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1 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PARTE 1: ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO PREFEITURA MUNICIPAL DE ARAMBARÉ ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL AGOSTO 2012

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

PARTE 1: ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

PREFEITURA MUNICIPAL DE ARAMBARÉ

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

AGOSTO

2012

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1 APRESENTAÇÃO

O saneamento básico é um serviço público, acesso deve ser garantido de forma universal e

integral. Com as diretrizes para o saneamento básico definida na Lei Federal n° 11.442/2007, a sua

visão é ampla e integrada, entendendo como saneamento básico o conjunto dos serviços e instalações

de abastecimento de água, esgotamento sanitário e o manejo de águas pluviais urbanas. Sabendo que

o município possui uma população atual de 3.693, segundo o último censo de 2010.

Considerando a abrangência do Saneamento Municipal (Lei 11.445/2007), o Saneamento Básico

no perímetro urbano é constituído por:

a) abastecimento de água potável – fornecido pela CORSAN;

b) esgotamento sanitário – formado por sistemas unitários residenciais e comerciais, alguns

pontos coletados em rede mista sem tratamento final e sistema com Estação de Tratamentos de

Efluentes (ETE’s);

No meio rural o abastecimento de água é realizado, basicamente, através de poços artesianos.

2 FUNDAMENTAÇÃO

O Saneamento básico é um conjunto de procedimentos adotados numa determinada região que

visa proporcionar uma situação higiênica saudável para os habitantes.

Entre os procedimentos do saneamento básico, podemos citar: tratamento de água, canalização

e tratamento de esgotos, limpeza pública de ruas e avenidas, coleta e tratamento de resíduos orgânicos

(em aterros sanitários regularizados) e matérias (através da reciclagem). Com estas medidas de

saneamento básico, é possível garantir melhores condições de saúde para as pessoas, evitando a

contaminação e proliferação de doenças. Ao mesmo tempo, garante-se a preservação do meio

ambiente.

Sendo assim, a universalização do acesso ao saneamento básico com quantidade, igualdade,

continuidade e controle social é um desafio que o poder público municipal como titular destes serviços,

deve assumir como um dos mais significativos para promover a inclusão social dos munícipes.

Com o intuito de estabelecer a Política Municipal de Saneamento Básico em consonância com a

Lei Nacional de Saneamento Básico (Lei Federal n° 11.445/2007), em termos das funções do Poder

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Público no exercício da titularidade dos serviços de saneamento básico, o presente Plano Municipal de

Saneamento Básico tem como objetivo o estabelecimento das diretrizes mínimas necessárias para a

implantação da Política Municipal de Saneamento Básico do Município de Arambaré, abrangendo os

quatro componentes: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e

drenagem urbana.

O presente Termo de Referência será fundamentado na Lei acima citada e ainda:

Lei Federal n° 10.257/2001 – Estatuto das Cidades

Lei Federal n° 107/2005 – Lei dos Consórcios Públicos

Lei Federal n° 8.080/1990 – Lei Orgânica da Saúde

Lei Federal n° 9.433/1997 – Política Nacional de Recursos Hídricos

Lei Federal n° 11.124/2005 – Lei do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social

Lei Federal nº 12.305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Portaria n° 518/2004 do Ministério da Saúde e Decreto n° 5.440/2005 – Que respectivamente,

definem os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle da qualidade da água para o

consumo humano, e os mecanismos e instrumentos para a informação ao consumidor sobre a

qualidade da água.

Resolução Recomendada n° 75 de 02/07/09 do Conselho das Cidades, que trata da Política e do

conteúdo Mínimo dos Planos de Saneamento Básico.

Resoluções n° 25 e n° 34 de 2005 do Conselho das Cidades, sobre a participação e controle

social na elaboração e acompanhamento do Plano Diretor do Município.

Resolução CONAMA n° 307/2002 – Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a

gestão dos resíduos da construção civil.

Resolução CONAMA n° 283/2001 – Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos

dos serviços de saúde.

Resoluções e outras definições dos conselhos de saúde, de meio ambiente, de recursos hídricos

que impactam a gestão dos serviços de saneamento básico.

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Decreto Regulamentar n° 7.217, de 21 de junho de 2010, principalmente na questão da

participação social no planejamento do PMSB.

Lei Municipal nº 527/2002 – Autoriza o Executivo Municipal a celebrar contrato com a

Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN, para a realização de obras de abastecimento

d'água na cidade de Arambaré e concessão da exploração dos serviços respectivos.

3 OBJETO

O presente Plano visa a execução da Política Municipal de Saneamento Básico (PMSB), a qual

será constituída de ferramentas de planejamento e gestão para a melhoria das condições ambientais e

da qualidade de vida da população arambarense.

Compreende a formulação da Política Municipal com suas diretrizes, definição de sistema e

modelo jurídico institucional, edição de leis e regulamentos.

Os serviços objeto do PMSB compreendem:

a) Sistema de Abastecimento de Água: constituído pelas atividades, infraestrutura e instalações

necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a adução até as ligações prediais e

respectivos instrumentos de medição;

b) Esgotamento Sanitário: constituído pelas atividades, infraestrutura e instalações operacionais

de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados de esgotos sanitários, desde as ligações

prediais até o lançamento final no meio ambiente;

4 OBJETIVOS BÁSICOS

A Lei Federal n° 11.445/2007 e o Decreto Regulamentador n° 7.217/2010 visam dotar o

município de uma Política de Saneamento Básico e o Gestor Público Municipal de instrumento de

planejamento de curto, médio e longo prazo, que atenda as necessidades presentes e futuras de infra-

estrutura da cidade preservando principalmente as condições de salubridade para o habitat humano,

preservação do meio ambiente, a saúde pública e a participação da sociedade.

A política de saneamento básico deverá:

a) definir as diretrizes e princípios para os serviços de saneamento básico;

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b) definir modelo de sistema jurídico institucional e os instrumentos de gestão dos serviços; a

forma de sua prestação, as condições a serem observadas nos contratos de prestação, concessão ou

de programa, inclusive as hipóteses de intervenção e de extinção e retomada dos serviços; os

parâmetros de qualidade e eficiência do uso racional dos recursos naturais e as metas de atendimento;

c) estabelecer as condições para a articulação institucional dos atores e da gestão dos serviços

considerando os quatro componentes do saneamento básico;

d) definir as normas de regulação e constituir ou designar o ente responsável pela regulação e

fiscalização, bem como os meios para a sua atuação;

e) estabelecer as condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico financeiro dos serviços,

incluindo o sistema de cobrança, a composição e estrutura das taxas e tarifas, a sistemática de

reajustes e revisões e a política de subsídios;

f) estabelecer os parâmetros, as condições e responsabilidades para a garantia do atendimento

essencial da saúde pública;

g) estabelecer garantias e condições de acesso de toda a população à água, em quantidade e

qualidade que assegurem proteção à saúde, observada as normas relativas à qualidade da água para o

consumo humano, bem como a legislação ambiental e de recursos hídricos;

h) fixar os direitos e deveres dos usuários, observadas a legislação, em particular o Código de

Defesa do Consumidor (Lei Federal n° 8078/1990) e o Decreto n° 5440/05;

i) instituir fundo de universalização dos serviços de saneamento básico, estabelecendo as fontes

de recursos, sua destinação e forma de administração, conforme disposto no Art.13 da Lei Federal

n°11.445/2007;

j) estabelecer os instrumentos e mecanismos para o monitoramento e avaliação sistemática dos

serviços, por meio de indicadores para: aferir o cumprimento de metas; a situação de acesso; a

qualidade, segurança e regularidade dos serviços; e os impactos nas condições de saúde e na

salubridade ambiental;

k) instituir o sistema de informações sobre os serviços articulado ao Sistema Nacional de

Informações em Saneamento (SNIS);

l) estabelecer os instrumentos e mecanismos que garantam acesso a informação e a

participação e controle social na gestão da política de saneamento básico, envolvendo as atividades de

planejamento, regulação, fiscalização e avaliação dos serviços, na forma de conselhos da cidade e

similares com caráter deliberativo;

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m) estabelecer mecanismos de cooperação com outros entes federados para a implantação da

infraestrutura e serviços comuns de saneamento básico;

n) prever mecanismos capazes de promover a integração da política de saneamento básico com

as políticas de saúde, meio ambiente, recursos hídricos, habitação e outras que lhe sejam correlatas;

5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

São objetivos específicos:

a) promover a saúde dos munícipes, a qualidade de vida e a preservação do meio ambiente;

b) organizar a gestão e estabelecer as condições para prestação dos serviços de saneamento

básico;

c) garantir a todo cidadão serviços de qualidade sem interrupção;

d) garantir ao Município o acesso às fontes de recursos do governo federal por meio dos

diferentes programas de investimentos nas modalidades de financiamento, transferência de recursos,

capacitação ou cooperação técnica de forma a garantir a exequibilidade das ações planejadas na sua

Política de Saneamento Básico, implantada e regulamentada pelo governo municipal;

e) atender aos objetivos da Política de Saneamento Básico (Cap.II, Lei Federal n° 11.445/2007).

6 METODOLOGIA

A metodologia de elaboração deste PMSB garante a participação social, atendendo ao princípio

fundamental do controle social previsto na Lei Federal nº 11445/2007, sendo assegurada ampla

divulgação do plano de saneamento básico e dos estudos que a fundamente inclusive com a realização

de audiências e/ou consultas públicas (§ 5º, do art. 19).

O Plano Municipal de Saneamento Básico foi elaborado obedecendo-se as etapas descritas

abaixo:

1. Diagnóstico da Situação do Saneamento Básico;

2. Prognósticos e as alternativas para à universalização;

3. Programas e projetos;

4. Ações para emergências e contingências;

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5. Mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência, eficácia e efetividade

das ações do PMSB;

6. Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico;

7. Aprovação do PMSB.

6.1 Coordenação

O Poder Público Municipal nomeou através da XXXXX, o Conselho Gestor para a elaboração do

Plano Municipal de Saneamento Básico.

6.2 Comitês Auxiliares

Será constituído por membros da administração com função diretiva e com representação dos

Conselhos Municipais, do Legislativo e de entidades representativas da sociedade, e está assim

formado:

Representantes do Poder Executivo:

1) Secretaria da Administração

2) Secretaria Saúde e Meio Ambiente

3) Secretaria da Agricultura;

4) Secretaria da Educação;

Representantes da Sociedade Civil:

1) ACAR - Associação Comercial de Arambaré;

2) ;

3) EMATER;

4) CORSAN;

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7 PARTICIPAÇÃO SOCIAL

A participação social dar-se-á por:

a) participação direta da comunidade por meio de apresentações, debates, pesquisas e qualquer

meio que possibilite a expressão e debate de opiniões individuais ou coletivas, apresentando caráter

democrático e participativo, considerando sua função social;

b) participação direta em atividades como audiências públicas, consultas, conferências e

seminários, ou por meio de sugestões ou alegações, apresentadas por escrito;

c) sensibilização da sociedade para a responsabilidade coletiva na preservação e conservação

dos recursos naturais;

d) estímulo aos segmentos sociais a participarem do processo de gestão ambiental.

7.1 Metodologia das plenárias

A metodologia das plenárias utilizará instrumentos didáticos com linguagem apropriada,

abordando os conteúdos sobre os serviços de saneamento básico devendo:

a) promover o conhecimento por parte da população sobre os sistemas e serviços;

b) avaliar os diagnósticos apresentados;

c) aprofundar o conhecimento da realidade local e avaliação dos serviços nos bairros, por parte

da população;

d) colher contribuições e propostas da população.

9 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO DE ARAMBARÉ

Inicialmente chamava-se "Barra do Velhaco”, por estar situada na Foz do Arroio Velhaco. Em 1938

passou a denominar-se "Paraguassu" e, em 1945, adotou o nome de "Arambaré", que quer dizer "o

sacerdote que espalha luz". Nesta localidade, conhecidas desde os tempos coloniais de 1714 moravam

índios com costumes especiais - pescadores e comerciantes de peles que tinham mãos e pés bem

desenvolvidos.

Eram os índios Arachas, também conhecidos como Arachanes, que na língua tupi significa "patos". Por

volta de 1763 casais açorianos vindos para o sul estabeleceram-se na margem esquerda do estuário do

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Guaíba e na margem direita da Lagoa dos Patos, fundando fazendas e charqueadas até o rio Camaquã.

Desde essa época, os habitantes do então distrito de Arambaré uniram-se na busca do

desenvolvimento através da agricultura, da pecuária e, sobretudo pelo grande potencial turístico e pela

beleza natural da localidade, emancipada em 1992 do município de Camaquã e de parte do município

de Arambaré.

O município de Arambaré é conhecido como a “Capital das Figueiras”, com a maior concentração de

figueiras no Estado. Árvores frondosas e majestosas que atingem até 50m de diâmetro.

ASPECTOS FÍSICOS E GEOGRÁFICOS

9.1 Localização

O Município de Arambaré está localizado na região Centro-Sul do Estado do Rio Grande do Sul,

microrregião de Camaquã, mesorregião metropolitana de Porto Alegre, entre as coordenadas de latitude

-30,6° sul e a uma longitude -51,6º oeste. Localizada nas margens da Lagoa dos Patos, a uma distância

de 155 km da capital, via BR 116 e RS 350. A ligação da BR 116 ao município é feita por estradas

"ensaibradas" de boa qualidade e continuamente reparadas. Vide anexo 1.

Distante 156 km da capital gaúcha, possui uma área de 519 km², representando 0.1931% do estado,

0.0921% da região e 0.0061% de todo o território brasileiro. Arambaré é uma cidade tranquila, e sua

população de acordo com dados estimados para 2007 do IBGE é de 3.825 habitantes, onde cerca de

70% residem na zona urbana (FAMURS). O município de Arambaré situa-se a uma altitude média de 5

m acima do nível do mar.

A principal atração do município é a natureza. A combinação de água doce, rios e riachos, areia branca

e sombra das figueiras, dá uma característica especial às praias, motivo de atração de turistas que

desejam desfrutar seu lazer com tranquilidade e segurança.

O município de Arambaré apresenta as seguintes confrontações:

Ao Norte: Tapes

A Leste: Lagoa dos Patos

A Oeste/Sul: Camaquã

9.2 Solo

O solo é um recurso natural, lentamente renovável, encontrado em diferentes posições de paisagens,

formado pela ação do clima e dos organismos vivos agindo sobre o material de origem, ao longo do

tempo, sendo modificado pela ação humana. O solo está presente em todas atividades humanas e seu

uso racional, economicamente viável e ambientalmente sustentável, exige um conhecimento prévio de

suas características e limitações.

O solo é um recurso natural que sustenta a flora e fauna, a agricultura, a pecuária, o armazenamento da

água e as edificações do homem. Além de ser um meio insubstituível para a agricultura, é também um

componente vital do agroecossistema no qual ocorrem processos e ciclos de transformações físicas,

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biológicas e químicas. Sem a perturbação das suas características naturais, pode funcionar como um

filtro melhorando a qualidade da água. Mas por outro lado, quando o solo for mal manejado e receber

grande aporte de resíduos indesejáveis, num curto espaço de tempo poderá degradar todo o

agroecossistema.

Conforme classificação da EMBRAPA-1999 observa-se no território de Arambaré basicamente dois

tipos de solos: Guaíba e Pelotas.

O solo caracterizado como Guaíba, Neossolo Flúvico (RU), é pouco desenvolvido, rasos ou profundos,

encontrados nas mais diversas condições de relevo e drenagem, apresentando o horizonte A situado

sobre sedimentos fluviais estratificados.

O solo tipo Pelotas, Planossolo Hidromórfico eutrófico solódico (SGe 3), caracteriza-se por serem mal

drenados, encontrados em várzeas, com relevo plano e suave ondulado, apresentando perfil com

sequencia de horizontes A-E-Bt-C, com horizonte A geralmente de cor escura e o horizonte E de cor

clara (tipo E álbico), ambos de textura mais arenosa, com mudança súbita para o horizonte Bt (que é do

tipo plânico) bem mais argiloso, de cor cinzenta com ou sem mosqueados vermelhos e/ou amarelos.

Estes solos geralmente têm alta saturação por bases (> 50%), sendo, portanto eutróficos.

Os planossolos são, geralmente, aptos para o cultivo de arroz irrigado e, com sistemas de drenagem

eficientes, também podem ser cultivados com milho, soja e pastagens. O fundo dos canais B, mais

argiloso para evitar o solapamento das paredes.

O solo não é importante somente para a produção de alimentos, mas também, que exerce uma

multiplicidade de funções, como a regulação da distribuição, escoamento e infiltração da água da chuva

e de irrigação; armazenamento e ciclagem de nutrientes para as plantas e outros elementos além de

ação filtradora e protetora da qualidade do ar e da água. Como recurso natural dinâmico, o solo é

passível de ser degradado em função do uso inadequado pelo homem. Condição em que o

desempenho de suas funções básicas fica severamente prejudicado, acarretando interferências

negativas no equilíbrio ambiental, diminuindo drasticamente a qualidade de vida nos ecossistemas,

principalmente naqueles que sofrem mais diretamente a interferência humana como os sistemas

agrícolas e urbanos.

9.3 Uso e ocupação do solo

O principal uso do solo urbano é para fins de construção de domicílios residenciais e comerciais,

ocupando uma área de 308,74 ha entre a sede principal e o distrito de Santa Rita do Sul que

corresponde 44,4 % da área urbana. Enquanto que o município da uma ideia de turismo, o distrito

funciona como uma Agrovila, onde a maioria da população ali residente se dedica a atividade

agrossilvopastoril. A arborização urbana é bastante expressiva e com grande número de exemplares de

árvores nativas e exóticas, sendo que recebe especial atenção pelos administradores do município que

busca mantê-la e melhorá-la com o plantio de novos exemplares em ruas, praças, áreas verdes e

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bairros da cidade. Existem as praças e áreas verdes que ocupam o solo urbano melhorando o aspecto

da cidade, bem como extensos canteiros de flores embelezando a área urbana.

Por se tratar de um município com foco ao turismo, a arborização urbana e o aspecto urbanístico são de

relevante importância. Outro foco de importância é a presença de dunas dentro do município ocupando

uma área de 825,2 ha o que permite um forte apelo turístico.

Com relação à utilização do solo rural, atualmente quase na sua totalidade encontram-se sendo

cultivados com culturas anuais de verão, arroz, milho e mandioca. O restante distribui-se no

aproveitamento com pecuária, matas naturais, matas artificiais, açudes, banhados e áreas

inaproveitáveis.

Observa-se na carta de uso de solo que a área de mata nativa é de 2.043,9 ha, corresponde a menos

de 4% da área, isto ocorre porque a vegetação dominante na área não é a floresta, mas sim os campos,

representados como área de pouso, pois tratam-se de pastagens nativas, com alguma exceção, e isto

representa 37,17%

Outra característica peculiar do município é a presença de 1.731,3 ha de áreas alagadas, isto

representa 3,3% da área do município não contando com as extensões de rios, que são frequentes na

região.

A área considerada como de solo desnudo identifica, áreas que já foi cultivado o arroz, e recentemente

colhido uma vez que a imagem de satélite é do mês de abril época de finalização da safra de arroz.

Esta área somada a área de cultivo equivalem a 54% da área total do município. Vide anexo 2.

9.4 Clima

A região onde se insere o município de Arambaré apresenta baixa densidade de estações

climatológicas, situação esta que coloca algumas dificuldades à perfeita caracterização climática.

As classificações climáticas são métodos empregados na identificação e caracterização de tipos

climáticos, apresentando aplicações em várias áreas que dependem das condições ambientais.

Koppen, em 1936, propôs categorias climáticas com limites numericamente especificados

representando as fronteiras ecológicas de um número similar de categorias de vegetação em formações

vegetais, permitindo que áreas morfoclimáticas sejam divididas em subtipos regionais. A proposta de

Koppen constitui-se em parâmetros fixados em base à distribuição vegetal, usando, para tal fim,

elementos do clima que fornecem uma informação indireta do balanço de água, como a precipitação e

temperatura.

A variação das quantidades médias anuais de radiação solar recebidas pela superfície do

planeta é um dos principais condicionantes de seu clima. Somando-se a ela as influências do

movimento de rotação do globo terrestre, obtêm-se os principais mecanismos que regem a circulação

dos oceanos e da atmosfera, responsáveis pelos regimes meteorológicos, envolvendo temperatura,

precipitações, evaporação, ventos, ondas, correntes litorâneas, tempestades, etc.

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Este conjunto de fenômenos que caracterizam o clima de cada parte do planeta, nas mais

diferentes escalas, e é responsável por muitas das características geomorfológicas das regiões

costeiras. O clima controla as taxas de intemperismo e de erosão sobre os continentes e, através das

chuvas que condicionam o escorrimento superficial das águas, o transporte de seus detritos até as

linhas de costa. A região da Planície Costeira do Rio Grande do Sul apresenta, de acordo com Nimer

(1977), um clima mesotérmico brando, superúmido, sem estação seca.

Para a melhor caracterização do clima é oportuno a apresentação da variabilidade tópica de

distintos elementos climáticos, tais como a precipitação, temperatura, umidade relativa do ar,

evaporação, nebulosidade e insolação. O comportamento das variáveis climáticas depende da

disponibilidade de observações durante período suficientemente longo. Os dados relacionados foram

obtidos nas estações climatológicas com dados disponíveis mais próximas, sendo Encruzilhada do Sul

(1961 a 1990), Porto Alegre (1961 a 1990) e Pelotas (1971 a 2000) e foram apresentados no Estudo de

Impacto Ambiental do Sistema de Irrigação Velhaco, no Projeto Costa Doce (2007).

A classificação climática do Rio Grande do Sul, realizada por Moreno (1961), adotou o sistema

preconizado por Wladimir Koeppen, já que este permite que áreas morfoclimáticas gerais sejam

divididas em subtipos regionais, sendo o de maior aceitação pelos geógrafos de todo mundo. Pelo

sistema de Koeppen, o Rio Grande do Sul se enquadra na zona fundamental temperada ou “C” e no

tipo fundamental “Cf” ou temperado úmido. No estado este tipo “Cf” se subdivide em duas variedades

específicas, conforme tabela abaixo:

Tabela 1: Classificação climática

Zona Fundamental Tipo Fundamental Variedades

Específicas Características das Variedades Específicas

“C” Clima Temperado - A temperatura do mês frio oscila entre -3 e 18°C

“Cf” Clima Temperado - Com chuvas todos os meses “Cfa”

Clima Subtropical ou Virginiano A temperatura média do mês mais quente é

superior a 22°C, e a do mês mais frio oscila entre -3 e 18°C

“Cfb”

Clima Temperado ou das Faias A temperatura média do mês mais quente é

inferior a 22°C, e a do mês mais frio oscila entre -3 e 18°C

A área climática “Cfb” se restringe ao planalto basáltico superior e ao escudo Sul-Riograndense,

enquanto as demais áreas pertencem ao “Cfa”, e onde, portanto, está inserido o município de estudo,

sendo de clima temperado moderado chuvoso, cuja temperatura do mês mais quente é superior a 22°C.

A precipitação pluviométrica média anual está na média de 1000-1500 mm.

9.5 Temperatura

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As variações de temperatura apresentadas na Figura 2 demonstram uma sazonalidade bem

marcada, com meses de inverno (junho a agosto) com temperaturas médias mensais de 13,3ºC e os de

verão (dezembro a março) de 22,6°C.

A temperatura média varia entre 16° e 20°C, ficando a média do mês mais quente entre 22 e

26°C, e a do mês mais frio entre 10 e 15°C (Nimer, 1977). A variação de temperatura no Rio Grande do

Sul é em função dos movimentos de massas de ar, das diferenças da altitude, da maritimidade e da

continentalidade. A variação da temperatura caracteriza um período de inverno e o outro de verão bem

definido, ou seja, as menores temperaturas ocorrem de maio a agosto, no inverno, e as maiores

temperaturas de dezembro a março, no verão.

De acordo com os dados observados entre os anos de 1961 e 1990, pela Embrapa-Clima

Temperado de Pelotas, as temperaturas médias encontram-se no quadro abaixo.

Tabela 2: NORMAIS CLIMATOLÓGICAS (1961-1990)

JAN FEV MAR ABR

MAI JUN JUL AGO

SET OUT NOV DEZ

ANO

Umidade Relativa (%) 71,0 74,0 75,0

77,0 81,0 82,0 81,0

79,0 78,0 74,0 71,0

69,0 76,0

Temperatura Média (º C) 24,6 24,7 23,1

20,1 16,8 14,3 14,5

15,3 16,8 19,2 21,3

23,2 19,5

Temperatura Máxima (º C) 30,4 30,0 28,2

25,0 22,1 19,2 19,6

20,3 21,9 24,8 27,3

29,5 24,9

Temperatura Mínima (º C) 20,5 20,8 19,3

16,3 13,0 10,7 10,7

11,5 13,1 15,0 17,0

18,9 15,6

Temp. Máx. Absoluta (º C) 39,1 37,9 38,1

34,6 32,6 31,5 32,9

34,9 35,8 36,5 39,8

39,2 39,8

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Temp. Mín. Absoluta (º C) 11,4 12,6 9,6

6,8 3,3 0,7 1,2

1,1 2,2 6,2 8,7

11,4 0,7

Evaporação Total (mm) 120,4 100,5 96,8

73,0 54,8 45,1 49,8

57,1 68,3 92,0 101,2

124,0 983,0

Precipitação Total (mm) 100,1 108,6 104,4

86,1 94,6 132,7 121,7

140,0 139,5 114,3 104,2

101,2 1347,4

Nebulosidade (0-10) 5,3 5,1 5,5

5,1 5,5 5,8 5,7

5,8 6,0 5,6 5,4

5,0 5,5

9.6 Umidade Relativa do Ar

A partir da observação dos valores de umidade relativa do ar apresentados na figura 3 verifica-se que

os maiores valores médios são encontrados na estação de inverno, o que evidencia a combinação de

precipitações elevadas com temperaturas mais baixas, o que caracteriza um inverno úmido.

9.7 Evaporação

A figura 4 apresenta que a evaporação média mensal acompanha a variabilidade da temperatura ao

longo do ano, acompanhando sua sazonalidade. Durante o inverno ocorrem os menores valores de

evaporação, em torno de 55 mm, com a máxima média mensal no mês de dezembro.

9.8 Ventos

Os ventos são característicos da região, possuindo direções predominantes relativamente constantes,

sendo os grandes responsáveis pela dinâmica costeira. Entretanto, o seu papel não se restringe ao de

originar ondas e por consequência as correntes litorâneas. Depois que por ação das ondas e correntes

a areia depositada na praia é exposta ao ar, ela seca e é submetida aos ventos, recomeçando sua

movimentação por saltação ou arraste. Grandes quantidades de areia são assim movimentadas ao

longo das linhas da costa. Quando os ventos sopram do mar eles acabam por levar a areia da praia

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para o interior, construindo grandes campos de dunas cuja orientação retrata a direção dos ventos

dominantes na região costeira.

Tomazelli (1993) revela que o vento predominante provém de NE e, embora sopre ao longo de

todo o ano, é mais ativo nos meses de primavera e verão. O vento de W-SW, secundário, é mais eficaz

nos meses de inverno.

De acordo com Normais Climatológicas no período: 1971/2000 / Estação Agroclimatológica:

Capão do Leão - RS (Embrapa/ETB - Campus da UFPel), temos:

Tabela 3: Velocidade média (m/s) e direção predominante

JAN FEV MAR ABR

MAI JUN JUL AGO

SET OUT NOV DEZ

ANUAL

Velocidade 3,9 3,6 3,2

3,0 2,7 2,8 3,0

3,2 4,0 4,2 4,2

4,0 3,5

Direção NE E E

SW SW SW NE

NE NE E E

E E

N = Norte, NW = Noroeste, S = Sul, W = Oeste e SW = Sudoeste.

Tabela 4: Velocidade máxima (m/s) e direção da velocidade máxima

JAN FEV MAR ABR

MAI JUN JUL AGO

SET OUT NOV DEZ

ANUAL

Velocidade 23,0 25,2 25,0

25,5 23,5 26,0 23,0

28,0 30,0 27,2 26,2

27,2 30,0

Direção SW S SW

SW NE S SW

NE NE NE S

SW NE

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N = Norte, NW = Noroeste, S = Sul, W = Oeste e SW = Sudoeste.

9.9 Geomorfologia e relevo

O relevo da área como não poderia ser diferente é uma planície, sendo que 99,5 % da área se

encontram em uma declividade de 0 a 5°, no entanto é possível encontrar áreas passiveis de

alagamento o que ocorre com certa frequência, por ocasião das épocas de chuvas ou em função das

marés que ocorrem no oceano atlântico que interferem diretamente no nível da lagoa, fator que deve

ser levando em conta quando do planejamento do município. (vide anexos 3 , 4 e 5)

A área do município de Arambaré está em sua maior parte inserida na Planície Costeira do Rio

Grande do Sul, onde se identificam litologias sedimentares, com rochas e sedimentos cenozóicos, do

Terciário ao Quaternário/Recente, entretanto há ocorrência de uma porção marginal do Escudo Sul-

Riograndense, onde identificam-se rochas granitóides do Complexo Canguçu. São observadas as

seguintes unidades litológicas principais, da mais antiga para a mais jovem:

Rochas Granitóides do Complexo

Canguçu

Formação Graxaim

Formação Chuí

Depósitos Sedimentares do

Quaternário/Recente:

Depósitos Aluvionares

Depósitos Lagunares

Depósitos Eólicos

9.9.1 Rochas Granitóides do Complexo Canguçu

As Rochas Granitóides do Complexo Canguçu equivalem ao Complexo Granítico-Gnaissico Pinheiro

Machado Indiferenciado (CPRM, 1997) e constituem associações de rochas granitóides com caráter ora

plutônico, ora metamórfico, de composição quartzo-feldspática mais biotita, equigranulares de

granulação média, cataclasadas e subordinadamente milonitizadas nas zonas de falha, com idade pré-

cambriana superior.

Ocorrem sob a forma de uma faixa bordejando a Planície Costeira, com orientação nordeste,

sustentando o relevo do Planalto Baixo.

9.9.2 Formação Graxaim

Os sedimentos superficiais da Província Costeira são agrupados estratigraficamente no Grupo Patos,

englobando as Formações Graxaim, Chuí e Itapoã, nesta ordem de deposição e com idades do

Terciário ao Pleistoceno Superior.

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Os sedimentos da Formação Graxaim compõem- se de areia, silte, cascalho e argila não

consolidados, como produto do desenvolvimento de grandes leques aluviais e deltas subaéreos a partir

da dissecação da áreas-fonte a oeste da hoje laguna dos Patos, com idade entre Plioceno e

Pleistoceno. Constituem-se de arenitos arcoseanos, conglomerados e arenitos conglomeráticos,

imaturos, fracamente consolidados,com cores que variam entre o vermelho, amarelo e cinza, onde são

comuns estruturas do tipo cruzada-acanalada, convoluta e laminação plano-paralela.

Ocorrem sob a forma de uma faixa com orientação nordeste, acompanhando os planaltos

baixos, área fonte de seus sedimentos. Ao sul do rio Camaquã esta faixa tem em média 10 km de

largura, enquanto ao norte deste rio, apresenta-se bem mais larga, atingindo até 30 km de largura nas

proximidades da cidade de Camaquã. Sobre as litologias da Formação Graxaim ocorrem inúmeros

lagos naturais.

9.9.3 Formação Chuí

A Formação Chuí constitui-se de areias quartzozas a ortoquartzíticas, médias a finas,

semiconsolidadas, com pouca matriz de silte e argila e com cimento ferruginoso. Essa formação

compreeende um pacote de areias depositado durante um episódio regressivo do mar, representando

um ambiente de deposição praial e marinho raso, esse último evoluindo para lagunar. Tem idade

terciária.

Ocorre como uma faixa alongada em contato direto com os sedimentos da Formação Graxaim.

9.9.4 Depósitos Sedimentares do Quaternário/Recente

Além da formações do Grupo Patos, ocorrem sedimentos reunidos sob a denominação de depósitos

sedimentares do Quaternário/Recente. Esta denominação engloba, na área de estudo, os depósitos

aluvionares, lagunares e eólicos.

Os depósitos aluvionares são constituídos por areias, cascalheiras e sedimentos síltico-argilosos

de planícies de inundação e depósitos de calha de rede fluvial atual e recente. Estão presentes ao longo

dos rios da região.

Os depósitos lagunares compreendem depósitos inconsolidados, areias e argilas de caráter

flúvio-lacustre, oriundos do assoreamento das lagunas costeiras. Ocorrem margeando a laguna dos

Patos.

Os depósitos eólicos estão representados por dunas fixas e ativas, compostas por areias finas e

médias, quartzozas, de tonalidade esbranquiçada. Ocorrem na região praial, bordejando o Oceano

Atlântico e disseminados ao longo das margens da laguna dos Patos.

Uma abordagem mais recente para os sedimentos da Província Costeira do Rio Grande do Sul

consta do trabalho desenvolvido pela CPRM em 1997, os quais são agrupados em sistemas

deposicionais, abandonando-se as divisões lito e crono-estratigráficas anteriores. Neste contexto, os

depósitos de Lagunas e Barreiras Marinhas, Flúvio-Lacustres e Eólicos foram formados a partir da

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instalação de um sistema de quatro barreiras – Sistema de Barreiras Múltiplas Patos/Mirim – cuja

origem está diretamente relacionada aos processos glácio-eustáticos ocorridos a partir do início do

Pleistoceno (Quaternário inferior).

A formação destas barreiras está relacionada ao retrabalhamento de sedimentos depositados

pelos sedimentos precedentes e pelo suprimento de detritos a partir de áreas continentais adjacentes.

Estes sedimentos eram redistribuídos lateralmente pelas correntes litorâneas, na forma de ilhas de

barreiras. A cada novo período de flutuação glácio-eustática, repetiu-se o processo de formação de

barreira, a níveis cada vez mais baixos, culminando com a quarta barreira, que fechou o sistema

lagunar Patos/Mirim.

Na porção interna de cada barreira foram isolados corpos lagunares, os quais foram

gradativamente assoreados por mantos de aspersão eólica e por sistemas fluviais restritos, levando à

formação de extensos terraços lagunares. Desta forma, foram formados os depósitos de Lagunas e

Barreiras Marinhas, correspondendo a depósitos de planície lagunar representados por sequencia mista

compreendendo areias finas a médias, imaturas, mal classificadas, depósitos síltico-argilosos e

intercalações de argilas plásticas, formados, respectivamente, a montante das segunda e terceira linhas

de costa desenvolvidas no Quaternário.

Os depósitos Flúvio-Lacustres e Eólicos correspondem a depósitos inconsolidados de areias e

argilas relacionados ao sistema deltaico e flúvio-lacustre sobre os depósitos de planícies lagunares.

9.10 Recursos Minerais

As unidades geológicas/litologias que ocorrem na área territorial do município de Arambaré com

possibilidades de jazimento são os aluviões areno-argilosos relacionados às drenagens atuais para

exploração de areias para construção civil.

A Associação dos Areeiros do Município de Arambaré entre outros, é uma entidade licenciada

para extração e comercializa areia para emprego imediato na construção civil.

9.11 Geomorfologia

O Estudo de Impacto Ambiental elaborado para o licenciamento ambiental do Sistema de Irrigação

Velhaco – Projeto Costa Doce (2007) apresenta uma abordagem ampla e didática na caracterização

geomorfológica da região que abrange a área territorial do município de Arambaré (vide Anexo 7).

Coloca que o princípio de agrupamentos sucessivos de subconjuntos constituídos de tipos de

modelados permite a identificação de unidades geomorfológicas e grupamentos destas em reuniões

que, por sua vez, constituem os domínios. Estes conjuntos se agrupam segundo uma taxonomia

baseada em ordens de grandeza espacial e temporal. Os domínios morfoestruturais constituem a maior

divisão taxonômica e organiza a causa de fatos geomorfológicos derivados de aspectos amplos da

geologia com os elementos geotectônicos e, eventualmente, o predomínio de uma litologia conspícua.

Fatores que geram arranjos regionais de relevo com formas variadas mantendo relações de causa entre

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si. Por sua vez, estes dois grandes conjuntos de formas de relevo contém subdivisões que representam

o segundo táxon, designadas como regiões geomorfológicas. As regiões caracterizam uma

compartimentação que apresenta não mais uma relação casual relacionado às condições geológicas,

mas, essencialmente, a fatores climáticos atuais ou passados. O terceiro táxon refere-se às Unidades

Geomorfológicas. Cada unidade geomorfológica se distingue na paisagem pelas características

fisionômicas (morfologia), mas também pela gênese e idade.

Ocorre, então, na área do município de Arambaré, dois Domínios Morfoestruturais, duas Regiões

e quatro Unidades Geomorfológicas:

-Domínio Morfoestrutural dos Depósitos Sedimentares

Região Geomorfológica Planície Costeira Interna

Unidade Geomorfológica Planície Lagunar

Planície Litorânea Interna

Unidade Geomorfológica Planície Alúvio-coluvionar

- Domínio Morfoestrutural Embasamentos em Estilos Complexos

Região Geomorfológica Planalto Sul-Riograndense

Unidade geomorfológica Planalto Rebaixado Marginal

9.11.1 Domínio Morfoestrutural dos Depósitos Sedimentares

O Domínio Morfoestrutural dos Depósitos Sedimentares e o Costeiro, táxon de 1ª ordem de grandeza, é

caracterizado por uma extensa superfície plana, alongada na direção NE-SW, com variação N-S.

Apresenta-se retilinizada na maior parte e generalizadamente arenosa, as altitudes variam, de modo

geral, de 1 a 25 metros, de acordo com a maior ou menor aproximação com a linha de água. As

litologias deste domínio compreendem, especialmente, aquelas do Quaternário, recebendo contribuição

de áreas-fonte mistas, tanto continental quanto lacustre, registrada pela presença de depósitos

aluvionares. Comporta feições fluviais e flúvio-lacustres, distribuídas na Região Geomorfológica Planície

Costeira Interna.

A) Região Geomorfológica Planície Costeira Interna

A Região Geomorfológica Planície Costeira Interna caracteriza-se pela presença de modelados

esculpidos em depósitos de origem continental ocorrentes em pequenos trechos, geralmente às

margens da laguna dos Patos e os modelados derivados do remanejamento eólico, como, por exemplo,

as dunas atuais. Predomina a vegetação pioneira, já alterada pela ação antrópica, onde ocorrem,

predominantemente, Planossolos Solódicos, Glei Pouco Húmico Solódico e Areias Quartzozas.

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Esta Região Geomorfológica compreende, na área territorial de Arambaré, as Unidades

Geomorfológicas Planície Lagunar, Planície Litorânea Interna e Planície Alúvio-coluvionar. Todas as

unidades apresentam padrões de formas em planícies, onde os processos de sedimentação superam

os de erosão, portanto, um relevo em formação.

A1 - Unidade Geomorfológica Planície Lagunar

A Unidade Geomorfológica Planície Lagunar é constituída por sedimentos provenientes do

assoreamento progressivo do Sistema Lagunar Patos-Mirim. Apresenta três feições principais, 1) a

planície lagunar com terraceamento,2) as dunas com mobilidade aparente a 3) as dunas fixas.

A planície lagunar com terraceamento tem sua origem associada à deposição de sedimentos em

ambiente marinho raso, evoluindo para lagunar, devido à coalescência lateral de sistemas deposicionais

tipo laguna-barreira, em sucessivos eventos transgressivos e regressivos do nível do mar, processando

o fechamento do Sistema Lagunar Patos-Mirim. É uma área plana, homogênea, sem dissecação, sobre

sedimentos Quaternários com ocorrência de modelados de acumulação representados por planícies e

terraços lacustres. Essa extensa planície encontra-se terraceada por sucessivos eventos erosivos

relacionados possivelmente a variações do nível hidrostático da laguna dos Patos. Foi identificado ao

sul da cidade de Rio Grande a seqüência de cinco níveis de terraços constituindo esta planície. Os

terraços foram numerados de 1 a 5, sendo o terraço erosivo 1 o mais antigo, situado em contato com a

Planície Flúvio-lacustre que abriga sedimentos da Formação Graxaim. Seguem-se os terraços 2, 3, 4 e

5, nesta ordem, sendo o terraço 5 o de formação mais recente, situado junto à laguna dos Patos.

FOTOS

Estes terraços arenosos, distribuídos na forma de feixes, tem altitudes que variam entre 4 e 8

metros, estando na maioria das vezes ocupados por vegetação pioneira, já bastante antropizada. Os

feixes de cordões litorâneos são elevações que raramente ultrapassam 10 metros de altura, formada

por deposição de sedimentos ou superfície topográfica modelada pela erosão marinha, limitados por

declives do mesmo sentido, apresentando-se como um patamar. Sua formação associa-se

primeiramente a um depósito de regressão marinha onde cada cordão corresponde a uma linha de topo

do berma de uma praia pretérita e que posteriormente foram soerguidos. Neste compartimento

geomorfológico a drenagem fluvial, em sua maior parte, apresenta-se bastante descaracterizada,

estando presentes canais de irrigação destinados à orizicultura que se desenvolve aproveitando o

desnível natural do relevo, sendo esta a principal forma de uso do solo nesta unidade de relevo.

As dunas com mobilidade aparente são dunas que apresentam mobilidade, constituídas do

acúmulo de sedimentos arenosos, desprovidas de vegetação fixadora, situadas no limite da Planície

Lagunar com a laguna dos Patos. Desenvolvem-se onde ocorre competência de transporte pelo vento,

devendo ser este perpendicular ou oblíquo à costa. Seu desenvolvimento depende do tipo de sedimento

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existente, a fonte do mesmo, baixa precipitação, presença de ventos e da incapacidade da vegetação

estabilizar-se.

As dunas fixas, que são a maior parte das dunas presentes, ocorrem, por vezes, de forma

associada às de mobilidade aparente, sobre a Planície Lagunar, próximo à laguna dos Patos. São

depósitos arenosos remodelados pelo vento, apresentando a forma de dunas, cobertas por formas

vegetais arbustivas, gramíneas e outras plantas que se adaptam ao solo pobre em água e matéria

orgânica e à ação dos ventos, constituindo-se em ambientes estáveis e complexos.

A.2 - Unidade Geomorfológica Planície Alúvio-coluvionar

A Unidade Geomorfológica Planície Alúvio-coluvionar encontra-se posicionada entre a Planície Lagunar,

a leste, e o Planalto Rebaixado Marginal, a oeste. Corresponde a uma superfície plana, rampeada

suavemente para leste, em alguns trechos mostra-se descontínua, enquadrada, do ponto de vista de

origem de deposição, como área de transição entre influências continental e marinha. Nesta unidade a

orizicultura aparece como forma de uso predominante.

Esta morfologia de rampa pode ser atribuída, em parte, à existência de vários pontos de afluxo

sedimentar favorecendo a coalescência dos leques e aos efeitos de retrabalhamento e erosão posterior,

incluindo-se aqui os entalhamentos fluviais e os terraceamentos merinhos e lagunares, que afetaram as

partes distais dos leques como resultado das oscilações do nível relativo do mar. Nas áreas de

influência continental destacam-se na paisagem modelados planos e pouco inclinados, resultantes da

convergência de leques coluviais de espraiamento, cones de dejeção ou concentração de depósitos de

enxurradas nas partes terminais de rampas de pedimentos. Distingue-se da Planície Lagunar pela

morfogênese, altitude, origem do material, ausência de terraços litorâneos e, conseqüentemente, pelos

tipos de solos.

Na Unidade Geomorfológica Alúvio-coluvionar dois modelados se destacam na paisagem,

estando muito associadas à morfogênese da área: a planície flúvio-lacustre e as aluviões e, também, a

presença massiva de açudes artificiais, barramentos e canais de irrigação destinados à orizicultura.

9.11.2 Domínio Morfoestrutural Embasamentos em Estilos Complexos

O Domínio Morfoestrutural Embasamentos em Estilos Complexos é correspondente às áreas de

ocorrência de rochas pré-cambrianas as quais, por suas características petrográficas e estruturais,

foram individualizadas e agrupadas em diferentes associações, abrangendo na região as rochas do

Complexo Granítico-Gnaissico Pinheiro Machado e da Suíte intrusiva Don Feliciano. Regionalmente

predomina um padrão de formas em coxilhas e interflúvios tabulares.

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De maneira diferente do relevo das unidades em planície já descritas, trata-se de um

compartimento onde os processos de erosão superam os de sedimentação, o que caracteriza, portanto,

formas em processo de desgaste erosivo.

A - Região Geomorfológica Planalto Sul-Riograndense

A Região Geomorfológica Planalto Sul-Riograndense é uma superfície dissecada e ocorre bordejando a

Planície Costeira Interna, dispondo-se em uma faixa de orientação NE. Ocorre na área do município de

Arambaré com uma Unidade Geomorfológica, a do Planalto Rebaixado Marginal, com variação

altimétrica entre 30 e cerca de 200 metros, com formas de relevo convexas, padrão em coxilhas, com

ondulações suaves próximo ao Domínio dos Depósitos sedimentares, apresentando pequena amplitude

e presença de solos espessos.

A.1 Unidade Geomorfológica Planalto Rebaixado Marginal

A denominação desta unidade advém do fato de se encontrar rebaixada em relação aos relevos

elevados que constituem os planaltos circundante, margeando a Planície Alúvio-coluvionar. Tem

variação altimétrica entre 30 e 100 metros, constituindo um planalto baixo.

Neste compartimento de relevo o padrão de drenagem é, predominantemente, dendrítico, com

ocorrência de bancos aluvionares nas margens de alguns cursos fluviais. A linha de recuo erosivo

obedece a direção NE, estando condicionada pelas zonas de cisalhamento nesta direção. A passagem

entre esta unidade e a Planície Costeira Interna se dá de forma progressiva, por processos

acumulativos que originam os leques aluvionais sobre a planície. A partir da linha de recuo do Planalto

Baixo, os entalhes erosivos que dissecam seu relevo seguem direções preferenciais NW e EW,

seguindo a orientação geral dos lineamentos da área.

Com relação ao uso do solo nessa unidade, observa-se a ocorrência de pequenas e médias

propriedades rurais com o cultivo de arroz, pastagens, reflorestamentos e alguns fragmentos de mata.

9.12 Recursos Hídricos

Segundo a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), o município de Arambaré faz

parte da Região Hidrográfica do Litoral, participando da Bacia do Rio Camaquã.

A Região Hidrográfica do Litoral ou das Bacias Litorâneas está localizada na porção leste e sul

do território rio-grandense e ocupa uma superfície de aproximadamente 53.356,41 Km²,

correspondendo a 20,11 % da área do Estado. Sua população total está estimada em 1.231.293

habitantes, correspondendo a 12,09 % da população do Rio Grandes do Sul, distribuídos em 80

municípios, com uma densidade demográfica em torno de 23,07 hab/Km².

Na paisagem desta bacia destacam-se as praias marítimas, as dunas móveis ou fixadas por

vegetação arbórea, as lagoas costeiras interligadas, banhados e marismas. Nesta região está presente

um dos maiores complexos lagunares do mundo, onde têm destaque três grandes corpos d'água -

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Lagunas dos Patos, Mirim e Mangueira, além de várias lagoas menores que, no Litoral Norte formam

um conjunto de lagoas interligadas. Entre os usos preponderantes dos recursos hídricos, nesta região, a

irrigação de arroz se evidencia em todas as bacias. A bacia hidrográfica do rio Camaquã está situada na

porção sul do Estado do Rio Grande do Sul, é tributário direto da Laguna dos Patos, possuindo formato

alongado na direção leste-oeste, com extensão máxima de 270 Km e largura média de 100 Km. Suas

nascentes estão situadas na porção sudoeste do Estado, próximas as localidades de Torquato severo e

Tabuleiro, município de Bagé assentam-se basicamente no escudo Sul – Riograndense, sendo que sua

drenagem principal desenvolve-se por 430 Km desembocando na Laguna dos Patos ao norte do

município de São Lourenço do Sul, na Planície Costeira. A área total da bacia de contribuição do Rio

Camaquã é de aproximadamente 21.194,90 Km², e a população na bacia é de 236.203 habitantes.

A irrigação na produção do arroz é a cultura mais representativa, tendo uma área anual plantada

na bacia de 45.746 ha, e é a principal usuária, com uma situação atual de 96% da demanda total da

bacia, vindo em segundo a dessedentação animal e depois o abastecimento humano e industrial, como

usos consuntivos da água superficial. Destacam-se também nos usos não consuntivos, a recreação,

lazer e turismo através dos balneários, a piscicultura, a pesca no Rio Camaquã e a navegação através

das balsas que operam 24 horas/dia.

Os quatro principais rios que alimentam a Lagoa dos Patos são: Sinos, Caí, Jacuí e Gravataí.

Essas águas escoam, através do Delta do Jacuí e do Guaíba, para alimentar a Lagoa dos Patos. Nas

margens da Lagoa, que também é alimentada por outros rios ao longo de sua extensão, se formam os

balneários de água doce, nos municípios de Barra do Ribeiro, Arambaré, Arambaré, entre outros. A

Lagoa dos Patos propicia a comunidade e turistas, balneários e praias que no verão atraem banhistas e

esportistas por sua beleza.

O Arroio do Brejo, localizado no município de Arambaré, apresenta grande abundância de peixes

e tem importante área de alimentação e reprodução deste grupo da fauna.

9.12.1 Recursos Hídricos Subterrâneos

Hidrogeologicamente, a área territorial do município de Arambaré está inserida, com base na

classificação proposta no Mapa Hidrogeológico do Estado do Rio Grande do Sul (CPRM, 2005), em três

zonas principais:

I. Aqüíferos de alta a média produtividade para águas subterrâneas em rochas e sedimentos de

porosidade intergranular;

II. Aqüíferos de média a baixa produtividade para águas subterrâneas em rochas e sedimentos de

porosidade intergranular;

III. Aqüíferos limitados de baixa produtividade para águas subterrâneas em rochas e sedimentos de

porosidade intergranular ou por fraturas;

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Na primeira zona está inserido o Sistema Aqüífero Quaternário Costeiro I, compreendendo todos

os aqüíferos associados com os sedimentos da planície costeira do RS, desenvolvendo-se desde Chuí

até Torres. Compõe-se de uma sucessão de camadas arenosas inconsolidadas de granulometria fina a

média, esbranquiçadas, intercaladas com camadas siltico-argilosas e argilosas. As capacidades

específicas em geral são altas, ultrapassando 4 m³/h/m. As salinidades são inferiores a 400 mg/L e,

eventualmente, são encontradas águas cloretadas com maior teor salino.

Na segunda zona está inserido o Sistema Aqüífero Quaternário Costeiro II, compreendendo os

aqüíferos relacionados com os sedimentos da planície costeira, desenvolvendo-se desde Santa Vitória

do Palmar até Torres, predominantemente na região lagunar interna e junto aos contrafortes da Serra

Geral. São uma associação de areias finas inconsolidadas, esbranquiçadas e argila cinza. No topo, os

primeiros metros são pelíticos, bastante cimentados. As capacidades específicas variam de baixas a

médias, entre 0,5 a 1,5 m³/h/m. Os sólidos totais dissolvidos variam entre 600 a 2.000 mg/L.

A terceira zona contempla, na área do município de Arambaré, o Sistema Aqüífero

Embasamento Cristalino II, correspondendo às rochas granitóides do Complexo Canguçú. Geralmente

apresentam capacidades específicas inferiores a 0,5 m³/h/m, ocorrendo também poços secos. As

salinidades nas áreas não cobertas por sedimentos de origem marinha são inferiores a 300 mg/L. Poços

nas áreas graníticas podem apresentar enriquecimento em flúor.

Estima-se que existam várias dezenas de poços tubulares profundos particulares informais

explotando água subterrânea em Arambaré. As profundidades destes poços variam de 40 a 80 metros

e as captações são no aqüífero quaternário. A Corsan, concessionária responsável pelo abastecimento

de água potável à população de Arambaré, capta água bruta em poços tubulares profundos.

9.12.2 Recursos Hídricos Superficiais

A drenagem natural na área do município de Arambaré encontra-se bastante descaracterizada,

principalmente devido à existência de canais de irrigação e açudes para armazenamento de água

visando a irrigação do arroz.

O principal curso de água é o Arroio Velhaco.

As águas do Arroio Velhaco são, há muito tempo, apropriadas para a irrigação de lavouras de

arroz de forma totalmente desordenada, com a construção de “tapagens” no curso de água, resultando

em diversos conflitos pelo uso d água. A otimização de forma de captação de água do Arroio Velhaco e

o gerenciamento dos conflitos tem exigido a presença do Município, do IRGA, do DRH/SEMA, do

Comitê de Bacia, da Fepam e do Ministério Público.

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Os estudos a respeito da Bacia do Arroio Velhaco tem demonstrado que a demanda hídrica para

irrigação é muito superior ao potencial hídrico deste curso de água. Assim, a área de rizicultura irrigada

apresenta uma limitação de expansão na região, em função da carência de água para a irrigação.

Uma solução definitiva para este problema pode ser a implantação de sistema adutor para

irrigação com captação na Laguna dos Patos, cujo projeto foi contratado ao consórcio ACL/Engeplan e

recebeu o nome de Projeto de Irrigação Costa Doce.

A laguna dos Patos é o principal manancial da região. Representa uma importante fonte hídrica

de água doce para a região costeira adjacente, além de ser considerada a maior lagoa costeira do

Brasil, possuindo 250 km de comprimento e largura média de 40 km. Apesar de sua grande extensão, é

um corpo de águas bastante rasas,com profundidade média de 5 metros. É conectada com o oceano

através der um canal com 22 km de extensão, 2 km de largura e 12 metros de profundidade. È

responsável pela drenagem hídrica de metade da área do RS.

A irrigação constitui-se o uso consuntivo mais expressivo, representada principalmente pela

lavoura de arroz irrigado por inundação. Verifica-se que a área disponível para o uso com a lavoura de

arroz não é totalmente utilizada, fato este decorrente da infestação das áreas por arroz vermelho, baixa

capacidade de investimento dos agricultores e, principalmente, devido ao déficit hídrico, sendo que a

quantidade de água exigida para o cultivo de arroz é de 12.000 m³/ha/safra (Projeto Costa Doce, 2007).

A situação atual quanto ao uso dos recursos hídricos apresenta-se conflitante com a

disponibilidade hídrica dos mananciais. Os pequenos cursos de água possuem contribuição pouco

expressiva em termos de vazões para atender as demandas decorrentes da irrigação, observando-se,

principalmente na zona da planície costeira, que são utilizados inúmeros açudes com a finalidade de

reservação de água. Ocorre que a maioria destes açudes é de pequena profundidade e grande área de

alagamento, com relação entre a área inundada e a área beneficiada próxima a 1:1 (ou até menor).

Nesta situação, cada hectare alagado corresponde a outro irrigado, o que constitui uma situação

desfavorável de uso dos solos.

Posto que a laguna dos Patos é o principal manancial de água na região, o entendimento dos

movimentos do seu nível, salinização e assoreamento são importantes para a solução dos problemas

de irrigação, navegação e controles ambientais.

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26

fotos

Observa-se nas figuras 12 e 13 que o nível crítico da laguna dos Patos em termos de mínimos ocorre

no mês de janeiro, onde, para o período de retorno de 20 e 50 anos, os níveis mínimos são -19,4 e -

34,5 cm, respectivamente. Os níveis máximos ocorrem no mês de agosto.

A laguna dos Patos é uma das únicas fontes de água doce para a região costeira adjacente.

Pela sua localização próxima ao mar e possuindo contato com as águas salinas através do canal, sofre

um efeito de salinização das águas, apesar de sua desembocadura caracterizar-se como um sistema

estuarino na maior parte do ano. A salinização ocorre principalmente em épocas de estiagem, quando a

precipitação pluviométrica, associada à menor contribuição de vazão dos tributários, como o rio Guaíba,

Camaquã, Velhaco e Lagoa Mirim, favorecem a entrada de água salina na lagoa, pela inversão do fluxo

na desembocadura. Posto que a desembocadura está em uma região de baixa amplitude de maré, esta

se faz discreta como fator condicionante de circulação, sendo mais importante os regimes de vento e

pluviometria, cuja combinações promovem situações variadas, principalmente na região da

desembocadura. O fluxo médio de defasagem do fluxo entre o Complexo Guaíba e a desembocadura é

de 23 dias.

fotos

A observação da figura 14 com os dados de salinidade no Levante Salustiano, Saco de Arambaré,

aponta que a o problema da elevação da salinidade alcança o município de Arambaré.

Os períodos em que se observa a salinidade da água da Laguna em níveis impróprios para a

irrigação do arroz são os meses de fevereiro e março, quando não sofrem contribuições da chuva ou de

vazões do Guaíba e/ou o vento represa a Laguna. A ocorrência de salinização da água da Laguna em

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níveis prejudiciais para as lavouras de arroz é observada a cada 5 ou 8 anos, sendo que,

excepcionalmente, em 2004 e 2005 o fenômeno foi observado em duas safras seguidas.

9.14. Flora

O Brasil possui a maior biodiversidade vegetal do planeta, com mais de 55 mil espécies de plantas

superiores e cerca de dez mil briófitas, fungos e algas, um total equivalente a quase 25% de todas as

espécies de plantas existentes. A cada ano, cientistas adicionam dezenas de espécies novas a essa

lista, incluindo árvores de mais de 20 m de altura.

A Bacia Hidrográfica do Camaquã possui uma cobertura florestal de 5.350,06 km², o que

representa 1,893% da cobertura do Estado, sendo 4.862,65 km² (1,720%) de florestas nativas em seus

estágios iniciais, médios e avançados de sucessão e 487,41 km² (0,172%) de reflorestamentos assim

distribuídos: 104,71 km² (0,037%) de Eucaliptos, 369,23 km² (0,131%) de Pinus e 13,47 km² (0,005%)

de Acácia-negra.

Na Bacia do Camaquã foram encontradas 111 espécies pertencentes à 43 famílias botânicas,

considerando-se os indivíduos com CAP ³ 30 cm, além de 3 cipós, 48 árvores mortas, 1 indivíduo não

identificado e 1 indivíduo de Pinus sp

As comunidades amostradas apresentaram, em conjunto, uma diversidade média de 2,3223,

conforme calculado pelo Índice de Diversidade de Shannon, o qual variou entre 1,5555 (Parcela 2404) e

3,0792 (Parcela 2025).

As famílias Myrtaceae, com 21 espécies, Lauraceae (8) Flacourtiaceae (6) e Myrsinaceae (5)

espécies foram as mais representativas da Bacia do Camaquã, seguidas de Anacardiaceae, Meliaceae

e Sapindaceae (4); Aquifoliaceae, Asteraceae, Euphorbiaceae, Mimosaceae, Moraceae, Rubiaceae,

Sapotaceae e Ulmaceae (3). Das 27 famílias restantes, 8 apresentaram 2 espécies e 19 apresentaram

1 única espécie.

A vegetação característica desta bacia pertence aos tipos fitogeográficos Savana, Floresta

Estacional Decidual e alguns pequenos fragmentos de Floresta Ombrófila Mista. Fonte: Inventário

Florestal Contínuo do RS.

A diversificada flora brasileira é amplamente utilizada pela população, embora pouco se

conheça cientificamente sobre seus usos. Esse conhecimento, entretanto, está ameaçado pelo

desmatamento e pela expansão das terras agropecuárias.

9.14.1 Levantamento no município

No município de Arambaré, ocorre principalmente as Formações Pioneiras de Influência Marinha

(restinga e dunas). Segundo LEITE & KLEIN (1990) a expressão formação pioneira é usada para

denominar o tipo de cobertura vegetal formado por espécies colonizadoras de ambientes novos, isto é,

de áreas subtraídas naturalmente à outros ecossistemas ou surgidos em função da atuação recente ou

atual dos agentes morfodinâmicas e pedogenéticos. As espécies, ditas pioneiras, desempenham

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importante papel na preparação do meio à instalação subseqüente de espécies mais exigentes ou

menos adaptadas às condições de instabilidade ambiental.(Anexo 08)

As Formações Pioneiras, no Sul do Brasil, são classificadas em três grupos: as de influência

marinha, as de influência fluviomarinha e as de influência fluvial. No Rio Grande do Sul somente são

encontradas áreas de Formações Pioneiras de Influência Marinha, que são as Restingas litorâneas.

Segundo Leite e Sohn apud (LEITE & KLEIN, 1990), são formações vegetais sob influência direta do

mar, distribuídas por terrenos arenosos do quaternário recente, geralmente com algum teor salino,

sujeitos à intensa radiação solar e acentuada ação eólica. A vegetação é denominada de restinga, e

ocorre geralmente em área superior às dunas, com fisionomias diversas, que podem ir desde o porte

herbáceo até o arbóreo, sendo constituída tanto de espécies das dunas como das florestas limítrofes.

A planície costeira representa uma extensa área de vegetação de restinga, com a ocorrência de

banhados salinos no estuário da laguna dos Patos, considerado ambientes únicos no Brasil.

Acredita-se que no município de Arambaré está a maior concentração de figueiras no estado.

Árvores frondosas e majestosas que atingem até 50m. de diâmetro em sua copa, se integram com

harmonia as águas dos rios e da Laguna dos Patos. Em levantamentos aleatórios no município,

amostrando-se área de mata ciliar e mata nativa indistintamente, chegou-se a seguinte tabela:

Tabela 6: Espécies identificadas no Município de Arambaré:

Família Nome Comum Nome Científico Categoria de

ameaça

Anacardiaceae Bugre Lithraea

brasiliensis

-

Aroeira-salsa Schinus molle -

Aquifoliaceae Erva-mate Ilex theaezans -

Araliaceae Maria-mole Dendropanax

cuneatum

-

Arecaeae Butiá Butia capitata EN

Boraginaceae Guajuvira Patagonula

americana

-

Bromeliaceae Cravo-do-mato Tillandsia

aeranthos

EN

Cravo-do-mato Tillandsia

gardneri

VU

Família Nome Comum Nome Científico Categoria de

ameaça

Cactaceae Cactus Parodia ottonis VU

Cecropiaceae Figueira-preta Coussapoa

microcarpa

-

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Dicksoniaceae Xaxim Dicksonia

sellowiana

VU

Euphorbiaceae Branquilho Sebastiania

commersoniana

-

Sarandi-amarelo Terminalia

australis

-

Coronilha Scutia buxifolia -

Flacourtiaceae Guaçatunga Casearina

decandra

-

Sucará Xylosma

pseudosalzmanii

-

Lauraceae Canela-preta Nectandra

megapotamica

-

Canela-amarela Nectandra

lanceolata

-

Canela-lageana Ocotea pulchella -

Meliaceae Catiguá Trichilia

claussenii

-

Canjerana Cabralea

canjerana

-

Cedro Cedrela fissilis -

Mimosoideae Maricá Mimosa

bimucronata

-

Moraceae Figueira Ficus

organensis

-

Myrsinaceae Capororoca Myrsine

umbellata

-

Myrtaceae Cambuí, Guamirim Blepharocalyx

salicifolius

-

Pitangueira Eugenia uniflora -

Guamirim Myrcia palustris -

Orchidaceae Orquídea Catasetum

atratum

EN

Rubiaceae Pau-sabão Quillaja

brasiliensis

-

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Rutaceae Espinilho Zanthoxylum

naranjillo

-

Mamica-de-cadela Zanthoxylum

rhoifolium

-

Sapindaceae Vacum Allophyllus

edulis

-

Camboatá-branco Matayba

elaeagnoides

-

Camboatá-vermelho Cupania

vernalis

-

Vassoura-vermelha Dodonea

viscosa

-

Tiliaceae Açoita-cavalo Luehea

divaricata

-

Verbenaceae Tarumã Vitex

megapotamica

-

VU- Vulnerável- segundo lista da fauna ameaçada de extinção do RS esta espécie corre alto risco de

extinção á médio prazo.

EN - Em perigo: categoria de ameaça que inclui as espécies que não se encontram criticamente em

perigo, mas corre um risco muito alto de extinção á médio prazo.

Nos locais onde foram levantados os dados de campo, o estrato epifítico é medianamente

desenvolvido e com média densidade, tendo como espécie dominante a Rhipsalis teres (Cactaceae),

Tillandsia aeranthos, na categoria de vulnerável (EN) e T. gardneri (VU) (Bromeliaceae), e as

pteridófitas Polypodium meniscifolium e Pleopeltis angusta. Há também a espécie exótica de gramínea

do gênero Brachiaria. O butiá está associado a outras duas espécies também raras e ameaçadas de

extinção: a orquídea Catasetum atratum (EN) e o cactus Parodia ottonis (VU).

Existem ainda, florestas de eucaliptos e pinus que foram plantadas, e que se constituem hoje em

uma das fontes de renda para o município. As florestas de eucaliptos da região fisiográfica Litoral são

compostas por várias espécies. A presença deste tipo de vegetação é uma constante em toda a área do

município, existindo situações, onde exóticas e nativas se encontram associadas.

Tabela 7: Espécies exóticas freqüentes na região:

Familia Nome Comum

Nome científico

Mimosaceae Acácia-negra Acacia

mangium

Myrtaceae Eucalipto Eucalyptus

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spp

Pinaceae Pinus Pinus elliotii

Poaceae Braquiária Brachiaria sp

Rosaceae Pessegueiro Prunus

persica

Rutaceae Laranjeira Citrus sp

Bergamoteira Citrus sp

Limoeiro Citrus sp

Ficoflora

As algas, um grupo extremamente diversificado de organismos, constituem a ficoflora dos ecossistemas

unicelulares, predominantemente autótrofos, que são a base energética das cadeias alimentares nos

ambientes aquáticos. A riqueza e a diversidade da ficoflora revelam a diversidade de microhabitats, que

são considerados na análise do estado de conservação.

As lagoas e áreas úmidas adjacentes apresentam uma ficoflora rica e diversificada. A ficoflora é

rica em espécies, e encontra-se em bom estado de conservação, que merece ser preservado.

9.15 Fauna

A capacidade reprodutiva e a sobrevivência de muitas espécies vegetais dependem das relações co-

evolutivas com espécies animais, incluindo dispersores de sementes, polinizadores e outras interações

naturais. A fauna deve ser um componente do ambiente, sendo um dos responsáveis pela sua

configuração, não devendo, portanto, ser vista somente como um habitante deste ambiente. Além disto,

a fauna é fundamental na formação e recuperação dos solos, servindo também, como indicadores de

qualidade ambiental.

O processo de destruição do meio ambiente, pelo desmatamento, diminuição do tamanho dos

matos, aproveitamento das várzeas, destruição das matas ciliares, fez com que a fauna também

entrasse em processo de destruição, com o desaparecimento de algumas espécies que habitavam este

meio. Hoje encontramos várias espécies, porém com uma população não expressiva como antes.

Nas áreas de banhados os moradores deste habitat encontram-se bastante prejudicados, pois

esta área está sendo reduzida com a prática irregular de drenagem, reduzindo significativamente estas

áreas e com isso os habitantes deste ambiente não contam mais com seu abrigo natural.

Em 2004, nada menos que 3.330 espécies de animais e vegetais ameaçadas de extinção foram

acrescentadas à lista vermelha da União Mundial pela Natureza (UICN), ou seja, um mamífero a cada

quatro, um anfíbio a cada três, um pássaro a cada oito. Trata-se de uma emergência. Daqui a menos de

meio século, de 15 a 50% das espécies animais e vegetais poderão ter desaparecido da superfície da

Terra. O declínio da biodiversidade é tal que os cientistas referem-se a ele como a sexta grande crise

de extinção das espécies desde que a vida apareceu em nosso planeta. O homem é o principal

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responsável por esses desaparecimentos. Com os grandes desmatamentos, o cultivo intensivo do solo,

a implantação de indústrias poluentes, ele desestabilizou inúmeros sistemas ecológicos e alterou o

clima a ponto de comprometer a capacidade reprodutiva de diversas espécies.

9.15.1 Avifauna

As aves são de fundamental importância para o meio ambiente rural e urbano: auxiliam na reprodução

das plantas, distribuindo as sementes e polinizando as flores; participam do controle de pragas que

invadem cidades e plantações; são referência da qualidade do meio em que vivem e, ainda, propiciam

um espetáculo de beleza, sons e movimentos. No entanto, a exploração desordenada do território

brasileiro, através do desmatamento, da degradação do ambiente natural pelo constante progresso das

cidades, da captura e venda ilegal de animais, dentre outras formas, vem causando a efetiva extinção

de nossas espécies. É o impacto ambiental negativo, representando uma séria ameaça à avifauna.

A avifauna é a categoria mais expressiva entre a fauna gaúcha, e mais fácil de identificar e

observar, sendo também, importantes indicadores do grau de degradação de determinada área. A

região estudada destaca-se pela variedade e extensão de suas áreas úmidas, que sustentam uma

avifauna aquática extremamente rica e abundante.

Entre as espécies de aves registradas na região de Arambaré, uma espécie está na lista dos

animais ameaçados de extinção do Rio Grande do Sul.

Tabela 8: Espécies da avifauna catalogadas:

Familia Nome Comum

Nome Científico Categoria de

Ameaça

Accipitridae Gavião-carijó Buteo

magnirostris

-

Alcedinidae Martim-pescador-grande Ceryle

torquatus

-

Anatidae Marreca-piadeira Dendrocygna

viduata

-

Marreca-pé-vermelho Amazonetta

brasiliensis

-

Ardeidae Garça-branca-pequena Egretta thula -

Cathartidae Urubu-de-cabeça-preta Coragyps

atratus

-

Charadriidae Quero-quero Vanellus

chilensis

-

Columbidae Rolinha-picuí Columbina -

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picui

Juriti-pupu Leptotila

verreauxi

-

Cracidade Jacuaçu Penelope

obscura

-

Cuculidae Anu-preto Crotophaga

ani

-

Anu-branco Guira guira -

Alma-de-gato Piaya cayana -

Emberizidae Tico-tico Zonotrichia

capensis

-

Sabiá-do-banhado Embernagra

platensis

-

Falconidae Carcará Caracara

plancus

-

Carrapateiro Milvago

chimachima

-

Chimango Milvago

chimango

-

Pintassilgo Carduelis

magellanica

-

Furnaridae João-de-barro Furnarius rufus -

Curriqueiro Geositta

cunicularia

-

Cochicho Anumbius

annumbi

-

Boininha Spartonoica

maluroides

VU

Hirundinidae Andorinha-pequena-de-casa Notiochelidon

cyanoleuca

-

Andorinha-do-campo Progne tapera -

Icteridae Encontro Icterus

cayanensis

-

Chopim-do-brejo Pseudoleistes

guirahuro

-

Laridae Gaivota-maria-velha Larus

maculipennis

-

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Parulidae Pula-pula Basileuterus

culicivorus

-

Pia-cobra Geothlypis

aequinoctialis

-

Picidae Pica-pau-do-campo Colaptes

campestris

-

Pica-pau-verde-barrado Colaptes

melanochloros

-

Podicipedidae Mergulhão Podilymbus

podiceps

-

Psittacidae Caturrita Myiopsitta

monachus

-

Tiriba-de-testa-vermelha Pyrrhura

frontalis

-

Rallidae Saracura-do-banhado Pardirallus

sanguinolentus

-

Frango-d’água-carijó Gallinula

melanops

-

Tinamidae Perdiz, codorna Nothura

maculosa

-

Tyrannidae Bem-te-vi Pitangus

sulphuratus

-

Alegrinho Serpophaga

subcristata

-

Tesourinha Tyrannus

savana

-

Trogonidae Surucuá-variado Trogon

surrucura

-

Trochilidae Beija-flor-de-topete Stephanoxis

lalandi

-

Além da avifauna que se encontra associada à paisagem natural, o desenvolvimento em grande escala

de lavouras de arroz atrai populações de aves que utilizam esse ambiente como principal fonte de

alimento. Atualmente, com o acelerado processo de interferência humana e ocupação de áreas que

anteriormente eram ocupadas por vegetação nativa, aliada à caça clandestina, os ambientes naturais

estão desaparecendo e, junto com eles a fauna associada, de onde retiram alimento, buscam abrigo e

se reproduzem.

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Há espécies residentes anuais ou permanentes, geralmente sedentárias que ocupam territórios

fixos, mas muitas realizam deslocamentos irregulares de âmbito local até regional, motivadas por

alterações naturais temporárias nas condições do habitat, como por exemplo, os pulsos no nível da

água dos corpos hídricos, que são responsáveis por uma maior ou menor oferta de ambientes para as

aves aquáticas (Beltzer & Neiff, 1992). Também o desenvolvimento do ciclo produtivo de arroz irrigado

afeta a distribuição espacial de várias espécies aquáticas residentes, que se concentram às dezenas,

centenas ou milhares em lavouras de arroz durante o período de colheita e pós-colheita (final de verão

e início de outubro), atraídas pelos lodaçais parcialmente alagados e ricos em alimentos, que são

expostos nessa época. De tais concentrações presumivelmente participam indivíduos vindos de toda a

região. Aves nectarívoras (beija-flores), frugívoras (saíras) e alguns sabiás se deslocam por distâncias

variáveis para explorar a floração ou frutificação de determinadas plantas preferenciais, tal como fazem

as pombas em busca de grãos (Sick, 1984, 1997). A abundância total da avifauna varia ao longo do ano

devido aos fenômenos sazonais de emigração e imigração, como por exemplo, as aves migrantes

residentes de verão, que se reproduzem na área durante a primavera e o verão, mas estão ausentes

durante o período de descanso reprodutivo (outono e inverno),

Nesta região, os habitats encontram-se bem conservados, mas a ameaça mais importante às

aves e seus habitats parece ser a disseminação espontânea do pinus sobre a faixa de dunas do litoral

da Laguna dos Patos, que a médio e a longo prazo poderá eliminar as singulares formações arbustivas

de restinga.

A maioria das aves introduzidas no país não tinha representantes próximos no Brasil, inexistindo

concorrência por espaço e alimento entre as espécies nativas e aquelas vindas de outros países e aqui

adaptadas. Muitas das aves exóticas que vivem no Brasil estão em áreas urbanas, onde a presença de

aves nativas não é abundante. O exemplo mais comum é o pardal, ave de hábitos urbanos que constrói

ninhos em semáforos e luminárias, amplamente distribuído no mundo. Os pombos também são

exóticos, fazem ninho em qualquer brecha de concreto, como ornatos de monumentos e fachadas de

casas. Por isso, a superpopulação de pombos, aves que se reproduzem rapidamente, tem sido

encarada como um problema para a administração de cidades que zelam por seus monumentos.

Tabela 9: Espécies exóticas:

Família Nome Comum

Nome Científico

Columbidae Pombo-doméstico Columba livia

Ploceidae Pardal Passer domesticus

9.15.2 Mastofauna

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36

De maneira geral, os mamíferos variam em tamanho, forma, hábitos e habitats, sendo encontrado em

todo globo terrestre. Alguns mamíferos têm grandes áreas de vida e/ou apresentam hábitos alimentares

extremamente especializados, o que os torna mais frágeis a intervenções em seu ambiente. Outros, no

entanto, podem até certo limite ajustar-se a ambientes alterados pelo homem, principalmente aquela

espécies com hábitos mais oportunistas e dietas amplas e flexíveis como, por exemplo, os cachorros-

do-mato (Cerdocyon thous).

A fragmentação da cobertura vegetal natural provoca quase sempre alterações na abundância

ou a eliminação de algumas espécies animais. Observa-se que muitas espécies de mamíferos, antes

amplamente distribuídas, hoje se tornaram restritas aos fragmentos naturais remanescentes, como

ressaltam vários autores.

No Rio Grande do Sul, são encontradas aproximadamente 141 espécies de mamíferos, o que

corresponde a 27% das espécies conhecidas para o território brasileiro (Silva, 1994), sendo este

número provavelmente subestimado.

Conforme entrevistas com moradores quanto ao histórico da região de Arambaré, sabe-se que

existe uma degradação ambiental em decorrência da substituição da mata por áreas destinadas

principalmente a agricultura extensiva. Devido a estes fatores e também pela antiga caça predatória

feita pelo pessoal residente, atribui-se o fato de redução dos números de mamíferos. As espécies

listadas são todas nativas, e muitas estão na lista da fauna ameaçada de extinção do RS.

Tabela 10: Espécies da mastofauna catalogadas:

Família Nome Comum Nome Cientifico Categoria de

Ameaça

Agoudidae Paca Agouti paca EN

Canidae Raposa Dusicyon vetulus

-

Cachorro-do-mato Cerdocyon thous -

Graxaim-do-campo Pseudalopex gymnocercus -

Caviidae Preá Cavia spp -

Dasypodidae Tatu-galinha Dasypus novemcinctus

-

Dasyproctidae Cutia Dasyprocta azarae

VU

Didelphidae Gambá-de-orelha-branca Didelphis

albiventris -

Cuíca Gracilinanus microtarsus -

Erethizontidae Porco-espinho Coendou prehensilis

-

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Felidae Gato-jaguarundi Herpailurus

yaguaroundi VU

Gato-do-mato-pequeno Leopardus tigrinus VU

Mustelidae Irara Eira barbara VU

Hydrochearidae Capivara Hydrochaeris hydrochoerus

-

Myrmecophagidae Tamanduá-mirim Tamandua

tetradactyla VU

Mustelidae Furão Galictis cuja -

Zorrilho Conepatus chinga -

Lontra Lontra longicaudis VU

Phyllostomidae Morcego-fruteiro Sturnira lilium

-

Morcego-beija-flor Glossophaga soricina -

Procyonidae Mão-pelada Procyon cancrivorus

-

VU- Vulnerável- segundo lista da fauna ameaçada de extinção do RS esta espécie corre alto risco de

extinção á médio prazo.

EN - Em perigo: categoria de ameaça que inclui as espécies que não se encontram criticamente em

perigo, mas corre um risco muito alto de extinção á médio prazo.

Moradores da região relatam pegadas de pequenos felinos, no entanto a identificação precisa da

espécie não pode ser feita, mas foram relatados, sendo provável a ocorrência das mesmas na área de

estudo.

9.15.3 Ictiofauna

A América do Sul apresenta a fauna de água doce mais diversificada do planeta, com cerca de 2400

espécies. Esta grande diversidade deve-se a completa história geológica de nosso continente e à

formação de diversas regiões hidrográficas independentes e isoladas. No Estado do Rio Grande do Sul

podemos exemplificar com três regiões hidrográficas distintas: a do Uruguai, do Guaíba e do Litoral.

Cada uma das três drenagens apresenta uma fauna característica, embora nós encontremos espécies

de peixes em comum entre as mesmas (como a traíra, o cascudo e algumas espécies de lambaris).

O despejo de esgoto doméstico sem tratamento e a grande quantidade de lixo jogada dentro dos

rios, têm uma influência negativa muito forte sobre a fauna de peixes.

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Foram informadas 24 espécies, divididas em 16 famílias. Das espécies descritas nenhuma é rara

e/ou endêmica, e o dourado encontra-se na Lista Vermelha da Fauna Ameaçada de Extinção no Rio

Grande do Sul.

Tabela 11: Espécies de peixes:

Família Nome Comum Nome Científico Categoria de

Ameaça

Anostomidae Piava Leporinus

obtusidens

-

Callichthyidae Coridora, limpa-fundo Corydoras

paleatus

-

Tamboatá Hoplosternum

littorale

-

Characidae Tambicu Oligosarcus

purpureus

-

Lambari-do-rabo-amarelo Astyanax

jacuhiensis

-

Lambari-do-rabo-vermelho Astyanax

fasciatus

-

Dourado Salminus

brasiliensis

VU

Cichlidae Cará Gymnogeophagus

labiatus

-

Joana mixola Crenicichla

lepidota

-

Clupeidae Sardinha Platanichthys

platana

-

Crenuchidae Canivete Characidium

zebra

-

Curimatidae Biru Cyphocharax

voga

-

Gymnotidae Tuvira Gymnotus carapo -

Herythrynidae Traíra Hoplias

malabaricus

-

Loricariidae Cascudo Hypostomus

commersoni

-

Cascudinho Hisonotus

nigricauda

-

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Cascudo-viola Rineloricaria

cadeae

-

Pimelodidae Jundiá Rhamdia quelen -

Pintado Pimelodus

maculatus

-

Poeciliidae Barrigudinho Phalloceros

caudimaculatus

-

Prochilodontidae Grumatã Prochilodus

lineatus

-

Pseudopimelodidae Bagrinho Microglanis

cottoides

-

Mandi Pimelodella

australis

-

Synbranchidae Muçum Synbranchus

marmoratus

-

A introdução de espécies exóticas pode alterar significativamente os habitats naturais,

transmitindo doenças às espécies nativas, competindo pelos mesmos recursos (alimento, local de

reprodução, etc.) ou predando-as. Estudos comprovam que a introdução de exóticos é considerada a

principal causa de diminuição da biodiversidade, sendo responsável por quase 50% das extinções de

espécies no mundo.

Tabela12: Espécies exóticas

Família

Nome Comum Nome Científico

Cyprinidae Carpa Cyprinus carpio

Cichlidae Tilápia Tilapia sp

A pesca predatória também coloca em risco a sobrevivência de muitas espécies animais, principalmente

quando a atividade pesqueira é realizada durante a época de reprodução dos peixes. Com a captura de

machos e de fêmeas em época de reprodução, as várias populações de peixes podem diminuir

drasticamente, já que, com isso, são impedidos de produzir descendentes.

9.15.4 Herpetofauna

A - Répteis

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40

As comunidades de répteis da Planície Costeira do Estado do Rio Grande do Sul são tipicamente

compostas por espécies associadas às áreas abertas. Em sua grande maioria, estas espécies se

distribuem amplamente por toda a Planície Costeira, em diferentes graus, também em outras formações

abertas do Estado. Este padrão de composição é esperado para um ambiente de formação recente

como as restingas arenosas, onde a comunidade deve ter sido estruturada basicamente por invasão

dos ambientes recém-formados.

Conforme entrevista com os moradores o maior número de cobras avistadas são mortas devido

à falta de informação e por serem considerados maus. Isso está levando o homem a ser o principal

predador desta espécie.

A maior parte da população desconhece a importância que os ofídios desempenham na cadeia

alimentar. Além de controladores da teia alimentar são utilizados na farmacologia.

Além das informações coletadas durante a incursão à área, foram utilizados também dados

existentes na bibliografia. A utilização das informações existentes na bibliografia e nas coleções

científicas é fundamental para uma melhor compreensão da composição da comunidade de répteis de

uma região. As características de vida, seus hábitos e estratégia de escape e refúgio fazem com que a

maioria das espécies seja de difícil encontro na natureza, sendo necessário um esforço de coleta muito

grande e, principalmente, estudos de longo prazo para a uma amostragem significativa da fauna.

A população de répteis constatou-se 09 espécies de cobras e 01 de lagarto, todas nativas e

nenhuma espécie encontra-se na Lista Vermelha da Fauna Ameaçada de Extinção no Rio Grande do

Sul.

Tabela 13: Espécies de répteis na região do município de Arambaré:

Família Nome comum Nome Científico

Categoria de

Ameaça

Colubridae Muçurana-preta Boiruna maculata

-

Cobra-d’água-meridional Helicops infrataeniatus -

Cobra-verde Liophis poecilogyrus -

Papa-pinto Philodryas patagoniensis -

Jararaca-do-banhado Mastigodryas bifossatus -

Falsa-coral Oxyrhopus rhombifer -

Elapidae Coral-verdadeira Micrurus

altirostris -

Viperidae Jararaca-pintada Bothrops

pubescens -

Cruzeira, urutu Bothrops alternatus -

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Teiidae Lagarto Tupinambis merianae

-

B - Anfíbios

Os anfíbios são um dos grupos de tetrápodos mais diversificados, conferindo a este grupo uma

distribuição cosmopolita, estando ausentes apenas nas regiões de temperaturas muito baixas e em

ecossistemas marinhos. O Brasil é atualmente o maior país detentor da maior riqueza de anfíbios, com

776 espécies no total (SBH, 2005). A combinação de várias características morfológicas, fisiológicas,

ciclo de vida com estágios aquáticos e terrestres, capacidade de dispersão limitada e padrões de

distribuição geográfica e/ou área de vida restritos, torna os anfíbios um grupo extremamente suscetível

às alterações ambientais. Os anfíbios são assim, potenciais indicadores da qualidade de inúmeros

ambientes.

Em muitas áreas do Rio Grande do Sul, especialmente na planície costeira, que é rica em

banhados, poças e charcos temporários ou permanentes, as noites são preenchidas pelo coro de várias

espécies de anuros. A destruição das matas e principalmente dos banhados, seus habitats preferenciais

tem levado a uma redução expressiva das espécies.

Os sapos, as rãs e as pererecas são os responsáveis pelo controle das populações dos insetos

no campo, no banhado, nas matas e nas cidades. Eles são um dos elos mais importantes da cadeia

alimentar. Servem de alimento para répteis, peixes, aves, mamíferos e outros anfíbios, para alguns

invertebrados e mesmo ao homem. As espécies registradas são nativas, e nenhuma ameaçada de

extinção.

Tabela 14: Espécies de anfíbios informados na região de Arambaré:

Família Nome Comum Nome Científico

Categoria de

Ameaça

Bufonidae Sapo-cururu Bufo ictericus -

Hylidae Perereca-rajada

Dendropsophus minutus -

Perereca Dendropsophus sanborni -

Perereca-nariguda Scinax squalirostris -

Perereca-de-banheiro Scinax fuscovarius -

Leptodactylidae Rãzinha Pseudopaludicola falcipes

-

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42

Espécie exótica é aquela que se encontra fora de sua área de distribuição natural e, quando

oferece ameaça às espécies nativas, bem como à vida humana, aos ecossistemas ou hábitats, é

chamada de espécie exótica invasora. Nenhuma espécie exótica foi encontrada, todavia é provável que

a rã-touro possa ocorrer nessa área, pois foi registrada em várias regiões do Rio Grande do Sul, e hoje

é uma grande preocupação, pois pode afetar negativamente as populações de anuros nativos.

Tabela 15: Espécies exóticas:

Família Nome Comum

Nome Científico

Ranidae rã-touro Rana

catesbeiana

A melhor forma de evitar os impactos causados pelas espécies invasoras é prevenir a introdução

destas. Já introduzidas, o controle populacional, contando com a participação dos habitantes da região

e conscientização destes é uma boa alternativa para se evitar maiores danos.

10 - ASPECTOS SÓCIO–ECONÔMICOS

Os habitantes do município de Arambaré uniram-se na busca do desenvolvimento através da

agricultura, da pecuária e, sobretudo pelo aproveitamento do grande potencial turístico e beleza natural

do município.

As principais atividades econômicas estão relacionadas com o setor rural, com produção

agropecuária (gado) e cultivos de arroz. Em menor escala cultivam-se no município soja, milho,

mandioca, fumo e feijão. Uma importante fonte adicional de renda para o município provém do turismo,

embora haja conflitos diretos pelo uso dos recursos naturais (água) entre turismo, lazer e orizicultura. O

artesanato também desponta como um setor em crescimento no município. Não apresenta um parque

industrial densificado, sendo formado por pequenos estabelecimentos direcionado para os gêneros de

alimento e mecânica, estando associados às atividades agropecuárias.

A lavoura de arroz tem se destacado principalmente pela modernização por que passou nos

últimos tempos em aspectos como a introdução de novas variedades com maior potencial produtivo,

manejo, sistemas produtivos e gerenciamento, que acrescentaram rentabilidade a esta lavoura.

O Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional e sua participação na produção nacional vem

aumentando passando de 46,5% para 49,5% do total produzido no período, chegando a 5.146.595

toneladas.

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43

A estrutura agrária é baseada em médias propriedades cuja produção agrícola está voltada para

orizicultura. Os municípios que mais se destacam na produção de arroz localizam-se nas regiões da

Fronteira Oeste e Sul do Estado, principalmente junto ao rio Uruguai e na região das lagoas.

A produção agropecuária é responsável por uma adição no Valor Interno Bruto de R$ 16.918 mil

reais, a indústria obteve uma Adição no Valor Interno Bruto de R$ 2.810 mil reais e os serviços R$

17.815 mil reais. (IBGE 2005). A área do município é de 519Km², o que leva há uma densidade

demográfica de 7,4 hab/Km².

No município a expectativa de vida é motivo de orgulho entre os moradores, em 2000 era de

65,61 anos. A educação é um permanente desafio em qualquer município, e o índice de analfabetismo

no município é de 14,02%. (FEE_2000).

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa de riqueza,

alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros fatores para os diversos países do

mundo. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população,

especialmente bem-estar infantil. O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) até 1

(desenvolvimento humano total). O IDH de Arambaré é considerado médio (0,74), segundo o Atlas de

Desenvolvimento Humano/PNUD (2000).

O Idese (Índice de Desenvolvimento Socioeconômico) é um índice que abrange um conjunto

amplo de indicadores sociais e econômicos classificados em quatro blocos temáticos: Educação;

Renda; Saneamento e Domicílios; e Saúde, que tem por objetivo acompanhar o nível de

desenvolvimento do Estado e do município. O Idese varia de zero a um e, assim como o IDH, permite a

classificação em três níveis de desenvolvimento: baixo (índices até 0,499), médio (entre 0,500 e 0,799)

ou alto (maiores ou iguais que 0,800). O Estado do Rio Grande do Sul obteve um Idese de 0,760 e

Arambaré 0,673, conforme mostra a tabela.

Tabela 16: Índice Desenvolvimento Socioeconômico:

Área Ordem Índice

Educação 271º 0,842

Renda 371º 0,613

Saneamento e domicílios 198º 0,402

Saúde 379º 0,835

IDESE 287º 0,673

Fonte: FEE (2004).

10.1 Estabelecimentos comerciais

O Comércio de Arambaré é diversificado, formado principalmente por restaurantes, padarias e super-

mercados que ficam abertos durante a estação de veraneio, de dezembro a março, ha também

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agropecuárias abertas o ano todo. Outro comércio vísivel no município são as locações de casas que

na época de veraneio dão um bom negócio.

Tabela 17: O município de Arambaré apresenta uma estrutura com 247 empresas distribuídas em vários

setores:

Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Exploração Florestal 06

Indústrias extrativas 01

Indústrias de transformação 14

Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 01

Construção 03

Comércio, reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos

148

Alojamento e alimentação 31

Transporte, armazenagem e comunicações 02

Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados

01

Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 04

Administração pública defesa e seguridade social 02

Educação 01

Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 33

IBGE, Cadastro Central de Empresas 2005.

10.2 Patrimônio histórico-cultural

Cultura é expressão de valores, de desenvolvimento ético, de hábitos consagrados de grupos humanos.

A música, a pintura, a dança, o teatro e as artes plásticas em geral, são manifestações culturais, bem

como a prática religiosa, a culinária e até as relações humanas típicas dos diferentes grupos.

A cultura deve ser sempre resgatada, cultivada, expressada, analisada, compartilhada e, acima

de tudo, respeitada em todas as suas formas de expressão. Deve ser alvo de um trabalho sério,

profissional, planejado e executado de forma clara e competente numa Política Cultural objetiva.

Como atrativos culturais, o município de Arambaré possui a Igreja Nossa Senhora dos Navegantes, a

Biblioteca Pública Municipal e a Casa do Artesão.

Possui ainda 01 comunidade católica, 09 de outras religiões, 06 invernadas artísticas, 02 grupos

de terceira idade, 03 clube de mães, 02 ginásios de esportes, 02 times de futebol de campo amador,

entre outras organizações.

10.3 Saúde e Saneamento

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Segundo a Organização Mundial de Saúde -OMS- saúde é o "bem estar físico, mental e social do

cidadão"; e saneamento o "controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem efeitos

deletérios sobre o seu bem estar físico, mental ou social". Portanto podemos associar o conceito de

saúde pública ao de saneamento básico, onde a falta deste leva a sérias conseqüências, dentre elas,

doenças transmissíveis por veiculação hídrica ou por vetores (moscas, mosquitos, baratas, ratos e

outros): cólera, esquistossomose, males gastrointestinais, etc. Pesquisas realizadas nos países

desenvolvidos comprovaram que a implantação de medidas de saneamento básico - abastecimento de

água, esgotamento sanitário, destinação final adequada dos resíduos (lixo) e controle de vetores -

preveniram a ocorrência de enfermidades, reduzindo a mortalidade por diarréia, a ascaridíase, o

tracoma (enfermidade ocular), a esquistossomose, e a mortalidade infantil.

Saneamento ambiental é um dos componentes do combate a dengue e da proliferação de outros

mosquitos e a Prefeitura Municipal está fazendo o levantamento da rede de esgoto pluvial, sua

eficiência e buscando recursos para a canalização dos mesmos.

O Município de Arambaré, através da Secretaria Municipal da Saúde, oferece atendimento de

Saúde na área médica de clínica geral, odontológica, médico gineco-obstetra, nutricionista, urgências e

emergências. A Saúde é direito de todos e dever do Poder Público, que a promoverá, dentre outras,

com as seguintes medidas:

• Medicina Preventiva;

• Assistência médica gratuita;

• Distribuição de medicamentos gratuitamente.

Contando com um quadro técnico de 68 funcionários sendo:

Médicos Clínica Geral 04

Odontólogos 02

Médico Gineco Obstetra 01

Enfermeiros 06

Auxiliares de Enfermagem 07

Técnicas de Enfermagem 10

Estagiários 06

Telefonista 02

Atendente 01

Fiscal Sanitário 01

Auxiliares de Limpeza 04

Agentes Comunitários de Saúde 06

Agentes de Campo – Dengue 02

Visitador do PIM 02

Motoristas 11

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Chefe de Setor 02

Secretária da Saúde 01

Assim, Arambaré dispõe de uma grande unidade de saúde polivalente, funcionado 24 horas em

atendimentos ás clinicas básica: Clinica Geral, Ginecologia, Obstetrícia e Odontologia, bem como as

urgências e emergências clínicas, dispondo, para tanto de uma área física com salas individualizadas

para os serviços de: Recepção do cliente, Triagem de pré-consulta, Nebulizações e injeções,

Consultórios clínicos (2), Consultório de Ginéco Obstetrícia, Sala de Observação com (6) leitos, Sala

séptica para pequenos procedimentos, Acomodação para os médicos e plantonistas de enfermagem,

bem como os serviços de apoio (cozinha, limpeza e higiene). Administração, farmácia e telefonia em

prédio independente junto à Unidade de Saúde.

Desta forma o município de Arambaré dispõe de uma grande Unidade polivante, com

atendimento médico 24 horas. O atendimento médico acontece das 07 horas às 19hs e 19hs às 07hs.

Funcionando em prédio próprio, dispondo, para tanto de uma ampla área física com salas

individualizadas.

Além dessa unidade de saúde funcionam também em prédios próprios do Município dois postos

do programa “Saúde da Família” juntamente com o programa PACS (Agentes Comunitários de Saúde)

um desses postos esta localizado em área rural – 2º distrito denominado da Santa Rita do Sul, distante

17 km da sede e outro no centro da cidade, que atende a área urbana

Fonte de toda a vida, a água é hoje um dos recursos naturais mais visados da Terra e sua

preservação mobiliza milhares de cientistas e cidadãos comuns ao redor do mundo.

foto

Tabela 18: Abastecimento de água no município de Arambaré:

Abastecimento de Água Domicílios (n°) Porcentagem (%)

Rede geral 2.676 81

Poço ou nascente (na propriedade) 602 18

Outra forma 26 0,8

Total 3.304 100 %

Fonte: IBGE/SIDRA 2000

Vigilância Sanitária

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Ações desenvolvidas na Prevenção e Combate a Dengue. São desenvolvidas ações na prevenção e

combate a Dengue através do programa municipal de controle de vetores, em específico de mosquitos.

Coleta de Pneus:

É realizada coleta de todos os tipos de pneus, nas três áreas urbanas do município e pretende-

se estender ao meio rural esta atividade.

Aplicação de Inseticidas:

É realizada a aplicação de inseticidas em meio urbano do período de janeiro a março,

totalizando sete aplicações (duas por localidade em Arambaré e Caramuru) e três em Santa Rita do Sul

(aplicação nas bocas de lobo).

10.4 - Agricultura e Pecuária

Com relação à área agrícola do município, contamos com aproximadamente 18 mil ha de lavouras

permanentes, 13.921 ha de lavouras temporárias, 18.329 ha de pastagens naturais e 2.931 ha de matas

e florestas. Com relação à pecuária, contamos com aproximadamente 34.200 cabeças de gado, 477

suínos e produção de mel de abelha em torno de 5.850 kg.

Tabela 19: Lavouras permanentes

Produto Quantidade produzida

Banana 0,5 toneladas

Laranja 0,5 toneladas

Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2006.

Tabela 20: Lavouras temporárias

Produto Quantidade

Arroz

(em

casca)

73.928 toneladas

Feijão

(em grão)

1,8 toneladas

Fumo 2,5 toneladas

Mandioca 2,0 toneladas

Milho 10 toneladas

Soja (em grão) 1.170 toneladas

Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2006.

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Tabela 21: Pecuária.

Rebanhos Nº de cabeças

Bovinos 34.200

Suínos 477

Eqüinos 1.440

Asininos 3

Bubalinos 252

Coelhos 13

Ovinos 4.500

Galinhas 900

Galos, frangas, frangos e pintos 4.050

Codornas 22

Caprinos 54

Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2006.

Tabela 22: Produtos derivados dos rebanhos

Produto Quantidade

Vacas ordenhadas 135 cabeças

Leite de vaca 189.000 litros

Ovinos tosquiados 3.600 cabeças

Lã 8.100 quilos

Ovos de galinha 18 mil dúzias

Mel de abelha 5.850 quilos

IBGE, Produção da Pecuária Municipal 2006.

10.5 Silvicultura

Silvicultura é a arte ou a ciência de manipular um sistema dominado por árvores e seus produtos, com

base no conhecimento das características ecológicas do sítio, com vista a alcançar o estado desejado,

e de forma economicamente rentável. (Louman et al., 2001). A silvicultura é mais uma forma de gerar

renda no campo, e segundo dados da Sociedade Brasileira de Silvicultura (SBS), o Brasil contribui com

4,6% das exportações mundiais de produtos florestais, é o maior produtor e exportador de celulose

branqueada de eucalipto e primeiro exportador mundial de compensados de pinos. (Da Redação, com

informações da Embrapa Milho e Sorgo).

Tabela

Produto

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Quantidade produzida

Lenha 1.750 metros cúbicos

Madeira em tora 350 metros cúbicos

10.5.1 Zoneamento Ambiental para a Atividade de Silvicultura

Através do Zoneamento Ambiental foi elaborada uma matriz indicando o grau de fragilidade de cada

unidade de paisagem natural (UPN) em relação aos diferentes temas considerados, que correspondem

aos principais impactos esperados a partir do desenvolvimento em larga escala da atividade de

silvicultura.

No município de Arambaré estão inseridas duas Unidade de Paisagem Natural (UPN), como

mostra a tabela abaixo, e cada tema é valorado através de um índice relativo com variação de 0 a 1,

sendo 1 o valor correspondente à situação de maior criticidade ou vulnerabilidade.

Tabela 22: Matriz de vulnerabilidade ambiental das Unidades de Paisagem Natural do município de

Arambaré à atividade de Silvicultura:

UPN Recursos

hídricos

Campos

naturais

Fauna Flora Atrativos

turísticos

Índice de

vulnerabilidade

PL5 0.88 0.70 0.12 0.00 0.62 0.72

PS4 0.73 0.54 0.18 0.25 0.26 0.65

Como resultado do trabalho de zoneamento, foi apresentada a classificação das Unidades de Paisagem

Natural – UPN de alta, média e baixa restrição para a atividade de silvicultura no Estado do Rio Grande

Sul.

Tabela 23: Grau de restrição á atividade de silvicultura por unidade de paisagem no município de

Arambaré:

Unidade Restrições

PL5 Alta

PS4 Baixa

10.5.2 Diretrizes para a atividade de Silvicultura por Unidade de Paisagem

O município de Arambaré participa de duas Unidades de Paisagem: está quase totalmente inserido na

Unidade PL5, e uma pequena parte inserida na PS4.

A) Unidade de Paisagem PL5

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Restrições

* Não poderá ser suprimida a vegetação arbórea nativa remanescente.

* Utilizar o mapeamento de Remanescentes dos Campos Sulinos (UFRGS/MMA, 2007) como diretriz

indicativa de áreas de campo nativo a serem conservados. No licenciamento dos projetos de silvicultura

deverá ser classificado, por profissional habilitado, o estado de conservação dos campos, através do

grau de antropização das áreas, em três categorias:

1. Campos conservados ou pouco antropizados;

2. Campos medianamente antropizados;

3. Campos altamente antropizados.

Enquanto não estiver estabelecida a classificação dos estágios de conservação de campos,

somente as áreas classificadas na categoria de Campos Altamente Antropizados poderão ser utilizadas

para silvicultura.

Na classificação do estado de conservação dos campos, o profissional habilitado deverá levar

em consideração, entre outros, as seguintes características dos campos altamente antropizados:

- Áreas que sofreram ação antrópica intensiva recente com supressão ou comprometimento significativo

da parte aérea e subterrânea da vegetação (ex.: agricultura mecanizada);

- Fisionomia herbácea aberta de porte baixo, com baixo índice de cobertura vegetal viva (ex.:

sobrepastoreio);

- Predominância qualitativa e/ou quantitativa de espécies exóticas ou ruderais, ocorrendo em alta

freqüência;

- Ausência de espécies raras e endêmicas;

- Ausência de vegetação rupestre ou turfeiras.

A Câmara Técnica recomenda a constituição de um Grupo de Trabalho Técnico, para propor

uma classificação dos tipos de campos do Estado e caracterizar seus estágios de conservação,

objetivando o regramento da conservação e do uso sustentável dos mesmos.

* Não poderão ser suprimidas as áreas de ocorrência de butia capitata.

* Admite plantações florestais desde que não ultrapasse 2% gleba total, subdivididas em talhões de, no

máximo, até 5 hectares.

* No caso da utilização de espécies com potencial invasor (ex.: Pinus sp.) recomenda-se que, sempre

que possível, as plantações florestais sejam concentradas em uma única área, para minimizar o risco

de dispersão.

* O controle das invasões biológicas nas áreas externas aos cultivos deverá atender aos critérios

estabelecidos no documento: Procedimentos e critérios técnicos para o licenciamento ambiental da

Silvicultura (FEPAM, 2006).

B) Unidade de Paisagem PS4

Restrições

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* Não poderão ser convertidas áreas de Floresta Estacional Decidual e Semi Decidual nos estágios

sucessionais médio e avançado de regeneração, conforme legislação em vigor, com o

descapoeiramento dos estágios iniciais sendo licenciado conforme critérios específicos a serem

estabelecidos pelo DEFAP/SEMA, que levarão em consideração o tamanho da área, o potencial de uso,

a relevância para conservação da biodiversidade e a conceituação de agricultura familiar.

* Identificar e proteger os corredores ecológicos promovendo a interligação dos fragmentos florestais

remanescentes.

* Deverá ser mantida distância dos afloramentos rochosos com área suficiente para preservar as

espécies da flora características do ambiente.”

* Nas UPN PS4 e PL4, deverá ser observada uma faixa de transição de uso no entorno dos plantios em

relação às áreas de interesse turístico e paisagístico, compatível com a preservação de seu valor

paisagístico e potencial turístico, definida em critérios utilizados na conservação da paisagem

* Demarcar e respeitar áreas de quilombolas reconhecidas ou em processo de reconhecimento

* Nas áreas com declividade de 25° a 45°, só poderão ser utilizadas espécies nativas, com manejo

previsto no Código Florestal Federal.

* A silvicultura deve utilizar técnicas de conservação do solo, definidas em projeto técnico, consoantes

com as características da área, em todas as UPN, e de modo particular na PS2, PS3 e PS4.

* Nas demais áreas poderão ser ocupados até 50% das glebas, desde que conservados os corredores

de conectividade dos remanescentes florestais FED.

* O controle das invasões biológicas nas áreas externas aos cultivos deverá atender aos critérios

estabelecidos no documento: Procedimentos e critérios técnicos para o licenciamento ambiental da

Silvicultura (FEPAM 2006).

10.6 – Educação

A grande preocupação de qualquer administração é a educação. Democratizar o acesso ao Ensino de

qualidade a todos os interessados atendendo os anseios da comunidade é a missão que sintetiza este

desafio, numa análise geral. Mas esta missão enseja um conjunto de ações específicas voltadas para o

tempo atual estabelecendo bases sólidas.

Arambaré possui na sua rede: 2 Escolas Estaduais e 2 Escolas Municipais. A rede de ensino é

composta por 41 docentes do Ensino Fundamental; 25 das Escolas Públicas Estaduais e 16 das

Escolas Públicas Municipais. O ensino médio é servido por 16 professores do poder público estadual. E

a pré-escola por 2 profissionais. Nas escolas de ensino do município há no momento 859 alunos

matriculados, 47 cursando a pré-escola, 624 cursando o ensino fundamental e 188 o ensino médio.

(IBGE 2007).

10.7 – Habitação

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O direito à habitação, como ressaltam vários instrumentos internacionais, não se restringe apenas à

presença de um abrigo, ou um teto, mas engloba uma concepção mais ampla. Morar de forma

adequada e regularizada num local seguro e saudável, com acesso à infra-estrutura e outros benefícios

é, na verdade, uma forma concreta de afirmação de cidadania, uma forma de possibilitar a todos o

acesso a uma vida mais saudável, segura e feliz.

No município de Arambaré existem 1.211 domicílios permanentes particulares, abrigando 1.283

famílias. Arambaré, assim como outros municípios brasileiros, têm concentração de renda em uma

pequena camada social, que se dedica à agricultura de porte médio, à agropecuária e à industria de

pequeno porte. Existe, no entanto, na periferia do município, população de baixa renda, miséria, favelas

e sub-habitações.

De acordo com o IBGE_2001, no município há 1.656 homens com 10 ou mais anos de idade.

Mulheres com 10 anos ou mais atingem um número de 1.593. A maior parte da população encontra-se

entre 30 e 39 anos, totalizando 601 pessoas, equivalente a 15,7 % da população. De acordo com os

dados de 2007, a população é de 3.825 habitantes.

11 - CARACTERIZAÇÃO DOS PROBLEMAS AMBIENTAIS

O município de Arambaré, considerando sua estrutura econômica social, os problemas

ambientais maiores do município estão relacionados com agressões ao meio ambiente na área rural, no

entanto, ao se avaliar o potencial de crescimento sobre diversos aspectos nos mostra que esta

preocupação deve ser estendida para a área urbana. Dentro do que já foi constatado, temos:

11.1 Degradação dos Recursos Hídricos:

A área urbana é servida parcialmente pela drenagem pluvial e esta é ligada aos cursos d’água onde, em

grandes enxurradas, é comum o empoçamento de água em alguns pontos da malha viária. Além disso,

o lixo acumulado indevidamente em alguns trechos ao longo das vias acaba comprometendo a

eficiência do escoamento do sistema de drenagem.

A degradação dos recursos hídricos é causada por diversos fatores que interagem,

potencializando os efeitos, entre eles está:

O cultivo de monoculturas (soja, milho, gramíneas de inverno) – mesmo considerando que uma

grande parte dos agricultores pratica o plantio direto, existem no município vastas áreas as quais não

protegem o solo, durante o inverno o que leva a erosão e ao assoreamento dos córregos e rios;

Esta mesma agricultura faz com que os produtores rurais, ampliem as áreas de cultivo,

direcionando-as para as áreas de preservação permanente, ou seja, margens de rios e realização de

drenagem de áreas de banhados;

Associada ao tipo de agricultura, ou nos casos das margens do lago mais próximas ao perímetro

urbano e também dentro dele, a proliferação de loteamentos unifamiliares torna um dos principais

geradores de renda do município suscetível a uma série de agressões que deverão ser gerenciadas de

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tal forma, que possam fazer com que exista o equilíbrio entre a expansão urbana e a preservação das

belezas naturais.

11.2 - Diminuição das Áreas de Floresta Nativa e Ciliar

Ano após ano, a retirada de árvores se torna mais evidente a necessidade de proteção da flora nativa,

uma vez que mesma está gradativamente sendo substituída por espécies exóticas e com valor

comercial, induzindo a fauna nativa a ocupar áreas cada vez menores, criando condições adversas para

a reprodução.

11.3 - Resíduos Sólidos Urbanos

Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU's), vulgarmente denominados por lixo urbano, são resultantes da

atividade doméstica e comercial das povoações. A sua composição varia de população para população,

dependendo da situação sócio-econômica e das condições e hábitos de vida de cada um. Lixo é todo e

qualquer resíduo sólido resultante das atividades diárias do homem em sociedade. Pode encontrar-se

nos estados sólido, líquido e gasoso. Caso o lixo não tenha um tratamento adequado, ele acarretará

sérios danos ao meio ambiente, como poluição do solo, da água e do ar.

O local do “antigo lixão” foi interditado, e a partir de então, o lixo produzido no município (distrito

de Santa Rita, Parada Bonita e "Assentamento", assim como zona urbana) é recolhido e levado para

Minas do Leão, ocasionando alto custo ao município. Do "lixão" já foram retirados 380 toneladas de lixo,

que saíram do município e foram levados para a empresa "Sill". Os resíduos hospitalares, ambulatoriais,

laboratoriais, dos consultórios, e postos de saúde, também são recolhidos por empresas terceirizadas.

Com relação à degradação dos solos na área urbana, o principal fator de degradação que ocorre

é a colocação irregular de lixo, além de esgotos a céu aberto de águas servidas e residuais.

Existem, porém problema com relação ao lixo que fica espalhado na área urbana, parte por

catadores e parte pela população pouco esclarecida que ainda joga este tipo de resíduos nas ruas e

terrenos baldios, causando grande impacto visual e poluição ambiental. Os resíduos despejados em

locais inadequados (ao longo de vias de acesso, terrenos baldios, cursos de água e suas margens)

caracterizam-se por serem objetos que normalmente são coletados pela equipe de limpeza urbana, tais

como móveis e utensílios velhos, roupas velhas, restos de materiais de construção, restos de limpeza

de terrenos, lixo doméstico e outros. Este fato evidencia a falta de consciência ecológica de alguns

setores da população, que não respeitam os locais específicos destinados aos depósitos de lixo.

11.4 - Resíduos Sólidos Industriais

Não há depósito para o destino final destes resíduos, os quais são recolhidos por empresas

especializadas, que atuam no município a partir de negociações e consórcios intermunicipais com

outros municípios, que recolhem e destinam ao acondicionamento final.

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11.6 - Do Sistema de Tratamento de Esgotos

Ocorrem sérios problemas com relação ao esgoto doméstico e águas servidas, pois existem muitas

ligações clandestinas de sumidouros diretamente na rede de drenagem da área urbana. O poder

público está sempre procurando coibir estas ações, sendo, porém de difícil controle, vindo a prejudicar

toda a população. Os dados atuais indicam como prática de esgotamento mais comum, a fossa

rudimentar, como mostra a tabela:

Tabela 23: Destinação dos Esgotos

Esgotamento Sanitário Domicílios (nº) Porcentagem (%)

Rede geral de esgoto ou pluvial 12 1,0

Fossa séptica 871 72,4

Fossa rudimentar 286 23,8

Rio, lago 29 2,4

Outro escoadouro 1 0,08

Sem banheiro nem sanitário 4 0,33

Total 1.203 100 %

Fonte: (FAMURS, 2000)

Chama a atenção o número de residências sem esgotamento adequado, com lançamento direto

na rede pluvial, na rua e ainda diretamente no terreno, indicando a fragilidade do sistema de saúde

pública frente à precariedade do sistema de esgotamento sanitário. O volume aproximado de esgoto

lançado por meio da rede pluvial para fora do perímetro urbano é grande, porém não se tem um valor

aproximado. Sabe-se que este é conduzido para riachos sem denominação especial e que margeiam a

cidade, não recebendo nenhum tratamento especial.

Investir em esgoto significa um grande salto para o município, a implantação de uma

infraestrutura atualizada normalmente requerida pela instalação de modernas empresas, cada vez mais

comuns nessa era da ‘globalização’ acentua a preocupação com esta tecnologia.

12. O ZONEAMENTO AMBIENTAL DO MUNICIPIO.

A gestão ambiental evoluiu como uma área do conhecimento sobre o meio ambiente e que seu

objetivo é administrar e coordenar, na medida do possível, toda a complexidade de fenômenos

ecológicos que interagem com os processos humanos (social econômico e cultural).Assim como os

sistemas naturais e antrópicos, o estagio atual da gestão ambiental, está em constante evolução.

Dentro deste conceito evolucionário da gestão, uma das principais ferramentas de gestão é o

zoneamento ambiental.

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O conhecimento do uso do solo é fundamental para o planejamento de problemas como o

desenvolvimento urbano e agrícola descontrolado, utilizando-se do monitoramento da deterioração da

qualidade ambiental, da perda de solo agrícola e da destruição de áreas com alta diversidade biológica.

No manejo de bacias hidrográficas, devem ser desenvolvidos métodos para o manejo de recursos e

para a avaliação de impactos ambientais. Torna-se extremamente importante a simulação de diversos

cenários para a avaliação do uso atual e futuro do solo, levando-se em consideração os tipos de cultura

agrícola, os sistemas de propriedades rurais e a suscetibilidade a erosão, para atender todos estes

critérios elaborou-se o zoneamento ambiental do município de Arambaré (em mapa anexo 9).

Dentro do contexto de analise multicriterial o zoneamento ambiental do município nos mostra,

que a área urbana do município, por se tratar de local com um alto potencial turístico em pleno

desenvolvimento, deve se limitar exclusivamente ao desenvolvimento do comercio e da prestação de

serviços, se evitando através do plano diretor (lei de diretrizes urbanas) a urbanização vertical.

No entorno do perímetro urbano, considerando a sede principal e o Distrito de Santa Rita (16

km) existe 1.974,3 ha de áreas de conflitos, ou seja, são áreas de APP, açudes e vegetação sub-

arbustiva , que não permitem qualquer tipo de atividades que causem qualquer tipo de poluição,

sobrando portanto uma área de 1.686,51 ha que suportariam atividades de baixo potencial poluidor,

destacando-se um cinturão verde com o objetivo de produzir alimentos para a população urbana, além

de atividades como a criação de ovelhas, sítios de lazer com vistas ao turismo rural, fruticultura,

pecuária de corte de leite com nível adequado de tecnologia, para a produção de matéria prima para a

segunda área.

A segunda área está localizada num raio de 6 km do perímetro urbano abrangendo uma área de

4.415,15 ha nesta área as lavouras de arroz já ocupam 42% da área, sendo que 7,9% gerariam conflito

de uso, pois tratam-se de APP, açudes e áreas de mata nativa.

Preservando as áreas de conflito, existe uma área 2.748,01 ha onde poderia ser desenvolvidas

atividades de médio potencial de poluição, como agroindústrias para absorver a matéria prima da área

1, lavouras com tecnologia mais avançada, piscicultura comercial, armazenagem de grãos, Engenhos

de arroz, desenvolvimento da industria metal mecânica de baixo impacto.

A terceira e maior área, corresponde principalmente a área rural do município, onde atividades

de maior impacto podem ser instaladas, no entanto é a área que apresenta maiores conflitos pois 31%

desta área se encontra de alguma forma preservada, 14% da mesma já existe o conflito instalado, ou

seja, lavouras implantadas em APP(s).

Em 55% da área, já existem atividades de alto impacto ambiental ou pode ser desenvolvidas

algumas outras atividades, tais como, a silvicultura (recomendável desde que obedecidos o zoneamento

para silvicultura), a ampliação das áreas cultivadas ou áreas de criação de gado (recomendado).

Com vistas a minimizar os problemas já existentes e evitar os problemas futuros a seqüência do

trabalho sugere alguns projetos que deverão ser abordados em prazos variáveis que contribuirão de

forma significativa para a melhoria da qualidade ambiental do município.

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13. CARACTERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICOS DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

POTÁVEL, DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO, MANEJO DA LIMPEZA URBANA E

RESÍDUOS SÓLIDOS E DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS

13.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA NO PERÍMETRO URBANO

O sistema de abastecimento de água na sede é realizado pela CORSAN, conforme XXXXX,

onde autoriza o Executivo Municipal a celebrar contrato com a Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN, conforme Lei Municipal XXXX, para a realização de obras de abastecimento

d'água na cidade de Arambaré e concessão da exploração dos serviços respectivos.

Este abastecimento deverá manter a universalização no atendimento à população urbana com o

fornecimento contínua a regular dentro dos padrões estabelecidos pela Portaria MS n° 518/2004, dando

ênfase no uso racional da água à conservação dos mananciais.

13.2 SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA

13.2.1. SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA

A captação de água bruta no município de Arambaré é subterrânea, composta de quatro poços

localizados próximos às instalações da CORSAN com cerca de 40m de profundidade. São

denominados poço ARB IA - vazão de 14 l/s, poço ARB II – vazão 5,1 l/s, poço ARB IIB – vazão 9,6 l/s e

poço ARB IV – vazão 11,4 l/s.

1.1 Diagnóstico

Atualmente operamos com três poços que chegam a produzir em torno de 100 m³/h, pois um dos

poços está em manutenção; este quando em operação, produz 41m³/h, estando localizado junto ao

reservatório, há aproximadamente 700m de distância da Unidade de Saneamento. Os demais se

localizam a aproximadamente 500m de distância, sendo que um deles está localizado no pátio da ETA..

Os poços necessitam de manutenção periodicamente, em função do desgaste causado pelo do alto teor

de ferro característico do lençol freático que corrói os tubos.

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Poço ARB 1A localizado no pátio da ETA.

2. SISTEMA DE TRATAMENTO DA ÁGUA

Em Arambaré, temos a Estação de Tratamento de Água (ETA), onde é realizada a filtragem e o

tratamento da água que abastece a população urbana. Dispomos de dois filtros lentos com 70 m² de

área cada um, onde se processa a filtragem e desinfecção da água. Aplica-se hipoclorito de sódio para

oxidação de ferro e manganês e desinfecção e fluossilicato de sódio para a fluoretação. A água tratada

é acumulada em uma câmara dentro de cada filtro e bombeada diretamente para a rede e para um

reservatório de 150m³ no pátio, e em marcha para um reservatório de 250m³ junto ao poço ARB 4A e

outro de 50m³ (todos elevados) localizado no pátio da Escola Municipal Atahualpa Irineo Cibils. O

laboratório dispõe de equipamentos para análises físico-químicas e bacteriológicas em atendimento a

Portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde. São realizadas análises a cada duas horas, onde são

verificadas turbidez, pH, cor, teor de cloro, ferro, manganês e flúor. Na bacteriologia, verifica-se

presença/ausência de Coliformes Totais e E. coli nas águas bruta e tratada semanalmente e se

determina a densidade de bactérias heterotróficas, que são indicativos das condições de higiene da

rede e reservatórios.

2.1 Diagnóstico

O município de Arambaré possui aproximadamente 7.000 habitantes. A Corsan atende a 2679

economias. No período de veraneio esta população pode chegar a 50000 veranistas, principalmente

nos finais de semana e feriados.

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Em função desta sazonalidade, temos enfrentado alguns problemas de abastecimento nos dias

de maior população. A variação populacional é muito grande. O sistema está sendo adequado para que

o abastecimento de água não sofra alterações durante o período de veraneio.

Dispomos junto à ETA de escritório para atendimento ao público.

Sistema de Recalque água tratada

Filtro lento

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Laboratório

Instalações CORSAN Arambaré

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3. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

A rede de distribuição é predominantemente em material de PVC, com diâmetro de 60 mm e os

ramais precários, em PVC e com diâmetro de 25 mm, a pressão média na rede se mantém em torno de

20 mca. Temos uma adutora de água tratada de 200 mm na Av. Presidente Vargas. Temos

aproximadamente, 37.500m de rede, sendo que recentemente foram feitos 16 Km para abastecer a

localidade de Santa Rita do Sul.

3.1 Diagnóstico

Existe a necessidade de efetuar a substituição de redes para diâmetros maiores, visando melhor

abastecer os bairros mais distantes como Cibislândia e Caramuru.

13.6 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO NA ZONA RURAL

Na zona rural o sistema de tratamento de esgoto sanitário é bastante rudimentar, necessitando a

atenção especial no que se refere à orientação e conscientização da população quanto à importância do

saneamento básico nas residências.

13.7 MANEJO DA LIMPEZA URBANA, DOS RESÍDUOS SÓLIDOS, DOS SERVIÇOS DE SAÚDE E

RESÍDUOS PERIGOSOS

O serviço de recolhimento de lixo domiciliar é realizado três vezes por semana no perímetro

urbano e rural. O serviço de coleta e destino final do lixo é terceirizado e encaminhado ao aterro

sanitário de Minas do Leão/RS.

No município não há coleta seletiva, mas algumas famílias têm procurado separar o lixo por

componentes, principalmente separados em lixo seco e orgânico. A ação de catadores é esporádica,

baseando-se principalmente ao alumínio (latas de bebidas), plástico (pet) e papelão.

O município, através de seus setores competentes tem desenvolvido campanhas e incentivando

a população na implantação de programas de coleta seletiva, fazendo com que o destino final do lixo,

que é dado via aterro sanitário não venha causar danos ao meio ambiente.

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Na área rural o recolhimento é realizado mensalmente pela mesma empresa terceirizada e com

destinação final ao aterro sanitário da cidade supracitada. O lixo seco é acondicionando em lixeiras

comunitárias de alvenaria. O lixo orgânico é absorvido individualmente em cada propriedade.

Também os serviços e disponibilização final dos resíduos de serviços de saúde são terceirizados

e conduzidos até seu destino final.

Os resíduos originados por postos de combustíveis e de oficinas mecânicas são recolhidos

periodicamente por empresas especializadas e licenciadas junto aos órgãos ambientais competentes,

controladas pelas empresas, assim como o material contaminado por óleo oriundo de lavagem de

veículos.

O recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos é realizado pelas empresas que

comercializam os mesmos, dando-lhes também um destino final.

14 SISTEMA DE GESTÃO E NECESSIDADES PARA A UNIVERSALIZAÇÃO DO ABASTECIMENTO

DE ÁGUA POTÁVEL, ESGOTAMENTO SANITÁRIO, LIMPEZA URBANA E RESÍDUOS SÓLIDOS E

DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS

O sistema de gestão e necessidade para a universalização apresenta informações sobre como a

Administração Pública, procederá no decorrer deste plano para atingir as metas propostas em todos os

sistemas.

14.1 GESTÃO E NECESSIDADES PARA A UNIVERSALIZAÇÃO DOS SISTEMAS

O prazo para as intervenções planejadas neste PSMB abrange um período de 20 anos,

considerando-se:

Curto prazo: em período inferior a 04 (quatro) anos;

Médio prazo: em período compreendido entre 05 (cinco) e 10 (dez) anos;

Longo prazo: período entre 11 (onze) e 20 (vinte) anos.

14.2 SISTEMA DE GESTÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO

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A gestão dos serviços de saneamento básico no Município de Arambaré será de competência da

Administração Pública Municipal, através das Secretarias afins, com a participação do Conselho

Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA).

14.3 NECESSIDADES DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEMANETO BÁSICO

Pelas diferenças existentes entre a área urbana e rural no que se refere ao abastecimento de

água, tratamento de esgotos sanitários e resíduos, as intervenções planejadas e relacionadas de forma

específica.

15 OBJETIVOS E METAS DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO PARA A UNIVERSALIZAÇÃO DO

ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL, ESGOTAMENTO SANITÁRIO, LIMPEZA URBANA E RES

ÍDUOS SÓLIDOS E DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS

A ausência de planejamento, com fragmentação do saneamento básico, trouxe graves

conseqüências para a população do município, tanto na sede quanto nas comunidades e vilas do

interior. Essa realidade impõe mudanças profundas no modelo de gestão do saneamento básico de

Arambaré.

A superação desse problema não depende apenas da proposição de um plano concebido como

produto rígido e detalhista que, pela inflexibilidade e burocratização, é inaplicável em realidades

permanecestes dinâmicas, em função de enorme pluralidade de agentes e de interesses. Por isso, é

necessário conceber, para Arambaré, um modelo de gestão que tenha em conta a complexidade da

realidade urbana e rural e a participação e o controle social.

Entre as medidas sugeridas, destaca-se a mudança de relacionamento entre o Poder Público

Municipal e a empresa concessionária estadual de águas e esgoto, bem como quanto ao

acompanhamento e à fiscalização do atual contrato de programa.

15.1 OBJETIVOS E METAS PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O sistema de abastecimento de água na sede, incluindo os imóveis inseridos dentro do

perímetro urbano é de responsabilidade da CORSAN conforme lei Municipal XXXX.

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A Companhia de abastecimento de água deverá manter a universalização no atendimento à

população urbana com fornecimento de maneira contínua e regular dentro dos padrões estabelecidos

pela Portaria 518/2004. Deverá ser dada ênfase ao uso racional da água e à conservação de

mananciais.

O abastecimento de água no meio rural é normalmente realizado de forma individual ou coleta,

nas comunidades onde existe maior concentração de moradores.

15.1.1 Objetivos

Os objetivos para o sistema de abastecimento de água são os seguintes:

Universalizar à população o acesso ao sistema de abastecimento de água potável;

Manter o atendimento de 100% da população urbana do município com água tratada;

Manter a quantidade de água, a qualquer tempo, dentro dos padrões de potabilidade, no

atendimento à Portaria n°518/2004 do Ministério da Saúde;

Manter o fornecimento de água de maneira contínua e regular à população, restringindo os

casos de intermitência no abastecimento apenas às situações de necessária manutenção

corretiva ou preventiva do sistema;

Implantar, em conjunto com a sociedade civil, Programa de Educação Socioambiental visando

incentivar o uso racional da água;

Implantar e manter de forma permanente e integrada com os Comitês de Bacia Hidrográfica,

órgãos governamentais municipais e sociedade civil, Programa de Conservação dos Mananciais

de Abastecimento atuais e futuros.

15.1.2 Metas para Abastecimento de água no Perímetro Urbano

Apresentamos a seguir as metas para o sistema de abastecimento de água potável no perímetro

urbano a curto, médio e longo prazo.

15.1.2.1 Metas a curto Prazo

Manter a qualidade da água a qualquer tempo, dentro dos padrões de potabilidade, no

atendimento a Portaria n° 518/2004 do Ministério da Saúde;

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Manter o fornecimento de água de maneira contínua e regular a população, restringindo

os casos de intermitência somente em situação necessária para a execução de concertos de

manutenção corretiva e preventiva;

Fiscalização da implantação de redes de abastecimento em novos loteamentos;

Planejamento e monitoramento do crescimento da cidade para a implantação de rede de

distribuição;

Executar serviços de adequação da captação de água, pois esta se encontra avariada e

até mesmo ultrapassada, comprometendo o abastecimento de água a população;

Substituição da rede adutora de água bruta do ponto de captação até a estação de

tratamento;

Implantar em conjunto com a sociedade civil, um programa sócio ambiental, visando

incentivar o uso racional e consciente da água, visando a preservação para futuras gerações;

Substituição das redes de distribuição antigas de PVC, redes precárias por materiais e

diâmetros adequados;

Conscientização da população urbana para que em edificações sejam previstas

captações de água da chuva para uso específicos (lavagem de calçadas, rega de jardim, lavagem de

carros, etc);

Elaborar um mapa atualizado de toda a rede de distribuição de água;

Projeto de setorização do sistema, com instalação de macromedidir, VPRs, hidrantes,

ventosas, telemetria;

Instalar sistema de controle de nível de reservatório e telecomando para controle do

sistema de produção, reservação e distribuição de água;

Implantação de um posto da CORSAN para atendimento direto ao consumidor.

15.1.2.2 Metas a médio prazo

Manter o atendimento de 100% da população urbana do município com água tratada;

Manter a qualidade da água, a qualquer tempo, dentro dos padrões de potabilidade no

atendimento a Portaria n° 518/2004 do Ministério da Saúde;

Manter o fornecimento de água contínua e regular a população, restringindo os casos de

intermitência no abastecimento apenas as situações de manutenção corretiva ou programa;

Implantação de setorização do sistema de distribuição, com instalação de registros,

válvulas redutoras de pressão e hidrantes;

Execução de obras visando ampliação de redes de distribuição acompanhando a

expansão das ruas;

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Substituição das redes antigas de PVC e ramais precários com redimensionamento, de

acordo com definição prévia das áreas prioritárias;

Executar melhorias nas redes de distribuição de ruas e avenidas, de acordo com a

expansão do perímetro urbano;

Execução dos projetos executivos para a possível ampliação da reservação,

especialmente para as zonas do perímetro urbano;

Garantir a proteção do manancial e da nascente do riacho São Silvestre;

Elaborar um estudo pára o reaproveitamento da água ou um sistema de tratamento

diferenciado para aquela água a ser utilizada para limpeza pública, lavagem de veículos, limpeza de

calçadas e limpeza doméstica.

15.1.2.3 Metas a longo prazo

Manter o atendimento de 100% da população urbana do Município com água tratada;

Manter implantação de redes em acompanhamento a expansão de ruas;

Substituição das redes depreciadas e com alto índice de concerto;

Manter a qualidade da água, a qualquer tempo, dentro dos padrões de potabilidade no

atendimento a Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde;

Manter o fornecimento de água de maneira contínua e regular a população, restringindo

os casos de intermitência no abastecimento apenas as situações de manutenção corretiva ou

prevista ou programada no sistema;

Manter proteção dos mananciais, tanto subterrâneo como superficiais, as nascentes e

faixas marginais de proteção de água superficial.

15.1.3 Metas para o Abastecimento de Água para a Zona Rural

Apresentamos a seguir as metas para o sistema de abastecimento de água potável na zona rural

a curto, médio e longo prazo.

15.1.3.1 Metas a curto prazo

Buscar junto com a comunidade, alternativas para o fornecimento de água adequado às

características locais;

Elaborar projetos técnicos a partir das alternativas propostas pelas comunidades onde há

maior risco de desabastecimento de água em períodos de estiagem;

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Buscar fontes de recursos compatíveis para a implantação de sistemas de abastecimento

de água em localidades no meio rural;

Manter serviço de controle para acompanhamento da qualidade da água;

15.1.3.2 Metas a médio prazo

Manter a elaboração de projetos técnicos a partir das alternativas propostas pelas

comunidades onde há risco de desabastecimento de água em períodos de estiagem;

Buscar alternativas junto as Secretarias Estaduais competentes, para suprir a

necessidade atual e projetando pelo tempo de execução do Plano de Saneamento;

Buscar fontes de recurso compatível para a implantação de sistema de abastecimento de

água em localidades no meio rural;

Implantar/manter o serviço de qualidade da água;

Elaborar estudo para tratamento da água para a população da zona rural;

15.1.3.2 Metas a longo prazo

Atingir 100% da população da zona rural com água tratada;

Elaborar e executar projetos técnicos a partir das alternativas propostas para as demais

comunidades;

Buscar fontes de recursos compatíveis para a implantação de sistemas de abastecimento

de água em localidades no meio rural;

15.2 OBJETIVOS E METAS PARA O SISTEMA DE ESGTAMENTO SANITÁRIO

Apresentamos a seguir o objetivo e as metas para o sistema de esgotamento sanitário no

período urbano e na zona rural a curto, médio e longo prazo

15.2.1 Objetivos

Universalização do sistema de esgotamento sanitário para a população do município.

15.2.2 Metas para o Esgotamento Sanitário no Período Urbano

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Apresentamos a seguir as metas para o sistema de esgotamento sanitário no perímetro urbano a

curto, médio e longo prazo

15.2.2.1 Metas a curto prazo

Aquisição do terreno para a implantação da Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário;

Elaborar projeto executivo de sistema de esgotamento sanitário abrangendo todo o

perímetro urbano e projeto executivo para a construção de uma Estação de Tratamento de

Esgoto Sanitário que atenda as necessidades do município;

Exigir a implantação de sistema de tratamento individual ou coletivo para novos

loteamentos;

Fiscalizar e exigir a limpeza periódica dos tanques sépticos e sumidouros novos e

existentes, conforme o dimensionamento apresentado nos respectivos projetos aprovados junto

a Prefeitura Municipal;

Implantação gradativa do projeto executivo existente de esgotamento sanitário,

observando a disponibilidade econômica e financeira;

Fiscalizar e exigir novos e os já existentes, conforme dimensionamento dos respectivos

projetos aprovados junto a Prefeitura;

15.2.2.2 Metas a médio prazo

Implantação do sistema de esgotamento sanitário e da Estação de Tratamento de Esgoto

Sanitário, observando a disponibilidade econômica e financeira;

Selecionar economias que caracterizam inviabilidade de esgotamento sanitário através

das redes de coleta coletiva;

Incluir no Código de Obras a obrigatoriedade da ligação das economias na rede de

esgoto implantada;

Continuar com a implantação de fossa séptica e em novas construções, prevendo-se a

canalização para a ligação em rede coletora;

Aquisição, por parte da Companhia Concessionária, de um caminhão tanque equipado,

para a limpeza de fossas sépticas, para posterior encaminhado a Estação do Tratamento de

Esgoto – ETE.

15.2.2.3 Metas a longo Prazo

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Contemplar 100% da população urbana com Sistema de Esgotamento Sanitário;

Implantação de Sistema tipo separador absoluto de acordo com indicações do Projeto

Executivo, observada a disponibilidade econômica e financeira.

15.2.3 Metas para o Esgotamento Sanitário na Zona Rural

Apresentamos a seguir as metas para o sistema de esgotamento sanitário na zona rural a curto,

médio e longo prazo.

15.2.3.1 Metas a curto prazo:

Criação de Programa de conscientização para tratamento de esgoto sanitário em

ampliações ou novas residências, bem como as já existentes;

15.2.3.2 Meta a longo prazo:

Buscar fontes de recursos compatíveis para a implantação dos programas acima citados;

Estudo e viabilidade de projeto de implantação de esgotamento sanitário.

15.2.3.3 Meta a longo prazo:

Contemplar 100% da população da zona rural com Sistema de Esgotamento Sanitário.

15.3 OBJETIVOS E METAS PARA GESTÃO DA LIMPEZA URBANA E RESÍDUOS SÓLIDOS

Apresentamos a seguir o objetivo e as metas para a gestão da limpeza urbana e resíduos

sólidos no perímetro urbano e na zona rural a curto, médio e longo prazo.

15.3.1 Objetivo

Page 69: PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICOsaneamento básico, é possível garantir melhores condições de saúde para as pessoas, evitando a contaminação e proliferação de doenças

69

Buscar alternativas compatíveis com a legislação vigente no que se refere à gestão, a coleta a

destinação final dos resíduos sólidos na zona urbana e rural.

15.3.2 Metas para o Sistema de Gestão, Coleta e Destino Final da Limpeza Urbana e Resíduos Sólidos

no Perímetro Urbano

Apresentamos a seguir as metas para os sistema de gestão, coleta e destino final da limpeza

urbana e resíduos sólidos no perímetro urbano a curto, médio e longo prazo.

15.3.1.1 Metas curto prazo:

Manter o sistema de coleta e destino final do lixo doméstico e comercial, dos serviços de

saúde e resíduos perigosos, terceirizados;

Realizar estudos e campanhas de conscientização objetivando a real implantação da

coleta seletiva, incluindo triagem e compostagem para resíduos orgânicos;

Realizar estudos para viabilizar o local destinado a depósito de material oriundo de

construção civil e de podas de árvores;

Aplicação do Artigo 33 da Lei Federal n° 11.445, regulamentada pelo Decreto Federal n°

7.217 no que tange ao destino final dos resíduos perigosos.

15.3.1.2 Metas a médio prazo:

Continuar terceirizando serviços de coleta e destino final do lixo;

Implantação da coleta seletiva do lixo;

Definição de local destinado a depósito de material oriundo de construção civil e de

podas de árvores;

Instalar lixeiras para coleta seletiva em toda zona urbana.

15.3.1.3 Meta a longo prazo:

Tratativas com os demais municípios vizinhos objetivando a viabilização de consórcio

intermunicipal para gestão, coleta e destino final do lixo

15.3.2 Metas para o Sistema de Gestão, Coleta e Destino Final dos Resíduos Sólidos na Zona Rural

Page 70: PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICOsaneamento básico, é possível garantir melhores condições de saúde para as pessoas, evitando a contaminação e proliferação de doenças

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Apresentamos a seguir as metas para o sistema de gestão, coleta e destino final dos resíduos

sólidos na zona rural a curto, médio e longo prazo.

15.3.2.1 Metas a curto prazo:

Manter a coleta dos resíduos domésticos (lixo seco) a cada quinze dias nas localidades

em que está sendo realizado este tipo de serviço;

Incrementar campanhas no sentido da aplicabilidade do Artigo 33 da Lei Federal n°

11445, regulamentado pelo Decreto Federal n° 7.217 no de recolhimento de embalagem de

agrotóxicos e produtos perigosos.

15.3.2.2 Metas a médio prazo:

Ampliar a coleta dos resíduos domésticos para as demais linhas da Zona Rural;

Disponibilizar coletores em lugares de maior concentração no interior.

15.3.2.3 Metas a longo prazo:

Aumentar a freqüência do recolhimento do lixo doméstico.

15.4 OBJETIVO E METAS PARA DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS

Apresentamos a seguir o objetivo e as metas para drenagem das águas pluviais urbanas a curto,

médio e longo prazo.

15.4.1 Objetivos

Promover análises e estudos em referência ao sistema de drenagem urbana existente, bem

como sua necessidade de melhorias e ampliação.

15.4.2 Metas para Drenagem de Águas Pluviais Urbanas

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Apresentamos a seguir as metas para a drenagem e águas pluviais urbanas a curto, médio e

longo prazo.

15.4.2.1 Metas a curto Prazo:

Averiguação, manutenção ou troca das redes de micro drenagem de águas pluviais

existentes no perímetro urbano;

Elaborar estudos para a priorização de implantação de novas redes de micro drenagem;

Assegurar o trânsito de pedestres e veículos;

Controlar a erosão

15.4.2.2 Metas a médio prazo:

Elaboração de projetos para a implantação de novas redes de micro drenagem;

Buscar fontes de recursos para a viabilização de novas redes;

Proteger os logradouros e vias públicas;

Proteger e preservar os cursos d’água nas proximidades do perímetro urbano.

15.4.2.3 Metas a longo prazo:

Implantação de sistema de micro drenagem de águas pluviais em todo o perímetro

urbano

16 ORIGEM DOS RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS

FUNASA-PAC II

16.1 CRONOGRAMA

Espeficicações Até 1° ano 2 anos 3 anos A partir do 4°

Planejamento – Elaboração do projeto x

Execução-Definição do local mais apropriado x

Definição o tipo, tamanho, e população a ser

atendida

X

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Obras de Engenharia x x

Monitoramento-Fiscalização intensiva com

visita ao cumprimento da legislação vigente

X

17 ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO DIAGNÓSTICO

O diagnóstico a seguir descrito abrange toda a área territorial do Município de Arambaré. Em

virtude de diferenças significativas no atendimento aos serviços e infraestrutura relacionados ao

saneamento básico existente no meio e urbano e rural no atendimento das carências, optou-se por

apresentar os diagnósticos da realidade do município.

17.1 ESTRUTURA ADMINSITRATIVA MUNICIPAL

Arambaré é um município pequeno, e sua estrutura administrativa municipal é composta por:

Divisão Municipal de Obras;

Divisão Municipal de Transportes;

Secretaria Municipal de Saúde e Meio Ambiente;

Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC);

Secretaria Municipal de Agricultura;

Secretaria Municipal de Assistência Social;

Secretaria Municipal da Administração e Fazenda;

Paralelamente a estrutura administrativa do executivo, a existência dos Conselhos Municipais

auxilia na administração, sendo os mesmos consultivos ou deliberativos ajudam o executivo municipal

no processo de tomadas de decisão, são eles:

Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente;

Conselho Municipal de Saúde;

Conselho Municipal de Assistência Social;

Conselho Municipal de Alimentação Escolar;

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Conselho Municipal do FUNDEB

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18 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O lançamento de esgotos in natura nas coleções hídricas brasileiras tem se mostrado como um

grave e preocupante problema, gerando consequências desastrosas para o meio ambiente e para a

saúde de nossa população.

O município de Arambaré apresenta um crescimento populacional considerado, assim

proporciona um aumento nas condições de habitação, de saneamento básico, de saúde, de educação,

de infraestrutura, entre outros. Parte de potencial econômico gira em torno da agricultura e turismo.

Saneamento é o conjunto de medidas, visando a preservar ou modificar as condições do meio

ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde. Saneamento básico se restringe

ao abastecimento de água e disposição de esgotos, mas há quem inclua o lixo nesta categoria. Outras

atividades de saneamento são: controle de animais e insetos, saneamento de alimentos, escolas, locais

de trabalho e de lazer e habitações.

Normalmente qualquer atividade de saneamento tem os seguintes objetivos: controle e

prevenção de doenças, melhoria da qualidade de vida da população, melhorar a produtividade do

indivíduo e facilitar a atividade econômica.

A água é elemento químico essencial para o desenvolvimento da vida humana e de outros

seres, podendo dizer que a água poluída não resulta em equilíbrio ecológico, pois não apresenta

características essenciais ao ecossistema. Nesse contexto, não há também qualidade de vida, pois as

alterações dos padrões normais ferem a vida biológica na qual o homem está inserido, trazendo certas

patologias indesejadas pelo ser humano.

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19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACL – Assessoria e Consultoria Ltda & Engeplus Engenharia e Consultoria Ltda, 2007. Estudo de

Impacto Ambiental (EIA) do Sistema de Irrigação Arroio Velhaco, Integrante do “Projeto Costa Doce”.

Prefeitura Municipal de Arambaré.

KOPPEN, W. Climatologia. Fundo de Cultura Econômica, 1948.

MORENO, J. A. Clima do Rio Grande do Sul. Secretaria Estadual da Agricultura, 1961.

http://www.portalarambare.rs.gov.br: Acesso em 16/08/2012

http://www.corsan.com.br: Acesso em 15/08/2012

http://www.famurs.com.br: Acesso em 16/08/2012

http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm: acesso em 15/08/2012

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16 COMPONNETES DO COMEITÊ EXECUTIVO MUNICIPAL

Entidade Participante Profissão

Executivo Municipal Ivonete Vanin Auxiliar Administrativo

Secretaria M. da Agricultura e

Meio Ambiente

Liziano Beyer Wölfle Técnico Florestal – Licenciado

em Ciências Biológicas