portal dos condomínios-ed.janeiro-fev 2013

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2013 PLANEJAMENTO o que será feito não adianta CHORAR PELO LEITE DERRAMADO a previsão de gastos e PARTICIPE DA ASSEMBLEIA E DECIDA ESTE ANO ! Distribuição gratuita Ano 09 . Nº 100 Jan/Fev de 2013 O seu condomínio em revista PORTAL DOS CONDOMÍNIOS

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Revista dirigida a moradores de condomínios, com entrega via mala direta em mais de 130 condomínios residenciais e tiragem de 10.500 exemplares.

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2013PLANEJAMENTO

o que será feito

não adiantaCHORAR PELO

LEITE DERRAMADOa previsão de gastos e

PARTICIPE DA ASSEMBLEIA E DECIDA

ESTE ANO!

Distribuição gratuitaAno 09 . Nº 100Jan/Fev de 2013

O seu condomínio em revistaPORTAL DOS CONDOMÍNIOS

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2 Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013

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3Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013

EDIÇÃO 100

Chegar aos 100 é motivo para se orgulhar. E che-

gamos. Foram 100 edições, que se iniciaram com um

jornalzinho há quase 10 anos. Neste período, profis-

sionalizamos, aperfeiçamos, conquistamos credibili-

dade, contribuímos para desenvolvimento do mercado

condominial e, cá estamos, assoprando essa infinita

união de velinhas!

Para atingir esse número simbólico, chamamos a

sua atenção, seja síndico, morador, porteiro, zelador,

anunciante, enfim, todos aqueles que, de alguma for-

ma, participaram da história da marca Portal dos Con-

domínios.

Em toda a trajetória, pensamos sempre a frente,

até que atingimos um padrão de distribuição dirigida

com etiquetas e dados do destinatário e uma linha

editorial imparcial e diferenciada, provando (para nós

mesmos) que é possível criar uma mídia sem vínculo

com o comercial.

Mas as mudanças são constantes, pois o mundo

(parece) está mais rápido. As necessidades são outras

e, por este motivo, estamos montando um novo Por-

tal. Uma nova linguagem. Uma nova formatação. Mas

com a grande responsabilidade de continuar levando

informação de qualidade para dentro da sua casa.

Em 2013, quando completarmos 10 anos, agora

no primeiro semestre, você receberá uma nova revista.

Redação: Rua das Pitangueiras, 652 - Jd. Pitangueiras

CEP.13206-716 - Jundiaí / - Tel: 4522-2142

[email protected]

A revista é um produto da io! comunica

CNPJ: 06.539.018/0001-42

www.iocomunica.com.br

Jornalista Responsável: Rodrigo Góes. MTB: 41.654

Designer Gráfico: Paloma Cremonesi

Arte Final: Paloma Cremonesi, Jonas Junqueira e

Camila Godoy

Web: Michel Silva

Reportagens: Vivian Lourenço MTB: 57471

Ilustração e Redes Sociais: Rafael Godoy

Planejamento: Júlia Hirano

Estagiário: Paulo Toledo

Tiragem: 10.500 exemplares.

Entrega: Mala direta e direto em caixa de correio,

mediante protocolo para moradores de condomínios

constantes em cadastro do Portal dos Condomínios.

Caso ainda não receba e queira o exemplar em seu

condomínio, ligue para 11. 4522-2142.

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade

do autor e não representam o pensamento a revista.

Site: www.condominioemrevista.com.br

Twitter: @pcondominios

Facebook: Portal dos Condominios

Blog: http://portaldoscondominios.wordpress.com

EXPEDIENTE

NA WEB

ASSOcIADO

Não se assuste. Apenas aguarde, que a espera

será válida. Ao mesmo tempo, tempos a opor-

tunidade de aguardar a sua sugestão. O que você

gostaria de ver na revista Portal dos Condomínios?

O que não gosta? Tem problemas na distribuição

da revista? Quer participar mais ativamente? Envie

a sua opinião para contato@condominioemrevista.

com.br

Feliz Ano que se inicia com grandes novidades

para todos nós!’

*

O departamento comercial do Portal dos Con-

domínios está à sua disposição para criar os melhores

planos de investimento na revista que atende mais de

130 condomínios residenciais, sejam verticais ou hori-

zontais, atinge cerca de 30 mil leitores e é distribuída via

mala direta, protegida por um plástico e etiqueta.

A revista tem periodicidade bimestral e circula

através de 10.500 exemplares desde maio de 2003.

Atualmente, é associada da Proempi - Associação das

Empresas e Profissionais do Setor Imobiliário de Jundiaí e

Região, e segue uma linha editorial independente.

Quando pensar em investimento de mídia em 2013,

lembre-se da revista Portal dos Condomínios, o seu con-

domínio em revista.

EDITORIAL ÍNDIcE

* Iluminação da sua casa

* Responsabilidade do síndico

* Portal Debate: as dúvidas

do seu condomínio

* Capa: Planejamento 2013

* Compra de imóveis

* Projeto contra incêndio

* UD: dicas para churrasco

* Crônica: As gêmeas

PARA ANUNCIAR11 4522.2142 | 4521.3670atendimento@ condominioemrevista.com.br

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4 Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013

A LUZque faz bem

Decoração & Design

Div

ulga

ção

Por Vivian Lourenço

Quem não quer uma residência aconche-

gante? Aquela que você pensa duas vezes se

precisa realmente sair ou não do seu refúgio.

Difícil é achar quem não queira algo assim. E

deixar a casa dessa maneira não dá tanto tra-

balho, basta pensar em um item essencial que

vai mexer no seu humor e no bolso: a ilumi-

nação.

Ela é responsável por aquecer e gerar bem

estar, além de elevar a autoestima e reduzir o

estresse. Não é pouca coisa que o sol pode fa-

zer por você. Se a residência está escura e em

cada cômodo é preciso deixar uma luz acesa

para conseguir enxergar bem, está na hora de

mudanças.

Quanto mais luz acesa, maior o gasto com

energia elétrica. Além disso, a luz natural pro-

porciona benefícios como o fato de ser bac-

tericida (ajudando na saúde) e de promover a

circulação e renovação do ar. E não é somente

o quarto e a sala que podem ser redecorados.

“Podemos mudar praticamente todos os am-

bientes, para torná-los mais aconchegantes,

românticos, suaves ou simplesmente funcio-

nais”, explica a arquiteta Pâmela Cabbia de

Oliveira.

A arquiteta e docente do Senac Jundiaí,

Ivelise Oliveira, explica que há duas maneiras

de mudar o ambiente: com ajuda de profissio-

nais ou a abordagem prática. “O ideal é que

o projeto seja elaborado de maneira a apro-

veitar a luz/ventilação natural; isso justifica o

investimento na contratação de um arquiteto,

já que é este o profissional capaz de tirar pro-

veito das condições existentes e o proprietário

poderá fazer economia”, explica Ivelise. Mas

calma que arquiteto também não faz milagre,

ou seja, não dá pra mudar a casa ou o apar-

tamento de posição para aproveitar melhor a

luminosidade.

Há casos que é possível, com uma refor-

ma, aumentar janelas ou até mesmo substituí-

-las por peças com aberturas maiores. “Exis-

tem também profissionais que podem fazer

um projeto que valorize cada cômodo, alter-

nando as luzes para criar ambientações mais

fortes, mais fracas, destacando algum objeto

ou lugar”, ressalta Ivelise.

O morador também tem a possibilidade

de somente trocar as lâmpadas por tipos mais

eficientes, ou fazer uso de luminárias que pro-

duzam focos direto (dirigida diretamente para

o alvo, com o uso de spot, luminária de mesa,

abajur, etc.), indireto (que não tem um foco

dirigido; é uma luz de ambientação), difuso

ou de várias tonalidades. “As mudanças que

uma iluminação artificial adequada fará em

seu ambiente será deixá-los mais claros, dar

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5Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013

destaque há algum objeto ou móvel, realçar

cores ou até mesmo criar cenários em seu am-

biente; lembrando-se que para cada tipo de

destaque, ou uso, há uma lâmpada correta“,

explica Pâmela.

Uma dica legal para quem gosta de ler

em diversos lugares da casa é comprar lumi-

nárias que possam ser transportadas de lá pra

cá, sem transtornos. Outra ideia é que, se a

parede da sua casa não for muito alta, você

pode optar por uma luminária estilo coluna,

que ilumina de baixo para cima e dá impres-

são que o pé direito é mais alto.

No banheiro o correto é usar arandelas ao

lado do espelho; já na sala pode-se usar luz

baixa para não refletir a luminosidade na tela

da TV. Porém, se for uma sala de jantar, opte

por uma luz pendente sobre a mesa, com dis-

tância mínima de 70 cm, para que não acon-

teçam sombras.

Na cozinha é bom que seja tudo bem ilu-

minado, pois é um local de trabalho, assim

pode usar arandelas no teto e spot nos armá-

rios. E no corredor a ideia é usar trilhos, que

podem ser fixos e de diversos tamanhos, além

de uma luz central. Se existir algum quadro,

direcione a luz para ele para dar um bom des-

taque.

Agora quem não quer gastar com o pro-

jeto de iluminação, pode começar a redecorar

a casa, ou seja, mexer nas cores das paredes,

dos móveis e trocar as cortinas. Mas cuidado

para não trocar seis por meia dúzia. A substi-

tuição de móveis nem sempre é a solução; isto

só vale se eles forem trocados por peças com

cores mais leves, cortinas com tecidos mais

claros e adequados a sua finalidade. As cor-

tinas exercem um papel muito importante no

ambiente, ela não serve só como parte da de-

coração, mas como proteção dos raios solares.

“Uma cortina mais fluída, de voil, pode

deixar a luz natural entrar, difundindo-a pelo

ambiente. Uma cortina mais pesada, de linho

ou chantung escuros, pode bloquear a inter-

ferência da luz externa e valorizar, por meio

da iluminação artificial, os pontos focais (um

quadro, uma peça de família, uma planta,

etc.)”, ressalta Ivelise.

Assim os de tipos lisos e claros são para

quem quer transparência ou luminosidade e

geralmente podem ser usadas em salas. Já os

tipos escuros ou com listras e estampas, dei-

xa para ambientes mais íntimos como os dor-

mitórios. A tela solar por sua vez, usada mais

na cozinha e na área de serviço, reduz a inci-

dência de luz solar e resiste à gordura, sendo

mais fácil sua manutenção, podendo ser lava-

da com mais frequência.

Quanto aos móveis, Ivelise explica que os

tecidos brilhantes refletem a luz e destaca a

peça; já os tecidos mais foscos, como o velu-

do ou chenille, absorvem a iluminação, mas

são detalhes bem técnicos. “O uso de croma-

dos também reflete a luminosidade amplian-

do-a. Cores das paredes também influenciam

da mesma maneira (foscas e brilhantes), lem-

brando que as cores claras ampliam e as escu-

ras reduzem a sensação de espaço”, ressalta a

docente e arquiteta.

As cores das paredes também influenciam

e muito no seu ambiente, por isso na hora de

mudar lembre-se de escolher uma tinta com

qualidade. As tintas possuem em suas formu-

lações “agentes” que refletem a luz, variando

de fornecedor para fornecedor.

“A correta utilização das cores é um im-

portante aliado para o equilíbrio dos ambien-

tes e daqueles que os habitam, podendo gerar

bem estar, o que eleva a autoestima e reduz

o estresse, além de facilitar a comunicação e

aumentar a produtividade, eliminando ansie-

dade, angústia e depressão”, avalia Pâmela.

Ou seja, se você anda estressado, não

está querendo ficar em casa e está até mesmo

meio triste, deixe um pouco de luz entrar na

residência. Ela pode fazer toda a diferença no

seu dia. Não é complicado, só requer vontade.

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6 Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013

VIVER EM cONDOMÍNIO

SÍNDICO PODE SER RESPONSABILIZADO POR ERROS DA ADMINISTRADORA

O Código Civil possibilita em seu artigo 1348 que o síndico transfira a outros, total ou parcialmente, os poderes de representa-ção ou as funções administrativas, mediante aprovação em assembleia, salvo disposição em contrário da convenção. Nasce assim a possibilidade jurídica da contratação da chamada “administradora de condomínio” e esta “como recebe poderes de gerência e representação, fica adstrita à prestação de contas ao síndico e à assembleia, que apro-vou a delegação.“i

Ensina ainda o nobre ministro que “os atos ilícitos praticados pela administradora não são, a princípio, de responsabilidade do síndico, pois a delegação e a escolha deri-vam de deliberação da própria assembleia. Claro, porém, que se o síndico se omite dos deveres de acompanhamento e de fiscaliza-ção das tarefas delegadas à administradora, pode responder solidariamente pelos danos causados ao condomínio, por culpa in vigi-lando.” ii

Estaria então tudo certo, a lei e a conven-ção permitem contratar a administradora de condomínio, a doutrina diz que o síndico não responde, a princípio, pelos erros da adminis-tradora, pois foi a assembleia que a escolheu.

Vida mansa para o senhor síndico, correto? Errado! Temos aí a tal da “culpa in vigilando”, ou seja, o síndico tem a responsabilidade de vigiar, fiscalizar, acompanhar e conferir todo o trabalho da administradora, caso contrário poderá ser punido por sua negligência.

Podemos citar a realidade fática em re-cente julgado do Tribunal de Justiça do Es-tado de São Paulo que condenou uma síndica a indenizar um morador pelas multas que o condomínio teve que pagar em razão do re-colhimento atrasado das contribuições de FGTS e INSS por parte da administradora. iii

Em sua defesa, a síndica alegou que a administradora foi escolhida pela assembleia e não por ela e ainda mais, que a escolha foi realizada em gestão anterior à dela. Alegou ainda que a assembleia geral dos condômi-nos decidiu por isentar a administradora dos erros ocorridos em tais recolhimentos. O caro leitor deve estar pensando, mas a assembleia não é soberana? Se a assembleia decidiu, pronto!

É um engano pensar que a “soberania” da assembleia pode se sobrepujar às leis e poderia por tanto isentar o síndico de suas responsabilidades.

No caso em comento, o autor da ação

cobrou a devolução da parte que lhe coube nos valores desembolsados pelo condomínio e rateados entre todos os condôminos acerca dos recolhimentos vencidos de INSS e FGTS, o Tribunal entendeu que a síndica da época dos fatos tinha a obrigação de fiscalizar o tra-balho da administradora e que a “isenção” outorgada pela assembleia geral não deveria valer no caso específico. Tudo isso ainda con-siderando que o autor do processo era inte-grante do conselho consultivo à época.

Ainda que possamos discordar em termos da decisão do Tribunal, certo é que cada vez mais se ressalta a importância do síndico se capacitar e se reciclar cada vez mais, buscan-do sempre se assessorar por profissionais es-pecializados, competentes, experientes e que sejam de sua confiança.

* Carlos Eduardo Quadratti, advogado especializado em direito condominial e de vizinhança, jornalista articulista inscrito no MTB 0062156SP.

i Código Civil Comentado, Ministro Cezar Peluzo, 2ª Edição, Editora Manole, pág. 1343.ii Código Civil Comentado, Ministro Cezar Peluzo, 2ª Edição, Editora Manole, pág. 1344.

iii Apelação com revisão N° 9092096-422004.8.26.0000 – TJ/SP

Envie sua sugestão de tema jurídico [email protected]

SÍNDICO

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7Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013

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8 Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013

PORTAL DEBATE

A editoria Portal Debate é aberta aos leitores

que possuem dúvidas referente ao âmbito condo-

minial. Participe e envie o seu questionamento.

Com certeza, ele também poderá ajudar outros

moradores. As perguntas devem ser enviadas

para [email protected]

Raquel Marques - Cond. Sítio do Botão:

Um síndico precisa ficar disponível 24 horas?

Qual a carga horária?

Portal Debate: Não existe a obrigação de

cumprir carga horária, até porquê a função de

síndico não é vínculo empregatício. O mais acon-

selhável é que o síndico se reúna com os mo-

radores e defina um período em que ele pode

ser acionado, ficando bem claro quais serão as

questões emergenciais e como serão tratadas.

Cristiane Mortensen - Ed. Palas Atena:

PORTALDEBATEPORTALDEBATEEstá dentro da lei decidir trancar a porta do Hall

Social que dá acesso aos elevadores e cada mora-

dor ter uma chave?

Portal Debate: A questão deve ser pon-

derada considerando a segurança do prédio (as-

saltos, invasões) mas também há o normativo do

corpo de bombeiros que define a rota de fuga

em caso incêndios, e esta deve ficar desimpedida.

Odete Chiqueto - Palmeiras da Malota: O

Condomínio é obrigatório ter apólice de seguro?

Qual?

Portal Debate: Sim, é o imperativo da lei. O

Código Civil determina em seu artigo 1346 que “

é obrigatório o seguro de toda a edificação con-

tra o risco de incêndio ou destruição, total ou

parcial”, e ainda mais adiante o mesmo diploma

legal impõe expressamente essa obrigação ao

síndico no artigo 1348 quando afirma que “com-

pete ao síndico realizar o seguro da edificação.”

Dúvidas de moradores e síndicos expostas aqui, para você

Luana Cárnio - Res. Joana: Síndico que

não recebe pela função, mas é isento de taxa

condominial, é obrigado a contribuir para o

INSS?

Portal Debate: Sim. A questão já foi apre-

ciada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) à luz

da Lei Complementar Nº 84 - de 18 de janeiro de

1996 – (DOU DE 19/1/96) e assim decidiu aquela

corte: “Não há mais discussão acerca da legali-

dade da cobrança da contribuição social a partir

da vigência da citada norma, a qual determinou

expressamente como contribuinte o síndico eleito

para desempenhar serviços em condomínios, pas-

sando a ser devido no percentual de 20% da re-

muneração” afirmou o ministro Francisco Falcão.

Apenas para esclarecer, nos autos do processo

um sindicato do Rio Grande do Sul sustentava ex-

atamente a inexigibilidade da contribuição sobre

de isenção concedido ao síndico.

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9Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013

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10 Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013

capa

Por Vivian Lourenço

Ah que bom seria sair por aí fazendo tudo o

que tivesse vontade (ou como dizem, o que des-

se na telha), sem ao menos pensar no que poderia

dar certo ou errado. É o tal do carpe diem, a histó-

ria de aproveitar o momento. Porém, não dá para

sair fazendo isso. Quer dizer, na verdade, qualquer

um poderia agir dessa forma, mas o resultado, na

maioria das vezes, seria bem catastrófico. Ainda

mais envolvendo outras pessoas. Não dá pra ser

egoísta o tempo todo, principalmente vivendo em

comunidade.

Poucas pessoas têm a sorte de fazer isso e al-

cançar o objetivo da forma mais rápida e eficiente.

Imagine se desde o começo do mundo as pessoas

agissem assim, por impulso; sem pensar no futuro.

Sem planejamento, provavelmente Júlio César não

teria sido imperador de Roma; como entrar em

uma guerra sem planejar cada ação, cada passo

pensando no futuro. Aposto que nenhuma guerra

teria saído com vencedor sem o estudo estratégico

de todas as ações.

Pode parecer um pouco demais pensar que há

detalhes tão importantes em uma guerra, mas são

esses pequenos planos que fazem toda a diferença.

Em tudo, entra em ação a palavrinha planejamento.

Provavelmente você nasceu depois de um pla-

nejamento. Mais tarde planejou sua faculdade ou

carreira profissional; e agora vem o planejamento

do casamento e dos filhos. Tudo na sua vida envol-

ve planejar.

Imagine, por exemplo, ganhar sozinho na

Mega Sena. A vontade de sair por aí gastando é

grande, porém, todo mundo sabe que, se não pla-

nejar e organizar os gastos, o dinheiro não vai ser

o suficiente para satisfazer todas as vontades do

ganhador.

Por mais bagunçado que o país possa parecer,

o Governo Federal tem um planejamento defini-

do de gastos, arrecadação, previsão de juros, etc.

é claro que imprevistos podem acontecer, mas ter

uma visão estratégica de como serão os próximos

meses – ou anos - pode dar margem para que

grandes catástrofes não aconteçam. Foi graças a

isso que o Brasil não sentiu tão fortemente os efei-

tos da crise mundial de 2008, por exemplo.

Guerras, grandes quantias em dinheiro e orça-

mento federal podem parecer um pouco distantes

da realidade prática do dia a dia. Mas o conceito é

o mesmo com grandes empresas e em uma família.

Uma viagem de final de semana precisa de pesquisa

de preços para ver se cabe no orçamento, além de

escolher um destino que agrade todos e uma previ-

são de quanto gastará para não ficar no vermelho.

Se acontece assim em todos os setores da socie-

dade, não seria diferente em um condomínio. Essa

pequena cidade também precisa ser planejada; se-

não um dia o mundo desaba sobre os moradores.

Manter as dependências do condomínio em

Não é despesa, é investimento

Page 11: Portal dos condomínios-ed.Janeiro-fev 2013

11Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013

ordem não é tarefa fácil. São elevadores, bombas,

interfones, portões automáticos, antenas coletivas,

geradores, iluminação de emergência, hidrantes,

extintores de incêndio, bombas de águas pluviais,

para-raios, filtros de piscina, equipamentos de sau-

na e piscina, jardins, equipamentos de segurança,

entre outros itens, que devem entrar na lista de

verificados constantemente. Cabe ao síndico cuidar

de tudo isso e, ainda, observar o desgaste aparente

do edifício. Aquele item que todo mundo vê, como

rejuntamento de pisos e pastilhas, vazamentos de

água, queima de lâmpadas, fixação de corrimão,

falhas na pintura e limpeza de caixa d’água.

Se o síndico é o prefeito e os moradores são a

população, e como vivemos em uma democracia,

todo mundo tem que participar, cada um com sua

responsabilidade. O síndico é o responsável por fa-

zer a previsão de gastos e do que deve ser realiza-

do no condomínio, porém, todos são responsáveis

pelo bem-estar do local onde moram e precisam

participar das decisões que envolvem o condomí-

nio, ou seja, a sua casa.

Do mesmo jeito que muitos foram às ruas

para exigir o direto de votar para eleger quem irá

comandar o país, no condomínio o voto também

existe; não é obrigatório igual nas eleições federais

ou municipais, porém praticamente funciona da

mesma maneira: quem não vota, tem que acatar a

decisão da maioria.

É como diz o ditado popular: não adianta cho-

rar pelo leite derramado. Os condomínios realizam,

ou no final ou no começo do ano, assembleias que

tem o intuito de mostrar aos condôminos toda a

previsão de gastos e o que será feito durante o ano

todo no condomínio.

Um condomínio é equivalente a uma empre-

sa e a falta de um planejamento é como um navio

que não sabe qual direção seguir. Já dizia o escri-

tor e filósofo romano Sêneca: “Não há bons ventos

para quem não sabe para onde vai”. E olha que ele

escreveu isso há cerca de dois mil anos.

A preparação de um plano de ação pelo sín-

dico é indispensável e isso não quer dizer que ele

precise pensar pequeno, já que nada impede que

a proposta seja por período superior a sua ges-

tão. Mas cuidado morador: tem muito síndico que

tenta se eleger com a proposta de diminuir a taxa

condominial, sem analisar os gastos e as neces-

sidades do local. Assim como as falsas promessas

dos políticos, há falsas promessas de candidatos a

síndico.

A falta de planejamento ocasiona, por exem-

plo, a descontinuidade de projetos, obras inacaba-

das e, em especial, a surpresa de cada período de

mandato estar sujeita à individualidade do síndico.

A esse conjunto de gastos é dado o nome de

previsão orçamentária. Ela é feita com base na

inflação do período, inadimplência dos condômi-

nos, contratos a serem negociados, gastos com

funcionários (como dissídios, 13º salário e férias).

Além de todas as contas, o síndico também deve

contabilizar uma folga, para que as contas não fi-

quem apertadas e ele tenha uma reserva em caso

de emergência.

Um planejamento bem elaborado impedirá

surpresas e, se aprovado pela maioria dos condô-

minos, terá validade e garantia de execução até

que uma nova assembleia geral a altere ou com-

plemente. Um bom plano pre-

vê inclusive revisões periódicas

das ações propostas, para que

dessa forma possam ser per-

manentemente reavaliadas

suas prioridades e atender a

eventuais necessidades inespe-

radas.

Com tanto dinheiro em

jogo, não tem como o mora-

dor não participar da assem-

bleia, já que a conta será paga

por ele. Imagine uma pequena

parte decidir gastar com a pin-

tura do local, sendo que não

há necessidade. Se você não se

manifestar na assembleia, não

tem como reverter a situação depois, quando der

de cara com os pintores e as latas de tinta espalha-

das pelo local.

Isso é apenas um exemplo, que serve para

qualquer outra melhoria que for realizada – ou dei-

xar de acontecer. Lembre-se que você mora ali e é

sua responsabilidade apontar falhas, assim como

elogiar as melhorias. Mas para isso precisa saber

quando e como requerer os seus direitos e cumprir

com seus deveres. E só entendendo como funcio-

na o planejamento de um condomínio, é que você

pode realmente participar das decisões.

O síndico do Condomínio Residencial Chácara

das Flores II, Wagner Carpi, explica como funciona

o planejamento do local. “Nossa Assembleia Ordi-

nária ocorre sempre entre novembro e dezembro

de cada ano. O que faço é apresentar nestas as-

sembleias uma previsão de quanto será reajustado

o valor da taxa ordinária do condomínio para o

ano seguinte, levando em consideração os aumen-

tos médios que ocorrerão durante o ano (reajuste

dos prestadores de serviço, do dissídio de funcio-

nários, da água, da energia elétrica, etc.)”.

Para que o síndico faça a previsão, é preciso le-

var em conta os gastos de cada item do orçamen-

to, para todo o ano. Somando todos os valores, é

hora de dividir por 12; tem-se então o cálculo da

despesa de cada mês.

Nada como ter conhecimento do que o con-

domínio precisa com antecedência para, no mo-

mento do reajuste da taxa, saber exatamente

quanto aumentar. Mas há sempre muito a consi-

derar, como a inflação do período, a idade da edifi-

cação. Como mostrar que o dinheiro pedido a mais

será bem empregado?

O síndico do Condomínio Residencial Canto da

Natureza, João Cardoso Sartarelo, explica que para

que não haja brigas e discussão desnecessária é

primordial que você faça análise dos assuntos a se-

rem tratados nas assembleias. “Não deixar entrar

na convocação a palavra outros assuntos, isto é o

que deixa uma assembleia totalmente sem rumo e

sem decisões concretas”, alerta

Cardoso.

No residencial que Cardoso

comanda está sendo formada

uma equipe que colhe todas as

informações dos condôminos.

“É para saber quais as obras e

informações com maiores prio-

ridades, estas são analisadas e

citadas na pauta da convoca-

ção”. É uma boa ideia para o

síndico que não sabe por onde

começar.

O momento de reajustar a

taxa é sempre tenso, já que seu

aumento impacta diretamente

no bolso dos condôminos. Para

que a ocasião não seja tumultuada, é importante

que síndico e conselho estejam bem a par da si-

tuação financeira do local e das alterações a serem

apresentadas.

E na hora de reajustar, a inflação é a colocada

como a maior vilã, mas isso nem sempre é verda-

de. Muitos usam essa desculpa para aumentar a

taxa sem haver necessidade. Por exemplo, o sim-

ples fato de adequar o quadro de funcionários, re-

duzindo as horas extras ou de acúmulos de função,

pode gerar uma economia. Um dos maiores gastos

do condomínio é a mão de obra, que pode chegar

a até 60% do custo total. Economizando de um

lado, pode-se gastar de outro.

Além disso, é bom sempre pesquisar ou-

tros valores para os contratos já existentes. A boa

lei da oferta e da procura também pode garantir

economia. Faça uma pesquisa de preços com ou-

tras empresas para saber se o cobrado está dentro

do mercado. Mas cuidado para o barato não sair

caro: o preço menor tem que atender a todas as

necessidades do condomínio, caso contrário não

adianta ter que contratar outra empresa mais tarde

para terminar o trabalho e pagar o dobro do que

pagaria.

“Nossa arrecadação mensal é feita por rateio

das despesas ocorridas no mês anterior e minha

função é manter o equilíbrio desses gastos com a

programação dos serviços (limpeza de reservatórios

d’água, de caixas de gordura, recarga de extinto-

res, etc.) de tal forma que não tenhamos grandes

oscilações do valor anteriormente previsto para a

taxa ordinária”, explica Wagner.

Sempre tenha como base as despesas dos

“Com tanto dinheiro em jogo, não tem como o morador não participar da assembleia, já que a conta será paga por ele. Se você não se manifestar na assembleia, não tem como reverter a situação depois”

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12 Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013

anos anteriores, para pelo menos saber uma mé-

dia de gastos. Coloque as despesas periódicas (re-

cargas de extintores, dedetização, limpeza de caixa

d’’água, cursos, etc.) de forma isolada, já que nem

sempre você precisará fazer essas tarefas todos os

anos.

É aconselhável também que o síndico trabalhe

com uma previsão de inadimplentes. A base para

esse cálculo deve ser o histórico dos condôminos

do local, mas na média é de 10% do total. Já as

despesas de 13º salário dos funcionários devem ser

distribuídas ao longo do ano. As obras e benfeito-

rias devem ser colocadas em uma lista e depois de-

cididas quais as prioridades.

E o que fazer com o dinheiro que sobrar, ou

seja, aquela reserva extra que todo condomínio

deve ter em caso de emergência? Ele deve ser

aplicado. Caso haja dúvidas, a administradora do

condomínio ou o gerente do banco podem orien-

tar sobre as melhores formas de aplicar o dinheiro,

rentabilidade que pode ser revertida em benefício

para o morador.

E mesmo com planejamento, acontecem al-

guns sustos. “O maior problema é quando ocor-

rem despesas ‘imprevistas e urgentes’ que acabam

alterando o valor do rateio, mas mesmo assim,

estamos conseguindo manter o valor mensal sem

grandes distorções“, detalha Wagner.

Para ter ideia de quanto cada despesa pesa no

orçamento do condomínio, há uma porcentagem

estimada para cada uma. A folha de pagamento é

o encargo que mais consome a verba, com apro-

ximadamente 65%, seguido por manutenção 8%;

energia elétrica 4%; água 12%; despesas diversas

12% e administração 5%.

Depois do detalhamento dos gastos é possível

ter ideia de quanto é importante manter as contas

em dia e principalmente não atrasar a taxa condo-

minial. Imagine se todo mundo – ou a maioria –

resolvesse ser inadimplente. As despesas com lim-

peza, manutenção, pagamento de funcionários,

além de água e luz não poderiam ser pagas. Morar

em um local onde não há essas manutenções não

deve ser nada agradável; é aí que seu dinheiro é

empregado.

Já pensou chegar depois de um longo dia de

trabalho e encontrar o elevador fora de serviço?

Ou faltar água e energia elétrica? Sentir vergonha

de convidar os amigos para visitar seu condomínio

porque a fachada está caindo? É para isso que ser-

ve a taxa condominial. O planejamento feito no co-

meço – ou fim – do ano detalha onde e quando o

dinheiro será usado. E todo mundo gosta de saber

onde e como o próprio dinheiro será aplicado.

É muito fácil depois apontar as falhas e cobrar

quando a previsão do orçamento está feita. Quem

não participa da assembleia e não opina na hora,

dificilmente terá como reverter o que já foi decidi-

do. Por isso, antes “perder” umas horas com a reu-

nião do que passar o ano todo reclamando que o

seu dinheiro está sendo mal empregado.

Para não pegar nenhum morador despreve-

nido, o síndico pode marcar com antecedência as

reuniões, que não precisam ser somente as assem-

bleias. Isso pode facilitar as futuras deliberações

nas reuniões formais, uma vez que os assuntos já

são de conhecimento prévio.

Mas antes de partir para a reunião propria-

mente dita, é indispensável organizar todos os ar-

quivos de documentos do condomínio: contratos

em vigor, balancetes, documentos trabalhistas, to-

das as plantas da edificação e todos os documen-

tos que atendam a legislação em vigor. Com essa

organização é que se obterá a maioria das infor-

mações necessárias a elaboração do plano.

Depois de tudo organizado, é preciso determi-

nar os prazos para cada etapa do planejamento,

para deixar o morador ciente de quando e como

cada ação se iniciará. Um plano bem elaborado

não só destaca o trabalho do síndico com trans-

parência e participação, mas principalmente bene-

ficiará todos os que possuem seu patrimônio no

empreendimento.

Se não houver um plano de manutenção cons-

tante, os problemas irão se acumular, acarretando

a desvalorização do patrimônio, além de colocar

em risco a vida dos moradores. Ou seja, sem pre-

venção, a estrutura começará a se deteriorar, o lo-

cal perderá valor comercial.

Depois de tanta teoria, é necessário aplicar na

prática e, é aí que a figura do síndico aparece, para

deixar tudo mais fácil. “No Jatobás, que é residen-

cial, eu e a administradora fazemos planejamento

de gastos (previsão orçamentária) do ano todo,

apresentamos a assembleia onde é aprovado”,

explica Fabíola Martho, presidente da Associação

Bosques dos Jatobás.

E apesar de o nome ser orçamento e envol-

ver dinheiro, não significa que é despesa, é, na

verdade, investimento. Para assegurar a saúde

do condomínio é necessário que o síndico solici-

te uma inspeção, a qual deve ficar a cargo de um

profissional habilitado na checagem de cima a

baixo do prédio, verificando, inclusive, tubulações

de incêndio e água. De posse do relatório técnico,

ele poderá identificar os problemas e priorizar as

correções por ordem de importância: urgentes –

quando oferecem riscos aos moradores ou à estru-

tura; reparadoras – quando podem comprometer

equipamentos; e estéticas. Para todas as ações, o

síndico pode contar com a orientação da adminis-

tradora e, inclusive, recorrer a ela para a indicação

de empresas idôneas nessa avaliação.

Mas, apesar de ter responsabilidades, nem

sempre o morador tem a boa vontade – ou tem a

ideia da importância – de participar das decisões

que afetam diretamente a sua vida. “Quanto a

participação, poderia ser melhor, hoje temos 371

lotes e participam em média 60 pessoas”, explica

Fabíola.

E claro que quem não participa, se acha no di-

reito de dar palpite mais tarde, depois de que tudo

está decido. “Não temos brigas, apenas pontos de

vista diferentes, sempre chegamos a um acordo.

Sempre tem quem não participa, reclama de as-

suntos já discutidos e nem lê a ata de assembleia

para se interar do assunto”, finaliza a presidente da

Associação Bosques dos Jatobás.

E a baixa participação não é privilégio somente

• Caixas d’água – desinfecção e análise de água a cada ano;• Elevadores – contrato de manutenção ou conservação;• Recarga de extintores – anual ou de acordo com fabricante. Para a inspeção vi-sual e anotação é preciso olhar a etiqueta de controle;• Teste de mangueiras – inspeção anual;• Teste hidrostático – a cada cinco anos;• Formação e treinamento de brigada de incêndio - anual;• AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) – a cada três anos;• Para-raios – medição ôhmica (resistência do metal) anual e vistoria completa do sis-

O que é ObrigatóriO

tema a cada cinco anos;• CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) – pelo menos um funcionário designado – anual;• Sinalização interna – indicação fluores-cente de escada, extintores, porta corta--fogo etc. e de filmagem no ambiente – vistoria periódica;• Seguro predial – renovação anual;• Habite-se (Regularização da planta da edificação e alvará de conclusão) – reno-vação quando ocorre alteração de área e/ou tipo de uso.• Alvará de Licença de Funcionamento do Condomínio – para condomínios comer-ciais e/ou de uso misto.

Um check-list do que é necessário realizar no condomínio é sempre importante. Organização é uma das peças fundamentais do planejamento. Os itens mais importantes e obrigatórios para entrar na lista de gastos são:

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de um condomínio. “A participação em assembleia

é muito relativa, depende dos assuntos constantes

em pauta. No geral, o comparecimento é baixo,

mas os que comparecem são bastante participati-

vos e há muito tempo não temos ‘confusões’ du-

rante as Assembleias”. Wagner explica que even-

tualmente ocorrem discussões sobre pontos de

vista, mas sempre de forma respeitosa e civilizada.

Cardoso também relata que no Residencial

Canto da Natureza também existem aqueles que

não participam, não compartilham com os proble-

mas e, quando há algo de seu interesse, formam

equipes para fazer tais solicitações, ”e se alguma

coisa não estiver a contento do grupo, está criado

o problema. Por isso a importância da equipe que

ajuda a peneirar todos os assuntos e pendentes” ,

ressalta o síndico.

Os síndicos geralmente relatam que as reu-

niões de condomínios, quando são tratados as-

suntos individuais, como é o caso do sorteio de

garagens, sempre atraem mais participantes. O

que não deixa de ser uma postura incoerente, pois

muitos moradores estão mais preocupados com o

local que seu carro irá ficar do que com assuntos

mais importantes, como a segurança do prédio.

“Como em toda organização, sempre existe o

‘insatisfeito por natureza’ que não participa, nun-

ca se propõe a ajudar, critica o que é feito e não

aceita aquilo que é decidido pela maioria, mas

nem por isso deixam de receber de nossa parte o

mesmo tratamento como qualquer outro condô-

mino”, diz Wagner. No Chácara das Flores II, de

acordo com o síndico, felizmente a grande maioria

dos nossos condôminos possui bom senso e acom-

panham cada um do seu jeito o trabalho.

E o problema de tentar agradar a todos parece

tirar o sono do síndico na hora do planejamento.

“Agradar a todos é difícil, porém temos que traba-

lhar com transparência, honestidade, sinceridade.

O condomínio não é o culpado e não pode ser

deixado de lado por interesses pessoais”, enfatiza

Cardoso.

Controle das contasMuitos fatores podem fazer com que a previ-

são orçamentária fique com valor menor do que o

esperado, e isso reflete diretamente na taxa que o

morador vai pagar. São pequenos detalhes que po-

dem fazer totalmente a diferença na hora de fazer

a previsão para o ano.

Muitas vezes os controle de vazamentos são

os responsáveis por aumentos injustificados na

conta. Além disso, os vazamentos podem trazer

danos para a estrutura do prédio. É importante

que o zelador sempre faça vistorias na edificação,

identificando possíveis vazamentos, e comunique

imediatamente a administração quando forem en-

contrados. O morador também pode ficar de olho

e relatar problemas, ou há empresas que realizam

vistorias mais aprofundadas, incluindo inspeções

nas unidades. O zelador também pode verificar as

descargas dos banheiros das unidades, que são ou-

tro grande foco “invisível” de vazamento.

Outra solução é a individualização dos hidrô-

metros. Há empresas que instalam aparelhos de

medição em cada apartamento ou unidade, para

que cada um pague diretamente o que consumiu.

É só mexendo no bolso para o morador se cons-

cientizar. Isso, é claro, gera maior controle e eco-

nomia na grande maioria dos casos. Neste caso,

cada condômino deixa de pagar a conta de água

no condomínio, recebendo-a em casa.

Se isso ainda não resolver, o condomínio pode

conscientizar funcionários e moradores com cam-

panhas. A economia também pode surgir dessa

forma, mas depende também da participação de

todos. Para os condomínios que têm piscina, a

ideia é cobri-las quando não estiveram em uso, já

que se perde muita água com a evaporação.

Outro grande vilão do orçamento é o consumo

de energia elétrica. É com a racionalização do uso

das luzes que se tem a melhor relação custo-benefí-

cio na economia de energia elétrica. A introdução de

sistemas inteligentes, que incluem sensores de pre-

sença, não requer grandes investimentos e pode ser

um gasto que gerará grande economia no futuro.

Lâmpadas fluorescentes gastam menos ener-

gia, principalmente se usadas com refletores, e têm

maior vida útil do que as incandescentes. Além dis-

so, é preciso verificar se as lâmpadas têm voltagem

apropriada para o local, pois se isso não ocorre, a

vida útil é reduzida.

Outra forma de economizar energia é rodízio

de elevadores. Pode-se deixar um dos elevadores

desligados entre às 22 horas e às 6 horas, quan-

do o fluxo de pessoas é menor. Mesmo parado, o

equipamento gasta energia com sua iluminação. E

de quebra, evita-se que o usuário chame dois ele-

vadores neste período.

Falando em elevador, é difícil para o leigo sa-

ber se seu condomínio está com contrato superior

às necessidades de manutenção do equipamento.

Mas não é por isso que você não pode ficar de

olho. Os elevadores de prédios novos não precisam

necessariamente de contratos de manutenção, já

que não haverá muitas substituições de peças. Já

em elevadores mais antigos, a modernização do

equipamento, apesar de exigir investimento eleva-

do, pode gerar economia considerável.

Falando em condomínios mais antigos, eles

têm a tendência a gastar mais em reparos de equi-

pamentos e reformas emergenciais em sua estrutu-

ra. Assim, sempre há taxas extras para custear es-

tas obras ou reparos, ou ainda, estes custos estão

sempre embutidos na taxa mensal. A manutenção

preventiva pode ser fonte de economia, apesar de

ser um gasto constante.

O condomínio também pode perder dinhei-

ro com prestadores quando não firma contratos

adequados, gastando mais do que o previsto, até

pagando pelo mesmo serviço duas vezes. Muitas

vezes o condomínio tem contratos de manutenção

e mão de obra que não resguardam seus direitos.

Além dos gastos mais aparentes, como água,

energia elétrica e manutenção, pequenos gastos

podem gerar uma folha de pagamento desneces-

sária, por isso que se deve ter um registro das des-

pesas mensais para identificar aumentos injustifica-

dos, e até o desperdício.

E muitas vezes esse desperdício é culpa do pró-

prio morador. A falta de interesse do condômino,

em alguns casos, pode fazer com que o síndico

ou a administração relaxem nos cuidados com o

condomínio. Por que pensar em alternativas que

economizem dinheiro se o condômino não está

preocupado em participar das decisões de como e

onde o dinheiro será usado? Por isso é importante

a participação.

Se todo mundo gosta de saber aonde vai cada

centavo do dinheiro que ganha com o suor do tra-

balho, qual o sentido de não participar da reunião

do planejamento orçamentário do condomínio. O

seu dinheiro também está envolvido ali. É como

pagar um decorador ou um pedreiro para mexer

na sua residência e não poder palpitar; só lamentar

depois que o serviço estiver pronto.

Além dos itens essenciais, há alguns que não são obrigatórios, mas que o síndico pre-cisa estar de olho para que outros proble-mas não apareçam. Na lista entram:

• Dedetização e desratização;• Limpeza da caixa d’água – a cada seis meses;• Revisão periódica de portas corta-fogo, es-cadas, corrimãos, cabine de elevadores;• Ferramentas de trabalho dos funcionários;• Atestado de regularidade das instalações elétricas;• Bombas d’água, portões, porteiro eletrô-nico, portão automático, circuito interno de TV, interfones, telefones, antenas coletiva e parabólica, geradores, TV a cabo, aqueci-mento central, jardins, sistema de alarmes, cercas e CFTV – revisões periódicas e confor-me contratos;• Telhados, calhas e ralo – vistoria antes do período das chuvas (janeiro a março);• Condição dos pisos, de janelas e portas, piscinas e arredores, playground, salão de jogos, salão de festas; depósitos, hall de en-trada, vidraças;• Banheiros da área comum ou de funcioná-rios;• Casa de máquinas;• Iluminação geral e de emergência.

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Distribuição gratuitaAno 02 . Nº 12Jan/Fev de 2013

De olho na compra

Por Vivian Lourenço

comprar é sempre bom, por mais capitalista

que essa frase possa ser. compramos para curar

a tristeza, quando estamos alegres; para presen-

tear uma pessoa querida e, principalmente, para

realizar um grande sonho.

E quem não tem uma grande vontade,

daquela que exige tempo, planejamento e dedi-

cação? Todo mundo tem e para a maioria das

pessoas, ter a sua própria casa, novinha em fo-

lha, é o maior dos desejos.

Imagine entrar em uma casa ou aparta-

mento que nunca foi usado por ninguém;

de poder escolher todos os detalhes, a cor

das paredes, disposição dos móveis. De ver

um monte de bloco virar, dia após dia, um

pedacinho do local que, muito em breve,

você vai chamar de lar.

Por isso muitos decidem por comprar um

imóvel direto na planta. Isso significa que você

vai pagar antes mesmo de usar a residência, o

que vale a pena, se o planejamento permite você

usufruir de um imóvel novinho em folha.

menor a ser financiado. Não dá para financiar

o imóvel antes da entrega, pois o banco exige o

habite-se”.

No período que antecede a entrega das

chaves, o cliente paga as prestações referentes

aos juros do período sobre os valores liberados

até a data do pagamento das parcelas. “Após

a entrega das chaves, as prestações incluirão

a amortização do valor financiado e juros do

período”, finaliza Margareth.

Mas não se preocupe, que o valor que ainda

não foi pago pelo imóvel não rende juros, já que

está amortizando o valor da compra. “O código

do consumidor define os direitos do comprador

e procura evitar abusos por parte do vendedor.

Porém, sempre os juros cobrados pelo vendedor

são maiores que o cobrado pelos bancos que

financiam imóveis”. Assim, é melhor pagar o

mais rápido possível e financiar o imóvel em um

banco logo que conseguir, para evitar reajustes

maiores pelo vendedor, que normalmente au-

menta os preços pelo INcc, índice específico da

construção e que sobe mais que os índices infla-

cionários.

Além dessas dicas, Mazzei completa dizendo

que o comprador, na hora de financiar, deve veri-

ficar o sistema de amortização que o banco está

propondo, pois há diferenças de custos finais en-

tre as diversas modalidades.

Ou seja, nada melhor do que discutir com

o banco e a construtora as melhores condições

para realizar o sonho da residência nova. Há al-

ternativas que não devem pesar no bolso, basta

pesquisar e saber dos seus direitos.

Mas como funciona o pagamento desse

tipo de compra? Primeiro a pessoa paga 20%

do valor total e depois, na entrega das chaves,

começa a pagar os 80% restantes. O

consultor econômico Marino Mazzei Jr.

explica porque a divisão é feita. “O fato

de se pagar um percentual na construção

tem dois objetivos: Do lado do vendedor,

para ter um reforço de caixa e dar um

maior comprometimento ao comprador,

que investe antecipadamente. Do lado

do comprador, que espera o imóvel ser entregue,

para completar o pagamento do imóvel”, explica

Mazzei.

Segundo a assessora de imprensa do Banco

do Brasil, Margareth Valente Tavares, o valor fi-

nanciado é liberado para a construtora é propor-

cional à liberação da obra, e cobra os juros so-

bre o capital liberado do cliente, que neste caso

é o tomador do financiamento imobiliário. “Por

exemplo: comprovado que 30% da obra está

concluída, o Banco libera o valor proporcional

ao crédito da construtora, sendo que cobrará

os juros sobre os 30% do valor financiado”, diz

Margareth.

Normalmente as operações de compra e

venda de imóveis na planta são feitas dessa ma-

neira. O que pode variar é o percentual do valor

a ser pago antes da entrega do imóvel. Mas não

é possível mudar o modo como se paga o valor

do imóvel? Mazzei explica que sim. “A forma

de antecipar um valor maior que o percentu-

al contratado é pagar diretamente mais ao

vendedor/construtora, pois sobraria um valor

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Artigo

Um incêndio se apaga no projeto!Esta frase, citada no Manual de Condições

de Segurança Contra Incêndios do arquiteto

Manoel Altivo da Luz Neto, resume a impor-

tância do planejamento na área de segurança

contra incêndios, esta que é medida pelos si-

nistros evitados e não pelos incêndios extin-

tos.

Neste processo preventivo, os projetistas

têm participação fundamental. Apesar disto,

a criação arquitetônica e muitos dos projetos

derivados ainda não são elaborados à margem

do conhecimento da ciência da prevenção

contra o fogo.

O profissional projetista (arquiteto/enge-

nheiro) é o autor principal do plano da edifi-

cação e, portanto, deve atuar como um coor-

denador geral dos projetos complementares

ao projeto de arquitetura (estrutural e fun-

dações, hidráulico, elétrico, ar-condicionado,

elevadores, etc.).

Paralelamente, o profissional precisa traçar

parcerias com empresas especializadas, princi-

palmente nos projetos mais complexos e espe-

cíficos, no que abrange o ramo da segurança

contra incêndios. É importante ressaltar que

as instalações de proteção contra incêndio

têm grande interface com os demais tipos de

instalações e sistemas do edifício e o profissio-

nal, com ajuda do especialista, precisa analisar

essa interface para eliminar os conflitos e ga-

rantir a funcionalidade de todos os sistemas.

Assim como temos poucos profissionais

qualificados nessa área, podemos dizer que o

número de especialistas também é reduzido,

apesar de notarmos um leve crescimento des-

tes nos últimos anos.

Objetivo dos planejamentos em Segu-rança Contra Incêndios

A proteção da vida humana é essencial.

O negligenciamento neste aspecto do plane-

jamento não pode ser admitido em qualquer

hipótese.

Um planejamento bem elaborado, ba-

seando-se em todas as normas e experiências

profissionais publicadas disponíveis, torna-se

elemento indispensável para a possibilidade

de certeza de que muitas vidas poderão ser

preservadas em uma situação de emergência.

A proteção do patrimônio, por sua vez, é

relativa e normalmente determinada segundo

uma conjunção de interesses de ordem econô-

mica. Adicionalmente, outros fatores podem

ainda contribuir para definições de interes-

se como a preservação histórica ou cultural e

manutenção de serviços essenciais.

Porém, a vida é o principal objetivo desta

disciplina.

Fabiano Carreiras,

Consultor em segurança contra incêndios

da BLEVE Engenharia de Incêndio.

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BEM-ESTAR

Cuidado ao podar a árvore

Por Vivian LourençoAsfalto, calçada, carros, prédios e casas. Difícil

achar na selva de pedra alguma outra referência que não seja feita de concreto. E quando se acha um alí-vio natural é aquela briga: uns ficam contentes e fa-zem de tudo pra preservar, já outros só reclamam da sujeira e do trabalho que as árvores dão.

Mas apesar das opiniões divididas, é inegável a sensação de bem-estar que uma rua arborizada pode trazer, como por exemplo, a diminuição em aproximadamente 15ºC da temperatura ambiente e até menos barulho, já que as copas das árvores podem funcionar como isolante acústico em deter-minadas situações. Tudo isso sem contar o fato de que elas servem de abrigo para pássaros, melhorar a qualidade do ar e embelezar.

Realmente, se mal cuidadas, as árvores podem mais atrapalhar do que ajudar, por isso é importante um projeto de arborização para que as ruas e con-domínios consigam aproveitar ao máximo o bene-fício. Há, por exemplo, espécies que não crescem muito ou que não soltam muitas folhas; tudo é uma questão de pesquisar,

Depois da pesquisa e projeto prontos, é hora de plantar e ver as árvores crescerem. Porém, além de recolher as folhas do chão, chega uma hora que é preciso cortar os galhos, até mesmo para a planta se manter saudável e evitar acidentes na rede elétri-ca. Quem não gostaria de chegar do trabalho e ter a oportunidade de poder desfrutar de uma sombra ou até mesmo um bosque no condomínio?

Mas o que fazer quando a árvore precisa ser po-dada? Com as leis ambientais, muitos ficam com re-ceio de cortar um galho e infringirem a lei. A dúvida acontece justamente por causa da legislação, já que para tratar do assunto há uma lei municipal, uma estadual e uma federal; é tanta lei, que fica difícil sa-ber qual você tem que seguir, nesse caso, é melhor conhecer todas.

A lei municipal (Jundiaí) nº 3.233, de setembro de 1988, diz no seu artigo 5º que nenhuma árvore ou forma de vegetação poderá ser eliminada, po-dada, desplantada ou plantada sem que sejam pa-gas, pelo interessado, as despesas relativas ao corte, plantio ou replantio.

Na Lei de Crimes Ambientais (9.605/98) há o ar-tigo 49 que explica que destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em pro-priedade privada alheia pode gerar detenção de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas.

De acordo com responsável pela Divisão de Par-ques e Jardins da Prefeitura de Jundiaí, Renato Steck, o síndico ou o morador não precisam pedir autoriza-

ção para a prefeitura para fazer a poda das árvores que estão dentro do condomínio. “Só precisa quan-do é na área externa, ou seja, em área pública. Em loteamentos fechados é muito comum nos chama-rem para executar esse serviço, já que são ruas, onde há iluminação pública, etc. então é nossa competên-cia”, explica Renato.

Ou seja, o síndico pode contratar ele mesmo uma empresa de paisagismo para fazer o trabalho ou permitir que o outro funcionário do condomínio esteja atento ao cuidado das árvores. “Desde que não danifique, pode podar, mas é sempre bom bus-car auxílio com pessoas especializadas para fazer o serviço, para não ter problemas depois”, ressalta o responsável.

Porém a mesma orientação não vale em outro caso, o da retirada ou corte total da árvore. “Precisa consultar a prefeitura, para que os técnicos façam uma avaliação (para saber se é uma árvore nativa, se precisa ser reposta, etc.) e atuem da melhor forma para a retirada”.

O ato de podar as árvores serve para que elas cresçam saudáveis, não fiquem presas na rede elé-trica, não interfiram na circulação nem destruam telhados, o que pode ser muito comum, segundo Renato. Todo esse processo exige técnicas apropria-das. E não é em qualquer dia ou mês que você pode cortá-la, já que isso pode atrapalhar o crescimento da planta.

Para quem vai fazer a poda por conta própria (o que não é recomendado), precisa primeiro identifi-car qual é a espécie da árvore, para não atrapalhar o ciclo de crescimento. O segundo passo é definir o tipo de poda, que é de formação (quando a árvore é jovem); poda sanitária (manutenção) ou poda incen-tivadora da floração.

Para o primeiro caso, retire os galhos que não partem diretamente do tronco; no segundo caso, retire os galhos secos e limpe todo o material vege-tal (como o musgo e outros fungos, mas sem ferir a casca) e no último caso, retire os brotos que julgar menos fortes.

A maior parte das árvores pode ser podada no final do inverno e nunca se deve retirar mais do que 30% do volume total da planta. Para a tarefa é reco-

mendado usar equipamentos de segurança e esco-lher materiais adequados, como tesouras, serrotes e motosserra; tudo bem afiado e limpo para não con-taminar a árvore.

Se a poda for mal realizada, além da árvore ficar torta ou não crescer como deveria,há o risco de até mesmo tombar, causando mais estragos que benefí-cios. Agora se a árvore não está dentro do condomí-nio, como proceder? “Nas calçadas é responsabilida-de da prefeitura, se o morador mexer, tem abertura de processo civil e ele responderá por crime ambien-tal. Há multa também, mas ela é de um valor simbó-lico apenas”, detalha Renato.

Agora se o intuito é arborizar a frente do con-domínio, é necessário pedir autorização na prefeitu-ra, pelo telefone 156 ou pelo site. “Podemos indicar a espécie mais indicada. Há aquelas que não cres-cem tanto e não atingem os fios de alta-tensão. Para os loteamentos fechados, é necessária a aprovação do projeto de arborização, senão não pode cons-truir”, relata o responsável do setor.

Em Jundiaí, a Divisão de Parques e Jardins não recebe muitas reclamações sobre corte ilegal. “A ci-dade tem mais de 110 mil árvores nas ruas e o nú-mero de danificadas é pequeno. Agora o número de pedidos de remoções é bem grande, chegando a quase mil pedidos de vistoria por ano”.

Tantos cuidados não devem desanimar quem pretende arborizar o condomínio ou até requisitar para a prefeitura mais árvores na calçada. O que Re-nato pretende é a conscientização. “Planejar primei-ro é sempre melhor. Uma arborização bem executa-da, trás muitos benefícios”, finaliza.

Para quem se animou as espécies mais adequa-das são camélia, acácia, gardênia, hibisco, manacá e ipê-rosa anão. Nas calçadas sem poste de rede elétri-ca, podem-se usar espécies de médio porte, com até sete metros de altura, como aroeira-mansa, gabiro-ba-branca, jacarandá, oiti, pau-brasil e quaresmeira.

Podar uma árvore pode ser comparado a um médico cuidados dos seus pacientes, requer estudo, dedicação e não é qualquer um que pode fazer. Por isso, a orientação é sempre buscar auxilio de pessoas qualificadas para não ter prejuízos, ao invés de be-nefícios.

1 Com um serrote de poda, faça um primeiro corte (A), de baixo para cima, a uns 10cm da base, junto ao tronco. Isso evita que oa galho lasque. Só então, faça o segundo corte (B), a uns 3cm do primeiro, de cima para baixo, até o fim.

2 Agora, restará apenas um toco do galho original. Corte-o bem junto do tronco. Primeira, corte de baixo para cima até a metade. Conclua a remoção do toco com um corte de cima para baixo. Usando um canivete bem afiado, corrija irregularidades.

3 Após a poda, aplique pasta cicatrizante no local do corte. Esse produto pode ser encontrado em lojas de jardinagem ou de material agrícola e evita que sua árvore sofra ataque de fungos.

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Naquela manhã tudo parecia transcorrer

na maior normalidade no Edifício Condomínio Nova

York. A entrega do serviço da noite para o dia foi passada sem

ocorrências. As empregadas já estavam chegando, as peruas pegando as crianças para o

colégio, os moradores saindo para o trabalho, até que um condômino avisa a portaria:

- Chamem o síndico! Tem um pacote suspeito na porta da garagem. Parece ser uma bomba!

O síndico não pensou duas vezes, ligou para a Polícia Militar e essa, para o GATE.

O quarteirão foi isolado. Ninguém mais saía ou entrava no prédio. Um verdadeiro caos foi instaurado no condomínio e suas proximidades.

Enquanto a viatura do GATE não chegava, toda a imprensa escrita, falada e digital já estava na portaria. Todos queriam informações do síndico.

Quem poderia armar uma bomba contra o prédio? Foi pedida uma lista de todos os moradores, proprietários

e inquilinos, para checar se ali podia estar morando algum terrorista Xiita, é o que diziam.

Nesse meio de tempo, o morador do 308, engenheiro florestal e sua esposa bióloga tentavam, sem sorte, falar na portaria do edifício.

Enquanto isso, os homens do GATE chegaram. Colocaram suas roupas especiais e utilizaram até um robô para se aproxi-

marem do artefato. O caso parecia grave. A explosão deveria ser ali mesmo. Não era seguro removê-la. Foram feitas barricadas com sacos de areia e adicionados mais “explosivos”. Para evitar qualquer incidente, o prédio foi evacuado.

Então... o pacote foi pelos ares!Como não conseguia contato com o síndico, nem com a

portaria do condomínio, o engenheiro, morador do 308, saiu do trabalho e foi até o prédio a fim de resgatar o embrulho que tinha esquecido na garagem logo pela manhã, quando saiu atrasado e o pneu do seu carro estava furado.

Devido ao apego aos valores ambientais, o jovem casal optava por utilizar fraudas de tecido de algodão nas filhinhas gêmeas de 3 meses de idade. Porém devido ao trabalho dobrado com as gêmeas, quem lavava diariamente as fraudas era a sua mãe e a rotina era sempre a mesma. Toda manhã a esposa preparava um pacote bem fechado e ele levava para a casa da mãe no caminho do trabalho.

Porém, nesta manhã, o pacote foi esquecido na saída da garagem.

O artefato já havia sido explodido, quando o engenheiro chegou ao prédio e o conteúdo das fraudas foi espalhado por cerca de 50 metros. Até os postes ficaram marcados.

Tudo esclarecido e a paz voltou a reinar no condomínio. Só as faxineiras tiveram um pouco mais de trabalho.

Naquela manhã, não foram as torres, mas sim as fraudas das gêmeas que foram para os ares.

Por Dr. José Miguel Simão Advogado e cronista

cRÔNIcA

As Gêmeas

Ilustração: Rafael Godoy

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