re 870947 - stf sobre a repercurssão da atualização do débito em desfavor da fazenda pública

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Decisão sobre Repercussão Geral 16/04/2015 PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 870.947 SERGIPE RELATOR :MIN. LUIZ FUX RECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL RECDO.(A/S) : DERIVALDO SANTOS NASCIMENTO ADV.(A/S) : FÁBIO SILVA RAMOS E OUTRO(A/S) DIREITO CONSTITUCIONAL. REGIME DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA E JUROS MORATÓRIOS INCIDENTE SOBRE CONDENAÇÕES JUDICIAIS DA FAZENDA PÚBLICA. ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97 COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 11.960/09. TEMA 810. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. Decisão: O Tribunal, por maioria, reputou constitucional a questão, vencido o Ministro Marco Aurélio. Não se manifestou a Ministra Cármen Lúcia. O Tribunal, por maioria, reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada, vencido o Ministro Marco Aurélio. Não se manifestou a Ministra Cármen Lúcia. Ministro LUIZ FUX Relator Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 8268053. Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 40

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RE 870947

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  • Deciso sobre Repercusso Geral

    16/04/2015 PLENRIO

    REPERCUSSO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINRIO 870.947 SERGIPE

    RELATOR : MIN. LUIZ FUXRECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL FEDERAL RECDO.(A/S) :DERIVALDO SANTOS NASCIMENTO ADV.(A/S) :FBIO SILVA RAMOS E OUTRO(A/S)

    DIREITO CONSTITUCIONAL. REGIME DE ATUALIZAO MONETRIA E JUROS MORATRIOS INCIDENTE SOBRE CONDENAES JUDICIAIS DA FAZENDA PBLICA. ART. 1-F DA LEI N 9.494/97 COM A REDAO DADA PELA LEI N 11.960/09. TEMA 810. REPERCUSSO GERAL RECONHECIDA.

    Deciso: O Tribunal, por maioria, reputou constitucional a questo, vencido o Ministro Marco Aurlio. No se manifestou a Ministra Crmen Lcia. O Tribunal, por maioria, reconheceu a existncia de repercusso geral da questo constitucional suscitada, vencido o Ministro Marco Aurlio. No se manifestou a Ministra Crmen Lcia.

    Ministro LUIZ FUXRelator

    Supremo Tribunal Federal

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8268053.

    Supremo Tribunal FederalSupremo Tribunal FederalInteiro Teor do Acrdo - Pgina 1 de 40

  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    16/04/2015 PLENRIO

    REPERCUSSO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINRIO 870.947 SERGIPE

    DIREITO CONSTITUCIONAL. REGIME DE ATUALIZAO MONETRIA E JUROS MORATRIOS INCIDENTE SOBRE CONDENAES JUDICIAIS DA FAZENDA PBLICA. ART. 1-F DA LEI N 9.494/97 COM A REDAO DADA PELA LEI N 11.960/09. 1. Reveste-se de repercusso geral o debate quanto validade da correo monetria e dos juros moratrios incidente sobre condenaes impostas Fazenda Pblica segundo os ndices oficiais de remunerao bsica da caderneta de poupana (Taxa Referencial - TR), conforme determina o art. 1-F da Lei n 9.494/97 com redao dada pela Lei n 11.960/09. 2. Tendo em vista a recente concluso do julgamento das ADIs n 4.357 e 4.425, ocorrida em 25 de maro de 2015, revela-se oportuno que o Supremo Tribunal Federal reitere, em sede de repercusso geral, as razes que orientaram aquele pronunciamento da Corte, o que, a um s tempo, contribuir para orientar os tribunais locais quanto aplicao do decidido pelo STF, bem como evitar que casos idnticos cheguem a esta Suprema Corte. 3. Manifestao pela existncia da repercusso geral.

    Trata-se de recurso extraordinrio interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com fundamento no artigo 102, III, alnea a, da Constituio da Repblica contra acrdo lavrado pela Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5 Regio que, mantendo concesso de benefcio de prestao continuada (Lei n 8.742/93, art. 20) ao ora recorrido, assentou que no cabe a aplicao da Lei n 11.960/09 quanto aos juros e correo monetria, uma

    Supremo Tribunal Federal

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8268054.

    Supremo Tribunal Federal

    16/04/2015 PLENRIO

    REPERCUSSO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINRIO 870.947 SERGIPE

    DIREITO CONSTITUCIONAL. REGIME DE ATUALIZAO MONETRIA E JUROS MORATRIOS INCIDENTE SOBRE CONDENAES JUDICIAIS DA FAZENDA PBLICA. ART. 1-F DA LEI N 9.494/97 COM A REDAO DADA PELA LEI N 11.960/09. 1. Reveste-se de repercusso geral o debate quanto validade da correo monetria e dos juros moratrios incidente sobre condenaes impostas Fazenda Pblica segundo os ndices oficiais de remunerao bsica da caderneta de poupana (Taxa Referencial - TR), conforme determina o art. 1-F da Lei n 9.494/97 com redao dada pela Lei n 11.960/09. 2. Tendo em vista a recente concluso do julgamento das ADIs n 4.357 e 4.425, ocorrida em 25 de maro de 2015, revela-se oportuno que o Supremo Tribunal Federal reitere, em sede de repercusso geral, as razes que orientaram aquele pronunciamento da Corte, o que, a um s tempo, contribuir para orientar os tribunais locais quanto aplicao do decidido pelo STF, bem como evitar que casos idnticos cheguem a esta Suprema Corte. 3. Manifestao pela existncia da repercusso geral.

    Trata-se de recurso extraordinrio interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com fundamento no artigo 102, III, alnea a, da Constituio da Repblica contra acrdo lavrado pela Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5 Regio que, mantendo concesso de benefcio de prestao continuada (Lei n 8.742/93, art. 20) ao ora recorrido, assentou que no cabe a aplicao da Lei n 11.960/09 quanto aos juros e correo monetria, uma

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    vez que o Supremo Tribunal federal, no julgamento das ADIs n 4.357 e 4.425, reconheceu, por arrastamento, a inconstitucionalidade do artigo 5 da Lei n 11.960/09, que deu nova redao ao artigo 1-F da Lei n 9.494/97. Na origem, Derivaldo Santos do Nascimento, ora recorrido, ajuizou demanda ordinria em face do INSS com pedido de concesso de benefcio assistencial previsto no artigo 203, V, da Constituio da Repblica. O juzo de primeiro grau julgou procedente o pedido nos seguintes termos, verbis (fls. 122-123):

    Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pleito autoral, o passo que determino o INSS que institua, em favor do autor, o benefcio assistencial de n 533.797.012-3, previsto no art. 20 da LOAS, a contar da data do requerimento administrativo (20.01.2009 fl. 33).Condeno o INSS, assim, ao pagamento das prestaes vencidas, acrecidas de correo monetria pelo IPCA a partir de cada parcela e juros de mora de acordo com o ndice oficial de remunerao bsica da caderneta de poupana, nos termos da Lei 11.960/09, adequada declarao parcial de inconstitucionalidade poer arrastamento decorrente do julgamento das ADIs ns 4357/DF e 4425/DF, em 13.03.2013.

    O INSS interps recurso de apelao contra a sentena (fls. 127-132), sustentando os seguintes fundamentos quanto ao regime de atualizao monetria e juros de mora aplicveis condenao:

    Convm aduzir que o valor dos juros de mora e da correo monetria sofreu alterao com o advento da Lei 11.960/2009, que alterou a redao do artigo 1-F

    2

    Supremo Tribunal Federal

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8268054.

    Supremo Tribunal Federal

    RE 870947 RG / SE

    vez que o Supremo Tribunal federal, no julgamento das ADIs n 4.357 e 4.425, reconheceu, por arrastamento, a inconstitucionalidade do artigo 5 da Lei n 11.960/09, que deu nova redao ao artigo 1-F da Lei n 9.494/97. Na origem, Derivaldo Santos do Nascimento, ora recorrido, ajuizou demanda ordinria em face do INSS com pedido de concesso de benefcio assistencial previsto no artigo 203, V, da Constituio da Repblica. O juzo de primeiro grau julgou procedente o pedido nos seguintes termos, verbis (fls. 122-123):

    Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pleito autoral, o passo que determino o INSS que institua, em favor do autor, o benefcio assistencial de n 533.797.012-3, previsto no art. 20 da LOAS, a contar da data do requerimento administrativo (20.01.2009 fl. 33).Condeno o INSS, assim, ao pagamento das prestaes vencidas, acrecidas de correo monetria pelo IPCA a partir de cada parcela e juros de mora de acordo com o ndice oficial de remunerao bsica da caderneta de poupana, nos termos da Lei 11.960/09, adequada declarao parcial de inconstitucionalidade poer arrastamento decorrente do julgamento das ADIs ns 4357/DF e 4425/DF, em 13.03.2013.

    O INSS interps recurso de apelao contra a sentena (fls. 127-132), sustentando os seguintes fundamentos quanto ao regime de atualizao monetria e juros de mora aplicveis condenao:

    Convm aduzir que o valor dos juros de mora e da correo monetria sofreu alterao com o advento da Lei 11.960/2009, que alterou a redao do artigo 1-F

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    Supremo Tribunal Federal

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8268054.

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    da Lei 9.494/97, independentemente da natureza da demanda contra o Poder Pblico. ()Ou seja, a partir 29.06.2009, data da vigncia no novel diploma, incidiro os ndices oficiais de remunerao e juros de mora aplicveis caderneta de poupana, vez que os baixos ndices inflacionrios no mais justificam a utilizao de 1% de juros de mora, ainda acrescido de ndice de correo monetria (INPC), ou ento da taxa SELIC.(...) Assim, no que tange incidncia da correo monetria e dos juros moratrios das dvidas da Fazenda Pblica, deve-se respeitar o disposto no art. 1-F, da Lei n 9.494/97, com a observao da redao dada pela Lei n 11.960/09.Ainda seguindo a orientao de que a Lei 11.960/2009 permanece aplicvel em sua ntegra, ao menos at que o STF defina os efeitos temporais e materiais de seus deciso, h que se ressaltar que tal dispositivo legal possui aplicao imediata, isto , a partir da data em que entrou em vigor, conforme amplamente reconhecido pela jurisprudncia ptria.

    Ao apreciar a apelao (fls. 146-149), o Tribunal de origem assim se manifestou sobre o tema especfico da correo monetria e dos juros de mora incidentes sobre a condenao imposta ao INSS:

    4. No cabe a aplicao da Lei n 11.960/09 quanto aos juros e correo monetria. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento das ADINS 4357 e 4425, reconheceu, por arrastamento, a inconstitucionalidade do artigo 5 da Lei n 11.960/09, que deu nova redao ao artigo 1-F da Lei n 9.494/97.

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    Supremo Tribunal Federal

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8268054.

    Supremo Tribunal Federal

    RE 870947 RG / SE

    da Lei 9.494/97, independentemente da natureza da demanda contra o Poder Pblico. ()Ou seja, a partir 29.06.2009, data da vigncia no novel diploma, incidiro os ndices oficiais de remunerao e juros de mora aplicveis caderneta de poupana, vez que os baixos ndices inflacionrios no mais justificam a utilizao de 1% de juros de mora, ainda acrescido de ndice de correo monetria (INPC), ou ento da taxa SELIC.(...) Assim, no que tange incidncia da correo monetria e dos juros moratrios das dvidas da Fazenda Pblica, deve-se respeitar o disposto no art. 1-F, da Lei n 9.494/97, com a observao da redao dada pela Lei n 11.960/09.Ainda seguindo a orientao de que a Lei 11.960/2009 permanece aplicvel em sua ntegra, ao menos at que o STF defina os efeitos temporais e materiais de seus deciso, h que se ressaltar que tal dispositivo legal possui aplicao imediata, isto , a partir da data em que entrou em vigor, conforme amplamente reconhecido pela jurisprudncia ptria.

    Ao apreciar a apelao (fls. 146-149), o Tribunal de origem assim se manifestou sobre o tema especfico da correo monetria e dos juros de mora incidentes sobre a condenao imposta ao INSS:

    4. No cabe a aplicao da Lei n 11.960/09 quanto aos juros e correo monetria. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento das ADINS 4357 e 4425, reconheceu, por arrastamento, a inconstitucionalidade do artigo 5 da Lei n 11.960/09, que deu nova redao ao artigo 1-F da Lei n 9.494/97.

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    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8268054.

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    Aps oposio e julgamento dos Embargos de Declarao opostos pela autarquia foi interposto recurso extraordinrio no qual a autarquia previdenciria sustenta a preliminar de repercusso geral, aduzindo, in verbis (fls. 171):

    H repercusso geral do ponto de vista jurdico, uma vez que o acolhimento da tese do deferimento da incidncia de juros de mora e de correo monetria em desacordo com o contido no artigo 5 da Lei n 11.960/09, uma vez que no restou declarado inconstitucional todo o artigo 5 da Lei 11.960/09, na presente demanda poderia implicar precedente ao acolhimento de sua aplicao a todos os casos similares. Outrossim, a pretendida aplicao da incidncia de juros de mora e de correo monetria em desacordo com o contido no artigo 5 da 11.960/09, uma vez que no restou declarado inconstitucional todo o artigo 5 da Lei n 11.960/09, consiste em tese que destoa da doutrina e da jurisprudncia brasileira consolidada sobre a aplicao da lei, pelo que o acolhimento da pretenso resultaria em prejuzo conceituao da questo relativa fixao dos juros moratrios e da correo monetria, nos termos do que preceitua o art. 1-F da Lei n 9.494/97, em todas as esferas jurdicas, com o ntido prejuzo a esses cnones de suma importncia em nosso ordenamento.Tambm se constata que h repercusso geral do ponto de vista econmico, porque o INSS teria de elevar os valores para pagamento em milhares de aes referentes a benefcios previdencirios, com o pagamento de juros de mora e de correo monetria em desacordo com o contido no artigo 5 da Lei n 11.960/09, o que

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    Supremo Tribunal Federal

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8268054.

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    RE 870947 RG / SE

    Aps oposio e julgamento dos Embargos de Declarao opostos pela autarquia foi interposto recurso extraordinrio no qual a autarquia previdenciria sustenta a preliminar de repercusso geral, aduzindo, in verbis (fls. 171):

    H repercusso geral do ponto de vista jurdico, uma vez que o acolhimento da tese do deferimento da incidncia de juros de mora e de correo monetria em desacordo com o contido no artigo 5 da Lei n 11.960/09, uma vez que no restou declarado inconstitucional todo o artigo 5 da Lei 11.960/09, na presente demanda poderia implicar precedente ao acolhimento de sua aplicao a todos os casos similares. Outrossim, a pretendida aplicao da incidncia de juros de mora e de correo monetria em desacordo com o contido no artigo 5 da 11.960/09, uma vez que no restou declarado inconstitucional todo o artigo 5 da Lei n 11.960/09, consiste em tese que destoa da doutrina e da jurisprudncia brasileira consolidada sobre a aplicao da lei, pelo que o acolhimento da pretenso resultaria em prejuzo conceituao da questo relativa fixao dos juros moratrios e da correo monetria, nos termos do que preceitua o art. 1-F da Lei n 9.494/97, em todas as esferas jurdicas, com o ntido prejuzo a esses cnones de suma importncia em nosso ordenamento.Tambm se constata que h repercusso geral do ponto de vista econmico, porque o INSS teria de elevar os valores para pagamento em milhares de aes referentes a benefcios previdencirios, com o pagamento de juros de mora e de correo monetria em desacordo com o contido no artigo 5 da Lei n 11.960/09, o que

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    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8268054.

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    consistiria em enorme dispndio dos recursos necessrios manuteno dos sistema de Previdncia Social brasileiro. Do ponto de vista poltico, h repercusso geral porque a adoo da tese em referncia causaria dificuldades intransponveis na manuteno dos pagamentos dos benefcios, uma vez que o Estado brasileiro sempre disps, quanto Previdncia Social, proteo sade do trabalhador, observada a respectiva nocividade do agente e a correspondente fonte de custeio do sistema.Sob o ponto de vista social, cabe ressaltar que a previso, expressa na Constituio, do direito previdncia social como direito social (art. 6) e do sistema de Previdncia como componente da Ordem Social (Ttulo VIII, Captulo II, Seo III) implica existncia do requisito da repercusso social nos recursos extraordinrios interpostos pelo INSS, entidade que, na ordem social brasileira, tem a finalidade especfica de prestar a previdncia pblica, finalidade esta que ser prejudicada se deferida a pretenso deduzida em demandas como esta.

    No mrito, o INSS aponta violao ao art. 102, caput e alnea l, e art. 195, 5, todos da Constituio da Repblica, alegando, verbis (fls. 172-173 grifos no original):

    A deciso, ora recorrida, do TRF da 5 Regio, entendeu pela inaplicabilidade do art. 1-F da Lei n 9.494/97, com a redao dada pela Lei n 11.690/09, afirmando que houve declarao de inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 5 deste diploma legal, quando do julgamento da ADI n

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    Supremo Tribunal Federal

    RE 870947 RG / SE

    consistiria em enorme dispndio dos recursos necessrios manuteno dos sistema de Previdncia Social brasileiro. Do ponto de vista poltico, h repercusso geral porque a adoo da tese em referncia causaria dificuldades intransponveis na manuteno dos pagamentos dos benefcios, uma vez que o Estado brasileiro sempre disps, quanto Previdncia Social, proteo sade do trabalhador, observada a respectiva nocividade do agente e a correspondente fonte de custeio do sistema.Sob o ponto de vista social, cabe ressaltar que a previso, expressa na Constituio, do direito previdncia social como direito social (art. 6) e do sistema de Previdncia como componente da Ordem Social (Ttulo VIII, Captulo II, Seo III) implica existncia do requisito da repercusso social nos recursos extraordinrios interpostos pelo INSS, entidade que, na ordem social brasileira, tem a finalidade especfica de prestar a previdncia pblica, finalidade esta que ser prejudicada se deferida a pretenso deduzida em demandas como esta.

    No mrito, o INSS aponta violao ao art. 102, caput e alnea l, e art. 195, 5, todos da Constituio da Repblica, alegando, verbis (fls. 172-173 grifos no original):

    A deciso, ora recorrida, do TRF da 5 Regio, entendeu pela inaplicabilidade do art. 1-F da Lei n 9.494/97, com a redao dada pela Lei n 11.690/09, afirmando que houve declarao de inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 5 deste diploma legal, quando do julgamento da ADI n

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    4357 e ADI n 4425, ocorrido em 14/03/13. Data venia, no pode o INSS se conformar com o r. acrdo, vez que o mesmo, ao entender pela inconstitucionalidade total do artigo 5 da Lei 11.960/09, findou por violar deciso do STF (art. 102, caput, e alnea l), bem como a necessidade da indicao da prvia fonte de custeio (art. 195, 5). Por fim, como se no bastasse, o acrdo terminou por violar o art. 1-F da Lei 11 9.494/97, ao afastar a sua aplicao, ensejando. com isto, o recurso a essa via extraordinria.[...]Convm aduzir que a taxa aplicvel dos juros de mora e da correo monetria sofreu relevante alterao com o advento da Lei 11.960/2009, que modificou a redao do artigo 1-F, da Lei 9.494/97, independentemente da natureza da demanda contra o Poder Pblico.Ocorre, todavia, que o STF declarou parcialmente a inconstitucionalidade da norma, tendo sido mantida a taxa de juros de 0.5% estabelecida no artigo I -F, da Lei 9.494/97.Portanto, a deciso recorrido embargada (sic) merece ser reformada para que seja respeitada a fixao dos juros moratrios, nos termos do que preceitua o art. 1 -F, da Lei n. 9.494/97, vale dizer, no percentual de 0,5% ao ms. Nesse norte, importante tecer consideraes acerca do informativo de nmero 698 do STF, uma vez que no restou declarado inconstitucional todo o artigo 5 da Lei 11.960/09.[...]PLENRIOPrecatrio: regime especial e EC 62/2009- 20Em concluso, o Plenrio, por maioria, julgou

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    Supremo Tribunal Federal

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    Supremo Tribunal Federal

    RE 870947 RG / SE

    4357 e ADI n 4425, ocorrido em 14/03/13. Data venia, no pode o INSS se conformar com o r. acrdo, vez que o mesmo, ao entender pela inconstitucionalidade total do artigo 5 da Lei 11.960/09, findou por violar deciso do STF (art. 102, caput, e alnea l), bem como a necessidade da indicao da prvia fonte de custeio (art. 195, 5). Por fim, como se no bastasse, o acrdo terminou por violar o art. 1-F da Lei 11 9.494/97, ao afastar a sua aplicao, ensejando. com isto, o recurso a essa via extraordinria.[...]Convm aduzir que a taxa aplicvel dos juros de mora e da correo monetria sofreu relevante alterao com o advento da Lei 11.960/2009, que modificou a redao do artigo 1-F, da Lei 9.494/97, independentemente da natureza da demanda contra o Poder Pblico.Ocorre, todavia, que o STF declarou parcialmente a inconstitucionalidade da norma, tendo sido mantida a taxa de juros de 0.5% estabelecida no artigo I -F, da Lei 9.494/97.Portanto, a deciso recorrido embargada (sic) merece ser reformada para que seja respeitada a fixao dos juros moratrios, nos termos do que preceitua o art. 1 -F, da Lei n. 9.494/97, vale dizer, no percentual de 0,5% ao ms. Nesse norte, importante tecer consideraes acerca do informativo de nmero 698 do STF, uma vez que no restou declarado inconstitucional todo o artigo 5 da Lei 11.960/09.[...]PLENRIOPrecatrio: regime especial e EC 62/2009- 20Em concluso, o Plenrio, por maioria, julgou

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    parcialmente procedente pedido formulado em aes diretas, propostas pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e pela Confederao Nacional das Indstria - CNI, para declarar a inconstitucionalidade: a) da expresso "na data de expedio do precatrio, contida no 2 do art. 100 da CF; b) dos 9 e 10 do art. 100 da CF; c) da expresso "ndice oficial de remunerao bsica da caderneta de poupana", constante do 12 do art. 100 da CF, do inciso 11 do 1 e do 16, ambos do art. 97 do ADCT; d) do fraseado "independentemente de sua natureza", inserido no 12 do art. 100 da CF, para que aos precatrios de natureza tributria se apliquem os mesmos juros de mora incidentes sobre o crdito tributrio; c) por arrastamento, do art. 5 da Lei 11.960/2009: e f) do 15 do art. 100 da CF e de todo o art. 97 do ADCT (especificamente o caput e os 1, 2, 4, 6, 8, 9, 14 e 15, sedo os demais por arrastamento ou reverberao normativa) - v. Informativos 631, 643 e 697. (g.n.)

    Apesar de, numa primeira leitura, parecer claro que o artigo 5 da Lei 11.960/09 foi declarado inconstitucional na sua totalidade, uma leitura mais atenta do informativo indica o contrrio. Veja- diz o artigo 5 da Lei 11.960/09 que:

    Art. 5 O art. 1-F da Lei n .9.494, de 10 de setembro de 1997, introduzido pelo art. 4 da Medida Provisria n 2. 180-35, de 24 de agosto de 2001, passa a vigorar com a seguinte redao:Art. 1-F. Nas condenaes impostas Fazenda Pblica, independentemente de sua natureza e para fins de atualizao monetria, remunerao do capital e

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    RE 870947 RG / SE

    parcialmente procedente pedido formulado em aes diretas, propostas pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e pela Confederao Nacional das Indstria - CNI, para declarar a inconstitucionalidade: a) da expresso "na data de expedio do precatrio, contida no 2 do art. 100 da CF; b) dos 9 e 10 do art. 100 da CF; c) da expresso "ndice oficial de remunerao bsica da caderneta de poupana", constante do 12 do art. 100 da CF, do inciso 11 do 1 e do 16, ambos do art. 97 do ADCT; d) do fraseado "independentemente de sua natureza", inserido no 12 do art. 100 da CF, para que aos precatrios de natureza tributria se apliquem os mesmos juros de mora incidentes sobre o crdito tributrio; c) por arrastamento, do art. 5 da Lei 11.960/2009: e f) do 15 do art. 100 da CF e de todo o art. 97 do ADCT (especificamente o caput e os 1, 2, 4, 6, 8, 9, 14 e 15, sedo os demais por arrastamento ou reverberao normativa) - v. Informativos 631, 643 e 697. (g.n.)

    Apesar de, numa primeira leitura, parecer claro que o artigo 5 da Lei 11.960/09 foi declarado inconstitucional na sua totalidade, uma leitura mais atenta do informativo indica o contrrio. Veja- diz o artigo 5 da Lei 11.960/09 que:

    Art. 5 O art. 1-F da Lei n .9.494, de 10 de setembro de 1997, introduzido pelo art. 4 da Medida Provisria n 2. 180-35, de 24 de agosto de 2001, passa a vigorar com a seguinte redao:Art. 1-F. Nas condenaes impostas Fazenda Pblica, independentemente de sua natureza e para fins de atualizao monetria, remunerao do capital e

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    compensao da mora, haver a incidncia uma nica vez, at o efetivo pagamento, dos ndices oficiais de remunerao bsica e juros aplicados caderneta de poupana.''

    Este dispositivo regula as seguintes matrias sobre as condenaes impostas Fazenda Pblica:a) se aplicvel a toda s as condenaes ou a apenas a alguma modalidade especfica;b) que ela se refere atualizao monetria, remunerao do capital e compensao da mora;c) a quantidade de vezes que o ndice estabelecido deve incidir; ed) informa que sero adotados os ndices oficiais de remunerao bsica e juros aplicados caderneta de poupana para atingir este mister.Portanto, o texto aqui discutido trata, ao menos, de 4 assuntos diferentes. Feito esse apontamento, volte-se ao trecho do informativo sobre as alneas anteriores declarao por arrastamento do artigo 5 da Lei 11 .960:" para declarar a inconstitucionalidade:a) da expresso ''na data de expedio do precatrio", contida no 2 do art. 100 da CF;b) dos 9 e 10 do art. 100 da CF;c) da expresso "ndice oficial de remunerao bsica da caderneta de poupana", constante do 12 do art. 100 da CF, do inciso 11 do 1 e do 16, ambos do art. 97 do ADCT;d) do fraseado "independentemente de sua natureza", inserido no 12 do art. 100 da CF, para que aos precatrios de natureza tributria se apliquem os mesmos juros de mora incidentes sobre o crdito tributrio;

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    RE 870947 RG / SE

    compensao da mora, haver a incidncia uma nica vez, at o efetivo pagamento, dos ndices oficiais de remunerao bsica e juros aplicados caderneta de poupana.''

    Este dispositivo regula as seguintes matrias sobre as condenaes impostas Fazenda Pblica:a) se aplicvel a toda s as condenaes ou a apenas a alguma modalidade especfica;b) que ela se refere atualizao monetria, remunerao do capital e compensao da mora;c) a quantidade de vezes que o ndice estabelecido deve incidir; ed) informa que sero adotados os ndices oficiais de remunerao bsica e juros aplicados caderneta de poupana para atingir este mister.Portanto, o texto aqui discutido trata, ao menos, de 4 assuntos diferentes. Feito esse apontamento, volte-se ao trecho do informativo sobre as alneas anteriores declarao por arrastamento do artigo 5 da Lei 11 .960:" para declarar a inconstitucionalidade:a) da expresso ''na data de expedio do precatrio", contida no 2 do art. 100 da CF;b) dos 9 e 10 do art. 100 da CF;c) da expresso "ndice oficial de remunerao bsica da caderneta de poupana", constante do 12 do art. 100 da CF, do inciso 11 do 1 e do 16, ambos do art. 97 do ADCT;d) do fraseado "independentemente de sua natureza", inserido no 12 do art. 100 da CF, para que aos precatrios de natureza tributria se apliquem os mesmos juros de mora incidentes sobre o crdito tributrio;

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    e) por arrastamento, do art. 5 da Lei 11.960/2009;...

    Comparando-se as alneas citadas no informativo com o artigo 5 da Lei 11.960/09 verifica-se que elas s trataram de dois dos quatro assuntos regulados pelo citado dispositivo da Lei. Ora, assim o sendo, qual seria, ento, a lgica declarar-se a inconstitucionalidade de todo o artigo da Lei? Nenhuma, j que as partes restantes tm contedo normativo suficiente para ser aplicadas sozinhas.() todas as partes no citadas ao artigo permanecem no citadas do artigo permanecem constitucionais, principalmente a parte referente aos juros, texto que no foi declarado inconstitucional, devendo valer, em relao a este, as disposies da prpria Lei 11.960/09 (Lei 9.494/97), que se aplicam a benefcios previdencirios j que trata de condenaes impostas Fazenda Pblica.

    Pede ento que o recurso seja conhecido e provido para reformar a deciso proferida pelo Egrgio TRF da 5 Regio na presente ao, declarando indevida a fixao de juros de mora e de correo monetria em desacordo com o contido no artigo 5 da Lei 11.960/09, uma vez que no restou declarado inconstitucional todo o artigo 5 da Lei 11.960/09, adequando-a, assim, aos parmetros ditados pela Constituio Federal. O recurso foi admitido na origem (fls. 179). o relatrio. A questo jurdico-constitucional versada nestes autos diz respeito validade da correo monetria e dos juros moratrios incidentes sobre condenaes impostas Fazenda Pblica segundo os ndices oficiais de remunerao bsica da caderneta de poupana (Taxa

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    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8268054.

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    RE 870947 RG / SE

    e) por arrastamento, do art. 5 da Lei 11.960/2009;...

    Comparando-se as alneas citadas no informativo com o artigo 5 da Lei 11.960/09 verifica-se que elas s trataram de dois dos quatro assuntos regulados pelo citado dispositivo da Lei. Ora, assim o sendo, qual seria, ento, a lgica declarar-se a inconstitucionalidade de todo o artigo da Lei? Nenhuma, j que as partes restantes tm contedo normativo suficiente para ser aplicadas sozinhas.() todas as partes no citadas ao artigo permanecem no citadas do artigo permanecem constitucionais, principalmente a parte referente aos juros, texto que no foi declarado inconstitucional, devendo valer, em relao a este, as disposies da prpria Lei 11.960/09 (Lei 9.494/97), que se aplicam a benefcios previdencirios j que trata de condenaes impostas Fazenda Pblica.

    Pede ento que o recurso seja conhecido e provido para reformar a deciso proferida pelo Egrgio TRF da 5 Regio na presente ao, declarando indevida a fixao de juros de mora e de correo monetria em desacordo com o contido no artigo 5 da Lei 11.960/09, uma vez que no restou declarado inconstitucional todo o artigo 5 da Lei 11.960/09, adequando-a, assim, aos parmetros ditados pela Constituio Federal. O recurso foi admitido na origem (fls. 179). o relatrio. A questo jurdico-constitucional versada nestes autos diz respeito validade da correo monetria e dos juros moratrios incidentes sobre condenaes impostas Fazenda Pblica segundo os ndices oficiais de remunerao bsica da caderneta de poupana (Taxa

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    Referencial - TR), conforme determina o art. 1-F da Lei n 9.494/97, com redao dada pela Lei n 11.960/09. Tendo em vista a recente concluso do julgamento das ADIs n 4.357 e 4.425, ocorrida em 25 de maro de 2015, revela-se oportuno que o Supremo Tribunal Federal reitere, agora em sede de repercusso geral, as razes que orientaram aquele pronunciamento da Corte, o que, a um s tempo, contribuir para orientar os tribunais locais quanto aplicao do decidido pelo STF, bem como evitar que casos idnticos cheguem a esta Suprema Corte. Tendo em vista, porm, algumas sutilezas formais adiante explicadas, sobretudo na hiptese da correo monetria, acredito que no seja caso de reafirmao de jurisprudncia pelo Plenrio Virtual, devendo a questo ser apreciada pela Corte em julgamento presencial.

    Primeira Questo: Regime de juros moratrios incidentes sobre as condenaes impostas Fazenda Pblica

    No julgamento das ADIs n 4.357 e 4.425, o Plenrio do Supremo Tribunal Federal julgou inconstitucional a fixao dos juros moratrios com base na TR apenas quanto aos dbitos estatais de natureza tributria. Foi o que restou consignado na ementa daquele julgado:

    DIREITO CONSTITUCIONAL. REGIME DE EXECUO DA FAZENDA PBLICA MEDIANTE PRECATRIO. EMENDA CONSTITUCIONAL N 62/2009. () INCONSTITUCIONALIDADE DA UTILIZAO DO RENDIMENTO DA CADERNETA DE POUPANA COMO NDICE DEFINIDOR DOS JUROS MORATRIOS DOS CRDITOS INSCRITOS

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    RE 870947 RG / SE

    Referencial - TR), conforme determina o art. 1-F da Lei n 9.494/97, com redao dada pela Lei n 11.960/09. Tendo em vista a recente concluso do julgamento das ADIs n 4.357 e 4.425, ocorrida em 25 de maro de 2015, revela-se oportuno que o Supremo Tribunal Federal reitere, agora em sede de repercusso geral, as razes que orientaram aquele pronunciamento da Corte, o que, a um s tempo, contribuir para orientar os tribunais locais quanto aplicao do decidido pelo STF, bem como evitar que casos idnticos cheguem a esta Suprema Corte. Tendo em vista, porm, algumas sutilezas formais adiante explicadas, sobretudo na hiptese da correo monetria, acredito que no seja caso de reafirmao de jurisprudncia pelo Plenrio Virtual, devendo a questo ser apreciada pela Corte em julgamento presencial.

    Primeira Questo: Regime de juros moratrios incidentes sobre as condenaes impostas Fazenda Pblica

    No julgamento das ADIs n 4.357 e 4.425, o Plenrio do Supremo Tribunal Federal julgou inconstitucional a fixao dos juros moratrios com base na TR apenas quanto aos dbitos estatais de natureza tributria. Foi o que restou consignado na ementa daquele julgado:

    DIREITO CONSTITUCIONAL. REGIME DE EXECUO DA FAZENDA PBLICA MEDIANTE PRECATRIO. EMENDA CONSTITUCIONAL N 62/2009. () INCONSTITUCIONALIDADE DA UTILIZAO DO RENDIMENTO DA CADERNETA DE POUPANA COMO NDICE DEFINIDOR DOS JUROS MORATRIOS DOS CRDITOS INSCRITOS

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    EM PRECATRIOS, QUANDO ORIUNDOS DE RELAES JURDICO-TRIBUTRIAS. DISCRIMINAO ARBITRRIA E VIOLAO ISONOMIA ENTRE DEVEDOR PBLICO E DEVEDOR PRIVADO (CF, ART. 5, CAPUT ). ()6. A quantificao dos juros moratrios relativos a dbitos fazendrios inscritos em precatrios segundo o ndice de remunerao da caderneta de poupana vulnera o princpio constitucional da isonomia (CF, art. 5, caput) ao incidir sobre dbitos estatais de natureza tributria, pela discriminao em detrimento da parte processual privada que, salvo expressa determinao em contrrio, responde pelos juros da mora tributria taxa de 1% ao ms em favor do Estado (ex vi do art. 161, 1, CTN). Declarao de inconstitucionalidade parcial sem reduo da expresso independentemente de sua natureza, contida no art. 100, 12, da CF, includo pela EC n 62/09, para determinar que, quanto aos precatrios de natureza tributria, sejam aplicados os mesmos juros de mora incidentes sobre todo e qualquer crdito tributrio. 7. O art. 1-F da Lei n 9.494/97, com redao dada pela Lei n 11.960/09, ao reproduzir as regras da EC n 62/09 quanto atualizao monetria e fixao de juros moratrios de crditos inscritos em precatrios incorre nos mesmos vcios de juridicidade que inquinam o art. 100, 12, da CF, razo pela qual se revela inconstitucional por arrastamento, na mesma extenso dos itens 5 e 6 supra. (sem grifos no original)

    Destarte, a deciso do Supremo Tribunal Federal foi clara no sentido de que o art. 1-F da Lei n 9.494/97, com a redao dada pela Lei n 11.960/09, no foi declarado inconstitucional por completo.

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    RE 870947 RG / SE

    EM PRECATRIOS, QUANDO ORIUNDOS DE RELAES JURDICO-TRIBUTRIAS. DISCRIMINAO ARBITRRIA E VIOLAO ISONOMIA ENTRE DEVEDOR PBLICO E DEVEDOR PRIVADO (CF, ART. 5, CAPUT ). ()6. A quantificao dos juros moratrios relativos a dbitos fazendrios inscritos em precatrios segundo o ndice de remunerao da caderneta de poupana vulnera o princpio constitucional da isonomia (CF, art. 5, caput) ao incidir sobre dbitos estatais de natureza tributria, pela discriminao em detrimento da parte processual privada que, salvo expressa determinao em contrrio, responde pelos juros da mora tributria taxa de 1% ao ms em favor do Estado (ex vi do art. 161, 1, CTN). Declarao de inconstitucionalidade parcial sem reduo da expresso independentemente de sua natureza, contida no art. 100, 12, da CF, includo pela EC n 62/09, para determinar que, quanto aos precatrios de natureza tributria, sejam aplicados os mesmos juros de mora incidentes sobre todo e qualquer crdito tributrio. 7. O art. 1-F da Lei n 9.494/97, com redao dada pela Lei n 11.960/09, ao reproduzir as regras da EC n 62/09 quanto atualizao monetria e fixao de juros moratrios de crditos inscritos em precatrios incorre nos mesmos vcios de juridicidade que inquinam o art. 100, 12, da CF, razo pela qual se revela inconstitucional por arrastamento, na mesma extenso dos itens 5 e 6 supra. (sem grifos no original)

    Destarte, a deciso do Supremo Tribunal Federal foi clara no sentido de que o art. 1-F da Lei n 9.494/97, com a redao dada pela Lei n 11.960/09, no foi declarado inconstitucional por completo.

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    Especificamente quanto ao regime dos juros moratrios incidentes sobre as condenaes impostas Fazenda Pblica, a orientao firmada pela Corte foi a seguinte:

    Quanto aos juros moratrios incidentes sobre condenaes oriundas de relao jurdico-tributria, devem ser aplicados os mesmos juros de mora pelos quais a Fazenda Pblica remunera seu crdito tributrio;

    Quanto aos juros moratrios incidentes sobre condenaes oriundas de relao jurdica no-tributria, devem ser observados os critrios fixados pela legislao infraconstitucional, notadamente os ndices oficiais de remunerao bsica e juros aplicados caderneta de poupana, conforme dispe o art. 1-F da Lei n 9.494/97, com a redao dada pela Lei n 11.960/09.

    A deciso recorrida nestes autos, porm, elasteceu o escopo do pronunciamento do Supremo Tribunal Federal, afastando a aplicao da legislao infraconstitucional com suposto fundamento nas ADIs n 4.357 e 4.425. No se trata de caso isolado. Em outros recursos que chegaram ao Supremo Tribunal Federal, esta mesma circunstncia estava presente. Cito, a ttulo ilustrativo, o RE n 837.729 e o RE n 859.973.Revela-se, por isso, necessrio e urgente que o Supremo Tribunal Federal reitere, em sede de repercusso geral, a tese jurdica fixada nas ADIs n 4.357 e 4.425, orientando a atuao dos tribunais locais aplicao dos entendimentos formados por esta Suprema Corte.

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    RE 870947 RG / SE

    Especificamente quanto ao regime dos juros moratrios incidentes sobre as condenaes impostas Fazenda Pblica, a orientao firmada pela Corte foi a seguinte:

    Quanto aos juros moratrios incidentes sobre condenaes oriundas de relao jurdico-tributria, devem ser aplicados os mesmos juros de mora pelos quais a Fazenda Pblica remunera seu crdito tributrio;

    Quanto aos juros moratrios incidentes sobre condenaes oriundas de relao jurdica no-tributria, devem ser observados os critrios fixados pela legislao infraconstitucional, notadamente os ndices oficiais de remunerao bsica e juros aplicados caderneta de poupana, conforme dispe o art. 1-F da Lei n 9.494/97, com a redao dada pela Lei n 11.960/09.

    A deciso recorrida nestes autos, porm, elasteceu o escopo do pronunciamento do Supremo Tribunal Federal, afastando a aplicao da legislao infraconstitucional com suposto fundamento nas ADIs n 4.357 e 4.425. No se trata de caso isolado. Em outros recursos que chegaram ao Supremo Tribunal Federal, esta mesma circunstncia estava presente. Cito, a ttulo ilustrativo, o RE n 837.729 e o RE n 859.973.Revela-se, por isso, necessrio e urgente que o Supremo Tribunal Federal reitere, em sede de repercusso geral, a tese jurdica fixada nas ADIs n 4.357 e 4.425, orientando a atuao dos tribunais locais aplicao dos entendimentos formados por esta Suprema Corte.

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    RE 870947 RG / SE

    Segunda Questo: Regime de atualizao monetria das condenaes impostas Fazenda Pblica

    J quanto ao regime de atualizao monetria das condenaes impostas Fazenda Pblica a questo reveste-se de sutilezas formais. Explico. Diferentemente dos juros moratrios, que s incidem uma nica vez at o efetivo pagamento, a atualizao monetria da condenao imposta Fazenda Pblica ocorre em dois momentos distintos. O primeiro se d ao final da fase de conhecimento com o trnsito em julgado da deciso condenatria. Esta correo inicial compreende o perodo de tempo entre o dano efetivo (ou o ajuizamento da demanda) e a imputao de responsabilidade Administrao Pblica. A atualizao estabelecida pelo prprio juzo prolator da deciso condenatria no exerccio de atividade jurisdicional. O segundo momento ocorre j na fase executiva, quando o valor devido efetivamente entregue ao credor. Esta ltima correo monetria cobre o lapso temporal entre a inscrio do crdito em precatrio e o efetivo pagamento. Seu clculo realizado no exerccio de funo administrativa pela Presidncia do Tribunal a que vinculado o juzo prolator da deciso condenatria. Pois bem. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar as ADIs n 4.357 e 4.425, declarou a inconstitucionalidade da correo monetria pela TR apenas quanto ao segundo perodo, isto , quanto ao intervalo de tempo compreendido entre a inscrio do crdito em precatrio e o efetivo pagamento. Isso

    13

    Supremo Tribunal Federal

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8268054.

    Supremo Tribunal Federal

    RE 870947 RG / SE

    Segunda Questo: Regime de atualizao monetria das condenaes impostas Fazenda Pblica

    J quanto ao regime de atualizao monetria das condenaes impostas Fazenda Pblica a questo reveste-se de sutilezas formais. Explico. Diferentemente dos juros moratrios, que s incidem uma nica vez at o efetivo pagamento, a atualizao monetria da condenao imposta Fazenda Pblica ocorre em dois momentos distintos. O primeiro se d ao final da fase de conhecimento com o trnsito em julgado da deciso condenatria. Esta correo inicial compreende o perodo de tempo entre o dano efetivo (ou o ajuizamento da demanda) e a imputao de responsabilidade Administrao Pblica. A atualizao estabelecida pelo prprio juzo prolator da deciso condenatria no exerccio de atividade jurisdicional. O segundo momento ocorre j na fase executiva, quando o valor devido efetivamente entregue ao credor. Esta ltima correo monetria cobre o lapso temporal entre a inscrio do crdito em precatrio e o efetivo pagamento. Seu clculo realizado no exerccio de funo administrativa pela Presidncia do Tribunal a que vinculado o juzo prolator da deciso condenatria. Pois bem. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar as ADIs n 4.357 e 4.425, declarou a inconstitucionalidade da correo monetria pela TR apenas quanto ao segundo perodo, isto , quanto ao intervalo de tempo compreendido entre a inscrio do crdito em precatrio e o efetivo pagamento. Isso

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    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8268054.

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    porque a norma constitucional impugnada nas ADIs (art. 100, 12, da CRFB, includo pela EC n 62/09) referia-se apenas atualizao do precatrio e no atualizao da condenao ao concluir-se a fase de conhecimento. Essa limitao do objeto das ADIs consta expressamente das respectivas ementas, as quais, idnticas, registram o seguinte:

    DIREITO CONSTITUCIONAL. REGIME DE EXECUO DA FAZENDA PBLICA MEDIANTE PRECATRIO. EMENDA CONSTITUCIONAL N 62/2009. (...) IMPOSSIBILIDADE JURDICA DA UTILIZAO DO NDICE DE REMUNERAO DA CADERNETA DE POUPANA COMO CRITRIO DE CORREO MONETRIA. VIOLAO AO DIREITO FUNDAMENTAL DE PROPRIEDADE (CF, ART. 5, XXII). INADEQUAO MANIFESTA ENTRE MEIOS E FINS. (...) (...) 5. O direito fundamental de propriedade (CF, art. 5, XXII) resta violado nas hipteses em que a atualizao monetria dos dbitos fazendrios inscritos em precatrios perfaz-se segundo o ndice oficial de remunerao da caderneta de poupana, na medida em que este referencial manifestamente incapaz de preservar o valor real do crdito de que titular o cidado. que a inflao, fenmeno tipicamente econmico-monetrio, mostra-se insuscetvel de captao apriorstica (ex ante), de modo que o meio escolhido pelo legislador constituinte (remunerao da caderneta de poupana) inidneo a promover o fim a que se destina (traduzir a inflao do perodo). (...) 7. O art. 1-F da Lei n 9.494/97, com redao dada pela Lei n 11.960/09, ao reproduzir as regras da EC n 62/09 quanto atualizao monetria e fixao de juros moratrios de crditos inscritos em

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    Supremo Tribunal Federal

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    RE 870947 RG / SE

    porque a norma constitucional impugnada nas ADIs (art. 100, 12, da CRFB, includo pela EC n 62/09) referia-se apenas atualizao do precatrio e no atualizao da condenao ao concluir-se a fase de conhecimento. Essa limitao do objeto das ADIs consta expressamente das respectivas ementas, as quais, idnticas, registram o seguinte:

    DIREITO CONSTITUCIONAL. REGIME DE EXECUO DA FAZENDA PBLICA MEDIANTE PRECATRIO. EMENDA CONSTITUCIONAL N 62/2009. (...) IMPOSSIBILIDADE JURDICA DA UTILIZAO DO NDICE DE REMUNERAO DA CADERNETA DE POUPANA COMO CRITRIO DE CORREO MONETRIA. VIOLAO AO DIREITO FUNDAMENTAL DE PROPRIEDADE (CF, ART. 5, XXII). INADEQUAO MANIFESTA ENTRE MEIOS E FINS. (...) (...) 5. O direito fundamental de propriedade (CF, art. 5, XXII) resta violado nas hipteses em que a atualizao monetria dos dbitos fazendrios inscritos em precatrios perfaz-se segundo o ndice oficial de remunerao da caderneta de poupana, na medida em que este referencial manifestamente incapaz de preservar o valor real do crdito de que titular o cidado. que a inflao, fenmeno tipicamente econmico-monetrio, mostra-se insuscetvel de captao apriorstica (ex ante), de modo que o meio escolhido pelo legislador constituinte (remunerao da caderneta de poupana) inidneo a promover o fim a que se destina (traduzir a inflao do perodo). (...) 7. O art. 1-F da Lei n 9.494/97, com redao dada pela Lei n 11.960/09, ao reproduzir as regras da EC n 62/09 quanto atualizao monetria e fixao de juros moratrios de crditos inscritos em

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    precatrios incorre nos mesmos vcios de juridicidade que inquinam o art. 100, 12, da CF, razo pela qual se revela inconstitucional por arrastamento, na mesma extenso dos itens 5 e 6 supra. (ADI 4357, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Relator(a) p/ Acrdo: Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 14/03/2013, ACRDO ELETRNICO DJe-188 DIVULG 25-09-2014 PUBLIC 26-09-2014 sem grifos no original)

    A redao do art. 1-F da Lei n 9.494/97, tal como fixada pela Lei n 11.960/09, , porm, mais ampla, englobando tanto a atualizao de requisitrios quanto a atualizao da prpria condenao. Confira-se:

    Art. 1-F. Nas condenaes impostas Fazenda Pblica, independentemente de sua natureza e para fins de atualizao monetria, remunerao do capital e compensao da mora, haver a incidncia uma nica vez, at o efetivo pagamento, dos ndices oficiais de remunerao bsica e juros aplicados caderneta de poupana.

    As expresses uma nica vez e at o efetivo pagamento do conta de que a inteno do legislador ordinrio foi reger a atualizao monetria dos dbitos fazendrios tanto na fase de conhecimento quanto na fase de execuo. Da por que o STF, ao julgar as ADIs n 4.357 e 4.425, teve de declarar a inconstitucionalidade por arrastamento do art. 1-F da Lei n 9.494/97. Essa declarao, porm, teve alcance limitado e abarcou apenas a parte em que o texto legal estava logicamente vinculado no art. 100, 12, da CRFB, includo pela EC n 62/09, o qual se refere to somente atualizao de valores de requisitrios.

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    RE 870947 RG / SE

    precatrios incorre nos mesmos vcios de juridicidade que inquinam o art. 100, 12, da CF, razo pela qual se revela inconstitucional por arrastamento, na mesma extenso dos itens 5 e 6 supra. (ADI 4357, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Relator(a) p/ Acrdo: Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 14/03/2013, ACRDO ELETRNICO DJe-188 DIVULG 25-09-2014 PUBLIC 26-09-2014 sem grifos no original)

    A redao do art. 1-F da Lei n 9.494/97, tal como fixada pela Lei n 11.960/09, , porm, mais ampla, englobando tanto a atualizao de requisitrios quanto a atualizao da prpria condenao. Confira-se:

    Art. 1-F. Nas condenaes impostas Fazenda Pblica, independentemente de sua natureza e para fins de atualizao monetria, remunerao do capital e compensao da mora, haver a incidncia uma nica vez, at o efetivo pagamento, dos ndices oficiais de remunerao bsica e juros aplicados caderneta de poupana.

    As expresses uma nica vez e at o efetivo pagamento do conta de que a inteno do legislador ordinrio foi reger a atualizao monetria dos dbitos fazendrios tanto na fase de conhecimento quanto na fase de execuo. Da por que o STF, ao julgar as ADIs n 4.357 e 4.425, teve de declarar a inconstitucionalidade por arrastamento do art. 1-F da Lei n 9.494/97. Essa declarao, porm, teve alcance limitado e abarcou apenas a parte em que o texto legal estava logicamente vinculado no art. 100, 12, da CRFB, includo pela EC n 62/09, o qual se refere to somente atualizao de valores de requisitrios.

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    Na parte em que rege a atualizao monetria das condenaes impostas Fazenda Pblica at a expedio do requisitrio (i.e., entre o dano efetivo/ajuizamento da demanda e a condenao), o art. 1-F da Lei n 9.494/97 ainda no foi objeto de pronunciamento expresso do Supremo Tribunal Federal quanto sua constitucionalidade e, portanto, continua em pleno vigor. Ressalto, por oportuno, que este debate no se colocou nas ADIs n 4.357 e 4.425, uma vez que, naquelas demandas do controle concentrado, o art. 1-F da Lei n 9.494/97 no foi impugnado originariamente e, assim, a deciso por arrastamento foi limitada pertinncia lgica entre o art. 100, 12, da CRFB e o aludido dispositivo infraconstitucional. Essa limitao, porm, no existe no debate dos juros moratrios, uma vez que, segundo a jurisprudncia pacfica do STF, no incidem juros moratrios sobre precatrios (no prazo constitucional entre a sua expedio e o pagamento efetivo), de sorte que o arrastamento decidido pelo STF nas ADIs n 4.357 e 4.425 refere-se, tal como fazia o art. 100, 12 da CRFB, aos juros moratrios fixados na data da condenao. No obstante isso, diversos tribunais locais vm estendendo a deciso do Supremo Tribunal Federal nas ADIs n 4.357 e 4.425 de modo a abarcar tambm a atualizao das condenaes (e no apenas a dos precatrios). Foi o que fez o TRF da 4 Regio no presente recurso extraordinrio. Aponto ainda outros tribunais que tm endossado essa compreenso:

    Superior Tribunal de Justia A declarao de inconstitucionalidade parcial, por

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    Supremo Tribunal Federal

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8268054.

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    RE 870947 RG / SE

    Na parte em que rege a atualizao monetria das condenaes impostas Fazenda Pblica at a expedio do requisitrio (i.e., entre o dano efetivo/ajuizamento da demanda e a condenao), o art. 1-F da Lei n 9.494/97 ainda no foi objeto de pronunciamento expresso do Supremo Tribunal Federal quanto sua constitucionalidade e, portanto, continua em pleno vigor. Ressalto, por oportuno, que este debate no se colocou nas ADIs n 4.357 e 4.425, uma vez que, naquelas demandas do controle concentrado, o art. 1-F da Lei n 9.494/97 no foi impugnado originariamente e, assim, a deciso por arrastamento foi limitada pertinncia lgica entre o art. 100, 12, da CRFB e o aludido dispositivo infraconstitucional. Essa limitao, porm, no existe no debate dos juros moratrios, uma vez que, segundo a jurisprudncia pacfica do STF, no incidem juros moratrios sobre precatrios (no prazo constitucional entre a sua expedio e o pagamento efetivo), de sorte que o arrastamento decidido pelo STF nas ADIs n 4.357 e 4.425 refere-se, tal como fazia o art. 100, 12 da CRFB, aos juros moratrios fixados na data da condenao. No obstante isso, diversos tribunais locais vm estendendo a deciso do Supremo Tribunal Federal nas ADIs n 4.357 e 4.425 de modo a abarcar tambm a atualizao das condenaes (e no apenas a dos precatrios). Foi o que fez o TRF da 4 Regio no presente recurso extraordinrio. Aponto ainda outros tribunais que tm endossado essa compreenso:

    Superior Tribunal de Justia A declarao de inconstitucionalidade parcial, por

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    arrastamento, do artigo 5 da Lei n. 11.960/09 (ADI n. 4.425/DF) impe que se fixe o INPC como ndice de correo especfica nas demandas que tratam de benefcios previdencirios diante de previso especfica no art. 41-A da Lei n. 8.213/91. (Trecho de acrdo mencionado no RE n 855.447)

    Tribunal Regional Federal da 5 Regio No que se refere incidncia de juros de mora e correo monetria, diante do julgamento do STF na ADI 4.357/DF, que considerou inconstitucional o art. 5, da Lei n 11.960/2009, mantm-se a sentena no que concerne aplicao de juros de 1% ao ms a partir da citao, acrescido de correo monetria. (Trecho do acrdo recorrido no RE n 855.447)

    Tribunal de Justia do Estado do Rio Grande do Sul O Supremo Tribunal Federal via controle concentrado declarou a inconstitucionalidade do art. 5 da Lei n 11.960/2009, que alterou o art. 1-F da Lei n 9.494/97, que normatizava a incidncia dos consectrios legais aplicveis sobre as condenaes da Fazenda Pblica (ADI 4425/DF). In concreto, no houve a modulao dos efeitos da declarao de inconstitucionalidade, sendo de rigor reconhecer que atingem a todos, bem como retroagem data em que a lei entrou em vigor, vinculando, ainda, os demais rgos do Poder Judicirio. (Trecho do acrdo recorrido no RE n 848.285)

    Tribunal de Justia do Mato Grosso do Sul A correo monetria, por fora da declarao de inconstitucionalidade parcial do art. 5 da Lei n 11.960/09, dever ser calculada com base no IPCA,

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    Supremo Tribunal Federal

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    Supremo Tribunal Federal

    RE 870947 RG / SE

    arrastamento, do artigo 5 da Lei n. 11.960/09 (ADI n. 4.425/DF) impe que se fixe o INPC como ndice de correo especfica nas demandas que tratam de benefcios previdencirios diante de previso especfica no art. 41-A da Lei n. 8.213/91. (Trecho de acrdo mencionado no RE n 855.447)

    Tribunal Regional Federal da 5 Regio No que se refere incidncia de juros de mora e correo monetria, diante do julgamento do STF na ADI 4.357/DF, que considerou inconstitucional o art. 5, da Lei n 11.960/2009, mantm-se a sentena no que concerne aplicao de juros de 1% ao ms a partir da citao, acrescido de correo monetria. (Trecho do acrdo recorrido no RE n 855.447)

    Tribunal de Justia do Estado do Rio Grande do Sul O Supremo Tribunal Federal via controle concentrado declarou a inconstitucionalidade do art. 5 da Lei n 11.960/2009, que alterou o art. 1-F da Lei n 9.494/97, que normatizava a incidncia dos consectrios legais aplicveis sobre as condenaes da Fazenda Pblica (ADI 4425/DF). In concreto, no houve a modulao dos efeitos da declarao de inconstitucionalidade, sendo de rigor reconhecer que atingem a todos, bem como retroagem data em que a lei entrou em vigor, vinculando, ainda, os demais rgos do Poder Judicirio. (Trecho do acrdo recorrido no RE n 848.285)

    Tribunal de Justia do Mato Grosso do Sul A correo monetria, por fora da declarao de inconstitucionalidade parcial do art. 5 da Lei n 11.960/09, dever ser calculada com base no IPCA,

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    ndice que melhor reflete a inflao acumulada no perodo. (Trecho do acrdo impugnado no RE n 863.423)

    Essa controvrsia tambm est presente em diversos casos apreciados pelo Supremo Tribunal Federal. A ttulo ilustrativo, cito os seguintes precedentes: RE 851.079, Rel. Min. Crmen Lcia, DJe de 4/12/2014; RE 848.718, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 3/12/2014; RE 839.046, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 20/10/2014; RE 825.258, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 2/2/2015; e RE 848.145, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 25/11/2014. Ainda que haja coerncia, sob a perspectiva material, em aplicar o mesmo ndice para corrigir precatrios e condenaes judiciais da Fazenda Pblica, certo que o julgamento das ADIs n 4.357 e 4.425, sob a perspectiva formal, teve escopo reduzido. Da a necessidade e urgncia em o Supremo Tribunal Federal pronunciar-se especificamente sobre a questo e pacificar, vez por todas, a controvrsia judicial que vem movimentando os tribunais inferiores e avolumando esta prpria Corte com grande quantidade de processos. Manifesto-me pela existncia da repercusso geral da seguinte questo constitucional:

    A validade jurdico-constitucional da correo monetria e dos juros moratrios incidentes sobre condenaes impostas Fazenda Pblica segundo os ndices oficiais de remunerao bsica da caderneta de poupana (Taxa Referencial - TR), conforme determina o art. 1-F da Lei n 9.494/97, com redao dada pela Lei n 11.960/09.

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    RE 870947 RG / SE

    ndice que melhor reflete a inflao acumulada no perodo. (Trecho do acrdo impugnado no RE n 863.423)

    Essa controvrsia tambm est presente em diversos casos apreciados pelo Supremo Tribunal Federal. A ttulo ilustrativo, cito os seguintes precedentes: RE 851.079, Rel. Min. Crmen Lcia, DJe de 4/12/2014; RE 848.718, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 3/12/2014; RE 839.046, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 20/10/2014; RE 825.258, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 2/2/2015; e RE 848.145, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 25/11/2014. Ainda que haja coerncia, sob a perspectiva material, em aplicar o mesmo ndice para corrigir precatrios e condenaes judiciais da Fazenda Pblica, certo que o julgamento das ADIs n 4.357 e 4.425, sob a perspectiva formal, teve escopo reduzido. Da a necessidade e urgncia em o Supremo Tribunal Federal pronunciar-se especificamente sobre a questo e pacificar, vez por todas, a controvrsia judicial que vem movimentando os tribunais inferiores e avolumando esta prpria Corte com grande quantidade de processos. Manifesto-me pela existncia da repercusso geral da seguinte questo constitucional:

    A validade jurdico-constitucional da correo monetria e dos juros moratrios incidentes sobre condenaes impostas Fazenda Pblica segundo os ndices oficiais de remunerao bsica da caderneta de poupana (Taxa Referencial - TR), conforme determina o art. 1-F da Lei n 9.494/97, com redao dada pela Lei n 11.960/09.

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    RE 870947 RG / SE

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    RE 870947 RG / SE

    19

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    REPERCUSSO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINRIO 870.947 SERGIPE

    PRONUNCIAMENTO

    RECURSO EXTRAORDINRIO REPERCUSSO GERAL MATRIA LEGAL INADEQUAO.

    1. O Gabinete prestou as seguintes informaes:

    Eis a sntese do que discutido no Recurso Extraordinrio n 870.947/SE, da relatoria do ministro Luiz Fux, inserido no sistema eletrnico da repercusso geral em 27 de maro de 2015.

    A Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5

    Regio, ao dar provimento parcial apelao interposta pelo Instituto Nacional do Seguro Social INSS, assentou a prerrogativa da autarquia de realizar o pagamento das custas ao final do processo, modificando a data de incio do benefcio para a da juntada do laudo pericial. Determinou a observncia do Verbete n 111 da Smula da Jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia no tocante aos honorrios advocatcios. Afastou a aplicao da Lei n 11.960/09 quanto aos juros da mora e correo monetria, consignando haver o Supremo, no julgamento das Aes Diretas de Inconstitucionalidade n 4.357/DF e 4.425/DF, reconhecido a inconstitucionalidade, por arrastamento, do respectivo artigo 5, mediante o qual se deu nova redao ao artigo 1 F da Lei n 9.494/97.

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8239254.

    Supremo Tribunal Federal

    REPERCUSSO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINRIO 870.947 SERGIPE

    PRONUNCIAMENTO

    RECURSO EXTRAORDINRIO REPERCUSSO GERAL MATRIA LEGAL INADEQUAO.

    1. O Gabinete prestou as seguintes informaes:

    Eis a sntese do que discutido no Recurso Extraordinrio n 870.947/SE, da relatoria do ministro Luiz Fux, inserido no sistema eletrnico da repercusso geral em 27 de maro de 2015.

    A Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5

    Regio, ao dar provimento parcial apelao interposta pelo Instituto Nacional do Seguro Social INSS, assentou a prerrogativa da autarquia de realizar o pagamento das custas ao final do processo, modificando a data de incio do benefcio para a da juntada do laudo pericial. Determinou a observncia do Verbete n 111 da Smula da Jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia no tocante aos honorrios advocatcios. Afastou a aplicao da Lei n 11.960/09 quanto aos juros da mora e correo monetria, consignando haver o Supremo, no julgamento das Aes Diretas de Inconstitucionalidade n 4.357/DF e 4.425/DF, reconhecido a inconstitucionalidade, por arrastamento, do respectivo artigo 5, mediante o qual se deu nova redao ao artigo 1 F da Lei n 9.494/97.

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8239254.

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    Embargos declaratrios foram parcialmente acolhidos para afirmar a incidncia do percentual dos honorrios apenas sobre o valor da causa, conforme estabelecido na sentena, ante a impossibilidade de se agravar a situao do recorrente. No ocorreu manifestao acerca da apontada violao a dispositivos do Diploma Maior.

    No extraordinrio, protocolado com base na alnea a do

    permissivo constitucional, o INSS argui desrespeito aos artigos 102, cabea e inciso I, alnea l, e 195, 5, da Carta da Repblica. Sustenta no ter o Supremo declarado a inconstitucionalidade de todo o artigo 5 da Lei n 11.960/09, mas somente das expresses independente de sua natureza e ndice oficial de remunerao bsica da caderneta de poupana. Ressalta que a invalidao desta ltima expresso restringe-se aos casos alusivos a crditos tributrios, subsistindo a validade do preceito para as demais condenaes impostas Fazenda Pblica, inclusive em relao aos benefcios previdencirios.

    Sob o ngulo da repercusso geral, salienta ultrapassar o

    tema debatido no recurso os limites subjetivos da lide, possuindo relevncia jurdica, econmica, jurdica e social. Sublinha estar em discusso no processo a fixao de juros da mora e de correo monetria de dbitos da Previdncia Social, o que pode afetar o custeio de todo o sistema.

    O recorrido, apesar de intimado, no apresentou

    contrarrazes. O extraordinrio foi admitido na origem. Eis o pronunciamento do ministro Luiz Fux:

    DIREITO CONSTITUCIONAL. REGIME DE

    ATUALIZAO MONETRIA E JUROS MORATRIOS

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    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8239254.

    Supremo Tribunal Federal

    RE 870947 RG / SE

    Embargos declaratrios foram parcialmente acolhidos para afirmar a incidncia do percentual dos honorrios apenas sobre o valor da causa, conforme estabelecido na sentena, ante a impossibilidade de se agravar a situao do recorrente. No ocorreu manifestao acerca da apontada violao a dispositivos do Diploma Maior.

    No extraordinrio, protocolado com base na alnea a do

    permissivo constitucional, o INSS argui desrespeito aos artigos 102, cabea e inciso I, alnea l, e 195, 5, da Carta da Repblica. Sustenta no ter o Supremo declarado a inconstitucionalidade de todo o artigo 5 da Lei n 11.960/09, mas somente das expresses independente de sua natureza e ndice oficial de remunerao bsica da caderneta de poupana. Ressalta que a invalidao desta ltima expresso restringe-se aos casos alusivos a crditos tributrios, subsistindo a validade do preceito para as demais condenaes impostas Fazenda Pblica, inclusive em relao aos benefcios previdencirios.

    Sob o ngulo da repercusso geral, salienta ultrapassar o

    tema debatido no recurso os limites subjetivos da lide, possuindo relevncia jurdica, econmica, jurdica e social. Sublinha estar em discusso no processo a fixao de juros da mora e de correo monetria de dbitos da Previdncia Social, o que pode afetar o custeio de todo o sistema.

    O recorrido, apesar de intimado, no apresentou

    contrarrazes. O extraordinrio foi admitido na origem. Eis o pronunciamento do ministro Luiz Fux:

    DIREITO CONSTITUCIONAL. REGIME DE

    ATUALIZAO MONETRIA E JUROS MORATRIOS

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    INCIDENTE SOBRE CONDENAES JUDICIAIS DA FAZENDA PBLICA. ART. 1-F DA LEI N 9.494/97 COM A REDAO DADA PELA LEI N 11.960/09.

    1. Reveste-se de repercusso geral o debate quanto validade da correo monetria e dos juros moratrios incidente sobre condenaes impostas Fazenda Pblica segundo os ndices oficiais de remunerao bsica da caderneta de poupana (Taxa Referencial - TR), conforme determina o art. 1-F da Lei n 9.494/97 com redao dada pela Lei n 11.960/09.

    2. Tendo em vista a recente concluso do julgamento das ADIs n 4.357 e 4.425, ocorrida em 25 de maro de 2015, revela-se oportuno que o Supremo Tribunal Federal reitere, em sede de repercusso geral, as razes que orientaram aquele pronunciamento da Corte, o que, a um s tempo, contribuir para orientar os tribunais locais quanto aplicao do decidido pelo STF, bem como evitar que casos idnticos cheguem a esta Suprema Corte.

    3. Manifestao pela existncia da repercusso geral. Trata-se de recurso extraordinrio interposto pelo

    Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com fundamento no artigo 102, III, alnea a, da Constituio da Repblica contra acrdo lavrado pela Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5 Regio que, mantendo concesso de benefcio de prestao continuada (Lei n 8.742/93, art. 20) ao ora recorrido, assentou que no cabe a aplicao da Lei n 11.960/09 quanto aos juros e correo monetria, uma vez que o Supremo Tribunal federal, no julgamento das ADIs n 4.357 e 4.425, reconheceu, por arrastamento, a inconstitucionalidade do artigo 5 da Lei n 11.960/09, que deu nova redao ao artigo 1-F da Lei n 9.494/97.

    Na origem, Derivaldo Santos do Nascimento, ora recorrido, ajuizou demanda ordinria em face do INSS com pedido de concesso de benefcio assistencial previsto

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    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8239254.

    Supremo Tribunal Federal

    RE 870947 RG / SE

    INCIDENTE SOBRE CONDENAES JUDICIAIS DA FAZENDA PBLICA. ART. 1-F DA LEI N 9.494/97 COM A REDAO DADA PELA LEI N 11.960/09.

    1. Reveste-se de repercusso geral o debate quanto validade da correo monetria e dos juros moratrios incidente sobre condenaes impostas Fazenda Pblica segundo os ndices oficiais de remunerao bsica da caderneta de poupana (Taxa Referencial - TR), conforme determina o art. 1-F da Lei n 9.494/97 com redao dada pela Lei n 11.960/09.

    2. Tendo em vista a recente concluso do julgamento das ADIs n 4.357 e 4.425, ocorrida em 25 de maro de 2015, revela-se oportuno que o Supremo Tribunal Federal reitere, em sede de repercusso geral, as razes que orientaram aquele pronunciamento da Corte, o que, a um s tempo, contribuir para orientar os tribunais locais quanto aplicao do decidido pelo STF, bem como evitar que casos idnticos cheguem a esta Suprema Corte.

    3. Manifestao pela existncia da repercusso geral. Trata-se de recurso extraordinrio interposto pelo

    Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com fundamento no artigo 102, III, alnea a, da Constituio da Repblica contra acrdo lavrado pela Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5 Regio que, mantendo concesso de benefcio de prestao continuada (Lei n 8.742/93, art. 20) ao ora recorrido, assentou que no cabe a aplicao da Lei n 11.960/09 quanto aos juros e correo monetria, uma vez que o Supremo Tribunal federal, no julgamento das ADIs n 4.357 e 4.425, reconheceu, por arrastamento, a inconstitucionalidade do artigo 5 da Lei n 11.960/09, que deu nova redao ao artigo 1-F da Lei n 9.494/97.

    Na origem, Derivaldo Santos do Nascimento, ora recorrido, ajuizou demanda ordinria em face do INSS com pedido de concesso de benefcio assistencial previsto

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    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8239254.

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    no artigo 203, V, da Constituio da Repblica. O juzo de primeiro grau julgou procedente o pedido nos seguintes termos, verbis (fls. 122-123):

    Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pleito

    autoral, o passo que determino o INSS que institua, em favor do autor, o benefcio assistencial de n 533.797.012-3, previsto no art. 20 da LOAS, a contar da data do requerimento administrativo (20.01.2009 fl. 33).

    Condeno o INSS, assim, ao pagamento das prestaes vencidas, acrescidas de correo monetria pelo IPCA a partir de cada parcela e juros de mora de acordo com o ndice oficial de remunerao bsica da caderneta de poupana, nos termos da Lei 11.960/09, adequada declarao parcial de inconstitucionalidade por arrastamento decorrente do julgamento das ADIs ns 4357/DF e 4425/DF, em 13.03.2013.

    O INSS interps recurso de apelao contra a

    sentena (fls. 127-132), sustentando os seguintes fundamentos quanto ao regime de atualizao monetria e juros de mora aplicveis condenao:

    Convm aduzir que o valor dos juros de mora e

    da correo monetria sofreu alterao com o advento da Lei 11.960/2009, que alterou a redao do artigo 1-F da Lei 9.494/97, independentemente da natureza da demanda contra o Poder Pblico. ()

    Ou seja, a partir 29.06.2009, data da vigncia no novel diploma, incidiro os ndices oficiais de remunerao e juros de mora aplicveis caderneta de poupana, vez que os baixos ndices inflacionrios no mais justificam a utilizao de 1% de juros de mora, ainda acrescido de ndice de correo

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    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 8239254.

    Supremo Tribunal Federal

    RE 870947 RG / SE

    no artigo 203, V, da Constituio da Repblica. O juzo de primeiro grau julgou procedente o pedido nos seguintes termos, verbis (fls. 122-123):

    Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pleito

    autoral, o passo que determino o INSS que institua, em favor do autor, o benefcio assistencial de n 533.797.012-3, previsto no art. 20 da LOAS, a contar da data do requerimento administrativo (20.01.2009 fl. 33).

    Condeno o INSS, assim, ao pagamento das prestaes vencidas, acrescidas de correo monetria pelo IPCA a partir de cada parcela e juros de mora de acordo com o ndice oficial de remunerao bsica da caderneta de poupana, nos termos da Lei 11.960/09, adequada declarao parcial de inconstitucionalidade por arrastamento decorrente do julgamento das ADIs ns 4357/DF e 4425/DF, em 13.03.2013.

    O INSS interps recurso de apelao contra a

    sentena (fls. 127-132), sustentando os seguintes fundamentos quanto ao regime de atualizao monetria e juros de mora aplicveis condenao:

    Convm aduzir que o valor dos juros de mora e

    da correo monetria sofreu alterao com o advento da Lei 11.960/2009, que alterou a redao do artigo 1-F da Lei 9.494/97, independentemente da natureza da demanda contra o Poder Pblico. ()

    Ou seja, a partir 29.06.2009, data da vigncia no novel diploma, incidiro os ndices oficiais de remunerao e juros de mora aplicveis caderneta de poupana, vez que os baixos ndices inflacionrios no mais justificam a utilizao de 1% de juros de mora, ainda acrescido de ndice de correo

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  • Manifestao sobre a Repercusso Geral

    RE 870947 RG / SE

    monetria (INPC), ou ento da taxa SELIC.(...) Assim, no que tange incidncia da correo

    monetria e dos juros moratrios das dvidas da Fazenda Pblica, deve-se respeitar o disposto no art. 1-F, da Lei n 9.494/97, com a observao da redao dada pela Lei n 11.960/09.

    Ainda seguindo a orientao de que a Lei 11.960/2009 permanece aplicvel em sua ntegra, ao menos at que o STF defina os efeitos temporais e materiais de seus deciso, h que se ressaltar que tal dispositivo legal possui aplicao imediata, isto , a partir da data em que entrou em vigor, conforme amplamente reconhecido pela jurisprudncia ptria.

    Ao apreciar a apelao (fls. 146-149), o Tribunal de

    origem assim se manifestou sobre o tema especfico da correo monetria e dos juros de mora incidentes sobre a condenao imposta ao INSS:

    4. No cabe a aplicao da Lei n 11.960/09

    quanto aos juros e correo monetria. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento das ADINS 4357 e 4425, reconheceu, por arrastamento, a inconstitucionalidade do artigo 5 da Lei n 11.960/09, que deu nova redao ao artigo 1-F da Lei n 9.494/97.

    Aps oposio e julgamento dos Embargos de

    Declarao opostos pela autarquia foi interposto recurso extraordinrio no qual a autarquia previdenciria sustenta a preliminar de repercusso geral, aduzindo, in verbis (fls. 171):

    H repercusso geral do ponto de vista jurdico,

    uma vez que o acolhimento da tese do deferimento

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    Supremo Tribunal Federal

    RE 870947 RG / SE

    monetria (INPC), ou ento da taxa SELIC.(...) Assim, no que tange incidncia da correo

    monetria e dos juros moratrios das dvidas da Fazenda Pblica, deve-se respeitar o disposto no art. 1-F, da Lei n 9.494/97, com a observao da redao dada pela Lei n 11.960/09.

    Ainda seguindo a orientao de que a Lei 11.960/2009 permanece aplicvel em sua ntegra, ao menos at que o STF defina os efeitos temporais e materiais de seus deciso, h que se ressaltar que tal dispositivo legal possui aplicao imediata, isto , a partir da data em que entrou em vigor, conforme amplamente reconhecido pela jurisprudncia ptria.

    Ao apreciar a apelao (fls. 146-149), o Tribunal de

    origem assim se manifestou sobre o tema