praia do pinho - entrevista

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Balneário Camboriú, 11 de fevereiro de 2012 32 Entrevista Nome: Anilton da Silva Bittencourt. Idade: 30 anos. Nascido em: Itajaí. Morando em BC: há 30 anos. Formação: administração de empresas. Profissão: administrador do complexo Praia do Pinho. Uma comida: Macarronada de domingo. Filme: Um Sonho de Liberdade. Um livro: O Monge e o Executivo. Religião: católico. Um momento bom: ver o Flamengo cam- peão em 2009. Um momento ruim: não sei, não tenho. Perfil: uma pessoa aberta e comunicativa. O visitante de hoje pode ser o naturista de amanhã, por isso é importante divulgar, para aproximar mais quem não conhece a filosofiaAnilton Bitencourt, administrador do Complexo da Praia do Pinho nossa gente Caroline Cezar [email protected] Caroline Cezar A Praia do Pinho, em Balneário Camboriú, é a primeira praia naturista do Brasil. É reconhecida como tal desde 1984, quando saiu uma matéria na então Revista Manchete, que marcou o início “oficial”, mas o reduto já era frequentado por pelados antes disso. A praia é procurada por naturistas de todo o país e do exterior, mas também atrai curio- sos e pessoas que não são adeptas dessa filo- sofia. Com a intenção de divulgar o local os administradores do complexo organiza- ram um campeonato de surfe nesse sábado, 11, o primeiro do Sul do país, para aproxi- mar simpatizantes e outros que não conhe- cem o naturismo, a fim de desmitificar um pouco a questão.

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Anilton Bitencourt, administrador do Complexo da Praia do Pinho

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Page 1: Praia do Pinho - Entrevista

Balneário Camboriú, 11 de fevereiro de 201232 Entrevista

Nome: Anilton da Silva Bittencourt.Idade: 30 anos.Nascido em: Itajaí.Morando em BC: há 30 anos.Formação: administração de empresas.Profissão: administrador do complexo Praia do Pinho.Uma comida: Macarronada de domingo.Filme: Um Sonho de Liberdade.Um livro: O Monge e o Executivo.Religião: católico.Um momento bom: ver o Flamengo cam-peão em 2009.Um momento ruim: não sei, não tenho.Perfil: uma pessoa aberta e comunicativa.

O visitante de hoje pode ser o naturista de amanhã, por isso é importante divulgar, para aproximar mais quem não conhece a filosofia”Anilton Bitencourt, administrador do Complexo da Praia do Pinho

n o s s a g e n t eCaroline Cezar

[email protected]

Caroline Cezar

A Praia do Pinho, em Balneário Camboriú, é a primeira praia naturista do Brasil. É reconhecida

como tal desde 1984, quando saiu uma matéria na então Revista Manchete, que marcou o início “oficial”, mas o reduto já era frequentado por pelados antes disso. A praia é procurada por naturistas de todo o país e do exterior, mas também atrai curio-

sos e pessoas que não são adeptas dessa filo-sofia. Com a intenção de divulgar o local os administradores do complexo organiza-ram um campeonato de surfe nesse sábado, 11, o primeiro do Sul do país, para aproxi-mar simpatizantes e outros que não conhe-cem o naturismo, a fim de desmitificar um pouco a questão.

Page 2: Praia do Pinho - Entrevista

Balneário Camboriú, 11 de fevereiro de 2012 33Entrevista

JP3 – Essa idéia do campeonato de surfe causou uma polêmica, os surfistas locais não gostaram muito da idéia, foi isso? Anilton – É, tem um pouco essa questão do localismo, que não pode surfar pessoas de fora, que “aqui é nosso pico”, como eles falam. Mas acho que o “pico” é também dos naturistas, porque lá é uma praia naturista, então da mesma forma que os natu-ristas convivem com os surfistas de roupa, e acho que não tem nenhum problema, seria legal se eles aceitassem o evento. O que a gente quer fazer lá não é uma competição enorme, não é voltado ao surfe, e sim um atra-tivo a mais, um diferencial para o naturista, divulgar esse estilo de vida para quem quiser prati-car. Seria muito legal se os locais participassem.

JP3 - Você já tomou conheci-mento de algum campeonato de surfe naturista?Anilton - Sim, existe um na Paraíba, que foi o primeiro campeonato naturista de surfe, já está na quarta edição. No exterior a gente sabe que já teve na Califórnia, em San Diego, na França, na Austrália, não é uma novidade, claro que não é uma coisa que acontece com frequên-cia, mas já teve outros desse tipo. Aqui pro sul do Brasil sim, é o primeiro.

JP3 – E costumam surfar com frequência no Pinho, como são as ondas?Anilton - O surfe ali não é muito divulgado, porque o mar não é muito propício, são mais os locais que vão, o pessoal da Barra, que mora no Estaleiro, Estaleirinho, que já conhece bem o mar ali e vai surfar. Porque quando a pes-soa não é dali, não sabe, por ser local de naturismo nem vai lá conferir as ondas, então é pouca gente que surfa lá.

JP3 - Essa intenção de divul-gar a praia com um evento de esporte não pode ser uma faca de dois gumes, ao invés de enxergarem a essência do natu-rismo será que não vão fazer piada, chacota?Anilton - Acho que não, a gente não vê muita falta de respeito, quem não gosta só dá uma olhada na praia e vai embora.

JP3 - Como você enxerga a praia do Pinho como atração turística, tanto local quanto globalmente? Porque parece que as pessoas daqui às vezes nem lembram que temos uma praia de nudismo, enquanto que outras vêm de longe conhecer.Anilton - Isso na realidade é comum, acontece bastante com os moradores da cidade, por exemplo, eu vivo aqui desde que nasci e ainda não fui passear de Barco Pirata, fui só uma vez no Unipraias, nós acabamos não

prestigiando os próprios atra-tivos. Quem vem de longe quer conhecer, e hoje temos uma variedade bem grande de atra-ções na cidade. Tem turistas que chegam ali direto, nem vem para a cidade de Balneário, vão só para o Pinho mesmo, se hos-pedam ali, é um público especí-fico e que tem crescido muito no Brasil.

JP3 - O turismo naturista?Anilton - Sim, está ficando mais organizado, mais independente, sem falar que é um diferencial que as cidades oferecem, não é em qualquer lugar. Muitas vezes a pessoa não conhece o natu-rismo, mas vai lá, visita, se iden-tifica e pode se tornar um futuro adepto. Por isso é legal o cam-peonato, para chamar atenção, divulgar a filosofia, quem sabe trazer mais naturistas.

JP3 - Normalmente a pessoa que vai lá é curiosa ou já é adepta?Anilton - Nós temos três tipos de pessoas que vão, os hóspedes, que ficam lá na praia, os fre-quentadores que moram em BC ou região e vão com assiduidade e aqueles que são os visitantes, querem ver como é.

JP3 - E costuma acontecer algum tipo de problema, pre-cisa chamar atenção?

Anilton - Isso acontece em qualquer lugar que tenha uma quantidade considerável de pes-soas, nem todo mundo tem a mesma cultura, a mesma edu-cação, eventualmente acontece de ter que chamar atenção, ou os próprios naturistas mesmo falam, mas são casos esporádi-cos. Acontece às vezes da pessoa ficar excitada e ir correndo pra água, mas é raro, é um ambiente bem familiar, famílias intei-ras com crianças pegando uma praia, de todas as idades… não é um ambiente pro-pício para aconte-cer desrespeito.

JP3 - Houve uma época que havia uma separação na praia, famílias para um lado, casais para outro, existe isso?

Anilton - Não, na realidade a praia é aberta, a gente orienta a respeitar o próximo, ter coerência.

JP3 – E existe uma área para ficar de roupa, ou não? Anilton - Na faixa de areia a gente pede a colaboração de todos, mas ninguém impõe que a pessoa fique nua, ninguém é obrigado. Lá é uma praia de nudismo, então convidamos que na faixa de areia se pratique.

Infelizmente não existe uma lei que regulamente essa prática em locais públicos, se quiser ir vestido vai, mas não é comum, a pessoa acaba indo embora porque se sente incomodada, os próprios naturistas vão lá expli-car que é um local de naturismo, e ali ele que é o diferente, vai ser o centro das atenções, porque

está vestido. Não é muito difícil de contornar, dá pra dizer que são três ou quatro casos numa temporada inteira.

JP3 – Já no res-taurante, na pou-sada, cada um fica como quer.

Anilton - É, fora da areia da praia

é opcional, pode estar nu, com roupa, com uma peça, é tam-bém chamado de área de adap-tação, onde a pessoa vai, visita, tem esse primeiro contato, vai se acostumando, pra depois quem sabe, praticar a nudez.

JP3 - Tem uma porteira na praia, como é o acesso?Anilton - Não, tem dois acessos, o público, onde não paga nada, estaciona na Interpraias, não tem taxa nenhuma, frequenta normalmente. E pela entrada principal, que é o espaço pri-vado, onde fica o estaciona-mento, que é pago.

“Não é comum ter falta de respeito, é

um ambiente familiar,

tranquilo”

Divulgação

Foto de divulgação da Praia do Pinho, que atrai turistas, adeptos e curiosos de todos os cantos.

Page 3: Praia do Pinho - Entrevista

Balneário Camboriú, 11 de fevereiro de 201234 Entrevista

JP3 - Quantas pessoas vocês chegam a receber ali?Anilton - Nos meses de verão, que é dezembro, janeiro e feve-reiro, tem em média duas mil pessoas por dia.

JP3 - E tirar foto, coisa assim?Anilton - Não é permitido, por-que vai estar expondo a pessoa, precisa manter a privacidade. Foto, filmagem, binóculo é bem restrito, para que todos possam ter sua tranqui-lidade na praia. Claro, tem as fotos autoriza-das, que são feitas para divulgação, de longe, não são pejorativas, não tem ângulo fron-tal, plano aberto.

JP3 - O naturista tem um perfil mais tranquilo, de alguém que quer sossego, que quer ficar perto da natureza, é essa a filosofia?

Anilton - Com certeza, o natu-rismo quer dizer o bem estar ao natural em convívio com a natureza, quando a pessoa está despida, se despe também dos estereótipos, você está igual perante aos outros, não tem uma preocupação estética ou de status, você está tranquilo, despreocupado, sem a grande pressão que a sociedade impõe, de ter que usar marca, de ter um físico escultural, eles ficam ali,

pegando um sol, conversando, com tranquilidade.

JP3 - O local ajuda.Anilton - Sim, hoje a Praia do Pinho é uma das mais bem preser-vadas do nosso litoral, por isso é muito procu-rada, as pessoas vêm de cidades

grandes, concreto para tudo que é lado, e se deparam com uma natureza exuberante, a praia

muito limpa, que realmente é. Pra ter uma idéia não tem lim-peza pública, gari, são os pró-prios naturistas que mantém a praia daquele jeito, não somos nem nós do complexo. Tem o caminhão que passa levando o lixo, mas quem tira a sujeira da praia são eles próprios, que têm essa preocupação, não gostam de praia suja.

JP3 - E eles não se incomodam com muita gente na praia? Por-que daí não é mais sossego.Anilton - O que acontece, essa área onde o pessoa fica com roupa, ou vai visitar só pra ver de longe, é na parte do esta-cionamento, na parte do bar. Quando você vai na areia, fica um pouco mais longe, é uns 200 metros dali, então eles não dão muita bola. Mas é como falei

pra você, se impedir que essas pessoas que não conhecem a filosofia tenham um primeiro contato como vai aumentar o número de praticantes? Esse convívio é benéfico, o cara que vai lá visitar, pode ser o futuro naturista amanhã.

JP3 - E hoje tem quantos mora-dores lá?Anilton - Ali não tem morado-res, só do lado, na associação, que é independente do complexo. O complexo é aquela parte na frente da praia e compreende camping, pousada, estaciona-mento e bar, é uma propriedade particular, não tem moradores e funciona como uma atividade comercial.

JP3 - Você é um dos herdeiros lá? Sempre teve bastante polê-

mica a administração ali não?Anilton - Sim, sou, sou da ter-ceira geração. Começou com meu avô, depois meus tios cui-davam -são sete irmãos- e agora eu.

JP3 - E desde a época do teu avô já era praia de naturismo?Anilton - Quando meu avô com-prou ele tinha como uma casa de praia, ia lá, pescava, levava meus tios final de semana, era bem agreste, o acesso era muito difícil, bem escondida, pra ir pra lá tinha que ser com Toyota 4 x 4, acesso complicado… e como era o final da repressão militar, a busca da liberdade, o pessoal acabou encontrando aquele local bem escondido e ali pra-ticavam o naturismo. Meu avô sempre foi muito católico, muito rigoroso na questão da ideologia

...e com os amigos Fernando e Juliano.

Fotos Arquivo Pessoal

Anilton Bitencourt com a namorada Cintia...

“No início meu avô não

era a favor, ele corria atrás do pessoal que ia lá no Pinho.”

Page 4: Praia do Pinho - Entrevista

Balneário Camboriú, 11 de fevereiro de 2012 35Entrevista

Falando nisso... Marlise S. Cezar [email protected]

Do álbumFico sempre impressionada quando vou à Bombinhas na temporada e vejo a quantidade de gente daqui que curte férias lá. Tem uma prainha mesmo que é um reduto de balneo-camboriuenses. É gente que curte morar em Balneário, mas prefere a calmaria (ainda...) e o exuberante cenário da natu-reza de Bombinhas. Muito embora nesta época, fica tudo mais complicado. Vi preços bem mais altos. Vi bastante lixo nas calçadas (coleta atrasada). Vi e ‘entrei’ na fila única do trânsito pra voltar pra casa. Do centro de Bombinhas até a entrada da BR-101, 2 horas certinho no relógio. Isso à meia noite, porque antes seria muito mais tempo. Não vi um só policial orientando. Nenhum! Vi o tempo todo aque-les motoristas furões cortando por fora pra chegar na frente de todo mundo e mais uns quilô-metros adiante...lá estão eles, dando sinal, pedindo pra deixar entrar...claro, a fila é única, não tem como escapar. Essas coisas é que prejudicam e fazem tudo andar ainda mais lentamente. Enfim...é verão!

» O ano político-eleitoral nem começou e já se vê (e se ouve) cada coisa por aí... uns que não conversavam com aqueles agora estão de braços dados e falando mal dos outros... cuspir no prato que comeu nunca é bom... cresci ouvindo as pessoas falarem isso. Mas na prática é o que mais se vê. E não vimos nada ainda. Em agosto, setembro... vão aparecer coisas do arco-da-velha!

Esse ano a eleição tá pintando um cenário diferente. Não se ouve falar em candidatos a pre-feito, só em pretendentes a vice. Não é estranho? A eleição está liquidada?

“Por que pessoas fazem isso com outras pessoas?” A per-gunta é do meu neto Davi, 11 anos, depois de ouvir na tevê que o rapaz que foi socorrer um mendigo que estava apanhando na rua, teve 15 ossos do rosto fraturados a chute e precisou de 60 parafusos para botar tudo no lugar. Eu respondi que ele foi prestar socorro, estava fazendo seu papel de cidadão. Ele pensou um tempo e perguntou: “Então ser cidadão não é dever, é risco?”. Confesso que fiquei sem saber o que dizer.

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Três décadas - Pastor Valdim Utech da igreja luterana Martin Luther, foi homenageado domingo pelos 30 anos de profissão. Antes de chegar a Balneário Camboriú em 1991, trabalhou nas comunidades de Arroio do Tigre(RS) e Marechal Rondon(PR). Está super engajado na vida da comunidade e a comunidade está super engajada no trabalho dele, mas sempre é bom reforçar a torcida: tomara que fique mais tantas décadas por aqui! Na foto, a presidente da comunidade Ilona Feuerschütte(E) e a secretária Dalys Geiser homenageando o pastor e sua esposa Annemarie Utech.

dele, e nunca foi a favor dessa prática, e quando o pessoal ia lá ele saía correndo atrás deles, não deixava. Mas começou a tomar uma proporção maior, cada vez mais naturistas iam à praia, e convenceram meu avô que aquilo podia ser uma oportuni-dade de negócio. Eles conversa-ram, ‘monta uma pousadinha, um bar, pode estar ganhando um dinheirinho com isso…’ e ele escutou… Logo depois veio o Celso Rossi, que foi um dos precursores do movimento e fundou uma associação, que depois passou a ser a Federação Brasileira…

JP3 – Então aqui nasceu a cul-tura naturista brasileira.Anilton - Isso, o embrião do naturismo brasileiro foi ali na Praia do Pinho, o Celso entrou em contato com o pessoal, con-venceu a organizar, estabeleceu um código de ética aos frequen-tadores, e foi dando uma conti-nuidade maior… depois de um certo tempo fundou a associa-ção em cima do morro, fez algu-mas casas ali em estilo natu-

ral, já com a preocupação da sustentabilidade… Mais tarde saiu dali e foi montar uma vila no Rio Grande do Sul, hoje a maior vila naturista no Brasil e da América Latina. A Colina do Sol tem umas 200 casas, mora-dores fixos, é como um grande sítio, tem um lago, fica no meio do mato, nada de concreto, tudo sustentável.

JP3 – Sua família não é praticante?Anilton - Não, nem eu nem minha família, temos mais como um negócio mesmo. Claro que eu conheço e defendo a ide-ologia, participo de congressos, represento a praia em eventos para divulgar, só não sou prati-cante. Mas defendo os interesses, porque está totalmente atrelado ao meu negócio.

JP3 - Como o naturismo pro-põe desvincular a nudez do sexo numa sociedade em que eles ainda estão totalmente atrelados?Anilton - Acho que a malícia está na cabeça de cada um,

então se a pessoa tem malícia na cabeça, tem em qualquer local, numa praia de naturismo, ou numa praia que se usa fio dental ou qualquer roupa. É cultural, e como eu falei, no Brasil ainda estamos engatinhando, nossa sociedade ainda é muito base-ada no catolicismo e aos poucos estamos caminhando para essa evolução cultural. Antigamente era bem mais difícil.

JP3 - Recentemente prenderam uma mulher na praia central porque estava de topless. O que você acha?Anilton - Ainda é difícil, tem pessoas que não estão prepa-radas pra viver essa situação, e acho que se tem um local especí-fico, tem que ir lá.

JP3 - A associação e a adminis-tração hoje caminham juntas?Anilton - Sempre teve bastante conflito de interesses na época dos meus tios, quando eu voltei resolvemos estreitar um pouco. Nós somos responsáveis pelo nosso empreendimento que é em frente à praia, só que a praia

em si é pública, qualquer pes-soa pode ir, não tem como ditar regras, é um bem comum. A associação, como é um órgão da sociedade, é quem cuida desse código de ética da praia. Por isso é importante ter essa conexão entre nós, a imagem da Praia do Pinho é uma só, precisamos estar em sintonia. Lá na asso-ciação tem umas 20 casas, mas

não são moradores fixos, são pessoas que tem casa na região e vem com frequência. Eles não tem uma presença fixa, hoje não tem uma liderança ali porque o presidente da ONG, o Valdir, acabou se afastando esse ano, mas os naturistas da associa-ção estão sempre na praia, aju-dando, orientando as pessoas, fazem a recepção, conversam.

“Não queremos fazer uma grande competição de surfe, com alto nível técnico, é só um evento para chamar atenção para o

local, tentar aproximar as pessoas que não conhecem.”

Ottokar Haggemann