prÁtica forense em direito do consumidor · seção i - da não incidência dos efeitos da revelia...
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DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E DO SANEAMENTO
• Artigo 347 do Código de Processo Civil
“Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará,conforme o caso, as providência preliminares constantes dasseções desta Capítulo.”
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
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Seção I - Da não incidência dos efeitos da revelia
• Artigo 348 do Código de Processo Civil
“Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando ainocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344,ordenará que o autor especifique as provas que pretendeproduzir, se ainda não as tiver indicado.”
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• Artigo 349 do Código de Processo Civil
“Ao réu revel será lícita a produção de provas,contrapostas às alegações do autor, desde que se façarepresentar nos autos a tempo de praticar os atos processuaisindispensáveis a essa produção.”
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Seção II - Do fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor
• Artigo 350 do Código de Processo Civil
“Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivodo direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze)dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova.”
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O fato impeditivo é aquele de natureza negativa, a saber, a
falta de uma das circunstâncias que devem concorrer com os fatos
constitutivos, a fim de que estes produzam os efeitos que lhes são
peculiares e normais.
Ex.: Inexistência de defeito na prestação de serviço.
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O fato modificativo é aquele que, sem excluir ou impedir a
relação jurídica, à qual são posteriores, têm a eficácia de modificá-
la. Assim, o autor apresenta determinado fato e busca a tutela de
seu direito.
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Por sua vez, o réu alega e prova que o fato trazido pelo
autor não ocorreu de acordo com aqueles narrados na inicial, mas
ocorreu de maneira diferente. Assim, reconhece parcialmente a
situação, requerendo que a decisão considere a modificação
demonstrada.
Exemplo: há débito, mas também o instituto da
compensação, visto que o autor também é devedor do réu.
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O fato extintivo cessa a relação jurídica. Por exemplo, a
decadência, a novação e o pagamento.
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Artigo 351 do Código de Processo Civil
Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art.
337, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze)
dias, permitindo-lhe a produção de prova.
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Em síntese:
Quando o réu apresentar contestação, o juiz verificará a
necessidade de dar a oportunidade para o autor se manifestar. Se a
contestação apresentar os institutos jurídicos relacionados nos
arts. 350, 351 do Código de Processo Civil, o juiz dará oportunidade
ao autor apresentar a réplica.
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O que justifica a réplica é a exigência do contraditório,
visto que o réu trouxe questões que exigem a manifestação do
autor. São questões preliminares (contestação) e processuais
(mérito – fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do
autor).
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O conteúdo da réplica deverá ficar restrito às preliminares
e aos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do
autor.
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DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO
PROCESSO
ARTIGO 353, 354 E 355 DO CPC
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Cumpridas as providências preliminares ou não havendo
necessidade delas, o juiz proferirá julgamento conforme o estado
do processo, observando os artigos 354 e 355 do Código de
Processo Civil.
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DA EXTINÇÃO DO PROCESSO
Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos artigos 485
e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença.
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Artigo 487 do Código de Processo Civil: Extinção com resolução de
mérito
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de
decadência ou prescrição;
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Artigo 487 do Código de Processo Civil: Extinção com resolução de
mérito
III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação
ou na reconvenção;
b) a transação;
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ATENÇÃO:
Essas decisões podem dizer respeito a apenas parcela do
processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento
(art. 1.015, II, do CPC).
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JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO – Art. 355 do CPC
O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo
sentença com resolução de mérito, quando:
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I – não houver necessidade de produção de outras provas;
II – o réu for revel e não houver requerimento de prova no
momento oportuno pelo réu revel.
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DO JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO –
Artigo 356 do Código de Processo Civil
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Concluída a fase postulatória, pode acontecer que não seja
possível o julgamento imediato de todos os pedidos formulados
pelo autor, mas pode acontecer que alguns deles ou mesmo um
estejam em condições de julgamento. Nesse caso, o juiz de direito
pode proferir julgamento parcial de mérito de um dos pedidos sem
pôr fim ao processo.
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É possível o julgamento antecipado parcial do mérito nos
seguintes casos:
a) Um dos pedidos mostrar-se incontroverso.
b) Estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do
art. 355 do CPC (não houver necessidade de produção de
outras provas e se o réu for revel e não houver requerimento
de prova).
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Temos agora as decisões de mérito proferidas em caráter
interlocutório (decisões interlocutórias). Dessas decisões
interlocutórias cabe também agravo de instrumento (art. 1.015,
inc. I, do CPC)
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Proferido o julgamento parcial, a parte poderá liquidar ou
executar desde logo a obrigação reconhecida. Se houver agravo de
instrumento, a execução será provisória. Se não houver agravo,
definitiva.
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A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá
reconhecer existência de obrigação líquida ou ilíquida. Assim, a
parte poderá liquidar ou executar a obrigação reconhecida na
decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de
caução, ainda que haja contra essa decisão recurso interposto.
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A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar
parcialmente o mérito poderão ser processados em autos
suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz de
direito.
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DO SANEAMENTO E DA ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO
Artigo 357 do Código de Processo Civil
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Não havendo o julgamento antecipado, total ou parcial, da
demanda e tomadas as providências preliminares, o magistrado
não só saneará o feito, mas também organizará o processo (art.
357 do CPC).
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O saneamento e a organização do processo são realizados
por meio de decisão interlocutória.
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O magistrado:
I – resolverá as questões processuais pendentes, se houver:
pode ser que o réu tenha alegado que o autor seja parte ilegítima
ou que a petição inicial será inepta.
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II – delimitará as questões de fato sobre as quais recairá a
atividade probatória, especificando os meios de prova admitidas:
neste ponto, serão fixados os limites das questões de fato a serem
provadas, inclusive com a indicação das provas. Relembrando que
questão de fato pode ser provada por testemunhas.
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III – definir a distribuição do ônus da prova, observando o disposto
no art. 373 do CPC : em regra o ônus da prova incumbe àquele que
o alega. No caso do autor, o fato constitutivo do seu direito; quanto
ao réu, o fato impeditivo, modificativo e extintivo do direito do réu.
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V – designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento:
esta audiência serve para oitiva dos peritos das partes, das próprias
partes e das testemunhas.
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Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato
ou de direito, o juiz deverá designar audiência para o
saneamento do processo em cooperação com as partes.
(Princípio da cooperação)
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A finalidade é convidar as partes integrar ou esclarecer as
suas alegações, trazendo-lhe maiores elementos para que possa
promover o saneamento e a organização do processo.
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Realizado o saneamento, as partes têm o direito de
requerer esclarecimentos ou ajustes, no prazo comum de 05
(cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável.
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As partes podem apresentar ao juiz, para homologação,
delimitação consensual das questões de fato e de direito
referentes à atividade probatória para a decisão de mérito.
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Em havendo testemunhas, o juiz fixará o prazo comum não
superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de
testemunhas.
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ATENÇÃO:
Se o magistrado designar audiência para saneamento do
feito em cooperação das partes, estas devem levar o respectivo rol
de testemunhas.
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Poderão ser arroladas no máximo 10 (dez) testemunhas,
considerando que 03 (três) testemunhas para provar cada fato.
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ATENÇÃO:
O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando
em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente
considerados.
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As pautas das audiências deverão ser preparadas com
intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências.
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OBSERVAÇÃO:
Caberá agravo de instrumento da decisão interlocutória
que diz respeito ao saneamento e da organização do processo se
preencher alguns dos requisitos enumerados no art. 1.015 do CPC.
Caso contrário, a parte prejudicada poderá suscitar a questão em
sede de recurso de apelação.
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