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PO110 - ÍNDICE TERAPÊUTICO DO ÁCIDO ACÉTICO EM MONOGENÓIDEOS
PARASITOS DE MUGIL LIZA
Mário R. C. Meira Filho1,2; Victor T. Rosas1; Rogério T. Vianna3 & Joaber Pereira Júnior1,2
1Programa de Pós-Graduação em Aquicultura, Instituto de Oceanografia, Universidade Federal
do Rio Grande
2Centro de Biotecnologia e Doenças de Animais Aquáticos (CBD)
3Laboratório de Biologia de Parasitos de Organismos Aquáticos, Instituto de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Rio Grande
([email protected]; [email protected]; [email protected];
A tainha Mugil liza tem distribuição na costa atlântica da América do Sul, da Venezuela à
Argentina. É detritívora, alimentando-se de diatomáceas, crustáceos e moluscos. É um
importante recurso pesqueiro, e, por ser euritérmica, eurihalina e de rápido crescimento,
apresenta potencial para aquicultura. No entanto, apresenta fauna parasitária diversa, e estudos
que visem a eliminação destes parasitos em sistemas de cultivo, são importantes para o
desenvolvimento do pacote tecnológico de seu cultivo. Os monogenóideos devido seu ciclo de
vida direto possibilita rápida disseminação, e por isso são parasitos que causam grande
preocupação em sistema de cultivo. O ácido acético é uma droga anti-parasitária de peixes, no
entanto, são escassos os estudos sobre seu uso, uma vez que é necessário considerar o tempo de
exposição e a concentração para cada táxon parasito alvo. Os trabalhos disponíveis
desconsideram o efeito espécie-específico da droga, e geralmente consideram a concentração
para um grupo taxonômico maior, ou consideram apenas como parasiticida de peixes. O índice
terapêutico é determinante para escolha da droga que será utilizada, pois determina o nível de
segurança do uso da droga em relação ao resultado desejado, onde, quanto maior o índice, mais
seguro é a droga em relação as de menor índice. O presente trabalho, teve por objetivo avaliar o
índice terapêutico do ácido acético em dois taxa de Monogenoidea parasitos de brânquias de M.
liza. Para isso, foram capturados juvenis de M. liza em arroios próximos à praia do Cassino, que
foram transportados ao laboratório experimental da Estação Marinha de Aquacultura (FURG),
onde foram aclimatados às condições ideais de cultivo, e tiveram a qualidade de água
monitorada diariamente. Foram realizados o teste de toxicidade de 1h de ácido acético para
juvenis de M. liza (CL50-1h), e teste de toxicidade de 1h para os taxa de Monogenoidea
encontrados (CE50-1h), por meio de avaliação in vitro. Para ambos os testes, foi utilizado o
método Up and Down, para determinação das concentrações a serem utilizadas nos testes de
toxicidade. O índice terapêutico foi dado pela razão do CL50-1h do hospedeiro, pelo CE50-1h de
cada parasito. Foram encontrados Solostamenides cf. platyorchys e o complexo Ligophorus spp.
(=L. saladensis e L. uruguayense). As concentrações utilizadas para o teste de toxicidade de M.
liza foram 0 (controle), 400, 1200, 1600, 2000 e 3000 ppm, enquanto que para S. cf. platyorchis
foram 0 (controle), 50, 100, 150 e 200, e para Ligophorus spp. foram 0 (controle), 100, 200, 300
e 400. O valor da CL50-1h foi de 1402,62 ppm para M. liza e o valor de CE50-1h foi de 144,79
para S. cf. platyorchis e 289,58 para Ligophorus spp. O índice terapêutico foi de 9,69 para S. cf.
platyorchis e 5,53 para Ligophorus spp. Estes resultados sugerem que o ácido acético é uma
droga segura para eliminação de monogenóideos. No entanto, é sugerido estudos com outras
drogas para determinação da mais segura para cada táxon parasito.
XIV Encontro Brasileiro de Patologistas de Organismos Aquáticos (XIV ENBRAPOA) - 2016 - Florianópolis/SC
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