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Plano Gerencial da Embrapa 2016 – 2018

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Plano Gerencial da Embrapa

2016 – 2018

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Brasília, DFMaio de 2016

2016 – 2018

PLANO GERENCIAL DA EMBRAPA

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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“Nada é possível sem as pessoas, nada é duradouro sem as instituições”

Jean Monnet

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SUMÁRIO1. INTRODUÇÃO | 04

2. CONTEXTOS, DESAFIOS E OPORTUNIDADES | 06

3. PLANO DE AÇÃO 2016–2018 | 12

3.1. Alinhamentos e Premissas | 12

3.2. Ações Estruturantes para 2016-2018 | 22

3.2.1. Um Novo Olhar para a Comunicação | 23

3.2.2. Um Novo Olhar para as Alianças | 25

3.2.3. Um Novo Olhar para Impacto | 27

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1. INTRODUÇÃO

No período 2012-2015 a Embrapa ampliou sua capacidade de antecipação e aprimorou a gestão de estratégia e de desempenho institucional. A prioridade para “inteligência estratégica” e “gestão de desempenho”, materializada no desenvolvimento dos sistemas Agropensa e Integro, respectivamente, fortaleceu a capacidade de produção da Empresa, baseada na ampla carteira de projetos, ordenados em ar-ranjos e portfólios e num conjunto sistematizado de informações e conhecimentos que permitem a customização de soluções tecnológicas inteligen-tes capazes de dialogar com os problemas e opor-tunidades da agropecuária brasileira.

A Empresa está madura e habilitada a exercitar o conceito da “visão que evolui”, com mecanismos de flexibilidade que a permitam rever, modular e atualizar sua visão, seus planos e suas estratégias de maneira célere, em coerência com a realidade de mudanças rápidas características de nosso tempo.

Sob essa perspectiva, o Plano Gerencial da Em-brapa 2016 a 2018 foi elaborado durante os pri-meiros meses de 2016 com base em debates internos envolvendo dirigentes de todas as Uni-dades Centrais e Descentralizadas e suas equipes de trabalho. Na primeira fase houve a elaboração de uma versão colaborativa em plataforma digital liderada pelos diretores-executivos para a cons-trução conjunta de segunda versão pelos gesto-res e suas equipes. Depois, formação de grupos de trabalho com a participação de dirigentes e nova etapa de aperfeiçoamento, além de suces-sivas etapas de validação. A PGMacro1 (Hammes; Arzabe, 2016), método de planejamento partici-pativo e gestão cooperativa desenvolvido pela Embrapa, foi utilizado para sistematizar a cons-trução conjunta deste documento.

1. HAMMES, V. S.; ARZABE, C. PGMacro for sustainability: a practice of planning and management and its visual artifacts. 6th Organizations, Artifacts and Practices (OAP) – Materiality and Ontologies in Management and Organization Studies. Portugal: Lisboa, 2016.

AGROPENSA

Sistema de Inteligência Estratégica da Embrapa dedicado a produzir e difundir conhecimentos e informações em apoio à formulação de estratégias de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) para a própria Empresa e instituições parceiras. Atua no mapeamento e apoio à organiza-ção, integração e disseminação de bases de dados e de informações agropecuárias; na captação e prospecção de tendências e sinais tecnológicos, socioeconômicos e de mercado para a agricultura; na identifica-ção de  futuros possíveis e  na elaboração de cenários que permitam à agropecuária brasileira melhor se preparar diante de po-tenciais desafios e oportunidades. É estru-turado em três componentes específicos: observatório de tendências, análise e estu-dos e estratégias para a Embrapa.

INTEGRO

Sistema Integrado de Gestão de Desem-penho Institucional, Programático e de Equipes utilizado por todas as Unidades da Embrapa na gestão estratégica e na gestão de pessoas. Por meio do Integro, o planeja-mento, a  programação, o acompanhamen-to  e  a  avaliação  de  planos  estratégicos, Unidades, portfólios e arranjos, projetos e ações gerenciais,  equipes e empregados passam a ser um processo único.

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Os dirigentes assumem que os avanços da pesquisa agropecuária brasileira precisarão ser intensificados nos próximos anos, em função dos desafios, riscos e oportunidades que se prenunciam. O Plano Gerencial procura responder a esta realidade, se apoian-do no documento “Visão 2014–2034: o futuro do desenvolvimento tecnológico da agri-cultura brasileira”, início de um novo posicionamento estratégico da Embrapa, e no VI Plano Diretor, que indica os caminhos que a Empresa trilhará nos próximos anos. Esse primeiro impulso concreto do seu sistema de inteligência coloca em movimento um processo permanente e contínuo de reflexão e de construção da sua visão de futuro, que reserva desafios complexos, mas crescentes oportunidades de avanço e progres-so. Essa certeza deve guiar as escolhas da Embrapa e orientar as proposições deste Plano Gerencial da Embrapa para o período 2016-2018.

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2. CONTEXTOS, DESAFIOS E OPORTUNIDADESO Brasil desempenha um papel relevante e crescente no campo da produção agro-pecuária e agroindustrial sustentável, num mundo cada vez mais conectado, di-nâmico e incerto. As incertezas climáticas, as questões demográficas, a segurança alimentar, a inovação, a competitividade e a geopolítica são condicionantes desses novos tempos.

A Embrapa e o sistema de pesquisa e inovação agropecuária do Brasil estão imersos em complexas mudanças ocorridas nas últimas décadas, que alteraram de forma significativa a participação relativa dos setores público e privado no desenvolvimen-to da agricultura brasileira.

A pesquisa pública no passado concentrou-se no melhoramento genético de cul-turas básicas e criações, bem como de todo um conjunto de conhecimentos indis-pensáveis para o aprimoramento dos sistemas de produção, como a forma adequa-da de aplicação de insumos, o melhor espaçamento nas lavouras, o mapeamento de riscos e as boas práticas para superá-los, agregação de valor, diversificação, espe-cialização de produtos e processos agropecuários e agroindustriais, dentre muitos outros. Mas os tempos eram outros. A pergunta do produtor brasileiro era basica-mente: como superar as limitações do ambiente, plantar e colher com sucesso?

A iniciativa privada beneficiou-se de todo esse referencial e dos avanços do conhe-cimento conquistados a partir da pesquisa pública para ampliar sua participação no mercado de forma sistemática com foco prioritário nas grandes culturas.

Em um momento mais recente o setor privado está focado no desenvolvimento de novos produtos (sementes, fertilizantes, máquinas, defensivos), na prestação de serviços e até mesmo como fonte de financiamento para o setor produtivo do agro-negócio, todavia concentrado num pequeno grupo de grandes commodities.

Em um contexto de incertezas climáticas, pressões por ampliação da multifunciona-lidade da agricultura, transdisciplinaridade, internacionalização dos processos produ-tivos, condicionantes da territorialidade, do potencial de valoração da biodiversidade (bioeconomia), etc., descortina-se um amplo espectro de oportunidades para se avan-çar muito além das conquistas já obtidas na agricultura centrada nas commodities.

Impõe-se para a Embrapa e o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA) um vasto campo de atuação que envolve: continuar aportando inteligência e ações estratégicas aos produtos tradicionais, descortinar novos nichos de alto valor agre-

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gado em áreas onde a presença de riscos mais elevados não atrai a iniciativa pri-vada e nas quais a pesquisa pública deve aportar soluções tecnológicas, e gerar conhecimentos para fortalecer a formulação e aprimoramento de políticas públicas e privadas de suporte.

Ao incorporar novas funcionalidades à agricultura, a exemplo de temas como saúde, nutrição, aromas, fragrâncias, controle biológico, serviços ambientais, novos fertili-zantes, agroenergia, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, incorporação de processos de automação, sistemas integrados de produção dentre tantos ou-tros, a pesquisa agropecuária e agroindustrial passa a demandar mais fortemente os conhecimentos básicos da genética e melhoramento, impulsionados por novas e robustas ferramentas de suporte, ultimando adequar matérias-primas e promover a obtenção competitiva e sustentável de princípios ativos e biomoléculas de diferen-tes espécies da flora e fauna brasileira.

Na outra ponta, um arrojado avanço na capacidade analítica e na composição e formação de pessoal de áreas como tecnologia da biomassa, química verde, bio-logia sintética, edição de genomas, dentre tantos outros, potencializa o uso e a va-lorização dessa biodiversidade. Esses campos se configuram como novos espaços a serem ocupados, para os quais a Embrapa vem buscando parceiros estratégicos que complementem suas competências. Para isso, é necessário conhecer os passos críticos que perpassam as ações de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico de modo a delimitar sua participação e a definição de seus aportes.

Diante do inexorável avanço da complexidade nos processos produtivos, também se observa a necessidade crescente do desenvolvimento tecnológico e da inova-ção envolvendo tanto ativos tangíveis como intangíveis. Por conseguinte, hoje os agentes produtivos estão diante de uma pergunta mais complexa do que a anterior: como cumprir a função social e econômica da atividade agropecuária e agroin-

dustrial de forma competitiva e sustentável?

É a partir dessa perspectiva que os principais referenciais estratégicos da Embrapa apontam para cinco eixos de impactos relevantes ao cumprimento da sua missão e alcance da visão, conforme o VI PDE.

Com foco na sustentabilidade, as soluções para o aumento da produção agropecuária brasileira deverão ocorrer, prioritariamente, pela intensi-ficação do uso de áreas já abertas para produ-ção e pelos ganhos de eficiência produtiva. Isso

INTENSIFICAÇÃO SUSTENTÁVEL

Uso racional, eficiente e sustentável de áreas agrícolas a partir de tecnologias de in-tegração que permitem desenvolver múlti-plas atividades produtivas no mesmo espa-ço. Significa o aproveitamento dos recursos naturais para a ampliação da produção no mesmo território de maneira socialmente aceitável e ambientalmente segura. Um dos principais exemplos de intensificação sustentável é a prática do Sistema Integra-do Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).

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exige da pesquisa avanços em diversificação, agregação de valor, produtividade, se-gurança e qualidade, e redução dos custos de produção com velocidade e eficiência superior àquelas já alcançadas. A descarbonização da agricultura e o fortalecimento de práticas conservacionistas, de base biológica e sustentáveis constituem pontos importantes nesse processo. Assim como também a necessidade de desenvolvi-mento de métricas de avaliação de desempenho ambiental, econômico e social que permitam avaliar com segurança e credibilidade internacional a sustentabilida-de dos sistemas produtivos.

Na perspectiva da bioeconomia, urge ofertar soluções assentadas em novas bases científicas e tecnológicas, além dos limites do modelo de desenvolvimento depen-dente de recursos não renováveis, no contexto de mudança gradual dos anseios da sociedade, da busca de segurança energética e de novas possibilidades de produ-ção. Tudo isso diante de uma população que cresce em número e em capacidade de consumo e que expressa o desejo de que a economia utilize mais recursos de base biológica, recicláveis e renováveis, logo mais sustentáveis. Novos processos en-volvendo plantas, animais e microrganismos irão transformar os mercados do ponto de vista da ampliação do leque de oportunidades, tanto de produtos alimentares como não alimentares.

Subsídios à formulação de políticas públicas constituem uma significativa parte da produção da pesquisa pública, baseada em informações e conhecimentos que não se materializam, necessariamente, em insumos e produtos, visíveis e facilmente mensuráveis. São inúmeros os exemplos da relevância da produção de conheci-mentos para formulação e aprimoramento de políticas e estímulos: a formulação do Código Florestal, que incorporou grande acervo de conhecimentos de pesquisa realizada pela Embrapa e pelas universidades brasileiras; estudos sobre pobreza ru-ral, que servem para orientar a extensão rural e as políticas públicas; o zoneamento de risco climático, que visa racionalizar a exploração agrícola no território nacional; estudos sobre novos espaçamentos e manejos, novos conhecimentos sobre solos e clima e escolha ótima de insumos e orientação para uso.

Todos esses são conhecimentos fundamentais para a evolução e o aprimoramento contínuo dos sistemas produtivos. São, em síntese, conhecimentos indispensáveis para quem faz agricultura. Contudo, não se traduzem em insumos e produtos facilmente perceptíveis e, muitas vezes, não chegam ao conhecimento dos públicos de interes-se, mesmo que estejam sendo gradualmente incorporados aos sistemas produtivos e contribuindo para evolução das cadeias de valor da agropecuária e da agroindústria. Muitas vezes estão nos livros, no portal da Empresa, divulgados nas mídias sociais e em artigos científicos ou de divulgação, em boletins, em programas de rádio e televisão, palestras, jornais, etc., mas, com frequência, são comunicados em desconexão com os problemas e desafios dos produtores e do sistema agroalimentar e agroindustrial.

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Um grande desafio será a adequação desses conhecimentos para a formulação e fortalecimento de políticas de inclusão produtiva dos agricultores mais pobres do país. A Embrapa tem produzido um rico acervo de conhecimentos sobre o mundo rural brasileiro, e seus estudos ampliam a compreensão do impacto do desenvolvi-mento tecnológico na produção e no agravamento de assimetrias e desigualdades no campo. A Empresa contribuiu de forma decisiva para o avanço da agricultura e para o desenvolvimento econômico e social do país, e pode contribuir também – de forma decisiva – com a ampliação do entendimento e da busca de soluções para os problemas daqueles que se encontram à margem da agricultura moderna, tecnificada e sustentável.

Contemplando todas as iniciativas existentes, a exemplo de arranjos produtivos locais, do ensi-no profissionalizante no interior, de programas de estímulo para jovens empreendedores, den-tre outros, os sistemas de inteligência territo-rial permitem uma compreensão multitemática do espaço territorial rural, de sua história e de seus potenciais e limites, identificando prio-ridades para a inovação e o desenvolvimen-to local e regional de forma mais conectada e convergente. O desenvolvimento agropecuário e agroindustrial, pensado em bases territoriais e sustentado em sistemas de inteli-gência, pode superar os limites de políticas baseadas exclusivamente em cadeias produtivas ou categorias de agricultores.

O avanço na fronteira do conhecimento constitui um desafio permanente para uma agricultura inserida num mundo dinâmico e mutável. Água, energia, meio am-biente, alimento e pobreza representam grandes desafios a serem enfrentados pela humanidade nas próximas décadas. A sustentabilidade no futuro dependerá muito de capacidade distribuída e coordenada em muitas instâncias para incorporar co-nhecimentos e inovações que permitam a superação de tais desafios.

A eficiência da agricultura vem sempre sendo posta à prova por estresses bióticos e abióticos, cujos danos ascendem a bilhões de reais. Ferrugem-da-soja, HLB ou gree-ning dos citros, carrapato bovino, mosca-dos-chifres, secas cada vez mais intensas, plantas daninhas resistentes a herbicidas, perdas de pós-colheita, resíduos agroin-dustriais são apenas alguns exemplos. Centenas de pragas podem invadir o Brasil nas próximas décadas, com grande potencial de danos. A Helicoverpa é um exemplo recente da dimensão que os danos podem atingir se o manejo integrado de pragas não ganhar os campos brasileiros com urgência.

INTELIGÊNCIA TERRITORIAL ESTRATÉGICA

Contextualização territorial em bases científicas  tendo em vista  o desenvolvi-mento sustentável  e a inovação agrope-cuária,  a partir da análise integrada dos quadros natural, agrário, agrícola, social e econômico de cada região, em diversas escalas temporais e espaciais.

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Avanços importantes estão em curso, como o novo código de C,T & I, que estabele-ce medidas inéditas e estímulos à inovação tecnológica do país, ampliando o con-ceito de Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT). Esse avanço permiti-rá fortalecimento da relação público-privada e a efetivação de Núcleos de Inovação

Tecnológica (NITs), bem como a oportunidade de a Embrapa criar o seu braço de operação no mercado de inovação, ensejada pelo recente Projeto de Lei enviado ao Congresso Nacional pela Presidência da República, que deverá viabi-lizar a EmbrapaTec.

Outro avanço a ser buscado é a Aliança para Inovação Agropecuária, envolvendo amplo conjunto de organizações públicas e privadas de pesquisa, inovação e ensino organizado para

fortalecer o sistema de pesquisa e inovação do país. Além de exercitar a sinergia entre os componentes do setor, a Aliança irá reduzir redundâncias e potencializar o uso do conhecimento gerado pela pesquisa, aumentando a entrega de soluções tecnológi-cas aos agentes produtivos e os consumidores brasileiros. Ampliar a capacidade em pesquisa inovação é caminho seguro para o fortaleci-mento do Brasil como grande líder e protago-nista na produção de alimentos e demais pro-dutos agroindustriais no cinturão tropical do globo.

É fundamental, nesse contexto, enaltecer a im-portância estratégica da cooperação e articula-ção internacional para a Empresa. Desde a sua criação a Embrapa contemplou fortemente a formação de pessoal no exterior, engendrou programas e mecanismos de articulação e coo-peração, a exemplo do Labex, que constituem uma base concreta desse posicionamento. A força do agronegócio brasileiro somada ao po-tencial da emergente bioeconomia colocam o país num patamar invejável como parceiro cien-tífico e tecnológico e como supridor mundial, aliando ciência de alta qualidade, competência produtiva e sustentabilidade. Par-cerias internacionais relacionadas ao avanço na fronteira do conhecimento, à ca-pacitação e cooperação tecnológicas, e com o suporte de estudos que contribuam

NÚCLEO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA (NIT)

Estrutura composta por Instituição Cientí-fica e Tecnológica (ICT), com ou sem per-sonalidade jurídica própria, que tenha por finalidade a gestão de política institucional de inovação e por competências mínimas as atribuições previstas na Lei de Inovação.

EMBRAPATEC

Subsidiária integral da Embrapa voltada para a negociação e a comercialização de tecnologias, produtos e serviços desen-volvidos pela Embrapa. Caso o projeto de lei assinado na primeira semana de maio de 2016  seja aprovado no Congresso, a Embrapa estará autorizada a criar a Em-brapaTec e será a única acionista da sub-sidiária. A titularidade dos ativos a serem negociados continuará sendo da Embrapa − e também dos parceiros, quando hou-ver cotitularidade. A intenção da propos-ta é possibilitar a atuação da subsidiária em três frentes: exploração comercial dos ativos de propriedade intelectual da Em-brapa; estímulo ao empreendedorismo e à criação de novas empresas de base tec-nológica; e parcerias, inovação aberta e transferência de tecnologia.

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para fundamentar, cientificamente, temas transversais importantes para a inserção comercial do agro brasileiro devem receber atenção e continuar refletindo o prota-gonismo da Empresa e do país no disputado mercado internacional.

Por fim, a Embrapa precisa superar barreiras diante do grande desafio de continuar a ser uma referência nacional e mundial em sua área de atuação. Em seus 43 anos de existência, a Empresa criou uma cultura genuína e solidificada em premissas de competência e mérito. Contudo, o mundo em rápida mudança, o avanço alucinante da ciência e os desafios nas dimensões legais e institucionais indicam a necessidade de uma estratégia empresarial pautada na modernidade, com sistemas integrados, competência gerencial, métodos de gestão e governança cada vez mais sofisticados.

Hoje com quase dez mil pessoas, uma complexa rede de infraestrutura e recursos crescentemente escassos, a gestão da organização precisa se pautar pela valoriza-ção de instrumentos corporativos ágeis e capazes de proporcionar superação de limites, a fim de promover o alcance de novas formas de financiamento e suporte, sempre com segurança institucional. Esta visão aponta necessariamente para a va-lorização do Plano de Carreiras da Embrapa (PCE), integração e automação de pro-cessos e sistemas corporativos, fortalecimento da ética, segurança da informação, melhoria dos relacionamentos institucionais e ampliação da capacidade negocial para inserção cada vez mais competente no mercado de inovações tecnológicas.

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3. PLANO DE AÇÃO 2016–20183.1. Alinhamentos e Premissas

Este Plano de Ação considera os desafios e contextos descritos e as orientações estratégicas do Governo Federal (PPA 2016-2019), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Conselho de Administração (Consad), do documento Visão 2014–2034: o futuro do desenvolvimento tecnológico da agricultura brasileira e do VI Plano Diretor da Embrapa. O Mapa Estratégico do VI Plano Diretor da Embrapa sintetiza decisões e escolhas estabelecidas pela Empresa e evidencia os desafios que a instituição terá que superar de modo a concretizar sua missão e visão de futuro. Este mapa, que é a principal referência para tomada de decisão da Empresa, explicita objetivos estratégicos, alinhados aos macrotemas, com foco nas cadeias de valor da agropecuária e nos cinco grandes eixos de impacto expressos no Plano Diretor: a) busca da sustentabilidade, b) inserção na bioeconomia, c) con-tribuição para políticas públicas, d) inclusão produtiva e redução da pobreza rural, e e) posicionamento da Empresa na fronteira do conhecimento.

A fim de manter sua capacidade de resposta, a Embrapa precisará continuar culti-vando a abertura para as mudanças, a flexibilidade para revisão da sua estratégia e a abertura para inovação na gestão, sempre com o foco no fortalecimento dos seus três pilares fundamentais: as pessoas, as estruturas e os processos, objetivan-do gerar entregas de relevância e impacto para a sociedade. Considerados esses alinhamentos, a seguir são apresentadas nove premissas – entendidas aqui como escolhas já feitas e exercitadas pela Empresa no período 2012-2015, e que deverão seguir priorizadas, ajustadas ou fortalecidas no período 2016-2018.

Premissa 1 | Prioridade às Pessoas

As pessoas são o pilar central e o grande diferencial da Empresa, responsáveis pelas entregas de qualidade que são feitas à sociedade. Por isso, é preciso assegurar for-mação contínua de líderes e gestores, preparando-os para o trabalho em equipe, ampliando a sua consciência sobre a importância do trabalho integrado e sinérgico, sobre o compromisso com a comunicação, com a cooperação, a construção das relações e a busca da efetividade. É preciso assegurar a atuação de equipes com competências multi e transdisciplinares de modo a fazer frente à complexa reali-dade do mundo da pesquisa e da inovação. O compromisso é com a meritocracia, com política clara de reconhecimento e recompensa.

Revigorar o quadro de pessoal e o plano de carreira com a finalidade de alinhar essas iniciativas às demandas do presente e do futuro próximo inclui medidas como: po-

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lítica de movimentação de pessoas, criação de banco de competências, preparação para aposentadoria, aproveitamento do conhecimento tácito de empregados da categoria “sênior”, planos de demissão incentivada, e concurso público. A Empresa deverá concluir, o mais rapidamente possível, um planejamento que permita a to-mada de providências, nas várias vertentes indicadas quando o contexto externo e as decisões de órgãos superiores à Embrapa assim permitirem, considerando a participação das Unidades Descentralizadas na formulação desses processos. Da mesma forma, atenção será dada aos Programas de Bem Estar, Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e Clima Organizacional. Premissa 2 | Fortalecimento da Governança e do Macroprocesso de Produção

Se “nada é possível sem as pessoas” a Empresa também não poderá evoluir sem dar grande atenção aos processos e às estruturas, que complementam a capacidade de ação das pessoas e tornam a organização eficiente, relevante e perene.

A Empresa seguirá aprimorando sua governança e fortalecendo seu macroprocesso de produção. A governança (direcionar, monitorar e avaliar) e a gestão baseada no ciclo PDCA (planejar, execu-tar, verificar e agir) estão retratadas nos referen-ciais estratégicos (VI PDE, Documento de Visão, Mapa Estratégico, etc.) e nas estruturas e cone-xões que ligam o Consad, a Diretoria-Executiva, as Unidades Centrais (UCs) e Descentralizadas (UDs) e seus relacionamentos externos. Esse conjunto é fortalecido pelos diversos comitês e demais instrumentos (CGE, CGP, CGTI, CGSI, PDTI, CTIs, Projetos Especiais, etc.) que discutem, adéquam, aprimoram e alinham as de-cisões ao longo de todas as instâncias da organização. Esse processo considerará o fortalecimento do Programa Diálogos (ver “Ação Estruturante Um Novo Olhar para a Comunicação”, a seguir) como sua principal estratégia.

O Macroprocesso de Produção, por sua vez, constitui a espinha dorsal por onde todo o referencial estratégico priorizado toma corpo em projetos de pesquisa, ações gerenciais e parcerias estratégicas, viabilizando um cabedal de avanços do conhe-cimento, ativos pré-tecnológicos e tecnológicos (tangíveis e intangíveis), que po-tencializam as entregas de resultados e seus impactos nos sistemas produtivos, no progresso científico e tecnológico e no desenvolvimento do país.

PROGRAMA DIÁLOGOS

Iniciativa que reúne e    oferece a todos os empregados instrumentos de comunica-ção de dupla via dos quais a Empresa  dis-põe para fortalecer parcerias internas e aprendizado coletivo, como canais presen-ciais ou virtuais, disponíveis a todos os em-pregados ou especialmente desenvolvidos para atender necessidades específicas de determinados grupos.

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A Embrapa conta com amplo conjunto de Portfólios e Arranjos que buscam orien-tar, por meio de temas estratégicos, as definições de projetos e ações gerenciais, cuidando de reduzir ou eliminar redundâncias e lacunas na programação de pes-quisa. Os Portfólios, conceitualmente, contemplam o contexto do tema estratégico a que se refere o mapa de oportunidades (priorização das linhas de pesquisa), os resultados esperados e os impactos. Esses dois últimos tópicos devem se benefi-ciar dos avanços na estruturação do NIT / EmbrapaTec mediante a interligação e

alinhamento do estado da arte da ciência com o estado da arte da inovação, da mesma forma que o ambiente de desenvolvimento tecnoló-gico pode ser alavancado com a criação dessas novas estruturas.

A Empresa não deve se descuidar de procurar conhecer as etapas críticas das rotas do desen-volvimento tecnológico e da inovação como forma de alinhamento das suas ações de pes-quisa e desenvolvimento. Isso certamente am-pliará as possibilidades de elevar o número de resultados positivos e relevantes, com repercus-são direta na captação de recursos e direitos de propriedade intelectual, bem como na imagem institucional.

Dada a importância do Macroprocesso de Pro-dução e dos desdobramentos do novo marco legal de CT&I, deverão ser criados Projetos Espe-ciais com a participação de UCs e UDs de modo a que sejam sistematizados, clarificados e inter-nalizados esses processos.

Em síntese, a Governança e o Macroprocesso de Produção da Empresa empreendem uma busca persistente da eficiência, eficácia e efetividade, visando à entrega de resultados e seus impactos nos sistemas produtivos, no progresso científico e tecnológico e no desenvolvimento do país.

Premissa 3 | Consolidação do Agropensa e do Integro

No período de 2012-2015 foi dada grande atenção à ampliação da capacidade de antevisão e de antecipação da Empresa, além do aprimoramento da gestão estraté-

PORTFÓLIO

Instrumento de apoio gerencial para a or-ganização de projetos afins, segundo visão temática, com o objetivo de direcionar, promover e acompanhar a obtenção dos resultados finalísticos a serem alcançados naquele tema, considerando-se os obje-tivos estratégicos da Empresa. Pela carac-terística estratégica e de relevância nacio-nal, os temas dos portfólios são definidos diretamente pelas instâncias estratégicas da Empresa e têm caráter corporativo. De 2012 a fevereiro de 2015, a Embrapa esta-beleceu 20 portfólios corporativos.

ARRANJO

Conjunto de projetos convergentes, com-plementares e sinérgicos organizados para fazer frente a desafios prioritários em determinado tema, preferencialmente a partir da visão conjunta de mais de uma Unidade da Embrapa. Atualmente são 71 arranjos aprovados, trabalhando de forma sinérgica em temas como: melhoramento genético, sustentabilidade e sistemas de produção vegetal e animal; HLB do citros e a mosca-das-frutas, pragas e toxinas de grãos armazenados.

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gica e do desempenho institucional. O Agropensa avançou na construção de refe-renciais estratégicos e deve se beneficiar com o aprimoramento dos seus mecanis-mos de busca, análise e síntese.

A participação das UCs, de instituições afins e, notadamente, das UDs, deve se cons-tituir em uma importante conquista, pois o radar dessas Unidades capta a mega-diversidade de temas, produtos, territórios e tendências materializadas, nessas ins-tâncias, pela intensa interlocução com os diferentes públicos e beneficiários em múltiplos eventos e mecanismos a exemplo de: câmaras setoriais, conselhos, fóruns, audiências públicas, feiras, exposições, dias de campo, demandas específicas dos agentes produtivos e de autoridades governamentais, visitas técnicas, congressos técnico-científicos nacionais e internacionais, articulações do Labex, dentre tantos outros. A sistematização e a disponibilização dessa base de dados e informações se constituem em importante ferramenta de retroalimentação do Agropensa.

Por meio do Integro, a Embrapa evolui de uma gestão de desempenho sem vínculo direto com o planejamento corporativo para uma gestão de desempenho derivada da gestão da estratégia, formulada a partir da Visão Institucional construída através do Sistema Agropensa e consolidada no seu VI Plano Diretor.

O foco nas entregas, na relevância e nos impactos definidos neste Plano Gerencial requer que o Sistema Integro, em curtíssimo prazo, evolua das fases de eficiência e eficácia para a fase de efetividade (gestão das entregas e dos impactos). Dessa for-ma, a lógica de alinhar pessoas, equipes e Unidades com as entregas de resultados para sociedade tornará possível valorizar e reconhecer esforços que levem a uma produção com impactos cada vez mais relevantes.

Premissa 4 | Projetos Especiais (PE) e Ações Mobilizadoras

Os Projetos Especiais seguirão fortalecidos como instrumentos de gestão da Empre-sa, direcionados a ações mobilizadoras que auxiliem a Embrapa a responder com rapidez a desafios e novas oportunidades, ou a se posicionar de forma célere quanto a mudanças no seu ambiente de atuação. A qualificação e a conexão dessas ações mobilizadoras podem antecipar eventuais riscos ao agro brasileiro e à Embrapa.

Os projetos seguirão sendo implementados a partir da mobilização de UCs e UDs para tratamento de temas reconhecidamente de grande relevância para a Embrapa, justificando priorização na mobilização de competência e garantia de alocação de recursos para sua execução.

A coordenação dos Projetos Especiais (PEs) será realizada pelo Gabinete da Presi-dência da Embrapa e os PEs direcionados a cumprir missões de grande relevância

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estratégica, em prazos definidos com avaliação sistemática pela Diretoria-Executi-va, com base em metas, resultados e impactos planejados, avaliados em eventos mensais de acompanhamento. O conjunto das entregas realizadas pelos PEs será tratado pela comunicação, o que permitirá a todos conhecerem seus conceitos e as ações mobilizadoras, sobretudo a percepção de mudanças institucionais positivas aos empregados e aos públicos estratégicos.

Premissa 5 | Fortalecimento da Estrutura Institucional

O sistema de inovação agropecuária do Brasil, sobretudo no pós marco legal de CT&I, requer da Embrapa, em acordo com sua missão e ob-jetivos, uma readequação de arranjos intra e interinstitucionais, que remodele sistemas, me-canismos e formas de gestão do processo de produção da Empresa para a construção de so-luções para diferenciados stakeholders.

A Embrapa gerencia seu processo de produção com base na estrutura de UCs e UDs. As UDs es-tão distribuídas em 14 Unidades de pesquisa de produtos, 17 Unidades ecorregionais, 10 unida-des de temas básicos, e cinco Unidades espe-ciais de serviços. Para complementar e fortale-cer esta estrutura de produção, ajustando-a às necessidades de uma agricultura mais sistêmica e multifacetada, a Embrapa vem incorporando novas estruturas e mecanismos de “transversali-zação” da operação das suas Unidades.

“Unidades hub” ganharão prioridade, com fortalecimento da presença, permanente ou temporária, de Unidades da Embrapa nas de-pendências ou na área de influência de outra, com o proposito de fortalecer a conexão da Empresa com a realidade das cadeias produti-vas. Plataformas público-privadas, como a Rede de Fomento ILPF, que integra a rede Embrapa e parceiros privados, ganharão maior proeminên-cia e serão referência para estabelecimento de igual sinergia em outras áreas e temas.

STAKEHOLDERS

Públicos estratégicos para a instituição. Aqueles que afetam ou são afetados, in-fluenciam ou são influenciados pelas ativi-dades ou resultados da Embrapa e que, por isso, devem ser considerados prioritários nos processos de decisão e de comunica-ção. Empregados, parceiros, lideranças, par-lamentares, membros da comunidade cien-tífica, agentes de ATER, consumidores são exemplo de stakeholders para a Embrapa.

NÚCLEO REGIONAL (NR)

Qualquer representação, permanente ou temporária, de uma Unidade da Embrapa nas dependências ou na área de influência de outra, para realizar pesquisa, desenvol-vimento e transferência de tecnologias ou acompanhamento da cadeia produtiva. Os núcleos regionais são criados quando há necessidade de atuação direta de uma Uni-dade em local distante da sua sede. UNIDADE-HUB: Unidade da Embrapa que recebe representação de outra(s) Unida-de(s) da Embrapa em suas dependências ou em sua área de influência. As Unidades--Hub operacionalizam os núcleos regionais (NR) das Unidades Descentralizadas. Uni-dades-Hub fazem o compartilhamento de seus espaços físicos, infraestrutura e servi-ços de apoio técnico e administrativo.

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E a Empresa ampliará as Unidades Mis-tas de Pesquisa (UMIP) e Unidades Mistas de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (UMIPTT), para aproxima-ção e aumento de sintonia com a aca-demia; os Laboratórios Multiuso, para ampliar a utilidade de estruturas com-plexas de P&D, além de reduzir redun-dâncias e competição entre as Unida-des; os NUTIR, ou Núcleos Territoriais de Inovação e Referência Tecnológica em Sistemas de Produção Sustentá-vel, para uma abordagem de sistemas de produção e transferência de tecno-logia regionalizadas. Estes mecanis-

mos e estruturas se alinham ao modelo de planejamento baseado na Inteligência Territorial Estratégica – exercitado com sucesso pela Empresa no Matopiba −, e que demandará novas estruturas físicas e virtuais, operando em complementaridade, para nucleação de competências da Empresa e parceiros para tratamento de desa-fios complexos na escala regional e territorial.

No âmbito da cooperação internacional, será intensificado o esforço de atualização do programa Embrapa-Labex, com foco na identificação de novos desafios, como a consolidação do conceito Labex-Flex, que estimula pesquisadores da Empresa a for-

UMIPTT

Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia que prevê o incentivo ao intercâmbio técnico, científico, cultural e administrativo entre os atores envolvidos. A Umiptt Sudoeste será a primeira do país a funcionar em um modelo de transferên-cia de tecnologia com as instituições regio-nais – no caso a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e terá foco na agricultura familiar, conforme protocolo de intenções de 11/03/2016.

UMIP

Unidade Mista de Pesquisa, modelo dife-renciado de colaboração associada à união de instituições (dentre as partes a Embra-pa) e competências suficientes para buscar soluções inovadoras para os problemas da agricultura. A primeira Umip, a GenClima, tem como foco a utilização da genômica e da biologia molecular de plantas para o desenvolvimento de ativos biotecnológi-cos aplicados a mudanças climáticas, em parceria com a Unicamp. A Umip Automa-ção para Sustentabilidade Agropecuária é fruto da parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP),  e o foco serão tecnologias de automação e otimização de sistemas de produção sus-tentáveis.

NUTIRS

Os Núcleos Territoriais de Inovação e Re-ferência Tecnológica em Sistemas de Pro-dução Sustentável são resultados da per-cepção sobre a necessidade de se ampliar a escala do conhecimento gerado pela Embrapa, por intermédio de pesquisas de campo adaptativas e finalísticas mais pró-ximas ao setor produtivo.  Compreende o agrupamento de cooperações (técnicas e financeiras) resultante de instrumentos ju-rídicos firmados entre a Embrapa, associa-ções de produtores, fundações de produ-tores de sementes ou associadas ao setor produtivo para consecução de objetivos es-tritamente definidos entre os cooperantes.

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mularem propostas de pesquisa, no âmbito do programa corporativo Cientista Visi-tante, para formar e consolidar redes e parcerias internacionais de pesquisa e inova-ção. Assim, o Programa Labex poderá também contribuir para o fortalecimento do componente de capacitação em âmbito internacional. Os Labex poderão igualmente contribuir para o fortalecimento da Plataforma Agropensa, com monitoramento dire-to da evolução na ciência e da tecnologia, fornecendo informações estratégicas qua-lificadas à Diretoria-Executiva e à Secretaria de Inteligência e Macroestratégia (SIM).

A consolidação dessas estruturas requer um Programa específico, incluindo maior autonomia e compartilhamento de decisão entre as UDs, plano de mobilidade de pessoas, aporte de recursos, flexibilização e agilidade para as parcerias (nacionais e internacionais), integrando pesquisa pública, setor privado, organizações sociais, fomento e mercado, compartilhamento de estruturas e competências para redução de redundâncias e aumento de efetividade.

Premissa 6 | Fortalecimento da Tecnologia da Informação e Transformação Digital

Na Embrapa, o posicionamento da Tecnologia da Informação (TI) como uma área es-tratégica começou a ser preparado em 1984 com a criação dos Centros de Pesquisa em Instrumentação e Informática Agropecuária. Em 2009, iniciou-se um trabalho para o fortalecimento da governança de TI, com a elaboração do I Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI) e do Modelo de Governança de TI. De 2012 a 2015 um Projeto especial orientou a implantação do II PDTI. Como resultado de todo esse esforço de posicionamento estratégico da TI, a Empresa priorizou o macrotema de Automação, Agricultura de Precisão e Tecnolo-gias da Informação e Comunicação (TICs), es-tabeleceu objetivos e diretrizes estratégicas de TICs e um Modelo de Governança Corporativo de TI no mapa estratégico do VI PDE.

Avanços no processamento da informação, por meio da TI, juntamente com as áreas de biolo-gia avançada, nanotecnologia, ciência cognitiva e outras estão promovendo sinergia e interativi-dade inusitadas no mundo da tecnologia, am-pliando o potencial de avanço na inovação para os próximos 20 anos.

Antecipa-se, assim, a necessidade de se estabelecer na Empresa a coexistência de uma TI convencional e uma TI inovadora. Ela será elemento fundamental e influen-ciará as decisões estratégicas na criação de novos modelos de negócios, possibili-

AGROTIC

Termo abrangente que engloba as tecno-logias emergentes da informação e comu-nicação aplicadas à agricultura. São defi-nidas como a combinação de hardware, software e instrumentos de produção que permitam coleta, armazenamento, troca, processamento e manejo da informação e do conhecimento. A redução de seu pre-ço, acessibilidade e adaptabilidade, além de suas novas capacidades, tornaram seu uso indispensável no setor agrícola.

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tando a geração de produtos e serviços alinhados às demandas dos stakeholders na era da economia digital. É imperativo que a Embrapa incorpore este modelo, chamado de TI bimodal, para apoiar a pesquisa, a transferência de tecnologia e os

negócios, bem como o desenvolvimen-to institucional.

Essa transformação deverá ser construí-da por meio da definição de estratégias digitais, arquitetura empresarial, mode-los de negócios digitais, com equipes multi e transdisciplinares que tenham conhecimento do macroprocesso de produção da Empresa, da TI tradicional e das tecnologias inovadoras como big data, analytics, computação cognitiva, internet das coisas (IoT), computação em nuvem, data science e outras. Essas tecnologias não devem ser implantadas sem vínculo com a estratégia e proces-

INTERNET DAS COISAS (IOT)

Revolução tecnológica que prevê conectar aparelhos eletrônicos do dia a dia (como aparelhos eletrodomésticos, máquinas industriais e meios de transporte) à inter-net. Seu desenvolvimento depende da inovação técnica dinâmica em campos tão importantes como os sensores wireless e a nanotecnologia.

COMPUTAÇÃO COGNITIVA

Capacidade de computadores pensarem (quase) como seres humanos. No início da computação, computadores eram capazes de efetuar cálculos, evoluindo para a utili-zação de sistemas programáveis (como conhecemos hoje) e o próximo passo será a utilização de computadores para o pro-cessamento de informações e tomadas de decisões baseadas em aprendizado de ex-periências anteriores, semelhante ao fun-cionamento do cérebro humano.

DATA SCIENCE

Campo interdisciplinar sobre processos e sistemas que tem como objetivo extrair co-nhecimento ou insights de dados em várias formas, estruturadas ou não estruturadas.

COMPUTAÇÃO EM NUVEM

Utilização da memória e da capacidade de armazenamento e cálculo de compu-tadores e servidores compartilhados e in-terligados por meio da internet, seguindo o princípio da computação em grade. O armazenamento de dados é feito em ser-viços que poderão ser acessados de qual-quer lugar do mundo, a qualquer hora, não havendo necessidade de instalação de pro-gramas ou de armazenar dados.

BIG DATA

Termo que descreve o imenso e comple-xo volume de dados (estruturados e não estruturados) com os quais aplicativos de processamento de dados tradicionais ainda não conseguem lidar, mas que im-pactam os negócios no dia a dia. Para a melhor compreensão do conceito, no entanto, o importante não está na quan-tidade de dados, mas sim no que as em-presas fazem com os dados que realmen-te importam. Big Data pode ser analisado para a obtenção de insights que levam a melhores decisões e direções estratégi-cas de negócio.

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sos corporativos e sem conhecer os resultados e impactos desejados pelos stakehol-ders. Deve vir acompanhada também de uma política de dados, que permita às equipes acesso aos dados e às informações geradas na carteira de projetos da Em-presa, de forma a subsidiar seu uso com as tecnologias inovadoras de TI.

É imperativo que se prepare a Empresa para os desafios da transformação digital, com a definição dos papéis das UCs e UDs na implementação da estratégia digital, o redesenho de uma estrutura organizacional apropriada para a transformação digital, o fortalecimento do capital intelectual de TICs, a manutenção do foco na governan-ça de TICs, o uso intenso de ferramentas avançadas como o BI, o desenvolvimento de aplicativos para mobile, e a implantação da computação em nuvem.

As ações de TI em áreas como computação de alto desempenho, computação científica, computação cognitiva, big data, processamento de imagens, inteligência computacional e visão computacional formarão a base para a construção de inova-ções em áreas de atuação como biotecnologia, biologia sintética e bioinformática; gestão de recursos naturais e mudanças climáticas; gestão da informação, intero-perabilidade e e-science; modelagem matemática e preditiva e suporte à decisão; sistemas cognitivos; robótica, internet da coisas, agricultura de precisão e pecuária de precisão; zoneamento, monitoramento, logística e suporte a políticas públicas.O objetivo é permitir à Embrapa oferecer novos serviços e tecnologia agropecuária intensiva em TI, promovendo assim agilidade e economia de escala, otimizando re-cursos financeiros e humanos para enfrentar os novos desafios da economia digital.

Premissa 7 | Simplificação de Processos e Atenção à Atividade-Fim

Os processos tornaram-se complexos, dificultando operar o planejamento corpora-tivo. Paralelamente, em função dos avanços da tecnologia da informação, foram se multiplicando os sistemas informatizados para atender a gestão da Empresa, tanto no âmbito local, quanto corporativo. Essa proliferação de sistemas e de controles, muitas

vezes criados de forma independente, aumen-tou os custos de transação envolvidos na gestão dos principais macroprocessos corporativos.

No período 2016-2018 além da implantação e consolidação do Integro, a Empresa reverterá esta tendência: em vez de sistemas estanques e até concorrentes, a Embrapa buscará a con-tratação e a implantação do Enterprise Resource Planning (ERP), um sistema de informação que integra todos os dados e processos de uma organização em um único sistema. O ERP per-

ERP (Enterprise Resource Planning)

Sistema de gestão que dá suporte e pro-move a integração dos processos nas áreas de administração financeira, gestão de pessoas, de patrimônio e suprimentos. Na Embrapa, o ERP está identificado como Projeto Conecta e tem por principal obje-tivo ampliar a eficiência, a eficácia e a efeti-vidade dos processos citados e da tomada de decisão, conferindo mais agilidade e se-gurança no trato das informações.

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mitirá a integração na perspectiva funcional (sistemas de finanças, contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas, compras, etc) e sob a perspectiva sistêmica (sistema de processamento de transações, sistemas de informações ge-renciais, sistemas de apoio à decisão, etc.).

A integração de processos e de sistemas e a redução de retrabalho e da sobrecarga sobre a atividade-fim, com redução da burocracia excessiva incrustrada nas áreas de gestão e suporte, deve ser uma meta. A perfeita integração e conhecimento das realidades e demandas das UCs e das UDs é componente essencial dessa estratégia, cujo avanço deverá ser sistematicamente avaliado e informado.

Nos próximos três anos, o novo marco de C&T&I deverá ser viabilizado na Empresa, como um facilitador para o alcance de resultados, entregas e impactos para a socie-dade brasileira, de forma mais célere e eficiente.

Premissa 8 | Gasto Eficiente e Ampliação do Volume e das Fontes de Financiamento

O orçamento disponibilizado a partir do Tesouro da União para despesas correntes de custeio e investimentos na Empresa sofreu consecutivas reduções, em valores nominais, desde o ano de 2012. Intensificadas pelo aumento dos preços pagos pe-los bens, mercadorias e serviços necessários à execução do processo de produção, essas reduções tiveram que ser absorvidas mediante esforços na melhoria da efi-ciência das operações. Os cenários conhecidos para a recuperação da economia brasileira no período de abrangência deste Plano Gerencial tornam imperativo o esforço na determinação precisa dos volumes de financiamento que serão necessá-rios para garantir a continuidade das operações da Empresa nos patamares atuais, assim como para o início de novos projetos e ações.

Diante desse quadro, esforços devem ser contínuos e incessantes, buscando em todas as atividades economia e eficiência que poderão disponibilizar recursos para atendimento de demandas essenciais que se encontram reprimidas. E é indispensá-vel promover medidas que proporcionem o aumento estável dos recursos disponí-veis para o financiamento da Empresa, em volume compatível com o seu porte, sua programação e desafios. Dentre essas possíveis ações encontram-se a proposição de dispositivos legais que ressalvem de contingenciamentos e bloqueios o orça-mento consignado para a Embrapa nas Leis Orçamentárias.

É fundamental recompor o orçamento discricionário (custeio e investimento) rece-bido do Tesouro a patamares reais equivalentes àqueles auferidos no ano de 2010, propor dispositivos legais que protejam o orçamento público destinado à pesquisa agropecuária dos efeitos deletérios da inflação, a ampliação da captação de recur-

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sos financeiros por meio de parcerias e alianças com entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais, a contração de empréstimos internacionais, entre outras. É imperativo considerar a relação custo/benefício de estruturas da Empresa, e a pos-sibilidade de desmobilização de seu patrimônio como forma de otimizar recursos (financeiros e não financeiros).

Premissa 9 | Fortalecimento das Boas Práticas e da Qualidade no que Fazemos

Em um ambiente globalizado e em rápida mudança de comportamentos e per-cepções, a sociedade cada vez mais demandará das instituições a adoção de Boas Práticas de Gestão em acordo aos princípios da qualidade, excelência em gestão, transparência radical e plena rastreabilidade em todos os processos e etapas do seu processo de produção.

A Embrapa consolidará um sistema corporativo de gestão da qualidade, baseado em um conjunto de instrumentos e práticas, no intuito de garantir a excelência na gestão organizacional e de PD&I. Dessa forma, assegurará seu papel protagonista no desenvolvimento da agricultura e manter-se-á competitiva e sustentável peran-te as demandas atuais e futuras do mercado, as necessidades de atendimento a requisitos legais e de criação de bases para estabelecimento e superação de riscos e barreiras técnicas concernentes às atividades das cadeias produtivas com as quais trabalha, contribuindo para o desenvolvimento tecnológico e potencial de inova-ção da agricultura, respeitando os princípios e os conceitos relativos à qualidade, segurança e preservação ambiental.

Considerando como diretriz a promoção da melhoria contínua de processos de pes-quisa e de suporte, segundo os critérios de excelência na gestão pública e os requi-sitos da qualidade, e ainda o aprimoramento da gestão administrativa, financeira e de infraestrutura, norteado pela atenção a riscos, agilidade e efetividade na gestão organizacional e de PD&I, a Empresa implementará requisitos corporativos e fortale-cerá procedimentos e normas da qualidade, ações de comunicação sobre a “cultura da qualidade” em todos os níveis, agregadas a estratégias continuadas de educação corporativa voltadas para o fortalecimento das boas práticas e da qualidade nos processos corporativos.

3.2. Ações Estruturantes para 2016-2018

No período 2012-2015, o binômio “inteligência estratégica” e “gestão de desem-penho”, materializado nos sistemas Agropensa-Integro, teve grande prioridade na agenda de ações estruturantes da Embrapa. No período 2016-2018, a Empresa for-talecerá ações estruturantes nos temas Comunicação, Alianças e Impacto.

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Inovação e mercado constitui outro binômio essencial para a Embrapa, uma organi-zação tecnológica comprometida com o desenvolvimento da agricultura brasileira. A agricultura está cada vez mais pressionada pelo desafio de intensificar a produção de forma sustentável, elevando a produtividade e a qualidade com tecnologias de baixo impacto ambiental. Agricultura vê-se premida pela necessidade de reduzir riscos, poupar recursos, elevar renda e promover a inclusão produtiva dos agricul-tores mais pobres. A agricultura brasileira precisa agregar valor, se diversificar e se especializar para continuar contribuindo como setor líder e capaz de propiciar a recuperação do crescimento econômico do país, inserido num mercado global competitivo e exigente.

Ao ampliar sua capacidade de comunicação, ao estruturar alianças estratégicas de grande alcance e ao entregar resultados de alto impacto, a Embrapa seguirá contribuindo para que a agricultura supere desafios e crie novas oportunidades de avanço e progresso, em benefício da sociedade brasileira.

3.2.1. Um Novo Olhar para a Comunicação

Dentre os muitos processos importantes para o bom funcionamento da Empresa, comunicação e capacidade de bem informar a sociedade destacam-se. Não basta produzir informação e conhecimento com qualidade crescente e avançar na sua transformação em inovação. É preciso aprimorar a capacidade de demonstrar, co-municar soluções para os diferenciados stakeholders, fortalecer relacionamentos e monitorar riscos para a reputação da Empresa. A Embrapa precisará fortalecer a co-municação de modo a aprimorar o engajamento de seus empregados com os com-promissos elencados em seu Plano Diretor e, em especial, mostrar o que faz para tratar os grandes problemas da agricultura, dos agricultores e dos consumidores.

Se no passado pacotes tecnológicos e a atenção à produção dominaram as entre-gas do sistema de inovação aos agricultores, hoje, com uma agricultura cada vez mais multifuncional (alimento, fibra, energia, gastronomia, terapêutica, turismo), o desafio será, não só produzir, mas, sobretudo, comunicar de forma eficiente a entre-ga de resultados mais diversificados garantindo uso sustentável da base de recursos naturais (biodiversidade, solo, água, ar e minerais), para uma sociedade mais escla-recida, bem informada, crítica e atenta aos preceitos de uma economia baseada em recursos renováveis, de baixo carbono e de baixo impacto ambiental – base da economia circular.

No período 2016-2018 a Embrapa fortalecerá o foco em problemas atuais e poten-ciais da agricultura, da agroindústria e do mundo rural brasileiro e terá como meta um paradigma de comunicação que mostre à sociedade a atenção da Empresa aos

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desafios e problemas da agricultura e dos consumidores e seu compromisso com a busca de soluções. Além de valorizar práticas contemporâneas, processos e equipes envolvidas com a comunicação, a Empresa precisará se preparar para uma realidade em que todos na Organização sejam chamados a participar mais ativamente das interações e das relações construtivas com a sociedade, o que requer um amplo processo de capacitação.

O ponto de partida naturalmente será a revisão da política de comunicação orga-nizacional da Empresa, com destaque para a necessidade de desenvolver habilida-des de comunicação em empregados, em especial os gestores, além de estratégias para atuação da Embrapa nas esferas mercadológica, científica, institucional e ou-tras. Todos os nossos stakeholders, potencialmente, são porta-vozes da Embrapa e o sucesso e a sustentabilidade institucional dependem do que produzimos, de como produzimos e, mais que nunca, da interação, diálogo e sinergia estabelecidos com esses diferentes atores.

O Programa Diálogos será fortalecido para motivar todos os empregados, em todos os níveis hierárquicos, a exercitarem uma postura aberta à construção coletiva de soluções e predisposição para o enfrentamento de situações típicas de um tempo de mudanças constantes, que exige transparência e entregas relevantes para a so-ciedade.

No programa Diálogos já estão em funcionamento diversas comunidades virtuais e espaços para interação, além de ação gerencial que estimula e orienta gestores em todos os níveis a promoverem diálogos sistemáticos com todos os empregados. To-das essas ações serão fortalecidas e incrementadas para oferecer oportunidade de participação e compromisso com as decisões e os caminhos da Empresa.

O sucesso para essas ações dependerá da capacidade de gestores e empregados para ouvir, pensar, agir e decidir, via mecanismos abertos, transparentes e partici-pativos, que permitam a exposição dos problemas e das vulnerabilidades e a discus-são de alternativas e soluções com todos os stakeholders. A vertente transversal da comunicação faz com que suas estratégias e técnicas estejam permeadas em todos os processos da organização. Isso reflete a importância dessa competência e a aten-ção que a ela será dada como ferramenta fundamental na atuação interna e externa da Empresa de modo a auxiliar uma melhor compreensão do papel da agricultura e da ciência para o país.

Presidente e diretores-executivos participarão de diálogos sistemáticos com todas as Unidades da Empresa, presenciais ou por videoconferências, como forma de es-timular a aproximação dos tomadores de decisão com todo o quadro funcional da Embrapa, com abertura para discussão de variados temas de interesse da gestão e

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dos empregados. O fato de os diretores-executivos serem membros dos Comitês Assessores Externos (CAEs) das UDs, de acordo com nova norma de funcionamento, propiciará oportunidade adicional para ampliação das interações da Diretoria-Exe-cutiva com todos os empregados da Empresa.

3.2.2. Um Novo Olhar para as Alianças

Com a ampliação dos desafios nas dimensões econômica, ambiental e social e com o avanço muito rápido nas fronteiras da ciência, o custo de se fazer pesquisa agro-pecuária tende a crescer, com sofisticação de métodos, processos e instrumentação. No entanto, só com mais pesquisa e inovação será possível ofertar aos produtores e demais agentes produtivos ferramentas e conhecimentos que os habilitem a tra-balhar de forma mais eficiente e segura. É por isso que Brasil necessita de uma grande Aliança para a Inovação Agropecuária, organizada como uma plataforma que permita articulação, alinhamento e sinergia entre os múltiplos atores envolvi-dos no processo de pesquisa e inovação para a agropecuária – a pesquisa pública, a academia, o setor privado, agentes de fomento e agentes de mercado.

A proposta de uma Aliança para Inovação Agropecuária parte da premissa de que há propósitos comuns entre as organizações de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) que necessitam de um arcabouço moderno e ousado para estimular e alavancar o processo da inovação com foco na solução de problemas e na captura de oportu-nidades para a agropecuária e a agroindústria brasileira. Um passo importante na viabilização dessa Aliança será a busca da compreensão do mundo rural brasileiro em escala que ultrapasse o limite das propriedades rurais, ou os conceitos de agri-cultura empresarial e familiar, e vislumbre o processo de desenvolvimento na escala territorial.

Nesse ambiente, muitos atores e forças precisam ser organizados e mobilizados para um desenvolvimento mais integral e harmônico do espaço rural, voltado à compe-titividade e sustentabilidade. Sistemas de inteligência territorial geram e ordenam informações sobre os quadros natural, agrário, agrícola, socioeconômico, de infraes-trutura, dentre outros, e suas intersecções temporais e espaciais em diversas escalas e dimensões, permitindo modelagem de políticas e estímulos que permitam mobi-lizar uma rede de atores capazes de desenvolver, no espaço geográfico, atividades de interesse do mundo rural e da sociedade, de forma mais coerente e harmônica. E também apoiam a definição de agendas de prioridades para os programas de inovação agropecuária.

No período 2016-2018 a Embrapa abraçará o desafio de operar como hub para or-ganizar e dinamizar a futura Aliança para a Inovação Agropecuária, com foco em:

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• Fortalecer a Inteligência Territorial como base no planejamento estratégico;• Integrar pesquisa pública, setor privado, representações sociais, fomento e

mercado;• Compartilhar estruturas e competências para reduzir redundâncias;• Viabilizar plataformas público-privadas inovadoras em pesquisa e inovação;• Compor e aprofundar portfólios compartilhados em temas estratégicos;• Estabelecer bases de dados compartilhadas em PD&I; • Incorporar novos mecanismos de investimento para inovação;• Fortalecer a cooperação em âmbito internacional; e• Estimular o empreendedorismo e a inovação.

O Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Embrapa, a ser criado em 2016 sob os auspícios do novo Marco de CT&I, será formatado como um inédito núcleo de ino-vação e empreendedorismo para a Embrapa, criando ambientes de circulação de empresas e empreendedores, atraídos pelo conhecimento, ativos e tecnologias de-senvolvidos pela Empresa e suas organizações parceiras. Tal plataforma poderá se converter em plataforma de interação e negócios da futura Aliança para a Inova-ção Agropecuária, espaço de encontro e sinergia entre as organizações de inova-ção agropecuária e investidores, empreendedores e tomadores de decisão, além de porta de entrada para os instrumentos públicos de fomento à inovação no Brasil.

Da mesma forma, a Embrapa Tecnologias Sociedade Anônima (EmbrapaTec), sub-sidiária integral da Embrapa, em fase de criação, poderá se converter em poderoso instrumento de conexão com o mercado de inovações, com agilidade e flexibilidade para atuação em mercados competitivos. A EmbrapaTec poderá permitir desde a exploração comercial dos ativos da Embrapa, passando ao estímulo ao empreende-dorismo e à criação de novas empresas de base tecnológica, ao incentivo de parce-rias, à inovação aberta e transferência de tecnologia e know-how a partir da gestão dos conhecimentos e ativos gerados pelo processo de produção da Empresa. Tais medidas permitirão transpor as limitações de financiamento público e ampliação de receita da Embrapa, ao mesmo tempo em que considera a supremacia dos interes-ses públicos e demandas da sociedade.

Todas essas ações exigirão capacidade de compreensão dos papéis das instituições (suas forças e fraquezas, oportunidades e ameaças), a pactuação e priorização dos temas e, sobretudo, o compartilhamento de resultados e impactos com a socie-dade, em uma relação ganha-ganha de governança da Aliança. Este é o caminho para potencializar a agricultura brasileira como referência mundial e com significa-tiva contribuição para a geração de empregos, participação no PIB e na segurança alimentar e nutricional dos brasileiros, alinhando a produção de alimentos, a con-servação dos recursos naturais, o bem-estar e o progresso da sociedade brasileira.

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3.2.3. Um Novo Olhar para Impacto

Na medida em que os custos da Empresa se elevam, em função do avanço da so-fisticação da atividade de P&D, construir, validar e disseminar conhecimento e tec-nologia nova requer competência, dedicação e sintonia de inúmeros profissionais e estruturas, que custam orçamento público cada vez mais escasso. Essas exigências impõem à Empresa a contínua busca de realinhamentos e reconversões, buscando adequações que fortaleçam o processo de produção da Empresa, sempre com foco nas boas práticas de PD&I e na relevância da produção da Empresa.

Com o Integro, a Embrapa dará um passo importante na unificação do processo que cobre planejamento, acompanhamento e avaliação nos níveis institucional, progra-mático e de equipes e empregados, até então gerenciados independentemente, por distintos mecanismos e estruturas. Pela primeira vez, a Empresa disporá de um sistema que integra gestão de desempenho institucional ao longo de todo o pro-cesso de produção da Empresa, permitindo análises mais objetivas da relevância e dos impactos potenciais da ação da Empresa. Com a integração dos processos, a gestão programática (pesquisa e suporte) estará totalmente integrada à gestão das UCs e UDs (agendas de prioridades) e da Empresa (VI PDE).

Por sua natureza e função, o Integro se constituirá no locus da busca incessante da Empresa por entregas, relevância e impacto. A Embrapa executa um dos maiores portfólios de pesquisa agropecuária no mundo e, por isso, instrumentos avançados da tecnologia da informação precisarão ser gradualmente inseridos na gestão do seu processo de produção, permitindo aos gestores acompanhar, de forma tempestiva e sistemática, a dinâmica da produção da Empresa e avaliar de forma mais segura os re-sultados e sua relevância, para alimentação dos processos de desenvolvimento de tec-nologias, de intercâmbio e transferência tecnológica, de comunicação e de negócios.

A gestão dessas informações, associadas a campanhas de institucionalização e de comunicação desses novos processos e sistemas, mudará para melhor a cultura or-ganizacional da Embrapa. Os processos serão mais céleres e mais eficientes a partir do plano de implantação, diagnósticos de acompanhamento (ex-ante e ex-post), ges-tão dos indicadores em tempo real e gestão das mudanças em curso, considerando prazos, responsabilidades, riscos e produtos, compartilhados nos níveis Estratégico – Tático – Operacional, envolvendo solidária e conjuntamente Diretorias, UCs e UDs.

A Embrapa intensificará o desenvolvimento de ferramentas computacionais de acompanhamento da sua programação, utilizando conceitos e princípios de Proces-samento de Linguagem Natural (PLN) e da Inteligência Artificial (IA) e artefatos de informação qualificados que permitam avaliações permanentes e qualificadas dos diferentes componentes do processo de produção, da programação de PD&I e dos

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seus resultados. Este esforço iniciou-se em 2016 com o lançamento do Quaesta. Essa ferramenta permite pesquisa textual sofisticada nos projetos da Embrapa por meio de mecanismos de uso intuitivo, comum aos motores de busca na internet, como o Google. Outras ferramentas como SISGATT, GESTEC e SISGP contribuirão para a melhoria da gestão do processo de produção da Embrapa e, consequente-mente, para ampliação das entregas e da quantificação e da qualificação dos efeti-vos impactos, fortalecendo a imagem da Embrapa, como Empresa comprometida com o progresso da agropecuária e da sociedade brasileira.

GESTEC

Ferramenta corporativa que permite identifi-car o acervo de soluções desenvolvidas pela Embrapa e a gestão adequada de produtos, processos, serviços e ativos de base tecno-lógica. Possibilita também o cadastramento de soluções tecnológicas desenvolvidas por outras instituições, mas que    são    utiliza-das  pela  Empresa  em  ações  de  transfe-rência de tecnologia.

SISGP (Sistema de Gestão de Projetos)

Sistema que permite a gestão dos projetos pelo acompanhamento das atividades sob a responsabilidade de cada uma das Unida-des da Embrapa. O Sisgp facilita a tomada de decisões por parte dos gestores, em to-dos os níveis, e a realização de ajustes e cor-reções sempre que se fizerem necessários para assegurar a obtenção dos resultados comprometidos.

SISGATT (Sistema de Gestão das Ações de Transferência de Tecnologia)

Sistema de informação capaz de fornecer uma cartografia de atuação da Embrapa no Brasil, através do georreferenciamento das ações de transferência de tecnologia conduzidas pelas Unidades Descentraliza-das. Permite, por exemplo, o mapeamento das Unidades de Referência Tecnológica da Embrapa ou de parceiros, a localização e atuação de agentes multiplicadores e a geração  de relatórios e mapas para ajudar no planejamento das áreas de TT, no aten-dimento às políticas  públicas e demandas, além da maior interlocução com os parcei-ros e  maior interação entre as Unidades.

QUAESTA

Ferramenta de busca intuitiva instalada na intranet da Embrapa que permite pesqui-sar de forma rápida, fácil e organizada em toda a base de projetos da Embrapa.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA)

Ramo da ciência da computação que se propõe a elaborar dispositivos que simu-lem a capacidade humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver proble-mas. É grandemente impulsionada com o desenvolvimento da informática e da com-putação, permitindo que novos elementos sejam rapidamente agregados.

PROCESSAMENTO DE LINGUAGEM NATURAL (PLN)

Subárea da inteligência artificial e da lin-guística que estuda os problemas da gera-ção e compreensão automática de línguas humanas naturais. Sistemas de geração de linguagem natural convertem informação de bancos de dados de computadores em linguagem normalmente compreensível ao ser humano, e sistemas de compreensão de linguagem natural convertem ocorrências de linguagem humana em representações mais formais, mais facilmente manipuláveis por programas de computador.

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