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Julho de 2004 Algumas notas sobre avaliação e a construção do P-SOL e do mês 1) Em 2003 tivemos um ano marcado por lutas políticas para impulsionar a ruptura com o PT a partir de sua conversão definitiva ao social liberalismo consagrada com a ascensão de Lula ao governo federal e a manutenção do receituário de FHC. O ano 2004 abriu uma nova responsabilidade para o MES: ser parte ativa e dirigente da construção do P-SOL . De tendência cujo eixo absoluto era a própria construção com alianças para enfrentar a direção do PT, o MES passou a ser uma corrente interna do P-Sol com peso determinante em sua direção. Esta nova localização implica novas e imensas responsabilidades. O espaço à esquerda vazio é imenso e o P-SOL está posto no desafio de ocupar pelo menos uma parte importante deste espaço, sendo o MES uma peça chave para que tal desafio seja cumprido nacionalmente e totalmente determinante para o êxito desta tarefa no Rio Grande do Sul. Por isso é fundamental traçar alguns elementos de avaliação e jogar luz sobre algumas orientações e tarefas, tratando de localizar os quadros e impulsionar a militância para dar um passo à frente na construção deste projeto 2) Durante todo o primeiro semestre de 2004 as atividades nacionais garantiram uma pesada agenda de atos e encontros que culminaram no encontro nacional de formação do P-SOL. O MES como corrente política, desde janeiro, esteve envolvido nesta preparação e, particularmente a agenda de Luciana Genro foi tomada por viagens nacionais. Também nos responsabilizamos com uma carga importante na elaboração do programa nacional provisório do P-SOL, programa que tem sido determinante para dar ao partido um perfil anticapitalista e antiimperialista. Da fundação do P-SOL, a tarefa decisiva do partido e do MES, no segundo semestre, passou a ser a coleta de assinaturas. 3) Junto com a campanha de assinaturas, no terreno nacional, a Executiva Nacional do P-SOL conseguiu produzir o jornal do programa e mais uma edição do jornal, logrou notas políticas unificadas da Executiva sobre a greve dos bancários, um balanço do processo eleitoral comum, além de uma resolução unificada sobre o primeiro turno – momento particularmente difícil para o P-SOL por não ter direito à candidatura – e como instância a Executiva seguiu funcionando com regularidade razoável. Todas estas atividades tiveram um peso fundamental também da direção do MES na garantia de suas realizações. Além disso, atividades internacionalistas demandaram o esforço da direção do P-SOL e em particular da direção do MES, tanto as viagens à Venezuela, durante o Referendo, a Inglaterra, para o fórum Marxismo Hoje e para a Argentina, no ato de apoio ao P-SOL, além da visita a Porto Alegre do dirigente revolucionário Roland Dennis. 4) No Rio Grande do Sul, todo o período do primeiro semestre esteve centrado na retomada da construção do MES e do movimento pelo novo partido, tratando de se avançar na formação de uma direção regional do MES e simultaneamente do movimento pelo novo partido, num processo de reconstrução de nosso trabalho juvenil – que de lá para cá avançou qualitativamente, com o início de uma nova equipe de direção e inclusive a re-incorporação de um grupo de militantes que haviam rompido com o MES - além do início de alguns trabalhos de bairro – como Vila Nova e Cruzeiro – e de trabalhos sindicais como metroviários e em particular do Sindicaixa, com a incorporação no MES de um grupo de dirigentes do Sindicato, encabeçados pelo presidente da entidade. Entre os trabalhadores em educação o semestre ainda esteve carregado pela preparação e depois a realização da greve da categoria.

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Julho de 2004

Algumas notas sobre avaliação e a construção do P-SOL e do mês

1) Em 2003 tivemos um ano marcado por lutas políticas para impulsionar a ruptura com o PT a partir de sua conversão definitiva ao social liberalismo consagrada com a ascensão de Lula ao governo federal e a manutenção do receituário de FHC. O ano 2004 abriu uma nova responsabilidade para o MES: ser parte ativa e dirigente da construção do P-SOL . De tendência cujo eixo absoluto era a própria construção com alianças para enfrentar a direção do PT, o MES passou a ser uma corrente interna do P-Sol com peso determinante em sua direção. Esta nova localização implica novas e imensas responsabilidades. O espaço à esquerda vazio é imenso e o P-SOL está posto no desafio de ocupar pelo menos uma parte importante deste espaço, sendo o MES uma peça chave para que tal desafio seja cumprido nacionalmente e totalmente determinante para o êxito desta tarefa no Rio Grande do Sul. Por isso é fundamental traçar alguns elementos de avaliação e jogar luz sobre algumas orientações e tarefas, tratando de localizar os quadros e impulsionar a militância para dar um passo à frente na construção deste projeto

2) Durante todo o primeiro semestre de 2004 as atividades nacionais garantiram uma pesada agenda de atos e encontros que culminaram no encontro nacional de formação do P-SOL. O MES como corrente política, desde janeiro, esteve envolvido nesta preparação e, particularmente a agenda de Luciana Genro foi tomada por viagens nacionais. Também nos responsabilizamos com uma carga importante na elaboração do programa nacional provisório do P-SOL, programa que tem sido determinante para dar ao partido um perfil anticapitalista e antiimperialista. Da fundação do P-SOL, a tarefa decisiva do partido e do MES, no segundo semestre, passou a ser a coleta de assinaturas.

3) Junto com a campanha de assinaturas, no terreno nacional, a Executiva Nacional do P-SOL conseguiu produzir o jornal do programa e mais uma edição do jornal, logrou notas políticas unificadas da Executiva sobre a greve dos bancários, um balanço do processo eleitoral comum, além de uma resolução unificada sobre o primeiro turno – momento particularmente difícil para o P-SOL por não ter direito à candidatura – e como instância a Executiva seguiu funcionando com regularidade razoável. Todas estas atividades tiveram um peso fundamental também da direção do MES na garantia de suas realizações. Além disso, atividades internacionalistas demandaram o esforço da direção do P-SOL e em particular da direção do MES, tanto as viagens à Venezuela, durante o Referendo, a Inglaterra, para o fórum Marxismo Hoje e para a Argentina, no ato de apoio ao P-SOL, além da visita a Porto Alegre do dirigente revolucionário Roland Dennis.

4) No Rio Grande do Sul, todo o período do primeiro semestre esteve centrado na retomada da construção do MES e do movimento pelo novo partido, tratando de se avançar na formação de uma direção regional do MES e simultaneamente do movimento pelo novo partido, num processo de reconstrução de nosso trabalho juvenil – que de lá para cá avançou qualitativamente, com o início de uma nova equipe de direção e inclusive a re-incorporação de um grupo de militantes que haviam rompido com o MES - além do início de alguns trabalhos de bairro – como Vila Nova e Cruzeiro – e de trabalhos sindicais como metroviários e em particular do Sindicaixa, com a incorporação no MES de um grupo de dirigentes do Sindicato, encabeçados pelo presidente da entidade. Entre os trabalhadores em educação o semestre ainda esteve carregado pela preparação e depois a realização da greve da categoria.

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5) No segundo semestre, a campanha de assinaturas foi atividade central da da militância e da direção regional de conjunto (desde então com o reforço de dois quadros nacionais e uma troca entre um quadro que atuava em Brasília com um de Porto Alegre) e tal campanha tem sido um êxito claro, o que nos permitiu chegar em 80 mil assinaturas até esta data. Com exceção de Goiânia e Belém, cujos trabalhos são dirigidos pelo MTL (cerca de 40 mil) e a CST (um pouco mais de 80 mil), no restante das regionais do P-SOL e do próprio MES a campanha tem sido bastante inferior, embora no Rio de Janeiro se tenha avançado, chegando hoje aproximadamente a 35 mil assinaturas . Atualmente no país são mais de 280 mil assinaturas e logo deve chegar a meta dos 300 mil, tal como votou a Executiva Nacional do P-Sol como plano para final de outubro. Até dezembro o objetivo é chegar ao total das 438 mil assinaturas, o que seguirá exigindo esforços militantes de coleta e depois de organização das fichas para entrega, etc.

6) Neste segundo semestre, ademais, no Rio Grande do Sul, fomos consolidando o trabalho da juventude, cujos avanços se notam com clareza em Pelotas após a mobilização protagonizada pelo movimento Desobedeça com mais de 1500 estudantes e na vitória do DCE da UFRGS, além do acompanhamento irregular, mas ainda assim um esforço, da juventude do MES do RS a trabalhos nacionais da corrente. Finalmente, nos envolvemos em atividades importantes da luta de classes, como a mobilização de Guaíba – com a presença ativa de nossos dirigentes, militantes e parlamentar - e em trabalhos sindicais como as eleições da Saúde, trabalho aberto recentemente, além da garantia da Plenária dia 12 de setembro em Brasília na qual o PSOL foi a maior força presente numa plenária de 1700 pessoas, além do principal ato sindical de construção do dia 25 de novembro até o momento, reunindo cerca de 400 ativistas no RS. Em todo este semestre, a agenda de nossa parlamentar combinou mais atividades no estado com viagens freqüentes pelo Brasil, em estados como Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, tanto para apoiar os trabalhos do MES e do P-SOL quanto para atividades da luta de classes.

7) Agora, como tarefas imediatas, teremos a responsabilidade de seguir a campanha de assinaturas, impulsionar e organizar da melhor forma possível nossa participação no dia 25 de novembro e preparar a intervenção no Fórum Social Mundial. A estas tarefas práticas se somam outras questões que devemos discutir para definir uma orientação e um plano de construção. Temos frisá-las, porque ao discutirmos as linhas gerais de um plano não podemos perder de vista os eixos imediatos e os mesmos são os três acima citado, a saber, legalidade, dia 25 e Fórum Social Mundial

8) Para definir traços de um plano é importante destacar algumas das debilidades do P-SOL em geral e do MES em particular. Na avaliação do P-SOL, é importante se deixar claro que a direção nacional do P-Sol é muito frágil para os imensos desafios que tem a sua frente. Há, logicamente, heterogeneidade política, o que exige longas e tortuosas discussões para se chegar a acordos que permitam o partido romper a paralisia que um funcionamento consensual empurra no caso de não ser alimentado e pressionado de modo insistente. Mesmo que tenhamos conseguido importantes resoluções políticas, inclusive um programa revolucionário transicional, muitas oportunidades políticas foram perdidas, como é o caso do Rio de Janeiro, onde uma política sectária de não apoiar Jandira Fegalli se contrapôs a uma política que a apoiava sem uma intervenção independente, e o P-Sol acabou eclipsado quando poderia ter avançado na eleição municipal do RJ. Mais grave ainda foi a falta de uma centralização mais efetiva durante a greve nacional dos bancários, embora o P-SOL, na medidas de suas forças, conseguiu não fazer feio e colocar-se como partido na linha de frente, mais graças as iniciativas de indivíduos e correntes do que a uma orientação da Executiva Nacional. A greve dos bancários, além das inúmeras debilidades no terreno sindical nacional do P-SOL, mostra a ausência de uma direção sindical que centralize o trabalho neste terreno. O MES também tem esta enorme debilidade e não tem conseguido dar um apoio significativo na formação desta direção nacional sindical do P-SOL, embora tenhamos alguns avanços no trabalho sindical, em particular no ANDES, com o dirigente da regional de Brasília, junto com

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nossa parlamentar, captando duas dirigentes nacional do ANDES ( do Piauí e do Amapá), e acompanhando o trabalho nacional de nossa dirigente do Andes no Rio Grande do Sul

9) Além da heterogeneidade da direção, das diferenças de política e de critério de construção – inevitáveis e num sentido até progressivas – há um problema grave que consiste no fato de que são poucos os militantes profissionais da direção, isto é, que encaram as atividades políticas cotidianas como sua profissão, full time. O trabalho acaba recaindo mais sobre o MES, a CST, o MTL via Martiniano, com os parlamentares sem uma equipe que os acompanhe, fato mais grave ainda no caso de Heloísa, principal figura pública e pressionada por uma agenda institucional e por diversas outras atividades não centralizadas pela Executiva do P-SOL. O deputado João Fontes é um caso aparte, porque volta e meia tem afirmado que vai para o PDT, ou então que vai defender a fusão do P-SOL com o PDT, mas que na prática tem estado muito por fora da construção do P-SOL e possivelmente esteja preparando sua saída, fato este que não deve nos fazer perder de vista a importância de uma política de boa convivência com este parlamentar que nos acompanhou até aqui quando a maioria pensava que ele não viria e que pode ainda ser aliado mesmo no caso de deixar o P-SOL. As debilidades da direção estão por trás também do baixo aproveitamento ainda do apoio dos intelectuais renomados como Chico Oliveira, Ricardo Antunes, Paulo Arantes, muito embora tenhamos logrado alguns eventos e atos neste período, como o de Campinas como Antunes, o da USP com vários, o da PUC com Leandro Konder, etc.

10) Soma-se a debilidade da direção a tremenda carência material do P-SOL. Atualmente, a direção não consegue garantir uma campanha nacional de finanças e isso esta encubando uma grave crise caso não seja atacado mais ou menos rápido. A estas debilidades de direção se somam inúmeras outras e se agravam ainda mais nas diferentes regionais do P-SOL no país: falta de estrutura material, falta de profissionais, critérios divergentes e às vezes antagônicos de construção, e todos os desvios políticos à esquerda e à direita.

11) Assim, o trunfo do P-SOL é sua função concreta num cenário onde a necessidade objetiva exige a refundação da esquerda socialista, seu reagrupamento numa linha clara de enfrentamento contra o governo de Lula e contra a direita do PSDB/PFL. O espaço vazio à esquerda segue, aumenta e não há força política que tenda a ocupá-lo, porque os partidos mais fortes são partidos burgueses tradicionais – disputam com o PT o espaço de representante do capital – e os partidos que em algum momento tiveram alguma simpatia minoritária em setores sociais de esquerda ( a maioria estava com o PT), como o PC do B, PDT, PSB, estão na base de sustentação do governo federal ou, como é o caso do PDT, vivem uma crise divididos entre uma linha de maior independência ou de ligação com o amorfo e centro-direita PPS ou ainda tensionados pela direita reacionária representada pelo PFL. A extrema-esquerda, por sua vez, mais uma vez mostrou sua impotência na eleição de 2004. Então, o espaço do P-Sol está posto e a necessidade social de uma esquerda segue empurrando em prol do crescimento do P-SOL, necessidade e espaço que se materializa nas bandeiras que foram tradicionais do PT – dívida externa, denúncia dos bancos, reforma agrária, greves, defesa do MST - vivas na memória de setores de massas e abandonadas pelo PT.

12) Esta pressão objetiva pelo crescimento do P-SOL esta por trás da possibilidade cada vez maior de novas adesões de setores petistas até o fórum social mundial. Setores minoritários da DS, em particular os encabeçados pelo dirigente histórico desta corrente, José Correia Leite, editor do Em Tempo, quadros sindicais paulistas, como Jorge Martins, acompanhado por outros sindicalistas de sapateiros, vidreiros, metalúrgicos de SP, lideranças estudantis do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, como os jovens que participaram do Pólo e que hoje atuam na APS. Cabe destacar também a decisão de José Luiz, quadro dirigente carioca da Executiva Nacional do PT durante o início dos anos 90, um dos principais dirigentes nacionais da Articulação de Esquerda, um experiente organizador de partido, que até fevereiro se incorpora no P-SOL. Finalmente, estão avançando as discussões para ter a colaboração de

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César Benjamin, hoje um dos principais, senão o mais capaz intelectual militante da esquerda brasileira

13) Para seguir avançando, além de desenvolver discussões de construção, o P-SOL necessita uma armação política nacional para o próximo período. Sem isso não daremos passos adiantes e retrocederemos. Terá que ser uma armação política bem discutida porque necessita ter o apoio de uma maioria sólida da direção do P-SOL e ir consolidando uma coluna nacional de quadros com a mesma. Neste sentido deve ser uma composição, mas sem ser eclética, sem ser uma concha de retalhos, mas uma tentativa de síntese, no limite com concessões menores que não inviabilizem uma orientação nacional ordenada pela busca de forjar um pólo de atração de esquerda para setores de massas. Além das atividades imediatas, portanto, o P-SOL entrará num momento de debates políticos onde devemos jogar um papel para uma síntese vitoriosa que dê conta de armar o P-SOL para que não seja um partido sem rumo, ou para que não tenha nem o rumo do PT de defesa da burguesia nem do PSTU, de autoproclamação sectária e economicista.

14) Este marco nacional é necessário para entrar um pouco mais situação do Rio Grande do Sul. As rupturas do PT foram pequenas em termos de quadros de outras correntes. A vantagem é que o MES tinha uma estrutura de quadros prévia, que se debilitou com a capitulação ao PT de um setor que rompeu com a corrente, mas que se manteve coesa para impulsionar a ruptura e esta primeira parte da construção do P-SOL. No estado, o espaço do PSOL é maior do que a média nacional pela acumulação anterior do MES e pela própria politização da região. O nome de Luciana Genro se consolidou e cresceu muito como referência de setores de massas e os laços orgânicos de Luciana com o P-SOL são claros, transferindo muitíssimo do apoio que recebe para o partido enquanto um todo.

15) Além do mais, temos a implantação estadual principalmente via sindicatos como o CPERS, a partir do qual chegamos em dezenas de cidades e contamos com ativistas e quadros sérios e dedicados, mas também o Sindicaixa, o Sindisprev, além do trabalho da juventude. Temos um trabalho histórico em comerciários de Santa Cruz e uma enorme rede de simpatizantes espalhadas por cidades, categorias, universidades, escolas e bairros no estado enquanto um todo e, sobretudo, em Porto Alegre e grande Porto Alegre. Na região metropolitana, onde se concentra mais de três milhões de habitantes, temos também alguns trabalhos importantes, tal como assinalamos acima e um espaço gigantesco para ocupar. E aqui esta a grande contradição que devemos responder: o espaço para ocupar é muito grande comparado com nossas forças atuais.

16) Não temos dado conta de atender com atenção necessária inúmeros trabalhos e possibilidades, como Vila Santa Rita em Guaíba, onde investimos pesado durante a rebelião dos ônibus, Bairros como Rubem Berta ( onde temos militantes), Restinga, Glória, Cruzeiro (também temos militantes), e muitos outros. Militantes do P-SOL atuam, mas não tem conexão com um trabalho de direção. Alguns trabalhos por nós atendidos ainda são feitos de modo irregular, sem dedicação prioritária, como metroviários, cidades como Canoas, Esteio, Gravataí,onde temos militantes (não atendemos Viamão onde temos simpatizantes sólidos) nem tentamos abrir Alvorada, onde temos espaço. Os trabalhos mais sólidos como CPERS, Sindcaixa, Saúde, núcleo de bairros, juventude, podem e necessitam avançar bem mais, em particular na formação e politização dos quadros e militantes. No CPERS, além das dificuldades políticas de uma complexa realidade sindical, a campanha de assinaturas, para qual nossas companheiras na direção do sindicato dedicam enormes esforços, debilita a intervenção sindical. Há inúmeros contatos, amigos e simpatizantes que estamos atendendo precariedades e em muitos casos não atendemos. Chegamos a ter intelectuais como Luiz Miranda, professor de economia da UFGRS, apresentadoras de rádio, poetas, para os quais não temos uma política especial.

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17) Todas estas debilidades e ausências são reveladoras da debilidade de nossa direção e da insuficiência na formação de quadros, além de mostrar o tamanho das questões que nos desafiam. São déficits que devemos discutir e neste caso se confundem as debilidades do MES e do P-SOL, mas que neste texto abordaremos centrando mais nos desafios do MES como principal responsável pelo P-SOL no estado, esperando que desta forma possamos contribuir para os avanços do P-Sol enquanto um todo. Então, discutir as debilidades não quer dizer avaliar como negativo o balanço até aqui. Ao contrário, o espaço aberto na situação do país foi previsto por nossa corrente que traçou uma orientação, desde o início do governo Lula – que acabou se mostrando totalmente acertada e contribuiu de modo determinante para surgir o P-SOL, assim como temos sido determinantes para seu desenvolvimento até aqui. Então, se trata de discutir para seguir avançando, tratando, na medida do possível, de dar novos saltos em nossa construção.

18) Cremos que durante um tempo longo vamos seguir com esta contradição entre o espaço do P-Sol e nossa debilidade para ocupa-lo, mas é preciso ir avançando em sua solução, aumentando as forças orgânicas do P-SOL, construindo quadros e dirigentes capazes de construir núcleos, atender trabalhos, cidades, categorias, regiões. É certo que durante um bom período de tempo o P-SOL será um movimento, tanto nacionalmente quanto no Rio Grande do Sul, mas mesmo um movimento necessita uma coluna de quadros mais sólidos para conduzi-lo, para alimentá-lo, organizá-lo, potencializá-lo e captar os mais destacados ativistas, avançando na relação com lideranças populares, intelectuais, etc e num pólo revolucionário mais organizado no interior do partido.

19) A direção do MES, além de seguir impulsionando novas rupturas do PT, como os setores da juventude da APS, avançar o máximo que possa no trabalho de constituição da direção do P-SOL, em especial com Roberto Ponge e com os companheiros do solzinho, para esta empreitada de construção do P-sol como movimento com influência de massas com uma forte coluna revolucionária organizada em seu interior necessita avançar numa clara divisão de trabalho e oferecer um canal para os militantes e quadros que podem ser melhor aproveitados e não estão sendo como deveriam. Em primeiro lugar, um plano e uma melhor e clara divisão de trabalho na direção, com responsáveis definidos e conhecidos pela militância. Com plano bem conhecido e cobrado. Isso é ainda mais necessário quando temos uma estrutura de profissionais de partido, funcionários de gabinete e dirigentes liberados de sindicato muito acentuada, proporcional ao peso que temos ocupado no Rio Grande do Sul em termos de influência política mas desproporcional ao que temos reunido de modo sistemático em reuniões semanais ou quinzenais de núcleos e mais inchada ainda se a comparação forem as finanças arrecadadas. Os funcionários e dirigentes estão na linha de frente da corrente (alguns atuam em mais de uma frente e assumem ainda outras tarefas), os quadros envolvidos em tarefas sindicais atuam muitíssimo (todos, sem exceção, têm inúmeras tarefas), somos considerados em todo o país uma corrente muito ativista, empenhada, mas isso não anula a distorção entre o número de profissionais, funcionários e liberados sindicais e a quantidade de militantes reunidos, orgânicos da corrente e do P-sol. Temos que ter um plano para atender mais gente e melhor, para formar militantes revolucionários, reunir mais, animando assim também todo um leque de amigos e simpatizantes, militantes menos orgânicos que podem participar de uma reunião ou outra, de uma campanha ou outra, mas que não serão parte da vida cotidiana do partido nem podemos ter a pretensão que o sejam porque uma gama ampla de ativistas tem esta cultura e apenas a mudará com a mudança das condições objetivas da luta de classes.

20) Tal plano de construção e divisão de tarefas entre os quadros e em particular entre os membros da direção regional assume uma importância ainda maior na falta de um eixo de direção regional. Hoje não temos no Rio Grande do Sul um dirigente que centralize o dia a dia da corrente, uma espécie de maestro cotidiano da orquestra. Tal papel nem sempre é necessário, pode ser substituído por uma equipe de companheiros. E mesmo que quiséssemos o eixo ao redor de uma pessoa seria impossível, absorvidos como estamos por tarefas internacionais e nacionais, com uma direção ainda com pouca experiência que não

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pode se dar ao luxo nem de improvisar eixos nem de não levar seriamente adiante um trabalho de equipe. E a construção de uma equipe leva seu tempo. Nossa juventude pode ser chave nisso, assim como outros setores, em particular sindical, mas também do movimento popular se logramos avançar como necessitamos em trabalhos de bairro. Então, precisamos de um plano discutido, seguido pela direção, controlado pela militância, impulsionado por todos.

21) Como todo plano eficaz de construção deve servir de politizador, em primeiro lugar será necessário discutir amplamente a armação política para o P-SOL no próximo período. Tal debate deve preparar nossa disputa na luta de classes em 2005 e no processo eleitoral de 2006. Não podemos deixar de lado tampouco as tarefas das assinaturas. São tarefas desgastantes mas necessárias e durante este período teve o mérito de colocar o partido junto ao povo, em contato diário. Uma experiência que depois das assinaturas deve continuar, com uma banca semanal e com panfletos de massas, uma banca que pelo menos uma vez por semana seja garantida com a presença de Luciana.

22) Com tantas atividades, uma das maiores debilidades que temos tido é a formação política. A revista do MES – fizemos duas este ano- foram em pouca quantidade e sobretudo irregulares. Os cursos são exceções, como o realizado pela juventude e o que foi feito para os metroviários. A formação se restringe aos documentos que temos feito para aportar nos debates do P-SOL, a estas poucas revistas e às iniciativas internacionais como a da Venezuela e Argentina. Mesmo assim, nem todos se apropriam destes acúmulos porque muitas vezes o dirigente não o consegue socializar ou por falta de instrumento. No interior é mais grave pela falta de oportunidade de participar de eventos, como o feito com Roland Dennis em Porto Alegre. Não há uma política específica estadual de formação do MES. Este problema terá que começar a ser revertido. Nesse sentido tem importância determinante a revista. Também no terreno da formação temos que ver como avançamos. Temos que aproveitar os textos clássicos, o acúmulo dos cursos sindicais que têm sido dado, os cursos da juventude, o livro sobre o governo Lula e a experiência do PT. Temos materiais para avançar numa equipe de formação. Temos que definir quem fará parte dela. Também como formação vale a pena palestras amplas, vide a experiência dos colóquios do CPERS

23) Na construção, faz falta informação, formação e politização dos militantes e quadros. Nesse sentido temos que ter instrumentos, além de cursos e palestras. Esse, repetimos, é o papel da revista mensal e cremos ser necessário uma circular quinzenal, assim como a divulgação impressa do boletim do mandato de Luciana, um trabalho sistemático feito pelo própria deputada e a jornalista do gabinete em Brasília. O material do mandato impresso e sua distribuição ficariam a cargo da equipe organizativa, com base em Etevaldo e Henrique e a circular na equipe Israel e Bernardo. Por último, além de seguirmos nossos esforços para o jornal nacional mensal do P-Sol, que depende da concordância de outras forças, vale a pena subsidiar minimamente o boletim “Leitura Popular”, editado por alguns companheiros do movimento popular do P-SOL que tem servido para nosso trabalho aí e pode servir bem mais.

24) Para avançar na formação dos militantes e dos quadros a direção deve ser impulsora do debate, educar no sentido do espírito crítico e ao mesmo tempo com o critério militante, isto é, valorizando o trabalho prático, não apenas a discussão, mas dando estímulo, não vetando o debate, dando canal para as dúvidas, as críticas e as diferenças. Às vezes a tendência dos dirigentes é de evitar a discussão, e isso é uma demonstração de insensibilidade e de debilidade política, fator promotor da insegurança, debilidade esta que a tentativa de bloquear as críticas apenas intensifica, enfraquecendo ainda os alicerces e os cimentos da corrente, os militante e quadros que acabam não se sentindo a vontade para expressar em bom clima suas posições. Temos que dar viva aos debates, o que não significa deixar de ser construtivo, nem muito menos dar vivas a diletância e a fraseologia.

25) Com o objetivo de discutirmos todas estas questões de construção necessitamos a realização de uma plenária de quadros em Porto Alegre, com a presença de quadros fundamentais do

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interior. Deve servir para começarmos a discussão de um plano de construção do MES e do P-SOL. Será importante que todos os presentes façam a exposição do que estamos atendendo. Com isso será socializado como já estamos inseridos em muitos setores e como temos muitos espaços ainda. A partir daí e de uma avaliação de como estamos, devemos ir armando algumas linhas gerais do plano. Em Porto Alegre e grande Porto Alegre, devemos atender os seguintes trabalhos: professores de Porto Alegre e região, sindicaixa, universitários ( quais universidades), secundaristas, saúde, metroviários, Viamão, Canoas, Gravataí, Esteio, Bairros como Rubem Berta, Cruzeiro, Restinga, Centro, Glória, Vila Nova. Alguns destes trabalhos já estão sendo atendidos por integrantes da direção, como é o caso da saúde, Canoas, universitário. Mas devemos fazer o plano claro e procurar ter metas de quantos reuniremos, quantos cotizarão, quantos núcleos serão animados a partir do MES. O exemplo do núcleo dos bairros é importante. O MES tem um núcleo no qual reunimos seis companheiros. Destes seis, todos tem potencial de dirigir um trabalho de bairro do P-sol, melhor ou pior, com mais inserção ou menor. Temos três que são moradores de bairros mais populares onde atuam e se pode avançar. Podem ser reforçados pelos outros três que estão de fora, que já acompanham o núcleo do P-SOL do centro e da Cidade baixa. As condições para três núcleos do P-SOL, além do núcleo da Cidade Baixa, estão postas. Há outros companheiros que moram em bairros e fazem trabalho em bairros que não estão no núcleo. Pelo menos é o caso de dois quadros em potencial, um da juventude e outro de professores. Incorpora-los neste núcleo, além de uma decisão política prévia neste sentido, deve implicar uma mudança dos dias das reuniões para os sábados, porque durante a semana é inviável para tal ampliação. Estes são apenas exemplos.

26) Para avançar no plano, em cada frente devemos elaborar planos concretos. Algumas indicações podem sair de uma plenária geral. Uma delas, por exemplo, é a realização de plenárias políticas e de construção em regiões da cidade. Neste sentido a experiência do núcleo primeiro de maio é boa: reúne o pessoal do centro e da cidade baixa. O MES tem respondido a este núcleo com os companheiros que estão no trabalho de bairros, justamente as companheiras que vivem na cidade baixa e que ajudam a animar o trabalho popular. Nossa intervenção neste núcleo era muito fraca e tem melhorado. O certo é que no trabalho de bairros necessitamos discutir uma nova inserção de quadros para tomar estes trabalhos. Temos alguns companheiros que estão agora envolvidos com ocupações urbanas em Viamão e devemos apostar na especialização de quadros nestas lutas, mas ao mesmo tempo precisamos discutir quais quadros se inserem em bairros populares.

27) Precisamos discutir quais sindicatos tomamos – contatos, aproveitando nossa parlamentar e nosso membro da Executiva Nacional do P-SOL, mas não somente eles, para estreitar laços, informar, avançar na colaboração mútua. Como atendemos o interior e em particular o desafio da eleição do CPERS no ano que vem, para o qual devemos discutir já um plano de intervenção. Discutir, por exemplo, se vamos ter uma política pesada para tentar deslocar a DS e uma parte do Pó de Giz, o que significa conceder tanto na formação da chapa quanto na relação política com eles atualmente, além de precisar a plataforma capaz de unir, plataforma que poderíamos, hoje, resumir em autonomia do sindicato tanto em relação ao governo federal quanto ao governo estadual.

28) Mesa de quadros da juventude, um organismo que tem dado certo. Teremos que discutir como atuamos nas entidades estudantis, fortalendo os cursos nas universidades, utilizando os intelectuais, etc. Seguir as plenárias do CPERS mensais, ter um organismo estadual de quadros do MES, reunindo pelo menos todos os que dirigem núcleo ou estejam abrindo algum trabalho

29) Finalmente, no terreno das finanças, vale dizer que avançamos muito em ter um sólido trabalho na admistração das finanças, mas estamos totalmente dependentes das verbas parlamentares. Embora não tenhamos condições de superar esta questão, devemos começar a avançar na arrecadação de apoiadores, começando com a lista de colaboradores especiais e chegando aos militantes com a cotização.

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2. Planos e Metas

À luz desses elementos, é necessário colocar-nos a tarefa de elaborar um Plano de construção que envolva o conjunto do MES, obviamente, com a preocupação de construção do PSOL.

Um Plano que leve em conta o balanço de nossas atividades desde a ruptura com o PT, nossas debilidades e avanços. Em médio prazo o plano deve dar conta da campanha da legalidade, a preparação do dia 25 de novembro e o Fórum Social Mundial, porém em longo prazo é preciso pensar quais são os setores mais dinâmicos na atual conjuntura e quais se relacionam conosco e tem possibilidade de crescimento partidário. E, por outro lado como poderemos organizar nossa corrente a fim de consolidar os que já estão conosco, qualificar os quadros e avançar no crescimento.

Sindical

Acreditamos que o espaço em sindical existe e é possível crescermos, abrindo novos trabalhos. Para isso, queremos propor organizar uma direção sindical, através de um CZ sindical do qual façam parte Érico, Neida, Etevaldo e incorpore a Ceres.

Além disso, queremos discutir o giro de dois companheiros da juventude – Gilvandro e Ronald – para o sindical. No caso de Gilvandro, nossa proposta é que ele tente entrar no judiciário através de concurso, já que ele já trabalha nesta área. Há também a possibilidade de Estevan ser chamado no BB, o que também poderia significar um giro gradual para o sindical, já que o companheiro é do DCE da UFRGS.

Em relação ao partido, achamos necessário construir uma plenária sindical periódica que tenha uma comissão sindical que também permita ter política para atrair outros setores que não sejam do MES, além de tentar articular uma política para a área sindical.

Temos um forte trabalho no CPERS e temos que ter como política mínima nos manter nos núcleos em que estamos. Aí temos que ver em quantos mais podemos ampliar trabalho, além de ver a política das eleições. Neida seguirá sendo responsável pelo trabalho.

No Metrô e na Saúde (ver informe anexo) temos que seguir consolidando o trabalho, com Etevaldo atendedo.

Para o ANDES regional temos que ter política, incorporando a Ceres, e tendando organizar núcleos do partido nas universidades.

Temos o trabalho do Sindicaixa que Érico atende e temos que ver se montamos um núcleo do PSOL. Além disso temos que ver como atendemos de forma mais sistemática a Associação dos pilotos da VARIG, vendo se é possível ter política para o sindicato dos aeronautas. Por fim temos contatos em Bancários que também via o CZ se deve atender.

Por último temos o trabalho de comerciários de Santa Cruz que terá eleições em 2005.Como PSOL ainda temos Sindisprev, Unafisco e Municipários que temos que ver como

acompanhar. Entendemos, ainda, que temos que ter uma política de formação, não só para os sindicatos,

mas para nossa base. Temos que retomar a idéia do jornal sindical.

Juventude

Um dos setores que se apresentam como mais dinâmicos é a Juventude.Desde o início do ano com a batalha de Salvador, majoritariamente secundarista, passando

por Fortaleza e Floripa, e particularmente após o anúncio da contra-reforma universitária do Governo Lula, a juventude universitária, a capacidade de luta e a possibilidade de crescimento do PSOL neste setor, é clara como a água.

Porém, nenhum crescimento se dá sem metas, ou pelo menos nenhum crescimento qualitativo. Um Plano para a Juventude deve passar necessariamente por uma atenção especial com o Movimento estudantil atendendo os DCEs que dirigimos (UFMG e UFRGS no caso do MES) para que sejam instrumentos de luta eficazes e verdadeiros bastiões do PSOL, deve passar também pela construção de uma juventude internacionalista, e, por isso, a atuação no Fórum Social Mundial é fundamental. Fortalecendo a rede que estamos construindo ao redor da política

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de reagrupamento e da Revista Movimento. Além disso, devemos ter a preocupação de crescimento do PSOL, com relação com outros grupos e novas possíveis rupturas com o PT como é o caso dos companheiros da APS de Porto Alegre (Mov. Metamorfose). Isso passa por uma tática audaz para o próximo Congresso da UNE, para que possamos construir uma delegação em torno de 100 estudantes identificados com a luta contra a reforma (temos que discutir o problema do ENAD, o novo provão. Essa é uma questão concreta que se estenderá para além do período de tramitação da Reforma Universitária) e pela superação da UNE, tendo uma política com um vetor claro pela ruptura, e discutido qual o tempo certo.

Os problemas que enfrentamos na Juventude, precisam de dois remédios:

1. Organicidade: que significa fortalecer os organismos de direção e qualificar os quadros e militantes de base, para que se formem novas direções. Isto passa por uma política de Finanças que esteja estruturada em três eixos: a) regularização das cotizações; b) a instituição da Pré-filiação ao PSOL, com desconto através de boleto bancário de colaboradores com meta por militante de conseguir colaboradores e; c) a venda de materiais. Além disso, é preciso pensar no crescimento estabelecendo metas de captação por cidade e frente de atuação.

2. Formação Política: que significa ter imediatamente um coletivo que se responsabilize por produzir cursos de formação, dado que na juventude este é um elemento importante de captação, qualificação, consolidação e construção de novas direções. Este coletivo poderia ser formado pelos companheiros Bernardo, Gilvandro Pedro e Marcus e teria responsabilidade de organizar cursos não só internos, mas também externos para sindicatos etc.

Em relação às metas para a juventude queremos apresentar como uma primeira proposta para ser discutida as seguintes tarefas (que combinam tarefas partidárias e de movimento):

Universitário POA – Garantir uma boa política para o DCE da UFRGS. Avançar o trabalho em diversos DAs, abrindo trabalhos na ESEF, Agronomia, Bio, DACOM, Geografia e seguir nas Ciências Sociais e História. Em relação ao partido organizar um segundo núcleo do PSOL na FABICO. Acreditamos com este plano ser possível reunir 50 militantes na UFRGS.Na FAPA queremos consolidar o trabalho, vendo incluisve a possibilidade de disputar o DCE. Reunir 10 militantes. Na Unilasalle, garantir a existência de um núcleo do partido. Consolidando e avançando nesse trabalho, cremos que poderemos ter uma delegação de 100 delegados para o próximo ConUNE, momento importante para afirmação de nosso projeto partidário.

Periferia POA – Garantir a existência de um trabalho, que hoje conta com 6 militantes e temos que ver que meta nos colocamos.

Secundaristas – Acreditamos que temos espaço para construir um trabalho forte em secundaristas. Para isso achamos necessário reforçar com a vinda de um quadro de Pelotas. No caso, propomos que Fabrício venha para POA, e seja responsável pelo trabalho em secundaristas. Nossa meta aí é termos um movimento/partido que reúna 20 pessoas (hoje temos 3, o que significa que queremos apostar em um salto).

Pelotas – Estamos na disputa do DCE, ganhando ou não temos que aprofundar nossa participação na universidade. Temos que organizar a entidade municipal dos secundaristas, já que já dirigimos e temos trabalho nas principais escolas da cidade. Queremos ver se passamos dos atuais 20 militantes para 50 militantes. Combinado com isto, o desafio na cidade é ver se podemos abrir algum trabalho sindical.

Rio Grande – temos que organizar o trabalho no DCE e ver se podemos abrir o trabalho em secundaristas, via o DCE. Nossa meta é passar dos atuais 7, para 15 militantes.

Santa Cruz – Temos um excelente espaço, mas temos uma deficiência que é estruturar o trabalho na base. Entendemos que é necessário a incorporação de Passine no acompanhamento cotidiano. Nossa meta também é organizar 15 militantes.

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Ijuí – nossa tarefa de movimento é abrir trabalho em CAs. Além disso queremos dobrar nossa militância de 5 para 10 companheiros.

Novo Hamburgo – abrir e efetivar um núcleo, reunindo pelo menos 3 militantes. Gravataí – Temos trabalho na ULBRA e podemos abrir o trabalho em secundas.

Acompanhar Tanesse para avançar no trabalho, também dobrando o número de militantes, dos atuais 5 para 10.

Santa Maria – Nossa meta é abrir o trabalho, via a influência dos outros DCEs que temos no estado.

Entendemos que para organizar estas tarefas, entendemos que é necessário organizar o trabalho na Juventude, principalmente coerentizando a direção. Propomos o funcionamento semanal de um CZ da juventude, sendo que 1 vez por mês essa reunião contaria com a presença de um representante por cidade como mínimo, garantindo uma mesa de quadros, experiência que já tem sido feita e que tem sido positiva.

Além disso temos que organizar as finanças da juventude, para podermos garantir esse trabalho, os dois atuais profissionais que temos (Bernardo e Israel) e a incorporação de Fabrício. Para tanto, propomos que a juventude se autofinancie com uma arrecadação mensal de 3 mil reais. Isso não é impossível. Se atingirmos essas metas, contaremos com 170 militantes. Se cada um conseguir uma cotização (sua ou de alguém) de 10 reais, já garantimos 1700 por mês. O resto podemos garantir via a venda de materiais, além de campanhas financeiras permanentes – festas, pedágios, etc, etc.

A proposta, por fim, é o giro de Henrique que poderia cumprir um papel importante na juventude, reforçando o trabalho e ajudando a organizar a direção e garantir o operativo financeiro.

Bairros

Se quisermos ser um partido com influencia em setores de massas, precisamos organizar fortes trabalhos populares. Neste sentido, necessitamos implantar núcleos do PSOL em diversos bairros, além de organizar, ou melhor, transformar a atual célula de vários em célula de bairros, incorporando outros companheiros que fazem trabalhos em bairros nessas reuniões. Com a ida de Henrique para a juventude, a proposta é que Édson gire para essa célula, sendo responsável por, junto com os companheiros de cada bairro, organizar os núcleos do partido.

Temos que avaliar a possibilidade de organizar uma setorial de movimentos popular do PSOL ou algo pelo estilo, para que possamos aglutinar em torno de algum fórum as organizações de bairro do partido.

Interior

Além dos trabalhos do CPERS e de Juventude que já contemplam boa parte do trabalho no interior, temos o caso de Caxias que temos que ver quem atende. Além disso, em 2005 temos que garantir visitas da Luciana pelo estado, além de garantir a edição de um bom e ágil Boletim do Mandato, garantindo o atendimento às diversas atividades.

Ainda temos o caso da região metropolitana, onde podemos avançar nos trabalhos em Canoas e Alvorada e organizar Guaíba, Viamão, Esteio. Nossa proposta é que um quadro seja responsabilizado para essa tarefa, no caso, Israel, que, conseqüentemente, sairia da juventude.

Finanças

Por último, mas não menos importante é a política de finanças. Não poderemos fazer avançar o partido se não temos uma política de finanças.

Está claro que podemos avançar na cotização de forma decidida. Para isso, o débito automático será uma das formas de arrecadação. Mas além disso, é necessário discutir compromissos de cada militante para pedir a outras pessoas que cotizem. Assim, podemos alcançar uma entrada de uns 4 mil por mês.

Temos que garantir alguns materiais para a venda. Nossa proposta é que façamos bótons, calendário e camiseta para o Fórum Social Mundial. Além disso, temos que controlar a saída dos materiais através do pagamento com cheque pré-datado.

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A equipe de formação política, descrita no ponto de juventude, é na verdade a responsável por também elaborar cursos para os sindicatos e movimentos, o que pode significar uma outra fonte de renda.

Por último, a empresa de publicidade que montamos deve funcionar, para isso, temos que discutir com os movimentos, sindicatos e entidades em que atuamos como se pode fazer campanhas e peças publicitárias. Não é difícil conseguir levantar 10 mil por mês através da empresa. Principalmente se montamos um pequeno estúdio de gravação que possa produzir comerciais para TV (o custo seria de uns 30 mil, que poderiam ser financiados). Com isso, além das peças impressas, poderíamos criar campanhas televisas, além de produzir cursos políticos (ou atualizar) e também vende-los comercialmente.

Tudo isso para podermos organizar o partido e pensarmos na abertura de sede no estado. O prioritário é ter uma boa sede estadual em Porto Alegre. Mas para o médio prazo temos que pensar em abrir sedes em outras cidades. A princípio listamos três – Pelotas, Passo Fundo e Santa Cruz – mas temos que avançar em outras cidades.

ANEXO

NÚCLEO DA SAÚDE

No dia 1° de dezembro ocorrerá às eleições para ASERGHC (Associação dos servidores do grupo Hospitalar Conceição), depois do SINDISAÚDE é principal organização dos trabalhadores nesta área. Hoje o grupo tem 6 mil funcionários divididos nos três hospitais, ou seja, Conceição sendo principal, Cristo Redentor e o Femena. Em relação ao atendimento ao público representa em torno de 40% do Estado, e 60% em relação a Porto Alegre. Estes elementos demonstraram a importância desta organização dos trabalhadores, que possivelmente continue sendo um contraponto à direção do Sindicato ligada ao PT e a Articulação Sindical. A entidade é historicamente reconhecida por cumprir um papel de mobilização, mais parecido com um Sindicato.

Tanto se confirma o exposto acima, que deve concorrer nestas eleições 4 chapas: PSOL e Independentes; Atual Presidente ligado a Articulação Sindical; Uma chapa da Direita; Chapa da Administração do PT com apoio velado da direção do sindicato.A nossa Chapa, depois de aproximadamente dois meses discussão após as eleições do

SINDISAÚDE, conseguimos manter a base da chapa 1. Entretanto, agora estamos numa situação qualitativamente melhor, pois entramos com militantes que aderiram ao partido. Em primeiro lugar, o companheiro Arlindo que é o candidato a presidente, reconhecidamente por todos o principal nome, a companheira Soraya que trabalha no Femena, ex- militante da DS, e agora é candidata no departamento de divulgação, e o terceiro nome a companheira Adriana, trabalha no Cristo Redentor e é candidata na tesouraria, além disso temos uma boa área de influência. Também aderiu ao partido a companheira Maria Rita, médica e ex-militante do PT com ligações históricas do PRC, e família genro.

Hoje estes companheiros são a base de construção do partido, assim como dinamizaram a formação da chapa, e estão com todo o gás, debatendo política no sentido o que representa o PSOL estrategicamente, e ao mesmo tempo fazendo o trabalho sindical.

Saliento que este trabalho tem nossas disputas dentro da chapa, particularmente com um setor de independentes que com a política do PT, não vem para o partido e acaba indo para direita.

Organização para eleiçõesA chapa decidiu pelo seguinte nome: UNIÃO E LUTA!1 jornal geral – apoio, uma parte já está garantido, mas precisa de apoio de sindicatos3 panfletos – Sindisprev Adesivos – Maria Rita Camisetas – Buscar apoioDiagramação – Henrique Maffei