políticas de participação no design de interação

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Políticas de Participação no Design de Interação Frederick M.C. van Amstel Mestre em Tecnologia (UTFPR) [email protected] Instituto www.faberludens.com.br

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Design


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Atendendo a demandas de mercado, pesquisadores e praticantes em Design de Interação estão experimentando novas formas de promover a participação de usuários no projeto de sistemas de informação. Porém, a própria conceitualização do participante como usuário já reduz suas possibilidades de participação. O usuário não é capaz de projetar, por isso, justifica-se a necessidade de especialistas que traduzam seus anseios em definições de projetos. Por mais que se promovam exercícios de design participativo envolvendo usuários, o objetivo não é autonomizar os participantes ao desenvolvimento de novas tecnologias e sim gerar representações dos usuários para melhor direcionar novos produtos. Trata- se de uma inclusão abstrata e exclusão concreta, que legitima a dependência tecnológica de um determinado grupo social. O Design Participativo na vertente escandinava propõe que esta lógica perversa seja questionada no próprio processo de design, com o objetivo de gerar alternativas que de fato promovam o desenvolvimento social dos participantes. Esta abordagem participativa pode ser um caminho para o Design de Interação superar o foco nas microestruturas da interação: interfaces, técnicas, tarefas e outros detalhes intrínsecos que não dão conta sozinhos da densidade cultural do processo.

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Page 1: Políticas de Participação no Design de Interação

Políticas de Participação no Design de InteraçãoFrederick M.C. van AmstelMestre em Tecnologia (UTFPR)[email protected] Instituto www.faberludens.com.br

Page 2: Políticas de Participação no Design de Interação

History of The Button, DeRouchey (2007)

❖ Interface

❖ Informação

❖ Interação

Page 3: Políticas de Participação no Design de Interação

History of The Button, DeRouchey (2007)

❖ Durante a II Guerra, as mulheres saíram pra trabalhar

❖ Os eletrodomésticos deviam convencer as mulheres a voltar ao trabalho doméstico

❖ Traziam a linguagem da indústria para o lar

Page 4: Políticas de Participação no Design de Interação

Origem do Design de Interação

❖ Aproximação do Design e da Computação

❖ Questionar soluções técnicas

❖ Ir além da interface

❖ Propõe a “humanização” da tecnologia

Page 5: Políticas de Participação no Design de Interação

Design e Política

❖ Design surge de macropolíticas,

❖ mas atua na micropolítica do dia-a-dia.

❖ Ainda assim é negociado.

❖ Por isso decisões de Design são opções políticas.

Page 6: Políticas de Participação no Design de Interação

Computador é meio de comunicação

Page 7: Políticas de Participação no Design de Interação

Modelo linear

meio

emissor mensagem receptor

Page 8: Políticas de Participação no Design de Interação

Aplicação no Design

objeto

designer projeto usuário

Page 9: Políticas de Participação no Design de Interação

Recepção ativa

objeto

designer projeto uso usuário

Page 10: Políticas de Participação no Design de Interação

Cocriação

objeto

designer proposta recriaçãococriador

Page 11: Políticas de Participação no Design de Interação

Coke Freestyle

Page 12: Políticas de Participação no Design de Interação

Customização em Massa

❖ Dá licença às indústrias para coletar mais informações sobre os consumidores

❖ Pode formar uma massa de consumidores “mimados”

❖ Transfere a responsabilidade sobre o consumo para o usuário

❖ Será uma forma democratização?

Page 13: Políticas de Participação no Design de Interação

Apropriação Tecnológica

❖ Independente da cocriação ser oficializada, os usuários estarão recriando, por vezes de forma imprevista ou proibida

❖ O motivo da apropriação é adaptação de tecnologias para o contexto de uso

Page 14: Políticas de Participação no Design de Interação

Tipos de Apropriação

Infiltração Barroca CanibalismoCreolização

Bar, Pisani e Weber, 2007

Page 15: Políticas de Participação no Design de Interação

Estudos Etnográficos

❖ Conhecer o contexto de uso

❖ Gerar representações dos consumidores

❖ Descobrir oportunidades para inovação

❖ Incorporar gambiarras inovadoras

Page 16: Políticas de Participação no Design de Interação

Práticas de agendas compartilhadas na África e Índia estudadas pela Nokia

Page 17: Políticas de Participação no Design de Interação
Page 18: Políticas de Participação no Design de Interação
Page 19: Políticas de Participação no Design de Interação

Limitações

❖ O exercício de design participativo é isolado

❖ Falta comprometimento com o desenvolvimento social autônomo

❖ Os sujeitos são tratados como vítimas, como usuários primitivos

❖ Tecnocolonialismo

Page 20: Políticas de Participação no Design de Interação

Inclusão abstrata eexclusão concreta, ou seja, a legitimação das diferenças sociais.

Martín-Barbero, 1997

Page 21: Políticas de Participação no Design de Interação

Design Participativo

❖ O usuário está sempre participando, inclusive enquanto usa

❖ Os usuários são os especialistas porque conhecem o domínio

❖ O objetivo é estimular discussões e dar ferramentas para construir em conjunto

Page 22: Políticas de Participação no Design de Interação

Prototipação Coletiva

Page 23: Políticas de Participação no Design de Interação

Sondas Culturais

Page 24: Políticas de Participação no Design de Interação

Resumo

❖ O processo de Design é político

❖ A participação pode ser abstrata, parcial ou completa

❖ O foco do Design de Interação poderia ser a participação de usuários

Page 25: Políticas de Participação no Design de Interação

Obrigado!Frederick M.C. van AmstelMestre em Tecnologia (UTFPR)[email protected] Instituto www.faberludens.com.br