portal dos condomínios - mar/abr 2011

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Distribuição gratuita Ano 10 . Nº 89 Mar/Abr de 2011 O seu condomínio em revista Idosos. Seu condomímo está preparado? Meu caramelo SAÚDE CRÔNICA Evento: primeiro ciclo de palestras do Portal dos Condomínios. Reserve já sua vaga! EXCLUSIVO EDIÇÃO ESPECIAL EM BRAILLE SOLICITE A SUA EDIÇÃO LIMITADA PÁG 4

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Edição março/abril da revista direcionada a moradores de condomínios de Jundiaí, via mala direta. Publicação especial, com a divulgação do evento para síndicos

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Page 1: Portal dos Condomínios - mar/abr 2011

Distribuição gratuitaAno 10 . Nº 89Mar/Abr de 2011

O seu condomínio em revista

Idosos. Seu condomímo está preparado?

Meucaramelo

SAÚDE CRÔNICA

Evento: primeiro ciclo de palestras do Portal dos Condomínios. Reserve já sua vaga!

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3Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

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4 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

Exclusividade na leitura e “o” evento

Já dizia o velho ditado “o pior cego é aquele que não quer ver”. E para você, a frase faz sentido? Ou você encara a realidade, an-tevê aos acontecimentos e planeja as ações? No Brasil, ainda caminha, mas é constante, a busca pela acessibilidade. A deputada, Mara Gabrilli, é um exemplo de sucesso na conquis-ta dos direitos nacionais. No âmbito munici-pal, Paulo Moretti abraça a causa em busca dos direitos através do Conselho da Pessoa Portadora de Deficiência, em Jundiaí. Se para você esse assunto parece longe da sua reali-dade, atente-se: todos nós estamos sujeitos a figurar, amanhã, entre os 45 milhões de defici-entes brasileiros. Veja, analise e reflita sobre a reportagem de capa.

Nesta edição, o Portal dos Condomínios não ficou somente na teoria na luta pela aces-sibilidade e produziu a reportagem especial de capa em linguagem braille. São alguns ex-emplares impressos, limitados, que podem ser solicitados gratuitamente. Trata-se de um pro-jeto inovador para os condomínios de Jundiaí. Solicite o seu até o dia 29 de abril através do email contato@condomínioemrevista.com.br ou pelo telefone: 11 4521-3670.

*O dia 21 de maio de 2011 ficará mar-

cado para os condomínios de Jundiaí. Além de comemorar oito anos do Portal dos Con-domínios, a revista promoverá o “Portal De-

Redação: Rua Bela Vista, 650 - Bela Vista

CEP.13207-780 - Jundiaí / - Tel: 4522-2142

[email protected]

A revista é um produto da io! comunica

CNPJ: 06.539.018/0001-42

www.iocomunica.com.br

Jornalista Responsável: Rodrigo Góes. MTB: 41.654

Designer Gráfico: Paloma Cremonesi

Arte Final: Paloma Cremonesi

Reportagens: Rodrigo Góes

Atendimento e Logística: Sérgio Porcari Filho

Colaboradores: Márcio Lestingi e Talita Rocca

Tiragem: 7.000 exemplares.

Entrega: Mala direta e direto em caixa de correio,

Atenção síndico e administra-dor. Mantenha o cadastro do seu condomínio atualizado.Entre em contato com nosso canal direto exclusivo para você: [email protected]

mediante protocolo para moradores de condomí-

nios constantes em cadastro do Portal dos Condo-

mínios. Caso ainda não receba e queira o exemplar

em seu condomínio, ligue para 11. 4522-2142.

Site: www.condominioemrevista.com.br

Twitter: @pcondominios

Blog: http://portaldoscondominios.wordpress.com

Os artigos assinados são de inteira responsabili-

dade do autor e não representam o pensamento

do jornal.

EXPEDIENTE

NA WEB

bate” - primeiro ciclo de palestras para síndicos, sub-sindicos, administradores e membros de conselho dos condomínios da cidade.

O evento será realizado no período da manhã de um sábado, no Hotel Serra de Jun-diaí, com entrada franca, e a apresentação de três palestras: “A importância do AVCB para os condomínios”, com o cabo da PM/SP Ghoren Vedovelli; “Segurança condominial”, com o delegado Paulo Sérgio Martins; “Como resolver questões polêmicas em condomínios”, com os advogados Márcio Rachkosky, New-ton Nery F. de Sousa Neto e Carlos Eduardo Quadratti.

O “Portal Debate” terá uma formatação ex-clusiva, na qual os palestrantes darão sua visão sobre o tema em apenas 30 minutos, sobrando a outra meia-hora para um debate. Com isso, a interatividade será a marca desse encontro, deix-ando-o mais dinâmico e oferecendo maior tempo para soluções de dúvidas.

Fique atento desde já para fazer sua reserva. Ela deverá ser realizada antecipadamente, pois as vagas são limitadas. Será permitida a participação nas três palestras. E ainda, ao final, haverá sorteio de brindes. As inscrições deverão ser realizadas ex-clusivamente através do site www.portaldebate.com.br. Aguardaremos ansiosamente a sua presen-ça no Portal Debate 2011 - 1º Encontro Regional de Síndicos, uma realização Portal dos Condomínios.

EDITORIAL ÍNDICE

CADASTRO

*Portal Debate

*As cores da sua casa

*Seu condomínio é

acessível?

*Capa: acessibilidade

*Condomínio X Idosos

*Linguagem Comporta-

mento infantil

* UD: relógios

* A escolha da profissão

*Crônica: meu caramelo

PARA ANUNCIAR11 4522.214211 4521.3670

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5Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

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6 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

DECORAÇÃO & DESIGN

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7Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

Por Talita Rocca

Claro, escuro, branco ou vermelho. As pare-

des da casa podem ser pintadas de inúmeras co-

res e tons, mas é necessário tomar cuidado para

não tornar o ambiente pesado.

Ao escolher as cores para pintar uma pare-

de, sejam elas fortes ou não, é necessário sem-

pre levar em conta a área do ambiente. Segun-

do a arquiteta, Rosemile Luchini Nogueira, não

há segredo, o importante é atentar-se aos deta-

lhes. “Se o ambiente é iluminado, qual o tipo de

atividade exerce no local, se o morador quer um

cômodo quente ou frio, e, principalmente, levar

em consideração a personalidade das pessoas

que irão desfrutar deste local”, conta.

A lojista Mariana Maia, por exemplo, uti-

lizou o verde e o azul para dar ânimo em seu

lar. “Quando mudei, a minha casa era mono-

cromática. Por achar meio sem graça eu mesma

escolhi as cores e colori. O ambiente ficou mais

alegre”, relata.

Além da sala de estar verde, Mariana pin-

tou todas as paredes da copa de azul. Rosemile

explica o porquê de escolher a cor certa, como

as feitas pela lojista. “Paredes da mesma cor tor-

nam o ambiente abafado, como a cozinha na

casa de Mariana é branca, o contraste deixou a

cozinha agradável.”

A arquiteta alerta que existem cores que se

adéquam melhor a determinados ambientes.

As salas são locais que aceitam vários estilos de

pintura. “Nesse ambiente, por exemplo, pode-

mos utilizar laranja, azul, amarelo e verde, pois

são ótimas opções para esse tipo de decoração.

Afinal é o lugar onde se recebe pessoas diferen-

tes, o que estimula sentimentos”, completa.

Logo, a sala de jantar é um ambiente que

se pode escolher qual ‘clima’ atribuir. “O azul

é mais sério, indicado para negócios, já o ver-

melho é mais pessoal e bastante íntimo”, dá a

dica.

Já em lugares amplos, onde a permanên-

cia não é prolongada, tons fortes podem

ser utilizados. “As pessoas não devem uti-

lizar cores chamativas em todas as pare-

des, apenas em algumas. Misturá-las com

tons pastéis dá um excelente resultado”,

afirma.

Estudos comprovam que as cores afe-

tam, diretamente, o humor das pessoas que

vivem no local. “Em quarto de criança, de até

um ano e meio de idade, é aconselhável evitar

cores fortes, pois podem deixar o bebê agita-

do. Nesse caso, deve-se preferir tons pastéis”,

ensina Rosemile. Além disso, “o teto azul claro

ajuda a criança ter um sono melhor, pois é uma

cor que acalma”, explica a arquiteta. Ao dormir,

absorve-se energia, por isso, os profissionais re-

comendam que os quartos sejam coloridos com

tons claros, exemplo disso é o azul suave, indi-

cado para relaxar e o verde claro que têm a fun-

ção de antiestresse.

Para ambientes pequenos, as cores

claras são as melhores opções fazendo com

que o ambiente pareça mais amplo. Pode-se até

colocar tons brilhantes nas paredes do teto. “O

único ambiente com pouca metragem que aceita tons

fortes é a adega, por não precisar ter uma aparência

maior e mais fresca”, complementa Rosemile.

Para obter efeito contrário, ou seja, quando a

intenção é reduzir o tamanho, para torná-lo mais

aconchegante, pode-se pintar o ambiente todo ou

mesmo duas paredes com tons mais escuros. “O

teto com uma cor mais forte do que a

parede dá a sensação de

aconchego”, finaliza.

Dicas de profissional

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8 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

VIVER EM CONDOMÍNIO

Quando alguém fala em acessibilidade logo nos vem à memória aquele símbolo

azul de um “cadeirante” estilizado! Essa frase é lugar comum em todos os textos que

pesquisamos para escrever essa matéria, mas realmente essa é a imagem que primeiro

nos vem à cabeça, mas ocorre que acessibilidade não é só para os utilizadores de ca-

deira de rodas, os chamados “cadeirantes”, acessibilidade também contempla, segun-

do a lei, “pessoa com mobilidade reduzida, aquela que, não se enquadrando no con-

ceito de pessoa portadora de deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade de

movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva da mobi-

lidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção”, aí estão incluídos os idosos,

as gestantes, os acidentados, as pessoas com criança de colo, os deficientes visuais

e até mesmo aquela pessoa que sofreu uma cirurgia recente e momentaneamente

tem sua mobilidade reduzida.

Segundo Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT - acessibilidade é

“proporcionar à maior quantidade possível de pessoas, independentemente de

idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção, a utilização de ma-

neira autônoma e segura do ambiente, edificações, mobiliário, equipamen-

tos urbanos e elementos.”

Nosso intuito é despertar nos síndicos a razão de fazer, como fazer e

onde fazer adaptações que podem humanizar a acessibilidade no con-

domínio.

Em muitos casos essas adaptações implicam em investimentos

e este tema torna polêmica a assembleia para aprovação dessas

adaptações, sendo que primeiramente devemos dizer que e-

xistem muitos entendimentos no sentido de que “por se tratar

de uma questão legal, não há a necessidade da assembleia

aprovar a realização de obras que garantam a acessibilidade

do condomínio”, mas o nosso entendimento é no sentido

de que deva haver a assembleia e mais: deve ser observado

quórum em razão do valor da obra.

Além da Constituição Federal, o Decreto-lei 5.296 de

2 de dezembro de 2004, juntamente com a NBR9050 da

ABNT, são os principais regulamentos que disciplinam a

matéria.

Temos uma questão curiosa na legislação ora citada,

pois ela traz exigências para os novos empreendimentos

e não trata dos já existentes quando da promulgação da

lei, portanto, se o seu prédio teve o projeto aprovado após

a nova lei ele deve estar adaptado e totalmente “acessível”

certo? Bem, não é o que temos observado em alguns em-

preendimentos que estão à venda atualmente! Daí vale uma

conversa do síndico com a incorporadora para verificar essa

questão, e se for o caso, exigir judicialmente que essas adaptações

sejam feitas.

Uma outra questão que tem causado muita controvérsia, trata-se

das vagas de garagem. Enquanto a lei determina que em “estacionamen-

tos externos ou internos das edificações de uso público ou de uso coletivo,

ou naqueles localizados nas vias públicas” exista a tal da vaga preferencial. Nos

condomínios ou “edificações de uso privado multifamiliar” a lei federal não traz essa

obrigatoriedade. Então vem o bom senso. Temos visto condomínios que reservam vagas

maiores para carros maiores, mas se esquecem do ser humano que por uma questão tran-

sitória (gravidez, acidente, cirurgia, etc.) tem dificuldades para se movimentar ou usa a cadeira de

rodas, por exemplo, e precisa de espaço para fazer as transições da cadeira para o carro e do

carro para a cadeira. Assim, vale a dica de observar quando vamos comprar um aparta-

mento, se o condomínio dispõe de vagas para essas situações.

O normativo da ABNT que citamos é muito completo e vale a pena ser conhecido, pelo menos, pelos síndicos, mas deveria ser de conhecimento de todos! Um exemplo interessante é a exigência de “sinalização tátil de alerta junto à porta de elevador” que consiste basicamente em uma faixa de pisos com aquelas “bolinhas” salientes, que colocado à frente da porta do elevador e antes do início de escadas permite que o deficiente visual identifique o obstáculo à frente. Isso também seria útil a todos em caso de um apagão e o esgotamento das luzes de emergência entre outros casos.

Em Jundiaí, temos a Lei Complementar 440 de 12 de junho de 2007 que determina, nos loteamentos e condomínios horizontais novos, o re-

baixamento das guias de acordo com a norma ABNT citada para permitir a circulação de cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, além da de-

terminação de que as calçadas devem ser executadas com “superfície regular, firme e estável e antiderrapante, sob qualquer condição climática e isenta de

quaisquer degraus”, outro fator a observar quando da compra de um imóvel em loteamento ou condomínio horizontal.

A verdade é que nem todos os condomínios anteriores à legislação estão aptos a promover obras de adaptação para adequar perfeitamente as instalações à nova

legislação, assim cabe uma dica que consiste em identificar primeiramente quais as atitudes poderiam ser implantadas de imediato e com baixo custo, por exemplo, a

instalação de rampas nos acessos a piscinas, andares de recreação, salão de festas e reuniões, saunas e banheiros, quadras esportivas, portarias, estacionamentos, garagens,

entre outras partes das áreas internas ou externas de uso comum.Outra atitude seria a de realizar um estudo para implantação de vagas preferenciais,

sejam apenas para embarque e desembarque, sejam definitivas.

Uma boa razão para adotar medidas de acessibilidade é a valorização do imóvel frente

a outros que não possuem essas condições.Como podemos ver, nós mesmos em al-

gum momento da vida podemos ser ou estar portadores de necessidades especiais, portan-to, criar a possibilidade de todos se movimen-tarem não é somente uma questão legal, mas de cidadania.

Reginaldo Moron - SSST/MTb - 51/09744-2

Seu condomínio é acessível?

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10 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

Capa

Por Márcio Lestingi

A primeira vez em que se usou conceitual-

mente a palavra acessibilidade, os desafios da

humanidade eram, aparentemente, outros. No

entanto, modernamente, poucas palavras são

tão absolutas, universais e globais como aces-

sibilidade.

O mundo das redes sociais e das tragédias

climáticas cada vez mais frequentes é também

o mundo de uma única luta, de uma única

bandeira, a de mais e mais acessibilidade. As

grandes empresas pedem acesso a novos e di-

ferentes mercados, a classe C pede acesso a

novos e personalizados produtos, a população

brasileira envelhece e desloca a base de sua

pirâmide em direção ao topo, pedindo mais

atenção, planejamento e acesso às necessida-

des do time da melhor idade, e os japoneses

refazem, a toque de caixa, o acesso às suas es-

tradas, para poder reconstruir o país depois do

tsunami de 2011.

Embora pareça mais uma das palavras in-

ventadas pelo técnico de futebol Tite - em uma

entrevista coletiva do ano passado, o futebo-

lista usou o termo “treinabilidade”, que não

existe na língua portuguesa – acessibilidade

deveria ser componente obrigatório do nosso

vocabulário e do planejamento de nossas vidas,

pelo simples motivo que, um dia, mais cedo ou

mais tarde, precisaremos de acessibilidade total

para subir uma escada, andar de elevador ou

fazer atividades cotidianas ainda mais simples,

como escrever essa matéria.

Postas as cartas na mesa, pergunta-se: o

que é acessibilidade?

A conceituação mais simples para o termo

é a qualidade do que é acessível ou a facilidade

para obtenção de algo ou de aproximação a al-

guém. No entanto, seu significado, oriundo do

latim tardio acessibilitate, escapa dos limites do

verbete definido no Aurélio e passa a agregar,

continuamente, novos sentidos, acompanhan-

do a busca incessante da sociedade por um

mundo de inclusão total das pessoas à lista de

DE LIDA SIBI ACES

Acesso negado? A sociedade organizada estende o

conceito de inclusão social para preservar

a dignidade humana

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11Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

direitos, bens e serviços essenciais.

Na vida em condomínio, as normas de

acessibilidade se impõem tão necessários quan-

to em qualquer outro lugar. Afinal, promover

acessibilidade nestes ambientes significa dispo-

nibilizar vagas exclusivas para deficientes tanto

nos estacionamentos internos quanto no de vi-

sitantes, significa disponibilizar o jornal do con-

domínio em braille, ensinar libras aos funcio-

nários da portaria e ter elevadores adaptados

a cadeirantes, sem esquecer das rotas táteis

para guiar os deficiente visuais da portaria até

os diferentes pontos de interesse dentro de seu

prédio ou de seu espaço condominial. Quantas

dessas ações são possíveis ver em seu prédio

ou condomínio hoje? Por que não observamos

mais desse mesmo nos locais públicos e priva-

dos que visitamos?

A resposta para essas perguntas exige en-

tender quem são os demandantes do aumen-

to da acessibilidade em nosso mundo e quem

são os beneficiados. Será que um elevador com

espaço adequado para receber um cadeirante

e com quadro de comando capaz de ser ope-

rado também por um anão auxiliará apenas a

esse público? Por que precisamos ter uma ati-

tude pró-acessibilidade? As próximas linhas

dessa reportagem estão acessíveis para quem,

como um criador de páginas da enciclopédia

digital Wikipedia quer aumentar a abrangência

de suas atitudes, promover um debate sadio e

conquistar o patamar de acessibilidade total

(que os gurus do marketing e da administração

nos perdoem pelo uso das expressões dignas

de best-sellers do mundo dos negócios).

Abrindo os portos às legis-lações amigas

A Constituição Federal de 1988 já previu

em seu texto originalmente promulgado uma

série de garantias e direitos às pessoas com

deficiência, bem como uma série de diretrizes

para construção e adequação dos espaços pú-

blicos e veículos de transporte, como o dispos-

O intérpete bilíngue português-libras em companhia do fundador do clube dos surdos de Jundiaí, Germano Luiz Gonçalves, afirma que a inclusão social dos surdos só ocorrerá quando

houver entendimento de sua língua e da cultura

to nos artigos 227 e 244, em sua inte-

gralidade.

Desde então a legislação foi

aperfeiçoada com o acréscimo de

dispositivos de força constitu-

cional - como a Convenção

da ONU sobre os Direitos

das Pessoas com Defi-

ciência, aprovada pelo

Congresso Nacional em

09 de julho de 2008 –

e outros que vieram a

regular situações espe-

cíficas que permitiram,

mais que a inclusão so-

cial, a melhoria da quali-

dade de vida dos deficien-

tes, como a Lei nº 10.436,

de 24 de abril de 2002, que

dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais, re-

gulamentada depois pelo Decreto 5.626, de 22

de dezembro de 2005, que segundo o tradutor

e intérprete de libras, José Antônio Gomes, da

central de intérprete do clube dos surdos, em

Jundiaí, deveria ser Língua de Sinais Brasileira,

antes de explicar o seu atual estágio de uso

para a língua: “Como intérprete, uso mais li-

bras que português”, mas completa explicando

que a sociedade faz mal uso desse tão impor-

tante meio de comunicação para os deficientes:

“Muitos pais e familiares de crianças surdas

pouco ou nada sabem de libras e pouco se es-

forçam para mudar essa situação”.

Outra falha no entendimento do que é

acessibilidade é achar que todo surdo é mudo e

que sabe ler e escrever perfeitamente. O intér-

prete afirma que a tentativa de inclusão social

de um surdo nas salas de aula é completamen-

te inviável e que prejudica o desenvolvimento e

interação do mesmo com o seu meio. “Surdo,

em geral, não sabe português, e uma palavra,

em libras, pode ter até cinco sinais diferentes,

de acordo com a região do país. Portanto, o

trabalho do intérprete e do familiar praticante

de libras começa com o entendimento da cul-

tura do surdo”, esclarece.

Na esteira dos casos de sucesso de outros

países, a legislação brasileira também evo-

luiu para atender aos anseios da sociedade e,

através do decreto nº 5296/2004 – que regu-

lamentou as leis federais nº 10.048/2000 e

10.098/2000, conhecidas como leis da aces-

sibilidade – definiu o tema de nossa reporta-

gem como a condição para utilização, com

segurança e autonomia, total ou assistida, dos

espaçosmobiliários e equipamentos urbanos,

das edificações, dos serviços de transporte e

dos dispositivos, sistemas e meios de comuni-

cação, por pessoa portadora de deficiência ou

com mobilidade reduzida.

Já o especialista e consultor em acessibili-

dade, Eduardo Moretti, preferiu humanizar

essa definição para traduzir o sentimento de

quem necessita de melhores e maiores condi-

ções de acessibilidade para melhoria da quali-

dade de vida. “Acessibilidade é o instrumento

arquitetônico da dignidade”, e completa com

um valor importante de quem conhece os de-

safios e percalços para se alcançar a acessibi-M

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12 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

As normas da Associação Brasileira de Normas

Técnicas - ABNT - não têm, por definição, força de

lei, no entanto, por força do decreto 5296/2004

– que regulamentou a lei da acessibilidade - a

NBR:9050 ganhou força de lei e, num acordo inédi-

to entre o Google e a entidade, está disponível para

download gratuito na web.

A ABNT é o órgão responsável pela normali-

zação técnica no país, fornecendo a base ne-

cessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro.

Uma norma técnica é estabelecida por consenso e

fornece, para uso comum e repetitivo, regras, di-

retrizes ou características para atividades ou seus

resultados, visando à obtenção de um grau ótimo

de ordenação em um dado contexto. A NBR:9050

estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem

observados quando do projeto, construção, instala-

ção e adaptação de edificações, mobiliário, espaços

e equipamentos urbanos às condições de acessibili-

dade. No estabelecimento desses critérios e parâme-

tros técnicos foram consideradas diversas condições

de mobilidade e de percepção do ambiente, com

ou sem a ajuda de aparelhos específicos, como:

próteses, aparelhos de apoio, cadeiras de rodas,

bengalas de rastreamento, sistemas assistivos de

audição ou qualquer outro que venha a comple-

mentar necessidades individuais. Esta norma visa

também proporcionar à maior quantidade possível

de pessoas, independentemente de idade, estatura

ou limitação de mobilidade ou percepção, a utiliza-

ção de maneira autônoma e segura do ambiente,

edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e

elementos.

Algumas definições importantes da norma que

se aplicam aos universo dos condomínios:

Acessibilidade: Possibilidade e condição de al-

cance, percepção e entendimento para a utilização

com segurança e autonomia de edificações, espaço,

mobiliário, equipamento urbano e elementos.

Acessível: espaço, edificação, mobiliário, equi-

pamento urbano ou elemento que possa ser alcan-

çado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer

pessoa, inclusive aquelas com mobilidade reduzida.

O termo acessível implica tanto acessibilidade física

como de comunicação.

Adaptável: espaço, edificação, mobiliário, equi-

pamento urbano ou elemento cujas características

possam ser alteradas para que se torne acessível.

Adaptado: espaço, edificação, mobiliário, equi-

pamento urbano ou elemento cujas características

originais foram alteradas posteriormente para serem

acessíveis.

Adequado: espaço, edificação, mobiliário,

equipamento urbano ou elemento cujas caracte-

rísticas foram originalmente planejadas para serem

acessíveis.

Barreira arquitetônica, urbanística ou am-biental: qualquer elemento natural, instalado ou

edificado que impeça a aproximação, transferência

ou circulação no espaço, mobiliário ou equipamen-

to urbano.

Deficiência: redução, limitação ou inexistência

das condições de percepção das características do

ambiente ou de mobilidade e de utilização de edi-

ficações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e

elementos, em caráter temporário ou permanente.

Desenho universal: aquele que visa atender à

maior gama de variações possíveis das característi-

cas antropométricas e sensoriais da população.

Espaço acessível: espaço que pode ser perce-

bido e utilizado em sua totalidade por todas as pes-

soas, inclusive aquelas com mobilidade reduzida.

Linha-guia: qualquer elemento natural ou edi-

ficado que possa ser utilizado como guia de baliza-

mento para pessoas com deficiência visual que utili-

zem bengala de rastreamento.

Pessoa com mobilidade reduzida: aquela que,

temporária ou permanentemente, tem limitada sua

capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-

lo. Entende-se por pessoa com mobilidade reduzi-

da, a pessoa com deficiência, idosa, obesa, gestante

entre outros.

Piso cromo-diferenciado: piso caracterizado

pela utilização de cor contrastante em relação às

áreas adjacentes e destinado a constituir guia de ba-

lizamento ou complemento de informação visual ou

tátil, perceptível por pessoas com deficiência visual.

Piso tátil: piso caracterizado pela diferenciação

de textura em relação ao piso adjacente, destinado

a constituir alerta ou linha guia, perceptível por pes-

soas com deficiência visual.

Rampa: inclinação da superfície de piso, longi-

tudinal ao sentido de caminhamento. Consideram-

se rampas aquelas com declividade igual ou supe-

rior a 5%.

Reforma: intervenção física em edificação, mo-

biliário, equipamento urbano ou elemento que im-

plique a modificação de suas características estrutu-

rais e funcionais.

Rota acessível: trajeto contínuo, desobstruído

e sinalizado, que conecta os ambientes externos ou

internos de espaços e edificações, e que possa ser

utilizado de forma autônoma e segura por todas as

pessoas, inclusive aquelas com deficiência. A rota

acessível externa pode incorporar estacionamentos,

calçadas rebaixadas, faixas de travessia de pedestres,

rampas, etc. A rota acessível interna pode incorporar

corredores, pisos, rampas, escadas, elevadores etc.

Glossário: O que diz a Norma ABNT NBR:9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos

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Page 13: Portal dos Condomínios - mar/abr 2011

13Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

lidade plena: “Nessa área não há espaço para

politicagem!”

Em tempos de derrubada de regimes dita-

toriais mundo afora, acessibilidade é uma con-

dição sine qua non para se definir o nível de

desenvolvimento humano de um país e a ma-

turidade de seu estado democrático de direito.

Levando os holofotes para o universo da cida-

dania, acessibilidade é uma condição de acesso

por parte dos portadores de necessidades espe-

ciais – mas não só deles – aos diferentes locais

em que se organiza a atividade humana.

Moretti, que também é presidente do Con-

selho Municipal da Pessoa Portadora de Defi-

ciência de Jundiaí, desde 2009, explica que o

tema passou a ser motivo de preocupação das

sociedades modernas depois do término da Pri-

meira Guerra Mundial, quando se atinou para

a necessidade de se reinserir na sociedade os

soldados que voltavam para casa vítimas de

mutilação e dispensados de cumprir suas obri-

gações militares.

A temática é tão recorrente que desde

1962, quando se publicou a Lei n° 4169, ofi-

cializando as convenções “Braille” para uso na

escrita e na leitura dos cegos, mais o código

de contrações e abreviaturas “Braille”, já foram

publicadas 46 leis federais, 25 decretos, quatro

instruções normativas, três portarias, uma re-

solução e uma norma de serviço ladeando

ou tratando diretamente de direitos dos

portadores de deficiência ou definin-

do regras específicas para acessibili-

dade.

Em nível regional, 43 são

as leis do estado de São Paulo,

acompanhadas de 19 decretos

e duas resoluções. Em Jundiaí, a

mais recente iniciativa do poder

legislativo foi a criação em 2010

da Frente Parlamentar em Defesa

dos Direitos das Pessoas com Defi-

ciência e Mobilidade Reduzida, cujos

participantes já elaboraram leis como a

complementar 500/2011 – de autoria do

vereador Enivaldo Ramos de Freitas (PTB-SP),

o Val - que prevê a adaptação de guichês de

atendimento ao público (já aprovada) ou o Pro-

jeto de Lei n° 10.733 – de autoria dos verea-

dores Val e Paulo Sérgio Martins (PV- SP) – que

atribui ao Conselho Municipal autonomia para

opinar previamente sobre casos de verificação

de atendimento de acessibilidade em contratos

de renovação ou locação de imóveis destinados

a abrigar repartições públicas, em projetos de

obras particulares e públicas, de logradouros

públicos e de veículos de transporte coletivo, e

na criação de serviços públicos.

Para quem acha que as legislações sobre

acessibilidade mudaram o comportamento da

sociedade, Moretti explica: “A questão da aces-

sibilidade envolve muito mais que uma ram-

pa ou rota tátil. Na Europa, não se consegue

imaginar o que é fazer algo sem acessibilidade.

As cerca de 45mil pessoas portadoras de de-

ficiência que moram em Jundiaí poderiam ser

mais beneficiadas se houvesse uma Coordena-

Márcio Lestingi

O especialista em especialidade Paulo Eduardo Moretti e Bina, assessor do vereador Paulo

Sérgio Martins, defendem a criação da Cordenadoria dos Diretos dos Deficientes como

instrumento para promoção da acessibilidade

Page 14: Portal dos Condomínios - mar/abr 2011

14 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

ria – órgão administrativo municipal com status

de secretaria – com o propósito de cuidar das

questões de acessibilidade”, e ainda faz uma

confissão que só poderia fazê-la quem é de-

fensor da causa há vários anos: “O tema só ga-

nhou destaque depois que a TV Globo o abor-

dou com a personagem da atriz Alinne Moraes,

Luciana, em ‘Viver a Vida’. No entanto, a no-

vela mostrou um nível de acessibilidade que é

muito diferente da realidade vivida pelos defi-

cientes do país. Apenas uma pequena minoria

vive com as facilidades disponibilizadas para a

personagem paraplégica”.

Acessibilidade em con-domínios – Estamos no pa-tamar ideal?

A simples menção ao tema já faz Moretti

torcer o nariz. “Não conheço edifícios ou em-

preendimentos que sejam referência no assun-

to.” Os assessores do gabinete do vereador

Val, por outro lado, relatam que há uma pos-

sibilidade de mudança nesse cenário.

Em 2010 o referido fez uma indicação ao

presidente da Câmara Municipal de Jundiaí

para que o município estabelecesse, normati-

vamente, que só concederia alvará de funcio-

namento e aprovaria novos empreendimentos

imobiliários se os mesmos seguissem as con-

dições de acessibilidade previstas no Decreto

5296/04 e na NBR 9050:2004.

Já Célia Benassi, presidente da Associação

das Empresas e Profissionais do Setor Imobiliá-

rio de Jundiaí e Região – PROEMPI - reconhece

que o setor imobiliário tem incorporado esse

conceito e melhorado a cada dia, porém, de-

monstra preocupação com o tamanho do de-

safio imposto à sociedade organizada: “Depa-

ramos todos os dias com escadas, elevadores

inadequados e portas estreitas, principalmente

em construções antigas, além de apertadas va-

gas no estacionamento. Trata-se de um cená-

rio considerado como normal em uma cidade.

No entanto, esse mesmo cenário exclui um em

Há 16 anos Mara Gabrilli sofreu um acidente

de carro que a deixou tetraplégica. Fundou, em

1997 a ONG Projeto Próximo Passo, que hoje se

tornou um instituto que leva seu nome. Ela foi a

primeira titular da Secretaria Municipal da Pessoa

com Deficiência e Mobilidade Reduzida, criada

em abril de 2005, em São Paulo. Hoje é deputada

federal. Mara Gabrilli conversou com a nossa re-

portagem para tratar de um assunto que ela vive

24 horas por dia e busca melhores soluções de

acessibilidade para todos hoje, e amanhã.

Portal dos Condomínios: Qual é o principal de-

safio governamental, nas três esferas (federal, esta-

dual e municipal) para atingir um nível de “Estado

Total de Acessibilidade”? E qual o próximo passo

em sua atividade parlamentar pela acessibilidade?

Mara Gabrilli: Para um “Estado Total de Aces-

sibilidade” é necessário que haja duas coisas: in-

formação e infraestrutura. E isso precisa partir do

Governo, em suas três esferas.

Em primeiro lugar, falta informação sobre o

universo da pessoa com deficiência. Não fomos

educados para conviver com o “diferente” e isso

acaba excluindo milhares de pessoas de desfru-

tarem seus direitos. Esse é um trabalho que não

ocorre de um dia para o outro, pelo contrário,

é gradativo. E é muito mais fácil quando começa

desde cedo, quando criança. Por exemplo, uma

criança que convive com outra com deficiência será

um adulto preparado para lidar com a diversida-

de humana. Saberá respeitar as necessida-

des de cada um e, fazendo isso, es-

tará apto a cobrar para que outras

pessoas façam o mesmo.

Mas inclusão não se faz ape-

nas com convivência. É preciso que os

acessos sejam iguais para todos, ou seja,

os serviços precisam ser disponibilizados a

todas as pessoas da mesma maneira. Hoje,

são 30 milhões de pessoas com algum

tipo de deficiência e que durante muitos

e muitos anos tiveram subtraído o

direito de frequentar uma escola,

de ter transporte público, de ter

um trabalho digno, de ter saú-

de, cultura e acesso ao esporte.

Para que essas políticas públicas

funcionem concomitantemente

é preciso que as três esferas do

Poder trabalhem em conjunto.

Mara Gabrilli, o exemplo que vem de cima

Div

ulga

ção

Page 15: Portal dos Condomínios - mar/abr 2011

15 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

imóveis em alta

JUNDIAÍ:Distribuição gratuitaAno 01 . Nº 01Mar/Abr de 2011

precisa também de liberdade

para gozar dessa qualidade”,

explica.

Em Jundiaí, as regiões

Oeste e Noroeste, que englo-

bam, por exemplo, bairros como Engordadouro, Eloy

Chaves e Medeiros vêm crescendo constantemente.

Porém é necessário que haja uma preocupação com

o planejamento urbano. A Proempi já estreitou alguns

diálogos com a Prefeitura de Jundiaí, através da Secre-

taria de Desenvolvimento Econômico, para realizar um

estudo viário na cidade.

Não só a qualidade de vida atrai investidores e

pessoas para Jundiaí. As facilidades na concessão de

crédito bancário para a compra do imóvel, o programa

Minha Casa, Minha Vida e o aumento da renda das

famílias das classes C e D impulsionaram o lançamento

de empreendimentos econômicos.

Consequentemente, os segmentos de 2 dor-

mitórios sem elevador e/ou econômicos representaram

a maior participação nas unidades lançadas e a lançar.

Em Jundiaí, 33,8%. Estas modalidades também obti-

veram o maior giro de vendas ao mês, seguidas pelas

unidades tradicionais de 2 e 3 dormitórios. Devido à

grande procura por imóveis do segmento econômico,

o levantamento demonstrou que a busca maior se deu

por unidades de 46m² a 65m². Já entre 66m² a 85m²

vem em segundo, onde ficam os produtos mais bem

localizados. A partir desse intervalo a performance

de vendas vai decrescendo, na medida em que o ta-

manho dos segmentos aumentam. Para Célia, a pro-

cura por imóveis de luxo é mínima, pois esse perfil de

público busca a customização e prepara o seu próprio

projeto arquitetônico.

Mesmo com a facilidade de crédito para novos

imóveis, a busca pelos usados ainda é algo a se consi-

derar, principalmente às pessoas que procuram mudan-

ças iminentes. “Os imóveis usados também são atraídos

aos que precisam estar próximos a centros comerciais.

Já, muito dos novos, estão sendo instalados em regiões

mais afastadas que, futuramente, irão atrair a chegada

do comércio”, relata a presidente da Proempi.

Mercado imobiliário em ascensão, Jundiaí deve

manter o ágil até, pelo menos, a Copa de 2014. Célia

afirma que a oferta e procura são muito grandes e a

essa cadeia impulsiona os preços. Segundo a pesqui-

sa do Secovi, as características dos custos por metro

quadrado em Jundiaí seguiram o seguinte patamar:

segmento econômico: R$ 2.200,00. Demais segmen-

tos: de R$ 3.200,00 a R$ 4.000,00 o m², conforme pa-

drão e localização.

Nota do editor:

Até o fechamento desta edição, estava progra-

mada a apresentação do Projeto de Lei 10.779/10, que

cria o Estudo de Impacto de Vizinhança, para novos

empreendimentos na cidade, na qual a Prefeitura de

Jundiaí poderá analisar mais detalhadamente os proje-

tos, com base nos impactos ambientais, nos sistemas

viários ou na comunidade.

Por Rodrigo Góes

O Secovi-SP (Sindicato da Habitação) encomen-

dou estudos sobre o mercado imobiliário do interior

de São Paulo. Em Jundiaí, o levantamento contemplou

11.066 unidades residenciais verticais de abril a no-

vembro de 2010. E viu o crescimento refletir, principal-

mente, nas unidades de dois dormitórios.

Para a presidente da Associação das Empresas e

Profissionais do Setor Imobiliário de Jundiai e Região

(Proempi), Célia Benassi, segurança, qualidade de vida

e áreas disponíveis para construção foram fatores de-

terminantes para a migração de habitantes para o inte-

rior paulista. “As pessoas procuram qualidade de vida,

mas é importante ficar atento em diversos fatores para

a compra do imóvel. Quando se fala em qualidade, de

nada adianta se o condomínio possuir diversas torres,

uma ‘colada’ na outra. A casa necessita de entrada de

sol. Outro fator é a área de lazer, onde se constrói di-

versas opções, em um curtíssimo espaço. O morador

Rod

rigo

Góe

s

4 Portal de Imóveis . Mar/Abr 2011

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16 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

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17 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

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18 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

Dados do mercadoimobiliário de Jundiaí

4 Portal de Imóveis . Mar/Abr 2011

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15Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

Como deputada federal, quero propagar a in-

formação sobre a pessoa com deficiência para todo

o País e trabalhar em leis que contribuam para me-

lhorar a vida dessa importante parcela da popula-

ção, a começar por duas áreas fundamentais: saú-

de e educação.

Portal: O que os cidadãos precisam saber para

promover a acessibilidade nas diferentes organiza-

ções das quais fazem parte?

Mara: Novamente caímos na questão da fal-

ta de informação. As pessoas ainda não conhe-

cem exatamente as necessidades de uma pessoa

com deficiência. Digo sempre que as barreiras de

acesso físico são fáceis de quebrar. Se falta uma

rampa, basta chamar o pedreiro, comprar tijolos e

cimento, certo? Agora, derrubar barreiras de atitu-

de é muito mais complexo. Para acabar com o pre-

conceito é necessário um árduo trabalho, que diz

respeito à maneira como o ser humano olha para

o outro. Outra questão é o conhecimento sobre a

legislação concernente ao tema. Isso é primordial

na hora de cobrar seus direitos.

Portal: Existe uma grande diferença entre

saber o que é acessibilidade e gerar acessibilida-

de. Por que é importante que toda a sociedade se

envolva e promova realmente a acessibilidade em

seus locais de vivência e convivência?

Mara: Porque uma cidade inclusiva não se

faz sem uma sociedade inclusiva. Inclusão se faz

com convivência e consciência. Cada um precisa

olhar para o outro e enxergar suas necessidades,

cobrando melhorias, cobrando direitos, cobrando

acessos. É um trabalho conjunto.

Portal: As estatísticas sobre deficientes e pes-

soas com mobilidade reduzida no país são confiá-

veis? O Censo do IBGE 2010 reflete o que se vê na

sociedade? Quais os números da população brasi-

leira de deficientes em % e em número absoluto?

Mara: As estatísticas não são confiáveis! Tra-

balhamos com um número de aproximadamente

30 milhões de brasileiros com algum tipo de defi-

ciência, que é do Censo 2000 do IBGE, equivalente

a 14,5% da população brasileira. Acontece que as

perguntas do Censo relacionadas às pessoas com

deficiência não são feitas em todas as residências;

esse dado é feito por amostragem. Uma das mi-

nhas brigas nos últimos anos foi justamente para

que as perguntas do Censo 2010 fossem feitas

em todas as residências, o que, infelizmente, não

aconteceu. É importante que os números sejam

corretos, para que possamos diagnosticar as pes-

soas com deficiência pelo país e saber quais são

essas deficiências, quais são as condições e as ne-

cessidades dessas pessoas. Com esses números é

possível trabalhar de uma melhor maneira as polí-

ticas públicas voltadas para essa área.

Portal: Em Jundiaí há um movimento na Câ-

mara de Vereadores para se criar uma Coordena-

doria dos Direitos dos Deficientes. Quais as cidades

e organizações no Brasil são referência na promo-

ção da acessibilidade?

Mara: Acho muito importante a criação de ór-

gãos voltados para as pessoas com deficiência em

todo o Brasil, pelas três esferas do Poder. Quan-

do se fala de São Paulo , de sua região central, as

pessoas já conseguem, de certa forma, viver com

mais dignidade. Mas quando nos afastamos do

Centro e enveredamos pela periferia e por cidades

menores, do interior, percebemos que muita gente

ainda não consegue sair de casa - e isso também

ocorre em cidades maiores. Imaginem então o que

acontece, por exemplo, no sertão nordestino, a

uma pessoa que, com muito menos deficiência -

não precisa ser, teoricamente, grave como a minha

-, não consegue exercer sua cidadania.

O Brasil tem potencial para promover uma

grande mudança, algo que já começou a ocor-

rer em de São Paulo , com a criação da Secretaria

Municipal da Pessoa com Deficiência, a primeira

do gênero no Brasil, em 2005, pelo então Prefeito

José Serra. Hoje, são mais de 100 espalhadas por

todo o Estado. Quando Governador, Serra tam-

bém criou a primeira Secretaria da Pessoa com

Deficiência no Estado de São Paulo, que vem tra-

balhando e fazendo diferença em vários municí-

pios.

Portal: Deputada Mara Gabrilli, quais são

suas dicas para os síndicos e administradoras de

condomínios que estão tomando contato agora

com o tema. Que medidas eficientes administra-

tivas e/ou técnicas eles podem tomar no dia a dia

para promover a acessibilidade em prédios resi-

denciais e comerciais?

Mara: Acho importante todo mundo co-

nhecer o conceito do Desenho Universal, que

tem por objetivo definir produtos e ambientes

contemplando a diversidade humana: desde as

crianças, adultos altos e baixos, anões, idosos,

gestantes, pessoas com deficiência e mobilidade

reduzida. Afinal, um condomínio pode vir a rece-

ber qualquer uma dessas pessoas e o acesso tem

que ser igual para todos. No meu site (http://ma-

ragabrilli.com.br/desenho-universal.html) existem

mais informações sobre esse conceito e pode-se,

inclusive, fazer o download de um manual que

elaboramos sobre esse tema.

Portal: Por fim, qual a sua mensagem para

os jundiaienses que esperam do poder público

e da sociedade uma maior atenção ao tema da

acessibilidade? Como eles podem acompanhar os

seus projetos, palestras e debates sobre acessibi-

lidade?

Mara: Costumo dizer que sou um exemplo

prático de que sozinhos não chegamos a lugar

algum. Durante toda minha trajetória política

pude contar com o apoio de pessoas que acredi-

tam na política do bem, para melhorar a vida de

pessoas. Meus projetos são baseados nas neces-

sidades e demandas que recebo da população.

Continuem cobrando, opinando e sugerindo,

pois conto com vocês, por meio de suas ideias e

sugestões, para construirmos um Brasil com mais

acessos.

Page 20: Portal dos Condomínios - mar/abr 2011

16 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

cada mais de 14 brasileiros com determinados

tipos de deficiência física. Para alterar essa si-

tuação é preciso vontade política, face às provi-

dências que precisam ser tomadas nos edifícios

utilizados pelas diversas esferas do governo, e

uma luta contínua no sentido de alterar essas

situações nos variados ambientes privados”,

elucida.

O arquiteto Roberval Guitarrari, vice-presi-

dente da Associação dos Engenheiros de Jundiaí

– AEJ - explica como o assunto é visto na área

de construção civil. “Acessibilidade é um concei-

to que remete ao desenho universal dos meios e

equipamentos de mobilidade urbana, para que,

através deste, consigamos proporcionar aos se-

res humanos uma qualidade de deslocamento e

de uso dos equipamentos e mobiliários comum

a todos e não segregados aos que possuam al-

gum tipo de necessidade específica. Ainda não

se assimila que as restrições de mobilidade pos-

sam ser temporárias (acidentes, gravidez etc), ou

ainda definitivas, porém não patológicas (velhi-

ce, por exemplo). Então, o conceito de acessibi-

lidade deve abranger a todos os cidadãos e não

ser excludente.”

Roberval ainda explica que os projetos arqui-

tetônicos que elabora devem, por norma e por

dispositivos legais, abranger os quesitos obriga-

tórios, no âmbito de sua aplicação, nos edifícios,

públicos ou privados, e nos recintos de uso cole-

tivo, mas que, neste caso, ainda geram dúvidas,

pois indústrias ou empresas privadas absorvem

funcionários com algum tipo de deficiência e

não possuem os setores adaptados para esta si-

tuação.

Já os projetos de urbanismo devem absorver

por completo os requisitos preconizados pelas

normas técnicas e legislações, embora, também

se saiba que as condições geográficas muitas

vezes são restritivas aos deslocamentos de ca-

deirantes e as legislações que determinam as

declividades de vias de circulação urbana são in-

compatíveis com o conceito de desenho univer-

sal. Como, em alguns pontos, há conflito entre

as legislações federal, estadual e as normas da

ABNT, Roberval ensina que é preciso muito bom

senso para elaboração de um projeto consciente

e eficaz.

ConclusãoSegundo o censo 2010 do IBGE, cerca de

14,5% da população, ou 30 milhões de brasilei-

ros, tem algum tipo de deficiência ou mobilida-

de reduzida. Porém, de acordo com o que ensi-

na a deputada federal

Mara Gabrilli (PS-

DB-SP) – uma das

ferrenhas defenso-

ras e promotoras

da acessibilidade

nesse país - esse

número é mui-

to maior, pois o

censo do IBGE é

feito por amos-

tragem e não

leva em conta

as pessoas que

estão tempo-

r a r i a m e n t e

em estado de

mobilidade re-

duzida, como

g e s t a n t e s ,

crianças, atletas

machucados ou aci-

dentados, de maneira

geral.

O caráter invisível das estatísticas – que

escondem o real número de portadores de ne-

cessidades especiais – não nos desobriga da res-

ponsabilidade de trazer o mundo da acessibi-

lidade para todos, o que inclui os que passam

grande parte da sua vida nos espaços condomi-

niais, onde ser acessível é mais importante que

estar acessível.

Ser acessível é adotar continuamente uma

postura de acessibilidade, adotando o concei-

to do desenho universal nos projetos e na exe-

cução das obras, é ensinar aos porteiros um

pouquinho de libras necessário para receber e

atender os que nela se comunicam, é ter espa-

ços comuns não apenas inteligentes, mas fun-

cionais, que possam ser utilizados por idosos,

gestantes, obesos e contundidos, sem que estes

precisem se sentir no pregão da bolsa de valo-

res ou no mercado de peixe para se locomover.

Como atestam os especialistas entrevistados

para essa reportagem, o caminho

para acessibilidade aprende-se cedo, educan-

do-se as crianças a aceitarem a diversidade em

tudo o que fazem, eliminando o desprezo e a

ignorância por tudo o que é diferente. Como

na teoria do universo cíclico - que explica que o

universo se expande e se contrai continuamen-

te as grandes lutas dos direitos enfrentam uma

exclusão a cada inclusão, com a diferença que

esse ciclo não está a anos-luz de distância, pelo

contrário, é presente em todos os aspectos de

nossas vidas.Sh

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Page 21: Portal dos Condomínios - mar/abr 2011

17Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

Page 22: Portal dos Condomínios - mar/abr 2011

18 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

SAÚDE

CondomínioPor Neto Aiello - Fisioterapeuta

Segundo dados do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), os idosos repre-

sentam 8,6% da população brasileira. O institu-

to considera idosas as pessoas com 60 anos ou

mais, mesmo limite de idade considerada pela

Organização Mundial de Saúde (OMS) para os

países em desenvolvimento. Em uma década, o

número de idosos no Brasil cresceu 17%.

O envelhecimento da população brasileira

é reflexo do aumento da expectativa de vida,

graças ao avanço no campo da saúde e a redu-

ção da taxa de natalidade. Prova disso é a par-

ticipação dos idosos com 75 anos ou mais no

total da população, que cresceu 2,1% em uma

década.

Devido ao envelhecimento da população,

cada vez mais idosos estão morando sozinhos,

bem como muitos casais de idosos. Em busca

de segurança e comodidade muitos optam por

morarem em condomínios. Será que os condo-

mínios estão preparados para receberem este

público?

Para conscientizar das necessidades que os

idosos necessitam, precisamos entender o pro-

cesso de envelhecimento e suas limitações. Se-

gundo a fisioterapeuta, Aline Gut, proprietária

de uma clínica especializada em exercício para

terceira idade, ”o processo de envelhecimento

difere de pessoa para pessoa, assim como de

um aparelho ou um sistema (cardíaco, respi-

ratório, muscular, etc) para o outro. É um fe-

nômeno fisiológico, pois ocorre em todo ser

humano, e caracteriza-se por ser um processo

progressivo. A diminuição da força muscular e

da flexibilidade são as maiores limitações para

as atividades de vida diária. O equilíbrio para

caminhar, agachar e levantar, subir e descer

escadas, levantar objetos pesados, banhar-se

e vestir-se são exemplos de atividades prejudi-

cadas pela diminuição da força e flexibilidade.

Muitas dessas limitações podem ser significati-

vamente amenizadas com a prática regular de

atividade física (principalmente a musculação

na terceira idade)”.

Esse problema de acessibilidade levantado

Page 23: Portal dos Condomínios - mar/abr 2011

19Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

por Aline, é um fato cada vez mais presente,

principalmente quando estão envolvidas popu-

lações cada vez mais atuantes como os idosos

e os deficientes físicos.

Atualmente há diversas regras para ga-

ragem, que variam de acordo com a localida-

de. Em São Paulo, por exemplo, condomínios

construídos a partir de 2006 devem destinar

5% das vagas para os portadores de neces-

sidades especiais. Já é um começo, mas ainda

está longe de suprir todas as necessidades dos

idosos: “Sabendo de todas essas limitações,

queremos mostrar a importância de adapta-

ções em condomínios para uma melhor aces-

sibilidade de idosos e deficientes físicos. Os

ambientes devem ser planejados para promo-

ver a independência, autonomia e atender to-

das as necessidades dos usuários. Implantação

de corrimão, rampas, pisos antiderrapantes,

portas largas, degraus bem sinalizados são al-

gumas providências que devem ser tomadas.

De acordo com a Lei Federal 10.098/2000 e o

Decreto Federal 5296/2004, todos os lugares

Gostou deste artigo? Quer sugerir algum tema?Envie mensagem para

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Você terá um atendimento exclusivo com o

fisioterapeuta Neto Aillo

shutterstock Andrejs Pidjass

devem ser acessíveis para pessoas com defici-

ência e mobilidade reduzida (caso dos idosos)”,

relata a fisioterapeuta.

Este assunto deve atenção e respeito de to-

dos, tanto na parte técnica na elaboração dos

projetos da construção, tanto para síndicos dos

condomínios já habitados. Algumas pequenas

adaptações nesses condomínios podem fazer

uma grande diferença para os idosos e porta-

dores de deficiência física. Lembre-se, um dia

você será um idoso!

Participação: Aline Gut (Fisioterapeuta)

x Idosos

Page 24: Portal dos Condomínios - mar/abr 2011

20 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

Linguagem e Comportamento InfantilNós, seres humanos, contamos com a lingua-

gem verbal para auxiliar em nossa expressão de

pensamentos, aspecto único entre todos os ani-

mais existentes.

Sabemos que diversas espécies apresentam

algum tipo de linguagem, entretanto, apenas o

ser humano é dotado da capacidade de falar, ex-

pressar suas ideias por meio da linguagem verbal

e também escrita. Podemos também fazer uso de

outras linguagens, como a corporal/gestual, mas

mesmo essas, estão fortemente ligadas ao que

temos processado internamente como linguagem,

aspectos aprendidos culturalmente e pela nossa

capacidade cognitiva.

A linguagem é a capacidade mais fantástica do

ser humano. Ela nos diferencia, nos marca, nos tor-

na únicos, soberanos entre os animais; é de todas

as habilidades neurológicas a mais complexa, pois

envolve capacidades cognitivas, motoras, sensiti-

vas e emocionais. Podemos dizer que se fossemos

comparados a um carro, nós humanos seríamos o

top de linha.

Utilizamos linguagem desde muito cedo em

nossas vidas; inicialmente como forma simples

de expressão de nossos desejos de sobrevivência,

depois, através dos vínculos estabelecidos e das

informações e estimulações trazidas de figuras

significativas (pai, mãe, avós, cuidadores) o pensa-

mento vai se estruturando num código linguístico

e num prazo breve de um ano, já somos capazes

de iniciar nossas verbalizações mais diretas, cha-

mando mamãe, papai, expressando a fome, sede

e repetindo infinitas combinações de sons que

formarão novas palavras.

Aos 3 anos já apresentamos um conteúdo

imenso de palavras, somos capazes de realizar

frases complexas e cantamos pequenas músicas

com adequado ritmo, melodia e letra. Mesmo que

ainda nessa fase possamos ter alguns erros de pro-

nuncia, somos plenos na capacidade de nos fazer

entender pelo outro.

O pensamento nessa fase é rico de simbolis-

mos e processos imaginativos e associativos que

nos ajudam a compreender e copiar o meio que

nos cerca. Desenvolvendo esses aspectos, (apa-

rentemente apenas cognitivos) estamos também

nos educando para um outro componente: nosso

comportamento em sociedade. Quanto mais for-

mos capazes de utilizarmos nossa expressão verbal

para o que sentimos ou desejamos, menor será a

necessidade de reações físicas inadequadas.

É fundamental que os pais e adultos que con-

vivam com as crianças auxiliem para essa melhora

da capacidade verbal como forma de controle do

comportamento, pois isso facilitará o convívio da

criança no meio social, bem como ensinará a lidar

ARTIGO

Susana Bueno de Souza – Fonoaudióloga e Psicopedagoga –CRFa 5932/SP

melhor com suas reações emocionais.

Vejamos esse exemplo:

Paulo tem dois anos e não consegue montar

um jogo de encaixe, então se levanta, joga tudo

pelos ares e começa a chorar e ter acesso de raiva.

Sua mãe que não estava presente no exato mo-

mento do acontecido, ao escutar a gritaria, entra

na sala e pergunta o que aconteceu.

A criança ainda não é capaz de expressar

corretamente o que houve e também o que a

deixou frustrada e nervosa, então continua a cho-

rar e gritar. A mãe se irrita e dá um chacoalhar para

que ela pare com aquele comportamento. Nesse

momento a criança chora ainda mais e a mãe se ir-

rita ainda mais...Ciclo vicioso cruel que não ajudará

a criança, além de fortalecer a ideia de que quando

nos irritamos, temos como resposta ações motoras.

Seria mais produtivo que a mãe, em vez de

questionar sobre o comportamento da criança,

buscasse auxiliá-la, sendo cúmplice de seu senti-

mento dizendo: “Puxa, você estava brincando tão

bem, que pena que agora está triste. Posso brincar

com você se quiser”.

Nesse momento a criança se sentiria acolhida

em seus sentimentos e encontraria uma forma de

aliviar sua frustração sem reações exacerbadas.

Talvez até pegasse o jogo e mostrasse para a mãe,

trazendo a informação que era isso que havia

causado sua explosão de raiva. A mãe novamente

como intérprete da criança, poderia dizer : “AH!

Então foi esse brinquedo que deixou você com

tanta raiva hein?! Nem sempre as coisas dão certo,

isso realmente dá muita raiva, mas vamos tentar

novamente, é assim que se aprende”. Ou, então

dizer: ”Vamos brincar de outra coisa até você se

acalmar e depois tentamos montar esse jogo no-

vamente”.

É fundamental que respeitemos os sentimen-

tos e, se possível, os transformemos em palavras,

dando sentido aos acontecimentos.

Também é importante que ao traduzir um

determinado comportamento em palavras, evite-

mos julgamentos ou sermões moralistas, mas que

deixemos claro que respeitamos e compreendemos

os sentimentos, entretanto não iremos permitir ati-

tudes e ações inadequadas.

Usar uma linguagem clara, direta e sem dupla

informação, expressando também seus sentimen-

tos com relação ao acontecido, ajudará a criança

a compreender o certo e errado, mesmo que num

primeiro momento ela aparentemente ignore a

informação.

É importante que os pais não tentem esconder

que também estão descontentes ou até com pro-

funda irritação por determinado comportamento

da criança, pois assim a criança também aprenderá

a “ler” corretamente os sentimentos envolvidos e a

informação se torna mais verdadeira.

Outra situação: Uma criança de 4 anos chuta

seu cãozinho como forma de brincadeira. A mãe

vê a cena e diz “ Não faça isso meu docinho, não

chute seu cachorro que ele fica triste com você”.

Essa não é uma forma adequada de limitar o

comportamento da criança, pois, cachorros não

ficam tristes e sim bravos e até violentos como

forma de defesa ao serem agredidos, dessa forma,

usar uma linguagem mais clara e firme resulta

numa limitação mais efetiva e compreendida pela

criança. “Não chute o cachorro, ele não é bola.

Nós não devemos chutar os animais, se você quer

chutar algo para brincar, pegue a bola.” Ou dizer “

se você está com raiva eu entendo, mas você não

pode chutar o cachorro, ele poderá morder você.”

Se necessário segurar firme o braço da criança

e afastá-la do cão, que seja feito, mas não de-

vemos permitir atos cruéis aos animais.

Em resumo, ao educar a criança na lingua-

gem, aprendemos a nos educar e a controlar

nossas ações e talvez esse seja o maior desafio.

Compreender e respeitar o desejo alheio quando

ele difere do nosso e agirmos de forma coerente

com as repreensões que são necessárias, não é

tarefa fácil, mas devemos tentar sempre.

Gosto muito de usar algumas frases com meus

filhos que costumeiramente gritam “eu quero”,

para inúmeras coisas: Meu filho, compreendo

plenamente o que você quer, na realidade você

tem todo direito de querer tudo, mas na vida não

podemos ter tudo, temos que escolher, ou simples-

mente digo: “compreendo o que você quer, mas

agora não é possível”.

A educação é a arte de ensinar que não de-

vemos viver apenas pelo princípio do prazer. Que

na vida não fazemos ou agimos somente pelos

nossos desejos e vontades, mas fazemos o que

tem que ser feito se quisermos ter um ambiente

melhor ao nosso redor.

Sei que é uma dura lição a ser aprendida por

eles (meus filhos) e também por mim, mas juntos

vamos lidando com nossos desejos frustrados e

às vezes impossíveis de serem realizados, nossas

raivas, tristezas, angústias e todos os demais sen-

timentos que diariamente participam de nossas

vidas.

Acredito que de todas as ferramentas que

podemos escolher para educar, a linguagem é a

mais poderosa e a única realmente capaz de nos

marcar. Façamos então marcas positivas para que

nossas crianças sejam realmente felizes e seguras.

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21Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

FIQUE POR DENTRO

NORMAS DE SEGURANÇAExiste uma série de exigências legais, principal-

mente municipais, no que diz respeito às normas de

higiene e segurança. Quando não cumpridas, impli-

cam desde punições até interdição do edifício. Por

envolverem questões de segurança, dentre outras,

devem ser observadas as exigências quanto:

- condições de instalações elétricas, hidráulicas,

sanitárias e de gás;

- sistema de para-raios; limpeza de caixa d’água;

- acondicionamento, recolhimento e depósito

de lixo;

- extintores, porta corta-fogo, saídas de

emergência e elevadores;

Seguro de Incêndio - O Artigo 13 da Lei

4.591/64 obriga a contratação de seguro que inclua

tanto as unidades autônomas quanto as áreas co-

muns. É uma despesa ordinária. No caso de imóveis

financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação

(SFH), esse seguro já vem incluso no boleto de paga-

mento das prestações; por isso é necessário que,

antes da contratação do seguro, o proprietário que

esteja vinculado ao SFH comunique ao síndico por

escrito, evitando pagá-lo em dobro.

Furto em condomínio – Para os casos envol-

vendo furto, roubo, quebra de vidros, etc., o se-

guro é opcional. É conveniente que a atribuição de

responsabilidades esteja prevista em convenção e

em contratos por vezes firmados com empresas de

prestação de serviços ou de vigilância.

Geralmente, quando a chave do carro é deixada

em quadro de chaves, com o garagista, ou zelador

para manobras, na ocorrência de furto ou avaria do

veículo a responsabilidade é do condomínio.

DICAS PARA DIMINUIR DESPESAS E EVITAR RISCOS

A Fundação Procon/SP relaciona, a seguir, al-

gumas recomendações para que você, adminis-

trador, síndico, proprietário ou inquilino de um

condomínio, venha a contribuir para a melhoria da

qualidade de vida, harmonização no convívio cole-

tivo e até redução de custos condominiais.

Agindo de acordo com as leis em vigor, dando

cumprimento à convenção e regulamento interno

e procurando atuar com bom senso respeitando os

direitos individuais e assumindo a sua responsabi-

lidade ao cumprimento dos deveres e obrigações

estabelecidas, com certeza o seu “Viver em Con-

domínio” será bastante agradável. Participe do dia

a dia do condomínio, auxiliando vizinhos e o sindíco

na administração do prédio. Faça críticas quando

cabíveis, mas também apresente sugestões como:

- Estudo voltado à utilização racional da água,

evitando desperdícios e vazamentos. Limpeza das

caixas d’água regularmente e tratamento da água

das piscinas;

- Vistoriar periodicamente a parte elétrica, hi-

dráulica da edificação e de gás;

- Verificação do cumprimento das normas mu-

nicipais e estaduais quanto à segurança da edifi-

cação (extintores, seguros, sinalização, elevadores

etc.);

- Realização de pesquisas de preços na

aquisição de produtos, principalmente de limpeza,

e a sua guarda em local seguro; controle de entrada

e retirada, evitando, desta forma, furtos, desvios ou

desperdícios;

- Análise prévia dos contratos, inclusive os

de prestação de serviços que forem assinados em

nome do condomínio;

- Exigência de emissão de notas fiscais ou reci-

bos em nome do condomínio, quando da compra

de materiais e execução de serviços;

- Manutenção atualizada e em local seguro dos

livros contábeis, notas fiscais e recibos que compro-

vem pagamentos;

- Programação e realização de campanhas edu-

cativas (material reciclado, limpeza, fumo, drogas,

bebidas etc.). Mobilização para implementação dos

programas;

- Evitar atraso no pagamento das contas, que

acarretam multas e aborrecimentos.

Fonte: SECOVI-SP

doCONDOMÍNIO

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22 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

UTILIDADES DOMÉSTICAS

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23Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

EDUCAÇÃO

Por Maria Isabel Gut - Orientadora Educacio-

nal e Psicóloga - Colégio Divino Salvador.

Escolher significa pensar no futuro, ter pro-

jetos como: que tipo de pessoa quero ser, com

quem desejo estar, que tipo de ambiente quero

frequentar. Quando estamos na escola, esco-

lhemos onde sentar, se vamos prestar atenção

ou não à aula, se vamos abrir ou não a apostila.

Escolhemos também quem são os nossos amigos,

os colegas com quem conversaremos... e assim o

dia passa.

As decisões são comuns em nossa vida, e a

busca pelo curso superior é mais uma escolha,

porém mais significativa que as corriqueiras.

Então, essa escolha deve ser cuidadosa, porque

será ruim se eles optarem por algo onde todos os

dias tiverem queixa do trabalho, ambiente, das

pessoas, pressões...

Geralmente, a escolha da profissão no 3º

ano culmina com o filho fazendo 18 anos de

vida, tirando carta de motorista, passando a não

depender mais tanto da mãe e do pai para levar

e buscar. É um “divisor de águas” na vida do filho

e também de seus pais.

Essa escolha traz consigo o código que a

família utilizou para educar: se mais livre, se mais

A Escolhada Profissão

dependente dos pais, se o filho teve o direito a

opinar... A família passa a ficar mais vulnerável

quando surge no filho a insegurança, o medo de

errar, o receio de deixar a “casa dos pais” e, diga-

se de passagem, são temores compreensíveis.

Temos dificuldade em reconhecer os bons

valores, a essência da família, o empenho que

tivemos em passar a eles as “ferramentas de

amor e de caráter” que, com certeza, saberão

usar. Precisamos confiar mais no que passamos

aos nossos filhos, munindo-os de recursos inter-

nos para que dêem conta desse “mundão” que

os chama.

Hoje, as opções são as mais variadas,

enchem os olhos dos jovens porque há cursos

muito interessantes em universidades públicas,

particulares, na cidade, no interior, nos outros

estados e alguns até fora do país. Escolher di-

ante de tantas opções é um ato de coragem,

que poderá ser minimizado se o aluno tiver a

possibilidade de pensar sobre si, suas facilidades,

dificuldades, habilidades, hobbies, preferências

no currículo escolar, seus interesses, curiosidades,

suas leituras, programas preferidos e, além de

tudo isso, se o aluno tiver acesso às

informações sobre diversos cursos.

Tudo isso requer em-

penho. Não adianta a

decisão de prestar

vestibular se eu não

sei qual profissão eu quero!

A orientação é que os alunos “coloquem a

mão e a alma na massa”, contem com a ajuda

de seus pais, professores, psicólogos do colégio,

leiam, pesquisem, vasculhem páginas na internet,

conversem com profissionais das áreas de inter-

esse, visitem universidades...

O papel dos pais será o de ter uma partici-

pação ativa de auxílio nessas buscas, conversar e

permitir que o filho expresse realmente seus de-

sejos e sentimentos, até sobre o receio de morar

fora, o medo de errar e ter que começar de novo,

entre outros.

Importante também ter a consciência de que,

na maioria das vezes, “o nosso desejo não é o

desejo deles”. Que eles escolham aquilo que de

fato quiserem, sem ter que dar conta de atender

às solicitações das pessoas que ama. Eles precisam

ser respeitados para se tornarem grandes profis-

sionais e, acima de tudo, grandes pessoas.

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24 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

Vinho da AlegriaModo de preparo:

- colha uma cesta cheia de flores de

dente de leão;

- coloque-as no sol de meio-dia para

secar e eliminar todas as impurezas;

- misture as flores com vinho tinto seco

e deixe descansar por mais oito dias;

- Coe o vinho, misture com um

pouco de mel e é

só saborear.

BEM-ESTAR

Os segredos do Dente de leão

Por Talita RoccaTaraxacum Officinale: apesar do nome ser

estranho, é a planta mais disseminada perten-

cente ao gênero botânico Taraxacum. Ainda não

sabe do que estamos falando?

Dente de leão, amor de homem, alface

de cão, salada de topeira, ou esperança. Esses

são os nomes vulgares da planta citada acima.

A dente de leão, como é mais conhecida, tem

várias utilidades. Além de ser um ótimo ítem de

decoração, é muito usada na medicina e até na

culinária.

A planta é utilizada como diurético, purifica-

dor do sangue, para sanar problemas no fígado

e na vesícula biliar e até para curar problemas

de reumatismo. Mas será que pode confiar intei-

ramente nesse ‘remédio’?

O uso de plantas na medicina é bastante

polêmico. Não há como dizer se essas infor-

mações são corretas. Grandes estudos são de-

senvolvidos com um alto número de pacientes

quando o objetivo é comprovar se uma medi-

cação é eficaz e segura para determinada do-

ença, e com base nesses estudos é que médicos

prescrevem os medicamentos para os pacientes.

Segundo a reumatologista, Fernanda Guaratini,

com as plantas não há geralmente estudos des-

sa dimensão. “O que ocorre frequentemente é

algum pesquisador que estuda uma determina-

da planta e aplica em alguns pacientes. A notí-

cia se espalha, mas sem comprovação científi-

ca”, alerta.

A médica afirma que é necessário ter cuida-

do ao tratar de doenças sérias com plantas, mas

para algumas ocasiões o risco não é grande.

“Também não é provado cientificamente que o Fotos

divu

lgaçã

o

Óleo de massagemPara preparar um óleo de

massagem, basta misturar a planta

com óleo, deixar repousar por oito

dias em um vidro de boca larga

exposto ao sol da manhã. Coe as

ervas do óleo e já terá o produto

pronto para massagem.

CultivoPor ser uma planta com folhas

leves, o vento espalha as com facilidade,

por isso pode ser cultivada em

qualquer jardim:

- ao montar seu arranjo, corte os caules

diagonalmente e diminua as hastes

diariamente em 1 cm;

- escolha qualquer espécie de dente de leão;

-coloque em um recipiente com água;

-troque a água a cada três dias;

- não deixe seu arranjo

exposto ao vento.

chá da planta, ingerido três vezes ao dia é ema-

grecedor e nem eficaz para óleo de massagem,

mas como não há risco para a saúde, não custa

experimentar”, completa.

Na culinária, o dente de leão também é

muito utilizado tanto para fazer saladas quanto

para vinhos. Antigamente a planta era a matéria

principal para o Vinho da Alegria

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26 Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2011

Q u e m n u n c a teve medo de ficar

preso em um elevador que atire a primeira pedra.

Calma, cada edifício tem uma história para contar,

mas essa aconteceu com a filha de um amigo meu, e é muito boa.

Foi em um edifício aqui em Jundiaí, com uma vista maravilhosa para a Serra do Japi. Depois que seu marido morreu, Dona Encarnacion, foi morar com a filha e o genro, neste prédio.

Todos os dias, após o jantar, ela se punha em um canto mais afastado do prédio e não queria companhia, ficava ob-servando a Serra do Japi e todos pensavam que ela navegava em seus pensamentos, ou que sentia saudades do marido.

Pois bem, naquele dia armava um tremendo temporal na cidade. Desciam no mesmo elevador, Júlia, a filha deste amigo meu, o seu namorado, a Dona Encarnacion e Seu Berto, um viúvo de 88 anos que morava com um sobrinho.

Quando menos se esperava o elevador parou entre o 4º e 5º andares, por falta de energia elétrica, ficando todos presos no escuro. De repente, Dona Encarnacion foi ficando deses-perada, Seu Berto não entendia e o casal muito impaciente com aquela situação.

Seu Berto começou a gritar: Cuidado com meu caramelo!

Não vão pisar no meu caramelo! Não pise no meu caramelo! Pelo amor de Deus, cuidado com meu caramelo!

Tudo na mais profunda escuridão, quando começaram a ouvir uns estampidos e um mal cheiro profundo invadiu o elevador. Seu Berto continuava a implorar que não pisassem no seu caramelo.

O tempo passava, os bombeiros que não chegavam e os estampidos continuavam, o mal cheiro aumentava, Seu Berto querendo seu caramelo, os minutos demoravam a passar, o casal pensava que ia morrer asfixiado tamanho o mal cheiro, até que a energia voltou, o elevador voltou a funcionar e todos puderam entender o que acontecia.

Dona Encarnacion, sofria de distúrbios intestinais e descia todas as noites para poder soltar livremente suas ventosidades intestinais longe da filha, do genro e de outros moradores, daí seu isolamento noturno.

Quanto ao casal, tiveram que tomar banho e trocar de roupa, pois o cheiro tomou conta das vestes e até do cabelo. Enquanto seu Berto, foi questionado por que queria tanto seu caramelo naquela situação. O velhinho, ainda se refazendo do susto, respondeu: “No caramelo está grudada minha denta-dura!”

Por

Dr. José Miguel Simão Advogado e cronista

CRÔNICA

Meu Caramelo

shutterstock_Dennis Cox / DIGITALIDAD

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