distúrbio da voz: a lei aplicada ao trabalho

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Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

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Page 1: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

Distúrbio da Voz:a lei aplicada

ao trabalho

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REVISTA DA

Page 3: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 3

Conselho Regional de FonoaudiologiaConselho Regional de FonoaudiologiaConselho Regional de FonoaudiologiaConselho Regional de FonoaudiologiaConselho Regional de Fonoaudiologiado Estado de São Paulo - 2ª. Regiãodo Estado de São Paulo - 2ª. Regiãodo Estado de São Paulo - 2ª. Regiãodo Estado de São Paulo - 2ª. Regiãodo Estado de São Paulo - 2ª. Região7º. Colegiado7º. Colegiado7º. Colegiado7º. Colegiado7º. Colegiado

PresidentePresidentePresidentePresidentePresidenteSílvia Tavares de Oliveira

Vice-PrasldenteVice-PrasldenteVice-PrasldenteVice-PrasldenteVice-PrasldenteAnamy Cecília César Vizeu

Diretora-SecretariaDiretora-SecretariaDiretora-SecretariaDiretora-SecretariaDiretora-SecretariaSandra Maria Vieira Tristão de Almeida

Diretora-TesoureiraDiretora-TesoureiraDiretora-TesoureiraDiretora-TesoureiraDiretora-TesoureiraAna Léia Safro Berenstein

ConselheirosConselheirosConselheirosConselheirosConselheiros• Ana Léia Safro Berenstein • Anamy Cecília César Vizeu •Andrea Wander Bonamigo • Claudia Aparecida Ragusa •Cristina Lemos Barbosa Furia • Diva Esteves • DulcireneSouza Reggi • Fernando Caggiano Júnior • Lica ArakawaSugueno • Luciana Pereira dos Santos • Márcia Regina daSilva • Maria Cecília Greco • Mônica Petit Madrid • RobertaAlvarenga Reis • Sandra Maria Rodrigues P. de Oliveira •Sandra Maria Vieira Tristão de Almeida • Silvia Regina Pierotti• Silvia Tavares de Oliveira • Thelma Regina da Silva Costa •Yara Aparecida Bohlsen •

Rua Dona Germaine Burchard, 331CEP 05002-061 - São PauloFone/Fax: (011) 3873-3788

Site: www.fonosp.org.br

Delegacia Regional da Baixada SantistaDelegacia Regional da Baixada SantistaDelegacia Regional da Baixada SantistaDelegacia Regional da Baixada SantistaDelegacia Regional da Baixada SantistaRua Mato Grosso, 380 – cj. 01

CEP 11055-010 - SantosFone: (13) 3221-4647 - Fax (13) 3224-4948E-mail: [email protected]

Delegada: Isabel Gonçalves

Delegacia Regional de MaríliaDelegacia Regional de MaríliaDelegacia Regional de MaríliaDelegacia Regional de MaríliaDelegacia Regional de MaríliaRua Bahia, 165 - sala 43CEP 17501-080 Marília

Fone/fax: (14) 3143-6417E-mail: [email protected]

Delegada: Fabiana Martins

Delegacia Regional de Ribeirão PretoDelegacia Regional de Ribeirão PretoDelegacia Regional de Ribeirão PretoDelegacia Regional de Ribeirão PretoDelegacia Regional de Ribeirão PretoRua Bernardino de Campos, 1001 - cj. 1303

CEP 14015-130 - Ribeirão PretoFone: (16) 632-2555 / Fax: (16) 3941-4220E-mail. [email protected]

Delegada: Ana Camilla Bianchi Pizarro

Departamentos:Departamentos:Departamentos:Departamentos:Departamentos:Geral: [email protected]/perfil: [email protected] Pessoal: [email protected]: [email protected]: [email protected]ção: [email protected]ídico: juridico @fonosp.org. brRegistros/tesouraria: [email protected]: [email protected]ão: [email protected]

Comissões:Comissões:Comissões:Comissões:Comissões:Divulgação: [email protected]ção: [email protected]Ética: [email protected]ção e Normas: legislaçã[email protected]ção: [email protected]: [email protected]úde e Convênios Médicos: saú[email protected] de Contas: [email protected]

REVISTA DAREVISTA DAREVISTA DAREVISTA DAREVISTA DA

N° 59 – JANEIRO-FEVEREIRO 2005

ISSN – 1679-3048ISSN – 1679-3048ISSN – 1679-3048ISSN – 1679-3048ISSN – 1679-3048

Tiragem: 12.200 exemplares

Comissão de DivulgaçãoComissão de DivulgaçãoComissão de DivulgaçãoComissão de DivulgaçãoComissão de DivulgaçãoMárcia Regina da Silva - PresidenteDiva EstevesRoberta Alvarenga ReisCristina Lemos Barbosa FuriaLuciana Pereira dos SantosSandra Maria Rodrigues P. de Oliveira

Editor e jornalista responsável:Editor e jornalista responsável:Editor e jornalista responsável:Editor e jornalista responsável:Editor e jornalista responsável:Elisiario Emanuel do CoutoMTb 8.226

Produção Editorial e Gráfica:Produção Editorial e Gráfica:Produção Editorial e Gráfica:Produção Editorial e Gráfica:Produção Editorial e Gráfica:Insert Consultores em Comunicação Ltda.Tel. (11) 5547-0948 / e-mail: [email protected]

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As opiniões emitidas em matérias assinadas, bem como napublicidade veiculada nesta publicação são de inteiraresponsabilidade de seus autores. Os textos desta ediçãopoderão ser reproduzidos, desde que mencionada a fonte.

Silvia Tavares de OliveiraSilvia Tavares de OliveiraSilvia Tavares de OliveiraSilvia Tavares de OliveiraSilvia Tavares de OliveiraPresidente do CRFa 2a Região

EDITORIAL

FO

TO: R

UBE

NS

GA

ZET

A

Estamos às vésperas de três eventos muito importantes, dois deles

em particular para a Fonoaudiologia: o Dia Internacional da Voz,

comemorado em 16 de abril e o Encontro Internacional de Audiologia,

entre os dias 21 e 24 do mesmo mês. Para o primeiro, cujo tema este ano

será “Seja amigo da sua voz”, esperamos contar com uma grande

mobilização de fonoaudiólogos por todo o Estado, desenvolvendo ações

voltadas à conscientização da população sobre a importância da saúde

da voz. O 20o EIA, que este ano será realizado na cidade de São Paulo,

promete atrair, por sua vez, os profissionais ligados à área da Audiologia,

e envolvê-los em fóruns, cursos, conferências sobre temas como:

Diagnóstico em Audiologia, Processamento Auditivo, Genética, entre

outros.

O terceiro dos eventos que mencionei, que também tem data

marcada para abril, abrangerá não só os profissionais de todas as

especialidades da Fonoaudiologia, como também de outras 11 áreas da

saúde. No dia 27 de abril, mais 500 mil assinaturas deverão juntar-se às

500 mil já entregues no Senado Federal, totalizando, então, um milhão

de assinaturas contra o Projeto de Lei No 25/2002 (Ato Médico), que

restringe a autonomia dos demais profissionais, na medida em que os

torna subordinados ao médico. O CRFa. 2a Região recolherá assinaturas

até o dia 14 de abril, na sede e nas delegacias, que serão remetidas ao

Conselho Federal. Você pode, também, acessar o site

www.naoaoatomedico.com.br e imprimir o abaixo-assinado, para

divulgá-lo. Quanto mais assinaturas conseguirmos, maiores serão as

chances de sensibilizarmos nossos governantes contra a aprovação

deste projeto de lei, nocivo não apenas para os profissionais envolvidos,

mas para toda a população. Portanto, participe!!!

É com muito orgulho que, nesta edição, relatamos as conquistas

das colegas Mara Behlau, Helen Francisco,

Roberta Gonçalves e Letícia Mansur, que

reafirmam o valor de nossos profissionais

dentro e fora do país.

Não poderia finalizar este editorial, sem

mencionar a passagem do Dia Internacional da

Mulher, e parabenizar a todas as

fonoaudiólogas.

Page 4: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

4 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005

O Centro de Referência em

Saúde do Trabalhador do Estado de

São Paulo – CEREST-SP tomou a

iniciativa de formar um Grupo de

Trabalho para discutir e elaborar

proposta de instrução normativa

sobre o Distúrbio de Voz

relacionado ao Trabalho, com a

incorporação do conhecimento

científico existente e com a adoção

de idêntica estrutura das normas

técnicas já em vigor. O documento

foi encaminhado ao Ministério da

Saúde, visando sua inclusão no

Manual de Doenças relacionadas ao

Trabalho, e também ao Setor de

Benefícios do INSS.

“As ações de vigilância e a

elaboração de normas técnicas que

adeqüem o conhecimento científico

acumulado às novas condições e

demandas de trabalho são pratica-

mente inexistentes e fazem-se

necessárias urgentemente, uma vez

que existe aumento progressivo dos

profissionais que dependem da voz

enquanto instrumento de trabalho”,

destaca a fonoaudióloga do CEREST

Márcia Tiveron de Souza. ”Uma das

grandes conquistas dessa instrução

normativa é a determinação do papel

dos fatores ambientais e organizacio-

nais do trabalho e a forma que atuam

como fatores de risco para o desen-

volvimento do Distúrbio da Voz

Relacionado ao Trabalho, bem como

os impactos gerados na vida do

trabalhador. Portanto, o que se

pretende com este documento é

conquistar novas formas de lidar

com as repercussões que estes

impactos causam na saúde do

trabalhador, bem como suas possí-

veis incapacidades”.

Para que este documento fosse

produzido, o CEREST-SP organizou

um Fórum de Debates e foram

convidados profissionais represen-

tantes de diversos segmentos da

sociedade, entidades de classes e

representantes sindicais.

Participaram desses debates o

Superintendente do INSS; a Socieda-

de Brasileira de Fonoaudiologia

(SBFa), com representantes do

Comitê de Voz e do Comitê de

Telemarketing; o Conselho Regional

de Fonaudiologia 2ª Região (CRFa);

o Departamento de Saúde do Traba-

lhador Municipal (DESAT); o Hospi-

tal do Servidor Público Municipal

(HSPM); a Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo (PUC-SP);

representantes de empresas privadas

que prestam consultoria em saúde

ocupacional; médicos do trabalho da

Associação Brasileira de Telemarke-

ting (ABT) e do CEREST-SP; além de

representantes do Sindicato dos

Professores e Funcionários Munici-

pais (APROFEM); Sindicato dos

Artistas e Dubladores (SATED) e

Sindicato dos Radialistas.

Este documento foi apresenta-

do e discutido no XIV Seminário de

Voz da PUC-SP (“Disfonia relaciona-

da ao trabalho: da construção do

documento à uma nova prática”),

realizado em 5 de novembro de

2004.

Desde 1997, o GT-Voz da PUC-

Distúrbio da Voz: CEREST elabora p

“O distúrbio de voz relacionado

ao trabalho deve ser reconhecido

como uma doença do trabalho, como

definida pela Lei n. 8.213/91, em seu

artigo 20, inciso II, sem necessidade

de recorrer à excepcionalidade do

médicos do trabalho, como os

médicos peritos do INSS e os otorri-

nolaringologistas e fonoaudiólogos

não estão ainda, no meu ponto de

vista, totalmente preparados para

enfrentar essas questões. O operador

Distúrbio da Voz:a lei aplicada ao trabalho

ENTREVISTA - DR. ANTÔNIO LOPES MONTEIRO

parágrafo 2º do artigo 20 da lei da

Previdência Social. O que ainda gera

problemas para sua aplicação é a

falta de preparo da absoluta maioria

dos agentes, operadores e técnicos

que tratam dessa questão. Tanto os

Page 5: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 5

SP vem organizando esses seminá-

rios para discussão do Distúrbio de

Voz Relacionado ao Trabalho, sob a

coordenação da profa. dra. Léslie

Piccolotto Ferreira e que têm conta-

do com a participação de fonoaudió-

logos (principalmente os que atuam

junto ao Hospital Municipal e ao

DESAT), médicos otorrinolaringolo-

gistas e do trabalho, psicólogos,

fisioterapeutas, advogados e repre-

sentantes de diferentes sindicatos.

A PROPOSTA. O documento

elaborado no CEREST-SP trata, em

sua primeira parte, da definição da

disfonia e suas categorias etiológicas

e do conceito do Distúrbio de Voz

relacionado ao Trabalho. Em segui-

da, enfoca os aspectos epidemiológi-

cos, com a análise dos fatores de

estresse do professor e do operador

de telemarketing em particular e os

fatores de risco de natureza ocupa-

cional (organizacionais do processo

de trabalho e ambientais) e não-

ocupacional.

a proposta de Instrução NormativaA seção inicial do documento

discute ainda os sinais e sintomas que

podem estar presentes no Distúrbio da

Voz relacionado ao Trabalho, que com-

porão o quadro clínico e o diagnóstico.

Em seguida, o tratamento e reabilita-

ção, com o envolvimento, em todas as

etapas, do fonoaudiólogo na equipe

multidisciplinar composta para esse

fim.

As medidas preventivas e de

proteção são abordadas detalhada-

mente, em função do grande impacto

social, econômico, profissional e

pessoal que podem causar as altera-

ções vocais relacionadas ao trabalho.

A notificação ao SUS, embora

não compulsória ao Sistema Nacio-

nal de Informações de Agravos de

Notificações (SINAN), é estimulada

no relatório, com o objetivo principal

de fornecer subsídios para ações de

vigilância nos ambientes e processos

de trabalho.

A segunda parte do relatório

gerado pelo Grupo de Trabalho

criado pelo Centro de Referência em

Saúde do Trabalhador do Estado de

São Paulo – CEREST-SP aborda

procedimentos administrativos e

periciais para avaliação da incapaci-

dade laborativa, como a emissão da

CAT e a conduta pericial a ser

adotada.

NOVO SEMINÁRIO. No

próximo dia 15 de abril, como uma

atividade em comemoração ao Dia da

Voz, será realizado o Seminário

Nacional – Vozes do Trabalho,

organizado pelo CEREST em parceria

com o Comitê de Voz da Sociedade

Brasileira de Fonoaudiologia e da

Pontifícia Universidade Católica de

São Paulo. O evento pretende

discutir diversas experiências de

atuação fonoaudiológica nessa área e

acontecerá no Anfiteatro 239 da

PUC-SP (rua Ministro de Godoy,

985- Perdizes) das 8:30 às 17:00.

Maiores informações e inscrições

podem ser feitas pelo telefone (011)

3259-9075 ou pelo e.mail

[email protected]

de direito, nestes casos, deve se

embasar no técnico e se este

técnico não informa se esta ou

aquela situação ou patologia é

ocupacional e tem ou não reflexo

no trabalho, não há como aplicar a

lei e dar os direitos que o

trabalhador faz jus”.

Este é o posicionamento do dr.

Antônio Lopes Monteiro, Procurador

de Justiça do Ministério Público do

Estado de São Paulo, que há mais de

30 anos atua na área de Previdência

e Acidentes do Trabalho. Docente na

PUC-SP, com vários livros publicados

sobre o assunto, hoje vem se dedi-

cando à questão do distúrbio da voz

relacionado ao ambiente do trabalho,

que considera um desafio para todos

os que militam na área da saúde

ocupacional, sobretudo do

ponto de vista técnico.

“Na prática, temos muitos

poucos casos ligados à voz que

tenham sido enquadrados como

doença ocupacional ou doença do

trabalho”, relembra o procurador.

“No recente Fórum de Saúde do

FO

TO:

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OU

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Page 6: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

6 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005

Trabalhador, realizado em Araraqua-

ra, perguntei a uma operadora de

telemarketing, a uma radialista e a

um líder sindical se tinham notícias

de algum afastamento superior a 15

dias que ensejasse o encaminhamen-

to ao benefício por problemas de

voz. A resposta foi negativa em

todos os casos. No entanto, os

problemas ligados à voz no ambiente

do trabalho são antigos, embora sem

merecer a devida atenção, ao contrá-

rio de outros como, por exemplo, os

relacionados com a perda auditiva

ou aos esforços repetitivos”.

O dr. Antônio Lopes Monteiro

acredita que isso vinha ocorrendo

porque se entendia que o problema

estava restrito aos professores e,

mais ainda, aos da rede pública, em

regime especial da Previdência, do

qual o INSS não toma conhecimento.

“Com raras exceções, não havia a

preocupação com o grupo de traba-

lhadores acometidos de algum tipo

de patologia, que hoje se convencio-

nou chamar de disfonias”.

O professor de ensino particu-

lar também dificilmente se afasta

por auxílio-doença. “Mesmo quem

dá aula durante todo o dia, normal-

mente encontra condições de

trabalho melhores do que as encon-

tradas em escolas públicas, com

melhor acústica, com pincel em lugar

do giz... Provavelmente não seja tão

afetado ou se é, o receio de perder o

emprego o impede de recorrer ao

INSS. Esse quadro justifica a exis-

tência de poucos casos, tanto como

jurisprudência, como encaminha-

mento”.

UM QUADRO DEMUDANÇA... No início da década

de 90, com o surgimento de novas

profissões nas quais a fala e a voz

assumem importância prepon-

derante (são quase que exclusiva-

mente o instrumento de trabalho),

como o operador de telemarketing,

as questões ligadas ao afastamento

do serviço provocadas por problema

de voz ganharam proporções tais que

obrigaram os técnicos a parar para

pensar, e mais que isso propor

soluções técnicas e programas de

prevenção.

“Nos últimos cinco ou seis

anos”, pontua o procurador de

Justiça, “os fonoaudiólogos,

através de teses de mestrado e

de doutorado, começaram a

perceber que o assunto era muito

mais sério e profundo do que

parecia e começou a surgir uma

preocupação maior, até porque as

empresas começaram a sentir no

bolso os prejuízos. Só então a

questão da voz começou a ser

estudada e equacionada como um

problema de saúde ocupacional e

mais especificamente para aqueles

que só tem a voz como seu instru-

mento de trabalho”.

O dr. Monteiro lembra que,

do ponto de vista legislativo, a

Previdência prevê, há longo tempo,

que quaisquer tipos de patologia ou

de doença podem ser enquadradas

como doenças do trabalho.

“As chamadas disfonias estão

enquadradas no artigo 20 da lei que

cuida das doenças ocupacionais, ao

mencionar que quando decorre de

condições especiais de trabalho, a

Previdência pode reconhecer essas

patologias como doenças do traba-

lho. Já existe na tradição da Previ-

dência a previsão de que doenças

ligadas ao aparelho de fonação se

enquadrem como doenças do

trabalho, que dão inclusive direito ao

auxílio-acidente, tal como o proble-

ma do trauma acústico e tantas

outros”.

ENFOQUE CORRETO. Para o

dr. Antônio Lopes Monteiro, a

questão da voz tem que ser vista

como uma doença ocupacional, na

subespécie do trabalho. “O que se

pretende agora é criar uma Norma

Técnica para casos específicos da

voz, como já existe para a audição (a

NR-7, de 1994) e a conseqüente

jurisprudência”.

“Se o INSS acatar a proposta do

CEREST” - prossegue o procurador -

“endossada pelo seminário recente-

mente realizado na PUC, teremos

uma regulamentação para facilitar o

trabalho dos operadores técnicos

nessa área na elaboração de diagnós-

tico e da definição das situações que

ensejam a concessão. Em um

segundo momento, fornecerá a

dinâmica de como enfrentar esse

problema do ponto de vista técnico e

jurídico. A lei permite que o fonoau-

diólogo seja perito nessa área, por

sua competência e capacidade

técnica”.

Ao analisar os anais do XIII

Seminário de Voz realizado pela

PUC-SP em novembro de 2003, o

procurador já antevia que “os

profissionais ligados à saúde vocal,

sobretudo os fonoaudiólogos que

sempre estiveram discutindo suas

idéias e propondo soluções, não

estavam dispostos a esperar mais.

Estava prestes a vir à luz um docu-

mento que sintetizasse os avanços

alcançados, fruto de tantas discus-

sões e pudesse embasar uma norma

técnica a ser assim reconhecida para

efeitos legais pelos órgãos compe-

tentes”.

Page 7: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 7

O I Fórum de Saúde do

Trabalhador de Araraquara,

promovido em parceria do Centro

Regional de Reabilitação de

Araraquara – CRRA com o Centro

de Referência em Saúde do Traba-

lhador – CRST e o Curso de

Fonoaudiologia da UNIARA,

escolheu o Distúrbio da Voz

relacionado ao Trabalho.como

tema para debate.

O encontro, realizado nos

dias 1 e 2 de dezembro de 2004,

teve como objetivo trazer para a

região uma discussão atual, que

viabilizasse a reflexão sobre essa

temática com cidadãos e institui-

ções interessadas, com alcance nos

mais diversos segmentos da

sociedade, na tentativa de elaborar

diretrizes para a implementação de

uma política local de atenção

integral ao trabalhador com

Distúrbio da Voz relacionado ao

Trabalho.

O primeiro debate do encon-

tro – sobre Contextualização do

Distúrbio da Voz relacionado ao

Trabalho - foi coordendo pela fga.

Maria Lúcia S. Dragone e contou

com a participação das fgas. Léslie

Piccolotto Ferreira e Márcia

Tiveron de Souza e dos médicos

Fernando Prata Magalhães e César

Augusto Patta.

No período da tarde, os

debates giraram sobre os temas

Importância da Voz em Diferentes

Profissões (coordenado pela fga.

Luciana M. de Carvalho, com a

participação de Tadeu Queiroz,

ator; Ricardo Bombarda, cantor;

José Carlos Magdalena, radialista;

Lídio H.M. Rodrigues, pastor; Iara

Rofini, telejornalista; Luci de

Andrade, professora; Isabela

Valentino, operadora de

telemarketing e Geórgia Cristina

Affonso, advogada) e Promoção

de Saúde (coordenado pela fga.

Roberta A. Reis, com a participa-

ção das fgas. Maria Lúcia

Dragone, Valéria Lopes, Maria

Juliana Algodoal, Verena

E. Winkel Parreira, Cláudia

Taccolini Manzoni e Thelma M. T.

de Souza).

No dia 2 de dezembro, o

debate sobre Perícia em Distúrbio

de Voz foi coordenado pelo médico

Adail Perrone de Farias, com a

participação das fgas. Priscila

Borba e Silmara Figueira e do

médico José Henrique Scabello. O

segundo debate do dia, sobre

Legislação na Área de Voz, foi

coordenado pelo procurador de

Justiça Antonio Lopes Monteiro e

contou com a participação da fga.

Thelma Costa e do deputado

federal Roberto Gouveia.

A realização deste evento

foi considerado um passo funda-

mental para a divulgação de

conceitos que precisam ser unifica-

dos, praticados e valorizados por

todos os envolvidos na problemáti-

ca: profissionais, usuários de voz

no trabalho, profissionais da

saúde, empresários e gestores

públicos.

Fórum em Araraquaratambém discute Distúrbio da Voz

O dr. Antônio Lopes Monteiro

rememora o Fórum de Debates,

organizado pelo CEREST-SP em abril

de 2004, para discutir o distúrbio de

voz como doença relacionada ao

trabalho, com a presença de profissi-

onais da área, órgãos governamen-

tais, entidades de classe e represen-

tantes sindicais e entre outras

categorias e gerou um documento

(veja mais detalhes nas páginas 4 e 5

desta edição), que foi apresentado no

XIV Seminário de Voz da PUC-SP,

realizado em 5 de novembro de

2004.

“Este documento segue a

mesma estrutura das normas

técnicas já conhecidas (LER/DORT,

PAIR etc) e merece ser estudado

com rigor científico, pois é fruto

de diversos trabalhos técnicos, e

embora não esgote o tema, no

meu entender já é suficientemente

maduro para justificar uma

norma técnica da Previdência

Social dando ao Distúrbio de Voz

Profissional Relacionado ao

Trabalho o status que ele merece

dentro do universo das doenças

ocupacionais previstas na nossa

legislação infortunística”,

assegura o Procurador de Justiça

Antônio Lopes Monteiro.

Page 8: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

8 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005

A Campanha da Voz voltará a

ser realizada em abril próximo, para

novamente sensibilizar a população

para a conscientização da saúde vo-

cal e suas implicações na comunica-

ção, na saúde e na cultura. Os deta-

lhes finais da campanha, que já pos-

sui o símbolo (“Amigos da Voz”) re-

produzido acima e o tema “Seja ami-

go da sua Voz” definidos pelo Comitê

de Voz da Sociedade Brasileira de Fo-

noaudiologia, irá se desenvolver no

Dia da Voz - 16 de abril, um sábado -

e ao longo de toda a semana. No

Estado de S.Paulo o evento conta

com o apoio do Conselho Regional de

Fonoaudiologia – 2ª Região.

Para a campanha de 2005, três

objetivos foram definidos. O primei-

ro deles é o de propiciar o entendi-

mento da voz como expressividade,

veículo de relacionamento, de

afeto e constitutiva das funções

orgânicas, físicas e psíquicas do

sujeito. O segundo, o de promover

ações que visem a conscientização da

sociedade quanto à importância da

saúde da voz em suas várias dimen-

sões. O derradeiro, de promover

ações para divulgar a atuação

fonoaudiológica e o selo “Amigos da

Voz”, com o intuito de criar uma

marca que a população identifique

com os cuidados da voz.

Campanha da Voz 2005:Seja amigo da sua voz!

Araraquara foi sede, em 3 de

dezembro de 2004, do VII Encontro de

Fonoaudiólogos no Serviço Público,

evento que vem sendo realizado há sete

anos, no mês de dezembro, em comemo-

ração ao Dia do Fonoaudiólogo. O en-

contro já ocorreu em Itu (por duas

vezes), Paulínia, Jundiaí, Salto e

Piracicaba e destina-se à reflexão das

ações de Fonoaudiologia em Saúde

Pública/Coletiva, especialmente por

meio da apresentação de relatos de

experiências em trabalhos realizados em

diferentes serviços e do envolvimento

com os gestores públicos.

O objetivo é aproximar os fonoau-

diólogos que atuam no serviço público e

aqueles que têm interesse na área, para

fortalecer a atuação deste profissional e

oferecer uma melhor assistência aos

usuários do SUS.

Como Araraquara é sede da

Direção Regional de Saúde - a DIR VII,

composta por 25 municípios - todos os

municípios que oferecem serviço na área

da fonoaudiologia foram convidados a

participar de encontros mensais, prepa-

ratórios ao I Encontro de Fonoaudiólo-

gos da DIR VII (Araraquara), realizado

em paralelo ao evento estadual.

O foco das discussões foi voltado à

atuação fonoaudiológica na atenção

básica, além de ampliação das reflexões

relativas aos atendimentos já prestados

em nível ambulatorial, especialmente no

que se refere ao acolhimento e fluxo dos

usuários e estratégias de atendimento.

Na avaliação da fga. Roberta

Alvarenga Reis, o ponto alto do evento

foi a possibilidade de se constituir um

grupo de fonoaudiólogos que atuam na

região da DIR VII, (representada no

encontro pela fga. Mônica Vilchez), dos

quais 12 com participação efetiva na

elaboração do evento.

O evento estadual contou com a

participação de representantes das

Araraquara foi sede do Encontro de Fono

DIV

ULG

ÃO

8 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA

Page 9: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 9

Para atingir a população em

geral e, em especial, aquela compro-

metida com a formação educacional,

cultural e artística, deverão ser

preferencialmente priorizados

espaços públicos como escolas,

asilos, creches, parques e centros de

convivência, onde possam ser

desenvolvidas oficinas, grupos de

vivência, palestras, aulas e debates

voltadas à promoção da saúde em

sentido amplo e não apenas para a

prevenção de alterações da voz e sua

expressividade.

Para que estas ações possam ser

desencadeadas, os fonoaudiólogos

devem entrar em contato com a

prefeitura e secretarias municipais

de Saúde de sua cidade e também

com escolas, empresas e entidades,

buscando apoio e participação.

Na divulgação da Campanha da

Voz, os fonoaudiólogos devem tam-

bém procurar os meios de comunica-

ção de sua cidade ou região - mídia

impressa e rádio-televisiva - para a

divulgação da campanha e das

atividades planejadas. Poderão,

ainda, entrar em contato com os

parlamentares de sua cidade, solici-

tando que façam menção sobre o Dia

da Voz em seus discursos.

Em paralelo, o Comitê da Voz

sugere a distribuição de folhetos e

orientações, de forma que a população

tenha acesso às informações necessári-

as para cuidar da voz ou, se necessário,

procurar ajuda. Folders, faixas,

cartazes, bottons, bonés, adesivos,

filipetas e camisetas, de acordo com as

possibilidades e características de cada

região, são algumas das sugestões

oferecidas pelo Comitê da Voz para

essa divulgação.

Como ocorre todos os anos, as

campanhas realizadas concorrerão a

prêmio oferecido pela Sociedade

Brasileira de Fonoaudiologia, através

de seu Comitê da Voz. A melhor

campanha será destacada no próximo

Congresso Brasileiro de Fonoaudiolo-

gia, desde que o material da campanha

seja enviado à SBFa até a data indicada

para análise. Entre os critérios de

avaliação, serão considerados os

aspectos ligados a impacto e alcance da

campanha, criatividade e originalidade

das ações. A frase e o símbolo oficial

deverão ser utilizados em todos os

locais.

Para obter informações adicio-

nais e sugestões para a campanha

acesse o site http://paginas.terra.

com.br/saude/campanhadavoz

ou envie e-mail para

[email protected].

secretarias municipais de Saúde de

quatro municípios (Araraquara, Matão,

São Carlos e Ibitinga) que apresentaram

suas propostas para a fonoaudiologia.

Essa mesa foi moderada pela conselheira

Sandra Vieira e contou com o questiona-

mento do então secretário de Saúde de

Franca, dr. Marco Aurélio, que manifes-

tou a sua admiração pelo trabalho da

fonoaudiologia e a sua posição contrária

ao projeto de lei do ato médico.

A inserção da fonoaudiologia nas

políticas públicas de saúde foi discutida

em debate moderado pela fga. Maria

Martha de Souza Lima Brant da Silva

Carvalho. A situação da fonoaudiologia

na região foi apresentada pela fga.

Juliana Esteves Poletti; os indicadores

sobre a atuação regional relatados pela

conselheira do CRFa 2a. Região, Andréa

Bonamigo, e as informações colhidas no

Ministério da Saúde, pela fga. Elaine

Maria Giannotti, coordenadora de Pro-

gramação da Assistência do Departa-

mento de Regulação, Avaliação e Contro-

le do Ministério da Saúde e Tesoureira

do Comitê de Saúde Pública - SBFa.

Os participantes puderam

compartilhar experiências de trabalhos

desenvolvidos. Entre eles, trabalhos

com grupos, com famílias, em equipe,

intersetorialidade saúde/educação,

organização de serviços, atuação na

atenção básica e PSF.

A apresentação da fga. Reginalice

Cera da Silva, do Curso de Fonoaudiolo-

gia da UNIMEP, teve como tema

O Conhecimento do Território Como

Eixo Norteador para Planejar Ações em

Saúde. Em seguida, a fga. Maria Teresa

Pereira Cavalheiro, docente da PUC-

Campinas expôs, juntamente com as

fonoaudiólogas Kátia de Cássia Botasso

e Susana Maria Martiniano, o tema Em

Busca dos Princípios do SUS - A Organi-

zação do Serviço de Fonoaudiologia da

Prefeitura de Mogi Mirim (SP). O relato

da experiência de fonoaudiólogos do

município de Araucária (PR) foi apresen-

tado pela fga. Andréa Sanerip.

Ao final do evento houve uma

apresentação do Curso de Fonoaudiolo-

gia da UNIARA, sobre o trabalho desen-

volvido pela profa. Sandra Caucabene

Sichiroli junto à secretaria de Educação.

Em 2005, o VIII Encontro de

Fonoaudiólogos no Serviço Público

ocorrerá no município de Campinas.

Fiquem atentos! Para maiores informa-

ções, entrem na lista de discussão do

Comitê de Saúde Pública da SBFa, pelo e-

mail comitesaudepublica-subscribe

@yahoogrupos.com.br

noaudiólogos no Serviço Público de 2004

EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 9

Page 10: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

10 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005

A Campanha contra o Projeto de

Lei do Ato Médico vai mostrar nova-

mente sua força. Depois da entrega em

dezembro das primeiras 500 mil as-

sinaturas, outras 500 mil serão entre-

gues ao Senado em 27 de abril.

A nova data foi estabelecida em

razão das eleições para a presidência

do Senado e, principalmente, para a

Comissão de Assuntos Sociais, onde o

projeto está sendo analisado. Com a

definição de Renan Calheiros (PMDB-

AL) para a presidência do Senado,

foram também definidos os presiden-

tes de todas as comissões.

O senador Antonio Carlos

Tavares, do PSB-SE, advogado e

químico, é o novo presidente da

Comissão de Assuntos Sociais, em

substituição à senadora Lúcia Vânia

(PSDB-GO), que continua como

relatora do projeto.

O Projeto de Lei do Ato Médico,

ao restringir ao médico a prescrição

terapêutica de qualquer ação na área

de saúde, subordina todas as demais

profissões à Medicina e determina que

só o médico pode chefiar equipes de

saúde, desestruturando o SUS

brasileiro.

A Comissão Nacional contra esse

projeto, composta por 12 categorias da

área da saúde, irá novamente ao

Congresso Nacional levar mais 500 mil

assinaturas, totalizando um milhão de

assinaturas.

Um milhão de assinaturas contra oPL do Ato Médico: você já assinou ?

À pedido da vereadora Cassandra Maroni, será realizada audiência

pública sobre o PLS 25/2002 no dia 30 de março próximo às 17:30 horas,

na Câmara Municipal de Santos. O CRFa 2ª Região participará da

audiência por intermédio da delegada da Baixada Santista, fga. Isabel

Gonçalves.

Em São Paulo, o CRFa 2ª Região,

integralmente envolvido na luta

contra o cerceamento de atuação dos

profissionais de Saúde, receberá as

assinaturas até o dia 14 de abril, para

que haja tempo para encaminhá-las

para Brasília. O tempo é curto e temos

de nos mobilizar. Assine o abaixo-

assinado, colete assinaturas, abra

pontos de coletas de abaixo-assinados,

faça sua parte! O site da campanha,

em http://www.naoaoatomedico.

com.br, disponibiliza modelo do

abaixo-assinado.

Audiência Pública em Santos

Desde 14 de maio está suspensa

a veiculação da propaganda do

medicamento de venda sob prescri-

ção médica Botox - toxina botulínica,

que associa seu uso ao relaxamento e

rejuvenescimento das cordas vocais.

A decisão, contida na Resolução RE

no 13, de 14 de maio de 2004, foi da

Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (Anvisa), e ocorreu pelo

fato de tal indicação terapêutica não

dispor de registro na agência.

Naquela ocasião, a Anvisa

autuou a empresa Allergan Produtos

Farmacêuticos, de São Paulo (SP),

responsável pela produção e comer-

cialização do medicamento e anúnci-

os indevidos de propriedade terapêu-

tica. A Editora Globo também foi

autuada por ter veiculado na revista

Época, edição no 310, de 26 de abril,

matéria caracterizando propaganda

do produto e suas alegações de

indicações voltadas ao tratamento

das cordas vocais.

A determinação continua

válida, até que a investigação seja

concluída. A Anvisa já abriu processo

administrativo para investigar o

caso. Comprovadas as irregularida-

des, as multas variam de R$ 2 mil a

R$ 1,5 milhão, de acordo com a Lei

no 6.437/77.

Anvisa suspende propaganda deBotox para cordas vocais

Page 11: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 11

Um número cada vez maior de

bebês com alterações no padrão de

deglutição em função da prematuri-

dade, de problemas genéticos,

neurológicos e/ou de outras patolo-

gias está sendo diagnosticado

precocemente.

As possíveis dificuldades de

deglutição já são consideradas,

desde a hospitalização, sendo os

bebês avaliados e encaminhados a

programas terapêuticos o mais cedo

possível.

O fonoaudiólogo que atua em

UTI neonatal precisa estar capacitado

para intervir com bebês e suas

famílias, respeitando e reconhecendo

as diversas necessidades e individuali-

dades. Uma avaliação clínica detalha-

da da alimentação é fundamental para

levantarmos hipóteses e estabelecer-

mos estratégias para o tratamento.

Para cada caso, o terapeuta deverá

estabelecer um plano de trabalho onde

alguns aspectos devem ser precisa-

mente avaliados, assim como o padrão

de sucção, a coordenação entre sucção/

deglutição/respiração, esforço, gasto

de energia, ganho de peso, entre

outros.

Vários estudos, nos últimos

anos, têm mostrado um movimento

internacional tentando avaliar de

forma cada vez mais precisa a introdu-

ção da via oral e sua completa transi-

ção. Xavier, em sua pesquisa de

doutorado, discute a importância de

critérios comportamentais para o RN

ser primeiramente avaliado através da

SÃO PAULOTransição da alimentação desonda gástrica para via oral

Fga. e profa. Cláudia Xavier

Este texto condensa os principais pontos abordados na palestra apresentada pelafga. e profa. Cláudia Xavier, no Happy Hour Cultural realizado

na Casa do Fonoaudiólogo, em São Paulo, no dia 23 de setembro de 2004.

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Page 12: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

12 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005

SNN para definir a prontidão para a

via oral ou a necessidade de trabalho

terapêutico. De 73 RNPT avaliados,

78% precisaram de trabalho terapêuti-

co e 22% puderam iniciar a alimenta-

ção por via oral em função dos

resultados da avaliação motora oral.

Ficou evidente a importância da

utilização de um protocolo de avalia-

ção, facilitando a visualização do

estágio em que o RN se encontra,

favorecendo o estabelecimento de

uma conduta e trabalho terapêutico

bem definidos, e a utilização de

dados quantitativos e qualitativos

para maior objetividade.

Quando os RNs passam por

um trabalho terapêutico a partir da

detecção da necessidade deste, eles

apresentam uma evolução no padrão

motor oral e transição de sonda

gástrica para via oral de maneira

segura e mais rápida. A alimentação

precisa ser sem riscos, funcional e

prazerosa. Ela é vital.

Cláudia Xavier é fonoaudióloga

(PUC-SP) desde 1983, com pós-

graduação na Western Michigan

University (USA) em 1987, Doutora

em Neurociências e Comportamento

– USP-SP em 2003, com experiência

na atuação com bebês há 18 anos.

Atuou na Unidade Neonatal da

Santa Casa de São Paulo como

fonoaudióloga e pesquisadora

durante 11 anos, é professora do

CEFAC desde 1992 e coordenadora e

professora do curso de especialização

em motricidade oral com ênfase em

fonoaudiologia neonatal no CEPEF.

Atua no Hospital e Maternidade São

Leopoldo e Modelo, em S.Paulo (SP)

e é autora de vários artigos e

capítulos na área de bebês.

Hábitos de sucção de chupeta e

mamadeira prolongados são conside-

rados fatores extrínsecos, que podem

causar inadequações no sistema

estomatognático, através do desequilí-

brio de forças, que existem natural-

mente na cavidade bucal (Black et al.,

1990, Soligo, 1996, Degan, 2002),

podendo ocasionar má oclusões,

principalmente a mordida aberta

anterior (Proffit, 1978; Black et al.,

1990; Moyers, 1991 Moresca & Feres,

1992 e Schwartz & Schwartz, 1992,

Soligo, 1996) e estas podem vir

acompanhadas de distúrbios miofun-

cionais orofaciais (Benkert, 1997,

Soligo, 1996, Felício, 1999).

As características encontradas

em crianças que utilizam hábito de

sucção de chupeta são: mordida aberta

anterior, diastemas, mordida cruzada

posterior, hipodesenvolvimento de

mandíbula, protusão dos incisivos

superiores, palato ogival, incompetên-

cia labial e língua com posicionamento

rebaixado, protusa e com maior

mobilidade dorsal. Essas característi-

cas levam a alterações de funções,

como a deglutição, onde a língua é

projetada a fim de promover o sela-

mento anterior (Black et al.,1990,

Soligo, 1996).

Durante o aleitamento artificial

com mamadeira, principalmente

utilizando-se bicos convencionais, a

musculatura facial torna-se imobiliza-

da, e a musculatura supra-hioídea e de

SÃO PAULO

Este texto condensa os principais pontos abordados na palestra apresentada pelafga. Viviane Veroni Degan Lilian, no Happy Hour Cultural realizado

na Casa do Fonoaudiólogo, em São Paulo, no dia 29 de outubro de 2004.

A atuação da Fonoaudiologiafrente aos hábitos de sucção

Fga. Viviane Veroni Degan

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Page 13: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 13

Você não pode perder nenhum!Coloque em sua agenda estas datas.

O CRFa 2ª. Região dá continuidade em2005 a programação do

Happy Hour Cultural em São Paulo,iniciada em 2002, sempre

na última sexta-feirado mês.

O Happy Hour Cultural é realizadona Casa do Fonoaudiólogo –

rua Tanabi, 64, à partir das 18 horas.Na primeira hora, os participantesconversam e reciclam experiências

descontraidamente enquanto saboreiam olanche ofertado e, nas duas horas

seguintes, acompanham a palestra como tema do evento. A sua participação envolve

apenas a doação de um quilode alimento não perecível. Há necessidadede inscrição prévia com Viviane, tel. (11)

3873-3788. Compareça!

18 de marçoFonoaudiologia Escolar

29 de abrilVoz

20 de maioDisfagia

24 de junhoFonoaudiologia Estética

26 de agostoFonoaudiologia Empresarial

30 de setembroGagueira

28 de outubroDoenças Neurológicas

25 de novembroFonoaudiologia e Saúde Mental

mento sobrecarregadas, podendo

determinar alterações dentofaciais,

funcionais (Turgeon-O’Brein, 1996), e

a manutenção do hábito de sucção

sem fins nutritivos.

Os lábios, as bochechas e a

língua são responsáveis pelo efeito de

equilíbrio na dentição, sendo a posição

dos dentes afetada pela pressão destes

tecidos moles (Watson, 1981; Massler,

1983; Proffit; 1993 e Josell, 1995).

Estudos relataram que crianças

que abandonaram o hábito de sucção

na faixa etária de quatro a seis anos,

desde que não tenham os dentes

anteriores decíduos, apresentaram

correção espontânea da mordida

aberta anterior (Kim, 1987; Black et

al., 1990; Moyers,1991; Proffit &

Fields Jr. , 1993; Marchesan, 1994,

Boni et al.,1997, e Degan et al., 2001,

Degan, 2004).

Entretanto, como demonstrado

por Degan (1999), nem todas as

crianças desta faixa etária, que têm os

hábitos removidos são sujeitas a

autocorreção, necessitando de outras

intervenções como a adequação de

estruturas e funções do sistema

estomatognático através da Terapia

Miofuncional Orofacial, favorecendo

assim a correção da mordida aberta

anterior.

Para a remoção dos hábitos de

sucção, o método denominado

Método de Esclarecimento Modificado

tem demonstrado bons resultados.

A atuação do fonoaudiólogo

pode ser importante, pois segundo

pesquisa realizada por Degan &

Puppin, a remoção dos hábitos de

sucção feita por profissionais apresen-

tam 90% de sucesso.

Com este propósito a interven-

ção precoce promovida pela remoção

de hábitos de sucção associada à

Terapia Miofuncional Orofacial

poderia aumentar o potencial do

crescimento e desenvolvimento

craniofacial normais.

Viviane Veroni Degan é

fonoaudióloga, especialista em

Motricidade Oral, Mestre e Doutora

em Odontologia - Área de Fisiologia

Oral pela Faculdade de Odontologia

de Piracicaba/UNICAMP

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Page 14: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

14 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005

SÃO PAULO

Este texto condensa os principais pontos abordados na palestra apresentada pela fga.profa. dra. Mônica Cristina Andrade Bassetto, no Happy Hour Cultural realizado

na Casa do Fonoaudiólogo, em São Paulo, no dia 27 de agosto de 2004.

As emissões otoacústicas (EOA)

são sons gerados dentro da cóclea

normal e podem ser captadas no

meato acústico externo, por meio de

uma sonda. Originam-se nos

mecanismos ativos cocleares e estão

ausentes quando há dano nas células

ciliadas externas (CCE), também

conhecidas como amplificadores

cocleares. Em decorrência dessa

relação, o registro das emissões

otoacústicas tem sido bastante

empregado , nos últimos quinze

anos, para auxiliar a investigação da

integridade da audição periférica.

Inicialmente, sua grande

aplicação foi na área de triagem

auditiva neonatal, impulsionando,

inclusive, o surgimento dos progra-

mas de triagem auditiva neonatal

universal na década de 90. As

emissões otoacústicas evocadas

transientes (EOAET) e por produto

de distorção (EOAEPD) estão

presentes em recém-nascidos a

termo e pré-termo, cuja audição

periférica,até o nível das CCE, esteja

íntegra. Vale a pena ressaltar que

nas alterações das células ciliadas

internas, nervo auditivo e via

auditiva central as EOA estarão

presentes. Portanto, muitos progra-

mas de triagem auditiva neonatal

têm adotado, conjuntamente, o

Potencial Auditivo Evocado de

Tronco Encefálico (PAETE) para a

investigação das neuropatias

auditivas.

Outras aplicações clínicas das

EOA são o monitoramento da

audição nos programas de conserva-

ção da audição em trabalhadores

expostos a ruído e a pesquisa da

supressão das EOA frente a apresen-

tação de ruído contralateral . A

ausência ou diminuição do efeito de

supressão das EOA seriam indicati-

vos de um mau funcionamento do

sistema olivo-coclear eferente

medial, que dentre outras atribui-

ções, contribui para melhorar nossa

recepção do sinal de fala na presença

de ruído de fundo. Estudos recentes

indicam que há ausência e/ou

diminuição da supressão das EOA

em crianças com distúrbios de

aprendizagem.

Como podemos observar, são

múltiplas as aplicações das EOA na

área da audiologia e é inegável que

se trata de um instrumento valioso

para uma avaliação mais eficiente da

audição.

Mônica Cristina Andrade

Bassetto é fonoaudióloga e professo-

ra adjunta do Curso de Fonoaudiolo-

gia da Faculdade de Ciências

Médicas da Santa Casa de São

Paulo.

Emissões otoacústicas:aplicações clínicas

Profa. Dra. Mônica Cristina Andrade Bassetto

AgradecimentoNossos agradecimentos ao sr. Ezequiel, da Editora Lovise, pelo patrocínio

aos happy hours organizados na Casa do Fonoaudiólogo, em São Paulo (SP) pelo

Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª. Região.

Page 15: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 15

“A Fonoaudiologia e as diferentes

realidades de mercado” foi o tema da

mesa redonda realizada na Casa do

Fonoaudiólogo no dia 26 de novembro

de 2004, com a participação das

fonoaudiólogas Ana Elisa Moreira

Ferreira, Lorena e Paula Sotile, do

Comitê de Telemarketing da SBFa.

Realizamos uma discussão

extremamente interessante e impor-

tante sobre a realidade atual do

mercado de trabalho em Fonoaudiolo-

gia, em relação ao vínculo empregatí-

cio estabelecido entre as partes,

empresa e fonoaudiólogos.

Tendo como pano de fundo o

trabalho realizado em call centers,

discutimos a contratação do fonoau-

diólogo em regime de CLT, cooperativa

e aquele que tem sua própria empresa

e, portanto, presta serviços.

Pudemos refletir juntamente

com os fonoaudiólogos presentes

sobre vantagens e desvantagens de

cada tipo de contrato, além de discu-

tirmos os limites de atuação com

relação as estratégias fonoaudiológicas

utilizadas e a preocupação com a

qualidade de vida e a promoção de

saúde, além do trabalho preventivo.

Os participantes, bem como os

leitores desse texto, estão convidados

a participar de nossa lista de discus-

A Fonoaudiologia e as diferentesrealidades de mercado

SÃO PAULO

são. Quem se interessar deve

enviar um e-mail para

[email protected].

Sandra Oliveira - Comissão de Divulgação

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Page 16: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

16 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005

De 11 a 13 de novembro de

2004, ocorreu na cidade do Porto

(Portugal) o 1° Simpósio da Voz de

Portugal, tendo como presidência de

honra o médico otorrinolaringologista

dr. Almeida Ribeiro; como presidente

dos trabalhos o médico dr. Agostinho

P. Silva e como secretário-geral a

também médica otorrinolaringologista

dra. Eugénia de Castro. O simpósio

teve a presença de 350 colegas,

médicos e fonoaudiólogos (terapeutas

da palavra, em Portugal), dobrando em

número a expectativa dos organizado-

res. Os convidados internacionais

foram o dr. Peak Woo (médico norte-

americano), o dr. Thomas Murry

(fonoaudiólogo norte-americano), os

médicos franceses dr. Albert Castro e

dr. Jean Abtibol e, do Brasil, as colegas

fga. dra. Mara Behlau de São Paulo e a

fga. Mestre Déborah Feijó, do Rio de

Janeiro, além do dr. Paulo Pontes,

otorrinolaringologista de São Paulo.

Há hoje, em Portugal, 400

fonoaudiólogos inscritos na Associa-

ção Portuguesa de Terapeutas da Fala

(www.aeiou.pt), sendo 60 brasileiros.

A relação entre os colegas de ambos os

países tem ocorrido com alguns

atritos, que vão de aspectos trabalhis-

tas legais a questões de diferença de

formação acadêmica que, porém,

foram colocados de lado no evento.

Para os brasileiros trabalharem em

Portugal, além dos papeis de imigração

e convalidação de documentos, é ainda

necessário um exame de proficiência

de língua, um verdadeiro desafio.

Não há pós-graduação em fonoaudio-

logia no país, mas aproveitando-se

das possibilidades de programas de

intercâmbio na União Européia,

alguns colegas têm-se pós-graduado

em outros países de reconhecida

formação profissional e científica,

como o Reino Unido.

O clima das sessões científicas

era de bastante interesse e participa-

ção e culminou com uma ativa discus-

são de casos com prognóstico difícil,

avaliados perante o auditório, com a

intervenção dos professores convida-

dos, que deram suas opiniões e

discutiram as diferenças em conduta

para cada uma das situações.

A dra. Mara Behlau fez uma

análise crítica dos diversos protocolos

de avaliação vocal, uma apresentação

sobre os programas acústicos Vox

Metria, Fono-Tools e Vox Games

(também distribuídos na Europa, o

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1° SIMPÓSIO DA VOZ DE PORTUGALprimeiro deles já traduzido para o

espanhol e inglês) e ofereceu dois

cursos, um sobre métodos de reabilita-

ção vocal e outros sobre limites de

fonoterapia no tratamento de lesões

benignas da laringe. A fga. Deborah

Feijó discorreu sobre laboratório de

voz na clínica fonoaudiológica e

também sobre a avaliação do profissio-

nal da voz. O dr. Paulo Pontes mostrou

inúmeros avanços da cirurgia laríngea.

As atividades sociais foram

intensas, com visitas às caves de

vinho do Porto, em Vila Nova de

Gaia e uma festa de confraterniza-

ção, que contou com discurso

emocionado da colega portuguesa

Isabel Guimarães, que agradeceu os

médicos organizadores pela iniciati-

va de realizarem um evento multidis-

ciplinar, prestigiando os fonoaudió-

logos estrangeiros e nacionais. A

fonoaudiologia brasileira é avaliada

pelos portugueses como de ótimo

nível, servindo de modelo para ações

naquele país, não somente devido à

formação e possibilidades de pós-

graduação plena, mas também pela

produção científica importante e

pela excelência do trabalho multidis-

ciplinar desenvolvido em nosso país.

Renovado no visual e no seu

conteúdo, o site do CRFa 2ª. Região

estará no ar em abril. Faça uma visi-

ta em http://www.fonosp.org.br e

envie seus comentários e sugestões,

para que, cada vez mais, os fonoau-

diólogos sejam melhor atendidos.

Com novas informações e apre-

sentação dinamizada, algumas altera-

ções foram necessárias. O novo Guia

do Fonoaudiólogo, totalmente refor-

mulado, recomeça do zero. Portanto,

todos os que desejam participar do

guia devem inserir suas informações

novamente. Da mesma forma, o Ca-

dastro do Fonoaudiólogo desconsi-

derou as informações antigas. Com o

novo cadastramento, o profissional

receberá periodicamente clippings e

informações do Conselho e da

profissão e ainda uma newsletter.

Site do CRFa, renovado, no ar em abril

Page 17: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 17

Em continuidade ao processo de

atualização das Especialidades da

Fonoaudiologia, o Conselho Federal de

Fonoaudiologia realizou no dia 5 de

março último, na Casa do Fonoaudiólo-

go, em São Paulo (SP), o 2º Fórum de

Especialidades. O objetivo foi o de

discutir as propostas analisadas em

diversas dinâmicas realizadas com

consultorias externas, envolvendo

especialistas referendados pela Socieda-

de Brasileira de Fonoaudiologia e pelos

Conselhos Regionais de Fonoaudiologia.

Estes fóruns estão sendo realiza-

dos simultaneamente em todo o país

nos meses de fevereiro e março. Na área

de jurisdição de São Paulo, além do

realizado na Casa do Fonoaudiólogo, na

capital paulista, um segundo encontro

ocorrerá em Ribeirão Preto, no dia 28 de

março, organizado pela Delegacia

Regional. Estes encontros não têm

caráter deliberativo. Suas conclusões, no

entanto, deverão ser levadas em conta

para a definição do encaminhamento de

eventuais mudanças.

Hoje o CFFa reconhece as Especia-

lidades de Audiologia, Linguagem,

Motricidade Oral e Voz porém desde

2002, a partir do X Congresso Brasileiro

de Fonoaudiologia, se aventa a possibili-

dade de criação de outras, sinalizadas

pela abertura de novos cursos “com

enfoque em...”, pela necessidade de

mercado de trabalho e decorrente da

própria atividade profissional.

Sensível a essas manifestações, a

proposta do CFFa é de que algumas sub-

áreas de especializações passassem a ser

entendidas como “áreas de domínio” (o

termo subespecialidade foi descartado

por sua conotação pejorativa), dentro

das especialidades existentes, com o

possível acréscimo de 100 horas no cur-

so de cada uma delas. Pela mesma pro-

posta, outras áreas geradas pelo merca-

do de trabalho teriam que se destacar

como novas especialidades: Disfagia,

Saúde Pública (ou Coletiva) e Gagueira.

A criação ou alteração da nomen-

clatura, além da necessidade da criação

de novas especialidades – vem sendo

motivo de muitos questionamentos.

Entre as especialidades já reconhecidas,

existe a proposta de ser alterada a

nomenclatura de Motricidade Oral para

Motricidade Orofacial. Para as novas, se

efetivamente criadas, o termo Gagueira,

por exemplo seria mais facilmente

reconhecido pela população mas deixaria

de fora a taquifemia e a disfluência

normal de fala. A alternativa para o

termo Fluência não reflete o alvo da

especialidade e Disfluência, apesar de

não ser o mais facilmente reconhecido,

tem demonstrado ser o mais viável.

Outro termo questionado é Disfa-

gia (uma disfunção), como nomenclatu-

ra da especialidade que estudaria os as-

pectos da deglutição, que compete com a

sugestão de Deglutição, para o qual a-

venta-se a possibilidade de confusão por

parte de outros profissionais de Saúde.

Para formar os fonoaudiólogos

interessados em Saúde Pública ou

Coletiva, questiona-se a possibilidade de

se criarem novos cursos ou do cadastra-

mento de cursos já existentes que

formam profissionais em áreas afins.

O papel desempenhado pelas

universidades e sua autonomia para a

formação acadêmica, e das sociedades

científicas e dos conselhos regulamenta-

dores da profissão, na formação

profissional, são pontos que dividem

as opiniões nesses debates. O realizado

em São Paulo não foi exceção.

Os fonoaudiólogos presentes

concluiram que no momento não se

deveriam abrir novos cursos de especia-

lidades nem “áreas de domínio” nos já

existentes. Abre-se, entretanto, a

possibilidade de novas discussões sobre

os temas Disfagia e Saúde Coletiva.

Em Ribeirão Preto, no dia 28, o

debate continua...

Fonoaudiólogos de São Paulo discutemcriação de novas especialidades

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Page 18: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

18 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005

A fga. Helen

Capeleto Francis-

co é a primeira

fonoaudióloga

contratada pela

Universidade

Federal de São

Carlos – UFSCar,

selecionada em

concurso realiza-

do em maio de

2004, com 68

inscritos.

Formada pela

USP -Bauru em

1998 e com

especialização em Audiologia pela

Universidade Católica Dom Bosco, de

Campo Grande (MS), a fonoaudióloga

relembra que quando de sua posse, em

19 de novembro, ainda não sabia para

onde seria direcionada e qual seria sua

atuação.

Desde 1º. de dezembro, a fonoau-

dióloga dá suporte a USE - Unidade de

Saúde Escola da instituição, em com-

panhia de dois terapeutas ocupacionais,

três psicólogos, dois médicos, duas

assistentes sociais, duas enfermeiras,

um técnico em enfermagem, dois

fisioterapeutas, cinco auxiliares de

enfermagem e um técnico em eletrônica.

A fga. Helen detalha a proposta da

USE: “as ações de saúde serão orientadas

por parâmetros que, desenvolvidos por

meio de esforços de pesquisa multidisci-

plinar, possam garantir a formação de

alto nível de alunos e profissionais,

desenvolvendo programas-modelo para

outras unidades de saúde e contribuindo

para o desenvolvimento regional da

área”.

“Os de saúde

mental e atendi-

mento ao idoso já

estavam bem estru-

turados, embora

com ações isoladas

nos ambulatórios

dos cursos. Logo

que as instalações

estiverem completa-

mente prontas,

começarão a

funcionar na USE os

programas de

atendimento à mulher,

atendimento às

pessoas com necessidades especiais,

atendimento à criança e o pólo de

capacitação regional”.

A UFSCar, na área de saúde,

mantém cursos de Enfermagem, Terapia

Ocupacional, Psicologia e Fisioterapia,

com os ambulatórios para estágios dos

alunos e para pesquisa separados um

dos outros. A Unidade de Saúde Escola –

USE foi proposta como uma unidade

ambulatorial facilitadora da articulação

das diferentes ações de saúde já existen-

tes na UFSCar, com o objetivo de

promover a atuação interdisciplinar em

diferentes níveis, da promoção de

saúde à reabilitação, com uma perspecti-

va de atendimento integral ao usuário.

Como a unidade é recente (foi

inaugurada em outubro de 2004), dois

blocos arquitetônicos necessitam ainda

serem concluídos. “É tudo novo,

estamos organizando e pensando o

funcionamento da USE juntos. A

previsão é de começarmos rapidamente

os atendimentos dos pacientes dos

ambulatórios isolados dos cursos”.

UFSCar contrata primeirafonoaudióloga

Fga. Helen Francisco (à direita), ao ladoda Prof. Dra. Claudia Simões Martinez,diretora da USE.

Entre 818 trabalhos

inscritos, o da estudante de

fonoaudiologia da Universidade

Metodista de São Paulo, Gilcélia

de Cássia Suman Martins, foi o

grande vencedor no 4º Conic -

Congresso de Iniciação Científica

promovido pelo Semesp - Sindica-

to das Entidades de Estabeleci-

mentos de Ensino Superior do

Estado de São Paulo, de 7 a 8 de

novembro de 2004. Gilcélia

também conquistou o primeiro

lugar na categoria de Ciências da

Saúde e Biológicas.

Com o tema “Avaliação da

Percepção e Leitura da Fala em

Crianças com Deficiência Auditi-

va de Classes Comuns e de

Classes ou Escolas Especiais”,

Gilcélia conquistou a primeira

colocação na categoria Premia-

ções Especiais. O trabalho foi

orientado pelas professoras dra.

Marisa Sacaloski e Ms. Érika

Longone.

A quarta edição do Conic

inaugurou novos critérios para

avaliação. “Buscamos acabar com

o mito de que apenas as universi-

dades públicas produzem pesqui-

sa. A participação de universida-

des públicas este ano enriqueceu

o evento, mas é importante res-

saltar a pesquisa de excelente ní-

vel realizada nas particulares”, re-

latou o Prof. Dr. Godofredo Geno-

fre, Coordenador dos eventos e

Diretor de Pesquisa da UNISA.

Estudante deFonoaudiologia

vence 818concorrentes

Page 19: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 19

A fga. dra. Mara Behlau, de São

Paulo, foi eleita presidente da IALP -

International Association of Logopedics

and Phoniatrics para a gestão de 2007 a

2010. Na gestão atual, de 2004 a 2007, a

fonoaudióloga comporá a diretoria da

sociedade, como presidente eleita e

assistente da presidente empossada, a

dra. Dolores Battle, dos Estados Unidos,

que assumiu a presidência da IALP

conjuntamente com a presidência da

ASHA. A escolha, por unanimidade,

ocorreu durante o XXVI Congresso da

IALP, em agosto de 2004, em Brisbane,

Austrália.

O nome da dra. Mara surgiu em

Basel, na Suíça, em outubro de 2003,

por seu trabalho internacional e

participação ativa na diretoria da

associação, além dos Comitês de Voz e

de Relações Públicas. “É uma honra à

nomeação e espero desenvolver minha

gestão com visão de futuro e procurando

ainda buscar maiores oportunidades

para os colegas brasileiros no exterior”,

afirmou a fga. Mara Behlau na ocasião.

Até sua posse a dra. Mara continuará

atuando no Comitê de Voz e no Comitê

de Relações Públicas Internacionais, em

cargos que ocupa desde 1998.

A IALP foi fundada em 1924, em

Viena, pelo médico e fonoaudiólogo Dr.

Emil Froeschels e é a mais antiga

organização na área dos distúrbios da

comunicação humana, congregando

tanto membros individuais como

sociedades científicas, de diversas

disciplinas, tais como a medicina,

fonoaudiologia, psicologia, física,

engenharia e educação.

O congresso da IALP realizado na

Austrália reforçou, mais uma vez, que

esse evento se constitui no mais

importante fórum de discussão dos

profissionais envolvidos em pesquisa e

clínica na área dos distúrbios da

comunicação humana. O evento contou

com 1.480 participantes, número que

superou o recorde de 1971, quando o

congresso foi realizado em Buenos Aires,

com 1.419 participantes.

Estiveram representados 37

países e, embora a delegação brasileira

tenha sido de apenas nove componen-

tes, muito menor da que esteve no

25th World Congress of IALP, no

Canadá, em 2001 (60 participantes),

constituiu-se no oitavo maior grupo,

perdendo apenas para Nova Zelândia,

Estados Unidos, Reino Unido, Japão,

Suécia e Canadá, além, evidentemente,

dos colegas do país organizador. Os

brasileiros tiveram mais de 20 partici-

pações no evento.

O próximo congresso da IALP

ocorrerá de 5 a 9 de agosto de 2007, em

Kopenhagen, na Dinamarca. O Brasil é

considerado forte candidato para

hospedar o congresso da associação em

2010 ou 2013.

Brasileira é eleita para presidência da IALP

O CRFa 2a Região parabeniza a fga. Andréa Wander Bonamigo por ter sido

promovida, em março de 2005, a supervisora de Área - Pirituba da Coordenado-

ria de Saúde da Zona Norte da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. Esta

região atende uma população estimada em aproximadamente 470 mil pessoas.

Esta conquista não é apenas individual. Decorre da atuação resolutiva

ofertada na área da Saúde Pública pela fga. Andréa Wander Bonamigo, que se

estende a toda a Fonoaudiologia, que nela se vê reconhecida.

Sindicato mudade endereçoO Sindicato dos Fonoaudió-

logos do Estado de São Paulo

comunica o seu novo endereço

desde 10 de janeiro de 2005: rua

Gonçalo Fernandes, 52 – casa 1,

bairro de Bela Vista, Santo André

(SP).

Os telefones são (0 ** 11)

4990-9970 e 7224-6420 e o

horário de atendimento, das 13 às

17 horas.

Conquista da Fonoaudiologia

Livre docência: parabéns! O Conselho Regional de Fonoaudiologia – 2ª. Região parabeniza a fga.

Brasilia Chiari pela obtenção do titulo de livre docente em dezembro último,

agregando mais cientificidade à Fonoaudiologia. Conquistas como esta elevam a

profissão para patamares cada vez mais elevados e estimulam a expansão e o

reconhecimento cada vez mais amplo de sua atuação.

Page 20: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

20 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005

Com os índices de desempre-

go e a competição acirrada por

uma vaga no mercado de trabalho,

várias empresas e agências de

recolocação profissional vêm

seduzindo profissionais de vários

níveis com propostas de emprego.

Esse quadro faz com que muitos

candidatos acabem optando por

esses serviços, na tentativa de

melhorar suas chances de ingres-

sar no mercado de trabalho.

O aumento da oferta dos

serviços acima citados, faz com

que, muitas vezes atraído pela

descrição das vagas, que parecem

verdadeiros sonhos profissionais,

o profissional desempregado seja

induzido ao pagamento de taxas, e

nunca mais é contatado pela

agência. É como se a vaga desapa-

recesse num passe de mágica.

Por esse motivo, a Comissão

de Orientação e Fiscalização (COF)

retoma este assunto de grande

importância para a atuação do

fonoaudiólogo, com o objetivo de

orientar o profissional a evitar

constrangimentos.

É preciso estar atento, pois

muitos anúncios omitem o fato de

que se trata de uma consultoria, e,

ao se deparar com isso, o profissi-

onal cria uma falsa expectativa,

descobrindo que foi selecionado

para uma função diferente da que

desejava ou que as vagas anuncia-

das nos cadernos de emprego, não

existem de fato.

Nos últimos meses, a COF

recebeu denúncias de fonoaudiólo-

gos com relação a concursos e

anúncios de vagas de empregos em

sites e em jornais de grande

circulação. Muitos procuravam o

fonoaudiólogo como auxiliar ou

técnico em Fonoaudiologia, cargos

que na verdade não existem, pois a

Fonoaudiologia é uma profissão

com graduação de nível superior.

Alertamos aos colegas que,

antes de contratarem qualquer

serviço ou disponibilizarem seus

currículos on-line, devem estar

cientes de todas as condições

estipuladas; tudo o que for

prometido deve constar por

escrito.

Ao aceitar uma vaga de

emprego é necessário ler com

atenção o contrato proposto pela

empresa, e, em caso de dúvidas,

consultar um advogado de confi-

ança. O contrato deve ser claro,

preciso e objetivo.

Ao se deparar com um desses

serviços, não tenha a ilusão de que

este é um caminho fácil e rápido

para o fim do desemprego. O

profissional deve sempre verificar

a idoneidade da empresa contra-

tante e certificar-se de que

funciona de forma profissional,

antes de tomar qualquer decisão.

Fonoaudiólogo:fique atento aos anúncios de

vagas de emprego

Comissão de Orientação e Fiscalização Congresso AbrascoO III Congresso Brasileiro de

Ciências Sociais e Humanas em Saúde

promovido pela ABRASCO será

realizado em Florianópolis, de 9 a 13

de julho de 2005. O tema central –

Desafios da Fragilidade da Vida na

Sociedade Contemporânea – tem o

objetivo de responder à necessidade de

uma reflexão articulada no campo das

Ciências Sociais e Humanas (CSH)

sobre a saúde e a qualidade de vida das

populações. As inscrições prévias

serão encerradas no dia 01 de julho de

2005. Após esta data, somente no dia

e local do evento. Informações: fone/

fax: (0 xx) 48 248-5838, e-mail

[email protected]

ou em www.acorianaeventos.com.br

Prezado Fonoaudiólogo.

Uma das ações do Conselho

Regional é acompanhar a legisla-

ção das áreas da Educação e

Saúde que envolvam a Fonoaudi-

ologia.

Para que possamos realizar

esta ação, de forma mais ágil e

efetiva, contamos com sua

preciosa colaboração no sentido

de identificar Leis e Projetos de

Leis ou documentos que possam

ser importantes para a Fonoaudi-

ologia e encaminhar ao CRFa.

Queremos fortalecer a

atuação do fonoaudiólogo na

Saúde e Educação e estimular a

construção e implementação de

Políticas Públicas em Fonoaudio-

logia.

Agradecemos desde já sua

atenção e colaboração.

CRFa-2a. Região

Colabore conosco

Page 21: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 21

Foram estudados 20 trabalhado-

res do sexo masculino do Hospital das

Clínicas da Faculdade de Medicina de

Ribeirão Preto - USP, com idade entre

33 e 50 anos, expostos a ruído

ambiental maior ou igual a 85 dB, em

jornada de oito horas de trabalho

diário há pelo menos oito anos; sem

alterações anatômicas de orelha

externa/média e de vias aéreas

superiores. O objetivo era verificar o

efeito do ruído persistente, decorrente

das condições de trabalho, sobre a

qualidade de vida, relativamente às

repercussões sobre a audição e a

qualidade do sono e contribuir para a

valorização dos prejuízos do ruído

excessivo e sistemático sobre a saúde.

Outros 20 trabalhadores do mesmo

hospital, na mesma faixa etária e

características físicas, sócio-econômi-

co-culturais, expostos ao ruído

ambiental habitual inferior a 85 dB na

jornada de trabalho de 8 horas diárias,

compuseram o grupo controle. Os

dados de audiometria tonal limiar e

imitanciometria foram correlaciona-

dos com a qualidade do sono observa-

da através da polissonografia noturna

e com parâmetros clínicos gerais de

saúde.

Com os resultados dos testes de

comparação aplicados a idade, estatu-

ra, peso, índice de massa corporal,

circunferência do pescoço, cintura e

quadril e indicadores do estado sócio-

econômico-cultural obtidos em

entrevista, verificamos que as amos-

tras foram semelhantes nestes

aspectos. A análise estatística da

audiometria e imitanciometria, nos

dois grupos revelou perda auditiva leve

e moderada. O sono, nos dois grupos,

revelou má qualidade. Dos 40 indiví-

duos, 13 (32,5%) apresentaram

distúrbio respiratório do sono e 12

● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Teses ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●

Efeito tardio do ruído na audição e na qualidadede sono em indivíduos expostos a níveis elevados

outros (30,0%) tinham sonolência

sem distúrbio respiratório do sono.

Concluímos que a permanência

prolongada sob ruído ambiental

superior aos níveis considerados

seguros foi suficiente para produzir

danos auditivos detectáveis laborato-

rialmente através dos testes usuais e

que não há razão para crer que a má

qualidade do sono do cidadão comum

guarde relação com a convivência

diurna em ambientes ruidosos.

Dissertação de Mestrado em

Biociências Aplicadas à Clínica

Médica, defendida em 24/02/2003

pela fga. Ana Lúcia Rios no Progra-

ma de Pós-Graduação da Clínica

Médica da Faculdade de Medicina de

Ribeirão Preto – Universidade de São

Paulo.

Com o objetivo de investigar a

intervenção fonoaudiológica a partir

de um programa vocal para graduan-

dos em Educação Física, pesquisa foi

realizada em uma Faculdade de

Educação Física localizada em uma

cidade de médio porte do Estado de

São Paulo. O programa conteve três

encontros de quatro horas cada, com a

participação de seis inscritos. Foram

utilizados três questionários (um

antes do programa, outro logo após o

término e o último, dois meses após o

término), além do registro escrito,

após cada encontro, feito pela pesqui-

sadora. Os temas discutidos basearam-

se em assuntos relacionados à adequa-

da produção e cuidados vocais e

contemplavam, em tempo integral, o

contexto profissional da referida

categoria. A análise da intervenção foi

feita de modo qualitativo.

Os seis inscritos participaram

ativamente dos encontros. A voz

passou a habitar a realidade dos

participantes que, durante as três

semanas de programa, traziam

Vozes que se cruzam: a intervençãodo fonoaudiólogo e o

graduando em Educação Física

Page 22: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

22 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005

devolutivas e dúvidas. Apenas um

deles atuava na área mas todos, de

maneira geral, vinculavam a prática

oferecida com as atividades extra-

faculdade. As propostas que contex-

tualizavam a categoria da Educação

Física eram vislumbradas pelos

participantes como algo iminente a

ocorrer, e em nenhum momento as

atividades foram repelidas.

A pesquisa concluiu pela

importância da intervenção, ainda

mais quando ela oferece atributos

para que o graduando possa se

tornar seu próprio agente transfor-

mador das mudanças necessárias.

Percebe-se a importância de atuação

conjunta com a categoria de Educa-

ção Física, e, sabendo da diferença

existente entre a graduação e a

realidade profissional, podemos

concluir que o processo de formação

é um bom momento para que haja

tal intervenção. Com relação a este

estudo, pode-se concluir que a

experiência indica a necessidade de

futuras ações com a categoria.

Dissertação de mestradodesenvolvida pela fga. Ana CarolinaCarlini em julho de 2004, comorientação da profa. dra. MartaAssumpção de Andrada e Silva, daPontifícia Universidade Católica deSão Paulo – PUC/SP, como parte doPrograma de Estudos Pós Graduadosem Fonoaudiologia.

Disfagia: tesede doutoradoem congressono Canadá

A tese de doutorado sobre

Fisiopatologia em Clínica Médica,

defendida pela fga. Roberta

Gonçalves Silva na Faculdade de

Medicina de Botucatu (UNESP) -

Área de Metabolismo e Nutrição,

foi aceita e apresentada no 13o

Congresso Anual da Dysphagia

Research Society, realizado em

Montreal (Canadá), de 13 a 16 de

outubro último, sob o título

Videoendoscopic and Videofluorosco-

pic Evaluation of Swallowing with

Therapeutic Intervention.

Residente em Bauru e

professora em Marília, a fonoaudi-

óloga relatou para o CRFa. 2a

Região o seu contentamento por

esta conquista, destacando a

importância das pesquisas

desenvolvidas no Brasil estarem

sendo aceitas fora do país.

O CRFa – 2ª Região parabe-

niza a fga. Roberta Gonçalves da

Silva por esta participação em um

evento internacional tão expressi-

vo, que reafirma o estágio científi-

co alcançado pela profissão no

Brasil.

A fga. Dra. Letícia Lessa Mansur,

professora assistente do curso de

Fonoaudiologia da

Universidade de São

Paulo, foi convidada

a escrever o editorial

da revista São Paulo

Medical Journal –

Revista Paulista

Medicina em

seu volume 122,

edição no 5, com data

de capa de setembro

a outubro de 2004.

A publicação é

editada pela Associação Paulista de

Medicina. O texto, em inglês, recebeu

o título: Changing eating habits: what

does it really mean for patients who do

not complain about eating

difficulties?

O CRFa 2ª. Região

parabeniza a fga. Letícia

Lessa Mansur por mais

esta conquista obtida

pela profissão.

O artigo publicado

na revista da APM pode

ser acessado na Internet,

no formato.pdf (utilizado

pelo programa gratuito

Adobe Acrobat Reader),

no site do CRFa. 2a Região, em

www.fonosp.org.br.

Fonoaudióloga escreve editorialpara revista científica da

Associação Paulista de Medicina

Onde está você?Se você conhece os profissionais abaixo relacionados, por gentileza solicite

que entrem em contato com a Delegacia Regional da Baixa Santista ou com a

sede do CRFa 2a Região, em São Paulo, para regularizar seus dados cadastrais.

Documentos encaminhados a estes fonoaudiólogos têm retornado, gerando

transtornos e gastos desnecessários.

ALESSANDRA ALI BENTO - CRFa 7234

FÁTIMA APARECIDA FERREIRA TEIXEIRA – CRFa 13693

Page 23: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 23

A questão da cobrança de

honorários tem sido exaustivamente

discutida pelos Conselhos e pelo

Sindicato. O novo Código de Ética da

Fonoaudiologia, aprovado em 2003,

aboliu o termo “preço vil”, mas criou

alguns mecanismos onde o próprio

profissional pode e deve definir o

quanto cobrar por seu trabalho.

Neste sentido, determina que o

profissional, ao estabelecer seus

honorários, deve verificar as condi-

ções sócio-econômicas do cliente, os

valores usualmente praticados pela

categoria e o custo operacional de

seu serviço, entre outros.

Verificando o caso em questão,

temos:

1. condições sócio-econômicas

do cliente: o cliente, neste caso, deve

ser uma empresa prestadora de

serviços de Saúde Ocupacional. Se a

empresa cobra R$ 27,50, ela tem

uma situação sócio-econômica capaz

de pagar um valor maior ao fonoau-

diólogo;

2. os valores usualmente pra-

ticados pela categoria: os valores de

audiometrias realizadas em empresa

estão por volta de R$ 18,00 (tabela

do Sindicato de Fonoaudiologia);

3. o custo operacional de seu

serviço: o fonoaudiólogo, para

determinar o valor de seu serviço,

deve levar em conta, além dos gastos

que ele teve com sua educação

Comissão de Ética

Prezado Fonoaudiólogo.

A partir desta edição da Revista

da Fonoaudiologia, a Comissão de

Ética do CRFa 2ª Região responderá

suas dúvidas e levantará questiona-

mentos. Portanto, se você tem

alguma dúvida com relação a

questões éticas, se você tem algum

caso que gostaria que fosse comenta-

do, envie para o CRFa 2ª Região, no

e-mail [email protected], aos

cuidados da Comissão de Ética –

Revista.

Esperamos a participação de

todos vocês.

Outro dia fui negociar em uma empresa a possibilidade

de parceria para Audiologia. Na recepção vi que a tabela para

audiometria ocupacional custava R$ 27,50. Fui para outro

andar conversar com a gestora e a proposta foi de pagamento

de R$3,50 para exame, no máximo R$5,00.

Falei muito da competência, qualidade etc da fonoau-

dióloga que faz o exame. Mas a resposta foi que a fono que

cobra R$ 3,50 tinha tudo isso e mais o equipamento.

A minha vontade era de ligar para fono e contar tudo

isso e esclarecer que quando ela faz assim, talvez porque seu

custo seja baixo, ou seja, sua realidade é muito específica, ela

não tem noção que envolve toda uma categoria e denigre

nossa profissão.

O mesmo ocorre com convênios que pagam R$ 6,50

pela terapia. Não adianta falarmos: se nós não aceitarmos

outra profissional aceita.

Por favor, temos que nos unir e não aceitar de forma

alguma e nos valorizar!

A profissão torna-se digna por causa de seus profissio-

nais.

(faculdade, livros, entre outros), os

gastos efetivos que devem ser

calculados, levando-se em o equipa-

mento, calibração do mesmo, roupas,

alimentação, condução, entre outros.

Desta forma, observa-se que o

valor de R$ 3,50 a R$ 5,00 praticado

por este fonoaudiólogo está comple-

tamente fora do mercado. Além

disto, e principalmente, como foi

levantado no caso, nossa ética ou

nossa moral determinam que

devemos valorizar nossa profissão.

Cobrar valores que denigram nossa

imagem, que não condigam com

nossa formação acadêmica, só faz

com que sejamos cada vez mais

desvalorizados profissionalmente.

Quanto cobrar pelomeu trabalho?

Parecer da Comissão de Ética

Caso

Page 24: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

24 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005

Com o tema “Para que a sua voz

não se torne um quadro negro”, o Hos-

pital CEMA, localizado na zona leste

de São Paulo, promoveu no último dia

15 de outubro - Dia do Professor - uma

campanha de orientação sobre saúde

vocal exclusiva para os educadores, sob

coordenação das fonoaudiólogas Ales-

sandra Moscatello e Andréa Factore.

O objetivo foi aproveitar a data para

sensibilizar os professores (em sua

maioria mulheres com idades entre 35

e 45 anos, com cinco a dez anos de

carreira) sobre os cuidados com a voz,

instrumento de trabalho fundamental

para o exercício da profissão.

Campanha orientouprofessores sobre saúde vocal

Apesar de confessarem praticar

abusos vocais, como falar muito e alto,

gritar e ingerir pouca água diariamen-

te, os professores não consultavam

habitualmente o otorrinolaringologis-

ta ou fonoaudiólogo para avaliação de

sua saúde vocal. “Nenhum dos

professores atendidos tinha efetuado

tratamento completo com fonoaudió-

logo, e muito menos exame laringoló-

gico, mesmo apresentando sintomas

como secura e irritação na garganta,

falta de ar para terminar as frases,

pigarro e cansaço ao falar por muito

tempo”, lamenta a fonoaudióloga

Alessandra Moscatello.

O Conselho Regional de Fonoau-

diologia 2ª Região realizou, em 22 de

fevereiro de 2005, as provas da seleção

pública para o preenchimento de oito

vagas em seu quadro de pessoal, no

regime da CLT. A organização e

aplicação das provas ficaram a cargo

da Vunesp – Fundação para o Vestibu-

lar da Universidade Estadual Paulista

“Júlio de Mesquita Filho”. O concurso

foi divulgado pela imprensa, Internet e

através de cartazes.

Foram oferecidas oito vagas (sete

para a capital paulista e uma para a

Delegacia Regional de Marília, para

Supervisor, Auxiliar Administrativo,

Auxiliar Contábil, recepcionista,

mensageiro e porteiro) e concorreram

882 candidatos (826 deles para as

vagas disponibilizadas em São

Paulo).

CRFa realiza seleção pública parapreenchimento de vagas

Agradecimento

Trabalho na Secretaria

Municipal da Educação de

Marília e, por duas vezes, já

tive o imenso prazer de ver

meus artigos publicados na

Revista da Fonoaudiologia.

Agradeço imensamente as

oportunidades e queria lhes

dizer que me sinto orgulhosa

do nosso trabalho. Poder

compartilhar o que faço com

outras colegas de profissão me

dá estimulo para que eu cresça

cada vez mais. Ter um artigo

publicado é um reconhecimento

do meu trabalho. Valorização

que não tenho da maioria das

próprias pessoas que trabalham

comigo. Ao mesmo tempo em

que é desanimador você não

receber os Parabéns! ou um

Muito bem! pela publicação de

um artigo, isso faz amadurecer-

mos e aprendermos que nem

sempre a opinião dos outros

importa.

Fga. Marília Piazzi Seno

Gonçalves - CRFa. 9535/SP

Page 25: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 25

Nutrição & Disfagia

● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Lançamentos ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●

Guia prático voltado a profissionais no

cuidado de pacientes disfágicos, formulado por

fonoaudiólogo e nutricionistas experientes no

assunto.

Além de definições importantes, descrição

de sintomas, forma de diagnóstico, o livro

aborda principalmente os aspectos da dieta nos

diferentes níveis de disfagia e apresenta uma

lista útil de cardápios e receitas.

Informações: www.nutroclinica. com.br,

tel. (41) 3013-5322, fax (41) 568-1098 ou pelo

e-mail nutroclinica@ nutroclinica.com.br

PROCProtocolo de observação comportamental: avaliação de linguagem e aspectos cognitivos infantis

Jaime Luiz Zorzi e Simone Rocha de Vasconcellos Hage (Editora Pulso)

A prof.a Dr.a Vera Lúcia Garcia, da USC, avalia

o lançamento da Editora Pulso. Com prazer recebi

o livro elaborado em parceria pelos pesquisado-

res Jaime Zorzi e Simone Hage. Lançado durante

o XII Congresso Nacional de Fonoaudiologia e II

Encontro Sul Brasileiro de Fonoaudiologia,

realizado em Foz do Iguaçu, o livro vem preen-

cher uma lacuna na área de avaliação e diagnósti-

co fonoaudiológico da linguagem infantil,

propondo uma situação planejada da observação

dos comportamentos comunicativos e cognitivos

infantis.

No capítulo 1 os autores apresentam a

proposta do protocolo para avaliar crianças na

faixa etária de 12 a 48 meses. Nos capítulos 2 e 3

é fornecida a fundamentação teórica proposta

para a avaliação do aspectos comunicativos e

cognitivos do protocolo. No capítulo 4 são

apresentadas tabelas sobre o desenvolvimento

normal de linguagem e cognitivo. No capítulo

5, os autores apresentam casos clínicos

analisados a partir do protocolo proposto.

O texto é de leitura agradável, sendo que

a experiência profissional dos autores permite-

lhes escrever com propriedade sobre toda a

fundamentação teórica que permeia o seu

trabalho, assim como apresentar exemplos e

casos ilustrativos da vasta experiência clínica

que possuem. A presente parceria complemen-

ta as publicações realizadas isoladamente pelos

autores anteriormente e dá aos graduandos em

Fonoaudiologia e aos profissionais em geral,

mais um referencial importante e de imprescin-

dível leitura na área da linguagem.

Pró-FonoRevista de Atualização Científica - Volume 16, Número 3

A nova edição apresenta sete artigos re-

sultantes de pesquisas desenvolvidas por fo-

noaudiólogos brasileiros, dois relatos de caso e

um artigo de atualização científica. Os artigos de

pesquisa abordam os temas Avaliação da audição

em freqüências ultra-altas em indivíduos

expostos ao ruído ocupacional, Desenvolvimento

da linguagem na adolescência: competências

semânticas, sintáticas e pragmáticas, Desempe-

nho de escolares com distúrbio específico de

leitura em programa de remediação, Processos

fonológicos detectados em crianças de sete a

oito anos, Diadococinesia oral e laríngea em

pacientes pós-acidente vascular encefálico,

Testes de fala: aplicação em portadores de

perda auditiva induzida por ruído e Fatores

associados à transição da alimentação via oral

em recém-nascidos pré-termo. Os relatos de

caso cobrem o diário dialogado na terapia com

a criança surda e o desenvolvimento da

linguagem por meio do sistema pictográfico de

comunicação.

Page 26: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

26 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005

Saiu na imprensa...Estas entrevistas foram geradas através de ações do CRFa 2a Região e

refletem o empenho da Comissão de Divulgação na divulgação da profissão para

o público em geral.

O Estado de S. Paulo - Suplemento EstadinhoVozes estranhas no gravador.

Por que o som da voz

gravada é diferente do que

escutamos quando estamos

frente a frente com uma pessoa?

Para responder a essas questões,

a fga. Márcia Regina da Silva foi

ouvida pelo Suplemento Estadi-

nho, voltado ao público infantil,

em reportagem publicada no dia 29 de janeiro último. Didaticamente explicou a

diferença na transmissão dos sons por via aérea e por via óssea.

Rede Mundial de TVPrograma Vida Plena

A emissora de TV, com transmissão focada para o interior do país, basica-

mente através de retransmissoras regionais pelo sistema por assinatura, reser-

vou todo o programa “Vida Plena” do dia 22 de fevereiro, transmitido das 9 às 10

horas da manhã e com uma hora de duração, para debater com a fga. Thelma

Costa questões ligadas a perda auditiva em ambiente de trabalho, o ruído que

causa essas perdas e medidas preventivas que podem ser adotadas.

Rádio TrianonPrograma Beleza Hoje

No programa Beleza Hoje, transmitido no dia 18 de janeiro de 2005 às

13:30 horas, as dificuldades de fala na idade pré-escolar e suas relações com a

alfabetização, a gagueira na criança e no adulto, a dislexia e fracasso escolar e as

dificuldades de aprendizagem na pré-escola e no ensino fundamental foram

abordadas em entrevista com o fgo. Jaime Zorzi.

VENDO

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Classificados

Ser voluntário é doar seu

tempo, trabalho e talento para

causas sociais e comunitárias, de

maneira espontânea e não

remunerada. O voluntariado, em

sua forma mais pura, não deve

ser confundido com serviços

“voluntários” em uma instituição

ou empresa, com dias e horários

fixos, sem deixar claro que estão

utilizando mão-de-obra expe-

riente não remunerada para não

admiti-los em seu quadro de

funcionários. Tampouco deve ser

identificado com o estágio não

remunerado para conclusão de

curso ou, ainda, com o atendi-

mento “voluntário” a pacientes

de ONGs ou entidades beneficen-

tes, com parte de cursos de

atualização, reciclagem ou

aperfeiçoamento, com a conse-

qüente perda de inúmeros postos

de serviço.

Estas questões fazem

parte dos tópicos de discussão

do Fórum do Voluntariado que

será promovido pelo CRFa 2a

Região no dia 6 de maio

próximo, das 18 às 21 horas, na

Casa do Fonoaudiólogo, em São

Paulo. Prestigie este evento,

comparecendo e trazendo

outros fonoaudiólogos para

debater esta questão.

A próxima edição da

Revista do Fonoaudiólogo, e

também o site do CRFa 2ª Região

trarão novas informações.

Fórumvai discutir

Voluntariado

59-26.pmd 3/8/2005, 9:33 PM26

Page 27: Distúrbio da Voz: a lei aplicada ao trabalho

EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 27

ATIVO 2003 2004 TotalATIVO FINANCEIRO 969.868,94 1.205.698,43 235.829,49

DISPONÍVEL 36.511,36 44.824,09 8.312,73

BANCOS-C/MOVIMENTO 21.782,98 22.628,13 845,15 BANCOS-C/ARRECADAÇÃO 14.728,38 22.195,96 7.467,58

DISPONÍVEL VINCULADO EM C/C BANCÁRIA 930.685,24 1.147.193,54 216.508,30BANCOS-C/VINCULADA - - -BANCOS-C/VINCULADA A APLICAÇÕES 930.685,24 1.147.193,54 216.508,30

REALIZÁVEL 2.672,34 5.342,14 2.669,80DIVERSOS RESPONSÁVEIS - - -DEVEDORES DA ENTIDADE 242,30 2.027,07 1.784,77ENTIDADES PÚBLICAS DEVEDORAS 2430,04 3.315,07 885,03TÍTULOS FEDERAIS - - -EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS - - -

RESULTADO PENDENTE - 8.338,66 8.338,66DESPESAS A REGULARIZAR - -DESPESAS JUDICIAIS - 8.338,66 8.338,66

ATIVO PERMANENTE 887.545,99 934.995,55 47.449,56BENS PATRIMONIAIS 843.475,53 862.420,53 18.945,00

BENS MÓVEIS 298.392,14 317.337,14 18.945,00BENS IMÓVEIS 545.083,39 545.083,39 -

CRÉDITOS 44.070,46 72.575,02 28.504,56DÍVIDA ATIVA 44.070,46 72.575,02 28.504,56OUTROS CRÉDITOS - - -

VALORES - - -TÍTULOS DE EMPRESAS ESTATAIS - - -TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA - - -ALMOXARIFADOS - - -OUTROS VALORES - - -

SOMA DO ATIVO REAL 1.857.414,93 2.140.693,98 283.279,05SALDO PATRIMONIAL -

PATRIMONIAL (Passivo Real a Descoberto) -

Total: 1.857.414,93 2.140.693,98 283.279,05

PASSIVO 2003 2004 TotalPASSIVO FINANCEIRO 24.686,11 16.019,09 -8.667,02

DÍVIDA FLUTUANTE 24.686,11 16.019,09 -8.667,02RESTOS A PAGAR 24.639,83 15.445,10 -9.194,73SERVIÇOS DA DÍVIDA A PAGAR - -DEPÓSITOS DE DIVERSAS ORIGENS - -CONSIGNAÇÕES - 74,31 74,31CREDORES DA ENTIDADE - 214,24 214,24ENTIDADES PÚBLICAS CREDORAS 46,28 285,44 239,16

RESULTADO PENDENTE - -DESPESAS DE PESSOAL A PAGAR - -DESPESAS DE SUPRIMENTO A COMPROVAR - -DESPESAS IRREGULARES - -

PASSIVO PERMANENTE - -DÍVIDA FUNDADA - -DÍVIDA FUNDADA INTERNA - -

SOMA DO PASSIVO REAL 24.686,11 16.019,09 -8.667,02SALDO PATRIMONIAL

PATRIMÔNIO (Ativo Real Líquido) 1.832.728,82 2.124.674,89 291.946,07

Total: 1.857.414,93 2.140.693,98 283.279,05

PAULO YASSUO KOIKE ANA LÉIA SAFRO BERENSTEIN SILVIA TAVARES DE OLIVEIRACONTADOR DIRETORA-TESOUREIRA PRESIDENTE

CRC N.1SP139221/0-0 CRFa 3979 CRFa 3861CPF: 759.841.568-49 CPF: 274.155.460-91 CPF: 111.333.168-24

Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2a Região

São Paulo- SP, 31 de dezembro de 2004

ReceitaRECEITA ORÇAMENTÁRIA 2.085.732,46

RECEITAS CORRENTES 2.085.732,46RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES 1.712.558,21RECEITA PATRIMONIAL 109.441,22RECEITAS DE SERVIÇOS 85.231,98TRANSFERÊNCIAS CORRENTES -OUTRAS RECEITAS CORRENTES 178.501,05

RECEITAS DE CAPITAL -OPERACOES DE CRÉDITO -ALIENAÇÃO DE BENS -AMORTIZAÇÕES DE EMPRÉSTIMOS -TRANSFERÊNCIA DE CAPITAL -OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL -

RECEITA EXTRA-ORÇAMENTÁRIA 210.954,00DIVERSOS RESPONSÁVEIS -DEVEDORES DA ENTIDADE 1.495,06ENTIDADES PÚBLICAS DEVEDORAS -TÍTULOS FEDERAIS -EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS -DESPESAS A REGULARIZAR -DESPESAS JUDICIAIS -RESTOS A PAGAR 15.445,10SERVIÇO DA DÍVIDA A PAGAR -DEPÓSITOS DE DIVERSAS ORIGENS -CONSIGNAÇÕES 191.580,52CREDORES DA ENTIDADE 1.927,08ENTIDADES PÚBLICAS CREDORAS 356,24DESPESAS DE PESSOAL A PAGAR -DESPESAS DE SUPRIMENTO A COMPROVAR -DESPESAS IRREGULARES -TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS 150,00RECEITA NÃO CLASSIFICADA -CONVERSÃO MONETÁRIA -

SALDOS DO EXERCÍCIO ANTERIOR 967.196,60CAIXA - BANCOS-C/MOVIMENTO 21.782,98BANCOS-C/ARRECADAÇÃO 14.728,38DISPONIBILIDADE EM TRÂNSITO -RESPONSÁVEL POR SUPRIMENTO -BANCOS-C/VINCULADA -BANCOS-C/VINCULADA A APLICAÇÕES 930.685,24

Total 3.263.883,06

DespesaDESPESA ORÇAMENTÁRIA 1.841.385,95

DESPESAS CORRENTES 1.822.440,95 DESPESAS DE CUSTEIO 1.431.032,95TRANSFERÊNCIAS CORRENTES 391.408,00

DESPESAS DE CAPITAL 18.945,00INVESTIMENTOS 18.945,00INVERSÕES FINANCEIRAS -TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL -

DESPESAS EXTRA-ORÇAMENTÁRIA 230.479,48DIVERSOS RESPONSÁVEIS -

DEVEDORES DA ENTIDADE 3.279,83 ENTIDADES PÚBLICAS DEVEDORAS 885,03 TÍTULOS FEDERAIS - EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS - DESPESAS A REGULARIZAR - DESPESAS JUDICIAIS 8.338,66 RESTOS A PAGAR 24.639,83 SERVIÇO DA DÍVIDA A PAGAR - DEPÓSITOS DE DIVERSAS ORIGENS - CONSIGNAÇÕES 191.506,21 CREDORES DA ENTIDADE 1.712,84 ENTIDADES PÚBLICAS CREDORAS 117,08 DESPESAS DE PESSOAL A PAGAR - DESPESAS DE SUPRIMENTO A COMPROVAR - DESPESAS IRREGULARES - TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS - RECEITA NÃO CLASSIFICADA - CONVERSÃO MONETÁRIA -

SALDOS PARA O EXERCÍCIO SEGUINTE 1.192.017,63 CAIXA - BANCOS-C/MOVIMENTO 22.628,13 BANCOS-C/ARRECADAÇÃO 22.195,96 DISPONIBILIDADE EM TRÂNSITO - RESPONSÁVEL POR SUPRIMENTO - BANCOS-C/VINCULADA - BANCOS-C/VINCULADA A APLICAÇÕES 1.147.193,54

Total 3.263.883,06

Balanço Patrimonial Comparado Período Dez/2003 a Dez/2004

Balanço Financeiro Período Jan/2004 a Dez/2004

PAULO YASSUO KOIKE ANA LÉIA SAFRO BERENSTEIN SILVIA TAVARES DE OLIVEIRACONTADOR DIRETORA-TESOUREIRA PRESIDENTE

CRC N.1SP139221/0-0 CRFa 3979 CRFa 3.861CPF: 759.841.568-49 CPF: 274.155.460-91 CPF: 111.333.168-24

São Paulo- SP, 31 de dezembro de 2004

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