pontifÍcia universidade catÓlica de minas gerais · de crescimento consequente a um distúrbio de...

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Medicina Veterinária Curso de Medicina Veterinária em Betim Aiama Cristina Soares Silva Laura Vaz Gontijo Cardoso Cançado Marcela Reis Prado Thais Mendonça Vieira OSTEOCONDROSE E OSTEOCONDRITE DISSECANTE NO OMBRO EM CÃES: Revisão de literatura Betim 2013

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde

Departamento de Medicina Veterinária Curso de Medicina Veterinária em Betim

Aiama Cristina Soares Silva Laura Vaz Gontijo Cardoso Cançado

Marcela Reis Prado Thais Mendonça Vieira

OSTEOCONDROSE E OSTEOCONDRITE DISSECANTE NO OMBRO EM CÃES: Revisão de literatura

Betim 2013

Aiama Cristina Soares Silva Laura Vaz Gontijo Cardoso Cançado

Marcela Reis Prado Thais Mendonça Vieira

OSTEOCONDROSE E OSTEOCONDRITE DISSECANTE NO OMBRO EM CÃES: Revisão de literatura

Monografia apresentada ao Curso de Medicina Veterinária em Betim da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Medicina Veterinária. Orientador: Luiz Fernando Lucas Ferreira

Betim 2013

Aiama Cristina Soares Silva

Laura Vaz Gontijo Cardoso Cançado Marcela Reis Prado

Thais Mendonça Vieira

OSTEOCONDROSE E OSTEOCONDRITE DISSECANTE NO OMBRO EM CÃES: Revisão de literatura

Monografia apresentada ao Curso de Medicina Veterinária em Betim da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Medicina Veterinária.

____________________________________________ Luiz Fernando Lucas Ferreira (orientador) – PUC Minas

____________________________________________ Ana Paola Brendolan – PUC Minas

____________________________________________ Alysson Rodrigo Lamounier – PUC Minas

Betim, 21 de junho de 2013

Dedicamos este trabalho a nossas famílias, que fizeram o possível para que o sonho de nos

tornarmos médicas veterinárias fosse possível e a todos àqueles que nos apoiaram durante

esta caminhada.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus e todos que participaram desta importante etapa de

nossas vidas, nos apoiando e incentivando na conquista deste grande sonho de nos

tornarmos médicas veterinárias; nossos pais, amigos, familiares, colegas e

companheiros.

Agradecemos também aos professores, em especial: Luiz Fernando (PUC

Minas), Ana Paola Brendolan (Puc Minas) e Alysson Lamounier (PUC Minas) que

não mediram esforços para nos ajudar nesta pesquisa. A todos vocês nosso muito

obrigada!

“A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas

paisagens, mas em ter novos olhos.” (Marcel Proust)

RESUMO

A osteocondrose é caracterizada por uma deficiência na ossificação endocontral. A

osteocondrite dissecante é uma manifestação clínica generalizada da doença que é

vista na radiografia simples. Por ser uma das causas mais importantes de

claudicação em cães jovens principalmente os animais de raças grandes e gigantes

o diagnóstico precoce é essencial para o sucesso no tratamento. A claudicação é o

principal sinal clínico observado pelos proprietários, esta quando aparece já revela

um grau avançado da doença. Por esse motivo deve-se considerar como

diagnóstico diferencial as demais doenças que cursam com a mesma. Apresenta

uma etiologia multifatorial, devendo considerar condições como trauma, excesso

nutricional e fatores hereditários. Nos cães, afeta principalmente a articulação

escápulo- umeral podendo também afetar as demais articulações. Para um bom

diagnóstico clínico preconiza-se um adequado conhecimento da etiologia e da

fisiopatologia da doença além de considerar fatores como raça, sexo, idade e exame

radiográfico para confirmar ou descartar a doença articular. Todas essas etapas são

fundamentais para a decisão sobre o melhor tratamento que varia desde

conservador, com a retirada dos fatores predisponentes, a cirúrgico sendo por

artrotomia ou artroscopia. O prognóstico vária de acordo com cada caso e o grau de

acometimento da articulação.

Palavras-chave: Cães. Osteocondrose. Osteocondrite. Cartilagem endocondral.

Articulação escapulo- umeral.

ABSTRACT

Osteochondrosis is characterized by a deficiency in ossification endocontral. The

osteochondritis dissecans is a clinical manifestation of widespread disease that is

seen on radiography. As one of the most important causes of lameness in young

dogs especially large breed animals giant early diagnosis is essential for successful

treatment. Lameness is the main clinical sign observed by the owners, when this

appears already in an advanced stage of the disease. Therefore it should be

considered as a differential diagnosis other diseases with the same. Has a

multifactorial etiology, and should consider conditions such as trauma, excessive

nutritional and hereditary factors. In dogs, mainly affects the scapular-humeral can

affect other joints. For a good clinical diagnosis is advocated an adequate knowledge

of the etiology and pathophysiology of the disease in addition to considering factors

such as race, gender, age and radiographic examination to confirm or rule out the

joint disease. All of these steps are critical to the decision on the best treatment

ranging from conservative, with the removal of predisposing factors, the surgery

being by arthrotomy or arthroscopy. The prognosis varies by each case and the

degree of involvement of the joint.

Keywords: Dogs. Osteochondrosis. Osteochondritis dissecans. Endochondral

cartilage. Scapular-humeral articulation.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA1- Articulação escápulo-umeral................................................................ 16

FIGURA2- Estrutura do osso longo compacto esponjoso....................................... 17

FIGURA3- Crescimento endocondral....................................................................... 18

FIGURA4- Osteocondrite dissecante........................................................................ 26

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DAD Doença articular degenerativa

OC Osteocondrose

OCD Osteocondrite dissecante

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................

12

2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................... 2.1 Anatomia do ombro com relevância clínica..................................... 2.1.1 Escápula........................................................................................... 2.1.2 Úmero................................................................................................ 2.1.3 Músculos da articulação escapulo umeral.................................... 2.1.4 Articulação em bola e soquete....................................................... 2.2 Etiopatogenia das lesões de osteocondrose................................... 2.2.1 Crescimento endocondral............................................................... 2.3 Etiologia da osteocondrose................................................................ 2.3.1 Trauma............................................................................................... 2.3.2 Genética............................................................................................. 2.3.3 Isquemia............................................................................................ 2.3.4 Superalimentação............................................................................ 2.4 Patofisiologia....................................................................................... 2.5 Aspectos clínicos................................................................................ 2.5.1 Dados da anamnese......................................................................... 2.5.2 Sinais clínicos.................................................................................. 2.6 Diagnóstico.......................................................................................... 2.6.1 Radiografia....................................................................................... 2.6.2 Artroscopia....................................................................................... 2.6.3 Artrografia......................................................................................... 2.7 Tratamento........................................................................................... 2.7.1 Tratamento conservativo................................................................ 2.7.2 Tratamento cirúrgico....................................................................... 2.8 Pós-operatório..................................................................................... 2.9 Prognóstico.........................................................................................

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 34

REFERÊNCIAS ................................................................................................... 34

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1 INTRODUÇÃO

Osteocondrose (OC) é definida como uma condição patológica na cartilagem

de crescimento consequente a um distúrbio de ossificação endocondral, que resulta

em área focal de espessamento de cartilagem e que geralmente afeta sítios nos

quais a cartilagem é exposta a pressão ou tensão. O termo osteocondrose é

utilizado pelos médicos veterinários equivocadamente, pois, significa degeneração

da cartilagem e do osso, porém as lesões encontradas acometem primariamente a

cartilagem e raramente atingem o osso subcondral.

A osteocondrite dissecante (OCD) é a manifestação clínica de uma condição

generalizada de OC. Caracteriza-se pela instalação do processo inflamatório devido

à formação de retalho de cartilagem, que pode estar na superfície articular ou livre

no espaço sinovial. A OCD da articulção escapulo-umeral é considerada uma das

mais frequentes manifestações da OC. Se o flap chegar nas fises desencadeia o

processo de epifisiólise, outra manifestação clínica da OC, que ocorre quando há o

enfraquecimento da placa de crescimento, provocando o deslocamento da epífise de

sua posição anatômica normal e consequentemente separação entre epífise e osso

metafisário,

A OC ocorre frequentemente em cães de grande porte a gigante, com peso

variando entre 25 e 50 kg. É usualmente diagnosticada em animais jovens, entre 4 e

8 meses de idade, Machos são mais afetados, pois tendem a crescer mais que as

fêmeas. Acredita-se que tenha um fator hereditário envolvido e que animais

submetidos a dietas que promovam o crescimento rápido são mais afetados,

Comumente ocorre na cabeça do úmero, côndilo medial da epífise distal do

úmero, processo ancôneo, processo coronóide, côndilo medial e lateral do fêmur e

na extremidade medial ou lateral do tálus, locais estes que apresentam

características comuns: serem relativamente lentos para ossificar e sofrem mais com

o aumento da pressão por causa de forças fisiológicas atuando constantemente.

O principal sinal clínico observado em cães é a claudicação, que se apresenta

difusa e com intensidade variada, sendo a OC a causa mais comum de claudicação

em cães jovens, podendo estar presente atrofia muscular em casos mais crônicos e

também necrose articular.

Diferentemente do que se observa na medicina humana, os métodos de

diagnóstico mais avançados para as doenças articulares ainda não estão

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disponíveis na rotina da clínicas veterinárias, mas o adequado conhecimento da

etiologia e da fisiopatologia desses agravos pode superar essa deficiência,

constituindo-se a principal ferramenta para o clínico de pequenos animais e este é

então baseado em diversos fatores como: raça, sexo, idade, alimentação, histórico,

exame clínico e exame radiográfico que vai confirmar a presença da doença.

Esta revisão tem por objetivos realizar um levantamento teórico sobre a

etiopatogenia da OC, abordando sua manifestação clínica, diagnóstico e o

tratamento.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Anatomia do ombro

A articulação do ombro tem a forma do tipo esferóide, na qual a cavidade

glenóide da escápula se articula com a cabeça do úmero. A liberdade de movimento

da articulação é todavia, reduzida pela musculatura adjacente, de tal modo que esta

funciona somente como articulação de movimentos de flexão ou extensão.

Não existem ligamentos colaterais e suas funções são assumidas pelos

tendões mediais e laterais dos músculos escapulares, no sentido de ligamentos de

tensão contráteis. O ligamento colateral medial é substituído pelo tendão do músculo

subescapular e o lateral, pelo músculo infra-espinhoso (KONIG, LIEBICH, 2002).

Em todos os animais domésticos, existe uma ampla cápsula articular

relacionada com os tendões dos músculos adjacentes. Como suporte da parede da

cápsula são identificados reforços fibrosos colágenos e elásticos, os ligamentos

glenoumerais lateral e medial, que aparecem preferencialmente nos carnívoros . O

ligamento glenoumeral medial situa-se internamente à cápsula. Ele está relacionado

à membrana sinovial através de uma prega. Nos carnívoros também está presente o

ligamento transverso do úmero (KONIG, LIEBICH, 2002).

O tendão de origem do músculo bíceps braquial projeta-se na altura do sulco

intertubecular profundamente na cápsula articular e forma uma bainha sinovial

intertubercular (KONIG, LIEBICH, 2002).

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2.1.1 Escápula

A escápula é o osso mais proximal do membro torácico. Ela é um osso

triangular achatado com uma crista longitudinal proeminente na sua superfície

lateral, que é referida como espinha da escápula. Na sua extremidade distal, ela

forma a porção do soquete da articulação tipo bola e soquete do ombro. Esta

superfície articular côncava bastante rasa é chamada de cavidade glenóide

(COLVILLE, BASSERT, 2010).

2.1.2 Úmero

O úmero é o osso longo da parte superior do braço. Em sua extremidade

proximal está a porção da bola da articulação bola e soquete do ombro, sendo a

cabeça do úmero unida ao corpo por um colo. Contrariamente à cabeça na

extremidade proximal estão alguns dos grandes processos chamados tubérculos,

onde os poderosos músculos do ombro se prendem. O mais desenvolvido é

chamado de tubérculo maior. O corpo do úmero estende-se para baixo da

extremidade distal que forma a articulação do cotovelo com o rádio e a ulna. As

superfícies articulares distais do úmero são referidas coletivamente como côndilo.

Para ser mais preciso a superfície articular medial é a tróclea, que articula com a

ulna e a lateral é o capítulo, que articula com o rádio. Acima do côndilo na superfície

de trás do úmero está uma profunda indentação chamada de fossa do olécrano

(COLVILLE, BASSERT, 2010).

2.1.3 Músculos da articulação escapulo umeral

Os músculos dos membros torácico funcionam principalmente na locomoção,

permitindo assim ao animal andar, correr e se mover pelo ambiente. Os músculos

superficiais da região do ombro são divididos em musculatura escapular e em uma

parte da musculatura do braço. (COLVILLE, BASSERT, 2010).

O músculo vasto dorsal é um músculo amplo e triangular que se estende da

coluna espinhal para baixo na sua inserção no úmero. Ele flexiona o ombro que

ajuda a propelir o corpo para a frente. Usualmente, dois músculos peitorais, um

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superficial e o outro profundo, estão localizados em cada lado. Ambos estendem-se

do esterno ao úmero e agem como adutores do membro anterior, ajudando a manter

os membros anteriores sob o animal e prevenindo-os de se abrirem para os lados.

Na face lateral da escápula estão inseridos os músculos deltóide, supra espinhal,

infra espinhal e redondo menor (BRINKER et al, 1990).

O músculo deltoide também é triangular e estende-se da porção lateral da

escápula para baixo do úmero. Ele abduz e flexiona a articulação do ombro

(COLVILLE; BASSERT, 2010). O músculo supra espinhal é responsável pela

extensão do ombro, o infra espinhal faz a flexão e a abdução e o músculo redondo

menor faz a flexão (BRINKER et al, 1990).

Na face medial da escápula estão os músculos sub-escapular, redondo maior

e coracobraquial. O sub-escapular é adutor, o redondo maior faz a flexão e o

coracobraquial faz extensão.

Já inserido ao úmero e fazendo parte da articulação escapulo umeral, está o

músculo bíceps braquial responsável pelos movimentos de supinação do membro

anterior, flexão do cotovelo e extensão do ombro (BRINKER et al, 1990).

.

2.1.4 Articulação em bola e soquete

As articulações em bola e soquete são também chamadas de articulações

esferoides. Elas permitem os mais amplos movimentos de todos os tipos de

articulações e todos os movimentos de uma articulação sinovial. As articulações em

bola e soquete permitem flexão, extensão, abdução, adução, rotação e

circunvolução. As articulações do ombro e do quadril são articulações em bola e

soquete (COLVILLE, BASSERT, 2010).

Figura 1 Estruturas anatômicas da região do ombro

16

Fonte: R. Macher, Vieira. Tirada do livro Anatomia dos animais domésticos Texto e atlas colorido.

2.2 Etiopatogenia das lesões de osteocondrose

2.2.1. Crescimento Endocondral

Para compreendermos melhor a etiologia da OC, primeiro é necessário

entendermos o processo de ossificação endocondral (FOX, WALKER, 1993). Com

exceção de alguns ossos do crânio o esqueleto é cartilaginoso antes de sua

ossificação (OLSSON, 1996).

Em todos os mamíferos, o esqueleto primordial é formado por uma estrutura

cartilaginosa, que durante o período de desenvolvimento precoce do animal, sofre

estímulos visando seu crescimento e transformação em osso. Diferente do que

ocorre na articulação desenvolvida, essas estruturas cartilaginosas fetais são bem

vascularizadas. O processo de ossificação nos centros primários localizados na

diáfise dos ossos longos inicia-se no inicio da vida fetal. Durante o nascimento as

diáfises estão ossificadas. Tal processo não ocorre em muitos centros de ossificação

secundários localizados nas epífises dos ossos longos ou em outros locais como

apófises e nos ossos cubóides presentes nos complexos articulares, estas

estruturas continuam cartilaginosas durante o nascimento (WERREN, 2006).

Após o nascimento, o crescimento longitudinal dos ossos longos se inicia nas

placas de crescimento ou fises, onde a partir de uma camada germinativa de

células, ocorre a proliferação de condrócitos responsáveis pela síntese da matriz

extracelular. Essas células inicialmente estão hipertrofiadas e logo sofrem apoptose.

17

A matriz extracelular serve como estrutura para deposição primária de osteoblastos

oriundos da metáfise. Estas células formaram uma camada esponjosa que estará

remodelando de forma continua sob influência de forças biomecânicas durante o

período de crescimento do animal. O processo que compreende a remodelação da

cartilagem, seguido da calcificação da cartilagem, deposição do osso primário e

sucessiva remodelação em osso trabecular é conhecido como ossificação

endocondral (WERREN, 2006).

Os ossos longos de animais em crescimento são divididos em diáfise,

metáfise e epífise. Entre a metáfise e a epífise há a placa de crescimento também

chamada de fise, responsável pelo desenvolvimento dos ossos (FOX, WALKER,

1993). A placa de crescimento é dividida em seis zonas, denominadas de zona de

reserva, de zona de crescimento, zona colunar ou maturação, zona vesicular ou

hipertrófica, zona de calcificação e zona de ossificação. Novo osso é formado em

direção à metáfise por divisão contínua dos condrócitos da zona de crescimento,

maturação, degeneração, mineralização e ossificação das colunas de condrócitos da

fise (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 1990).

Figura 2: Constituição dos ossos longos

Fonte: dc250.4shared.com

Na parte mais próxima do interior da epífise está a zona de repouso, onde as

células são achatadas. Essas células sofrem mitoses e crescem respectivamente em

direção a diáfise ou a superfície articular, tornando-se mais redondas e formando

18

colunas na zona das células colunares. Elas continuam sendo empurradas nesta

direção, tornam-se vesiculadas e sua matriz calcifica. As células morrem e são

reabsorvidas junto com a matriz por condroblastos. Túneis se formam na cartilagem

e são invadidos por vasos sanguíneos e células osteogênicas. Os osteoblastos

iniciam a formação de osteóide (a matriz óssea), que logo mineraliza e cobre as

paredes desses túneis, o que resulta no osso esponjoso primário, rede delicada de

trabéculas com um centro cartilaginoso. As trabéculas são reabsorvidas e outras se

formam, constituindo o osso esponjoso secundário. Com a continuação do

crescimento, o osso trabecular -na altura da parte média da diáfise- é substituído por

medula óssea (CARLO, 2008).

Figura 3: Placa Epifisária

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-635X2002000300001

O mesmo processo ocorre na cartilagem articular, na qual estão localizadas

as zonas de repouso e de células proliferativas e, em seguida, a zona de células

hipertróficas vesiculadas, onde a cartilagem é invadida por vasos que pavimentam o

caminho para ossificação (CARLO, 2008).

A cartilagem articular em crescimento é dividida em duas regiões distintas:

uma fina camada de cartilagem avascular e a cartilagem de crescimento epifisário

do complexo cartilagem articular-epifisário. Essa cartilagem cresce em duas

direções, a partir de um centro de crescimento situado entre o terço médio e interno.

O crescimento para a epífise se assemelha ao crescimento metafisário, só que mais

lento, contribuindo apenas com 3% do crescimento total do osso longo. O

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crescimento para a superfície promove a substituição das células perdidas por

desgaste. Com a maturidade sexual o crescimento longitudinal da cartilagem cessa

juntamente com a proliferação celular para a epífise óssea, forma-se então por baixo

da cartilagem uma placa óssea subcondral ou osso subcondral que é formada por

placa de osso lamelar e osteônico (KROOK, 1988).

A cartilagem articular possui pouco ou nenhum vaso sanguíneo, o que

compromete a sua reparação em casos de injúria. Sabe-se que os condrócitos

próximos a uma lesão respondem a esta com produção de matriz e divisões

celulares, mas essa resposta não é duradoura e muito menos eficiente no reparo de

defeitos (CARLO, 2008).

Todo o processo de desenvolvimento dos ossos longos é controlado por

hormônios. O GH (hormônio de crescimento), produzido pela adenohipófise, é

responsável pelo controle da proliferação das células da zona de crescimento. Outro

hormônio de importância é a tiroxina, hormônio tireoidiano que promove a

diferenciação de cartilagem colunar e vesicular. A matriz entre as células mais

distais da cartilagem vesicular torna-se mineralizada e forma-se a zona de

calcificação provisória. A zona de ossificação, como o próprio nome indica, será

onde formará o tecido ósseo. Isto ocorre pela ação de testosterona e estrógeno, que

são hormônios antagonistas ao hormônio de crescimento. A placa começa a se

estreitar, estabelecendo comunicação entre as trabéculas epifisárias e metafisárias

(KROOK, 1988; FOX, WALKER, 1993).

Os espaços deixados pelos condrócitos mortos são ocupados por capilares

sanguíneos e células indiferenciadas originadas do periósteo. Estas células darão

origem aos osteoblastos, que vão formar camada contínua sobre os restos da matriz

cartilaginosa calcificada. Os osteoblastos primeiramente depositarão matriz óssea

não mineralizada (osteóide) sobre a estrutura formada. Um percentual de cerca de

70% será imediatamente mineralizada, e uma outra parte se tornará mineralizada

gradualmente em torno de 30% (KROOK, 1988).

Como existem diferentes tamanhos de cães, a maturidade sexual chegará

proporcionalmente ao tamanho de cada animal. Sendo assim, cães miniatura

atingem a maturidade sexual mais precocemente que cães de grande porte.

Consequentemente, nestes últimos o hormônio de crescimento age por mais tempo

sobre a placa epifisária, portanto, estes cães são mais susceptíveis a sofrerem de

osteocondrose (KROOK, 1988; FOX, WALKER, 1993).

20

2.3. Etiologia da osteocondrose

Embora a etiologia da osteocondrose seja considerada multifatorial, não

necessariamente todos os possíveis fatores estão envolvidos na evolução da

doença em um mesmo animal (CARLO, 2008). O ganho de peso e o crescimento

rápido são vistos como importantes fatores desencadeantes do processo. Estudos

relatam que a relação entre nutrição, dietas ricas em proteínas, energia, cálcio,

fósforo, distúrbios hormonais, fatores genéticos associados ao crescimento rápido,

distúrbios da osteogênese endocondral, isquemia e traumas, podem ser

considerados importantes para o inicio e evolução das lesões da OC (SELMI et al,

1998; BUQUERA et al, 2003).

2.3.1 Trauma

A teoria mais amplamente proposta em todas as espécies a respeito da

etiologia da osteocondrose refere-se ao trauma. É pouco provável que essa

condição seja a causa base da osteocondrose, mas certamente participa do quadro,

podendo ser o fator deflagrador dos sinais clínicos. Os aspectos macro e

microscópicos das lesões crônicas são compatíveis com essa teoria, assim como o

fato de algumas das áreas de predileção se localizarem em regiões de estresse

biomecânico maior (CARLO, 2008). Estudos da biomecânica da articulação

escapulo-umeral sugerem que a superfície articular caudal da cabeça do úmero

suporta mais peso proveniente da região caudal da cavidade glenóide,

especialmente com a articulação estendida (CARLO, 2008). Além disso verificou-se

que pisos rígidos aumentam a prevalência e a gravidade da moléstia (CARLO,

2008).

Repetidas forças traumáticas, fisiológicas ou suprafisiológicas, atuando sobre

esta área de cartilagem espessada na OC predispõe a fissuras na zona de

condrócitos hipertrofiados e o contato entre a cartilagem anormal da cabeça do

úmero e a cavidade glenóide da escápula favorece a fraturas verticais, que se

estendem pela superfície articular. As fraturas verticais da cartilagem da superfície

articular causam liberação de produtos da quebra da cartilagem para dentro do

líquido sinovial resultando em sinovite, inflamação subcondral da cartilagem

21

(osteocondrite), e formação de retalho (dissecans). O retalho de cartilagem pode

desprender-se totalmente ou não do sítio de localização da lesão na superfície

articular e liberar fragmento de cartilagem livre no espaço sinovial; eventualmente

permanece aderido ao sítio de lesão e calcifica-se. O fragmento livre sofre

reabsorção por degradação enzimática ou cresce com a nutrição do líquido sinovial,

adere à cápsula articular e com o tempo, calcifica-se. Na articulação escápulo-

umeral de cães há duas regiões de predisposição à fixação de fragmentos livres de

cartilagem: na cápsula articular em sua porção caudal e na bainha tendínea do

bíceps (UNRUH, IWASAKI, 2000).

2.3.2 Genética

O surgimento e a evolução da osteocondrose sofre influência da

predisposição genética como pode ser constatado em cães. Espécies cujo algumas

raças apresentam maiores índices de acometimento (CARLO, 2008). Um estudo

realizado com 630 cães portadores de osteocondrose demonstrou muitas ninhadas

em que um terço ou mais dos filhotes estavam acometidos (CARLO, 2008;

OLSSON, 1996). As raças descritas como sendo as mais acometidas são Labrador,

Rottweiler, Dog Alemão, Mastiff, São Bernardo, Terra Nova, Old English, Sheepdog,

Fila Brasileiro (JUNQUEIRA, 2006). Pastor Belga, Border Collie, Coker Spaniel

(MATERA et al, 2005). Há relatos também em animais de médio porte como

Sharpei, Chow Chow, Chiihuahua, Basset Hound e Poodle (JUNQUEIRA, 2006).

Animais de crescimento rápido, mais comumente aqueles de raças grandes e

gigantes são mais acometidos com a osteocondrose (CARLO, 2008).

A proporção entre machos e fêmeas acometidas é de 2 a 5:1, sendo que os

animais submetidos a dietas que provocam crescimento rápido são mais

frequentemente afetados (SELMI et al, 1998).

Em todas as espécies, exceto nos suínos, os machos são mais predispostos,

mas não se sabe ao certo se existe um fator ligado ao sexo, ou se este é um efeito

da maior taxa de crescimento dos cães machos (CARLO, 2008).

Pesquisadores apresentam hipótese que apontam as mudanças moleculares

primárias na matriz pericelular da cartilagem como causa da OC em humanos e nos

animais. Dentre essas mudanças está a perda de glicosaminoglicanos, incluindo o

sulfato de condroitina, nas cartilagens com lesão de OC (LAVERTY et al, 2002).

22

Estudos realizados em cartilagens de suínos com ocorrência natural de OC foi

demonstrado decréscimo na quantidade total de colágeno tipo II e redução nas

ligações entre moléculas de colágeno tipo II (LAVERTY et al, 2002). Demonstrou-se

também que a quantidade de glicosaminoglicanos e colágenos tipo X é menor na

cartilagem afetada pela osteocondrite dissecante, e que esta possui maior

quantidade de colágeno tipo I do que a cartilagem normal (TOMLINSON et al,

2001).

Os distúrbios hormonais podem ser explicados pelo fato de altas

concentrações de somatotropina e de tirotropina estimularem em excesso o

crescimento epifisário, provocando alterações na cartilagem articular como

proliferação, hipertrofia e hiperplasia das células cartilaginosas. E consequente

degeneração de condrócitos, distúrbios de calcificação e ossificação endocondral

(SELMI et al, 1998; BUQUERA at al, 2003).

2.3.3 Isquemia

A teoria da isquemia local foi proposta quase na mesma época em que o

trauma foi apontado como fator etiológico da osteocondrose. A isquemia local

secundária a defeitos nos vasos sanguíneos dos canais da cartilagem seria um fator

chave para início das lesões de osteocondrose e explica muitas das manifestações

da doença (OLSSON,1996). Há falência focal no processo de ossificação

endocondral, levando a retenção de cartilagem e surgimento de áreas confinadas de

condromalácia (FOX, WALKER, 1993; UNRUH, IWASAKI, 2000).

Considera-se perda da diferenciação das células cartilaginosas a não ocorrência

da calcificação transicional da matriz, onde os vasos sanguíneos da cavidade

medular não penetram na cartilagem, conseqüentemente, a ossificação endocondral

é interrompida e a cartilagem é retida. A falha na ossificação endocondral causa

necrose das camadas basais da cartilagem retida e esta associada ao estresse

físico dá origem a fissuras na cartilagem acarretando em osteocondrite dissecante

(MCILWRAITH, 2006).

Múltiplos fatores podem contribuir para a vulnerabilidade desses vasos: eles

podem ser o resultado de anastomoses recentemente formadas ou em formação e,

por esse motivo, instáveis; eles atravessam a zona de ossificação, que tem fatores

de crescimento em abundância – como as angioproteinas, por exemplo -, os quais

23

podem ter efeito desestabilizantes em suas paredes: a cartilagem e o osso

circundantes são relativamente mais fracos, apresentando alta relação célula/ matriz

quando comparados com outras partes da cartilagem, e baixa mineralização quando

comparados ao osso maduro, resultando em suporte mecânico insuficiente; as áreas

predispostas à osteocondrose são expostas a forças mecânicas maiores, que

podem facilitar a compressão e a ruptura desses vasos (YTREHUS et al, 2004).

2.3.4 Superalimentação

O consumo de energia afeta não só a velocidade do crescimento como os

vários mecanismos reguladores endócrinos do organismo (CARLO, 2008).

Altas concentrações de IgF-1, liberado pelo fígado e pelos condrócitos após

estímulo do hormônio de crescimento, em cães alimentados “ad libitum” são

responsáveis pela proliferação e diferenciação dos condrócitos na placa de

crescimento, em excesso, promovem uma espessura dessa zona mecanicamente

instável. Os hormônios tireoidianos, triiodotironina e tiroxina estimulam processo

metabólico no geral, aumentam a formação e reabsorção óssea e contribuem para a

penetração capilar nas células da cartilagem degenerada e no estágio final da

formação óssea endoncondral (RICHARDSON, ZENIEC, 1998).

A testosterona tem efeito estimulante no crescimento epifisário, e age em

sinergia com o hormônio do crescimento. O estrógeno exibe efeitos contrários,

promovendo aumento da calcificação e o estreitamento da zona de ossificação

endocondral da cartilagem epifisária (CARLO, 2008).

Alimentação “ad libitum”, altera a relação entre o crescimento ósseo e

corporal, levando à formação de uma camada esponjosa ainda densa, visto que a

camada esponjosa de cães de raças grande e gigante já se apresenta naturalmente

densa, comparado aos animais de médio e pequeno porte. Esses animais

apresentam ossos mais delgados em relação ao seu peso total (RICHARDSON,

ZENIEC, 1998).

Cães que ingerem grande quantidade de cálcio desenvolvem hiperplasia das

células C (produtoras de calcitonina) da glândula tireóide. Além disso, há liberação

de calcitonina em resposta a estímulos da secreção gástrica de gastrina. A

calcitonina é liberada na circulação sanguínea e diminui a concentração de cálcio e

fósforo séricos. Ela promove então, o retardo da maturação das cartilagens de

24

crescimento, que passam a não produzirem trabéculas epifisárias, resultando no

espessamento da cartilagem e a separação entre a cartilagem articular e o osso

epifisário (RICHARDSON, 1998).

Pesquisas indicam que a quantidade absoluta de cálcio da dieta tem maior

influencia sobre o desenvolvimento esquelético do que o desequilíbrio na relação

cálcio: fósforo (CARLO, 2008). Cães da raça gigante alimentados com excesso de

cálcio e quantidade normal de fósforo - ou quantidade aumentada desse

componente para manter a relação cálcio: fósforo- tiveram maior frequência de

osteocondrose, e também maior severidade da doença (CARLO, 2008).

2.4 Patofisiologia

Foi convencionada a utilização do termo osteocondrose para descrever o

processo anormal da formação óssea e cartilaginosa e do termo osteocondrite

dissecante para descrever as lesões que penetram a superfície articular provocando

inflamação e efusão (MCILWRAITH, 2006). A palavra dissecante está relacionada

ao flap de cartilagem desconectado da base (OLSSON, 1996).

Existem muitas controvérsias acerca do mecanismo exato da patofisiologia da

osteocondrose. Na OC falhas locais no processo de ossificação endocondral

ocorrem quando as células da cartilagem não diferenciam normalmente. As células

da zona de repouso multiplicam normalmente e formam colunas, mas não

hipertrofiam ou se tornam vesiculadas como deveriam. Isso aparentemente impede

que os condroclastos “trabalhem”, e tal ocorrência cria uma barreira para a

penetração vascular (OLSSON, 1996). Os vasos sanguíneos e os osteoblastos não

chegam ao local e assim a ossificação não ocorre. A continuação do crescimento da

cartilagem, a não absorção da cartilagem e a não formação de osso na extremidade

óssea resultam no espessamento da cartilagem nesse local (EKMAN, CARLSON,

1998; JUNQUEIRA, 2006).

As lesões verificadas nesta fase são áreas focais de necrose. Essas áreas

podem se curar espontaneamente e eventualmente podem levar a formação de

cistos no osso subcondral (EKMAN, CARLSON, 1998).

Distúrbios no processo de ossificação endocondral resultam em

irregularidades na camada de cartilagem epifisial. Estas alterações geram áreas

focais enfraquecidas, que são agravadas pela regressão dos canais cartilaginosos e

25

consequente desaparecimento. A regressão afeta o aporte nutricional para as

camadas de cartilagens retidas mais profundas, e estas não são nutridas

adequadamente através da difusão a partir da superfície articular acarretando assim

em necrose da cartilagem (WERREN, 2006).

A progressão das lesões ocorre devido ao excesso de forças traumáticas

fisiológicas atuando sobre a área. Com o tempo, ocorre fratura vertical com

formação de pedículo cartilaginoso, originando então o chamado Flap. Esse

fragmento tende a se soltar ficando livre na cavidade sinovial. O Flap livre no líquido

sinovial pode provocar doenças inflamatórias articulares como sinovite, inflamação

do osso subcondral e da cartilagem e formação de retalho; ou então o fragmento

pode sofrer reabsorção ou até mesmo calcificar-se, quando se fixa a estruturas

vasculares periféricas (JUNQUEIRA, 2006; EKMAN, CARLSON, 1998; UNRUH,

IWASAKI, 2000).

O flap cartilaginoso pode permanecer aderido à cartilagem por uma

extremidade ou se soltar, constituindo um ou mais fragmentos livres dentro da

articulação (EKMAN, CARLSON, 1998). Após essa separação não é possível que

ocorra a cicatrização de volta ao leito da lesão. Os fragmentos cartilaginosos podem

ser reabsorvidos ou nutridos pelo líquido sinovial e continuar a crescer, mesmo após

a separação (PROBST, JOHNSTON, 1998; PIERMATTEL, GREELEY, 1998).

Podem também se fixar a membrana sinovial, passar por vascularização parcial e

calcificar-se (OLSSON, 1996) ou deslocar-se para a bainha sinovial do tendão

biceptal.

Alguns autores sugerem que a osteocondrose não é apenas uma falha na

ossificação endocondral, mas uma sequela do fim prematuro de suprimento

sanguíneo para a cartilagem epifisária de crescimento causada pela interrupção

focal dos vasos da medula óssea aos canais da cartilagem, logo entende-se que a

OC ocorre secundariamente à necrose isquêmica causada por microtraumas nos

vasos sanguíneos dos canais da cartilagem, na zona de transição entre osso e

cartilagem. A cartilagem necrótica é mais fraca e mais friável do que o osso

trabecular que deveria estar nesse local e, por esse motivo, mais susceptível a

trauma (EKMAN, CARLSON, 1998).

Terminações nervosas livres estão presentes no osso subcondral, motivo pelo

qual é possível que a dor associada à OCD seja decorrente da exposição do osso

subcondral a mediadores inflamatórios presentes no líquido sinovial da articulação

26

afetada. Uma outra teoria é que a sinovite que acompanha a OCD pode não ser

grave o suficiente para causar sinais clínicos de dor e claudicação até que ocorram

as fissuras. Sabe-se que a cartilagem articular possui poucas terminações nervosas,

competindo à membrana sinovial e ao osso subcondral esse papel sensitvo

(PROBST, JOHNSTON, 1998). Outra fonte de dor é a estimulação de nociceptores

no osso subcondral pelo movimento entre o flap de cartilagem e o osso, ou por

alteração na carga mecânica e na transmissão da pressão ao osso subcondal ou

tecidos periarticular (KIPPENES, JOHNSTON, 1998).

Figura 4 :Patogênese da osteocondrose do complexo cartilagem articular epifisária em um animal em

crescimento.

A, Complexo cartilagem articular-epifisária normal (A= cartilagem articular avascular e setas

indicando os vasos presentes na cartilagem epifisária); B, Lesão inicial de necrose da cartilagem (N),

centrado em um vaso sanguíneo necrótico na cartilagem epifisária; C, falência focal da ossificação

endocondral ocorre quando a fresnte de calcificação encontra uma áresa de cartilagem necrótica,

levando à extensão da cartilagem necrosada ao osso subcondral. Uma segunda área de necrose de

cartilagem, também centrada e um canal vascular está agora presente; D, a maioria das lesões

iniciais de necrose de cartilagem evoluem para a cura, por serem completamente circundadas por

osso e gradualmente serem removidas. Entretanto, pode-se desenvolver a formação de cistos no

27

osso subcondral, particulamente se a área de necrose for extensa; E, alternativamente, trauma à

cartilagem articular necrosada pode causar a formação de fissuras nas áreas mais vuneráveis.

Exrensão das fissuras através da cartilagem articular leva à lesão clássica de osteocondrite

dissecante, resultando em sinais clínicos de claudicação (EKMAN E CARLSON, 1998).

2.5 Aspectos clínicos

2.5.1 Dados da anamnese

É comum o proprietário se queixar que o cão fica rígido pela manhã, após o

repouso e conjuntamente ter histórico de trauma. Geralmente o animal estava

apresentando claudicação leve há algum tempo, mas, por achar que o animal

melhoraria sozinho o proprietário demora a procurar ajuda (FOSSUM, 2002).

2.5.2 Sinais clínicos

Lesões de OC geralmente acometem áreas onde a cartilagem é exposta à

pressão ou tensão (FOX, WALKER, 1993; UNRUH, 2000). Geralmente não

apresenta sinais clínicos nos estágios iniciais (UNRUH, 2000) e, com muita

frequência, casos brandos resultam em DAD leve, sem evidência clínica de

claudicação importante (SOUZA, 2009).

Os sintomas da OCD são precedidos pela irritação sinovial contínua causada

pela degradação do fragmento cartilaginoso, e pelo defeito. O principal sinal clínico é

a claudicação, com intensidades variadas: leve, moderada ou acentuada

(BUQUERA, 2003), sendo que o membro afetado suporta pouco peso quando o

animal caminha ou senta. A claudicação tem início súbito e intermitente com piora

após exercícios ou descanso (UNRUH, 2000). Pode também estar presente atrofia

muscular em casos mais crônicos, e com frequência também pode ser observado

derrame articular de baixa intensidade (BUQUERA, 2003). A marcha pode ser rígida

ou como em pernas de pau, se os passos do membro dianteiro forem encurtados

devido à claudicação bilateral (UNRUH, 2000).

A dor é observada quando realiza palpação da região afetada, pelos

movimentos de hiperextensão e pela atrofia muscular. A efusão e a crepitação

28

ocorrem em casos mais avançados, nos quais o processo degenerativo articular já

está presente (UNRUH, 2000).

Cães com OCD na articulação escápulo-umeral apresentam claudicação em

um ou ambos os membros torácicos. A sintomatologia bilateral pode ocorrer com

alguma frequencia. O acometimento bilateral pode ocorrer devido ao fato da

calcificação endocondral e o conseqüente crescimento epifisário acontecerem

simultaneamente nos dois membros (SELMI et al, 1998).

Uma seqüela importante da OCD é a tenosinovite do bíceps, quando

fragmentos de cartilagem fixam-se à bainha tendínea, levando a dor exacerbada. O

tendão do bíceps origina-se no tubérculo da supraglenóide da escápula e cursa

crânio-medialmente através do sulco intertubercular do úmero. Nesse ponto o

tendão é incluído numa bainha, que é considerada parte da cápsula articular

escápulo-umeral (UNRUH, 2000).

2.6 Diagnóstico

O diagnóstico baseia-se na idade dos animais, sexo, raça, tipo de

alimentação, no exame físico (claudicação), exame clínico (diminuição da amplitude

da flexão e aumento do volume da articulação) e nos achados radiográficos

(UNRUH, 2000; FOSSUM, 2002; JUNQUEIRA, 2006). A artroscopia também é uma

forma de diagnóstico, pois permite intervenção cirúrgica simultânea, oferecendo

excelente resultado cosmético e rápido retorno a função. Além de permitir uma

ampla visibilidade das estruturas, contribuindo para melhor avaliação da articulação

(SELMI et al, 1998).

O diagnóstico precoce é de extrema importância para a prevenção da DAD

(RIBEIRO, 2011; JUNIOR et al, 2009), contudo normalmente são diagnosticadas

quando já existe uma claudicação persistente e até mesmo DAD (RIBEIRO, 2011).

A falta de informações sobre o distúrbio e a sutileza dos sinais clínicos nas

fases iniciais, contribuem para o diagnóstico tardio da doença (JUNIOR et al, 2009).

Para fazer um diagnóstico precoce pode ser realizado um exame ortopédico de

rotina em animais de raças suscetíveis com idade entre 4 a 8 meses (RUDD et al,

1992) e exame radiográfico de ambas as articulações, visto que a doença bilateral

pode ocorrer (SLATTER, 1998). Através do diagnóstico precoce é possível corrigir a

incongruência articular e prevenir a progressão da doença (RIBEIRO, 2011).

29

2.6.1 Radiografia

O diagnóstico em cães jovens é realizado através de sinais clínicos e

radiográficos (OFA, 2009; SLATTER, 1998). Cada tipo de afecção articular possui

uma projeção radiográfica mais adequada. O diagnóstico em cães maduros é mais

fácil, quando já existe um processo de osteocondrose (SLATTER, 1998).

A avaliação da lesão de OC ou de OCD pelo exame radiográfico simples

torna-se bastante limitada, uma vez que o distúrbio tem inicio na cartilagem de

crescimento, e a imagem radiográfica simples não permite a observação da

condição da cartilagem articular por causa da sua radiotransparência. Leve

achatamento da superfície articular e esclerose subcondral são os achados mais

comuns (BUQUERA, 2003).

A presença de retalho cartilaginoso ou de fragmento de cartilagem solto na

articulação, apenas é visto em radiografias simples quando o retalho ou o flap de

cartilagem encontram-se calcificados, se não houver calcificação desta não se pode

diferenciar lesões de OC e de OCD (UNRUH, 2000).

A necessidade de utilizar as projeções médio-laterais em rotação, além da

extensão, esta relacionada ao sitio da lesão, localizada na cabeça do úmero.

Geralmente as lesões são caudo-centrais, sendo melhor visibilizadas pela projeção

em extensão. Quando a lesão na cabeça do úmero toma uma posição caudo-medial

é melhor notada na projeção em supinação, pois os raio-x tangenciam a lesão

(UNRUH, 2000).

2.6.2 Artroscopia

Apesar da artroscopia ser amplamente utilizada no diagnóstico e tratamento

das afecções articulares no homem e no cavalo, na espécie canina o seu

desenvolvimento foi lento e somente nos últimos anos é que ela vem se tornando

relevante. O espaço limitado das pequenas articulações caninas é citado como uma

das prováveis causas deste retardo, isto associado à complexidade de algumas

articulações e a fragilidade dos instrumentos que devem ser manipulados tornam a

artroscopia na técnica endoscópica rígida de maior dificuldade. Para a realização da

artroscopia em cães portadores de OCD da articulação do ombro é necessário

30

habilidade e experiência. Hemorragia , lesão neurovascular , secção indevida do

tendão infraespinhoso e bíceps braquial, escarificação da cartilagem articular,

dificuldades técnicas durante a realização da triangulação, criação do portal

artroscópico e instrumental, deslocamento do artroscópio, quebra de instrumento e

pobre visualização das estruturas anatômicas devido colocação inadequada do

instrumental artroscópico também são citadas. Durante o procedimento artroscópico

são necessários movimentos de flexão, extensão e rotação para a adequada

visibilização das estruturas intra-articular. Como vantagem pode-se citar a rapidez

para a retirada com sucesso dos fragmentos de cartilagem da articulação,

exploração sistemática da articulação com exame da bainha do tendão bicipital e do

compartimento medial, graduação da sinovite e ausência de trauma cirúrgico

articular (MATERA et al, 2005).

A infiltração periarticular pelo líquido de drenagem é a complicação trans-

operatória de maior prevalência (MATERA et al, 2005).

Na fase pré-operatório são solicitados exames como hemograma,

contagem de plaquetas, uréia e creatinina séricas, ALT, fosfatase alcalina e

eletrocardiograma (MATERA et al, 2005).

Para a realização do procedimento artroscópico o animal deve ser

posicionado em decúbito lateral, o membro acometido por cima e com a articulação

do ombro em posição neutra (160º) (MATERA et al, 2005).

Quando há presença de flap de cartilagem este tem que ser removido e o

osso subcondral exposto e curetado, quer seja por via artroscópica ou por artrotomia

(MATERA et al, 2005). No fim do procedimento a articulação deve ser lavada

abundantemente com solução fisiológica sob pressão (MATERA et al, 2005).

2.6.3 Artrografia

Para a realização das radiografias da articulação escápulo-umeral o animal

deve ser posicionado em decúbito lateral com o membro afetado sobre a mesa,

tracionado cranialmente, a cabeça e o pescoço devem ser estendidos e o membro

contralateral deve ser puxado caudalmente (UNRUH, 2000).

Também nesta projeção médio-lateral com o membro afetado estendido

cranialmente devem ser realizadas rotações do membro: supinação, quando o

31

membro sofre uma rotação externa e a pronação, quando o membro sofre uma

rotação interna (UNRUH, 2000).

A articulação escápulo-umeral contralateral também deve ser radiografada nas

mesmas posições para identificar eventuais lesões sem sintomatologia clínica. Em

seguida o acrômio deve ser palpado e aproximadamente 1,0 cm distal e

caudalmente a esse ponto, a agulha fina acoplada na seringa de 3ml deve ser

inserida cuidadosamente através da pele, até atingir o espaço articular, removendo-

se pequeno volume do líquido sinovial para confirmação da localização. Em seguida

injeta-se o contraste com outra seringa, já preparada de acordo com o peso do

animal; após a remoção da agulha realiza-se movimentos de flexão e extensão da

articulação para distribuição do meio de contraste. As radiografias devem ser

realizadas logo após a aplicação, nos mesmos posicionamentos praticados no

exame radiográfico simples, isto é, médio-lateral em extensão, supinação e

pronação e eventualmente a projeção caudo-cranial. Dependendo da necessidade

pode repetir as projeções 5 a 10 minutos após a aplicação do meio de contraste.

Nas artrografias é avaliado a presença de espessamento, fissura ou retalho

cartilaginoso, correspondente à lesão de descontinuidade óssea subcondral; às

alterações de cápsula articular; à visualização de fragmentos de cartilagem livres na

articulação; e à localização na bolsa ou bainha do tendão do bíceps (UNRUH, 2000).

2.7 Tratamento

2.7.1 Tratamento conservativo

Existem inúmeras divergências entre os autores sobre qual seria o melhor

método de tratamento clínico e cirúrgico da OCD. Para alguns, quando não existe o

flap articular a melhor opção para tratamento seria o método conservativo, porém

quando há flap articular e quando se trata de caso de recidiva a melhor terapêutica

seria o procedimento cirúrgico (FOSSUM, 2002; JUNQUEIRA, 2006).

O tratamento conservativo consiste na retirada de fatores considerados

predisponentes como obesidade, superalimentação e trauma, além de inibir a

inflamação, portanto, o animal deve ser submetido à dieta alimentar, diminuir a

prática de exercícios físicos, fazer fisioterapia, usar medicamentos precursores da

cartilagem (como proteoglicanos) e drogas antiinflamatórias, no intuito de ajudar na

32

recuperação do paciente, inibir o processo degenerativo e inflamatório da articulação

(FOSSUM, 2002; JUNQUEIRA, 2006).

Quanto ao uso de antiinflamatórios esteroidais e não esteroidais há

controvérsias entre autores (ALVARENGA et al, 1993; FOX, WALKER, 1993).

Inúmeros autores preferem terapêutica com drogas não esteroidais por compreender

que estas drogas não inibem a síntese de proteoglicanos e de colágeno, logo não

interfere na recomposição articular (OLSSON, 1993; LAVELLE, 1994; FOSSUM,

2002; PIERMATTEL, GREELEY, 1998).

2.7.2 Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico além de ser indicado em casos de recidiva de OCD,

também é indicado em cães com claudicação persistente e não responsivos ao

tratamento conservador (FOSSUM, 2002). A intervenção cirúrgica precoce é o

método mais consistente e efetivo de eliminar a claudicação e prevenir ou minimizar

a DAD nos cães afetados (BUQUERA, 2003). Alguns autores citam que nos casos

de doença bilateral a cirurgia no membro mais afetado no primeiro momento seria o

ideal e, após a recuperação deste membro, é que deveria ser realizada a cirurgia no

membro contralateral (CHAUDON, ALVARENGA,2000; JUNQUEIRA, 2006).

Há necessidade de estabelecer a condição da superfície da cartilagem

articular e identificar fragmentos livres de cartilagem na cápsula caudal ou bainha do

tendão do bíceps no pré-operatório, pois geralmente a área de acesso cirúrgico

dificulta a exploração do espaço articular escápulo-umeral (UNRUH, 2000).

Durante o procedimento cirúrgico para o tratamento da OCD, deve-se retirar o

retalho de cartilagem que recobre o defeito, seja por artroscopia ou por artrotomia

(TATARUNAS, MATERA, 2004) seguida de curetagem do leito da lesão, que foi

preenchida por fibrocartilagem, até sangramento do osso e remoção dos fragmentos

articulares livres, quando presente (RUDD et al, 1992). O tratamento convencional

consiste na realização de artrotomia.

A realização de alguns orifícios no defeito subcondral é de fundamental

importância, e para isso utiliza-se fio de kirschner para permitir neovascularização

sem perturbar elementos cartilaginosos já presentes (FOX, WALKER,1993).

Todo esse procedimento cirúrgico deve ser seguido de criteriosa inspeção de

toda superfície articular, sendo realizada um boa lavagem da cavidade articular com

33

solução salina 0,9%, para remoção de algum possível material decorrente da

curetagem e administração local de 100 mg de oxitetraciclina (CHAUDON,

ALVARENGA, 2000).

2.8 Pós- operatório

O pós-operatório consiste na administração de antibiótico, analgésico,

restrição de exercícios e mudança na alimentação, passando a ser fornecida ração

comercial em menor quantidade ou com menor teor proteico/energético e

interrupção na adição de qualquer suplemento alimentar, para que o animal perca

massa corpórea (SELMI et al, 1998). É ideal fazer imobilização e compressão

externa, que diminui a ocorrência de seromas da articulação operada com

bandagem elástica de atadura de crepe coberta com esparadrapo e circunscrevendo

o tórax ou abdômen do animal (CHAUDON, ALVARENGA, 2000). Recomenda-se

ao proprietário manter o animal confinado por 10 dias, após esse período é permitido

exercícios leves e restritos, com retorno progressivo das atividades normais do

animal, devendo evitar obstáculos e locomoção em pisos muito lisos (CHAUDON,

ALVARENGA,2000).

A crioterapia tem sido utilizada de forma benéfica sobre a articulação do

ombro nas primeiras 48 horas de pós-operatório, alternando-se 15 minutos de frio

com 10 minutos sem o gelo em duas sessões, várias vezes ao dia (MATERA et al,

2005).

Recomenda-se que os cães sejam reavaliados com 48 horas e ao 7º, 30º e

60º dia de pós-operatório (MATERA et al, 2005). No geral os animais apoiam o

membro no chão com 24 horas de pós-operatório e a claudicação desaparece entre

30 a 60 dias (MATERA et al, 2005).

2.9 PROGNÓSTICO

O prognóstico para retorno do membro a função normal após tratamento

cirúrgico depende da cronicidade da condição, do tamanho, da localização da lesão

e do grau de DAD presente no momento da cirurgia (BUQUERA, 2003).

O prognóstico, segundo HOUTON & COLLINSON (1994) para pacientes

tratados cirurgicamente, antes do aparecimento de osteoartrose é excelente, porém,

34

alguns cães podem continuar com discreta claudicação ocasional (SELMI et al,

1998).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A retirada dos fatores predisponentes da doença ajuda no seu controle entre

as raças mais acometidas. O diagnóstico precoce é de extrema importância para o

prognóstico favorável, uma vez que a claudicação é um dos primeiros sinais visíveis

da doença e por ser sinalizador de várias outras doenças articulares, o diagnóstico

diferencial se torna indispensável para um correto diagnóstico e tratamento precoce.

Torna-se necessária a especialização dos profissionais para um correto

manuseio do equipamento artroscópio para ampliar sua disseminação no cotidiano

do tratamento da doença, já que mostra bons resultados na sua realização.

O tratamento cirúrgico continua sendo o método de eleição, uma vez que a

doença é degenerativa. Não sendo possível sua reversão.

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