peÇa processual (valor: 100,0 pontos) · 348. se o réu não contestar a ação, o juiz,...
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PEÇA PROCESSUAL (Valor: 100,0 pontos)
A Defensoria Pública do Estado do Ceará ajuizou ação em desfavor do Município de
Fortaleza argumentando que Antônio da Silva é portador de doença grave e necessita de
medicamentos e tratamentos de saúde. Os medicamentos foram especificados, mas os
tratamentos não.
A ação foi distribuída à 5º Vara Especializada de Fazenda Pública de Fortaleza.
Pediu a antecipação de tutela para que o medicamento seja fornecido e, no mérito, a
confirmação da tutela provisória, a condenação do Município para fornecer o medicamento
descrito na inicial bem como a fornecer todo o tratamento de saúde enquanto o autor
necessitar especialmente “todos os procedimentos necessários ao restabelecimento da saúde
do beneficiário”, sendo que o valor da condenação será apurado em liquidação de sentença.
A tutela provisória foi deferida, em parte, apenas para que o Município fornecesse o
medicamento solicitado.
O Município foi citado validamente e, apesar disso, não apresentou contestação.
O juiz julgou antecipadamente o mérito com fundamento no art. 355, I, do CPC. Na
sentença reconheceu que, apesar de o beneficiário (Sr. Antônio) ter recebido a medicação
pleiteada antes do ajuizamento da ação, o acolhimento dos pedidos era medida de justiça,
razão pela qual acolheu integralmente todos os pedidos formulados na inicial, destacando que
o Município deveria custear “todos os procedimentos necessários ao restabelecimento da
saúde do beneficiário”, bem como condenou o Município a pagar à Defensoria honorários
sucumbenciais fixados em 10% sobre o valor da causa. De acordo com o pronunciamento,
ainda que a inicial não contenha pedido de honorários sucumbenciais é possível fixa-los
considerando tratar-se de pedido implícito.
Além disso, condenou o Município a pagar R$ 100.000,00 a título de indenização por
danos morais, corrigidos monetariamente pelo INPC a partir da sentença, e acrescido de juros
de 1% ao mês, contados da citação. Argumentou-se que, apesar de não haver pedido expresso
de dano moral é possível analisar tal pedido “com amparo em uma interpretação lógico-
sistemática do pedido, isto é, extraindo-se o que se pretende com a instauração da demanda
de todo o corpo da petição inicial e não apenas da leitura da sua parte conclusiva” (STJ, 4ª
Turma, AgRg no REsp 526.638/SP, rel. Min. Maria Isabel Gallotti, j. 19/02/2013, DJe
27/02/2013.)
Na qualidade de Procurador do Município, elabore a peça processual adequada.
ESPELHO DA RESPOSTA
Pontuação
máxima
Pontuação
atribuída
Na defesa do Município, cabe elaborar um Recurso de Apelação. 5
Endereçamento: 5º Vara Especializada de Fazenda Pública de
Fortaleza (Juízo de primeiro grau) art. 1.010, CPC
1
Petição do Recurso:
1. Indicação dos nomes e a qualificação das partes (art. 1.010, I, CPC)
2. pedido de intimação da Recorrida para apresentar contrarrazões em 15 dias
e remessa dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça (art. 1.010, §§ 1º e 2º
CPC)
2
RAZÕES RECURSAIS - art. 1.010, II, CPC
Dispensa-se a exposição do fato e do direito. Basta ao candidato
mencionar a expressão EXPOSIÇÃO DO FATO E DO DIREITO, para
demonstra o conhecimento do requisito.
2
FALTA DE INTERESSE DE AGIR
Argumentar que o medicamento foi fornecido antes do ajuizamento
da ação, de modo que falta interesse processual da parte autora (art. 485,
VI, CPC).
8
INÉPCIA DA INICIAL – PEDIDO INDETERMINADO
Aduzir que a inicial contém pedido indeterminado e não é o caso de
ser permitido pedido genérico, de modo que a inicial é inepta (art. 330, I
C/C § 1º, CPC), razão pela qual a petição deve ser indeferida e o processo
8
extinto sem resolução do mérito (art. 485, I, CPC)
NULIDADE DA SENTENÇA POR SER GENÉRICA
Sustentar que a sentença é genérica ao condenar o Município a
fornecer todo o tratamento médico dispensado ao beneficiário, sem que
possa, assim, identificar quais medicamentos, insumos e procedimentos
serão necessários, violando o art. 492, par. único do CPC. (A decisão deve
ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.)
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AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DO MUNICÍPIO
Aduzir que, de forma geral a responsabilidade dos municípios é com
o fornecimento de medicamentos e tratamentos para a área denominada
de atenção básica – baixa complexidade. Por outro lado, os Estados-
Membros e a União incumbem-se da distribuição de medicamentos e
realização de tratamentos das áreas designadas de média e alta
complexidade, cirurgias e exames especializados, como no caso em análise.
Portanto, a responsabilidade não pode recair sobre o Município,
mas sim sobre outros entes da Federação.
10
DO JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO
Nos termos do art. 355, do CPC: O juiz julgará
antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de
mérito, quando: I - não houver necessidade de produção de outras
provas; II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não
houver requerimento de prova, na forma do art. 349.
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e
presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo
autor.
8
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
No caso em análise, o julgamento antecipado não deveria
ocorrer, na medida em que, apesar da revelia, não operou-se o efeito
material dela (presunção de veracidade das alegações da Autora).
Ademais, o deslinde da causa depende de exame pericial para
que se verifique a condição de saúde do beneficiário e quais
medicamentos e tratamentos são necessários.
Por essa razão, a sentença deve ser anulada, os autos
devolvidos ao Juízo de piso a fim de que seja realizada perícia antes
do proferimento da sentença, nos termos do art. 348 do CPC.
Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a
inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344, ordenará que o
autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não as
tiver indicado.
DO PEDIDO DE DANO MORAL
Em relação à condenação por dano moral, deve-se reconhecer
a inexistência desse pedido e o julgamento ultra petita.
Afinal, o art. 292, V, do CPC prescreve que é inafastável a
indicação do valor pretendido a título de dano moral.
Ademais, os arts. 322 e 324 do mesmo diploma corroboram
essa necessidade:
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da
reconvenção e será:
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor
pretendido;
Art. 322. O pedido deve ser certo.
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Art. 324. O pedido deve ser determinado.
§ 1o É lícito, porém, formular pedido genérico:
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens
demandados;
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências
do ato ou do fato;
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação
depender de ato que deva ser praticado pelo réu.
Nesse sentido:
Ainda que, a partir da narrativa dos fatos, seja possível supor ter a
recorrida sofrido abalo psicológico, ou mesmo que sentimentos de
angústia e tristeza sejam inerentes ao estado físico proporcionado
pelo acidente, era primordial que a parte tivesse externado a sua
pretensão de ver-se indenizada desse dano. (…)
Outro não tem sido o entendimento desta Corte, que, em caso
análogo, se manifestou no sentido de que “é ultra petita a decisão
que, malgrado inexista pedido expresso na inicial, condena a parte ré
ao pagamento de indenização por danos morais” (REsp 1.021.500/PR,
5ª Turma, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe de 13.10.2009). Na
espécie, portanto, a sentença, mantida pelo acórdão recorrido, é
claramente ultra petita, sendo de rigor a sua reforma
STJ, 3ª Turma, REsp 1.155.274/PE, rel. Min. Nancy Andrighi, j. 08/05/2012,
DJe 15/05/2012
Ademais, a revelia não gera presunção de veracidade no tocante ao
quantum devido, apenas quanto ao dano ocorrido, conforme entendimento
do STJ (4ª Turma. REsp 1.520.659-RJ, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em
1º/10/2015) razão pela qual se algum valor for devido que seja balizado
CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS 8
Em relação à correção monetária e aos juros, o Supremo
Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da incidência dos
índices oficiais de remuneração básica da caderneta de poupança,
para estabelecimento dos juros de mora e de correção monetária, a
partir da expedição do precatório/requisição de pequeno valor, de
modo que os índices oficiais de remuneração básica da caderneta de
poupança (0,5% ao mês no que toca aos juros de mora, e TR quanto à
correção monetária) ainda permanecem como os índices de juros de
mora e de correção monetária que devem ser aplicados no período
que antecede a expedição de precatórios/requisições de pequeno
valor, a teor do art. 1º-F, da Lei 9494/1997.
A propósito o STF reconheceu a existência de Repercussão
Geral sobre esse tema (DIREITO CONSTITUCIONAL. REGIME DE
ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA E JUROS MORATÓRIOS INCIDENTE SOBRE
CONDENAÇÕES JUDICIAIS DA FAZENDA PÚBLICA. ART. 1º-F DA LEI Nº
9.494/97 COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 11.960/09. TEMA 810.
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA - Recurso Extraordinário nº
870947/SE)
Desse modo, a adoção dos critérios lançados na sentença não
merecem ser mantidos.
NÃO CABIMENTO DE HONORÁRIOS EM FAVOR DA DEFENSORIA PÚBLICA
Defender que a Defensoria Pública não tem direito a honorários
sucumbenciais, na medida em que com a Emenda Constitucional nº 80, de 4
de junho de 2014, equiparou-se a Defensoria Pública à Magistratura e ao
Ministério Público, portanto, indevido o pagamento de honorários
sucumbenciais.
STJ Processo REsp 1656351 Relator(a) Ministra REGINA HELENA COSTA Data
da Publicação DJe 29/03/2017 Decisão RECURSO ESPECIAL nº 1656351 - MT
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(2017/0041684-7)
NÃO CABIMENTO DE HONORÁRIOS EM SENTENÇA ILÍQUIDA
Não poderiam ser fixados honorários na sentença, em relação à
parte ilíquida da sentença, nos termos do art. 85, § 4º, CPC
Art. 85 § 4º Em qualquer das hipóteses do § 3º:
I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo,
quando for líquida a sentença;
II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos
previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado;
8
PEDIDO
1. conhecimento do Recurso.
2. o provimento do recurso para:
a) acolher as preliminares de falta de interesse processual e
inépcia da inicial, extinguindo o processo sem resolução do
mérito (art. 485, VI, do CPC).
Caso as preliminares sejam superadas
b) reformar a sentença e afastar a responsabilidade do
Município;
Caso o pedido de reforma não seja acolhido:
c) anular a sentença que julgou antecipadamente o pedido e
determinara realização de perícia;
2
2
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2
2
d) anular a sentença por ser genérica em relação ao pedido de
tratamento de saúde;
e) declarar que a sentença é ultra petita em relação ao dano
moral.
f) em relação à correção monetária e aos juros, aplicar os índices
oficiais de remuneração básica da caderneta de poupança
(0,5% ao mês no que toca aos juros de mora, e TR quanto à
correção monetária) e afastar os honorários sucumbenciais.
2
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2
TOTAL 100,00
QUESTÃO 01 – DIREITO CONSTITUCIONAL (15 PONTOS)
Em relação ao controle de constitucionalidade, aborde os diferentes efeitos da decisão que
reconhece a inconstitucionalidade nos controles difuso e concentrado, inclusive o efeito ultra
partes.
ESPELHO DA RESPOSTA
Pontuação
máxima
Pontuação
atribuída
CONTROLE CONCENTRADO:
Em regra, eficácia vinculante, erga omnes e ex tunc (teoria da nulidade).
Excepcionalmente, se modulados os efeitos da decisão (nos termos do art.
27, Lei 9.868/99), a eficácia ex tunc pode ceder espaço a uma eficácia com
outro termo inicial.
CONTROLE DIFUSO:
Em regra, eficácia inter partes e ex tunc (teoria da nulidade).
Excepcionalmente, o STF admite modulação de efeitos da decisão (aplicação
por analogia do art. 27 da Lei 9.868/99). Para que a declaração de
inconstitucionalidade em controle difuso tenha eficácia erga omnes, é
necessário que o Senado Federal exerça a competência prevista no art. 52,
X, da CF/88, a qual se aplica a leis de todas as esferas da Federação. Ainda,
especialmente após o advento do instituto da repercussão geral, reconhece-
se a possibilidade de uma eficácia expansiva da decisão proferida em sede
de recurso extraordinária, da qual decorrem os chamados efeitos ultra
partes (a decisão tomada em sede de recurso extraordinário com
repercussão geral reconhecida influencia a tomada de decisão de todos os
demais juízos e tribunais do País).
5,0
10,0
Total 15,0
QUESTÃO 02 – DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO (15 PONTOS)
Discorra sobre o direito à licença maternidade das servidoras do Município de Fortaleza,
abordando se o tratamento local do tema é compatível com a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal.
ESPELHO DA RESPOSTA
Pontuação
máxima
Pontuação
atribuída
O Estatuto do Servidores do Município de Fortaleza (Lei Municipal nº
6.794/90) prevê, em seu art. 68, o direito da servidora gestante à licença
maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sendo igual direito assegurado à
servidora adotante.
3,0
Posteriormente, a Lei Orgânica do Município, promulgada em 15 de
dezembro de 2006, com as alterações introduzidas pela Emenda à LOM nº
02/2008, passou a assegurar licença-gestante (art. 116, VIII), nada prevendo
em favor da servidora adotante.
4,0
Segundo o STF, é inconstitucional o tratamento discriminatório entre a
servidora gestante e a servidora adotante no que diz respeito à licença
decorrente da maternidade. Da mesma forma, é inconstitucional a fixação
de diferentes prazos de licença adotante variáveis de acordo com a idade da
criança adotada (Rext 778.889/PE).
5,0
Conclusão:
Com a promulgação da atual Lei Orgânica do Município de Fortaleza, a
disciplina da matéria no sistema normativo local passou a destoar do
entendimento do STF, por estabelecer tratamento discriminatório entre
gestante e adotante para fins de licença decorrente da maternidade.
3,0
Total 15,0
QUESTÃO 03 – DIREITO TRIBUTÁRIO (15 PONTOS)
Entidade de assistência social denominada Ajude Barion comercializa camisas para reinvestir
os valores arracadados nos seus fins institucionais. Haveria incidência tributária na operação
ou é caso de imunidade? Na resposta, necessariamente aborde: (a) a diferença entre
contribuinte de fato e de direito; (b) a diferença entre tributo direto e indireto; e (c) a
diferença entre imunidade objetiva, subjetiva e mista.
ESPELHO DA RESPOSTA
Pontuação
máxima
Pontuação
atribuída
Imunidade objetiva: ocorre quando a imunidade foi instituída em razão das
características de uma determinada pessoa.
Imunidade subjetiva: ocorre quando a imunidade foi instituída em função de
determinados fatos, bens ou situações.
Imunidade mista: quando ocorre uma combinação entre os dois critérios
anteriores.
5,0
Tributos indiretos são aqueles que permitem a transferência do seu encargo
econômico para uma pessoa diferente daquela definida em lei como sujeito
passivo. Exemplos mais conhecidos: IPI, ICMS, ISS e IOF.
5,0
Assim, pode-se dizer que nos tributos indiretos surgem as figuras do
contribuinte de direito e do contribuinte de fato:
a) Contribuinte de direito: é a pessoa que realiza o fato gerador.
b) Contribuinte de fato: é a pessoa que paga efetivamente o imposto
considerando que o contribuinte de direito transferiu para ele este encargo.
5,0
Total 15,0
QUESTÃO 04 – DIREITO FINANCEIRO (15 PONTOS)
No interior do Estado do Ceará, é comum que alguns municípios não instituam e/ou cobrem
todos os tributis de sua competência constitucional, seja por motivos de interesse político dos
governantes, seja pela ineficácia econômica da exação fiscal. Ante tal quadro, o art. 11 da Lei
de Responsabilidade Fiscal estabelece que constituem requisitos essenciais da
responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os
tributos.
Considerando o que determina a Lei de Respnsabilidade Fiscal e à luz da doutrina pátria, redija
um texto dissertativo acerca da responsabilidade na gestão fiscal. Na resposta,
necessariamente aborde: (a) a posição do STF quanto à obrigatoriedade, ou não, de que os
municípios instituam todos os tributos de sua competência; (b) as possiveis sanções que o
gestor público pode sofrer em virtude da ineficiência arrecadatória; e (c) as possíveis sanções
que o ente federativo pode sofrer em caso de não instituição e cobrança de tributos.
ESPELHO DA RESPOSTA
Pontuação
máxima
Pontuação
atribuída
O Art. 11 da Lei de Resposnabilidade fiscal estabelece que todos os entes
federativos devem criar os tributos de sua competência tributária, bem
como efetivamente arrecadar as receitas deles advindas.
Parte da doutrina, basenando-se na premissa de que a competência
tributária é facultativa e que a Constituição Federal tão somente outorga
competência tributária, não criando a obrigatoriedade de instituição dos
mesmos.
O Supremo Tribunal Federal, contudo, no julgamento da ADI 2238,
posicionou-se pela constitucionalidade dos art. 11. Manteve, inclusive, a
sanção prevista no seu parágrafo único.
5,0
O gestor público que descumprir seu dever de responsabilidade na gestão
fiscal e atuar de modo ineficiente na arrecadação tributária incidirá na
hipótese prevista na Lei de Improbidade Administrativa:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão
ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º
5,0
desta lei, e notadamente:
(...)
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda,
Portanto, poderá vir a ser punido com as sanções previstas na Lei 8.429/92.
Quanto ao ente federativo, por sua vez, o parágrafo único do art. 11 da LRF
prevê a seguinte penalidade:
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias
para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere
aos impostos.
Assim, não se comprovando a eficiência arrecadatória quantos aos
impostos, o ente não poderá celebrar convênios.
5,0
Total 15,0