poesias - 2º parte -...
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DECÉSTROFES Poema construído em dez estrofes (termo e estrutura criados pelo autor Alexander Herzog Cardoso e que deriva da aglutinação de Deca + Estrofes), constando nove estrofes de quatro versos e um (o último) de cinco versos. A primeira estrofe é necessariamente introdutória, as oito seguintes são usadas para desenvolver o assunto, seja pela produção de sentidos e imagens, seja pela descrição ou puramente pelo encadeamento lógico. A última estrofe é construída para a finalização e conclusão da idéia no poema, sempre com um dissílabo para marcar o pensamento. Os versos das nove primeiras estrofes possuem a estrutura silábica 6,5,4,3 e a última estrofe é composta pela estrutura silábica 6,5,4,3,2. Tem um total de 182 sílabas poéticas (sempre recorrendo ao emprego da sinérese ou diérese para determinar a divisão silábica). O objetivo da estrutura é marcar o poema entre um estilo métrico a rigor e semi-livre, com frases diretas e intercaladas, não necessariamente incorrendo em rigidez formal nem em esgarçamento agudo da estrutura do poema, obedecendo à mesma para discorrer em uma forma de linguagem que evoque frases, palavras ou locução que tenham sentido na teia do poema, que produza símbolos e signos. O último verso do poema, na 10º estrofe, é dissílabo e tem que evocar uma palavra ou locução de sentido último para o leitor, ressaltando o motivo final da produção do poema. O Decéstrofes busca facilitar a escrita e a comunicação de mensagens, provendo como possibilidade a supressão de locuções, verbos de ligação, preposições e etc., durante a composição do poema permanecendo o desenvolvimento do sentido da mensagem de forma direta e encadeado entre os versos. Exemplo: A idéia da estrutura surgiu da observação de uma situação cotidiana. A dinâmica de mensagem em um bilhete pregado, em várias ocasiões, em lugar qualquer visível e que pretende comunicar a alguém onde uma pessoa qualquer está.
Eu estou no mercado Estou no mercado
Estou mercado No mercado
Marca uma mensagem em verso e afunila o sentido preservando a sua comunicação e sentido do que é importante. Passa de bilhetes com a mensagem “Eu estou no mercado” para a mensagem “No Mercado”. O que importa para uma determinada pessoa é comunicar a alguém de interesse que na sua ausência ela está no mercado e a estrutura da mensagem enxuga a frase preservando a comunicação do local onde se encontra, que é o que importa a quem precisa localizar, mentalmente, a pessoa ausente. Desta forma, dentro da elaboração de uma Decéstrofe, os signos, símbolos e mensagem são passados, durante o poema, por esse afunilamento.
A primeira intenção da Descéstrofe, e de acordo com as primeiras pesquisas, é propor e desenvolver um estilo de produção poética um pouco mais próximo do estilo da poesia experimental e que represente a linguagem dos dias de hoje, tentando preservar alguma estrutura formal na escrita poética. Segue abaixo exemplos:
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A Vida
A vida é o indissolúvel, O maior mistério
Irresolúvel Acrotério
No pico do edifício Templo construído
Tempo abinício Derruído
São as mesmas questões
Visões diferentes E entre milhões
Entrementes
De certezas que vão E vem e se chocam Com o real desvão Que nos chegam
Transitória certeza
Conceitos sublimam Frente à crueza Dos que pensam
Conhecer nosso abismo Entre nós e a verdade
Poder entender Arduidade
Nosso conhecimento
Universo e o ser Mente e o momento
Ser ou não ser?
A vida após a morte A mecânica quântica
Destino e a sorte Choro e a cântica
Que diz que não sabemos
Por onde os caminhos Vamos vivendo Néscios senhos
Sem o conhecimento
Sentido da vida Todo momento Sem acolhida
Mistério!
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Sua Carta
A carta na algibeira Com letras de açoiteira
Nossa carreira Frioleira
A pensar com ardor
No dia que a dor O abatedor Prosador
A carta com essas letras
Palavras Palestras Profere outras Onze-letras
Cala a gota da lágrima Que molha e me grima
Não vejo a rima Minha esgrima
Sentido que morreu O amor seu liceu O teu androceu
Cadaceu
Que cura e me abarca Em ti minha marca Com minha tarca:
Genearca
E extrai minha louseira E acende a clareira
A verdadeira Passageira
De minha alma e da mente
Surgiu de repente Provavelmente
É fremente
E por fim a sua carta Saudade me farta E a dor me parta
Sobrecarta
Que lhe escrevo agora O Meu mundo afora Prenuncio e a hora
Que ri e chora Embora...
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Que querem?
Veja lá no horizonte Se nesse país
Não brilha o sol Cada canto
O que querem as pessoas?
Elas sabem o quê. Querem ser ricas, Mas não podem.
O que querem as pessoas?
Ser especiais. Sim, elas podem!
Podem ser!
O que querem as pessoas? Querem ser famosas. Nem todas podem,
Podem ser
Felizes, elas podem. Que querem as pessoas?
Criar seus filhos, Ser felizes!
O que querem as pessoas?
Ter tranqüilidade. Pergunte a elas:
Terem paz.
Pessoas não querem Chorar. Ser felizes,
Querem viver. Indague-as!
O que querem as pessoas?
Querem confiar, Querem criar,
Dormir em paz!
O que querem as pessoas? Oportunidades,
Ser elas mesmas, Conversar.
O sol não brilha à todos? Que querem as pessoas?
Desenvolver Esperança
Futuro
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Refrão
Se toca a minha mão Não faça de novo
O meu olhar Seu refrão
Se toca minha tez Não cale de novo Os meus sentidos
Alusão
Se toca a minha boca Não cante de novo
As belas notas Emoção
Se toca meu humor Não faça de novo
Do meu olhar Ilusão
Se toca minha dor Não toque de novo No mesmo ponto
Coração
Se bate com seus olhos Não tente me ver Nem olhe a minha
Expressão
Se bate com sua raiva Saia! Vá embora Eu não disfarço
Turbulência
Se bate com sua ira Despeja o veneno
Não adianta: Consciência
Se tenta me ver
Não pode, não dá Não há de crer:
Existência
Se tenta entender Com sua visão Não pode ver Minha índole:
Missão
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Numa Tarde
Que vemos no horizonte? As luzes acesas.
Que conseguimos? Enxergar.
Enxergamos na tarde?
Só vemos de fato O que nos deixam
Sentir e ver.
Que sentimos na tarde? Nada mais do que
Eles desejam Que sejamos.
Que vivemos na tarde?
Nada mais do que Eles desejam Que vivamos.
Que aprendemos na tarde?
Nada mais do que Eles desejam
Que saibamos.
Que respiramos à tarde? Nada mais do que
O vil oxigênio Poluído.
O que eles querem de nós?
Que nos sacrifiquemos Em pró da vida
Farta deles.
O que querem de nós? Que a nossa vida
Justifique as Suas vaidades.
Que desejamos à tarde?
Que saibamos como Nos defender, Numa tarde.
Que nós saibamos o que
Fazer e o que mudar. E criar sonhos,
Existir, Viver.
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Caminhos
Eu vi a palma do mundo Pintada real
Em minhas mãos Seus caminhos...
Nossa sociedade
O que construímos Nossa verdade
Seus caminhos...
As instituições Criaram ilusões Desmanteladas Submergiram
Povos desnorteados
Criaram ilusão Cooperação Disfarçada
Entre guerras veladas
E sofismas legais Discursos vis
E vazios
Parecem muito mais Protelar o fim Certo de anos Construídos
Fome, seca, doença Pobreza e riqueza Poucos com muito
Outros nada...
A política é o show Por detrás o discurso
Falso e engano Catalepsia
O que mudou até hoje?
Foi a Tecnologia. Que esperamos?
Harmonia.
Que vemos pela frente? A desarmonia.
O que queremos? Amor e paz.
Justiça!
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Classes
Pessoas e suas ações São a razão de tudo
Bom e ruim Que acontece
Alegria de alguns Tristeza de muitos
É quase sempre A esse modo
A estrutura fundada De tempos remotos
À sociedade Atual
Nos remete a canoa
Furada e o mal: “Mais vale os meus
Interesses
Do que o bem estar da Maioria e meus Valores devem Ser perpétuos”
A convivência entre
Os objetivos Muito Distintos Entre as classes
Nas inúmeras culturas
Na face da terra Naturalmente São conflitos
Querer e não querer: "Digo o que é você
Para afanar O seu ego"
O que resulta disso?
Luta perpétua O Bem e o mal
Agressões
Alguém feliz por um lado E os outros revoltos
Na outra ponta. Que vai dar
No fim?
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Traços
O som de um horizonte Pálido e anil Ao revoar
De alguns pássaros
A vida parecia Acabar ali.
Não há passado Nem futuro
Eu apenas paisagem
Pintada sem tinta Fotografada No momento
Sem lembranças nem tempo
Nada me sustenta Nem me pressiona
Um detalhe
A balsa corre solta E o balanço é firme
Nem esse mar Diz quem sou
Sou um nada em meio
Ao tudo mais desse Caos organizado
Natureza
Não há nem o início E tão pouco o fim É só o momento
Paisagem
E o homem que se acha Dono disso tudo...
Mãe natureza Nos empresta
Mas expurga e retira
O que não presta E o que machuca
Nesse mar
O som do horizonte Rouco, acaba ali. Não há céu anil Nem pássaros.
Futuro
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Consumo
Notícias nos jornais Deixam-me decrépto
A violência Natural
Entre familiares Amigos e irmãos
E crianças Objetos
Os fatos sem limites
E muito cruéis A Falsidade
Nos fiéis
Parece que em ninguém Pode confiar Às vezes nem Em ti mesmo
Tecido social O capitalismo
Selvageria A disputa
Relações esgarçadas Fingimos e levamos
Nossa existência O Consumo
As regras de intercâmbio
Os padrões de vida Meu carro e a Minhas contas
São quase tudo que Representa o que Sou nesse mundo
Etiqueta!
E não é por esta razão Que as notícias e os jornais
Cansam os nossos Frágeis olhos?
Não raiou natural
Aos olhos e sentidos Essa disputa
Que nos mata? As Posses!
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Imortalidade
O homem vive na busca Ao longo dos séculos
Fazer sua vida Prolongar
Dos relatos a ficção
Na imaginação Nas pesquisas
Solução
Para uma vida eterna Vivida em mil anos Ou mais, debruça
Seus esforços
Na perpetuação Dos seus poucos dias
Aqui vividos Nessa terra
Esquece que a sua alma
É por natureza Divina e a mente
Sua é Eterna
Desde que encontre seus Caminhos e assim faça
As suas escolhas Comungando
Com as energias e leis
Do saber divino Da natureza E dos céus
Da ciência ao querer
Ser deus por um tempo Poder viver
Todos os erros
Novamente e de formas Outras, diferentes, Mas que nos levam
Ao lugar
De sempre, sempre ao Mesmo ponto de onde
Um dia partimos: Novamente
Mortais
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Os sóis do futuro
Quando os sóis se põem Eu me pergunto: Que do meu amor
Restará?
Alguma fabulosa História ou canção?
Alguma coisa A aprender?
Irá me engajar
Em alguma luta Que valha a pena
O sofrer?
Irá me despojar Do escudo e espada
Das estratégias E da lança?
Aquelas de outrora Usadas nas minhas
Sutis e internas Batalhas
Que sempre colocava
Para fora e agora Eu mais duvido Da sua prática
Quando os sóis fenecerem
No morno horizonte Ao fogo pálido
Das paixões
Não me restará muito Dos amores passados
Nem dos valores Dormecidos
Pela sua inconstante
Inutilidade Nos novos tempos
Pensamentos
Que então sugere os novos Conceitos e visões
Sobre o amor Libertista Liberto
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Pêras
Em meio a uma colheita Plantação qualquer
Caiu uma pêra Bem madura
Esfolou a tênue pele
Vi ao olhar para baixo Desci a escada Bem Perplexo
Então me abaixei para
Pegá-la e assim Vi suas sementes
Bem Expostas
Úmidas e mais viscosas Embebidas em mel
Fragilizadas E sensíveis
Olhei a volta e não vi
O Pé de Pereira De nenhum fruto
E de nada
A pêra em minhas mãos E nada havia a volta
De onde veio? Para quê?
E suas mil sementes Começaram a brotar Em meio ao pasto
Minha mão
Os brotos exasperaram Uma cor tênue verde
Pequenas folhas Fina seda
Exalou um odor Pálido de novo,
De virgem plástico E pomposo
Lembranças que vieram
Da complexidade Vida que surge
De um nada Qualquer
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Olhos
Olhos janelas da alma Olhos de Emoção
Índole calma Coração
Vento sopra o refrão
Olhos de cadáver Absorve hão Meu ferrão
A brisa bate louca
Olhos ribeirão Corre o rio solto
Solteirão
Olhos me dizem tudo Olhos canastrão São muito falsos
Enganam não
E o tempo corre solto Olho o meu relógio
Daqui a pouco Vem o presságio
De que meus ditos olhos
Estão vendo tudo Alhos e bugalhos Todo o mundo
Olhos não me separam
Essa confusão Uma mistura
É alusão
Olhos muito precisos São muito famintos
Eles vasculham Os detalhes
Eu preciso dos meus olhos
Para que bem saiba Trilhar caminhos
Dos sentidos
Para ver o meu mundo E usar os do espírito
Entender a fundo Ser humano
Sua alma
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Centros
O calor dos centros Sapatos no chão
Que marcam passos Pelas ruas
As mulheres entoam Nos centros urbanos
Um belo bailar De cabelos
Os homens trafegam
Impõem gravatas Em ternos pretos
Azul, cinza
As Pessoas marchando De encontro ao trabalho
Com suas pastas E laptop
As bancas de jornais Represam as pessoas
Meio às calçadas As notícias
E são passos pra lá
E o calor entoa Bufos de alívio Goles d’água
E são passos pra cá
E o calor entoa Improvisados Gesto e abano
Em meio a um refresco
No corre-corre Do dia-à-dia
Eu me lembro
De vários compromissos Das horas que passam
E apresso o passo Como o outro
Pela Avenida Rio Branco
No Centro do Rio Como em qualquer
Centro urbano Do mundo
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O Povo
Viver e tentar outra vez Tentando viver
Todas essas coisas Impossíveis
Do amor ao esplendor
E quebrando a cara Se levantando
Tentar
De novo e caindo Ainda de quatro Levanta e cai Novamente
Quer viver o impossível Entre mais uma queda
Não pára quieto E levanta
E ainda vive e chora
E olha pro céu Pede perdão
E levanta
As mãos ensangüentadas E escora no chão
E dá risada Coração
Dá dois passos e pára
E volta e tenta O impossível
De novo
Não reclama e não pára Não cansa, não geme
Tenta de novo Caminhar
Essa gente não cansa
É povo briguento Nasceu na terra Povo agreste
E se for perdigueiro
Povo bandoleiro Isso é mentira!
Brasileiro Não cansa
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Órgãos
O seu pensar é plástico A sua inteligência
Sabedoria Sua voz clara
O seu olhar é pintado Embebeu de lágrimas
A tez escura Da tua face
Seu nariz é perene Alinhado ao queixo
E até quase ele Vai de encontro
Se sorriso encanto Dentes em dúzias Sagaz e Brilhantes
Da tua boca
Seu pescoço é esguio E guarda um perfume
Flor de sândalo Um encanto
Seu colo é soberano É completamente
Acolhedor Paz na mente
Seus seios são macios
De afagar a gente Lembro de coisas
De repente
A sua enxuta barriga Me leva a pensar Breve mergulho
Sem orgulho
Seu umbigo profundo Ensalivo-o todo
Uma piscina Língua envolto
E agora pra acabar É melhor deixar
Essa história Para o leitor
Findar
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A Experiência
Toda a experiência Devia levar Praticidade Ao homem
E saldar suas rugas
Elasticidade Com as ações
Na vida
O viver guarnece A Sabedoria Fator flexível Nem sempre
Corações velhos são Sempre carregados De muitas imagens
Mas são duros
E puros, muitas vezes Também arredios Às coisas novas
Da vida
São resistentes aos novos Padrões e às matérias
Explicações As dinâmicas
Deste mundo atual
Sofreguidão E Nostalgia Do passado
Cheios de argumentos
Com muita razão Eles preservam
A visão
Do seu mundo passado Ainda presente Seus corações
E ainda
Demandam mais vivências Flexibilidade
Enquanto guardam O saber E o ser
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Sentidos e lembranças
Não diga e não esconda Não grite e não cale
Não olhe e não Fique cega
Diga-me e não mendigue
Meu verbo e refrão Para o prazer
Coração
Minhas sutis palavras Não grite e não cale
Para o prazer Emoção
Não me peça lembranças
Que não quero ver Brilhar em seus olhos
Não mendigue
Chega de tanta lástima De coisas passadas
Nosso passado Vale pouco
Então diga e esconda Meu verbo e refrão
Para o prazer E tensão
O passado já foi
Meu amor, não grite Não olhe e deixe
Correr solto
Não lembre e não reviva As coisas usadas
Feneceram Desgaste
Peça apenas lembranças
Do que valeu a pena Do que ficou Aprendizado
Memórias são facetas Para o bem e pro mal
Você decide O sentido
Real
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Frenesi não é amor
O amor é feito pote Infinito não é O seu varia
Com a forma
Se insiste em nos dizer Que o amor é fogo Chama que pulsa
Não entendes
Que não é seu amor puro Idealização
Sua, seu amor: Não o meu
Se é amor o que ti prega Por que não me entende?
Acha que pode Resumir
As coisas aos seus conceitos Se é amor, então não cobre
E não me peça “Por favor”
Não se define: sente-se
E não se descobre Fato é que sabe-se
Aqui dentro
Quando bate mais forte O meu coração O seu, o nosso Tudo o mais
O amor ordena sem Mandar, sem exigir
Conquista Sem prender
Faz sentido a ordem A mais pura súplica A sua chantagem
De emoções
O amor é mais confundido Com a pura vaidade
Com a possessão Frenesi
Da tua alma
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Sombras nas paredes
Reflexos na parede São mares de sombras
Pretas e brancas E mais ondas
O vento bate nas árvores
Um caos natural Interpreso
Entre as folhas
Entre claros e escuros Sem forma nem céu
Surgem rabiscos Do vento
Balançam sutis folhas
Decanta o artífice A Natureza
Das imagens
Folhas ao sol e ao vento Tilintam na parede
Eu me lembro De imagens
Do meu inconsciente Do início, do útero
Minha visão É soturna
Sem forma nem céu: caos
Decanta os rabiscos Minha visão Meu artífice
O vento e a luz e o vórtice
Da sombra na parede Reflete um caos
Consciente
Construído na mente Muitos rabiscos Minha parede Com imagens
Tão sutis e naturais Que jamais deixo De olhar e pensar
Na origem Da vida