distúrbio da voz: a lei aplicada ao trabalho
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Distúrbio da Voz:a lei aplicada
ao trabalho
EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 3
Conselho Regional de FonoaudiologiaConselho Regional de FonoaudiologiaConselho Regional de FonoaudiologiaConselho Regional de FonoaudiologiaConselho Regional de Fonoaudiologiado Estado de São Paulo - 2ª. Regiãodo Estado de São Paulo - 2ª. Regiãodo Estado de São Paulo - 2ª. Regiãodo Estado de São Paulo - 2ª. Regiãodo Estado de São Paulo - 2ª. Região7º. Colegiado7º. Colegiado7º. Colegiado7º. Colegiado7º. Colegiado
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REVISTA DAREVISTA DAREVISTA DAREVISTA DAREVISTA DA
N° 59 – JANEIRO-FEVEREIRO 2005
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Silvia Tavares de OliveiraSilvia Tavares de OliveiraSilvia Tavares de OliveiraSilvia Tavares de OliveiraSilvia Tavares de OliveiraPresidente do CRFa 2a Região
EDITORIAL
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Estamos às vésperas de três eventos muito importantes, dois deles
em particular para a Fonoaudiologia: o Dia Internacional da Voz,
comemorado em 16 de abril e o Encontro Internacional de Audiologia,
entre os dias 21 e 24 do mesmo mês. Para o primeiro, cujo tema este ano
será “Seja amigo da sua voz”, esperamos contar com uma grande
mobilização de fonoaudiólogos por todo o Estado, desenvolvendo ações
voltadas à conscientização da população sobre a importância da saúde
da voz. O 20o EIA, que este ano será realizado na cidade de São Paulo,
promete atrair, por sua vez, os profissionais ligados à área da Audiologia,
e envolvê-los em fóruns, cursos, conferências sobre temas como:
Diagnóstico em Audiologia, Processamento Auditivo, Genética, entre
outros.
O terceiro dos eventos que mencionei, que também tem data
marcada para abril, abrangerá não só os profissionais de todas as
especialidades da Fonoaudiologia, como também de outras 11 áreas da
saúde. No dia 27 de abril, mais 500 mil assinaturas deverão juntar-se às
500 mil já entregues no Senado Federal, totalizando, então, um milhão
de assinaturas contra o Projeto de Lei No 25/2002 (Ato Médico), que
restringe a autonomia dos demais profissionais, na medida em que os
torna subordinados ao médico. O CRFa. 2a Região recolherá assinaturas
até o dia 14 de abril, na sede e nas delegacias, que serão remetidas ao
Conselho Federal. Você pode, também, acessar o site
www.naoaoatomedico.com.br e imprimir o abaixo-assinado, para
divulgá-lo. Quanto mais assinaturas conseguirmos, maiores serão as
chances de sensibilizarmos nossos governantes contra a aprovação
deste projeto de lei, nocivo não apenas para os profissionais envolvidos,
mas para toda a população. Portanto, participe!!!
É com muito orgulho que, nesta edição, relatamos as conquistas
das colegas Mara Behlau, Helen Francisco,
Roberta Gonçalves e Letícia Mansur, que
reafirmam o valor de nossos profissionais
dentro e fora do país.
Não poderia finalizar este editorial, sem
mencionar a passagem do Dia Internacional da
Mulher, e parabenizar a todas as
fonoaudiólogas.
4 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005
O Centro de Referência em
Saúde do Trabalhador do Estado de
São Paulo – CEREST-SP tomou a
iniciativa de formar um Grupo de
Trabalho para discutir e elaborar
proposta de instrução normativa
sobre o Distúrbio de Voz
relacionado ao Trabalho, com a
incorporação do conhecimento
científico existente e com a adoção
de idêntica estrutura das normas
técnicas já em vigor. O documento
foi encaminhado ao Ministério da
Saúde, visando sua inclusão no
Manual de Doenças relacionadas ao
Trabalho, e também ao Setor de
Benefícios do INSS.
“As ações de vigilância e a
elaboração de normas técnicas que
adeqüem o conhecimento científico
acumulado às novas condições e
demandas de trabalho são pratica-
mente inexistentes e fazem-se
necessárias urgentemente, uma vez
que existe aumento progressivo dos
profissionais que dependem da voz
enquanto instrumento de trabalho”,
destaca a fonoaudióloga do CEREST
Márcia Tiveron de Souza. ”Uma das
grandes conquistas dessa instrução
normativa é a determinação do papel
dos fatores ambientais e organizacio-
nais do trabalho e a forma que atuam
como fatores de risco para o desen-
volvimento do Distúrbio da Voz
Relacionado ao Trabalho, bem como
os impactos gerados na vida do
trabalhador. Portanto, o que se
pretende com este documento é
conquistar novas formas de lidar
com as repercussões que estes
impactos causam na saúde do
trabalhador, bem como suas possí-
veis incapacidades”.
Para que este documento fosse
produzido, o CEREST-SP organizou
um Fórum de Debates e foram
convidados profissionais represen-
tantes de diversos segmentos da
sociedade, entidades de classes e
representantes sindicais.
Participaram desses debates o
Superintendente do INSS; a Socieda-
de Brasileira de Fonoaudiologia
(SBFa), com representantes do
Comitê de Voz e do Comitê de
Telemarketing; o Conselho Regional
de Fonaudiologia 2ª Região (CRFa);
o Departamento de Saúde do Traba-
lhador Municipal (DESAT); o Hospi-
tal do Servidor Público Municipal
(HSPM); a Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP);
representantes de empresas privadas
que prestam consultoria em saúde
ocupacional; médicos do trabalho da
Associação Brasileira de Telemarke-
ting (ABT) e do CEREST-SP; além de
representantes do Sindicato dos
Professores e Funcionários Munici-
pais (APROFEM); Sindicato dos
Artistas e Dubladores (SATED) e
Sindicato dos Radialistas.
Este documento foi apresenta-
do e discutido no XIV Seminário de
Voz da PUC-SP (“Disfonia relaciona-
da ao trabalho: da construção do
documento à uma nova prática”),
realizado em 5 de novembro de
2004.
Desde 1997, o GT-Voz da PUC-
Distúrbio da Voz: CEREST elabora p
“O distúrbio de voz relacionado
ao trabalho deve ser reconhecido
como uma doença do trabalho, como
definida pela Lei n. 8.213/91, em seu
artigo 20, inciso II, sem necessidade
de recorrer à excepcionalidade do
médicos do trabalho, como os
médicos peritos do INSS e os otorri-
nolaringologistas e fonoaudiólogos
não estão ainda, no meu ponto de
vista, totalmente preparados para
enfrentar essas questões. O operador
Distúrbio da Voz:a lei aplicada ao trabalho
ENTREVISTA - DR. ANTÔNIO LOPES MONTEIRO
parágrafo 2º do artigo 20 da lei da
Previdência Social. O que ainda gera
problemas para sua aplicação é a
falta de preparo da absoluta maioria
dos agentes, operadores e técnicos
que tratam dessa questão. Tanto os
EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 5
SP vem organizando esses seminá-
rios para discussão do Distúrbio de
Voz Relacionado ao Trabalho, sob a
coordenação da profa. dra. Léslie
Piccolotto Ferreira e que têm conta-
do com a participação de fonoaudió-
logos (principalmente os que atuam
junto ao Hospital Municipal e ao
DESAT), médicos otorrinolaringolo-
gistas e do trabalho, psicólogos,
fisioterapeutas, advogados e repre-
sentantes de diferentes sindicatos.
A PROPOSTA. O documento
elaborado no CEREST-SP trata, em
sua primeira parte, da definição da
disfonia e suas categorias etiológicas
e do conceito do Distúrbio de Voz
relacionado ao Trabalho. Em segui-
da, enfoca os aspectos epidemiológi-
cos, com a análise dos fatores de
estresse do professor e do operador
de telemarketing em particular e os
fatores de risco de natureza ocupa-
cional (organizacionais do processo
de trabalho e ambientais) e não-
ocupacional.
a proposta de Instrução NormativaA seção inicial do documento
discute ainda os sinais e sintomas que
podem estar presentes no Distúrbio da
Voz relacionado ao Trabalho, que com-
porão o quadro clínico e o diagnóstico.
Em seguida, o tratamento e reabilita-
ção, com o envolvimento, em todas as
etapas, do fonoaudiólogo na equipe
multidisciplinar composta para esse
fim.
As medidas preventivas e de
proteção são abordadas detalhada-
mente, em função do grande impacto
social, econômico, profissional e
pessoal que podem causar as altera-
ções vocais relacionadas ao trabalho.
A notificação ao SUS, embora
não compulsória ao Sistema Nacio-
nal de Informações de Agravos de
Notificações (SINAN), é estimulada
no relatório, com o objetivo principal
de fornecer subsídios para ações de
vigilância nos ambientes e processos
de trabalho.
A segunda parte do relatório
gerado pelo Grupo de Trabalho
criado pelo Centro de Referência em
Saúde do Trabalhador do Estado de
São Paulo – CEREST-SP aborda
procedimentos administrativos e
periciais para avaliação da incapaci-
dade laborativa, como a emissão da
CAT e a conduta pericial a ser
adotada.
NOVO SEMINÁRIO. No
próximo dia 15 de abril, como uma
atividade em comemoração ao Dia da
Voz, será realizado o Seminário
Nacional – Vozes do Trabalho,
organizado pelo CEREST em parceria
com o Comitê de Voz da Sociedade
Brasileira de Fonoaudiologia e da
Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo. O evento pretende
discutir diversas experiências de
atuação fonoaudiológica nessa área e
acontecerá no Anfiteatro 239 da
PUC-SP (rua Ministro de Godoy,
985- Perdizes) das 8:30 às 17:00.
Maiores informações e inscrições
podem ser feitas pelo telefone (011)
3259-9075 ou pelo e.mail
de direito, nestes casos, deve se
embasar no técnico e se este
técnico não informa se esta ou
aquela situação ou patologia é
ocupacional e tem ou não reflexo
no trabalho, não há como aplicar a
lei e dar os direitos que o
trabalhador faz jus”.
Este é o posicionamento do dr.
Antônio Lopes Monteiro, Procurador
de Justiça do Ministério Público do
Estado de São Paulo, que há mais de
30 anos atua na área de Previdência
e Acidentes do Trabalho. Docente na
PUC-SP, com vários livros publicados
sobre o assunto, hoje vem se dedi-
cando à questão do distúrbio da voz
relacionado ao ambiente do trabalho,
que considera um desafio para todos
os que militam na área da saúde
ocupacional, sobretudo do
ponto de vista técnico.
“Na prática, temos muitos
poucos casos ligados à voz que
tenham sido enquadrados como
doença ocupacional ou doença do
trabalho”, relembra o procurador.
“No recente Fórum de Saúde do
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Trabalhador, realizado em Araraqua-
ra, perguntei a uma operadora de
telemarketing, a uma radialista e a
um líder sindical se tinham notícias
de algum afastamento superior a 15
dias que ensejasse o encaminhamen-
to ao benefício por problemas de
voz. A resposta foi negativa em
todos os casos. No entanto, os
problemas ligados à voz no ambiente
do trabalho são antigos, embora sem
merecer a devida atenção, ao contrá-
rio de outros como, por exemplo, os
relacionados com a perda auditiva
ou aos esforços repetitivos”.
O dr. Antônio Lopes Monteiro
acredita que isso vinha ocorrendo
porque se entendia que o problema
estava restrito aos professores e,
mais ainda, aos da rede pública, em
regime especial da Previdência, do
qual o INSS não toma conhecimento.
“Com raras exceções, não havia a
preocupação com o grupo de traba-
lhadores acometidos de algum tipo
de patologia, que hoje se convencio-
nou chamar de disfonias”.
O professor de ensino particu-
lar também dificilmente se afasta
por auxílio-doença. “Mesmo quem
dá aula durante todo o dia, normal-
mente encontra condições de
trabalho melhores do que as encon-
tradas em escolas públicas, com
melhor acústica, com pincel em lugar
do giz... Provavelmente não seja tão
afetado ou se é, o receio de perder o
emprego o impede de recorrer ao
INSS. Esse quadro justifica a exis-
tência de poucos casos, tanto como
jurisprudência, como encaminha-
mento”.
UM QUADRO DEMUDANÇA... No início da década
de 90, com o surgimento de novas
profissões nas quais a fala e a voz
assumem importância prepon-
derante (são quase que exclusiva-
mente o instrumento de trabalho),
como o operador de telemarketing,
as questões ligadas ao afastamento
do serviço provocadas por problema
de voz ganharam proporções tais que
obrigaram os técnicos a parar para
pensar, e mais que isso propor
soluções técnicas e programas de
prevenção.
“Nos últimos cinco ou seis
anos”, pontua o procurador de
Justiça, “os fonoaudiólogos,
através de teses de mestrado e
de doutorado, começaram a
perceber que o assunto era muito
mais sério e profundo do que
parecia e começou a surgir uma
preocupação maior, até porque as
empresas começaram a sentir no
bolso os prejuízos. Só então a
questão da voz começou a ser
estudada e equacionada como um
problema de saúde ocupacional e
mais especificamente para aqueles
que só tem a voz como seu instru-
mento de trabalho”.
O dr. Monteiro lembra que,
do ponto de vista legislativo, a
Previdência prevê, há longo tempo,
que quaisquer tipos de patologia ou
de doença podem ser enquadradas
como doenças do trabalho.
“As chamadas disfonias estão
enquadradas no artigo 20 da lei que
cuida das doenças ocupacionais, ao
mencionar que quando decorre de
condições especiais de trabalho, a
Previdência pode reconhecer essas
patologias como doenças do traba-
lho. Já existe na tradição da Previ-
dência a previsão de que doenças
ligadas ao aparelho de fonação se
enquadrem como doenças do
trabalho, que dão inclusive direito ao
auxílio-acidente, tal como o proble-
ma do trauma acústico e tantas
outros”.
ENFOQUE CORRETO. Para o
dr. Antônio Lopes Monteiro, a
questão da voz tem que ser vista
como uma doença ocupacional, na
subespécie do trabalho. “O que se
pretende agora é criar uma Norma
Técnica para casos específicos da
voz, como já existe para a audição (a
NR-7, de 1994) e a conseqüente
jurisprudência”.
“Se o INSS acatar a proposta do
CEREST” - prossegue o procurador -
“endossada pelo seminário recente-
mente realizado na PUC, teremos
uma regulamentação para facilitar o
trabalho dos operadores técnicos
nessa área na elaboração de diagnós-
tico e da definição das situações que
ensejam a concessão. Em um
segundo momento, fornecerá a
dinâmica de como enfrentar esse
problema do ponto de vista técnico e
jurídico. A lei permite que o fonoau-
diólogo seja perito nessa área, por
sua competência e capacidade
técnica”.
Ao analisar os anais do XIII
Seminário de Voz realizado pela
PUC-SP em novembro de 2003, o
procurador já antevia que “os
profissionais ligados à saúde vocal,
sobretudo os fonoaudiólogos que
sempre estiveram discutindo suas
idéias e propondo soluções, não
estavam dispostos a esperar mais.
Estava prestes a vir à luz um docu-
mento que sintetizasse os avanços
alcançados, fruto de tantas discus-
sões e pudesse embasar uma norma
técnica a ser assim reconhecida para
efeitos legais pelos órgãos compe-
tentes”.
EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 7
O I Fórum de Saúde do
Trabalhador de Araraquara,
promovido em parceria do Centro
Regional de Reabilitação de
Araraquara – CRRA com o Centro
de Referência em Saúde do Traba-
lhador – CRST e o Curso de
Fonoaudiologia da UNIARA,
escolheu o Distúrbio da Voz
relacionado ao Trabalho.como
tema para debate.
O encontro, realizado nos
dias 1 e 2 de dezembro de 2004,
teve como objetivo trazer para a
região uma discussão atual, que
viabilizasse a reflexão sobre essa
temática com cidadãos e institui-
ções interessadas, com alcance nos
mais diversos segmentos da
sociedade, na tentativa de elaborar
diretrizes para a implementação de
uma política local de atenção
integral ao trabalhador com
Distúrbio da Voz relacionado ao
Trabalho.
O primeiro debate do encon-
tro – sobre Contextualização do
Distúrbio da Voz relacionado ao
Trabalho - foi coordendo pela fga.
Maria Lúcia S. Dragone e contou
com a participação das fgas. Léslie
Piccolotto Ferreira e Márcia
Tiveron de Souza e dos médicos
Fernando Prata Magalhães e César
Augusto Patta.
No período da tarde, os
debates giraram sobre os temas
Importância da Voz em Diferentes
Profissões (coordenado pela fga.
Luciana M. de Carvalho, com a
participação de Tadeu Queiroz,
ator; Ricardo Bombarda, cantor;
José Carlos Magdalena, radialista;
Lídio H.M. Rodrigues, pastor; Iara
Rofini, telejornalista; Luci de
Andrade, professora; Isabela
Valentino, operadora de
telemarketing e Geórgia Cristina
Affonso, advogada) e Promoção
de Saúde (coordenado pela fga.
Roberta A. Reis, com a participa-
ção das fgas. Maria Lúcia
Dragone, Valéria Lopes, Maria
Juliana Algodoal, Verena
E. Winkel Parreira, Cláudia
Taccolini Manzoni e Thelma M. T.
de Souza).
No dia 2 de dezembro, o
debate sobre Perícia em Distúrbio
de Voz foi coordenado pelo médico
Adail Perrone de Farias, com a
participação das fgas. Priscila
Borba e Silmara Figueira e do
médico José Henrique Scabello. O
segundo debate do dia, sobre
Legislação na Área de Voz, foi
coordenado pelo procurador de
Justiça Antonio Lopes Monteiro e
contou com a participação da fga.
Thelma Costa e do deputado
federal Roberto Gouveia.
A realização deste evento
foi considerado um passo funda-
mental para a divulgação de
conceitos que precisam ser unifica-
dos, praticados e valorizados por
todos os envolvidos na problemáti-
ca: profissionais, usuários de voz
no trabalho, profissionais da
saúde, empresários e gestores
públicos.
Fórum em Araraquaratambém discute Distúrbio da Voz
O dr. Antônio Lopes Monteiro
rememora o Fórum de Debates,
organizado pelo CEREST-SP em abril
de 2004, para discutir o distúrbio de
voz como doença relacionada ao
trabalho, com a presença de profissi-
onais da área, órgãos governamen-
tais, entidades de classe e represen-
tantes sindicais e entre outras
categorias e gerou um documento
(veja mais detalhes nas páginas 4 e 5
desta edição), que foi apresentado no
XIV Seminário de Voz da PUC-SP,
realizado em 5 de novembro de
2004.
“Este documento segue a
mesma estrutura das normas
técnicas já conhecidas (LER/DORT,
PAIR etc) e merece ser estudado
com rigor científico, pois é fruto
de diversos trabalhos técnicos, e
embora não esgote o tema, no
meu entender já é suficientemente
maduro para justificar uma
norma técnica da Previdência
Social dando ao Distúrbio de Voz
Profissional Relacionado ao
Trabalho o status que ele merece
dentro do universo das doenças
ocupacionais previstas na nossa
legislação infortunística”,
assegura o Procurador de Justiça
Antônio Lopes Monteiro.
8 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005
A Campanha da Voz voltará a
ser realizada em abril próximo, para
novamente sensibilizar a população
para a conscientização da saúde vo-
cal e suas implicações na comunica-
ção, na saúde e na cultura. Os deta-
lhes finais da campanha, que já pos-
sui o símbolo (“Amigos da Voz”) re-
produzido acima e o tema “Seja ami-
go da sua Voz” definidos pelo Comitê
de Voz da Sociedade Brasileira de Fo-
noaudiologia, irá se desenvolver no
Dia da Voz - 16 de abril, um sábado -
e ao longo de toda a semana. No
Estado de S.Paulo o evento conta
com o apoio do Conselho Regional de
Fonoaudiologia – 2ª Região.
Para a campanha de 2005, três
objetivos foram definidos. O primei-
ro deles é o de propiciar o entendi-
mento da voz como expressividade,
veículo de relacionamento, de
afeto e constitutiva das funções
orgânicas, físicas e psíquicas do
sujeito. O segundo, o de promover
ações que visem a conscientização da
sociedade quanto à importância da
saúde da voz em suas várias dimen-
sões. O derradeiro, de promover
ações para divulgar a atuação
fonoaudiológica e o selo “Amigos da
Voz”, com o intuito de criar uma
marca que a população identifique
com os cuidados da voz.
Campanha da Voz 2005:Seja amigo da sua voz!
Araraquara foi sede, em 3 de
dezembro de 2004, do VII Encontro de
Fonoaudiólogos no Serviço Público,
evento que vem sendo realizado há sete
anos, no mês de dezembro, em comemo-
ração ao Dia do Fonoaudiólogo. O en-
contro já ocorreu em Itu (por duas
vezes), Paulínia, Jundiaí, Salto e
Piracicaba e destina-se à reflexão das
ações de Fonoaudiologia em Saúde
Pública/Coletiva, especialmente por
meio da apresentação de relatos de
experiências em trabalhos realizados em
diferentes serviços e do envolvimento
com os gestores públicos.
O objetivo é aproximar os fonoau-
diólogos que atuam no serviço público e
aqueles que têm interesse na área, para
fortalecer a atuação deste profissional e
oferecer uma melhor assistência aos
usuários do SUS.
Como Araraquara é sede da
Direção Regional de Saúde - a DIR VII,
composta por 25 municípios - todos os
municípios que oferecem serviço na área
da fonoaudiologia foram convidados a
participar de encontros mensais, prepa-
ratórios ao I Encontro de Fonoaudiólo-
gos da DIR VII (Araraquara), realizado
em paralelo ao evento estadual.
O foco das discussões foi voltado à
atuação fonoaudiológica na atenção
básica, além de ampliação das reflexões
relativas aos atendimentos já prestados
em nível ambulatorial, especialmente no
que se refere ao acolhimento e fluxo dos
usuários e estratégias de atendimento.
Na avaliação da fga. Roberta
Alvarenga Reis, o ponto alto do evento
foi a possibilidade de se constituir um
grupo de fonoaudiólogos que atuam na
região da DIR VII, (representada no
encontro pela fga. Mônica Vilchez), dos
quais 12 com participação efetiva na
elaboração do evento.
O evento estadual contou com a
participação de representantes das
Araraquara foi sede do Encontro de Fono
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8 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA
EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 9
Para atingir a população em
geral e, em especial, aquela compro-
metida com a formação educacional,
cultural e artística, deverão ser
preferencialmente priorizados
espaços públicos como escolas,
asilos, creches, parques e centros de
convivência, onde possam ser
desenvolvidas oficinas, grupos de
vivência, palestras, aulas e debates
voltadas à promoção da saúde em
sentido amplo e não apenas para a
prevenção de alterações da voz e sua
expressividade.
Para que estas ações possam ser
desencadeadas, os fonoaudiólogos
devem entrar em contato com a
prefeitura e secretarias municipais
de Saúde de sua cidade e também
com escolas, empresas e entidades,
buscando apoio e participação.
Na divulgação da Campanha da
Voz, os fonoaudiólogos devem tam-
bém procurar os meios de comunica-
ção de sua cidade ou região - mídia
impressa e rádio-televisiva - para a
divulgação da campanha e das
atividades planejadas. Poderão,
ainda, entrar em contato com os
parlamentares de sua cidade, solici-
tando que façam menção sobre o Dia
da Voz em seus discursos.
Em paralelo, o Comitê da Voz
sugere a distribuição de folhetos e
orientações, de forma que a população
tenha acesso às informações necessári-
as para cuidar da voz ou, se necessário,
procurar ajuda. Folders, faixas,
cartazes, bottons, bonés, adesivos,
filipetas e camisetas, de acordo com as
possibilidades e características de cada
região, são algumas das sugestões
oferecidas pelo Comitê da Voz para
essa divulgação.
Como ocorre todos os anos, as
campanhas realizadas concorrerão a
prêmio oferecido pela Sociedade
Brasileira de Fonoaudiologia, através
de seu Comitê da Voz. A melhor
campanha será destacada no próximo
Congresso Brasileiro de Fonoaudiolo-
gia, desde que o material da campanha
seja enviado à SBFa até a data indicada
para análise. Entre os critérios de
avaliação, serão considerados os
aspectos ligados a impacto e alcance da
campanha, criatividade e originalidade
das ações. A frase e o símbolo oficial
deverão ser utilizados em todos os
locais.
Para obter informações adicio-
nais e sugestões para a campanha
acesse o site http://paginas.terra.
com.br/saude/campanhadavoz
ou envie e-mail para
secretarias municipais de Saúde de
quatro municípios (Araraquara, Matão,
São Carlos e Ibitinga) que apresentaram
suas propostas para a fonoaudiologia.
Essa mesa foi moderada pela conselheira
Sandra Vieira e contou com o questiona-
mento do então secretário de Saúde de
Franca, dr. Marco Aurélio, que manifes-
tou a sua admiração pelo trabalho da
fonoaudiologia e a sua posição contrária
ao projeto de lei do ato médico.
A inserção da fonoaudiologia nas
políticas públicas de saúde foi discutida
em debate moderado pela fga. Maria
Martha de Souza Lima Brant da Silva
Carvalho. A situação da fonoaudiologia
na região foi apresentada pela fga.
Juliana Esteves Poletti; os indicadores
sobre a atuação regional relatados pela
conselheira do CRFa 2a. Região, Andréa
Bonamigo, e as informações colhidas no
Ministério da Saúde, pela fga. Elaine
Maria Giannotti, coordenadora de Pro-
gramação da Assistência do Departa-
mento de Regulação, Avaliação e Contro-
le do Ministério da Saúde e Tesoureira
do Comitê de Saúde Pública - SBFa.
Os participantes puderam
compartilhar experiências de trabalhos
desenvolvidos. Entre eles, trabalhos
com grupos, com famílias, em equipe,
intersetorialidade saúde/educação,
organização de serviços, atuação na
atenção básica e PSF.
A apresentação da fga. Reginalice
Cera da Silva, do Curso de Fonoaudiolo-
gia da UNIMEP, teve como tema
O Conhecimento do Território Como
Eixo Norteador para Planejar Ações em
Saúde. Em seguida, a fga. Maria Teresa
Pereira Cavalheiro, docente da PUC-
Campinas expôs, juntamente com as
fonoaudiólogas Kátia de Cássia Botasso
e Susana Maria Martiniano, o tema Em
Busca dos Princípios do SUS - A Organi-
zação do Serviço de Fonoaudiologia da
Prefeitura de Mogi Mirim (SP). O relato
da experiência de fonoaudiólogos do
município de Araucária (PR) foi apresen-
tado pela fga. Andréa Sanerip.
Ao final do evento houve uma
apresentação do Curso de Fonoaudiolo-
gia da UNIARA, sobre o trabalho desen-
volvido pela profa. Sandra Caucabene
Sichiroli junto à secretaria de Educação.
Em 2005, o VIII Encontro de
Fonoaudiólogos no Serviço Público
ocorrerá no município de Campinas.
Fiquem atentos! Para maiores informa-
ções, entrem na lista de discussão do
Comitê de Saúde Pública da SBFa, pelo e-
mail comitesaudepublica-subscribe
@yahoogrupos.com.br
noaudiólogos no Serviço Público de 2004
EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 9
10 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005
A Campanha contra o Projeto de
Lei do Ato Médico vai mostrar nova-
mente sua força. Depois da entrega em
dezembro das primeiras 500 mil as-
sinaturas, outras 500 mil serão entre-
gues ao Senado em 27 de abril.
A nova data foi estabelecida em
razão das eleições para a presidência
do Senado e, principalmente, para a
Comissão de Assuntos Sociais, onde o
projeto está sendo analisado. Com a
definição de Renan Calheiros (PMDB-
AL) para a presidência do Senado,
foram também definidos os presiden-
tes de todas as comissões.
O senador Antonio Carlos
Tavares, do PSB-SE, advogado e
químico, é o novo presidente da
Comissão de Assuntos Sociais, em
substituição à senadora Lúcia Vânia
(PSDB-GO), que continua como
relatora do projeto.
O Projeto de Lei do Ato Médico,
ao restringir ao médico a prescrição
terapêutica de qualquer ação na área
de saúde, subordina todas as demais
profissões à Medicina e determina que
só o médico pode chefiar equipes de
saúde, desestruturando o SUS
brasileiro.
A Comissão Nacional contra esse
projeto, composta por 12 categorias da
área da saúde, irá novamente ao
Congresso Nacional levar mais 500 mil
assinaturas, totalizando um milhão de
assinaturas.
Um milhão de assinaturas contra oPL do Ato Médico: você já assinou ?
À pedido da vereadora Cassandra Maroni, será realizada audiência
pública sobre o PLS 25/2002 no dia 30 de março próximo às 17:30 horas,
na Câmara Municipal de Santos. O CRFa 2ª Região participará da
audiência por intermédio da delegada da Baixada Santista, fga. Isabel
Gonçalves.
Em São Paulo, o CRFa 2ª Região,
integralmente envolvido na luta
contra o cerceamento de atuação dos
profissionais de Saúde, receberá as
assinaturas até o dia 14 de abril, para
que haja tempo para encaminhá-las
para Brasília. O tempo é curto e temos
de nos mobilizar. Assine o abaixo-
assinado, colete assinaturas, abra
pontos de coletas de abaixo-assinados,
faça sua parte! O site da campanha,
em http://www.naoaoatomedico.
com.br, disponibiliza modelo do
abaixo-assinado.
Audiência Pública em Santos
Desde 14 de maio está suspensa
a veiculação da propaganda do
medicamento de venda sob prescri-
ção médica Botox - toxina botulínica,
que associa seu uso ao relaxamento e
rejuvenescimento das cordas vocais.
A decisão, contida na Resolução RE
no 13, de 14 de maio de 2004, foi da
Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), e ocorreu pelo
fato de tal indicação terapêutica não
dispor de registro na agência.
Naquela ocasião, a Anvisa
autuou a empresa Allergan Produtos
Farmacêuticos, de São Paulo (SP),
responsável pela produção e comer-
cialização do medicamento e anúnci-
os indevidos de propriedade terapêu-
tica. A Editora Globo também foi
autuada por ter veiculado na revista
Época, edição no 310, de 26 de abril,
matéria caracterizando propaganda
do produto e suas alegações de
indicações voltadas ao tratamento
das cordas vocais.
A determinação continua
válida, até que a investigação seja
concluída. A Anvisa já abriu processo
administrativo para investigar o
caso. Comprovadas as irregularida-
des, as multas variam de R$ 2 mil a
R$ 1,5 milhão, de acordo com a Lei
no 6.437/77.
Anvisa suspende propaganda deBotox para cordas vocais
EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 11
Um número cada vez maior de
bebês com alterações no padrão de
deglutição em função da prematuri-
dade, de problemas genéticos,
neurológicos e/ou de outras patolo-
gias está sendo diagnosticado
precocemente.
As possíveis dificuldades de
deglutição já são consideradas,
desde a hospitalização, sendo os
bebês avaliados e encaminhados a
programas terapêuticos o mais cedo
possível.
O fonoaudiólogo que atua em
UTI neonatal precisa estar capacitado
para intervir com bebês e suas
famílias, respeitando e reconhecendo
as diversas necessidades e individuali-
dades. Uma avaliação clínica detalha-
da da alimentação é fundamental para
levantarmos hipóteses e estabelecer-
mos estratégias para o tratamento.
Para cada caso, o terapeuta deverá
estabelecer um plano de trabalho onde
alguns aspectos devem ser precisa-
mente avaliados, assim como o padrão
de sucção, a coordenação entre sucção/
deglutição/respiração, esforço, gasto
de energia, ganho de peso, entre
outros.
Vários estudos, nos últimos
anos, têm mostrado um movimento
internacional tentando avaliar de
forma cada vez mais precisa a introdu-
ção da via oral e sua completa transi-
ção. Xavier, em sua pesquisa de
doutorado, discute a importância de
critérios comportamentais para o RN
ser primeiramente avaliado através da
SÃO PAULOTransição da alimentação desonda gástrica para via oral
Fga. e profa. Cláudia Xavier
Este texto condensa os principais pontos abordados na palestra apresentada pelafga. e profa. Cláudia Xavier, no Happy Hour Cultural realizado
na Casa do Fonoaudiólogo, em São Paulo, no dia 23 de setembro de 2004.
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12 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005
SNN para definir a prontidão para a
via oral ou a necessidade de trabalho
terapêutico. De 73 RNPT avaliados,
78% precisaram de trabalho terapêuti-
co e 22% puderam iniciar a alimenta-
ção por via oral em função dos
resultados da avaliação motora oral.
Ficou evidente a importância da
utilização de um protocolo de avalia-
ção, facilitando a visualização do
estágio em que o RN se encontra,
favorecendo o estabelecimento de
uma conduta e trabalho terapêutico
bem definidos, e a utilização de
dados quantitativos e qualitativos
para maior objetividade.
Quando os RNs passam por
um trabalho terapêutico a partir da
detecção da necessidade deste, eles
apresentam uma evolução no padrão
motor oral e transição de sonda
gástrica para via oral de maneira
segura e mais rápida. A alimentação
precisa ser sem riscos, funcional e
prazerosa. Ela é vital.
Cláudia Xavier é fonoaudióloga
(PUC-SP) desde 1983, com pós-
graduação na Western Michigan
University (USA) em 1987, Doutora
em Neurociências e Comportamento
– USP-SP em 2003, com experiência
na atuação com bebês há 18 anos.
Atuou na Unidade Neonatal da
Santa Casa de São Paulo como
fonoaudióloga e pesquisadora
durante 11 anos, é professora do
CEFAC desde 1992 e coordenadora e
professora do curso de especialização
em motricidade oral com ênfase em
fonoaudiologia neonatal no CEPEF.
Atua no Hospital e Maternidade São
Leopoldo e Modelo, em S.Paulo (SP)
e é autora de vários artigos e
capítulos na área de bebês.
Hábitos de sucção de chupeta e
mamadeira prolongados são conside-
rados fatores extrínsecos, que podem
causar inadequações no sistema
estomatognático, através do desequilí-
brio de forças, que existem natural-
mente na cavidade bucal (Black et al.,
1990, Soligo, 1996, Degan, 2002),
podendo ocasionar má oclusões,
principalmente a mordida aberta
anterior (Proffit, 1978; Black et al.,
1990; Moyers, 1991 Moresca & Feres,
1992 e Schwartz & Schwartz, 1992,
Soligo, 1996) e estas podem vir
acompanhadas de distúrbios miofun-
cionais orofaciais (Benkert, 1997,
Soligo, 1996, Felício, 1999).
As características encontradas
em crianças que utilizam hábito de
sucção de chupeta são: mordida aberta
anterior, diastemas, mordida cruzada
posterior, hipodesenvolvimento de
mandíbula, protusão dos incisivos
superiores, palato ogival, incompetên-
cia labial e língua com posicionamento
rebaixado, protusa e com maior
mobilidade dorsal. Essas característi-
cas levam a alterações de funções,
como a deglutição, onde a língua é
projetada a fim de promover o sela-
mento anterior (Black et al.,1990,
Soligo, 1996).
Durante o aleitamento artificial
com mamadeira, principalmente
utilizando-se bicos convencionais, a
musculatura facial torna-se imobiliza-
da, e a musculatura supra-hioídea e de
SÃO PAULO
Este texto condensa os principais pontos abordados na palestra apresentada pelafga. Viviane Veroni Degan Lilian, no Happy Hour Cultural realizado
na Casa do Fonoaudiólogo, em São Paulo, no dia 29 de outubro de 2004.
A atuação da Fonoaudiologiafrente aos hábitos de sucção
Fga. Viviane Veroni Degan
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EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 13
Você não pode perder nenhum!Coloque em sua agenda estas datas.
O CRFa 2ª. Região dá continuidade em2005 a programação do
Happy Hour Cultural em São Paulo,iniciada em 2002, sempre
na última sexta-feirado mês.
O Happy Hour Cultural é realizadona Casa do Fonoaudiólogo –
rua Tanabi, 64, à partir das 18 horas.Na primeira hora, os participantesconversam e reciclam experiências
descontraidamente enquanto saboreiam olanche ofertado e, nas duas horas
seguintes, acompanham a palestra como tema do evento. A sua participação envolve
apenas a doação de um quilode alimento não perecível. Há necessidadede inscrição prévia com Viviane, tel. (11)
3873-3788. Compareça!
18 de marçoFonoaudiologia Escolar
29 de abrilVoz
20 de maioDisfagia
24 de junhoFonoaudiologia Estética
26 de agostoFonoaudiologia Empresarial
30 de setembroGagueira
28 de outubroDoenças Neurológicas
25 de novembroFonoaudiologia e Saúde Mental
mento sobrecarregadas, podendo
determinar alterações dentofaciais,
funcionais (Turgeon-O’Brein, 1996), e
a manutenção do hábito de sucção
sem fins nutritivos.
Os lábios, as bochechas e a
língua são responsáveis pelo efeito de
equilíbrio na dentição, sendo a posição
dos dentes afetada pela pressão destes
tecidos moles (Watson, 1981; Massler,
1983; Proffit; 1993 e Josell, 1995).
Estudos relataram que crianças
que abandonaram o hábito de sucção
na faixa etária de quatro a seis anos,
desde que não tenham os dentes
anteriores decíduos, apresentaram
correção espontânea da mordida
aberta anterior (Kim, 1987; Black et
al., 1990; Moyers,1991; Proffit &
Fields Jr. , 1993; Marchesan, 1994,
Boni et al.,1997, e Degan et al., 2001,
Degan, 2004).
Entretanto, como demonstrado
por Degan (1999), nem todas as
crianças desta faixa etária, que têm os
hábitos removidos são sujeitas a
autocorreção, necessitando de outras
intervenções como a adequação de
estruturas e funções do sistema
estomatognático através da Terapia
Miofuncional Orofacial, favorecendo
assim a correção da mordida aberta
anterior.
Para a remoção dos hábitos de
sucção, o método denominado
Método de Esclarecimento Modificado
tem demonstrado bons resultados.
A atuação do fonoaudiólogo
pode ser importante, pois segundo
pesquisa realizada por Degan &
Puppin, a remoção dos hábitos de
sucção feita por profissionais apresen-
tam 90% de sucesso.
Com este propósito a interven-
ção precoce promovida pela remoção
de hábitos de sucção associada à
Terapia Miofuncional Orofacial
poderia aumentar o potencial do
crescimento e desenvolvimento
craniofacial normais.
Viviane Veroni Degan é
fonoaudióloga, especialista em
Motricidade Oral, Mestre e Doutora
em Odontologia - Área de Fisiologia
Oral pela Faculdade de Odontologia
de Piracicaba/UNICAMP
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14 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005
SÃO PAULO
Este texto condensa os principais pontos abordados na palestra apresentada pela fga.profa. dra. Mônica Cristina Andrade Bassetto, no Happy Hour Cultural realizado
na Casa do Fonoaudiólogo, em São Paulo, no dia 27 de agosto de 2004.
As emissões otoacústicas (EOA)
são sons gerados dentro da cóclea
normal e podem ser captadas no
meato acústico externo, por meio de
uma sonda. Originam-se nos
mecanismos ativos cocleares e estão
ausentes quando há dano nas células
ciliadas externas (CCE), também
conhecidas como amplificadores
cocleares. Em decorrência dessa
relação, o registro das emissões
otoacústicas tem sido bastante
empregado , nos últimos quinze
anos, para auxiliar a investigação da
integridade da audição periférica.
Inicialmente, sua grande
aplicação foi na área de triagem
auditiva neonatal, impulsionando,
inclusive, o surgimento dos progra-
mas de triagem auditiva neonatal
universal na década de 90. As
emissões otoacústicas evocadas
transientes (EOAET) e por produto
de distorção (EOAEPD) estão
presentes em recém-nascidos a
termo e pré-termo, cuja audição
periférica,até o nível das CCE, esteja
íntegra. Vale a pena ressaltar que
nas alterações das células ciliadas
internas, nervo auditivo e via
auditiva central as EOA estarão
presentes. Portanto, muitos progra-
mas de triagem auditiva neonatal
têm adotado, conjuntamente, o
Potencial Auditivo Evocado de
Tronco Encefálico (PAETE) para a
investigação das neuropatias
auditivas.
Outras aplicações clínicas das
EOA são o monitoramento da
audição nos programas de conserva-
ção da audição em trabalhadores
expostos a ruído e a pesquisa da
supressão das EOA frente a apresen-
tação de ruído contralateral . A
ausência ou diminuição do efeito de
supressão das EOA seriam indicati-
vos de um mau funcionamento do
sistema olivo-coclear eferente
medial, que dentre outras atribui-
ções, contribui para melhorar nossa
recepção do sinal de fala na presença
de ruído de fundo. Estudos recentes
indicam que há ausência e/ou
diminuição da supressão das EOA
em crianças com distúrbios de
aprendizagem.
Como podemos observar, são
múltiplas as aplicações das EOA na
área da audiologia e é inegável que
se trata de um instrumento valioso
para uma avaliação mais eficiente da
audição.
Mônica Cristina Andrade
Bassetto é fonoaudióloga e professo-
ra adjunta do Curso de Fonoaudiolo-
gia da Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São
Paulo.
Emissões otoacústicas:aplicações clínicas
Profa. Dra. Mônica Cristina Andrade Bassetto
AgradecimentoNossos agradecimentos ao sr. Ezequiel, da Editora Lovise, pelo patrocínio
aos happy hours organizados na Casa do Fonoaudiólogo, em São Paulo (SP) pelo
Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª. Região.
EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 15
“A Fonoaudiologia e as diferentes
realidades de mercado” foi o tema da
mesa redonda realizada na Casa do
Fonoaudiólogo no dia 26 de novembro
de 2004, com a participação das
fonoaudiólogas Ana Elisa Moreira
Ferreira, Lorena e Paula Sotile, do
Comitê de Telemarketing da SBFa.
Realizamos uma discussão
extremamente interessante e impor-
tante sobre a realidade atual do
mercado de trabalho em Fonoaudiolo-
gia, em relação ao vínculo empregatí-
cio estabelecido entre as partes,
empresa e fonoaudiólogos.
Tendo como pano de fundo o
trabalho realizado em call centers,
discutimos a contratação do fonoau-
diólogo em regime de CLT, cooperativa
e aquele que tem sua própria empresa
e, portanto, presta serviços.
Pudemos refletir juntamente
com os fonoaudiólogos presentes
sobre vantagens e desvantagens de
cada tipo de contrato, além de discu-
tirmos os limites de atuação com
relação as estratégias fonoaudiológicas
utilizadas e a preocupação com a
qualidade de vida e a promoção de
saúde, além do trabalho preventivo.
Os participantes, bem como os
leitores desse texto, estão convidados
a participar de nossa lista de discus-
A Fonoaudiologia e as diferentesrealidades de mercado
SÃO PAULO
são. Quem se interessar deve
enviar um e-mail para
Sandra Oliveira - Comissão de Divulgação
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16 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005
De 11 a 13 de novembro de
2004, ocorreu na cidade do Porto
(Portugal) o 1° Simpósio da Voz de
Portugal, tendo como presidência de
honra o médico otorrinolaringologista
dr. Almeida Ribeiro; como presidente
dos trabalhos o médico dr. Agostinho
P. Silva e como secretário-geral a
também médica otorrinolaringologista
dra. Eugénia de Castro. O simpósio
teve a presença de 350 colegas,
médicos e fonoaudiólogos (terapeutas
da palavra, em Portugal), dobrando em
número a expectativa dos organizado-
res. Os convidados internacionais
foram o dr. Peak Woo (médico norte-
americano), o dr. Thomas Murry
(fonoaudiólogo norte-americano), os
médicos franceses dr. Albert Castro e
dr. Jean Abtibol e, do Brasil, as colegas
fga. dra. Mara Behlau de São Paulo e a
fga. Mestre Déborah Feijó, do Rio de
Janeiro, além do dr. Paulo Pontes,
otorrinolaringologista de São Paulo.
Há hoje, em Portugal, 400
fonoaudiólogos inscritos na Associa-
ção Portuguesa de Terapeutas da Fala
(www.aeiou.pt), sendo 60 brasileiros.
A relação entre os colegas de ambos os
países tem ocorrido com alguns
atritos, que vão de aspectos trabalhis-
tas legais a questões de diferença de
formação acadêmica que, porém,
foram colocados de lado no evento.
Para os brasileiros trabalharem em
Portugal, além dos papeis de imigração
e convalidação de documentos, é ainda
necessário um exame de proficiência
de língua, um verdadeiro desafio.
Não há pós-graduação em fonoaudio-
logia no país, mas aproveitando-se
das possibilidades de programas de
intercâmbio na União Européia,
alguns colegas têm-se pós-graduado
em outros países de reconhecida
formação profissional e científica,
como o Reino Unido.
O clima das sessões científicas
era de bastante interesse e participa-
ção e culminou com uma ativa discus-
são de casos com prognóstico difícil,
avaliados perante o auditório, com a
intervenção dos professores convida-
dos, que deram suas opiniões e
discutiram as diferenças em conduta
para cada uma das situações.
A dra. Mara Behlau fez uma
análise crítica dos diversos protocolos
de avaliação vocal, uma apresentação
sobre os programas acústicos Vox
Metria, Fono-Tools e Vox Games
(também distribuídos na Europa, o
● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Eventos ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●
1° SIMPÓSIO DA VOZ DE PORTUGALprimeiro deles já traduzido para o
espanhol e inglês) e ofereceu dois
cursos, um sobre métodos de reabilita-
ção vocal e outros sobre limites de
fonoterapia no tratamento de lesões
benignas da laringe. A fga. Deborah
Feijó discorreu sobre laboratório de
voz na clínica fonoaudiológica e
também sobre a avaliação do profissio-
nal da voz. O dr. Paulo Pontes mostrou
inúmeros avanços da cirurgia laríngea.
As atividades sociais foram
intensas, com visitas às caves de
vinho do Porto, em Vila Nova de
Gaia e uma festa de confraterniza-
ção, que contou com discurso
emocionado da colega portuguesa
Isabel Guimarães, que agradeceu os
médicos organizadores pela iniciati-
va de realizarem um evento multidis-
ciplinar, prestigiando os fonoaudió-
logos estrangeiros e nacionais. A
fonoaudiologia brasileira é avaliada
pelos portugueses como de ótimo
nível, servindo de modelo para ações
naquele país, não somente devido à
formação e possibilidades de pós-
graduação plena, mas também pela
produção científica importante e
pela excelência do trabalho multidis-
ciplinar desenvolvido em nosso país.
Renovado no visual e no seu
conteúdo, o site do CRFa 2ª. Região
estará no ar em abril. Faça uma visi-
ta em http://www.fonosp.org.br e
envie seus comentários e sugestões,
para que, cada vez mais, os fonoau-
diólogos sejam melhor atendidos.
Com novas informações e apre-
sentação dinamizada, algumas altera-
ções foram necessárias. O novo Guia
do Fonoaudiólogo, totalmente refor-
mulado, recomeça do zero. Portanto,
todos os que desejam participar do
guia devem inserir suas informações
novamente. Da mesma forma, o Ca-
dastro do Fonoaudiólogo desconsi-
derou as informações antigas. Com o
novo cadastramento, o profissional
receberá periodicamente clippings e
informações do Conselho e da
profissão e ainda uma newsletter.
Site do CRFa, renovado, no ar em abril
EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 17
Em continuidade ao processo de
atualização das Especialidades da
Fonoaudiologia, o Conselho Federal de
Fonoaudiologia realizou no dia 5 de
março último, na Casa do Fonoaudiólo-
go, em São Paulo (SP), o 2º Fórum de
Especialidades. O objetivo foi o de
discutir as propostas analisadas em
diversas dinâmicas realizadas com
consultorias externas, envolvendo
especialistas referendados pela Socieda-
de Brasileira de Fonoaudiologia e pelos
Conselhos Regionais de Fonoaudiologia.
Estes fóruns estão sendo realiza-
dos simultaneamente em todo o país
nos meses de fevereiro e março. Na área
de jurisdição de São Paulo, além do
realizado na Casa do Fonoaudiólogo, na
capital paulista, um segundo encontro
ocorrerá em Ribeirão Preto, no dia 28 de
março, organizado pela Delegacia
Regional. Estes encontros não têm
caráter deliberativo. Suas conclusões, no
entanto, deverão ser levadas em conta
para a definição do encaminhamento de
eventuais mudanças.
Hoje o CFFa reconhece as Especia-
lidades de Audiologia, Linguagem,
Motricidade Oral e Voz porém desde
2002, a partir do X Congresso Brasileiro
de Fonoaudiologia, se aventa a possibili-
dade de criação de outras, sinalizadas
pela abertura de novos cursos “com
enfoque em...”, pela necessidade de
mercado de trabalho e decorrente da
própria atividade profissional.
Sensível a essas manifestações, a
proposta do CFFa é de que algumas sub-
áreas de especializações passassem a ser
entendidas como “áreas de domínio” (o
termo subespecialidade foi descartado
por sua conotação pejorativa), dentro
das especialidades existentes, com o
possível acréscimo de 100 horas no cur-
so de cada uma delas. Pela mesma pro-
posta, outras áreas geradas pelo merca-
do de trabalho teriam que se destacar
como novas especialidades: Disfagia,
Saúde Pública (ou Coletiva) e Gagueira.
A criação ou alteração da nomen-
clatura, além da necessidade da criação
de novas especialidades – vem sendo
motivo de muitos questionamentos.
Entre as especialidades já reconhecidas,
existe a proposta de ser alterada a
nomenclatura de Motricidade Oral para
Motricidade Orofacial. Para as novas, se
efetivamente criadas, o termo Gagueira,
por exemplo seria mais facilmente
reconhecido pela população mas deixaria
de fora a taquifemia e a disfluência
normal de fala. A alternativa para o
termo Fluência não reflete o alvo da
especialidade e Disfluência, apesar de
não ser o mais facilmente reconhecido,
tem demonstrado ser o mais viável.
Outro termo questionado é Disfa-
gia (uma disfunção), como nomenclatu-
ra da especialidade que estudaria os as-
pectos da deglutição, que compete com a
sugestão de Deglutição, para o qual a-
venta-se a possibilidade de confusão por
parte de outros profissionais de Saúde.
Para formar os fonoaudiólogos
interessados em Saúde Pública ou
Coletiva, questiona-se a possibilidade de
se criarem novos cursos ou do cadastra-
mento de cursos já existentes que
formam profissionais em áreas afins.
O papel desempenhado pelas
universidades e sua autonomia para a
formação acadêmica, e das sociedades
científicas e dos conselhos regulamenta-
dores da profissão, na formação
profissional, são pontos que dividem
as opiniões nesses debates. O realizado
em São Paulo não foi exceção.
Os fonoaudiólogos presentes
concluiram que no momento não se
deveriam abrir novos cursos de especia-
lidades nem “áreas de domínio” nos já
existentes. Abre-se, entretanto, a
possibilidade de novas discussões sobre
os temas Disfagia e Saúde Coletiva.
Em Ribeirão Preto, no dia 28, o
debate continua...
Fonoaudiólogos de São Paulo discutemcriação de novas especialidades
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18 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005
A fga. Helen
Capeleto Francis-
co é a primeira
fonoaudióloga
contratada pela
Universidade
Federal de São
Carlos – UFSCar,
selecionada em
concurso realiza-
do em maio de
2004, com 68
inscritos.
Formada pela
USP -Bauru em
1998 e com
especialização em Audiologia pela
Universidade Católica Dom Bosco, de
Campo Grande (MS), a fonoaudióloga
relembra que quando de sua posse, em
19 de novembro, ainda não sabia para
onde seria direcionada e qual seria sua
atuação.
Desde 1º. de dezembro, a fonoau-
dióloga dá suporte a USE - Unidade de
Saúde Escola da instituição, em com-
panhia de dois terapeutas ocupacionais,
três psicólogos, dois médicos, duas
assistentes sociais, duas enfermeiras,
um técnico em enfermagem, dois
fisioterapeutas, cinco auxiliares de
enfermagem e um técnico em eletrônica.
A fga. Helen detalha a proposta da
USE: “as ações de saúde serão orientadas
por parâmetros que, desenvolvidos por
meio de esforços de pesquisa multidisci-
plinar, possam garantir a formação de
alto nível de alunos e profissionais,
desenvolvendo programas-modelo para
outras unidades de saúde e contribuindo
para o desenvolvimento regional da
área”.
“Os de saúde
mental e atendi-
mento ao idoso já
estavam bem estru-
turados, embora
com ações isoladas
nos ambulatórios
dos cursos. Logo
que as instalações
estiverem completa-
mente prontas,
começarão a
funcionar na USE os
programas de
atendimento à mulher,
atendimento às
pessoas com necessidades especiais,
atendimento à criança e o pólo de
capacitação regional”.
A UFSCar, na área de saúde,
mantém cursos de Enfermagem, Terapia
Ocupacional, Psicologia e Fisioterapia,
com os ambulatórios para estágios dos
alunos e para pesquisa separados um
dos outros. A Unidade de Saúde Escola –
USE foi proposta como uma unidade
ambulatorial facilitadora da articulação
das diferentes ações de saúde já existen-
tes na UFSCar, com o objetivo de
promover a atuação interdisciplinar em
diferentes níveis, da promoção de
saúde à reabilitação, com uma perspecti-
va de atendimento integral ao usuário.
Como a unidade é recente (foi
inaugurada em outubro de 2004), dois
blocos arquitetônicos necessitam ainda
serem concluídos. “É tudo novo,
estamos organizando e pensando o
funcionamento da USE juntos. A
previsão é de começarmos rapidamente
os atendimentos dos pacientes dos
ambulatórios isolados dos cursos”.
UFSCar contrata primeirafonoaudióloga
Fga. Helen Francisco (à direita), ao ladoda Prof. Dra. Claudia Simões Martinez,diretora da USE.
Entre 818 trabalhos
inscritos, o da estudante de
fonoaudiologia da Universidade
Metodista de São Paulo, Gilcélia
de Cássia Suman Martins, foi o
grande vencedor no 4º Conic -
Congresso de Iniciação Científica
promovido pelo Semesp - Sindica-
to das Entidades de Estabeleci-
mentos de Ensino Superior do
Estado de São Paulo, de 7 a 8 de
novembro de 2004. Gilcélia
também conquistou o primeiro
lugar na categoria de Ciências da
Saúde e Biológicas.
Com o tema “Avaliação da
Percepção e Leitura da Fala em
Crianças com Deficiência Auditi-
va de Classes Comuns e de
Classes ou Escolas Especiais”,
Gilcélia conquistou a primeira
colocação na categoria Premia-
ções Especiais. O trabalho foi
orientado pelas professoras dra.
Marisa Sacaloski e Ms. Érika
Longone.
A quarta edição do Conic
inaugurou novos critérios para
avaliação. “Buscamos acabar com
o mito de que apenas as universi-
dades públicas produzem pesqui-
sa. A participação de universida-
des públicas este ano enriqueceu
o evento, mas é importante res-
saltar a pesquisa de excelente ní-
vel realizada nas particulares”, re-
latou o Prof. Dr. Godofredo Geno-
fre, Coordenador dos eventos e
Diretor de Pesquisa da UNISA.
Estudante deFonoaudiologia
vence 818concorrentes
EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 19
A fga. dra. Mara Behlau, de São
Paulo, foi eleita presidente da IALP -
International Association of Logopedics
and Phoniatrics para a gestão de 2007 a
2010. Na gestão atual, de 2004 a 2007, a
fonoaudióloga comporá a diretoria da
sociedade, como presidente eleita e
assistente da presidente empossada, a
dra. Dolores Battle, dos Estados Unidos,
que assumiu a presidência da IALP
conjuntamente com a presidência da
ASHA. A escolha, por unanimidade,
ocorreu durante o XXVI Congresso da
IALP, em agosto de 2004, em Brisbane,
Austrália.
O nome da dra. Mara surgiu em
Basel, na Suíça, em outubro de 2003,
por seu trabalho internacional e
participação ativa na diretoria da
associação, além dos Comitês de Voz e
de Relações Públicas. “É uma honra à
nomeação e espero desenvolver minha
gestão com visão de futuro e procurando
ainda buscar maiores oportunidades
para os colegas brasileiros no exterior”,
afirmou a fga. Mara Behlau na ocasião.
Até sua posse a dra. Mara continuará
atuando no Comitê de Voz e no Comitê
de Relações Públicas Internacionais, em
cargos que ocupa desde 1998.
A IALP foi fundada em 1924, em
Viena, pelo médico e fonoaudiólogo Dr.
Emil Froeschels e é a mais antiga
organização na área dos distúrbios da
comunicação humana, congregando
tanto membros individuais como
sociedades científicas, de diversas
disciplinas, tais como a medicina,
fonoaudiologia, psicologia, física,
engenharia e educação.
O congresso da IALP realizado na
Austrália reforçou, mais uma vez, que
esse evento se constitui no mais
importante fórum de discussão dos
profissionais envolvidos em pesquisa e
clínica na área dos distúrbios da
comunicação humana. O evento contou
com 1.480 participantes, número que
superou o recorde de 1971, quando o
congresso foi realizado em Buenos Aires,
com 1.419 participantes.
Estiveram representados 37
países e, embora a delegação brasileira
tenha sido de apenas nove componen-
tes, muito menor da que esteve no
25th World Congress of IALP, no
Canadá, em 2001 (60 participantes),
constituiu-se no oitavo maior grupo,
perdendo apenas para Nova Zelândia,
Estados Unidos, Reino Unido, Japão,
Suécia e Canadá, além, evidentemente,
dos colegas do país organizador. Os
brasileiros tiveram mais de 20 partici-
pações no evento.
O próximo congresso da IALP
ocorrerá de 5 a 9 de agosto de 2007, em
Kopenhagen, na Dinamarca. O Brasil é
considerado forte candidato para
hospedar o congresso da associação em
2010 ou 2013.
Brasileira é eleita para presidência da IALP
O CRFa 2a Região parabeniza a fga. Andréa Wander Bonamigo por ter sido
promovida, em março de 2005, a supervisora de Área - Pirituba da Coordenado-
ria de Saúde da Zona Norte da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. Esta
região atende uma população estimada em aproximadamente 470 mil pessoas.
Esta conquista não é apenas individual. Decorre da atuação resolutiva
ofertada na área da Saúde Pública pela fga. Andréa Wander Bonamigo, que se
estende a toda a Fonoaudiologia, que nela se vê reconhecida.
Sindicato mudade endereçoO Sindicato dos Fonoaudió-
logos do Estado de São Paulo
comunica o seu novo endereço
desde 10 de janeiro de 2005: rua
Gonçalo Fernandes, 52 – casa 1,
bairro de Bela Vista, Santo André
(SP).
Os telefones são (0 ** 11)
4990-9970 e 7224-6420 e o
horário de atendimento, das 13 às
17 horas.
Conquista da Fonoaudiologia
Livre docência: parabéns! O Conselho Regional de Fonoaudiologia – 2ª. Região parabeniza a fga.
Brasilia Chiari pela obtenção do titulo de livre docente em dezembro último,
agregando mais cientificidade à Fonoaudiologia. Conquistas como esta elevam a
profissão para patamares cada vez mais elevados e estimulam a expansão e o
reconhecimento cada vez mais amplo de sua atuação.
20 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005
Com os índices de desempre-
go e a competição acirrada por
uma vaga no mercado de trabalho,
várias empresas e agências de
recolocação profissional vêm
seduzindo profissionais de vários
níveis com propostas de emprego.
Esse quadro faz com que muitos
candidatos acabem optando por
esses serviços, na tentativa de
melhorar suas chances de ingres-
sar no mercado de trabalho.
O aumento da oferta dos
serviços acima citados, faz com
que, muitas vezes atraído pela
descrição das vagas, que parecem
verdadeiros sonhos profissionais,
o profissional desempregado seja
induzido ao pagamento de taxas, e
nunca mais é contatado pela
agência. É como se a vaga desapa-
recesse num passe de mágica.
Por esse motivo, a Comissão
de Orientação e Fiscalização (COF)
retoma este assunto de grande
importância para a atuação do
fonoaudiólogo, com o objetivo de
orientar o profissional a evitar
constrangimentos.
É preciso estar atento, pois
muitos anúncios omitem o fato de
que se trata de uma consultoria, e,
ao se deparar com isso, o profissi-
onal cria uma falsa expectativa,
descobrindo que foi selecionado
para uma função diferente da que
desejava ou que as vagas anuncia-
das nos cadernos de emprego, não
existem de fato.
Nos últimos meses, a COF
recebeu denúncias de fonoaudiólo-
gos com relação a concursos e
anúncios de vagas de empregos em
sites e em jornais de grande
circulação. Muitos procuravam o
fonoaudiólogo como auxiliar ou
técnico em Fonoaudiologia, cargos
que na verdade não existem, pois a
Fonoaudiologia é uma profissão
com graduação de nível superior.
Alertamos aos colegas que,
antes de contratarem qualquer
serviço ou disponibilizarem seus
currículos on-line, devem estar
cientes de todas as condições
estipuladas; tudo o que for
prometido deve constar por
escrito.
Ao aceitar uma vaga de
emprego é necessário ler com
atenção o contrato proposto pela
empresa, e, em caso de dúvidas,
consultar um advogado de confi-
ança. O contrato deve ser claro,
preciso e objetivo.
Ao se deparar com um desses
serviços, não tenha a ilusão de que
este é um caminho fácil e rápido
para o fim do desemprego. O
profissional deve sempre verificar
a idoneidade da empresa contra-
tante e certificar-se de que
funciona de forma profissional,
antes de tomar qualquer decisão.
Fonoaudiólogo:fique atento aos anúncios de
vagas de emprego
Comissão de Orientação e Fiscalização Congresso AbrascoO III Congresso Brasileiro de
Ciências Sociais e Humanas em Saúde
promovido pela ABRASCO será
realizado em Florianópolis, de 9 a 13
de julho de 2005. O tema central –
Desafios da Fragilidade da Vida na
Sociedade Contemporânea – tem o
objetivo de responder à necessidade de
uma reflexão articulada no campo das
Ciências Sociais e Humanas (CSH)
sobre a saúde e a qualidade de vida das
populações. As inscrições prévias
serão encerradas no dia 01 de julho de
2005. Após esta data, somente no dia
e local do evento. Informações: fone/
fax: (0 xx) 48 248-5838, e-mail
ou em www.acorianaeventos.com.br
Prezado Fonoaudiólogo.
Uma das ações do Conselho
Regional é acompanhar a legisla-
ção das áreas da Educação e
Saúde que envolvam a Fonoaudi-
ologia.
Para que possamos realizar
esta ação, de forma mais ágil e
efetiva, contamos com sua
preciosa colaboração no sentido
de identificar Leis e Projetos de
Leis ou documentos que possam
ser importantes para a Fonoaudi-
ologia e encaminhar ao CRFa.
Queremos fortalecer a
atuação do fonoaudiólogo na
Saúde e Educação e estimular a
construção e implementação de
Políticas Públicas em Fonoaudio-
logia.
Agradecemos desde já sua
atenção e colaboração.
CRFa-2a. Região
Colabore conosco
EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 21
Foram estudados 20 trabalhado-
res do sexo masculino do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto - USP, com idade entre
33 e 50 anos, expostos a ruído
ambiental maior ou igual a 85 dB, em
jornada de oito horas de trabalho
diário há pelo menos oito anos; sem
alterações anatômicas de orelha
externa/média e de vias aéreas
superiores. O objetivo era verificar o
efeito do ruído persistente, decorrente
das condições de trabalho, sobre a
qualidade de vida, relativamente às
repercussões sobre a audição e a
qualidade do sono e contribuir para a
valorização dos prejuízos do ruído
excessivo e sistemático sobre a saúde.
Outros 20 trabalhadores do mesmo
hospital, na mesma faixa etária e
características físicas, sócio-econômi-
co-culturais, expostos ao ruído
ambiental habitual inferior a 85 dB na
jornada de trabalho de 8 horas diárias,
compuseram o grupo controle. Os
dados de audiometria tonal limiar e
imitanciometria foram correlaciona-
dos com a qualidade do sono observa-
da através da polissonografia noturna
e com parâmetros clínicos gerais de
saúde.
Com os resultados dos testes de
comparação aplicados a idade, estatu-
ra, peso, índice de massa corporal,
circunferência do pescoço, cintura e
quadril e indicadores do estado sócio-
econômico-cultural obtidos em
entrevista, verificamos que as amos-
tras foram semelhantes nestes
aspectos. A análise estatística da
audiometria e imitanciometria, nos
dois grupos revelou perda auditiva leve
e moderada. O sono, nos dois grupos,
revelou má qualidade. Dos 40 indiví-
duos, 13 (32,5%) apresentaram
distúrbio respiratório do sono e 12
● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Teses ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●
Efeito tardio do ruído na audição e na qualidadede sono em indivíduos expostos a níveis elevados
outros (30,0%) tinham sonolência
sem distúrbio respiratório do sono.
Concluímos que a permanência
prolongada sob ruído ambiental
superior aos níveis considerados
seguros foi suficiente para produzir
danos auditivos detectáveis laborato-
rialmente através dos testes usuais e
que não há razão para crer que a má
qualidade do sono do cidadão comum
guarde relação com a convivência
diurna em ambientes ruidosos.
Dissertação de Mestrado em
Biociências Aplicadas à Clínica
Médica, defendida em 24/02/2003
pela fga. Ana Lúcia Rios no Progra-
ma de Pós-Graduação da Clínica
Médica da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto – Universidade de São
Paulo.
Com o objetivo de investigar a
intervenção fonoaudiológica a partir
de um programa vocal para graduan-
dos em Educação Física, pesquisa foi
realizada em uma Faculdade de
Educação Física localizada em uma
cidade de médio porte do Estado de
São Paulo. O programa conteve três
encontros de quatro horas cada, com a
participação de seis inscritos. Foram
utilizados três questionários (um
antes do programa, outro logo após o
término e o último, dois meses após o
término), além do registro escrito,
após cada encontro, feito pela pesqui-
sadora. Os temas discutidos basearam-
se em assuntos relacionados à adequa-
da produção e cuidados vocais e
contemplavam, em tempo integral, o
contexto profissional da referida
categoria. A análise da intervenção foi
feita de modo qualitativo.
Os seis inscritos participaram
ativamente dos encontros. A voz
passou a habitar a realidade dos
participantes que, durante as três
semanas de programa, traziam
Vozes que se cruzam: a intervençãodo fonoaudiólogo e o
graduando em Educação Física
22 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005
devolutivas e dúvidas. Apenas um
deles atuava na área mas todos, de
maneira geral, vinculavam a prática
oferecida com as atividades extra-
faculdade. As propostas que contex-
tualizavam a categoria da Educação
Física eram vislumbradas pelos
participantes como algo iminente a
ocorrer, e em nenhum momento as
atividades foram repelidas.
A pesquisa concluiu pela
importância da intervenção, ainda
mais quando ela oferece atributos
para que o graduando possa se
tornar seu próprio agente transfor-
mador das mudanças necessárias.
Percebe-se a importância de atuação
conjunta com a categoria de Educa-
ção Física, e, sabendo da diferença
existente entre a graduação e a
realidade profissional, podemos
concluir que o processo de formação
é um bom momento para que haja
tal intervenção. Com relação a este
estudo, pode-se concluir que a
experiência indica a necessidade de
futuras ações com a categoria.
Dissertação de mestradodesenvolvida pela fga. Ana CarolinaCarlini em julho de 2004, comorientação da profa. dra. MartaAssumpção de Andrada e Silva, daPontifícia Universidade Católica deSão Paulo – PUC/SP, como parte doPrograma de Estudos Pós Graduadosem Fonoaudiologia.
Disfagia: tesede doutoradoem congressono Canadá
A tese de doutorado sobre
Fisiopatologia em Clínica Médica,
defendida pela fga. Roberta
Gonçalves Silva na Faculdade de
Medicina de Botucatu (UNESP) -
Área de Metabolismo e Nutrição,
foi aceita e apresentada no 13o
Congresso Anual da Dysphagia
Research Society, realizado em
Montreal (Canadá), de 13 a 16 de
outubro último, sob o título
Videoendoscopic and Videofluorosco-
pic Evaluation of Swallowing with
Therapeutic Intervention.
Residente em Bauru e
professora em Marília, a fonoaudi-
óloga relatou para o CRFa. 2a
Região o seu contentamento por
esta conquista, destacando a
importância das pesquisas
desenvolvidas no Brasil estarem
sendo aceitas fora do país.
O CRFa – 2ª Região parabe-
niza a fga. Roberta Gonçalves da
Silva por esta participação em um
evento internacional tão expressi-
vo, que reafirma o estágio científi-
co alcançado pela profissão no
Brasil.
A fga. Dra. Letícia Lessa Mansur,
professora assistente do curso de
Fonoaudiologia da
Universidade de São
Paulo, foi convidada
a escrever o editorial
da revista São Paulo
Medical Journal –
Revista Paulista
Medicina em
seu volume 122,
edição no 5, com data
de capa de setembro
a outubro de 2004.
A publicação é
editada pela Associação Paulista de
Medicina. O texto, em inglês, recebeu
o título: Changing eating habits: what
does it really mean for patients who do
not complain about eating
difficulties?
O CRFa 2ª. Região
parabeniza a fga. Letícia
Lessa Mansur por mais
esta conquista obtida
pela profissão.
O artigo publicado
na revista da APM pode
ser acessado na Internet,
no formato.pdf (utilizado
pelo programa gratuito
Adobe Acrobat Reader),
no site do CRFa. 2a Região, em
www.fonosp.org.br.
Fonoaudióloga escreve editorialpara revista científica da
Associação Paulista de Medicina
Onde está você?Se você conhece os profissionais abaixo relacionados, por gentileza solicite
que entrem em contato com a Delegacia Regional da Baixa Santista ou com a
sede do CRFa 2a Região, em São Paulo, para regularizar seus dados cadastrais.
Documentos encaminhados a estes fonoaudiólogos têm retornado, gerando
transtornos e gastos desnecessários.
ALESSANDRA ALI BENTO - CRFa 7234
FÁTIMA APARECIDA FERREIRA TEIXEIRA – CRFa 13693
EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 23
A questão da cobrança de
honorários tem sido exaustivamente
discutida pelos Conselhos e pelo
Sindicato. O novo Código de Ética da
Fonoaudiologia, aprovado em 2003,
aboliu o termo “preço vil”, mas criou
alguns mecanismos onde o próprio
profissional pode e deve definir o
quanto cobrar por seu trabalho.
Neste sentido, determina que o
profissional, ao estabelecer seus
honorários, deve verificar as condi-
ções sócio-econômicas do cliente, os
valores usualmente praticados pela
categoria e o custo operacional de
seu serviço, entre outros.
Verificando o caso em questão,
temos:
1. condições sócio-econômicas
do cliente: o cliente, neste caso, deve
ser uma empresa prestadora de
serviços de Saúde Ocupacional. Se a
empresa cobra R$ 27,50, ela tem
uma situação sócio-econômica capaz
de pagar um valor maior ao fonoau-
diólogo;
2. os valores usualmente pra-
ticados pela categoria: os valores de
audiometrias realizadas em empresa
estão por volta de R$ 18,00 (tabela
do Sindicato de Fonoaudiologia);
3. o custo operacional de seu
serviço: o fonoaudiólogo, para
determinar o valor de seu serviço,
deve levar em conta, além dos gastos
que ele teve com sua educação
Comissão de Ética
Prezado Fonoaudiólogo.
A partir desta edição da Revista
da Fonoaudiologia, a Comissão de
Ética do CRFa 2ª Região responderá
suas dúvidas e levantará questiona-
mentos. Portanto, se você tem
alguma dúvida com relação a
questões éticas, se você tem algum
caso que gostaria que fosse comenta-
do, envie para o CRFa 2ª Região, no
e-mail [email protected], aos
cuidados da Comissão de Ética –
Revista.
Esperamos a participação de
todos vocês.
Outro dia fui negociar em uma empresa a possibilidade
de parceria para Audiologia. Na recepção vi que a tabela para
audiometria ocupacional custava R$ 27,50. Fui para outro
andar conversar com a gestora e a proposta foi de pagamento
de R$3,50 para exame, no máximo R$5,00.
Falei muito da competência, qualidade etc da fonoau-
dióloga que faz o exame. Mas a resposta foi que a fono que
cobra R$ 3,50 tinha tudo isso e mais o equipamento.
A minha vontade era de ligar para fono e contar tudo
isso e esclarecer que quando ela faz assim, talvez porque seu
custo seja baixo, ou seja, sua realidade é muito específica, ela
não tem noção que envolve toda uma categoria e denigre
nossa profissão.
O mesmo ocorre com convênios que pagam R$ 6,50
pela terapia. Não adianta falarmos: se nós não aceitarmos
outra profissional aceita.
Por favor, temos que nos unir e não aceitar de forma
alguma e nos valorizar!
A profissão torna-se digna por causa de seus profissio-
nais.
(faculdade, livros, entre outros), os
gastos efetivos que devem ser
calculados, levando-se em o equipa-
mento, calibração do mesmo, roupas,
alimentação, condução, entre outros.
Desta forma, observa-se que o
valor de R$ 3,50 a R$ 5,00 praticado
por este fonoaudiólogo está comple-
tamente fora do mercado. Além
disto, e principalmente, como foi
levantado no caso, nossa ética ou
nossa moral determinam que
devemos valorizar nossa profissão.
Cobrar valores que denigram nossa
imagem, que não condigam com
nossa formação acadêmica, só faz
com que sejamos cada vez mais
desvalorizados profissionalmente.
Quanto cobrar pelomeu trabalho?
Parecer da Comissão de Ética
Caso
24 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005
Com o tema “Para que a sua voz
não se torne um quadro negro”, o Hos-
pital CEMA, localizado na zona leste
de São Paulo, promoveu no último dia
15 de outubro - Dia do Professor - uma
campanha de orientação sobre saúde
vocal exclusiva para os educadores, sob
coordenação das fonoaudiólogas Ales-
sandra Moscatello e Andréa Factore.
O objetivo foi aproveitar a data para
sensibilizar os professores (em sua
maioria mulheres com idades entre 35
e 45 anos, com cinco a dez anos de
carreira) sobre os cuidados com a voz,
instrumento de trabalho fundamental
para o exercício da profissão.
Campanha orientouprofessores sobre saúde vocal
Apesar de confessarem praticar
abusos vocais, como falar muito e alto,
gritar e ingerir pouca água diariamen-
te, os professores não consultavam
habitualmente o otorrinolaringologis-
ta ou fonoaudiólogo para avaliação de
sua saúde vocal. “Nenhum dos
professores atendidos tinha efetuado
tratamento completo com fonoaudió-
logo, e muito menos exame laringoló-
gico, mesmo apresentando sintomas
como secura e irritação na garganta,
falta de ar para terminar as frases,
pigarro e cansaço ao falar por muito
tempo”, lamenta a fonoaudióloga
Alessandra Moscatello.
O Conselho Regional de Fonoau-
diologia 2ª Região realizou, em 22 de
fevereiro de 2005, as provas da seleção
pública para o preenchimento de oito
vagas em seu quadro de pessoal, no
regime da CLT. A organização e
aplicação das provas ficaram a cargo
da Vunesp – Fundação para o Vestibu-
lar da Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”. O concurso
foi divulgado pela imprensa, Internet e
através de cartazes.
Foram oferecidas oito vagas (sete
para a capital paulista e uma para a
Delegacia Regional de Marília, para
Supervisor, Auxiliar Administrativo,
Auxiliar Contábil, recepcionista,
mensageiro e porteiro) e concorreram
882 candidatos (826 deles para as
vagas disponibilizadas em São
Paulo).
CRFa realiza seleção pública parapreenchimento de vagas
Agradecimento
Trabalho na Secretaria
Municipal da Educação de
Marília e, por duas vezes, já
tive o imenso prazer de ver
meus artigos publicados na
Revista da Fonoaudiologia.
Agradeço imensamente as
oportunidades e queria lhes
dizer que me sinto orgulhosa
do nosso trabalho. Poder
compartilhar o que faço com
outras colegas de profissão me
dá estimulo para que eu cresça
cada vez mais. Ter um artigo
publicado é um reconhecimento
do meu trabalho. Valorização
que não tenho da maioria das
próprias pessoas que trabalham
comigo. Ao mesmo tempo em
que é desanimador você não
receber os Parabéns! ou um
Muito bem! pela publicação de
um artigo, isso faz amadurecer-
mos e aprendermos que nem
sempre a opinião dos outros
importa.
Fga. Marília Piazzi Seno
Gonçalves - CRFa. 9535/SP
EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 25
Nutrição & Disfagia
● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● Lançamentos ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●
Guia prático voltado a profissionais no
cuidado de pacientes disfágicos, formulado por
fonoaudiólogo e nutricionistas experientes no
assunto.
Além de definições importantes, descrição
de sintomas, forma de diagnóstico, o livro
aborda principalmente os aspectos da dieta nos
diferentes níveis de disfagia e apresenta uma
lista útil de cardápios e receitas.
Informações: www.nutroclinica. com.br,
tel. (41) 3013-5322, fax (41) 568-1098 ou pelo
e-mail nutroclinica@ nutroclinica.com.br
PROCProtocolo de observação comportamental: avaliação de linguagem e aspectos cognitivos infantis
Jaime Luiz Zorzi e Simone Rocha de Vasconcellos Hage (Editora Pulso)
A prof.a Dr.a Vera Lúcia Garcia, da USC, avalia
o lançamento da Editora Pulso. Com prazer recebi
o livro elaborado em parceria pelos pesquisado-
res Jaime Zorzi e Simone Hage. Lançado durante
o XII Congresso Nacional de Fonoaudiologia e II
Encontro Sul Brasileiro de Fonoaudiologia,
realizado em Foz do Iguaçu, o livro vem preen-
cher uma lacuna na área de avaliação e diagnósti-
co fonoaudiológico da linguagem infantil,
propondo uma situação planejada da observação
dos comportamentos comunicativos e cognitivos
infantis.
No capítulo 1 os autores apresentam a
proposta do protocolo para avaliar crianças na
faixa etária de 12 a 48 meses. Nos capítulos 2 e 3
é fornecida a fundamentação teórica proposta
para a avaliação do aspectos comunicativos e
cognitivos do protocolo. No capítulo 4 são
apresentadas tabelas sobre o desenvolvimento
normal de linguagem e cognitivo. No capítulo
5, os autores apresentam casos clínicos
analisados a partir do protocolo proposto.
O texto é de leitura agradável, sendo que
a experiência profissional dos autores permite-
lhes escrever com propriedade sobre toda a
fundamentação teórica que permeia o seu
trabalho, assim como apresentar exemplos e
casos ilustrativos da vasta experiência clínica
que possuem. A presente parceria complemen-
ta as publicações realizadas isoladamente pelos
autores anteriormente e dá aos graduandos em
Fonoaudiologia e aos profissionais em geral,
mais um referencial importante e de imprescin-
dível leitura na área da linguagem.
Pró-FonoRevista de Atualização Científica - Volume 16, Número 3
A nova edição apresenta sete artigos re-
sultantes de pesquisas desenvolvidas por fo-
noaudiólogos brasileiros, dois relatos de caso e
um artigo de atualização científica. Os artigos de
pesquisa abordam os temas Avaliação da audição
em freqüências ultra-altas em indivíduos
expostos ao ruído ocupacional, Desenvolvimento
da linguagem na adolescência: competências
semânticas, sintáticas e pragmáticas, Desempe-
nho de escolares com distúrbio específico de
leitura em programa de remediação, Processos
fonológicos detectados em crianças de sete a
oito anos, Diadococinesia oral e laríngea em
pacientes pós-acidente vascular encefálico,
Testes de fala: aplicação em portadores de
perda auditiva induzida por ruído e Fatores
associados à transição da alimentação via oral
em recém-nascidos pré-termo. Os relatos de
caso cobrem o diário dialogado na terapia com
a criança surda e o desenvolvimento da
linguagem por meio do sistema pictográfico de
comunicação.
26 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005
Saiu na imprensa...Estas entrevistas foram geradas através de ações do CRFa 2a Região e
refletem o empenho da Comissão de Divulgação na divulgação da profissão para
o público em geral.
O Estado de S. Paulo - Suplemento EstadinhoVozes estranhas no gravador.
Por que o som da voz
gravada é diferente do que
escutamos quando estamos
frente a frente com uma pessoa?
Para responder a essas questões,
a fga. Márcia Regina da Silva foi
ouvida pelo Suplemento Estadi-
nho, voltado ao público infantil,
em reportagem publicada no dia 29 de janeiro último. Didaticamente explicou a
diferença na transmissão dos sons por via aérea e por via óssea.
Rede Mundial de TVPrograma Vida Plena
A emissora de TV, com transmissão focada para o interior do país, basica-
mente através de retransmissoras regionais pelo sistema por assinatura, reser-
vou todo o programa “Vida Plena” do dia 22 de fevereiro, transmitido das 9 às 10
horas da manhã e com uma hora de duração, para debater com a fga. Thelma
Costa questões ligadas a perda auditiva em ambiente de trabalho, o ruído que
causa essas perdas e medidas preventivas que podem ser adotadas.
Rádio TrianonPrograma Beleza Hoje
No programa Beleza Hoje, transmitido no dia 18 de janeiro de 2005 às
13:30 horas, as dificuldades de fala na idade pré-escolar e suas relações com a
alfabetização, a gagueira na criança e no adulto, a dislexia e fracasso escolar e as
dificuldades de aprendizagem na pré-escola e no ensino fundamental foram
abordadas em entrevista com o fgo. Jaime Zorzi.
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Anuncie nos CLASSIFICADOSTel. (11) 3873-3788 OU
Classificados
Ser voluntário é doar seu
tempo, trabalho e talento para
causas sociais e comunitárias, de
maneira espontânea e não
remunerada. O voluntariado, em
sua forma mais pura, não deve
ser confundido com serviços
“voluntários” em uma instituição
ou empresa, com dias e horários
fixos, sem deixar claro que estão
utilizando mão-de-obra expe-
riente não remunerada para não
admiti-los em seu quadro de
funcionários. Tampouco deve ser
identificado com o estágio não
remunerado para conclusão de
curso ou, ainda, com o atendi-
mento “voluntário” a pacientes
de ONGs ou entidades beneficen-
tes, com parte de cursos de
atualização, reciclagem ou
aperfeiçoamento, com a conse-
qüente perda de inúmeros postos
de serviço.
Estas questões fazem
parte dos tópicos de discussão
do Fórum do Voluntariado que
será promovido pelo CRFa 2a
Região no dia 6 de maio
próximo, das 18 às 21 horas, na
Casa do Fonoaudiólogo, em São
Paulo. Prestigie este evento,
comparecendo e trazendo
outros fonoaudiólogos para
debater esta questão.
A próxima edição da
Revista do Fonoaudiólogo, e
também o site do CRFa 2ª Região
trarão novas informações.
Fórumvai discutir
Voluntariado
59-26.pmd 3/8/2005, 9:33 PM26
EDIÇÃO 59 - JAN/FEV 2005 REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 27
ATIVO 2003 2004 TotalATIVO FINANCEIRO 969.868,94 1.205.698,43 235.829,49
DISPONÍVEL 36.511,36 44.824,09 8.312,73
BANCOS-C/MOVIMENTO 21.782,98 22.628,13 845,15 BANCOS-C/ARRECADAÇÃO 14.728,38 22.195,96 7.467,58
DISPONÍVEL VINCULADO EM C/C BANCÁRIA 930.685,24 1.147.193,54 216.508,30BANCOS-C/VINCULADA - - -BANCOS-C/VINCULADA A APLICAÇÕES 930.685,24 1.147.193,54 216.508,30
REALIZÁVEL 2.672,34 5.342,14 2.669,80DIVERSOS RESPONSÁVEIS - - -DEVEDORES DA ENTIDADE 242,30 2.027,07 1.784,77ENTIDADES PÚBLICAS DEVEDORAS 2430,04 3.315,07 885,03TÍTULOS FEDERAIS - - -EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS - - -
RESULTADO PENDENTE - 8.338,66 8.338,66DESPESAS A REGULARIZAR - -DESPESAS JUDICIAIS - 8.338,66 8.338,66
ATIVO PERMANENTE 887.545,99 934.995,55 47.449,56BENS PATRIMONIAIS 843.475,53 862.420,53 18.945,00
BENS MÓVEIS 298.392,14 317.337,14 18.945,00BENS IMÓVEIS 545.083,39 545.083,39 -
CRÉDITOS 44.070,46 72.575,02 28.504,56DÍVIDA ATIVA 44.070,46 72.575,02 28.504,56OUTROS CRÉDITOS - - -
VALORES - - -TÍTULOS DE EMPRESAS ESTATAIS - - -TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA - - -ALMOXARIFADOS - - -OUTROS VALORES - - -
SOMA DO ATIVO REAL 1.857.414,93 2.140.693,98 283.279,05SALDO PATRIMONIAL -
PATRIMONIAL (Passivo Real a Descoberto) -
Total: 1.857.414,93 2.140.693,98 283.279,05
PASSIVO 2003 2004 TotalPASSIVO FINANCEIRO 24.686,11 16.019,09 -8.667,02
DÍVIDA FLUTUANTE 24.686,11 16.019,09 -8.667,02RESTOS A PAGAR 24.639,83 15.445,10 -9.194,73SERVIÇOS DA DÍVIDA A PAGAR - -DEPÓSITOS DE DIVERSAS ORIGENS - -CONSIGNAÇÕES - 74,31 74,31CREDORES DA ENTIDADE - 214,24 214,24ENTIDADES PÚBLICAS CREDORAS 46,28 285,44 239,16
RESULTADO PENDENTE - -DESPESAS DE PESSOAL A PAGAR - -DESPESAS DE SUPRIMENTO A COMPROVAR - -DESPESAS IRREGULARES - -
PASSIVO PERMANENTE - -DÍVIDA FUNDADA - -DÍVIDA FUNDADA INTERNA - -
SOMA DO PASSIVO REAL 24.686,11 16.019,09 -8.667,02SALDO PATRIMONIAL
PATRIMÔNIO (Ativo Real Líquido) 1.832.728,82 2.124.674,89 291.946,07
Total: 1.857.414,93 2.140.693,98 283.279,05
PAULO YASSUO KOIKE ANA LÉIA SAFRO BERENSTEIN SILVIA TAVARES DE OLIVEIRACONTADOR DIRETORA-TESOUREIRA PRESIDENTE
CRC N.1SP139221/0-0 CRFa 3979 CRFa 3861CPF: 759.841.568-49 CPF: 274.155.460-91 CPF: 111.333.168-24
Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2a Região
São Paulo- SP, 31 de dezembro de 2004
ReceitaRECEITA ORÇAMENTÁRIA 2.085.732,46
RECEITAS CORRENTES 2.085.732,46RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES 1.712.558,21RECEITA PATRIMONIAL 109.441,22RECEITAS DE SERVIÇOS 85.231,98TRANSFERÊNCIAS CORRENTES -OUTRAS RECEITAS CORRENTES 178.501,05
RECEITAS DE CAPITAL -OPERACOES DE CRÉDITO -ALIENAÇÃO DE BENS -AMORTIZAÇÕES DE EMPRÉSTIMOS -TRANSFERÊNCIA DE CAPITAL -OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL -
RECEITA EXTRA-ORÇAMENTÁRIA 210.954,00DIVERSOS RESPONSÁVEIS -DEVEDORES DA ENTIDADE 1.495,06ENTIDADES PÚBLICAS DEVEDORAS -TÍTULOS FEDERAIS -EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS -DESPESAS A REGULARIZAR -DESPESAS JUDICIAIS -RESTOS A PAGAR 15.445,10SERVIÇO DA DÍVIDA A PAGAR -DEPÓSITOS DE DIVERSAS ORIGENS -CONSIGNAÇÕES 191.580,52CREDORES DA ENTIDADE 1.927,08ENTIDADES PÚBLICAS CREDORAS 356,24DESPESAS DE PESSOAL A PAGAR -DESPESAS DE SUPRIMENTO A COMPROVAR -DESPESAS IRREGULARES -TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS 150,00RECEITA NÃO CLASSIFICADA -CONVERSÃO MONETÁRIA -
SALDOS DO EXERCÍCIO ANTERIOR 967.196,60CAIXA - BANCOS-C/MOVIMENTO 21.782,98BANCOS-C/ARRECADAÇÃO 14.728,38DISPONIBILIDADE EM TRÂNSITO -RESPONSÁVEL POR SUPRIMENTO -BANCOS-C/VINCULADA -BANCOS-C/VINCULADA A APLICAÇÕES 930.685,24
Total 3.263.883,06
DespesaDESPESA ORÇAMENTÁRIA 1.841.385,95
DESPESAS CORRENTES 1.822.440,95 DESPESAS DE CUSTEIO 1.431.032,95TRANSFERÊNCIAS CORRENTES 391.408,00
DESPESAS DE CAPITAL 18.945,00INVESTIMENTOS 18.945,00INVERSÕES FINANCEIRAS -TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL -
DESPESAS EXTRA-ORÇAMENTÁRIA 230.479,48DIVERSOS RESPONSÁVEIS -
DEVEDORES DA ENTIDADE 3.279,83 ENTIDADES PÚBLICAS DEVEDORAS 885,03 TÍTULOS FEDERAIS - EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS - DESPESAS A REGULARIZAR - DESPESAS JUDICIAIS 8.338,66 RESTOS A PAGAR 24.639,83 SERVIÇO DA DÍVIDA A PAGAR - DEPÓSITOS DE DIVERSAS ORIGENS - CONSIGNAÇÕES 191.506,21 CREDORES DA ENTIDADE 1.712,84 ENTIDADES PÚBLICAS CREDORAS 117,08 DESPESAS DE PESSOAL A PAGAR - DESPESAS DE SUPRIMENTO A COMPROVAR - DESPESAS IRREGULARES - TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS - RECEITA NÃO CLASSIFICADA - CONVERSÃO MONETÁRIA -
SALDOS PARA O EXERCÍCIO SEGUINTE 1.192.017,63 CAIXA - BANCOS-C/MOVIMENTO 22.628,13 BANCOS-C/ARRECADAÇÃO 22.195,96 DISPONIBILIDADE EM TRÂNSITO - RESPONSÁVEL POR SUPRIMENTO - BANCOS-C/VINCULADA - BANCOS-C/VINCULADA A APLICAÇÕES 1.147.193,54
Total 3.263.883,06
Balanço Patrimonial Comparado Período Dez/2003 a Dez/2004
Balanço Financeiro Período Jan/2004 a Dez/2004
PAULO YASSUO KOIKE ANA LÉIA SAFRO BERENSTEIN SILVIA TAVARES DE OLIVEIRACONTADOR DIRETORA-TESOUREIRA PRESIDENTE
CRC N.1SP139221/0-0 CRFa 3979 CRFa 3.861CPF: 759.841.568-49 CPF: 274.155.460-91 CPF: 111.333.168-24
São Paulo- SP, 31 de dezembro de 2004