possÍveis causas para o excessivo turn over nas...

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Saulo Denizart Vallejo Camargo R.A. 004200102042 – 8º Semestre POSSÍVEIS CAUSAS PARA O EXCESSIVO TURN OVER NAS EMPRESAS DE SEGURANÇA PATRIMONIAL: - UM ESTUDO DE CASO Relatório Final da Pesquisa realizado junto ao Estágio Supervisionado do Curso de Administração da Unidade Acadêmica da Área de Ciências Gerenciais da Universidade São Francisco, sob orientação do Professor Supervisor e Orientador Wagner Cezar Lucato, como atividade obrigatória, integrante do currículo pleno do curso de Administração, desenvolvido no 8º semestre. Campinas

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Saulo Denizart Vallejo Camargo

R.A. 004200102042 – 8º Semestre

POSSÍVEIS CAUSAS PARA O EXCESSIVO TURN OVERNAS EMPRESAS DE SEGURANÇA PATRIMONIAL:

- UM ESTUDO DE CASO

Relatório Final da Pesquisa realizado junto aoEstágio Supervisionado do Curso deAdministração da Unidade Acadêmica da Área deCiências Gerenciais da Universidade SãoFrancisco, sob orientação do Professor Supervisore Orientador Wagner Cezar Lucato, comoatividade obrigatória, integrante do currículo plenodo curso de Administração, desenvolvido no 8ºsemestre.

Campinas

2

2005

“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo,

não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se

você se conhece mas não conhece o inimigo, para

cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se

você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo,

perderá todas as batalhas...”

(SUN TZU)

DEDICATÓRIA

Realizações devem ser sempre seguidas e

felizes são aqueles que as conquistam. Os méritos

são daqueles que lutam e conseguem atingir seus

objetivos e em fim realizar seus sonhos, porem, é

necessário também enaltecer as pessoas que, de uma

forma ou de outra, propiciaram as condições de

tranqüilidade e apoio necessário para que possamos

abdicar do convívio familiar em detrimento da busca

de nossos sonhos.

Às duas mulheres mais importantes de minha

vida: - a primeira, minha Mãe, pelo seu amor e

esforço sem igual para que pudesse ter o de melhor

para minha educação e formação, e a segunda,

minha Esposa, que me deu suporte em tudo que

precisei, me deu compreensão para todos os

momentos tivemos que renunciar o convívio

familiar em prol das atividades acadêmicas. Minha

mãe Maria e minha esposa Elma, que Deus lhe

abençoem.

5

OBRIGADO!

AGRADECIMENTOS

A realização desta Monografia só foi possível graças à benção de eu estar rodeado

de pessoas sensacionais. A todos os professores do Curso de Administração que

participaram de nossa graduação e principalmente a meus amigos de sala: Carlos Bley,

Carlos Gomes, Emerson, Juliana, Maria Carolina, Meire, Raquel e Veridiana, do fundo

de meu coração, o meu agradecimento. É muito importante para mim, deixar registrado

o quanto cada um de vocês foi importante para a conquista deste sonho e, como

gratidão, só tenho a dizer que estarão sempre em meus pensamentos, em lembranças

com muito carinho.

Tantas foram as pessoas que me propiciaram a ter este momento feliz, que seria

quase impossível não cometer alguma injustiça ao pronunciar o nome de cada uma

delas, entretanto, gostaria de destacar o nome daquele que foi o responsável por eu dar o

“ponta pé” inicial à esta jornada: Marcelo Oscar Ferlini que em 2001, ao me convidar

para assumir a regional da empresa no interior de São Paulo, me propiciou e incentivou

a iniciar a minha graduação.

SUMÁRIO

RESUMO.........................................................................................................................08

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................09

1.1 Apresentação do assunto e tema.......................................................................09

1.2 Caracterização da Organização.........................................................................10

1.3 Situação Problemática......................................................................................11

1.4 Objetivo............................................................................................................12

1.5 Justificativa da Pesquisa...................................................................................12

1.6 Estrutura da Pesquisa do Trabalho...................................................................13

2. REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA................................................................................14

2.1 Conceito............................................................................................................14

2.2 Prováveis causa e conseqüências do turnover..................................................14

2.2.1 Causas.............................................................................................14

2.2.2 Conseqüências.................................................................................15

2.3 Como gerenciar efetivamente o turnover.........................................................16

2.4 O que os empregados talentosos necessitam dos seus empregados?................22

2.5 Como os grandes gerentes encontram, desenvolvem e mantém seus

subordinados talentosos na empresa?.............................................................................23

3. METODOLOGIA........................................................................................................25

3.1 Métodos............................................................................................................25

3.1.1 Métodos específicos das ciências sociais........................................25

3.1.1.1 Método histórico..............................................................25

3.1.1.2 Método comparativo........................................................26

3.1.1.3 Método estatístico............................................................26

3.2 Pesquisa............................................................................................................26

3.2.1 Documentação Indireta...................................................................27

3.2.1.1 Pesquisa documental........................................................27

3.2.1.2 Pesquisa bibliográfica......................................................28

3.2.2 Documentação direta.......................................................................28

3.2.2.1 Pesquisa de campo...........................................................28

3.2.2.2 Pesquisa de laboratório....................................................29

3.2.2.3 Do tipo exploratório.........................................................29

3.2.3 Observação direta intensiva............................................................29

3.2.3.1 Observação.......................................................................30

3.2.3.2 Entrevista..........................................................................30

3.2.4 Observação direta extensiva............................................................31

3.2.4.1 Questionário.....................................................................31

3.2.4.2 Formulário........................................................................31

3.3 Escolha do método utilizado.............................................................................32

4. ANÁLISE DE DADOS...............................................................................................33

4.1 Descrição da pesquisa.......................................................................................33

4.2 Roteiro da pesquisa...........................................................................................34

4.3 Resultados obtidos............................................................................................34

4.3.1 Em relação ao tempo de casa..........................................................35

4.3.2 Em relação ao estado civil..............................................................36

4.3.3 Em relação ao grau de instrução.....................................................37

4.3.4 Motivos de demissão.......................................................................38

5. INTERPRETRAÇÃO DOS RESULTADOS..............................................................41

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................43

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................46

CAMARGO, Saulo Denizart Vallejo. Possíveis Causas para o Excessivo Turnover

nas Empresas de Segurança Patrimonial – Um Estudo de Caso. 2005. 45f.

Monografia (Graduação em Administração de Empresas) – Curso de Administração da

Unidade Acadêmica da Área de Ciências Gerenciais da Universidade São Francisco,

Campinas / SP.

RESUMO

O estudo em referência foi realizado através do levantamento das informações de

rotatividade de pessoal sofrido pela empresa PB Brasil S/A, mais especificadamente em

sua regional do Estado de São Paulo.

O objetivo proposto por este trabalho, objeto desta pesquisa, foi o de identificar

as possíveis causas que têm provocado as altas taxas de turnover na empresa em estudo,

e possibilitar à empresa implementar melhorias a seu processo interno.

Do ponto de vista metodológico, a pesquisa foi realizada através de análises

qualitativas e forram apoiadas em pesquisas do tipo exploratório com entrevista não

estruturada.

Foram identificados vários motivos geradores do turnover apresentado pela

empresa e dentre os quais podemos destacar: - falta de uma política bem estruturada e

bem definida dos procedimentos do RH; - deficiência no levantamento do perfil dos

candidatos; - falta de treinamento.

Como ações que poderão ser tomadas com o intuito de melhorar seu processo de

RH e possivelmente diminuir tal rotatividade, destacam-se as seguintes medidas:

-definir o perfil mais adequado do profissional de acordo com a vaga a ser preenchida;

-implementar uma integração do candidato com o seu posto de serviço, esclarecendo-o e

treinando-o em relação às atividades a ser desempenhadas no local; - estabelecimento,

por parte da empresa, de uma política de recrutamento, seleção e treinamento, bem

definida e estruturada.

11

1. INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação do assunto e tema

Empresas com uma estrutura verticalizada, centralizada e carregada de regras e

procedimentos, com funcionários ajustados às necessidades da organização

compreendiam um sistema homogêneo e burocrático. As ordens e instruções eram

verticalizadas. O planejamento do futuro baseava-se no perfil do passado e eram

centralizados na cúpula da empresa. Entretanto, o mundo mudou e as empresas não

poderiam ficar atrás. Existe a necessidade de uma ação rápida e para esta transformação,

as empresas estão abandonando as velhas concepções de estrutura organizacional e

migrando rapidamente para as novas soluções.

Os cargos individuais estão cedendo espaço para o trabalho conjunto e em equipe.

A autoridade formal e hierárquica está sendo substituída pela liderança democrática e

participativa que impulsiona as pessoas. Os funcionários deverão ter mais poder de

decisão. O uso do Empowerment e a aprendizagem deverão ser constantes, as decisões

deverão ser transferidas para a linha de frente (próxima ao cliente). A atuação do

administrador passará de uma posição autoritária para uma posição participativa. De

gerente ou chefe para líder de equipe.

Serão fundamentais para o sucesso pessoal e das organizações, que o novo

administrador busque constantemente novas soluções, produtos e serviços, e conheça

como seu trabalho deverá ser realizado, utilizando conceitos e técnicas das ciências

comportamentais do trabalho.

Os desafios são grandes e ficam ainda maiores quando não se tem um processo de

recrutamento e seleção eficiente que possa identificar o melhor candidato para ocupar

uma vaga. Daí a importância de se ter condições de definir o perfil adequado do

candidato antes de se iniciar o processo de recrutamento para que se possa evitar a

rotatividade dos empregados, o turnover, e obter-se uma maior qualidade na prestação

dos serviços.

1.2 Caracterização da Organização

A PB S.A. Transporte de Valores e Segurança foi constituída no ano de 1932, em

Buenos Aires - Argentina, possuindo uma divisão na Europa com atuação independente,

tendo suas operações distribuídas em alguns países como a Itália, Portugal, França e

principalmente na Espanha (Holding da empresa).

Enquanto na Argentina os serviços se desenvolveram com maior ênfase para o

segmento de Transporte de Valores, na Espanha foi mais difundida a área da Segurança

Patrimonial que, pela própria necessidade, teve uma maior especialização.

No Brasil a PB é a maior empresa no segmento de Transporte de Valores e uma

das maiores no segmento da Vigilância Patrimonial e Segurança Empresarial. A

Empresa vem operando no Brasil desde 1981, sendo que a partir de julho de 2001, o

controle acionário e comercial passou a pertencer ao Grupo Espanhol.

Atualmente atende a mais de 1.500 municípios, através de nove regionais e 70

filiais distribuídas em 12 Estados, gerando 14.000 empregos o que a coloca entre as 25

maiores empregadoras do país.

Foi a primeira empresa, neste ramo de atividade, a possuir o certificado de

qualidade ISO 9001, possui capital aberto com ações na bolsa da Espanha e suas

operações são de tal grandeza e importância que só poderiam estar bem amparadas com

relações comerciais sólidas, com grandes fornecedores e clientes.

13

Seus principais Clientes são as grandes instituições financeiras e indústrias, a

exemplo: Banco do Brasil, Banco Bradesco, Banco Itaú, ABN - Anro Bank, Cargill

S.A., Pólo Industrial da Mercedes Benz, Pólo Industrial da FIAT, Solectron, Nestlé,

Carrefour Indústria e Comércio, A Angeloni & CIA Ltda, etc.

Com a mesma necessidade e grau de importância, relaciona-se com grandes

fornecedores, garantindo o abastecimento dos insumos necessários para a operação.

Dentre outros, destacam-se: Mercedes Benz, Carrocerias Paulista, GIMBA, Empresa

Brasileira de Telecomunicações, Indústria de Armas Taurus, COMPAQ - Computer

Brasil.

Na regional de São Paulo Interior, estão instaladas 08 (oito) filiais, sendo as

principais localizadas nas cidades de Campinas (escritório central), Santos, Ribeirão

Preto, São José dos Campos e São José do Rio Preto, tendo, somente no segmento de

Segurança Patrimonial, aproximadamente 750 (setecentos e cinqüenta) funcionários.

O faturamento aproximado da regional no final de 2004 chegou a R$ 1.000.000,00

(um milhão de reais), obtendo desta forma, um crescimento de suas vendas nos últimos

três anos de aproximadamente 400% (quatrocentos por cento).

1.3 Situação problemática

Dentro das atividades da empresa, predomina a prestação de serviços, na qual,

conforme a necessidade do Cliente, colocam-se os funcionários para desenvolver seus

respectivos trabalhos (terceirização).

No segmento de segurança patrimonial, o turnover é muito alto (de 3 a 5% ao mês)

sendo considerado acima do aceitável (2% ao mês). A alta rotatividade de funcionários

prejudica a operacionalização acarretando baixa produtividade, descontentamento do

cliente, aumento nos custos e redução da rentabilidade final da Empresa.

1.4 Objetivos

A pesquisa, proposta por este trabalho, terá com objetivo responder à seguinte

questão:

Quais são as possíveis causas que têm provocado as altas taxas de turnover

observadas na empresa?

Atualmente a empresa possui uma rotatividade superior ao desejável. Por isso se

procurará direcionar a pesquisa para os problemas e causas que geram este turnover, e

com a finalidade complementar de possibilitar à empresa implementar melhorias ao

processo de recrutamento e seleção, estendendo-se, se preciso, ao treinamento.

1.5 Justificativa da pesquisa

Esta pesquisa é importante porque com a permanência continuada do

funcionário em seu posto de serviço, ter-se-á uma maior qualidade de serviços, maior

aperfeiçoamento e redução dos custos operacionais.

Esta pesquisa é oportuna porque poderá ajudar a empresa a alcançar um dos seus

objetivos, que é a manutenção dos contratos atuais (qualidade) e oferecer uma maior

competitividade (redução de custos) no mercado.

A pesquisa é viável, pois os dados necessários poderão ser obtidos como parte do

trabalho desenvolvido no estágio junto a essa empresa.

15

1.6 Estrutura do trabalho de pesquisa

Para que se possam sustentar os objetivos propostos, o projeto está fundamentado

teoricamente conforme informações apresentadas na Revisão Bibliográfica, através da

Documentação Direta (fontes primárias e secundárias), da Documentação Indireta

(pesquisa de campo) e Observação Direta Intensiva (observação e entrevista), e que

compreende a sua seleção, leitura, análise e um relato do que foi lido, pois, colher e

analisar os dados sobre a empresa alvo em relação à situação problemática apresentada é

uma tarefa muito importante, pois, análises superficiais não correspondem às

necessidades de uma pesquisa científica séria. Desta forma, serão apresentadas as

Metodologias necessárias, que compreende a técnica empregada para a Coleta e Análise

dos Dados e a Interpretação dos Resultados.

Finalizando o trabalho, será apresentado nas Considerações Finais uma síntese

geral e conclusões da pesquisa, ou no caso de um plano/programa, sugestões para sua

implementação e eliminação das causas.

Após as considerações finais, serão apresentadas as Referências Bibliográficas

deste estudo e as demais documentações, como: - Apêndices, Anexos e documentações

legais.

2. REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA

2.1 Conceito

Turnover é um termo do idioma inglês utilizado para caracterizar o movimento de

entradas (admissões) e saídas (desligamentos) de profissionais empregados de uma

mesma empresa, em um determinado período (rotatividade de pessoal). Quanto aos

desligamentos, eles podem ser espontâneos (quando é de interesse do empregado) ou

provocados (quando a decisão da empresa independe da vontade do empregado).

Independentemente do ramo de atuação econômica da empresa, para Mobley

(1982) turnover é a “suspensão da condição de integrante de uma organização por

parte de um indivíduo que recebia compensação monetária”. Comenta ainda, que se

trata de um fenômeno estratégico para o negócio que deve ser gerenciado de forma

efetiva e eficaz dado sua destacada importância, tanto no aspecto de custeio econômico,

como no aspecto de modernização de gestão da Área de Recursos Humanos para

empresas que buscam produtividade e lucratividade.

2.2 Prováveis causas e conseqüências do turnover

2.2.1 Causas

Para Pomi (2005), sem se aprofundar muito, podem-se analisar os principais

fatores que têm desencadeado o turnover nas empresas brasileiras em duas vertentes:

- Macro ou micro-econômica;

- Social.

Pomi (2005) comenta que se deve levar em conta que na realidade atual em nosso

país, temos empresas de diferentes negócios e diferentes estágios de evolução.

17

De um modo geral, os principais fatores têm sido os seguintes:

- Instabilidades econômicas;

- Desregulamentação ou melhoria de desempenho de determinados setores;

- Crescimento econômico e expansão internacional do mercado brasileiro;

- Mudanças tecnológicas e de modelos de gestão;

- Agilidade da concorrência e perda de mercado;

- Insucesso dos negócios;

- Ambiente e imagem organizacional;

- Falta de diretrizes da empresa;

- Falta de política e estratégias para crescimento, aprendizagem e carreira;

- Rotina sem desafios;

- E salários não compatíveis e falta de reconhecimento.

De forma sucinta é importante salientar que, conforme declaração de Pomi (2005),

a retenção de pessoas, assim como a performance dos negócios, está relacionada ao

nível de satisfação, motivação, confiança e admiração dos colaboradores, que depende

da qualidade das relações de compromisso e dos vínculos construídos.

2.2.2 Conseqüências

Relata Pomi (2005), que “quando a empresa perde talentos, suas operações

desequilibram-se, seus clientes ficam confusos, contribuindo, assim, para o

enriquecimento dos seus competidores”. Esta ação de desequilíbrio, provocada por este

turnover, alem de gerar investimentos financeiros de recuperação, geram perdas de

difícil reparação, que vão além de custos diretos com admissões e desligamentos,

provocando também:

- Posição em aberto, ou seja, improdutividade;

- Horas extras (perda financeira e sobrecarga a seus colegas de trabalho);

- Integração, treinamento e desenvolvimento da pessoa recém-contratada;

- Tempo do profissional de RH e de outros profissionais envolvidos, desde o

recrutamento até à capacitação da nova pessoa, e menor produtividade, enquanto a

pessoa está no tempo de aprendizado;

Não se pode esquecer, também, que além destes custos diretos, existe a incidência

na possibilidade de futuros processos trabalhistas, gerados pela simples demissão.

2.3 Como gerenciar efetivamente o turnover (rotatividade de pessoal)

acelerado dentro das políticas estratégicas de recursos humanos?

Dentro das atividades a serem desenvolvidas, para Pomi (2005), a empresa deve

avaliar e mapear, através de indicadores de performance quantitativos e qualitativos, o

ciclo de gestão do capital humano. Este ciclo inicia-se no recrutamento e seleção do

candidato, onde efetivamente haverá o primeiro contato dele com a instituição. Nesta

fase, devem-se ter informações sistematizadas sobre os fatores que atraem ou não as

pessoas para trabalhar na empresa, como aspectos da imagem organizacional e

informações da política da empresa em relação às expectativas futuras. Na fase seguinte,

a de integração, onde o empregado estará se ambientando culturalmente com a empresa,

é realizado seu monitoramento para avaliar como suas expectativas estão sendo

satisfeitas em relação à empresa e sua estrutura, a seus pares e lideranças. Após estas

fases, os empregados se aprofundam ainda mais em relação a seus vínculos com seus

colegas e com seu compromisso em relação a seu desempenho. É nessa fase que se

realiza a pesquisa de clima e pesquisas de satisfação dos clientes internos e externos.

19

Complementando a análise destes indicadores de satisfação, monitora-se os resultados

organizacionais, tais como participação de mercado, lucratividade, inovação, saúde

ocupacional, acidentes do trabalho, entre outros. Neste ponto, o registro qualitativo e

quantitativo dos motivos das mudanças, do turnover, fornece aos gestores e às áreas de

RH um feedback valioso para direcionar as políticas e as práticas em gestão de pessoas.

Nesta oportunidade, podem-se identificar os motivos que levaram a saída de um

determinado profissional, o que o fez preferir uma nova oportunidade de trabalho, o que

foi prioritário em sua decisão, e como os fatores se diferenciam em relação ao perfil dos

profissionais (tempo de casa, idade, formação, sexo, entre outros).

De acordo com Alvares (2004), o bom funcionário merece tratamento diferenciado

e nesta linha de raciocínio as empresas brasileiras deveriam ampliar o leque dos

chamados benefícios espontâneos, não mais como forma de atrair, mas de manter estes

talentos em seus quadros. Depois do advento da reengenharia onde o que se viu, em

quase sua totalidade, foi apenas a redução e enxugamento dos quadros das empresas,

aumentando assustadoramente as estatísticas de desemprego, os profissionais de RH

precisam, urgentemente, provocar uma mudança de mentalidade dos dois lados (patrões

e empregados) para que se defina o que é benefício. Não os já garantidos por lei, como

vale-transporte, cesta básica, auxílio-saúde, mas os que buscam, realmente, manter a

qualidade de vida do ser humano.

Entretanto, de acordo com Campedelli (2004), atualmente ainda não existe um

entendimento comum nos tribunais sobre a implementação de benefícios flexíveis. Isto

poderia ser considerado ruim para o implemento destes benefícios, pois na incerteza das

conseqüências legais aliadas à ameaça de estar gerando passivos trabalhistas, a empresa

tende a recuar, não oferecendo tais benefícios, prejudicando, desta forma, os

trabalhadores. Comenta ainda que espera que isto seja realmente um caso de

entendimento legal e não por interesses políticos.

Segundo Campedelli (2004), as pessoas, independentemente do nível que têm na

empresa, são tratadas de forma igual. O diferencial está em fazer com que os

colaboradores, sem exceção, sejam não só responsáveis pelo lucro como também

beneficiados por ele. Isto sendo possível, poderia contribuir na motivação pessoal dos

empregados e até mesmo num aumento da produtividade.

Pomi (2005), comenta que outro cuidado que se deve ter é em relação a um bom

processo de recrutamento e seleção, pois de nada adiantará a empresa ter um bom

programa de salários e benefícios se não estiver bem estruturada para a efetivação de

novos funcionários, com um programa de acompanhamento e de treinamento de seus

mais novos colaboradores.

Anton e Rockwell (2.003), comentam que o turnover controlável externo pode ser

funcional ou não funcional. O primeiro ocorre quando os empregados deixam o serviço

por baixa identificação com o trabalho executado, quando se sentem decepcionados com

o que imaginavam ser o trabalho e, ainda, quando não atingem os índices mínimos de

performance esperados pela empresa.1

Conforme destacado anteriormente com Anton e Rockwell (2003) este tipo de

turnover pode ser reduzido com algumas providencias antes da contratação. A mais

freqüente causa deste problema está no Recrutamento e Seleção e na falta de efetivas

ferramentas de avaliação de treinamento.

1 Compromisso é via de mão dupla. Se o pessoal não tem significado, ou seja, não se senteimportante e parte do processo (em qualquer nível), não se comprometerá ou o fará de modofalso (risco). Os funcionários somente se comprometerão com algo que faça sentido para eles.

21

Já o Turnover não funcional ocorre quando, ao contrario do funcional, os

empregados super avaliados, com alto desempenho e performance deixam o local de

trabalho. Neste caso, pode-se notar que existe no mínimo um estímulo ou motivação

para que o funcionário permaneça no emprego.

Impedir estes tipos de turnover poderá ser um grande diferencial de performance

para a empresa tanto no aspecto operacional e de qualidade como também no financeiro.

Na figura abaixo, podem-se verificar as diversas situações em que o funcionário

poderá se encontrar em relação a seu posicionamento perante as expectativas pessoais e

a ao posicionamento em relação às expectativas e necessidades da empresa.

FIGURA 1 – Perfil Diagrama – Trabalho de RH da Empresa Prosegur Brasil (2003)

M 2

RISCO

Q 4

RELOCAÇÃO

Q 1

RENOVAÇÃO DASEXPECTATIVAS

Q 3

M1

REALOCAÇÃO

Q 2

M 3

I M P O R T Â N C I A

COMPROMETIMENTO

ALTO RETORNO

CUSTO

Mercado

Neste diagrama, observam-se quatro situações em que o empregado pode se

encontrar, levando-se em consideração o seu posicionamento perante a empresa e o

posicionamento da empresa em relação ao empregado. Para cada situação, encontra-se

uma linha de ação que dependerá da aceitação de ambos para que os interesses

coletivos (por parte da empresa de que o empregado seja produtivo e por parte do

funcionário de que ele atenda as expectativas e esteja motivado) sejam atendidos.

Nesta figura, observamos a situação “Q1”, onde mostra o funcionário com pouca

importância e pouco comprometimento, resultando em um custo para a empresa, pois

mesmo que ele não seja demitido, provavelmente incorrerá em custo para sua

recuperação. Esta posição é a mais crítica para a empresa, pois não dependerá apenas

dela para a recuperação do funcionário, o que poderá levar a um desprendimento maior

em seu esforço e por conseqüência, uma maior despesa. A empresa terá que trabalhar

em duas etapas para que o objetivo seja alcançado, sendo num primeiro momento, o de

avaliar a condição de aceitação e adaptação do funcionário às instruções, qualificações

e interesses da empresa e, numa segunda etapa, o de aplicar com eficiência o programa

para a recuperação do empregado. Normalmente, o que ocorre quando o funcionário se

encontra nesta situação é o seu desligamento da empresa, acarretando, além de todos os

problemas de um novo processo de substituição (demissão e admissão), como também

seus custos financeiros. Em decorrência destas situações, todo o esforço deve ser

desprendido para que nunca se tenha um funcionário nesta posição.

No quadrante de “Q2”, temos uma fase em que o funcionário tem pouca

importância, porém muito comprometimento, onde se faz necessária uma re-alocação

para o quadrante “Q3” para que o movimento M3 não se manifeste. Este movimento

estará caracterizado a partir do momento em que o empregado muito comprometido

com os interesse da empresa e ocupando, talvez, uma função de pouca expressão ou

23

importância, venha a perder a motivação e ainda, perder o que de mais importante ele

ainda possuía, que é seu comprometimento. Se isto acontecer, alem de um trabalho de

recuperação do funcionário, deverá ter interesse por parte da empresa e isto, muitas

vezes, não acontece, pois o custo a ser empreendido neste esforço poderá não ser

compensatório, tendo como conseqüência o desligamento do funcionário. Desta forma,

a empresa deverá, sempre que possível, buscar um novo posicionamento ao empregado,

com desafios, tarefas e responsabilidades que viabilizem sua permanência na empresa.

Dando continuidade a análise de nosso diagrama (figura 1), observamos a

situação que representa o quadrante “Q3”. Neste caso, apresenta-se um funcionário de

muita importância para a empresa e muito comprometimento com seu trabalho, posição

esta que se traduz em retorno para a empresa (investimento). Para os empregados que

se encontram nesta situação, é necessário que se mantenha uma política ou trabalho de

acompanhamento e de motivação, para que sejam sempre renovadas suas expectativas,

evitando-se, desta forma, que os movimentos M2 e M1 aconteçam.

Já no quadrante “Q4”, podemos observar uma situação em que um funcionário de

muita importância para a empresa (conhecimento, responsabilidades, etc.), demonstra

pouco comprometimento, significando um cenário de risco. Neste caso, há que se tomar

providencias urgentes e eficazes de renovação de seu comprometimento, motivando-o

para que seja recuperado seu interesse em permanecer na empresa, evitando-se com isto

a perda de um importante empregado, que, muitas vezes, poderá reforçar até o time da

concorrência.

2.4 O que os empregados mais talentosos necessitam dos seus

empregadores?

Para Anton e Rockwell (2003), a resposta a esta questão pode ser configurada, de

forma consistente e única, no conceito: “Empregados talentosos precisam de grandes

gerentes, ou seja, um bom relacionamento de trabalho, competente, criativo e perene,

exige a convergência de talentos entre subordinados e chefes”.

O caminho, segundo Costa apud Alvares (2004), vai mais alem e é irreversível,

pois as empresas deverão partir ainda mais para os benefícios espontâneos porque aí vão

segurar talentos, garantindo a qualidade do produto e serviços prestados e

conseqüentemente, a sobrevivência da empresa, e comenta ainda: "Antes os benefícios

eram oferecidos como forma de atrair bons profissionais, porem hoje, eles visam reter

talentos".

2.5 Como os grandes gerentes encontram, desenvolvem e mantém seus

subordinados talentosos na empresa?

O assunto começa a ganhar destaque no Brasil mais de dez anos depois de ter sido

incorporado aos temas relevantes nas organizações dos países desenvolvidos. A visão de

benefícios varia de acordo com a cultura da organização. As empresas estão

preocupadas em colocar programas de qualidade de vida sem se preocuparem com a

mudança de mentalidade das pessoas, afirma Costa apud Alvares (2004), que bate na

seguinte tecla: "para se conseguir mudança de vida é necessário mudança de

mentalidade".

25

Num trabalho realizado por Call to Call (2004) levantaram-se outras sub-questões,

não conseguindo uma mesma unidade de respostas, gerando preocupações de ambas as

partes em relação a empregados e empregadores e a tal convergência de talentos.

As questões levantadas são as seguintes:

1) Eu sei o que esperam do meu trabalho?

2) Disponho de tudo que necessito para fazer o melhor trabalho, todos os dias?

3) Tenho oportunidades de fazer no meu trabalho o que faço melhor, todos os dias?

4) Nos últimos 7 dias tive o reconhecimento e elogio para o meu trabalho?

5) Meu chefe ou alguém mais se importa comigo como pessoa?

6) Alguém do meu trabalho me estimula para o meu desenvolvimento?

7) O Objetivo de minha empresa faz-me sentir que o meu trabalho e importante?

8) Meus colegas são comprometidos, com um trabalho de qualidade?

9) Tenho amigos de verdade no meu trabalho?

10) Alguém tem falado comigo sobre o meu progresso no trabalho?

11) Tendo tido oportunidade de aprender e crescer no trabalho?

Comentam ainda que as respostas a estas questões são respostas problemáticas e

que se pode entender e tentar com elas, algum esforço de harmonização, mas o tópico

Identificar, Desenvolver e Manter é claramente mais difícil.

3. METODOLOGIA

3.1 Métodos

Segundo Marconi e Lakatos (2003), todas as ciências se caracterizam pela

utilização de métodos científicos, porém, nem todos os ramos de estudo que empregam

estes métodos são ciências. Dessas afirmações, pode-se concluir que a utilização de

métodos científicos não é da alçada exclusiva da ciência, mas não há ciência sem o

emprego de métodos científicos.

Desta forma, método é um conjunto de atividades científicas com o objetivo de

alcançar os conhecimentos válidos e verdadeiros, propiciando a determinação do

caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões dos pesquisadores.

3.1.1 Métodos Específicos das Ciências Sociais

3.1.1.1 Método Histórico

O Método Histórico consiste em investigar acontecimentos, processos e

instituições do passado para verificar sua influência na sociedade de hoje, as instituições

alcançaram sua forma atual através de alterações de seus componentes, ao longo do

tempo, influenciado pelo contexto cultural particular de cada época (BOAS apud

MARCONI & LAKATOS, 2003).

Em nosso estudo em particular, poderemos associar este conceito pesquisando-se

no passado os diferentes elementos que constituíam o efetivo da empresa em diferentes

períodos para descobrir as possíveis causas do turnover apresentado na época.

27

3.1.1.2 Método Comparativo

Considerando que o estudo das semelhanças e diferenças entre diversos tipos de

grupos, sociedades e povos, contribui para uma melhor compreensão do comportamento

humano, este método realiza comparações com a finalidade de verificar similitudes e

explicar divergências, e é utilizado tanto para comparações de grupos no presente e no

passado. (BOAS apud MARCONI & LAKATOS, 2003).

Este método irá propiciar a comparação dos resultados em períodos do passado

com os atuais e determinar as divergências existentes no contexto atual.

3.1.1.3 Método Estatístico

Os processos estatísticos permitem obter, de conjuntos complexos, representações

simples e constatar se essas verificações simplificadas têm relações entre si. Assim, este

método estabelece redução de fenômenos sociológicos, políticos e econômicos a termos

quantitativos e a manipulação estatística, que permite comprovar as relações dos

fenômenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou significado

(QUETELET apud MARCONI & LAKATOS, 2003).

3.2 Pesquisa

Para Ander-Egg apud Marconi e Lakatos (2003), a pesquisa é um “procedimento

reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados,

relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento”. A pesquisa é um procedimento

formal com método de pensamento reflexivo, que requer tratamento científico e se

constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais.

Para que os objetivos descritos da pesquisa sejam atendidos, de acordo com

Marconi e Lakatos (2003), inúmeras técnicas são utilizadas onde se podem destacar:

• Documentação indireta;

• Documentação direta;

• Pesquisa de laboratório; e

• Observação direta extensiva.

3.2.1 Documentação indireta

De acordo com Marconi e Lakatos (2003, p.174), toda a pesquisa implica o

levantamento de dados de variadas fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas

empregadas. É a fase da pesquisa realizada com o intuito de recolher informações

prévias sobre o campo de interesse. A investigação preliminar deverá ser realizada

através de dois tipos de pesquisas: Documental (fontes primárias) e Bibliográfica (fontes

secundárias).

3.2.1.1 Pesquisa documental

A característica da pesquisa documental, é que a fonte de dados está restrita a

documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Elas

podem ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois.

Os principais tipos de documentos verificados nesta pesquisa, são: dados

históricos, bibliográficos e estatísticos; informações, pesquisas e material cartográfico;

arquivos oficiais e particulares; registros em geral; documentação pessoal (diários,

memórias, autobiografias); correspondência pública ou privada etc.

29

3.2.1.2 Pesquisa bibliográfica

Neste caso a fonte de dados está amparada num apanhado geral sobre os

principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem capazes de

fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema. A soma do material

coletado, aproveitável e adequado variaram de acordo com a habilidade do investigador,

de sua experiência e capacidade em descobrir indícios ou subsídios importantes para o

trabalho.

Os principais tipos de documentos verificados nesta pesquisa, são: - imprensa em

geral e obras literárias, ou seja, toda a bibliografia já tornada pública em relação ao tema

de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, etc, até meios de comunicação

orais, como rádio, gravações em fitas e audiovisuais (filmes e televisão).

3.2.2 Documentação direta

Para Marconi e Lakatos (2003, p.186), a documentação direta é o conjunto de

informações levantadas no próprio local onde os fatos (motivo da pesquisa) ocorrem e

podem ser obtidos de duas formas:

a) Pesquisas de Campo;

b) Pesquisas de Laboratório.

3.2.2.1 Pesquisa de campo

A pesquisa de campo, consiste na observação de fatos e fenômenos tal como

ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis

que se presumem relevantes, para analisá-los.

3.2.2.2 Pesquisa de laboratório

A pesquisa de laboratório é um procedimento de investigação mais difícil, porém

mais exato. Ela descreve e analisa o que será ou ocorrerá em situações controladas.

Exige instrumentais específicos, preciosos e ambientes controlados.

3.2.2.3 Do tipo exploratório

Em relação ao tema abordado no trabalho em questão e dentro das documentações

diretas, as pesquisas de campo oferecem uma melhor condição de levantamento de

dados e dividem-se, conforme Tripodi apud Marconi e Lakatos, em três grandes grupos:

quantitativos descritivos, exploratórios e experimentais.

Segundo Marconi & Lakatos (2003, p.188) pesquisas do tipo exploratório são

investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões ou de um

problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do

pesquisador com ambiente, fato ou fenômeno para a realização de uma pesquisa futura

mais precisa ou modificá-la e clarificar conceitos. Empregam-se geralmente

procedimentos sistemáticos ou para obtenção de observações empíricas ou para analise

dos dados (ou ambas simultaneamente). Neste tipo de pesquisa, obtêm-se

freqüentemente discrições tanto quantitativas como qualitativas.

3.2.3 Observação direta intensiva

Este tipo de pesquisa, a Observação Direta Intensiva, é realizado através de duas

técnicas: observação e entrevista.

31

3.2.3.1 Observação

Marconi & Lakatos (2003, p.190) descreve como uma técnica de coleta de dados

para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos

da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou

fenômenos que se desejam estudar.

3.2.3.2 Entrevista

Marconi & Lakatos (2003, p.195), definem a entrevista como um encontro entre

duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de um

determinado assunto. É um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta

de dados ou para ajudar no diagnostico ou no tratamento de um problema social.

Os tipos de entrevista mais conhecidos são:

• Padronizada ou Estruturada. É aquela que o entrevistador segue um roteiro

previamente estabelecido e as perguntas feitas ao entrevistado são pré-

determinadas. A entrevista se realiza de acordo com um formulário

elaborado e é efetuada de preferência com pessoas selecionadas de acordo

com um plano;

• Não padronizada ou Não-estruturada. Neste caso, o entrevistador tem a

liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere

adequada, conseguindo desta forma, explorar mais amplamente a questão. E

geral, as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma

conversação informal;

• Painel. Consiste na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas

pessoas, a fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos.

3.2.4 Observação direta extensiva

Conforme Marconi e Lakatos (2003, p.201), a observação direta extensiva poderá

ser realizada através do questionário, do formulário, de medidas de opinião e atitudes e

técnicas mercadológicas.

3.2.4.1 Questionário

Marconi & Lakatos (2003, p.201) define questionário como um instrumento para a

coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser

respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Em geral, o pesquisador

envia o questionário ao informante, pelo correio ou por um portador, porem nos dias

atuais, também se utiliza o correio eletrônico. Depois de preenchido, o pesquisado

devolve-o do mesmo modo.

É importante ressaltar a natureza da pesquisa, sua importância e motivos, com a

finalidade de despertar o interesse junto ao entrevistado para que o questionário seja

preenchido e devolvido dentro dos prazos estabelecidos.

3.2.4.2 Formulário

Segundo Marconi & Lakatos (2003, p.212), o formulário é um dos instrumentos

essenciais para a investigação social, cujo sistema de coleta de dados consiste em obter

informações diretamente do entrevistado.

Nogueira apud Marconi & Lakatos (2003), define formulário como sendo “uma

lista formal, catálogo ou inventário destinado à coleta de dados resultantes quer da

observação, quer de interrogatório, cujo preenchimento é feito pelo próprio

33

investigador, à medida que faz as observações ou recebe as respostas, ou pelo

pesquisado, sob sua orientação”.

Portanto o que caracteriza o formulário é o contato face a face entre pesquisador e

informante e ser o roteiro de perguntas preenchido pelo entrevistador, no momento da

entrevista.

Apontadas por Ander-Egg apud Marconi & Lakatos (2003), são três as qualidades

essenciais de todo formulário:

a) Adaptação ao objeto de investigação – uma das vantagens deste instrumento,

é da flexibilidade para adaptar-se às necessidades de cada situação, podendo

o entrevistador reformular itens ou ajustar o formulário à compreensão de

cada informante;

b) Adaptação aos meios que se possui para realizar o trabalho – possui

uniformidade dos símbolos utilizados e pode ser utilizado em quase todo o

segmento da população: analfabetos, alfabetizados, populações heterogêneas,

etc., pois seu preenchimento é feito pelo entrevistador;

c) Precisão das informações em um grau de exatidão suficiente e satisfatório

para o objetivo proposto – com a presença do pesquisador, pode-se explicar

os objetivos da pesquisa, orientar o preenchimento do formulário e elucidar

significados de perguntas que não estejam muito claras.

3.3 Escolha do método utilizado

Antes de iniciar qualquer pesquisa de campo, o primeiro passo é a análise

minuciosa de todas as fontes documentais, que sirvam de suporte a investigação

projetada. Os contatos diretos, pesquisa de campo são realizados com pessoas que

podem fornecer dados ou sugerir possíveis fontes de informações úteis. As duas tarefas,

pesquisa bibliográfica e de campo, foram executadas paralelamente.

Do ponto de vista metodológico, como se pode deduzir das considerações feitas

até o momento e pelo modelo de informações que estão sendo tratados, foram

escolhidas as análises qualitativas e estarão apoiadas em pesquisas do tipo exploratório

com entrevista não estruturada. Esta escolha está amparada pelo tipo de informação que

foi necessário para levantar os possíveis motivos que ocasionam esta rotatividade de

pessoal, turnover, acima da média aceitável. Este tipo de pesquisa permite o

levantamento dos reais motivos que levam os funcionários a tomar atitudes que

provocam o seu desligamento, pois permite ao entrevistador, conduzir a entrevista para

a direção que considerar adequada.

35

4. ANÁLISE DOS DADOS

Os dados coletados e apresentados por tabelas e gráficos, demonstram os

diferentes fatores associados aos funcionários participantes do ciclo de rotatividade da

empresa, objeto do estudo presente.

4.1 Descrição da pesquisa

Durante a realização desta pesquisa, foram entrevistados os funcionários que

saíram da empresa entre os meses de outubro de 2004 e março de 2005. Após a

entrevista preliminar no departamento de recursos humanos, os funcionários foram

submetidos a uma entrevista individualizada e não estruturada para que neste momento

fosse confirmado e esclarecido o real motivo de sua demissão.

O direcionamento deste estudo de pesquisa foi para os funcionários que

ocupavam funções operacionais e atuavam na prestação de serviços diretos aos clientes,

pois neste universo é que se encontram os maiores problemas de rotatividade de pessoal

(turnover), e mais afetam a qualidade dos serviços prestados.

Os entrevistados, ex-funcionários da PB S/A, ocupavam as seguintes funções e

tinham as seguintes características:

• Recepcionista – todas do sexo feminino com faixa etária entre 21 e 27

anos e sua remuneração é composta por:

- Piso salarial = R$ 403,22;

- Ticket alimentação = R$ 30,00;

- Assistência Odontológica e Vale transporte.

• Porteiro – todos do sexo masculino, com faixa etária entre 21 e 30 anos e

sua remuneração é composta por:

- Piso salarial = R$ 403,22;

- Ticket alimentação = R$ 30,00;

- Assistência Odontológica e Vale transporte.

• Vigilante Patrimonial – todos do sexo masculino, com faixa etária entre

23 e 35 anos e sua remuneração é composta por:

- Piso salarial = R$ 681,55;

- Ticket alimentação = R$ 40,00;

- Assistência Médica e Vale transporte.

Durante o período em que foi realizada a pesquisa, foram entrevistados 62

(sessenta e dois) funcionários, sendo que destes, 23 (vinte e três) tiveram seu

desligamento por término de contrato com o cliente.

4.2 Roteiro da pesquisa

A pesquisa foi executada, primeiramente, fazendo-se a análise minuciosa de todas

as fontes documentais, que sirvam de suporte à investigação planejada. Os contatos

diretos e a pesquisa de campo foram realizados com pessoas que pudessem fornecer

dados ou sugerir possíveis fontes de informações úteis. Nesta ocasião, alem dos

funcionários demitidos, foram ouvidos os coordenadores e supervisores operacionais e

os profissionais da ARH (área de recursos humanos). As pesquisas bibliográficas e a de

campo, foram executadas concomitantemente.

4.3 Resultados obtidos

Utilizando-se de tabelas para consolidar as informações em relação aos diversos

motivos que podem ocasionar um desligamento, inclusive, levando-se em consideração

37

as variações em relação ao tempo de serviço na empresa, estado civil e grau de

instrução, numa análise apenas qualitativa, chegamos aos seguintes resultados:

4.3.1 Em relação ao tempo de casa

Em relação a este a este fator, foram entrevistados 62 (sessenta e dois

funcionários) e destes, 13 (treze) tinham menos de 3 (três) meses de casa, ou seja, não

tinham passados nem pelo período de experiência. Outros 17 (dezessete) funcionários

tinham mais de três meses e menos de um ano de emprego. Entre 01 (um) e 02 (dois)

anos de casa, foram observados e entrevistados 14 (quatorze) funcionários. Também

foram identificados e entrevistados 17 (dezessete) funcionários que já estavam entre 02

(dois) e 05 (cinco) anos de emprego na empresa e, finalizando, somente 01 (um)

funcionário entrevistado tinha mais de 05 (cinco) anos de casa.

Figura 2 - Nº de demissões X Motivo de demissão X Tempo de Casa

0 0 0

2

0

5

2

0 0 00 0 0

1 1

2

6

7

6

0

4

2

0

2

0

1

0 0 0 00

1

0

1

00

4

1

2

00

1

5

3

00 0

1

0 0

13

17

14

17

1

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

0 a 3 meses 3 a 12 meses 1 a 2 anos 2 a 5 anos Acima de 5 anos

Tempo de casa

Nº d

e de

mis

sões

NEGLIGÊNCIA EM SERVIÇO PROPOSTA EXTERNA REDUCAO QUADRO

TÉRMINO CONTRATO CLIENTE DESINTERESSE POR PARTE DO EMPREGADO NÃO SE ADAPTOU À FUNÇÃO

BAIXO DESEMPENHO INDISCIPLINA OUTRO

SOLICITAÇÃO DO CLIENTE DESONESTIDADE ABANDONO DE EMPREGO

Tot al Global

Observou-se também, que no primeiro período observado (até 3 meses), grande

parte dos desligamentos foi provocada pela falta de interesse do empregado em

continuar na empresa ou seja, não tinham passados nem pelo período de experiência e

por algum motivo já não tinham mais vontade em permanecer no emprego (04

funcionários) ou haviam recebido proposta externa de serviço (05 funcionários),

solicitando, desta forma, o seu desligamento. No terceiro período (de 1 a 2 anos), o que

mais se destacou, foi o desligamento provocado pela interferência do cliente, que

solicitou a substituição do empregado (05 empregados) ou apenas rescindiu o contrato

(07 empregados).

4.3.2 Em relação ao estado civil

Em relação ao estado civil que se encontravam os funcionários por ocasião de seus

desligamentos (figura 3), no universo de 62 (sessenta e dois funcionários), foram

identificados que nenhum era viúvo. Foi verificado também que do total, apenas 01

(um) era divorciado e 01 (um) era desquitado. Outros 03 (três) funcionários eram apenas

39

amasiados.

Figura 3 - Estado Civil

CASADO50%

SOLTEIRO44%

DIVORCIADO1% DESQUITADO

1%

VIUVO0%

AMASIADO4%

O grande percentual para esta condição, ficou entre quem era solteiro e quem era

oficialmente casado. Foram observados e entrevistados 27 (vinte e sete) funcionários

que estavam na condição de solteiro e a maioria em relação aos 62 (sessenta e dois)

entrevistados e que efetivamente concorreram para o índice de turnover percebido, ficou

para os que eram casados, resultando 30 (trinta) funcionários, quase 50% do total.

Neste caso não foi identificada nenhuma tendência mais forte de demissão em

relação ao estado civil do funcionário.

4.3.3 Em relação ao grau de instrução

Considerando o grau de instrução de cada um dos pesquisados (figura 4), tivemos

que nenhum deles tinha concluído o grau superior ou se quer estavam cursando. Em

relação aos que se encontravam cursando o 2º grau, foram entrevistados 07 (sete)

funcionários, conforme se vê na figura abaixo:

Figura 4 - Grau de Instrução

SUPERIOR INCOMPLETO

0%

SEGUNDO GRAU INCOMPLETO

11%SUPERIOR COMPLETO

0%

SEGUNDO GRAU COMPLETO

36%

PRIMARIO INCOMPLETO

2%

PRIMARIO COMPLETO

5%

GINASIO INCOMPLETO

17%

GINÁSIO COMPLETO

29%

Constatou-se também, que 22 (vinte e dois) empregados desligados já haviam

concluído o 2º grau, que 18 (dezoito) entrevistados tinham concluído o ginásio e 10

(dez) ainda estavam cursando. Também se verificou que em relação aos que concluíram

apenas o primeiro grau, totalizaram-se 04 (quatro) entrevistados e finalmente, e num

percentual bem menor apenas 01 (um) entrevistado sequer tinha concluído o primário.

Em relação a esta característica, não foi identificada nenhuma tendência

relevante que pudesse ter influenciado estas demissões.

4.3.4 Motivos de demissão

41

Os motivos de demissão observados nesta amostra pesquisada, são indícios de

causas que poderão ser trabalhadas. Seguindo uma ordem de amplitude observada,

constatou-se que 21 (vinte e um) funcionários tiveram seus desligamentos provocados

por ocasião de término de contrato no cliente. É importante ressaltar, que o motivo deste

rompimento comercial, poderá ser, indiretamente, a causa destas demissões e sendo

assim, deverá ser objeto de estudo futuro.

Do total observado, 09 (nove) entrevistados tiveram como causa de seus

desligamentos, a interferência do cliente, que solicitou as demissões e suas respectivas

substituições.

Seguindo esta ordem de amplitude, observaram-se 8 (oito) pessoas que solicitaram

seu desligamento por desinteresse pessoal e 7 (sete), apesar de serem enquadrados como

“outros”, o que motivou suas saídas, foram necessidades familiares, que não deixa de

ser também, desinteresse por parte do empregado em continuar na empresa.

Também foram entrevistados 07 (sete) funcionários que receberam proposta

externa de trabalho e, por este motivo, solicitaram seu desligamento.

2

7

2

21

8

1 2 1

79

1 1

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

NEGLIGÊNCIA EM SERVIÇO

PROPOSTA EXTERNA

REDUCAO QUADRO

TÉRMINO CONTRATO CLIENTE

DESINTERESSE POR PARTE DO EMP...

NÃO SE ADAPTOU À FUNÇÃO

BAIXO DESEMPENHO

INDISCIPLINA

OUTRO

SOLICITAÇÃO DO CLIE

NTE

DESONESTIDADE

ABANDONO DE EMPREGO

Figura 5 - Motivo de Demissão

Qua nt i da de

Com 02 (dois) funcionários para cada situação, tivemos também os casos daqueles

que foram demitidos por negligência cometida pelo funcionário, por redução de quadro

e baixo desempenho. Observaram-se, também, outras 04 (quatro) situações que se

dividiram em relação ao motivo de seus desligamentos, que foram: não adaptação às

funções e atividades inerentes ao posto de serviço, indisciplina, desonestidade e

abandono de emprego.

Agrupando estes motivos em possíveis categorias, seria possível propor classificá-

los da seguinte forma:

• Causas associadas ao desempenho do empregado:

- negligência em serviço 2- solicitação do cliente 9- falta de adaptação 1- baixo desempenho 2- indisciplina 1- desonestidade 1- abandono de emprega 1TOTAL 17

43

• Causas associadas ao contrato com o cliente:

- término de contrato 21- redução de quadro 2TOTAL 23

• Causas associadas ao desinteresse do funcionário:

- desinteresse 8- proposta externa 7TOTAL 15

• Outras causas:

- outros motivos 7TOTAL 7

5. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Os diversos motivos de demissão enquadrados neste estudo são informações que

deverão ser aprofundadas, pois se verificou que em alguns casos não são as causas

principais do desligamento do funcionário. Observou-se por exemplo, através das

entrevistas realizadas, que alguns funcionários que demonstraram desinteresse pela

continuidade no emprego, na realidade, estavam desmotivados pela dificuldade de

deslocamento de sua casa até o local de trabalho. Nota-se que neste caso, o erro foi no

recrutamento do funcionário que não levou em conta a localização do posto em relação

a sua residência.

As análises em relação ao estado civil e ao grau de instrução, não demonstraram

fatos relevantes e nem ligações com os verdadeiros motivos dos desligamentos dos

funcionários.

Levando-se em consideração o contexto acima, podem-se identificar as prováveis

causas do turnover apresentado pela empresa em estudo. Abaixo, apresentam-se os

principais motivos geradores desta rotatividade:

• Falta de uma política bem estruturada e bem definida dos procedimentos

de recrutamento e seleção, pois os candidatos eram definidos sem levar

em conta considerações importantes, como o conhecimento dos locais

dos postos de serviços ou de suas características;

• Falta de um procedimento eficiente para levantar as características e

necessidades de cada posto de serviço em relação aos diferentes clientes

existentes, pois muitos candidatos não se adaptavam às suas funções,

dificultando sua integração, gerando-se, com isto, descontentamento, por

parte do cliente, na prestação dos serviços;

45

• Deficiência no levantamento do perfil do candidato em relação às

características do serviço e suas necessidades, gerando alguns pedidos de

demissão por falta de adaptação ao posto de trabalho;

• Verificando-se as quantidades de funcionários que saíram por solicitação

do cliente e até mesmo, os casos em que foram demitidos em decorrência

do término do contrato, nota-se a falta de um procedimento eficiente de

acompanhamento dos funcionários em relação a seu desempenho no

posto de serviço;

• Falta de conhecimento, por parte dos profissionais do recrutamento, das

reais necessidades e principais características do posto e do cliente.

• Outro fator importante que certamente contribuiu para esta rotatividade,

foi a falta de um programa de treinamento contínuo. Alguns funcionários

que tinham condições de desempenhar suas atividades dentro de uma

necessidade satisfatória, foram prejudicados por falta de informação e de

um acompanhamento adequado.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os fatores que desencadeiam o processo de turnover são múltiplos e muitas vezes

tão distintos como distintas são as pessoas e circunstâncias que poderiam ter ocasionado

o fenômeno.

Para Braz (2003), poder-se-ia alegar que “todos os trabalhadores devem ter visão

para reconhecer as mudanças de oportunidade de emprego em longo prazo e se mexer

antes da chegada da obsolescência, porem isto nem sempre está presente”.

Dentro das atividades desenvolvidas, é necessário compreender detalhadamente as

inúmeras possibilidades em relação ao comportamento do ser humano e da organização

com o objetivo de evitar uma abordagem intuitiva e simplista que resulta numa

“descentralização” ou numa “demissão” (paliativos e sintomáticos na grande maioria

dos casos).

É importante salientar que é a consolidação de todas as informações que vai

permitir levantar as possíveis causas do turnover acelerado, porem deverá ser levado em

consideração, também, o tipo de empresa em que o empregado está prestando os seus

serviços (clientes).

O gerenciamento efetivo do turnover é de fundamental importância, na medida em

que fornece subsídios múltiplos e eficazes para a formação ou reformulação das

políticas e da função de Recursos Humanos das empresas.

Devem ser levados em conta a avaliação de efetividade do recrutamento, seleção,

socialização organizacional, treinamento, planejamento e desenvolvimento de carreiras,

qualidade de vida no trabalho, bem-estar do patrimônio humano e a revisão dos estilos

de liderança – a gestão do conhecimento.

47

A gestão do turnover é fundamental para todas as empresas, que atuam em um

cenário cada vez mais competitivo e exigente. A rotatividade faz parte da vida e do

mundo dos negócios. Pessoas vêm e vão, num movimento natural de mudança, de

oxigenação e de transformação das empresas.

As pessoas são os ativos essenciais e os diferenciadores de qualquer negócio,

portanto, devem ser geridas, assim como devem ser geridos todos os demais ativos.

O elevado índice de perda de pessoas revela problemas e desafios a serem

superados. A perda de pessoas significa perda de conhecimento, de capital intelectual,

de inteligência, de entendimento e de domínio dos processos, perda de conexões com os

clientes, de mercado e de negócios. Sintetizando, alto turnover é sinônimo de perda de

produtividade, de lucratividade e de saúde organizacional. Impacta na motivação das

pessoas, no comprometimento, que acaba gerando ainda mais absenteísmo -

improdutividade, mais rotatividade, interferindo na credibilidade junto aos clientes, uma

"bola de neve" potencializando seus concorrentes.

Levando-se em consideração todos os fatos pesquisados e levantados e todas as

informações processadas, podem-se identificar algumas possíveis causas que provocam

tal rotatividade e em índices não aceitáveis, principalmente em dias atuais, onde se

busca a excelência da qualidade nos serviços e nos recursos administrativos financeiros.

Sendo assim, se pode sugerir que sejam tomadas algumas providencias

preventivas e corretivas em relação a todo o ciclo de vida do funcionário nas atividades

da empresa, desde sua gestação (recrutamento e seleção), passando pela sua contratação

(nascimento), sua integração, treinamento, acompanhamento e avaliações (educação), e

aquela que deveria ser a sua última etapa neste ciclo, a sua aposentadoria.

Obedecendo este ciclo, podem-se destacar as seguintes ações a serem realizadas

em benefício das reduções do índice de rotatividade observado na empresa em estudo:

• O departamento operacional da empresa, em conjunto aos profissionais da

área de recursos humanos, deverá levantar as características do posto e do

cliente em relação a definir o perfil mais adequado do profissional que

deverá ocupar aquela vaga;

• Os profissionais, responsáveis pelo recrutamento e seleção dos candidatos,

deverão avaliar e explicar sobre as atividades que serão desempenhadas no

posto de serviço, assim como suas características principais;

• A empresa deverá ter uma política de recrutamento, seleção e treinamento,

bem definida e estruturada.

49

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AMARAL, Éudio Braz. Desafios e implicações do turnover acelerado. Disponível viaURL em: http://carreiras.empregos.com.br/comunidades/rh/artigos. Acesso em: 29 deago. de 2004.

ANTON, Jon; ROCKWEL, Anita. Minimizing Agent Turnover. [s.n.] NY: Simtrex,2003.

BRÁZ, Éudio. Entrevista. Disponível via URL em:http://www.carreiras.empregos.com.br/comunidades/rh/artigos /140302-turn_over.shtm. Acesso em 06 de set. 2003.

CALL TO CALL – Minimizando o Turnover. Disponível via URL em:http://www.calltocall.com.br/agenda.asp?ID=677&cat=agenda. Acesso em 23/11/2004.

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CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: Capítulo 4 e 5. 17ª ed. Rio de Janeiro:Campus, 1999 a.

______. Já não se fazem mais Organizações como Antigamente. Rio de Janeiro:IOB, 1999 b.

MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.A. Fundamentos de Metodologia Cientifica. 5ª ed.São Paulo: Atlas, 2003.

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PROSEGUR BRASIL S/A – Transportadora de Valores e Segurança, 8, 2002,Belo Horizonte - SP