ppc medicina- mec
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
CAMPUS URUGUAIANA
PROJETO PEDAGGICO DO
CURSO DE GRADUAO EM MEDICINA
URUGUAIANA
2014
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REITORA
Prof. Dr. Ulrika Arns
VICE-REITOR
Prof. Dr. Almir Barros da Silva Santos Neto
PR-REITORA DE GRADUAO
Prof. Dr. Elena Maria Billig Mello
PR-REITOR DE PS-GRADUAO
Prof. Dr. Ricardo Jos Gunski
PR-REITORA DE EXTENSO
Prof. Dr. Vera Lcia Cardoso Medeiros
PR-REITOR DE PESQUISAProf. Dr. Eduardo Ceretta Moreira
PR-REITORA DE ASSUNTOS ESTUDANTIS E COMUNITRIOS
Prof. Dr. Simone Barros de Oliveira
PR-REITOR DE ADMINISTRAO
Everton Bonow
PR-REITORA DE PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO E AVALIAO
MSc. Vanessa Rabelo DutraPR-REITORA DE GESTO DE PESSOAL
Sandra Mara Silva de Leon
DIRETOR DO CAMPUS URUGUAIANA
Prof. Dr. Joo Cleber Theodoro de Andrade
COORDENADOR ACADMICO DO CAMPUS URUGUAIANA
Prof. Dr. Irina Lbek
COORDENADOR ADMINISTRATIVO DO CAMPUS URUGUAIANAMSc. Roger Baigorra Machado
COORDENADOR DO CURSO DE MEDICINA
Prof. Dr. Lus Flvio Souza de Oliveira
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Sumrio
APRESENTAO 5
CONTEXTUALIZAO 6
1.1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA ..................................................................... 6
1.1.1 Das Polticas Institucionais da UNIPAMPA 9
1.2 REALIDADE REGIONAL ............................................................................................ 12
1.2.1 Contexto de Insero do Campus Uruguaiana 13
1.3 JUSTIFICATIVA........................................................................................................... 15
1.4 LEGISLAO .............................................................................................................. 28
ORGANIZAODIDTICO-PEDAGGICA 33
2.1 CONCEPO DO CURSO ........................................................................................... 33
2.1.1 Contextualizao, Concepo Pedaggica e Perfil do Curso 33
2.1.2 Objetivos 342.1.2.1 Objetivo Geral 34
2.1.2.2 Objetivos Especficos 35
2.1.2.3 Desenvolvimento de Competncias 38
2.1.2.4 Contedos Essenciais 46
2.1.3 Perfil do Egresso 47
2.2 DADOS DO CURSO ..................................................................................................... 48
2.2.1 Administrao acadmica 48
2.2.1.1 Comisso de Curso de Graduao e Coordenao de Curso 49
2.2.1.2 Ncleo Docente Estruturante NDE do Curso 49
2.2.2 Funcionamento do Curso 52
2.2.2.1 Titulao Conferida 52
2.2.2.2. Do processo seletivo, da oferta de vagas, ingresso e regime de matrcula 52
2.2.2.3. Perodo de Realizao do Curso 55
2.2.2.4. Calendrio acadmico 55
2.2.3 Formas de ingresso 55
2.3 ORGANIZAO CURRICULAR ................................................................................. 56
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2.3.1 Integralizao Curricular 56
2.3.1.1 Atividades Complementares de Graduao 73
2.3.1.2 Trabalho de Concluso de Curso (TCC) 78
2.3.1.3 Estgios 792.3.1.4 Componentes Curriculares Complementares de Graduao (CCCG) 81
2.3.1.5 Plano de Integralizao de Carga Horria 82
2.3.2 Metodologias de Ensino e Avaliao 83
2.3.3 Matriz Curricular 89
2.3.4 Ementrio 93
2.3.5 Flexibilizao Curricular 154
RECURSOS 155
3.1 CORPO DOCENTE ..................................................................................................... 155
3.2 CORPO DISCENTE .................................................................................................... 157
3.2.1 Os Programas e Aes de Assistncia Estudantil 158
3.2.2 Programa de Bolsas de Permanncia 158
3.2.3 Programa de Apoio Instalao Estudantil 160
3.2.4 Programa de Desenvolvimento Acadmico 161
3.2.5 Programa de Apoio Participao Discente em Eventos - PAPDE 161
3.2.6 Programa de Moradia Estudantil Joo-de-Barro 161
3.2.7 Programa de Alimentao Subsidiada Talheres do Pampa 162
3.2.8 Programa de Aes Afirmativas 162
3.2.9 Princpios 163
3.3 INFRAESTRUTURA .................................................................................................. 164
AVALIAO 167
4.1 Avaliao Institucional ................................................................................................. 167
4.2 Avaliao do Curso ...................................................................................................... 168
4.3 Acompanhamento dos Egressos ................................................................................... 168
4.4 Programa de Formao Continuada para Docentes/Supervisores .................................. 169
4.5 Programa de Formao Continuada para Preceptores.................................................... 169
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REFERNCIAS 170
ANEXO 177
ANEXO 179
ANEXO 181
ANEXO 182
ANEXO 183
ANEXO 184
ANEXO 188
ANEXO 189
ANEXO 191
ANEXO 192
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APRESENTAO
A demanda de construo do Curso de Medicina trata-se de uma histrica
reivindicao da comunidade da regio da fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.
O Projeto Pedaggico do Curso de Medicina (PPCM) da Universidade
Federal do Pampa (UNIPAMPA) do Campus Uruguaiana vem sendo construdo desde 2013,
atravs da sinalizao de interesse pela reitoria da UNIPAMPA junto ao Ministrio da
Educao, como forma de inserir a Universidade na agenda atual de expanso do ensino
mdico no pas fomentada pelo Programa Mais Mdicos. Em 11 de setembro de 2013
nomeada pela reitora, atravs da Portaria N. 963, uma Comisso Especialpara apresentao
de uma proposta de PPC para o Curso de Medicina da UNIPAMPA (ANEXO A).
Os trabalhos desenvolvidos pela Comisso envolveram contatos com
pessoas de referncia mudana na formao dos cursos de graduao em Medicina no
Brasil; busca, leitura e discusso de variados Projetos de Curso de Medicina; reunies
sistemticas entre a Comisso e destas uma reunio com diversos atores, entre estes
representantes da Secretaria Municipal de Sade de Uruguaiana, do Conselho Municipal de
Sade de Uruguaiana, do legislativo do Municpio, Estado e Federao; participao emaudincias pblicas na Cmara de Vereadores de Uruguaiana e na Assembleia Legislativa do
Estado do Rio Grande do Sul; reunies com docentes de outras Instituies de Ensino
Superior para debate sobre a implementao de Cursos de Medicina; e, participao no 51
Congresso Brasileiro de Educao Mdica (COBEM), da Associao Brasileira de Educao
Mdica (ABEM), e em agendas voltadas temtica junto ao Ministrio da Educao.
Neste processo a Comisso ouviu e acolheu demandas, dialogou e
produziu um PPC orientado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do Curso deGraduao em Medicina1(BRASIL, 2001).
Este documento versa sobre a UNIPAMPA, enquanto contexto de insero
da mesma, e a demanda pelo curso de medicina, assim como, a concepo da organizao
1BRASIL. Ministrio da Educao. Conselho Nacional de Educao. Cmara de Educao Superior.Resoluo CNE/CES N 3, de 20 de junho de 2014. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso deGraduao em Medicina e d outras providncias. Disponvel em:http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=15234&Itemid= Acesso em 12
dezembro de 2014.
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didticopedaggica, de avaliao e de recursos enquanto aporte efetividade do Curso de
Medicina junto ao Campus Uruguaiana, considerando que o mesmo nasceu dentro da
UNIPAMPA com vocao para sediar os cursos da rea da sade, possuindo, inclusive,
neste momento, dois cursos de ps-graduao de nvel stricto sensu nesta rea. Apresenta a
realidade de sade da regio, como espaos para a atuao e prticas acadmico-
profissionais do curso, bem como sinaliza demandas ampliao, investimento e
qualificao dos servios de sade existentes no municpio e regio.
Cientes da dinmica do contexto atual e da importncia da reflexo crtica
nas aes decorrentes da exiguidade do PPC, acreditamos ser significativo o repensar
contnuo sobre o mesmo, com vistas a atender demandas que decorrem de tais reflexes e do
prprio contexto de aplicao e interface do Curso.No uso de suas atribuies esta Comisso apresenta a seguir o PPC do
Curso de Medicina, como proposta a ser discutido nas instncias colegiadas desta
Universidade.
1 CONTEXTUALIZAO
1.1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
A Universidade Federal do Pampa UNIPAMPA2 resultado da
reivindicao da comunidade regional, Metade Sul do Rio Grande do Sul, que encontrou
aporte estruturante no contexto da poltica de expanso e renovao das Instituies Federais
de Educao Superior, conforme Decreto n 6096, de 24 de abril de 2007 (BRASIL, 2007).
A UNIPAMPA foi criada com a responsabilidade de contribuir com a regio em que seinsere - Metade Sul - um extenso territrio do Rio Grande do Sul, com crticos problemas
de desenvolvimento socioeconmico, de acesso educao bsica e educao superior.
Neste sentido, tambm se faz presente, um dos objetivos que o de contribuir com a
2Universidade Federal do Pampa UNIPAMPA. Endereo: Av. General Osrio, n. 900, Bag, RS CEP: 96400 100.Fone: (53) 3240-5400. Endereo Eletrnico: http://www.unipampa.edu.br/portal/
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integrao e o desenvolvimento da regio de fronteira do Brasil com o Uruguai e a
Argentina.
O reconhecimento das condies regionais, aliado necessidade de
ampliar a oferta de ensino superior gratuito e de qualidade nesta regio, motivou a
proposio dos dirigentes dos municpios da rea de abrangncia da UNIPAMPA a pleitear,
junto ao Ministrio da Educao, uma Instituio Federal de Ensino Superior. Tal
reivindicao foi atendida em julho de 2005, com a criao do Consrcio Universitrio da
Metade Sul, responsvel, no primeiro momento, pela implantao da nova universidade.
Em 22 de novembro de 2005, esse consrcio foi firmado mediante a
assinatura de um Acordo de Cooperao Tcnica entre o Ministrio da Educao, a
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel),prevendo a ampliao da educao superior no Estado, com a implantao de uma
universidade multicampi, onde coube UFSM implantar os campi nas cidades de So Borja,
Itaqui, Alegrete, Uruguaiana e So Gabriel e, UFPel, os campi de Jaguaro, Bag, Dom
Pedrito, Caapava do Sul e Santana do Livramento. As instituies tutoras foram
responsveis pela criao dos primeiros cursos da instituio.
Em setembro de 2006, as atividades acadmicas tiveram incio nos campi
vinculados UFPel e, em outubro do mesmo ano, nos campi vinculados UFSM. Nessemesmo ano, entrou em pauta no Congresso Nacional o Projeto de Lei nmero 7.204/06, que
propunha a criao da UNIPAMPA.
Em 16 de maro de 2007, foi criada a Comisso de Implantao da
UNIPAMPA a qual teve seus esforos direcionados para constituir os primeiros passos da
identidade dessa nova universidade.
Em 11 de janeiro de 2008, a Lei 11.640, cria a UNIPAMPA Fundao
Universidade Federal do Pampa, que fixa em seu artigo segundo:
A UNIPAMPA ter por objetivos ministrar ensino superior,
desenvolver pesquisa nas diversas reas do conhecimento e
promover a extenso universitria, caracterizando sua insero
regional, mediante atuao multicampi na mesorregio Metade Sul
do Rio Grande do Sul. (BRASIL,2008, p.1).
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No momento de sua criao, a UNIPAMPA contava com 2.320 discentes,
180 servidores docentes e 167 servidores tcnico-administrativos em educao. Em janeiro
de 2008, foi dado posse ao primeiro reitorado que, na condio pro tempore, teve como
principal responsabilidade integrar os campi criados pelas instituies tutoras, constituindo e
consolidando-os como a Universidade Federal do Pampa. Neste sentido, iniciaram-se as
discusses com a comunidade acadmica e sociedade, para a elaborao do Projeto
Institucional (PI) da UNIPAMPA.
Em agosto de 2009, o Projeto Institucional (PI), documento balizador das
aes institucionais, foi finalizado como resultado de uma construo coletiva entre os dez
campi, contemplando o Projeto Pedaggico Institucional (PPI) e perspectivas para o Plano
de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UNIPAMPA, com destaque aos princpiosnorteadores de suas aes, que seguem:
a) Formao acadmica tica, reflexiva, propositiva eemancipatria, comprometida com o desenvolvimento humano emcondies de sustentabilidade;b) Excelncia acadmica, caracterizada por slida formaocientfica e profissional, que tenha como balizador aindissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extenso, visando
ao desenvolvimento da cincia, da criao e difuso da cultura e detecnologias ecologicamente corretas, socialmente justas eeconomicamente viveis, direcionando-se por estruturantes amplos egeneralistas;c) Sentido pblico, manifesto por sua gesto democrtica,gratuidade e intencionalidade da formao e da produo doconhecimento, orientado pelo compromisso com o desenvolvimentoregional para construo de uma Nao justa e democrtica(UNIPAMPA, 2009).
No ano de 2012, ocorreu a primeira eleio para reitoria, sendo eleita aProfessora Dr Ulrika Arns como Reitora e o Prof. Dr. Almir Barros da Silva Santos Neto,
como Vice-Reitor.
Atualmente a Universidade se estrutura com dez campi (Campus Alegrete,
Campus Bag, Campus Caapava do Sul, Campus Dom Pedrito, Campus Itaqui, Campus
Jaguaro, Campus Santana do Livramento, Campus So Borja, Campus So Gabriel,
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Campus Uruguaiana3). Nestes dez campi, so ofertados 61 cursos de graduao, 16 cursos
Latu-sensu e 10 Stricto-sensu, somando 11.552 estudantes de graduao e 1.139 discentes de
ps-graduao matriculados, para os quais se voltam aes de ensino, pesquisa e extenso,
atendidos por 793 docentes, 832 tcnicos administrativos de educao e 375 funcionrios
terceirizados.
No Campus Uruguaiana da UNIPAMPA so ofertados (2013) 7 cursos de
graduao (Farmcia, Enfermagem, Fisioterapia, Educao Fsica - Licenciatura, Tecnologia
em Aquicultura, Cincias da Natureza - Licenciatura e Medicina Veterinria), 4
Especializaes (Gesto, Trabalho e Educao em Sade; Cincia da Sade; Educao em
Cincias; Enfermagem na sade da Mulher), 3 Mestrados Acadmicos (Bioqumica, Cincia
Animal e Cincias Farmacuticas) e 1 doutorado em Bioqumica, totalizando 1258discentes, atendidos por 91 tcnicos administrativos em educao (TAEs) e 133docentes.
As salas de aulas, biblioteca, laboratrios de ensino e pesquisa, ginsio de esportes, rea de
convivncia, fazenda escola, rea de campo e Hospital Universitrio Veterinrio (HUVet)
esto distribudos em 250 hectares de propriedade da Unio.
1.1.1 Das Polticas Institucionais da UNIPAMPA
Considerando a importncia do planejamento institucional e a definio de
polticas institucionais (concepo, objetivos, estratgias e metas) a UNIPAMPA prev em
seu PI, polticas especficas de ensino; de pesquisa; de extenso; de assistncia estudantil; de
gesto de pessoal; de planejamento e avaliao; e de comunicao social (Conforme
Programa de Desenvolvimento Institucional (PDI)2014-2018, aprovado pela resoluo n
71, de 27 de fevereiro de 2014).
Enquanto aporte misso, aos objetivos e s polticas institucionais, citam-
se alguns programas e projetos institucionais da UNIPAMPA:
3Universidade Federal do Pampa UNIPAMPA Campus Uruguaiana. Endereo: BR 472, km 585 - Caixa Postal 118 - CEP: 97500-970
Uruguaiana RS, Fone: (55) 3413 4321/34141484. Endereo eletrnico: http://porteiras.unipampa.edu.br/uruguaiana
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a) Programa de Extenso Universitria(PROEXT/MEC/SESu) com a finalidade de
apoiar projetos conduzidos por docentes e tcnicos-administrativos, cujas propostas
aprovadas tero recursos para concesso de Bolsas de Iniciao Extenso e de auxlio
financeiro a estudante;
b) Programa de Desempenho Acadmico (PDA). Implantado em 2008, tem como
objetivos: qualificar prticas acadmicas vinculadas aos projetos poltico-pedaggicos dos
cursos de graduao por meio de experincias que fortaleam a articulao entre teoria e
prtica; promover a iniciao docncia, extenso, pesquisa e ao trabalho tcnico
profissional e de gesto acadmica e melhorar as condies de estudo e permanncia dos
estudantes de graduao. Em 2009, o Programa est contemplando 380 estudantes de todos
os campi; E em 2015, o Programa j comtempla 470 estudantes em todos os campi.c) Programa de Bolsas de Permanncia (PBP). Implantado em 2009, com o objetivo de
garantir a permanncia, o desempenho acadmico e inibir a evaso;
d) Ncleo de Incluso e Acessibilidade (NinA).Implantado em 2008, tem como objetivo
garantir o acesso e a permanncia de discentes com necessidades educacionais especiais no
ensino superior. O Ncleo conta, desde 2008, com recursos do governo federal atravs do
Programa Incluir;
e) Programa de Ensino Tutorial (PET) Programa do Ministrio da Educao - MEC,implantado na UNIPAMPA, em 2009, com o objetivo de desenvolver atividades acadmicas
de excelncia, contribuir para elevar a qualidade da formao dos discentes, estimular o
esprito crtico, promover a tica e a cidadania;
f) Programa de Bolsas de Iniciao Docncia (PIBID)- Programa do Ministrio da
Educao/ Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior - CAPES,
implantado na UNIPAMPA, em 2009, atravs do Projeto Articulaes Universidade -
Escola para qualificao da formao e da prtica docente.Em 2011, reafirmado o programa, com o projeto: Entre a universidade e a escola: redes que
tecem saberes docentes, o qual o Curso Cincias da Natureza Campus Uruguaiana
participa com dois subprojetos;
g) Programa de Consolidao das Licenciaturas (PRODOCNCIA), implantado em
2009, atravs do projeto Ncleo interdisciplinar de educao: articulaes de contextos &
saberes nos (per)cursos de licenciatura da UNIPAMPA; o programa tem como objetivo
principal apoiar a realizao de projetos que visem contribuir para elevar a qualidade dos
http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CC0QFjAA&url=http%3A%2F%2Fportal.mec.gov.br%2Findex.php%3Foption%3Dcom_docman%26task%3Ddoc_download%26gid%3D12459%26Itemid%3D&ei=4XIRUfi8PNHV0gG58YDIAg&usg=AFQjCNHoQkP23eGfGYamrhWbT-7uEfNWKg&sig2=tO7CSkbgwq7vwbweHzxkqw&bvm=bv.41934586,d.eWU&cad=rjahttp://www.capes.gov.br/http://www.capes.gov.br/http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CC0QFjAA&url=http%3A%2F%2Fportal.mec.gov.br%2Findex.php%3Foption%3Dcom_docman%26task%3Ddoc_download%26gid%3D12459%26Itemid%3D&ei=4XIRUfi8PNHV0gG58YDIAg&usg=AFQjCNHoQkP23eGfGYamrhWbT-7uEfNWKg&sig2=tO7CSkbgwq7vwbweHzxkqw&bvm=bv.41934586,d.eWU&cad=rja -
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cursos de licenciatura, na perspectiva de valorizar a formao e a relevncia social dos
profissionais do magistrio da educao bsica.
h) Programa Jovens Talentos para a Cincia,implantado em 2012, em parceria com a
Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (Capes) e o Conselho
Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq) visa incentivar a ligao de
discentes ingressantes de cursos de graduao de todas as reas com a pesquisa cientfica e
tecnolgica desde o primeiro semestre.
i) Programa Cincia sem Fronteiras em parceria com Ministrios da Cincia,
Tecnologia e Inovao (MCTI), Ministrio da Educao (MEC), Secretarias de Ensino
Superior e de Ensino Tecnolgico do MEC e os rgos de fomento Coordenao de
Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (Capes) e o Conselho Nacional deDesenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq) busca promover a consolidao,
expanso e internacionalizao da cincia e tecnologia, da inovao e da competitividade
brasileira por meio do intercmbio e da mobilidade internacional.
j) Projeto Rondon (Ministrio da Defesa); O Projeto Rondon, coordenado pelo
Ministrio da Defesa, tem como objetivo a integrao social por meio da participao
voluntria de acadmicos na busca de alternativas que contrib uam para o desenvolvimento
sustentvel das comunidades carentes onde atuaro. Dessa forma, o Rondon contribui para aformao profissional e cidad dos discentes e professores que coordenam as equipes de
trabalho
k) Programa de Bolsas de Desenvolvimento Pedaggico, Intervenes para diminuio
da Reteno e controle da Evaso nos Cursos de Graduao;
l) Programa de fomento extenso PROFEXT 2015, o qual visa estimular a prtica
da extenso universitria, apoiar a execuo de projetos e programas que promovam
interao dialgica entre universidade e sociedade e qualifiquem a formao acadmica dosdiscentes regularmente matriculados em cursos de graduao e psgraduao da
UNIPAMPA.
m) Programa de Formao Continuada, com objetivo de estimular a prtica da
Extenso Universitria e contribuir para a qualificao dos profissionais da educao, por
meio do apoio organizao de Cursos.
n) Programa Nacional de Formao dos Professores da Educao Bsica- PARFOR ,
Induzir e fomentar a oferta de educao superior, gratuita e de qualidade, para professores
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em exerccio na rede pblica de educao bsica, para que estes profissionais possam obter a
formao exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional LDB e contribuam
para a melhoria da qualidade da educao bsica no Pas.
Reconhecendo a importncia significativa de todos os programas
institucionais elencados anteriormente, ressalva-se a importncia do PIBID, criado atravs
do Decreto n 7.219/2010 (BRASIL, 2010) e reconhecido como poltica de estado no
pargrafo quinto da Lei n 12.796/2013 (BRASIL, 2013). A importncia do PIBID nos
Cursos de Educao Fsica e Cincias da Natureza Licenciaturas - se d de forma
significativa em razo de que o mesmo tem a finalidade fomentar a iniciao docncia,
contribuindo para o aperfeioamento da formao de docentes em nvel superior e para amelhoria de qualidade da educao bsica pblica brasileira.
Ainda, destaca-se a articulao da UNIPAMPA com rgos de fomento
como a Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP, Coordenao de Aperfeioamento de
Pessoal de Nvel Superior- CAPES, Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e
Tecnolgico - CNPQ, Fundao de Amparo Pesquisa do Rio Grande do Sul - FAPERGS
entre outros, na perspectiva do desenvolvimento de projetos e implementao de suas
polticas institucionais.
1.2 REALIDADE REGIONAL
A regio em que a UNIPAMPA est inserida j ocupou posio de
destaque na economia gacha. Ao longo da histria, porm, sofreu processo gradativo de
perda de posio relativa no conjunto do estado. Em termos demogrficos, registrou
acentuado declnio populacional. Sua participao na produo industrial foi igualmentedecrescente. Em termos comparativos, destaca-se que as regies norte e nordeste do estado
possuem municpios com altos ndices de Desenvolvimento Social - IDS, ao passo que, na
metade sul, os ndices variam de mdios a baixos. A metade sul perdeu espao, tambm, no
cenrio do agronegcio nacional devido ao avano da fronteira agrcola para mais prximo
de importantes centros consumidores. A distncia geogrfica, o limite na logstica de
distribuio e as dificuldades de agregao de valor matria-prima produzida
regionalmente, colaboram para o cenrio econmico aqui descrito.
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.796-2013?OpenDocumenthttp://www.capes.gov.br/http://www.capes.gov.br/http://www.capes.gov.br/http://www.capes.gov.br/http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.796-2013?OpenDocument -
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A realidade impe grandes desafios. Com a produo industrial em
declnio, a estrutura produtiva passa a depender, fortemente, do setor primrio e de servios.
Outros fatores, combinados entre si, tm dificultado a superao da situao atual, entre os
quais se podem citar: o baixo investimento pblico per capita, o que reflete a baixa
capacidade financeira dos municpios; a baixa densidade populacional e alta disperso
urbana; a estrutura fundiria caracterizada por mdias e grandes propriedades e a distncia
geogrfica dos polos desenvolvidos do estado, que prejudica a competitividade da produo
da regio. Essa realidade vem afetando fortemente a gerao de empregos e os indicadores
sociais, especialmente os relativos educao e sade.
A regio apresenta, entretanto, vrios fatores que indicam potencialidades
para a diversificao de sua base econmica, entre os quais ganham relevncia: a posioprivilegiada em relao ao MERCOSUL; o desenvolvimento e ampliao do porto de Rio
Grande; a abundncia de solo de boa qualidade; os exemplos de excelncia na produo
agropecuria; as reservas minerais e a existncia de importantes instituies de ensino e
pesquisa. Em termos mais especficos, destacam-se aqueles potenciais relativos indstria
cermica, cadeia integrada de carnes, vitivinicultura, extrativismo mineral, cultivo do arroz e
da soja, silvicultura, fruticultura, alta capacidade de armazenagem, turismo, entre outros.
1.2.1 Contexto de Insero do Campus Uruguaiana
Dentre os dez Campi da UNIPAMPA, o Campus Uruguaiana est
localizado na BR 472, Km 592, municpio de Uruguaiana, RS. O referido municpio,
fundado em 24 de fevereiro de 1843, emancipou-se em 29 de maio de 1846 e atualmente
est localizado na microrregio da campanha ocidental. Uruguaiana limita-se ao norte com o
municpio de Itaqui, ao sul com Barra do Quara e Repblica Oriental do Uruguai, ao leste
com Alegrete e Quara e a oeste com a Repblica da Argentina. Sua rea de 5.715,8 km2 e
de acordo com o Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE),
possui 125.435 habitantes, localizados, em sua maioria, na zona urbana da cidade (IBGE,
2010a; PREFEITURA MUNICIPAL DE URUGUAIANA, 2013).
Uruguaiana o 4 maior municpio do Estado em extenso territorial e
localiza-se a 634 km de distncia de Porto Alegre, capital do Estado. O acesso a Uruguaiana
realizado pelas BR 290 e BR 472. Sua etnia foi originada por grupos nmades indgenas e
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posteriormente os elementos colonizadores foram os espanhis, portugueses e africanos. As
correntes migratrias modernas so representadas por italianos, alemes, espanhis,
franceses e rabes (PREFEITURA MUNICIPAL DE URUGUAIANA, 2013).
Conforme IBGE (2010b) a principal atividade econmica do municpio a
agropecuria, com extensa lavoura de arroz (produo de cerca de 444.500 toneladas) e
bovinocultura corte (rebanho aproximado de 360.000 animais). Alm disso, o municpio o
maior espao fsico de entrada de turistas estrangeiros no Estado e possui o maior porto seco
da Amrica Latina, com aproximadamente 80% da exportao nacional sendo escoada
atravs da Ponte Internacional que interliga Uruguaiana ao municpio argentino de Paso de
Los Libres.
A distncia geogrfica associada dificuldade de agregao de valor amatria-prima produzida na regio, a produo industrial decrescente e a reduo da
participao no cenrio do agronegcio nacional fizeram com que a estrutura produtiva
passasse a depender, essencialmente, dos setores primrios e de servios. Estes fatores,
associados ao baixo investimento pblico per capita, a baixa densidade populacional, alta
disperso urbana, estrutura fundiria caracterizada por mdias e grandes propriedades e
distncia geogrfica dos polos desenvolvidos do Estado prejudica a competitividade da
produo da regio. Essa realidade afeta a gerao de empregos e interfere nos indicadoressociais, especialmente os relativos educao e sade.
De acordo com o Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD, 2013), o ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) do municpio de Uruguaiana ,
atualmente, de 0.788 (PNUD, 2003). Embora este ndice seja superior ao IDH mdio
brasileiro (0.69), classificado como mdio (IDH mdio = 0,5 e 0,79), e bastante
inferior quando comparado ao ndice da primeira colocada no ranking brasileiro (0.919).
O ndice de Desenvolvimento Socioeconmico (IDESE) do municpio, queleva em considerao indicadores sociais e econmicos como: educao, renda, saneamento,
domiclio e sade, tem apresentado dados a refletir. Neste cenrio, de acordo com dados da
Fundao de Economia e Estatstica (FEE) do estado do Rio Grande do Sul (FEE, 2009)
Uruguaiana ocupa o 269 lugar do Estado no que se refere sade, em um total de 496
municpios. Quando se trata de educao, municpio classificado 233 lugar.
Segundo a Prefeitura municipal de Uruguaiana (2013) o municpio, assim
como a regio local, apresenta potencial para diversificao da economia, dentre os quais
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podem ser destacados: posio privilegiada em relao ao Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL); abundncia de solo de boa qualidade; excelncia na produo agropecuria;
reservas minerais; existncia de reconhecidas instituies de ensino e pesquisa; capacidade
para o turismo, entre outros.
1.3 JUSTIFICATIVA
A UNIPAMPA tem como misso promover a educao superior de
qualidade, com vistas formao de sujeitos comprometidos e capacitados a atuarem em
prol do desenvolvimento sustentvel da regio e do pas (UNIPAMPA-PDI, 2014). Assim,
suas atividades de ensino, pesquisa e extenso devem estar comprometidas com opermanente progresso dos indivduos, da comunidade e da regio atravs de aes que
permitam superar as dificuldades diagnosticadas. Desta forma, os cursos oferecidos na
Universidade contemplam a formao de cidados capacitados para atuar nas oito grandes
reas do conhecimento (CNPq) e, especificamente no Campus Uruguaiana, a maioria dos
cursos contempla a rea das Cincias da Sade.
Dentro deste contexto e, intrinsecamente ligado misso da
UNIPAMPA, que imperativamente traz o desenvolvimento regional sua essncia geradora,se buscar estabelecer de forma estratgica a fixao de profissionais da medicina na cidade
e regio, usando o contexto da formao, que est fortemente ligado insero na
comunidade e ao SUS e, por sua vez, ao Programa Mais Mdicos, de forma a responder aos
objetivos da lei que cria o programa (Lei 12.871/2013), que prospecta:
I - Diminuir a carncia de mdicos nas regies prioritrias para o SUS, a fim de reduzir as
desigualdades regionais na rea da sade;
II - Fortalecer a prestao de servios de ateno bsica em sade no Pas;III - Aprimorar a formao mdica no Pas e proporcionar maior experincia no campo de
prtica mdica durante o processo de formao;
IV - Ampliar a insero do mdico em formao nas unidades de atendimento do SUS,
desenvolvendo seu conhecimento sobre a realidade da sade da populao brasileira;
V - Fortalecer a poltica de educao permanente com a integrao ensino-servio, por meio
da atuao das instituies de educao superior na superviso acadmica das atividades
desempenhadas pelos mdicos;
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VI - Promover a troca de conhecimentos e experincias entre profissionais da sade
brasileiros e mdicos formados em instituies estrangeiras;
VII - Aperfeioar mdicos para atuao nas polticas pblicas de sade do Pas e na
organizao e no funcionamento do SUS; e
VIII - Estimular a realizao de pesquisas aplicadas ao SUS.
Considerando a organizao do sistema de sade no Rio Grande do Sul, a
Secretaria Estadual de Sade (SES) subdivide o estado em 7 macrorregies (Figura 1) (SES,
2013). Cada uma dessas regies apresenta vnculo com uma ou mais Coordenadorias
Regionais de Sade (CRS), que so responsveis pela organizao do sistema de sade loco-
regional.
Figura 1-Macrorregies do Rio Grande do Sul e respectivas Coordenadorias Regionais
de Sade (CRS): 1 CRS (Porto Alegre), 2 CRS (Porto Alegre), 3 CRS (Pelotas), 4
CRS (Santa Maria), 5 CRS (Caxias do Sul), 6 CRS (Passo Fundo), 7 CRS (Bag), 8
CRS (Cachoeira do Sul), 9 CRS (Cruz Alta), 10 CRS (Alegrete), 11 CRS (Erechim),
12 CRS (Santo ngelo), 13 CRS (Santa Cruz do Sul), 14 CRS (Santa Rosa), 15 CRS
(Palmeira das Misses), 16 CRS (Lajeado), 17 CRS (Iju), 18 CRS (Osrio), 19 CRS
(Frederico Westphalen).
Fonte: Secretaria Estadual de Sade (2013)
O municpio de Uruguaiana pertence regio Centro-Oeste e inclui 42
municpios administrados por duas coordenadorias regionais: 4 CRS (sede Santa Maria) e a
10 CRS (sede Alegrete).
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As atividades da fronteira oeste so organizadas pela 10 Coordenadoria
Regional de Sade (10 CRS), de forma que os municpios de Alegrete (sede), Barra do
Quara, Itaqui, Maambara, Manoel Viana, Quara, Rosrio do Sul, Santa Margarida do Sul,
Santana do Livramento e So Gabriel tambm pertencem a essa CRS (Figura 2).
Figura 2-Municpios da 10 Coordenadoria Regional de Sade
Fonte: Secretaria Estadual de Sade (2013)
A regio da 10 CRS abrange municpios que essencialmente desenvolvem
atividades agropecurias, apresentando baixos ndices de crescimento na atividade
econmica em relao ao restante do estado (Figura 3).
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Figura 3- Taxa de crescimento do produto interno bruto (PIB) por municpios no Rio
Grande do Sul, 2011.
Fonte: adaptado daFundao de Economia e Estatstica (FEE), 2013.
Essa realidade regional ainda mais evidente ao verificarmos o ranking
dessas cidades da Fronteira Oeste em relao ao restante do estado no ndice de
Desenvolvimento Socioeconmico (IDESE) (Tabela 1).
O IDESE um ndice que leva em considerao indicadores sociais e
econmicos classificados em blocos temticos: educao; renda; saneamento e domiclios; e
sade. De acordo com dados da Fundao de Economia e Estatstica (FEE) do estado do Rio
Grande do Sul (FEE, 2009), Uruguaiana ocupa o 269 lugar do Estado no que se refere
sade em um total de 496 municpios.Tabela 1- Populao e ranking no estado do ndice de Desenvolvimento
Socioeconmico (IDESE) das cidades pertencentes a 10 Coordenadoria Regional de
Sade
Populao IDESE Educao Renda Saneamento Sade
Uruguaiana 125,968 57 223 178 43 269
Alegrete 77,082 95 119 187 58 479Barra do Quara 4,045 244 450 241 174 282
Itaqui 38,238 65 326 190 55 13
Maambar 4,767 177 239 47 266 436
Manoel Viana 7,039 207 398 200 151 363
Quara 22,870 112 352 359 15 403
Rosrio do Sul 39,697 136 289 247 96 87Santa Margarida
do Sul2,406 325 148 49 456 127
Santana do
Livramento81,427 66 300 271 22 166
So Gabriel 60,529 83 241 202 62 153
Fonte: Fundao de Economia e Estatstica (FEE) do estado do Rio Grande do Sul (FEE,
2009).
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Como pode ser observado, no geral as cidades da fronteira Oeste
administradas pela 10 CRS apresentam-se com as piores classificaes especialmente na
rea de educao e da sade em relao ao restante do estado.
Apesar da normatizao vigente do Sistema nico de Sade (SUS) e das
secretarias municipais e estadual preconizarem ampliao do acesso sade com
qualidade em todos os nveis de ateno em redes regionais, a tabela 2 demonstra a escassez
na oferta dos servios de sade da fronteira Oeste.
Tabela 2- Nmero total de servios de sade cadastrados por nveis de complexidade na
regio da 10 Coordenadoria Regional de Sade (10 CRS) e por municpios.
Sade Ambulatorial Sade HospitalarAten
o
bsica
Mdia
complexida
de
Alta
complexida
de
Baixa
complexi-
dade
Mdia
complexi-
dade
Alta
comple
xidade
10 CRS 123 576 33 3 6 2
Uruguaiana 31 187 13 1
Alegrete 34 96 2 1 1
Barra do Quara 1 2Itaqui 13 45 1 1
Maambar 7
Manoel Viana 2 15
Quara 4 22 2 1
Rosrio do Sul 15 53 5 1
Santa Margarida
do Sul1 1
Santana do
Livramento5 57 3 1
So Gabriel 10 98 7 2 1 1
A tabela 3 apresenta os servios de sade cadastrados por cidade na regio
da 10 CRS. Conjuntamente, as tabelas 2 e 3 demonstram um nmero reduzido de servios
de atendimento de sade de mdia e alta complexidade na fronteira Oeste.
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Tabela 3- Servios de sade cadastrados nas cidades da fronteira Oeste do Rio Grande
do Sul.
Servios de
Sade
Uruguaiana
Alegrete
B.
Quara
Itaqui
Maambar
M.
Viana
Quara
Rosrio
SMargarida
Livramento
SoGarbiel
Posto de Sade 4 3 3 1 4 1
Centro de
Sade/Unidade
Bsica
24 16 2 9 6 3 3 8 1 13 7
Policlnica 1 1 1
Hospital Geral 1 1 1 1 2 1
Consultrio
Isolado
167 81 33 11 11 42 70 40
Pronto Socorro
Geral
1 1 2
Clnica/Centro deEspecialidade
13 12 4 1 1 2 11 1
Unidade de Apoio
Diagnose e
Terapia
15 12 1 5 2 2 13 13 12
Unidade Mvel
Terrestre
1 1 1 1 2
Unidade Mvel deNvel Pr-
hospitalar na rea
de Urgncia
3 1 1 1 1
Unidade de
Vigilncia em
Sade
1 1
Centro de Ateno 2 2 1 1 2 1
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Psicossocial
Secretaria de
Sade
2 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Plo Academia de
Sade
2
Oficina
Ortopdica
1
Farmcia 1 1
Laboratrio
Central de Sade
Pblica
1
A organizao do sistema de sade na cidade de Uruguaiana data de
dezembro de 1994 e seguiu as Normas Operacionais Bsicas (NOB/93) assumindo a
Municipalizao incipiente da Sade. J em 1998, a Secretaria habilitou-se Gesto Plena
de Ateno Bsica (NOB/96) e em 2003, Gesto Plena da Ateno Bsica Ampliada.
Nesse modelo os indicadores prioritrios da ateno bsica envolvem as seguintes reas:
Sade da Criana, Sade da Mulher, Controle da Hipertenso Arterial e de Diabetes,Controle da Tuberculose, Eliminao da Hansenase, Sade Bucal, Sade da Famlia e
acesso aos servios bsicos.
Em 2010, houve a assinatura do Pacto pela Vida em Defesa do SUS e de
Gesto, com as seguintes prioridades pactuadas: Sade do Idoso, Controle do Colo do tero
e de Mama, Reduo da Mortalidade Infantil e Materna, Fortalecimento da capacidade de
resposta s doenas emergentes e endemias (Hansenase, Tuberculose, Malria, Influenza),
Promoo da sade com nfase na atividade fsica regular e alimentao saudvel e ofortalecimento da ateno bsica.
A ateno bsica caracteriza-se por um conjunto de aes de sade
individuais e coletivas, que abrange a promoo, proteo e a recuperao da sade, de
forma a desenvolver uma ateno integral que impacte na situao de sade e autonomia das
pessoas e nos determinantes e condicionantes de sade das coletividades (BRASIL, 2005).
Essa ateno primria em sade o contato e a porta de entrada preferencial dos usurios no
SUS.
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Em relao Ateno Bsica no Municpio de Uruguaiana, o mapa
municipal de rede assistencial pblica pode ser visualizado na Figura 4. A rede de Ateno
Sade do municpio de Uruguaiana conta com 20 Unidades Bsicas de Sade (UBS), sendo
que 15 so urbanas e 5 no interior do municpio. Ainda, o municpio est em vias de
ampliao e implantao das Estratgias da Sade da Famlia (ESF), passando a ter vinte
equipes de Sade da Famlia, oito equipes de Sade Bucal, e um Ncleo de Apoio a Sade
da Famlia, sendo que quatro j esto em fase de credenciamento e habilitao no
Departamento da Ateno Bsica do Estado e 16 possuem parecer favorvel da
Coordenadora da Ateno Bsica da 10 CRS e aguardam aprovao da Secretaria Estadual.
O mecanismo de acesso da populao aos servios de sade nas UBS em
sua maioria ocorre atravs da procura direta. As clnicas bsicas disponibilizadas so: clnicageral, peditrica, gineco-obstetrcia, odontologia, consultas com enfermeiro e atendimento
ambulatorial por tcnicos e auxiliares de enfermagem. Os atendimentos de programas de
preveno nessas unidades contemplam: sade da mulher (pr-natal, cncer de mama,
cncer de colo, planejamento familiar e climatrio), hiperdia, sade da criana e projeto
DANTS-Esporte Terapia.
Figura 4-Distribuio da Rede Assistencial Pblica no municpio de Uruguaiana
Fonte: Secretaria Municipal de Sade de Uruguaiana.
As UBSs do municpio contam com a farmcia bsica na maioria das
unidades com medicamentos que possuem disponibilidade atrelada aos programas
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estratgicos de controle de doenas como mtodo facilitador do acesso (medicamentos para
AIDS, tuberculose, hansenase e diabetes mellitus).
Apesar desses esforos na implantao de uma infraestruturapara o
atendimento populao, a cidade de Uruguaiana apresenta carncia de profissionais
mdicos, com baixa fixao e alta rotatividade, bem como demanda uma maior qualificao
dos profissionais de sade atuantes no municpio. Nestes aspectos, destacam-se a vinda de
novos mdicos pelo Programa Mais Mdicos e a aprovao de projetos do Programa
Nacional de Reorientao da Formao Profissional em Sade (PR-SADE) e Programa
de Educao pelo Trabalho para a Sade (PET-SADE) em 2013-2014.
O Programa Mais Mdicos uma iniciativa do governo federal para
investimentos em infraestrutura, alm de oportunizar a vinda de mdicos para regies ondeh escassez e ausncia de profissionais (Ministrio da Sade, 2013). Esse programa est
solucionando momentaneamente a problemtica da demanda reprimida desses profissionais
na cidade de Uruguaiana, fazendo com que uma maior parte da populao tenha acesso ao
atendimento por mdico generalista na ateno bsica municipal. O municpio de
Uruguaiana foi a cidade que mais recebeu mdicos do programa no interior do Estado do
Rio Grande do Sul (19 mdicos), perdendo apenas para Porto Alegre em nmero de
profissionais (trinta e seis) (Matos, 2013). Esses dados refletem a falta de profissionaismdicos na regio da fronteira Oeste.
Mesmo que esses programas representem uma melhoria nos atendimentos
de Ateno Primria, um longo perodo de atuao ser necessrio para modificar os
indicadores atuais de mortalidade da regio (Tabela 4). Considerando que a medida de sade
de uma populao se faz negativamente por meio da frequncia de eventos que expressam a
morte (mortalidade) e doena (morbidade) (PALMEIRA, 2000), a dificuldade de acesso a
servios e profissionais de sade qualificados pode ser ainda mais evidenciada nesselevantamento.
Tabela 4- Indicadores de mortalidade no estado do Rio Grande do Sul (RS)
comparados ao da 10 Coordenadoria Regional de Sade (10 CRS) e da cidade de
Uruguaiana no ano de 2012.
Indicador RS 10
CRS
Uruguaiana
Coeficiente de mortalidade geral por 1000 habitantes 7,3 7,4 7,1
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Percentual de mortalidade geral por causas mal definidas 4,7 7,3 14,1
Percentual de bitos sem assistncia mdica 7,4 8,6 8
Coeficiente de mortalidade infantil por 1000 nascidos vivos 10,7 15,1 20,3
Coeficiente de mortalidade infantil por causas evitveis por
1000 nascidos vivos
6,5 7,6 11,2
Percentual de mortalidade neonatal (0-28 dias) 7,2 10,4 12,8
Percentual de mortalidade infantil tardia (28 dias-1 ano) 3,5 4,6 7,5
Percentual de mortalidade infantil (menores de 5 anos) 12,5 16,6 21,4
Fonte: NIS- Ncleo de Informaes em Sade da Secretaria Estadual de Sade do Estado do
Rio Grande do Sul
Exceto pelo coeficiente de mortalidade geral, todos os indicadores da
fronteira Oeste e do municpio de Uruguaiana so superiores aos relatados no restante do
estado, indicando maiores demandas por sade e necessria ateno dos gestores para estas
problemticas. Indicadores como a mortalidade geral por causas mal definidas demonstram a
falta de qualificao do setor de sade na investigao das mesmas e o dficit de assistncia
sade. Ainda, todos os coeficientes de mortalidade neonatal e infantil apresentam maiores
valores que o estadual refletindo a baixa eficcia de servios como saneamento bsico e do
sistema de sade que contemple o acompanhamento da maternidade (pr-natal e puerprio),com acesso mdicos, vacinas e medicaes.
Na cidade de Uruguaiana, as consultas especializadas como os exames de
imagem ginecolgicos e a Pediatria so realizadas nas Policlnicas Municipais. Esses locais
tm o papel de receber os pacientes que foram atendidos nas UBS cuja demanda de sade
necessita de avaliao de mdicos especialistas. Em Uruguaiana, a marcao das consultas
realizada diretamente pela UBS por meio do setor de Agendamentos para as seguintes
especialidades: traumatologia, cardiologia, clnica geral, nutrio, urologia, dermatologia,fisioterapia, gastroenterologia, servio de ecografias ginecolgicas e obsttricas,
pneumologia e neurologia. Essas especialidades correspondem Policlnica Adulta.
J a Policlnica Infantil atende demanda de crianas de at 1 ano de vida
em situao de risco e crianas maiores de 1 ano que se encontrem em risco nutricional.
Nesse local h atendimento mdico peditrico, atendimento de nutricionista, triagem
auditiva, triagem de puericultura (at 8 semanas ps-parto), consultas e servios
ambulatoriais de enfermagem.
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Em relao aos Servios de Urgncia e Emergncia, o Servio de
Atendimento Mvel de Urgncia (SAMU) possui duas ambulncias em Uruguaiana: uma de
suporte avanado (mdico/enfermeiro/condutor) e outra ambulncia de suporte bsico
(condutor/tcnico de enfermagem). Os chamados so regulados por uma central que fica em
Porto Alegre e a equipe de Uruguaiana realiza o atendimento da regio do centro, periferia e
zona rural do municpio. Em mdia so 240 atendimentos no ms, sendo que o maior
nmero de chamados para o suporte bsico.
Juntamente com o SAMU, a prefeitura de Uruguaiana implantou um
Centro de Urgncias, Remoes e Emergncias (CURE) que atua junto ao SAMU e atende
toda a populao da cidade. Esse servio no possui regulao centralizada na capital, de
forma que a prpria equipe faz o deslocamento e posterior atendimento e, se necessrio, oprprio socorrista do CURE aciona o SAMU quando o paciente necessita de ambulncia. O
CURE atende em mdia 350 pacientes por ms.
Uma Unidade de Pronto Atendimento est em fase final de construo no
municpio, de forma que ainda em 2014 a cidade contar com servio de atendimento a
urgncias e emergncias. Dessa forma, espera-se uma queda substancial nas filas do Pronto
Socorro do Hospital Santa Casa de Caridade de Uruguaiana.
O municpio de Uruguaiana conta com 02 Centros de Apoio Psicossocial(CAPS tipos II e III). O primeiro CAPS, CAPS II Asas da Liberdade, iniciou suas
atividades em outubro de 2002, este servio foi criado com o intuito de diminuir
gradativamente as internaes psiquitricas e promover a insero dos usurios no convvio
familiar e social. Este servio conta com uma equipe multidisciplinar com uma proposta de
trabalho baseado no trip: equipe interdisciplinar, famlia e projeto teraputico individual. O
CAPS II Asas da Liberdade atende em mdia 363 usurios, nas modalidades intensiva,
semi-intensiva e no intensivas, e 221 usurios de lcool e outras drogas. O segundo CAPS,tipo III, lcool e outras Drogas (AD) foi criado em outubro de 2012 4, possui 25
profissionais cadastrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade (CNES-
DataSUS), sendo um mdico.
O Hospital Santa Casa de Caridade de Uruguaiana um hospital com alta
complexidade que atende a 13 municpios da fronteira Oeste, sendo referncia regional em
4Segundo dados do CNES-DataSUS. Disponvel em:
http://cnes.datasus.gov.br/Exibe_Ficha_Estabelecimento.asp?VCo_Unidade=4322407119704. Acesso em: 30mar 2014.
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oncologia e neurocirurgia para mais de 30 municpios do estado. A capacidade instalada do
hospital de 242 leitos, referente s internaes Peditricas, Obstetrcia, Clnica, Cirrgica,
Psiquiatria (210 leitos), Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Adulta, Peditrica e
Neonatal (28 leitos) e isolamento (4 leitos), atendendo a populao com cobertura do SUS.
Em mdia, 650 autorizaes de internao hospitalar por ms so feitas.
O hospital tambm possui uma Policlnica que oferece servios de consulta
em especialidades como cirurgia peditrica, gastroenterologia, neurologia, neurocirurgia,
otorrinolaringologia, traumatologia e fisioterapia. O atendimento conta ainda com o apoio da
estrutura dos Servios de Diagnstico por Imagem, Unidade de Terapia Intensiva, Unidade
de Internao e Centro Cirrgico.
Cabe destacar que desde o ano 2011 existe em Uruguaiana uma comissoPr-Hospital Federal Regional em Uruguaiana, formada por ativistas da comunidade local,
que tomaram a iniciativa de propor a defesa da instalao de um Hospital Federal Regional
em Uruguaiana, com a finalidade de atender s demandas locais e regionais da sade em
mdia e alta complexidades. Com vrias plenrias realizadas ao longo dos anos 2011, 2012 e
2013, cada vez mais se fortaleceram com os apoios e indicativos para as necessidades de
implantao do hospital Regional Federal. Dentre as plenrias realizadas importante
registrar os vrios motivos que fundamentalizam o pleito pelo Hospital Regional, so eles:1- Fechamento do hospital Santo Antnio e transferncia do Hospital de Guarnio de
Uruguaiana para a cidade de Alegrete;
2- Uruguaiana possui o maior porto seco da Amrica Latina, com passagem diria de mais
de 800 caminhes oriundos de diversos pases do Mercosul;
3- Existncia de um grande fluxo de turistas que passam pela ponte internacional, sendo
registrados mais de 200 mil por ano, segundo dados da delegacia da Polcia Federal;
4- A maioria dos atendimentos de mdia e alta complexidade de Uruguaiana e regio soencaminhados para as cidades de Rio Grande, Santa Maria e Porto Alegre, com grandes
despesas para os municpios, sofrimento aos pacientes e familiares pois o hospital pblico
Federal mais prximo est a mais de 350 quilmetros, na cidade de Santa Maria;
5- Uruguaiana detm um dos piores ndices de mortalidade infantil. Tambm possui os
maiores ndices de desigualdade social e de tuberculose da fronteira Oeste do Rio Grande do
Sul.
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6- Todos os municpios da Fronteira Oeste, atravs de suas Cmaras de Vereadores, e
executivos, concordam com a instalao do Hospital Regional Federal na cidade de
Uruguaiana. Nesta mesma linha, tambm do apoio ao projeto, representantes regionais da
Assembleia Legislativado estado e o governo do Estado do Rio Grande do Sul.
Apesar do processo de regionalizao da assistncia mdica desencadeado
pela Lei Orgnica da Sade e Norma Operacional de Assistncia Sade, os servios de
sade especializados ainda esto concentrados nas capitais e regies com enfoque industrial
e de servios, coincidindo com os locais de maior concentrao econmica, como ocorre no
estado do Rio Grande do Sul (Figura 5).
Figura 5-Produto interno bruto (PIB) por municpios no Rio Grande do Sul, 2011.
Fonte: adaptado da Fundao de Economia e Estatstica (FEE), 2013.
Alm dos maiores PIBs representados na figura 5, essas regies do Rio
Grande do Sul tambm concentram as doze escolas mdicas existentes no estado (ABEM,
2013):
- regio metropolitana e serra (5 cursos): Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Universidade
Luterana do Brasil (ULBRA) e Universidade Federal de Cincias da Sade de Porto Alegre
(UFCSPA), Universidade de Caxias do Sul (UCS);
- regio Sul (3 cursos): Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Catlica de
Pelotas (UCPel); Universidade Federal de Rio Grande (FURG);
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- regio dos vales (2 cursos): Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Centro
Universitrio UNIVATES;
- regio norte (2 cursos): Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e Universidade de
Passo Fundo (UPF);
- regio central (1 curso): Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Esse modelo de infraestrutura mdica e de cursos de graduao,
especializaes e residncias de Medicina concentrados em regies de maior PIB contribui
para a perpetuao de um ciclo: defasagem de formao em ofertas de graduao e ps-
graduao associadas dificuldade de atrao e fixao de profissionais mdicos em cidades
que necessitam de desenvolvimento educacional e de sade como o caso de Uruguaiana.
Diante dos dados expostos, nos parece evidente a necessidade deimplantao do Curso de Medicina na regio da fronteira Oeste, por se tratar de uma regio
carente de profissionais mdicos em todos os nveis de complexidade. As oportunidades de
trabalho no setor pblico e privado sero numerosas, tendo em vista a falta de profissionais
qualificados. O curso de Medicina na Unipampa ir contribuir para a mudana no quadro de
escassez, provimento e fixao de profissionais mdicos em rea remota e de maior
vulnerabilidade do Pas (BRASIL/Ministrio da Sade, 2012).
1.4 LEGISLAO
A construo do projeto pedaggico do Curso de Medicina baseou-se na
seguinte legislao:
Lei N 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Estabelece as diretrizes e bases da educao nacional.
Lei N 10.172, de 9 de janeiro de 2001.
Aprova o Plano Nacional de Educao e d outras providncias.
Resoluo n 3, de 20 de junho de 2014.
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Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduao em Medicina e d outras
providncias.
Lei n 12.871, de 22 de outubro de 2013.
Institui o Programa Mais Mdicos, altera as Leis n 8.745, de 9 de dezembro de 1993, e n
6.932, de 7 de julho de 1981, e d outras providncias.
Medida provisria n 621, de 8 de julho de 2013.
Institui o Programa Mais Mdicos e d outras Providncias.
Portaria normativa n 2, de 1 de fevereiro de 2013.Estabelece os procedimentos e o padro decisrio para os pedidos de autorizao dos cursos
de graduao em medicina ofertados por Instituies de Educao Superior - IES integrantes
do Sistema Federal de Ensino, protocolados no Ministrio da Educao at o dia 31 de
janeiro de 2013.
Portaria normativa n 14, de 9 de julho de 2013.
Dispe sobre os procedimentos de adeso das instituies federais de educao superior aoprojeto mais mdicos e d outras providncias.
Portaria n 109, de 5 de junho de 2012.
Dispe sobre a expanso de vagas em cursos de Medicina e criao de novos cursos de
Medicina nas Universidades Federais.
Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990.
Dispe sobre as condies para a promoo, proteo e recuperao da sade, a organizao
e o funcionamento dos servios correspondentes.
Portaria normativa n 15, de 22 de julho de 2013.
Institui a Poltica Nacional de Expanso dasEscolas Mdicas das Instituies Federais de
Educao Superior -IFES, com respaldo no Art. 2o, I da Medida Provisria no621, de 8 de
julho de 2013, no mbito do Programa Mais Mdicos.
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Lei n 10. 861 de 14 de abril de 2004.
Institui o Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior SINAES e d outras
providncias.
Resoluo n 29, de 28 de abril de 2011.
Aprova as normas bsicas de graduao, controle e registro das atividades acadmicas na
UNIPAMPA.
Resoluo n 20, de 26 de novembro de 2010. Dispe sobre a realizao dos Estgios
destinados a estudantes regularmente matriculados na Universidade Federal do Pampa esobre os Estgios realizados no mbito desta Instituio
Resoluo n 5, de 17 de junho de 2010.
Aprova o Regimento Geral da UNIPAMPA.
Plano de desenvolvimento Institucional da UNIPAMPA (2014-2018).
Decreto n 5.626, de 22 de dezembro de 2005
Regulamenta a Lei no10.436, de 24 de abril de 2002, que dispe sobre a Lngua Brasileira
de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no10.098, de 19 de dezembro de 2000.
Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008.
Dispe sobre os estgios de estudantes.
Resoluo n 1, de 17 de junho de 2004.
Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes tnico-
Raciais e para o Ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Lei n 12.416, de 9 de junho de 2011.
Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educao
Nacional), para dispor sobre a oferta de educao superior para os povos indgenas.
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.416-2011?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.416-2011?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.416-2011?OpenDocument -
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Lei n 12.711, de 29 de agosto de 2012.
Dispe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituies federais de ensino
tcnico de nvel mdio e d outras providncias.
Lei n 10.639, de 9 de janeiro de 2003.
Altera a Lei no9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da
educao nacional, para incluir no currculo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da
temtica "Histria e Cultura Afro-Brasileira", e d outras providncias.
Lei n 11.645, de 10 de maro de 2008.Altera a Lei no9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei n o10.639, de 9 de
janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educao nacional, para incluir no
currculo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temtica Histria e Cultura Afro-
Brasileira e Indgena.
Lei n 9.795, 27 de abril de 1999.
Dispe sobre a educao ambiental, institui a Poltica Nacional de Educao Ambiental e doutras providncias.
Decreto n 4.281, de 25 de junho de 2002.
Regulamenta a Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Poltica Nacional de
Educao Ambiental, e d outras providncias.
Resoluo CNE n 2, de 15 de junho de 2012.Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Ambiental.
Parecer CNE/CP n 003/2004.
Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes tnico-
Raciais e para o Ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africana;
Resoluo n 1, de 17 de junho de 2004.
http://www.cmconsultoria.com.br/imagens/diretorios/diretorio14/arquivo3962.pdfhttp://www.cmconsultoria.com.br/imagens/diretorios/diretorio14/arquivo3962.pdf -
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Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes tnico-Raciais e
para o Ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africana;
Parecer CNE/CP n 8/2012 e Resoluo n 1, de 30 de maio de 2012.
Estabelecem Diretrizes Nacionais para a Educao em Direitos Humanos.
Resoluo n 02/07.
Dispe sobre carga horria mnima e procedimentos relativos integralizao e durao dos
cursos de graduao, bacharelados, na modalidade presencial;
Resoluo n 20, de 26 de novembro de 2010.Dispe sobre a realizao dos estgios destinados a estudantes regularmente matriculados na
Universidade Federal do Pampa e sobre os estgios realizados no mbito desta Instituio;
Decreto n 5.296, de 02 de dezembro de 2004.
Regulamenta as Leis nos 10.048, de 02 de novembro de 2000, que da prioridade de
atendimento s pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que
estabelece normas gerais e critrios bsicos para a promoo da acessibilidade das pessoasportadoras de deficincia ou com mobilidade reduzida, e da outras providncias.
Lei no12.711, de 29 de agosto de 2012.
Dispe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituies federais de ensino
tcnico de nvel mdio e d outras providncias.
Lei no12.764, de 27 de dezembro de 2012. que dispe sobre a Proteo dos Direitos de
Pessoas com Transtorno de Espectro Autista;
Decreto n 7.824, de 11 de outubro de 2012.
Regulamenta a Lei no 12.711, de 29 de agosto de 2012, que dispe sobre o ingresso nas
universidades federais e nas instituies federais de ensino tcnico de nvel mdio.
Portaria 306, de 26 de maro de 2015.
Institui a Comisso de Acompanhamento e Monitoramento de Escolas Mdicas CAMEM.
Portaria Interministerial n 1.124, de 04 de agosto de 2015.
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%207.824-2012?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%207.824-2012?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%207.824-2012?OpenDocument -
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Institui as Diretrizes para a celebrao dos Contratos Organizativos de Ao Pblica Ensino-
Sade COAPES.
2 ORGANIZAO DIDTICO-PEDAGGICA
2.1 CONCEPO DO CURSO
2.1.1 Contextualizao, Concepo Pedaggica e Perfil do Curso
Diante do desafio para construo de um currculo que ser um elemento
slido e norteador na formao de um futuro profissional capaz de interagir criticamente
com seu meio, de forma humanizada, tendo sua atuao alicerada em conhecimento
tecnocientfico profcuo, faz com que, em um primeiro momento desse caminho de
construo, ele se depare com o questionamento a respeito dos contedos e prticas a serem
desenvolvidos e oportunizados em relao s suas respectivas vivncias. E, ao mesmo
tempo, com a certeza de que os mesmos, sob a tutela da liberdade responsvel, que se instala medida que a natureza temtica e seus enfoques, com nveis de complexidade crescente
entre os semestres, confluam para a realidade das prticas mdicas previstas, e possveis de
serem construdas, nessa formao.
Uma vez identificados e compilados os contedos, os mesmos foram
dispostos ao longo da formao semestral, prevendo nveis de complexidade crescentes,
acomodados singularmente para cada momento de formao da matriz curricular, de forma
a propiciar um desenvolvimento crescente ao longo do curso frente aos aspectos cognitivos,bem como das competncias e habilidades necessrias ao profissional mdico. importante
relatar que o nvel de complexidade crescente a que nos reportamos em nada se identifica
com aumento de dificuldade, uma vez que se prev neste projeto uma estrutura pedaggica
que flexibilize e concorrapara a internalizao dos saberes por parte dos estudantes e os
estimule uma postura ativa na construo do conhecimento e da prtica voltadas ao
exerccio da medicina. Outrossim, os nveis podem ser traduzidos como momentos de
aprofundamento e explorao de temas com que
outrora os estudantes j tiveram contato.
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Este pensamento norteador conduziu estruturao de um currculo sob a
forma de componentes de mdulos curriculares que veio ensejar o processo ensino-
aprendizagem, de forma a reduzir hiatos e propiciar a internalizao dos saberes pelos
estudantes.
Diante deste contexto, aps a definio da estrutura curricular baseada em
trs grandes eixos, bem como das reas dos saberes que constituiriam os mesmos, como um
mecanismo facilitador de aprendizagem, elegeu-se trs reas norteadoras, que so: 1)
Integrao universidade, sistema de sade (ateno e gesto) e comunidade; 2) Estudos
formativos de especificidades prtica mdica; 3) Pilares estruturais para o servio mdico
.
Uma vez definidas essas reas modulares, previstas para serem cursadas deforma concomitante e complementares entre si, buscou-se dispor os contedos curriculares
adequados aos semestres letivos e ao grau crescente de complexidade vivenciado nas
referidas reas modulares. Neste momento, tambm foram definidas as cargas horrias dos
contedos modulares e seus eixos temticos, propiciando uma formao slida,
interdisciplinar e integrativa ao longo do percurso de formao previsto, com vistas ao
estmulo na formao de uma leitura crtica dotada de postura poltico-participativa frente
ao cenrio do Sistema de Ateno Sade regional, nacional e internacional.Adicionalmente, tal disposio matricial vem ao encontro da otimizao do tempo na
explorao de saberes, de forma a rechaar a sobreposio desnecessria, uma vez
garantidos o resgate em espiral crescente de construo de contedos e conhecimentos, no
processo de ensino-aprendizagem.
2.1.2 Objetivos
2.1.2.1 Objetivo Geral5
Em ateno s Diretrizes Nacionais para o Curso de Medicina, mais
especificamente em seu Art. 4, h necessidade de que se estabelea, desde seu incio at a
concluso do curso, uma busca incansvel da articulao entre conhecimentos, habilidades
5Com base nas DCNs do Curso de Graduao em Medicina.
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e atitudes requeridas do egresso, para o futuro exerccio profissional do mdico, devendo a
formao do egresso em Medicina desdobrar-se nas seguintes reas:
I - Ateno Sade;
II - Gesto em Sade;
III - Educao em Sade.
2.1.2.2 Objetivos Especficos6
A formao do mdico tem por objetivo dotar o profissional dos
conhecimentos requeridos para o exerccio com competncias e habilidades especficas,
atendendo as reas de ateno, gesto e educao em sade.
Para a rea de ateno em sade, as DCNM dispe que deve-se atentar
para o/a:
I - acesso universal e equidade como direito cidadania, sem privilgios nem preconceitos
de qualquer espcie, tratando as desigualdades com equidade e atendendo as necessidades
pessoais especficas, segundo as prioridades definidas pela vulnerabilidade e pelo risco
sade e vida, observado o que determina o Sistema nico de Sade (SUS);
II - integralidade e humanizao do cuidado por meio de prtica mdica contnua e integrada
com as demais aes e instncias de sade, de modo a construir projetos teraputicos
compartilhados, estimulando o autocuidado e a autonomia das pessoas, famlias, grupos e
comunidades e reconhecendo os usurios como protagonistas ativos de sua prpria sade;
III - qualidade na ateno sade, pautando seu pensamento crtico, que conduz o seu fazer,
nas melhores evidncias cientficas, na escuta ativa e singular de cada pessoa, famlia,
grupos e comunidades e nas polticas pblicas, programas, aes estratgicas e diretrizes
vigentes. IV - segurana na realizao de processos e procedimentos, referenciados nos
mais altos padres da prtica mdica, de modo a evitar riscos, efeitos adversos e danos aos
usurios, a si mesmo e aos profissionais do sistema de sade, com base em reconhecimento
clnico-epidemiolgico, nos riscos e vulnerabilidades das pessoas e grupos sociais.
V - preservao da biodiversidade com sustentabilidade, de modo que, no desenvolvimento
da prtica mdica, sejam respeitadas as relaes entre ser humano, ambiente, sociedade e
tecnologias, e contribua para a incorporao de novos cuidados, hbitos e prticas de sade;
6Com base nas DCNs do Curso de Graduao em Medicina.
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VI - tica profissional fundamentada nos princpios da tica e da Biotica, levando em conta
que a responsabilidade da ateno sade no se encerra com o ato tcnico;
VII - comunicao, por meio de linguagem verbal e no verbal, com usurios, familiares,
comunidades e membros das equipes profissionais, com empatia, sensibilidade e interesse,
preservando a confidencialidade, a compreenso, a autonomia e a segurana da pessoa sob
cuidado;
VIII - promoo da sade, como estratgia de produo de sade, articulada s demais
polticas e tecnologias desenvolvidas no sistema de sade brasileiro, contribuindo para
construo de aes que possibilitem responder s necessidades sociais em sade;
IX - cuidado centrado na pessoa sob cuidado, na famlia e na comunidade, no qual prevalea
o trabalho interprofissional, em equipe, com o desenvolvimento de relao horizontal,compartilhada, respeitando-se as necessidades e desejos da pessoa sob cuidado, famlia e
comunidade, a compreenso destes sobre o adoecer, a identificao de objetivos e
responsabilidades comuns entre profissionais de sade e usurios no cuidado; e
X - Promoo da equidade no cuidado adequado e eficiente das pessoas com deficincia,
compreendendo os diferentes modos de adoecer, nas suas especificidades.
Para a rea de gesto em sade, as DCNM dispe que deve-se atentar para
o/a:I - Gesto do Cuidado, com o uso de saberes e dispositivos de todas as densidades
tecnolgicas, de modo a promover a organizao dos sistemas integrados de sade para a
formulao e desenvolvimento de Planos Teraputicos individuais e coletivos;
II - Valorizao da Vida, com a abordagem dos problemas de sade recorrentes na ateno
bsica, na urgncia e na emergncia, na promoo da sade e na preveno de riscos e
danos, visando melhoria dos indicadores de qualidade de vida, de morbidade e de
mortalidade, por um profissional mdico generalista, propositivo e resolutivo;III - Tomada de Decises, com base na anlise crtica e contextualizada das evidncias
cientficas, da escuta ativa das pessoas, famlias, grupos e comunidades, das polticas
pblicas sociais e de sade, de modo a racionalizar e otimizar a aplicao de conhecimentos,
metodologias, procedimentos, instalaes, equipamentos, insumos e medicamentos, de
modo a produzir melhorias no acesso e na qualidade integral sade da populao e no
desenvolvimento cientfico, tecnolgico e inovao que retroalimentam as decises;
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IV - Comunicao, incorporando, sempre que possvel, as novas tecnologias da informao
e comunicao (TIC), para interao a distncia e acesso a bases remotas de dados;
V - Liderana exercitada na horizontalidade das relaes interpessoais que envolvam
compromisso, comprometimento, responsabilidade, empatia, habilidade para tomar decises,
comunicar-se e desempenhar as aes de forma efetiva e eficaz, mediada pela interao,
participao e dilogo, tendo em vista o bem-estar da comunidade,
VI - Trabalho em Equipe, de modo a desenvolver parcerias e constituio de redes,
estimulando e ampliando a aproximao entre instituies, servios e outros setores
envolvidos na ateno integral e promoo da sade;
VII - Construo participativa do sistema de sade, de modo a compreender o papel dos
cidados, gestores, trabalhadores e instncias do controle social na elaborao da poltica desade brasileira; e
VIII - Participao social e articulada nos campos de ensino e aprendizagem das redes de
ateno sade, colaborando para promover a integrao de aes e servios de sade,
provendo ateno contnua, integral, de qualidade, boa prtica clnica e responsvel,
incrementando o sistema de acesso, com equidade, efetividade e eficincia, pautando-se em
princpios humansticos, ticos, sanitrios e da economia na sade.
Para a rea de educao em sade, as DCNM dispe que deve-se atentarpara o/a:
I - aprender a aprender, como parte do processo de ensino-aprendizagem, identificando
conhecimentos prvios, desenvolvendo a curiosidade e formulando questes para a busca de
respostas cientificamente consolidadas, construindo sentidos para a identidade profissional e
avaliando, criticamente, as informaes obtidas, preservando a privacidade das fontes;
II - aprender com autonomia e com a percepo da necessidade da educao continuada, a
partir da mediao dos professores e profissionais do Sistema nico de Sade, desde oprimeiro ano do curso;
III - aprender interprofissionalmente, com base na reflexo sobre a prpria prtica e pela
troca de saberes com profissionais da rea da sade e outras reas do conhecimento, para a
orientao da identificao e discusso dos problemas, estimulando o aprimoramento da
colaborao e da qualidade da ateno sade;
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IV - aprender em situaes e ambientes protegidos e controlados, ou em simulaes da
realidade, identificando e avaliando o erro, como insumo da aprendizagem profissional e
organizacional e como suporte pedaggico;
V - comprometer-se com seu processo de formao, envolvendo-se em ensino, pesquisa e
extenso e observando o dinamismo das mudanas sociais e cientficas que afetam o cuidado
e a formao dos profissionais de sade, a partir dos processos de autoavaliao e de
avaliao externa dos agentes e da instituio, promovendo o conhecimento sobre as escolas
mdicas e sobre seus egressos;
VI - propiciar a estudantes, professores e profissionais da sade a ampliao das
oportunidades de aprendizagem, pesquisa e trabalho, por meio da participao em
programas de Mobilidade Acadmica e Formao de Redes Estudantis, viabilizando aidentificao de novos desafios da rea, estabelecendo compromissos de corresponsabilidade
com o cuidado com a vida das pessoas, famlias, grupos e comunidades, especialmente nas
situaes de emergncia em sade pblica, nos mbitos nacional e internacional; e
VII - dominar lngua estrangeira, de preferncia lngua franca, para manter-se atualizado
com os avanos da Medicina conquistados no pas e fora dele, bem como para interagir com
outras equipes de profissionais da sade em outras partes do mundo e divulgar as conquistas
cientficas alcanadas no Brasil.
As referidas competncias e habilidades devem perpassar os componentes
curriculares em seus objetivos e atividades de ensino no que se refere ao saber, saber fazer e
ser. Com base nestas competncias, a formao do mdico da UNIPAMPA dever
contemplar, prioritariamente, o Sistema nico de Sade do Brasil, a ateno integral da
sade num sistema regionalizado e hierarquizado de referncia e contra referncia, junto s
redes de ateno em sade, privilegiando o trabalho em equipe. Podero compor o curso deMedicina da UNIPAMPA sistemas de sade privado e internacionais, conforme demanda de
formao e necessidades regionais.
2.1.2.3 Desenvolvimento de Competncias
Os contedos essenciais para o Curso de Graduao em Medicina devem
estar relacionados com todo o processo sade-doena do cidado, da famlia e da
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comunidade, integrado realidade epidemiolgica e profissional, proporcionando a
integralidade das aes do cuidar em medicina, todas subsidiadas pelas competncias
necessrias para a formao mdica, entendendo-se competncias, segundo as DCNM como:
a capacidade de mobilizar conhecimentos, habilidades e atitudes, com utilizao dos
recursos disponveis, e exprimindo-se em iniciativas e aes que traduzem desempenhos
capazes de solucionar, com pertinncia, oportunidade e sucesso, os desafios que se
apresentam prtica profissional, em diferentes contextos do trabalho em sade, traduzindo
a excelncia da prtica mdica, prioritariamente nos cenrios do Sistema nico de Sade
(SUS).
Em relao Ateno em Sade, mais especificamente s Necessidades
Individuais de Sade, as mesmas devem contemplar:I - Realizao da Histria Clnica:
a) estabelecimento de relao profissional tica no contato com as pessoas sob seus
cuidados, familiares ou responsveis;
b) identificao de situaes de emergncia, desde o incio do contato, atuando de modo a
preservar a sade e a integridade fsica e mental das pessoas sob cuidado;
c) orientao do atendimento s necessidades de sade, sendo capaz de combinar o
conhecimento clnico e as evidncias cientficas, com o entendimento sobre a doena naperspectiva da singularidade de cada pessoa;
d) utilizao de linguagem compreensvel no processo teraputico, estimulando o relato
espontneo da pessoa sob cuidados, tendo em conta os aspectos psicolgicos, culturais e
contextuais, sua histria de vida, o ambiente em que vive e suas relaes sociofamiliares,
assegurando a privacidade e o conforto;
e) favorecimento da construo de vnculo, valorizando as preocupaes, expectativas,
crenas e os valores relacionados aos problemas relatados trazidos pela pessoa sob seuscuidados e responsveis, possibilitando que ela analise sua prpria situao de sade e assim
gerar autonomia no cuidado;
f) identificao dos motivos ou queixas, evitando julgamentos, considerando o contexto de
vida e dos elementos biolgicos, psicolgicos, socioeconmicos e a investigao de prticas
culturais de cura em sade, de matriz afro-indgena-brasileira e de outras relacionadas ao
processo sade-doena;
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g) orientao e organizao da anamnese, utilizando o raciocnio clnico- epidemiolgico, a
tcnica semiolgica e o conhecimento das evidncias cientficas;
h) investigao de sinais e sintomas, repercusses da situao, hbitos, fatores de risco,
exposio s iniquidades econmicas e sociais e de sade, condies correlatas e
antecedentes pessoais e familiares; e
i) registro dos dados relevantes da anamnese no pronturio de forma clara e legvel.
II - Realizao do Exame Fsico:
a) esclarecimento sobre os procedimentos, manobras ou tcnicas do exame fsico ou exames
diagnsticos, obtendo consentimento da pessoa sob seus cuidados ou do responsvel;
b) cuidado mximo com a segurana, privacidade e conforto da pessoa sob seus cuidados;
c) postura tica, respeitosa e destreza tcnica na inspeo, apalpao, ausculta e percusso,com preciso na aplicao das manobras e procedimentos do exame fsico geral e especfico,
considerando a histria clnica, a diversidade tnico-racial, de gnero, de orientao sexual,
lingustico-cultural e de pessoas com deficincia; e
d) esclarecimento, pessoa sob seus cuidados ou ao responsvel por ela, sobre os sinais
verificados, registrando as informaes no pronturio, de modo legvel.
III - Formulao de Hipteses e Priorizao de Problemas:
a) estabelecimento de hipteses diagnsticas mais provveis, relacionando os dados dahistria e exames clnicos;
b) prognstico dos problemas da pessoa sob seus cuidados, considerando os contextos
pessoal, familiar, do trabalho, epidemiolgico, ambiental e outros pertinentes;
c) informao e esclarecimento das hipteses estabelecidas, de forma tica e humanizada,
considerando dvidas e questionamentos da pessoa sob seus cuidados, familiares e
responsveis;
d) estabelecimento de oportunidades na comunicao para mediar conflito e conciliarpossveis vises divergentes entre profissionais de sade, pessoa sob seus cuidados,
familiares e responsveis; e
e) compartilhamento do processo teraputico e negociao do tratamento com a possvel
incluso das prticas populares de sade, que podem ter sido testadas ou que no causem
dano.
IV - Promoo de Investigao Diagnstica:
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a) proposio e explicao, pessoa sob cuidado ou responsvel, sobre a investigao
diagnstica para ampliar, confirmar ou afastar hipteses diagnsticas, incluindo as
indicaes de realizao de aconselhamento gentico.
b) solicitao de exames complementares, com base nas melhores evidncias cientficas,
conforme as necessidades da pessoa sob seus cuidados, avaliando sua possibilidade de
acesso aos testes necessrios;
c) avaliao singularizada das condies de segurana da pessoa sob seus cuidados,
considerando-se eficincia, eficcia e efetividade dos exames;
d) interpretao dos resultados dos exames realizados, considerando as hipteses
diagnsticas, a condio clnica e o contexto da pessoa sob seus cuidados; e
e) registro e atualizao, no pronturio, da investigao diagnstica, de forma clara eobjetiva.
Considerando, segundo as DCNM, o Desenvolvimento de Avaliao de
Planos Teraputicos, dever observar na formao os seguintes desempenhos e seus
respectivos descritores:
I - Elaborao e Implementao de Planos Teraputicos:
a) estabelecimento, a partir do raciocnio clnico-epidemiolgico em contextos especficos,
de planos teraputicos, contemplando as dimenses de promoo, preveno, tratamento ereabilitao;
b) discusso do plano, suas implicaes e o prognstico, segundo as melhores evidncias
cientficas, as prticas culturais de cuidado e cura da pessoa sob seus cuidados e as
necessidades individuais e coletivas;
c) promoo do dilogo entre as necessidades referidas pela pessoa sob seus cuidados ou
responsvel, e as necessidades percebidas pelos profissionais de sade, estimulando a pessoa
sob seus cuidados a refletir sobre seus problemas e a promover o autocuidado;d) estabelecimento de pacto sobre as aes de cuidado, promovendo a participao de outros
profissionais, sempre que necessrio;
e) implementao das aes pactuadas e disponibilizao das prescries e orientaes
legveis, estabelecendo e negociando o acompanhamento ou encaminhamento da pessoa sob
seus cuidados com justificativa;
f) informao sobre situaes de notificao compulsria aos setores responsveis;
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g) considerao da relao custo-efetividade das intervenes realizadas, explicando- as s
pessoas sob cuidado e familiares, tendo em vista as escolhas possveis;
h) atuao autnoma e competente nas situaes de emergncia mais prevalentes de ameaa
vida; e
i) exerccio competente em defesa da vida e dos direitos das pessoas.
II - Acompanhamento e Avaliao de Planos Teraputicos:
a) acompanhamento e avaliao da efetividade das intervenes realizadas e considerao da
avaliao da pessoa sob seus cuidados ou do responsvel em relao aos resultados obtidos,
analisando dificuldades e valorizando conquistas;
b) favorecimento do envolvimento da equipe de sade na anlise das estratgias de cuidado
e resultados obtidos;c) reviso do diagnstico e do plano teraputico, sempre que necessrio;
d) explicao e orientao sobre os encaminhamentos ou a alta, verificando a compreenso
da pessoa sob seus cuidados ou responsvel; e
e) registro do acompanhamento e da avaliao do plano no pronturio, buscando torn-lo
um instrumento orientador do cuidado integral da pessoa sob seus cuidados.
Ainda em relao Ateno em Sade, mais especificamente s
Necessidades de Sade Coletiva, as mesmas devem contemplar, segundo as DCNM, odesempenho de Anlise das Necessidades de Sade de Grupos de Pessoas e as Condies de
Vida e de Sade de Comunidades, a partir de dados demogrficos, epidemiolgicos,
sanitrios e ambientais, considerando dimenses de risco, vulnerabilidade, incidncia e
prevalncia das condies de sade, com os seguintes descritores:
I - Acesso e utilizao de dados secundrios ou informaes que incluam o contexto
poltico, cultural, discriminaes institucionais, socioeconmico, ambiental e das relaes,
movimentos e valores de populaes, em seu territrio, visando ampliar a explicao decausas, efeitos e baseado na determinao social no processo sade-doena, assim como seu
enfrentamento;
II - Relacionamento dos dados e das informaes obtidas, articulando os aspectos
biolgicos, psicolgicos, socioeconmicos e culturais relacionados ao adoecimento e
vulnerabilidade de grupos; e
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III - Estabelecimento de diagnstico de sade e priorizao de problemas, considerando sua
magnitude, existncia de recursos para o seu enfrentamento e importncia tcnica, cultural e
poltica do contexto.
Quanto ao Desenvolvimento e Avaliao de Projetos de Interveno
Coletiva, h necessidade de contemplar os seguintes descritores de seu desempenho nico:
I - Participao na discusso e construo de projetos de interveno em grupos sociais,
orientando-se para melhoria dos indicadores de sade, considerando sempre sua autonomia e
aspectos culturais;
II - estmulo insero de aes de promoo e educao em sade em todos os nveis de
ateno, com nfase na ateno bsica, voltadas s aes de cuidado com o corpo e a sade;
III - estmulo incluso da perspectiva de outros profissionais e representantes de segmentossociais envolvidos na elaborao dos projetos em sade;
IV - promoo do desenvolvimento de planos orientados para os problemas priorizados;
V - participao na implementao de aes, considerando metas, prazos, responsabilidades,
oramento e factibilidade; e
VI - participao no planejamento e avaliao dos projetos e aes no mbito do Sistema
nico de Sade (SUS), prestando contas e promovendo ajustes, orientados melhoria da
sade coletiva.As competncias relacionadas rea de Competncia Gesto em Sade
sero atendidas e balizadas por dois vieses, que so: a Organizao do Trabalho em Sade e
o Acompanhamento e Avaliao do Trabalho em Sade.
Para a Organizao do Trabalho em Sade, em consonncia com as
DCNM, se atentar para:
I - Identificao do Processo de Trabalho:
a) identificao da histria da sade, das polticas pblicas de sade no Brasil, da ReformaSanitria, dos princpios do SUS e de desafios na organizao do trabalho em sade,
considerando seus princpios, diretrizes e polticas de sade;
b) identificao de oportunidades e de desafios na organizao do trabalho nas redes de
servios de sade, reconhecendo o conceito ampliado de sade, no qual todos os cenrios em
que se produz sade so ambientes relevantes e neles se deve assumir e propiciar
compromissos com a qualidade, integralidade e continuidade da ateno;
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c) utilizao de diversas fontes para identificar problemas no processo de trabalho, incluindo
a perspectiva dos profissionais e dos usurios e a anlise de indicadores e do modelo de
gesto, de modo a identificar risco e vulnerabilidade de pessoas, famlias e grupos sociais;
d) incluir a perspectiva dos usurios, famlia e comunidade, favorecendo sua maior
autonomia na deciso do plano teraputico, respeitando seu processo de planejamento e de
deciso considerando-se, ainda, os seus valores e crenas;
e) trabalho colaborativo em equipes de sade, respeitando normas institu