oriunda do idioma, inglês que pode ser

traduzido como interessados ou público interessado, embora, é freqüentemente

utilizado na própria língua inglesa em nossa literatura.

Segundo Stoner e Freeman (1999) os stakeholders são grupos ou indivíduos direta

ou indiretamente afetados pela busca de uma organização por seus objetivos.

Na mesma linha Hitt (2003, p.28) define stakeholders como: “[...] os indivíduos

e grupos capazes de afetar e de serem afetados pelos resultados estratégicos

alcançados e que possuam reivindicações aplicáveis e vigentes a respeito do

desempenho da empresa.” Observa-se nestes dois conceitos que as organizações

para alcançarem seus objetivos, acabam afetando e sendo afetadas direta ou

indiretamente por diversos públicos.

Os públicos interessados podem ser funcionários, fornecedores, credores,

acionistas, gestores, comunidade, governo, clientes, dentre outros. Waddock e

Bodwell (2007) dividem os stakeholders em dois grupos: primários e secundários. Os

stakeholders primários representam o grupo necessário para a existência da

empresa, estes podem ser representados pelos acionistas, empregados, clientes e

fornecedores. Já os secundários são os grupos indiretamente afetados ou que

indiretamente afetam as atividades da companhia, podendo ser composto pela

comunidade, governo e organizações não governamentais.

Corroborando Orchis et al (2002, p. 56), ressalta as partes interessadas na

organização:

Como o relacionamento ético da empresa com todos os grupos de interesse que influenciam ou são compactos pela sua atuação (stakeholders) assim como o respeito ao meio ambiente e investimento em ações sociais. Stakeholders são os grupos que se relacionam, afetam ou são afetados pela organização e suas atividades. Os stakeholders são compostos por acionistas, empregados, fornecedores, concorrentes, governo, comunidade, sociedade, grupos e movimentos.

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Toda organização é uma expansão da sociedade e, para tanto não pode

continuar a viver isolada. Sofre todo tipo de influência do meio social em que está

inserida, mas também pode influenciar, por conseguinte, procurando interagir com

as partes interessadas do seu negócio através do atendimento das expectativas dos

mesmos. Não apenas referente ao interesse econômico de seus acionistas, mas sua

atuação na sociedade. (CERQUEIRA, 2006).

O relacionamento da empresa com os denominados stakeholders e o meio

ambiente deve estar de acordo com seus valores, políticas, cultura e visão

estratégica. Por outro lado também, o desenvolvimento da comunidade em que está

inserida, a preservação do meio ambiente, uma comunicação transparente interna e

externa, o investimento no ambiente de trabalho, no bem estar dos funcionários, o

retorno dos acionistas, a satisfação dos clientes e a sinergia com os stakeholders

são exemplos de ações que caracterizam responsabilidade social empresarial.

(MELO NETO & FRÓES, 2001).

Entender o que os stakeholders pensam sobre a empresa é fundamental para

mover a empresa à frente. Deste modo o feedback recebido do engajamento dos

stakeholders é essencial para a empresa melhorar seu processo de

responsabilidade social.

O processo de engajamento entre empresa e stakeholders possui alguns

passos chaves como descrevem Waddock e Bodwell (2007, p.69, tradução livre):

1. Determinar como mover a companhia para uma interativa ou empenhada

posição de respeito com os stakeholders;

2. Identificar os importantes stakeholders e grupos de stakeholder

3. Desenvolver um processo de engajamento de stakeholders. Este processo

inclui estabelecer uma apropriada comunicação de mão dupla de canais e sistemas

que permitam stakeholders se engajarem e serem engajados em um processo

mutuo de solução de problemas e clarificação e resolução de assuntos;

4. Comunicar resultados ao stakeholders e mantê-los engajados todo o tempo

sem desgastar sua afeição.

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2.8 Instituto Ethos

A valorização da responsabilidade social empresarial no Brasil só teve um

grande impulso recentemente, a partir da década de 1990, motivada pela a

importante participação de entidades não governamentais preocupadas com a

questão. Entidades estas que procuram promover e disseminar a utilização de

práticas sócio-responsáveis.

Uma destas organizações não governamentais é o Instituto Ethos de

Empresas e Responsabilidade Social. O Instituto Ethos, como é mais conhecido, foi

fundado em 1998 com a missão de mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a

gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na

construção de uma sociedade sustentável e justa. (INSTITUTO ETHOS, 2007).

Idealizado por empresários e executivos provenientes do setor privado, o

Instituto Ethos tornou-se um pólo de organização de conhecimento, troca de

experiências e desenvolvimento de ferramentas que auxiliam as empresas a analisar

suas práticas de gestão e aprofundar seus compromissos com a responsabilidade

corporativa. Hoje o instituto é referência internacional na sua área de atuação.

O Instituto Ethos também segue a tendência da Responsabilidade Social

enquanto compromisso social, ao encará-la além dos programas e projetos sociais,

mas como uma forma de gestão, voltada para a consecução de metas relacionadas

com a justiça social e a sustentabilidade sócio-ambiental:

Responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. (ETHOS, 2007).

O Instituto Ethos trabalha em parceria com diversas entidades em todo o

mundo, buscando incentivar empresas a alcançarem sucesso em seus negócios

aliado às práticas que respeitem pessoas, comunidade e o meio ambiente.

No Brasil, seus 1247 associados têm um faturamento anual correspondente a

aproximadamente 35% do PIB nacional e empregam cerca de dois milhões de

pessoas. Seus associados são desde pequenos empresários até grandes

corporações.

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No entanto, para buscar fortalecer o movimento pela responsabilidade social

no Brasil o Instituto Ethos desenvolveu os Indicadores Ethos. Trata-se de uma

ferramenta de auto-diagnóstico cuja principal finalidade é auxiliar as empresas a

gerenciarem os impactos sociais e ambientais decorrentes de suas atividades.

Os Indicadores Ethos funcionam como instrumentos para a auto-avaliação

das práticas empresariais além de ser uma ferramenta de gestão e planejamento

ajudando na construção das políticas de responsabilidades sociais. (INSTITUTO

ETHOS, 2007).

Os Indicadores Ethos têm como base um questionário de avaliação. Ele é um

instrumento de diagnóstico da situação específica da empresa, indicando o grau de

efetivação da responsabilidade social em suas atividades. O diagnóstico abrange

sete temas: Valores e Transparência, Comunidade Interna, Meio Ambiente,

Fornecedores, Consumidores, Comunidade e Governo e Sociedade.

O Instituto Ethos define de uma forma muito simples os indicadores Ethos:

a) Valores e transparência:

- Auto-regulação da conduta: compromissos éticos- enraizamento na cultura

organizacional;

- Relações transparentes com a sociedade: diálogo com as partes interessadas

(stakeholders)- relação com a concorrência – balanço social.

b) Governo e sociedade:

- Transparência política: contribuição para campanhas políticas - políticas

anticorrupção e antipropina;

- Liderança social: liderança e influência social - participação em projetos sociais

governamentais.

c) Público interno:

- Dialogo e participação: relações com sindicatos – gestão participativa-

participação nos resultados e bonificações;

- Respeito ao individuo: compromisso com o futuro das crianças - valorização da

diversidade;

- Respeito ao trabalhador: comportamento diante das demissões – compromisso

com o desenvolvimento profissional e a empregabilidade - cuidados com saúde,

segurança e condições de trabalho - preparação para aposentadoria.

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d) Meio ambiente:

- Gerenciamento do impacto ambiental: gerenciamento do impacto no meio ambiente

e do ciclo de produtos e serviços - minimização de entradas e saídas de materiais;

- Responsabilidade diante das gerações futuras: comprometimento da empresa com

a causa ambiental - educação ambiental.

e) Fornecedores:

- Seleção, avaliação e parceria com fornecedores: critérios de seleção e avaliação

de fornecedores – trabalho infantil na cadeia produtiva - relações com trabalhadores

terceirizados – apoio ao desenvolvimento de fornecedores.

f) Consumidores - clientes:

- Dimensão social do consumo: política de marketing e comunicação – excelência do

atendimento – conhecimento dos dados potenciais dos produtos e serviços.

g) Comunidade:

- Relações com a comunidade local: gerenciamento do impacto da empresa na

comunidade de entorno – relações com organizações locais;

- Ação social: gestão da ação social – foco e alcance da ação social- integração

entre empresa e ação social;

- Trabalho voluntariado: estímulo ao voluntariado.

Empresas de todos os portes estão fazendo uso destes indicadores para

identificar o grau de responsabilidade social em suas atividades. Os Indicadores

Ethos tornaram-se uma importante ferramenta de diagnóstico para empresários

comprometidos com a busca de uma gestão responsável. Este trabalho procura se

inspirar nos Indicadores Ethos focando-se principalmente nos indicadores de

comunidade, público interno e meio ambiente para a melhor elaboração da pesquisa

de campo.

Para o Instituto Ethos (2007), o tema “valorizar os empregados e

colaboradores” refere-se ao fato de que a empresa socialmente responsável não

deve se limitar a respeitar os direitos dos trabalhadores, consolidados na legislação

trabalhista e nos padrões da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Além

disso, a empresa deve investir no desenvolvimento pessoal e profissional de seus

empregados, bem como na melhoria das condições de trabalho e no estreitamento

de suas relações com os mesmos. Também deve estar atenta para o respeito às

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culturas locais, revelado por um relacionamento ético e responsável com as minorias

e instituições que representam seus interesses.

Para responder a outro tema contemplado pelo Ethos (2007), a empresa

socialmente responsável envolve-se com seus fornecedores e parceiros, cumprindo

os contratos estabelecidos e trabalhando pelo aprimoramento de suas relações de

parceria. A empresa deve conscientizar-se de seu papel no fortalecimento da cadeia

de fornecedores, atuando no desenvolvimento dos elos mais fracos e na valorização

da livre concorrência.

Um dos temas contemplados nos Indicadores Ethos se refere aos valores e

princípios éticos, o que segundo Ethos (2007), formam a base da cultura de uma

empresa, orientando sua conduta e fundamentando sua missão social. A intenção é

que a adoção de uma postura clara e transparente quanto aos objetivos e

compromissos éticos da empresa acaba por fortalecer a legitimidade social de suas

atividades, refletindo-se positivamente no conjunto de suas relações.

Os Indicadores Ethos ressaltam que a empresa tem que assumir o seu papel

enquanto formadora de cidadãos. Neste sentido, programas de conscientização para

a cidadania e importância do voto para seu público interno e comunidade de entorno

são um grande passo para que a empresa possa alcançar um papel de liderança na

discussão de temas como participação popular e corrupção (ETHOS, 2007).

Para o Instituto Ethos (2007) a organização deve fazer mais pelo meio

ambiente, a empresa deve criar um sistema de gestão que assegure que ela não

contribua com a exploração predatória e ilegal das florestas.

A comunidade é a responsável pela viabilização dos negócios da empresa, já que é

ela que fornece infra-estrutura e capital social e, portanto é justo retribuir com

benefícios para a comunidade. (ETHOS, 2007).

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3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

A palavra “Método” tem sua origem na união dos termos gregos: meta

(através, por meio de) e hodos (caminho), originando a expressão methodos, ou

seja, trata-se do caminho pelo qual se chegará a um determinado fim.

De acordo com Demo (1985, p. 19), “a metodologia é uma preocupação

instrumental. Trata das formas de se fazer ciência. Cuida dos procedimentos, das

ferramentas, dos caminhos”. Partindo dessa perspectiva, a presente seção tem por

objetivo descrever os procedimentos que orientaram esta pesquisa, ou seja, “como

se planejou conduzir a investigação de modo a atingir o objetivo e/ou a responder às

questões propostas” (ALVES-MAZZOTTI e GEWANSZNAJDER, 1999, p. 149).

Os resultados obtidos ao longo do projeto se basearam em determinadas

técnicas e metodologias, visando um correto levantamento e análise dos dados

levantados, já que a ciência tem como objetivo fundamental chegar à veracidade dos

fatos. Gil (2007).

3.1 Tipologia da Pesquisa

A presente pesquisa caracterizou-se como exploratória, em sua primeira

etapa, e descritiva, na etapa seguinte. A pesquisa exploratória tem como principal

finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, visando

proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a

construir hipóteses.

Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram

experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que

estimulem a compreensão.

Também conhecida como Pesquisa Bibliográfica, a Pesquisa Exploratória é

desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e

artigos científicos. A principal vantagem da Pesquisa Exploratória reside no fato de

permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla

do que aquela que poderia pesquisar diretamente. (GIL, 1991).

Já a pesquisa descritiva refere-se ao levantamento de informações e está

interessada em descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los,

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classificá-los e interpretá-los. Desta forma deseja conhecer a sua natureza, sua

composição, processos que o constituem ou nele se realizam. (RUDIO, 1986).

Uma de suas características mais significativas é a utilização de técnicas

padronizadas de coletas de dados, tais como o questionário, a observação

sistemática e instrumentos como a observação e o formulário.

Quanto à abordagem, utilizou-se as abordagens quantitativa e qualitativa,

considerando-se a relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um

vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não

pode ser traduzido em números (GIL, 1991).

O método utilizado foi à pesquisa-diagnóstico, a qual, segundo Roesch (1995)

apresenta um conjunto de técnicas e instrumentos de análise que permitem não só o

diagnóstico, como também a racionalização dos sistemas. O método não acarreta

um custo muito alto, porém é dificultada dado o problema de confidencialidade dos

dados ou desconfiança do empresário em abrir informações para os estagiários.

A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no

processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas

estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o

pesquisador é o instrumento chave. (GODOY, 1995).

A base para a elaboração do diagnóstico, e conseqüente proposta, teve como

base os indicadores Ethos de Responsabilidade Social.

3.2 Sujeito de Estudo

O presente trabalho de pesquisa foi realizado na vidraçaria VIDROFORT,

utilizando-se os indicadores de auto-avaliação quanto à Responsabilidade Social,

elaborados pelo instituto Ethos para verificar o nível de aderência da filosofia da

Responsabilidade Social nas principais práticas adotadas pela empresa, na visão de

seus gestores.

A amostra utilizada foi do tipo intencional e não probabilística, tendo sido

entrevistados os três diretores que compõem o quadro societário da empresa. A

amostra intencional caracteriza-se quando o pesquisador se interessa na opinião de

determinados elementos da população, que teriam a capacidade de influenciar a

opinião das demais pessoas do local, representando visões de grupos específicos.

(LAKATOS e MARCONI, 1996).

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A mesma apresentou-se como não probabilística por não apresentar regras

de probabilidade para definir os participantes da amostra, onde, cujos membros, não

são facilmente identificados. (LAKATOS e MARCONI, 1996).

3.3 Instrumentos de Pesquisa

Para a coleta de dados utilizou-se o questionário estruturado, disponibilizado

pelo Instituto Ethos-Sebrae, o qual foi elaborado visando o auto-diagnóstico quanto

ao nível de aderência da organização à filosofia da responsabilidade social.

Este questionário foi desenvolvido pelo Instituto Ethos em parceria com o

SEBRAE para se aplicar as pequenas e micro empresas, diferenciando do

questionário do Instituto Ethos que foi elaborado para toda e qualquer empresa

disposta a responder o questionário.

O questionário de avaliação aplicado na empresa, esta dividido em sete

grandes temas, a saber: Valores, Transparência e Governança; Publico Interno;

Meio Ambiente; Fornecedores; Consumidores e Clientes; Comunidade; Governo e

Sociedade.

Os temas são divididos em 36 indicadores, obedecendo à seguinte estrutura:

a) Pergunta-Chave: reflexão sobre qual é o nível de adequação de determinada

pratica na gestão da empresa.

b) Perguntas Binárias: relacionados ao tema, contêm elementos de validação e

aprofundamento sobre o tema e contribuem para a compreensão de quais praticas

devem ser incorporadas a gestão de negócios.

c) Perguntas Quantitativas: levantamento sistemático de dados úteis no

monitoramento interno da empresa.

d) Espaço para Anotações de Planejamento: espaço reservado para anotações

sobre formas adequadas de a empresa lidar com a situação abordada no indicador.

Decidiu-se pela utilização das perguntas chaves apenas, por entender-se que

estas abordam as questões relevantes para atingir-se o objetivo geral do trabalho.

Uma vez que o pesquisador faz parte do quadro de colaboradores da

empresa, ficou facilitada a aplicação dos questionários, além da observação

participante.

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O pesquisador seguiu um conjunto de questões previamente definidas, em

um contexto muito semelhante ao de uma conversa informal, com base na literatura

disponível sobre o tema, além das questões constantes no questionário para auto-

avaliação elaborado pelo Instituto Ethos.

A segunda etapa do trabalho foi realizada através do tratamento, análise e

interpretação dos dados coletados, elaborando-se o diagnóstico e as propostas

fazendo-se uma ligação com os objetivos da pesquisa.

3.4 Apresentação e análise dos dados

De acordo com Roesch (2007), o tratamento, a análise e a apresentação dos

dados são formas de avaliá-los e verificar se são confiáveis. Para Gil (1994), a

análise tem como objetivo organizar e sumarizar os dados de forma tal que

possibilite o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação na

interpretação desses dados. O objetivo é procurar o sentido mais amplo das

respostas e análises, o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos

anteriores obtidos.

Os dados foram tratados, analisados e apresentados em forma de texto,

tabelas, figuras, quadros, concluído através de um diagnóstico da situação atual. Os

dados levantados foram confrontados com os dados obtidos na pesquisa realizada

no ano de 2007 e as propostas feitas com a base teórica do presente trabalho,

assim como as orientações oferecidas no site do Instituto Ethos para fins do

diagnóstico apresentado.

3.5 Limitações da Pesquisa

O principal fator limitante para a pesquisa foi à falta de informações dispostas

formalmente pela empresa, sendo todos os processos de tomada de decisão

centralizados nas mãos do sócio-gerente que prefere não disseminar as

informações.

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4 RESULTADOS OBTIDOS

A Vidraçaria Visual Design Vidros, mais conhecida como Vidrofort foi fundada

no final de 1989, na cidade de Itapema, principalmente baseada em uma amizade

que começara no Rio Grande do Sul, mais precisamente na cidade de Lagoa

Vermelha. É de lá que saíram os dois principais personagens da história dessa

empresa, os senhores Altemir Marini e Denildo Picolotto.

Ambos trabalhavam nesta área na mesma cidade, antes de tomarem a

decisão de deixar a cidade e rumar ao litoral catarinense. Junto com as suas

esposas abriram a Vidrofort, com uma estrutura bastante pequena, onde eles

mesmos realizavam o beneficiamento do vidro e a sua colocação.

Com o passar dos anos, e o desenvolvimento da região, principalmente

devido ao crescimento do setor da construção civil, a empresa hoje tem um porte

grande em relação ao que diz respeito do setor vidreiro.

A empresa Vidrofort atua no comércio de vidros comuns, temperados,

laminados, box, espelhos, tampos de mesas e principalmente fachadas e

fechamento de sacadas.

Hoje compreende uma área de 1.500 metros quadrados, localizada as

margens da BR 101, contando com 45 colaboradores aproximadamente.

No ano de 2008 a Vidrofort passou pela avaliação de Responsabilidade Social

com base no questionário do Instituto Ethos - SEBRAE 2007, a fim de conhecer qual

era o nível apresentado pela empresa de Responsabilidade com a sociedade.

A pesquisa teve âmbito acadêmico, e foi feita pelos acadêmicos Luka Perrone

Marques e Pablo Vinicios Dos Santos Fernandes, estudantes do curso de

Administração, na disciplina de Responsabilidade Social, ministradas pelo professor

Alexandre de Ávila Leripio da Universidade do Vale do Itajaí.

Abaixo é apresentada a estrutura da organização, através do seu

organograma:

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Figura 1: Organograma da Vidrofort

Fonte: Vidrofort.

4.1 Resultados de 2007

Visando atender ao primeiro objetivo específico, serão apresentados a seguir

os resultados da pesquisa realizada no ano de 2007.

Naquele ano de 2007 a Vidrofort passou pela mesma experiência em

responder o questionário do Instituto Ethos - SEBRAE, a fim de avaliar o nível de

Responsabilidade Social praticada pela empresa.

Os resultados obtidos pela empresa a partir da pesquisa realizada naquele

ano serão utilizados para uma comparação com os dados obtidos no ano de 2010,

para se conhecer o nível de responsabilidade social praticado pela empresa

atualmente.

Assim, segue abaixo a tabela com a avaliação obtida através do questionário

respondido pela empresa:

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Quadro 1: Detalhamento das notas, ano 2007

Fonte: Instituto Ethos

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Através do quadro acima é possível ter uma visão geral quanto à aderência

da Vidrofort às práticas de Responsabilidade Social no ano de 2007, nos mais

variados temas. Deve-se salientar a comparação da empresa com a média de grupo

do Benchmark, configurado pela média das 10 empresas que apresentam as

melhores notas em todo o Brasil, no questionário proposto pelo Instituto Ethos.

Neste detalhamento pode-se destacar que a empresa não demonstrava uma

preocupação freqüente com assuntos relacionados à Responsabilidade Social.

Abaixo o quadro 2 apresenta o desempenho individual da Vidrofort, no ano de

2007, o qual demonstra melhor a avaliação feita pelo Instituto Ethos:

Quadro 2: Desempenho Individual Vidrofort, ano 2007

Fonte: Instituto Ethos

O quadro realça que dois pontos apresentavam-se como muito negativos em

seu desempenho. A Vidrofort nos temas Valores, Transparência e Governança e

Comunidade, apresentou notas muito abaixo do que se seria aceitável para uma

empresa que é considerada referência, no meio em que está inserida.

O melhor desempenho ficou com o tema de Público Interno, por se tratar

principalmente dos colaboradores da empresa, tema tratado pela empresa como

fator chave de sucesso, desde a sua fundação.

Em seguida segue o quadro da comparação das notas obtidas pela Vidrofort

no ano de 2007, com o Banco de Dados, que são todas as empresas que

responderam o mesmo questionário no ano, sem distinção.

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Figura 2: Vidrofort X Banco de Dados, ano 2007

Fonte: Instituto Ethos

Pode se notar o fraco desempenho da empresa perante as outras empresas,

em todos os temas. O único ponto a assinalar refere-se ao tema Fornecedores,

apresentando 1,49 pontos acima da média nacional. Porém, com uma nota de 4,55

este aspecto deveria ser verificado, uma vez que este tema remete principalmente

às empresas que oferecem produtos para a Vidrofort.

A seguir o desempenho da Vidrofort em relação ao Grupo de Benchmark,

uma comparação com as empresas que apresentaram as melhores notas no

relatório do Instituo Ethos, no ano de 2007.

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Figura 3: Vidrofort X Grupo de Benchmark, ano 2007

Fonte: Instituto Ethos

Na tabela acima fica evidente a pouca preocupação da Vidrofort quanto à

prática de Responsabilidade Social naquele ano. Em todos os temas a empresa

apresenta notas muito inferiores em comparação com as melhores empresas. O

melhor desempenho da Vidrofort, o tema Público Interno apresentou 2,78 pontos

abaixo da média do grupo de Benchmark.

A tabela de comparação dos dados da empresa Vidrofort / Média do Grupo,

permite comparar o seu desempenho com o Benchmark e a Média do Banco de

Dados.

Figura 6: Vidrofort X Grupo de Benchmark X Banco de Dados, ano 2007

Fonte: Instituto Ethos

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A empresa após esta avaliação tomou conhecimento do relatório fornecido

pelo Instituto Ethos e com as devidas análises entre seus gestores e colaboradores

definiu que seria preciso estabelecer novos desafios para a empresa e melhorar o

nível de Responsabilidade Social presente na empresa.

4.2 Resultados de 2010 e comparação com os dados de 2007

Em 2010 a Vidrofort respondeu novamente ao questionário do Instituto Ethos-

Sebrae, visando avaliar a evolução do nível de Responsabilidade Social praticada

pela empresa.

Assim, visando atender ao segundo objetivo específico, serão apresentados a

seguir os dados obtidos na pesquisa realizada no ano de 2010, assim como a

comparação dos mesmos com os resultados obtidos no ano de 2007.

O relatório do Instituto Ethos é finalizado no dia 30 de Abril de 2011, portanto

o relatório consolidado não foi fornecido, sendo uma comparação, Banco de Dados

e Benchmark, até a data de avaliação da Vidrofort.

Para tal, segue o quadro com o Detalhamento das notas obtidas:

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Figura 7: Detalhamento das notas, ano 2010

Fonte: Instituto Ethos

Através do Detalhamento das Notas pode-se observar a pontuação obtida

pela empresa, nos mais variados temas, referentes à prática de Responsabilidade

Social.

Apresenta-se também uma comparação de notas entre a Vidrofort, o Grupo

de Benchmark e o Banco de Dados do relatório do Instituto Ethos do referido ano.

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Em comparação com o ano de 2007 a Vidrofort mostrou uma evolução

significativa em quase todos os temas, obtendo notas, em sua maioria, superiores as

obtidas anteriormente.

Em contra partida, no que diz respeito aos temas Meio Ambiente e

Fornecedores, as notas apresentaram uma queda.

Figura 8: Desempenho Individual Vidrofort, ano 2010

Fonte: Instituto Ethos

No desempenho Individual da Vidrofort, as maiores pontuações obtidas foram

nos temas Consumidores e Clientes, com 268,14 de 345 pontos, sendo que o

melhor desempenho da Vidrofort no ano de 2007 foi o tema Público Interno, o qual

continua a apresentar uma boa pontuação, com um total de 256,28 e uma nota de

7,43 em um máximo de 10,00.

O pior desempenho apresentado pela empresa foi no tema Fornecedores,

apresentando 52,50 pontos, obtendo uma nota de 1,52, demonstrando uma das

oportunidades de melhoria da empresa, no que diz respeito à prática de

Responsabilidade Social perante aos seus fornecedores.

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Figura 9: Vidrofort X Grupo de benchmark, ano 2010

Fonte: Instituto Ethos

Em relação ao Grupo de Benchmark, composto pelas 10 empresas que

obtiveram as melhores notas no questionário, a empresa Vidrofort demonstra uma

evolução significativa em 03 anos.

Em muitos temas avaliados pelo questionário a Vidrofort conseguiu um

desempenho quase igual ao de empresas presentes em todo o território nacional.

No tema Governo e Sociedade a Vidrofort apresentou uma pontuação acima

da média das melhores empresas, com uma nota de 7,31 de um total de 10,00

contra 5,84 pontos do grupo de Benchmark.

Porém nos tema Meio Ambiente e Fornecedores, novamente a Vidrofort

apresentou um fraco desempenho, com notas muito abaixo do grupo de Benchmark,

evidenciando um ponto fraco da empresa.

Figura 10: Vidrofort X Banco de dados, ano 2010

Fonte: Instituto Ethos

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No que diz respeito ao nível de Responsabilidade Social da Vidrofort, em

comparação com o banco de dados, ou seja, com todas as empresas que

responderam o questionário, demonstra que o desempenho da empresa se mostra

bastante satisfatório, porém apresenta oportunidades de melhorias.

Pontos que merecem destaque são os mesmos já citados anteriormente: no

tema Fornecedores e Meio Ambiente a nota obtida ficou muito abaixo da média

nacional, porém, em todos os outros temas a empresa obteve notas superiores as

médias nacionais, evidenciando um crescimento na conscientização da empresa

quanto a sua importância para a sociedade e do meio em que está inserida.

A tabela a seguir demonstra o desempenho geral da Vidrofort no relatório do

Instituto Ethos-Sebrae em 2010, comparando-se as notas obtidas pela empresa e

aquelas apresentadas pelas empresas que fazem parte dos grupos de Benchmark e

Banco de Dados.

Figura 11: Vidrofort X Grupo de Benchmark X Banco de Dados, ano 2010

Fonte: Instituto Ethos

A Vidrofort, como já salientado, apresenta como principais pontos fracos os

temas Fornecedores e Meio Ambiente e como pontos fortes os temas Consumidores

e Clientes, Público Interno e Governo e Sociedade.

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4.3 Propostas de melhoria

Atendendo ao terceiro objetivo específico propõem-se algumas sugestões a

Vidrofort visando uma maior aderência das práticas da empresa à filosofia da

Responsabilidade Social Empresarial, a partir do diagnóstico realizado.

De maneira geral a empresa obteve uma boa pontuação nos temas, em sua

maioria, porem não obteve a pontuação máxima em nenhum dos temas

analisados.

Com isso se faz necessário focar em cada um desses temas, para a

realização de um plano de melhorias.

Propostas com relação a:

1. Valores, Transparência e Governança:

• Realização de encontros com seus colaboradores, a fim de facilitar as

relações empresa/colaboradores, facilitando o dialogo e reforçando os

vínculos;

• Criação de um código de ética e conduta da empresa, a ser

desenvolvido em conjunto com todos os envolvidos.

2. Publico Interno;

• Promover encontros e confraternizações, a fim de estreitar os laços

com seus colaboradores;

• Estimular o conhecimento de praticas socialmente responsável;

3. Meio Ambiente;

• Aperfeiçoar a utilização da matéria prima, tendo como referência a

gestão sustentável;

• Executar uma campanha contra o desperdício de água e energia;

• Reaproveitamento de materiais e sua devida separação após uso.

• Avaliação da qualidade da água após o uso em seu beneficiamento do

vidro.

4. Fornecedores;

• Definir critérios para a escolha de seus fornecedores (além de preço

atrativo);

• Verificar se seus fornecedores cumprem todas as exigências legais;

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• Verificar se seus fornecedores atendem as normas ambientais e de

manejo;

5. Consumidores e Clientes;

• Realizar pesquisa de satisfação com seus clientes;

• Desenvolver atividades que estejam de acordo com as expectativas

de seus clientes;

• Manter canais de comunicação com o seu cliente de diversas

formas, anunciando toda e qualquer prática sócio-ambiental da

empresa e stakeholders.

6. Comunidade;

• Identificar qual a percepção que a comunidade tem da empresa;

• Estimular o consumo consciente da comunidade;

• Propor a comunidade que participe do processo seletivo do lixo,

colaborando com assistência aos mesmos.

7. Governo e Sociedade;

• Estimular o debate sobre os acontecimentos políticos com os

stakeholders.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a realização da pesquisa bibliográfica e da pesquisa de campo, a

seguir serão apresentadas as conclusões relativas aos objetivos do trabalho e

posteriormente as recomendações do autor para trabalhos futuros.

Para concluir o presente trabalho, torna-se necessário verificar se os

objetivos, gerais e específicos foram alcançados, que será descrita a seguir nesta

sessão, primeiramente avaliando os objetivos específicos e posteriormente o

objetivo geral, já que este deve ser alcançado após a realização das etapas

descritas pelos objetivos específicos.

O primeiro objetivo específico proposto no presente trabalho foi a

apresentação dos resultados obtidos pela empresa no ano de 2007. Este objetivo foi

alcançado através da sessão 4.1 do presente trabalho, onde foi descrito o

desempenho da Vidrofort e suas práticas de Responsabilidade Social, com base no

questionário proposto pelo Instituto Ethos.

O segundo objetivo especifico, foi avaliar e diagnosticar a empresa objeto de

estudo, após a aplicação do questionário proposto pelo Instituto Ethos, verificando

seu nível atual de Responsabilidade. Este objetivo foi alcançado no capitulo 4.2 do

presente trabalho, onde foram analisados os temas descritos pelos Indicadores

Ethos e comparados com os resultados obtidos pela empresa no ano de 2007.

Após a analise pode-se constatar que a empresa, de maneira geral, evolui

em vários dos critérios avaliados, quando comparado com a média apresentada

pelo instituto Ethos. Entretanto, há itens que merecem atenção dos gestores, seja

por continuar a não atender aos requisitos mínimos, ou por ter se deteriorado ao

longo do tempo.

O terceiro e último objetivo especifico propõe a sugestão de ações de

melhoria de práticas, e conseqüentemente dos indicadores, a partir do que foi

diagnosticado pelo relatório do Instituto Ethos, fortalecendo os pontos bem

avaliados e ajustando aqueles a serem aperfeiçoados. Este objetivo foi alcançado

na sessão 4.3 do presente trabalho, onde foram apresentadas as propostas de

melhorias.

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Com a análise dos objetivos específicos realizada, considera-se ter atingido

seu objetivo geral, como descrito anteriormente: “Verificar o nível de

Responsabilidade Social presente nas práticas da empresa VISUAL DESIGN

VIDROS LTDA – VIDROFORT, com base nos Indicadores Ethos de

Responsabilidade Social”.

5.1 Sugestões para futuros trabalhos

Através do estudo realizado, surgiram possíveis temas de pesquisa, os quais

são sugeridos a seguir:

• Avaliar o impacto financeiro que a ações de responsabilidade social

irão apresentar a empresa.

• Avaliar o nível de responsabilidade social dos stakeholders da

organização, exemplos: clientes, colaboradores, fornecedores, e

comunidade.

• Avaliar outras empresas concorrentes;

• Avaliar um setor completo, com foco na cadeia produtiva.

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APÊNDICES

Questionário Utilizado para entrevista no ano de 2010

Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial 2010

Valores, Transparência e Governança

Compromissos Éticos

1. A empresa possui documento escrito, que esclarece quais são os

comportamentos incentivados por ela no que se refere às relações pessoais e

comerciais?

1.1. empregados?

1.2. clientes?

1.3. fornecedores?

1.4. comunidade?

1.5. A empresa procura envolver suas partes interessadas (empregados, clientes,

fornecedores, comunidade) na elaboração e revisão desse documento?

Práticas Antipropina

2. Na empresa é expressamente proibida a prática de pagamentos ou

recebimentos irregulares que tenham como objetivo facilitar negócios, influenciar

decisões em benefício da empresa ou induzir pessoas a conceder permissões

indevidas? (Por exemplo: proíbe propinas, comissões ilícitas e favores pessoais,

estabelecendo regras claras para o recebimento de presentes, brindes etc.)

2.1. Existem documentos escritos, acessíveis a empregados, fornecedores e

clientes, que formalizem essta proibição?

Práticas Anticorrupção

3. A empresa, em sua ação, contempla de alguma forma o modo de

relacionamento ético e transparente com o governo? (por exemplo: proibindo “caixa

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dois”, sonegações, explicitando transparência nos registros em geral e nos

balanços.)

3.1. Há, em algum documento escrito e divulgado aos empregados, informações

sobre como os empregados devem se relacionar?

Balanço Social

4. A empresa tem informações sobre balanço social?

4.1. A empresa acredita que esse instrumento pode ajudá-la a medir o impacto de

suas operações sobre as pessoas e o meio ambiente e a divulgar seus

compromissos futuros em relação a esses temas?

4.2. A empresa elabora seu balanço social?

4.3. seu público interno?

4.4. seus consumidores e clientes?

4.5. seus fornecedores?

4.6. a comunidade de entorno?

Governança Corporativa

5. A empresa possui separação clara entre os negócios do proprietário e os da

organização (inclusive em questões relacionadas à responsabilidade social e

doações)?

5.1. Está claro para o empresário qual a diferença entre os seus negócios

particulares e os negócios da empresa?

Público Interno

Cuidados com Saúde, Segurança e Condições de Trabalho

6. Além de cumprir as obrigações determinadas por lei, a empresa se preocupa em

oferecer a seus empregados um ambiente físico agradável e seguro, busca

incentivar os cuidados com higiene e saúde e está aberta a críticas e sugestões

relativas a esses aspectos?

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6.1. aboliu o fumo em locais de trabalho?

6.2. incentiva os empregados a praticar atividades físicas?

6.3. orienta os empregados quanto aos cuidados com a postura corporal durante as

atividades profissionais?

6.4. oferece instalações em boas condições de uso?

6.5. fornece equipamento de proteção individual (EPI – Equipamento de Proteção

Individual – por exemplo: óculos, capacete, protetor auditivo)?

6.6. orienta e incentiva o uso de EPIs?

Benefícios Adicionais

7. A empresa oferece benefícios adicionais aos empregados e às a seus

dependentes?

7.1. plano de saúde familiar?

7.2. cesta básica?

7.3. orientação sobre prevenção de doenças (por exemplo: doenças causadas pelo

sedentarismo, aids e outros)?

7.4. orientação sobre campanhas de vacinação realizadas pela rede pública?

7.5. acompanhamento e orientação sobre calendário de vacinação dos seus filhos?

7.6. vacinação não oferecida pela rede pública (como no caso da vacinação contra

a gripe)?

7.7. creche no local de trabalho ou por rede conveniada?

7.8. auxílio- alimentação?

Critérios de Contratação

8. Na contratação de profissionais, a empresa divulga os critérios objetivos que vai

utilizar na seleção dos candidatos (como escolaridade, tempo de experiência e

conhecimentos exigidos)?

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Valorização da Diversidade e Promoção da Eqüidade

9. Os critérios utilizados na seleção de pessoal são isentos de práticas

discriminatórias em relação a quaisquer dos temas: gênero, raça, orientação

sexual, idade e crenças religiosas ou políticas, bem como a portadores de

deficiência?

9.1. Ao divulgar vagas a empresa não utiliza termos como "idade máxima 40 anos",

"boa aparência", "sexo masculino", "sexo feminino", etc.?

9.2. oferece oportunidades de trabalho para ex-detentos?

9.3. mantém programa especial para contratação de idosos?

9.4. disponibiliza vagas para programas e atividades que visam fortalecer os

direitos dos adolescentes?

Inclusão de Deficientes

10. A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e consumo é

crescente. As dependências da empresa possuem recursos que facilitam o

deslocamento e a convivência de pessoas com deficiência motora, auditiva e visual

(por exemplo: rampas, avisos de segurança em braile, sinais luminosos e sonoros

em áreas de circulação de veículos ou máquinas etc.)?

10.1. Os empregados da empresa são orientados para conviver e atender pessoas

com deficiência?

Relações com Sindicatos

11. Como forma de demonstrar respeito ao indivíduo e transparência em suas

relações com os empregados, a empresa entende que é direito do empregado

participar de sindicatos e associações de classe e permite que representantes

sindicais compareçam à empresa para discutir questões referentes aos interesses

dos empregados?

11.1. A empresa disponibiliza aos empregados informações básicas sobre direitos

e deveres da categoria tais como dissídio, contribuições sindicais etc.?

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Compromisso com o Desenvolvimento Profissional e a Empregabilidade

12. A empresa valoriza e incentiva o desenvolvimento profissional de seus

empregados?

12.1. subsidia cursos para os empregados?

12.2. colabora com a realização de estágios?

12.3. concede incentivo aos empregados matriculados em cursos de todos os

níveis?

12.4. possui todos os empregados alfabetizados?

Acesso à Informação

13. A empresa facilita o acesso à informação como forma de desenvolvimento

pessoal e profissional de seus empregados?

13.1. A empresa procura estimular seus empregados a atualizarem seus

conhecimentos com recursos por ela providos (por exemplo: incentiva a leitura e

torna disponíveis jornais e revistas e acesso à Iinternet em horários previamente

estabelecidos)?

13.2. Tendo em vista que o aumento da oferta de crédito no mercado tem sido

acompanhado pelo crescimento da inadimplência, muitas pessoas contraem

dívidas que não conseguem pagar. A empresa orienta seus empregados quanto ao

uso consciente de crédito?

Meio Ambiente

Gerenciamento do Impacto no Meio Ambiente e do Ciclo de Vida de Produtos

e Serviços

14. A empresa conhece, entende e avalia o impacto de suas atividades no meio

ambiente, mantendo relatórios (por exemplo: de emissão de poluentes, de erosão

do solo, de consumo de energia, de água e combustível etc.) que meçam esses

impactos?

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14.1. em seus processos procura utilizar materiais que causam menos danos ao

meio ambiente?

14.2. discute parcerias com fornecedores visando o retorno de produtos

descartados ao fabricante (por exemplo: produtos vencidos, pneus usados, pilhas e

baterias etc.)?

14.3. procura controlar e reduzir a poluição sonora e visual causada em seus

processos?

Comprometimento da Empresa com a Melhoria da Qualidade Ambiental

15. A empresa procura implementar em suas dependências e em suas atividades

ações que visam preservar o meio ambiente?

15.1. coleta seletiva de lixo? (Por exemplo: tem recipientes identificados para

papel, vidro, metal, plástico e material orgânico.)

15.2. economia no consumo de papel? (Por exemplo: utilização da frente e verso

das folhas.)

15.3. redução do consumo de energia? (Por exemplo: melhoria na iluminação

natural, aparelhos eletrônicos de menor consumo de energia, dispositivos para

cortar a energia quando algum aparelho não estiver em uso.)

15.4. redução do consumo de água? (Por exemplo: torneiras com fechamento

automático, descargas com vazão reduzida, aproveitamento da água da chuva

para atividades industriais.)

15.5. orientação da política de compras para fornecedores priorizando os que não

prejudiquem o meio ambiente?

15.6. a destinação final adequada para seus resíduos (tais como pilhas, baterias,

óleos, pneus, lixo hospitalar, entre outros)?

Educação e Conscientização Ambiental

16. Uma forma efetiva de reduzir os impactos ambientais é por meio da promoção

da educação ambiental para seus empregados e familiares e para a comunidade. A

empresa realiza esste tipo de atividade?

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Fornecedores

Critérios de Seleção e Avaliação de Fornecedores

17. Quando inicia relacionamento com um novo fornecedor a empresa avalia se ele

possui práticas de responsabilidade social, isto é, além da apresentação de boa

proposta comercial (qualidade, preço e prazo), a empresa adota critérios adicionais

para decidir a contratação?

Empregados dos Fornecedores

18. A empresa verifica constantemente as condições proporcionadas aos

empregados de seus fornecedores? (por exemplo: um varejista que adquire

produtos de um produtor rural.)

Responsabilidade Social dos Fornecedores

19. A empresa procura, se possível, orientar os fornecedores a seguir seus

princípios de responsabilidade social e se dispõe a ajudá-los na sua implantação?

Apoio ao Desenvolvimento de Fornecedores

20. A empresa busca fornecedores em cooperativas de pequenos produtores,

associações de bairro e projetos de geração de renda? (por exemplo: cooperativas

de artesãos, incubadoras de negócios, micro e pequenas empresas em geral, etc.)

20.1. A empresa estimula a formalização e a capacitação de pequenos

fornecedores ajudando-os a se adequar aos padrões de mercado?

Consumidores e Clientes

Excelência do Atendimento

21. A empresa possui um canal formal de comunicação com seus

consumidores/clientes (por exemplo: caixa de sugestões, número de telefone com

os contatos de quem possa atender)?

21.1. Os produtos/serviços da empresa trazem sempre instruções claras sobre

como entrar em contato com ela? (Por exemplo: endereço para correspondência,

telefone para contato, site ou e-mail.)

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Dúvidas, Sugestões e Reclamações

22. A empresa analisa as dúvidas, sugestões e reclamações recebidas e as utiliza

como instrumento para aperfeiçoar suas atividades?

22.1. cria formulários para documentar as informações?

22.2. analisa as melhorias que possam ser implantadas?

22.3. responde e/ou esclarece as dúvidas encaminhadas?

22.4. estipula metas e prazos para solucionar os problemas apontados?

Satisfação dos Consumidores/Clientes

23. A empresa realiza pesquisa de satisfação junto aos seus consumidores/clientes

visando avaliar e, com base nos resultados, implementar melhorias em seus

produtos/serviços?

23.1. para melhorar a qualidade dos produtos/serviços?

23.2. para melhorar a qualidade dos relacionamentos do dia-a-dia, incluindo

serviços pré e pós-venda, transparência e ética nas relações?

Política de Comunicação Comercial

24. Em sua comunicação (contratos, propagandas), a empresa não utiliza conteúdo

enganoso ou que induza o consumidor/cliente a erro de entendimento?

24.1. não adota em sua comunicação conteúdo que se refira a aspectos que

possam constranger ou desrespeitar grupos específicos (como mulheres, crianças,

idosos, homossexuais, grupos raciais, grupos religiosos etc.)?

24.2. incentiva e educa seus consumidores a adotar um consumo consciente e

responsável? (por exemplo, descarte adequado das embalagens)?

Conhecimento e Gerenciamento dos Danos Potenciais dos Produtos e

Serviços

25. A empresa pesquisa e divulga os riscos que seus produtos/serviços podem

causar a à saúde e segurança de seus consumidores/clientes?

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25.1. coloca aviso na embalagem de seus produtos informando sobre esses

riscos?

25.2. está preparada para adotar medidas corretivas, caso seus produtos/serviços

causem algum tipo de dano à saúde e segurança de seus consumidores/clientes?

25.3. orienta e treina seus empregados para cumprir a legislação relacionada à

comercialização responsável dos produtos? (nNão vende, por exemplo, cigarros,

bebidas alcoólicas, fogos de artifício, materiais eróticos e pornográficos a menores

de 18 anos; vende medicamentos mediante apresentação de receita médica etc.)?

25.4. proíbe seus empregados de vender cigarros, bebidas alcoólicas, fogos de

artifício, materiais eróticos e pornográficos para menores de 18 anos e os

conscientiza sobre possíveis danos causados por esse tipo de venda?

25.5. fornece informações cadastrais de seus clientes a terceiros apenas mediante

a autorização dele?

Comunidade

Gerenciamento do Impacto da Empresa na Comunidade de Entorno

26. A empresa se preocupa em estar sempre em contato com a comunidade de

entorno, procurando minimizar os impactos negativos que suas atividades possam

causar?

26.1. realiza pesquisas com a comunidade de entorno para prevenir ou levantar

possíveis problemas causados por sua atuação?

26.2. convida moradores da região a participar de reuniões em que se abordem

assuntos de interesse coletivo?

26.3. o aumento da circulação de veículos?

26.4. o descarte do lixo de forma adequada?

26.5. a emissão de poluentes?

26.6. o nível de ruído?

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Relações com a Comunidade de Entorno

27. Sabendo que, para as micro e pequenas empresas, a prosperidade e a

situação da comunidade local podem refletir diretamente no sucesso do negócio, a

empresa tem práticas de gestão que beneficiam o desenvolvimento local?

27.1. comprar/contratar produtos/serviços de empreendedores da comunidade?

27.2. contratar empregados que residam nas proximidades?

27.3. utilizar serviços de organizações não-governamentais ou cooperativas

próximas à empresa?

Trabalho Voluntário

28. A empresa incentiva o trabalho voluntário de seus empregados?

28.1. acompanha o trabalho que seus empregados desenvolvem nas

organizações?

28.2. reconhece a importância desse trabalho divulgando por meio de murais,

jornal interno, jornal local etc.?

Envolvimento da Empresa com a Ação Social

29. A empresa "adotou" pelo menos uma organização de sua comunidade e

mobiliza sua rede de contatos em favor dela?

29.1. divulga a organização a clientes, membros da comunidade, fornecedores e

outras organizações?

29.2. promove as atividades da organização em seu material promocional, em seu

site, etc.?

29.3. incentiva seus empregados a atuar voluntariamente nestes projetos?

Relações com Organizações Beneficiadas

30. Existe entre a empresa e as organizações por ela beneficiadas uma conversa

franca sobre o papel de cada um nas parcerias?

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30.1. A empresa procura sempre acompanhar os resultados que essa parceria tem

alcançado? (Por exemplo: que tipo de contribuição trouxe para a organização, para

a empresa e para as pessoas atendidas; quais são os próximos passos; quando a

parceria terá fim; como o parceiro se manterá sem o apoio da empresa; etc.)

Participação Comunitária

31. A responsabilidade social empresarial deve ser uma forma de gestão do

negócio e o lucro é parte do processo. Ao optar pela organização ou projeto em

que atua, a empresa busca de algum modo conciliar seus interesses com o da

organização ou projeto? (Por exemplo, sua empresa produz artefatos esportivos e

procurou uma organização que atuasse com jovens promovendo educação através

do esporte porque julga que a vinculação de sua marca a essa atividade possa ser

benéfica; ou você possui uma papelaria e colaborou na recuperação de móveis e

instalações da escola pública porque julga que a "simpatia" da comunidade por sua

iniciativa resultará num maior volume de vendas na sua papelaria.)

31.1. A empresa realiza na comunidade, em conjunto com organizações locais,

campanhas educacionais e/ou de interesse público?

Benefícios para o Negócio

32. Como resultado de sua atividade na comunidade de entorno, a empresa

acredita que obteve benefícios para o negócio?

32.1. o aumento de vendas?

32.2. a melhoria na relação com os fornecedores?

32.3. a aquisição de novos contatos ou clientes?

32.4. a menor rotatividade de pessoal?

32.5. economia em itens como segurança e manutenção do prédio?

32.6. A empresa faz um levantamento das necessidades locais antes de desenhar

seus projetos na comunidade?

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Governo e Sociedade

Participação e Influência Social

33. A empresa procura participar de organizações que integrem empresários? (por

exemplo: organizações empresariais, associações comerciais, fóruns regionais.)

33.1. A empresa utiliza esse espaço para atualizar-se e discutir com outras

empresas suas dificuldades, necessidades e formas de mobilização em busca de

melhores condições para os negócios e também de melhores condições para a

comunidade?

Envolvimento em Campanhas Políticas

34. A empresa é criteriosa sobre seu envolvimento em campanhas políticas?

34.1. promove debates eleitorais?

34.2. estimula o voto consciente?

34.3. é transparente, caso venha a apoiar algum candidato?

34.4. analisa cuidadosamente a distribuição de material de campanhas políticas

(porta-títulos, camisetas, sacolas, calendários, “santinhos”, brindes em geral)?

Participação e Acompanhamento das Administrações Públicas

35. A empresa informa seus empregados sobre a importância da participação e

acompanhamento das administrações públicas? (por exemplo: orçamento

participativo, eleições de conselhos municipais, consultas públicas, etc.)

Melhoria dos Espaços Públicos e Apoio a Iniciativas Sociais Governamentais

36. Sempre que necessário (e possível), a empresa colabora com a melhoria dos

espaços públicos da sua região? (como em escolas, postos de saúde, praças,

áreas verdes etc.)?

36.1. A empresa promove alguma ação para esclarecer aos empregados como

utilizar o abatimento no imposto de renda e favorecer o Fundo da Criança e

Adolescente?