PomboDoidoPublicação do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios de Ribeirão Preto e Região

Maio de 2013 - Ano 24 - Nº 03

ECT não quer distribuir PLR justa

Direção da empresa faz jogo sujo enviando telegramas aos trabalhadores para forçar o pagamento de uma PLR que agrada

muito mais aos gestores

A direção da ECT está apelando de tudo quando é jeito para jogar os trabalhadores contra as en-tidades sindicais. Primeiro mandou telegrama,

depois divulgou no RH 24 horas o valor que a empre-sa quer pagar de PLR. Tudo isso é conversa fiada para deixar a categoria revoltada com os sindicatos. Nos úl-timos dez anos, apenas duas vezes a PLR foi paga com um acordo assinado entre a empresa e o movimento sindical. Todos os demais anos foram pagos sem qual-quer acordo, inclusive em um dos anos a maioria dos trabalhadores ficaram com R$ 400 aproximadamente, enquanto o presidente da ECT teve uma PLR de mais de R$ 40 mil.

Uma das coisas interessantes que a ECT fez foi dis-ponibilizar o hollerit na intranet, e isso mostra a total má fé da direção dos Correios. A grande maioria dos trabalhadores recebeu apenas um hollerit do valor a ser pago de acordo com a proposta da ECT. Para os ges-tores, os chamados cargos estratégicos, foram disponi-bilizados dois hollerits simulados, um com a proposta da ECT e outro com a proposta dos sindicatos. Sabem por que a empresa não fez isso com todos? Porque ela preferiu mostrar para os chefes que a proposta da ECT era melhor para eles do que a proposta dos sindicatos e, com isso fazer os chefes ficarem defendendo a ECT e jo-gando os trabalhadores contra o sindicato. Se a direção dos Correios fosse honesta teria feito isso com todos, sendo que para mais de 100 mil trabalhadores a propos-

ta do sindicato ficaria maior do que a proposta da ECT.

Não podemos aceitar um pagamento de PLR com tanta diferença entre o menor e o maior valor. Precisa existir um equilíbrio. Para cada R$ 10 que a empresa diminui para cada um dos 100 mil trabalhadores sem cargo de confiança sobram R$ 1 milhão para serem distribuídos aos mais de 12 mil gestores. Pode pare-cer pouco R$ 10, mas representa um valor significativo para os chefes.

No ano passado muitos trabalhadores entraram na conversa fiada de alguns agitadores de plantão e falaram que a proposta defendida pela diretoria do sindicato era ruim, que os dirigentes sindicais eram uns vendidos. Logo depois do pagamento aconteceu a eleição da FEN-TECT e ocorreu uma grande mudança na direção da Federação, sendo que a maioria dos dirigentes passou a ser daquele grupo que gritou aos ventos que o acor-do assinado era ruim. Neste ano, esse grupo majoritário da FENTECT (PCO, Intersindical e Alternativa) estão implorando para assinar junto ao Ministério Público do Trabalho uma proposta igual a do ano passado. Eles mesmos reconhecem que a proposta de hoje é bem pior que a do ano anterior, só que agora eles estão defenden-do uma proposta que diziam ser ruim e pelega. Isso é reconhecer que a direção do sindicato estava certa no ano passado ou é incoerência/oportunismo dos agita-dores de plantão?

Para cada R$ 10 que a ECT retira dos 100 mil trabalhadores sem cargo de chefia, sobram R$ 1 milhão para serem distribuído aos gestores