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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) CPA - CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL AVANÇADA ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS SERVIÇOS PÓS-VENDA André Feitosa Isabelle Dejardin Wlamir Ribeiro

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA)

CPA - CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL AVANÇADA ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS

SERVIÇOS PÓS-VENDA

André Feitosa Isabelle Dejardin Wlamir Ribeiro

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ANDRÉ FEITOSA ISABELLE DEJARDIN

WLAMIR RIBEIRO

SERVIÇOS PÓS-VENDA

Monografia apresentada ao Curso de

Especialização em Administração de

Serviços, da Universidade Federal da

Bahia, como requisito para obtenção

do certificado de conclusão.

Salvador

2001

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Orientador: Prof. Robinson Tenório

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RESUMO:

Esta monografia tem três objetivos, definidos através de seu problema. A

busca, dentro de uma organização de distribuição de veículos, de sistemas de

classificação e tratamento de reclamações pós-venda de produtos ou serviços, são

os dois primeiros itens do problema. O terceiro item ou objetivo, é a satisfação do

cliente reclamante com essa mesma organização em estudo.

Procurou-se avaliar o resultado das entrevistas com seu Gerente de Serviço

com os resultados de questões respondidas pelos seus clientes, num determinado

período. Através de cruzamentos dessas informações chega-se a conclusões e

orientações quanto ao modo de agir do corpo gerencial, na área de serviços, a fim

de buscar melhorias e conseqüentemente vantagens competitivas.

Palavras-chave: Distribuição – Veículos; Classificação; Tratamento;

Reclamações - Pós-venda; Satisfação – Cliente; Serviços.

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ABSTRACT:

This monograph has three objectives, determinate through its own problem.

The search, inside of an organization of vehicles distribution, systems of

classification and treatment about after-sale complaints, are the first two items of

the problem. The third item or objective is customer satisfaction with the same

organization in application.

We look to evaluate the result of interviews with the service manager, with

results about the answers by customers, in a determinate period. Through the

intersection of these information, we reach conclusions and orientations about the

best ways to managers, on services area, searching improvement and competition

advantages.

Key words: Distribution – Vehicles; Classification; Treatment; Complaints

– After-sale; Satisfaction – Customer; Services.

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E, contudo, a menos que a troca se faça no amor e na justiça, ela

conduzirá uns à avidez e outros à fome.

Quando vós, trabalhadores dos campos e dos vinhedos, encontrardes no

mercado os tecelões, os oleiros e os colhedores de especiarias,

Invocai o espírito mestre da terra para que desça sobre vós e santifique as

balanças e os cálculos que comparam valor com valor.

(Gibran Khalil Gibran em O Profeta)

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SUMÁRIO:

INTRODUÇÃO.............................................................................................8

OBJETIVOS................................................................................................10

REVISÃO DA LITERATURA...................................................................11

METODOLOGIA DA PESQUISA.............................................................19

QUESTÕES OPERACIONAIS..................................................................22

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS............................27

CONCLUSÕES...........................................................................................44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................46

ANEXOS.....................................................................................................47

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1. INTRODUÇÃO:

Em que pese o grande avanço no Brasil, da matéria que diz respeito aos

direitos do consumidor, desde a publicação da Lei 8078 no DOU em 12/09/90, a

qual dispõe sobre sua proteção; o atendimento aos clientes, quando de uma

reclamação após a realização do serviço ou a venda de determinado produto, ainda

deixa muito a desejar, seja no não atendimento pleno das expectativas, na demora

em executar a ação corretiva ou cabível ou até mesmo pela falta de qualquer

resposta concreta à solicitação.

Por outro lado as empresas, em qualquer segmento, rodeadas de ferozes

concorrentes, com produtos, serviços e preços similares, têm nesse diferencial

(angariação da confiança do cliente com a garantia construída através do tempo e

de ações pertinentes, de que no caso de problemas após a aquisição de bens ou

serviços serão atendidos com cortesia, agilidade e honestidade) a possibilidade de

continuar existindo no mercado, visto que esse item é um fator promotor da

fidelização da clientela. Portanto, somente aquelas empresas que estiverem atentas

às reclamações de seus clientes; que classifiquem, priorizem e tratem as mesmas

com a agilidade que merecem, estarão participando do mercado em futuro não

muito distante. A necessidade da criação de um setor de atendimento ao cliente e

sua valorização dentro da própria organização, tornando essa atividade tão

importante quanto a de vendas ou a financeira, por exemplo; será fator

preponderante para a evolução das organizações e, o empresário que ainda não

vislumbrou essa importância estará fadado à mediocridade empresarial.

Esta pesquisa portanto, está baseada não apenas no hardware e software

empresarial com relação à tratativa das reclamações pós-venda. Estará também

traçando um paralelo entre esse aparato e suas conseqüências em relação aos

desejos e expectativas dos clientes reclamantes, visto que para estes, pouco importa

o desenho que a empresa traçou para atendê-los. O que realmente importa para o

cliente é a solução imediata de seu problema, sendo também por esse aspecto que a

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empresa será reconhecida no mercado e por onde, certamente, em caso de falhas, a

concorrência entrará para vencer a batalha pelo aumento da fatia de mercado.

Dessa forma trazemos como tema desta monografia o serviço pós-venda e

o problema: “Como a empresa classifica e trata as reclamações de seus clientes

após a realização da venda de seus produtos ou serviços? O cliente. Fica

satisfeito?”

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2. OBJETIVOS:

Esta pesquisa tem por objetivos:

2.1- O incremento do conhecimento e experiência, por parte dos

pesquisadores, visando a venda de serviços de pesquisas, consultorias e

treinamentos nessa área, em oportunidades futuras.

2.2- Apresentar à empresa que se dispôs a tornar-se o objeto desta, o

resultado encontrado, propiciando à mesma tomar decisões que julgar

convenientes, como por exemplo: instituir ou reformular seu setor de atendimento

à clientes ou possibilitar a constatação do bom atendimento prestado, apenas com a

necessidade da melhoria contínua nessa área.

2.3- Contribuição para a melhoria da qualidade no atendimento e agilidade

nas soluções das reclamações realizadas no pós-venda, em concessionárias de

veículos, na cidade do Salvador.

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3. REVISÃO DA LITERATURA:

3.1- Satisfação do cliente

A idéia da apresentação deste trabalho surgiu da observação vivencial da

grande quantidade de problemas ocorridos no pós-venda de veículos. Quantos não

sofrem com automóveis novos comprados justamente para evitar problemas e, no

entanto vêem-se às voltas com situações indesejadas, seja com relação a falta de

sensibilidade de atendentes mal treinados, seja com soluções que demoram a

ocorrer. Uma concessionária de automóveis é, para o consumidor final, a própria

face da montadora de veículos. Apesar de empresas independentes juridicamente,

elas têm interesses comuns, almejando que a venda seja apenas o primeiro passo de

um longo caminho que pode vir a firmar uma verdadeira parceria com o cliente

fidelizado. O importante é percebermos que a venda não termina depois que se tem

o pedido feito e se fez a entrega da mercadoria.

Conforme Levitt:

“O relacionamento entre vendedor e comprador raramente termina quando

uma venda é realizada. Esse relacionamento vai sendo intensificado cada vez mais

após a venda ter sido efetuada e auxilia na decisão de escolha do comprador por

ocasião de sua próxima aquisição. A venda, então, meramente consuma o namoro e

assinala o ponto em que o casamento é iniciado. A qualidade dessa união irá

depender de como o vendedor será capaz de administrar o relacionamento. A

qualidade do casamento irá determinar se haverá continuidade ou expansão de

negócios ou então problemas e divórcio. Em alguns casos o divórcio é impossível,

por exemplo, durante a execução de um grande projeto de construção ou instalação.

Se a permanência desses casamentos se tornar problemática, a reputação do vendedor

estará sendo prejudicada”. (Levitt, 1994, p. 41).

Necessidades de buscar serviços pós-venda portanto, acabam se

transformando em importantes momentos de verdade ou encontros de serviços, que

podem definir a fidelização ou a rejeição do cliente para com a organização em

futuros negócios. Com um mercado tão promissor, visto que a frota brasileira ainda

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tem muito para crescer, seria um desperdício muito grande de clientes, uma

concessionária prestar serviços pós-venda insatisfatórios; atuação que ocasionará

simplesmente a mudança do consumidor para outra concessionária ou marca de

veículo. Segundo matéria publicada na Revista Banas Qualidade, a frota do Brasil

ainda é caquética, sendo a idade média dos automóveis em circulação, de dez anos.

Apenas 9% dos veículos têm menos de um ano. Ainda, segundo a mesma matéria,

o número de veículos rodando no Brasil é considerado pequeno (aproximadamente

20 milhões no final de 2000), quando comparado com outros países. Nos Estados

Unidos temos a relação de 1,3 habitante/automóvel. No Japão 1,8 e na França 1,9.

No Brasil essa marca é de 9,4 habitantes/automóvel. Podemos imaginar a enorme

demanda reprimida em função dessa carência de veículos. Outra importante

informação é que a partir do início dos anos 90, o Brasil tornou-se alvo dos

principais grupos privados mundiais, tornando-se o país que tem o maior número

de fábricas de automóvel de diferentes marcas no mundo, o que acirra a

competitividade nacional. As concessionárias que desde já conseguirem lidar

melhor com o cliente, seja por reclamações de defeitos ou necessidades simples,

como informações, colherão os louros no futuro.

Num artigo publicado em 1983, Takeuchi e Quelch mostram fatores que

influenciam a percepção da qualidade pelo consumidor após a venda ter sido

realizada. Dentre aqueles fatores citamos:

• Facilidade de instalação e uso.

• Atenção aos chamados de consertos e de garantias.

• Disponibilidade e reposição de peças.

• Confiabilidade.

Após quase duas décadas, a percepção do consumidor tornou-se muito mais

apta a perceber falta de qualidade, principalmente num item de alto consumo e

desejo, como automóveis com seus respectivos serviços pós-venda. A consciência

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coletiva sobre direitos do consumidor é muito grande atualmente, o que faz com

que os fatores citados por Hirotaka e Quelch em 1983, tenham hoje, peso muito

maior na hora de decidir pela compra de um novo veículo.

Ainda no mesmo artigo, os autores, com muita procedência citam:

“Com freqüência a qualidade do serviço pós-venda ao cliente é tão

importante quanto a qualidade do próprio produto. É claro que mesmo um excelente

serviço ao cliente raramente será capaz de compensar um produto fraco. Porém, um

fraco serviço pode rapidamente eliminar todas as vantagens associadas com o

fornecimento de um produto de qualidade superior”. (Takeuchi, Quelch, pp. 151 e

153).

Já com Milind e Karmarkar, temos:

“Ao fazerem suas compras, os clientes freqüentemente acreditam estar

adquirindo mais do que apenas o item físico; eles têm expectativas acerca do nível de

serviço pós-venda que o produto possa trazer consigo. Esse tipo de serviço pode

variar desde a simples substituição de um componente defeituoso até a criação de

complexos arranjos para satisfazer necessidades de clientes, ao longo de toda vida

útil de um determinado produto”. (Lele, Karmarkar, 1994, p. 209).

Temos também:

“Segundo o Instituto Tarps (Canadá), as pesquisas revelam que 96% dos

clientes insatisfeitos com um produto ou serviço raramente reclamam. O cliente que

reclama tem mais chance de voltar e fazer negócios, desde que tenham sido bem

atendidos. Em sendo bem atendidos, a porcentagem é de 82%. O cliente que teve

problemas com uma empresa tende a contar o acontecido para em média 10 pessoas.

Quando suas reclamações são resolvidas satisfatoriamente, testemunham o fato para

cinco pessoas”. (de Souza, Vera Bonato. in: Revista Banas Qualidade, p.48).

Complementando o tema:

“Uma das indicações mais exatas de um relacionamento ruim ou em

decadência é a ausência de queixas do cliente. Ninguém jamais fica tão satisfeito,

especialmente durante um longo período de tempo. O cliente provavelmente não

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estaria sendo franco, ou então não estaria sendo contatado; ou possivelmente as duas

situações. A ausência de franqueza reflete declínio de confiança e deterioração do

relacionamento. Aspectos negativos vão se acumulando. A comunicação prejudicada

é ao mesmo tempo sintoma e causa de problemas. Quando finalmente ocorre a

erupção, geralmente já é tarde demais ou então torna-se muito dispendiosa a sua

correção”. (Levitt, 1994, p. 49).

Daí, a importância que deve ser dada ao item serviço pós-venda, dentro de

qualquer organização que queira diferenciar-se de seus concorrentes.

3.2- Classificação e tratamento de reclamações

Conforme os critérios de excelência das normas ISO 9000 em sua versão

2000, “uma organização que executa continuamente a auto-avaliação do seu

sistema de gestão, tomando como base comparativa os modelos referenciais de

excelência, e implementa melhorias ou inovações em suas práticas gerenciais, tem

mais condições de atingir e manter o nível de excelência do desempenho”.

A organização que queira realmente atingir a excelência do desempenho,

deve obviamente, entre outros fatores, aplicar gestão eficaz quando da realização

de serviços pós-venda, visto que deles depende a satisfação dos seus clientes. A

eficiente classificação e tratamento das reclamações no pós-venda são parte

fundamental para o efetivo sistema de gestão apropriado. É através da competente

classificação que temos a base para a tomada de decisões, possibilitando a análise

de fatos e dados gerados por esse processo. Quando a organização dispõe de

sistemas sólidos de informação pode dispor, conseqüentemente, de índices que

indiquem onde a mesma está e onde poderá chegar. O controle estatístico do

processo também se torna viável com esse pressuposto, possibilitando aos

responsáveis pela gestão, tecer comparações práticas e análises críticas, a fim de

introduzir inovações ou melhorias. Esses resultados servem também para o

acompanhamento do desempenho e suas tendências em relação aos clientes. A

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experiência fica então acumulada, não se perdendo com o tempo, passando à

memória histórica da organização. Tal conhecimento representará a inteligência na

área de serviços, mostrando que a gestão das informações, que se inicia com a

correta classificação das reclamações pós-venda e termina com o eficaz tratamento

das mesmas, são elementos essenciais para a busca da excelência.

Em qualquer atividade, qualquer que seja o tipo de negócio, nos deparamos

com problemas, sendo que a possibilidade de resolução satisfatória destes passa

pela utilização de classificarmos os mesmos por tipos e categorias. Essa

classificação, quando bem fundamentada permite interpretá-los emitindo respostas

à situações diversas. Classificar hierarquicamente os problemas por categorias, tem

por finalidade diagnosticá-los com maior facilidade e precisão, além de possibilitar

direcionar a atenção para experiências anteriores relevantes e técnicas de solução

pertinentes. Profissionais pouco familiarizados com a divisão de problemas em

categorias ou tipos estarão propensos a aceitar respostas tolas ou improcedentes

aos problemas surgidos.

Conforme matéria publicada na Revista Banas Qualidade, “Os profissionais

devem estar aptos a classificar os problemas em categorias de acordo com os

modos relevantes para obtenção de soluções. Isso presume que tenham sido

definidas apropriadamente as categorias de problemas e comunicadas aos que

lidam com suas soluções. Podem ser organizadas categorias bem definidas para o

problema da taxonomia, um esquema de classificação formal que diferencie os

problemas segundo as principais características”.

Ainda na mesma matéria, é citada a diferenciação criada por Frederick

Nickols para tipos de problemas. Nickols os dividiu em três:

• Reparo- para restaurar um sistema que funciona mal ao nível de

desempenho intencionado;

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• Melhoria- para melhorar um sistema de forma a atingir as metas de

desempenho;

• Engenharia- para projetar um novo sistema ou solução que irá

satisfazer as metas apropriadas.

Problemas relacionados ao reparo, são problemas de desempenho.

Problemas relacionados à engenharia pertencem ao design do sistema e problemas

relacionados à melhoria são problemas híbridos, visto que refletem o fato de que a

melhoria de desempenho é proporcionada, na maioria dos casos, por meio do

reprojeto de um sistema existente.

No caso de uma distribuidora de veículos, podemos observar que a grande

maioria dos problemas gerados pelas reclamações pós-venda enquadra-se na

categoria reparo, visto que são problemas de mau funcionamento de peças ou

sistemas intrínsecos ao veículo, gerando um mal desempenho se comparado ao

desempenho padrão ou esperado. Normalmente os problemas de melhoria são

encaminhados à montadora a fim de que seu corpo técnico providencie a solução

conjuntamente com a concessionária. Já problemas de engenharia relacionados a

veículos, devem proporcionar estudos mais detalhados quanto ao projeto do

mesmo ou até quanto ao design de seu processo produtivo. Esse tipo de problema

depende quase que exclusivamente da montadora responsável pela colocação do

produto no mercado.

Um dos tipos mais comuns de problemas de qualidade, que geram grande

insatisfação, são os chamados problemas de conformidade. O problema de

conformidade se dá quando verificamos que um sistema (um veículo, por exemplo)

não está funcionando de modo aceitável, sob o ponto de vista dos usuários ou

clientes. Podemos melhor identificar um problema de conformidade se pudermos

verificar que existe, e é conhecida uma maneira certa de se fazer as coisas.

Podemos então definir problema de conformidade como aquele que está fora de

padrões previamente instaurados. Solucionar um problema é portanto, encontrar as

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causas dos desvios e restaurar o sistema para funcionar da forma desejada ou como

pressupõem os padrões. Os problemas de conformidade são melhor identificados

pelo auxílio de sua classificação e pela existência de normas ou padrões. Da

mesma forma, o controle estatístico do processo, meio poderoso para a

identificação de problemas, tem como pressuposto a classificação de problemas, ou

em nosso caso, de reclamações. De qualquer forma o maior desafio para a solução

de problemas é a identificação das causas dos desvios ou defeitos, e isso também

passa pela correta classificação das reclamações. Não podemos esquecer que

problemas de conformidade – a grande quantidade de ocorrências nas reclamações

pós-venda de veículos- advêm de falhas humanas. Para o professor do curso de

administração na University of Northern de Iowa nos Estados Unidos, Gerald F.

Smith, “tais falhas acontecem por falta de motivação dos funcionários e uma

heurística útil para assegurar que essas falhas sejam minimizadas é que as mesmas

tenham custos e conseqüências para as pessoas que as cometem”, com o que não

concordamos, pois cremos que antes de ações desse tipo, treinamento deveria ser

aplicado às pessoas, tornando-as aptas e qualificadas para exercerem sua função.

Um outro tipo de problema seria o de desempenho desestruturado,

caracterizado pelo fato de determinada tarefa que não possua padronização ou

especificação total, não ser executada como deveria. Um baixo desempenho pode

afetar a empresa, ou o que é pior, os clientes. A criticidade desse tipo de problema

é que o baixo desempenho dos serviços pós-venda, por exemplo, é desestruturado,

ou seja: não está explicado em detalhes nas normas e requisitos. Tiramos como

lição que a identificação do problema pode ser difícil se as metas e os critérios de

desempenho, além da sua classificação, não for clara. Mesmo se for conhecida a

causa de um problema de desempenho desestruturado, será complicado planejar

uma ação eficaz. As ferramentas mais importantes para solucionar problemas desse

tipo são a análise e a reflexão cautelosas sobre a situação atual. Outra importante

ferramenta é ouvir o que o cliente tem a dizer, quais são suas sugestões. Para tanto

as habilidades dos prestadores de serviços devem ser desenvolvidas, assim como

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sua experiência em lidar com o cliente. Os custos para o prestador de serviço e

seus clientes na adoção de práticas ineficazes como procedimentos-padrão podem

exceder os custos de se experimentar diferentes métodos de desempenho.

Temos portanto, que a grande importância da existência de classificação de

problemas, ou reclamações em nosso caso, é que poderemos solucioná-las com

maior eficácia e agilidade , visto que possibilita que o foco seja dirigido aos itens

com maior custo, na redução dos custos de entrada, dos erros e da variedade,

eliminando as atividades e outputs desnecessários.

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4. METODOLOGIA DA PESQUISA:

4.1- Abordagem

A realização do trabalho se deu através de estudo da área de serviço pós-

venda de uma organização, com utilização de métodos qualitativos e quantitativos,

visto que a abordagem foi através de entrevistas e questionários.

4.2 - Local

A pesquisa foi realizada em empresa distribuidora, do ramo de veículos, em

Salvador, capital do Estado da Bahia . A empresa escolhida como objeto desse

estudo foi a Grande Bahia Veículos, uma concessionária da montadora General

Motors do Brasil (GMB).

A cidade de Salvador foi escolhida em função de ser o ambiente dos

pesquisadores, local coerente com um dos objetivos citados no item 2 acima, mais

especificamente no seu subitem 2.3.

4.3- População

A população foi composta pelo Gerente de Serviço da concessionária e por

clientes reclamantes. A população foi escolhida pelos pesquisadores, face tratar-se

daquela diretamente envolvida com o tema serviço pós-venda e o problema

proposto: “Como a empresa classifica e trata as reclamações de seus clientes após a

realização da venda de seus produtos ou serviços? O cliente. Fica satisfeito?”.

4.4- Amostra

A amostra foi censitária no caso dos clientes reclamantes no mês de

outubro de 2001, sendo esse período escolhido em função da proximidade entre as

datas de reclamações e a realização da pesquisa. A amostra selecionada foi de 61

clientes, com mortalidade de 6. Portanto a amostra efetiva foi de 55 clientes.

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4.5- Coleta

Os dados foram coletados através de:

• entrevistas semi-estruturadas com o Gerente responsável pela área de

serviço pós-venda da concessionária.

• questionários mistos aplicados aos clientes reclamantes, através de

telefonemas.

A entrevista do tipo semi–estruturada foi escolhida, visto possibilitar maior

mobilidade e interação com o informante quando da condução da mesma. Já os

questionários aplicados, tiveram questões abertas e fechadas visando, além de uma

análise quantitativa, a coleta de maiores dados com respeito a críticas e sugestões

dos clientes reclamantes.

4.6- Modo de apresentação do tratamento

Os dados e informações obtidos através da entrevista com o Gerente de

Serviço foram ordenados através de perguntas e respectivas respostas, divididas em

três grupos:

• Questões de ordem geral, possibilitando um melhor conhecimento da

área da organização pesquisada, identificadas pelo código “OG“.

• Questões quanto a classificação das reclamações, identificadas pelo

código “C“.

• Questões quanto ao tratamento das reclamações, identificadas pelo

código “T“.

Já os dados obtidos através dos questionários aplicados à clientela

reclamante foram tabulados, sendo expostos também graficamente.

As questões caracterizadas pelos códigos “C“ e “T“, além dos dados

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obtidos através dos clientes reclamantes, estão diretamente relacionadas com o

problema já citado no item 2 desse trabalho: “Como a empresa classifica e trata as

reclamações de seus clientes após a realização da venda de seus produtos ou

serviços? O cliente. Fica satisfeito?”.

As considerações qualitativas e/ou quantitativas com relação às respostas

obtidas são apresentadas imediatamente após cada um dos textos referentes aos

respectivos blocos, no caso da entrevista com o Gerente de Serviço ou, no caso dos

questionários com clientes, após o resultado gráfico apresentado.

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5. QUESTÕES OPERACIONAIS:

5.1- Questões operacionais de ordem geral (OG).

OG01- Existe treinamento específico para atendimento ao cliente?

OG02- Existe fluxograma para os procedimentos após uma reclamação?

veis?

OG04- Se chegar num ponto de ter que trocar o veículo. Como a Grande

Bahia procede?

OG05- Qual o percentual de reclamações em relação às vendas? Vocês têm esses

dados?

OG06- Então, o senhor não tem especificamente esse índice? *

OG07- Essa marca no Brasil, para concessionárias da GM, é um bom índice? *

OG08- Quantas pessoas estão envolvidas diretamente na atividade de serviços de

atendimento pós-venda?

OG09- Todos tem treinamento?

OG10- Até o lavador? *

OG11- Em como atender um cliente? *

OG12- Além da sua própria tarefa? *

OG13- O senhor tem registros desses treinamentos?

OG14- Podemos segmentar os funcionários de atendimento pós-venda por grau de

escolaridade?

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OG15- É informado ao reclamante o tempo previsto para execução do serviço?

OG16- De que forma departamentos que não sejam da chamada linha de frente,

como por exemplo, Financeiro e Recursos Humanos estariam envolvidos

com o processo pós-venda?

OG17- As pessoas que participam dessas reuniões multiplicam o que está

ocorrendo para os demais funcionários dos seus departamentos? *

OG18- Nessas reuniões os senhores tratam dos problemas mais críticos ou de

maior gravidade sobre reclamações? *

OG19- Todo funcionário da Grande Bahia fica sabendo que determinado problema

está ocorrendo? Se alguém viesse reclamar sobre esse problema eles

saberiam como encaminhar essa pessoa?

OG20- Se alguém na rua reclamasse do cinto do Corsa eles saberiam a quem

encaminhar? *

OG21- Como o senhor vê o bom atendimento, com uma área bem estruturada, com

pessoas treinadas para atender especificamente o cliente que reclama de

produtos ou serviços?

OG22- Pelo seu sentimento, os demais gerentes da Grande Bahia também tem essa

mesma consciência da importância do serviço pós-venda?

(*) Questão formulada sem planejamento prévio.

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5.2- Questões operacionais sobre classificação das reclamações (C).

C01- As reclamações pós-venda são classificadas de alguma forma?

C02- Existem casos prioritários?

C03- Podemos então supor que essa diferenciação seria um tipo de classificação?*

C04- Existem diferenças de procedimentos quando a reclamação do cliente se dá

através da montadora e não diretamente à Grande Bahia?

C05- Existe um determinado critério ou procedimento para reclamações por mídias

diferentes (e-mail, fone, carta, fax, in loco, etc.)?

C06- Existe um site da Grande Bahia ou só o da montadora?

C07- A reclamação de um cliente que não tenha comprado o produto na Grande

Bahia segue o mesmo processo de um que tenha comprado?

C08- Quer dizer que se ele tiver comprado um carro no Amazonas ou numa

concessionária concorrente em Salvador o tratamento é o mesmo? *

C09- Existe diferença no atendimento de reclamações devido ao valor do produto?

C10- O senhor tem certeza disso ou é só um sentimento? *

C11- O senhor tem certeza que , até mesmo inconscientemente, algum funcionário

não possa dar um atendimento prioritário para um cliente com um produto de

maior valor, em detrimento a outro com produto de menor valor? *

C12- Então a única prioridade é para veículos com menos de 1000 km ou 30 dias?*

(*) Questão formulada sem planejamento prévio.

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5.3- Questões operacionais sobre tratamento das reclamações (T).

T01- O que o senhor entende por tratamento de reclamações pós-venda?

T02- Existe alguma forma de tratar uma determinada reclamação? *

T03- Ou seja; quando existe uma reclamação, no caso de um veículo com defeito

por exemplo, o tratamento é encaminhá-lo à oficina a fim de solucionar o

problema? *

T04- Então o tratamento de reclamações não é feito de maneira padronizada? *

T05- Cada caso é um caso? *

T06- Existe algum relatório de não conformidade?

T07- A montadora tem alguma participação nas reclamações pós-venda?

T08- Após o encaminhamento do veículo, com o serviço já efetuado, o cliente

recebe algum retorno sobre as causas do problema?

T09- De que forma ele recebe esse retorno?

T10- O retorno é dado pela própria Grande Bahia?

T11- Existe algum departamento para isso?

T12- O que é “TEC”? *

T13- O “TEC” é um manual? *

T14- Podemos ter acesso ao “TEC”? *

T15- Os senhores fazem essas pesquisas independentemente da existência de

reclamação? *

(*) Questão formulada sem planejamento prévio.

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5.4- Questões operacionais sobre satisfação dos clientes..

1- O atendimento foi cortês? 2- O prazo de execução foi cumprido? 3- Foram informadas as causas do problema? 4- O problema foi solucionado numa única vez? 4.1- Em quantas? (para resposta não em 4) 6- Foi necessário recorrer ao gerente por qualquer motivo? 6.1- Qual motivo? (para resposta sim em 6) 8- O problema foi resolvido após a intervenção do gerente? 9- Tem a impressão que os funcionários que lhe atenderam tem qualificação suficiente para isso? 10- Compraria outro carro da mesma marca? 10.1- Na mesma concessionária? (para resposta sim em 10)

Obs.- o pesquisador solicitava que o entrevistado oferecesse sugestões ou tecesse

comentários sobre a Grande Bahia, ao término de cada pesquisa. O resultado

encontra-se no ANEXO V.

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6. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

A seguir serão apresentadas sínteses referentes a cada uma das categorias

(OG, C e T) das entrevistas aplicadas ao Gerente de Serviço da Grande Bahia,

sendo que os blocos com perguntas e respostas, poderão ser lidos nos ANEXOS I,

II e III, respectivamente. O ANEXO IV contém a tabulação do resultado da

pesquisa efetuada com os clientes reclamantes em outubro/2001, e no ANEXO V

encontraremos todos os comentários e sugestões dos clientes pesquisados. Nossos

comentários serão efetuados da seguinte maneira:

• Após cada síntese referente aos blocos de questões das entrevistas

com o Gerente de Serviço, na seguinte ordem: síntese dos resultados com as

questões de ordem geral (OG), síntese dos resultados com as questões relativas a

classificação das reclamações (C) e a síntese dos resultados com as questões

quanto ao tratamento das reclamações (T).

• No caso das questões respondidas pelos clientes reclamantes,

imediatamente após a apresentação gráfica do respectivo resultado.

Cabe a observação de que, no caso das entrevistas com o Gerente de

Serviço, por se tratarem do tipo semi-estruturada, questões não planejadas foram

colocadas, visando dar continuidade e aprofundamento ao assunto, conforme seu

desenrolar, tais questões não planejadas foram marcadas com asterisco logo após a

apresentação das mesmas, no item 5 (QUESTÕES OPERACIONAIS), subitens

5.1, 5.2 e 5.3 desse trabalho.

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28

6.1- Síntese sobre a categoria de questões de ordem geral (OG)

O informante, ao ser questionado sobre a existência de treinamento

específico para atendimento ao cliente, foi categórico em responder que existe

treinamento de modo permanente. Informou ainda que inexiste qualquer tipo de

fluxograma de procedimentos após uma reclamação. Perguntado sobre as ações no

caso de problemas insolúveis , informou que inexiste tal categoria de problema,

visto que todos são resolvidos, mesmo que exista uma certa demora nessas

soluções. Aproveitamos e perguntamos sobre a possibilidade de troca de veículo.

Fomos informados que se trata de procedimento muito complicado, efetuado

somente pela montadora, no caso de um problema crítico. O informante também

citou que o índice de reclamações em relação às vendas situa-se entre 1,5 e 2%,

índice excelente, segundo o mesmo. O departamento de pós-venda é composto por

62 funcionários, todos sem exceção, com treinamento em atendimento ao cliente.

Foi-nos relatado que todo cliente reclamante é informado sobre o tempo previsto

para execução do serviço e que todo funcionário da Grande Bahia é devidamente

informado sobre problemas de maior monta, como por exemplo “recalls”

existentes, de modo que possa encaminhar pessoas do público consumidor aos

setores competentes, quando abordados. Esse nível de informação é conseguido

através de um grupo multidisciplinar de funcionários, que se reúne uma vez por

semana para discutir e divulgar informações de qualquer espécie, desde que

relevantes, aos demais. O informante ainda demonstra seu nível de conscientização

quanto a importância do bom atendimento pós-venda para a diferenciação de

empresas, qualquer que seja o segmento. Inclui ainda em suas considerações o

envolvimento do primeiro escalão sobre a questão da qualidade no atendimento,

assim como de seu diretor-presidente.

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29

6.1.1- Análise do resultado da entrevista com relação às questões de

ordem geral (OG)

As questões desse bloco são de ordem geral (OG) e foram elaboradas e

aplicadas ao Gerente de Serviço da Grande Bahia Veículos, apenas para que

pudéssemos adquirir maior conhecimento sobre a empresa que havíamos escolhido

como objeto dessa monografia. O conjunto de perguntas e respectivas respostas

pode ser observado no ANEXO I. A seguir teceremos alguns comentários sobre o

que se apresentou:

• Existe treinamento permanente dos funcionários da área de serviço,

conforme resposta à questão OG01. Nas questões OG09 à OG13,

esse quesito se confirmou, apesar de nossa insistência em colocar em

dúvida o treinamento de um funcionário, que não da linha de frente

(lavador), até mesmo com relação a sua participação de treinamentos

no atendimento ao cliente. Essa seqüência encerra-se com a pergunta

culminante sobre a posse de registros desses treinamentos àquele

funcionário, sendo pronta e claramente respondida pelo Gerente

como positivo.

• Com relação a questão OG02, sobre a inexistência de um fluxograma

relativo aos procedimentos quando de uma reclamação, mostra-se

como um ponto negativo da organização enquanto serviços pós-

venda. Conforme o Professor Gerald F. Smith da University of

Northern, em Iowa/EUA, o fluxograma é a pedra fundamental de

atividades do processo, sendo uma maneira de representá-los,

possibilitando uma melhor análise e implemento de melhorias.

• Com relação às questões OG05 a OG07, observamos a inexistência

de um indicador gerencial extremamente importante na atividade:

índice de reclamações com relação às vendas efetuadas. O

entrevistado chegou a informar esse índice como sendo de 1,5 a 2%,

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30

o que não procede, visto que em informação obtida posteriormente

com o próprio Gerente de Serviço, a quantidade média entre veículos

novos e usados vendidos por mês é de 240 unidades. Pelo número de

clientes reclamantes no período estudado (de 1/10/01 à 31/10/01) ser

de 61, temos que esse índice gira em torno de 25% em relação a

média mensal das vendas por mês; bem diferente da informação

prestada. No entanto caberia um estudo mais apurado e específico

para esse item, uma vez que variáveis não tão simplórias poderiam

vir a fazer parte desse cenário, como por exemplo, veículos não

comprados na Grande Bahia ou veículos encaminhados apenas para

revisão periódica etc.

• Na pergunta OG08, temos mais um item crítico para a plena

satisfação do cliente. Não existe especificamente um setor de

atendimento pós-venda ao cliente. O Gerente de Serviço confunde a

totalidade dos funcionários da área de serviço com uma suposta área

de atendimento pós-venda. É importante ressaltar que a pergunta foi

sobre o efetivo de funcionários diretamente envolvidos na atividade

de atendimento pós-venda. Devemos convir que por exemplo, alguns

produtivos (assim são denominados os funcionários executantes da

oficina, como mecânicos, pintores, lavadores etc), podem não ser

propriamente funcionários ligados diretamente ao pós-venda, ou

seja: não existe a exclusividade desses funcionários para esse tipo de

atendimento. Sua mão de obra pode também ser usada no pré-venda,

ao contrário de atendentes ou recepcionistas das oficinas. Esses sim,

funcionários exclusivos da atividade pós-venda. Nossa intenção

também era obter a informação da existência de um serviço ao

cliente, tipo SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente), o que se

revelou inexistente.

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31

• As questões OG16 a OG20, revelam aspectos muito positivos, haja

vista a multidisciplinaridade de funções e atividades das pessoas que

participam das reuniões semanais na Grande Bahia, e a forma de

atuação tipo multiplicação de informações. Esse tipo de

procedimento é muito salutar dentro das organizações, uma vez que

estimulam a participação em cadeia de todos os funcionários. No

entanto, é importante lembrar que tais multiplicadores devem ser

qualificados, de maneira a transmitir ou comunicar os resultados

daquelas reuniões com clareza e em linguagem acessível ao

entendimento de seus ouvintes.

• Já as questões OG21 e OG22, mostram a conscientização do Gerente

de Serviço, além dos demais, quanto a importância do serviço de

atendimento pós-venda, bem como da adequada qualificação de seus

funcionários. Outro aspecto relevante é a ênfase dada pelo

entrevistado com relação a conscientização e participação do

principal acionista da empresa no processo de qualidade do

atendimento, bem como de seu envolvimento. Afinal, segundo a

velha máxima “não existe qualidade sem a participação efetiva do

dirigente da empresa”.

6.2- Síntese sobre a categoria das questões relativas a classificação de

reclamações (C).

O informante é claro sobre a inexistência de qualquer tipo de classificação,

no entanto, após nossa insistência sobre essa questão o mesmo reconsidera e

conclui em conjunto com o pesquisador que existe um tipo de classificação, que

prioriza o atendimento de clientes com veículos comprados com menos de 30 dias

ou com menos de 1000 quilômetros de rodagem. Nenhuma outra forma de

classificação foi detectada pelo pesquisador, seja em função de valor do bem ou de

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32

veículos comprados em outras concessionárias. Tomamos conhecimento que

reclamações podem ser efetuadas através dos “sites” da Grande Bahia e da

montadora, a General Motors.

6.2.1- Análise do resultado da entrevista sobre classificação das

reclamações (C)

As questões desse bloco são relativas a classificação de reclamações pós-

venda (C). O conjunto de perguntas e respectivas respostas pode ser observado no

ANEXO II.

• A análise das informações prestadas leva ao fato da inexistência de

classificação procedimentada quanto às reclamações pós-venda. Com

certa persistência do entrevistador obtivemos, mesmo causando

surpresa no informante, que de certo modo, mesmo informal, existe

um tipo de classificação, ou seja: veículos com menos de 1000

quilômetros de rodagem ou com menos de 30 dias de vendidos têm

prioridade de atendimento. Esta é uma boa prática, visto que

possibilita ao cliente usuário de um veículo comprado recentemente

ser atendido de maneira diferenciada. Acreditamos que clientes

diferenciados, também devam passar a ser atendidos com

diferenciação, como aqueles com bens de maior valor ou frotistas. A

diferenciação em questão, não precisa ser obrigatoriamente a

prioridade no atendimento, mas outras formas de valorizar o

consumidor, como por exemplo a disponibilidade de transporte dos

mesmos ao deixarem seus veículos para manutenção ou reparos.

Essa foi inclusive, a sugestão de um dos clientes reclamantes

pesquisados, como veremos adiante, no ANEXO V.

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33

• Outro aspecto que merece registro refere-se a questão C06, visto que

ao acessarmos o “site” da Grande Bahia, o mesmo mostra-se muito

pobre com relação às informações sobre veículos novos, usados e

sobre serviços. No entanto, a empresa mostrou-se ágil em responder,

em menos de 24 horas, um e-mail sobre uma reclamação fictícia, que

visava testá-la. Como informação adicional, quanto a possibilidade

de contato com a General Motors através da internet, citamos o resultado da

matéria efetuada pela repórter Cristiane Correa, publicada na Revista Exame em

outubro de 2001.

”Foram consultadas, via internet, as dez maiores empresas do ano

2001 do anuário Melhores e Maiores, entre elas a GM. Cada uma

delas recebeu um e-mail, com uma reclamação, pedindo para que o

responsável pela área telefonasse para resolver o problema. O

resultado foi pouco animador. Apenas uma das empresas telefonou

após 13 dias, duas delas mandaram mensagem padrão, orientando a

telefonar para os respectivos serviços 0800. As outras sete empresas,

entre as quais a GM, sequer enviaram respostas”.

A conclusão dessa reportagem é que se a empresa, no momento, não tem

habilidade para responder e-mail ou atuar de forma satisfatória através da

internet, de forma compatível com as expectativas dos clientes, é melhor

não se arriscar em tais campos. Em outras palavras: se não dá para fazer

bem feito, é melhor não fazer.

6.3- Síntese sobre a categoria das questões relativas ao tratamento de

reclamações (T).

O informante não soube responder sobre seu entendimento de tratamento

de reclamações pós-venda, chegando simploriamente a confundir o tratamento de

reclamações com o envio do veículo à oficina para efetuar os reparos, tratando

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34

assim a reclamação. Não existe também qualquer padronização com relação a

procedimentos a serem efetuados nos casos de reclamações. A existência de um

relatório de não-conformidades é aventada pelo informante, sob o código “GMB

414”. A montadora só intercede após a constatação de que uma determinada

reclamação trata-se de problema crônico de defeito de fabricação, sendo que o

cliente sempre recebe feedback sobre a causa do problema apresentado. Esse

retorno ao cliente se dá via fone, carta ou e-mail, num prazo máximo de dez dias

após a realização do serviço. A empresa possui um manual de atendimento padrão,

chamado TEC- Total Entusiasmo do Cliente, que norteia os procedimentos para o

atingimento da qualidade esperada pelo cliente, além de outros procedimentos,

como a realização de pesquisas no prazo de três dias após a execução de qualquer

serviço.

6.3.1- Análise do resultado da entrevista sobre tratamento das

reclamações (T).

As questões desse bloco têm relação com o tratamento das reclamações

pós-venda (T). O conjunto de perguntas e respectivas respostas pode ser observado

no ANEXO III.

• O resultado desse bloco mostra que não existe procedimento

padronizado, tampouco em nível de conhecimento gerencial, quanto

ao tratamento das reclamações pós-venda, as quais podemos chamar

de não-conformidades. A falta de tratamento de não-conformidades

pode implicar em sua reincidência, sem qualquer medida preventiva

ou corretiva, ou seja: faz com que não-conformidades fiquem fora de

controle. Esse aspecto, juntamente com a falta de classificação, faz

com que a gestão mostre-se totalmente intuitiva, sem qualquer

embasamento teórico, impossibilitando até mesmo a criação de

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35

metas ou indicadores plausíveis e confiáveis. Um exemplo disso é a

falta de conhecimento do Gerente de Serviço sobre a real fatia de

reclamações em relação às vendas de veículos, conforme já citado

nos comentários da entrevista das questões de ordem geral. Temos a

evidência dessa deficiência quando o entrevistado afirma que o

tratamento de reclamações resume-se a resolução do problema,

conforme respostas das questões T02 à T05.

• Quanto ao relatório de não-conformidades GMB 414, citado pelo

informante na questão T06, tivemos que voltar à questão para

maiores esclarecimentos. Trata-se de um relatório onde são

informados à GM defeitos contumazes, sendo portanto, efetivamente

um relatório de não-conformidades. Conforme posteriormente

ficamos sabendo, “ trata-se da maneira mais rápida de informar à

engenharia da montadora a recorrência de problemas”, segundo

nosso informante.

• Na questão T07, temos a informação de que a montadora intercede

somente naqueles casos em que a Grande Bahia mostra-se

incompetente para resolução do problema. Nesses casos, imaginamos

que exista o procedimento de classificar e tratar as reclamações, visto

que essa ocorrência se dá pela montadora, a qual não é o objeto de

estudo desse problema. Portanto, um aprofundamento, nesse caso,

não é pertinente.

• Com relação às questões T11 à T14, tivemos a grata surpresa de

tomar conhecimento do “TEC” (Total Entusiasmo ao Cliente), que é

um manual institucionalizado pela GM, para todas as concessionárias

da marca. Este manual traz procedimentos visando a excelência do

atendimento ao cliente, bem como questões padronizadas a serem

aplicadas aos clientes de modo geral, buscando feedback quanto ao

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36

atendimento, não só na área de serviços pós-venda, mas também em

qualquer outra área da organização. A Grande Bahia, no entanto, não

tem nenhum procedimento próprio nesse sentido.

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6.4- Resultados gráficos e comentários sobre as questões da pesquisa

aplicada aos clientes reclamantes.

ATENDIMENTO CORTÊS?

SIM91%

NÃO9%

O resultado mostra-se favorável à Grande Bahia, no entanto pode ser

trabalhado, visando diminuir o índice de respostas negativas.

PRAZO DE EXECUÇÃO CUMPRIDO?

SIM85%

NÃO15%

O índice de insatisfação deve ser reduzido com ações por parte da empresa,

visando buscar a realização dos serviços no prazo informado inicialmente ao

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38

cliente. No ANEXO V podemos observar grande quantidade de comentários sobre

o prazo longo ou não cumprido.

CAUSAS DOS PROBLEMAS FORAM INFORMADAS?

SIM79%

NÃO21%

A Grande Bahia deve se esforçar para dar essa informação de modo

sistemático, pois causa grande satisfação para o cliente. Através do ANEXO V,

temos um depoimento que sintetiza este fato: “ligaram para me informar as causas

do problema. Achei ótimo”.

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OS PROBLEMAS FORAM SOLUCIONADOS NUMA ÚNICA VEZ?

SIM58%

NÃO42%

Dos clientes (42%) que não tiveram seus problemas resolvidos numa única

vez, temos;

• 18 clientes em duas vezes.

• 8 clientes em três vezes.

• 4 clientes ainda em processo de solução, ou seja: já retornaram pelo

menos mais uma vez.

• 2 clientes não souberam precisar, citando que o problema foi resolvido

após vários retornos.

Esse é o item mais crítico à Grande Bahia. A maior parte dos clientes que

depuseram que não comprariam outro veículo na Grande Bahia, conforme

veremos em quesito específico, não tiveram seus problemas resolvidos numa

única vez. A solução para esse tipo de problema torna-se mais dificultoso, à

medida que não existe procedimento padronizado para o tratamento de não

conformidades, conforme já analisado anteriormente. A competência gestora

da empresa deve envidar todos os esforços para diminuir drasticamente o

índice causador desse tipo de insatisfação ao cliente. Repetimos que as coisas

devem ser feitas de modo efetivo na primeira vez. Trata-se da premissa básica

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40

da qualidade. Os esforços para melhorar o atendimento e a satisfação do

cliente devem começar por esse tópico na Grande Bahia.

FOI NECESSÁRIO RECORRER AO GERENTE POR QUALQUER MOTIVO?

SIM15%

NÃO85%

Os motivos que levaram os 8 clientes (15%) a procurar o Gerente de

Serviços foram:

• Prazo de execução além do previsto (4)

• Falta da peça necessária para execução do serviço (2)

• Falta de solução para o problema (1)

• Surgimento de novo problema após retirar o veículo (1)

A incidência de clientes que procuram o Gerente de Serviço para reclamar

é baixa, sendo apenas 15% da quantidade de clientes reclamantes.

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O PROBLEMA FOI RESOLVIDO APÓS INTERVENÇÃO DO GERENTE?

SIM62%

NÃO38%

Em contraponto ao item anterior, esse quesito mostra certa vulnerabilidade

à Grande Bahia, uma vez que, em havendo necessidade de recorrer ao Gerente de

Serviço, a satisfação do cliente já não se apresenta adequada. A não resolução do

problema após comunicação ao Gerente pode representar a perda do cliente para

outra concessionária. Ë necessária atenção gerencial para este tópico.

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OS FUNCIONÁRIOS QUE LHE ATENDERAM TEM QUALIFICAÇÃO SUFICIENTE?

SIM91%

NÃO9%

Índice incompatível com o depoimento do Gerente de Serviço com relação

ao treinamento permanente do funcionário da área de serviços. Sendo de 9% o

percentual de clientes com a percepção de falta de qualificação dos funcionários

para a função de atendimento, há a necessidade de aprofundamento nessa questão.

Surge portanto, uma boa oportunidade de melhoria.

COMPRARIA OUTRO CARRO DA MESMA MARCA?

SIM93%

NÃO7%

Bom resultado, com apenas 7% dos clientes ouvidos informando que não

comprariam outro veículo da mesma marca.

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COMPRARIA OUTRO CARRO NA MESMA CONCESSIONÁRIA?

SIM94%

NÃO6%

Dos 93% dos clientes que comprariam outro veículo da mesma marca,

estando portanto satisfeitos com o produto GM, apenas 6% não voltariam a

comprar na Grande Bahia. Apesar da boa marca em favor da concessionária em

estudo, faz-se necessário uma melhor análise das causas que definiram as respostas

negativas dessa pequena fatia de clientes. É mais uma oportunidade de melhoria.

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7. CONCLUSÕES:

Através do problema proposto- “Como a empresa classifica e trata as

reclamações de seus clientes após a realização da venda de seus produtos ou

serviços? O cliente. Fica satisfeito?”, podemos dividir este item em três

conclusões:

7.1- Como a empresa classifica as reclamações ?

Não existe classificação de reclamações de modo institucional, tornando

mais dificultosas as implementações de melhorias ou inovações. Num âmbito

maior, a falta de classificação procedimentada impede auto-avaliações do sistema

de gestão de modo efetivo. Da mesma forma o controle estatístico do processo

também fica comprometido, impossibilitando à competência gerencial estratégica

da empresa traçar comparações e análises críticas para a introdução de metas e

verificação de melhorias.

7.2- Como a empresa trata as reclamações ?

Se o item classificação deixa a desejar, o tratamento da reclamação é muito

mais crítico, face sua total inexistência e desconhecimento gerencial. A falta de

tratamento de reclamações ou não-conformidades pode impossibilitar o

aperfeiçoamento dos procedimentos e a melhoria contínua na área de serviços da

Grande Bahia. Dificulta também a tomada de medidas preventivas e corretivas,

além de contribuir para a reincidência de problemas, fato este constatado pelo alto

índice de problemas não resolvidos na primeira vez, conforme resultado da

pesquisa com os clientes reclamantes.

7.3- O cliente. Fica satisfeito ?

Em que pese a precariedade da classificação de reclamações e a

inexistência do tratamento dessas não-conformidades, o cliente, de um modo geral,

mostra-se satisfeito com a Grande Bahia, conforme pode ser comprovado pelo

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resultado das pesquisas realizadas com os clientes reclamantes. Afinal, conforme

citado no capítulo da introdução deste trabalho, aos clientes pouco importa o

desenho que a empresa traçou para atendê-los, desde que esse desenho leve à

rapidez, cortesia e efetividade no atendimento. O resultado da pesquisa mostra

claramente os pontos mais críticos à Grande Bahia com relação a satisfação do

cliente e a qualidade no seu atendimento e, portanto, os que devem primeiramente

ser atacados pela gestão da empresa.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ABREU, Claudia Buhamra. Serviço pós-venda: a dimensão esquecida do marketing. Revista de administração de empresas. São Paulo: FGV, 36 v., no 3, p. 24 – 31, jul./ago./set. 1996.

ALMEIDA, Sérgio. Cliente, eu não vivo sem você: o que você não pode deixar de saber sobre qualidade em serviços e clientes. Salvador: Casa da qualidade, 1995.

CORREA, Cristiane. A promessa quebrada. Revista Exame. [s.l.]: [s.n.], p. 43 – 53, out. 2001.

FERREIRA, Sérgio & SGANZERLLA, Silvana. Conquistando o consumidor: o marketing de relacionamento como vantagem competitiva das empresas. São Paulo: Gente, 2000.

LELE, Milind M. & KARMARKAR, Uday. Boa assistência técnica é um marketing inteligente, in: Mantendo clientes. São Paulo: Makron Books, 1994.

LEVITT, Theodore. Após a venda ter sido realizada, in: Mantendo clientes. São Paulo: Makron Books, 1994.

PRICEWATERHOUSE COOPERS. The second automotive century. [s.l.]: Red Strategic, 2000.

REVISTA AMANHÃ. CRM: a revolução do cliente. Porto Alegre: Plural, no 155, p. 69 – 76, jun. 2000.

REVISTA BANAS QUALIDADE. Qualidade em quinta marcha. São Paulo: BANAS, no 89, p. 24, out. 1999.

. Pós-venda: o “day after” do fornecimento. São Paulo: BANAS, no 97, p. 28, ago. 2000.

. Diversos problemas da qualidade. São Paulo: BANAS, no 103, p. 15, dez. 2000.

. Clientes: do desejo à satisfação. São Paulo: BANAS, no 114, p. 48, nov. 2001.

ROSA, Ana Paula, organizadora. Código de defesa do consumidor. Rio de Janeiro: Esplanada, 1998.

SHAPIRO, Benson P. & SVIOKLA, John J. Mantendo Clientes. São Paulo: Makron Books, 1994

TAKEUCHI, Hirotaka & QUELCH, John. Qualidade é mais do que fazer um bom produto, in: Mantendo clientes. São Paulo: Makron Books, 1994.

TARGET MARKETING GROUP. The coming automotive revolution. Ocala/ USA: [s.n.], 1999.

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ANEXOS

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ANEXO I- Questões de ordem geral (OG)

OG01- Existe treinamento específico para atendimento ao cliente?

R- Permanentemente

OG02- Existe fluxograma para os procedimentos após uma reclamação?

R- Não

OG03- E no caso de problemas insolúveis?

R- Não existe problema insolúvel. Todos eles tem solução. Tem problema que demora um pouquinho, mas todos eles são resolvidos.

OG04- Se chegar num ponto de ter que trocar o veículo. A Grande Bahia troca?

R- É muito complicado. Se chegar nesse ponto a montadora é quem faz a troca. Se for constatado que é uma falha do produto, que não tem conserto, jeito, é trocado.

OG05- Qual o percentual de reclamações em relação às vendas? Vocês tem esses dados?

R- Não existe um percentual específico. o que pode existir é o seguinte: você tem o Celta que é 80% das nossas vendas, então é óbvio que vai ser o carro que vou ter o maior índice de reclamação.

OG06- Então, o senhor não tem especificamente esse índice?

R- Não tem. Posso dizer pra você que o nosso índice de reclamação hoje é muito baixo. Hoje ele não chega a 1,5 ou 2%.

OG07- Esse índice no Brasil, para concessionárias da GM, é um bom índice?

R- É excelente.

OG08- Quantas pessoas são envolvidas diretamente na atividade de serviços de atendimento pós-venda?

R- O departamento de pós-venda envolve 62 pessoas. Todas essas 62 pessoas estão envolvidas: seja o faxineiro, o lavador, que tem que lavar o carro bem lavado; o polidor, o mecânico, o eletricista.

OG09- Todos tem treinamento?

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R- Todos eles

OG10- Até o lavador?

R- Até o lavador.

OG11- Em como atender um cliente?

R- Todos eles.

OG12- Além da sua própria tarefa?

R- Exatamente.

OG13- O senhor tem registros desses treinamentos?

R- Tenho.

OG14- Podemos segmentar os funcionários de atendimento pós-venda por grau de escolaridade?

R- Não teria como.

OG15- É informado ao reclamante o tempo previsto para execução do serviço?

R- É.

OG16- De que forma departamentos que não sejam da chamada linha de frente, como por exemplo, Financeiro e Recursos Humanos estariam envolvidos com o processo pós-venda?

R- De certa forma eles ajudam quando há necessidade. Eles facilitam o trabalho da equipe. Esse pessoal, participa de treinamentos e das nossas reuniões. Nós fazemos essas reuniões semanais. Nós temos equipe e essa equipe é composta por pessoas de departamentos diferentes. Ela é multidisciplinar.

OG17- As pessoas que participam dessas reuniões multiplicam o que está ocorrendo para os demais funcionários dos seus departamentos?

R- Exatamente.

OG18- Nessas reuniões os senhores tratam dos problemas mais críticos ou de maior gravidade sobre reclamações?

R- Nós tratamos sim. Quando ocorre um índice alto de determinado defeito, então requer um cuidado melhor, requer mais carinho. Então é bom que esteja toda a equipe envolvida.

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OG19- Todo funcionário da Grande Bahia fica sabendo que determinado problema está ocorrendo? Se alguém viesse a reclamar sobre esse problema eles saberiam como encaminhar essa pessoa?

R- Exato. E também quando existe algum “recall” por parte da montadora, como um grande que tivemos agora: o do cinto do corsa. Isso foi informado à todos os funcionários. Que estaríamos fazendo aquele “recall” e qual era a importância desse “recall”.

OG20- Se alguém na rua reclamasse do cinto do Corsa eles saberiam a quem encaminhar?

R- Eu posso ter um funcionário em algum local da cidade, seja num banco ou onde for, e alguém questionar sobre isso. Então ele deve estar apto pelo menos para dar uma informação, ou dizer à pessoa o lugar onde pode esclarecer melhor essa informação.

OG21- Como o senhor vê o bom atendimento, com uma área bem estruturada, com pessoas treinadas para atender especificamente o cliente que reclama de produtos ou serviços?

R- É de importância muito grande, por que a empresa que não tiver uma área de pós-venda atuante não sobrevive no mercado, independentemente que seja ramo de automóveis, confecção, restaurante, barzinho. Não importa. A parte de pós-venda hoje é uma das mais importantes dentro de qualquer segmento.

OG22- Pelo seu sentimento, os demais gerentes da Grande Bahia também tem essa mesma consciência da importância do serviço pós-venda?

R- Não somente eles dois, como também o Mair Amaral que é o nosso Diretor- Presidente, e todo o corpo de funcionários da empresa. Está todo mundo envolvido.

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ANEXO II- Questões relativas a classificação das

reclamações (C)

C01- As reclamações pós-venda são classificadas de alguma forma?

R- Não, não temos nenhuma forma de classificação.

C02- Existem casos prioritários?

R- Todos os veículos vendidos há menos de 30 dias ou com menos de 1000 km tem prioridade no atendimento.

C03- Podemos então supor que essa diferenciação seria um tipo de classificação?

R- Pode ser considerada um tipo de classificação sim.

C04- Existem diferenças de procedimentos quando a reclamação do cliente se dá através da montadora e não diretamente à Grande Bahia?

R- Não existe diferença. O procedimento é o mesmo.

C05- Existe um determinado critério ou procedimento para reclamações por mídias diferentes (e-mail, fone, carta, fax, in loco, etc.)?

R- Não, todas são atendidas da mesma forma.

C06- Existe um “site” da Grande Bahia ou só o da montadora?

R- Existe o site da GM e um da Grande Bahia também. O cliente pode reclamar através dos dois “sites”.

C07- A reclamação de um cliente que não tenha comprado o produto na Grande Bahia segue o mesmo processo de um que tenha comprado?

R- Tanto faz o cliente ter comprado um carro no Amazonas ou no Rio Grande do Sul que ele será atendido do mesmo jeito. Nosso foco é no produto nesses casos.

C08- Quer dizer que se ele comprar um carro no Amazonas ou numa concessionária concorrente em Salvador o tratamento será o mesmo?

R- O tratamento é exatamente o mesmo.

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C09- Existe diferença no atendimento de reclamações devido ao valor do produto?

R- Não, de jeito nenhum.

C10- O senhor tem certeza disso ou é só um sentimento?

R- Tenho certeza absoluta. Não existe nenhuma diferença.

C11- O senhor tem certeza que , até mesmo inconscientemente, algum funcionário não possa dar um atendimento prioritário para um cliente com um produto de maior valor, em detrimento a outro com produto de menor valor?

R- Isso com certeza não acontece.

C12- Então a única prioridade é para veículos com menos de 1000 km ou 30 dias?

R- Isso.

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ANEXO III- Questões relativas ao tratamento das

reclamações (T)

T01- O que o senhor entende por tratamento de reclamações pós-venda?

R- (sem resposta)

T02- Existe alguma forma de tratar uma determinada reclamação?

R- Sim, nós tratamos resolvendo o problema.

T03- Ou seja; quando existe uma reclamação, no caso de um veículo com defeito por exemplo, o tratamento é encaminhá-lo para à oficina a fim de solucionar o problema?

R- Isso.

T04- Então o tratamento de reclamações não é feito de maneira padronizada?

R- Não. Não é feito de modo padronizado.

T05- Cada caso é um caso?

R- Sim.

T06- Existe algum relatório de não conformidade?

R- O “GMB 414”

T07- A montadora tem alguma participação nas reclamações pós-venda?

R- Só nos casos que não conseguimos resolver. Aqueles com problemas crônicos, com defeitos de fabricação. Aí, chamamos o pessoal da montadora para analisar o problema.

T08- Após o encaminhamento do veículo, com o serviço já efetuado, o cliente recebe algum retorno sobre as causas do problema?

R- Recebe. Sempre recebe. Em torno de 8 ou 10 dias. Não é imediato não.

T09- De que forma ele recebe esse retorno?

R- Por telefone ou por carta. Dependendo da gravidade do problema.

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T10- O retorno é dado pela própria Grande Bahia?

R- Pela própria Grande Bahia.

T11- Existe algum departamento para isso?

R- A própria equipe de consultores ou a própria pessoa que é encarregada pelo “TEC” . O retorno também é dado através de e-mail.

T12- O que é “TEC”?

R- Um procedimento padrão para atendimento de reclamações pós- venda. Significa total entusiasmo do cliente, onde existem algumas diretrizes à serem seguidas.

T13- O “TEC” é um manual?

R- É.

T14- Podemos ter acesso ao “TEC”?

R- Pode. Aqui por exemplo, temos pesquisas. Aqui estão os padrões.

T15- Vocês fazem essas pesquisas independentemente da existência de reclamação?

R- Independentemente. Fazemos constantemente. Três dias após a execução de qualquer serviço.

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ANEXO IV- Resultado tabulado das pesquisas com os

clientes reclamantes

QUESTÕES AMOSTRA SIM SIM (%) NÃO NÃO (%)

Atendimento cortês? 55 50 90,91 5 9,09

Prazo cumprido? 55 47 85,45 8 14,55

Informadas causas dos problemas? 55 43 78,18 12 21,82

Problema solucionado numa única vez? 55 32 58,18 23 41,82

Necessário recorrer ao gerente por qualquer motivo? 55 8 14,55 47 85,45

Problema resolvido após intervenção gerencial? 8 5 62,50 3 37,50

Funcionários têm qualificação suficiente? 55 50 90,91 5 9,09

Compraria outro carro da mesma marca? 55 51 92,73 4 7,27

Compraria na mesma concessionária? 51 48 94,12 3 5,88

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ANEXO V- Depoimentos dos clientes reclamantes

• Excelente atendimento do pessoal de vendas. O pessoal da oficina sujou o carro e mostrou descuido com o trabalho.

• O atendimento tem que ser mais claro quando informar tempo para execução das soluções.

• A sala de espera é muito boa. O atendimento tem que dar uma resposta mais rápida.

• Só devem informar o serviço que realmente possa ser feito, pois o não cumprimento é desgastante.

• Os funcionários da mecânica precisam de um melhor treinamento. O carro estava sujo e teve outras partes danificadas.

• A Grande Bahia está na vanguarda do atendimento.

• Precisa ter agilidade no atendimento, além de um veículo para nos levar em casa.

• Recepção: pessoal nota 10. Vendas de carros: mal informados. Outra concessionária resolveu meu problema de extensão de garantia.

• Em minha casa, eu e meus filhos temos carros comprados na Grande Bahia. Apenas meu filho teve um dissabor por lá, mas quanto a mim, estou muito satisfeita.

• O carro foi trazido de São Paulo, mas se tivesse que comprar, poderia ser na Grande Bahia.

• Não compraria novamente na Grande Bahia.

• Na Grande Bahia é tudo 100%.

• Já estou comprando o segundo carro na Grande Bahia, ótima concessionária. Deveria aproveitar o depoimento para ser entregue à gerência e assim, quem sabe, conseguir um desconto.

• Meu carro foi comprado em São Paulo, onde o atendimento foi péssimo. Se tivesse que comprar um carro em Salvador, certamente compraria na Grande Bahia.

• Não compraria na Grande Bahia.

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• Não estou satisfeito com a demora no atendimento. Apesar da cortesia no tratamento essa espera é um aborrecimento e uma perda de tempo.

• Tem pouco funcionário para muita reclamação, por isso existe a demora para resolução dos problemas.

• O carro entrou para revisão e saiu com outro problema, mas o atendimento foi bom.

• As pessoas erram, mas é preciso entender as causas e solucioná-las. Não quero mudar de concessionária, mas gostaria que a Grande Bahia assumisse os erros para fidelizarmos com ela.

• O prazo de execução não foi cumprido. Disseram que ficaria pronto em “x” dias e isso não ocorreu. Foi muito desagradável. Tem que melhorar isso.

• O problema não está na concessionária, mas na marca do carro.

• Ligaram para me informar as causas do problema. Achei ótimo.

• Quando lá estive, uma funcionária não podia acessar o sistema, pois não estava habilitada para tal. Entretanto, procurou me encantar, sendo prestativa. Aquela não era a função dela, mas foi quem se prontificou a me ajudar na solicitação.

• Autorizada possui valores altos.

• Gostaria de mais atenção dos funcionários.

• O serviço devia ser mais rápido.

• O espaço interno devia ser maior e deveriam melhorar as condições de pagamento.