portal dos condomínios-ed.janeiro-fev 2013
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Revista dirigida a moradores de condomínios, com entrega via mala direta em mais de 130 condomínios residenciais e tiragem de 10.500 exemplares.TRANSCRIPT
2013PLANEJAMENTO
o que será feito
não adiantaCHORAR PELO
LEITE DERRAMADOa previsão de gastos e
PARTICIPE DA ASSEMBLEIA E DECIDA
ESTE ANO!
Distribuição gratuitaAno 09 . Nº 100Jan/Fev de 2013
O seu condomínio em revistaPORTAL DOS CONDOMÍNIOS
2 Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
3Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
EDIÇÃO 100
Chegar aos 100 é motivo para se orgulhar. E che-
gamos. Foram 100 edições, que se iniciaram com um
jornalzinho há quase 10 anos. Neste período, profis-
sionalizamos, aperfeiçamos, conquistamos credibili-
dade, contribuímos para desenvolvimento do mercado
condominial e, cá estamos, assoprando essa infinita
união de velinhas!
Para atingir esse número simbólico, chamamos a
sua atenção, seja síndico, morador, porteiro, zelador,
anunciante, enfim, todos aqueles que, de alguma for-
ma, participaram da história da marca Portal dos Con-
domínios.
Em toda a trajetória, pensamos sempre a frente,
até que atingimos um padrão de distribuição dirigida
com etiquetas e dados do destinatário e uma linha
editorial imparcial e diferenciada, provando (para nós
mesmos) que é possível criar uma mídia sem vínculo
com o comercial.
Mas as mudanças são constantes, pois o mundo
(parece) está mais rápido. As necessidades são outras
e, por este motivo, estamos montando um novo Por-
tal. Uma nova linguagem. Uma nova formatação. Mas
com a grande responsabilidade de continuar levando
informação de qualidade para dentro da sua casa.
Em 2013, quando completarmos 10 anos, agora
no primeiro semestre, você receberá uma nova revista.
Redação: Rua das Pitangueiras, 652 - Jd. Pitangueiras
CEP.13206-716 - Jundiaí / - Tel: 4522-2142
A revista é um produto da io! comunica
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Jornalista Responsável: Rodrigo Góes. MTB: 41.654
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Arte Final: Paloma Cremonesi, Jonas Junqueira e
Camila Godoy
Web: Michel Silva
Reportagens: Vivian Lourenço MTB: 57471
Ilustração e Redes Sociais: Rafael Godoy
Planejamento: Júlia Hirano
Estagiário: Paulo Toledo
Tiragem: 10.500 exemplares.
Entrega: Mala direta e direto em caixa de correio,
mediante protocolo para moradores de condomínios
constantes em cadastro do Portal dos Condomínios.
Caso ainda não receba e queira o exemplar em seu
condomínio, ligue para 11. 4522-2142.
Os artigos assinados são de inteira responsabilidade
do autor e não representam o pensamento a revista.
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NA WEB
ASSOcIADO
Não se assuste. Apenas aguarde, que a espera
será válida. Ao mesmo tempo, tempos a opor-
tunidade de aguardar a sua sugestão. O que você
gostaria de ver na revista Portal dos Condomínios?
O que não gosta? Tem problemas na distribuição
da revista? Quer participar mais ativamente? Envie
a sua opinião para contato@condominioemrevista.
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Feliz Ano que se inicia com grandes novidades
para todos nós!’
*
O departamento comercial do Portal dos Con-
domínios está à sua disposição para criar os melhores
planos de investimento na revista que atende mais de
130 condomínios residenciais, sejam verticais ou hori-
zontais, atinge cerca de 30 mil leitores e é distribuída via
mala direta, protegida por um plástico e etiqueta.
A revista tem periodicidade bimestral e circula
através de 10.500 exemplares desde maio de 2003.
Atualmente, é associada da Proempi - Associação das
Empresas e Profissionais do Setor Imobiliário de Jundiaí e
Região, e segue uma linha editorial independente.
Quando pensar em investimento de mídia em 2013,
lembre-se da revista Portal dos Condomínios, o seu con-
domínio em revista.
EDITORIAL ÍNDIcE
* Iluminação da sua casa
* Responsabilidade do síndico
* Portal Debate: as dúvidas
do seu condomínio
* Capa: Planejamento 2013
* Compra de imóveis
* Projeto contra incêndio
* UD: dicas para churrasco
* Crônica: As gêmeas
PARA ANUNCIAR11 4522.2142 | 4521.3670atendimento@ condominioemrevista.com.br
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4 Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
A LUZque faz bem
Decoração & Design
Div
ulga
ção
Por Vivian Lourenço
Quem não quer uma residência aconche-
gante? Aquela que você pensa duas vezes se
precisa realmente sair ou não do seu refúgio.
Difícil é achar quem não queira algo assim. E
deixar a casa dessa maneira não dá tanto tra-
balho, basta pensar em um item essencial que
vai mexer no seu humor e no bolso: a ilumi-
nação.
Ela é responsável por aquecer e gerar bem
estar, além de elevar a autoestima e reduzir o
estresse. Não é pouca coisa que o sol pode fa-
zer por você. Se a residência está escura e em
cada cômodo é preciso deixar uma luz acesa
para conseguir enxergar bem, está na hora de
mudanças.
Quanto mais luz acesa, maior o gasto com
energia elétrica. Além disso, a luz natural pro-
porciona benefícios como o fato de ser bac-
tericida (ajudando na saúde) e de promover a
circulação e renovação do ar. E não é somente
o quarto e a sala que podem ser redecorados.
“Podemos mudar praticamente todos os am-
bientes, para torná-los mais aconchegantes,
românticos, suaves ou simplesmente funcio-
nais”, explica a arquiteta Pâmela Cabbia de
Oliveira.
A arquiteta e docente do Senac Jundiaí,
Ivelise Oliveira, explica que há duas maneiras
de mudar o ambiente: com ajuda de profissio-
nais ou a abordagem prática. “O ideal é que
o projeto seja elaborado de maneira a apro-
veitar a luz/ventilação natural; isso justifica o
investimento na contratação de um arquiteto,
já que é este o profissional capaz de tirar pro-
veito das condições existentes e o proprietário
poderá fazer economia”, explica Ivelise. Mas
calma que arquiteto também não faz milagre,
ou seja, não dá pra mudar a casa ou o apar-
tamento de posição para aproveitar melhor a
luminosidade.
Há casos que é possível, com uma refor-
ma, aumentar janelas ou até mesmo substituí-
-las por peças com aberturas maiores. “Exis-
tem também profissionais que podem fazer
um projeto que valorize cada cômodo, alter-
nando as luzes para criar ambientações mais
fortes, mais fracas, destacando algum objeto
ou lugar”, ressalta Ivelise.
O morador também tem a possibilidade
de somente trocar as lâmpadas por tipos mais
eficientes, ou fazer uso de luminárias que pro-
duzam focos direto (dirigida diretamente para
o alvo, com o uso de spot, luminária de mesa,
abajur, etc.), indireto (que não tem um foco
dirigido; é uma luz de ambientação), difuso
ou de várias tonalidades. “As mudanças que
uma iluminação artificial adequada fará em
seu ambiente será deixá-los mais claros, dar
5Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
destaque há algum objeto ou móvel, realçar
cores ou até mesmo criar cenários em seu am-
biente; lembrando-se que para cada tipo de
destaque, ou uso, há uma lâmpada correta“,
explica Pâmela.
Uma dica legal para quem gosta de ler
em diversos lugares da casa é comprar lumi-
nárias que possam ser transportadas de lá pra
cá, sem transtornos. Outra ideia é que, se a
parede da sua casa não for muito alta, você
pode optar por uma luminária estilo coluna,
que ilumina de baixo para cima e dá impres-
são que o pé direito é mais alto.
No banheiro o correto é usar arandelas ao
lado do espelho; já na sala pode-se usar luz
baixa para não refletir a luminosidade na tela
da TV. Porém, se for uma sala de jantar, opte
por uma luz pendente sobre a mesa, com dis-
tância mínima de 70 cm, para que não acon-
teçam sombras.
Na cozinha é bom que seja tudo bem ilu-
minado, pois é um local de trabalho, assim
pode usar arandelas no teto e spot nos armá-
rios. E no corredor a ideia é usar trilhos, que
podem ser fixos e de diversos tamanhos, além
de uma luz central. Se existir algum quadro,
direcione a luz para ele para dar um bom des-
taque.
Agora quem não quer gastar com o pro-
jeto de iluminação, pode começar a redecorar
a casa, ou seja, mexer nas cores das paredes,
dos móveis e trocar as cortinas. Mas cuidado
para não trocar seis por meia dúzia. A substi-
tuição de móveis nem sempre é a solução; isto
só vale se eles forem trocados por peças com
cores mais leves, cortinas com tecidos mais
claros e adequados a sua finalidade. As cor-
tinas exercem um papel muito importante no
ambiente, ela não serve só como parte da de-
coração, mas como proteção dos raios solares.
“Uma cortina mais fluída, de voil, pode
deixar a luz natural entrar, difundindo-a pelo
ambiente. Uma cortina mais pesada, de linho
ou chantung escuros, pode bloquear a inter-
ferência da luz externa e valorizar, por meio
da iluminação artificial, os pontos focais (um
quadro, uma peça de família, uma planta,
etc.)”, ressalta Ivelise.
Assim os de tipos lisos e claros são para
quem quer transparência ou luminosidade e
geralmente podem ser usadas em salas. Já os
tipos escuros ou com listras e estampas, dei-
xa para ambientes mais íntimos como os dor-
mitórios. A tela solar por sua vez, usada mais
na cozinha e na área de serviço, reduz a inci-
dência de luz solar e resiste à gordura, sendo
mais fácil sua manutenção, podendo ser lava-
da com mais frequência.
Quanto aos móveis, Ivelise explica que os
tecidos brilhantes refletem a luz e destaca a
peça; já os tecidos mais foscos, como o velu-
do ou chenille, absorvem a iluminação, mas
são detalhes bem técnicos. “O uso de croma-
dos também reflete a luminosidade amplian-
do-a. Cores das paredes também influenciam
da mesma maneira (foscas e brilhantes), lem-
brando que as cores claras ampliam e as escu-
ras reduzem a sensação de espaço”, ressalta a
docente e arquiteta.
As cores das paredes também influenciam
e muito no seu ambiente, por isso na hora de
mudar lembre-se de escolher uma tinta com
qualidade. As tintas possuem em suas formu-
lações “agentes” que refletem a luz, variando
de fornecedor para fornecedor.
“A correta utilização das cores é um im-
portante aliado para o equilíbrio dos ambien-
tes e daqueles que os habitam, podendo gerar
bem estar, o que eleva a autoestima e reduz
o estresse, além de facilitar a comunicação e
aumentar a produtividade, eliminando ansie-
dade, angústia e depressão”, avalia Pâmela.
Ou seja, se você anda estressado, não
está querendo ficar em casa e está até mesmo
meio triste, deixe um pouco de luz entrar na
residência. Ela pode fazer toda a diferença no
seu dia. Não é complicado, só requer vontade.
6 Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
VIVER EM cONDOMÍNIO
SÍNDICO PODE SER RESPONSABILIZADO POR ERROS DA ADMINISTRADORA
O Código Civil possibilita em seu artigo 1348 que o síndico transfira a outros, total ou parcialmente, os poderes de representa-ção ou as funções administrativas, mediante aprovação em assembleia, salvo disposição em contrário da convenção. Nasce assim a possibilidade jurídica da contratação da chamada “administradora de condomínio” e esta “como recebe poderes de gerência e representação, fica adstrita à prestação de contas ao síndico e à assembleia, que apro-vou a delegação.“i
Ensina ainda o nobre ministro que “os atos ilícitos praticados pela administradora não são, a princípio, de responsabilidade do síndico, pois a delegação e a escolha deri-vam de deliberação da própria assembleia. Claro, porém, que se o síndico se omite dos deveres de acompanhamento e de fiscaliza-ção das tarefas delegadas à administradora, pode responder solidariamente pelos danos causados ao condomínio, por culpa in vigi-lando.” ii
Estaria então tudo certo, a lei e a conven-ção permitem contratar a administradora de condomínio, a doutrina diz que o síndico não responde, a princípio, pelos erros da adminis-tradora, pois foi a assembleia que a escolheu.
Vida mansa para o senhor síndico, correto? Errado! Temos aí a tal da “culpa in vigilando”, ou seja, o síndico tem a responsabilidade de vigiar, fiscalizar, acompanhar e conferir todo o trabalho da administradora, caso contrário poderá ser punido por sua negligência.
Podemos citar a realidade fática em re-cente julgado do Tribunal de Justiça do Es-tado de São Paulo que condenou uma síndica a indenizar um morador pelas multas que o condomínio teve que pagar em razão do re-colhimento atrasado das contribuições de FGTS e INSS por parte da administradora. iii
Em sua defesa, a síndica alegou que a administradora foi escolhida pela assembleia e não por ela e ainda mais, que a escolha foi realizada em gestão anterior à dela. Alegou ainda que a assembleia geral dos condômi-nos decidiu por isentar a administradora dos erros ocorridos em tais recolhimentos. O caro leitor deve estar pensando, mas a assembleia não é soberana? Se a assembleia decidiu, pronto!
É um engano pensar que a “soberania” da assembleia pode se sobrepujar às leis e poderia por tanto isentar o síndico de suas responsabilidades.
No caso em comento, o autor da ação
cobrou a devolução da parte que lhe coube nos valores desembolsados pelo condomínio e rateados entre todos os condôminos acerca dos recolhimentos vencidos de INSS e FGTS, o Tribunal entendeu que a síndica da época dos fatos tinha a obrigação de fiscalizar o tra-balho da administradora e que a “isenção” outorgada pela assembleia geral não deveria valer no caso específico. Tudo isso ainda con-siderando que o autor do processo era inte-grante do conselho consultivo à época.
Ainda que possamos discordar em termos da decisão do Tribunal, certo é que cada vez mais se ressalta a importância do síndico se capacitar e se reciclar cada vez mais, buscan-do sempre se assessorar por profissionais es-pecializados, competentes, experientes e que sejam de sua confiança.
* Carlos Eduardo Quadratti, advogado especializado em direito condominial e de vizinhança, jornalista articulista inscrito no MTB 0062156SP.
i Código Civil Comentado, Ministro Cezar Peluzo, 2ª Edição, Editora Manole, pág. 1343.ii Código Civil Comentado, Ministro Cezar Peluzo, 2ª Edição, Editora Manole, pág. 1344.
iii Apelação com revisão N° 9092096-422004.8.26.0000 – TJ/SP
Envie sua sugestão de tema jurídico [email protected]
SÍNDICO
7Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
8 Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
PORTAL DEBATE
A editoria Portal Debate é aberta aos leitores
que possuem dúvidas referente ao âmbito condo-
minial. Participe e envie o seu questionamento.
Com certeza, ele também poderá ajudar outros
moradores. As perguntas devem ser enviadas
para [email protected]
Raquel Marques - Cond. Sítio do Botão:
Um síndico precisa ficar disponível 24 horas?
Qual a carga horária?
Portal Debate: Não existe a obrigação de
cumprir carga horária, até porquê a função de
síndico não é vínculo empregatício. O mais acon-
selhável é que o síndico se reúna com os mo-
radores e defina um período em que ele pode
ser acionado, ficando bem claro quais serão as
questões emergenciais e como serão tratadas.
Cristiane Mortensen - Ed. Palas Atena:
PORTALDEBATEPORTALDEBATEEstá dentro da lei decidir trancar a porta do Hall
Social que dá acesso aos elevadores e cada mora-
dor ter uma chave?
Portal Debate: A questão deve ser pon-
derada considerando a segurança do prédio (as-
saltos, invasões) mas também há o normativo do
corpo de bombeiros que define a rota de fuga
em caso incêndios, e esta deve ficar desimpedida.
Odete Chiqueto - Palmeiras da Malota: O
Condomínio é obrigatório ter apólice de seguro?
Qual?
Portal Debate: Sim, é o imperativo da lei. O
Código Civil determina em seu artigo 1346 que “
é obrigatório o seguro de toda a edificação con-
tra o risco de incêndio ou destruição, total ou
parcial”, e ainda mais adiante o mesmo diploma
legal impõe expressamente essa obrigação ao
síndico no artigo 1348 quando afirma que “com-
pete ao síndico realizar o seguro da edificação.”
Dúvidas de moradores e síndicos expostas aqui, para você
Luana Cárnio - Res. Joana: Síndico que
não recebe pela função, mas é isento de taxa
condominial, é obrigado a contribuir para o
INSS?
Portal Debate: Sim. A questão já foi apre-
ciada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) à luz
da Lei Complementar Nº 84 - de 18 de janeiro de
1996 – (DOU DE 19/1/96) e assim decidiu aquela
corte: “Não há mais discussão acerca da legali-
dade da cobrança da contribuição social a partir
da vigência da citada norma, a qual determinou
expressamente como contribuinte o síndico eleito
para desempenhar serviços em condomínios, pas-
sando a ser devido no percentual de 20% da re-
muneração” afirmou o ministro Francisco Falcão.
Apenas para esclarecer, nos autos do processo
um sindicato do Rio Grande do Sul sustentava ex-
atamente a inexigibilidade da contribuição sobre
de isenção concedido ao síndico.
9Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
10 Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
capa
Por Vivian Lourenço
Ah que bom seria sair por aí fazendo tudo o
que tivesse vontade (ou como dizem, o que des-
se na telha), sem ao menos pensar no que poderia
dar certo ou errado. É o tal do carpe diem, a histó-
ria de aproveitar o momento. Porém, não dá para
sair fazendo isso. Quer dizer, na verdade, qualquer
um poderia agir dessa forma, mas o resultado, na
maioria das vezes, seria bem catastrófico. Ainda
mais envolvendo outras pessoas. Não dá pra ser
egoísta o tempo todo, principalmente vivendo em
comunidade.
Poucas pessoas têm a sorte de fazer isso e al-
cançar o objetivo da forma mais rápida e eficiente.
Imagine se desde o começo do mundo as pessoas
agissem assim, por impulso; sem pensar no futuro.
Sem planejamento, provavelmente Júlio César não
teria sido imperador de Roma; como entrar em
uma guerra sem planejar cada ação, cada passo
pensando no futuro. Aposto que nenhuma guerra
teria saído com vencedor sem o estudo estratégico
de todas as ações.
Pode parecer um pouco demais pensar que há
detalhes tão importantes em uma guerra, mas são
esses pequenos planos que fazem toda a diferença.
Em tudo, entra em ação a palavrinha planejamento.
Provavelmente você nasceu depois de um pla-
nejamento. Mais tarde planejou sua faculdade ou
carreira profissional; e agora vem o planejamento
do casamento e dos filhos. Tudo na sua vida envol-
ve planejar.
Imagine, por exemplo, ganhar sozinho na
Mega Sena. A vontade de sair por aí gastando é
grande, porém, todo mundo sabe que, se não pla-
nejar e organizar os gastos, o dinheiro não vai ser
o suficiente para satisfazer todas as vontades do
ganhador.
Por mais bagunçado que o país possa parecer,
o Governo Federal tem um planejamento defini-
do de gastos, arrecadação, previsão de juros, etc.
é claro que imprevistos podem acontecer, mas ter
uma visão estratégica de como serão os próximos
meses – ou anos - pode dar margem para que
grandes catástrofes não aconteçam. Foi graças a
isso que o Brasil não sentiu tão fortemente os efei-
tos da crise mundial de 2008, por exemplo.
Guerras, grandes quantias em dinheiro e orça-
mento federal podem parecer um pouco distantes
da realidade prática do dia a dia. Mas o conceito é
o mesmo com grandes empresas e em uma família.
Uma viagem de final de semana precisa de pesquisa
de preços para ver se cabe no orçamento, além de
escolher um destino que agrade todos e uma previ-
são de quanto gastará para não ficar no vermelho.
Se acontece assim em todos os setores da socie-
dade, não seria diferente em um condomínio. Essa
pequena cidade também precisa ser planejada; se-
não um dia o mundo desaba sobre os moradores.
Manter as dependências do condomínio em
Não é despesa, é investimento
11Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
ordem não é tarefa fácil. São elevadores, bombas,
interfones, portões automáticos, antenas coletivas,
geradores, iluminação de emergência, hidrantes,
extintores de incêndio, bombas de águas pluviais,
para-raios, filtros de piscina, equipamentos de sau-
na e piscina, jardins, equipamentos de segurança,
entre outros itens, que devem entrar na lista de
verificados constantemente. Cabe ao síndico cuidar
de tudo isso e, ainda, observar o desgaste aparente
do edifício. Aquele item que todo mundo vê, como
rejuntamento de pisos e pastilhas, vazamentos de
água, queima de lâmpadas, fixação de corrimão,
falhas na pintura e limpeza de caixa d’água.
Se o síndico é o prefeito e os moradores são a
população, e como vivemos em uma democracia,
todo mundo tem que participar, cada um com sua
responsabilidade. O síndico é o responsável por fa-
zer a previsão de gastos e do que deve ser realiza-
do no condomínio, porém, todos são responsáveis
pelo bem-estar do local onde moram e precisam
participar das decisões que envolvem o condomí-
nio, ou seja, a sua casa.
Do mesmo jeito que muitos foram às ruas
para exigir o direto de votar para eleger quem irá
comandar o país, no condomínio o voto também
existe; não é obrigatório igual nas eleições federais
ou municipais, porém praticamente funciona da
mesma maneira: quem não vota, tem que acatar a
decisão da maioria.
É como diz o ditado popular: não adianta cho-
rar pelo leite derramado. Os condomínios realizam,
ou no final ou no começo do ano, assembleias que
tem o intuito de mostrar aos condôminos toda a
previsão de gastos e o que será feito durante o ano
todo no condomínio.
Um condomínio é equivalente a uma empre-
sa e a falta de um planejamento é como um navio
que não sabe qual direção seguir. Já dizia o escri-
tor e filósofo romano Sêneca: “Não há bons ventos
para quem não sabe para onde vai”. E olha que ele
escreveu isso há cerca de dois mil anos.
A preparação de um plano de ação pelo sín-
dico é indispensável e isso não quer dizer que ele
precise pensar pequeno, já que nada impede que
a proposta seja por período superior a sua ges-
tão. Mas cuidado morador: tem muito síndico que
tenta se eleger com a proposta de diminuir a taxa
condominial, sem analisar os gastos e as neces-
sidades do local. Assim como as falsas promessas
dos políticos, há falsas promessas de candidatos a
síndico.
A falta de planejamento ocasiona, por exem-
plo, a descontinuidade de projetos, obras inacaba-
das e, em especial, a surpresa de cada período de
mandato estar sujeita à individualidade do síndico.
A esse conjunto de gastos é dado o nome de
previsão orçamentária. Ela é feita com base na
inflação do período, inadimplência dos condômi-
nos, contratos a serem negociados, gastos com
funcionários (como dissídios, 13º salário e férias).
Além de todas as contas, o síndico também deve
contabilizar uma folga, para que as contas não fi-
quem apertadas e ele tenha uma reserva em caso
de emergência.
Um planejamento bem elaborado impedirá
surpresas e, se aprovado pela maioria dos condô-
minos, terá validade e garantia de execução até
que uma nova assembleia geral a altere ou com-
plemente. Um bom plano pre-
vê inclusive revisões periódicas
das ações propostas, para que
dessa forma possam ser per-
manentemente reavaliadas
suas prioridades e atender a
eventuais necessidades inespe-
radas.
Com tanto dinheiro em
jogo, não tem como o mora-
dor não participar da assem-
bleia, já que a conta será paga
por ele. Imagine uma pequena
parte decidir gastar com a pin-
tura do local, sendo que não
há necessidade. Se você não se
manifestar na assembleia, não
tem como reverter a situação depois, quando der
de cara com os pintores e as latas de tinta espalha-
das pelo local.
Isso é apenas um exemplo, que serve para
qualquer outra melhoria que for realizada – ou dei-
xar de acontecer. Lembre-se que você mora ali e é
sua responsabilidade apontar falhas, assim como
elogiar as melhorias. Mas para isso precisa saber
quando e como requerer os seus direitos e cumprir
com seus deveres. E só entendendo como funcio-
na o planejamento de um condomínio, é que você
pode realmente participar das decisões.
O síndico do Condomínio Residencial Chácara
das Flores II, Wagner Carpi, explica como funciona
o planejamento do local. “Nossa Assembleia Ordi-
nária ocorre sempre entre novembro e dezembro
de cada ano. O que faço é apresentar nestas as-
sembleias uma previsão de quanto será reajustado
o valor da taxa ordinária do condomínio para o
ano seguinte, levando em consideração os aumen-
tos médios que ocorrerão durante o ano (reajuste
dos prestadores de serviço, do dissídio de funcio-
nários, da água, da energia elétrica, etc.)”.
Para que o síndico faça a previsão, é preciso le-
var em conta os gastos de cada item do orçamen-
to, para todo o ano. Somando todos os valores, é
hora de dividir por 12; tem-se então o cálculo da
despesa de cada mês.
Nada como ter conhecimento do que o con-
domínio precisa com antecedência para, no mo-
mento do reajuste da taxa, saber exatamente
quanto aumentar. Mas há sempre muito a consi-
derar, como a inflação do período, a idade da edifi-
cação. Como mostrar que o dinheiro pedido a mais
será bem empregado?
O síndico do Condomínio Residencial Canto da
Natureza, João Cardoso Sartarelo, explica que para
que não haja brigas e discussão desnecessária é
primordial que você faça análise dos assuntos a se-
rem tratados nas assembleias. “Não deixar entrar
na convocação a palavra outros assuntos, isto é o
que deixa uma assembleia totalmente sem rumo e
sem decisões concretas”, alerta
Cardoso.
No residencial que Cardoso
comanda está sendo formada
uma equipe que colhe todas as
informações dos condôminos.
“É para saber quais as obras e
informações com maiores prio-
ridades, estas são analisadas e
citadas na pauta da convoca-
ção”. É uma boa ideia para o
síndico que não sabe por onde
começar.
O momento de reajustar a
taxa é sempre tenso, já que seu
aumento impacta diretamente
no bolso dos condôminos. Para
que a ocasião não seja tumultuada, é importante
que síndico e conselho estejam bem a par da si-
tuação financeira do local e das alterações a serem
apresentadas.
E na hora de reajustar, a inflação é a colocada
como a maior vilã, mas isso nem sempre é verda-
de. Muitos usam essa desculpa para aumentar a
taxa sem haver necessidade. Por exemplo, o sim-
ples fato de adequar o quadro de funcionários, re-
duzindo as horas extras ou de acúmulos de função,
pode gerar uma economia. Um dos maiores gastos
do condomínio é a mão de obra, que pode chegar
a até 60% do custo total. Economizando de um
lado, pode-se gastar de outro.
Além disso, é bom sempre pesquisar ou-
tros valores para os contratos já existentes. A boa
lei da oferta e da procura também pode garantir
economia. Faça uma pesquisa de preços com ou-
tras empresas para saber se o cobrado está dentro
do mercado. Mas cuidado para o barato não sair
caro: o preço menor tem que atender a todas as
necessidades do condomínio, caso contrário não
adianta ter que contratar outra empresa mais tarde
para terminar o trabalho e pagar o dobro do que
pagaria.
“Nossa arrecadação mensal é feita por rateio
das despesas ocorridas no mês anterior e minha
função é manter o equilíbrio desses gastos com a
programação dos serviços (limpeza de reservatórios
d’água, de caixas de gordura, recarga de extinto-
res, etc.) de tal forma que não tenhamos grandes
oscilações do valor anteriormente previsto para a
taxa ordinária”, explica Wagner.
Sempre tenha como base as despesas dos
“Com tanto dinheiro em jogo, não tem como o morador não participar da assembleia, já que a conta será paga por ele. Se você não se manifestar na assembleia, não tem como reverter a situação depois”
12 Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
anos anteriores, para pelo menos saber uma mé-
dia de gastos. Coloque as despesas periódicas (re-
cargas de extintores, dedetização, limpeza de caixa
d’’água, cursos, etc.) de forma isolada, já que nem
sempre você precisará fazer essas tarefas todos os
anos.
É aconselhável também que o síndico trabalhe
com uma previsão de inadimplentes. A base para
esse cálculo deve ser o histórico dos condôminos
do local, mas na média é de 10% do total. Já as
despesas de 13º salário dos funcionários devem ser
distribuídas ao longo do ano. As obras e benfeito-
rias devem ser colocadas em uma lista e depois de-
cididas quais as prioridades.
E o que fazer com o dinheiro que sobrar, ou
seja, aquela reserva extra que todo condomínio
deve ter em caso de emergência? Ele deve ser
aplicado. Caso haja dúvidas, a administradora do
condomínio ou o gerente do banco podem orien-
tar sobre as melhores formas de aplicar o dinheiro,
rentabilidade que pode ser revertida em benefício
para o morador.
E mesmo com planejamento, acontecem al-
guns sustos. “O maior problema é quando ocor-
rem despesas ‘imprevistas e urgentes’ que acabam
alterando o valor do rateio, mas mesmo assim,
estamos conseguindo manter o valor mensal sem
grandes distorções“, detalha Wagner.
Para ter ideia de quanto cada despesa pesa no
orçamento do condomínio, há uma porcentagem
estimada para cada uma. A folha de pagamento é
o encargo que mais consome a verba, com apro-
ximadamente 65%, seguido por manutenção 8%;
energia elétrica 4%; água 12%; despesas diversas
12% e administração 5%.
Depois do detalhamento dos gastos é possível
ter ideia de quanto é importante manter as contas
em dia e principalmente não atrasar a taxa condo-
minial. Imagine se todo mundo – ou a maioria –
resolvesse ser inadimplente. As despesas com lim-
peza, manutenção, pagamento de funcionários,
além de água e luz não poderiam ser pagas. Morar
em um local onde não há essas manutenções não
deve ser nada agradável; é aí que seu dinheiro é
empregado.
Já pensou chegar depois de um longo dia de
trabalho e encontrar o elevador fora de serviço?
Ou faltar água e energia elétrica? Sentir vergonha
de convidar os amigos para visitar seu condomínio
porque a fachada está caindo? É para isso que ser-
ve a taxa condominial. O planejamento feito no co-
meço – ou fim – do ano detalha onde e quando o
dinheiro será usado. E todo mundo gosta de saber
onde e como o próprio dinheiro será aplicado.
É muito fácil depois apontar as falhas e cobrar
quando a previsão do orçamento está feita. Quem
não participa da assembleia e não opina na hora,
dificilmente terá como reverter o que já foi decidi-
do. Por isso, antes “perder” umas horas com a reu-
nião do que passar o ano todo reclamando que o
seu dinheiro está sendo mal empregado.
Para não pegar nenhum morador despreve-
nido, o síndico pode marcar com antecedência as
reuniões, que não precisam ser somente as assem-
bleias. Isso pode facilitar as futuras deliberações
nas reuniões formais, uma vez que os assuntos já
são de conhecimento prévio.
Mas antes de partir para a reunião propria-
mente dita, é indispensável organizar todos os ar-
quivos de documentos do condomínio: contratos
em vigor, balancetes, documentos trabalhistas, to-
das as plantas da edificação e todos os documen-
tos que atendam a legislação em vigor. Com essa
organização é que se obterá a maioria das infor-
mações necessárias a elaboração do plano.
Depois de tudo organizado, é preciso determi-
nar os prazos para cada etapa do planejamento,
para deixar o morador ciente de quando e como
cada ação se iniciará. Um plano bem elaborado
não só destaca o trabalho do síndico com trans-
parência e participação, mas principalmente bene-
ficiará todos os que possuem seu patrimônio no
empreendimento.
Se não houver um plano de manutenção cons-
tante, os problemas irão se acumular, acarretando
a desvalorização do patrimônio, além de colocar
em risco a vida dos moradores. Ou seja, sem pre-
venção, a estrutura começará a se deteriorar, o lo-
cal perderá valor comercial.
Depois de tanta teoria, é necessário aplicar na
prática e, é aí que a figura do síndico aparece, para
deixar tudo mais fácil. “No Jatobás, que é residen-
cial, eu e a administradora fazemos planejamento
de gastos (previsão orçamentária) do ano todo,
apresentamos a assembleia onde é aprovado”,
explica Fabíola Martho, presidente da Associação
Bosques dos Jatobás.
E apesar de o nome ser orçamento e envol-
ver dinheiro, não significa que é despesa, é, na
verdade, investimento. Para assegurar a saúde
do condomínio é necessário que o síndico solici-
te uma inspeção, a qual deve ficar a cargo de um
profissional habilitado na checagem de cima a
baixo do prédio, verificando, inclusive, tubulações
de incêndio e água. De posse do relatório técnico,
ele poderá identificar os problemas e priorizar as
correções por ordem de importância: urgentes –
quando oferecem riscos aos moradores ou à estru-
tura; reparadoras – quando podem comprometer
equipamentos; e estéticas. Para todas as ações, o
síndico pode contar com a orientação da adminis-
tradora e, inclusive, recorrer a ela para a indicação
de empresas idôneas nessa avaliação.
Mas, apesar de ter responsabilidades, nem
sempre o morador tem a boa vontade – ou tem a
ideia da importância – de participar das decisões
que afetam diretamente a sua vida. “Quanto a
participação, poderia ser melhor, hoje temos 371
lotes e participam em média 60 pessoas”, explica
Fabíola.
E claro que quem não participa, se acha no di-
reito de dar palpite mais tarde, depois de que tudo
está decido. “Não temos brigas, apenas pontos de
vista diferentes, sempre chegamos a um acordo.
Sempre tem quem não participa, reclama de as-
suntos já discutidos e nem lê a ata de assembleia
para se interar do assunto”, finaliza a presidente da
Associação Bosques dos Jatobás.
E a baixa participação não é privilégio somente
• Caixas d’água – desinfecção e análise de água a cada ano;• Elevadores – contrato de manutenção ou conservação;• Recarga de extintores – anual ou de acordo com fabricante. Para a inspeção vi-sual e anotação é preciso olhar a etiqueta de controle;• Teste de mangueiras – inspeção anual;• Teste hidrostático – a cada cinco anos;• Formação e treinamento de brigada de incêndio - anual;• AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) – a cada três anos;• Para-raios – medição ôhmica (resistência do metal) anual e vistoria completa do sis-
O que é ObrigatóriO
tema a cada cinco anos;• CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) – pelo menos um funcionário designado – anual;• Sinalização interna – indicação fluores-cente de escada, extintores, porta corta--fogo etc. e de filmagem no ambiente – vistoria periódica;• Seguro predial – renovação anual;• Habite-se (Regularização da planta da edificação e alvará de conclusão) – reno-vação quando ocorre alteração de área e/ou tipo de uso.• Alvará de Licença de Funcionamento do Condomínio – para condomínios comer-ciais e/ou de uso misto.
Um check-list do que é necessário realizar no condomínio é sempre importante. Organização é uma das peças fundamentais do planejamento. Os itens mais importantes e obrigatórios para entrar na lista de gastos são:
13Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
capa
de um condomínio. “A participação em assembleia
é muito relativa, depende dos assuntos constantes
em pauta. No geral, o comparecimento é baixo,
mas os que comparecem são bastante participati-
vos e há muito tempo não temos ‘confusões’ du-
rante as Assembleias”. Wagner explica que even-
tualmente ocorrem discussões sobre pontos de
vista, mas sempre de forma respeitosa e civilizada.
Cardoso também relata que no Residencial
Canto da Natureza também existem aqueles que
não participam, não compartilham com os proble-
mas e, quando há algo de seu interesse, formam
equipes para fazer tais solicitações, ”e se alguma
coisa não estiver a contento do grupo, está criado
o problema. Por isso a importância da equipe que
ajuda a peneirar todos os assuntos e pendentes” ,
ressalta o síndico.
Os síndicos geralmente relatam que as reu-
niões de condomínios, quando são tratados as-
suntos individuais, como é o caso do sorteio de
garagens, sempre atraem mais participantes. O
que não deixa de ser uma postura incoerente, pois
muitos moradores estão mais preocupados com o
local que seu carro irá ficar do que com assuntos
mais importantes, como a segurança do prédio.
“Como em toda organização, sempre existe o
‘insatisfeito por natureza’ que não participa, nun-
ca se propõe a ajudar, critica o que é feito e não
aceita aquilo que é decidido pela maioria, mas
nem por isso deixam de receber de nossa parte o
mesmo tratamento como qualquer outro condô-
mino”, diz Wagner. No Chácara das Flores II, de
acordo com o síndico, felizmente a grande maioria
dos nossos condôminos possui bom senso e acom-
panham cada um do seu jeito o trabalho.
E o problema de tentar agradar a todos parece
tirar o sono do síndico na hora do planejamento.
“Agradar a todos é difícil, porém temos que traba-
lhar com transparência, honestidade, sinceridade.
O condomínio não é o culpado e não pode ser
deixado de lado por interesses pessoais”, enfatiza
Cardoso.
Controle das contasMuitos fatores podem fazer com que a previ-
são orçamentária fique com valor menor do que o
esperado, e isso reflete diretamente na taxa que o
morador vai pagar. São pequenos detalhes que po-
dem fazer totalmente a diferença na hora de fazer
a previsão para o ano.
Muitas vezes os controle de vazamentos são
os responsáveis por aumentos injustificados na
conta. Além disso, os vazamentos podem trazer
danos para a estrutura do prédio. É importante
que o zelador sempre faça vistorias na edificação,
identificando possíveis vazamentos, e comunique
imediatamente a administração quando forem en-
contrados. O morador também pode ficar de olho
e relatar problemas, ou há empresas que realizam
vistorias mais aprofundadas, incluindo inspeções
nas unidades. O zelador também pode verificar as
descargas dos banheiros das unidades, que são ou-
tro grande foco “invisível” de vazamento.
Outra solução é a individualização dos hidrô-
metros. Há empresas que instalam aparelhos de
medição em cada apartamento ou unidade, para
que cada um pague diretamente o que consumiu.
É só mexendo no bolso para o morador se cons-
cientizar. Isso, é claro, gera maior controle e eco-
nomia na grande maioria dos casos. Neste caso,
cada condômino deixa de pagar a conta de água
no condomínio, recebendo-a em casa.
Se isso ainda não resolver, o condomínio pode
conscientizar funcionários e moradores com cam-
panhas. A economia também pode surgir dessa
forma, mas depende também da participação de
todos. Para os condomínios que têm piscina, a
ideia é cobri-las quando não estiveram em uso, já
que se perde muita água com a evaporação.
Outro grande vilão do orçamento é o consumo
de energia elétrica. É com a racionalização do uso
das luzes que se tem a melhor relação custo-benefí-
cio na economia de energia elétrica. A introdução de
sistemas inteligentes, que incluem sensores de pre-
sença, não requer grandes investimentos e pode ser
um gasto que gerará grande economia no futuro.
Lâmpadas fluorescentes gastam menos ener-
gia, principalmente se usadas com refletores, e têm
maior vida útil do que as incandescentes. Além dis-
so, é preciso verificar se as lâmpadas têm voltagem
apropriada para o local, pois se isso não ocorre, a
vida útil é reduzida.
Outra forma de economizar energia é rodízio
de elevadores. Pode-se deixar um dos elevadores
desligados entre às 22 horas e às 6 horas, quan-
do o fluxo de pessoas é menor. Mesmo parado, o
equipamento gasta energia com sua iluminação. E
de quebra, evita-se que o usuário chame dois ele-
vadores neste período.
Falando em elevador, é difícil para o leigo sa-
ber se seu condomínio está com contrato superior
às necessidades de manutenção do equipamento.
Mas não é por isso que você não pode ficar de
olho. Os elevadores de prédios novos não precisam
necessariamente de contratos de manutenção, já
que não haverá muitas substituições de peças. Já
em elevadores mais antigos, a modernização do
equipamento, apesar de exigir investimento eleva-
do, pode gerar economia considerável.
Falando em condomínios mais antigos, eles
têm a tendência a gastar mais em reparos de equi-
pamentos e reformas emergenciais em sua estrutu-
ra. Assim, sempre há taxas extras para custear es-
tas obras ou reparos, ou ainda, estes custos estão
sempre embutidos na taxa mensal. A manutenção
preventiva pode ser fonte de economia, apesar de
ser um gasto constante.
O condomínio também pode perder dinhei-
ro com prestadores quando não firma contratos
adequados, gastando mais do que o previsto, até
pagando pelo mesmo serviço duas vezes. Muitas
vezes o condomínio tem contratos de manutenção
e mão de obra que não resguardam seus direitos.
Além dos gastos mais aparentes, como água,
energia elétrica e manutenção, pequenos gastos
podem gerar uma folha de pagamento desneces-
sária, por isso que se deve ter um registro das des-
pesas mensais para identificar aumentos injustifica-
dos, e até o desperdício.
E muitas vezes esse desperdício é culpa do pró-
prio morador. A falta de interesse do condômino,
em alguns casos, pode fazer com que o síndico
ou a administração relaxem nos cuidados com o
condomínio. Por que pensar em alternativas que
economizem dinheiro se o condômino não está
preocupado em participar das decisões de como e
onde o dinheiro será usado? Por isso é importante
a participação.
Se todo mundo gosta de saber aonde vai cada
centavo do dinheiro que ganha com o suor do tra-
balho, qual o sentido de não participar da reunião
do planejamento orçamentário do condomínio. O
seu dinheiro também está envolvido ali. É como
pagar um decorador ou um pedreiro para mexer
na sua residência e não poder palpitar; só lamentar
depois que o serviço estiver pronto.
Além dos itens essenciais, há alguns que não são obrigatórios, mas que o síndico pre-cisa estar de olho para que outros proble-mas não apareçam. Na lista entram:
• Dedetização e desratização;• Limpeza da caixa d’água – a cada seis meses;• Revisão periódica de portas corta-fogo, es-cadas, corrimãos, cabine de elevadores;• Ferramentas de trabalho dos funcionários;• Atestado de regularidade das instalações elétricas;• Bombas d’água, portões, porteiro eletrô-nico, portão automático, circuito interno de TV, interfones, telefones, antenas coletiva e parabólica, geradores, TV a cabo, aqueci-mento central, jardins, sistema de alarmes, cercas e CFTV – revisões periódicas e confor-me contratos;• Telhados, calhas e ralo – vistoria antes do período das chuvas (janeiro a março);• Condição dos pisos, de janelas e portas, piscinas e arredores, playground, salão de jogos, salão de festas; depósitos, hall de en-trada, vidraças;• Banheiros da área comum ou de funcioná-rios;• Casa de máquinas;• Iluminação geral e de emergência.
14 Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
capa
15Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
Distribuição gratuitaAno 02 . Nº 12Jan/Fev de 2013
De olho na compra
Por Vivian Lourenço
comprar é sempre bom, por mais capitalista
que essa frase possa ser. compramos para curar
a tristeza, quando estamos alegres; para presen-
tear uma pessoa querida e, principalmente, para
realizar um grande sonho.
E quem não tem uma grande vontade,
daquela que exige tempo, planejamento e dedi-
cação? Todo mundo tem e para a maioria das
pessoas, ter a sua própria casa, novinha em fo-
lha, é o maior dos desejos.
Imagine entrar em uma casa ou aparta-
mento que nunca foi usado por ninguém;
de poder escolher todos os detalhes, a cor
das paredes, disposição dos móveis. De ver
um monte de bloco virar, dia após dia, um
pedacinho do local que, muito em breve,
você vai chamar de lar.
Por isso muitos decidem por comprar um
imóvel direto na planta. Isso significa que você
vai pagar antes mesmo de usar a residência, o
que vale a pena, se o planejamento permite você
usufruir de um imóvel novinho em folha.
menor a ser financiado. Não dá para financiar
o imóvel antes da entrega, pois o banco exige o
habite-se”.
No período que antecede a entrega das
chaves, o cliente paga as prestações referentes
aos juros do período sobre os valores liberados
até a data do pagamento das parcelas. “Após
a entrega das chaves, as prestações incluirão
a amortização do valor financiado e juros do
período”, finaliza Margareth.
Mas não se preocupe, que o valor que ainda
não foi pago pelo imóvel não rende juros, já que
está amortizando o valor da compra. “O código
do consumidor define os direitos do comprador
e procura evitar abusos por parte do vendedor.
Porém, sempre os juros cobrados pelo vendedor
são maiores que o cobrado pelos bancos que
financiam imóveis”. Assim, é melhor pagar o
mais rápido possível e financiar o imóvel em um
banco logo que conseguir, para evitar reajustes
maiores pelo vendedor, que normalmente au-
menta os preços pelo INcc, índice específico da
construção e que sobe mais que os índices infla-
cionários.
Além dessas dicas, Mazzei completa dizendo
que o comprador, na hora de financiar, deve veri-
ficar o sistema de amortização que o banco está
propondo, pois há diferenças de custos finais en-
tre as diversas modalidades.
Ou seja, nada melhor do que discutir com
o banco e a construtora as melhores condições
para realizar o sonho da residência nova. Há al-
ternativas que não devem pesar no bolso, basta
pesquisar e saber dos seus direitos.
Mas como funciona o pagamento desse
tipo de compra? Primeiro a pessoa paga 20%
do valor total e depois, na entrega das chaves,
começa a pagar os 80% restantes. O
consultor econômico Marino Mazzei Jr.
explica porque a divisão é feita. “O fato
de se pagar um percentual na construção
tem dois objetivos: Do lado do vendedor,
para ter um reforço de caixa e dar um
maior comprometimento ao comprador,
que investe antecipadamente. Do lado
do comprador, que espera o imóvel ser entregue,
para completar o pagamento do imóvel”, explica
Mazzei.
Segundo a assessora de imprensa do Banco
do Brasil, Margareth Valente Tavares, o valor fi-
nanciado é liberado para a construtora é propor-
cional à liberação da obra, e cobra os juros so-
bre o capital liberado do cliente, que neste caso
é o tomador do financiamento imobiliário. “Por
exemplo: comprovado que 30% da obra está
concluída, o Banco libera o valor proporcional
ao crédito da construtora, sendo que cobrará
os juros sobre os 30% do valor financiado”, diz
Margareth.
Normalmente as operações de compra e
venda de imóveis na planta são feitas dessa ma-
neira. O que pode variar é o percentual do valor
a ser pago antes da entrega do imóvel. Mas não
é possível mudar o modo como se paga o valor
do imóvel? Mazzei explica que sim. “A forma
de antecipar um valor maior que o percentu-
al contratado é pagar diretamente mais ao
vendedor/construtora, pois sobraria um valor
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18 Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
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Artigo
Um incêndio se apaga no projeto!Esta frase, citada no Manual de Condições
de Segurança Contra Incêndios do arquiteto
Manoel Altivo da Luz Neto, resume a impor-
tância do planejamento na área de segurança
contra incêndios, esta que é medida pelos si-
nistros evitados e não pelos incêndios extin-
tos.
Neste processo preventivo, os projetistas
têm participação fundamental. Apesar disto,
a criação arquitetônica e muitos dos projetos
derivados ainda não são elaborados à margem
do conhecimento da ciência da prevenção
contra o fogo.
O profissional projetista (arquiteto/enge-
nheiro) é o autor principal do plano da edifi-
cação e, portanto, deve atuar como um coor-
denador geral dos projetos complementares
ao projeto de arquitetura (estrutural e fun-
dações, hidráulico, elétrico, ar-condicionado,
elevadores, etc.).
Paralelamente, o profissional precisa traçar
parcerias com empresas especializadas, princi-
palmente nos projetos mais complexos e espe-
cíficos, no que abrange o ramo da segurança
contra incêndios. É importante ressaltar que
as instalações de proteção contra incêndio
têm grande interface com os demais tipos de
instalações e sistemas do edifício e o profissio-
nal, com ajuda do especialista, precisa analisar
essa interface para eliminar os conflitos e ga-
rantir a funcionalidade de todos os sistemas.
Assim como temos poucos profissionais
qualificados nessa área, podemos dizer que o
número de especialistas também é reduzido,
apesar de notarmos um leve crescimento des-
tes nos últimos anos.
Objetivo dos planejamentos em Segu-rança Contra Incêndios
A proteção da vida humana é essencial.
O negligenciamento neste aspecto do plane-
jamento não pode ser admitido em qualquer
hipótese.
Um planejamento bem elaborado, ba-
seando-se em todas as normas e experiências
profissionais publicadas disponíveis, torna-se
elemento indispensável para a possibilidade
de certeza de que muitas vidas poderão ser
preservadas em uma situação de emergência.
A proteção do patrimônio, por sua vez, é
relativa e normalmente determinada segundo
uma conjunção de interesses de ordem econô-
mica. Adicionalmente, outros fatores podem
ainda contribuir para definições de interes-
se como a preservação histórica ou cultural e
manutenção de serviços essenciais.
Porém, a vida é o principal objetivo desta
disciplina.
Fabiano Carreiras,
Consultor em segurança contra incêndios
da BLEVE Engenharia de Incêndio.
20 Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
21Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
BEM-ESTAR
Cuidado ao podar a árvore
Por Vivian LourençoAsfalto, calçada, carros, prédios e casas. Difícil
achar na selva de pedra alguma outra referência que não seja feita de concreto. E quando se acha um alí-vio natural é aquela briga: uns ficam contentes e fa-zem de tudo pra preservar, já outros só reclamam da sujeira e do trabalho que as árvores dão.
Mas apesar das opiniões divididas, é inegável a sensação de bem-estar que uma rua arborizada pode trazer, como por exemplo, a diminuição em aproximadamente 15ºC da temperatura ambiente e até menos barulho, já que as copas das árvores podem funcionar como isolante acústico em deter-minadas situações. Tudo isso sem contar o fato de que elas servem de abrigo para pássaros, melhorar a qualidade do ar e embelezar.
Realmente, se mal cuidadas, as árvores podem mais atrapalhar do que ajudar, por isso é importante um projeto de arborização para que as ruas e con-domínios consigam aproveitar ao máximo o bene-fício. Há, por exemplo, espécies que não crescem muito ou que não soltam muitas folhas; tudo é uma questão de pesquisar,
Depois da pesquisa e projeto prontos, é hora de plantar e ver as árvores crescerem. Porém, além de recolher as folhas do chão, chega uma hora que é preciso cortar os galhos, até mesmo para a planta se manter saudável e evitar acidentes na rede elétri-ca. Quem não gostaria de chegar do trabalho e ter a oportunidade de poder desfrutar de uma sombra ou até mesmo um bosque no condomínio?
Mas o que fazer quando a árvore precisa ser po-dada? Com as leis ambientais, muitos ficam com re-ceio de cortar um galho e infringirem a lei. A dúvida acontece justamente por causa da legislação, já que para tratar do assunto há uma lei municipal, uma estadual e uma federal; é tanta lei, que fica difícil sa-ber qual você tem que seguir, nesse caso, é melhor conhecer todas.
A lei municipal (Jundiaí) nº 3.233, de setembro de 1988, diz no seu artigo 5º que nenhuma árvore ou forma de vegetação poderá ser eliminada, po-dada, desplantada ou plantada sem que sejam pa-gas, pelo interessado, as despesas relativas ao corte, plantio ou replantio.
Na Lei de Crimes Ambientais (9.605/98) há o ar-tigo 49 que explica que destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em pro-priedade privada alheia pode gerar detenção de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
De acordo com responsável pela Divisão de Par-ques e Jardins da Prefeitura de Jundiaí, Renato Steck, o síndico ou o morador não precisam pedir autoriza-
ção para a prefeitura para fazer a poda das árvores que estão dentro do condomínio. “Só precisa quan-do é na área externa, ou seja, em área pública. Em loteamentos fechados é muito comum nos chama-rem para executar esse serviço, já que são ruas, onde há iluminação pública, etc. então é nossa competên-cia”, explica Renato.
Ou seja, o síndico pode contratar ele mesmo uma empresa de paisagismo para fazer o trabalho ou permitir que o outro funcionário do condomínio esteja atento ao cuidado das árvores. “Desde que não danifique, pode podar, mas é sempre bom bus-car auxílio com pessoas especializadas para fazer o serviço, para não ter problemas depois”, ressalta o responsável.
Porém a mesma orientação não vale em outro caso, o da retirada ou corte total da árvore. “Precisa consultar a prefeitura, para que os técnicos façam uma avaliação (para saber se é uma árvore nativa, se precisa ser reposta, etc.) e atuem da melhor forma para a retirada”.
O ato de podar as árvores serve para que elas cresçam saudáveis, não fiquem presas na rede elé-trica, não interfiram na circulação nem destruam telhados, o que pode ser muito comum, segundo Renato. Todo esse processo exige técnicas apropria-das. E não é em qualquer dia ou mês que você pode cortá-la, já que isso pode atrapalhar o crescimento da planta.
Para quem vai fazer a poda por conta própria (o que não é recomendado), precisa primeiro identifi-car qual é a espécie da árvore, para não atrapalhar o ciclo de crescimento. O segundo passo é definir o tipo de poda, que é de formação (quando a árvore é jovem); poda sanitária (manutenção) ou poda incen-tivadora da floração.
Para o primeiro caso, retire os galhos que não partem diretamente do tronco; no segundo caso, retire os galhos secos e limpe todo o material vege-tal (como o musgo e outros fungos, mas sem ferir a casca) e no último caso, retire os brotos que julgar menos fortes.
A maior parte das árvores pode ser podada no final do inverno e nunca se deve retirar mais do que 30% do volume total da planta. Para a tarefa é reco-
mendado usar equipamentos de segurança e esco-lher materiais adequados, como tesouras, serrotes e motosserra; tudo bem afiado e limpo para não con-taminar a árvore.
Se a poda for mal realizada, além da árvore ficar torta ou não crescer como deveria,há o risco de até mesmo tombar, causando mais estragos que benefí-cios. Agora se a árvore não está dentro do condomí-nio, como proceder? “Nas calçadas é responsabilida-de da prefeitura, se o morador mexer, tem abertura de processo civil e ele responderá por crime ambien-tal. Há multa também, mas ela é de um valor simbó-lico apenas”, detalha Renato.
Agora se o intuito é arborizar a frente do con-domínio, é necessário pedir autorização na prefeitu-ra, pelo telefone 156 ou pelo site. “Podemos indicar a espécie mais indicada. Há aquelas que não cres-cem tanto e não atingem os fios de alta-tensão. Para os loteamentos fechados, é necessária a aprovação do projeto de arborização, senão não pode cons-truir”, relata o responsável do setor.
Em Jundiaí, a Divisão de Parques e Jardins não recebe muitas reclamações sobre corte ilegal. “A ci-dade tem mais de 110 mil árvores nas ruas e o nú-mero de danificadas é pequeno. Agora o número de pedidos de remoções é bem grande, chegando a quase mil pedidos de vistoria por ano”.
Tantos cuidados não devem desanimar quem pretende arborizar o condomínio ou até requisitar para a prefeitura mais árvores na calçada. O que Re-nato pretende é a conscientização. “Planejar primei-ro é sempre melhor. Uma arborização bem executa-da, trás muitos benefícios”, finaliza.
Para quem se animou as espécies mais adequa-das são camélia, acácia, gardênia, hibisco, manacá e ipê-rosa anão. Nas calçadas sem poste de rede elétri-ca, podem-se usar espécies de médio porte, com até sete metros de altura, como aroeira-mansa, gabiro-ba-branca, jacarandá, oiti, pau-brasil e quaresmeira.
Podar uma árvore pode ser comparado a um médico cuidados dos seus pacientes, requer estudo, dedicação e não é qualquer um que pode fazer. Por isso, a orientação é sempre buscar auxilio de pessoas qualificadas para não ter prejuízos, ao invés de be-nefícios.
1 Com um serrote de poda, faça um primeiro corte (A), de baixo para cima, a uns 10cm da base, junto ao tronco. Isso evita que oa galho lasque. Só então, faça o segundo corte (B), a uns 3cm do primeiro, de cima para baixo, até o fim.
2 Agora, restará apenas um toco do galho original. Corte-o bem junto do tronco. Primeira, corte de baixo para cima até a metade. Conclua a remoção do toco com um corte de cima para baixo. Usando um canivete bem afiado, corrija irregularidades.
3 Após a poda, aplique pasta cicatrizante no local do corte. Esse produto pode ser encontrado em lojas de jardinagem ou de material agrícola e evita que sua árvore sofra ataque de fungos.
22 Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
Naquela manhã tudo parecia transcorrer
na maior normalidade no Edifício Condomínio Nova
York. A entrega do serviço da noite para o dia foi passada sem
ocorrências. As empregadas já estavam chegando, as peruas pegando as crianças para o
colégio, os moradores saindo para o trabalho, até que um condômino avisa a portaria:
- Chamem o síndico! Tem um pacote suspeito na porta da garagem. Parece ser uma bomba!
O síndico não pensou duas vezes, ligou para a Polícia Militar e essa, para o GATE.
O quarteirão foi isolado. Ninguém mais saía ou entrava no prédio. Um verdadeiro caos foi instaurado no condomínio e suas proximidades.
Enquanto a viatura do GATE não chegava, toda a imprensa escrita, falada e digital já estava na portaria. Todos queriam informações do síndico.
Quem poderia armar uma bomba contra o prédio? Foi pedida uma lista de todos os moradores, proprietários
e inquilinos, para checar se ali podia estar morando algum terrorista Xiita, é o que diziam.
Nesse meio de tempo, o morador do 308, engenheiro florestal e sua esposa bióloga tentavam, sem sorte, falar na portaria do edifício.
Enquanto isso, os homens do GATE chegaram. Colocaram suas roupas especiais e utilizaram até um robô para se aproxi-
marem do artefato. O caso parecia grave. A explosão deveria ser ali mesmo. Não era seguro removê-la. Foram feitas barricadas com sacos de areia e adicionados mais “explosivos”. Para evitar qualquer incidente, o prédio foi evacuado.
Então... o pacote foi pelos ares!Como não conseguia contato com o síndico, nem com a
portaria do condomínio, o engenheiro, morador do 308, saiu do trabalho e foi até o prédio a fim de resgatar o embrulho que tinha esquecido na garagem logo pela manhã, quando saiu atrasado e o pneu do seu carro estava furado.
Devido ao apego aos valores ambientais, o jovem casal optava por utilizar fraudas de tecido de algodão nas filhinhas gêmeas de 3 meses de idade. Porém devido ao trabalho dobrado com as gêmeas, quem lavava diariamente as fraudas era a sua mãe e a rotina era sempre a mesma. Toda manhã a esposa preparava um pacote bem fechado e ele levava para a casa da mãe no caminho do trabalho.
Porém, nesta manhã, o pacote foi esquecido na saída da garagem.
O artefato já havia sido explodido, quando o engenheiro chegou ao prédio e o conteúdo das fraudas foi espalhado por cerca de 50 metros. Até os postes ficaram marcados.
Tudo esclarecido e a paz voltou a reinar no condomínio. Só as faxineiras tiveram um pouco mais de trabalho.
Naquela manhã, não foram as torres, mas sim as fraudas das gêmeas que foram para os ares.
Por Dr. José Miguel Simão Advogado e cronista
cRÔNIcA
As Gêmeas
Ilustração: Rafael Godoy
23Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013
24 Portal dos Condomínios . Jan/Fev 2013