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PLANO DE GOVERNO PARA A AGROPECUÁRIA PARANAENSE (RESUMO EXECUTIVO) “AGRICULTURA DE COMPETÊNCIA”

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PLANO DE GOVERNO PARA A AGROPECUÁRIA PARANAENSE(RESUMO EXECUTIVO)

“AGRICULTURA DE COMPETÊNCIA”

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO: AGRICULTURA INTEGRADA NO PLANO DE METAS...................................................3

1.1 IMPORTÂNCIA DO PLANO DE METAS................................................................................................31.2 DIAGNÓSTICO DO PLANO DE METAS E SUA RELAÇÃO COM A AGRICULTURA............................61.3 DIRETRIZES DO PLANO DE METAS E SUAS RELAÇÕES COM A AGRICULTURA...........................7

2 – AGRICULTURA DO FUTURO: UM CAMPO FÉRTIL PARA INOVAÇÕES..............................................10

2.1 – MEIO RURAL PARANAENSE: PRONTO PARA AVANÇAR..............................................................102.2 – CAMINHOS A TRILHAR.................................................................................................................... 122.3 – REALIDADE VERSUS DESAFIOS A ULTRAPASSAR......................................................................132.4 – DIRETRIZES BÁSICAS DO SEAGRI................................................................................................142.5 – OBJETIVOS E METAS ESTRATÉGICAS..........................................................................................152.6 – COMPONENTES BÁSICOS PARA A AÇÃO PROGRAMÁTICA INTEGRADA..................................152.7 – ESTRATÉGIA E IMPLEMENTAÇÃO DA GOVERNANÇA.................................................................162.8 – DIAGNÓSTICO DAS GRANDES ÁREAS.........................................................................................20

2.8.1 - MAPA DAS GRANDES ÁREAS..................................................................................................202.8.2 – PRINCIPAIS INDICADORES COMPARATIVOS DAS GRANDES ÁREAS................................212.8.3 – CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS GRANDES ÁREAS...........................................................232.8.4 – PROPOSTAS DE PROGRAMAS ESTRATÉGICOS PARA AS GRANDES ÁREAS..................262.8.5 – AJUSTE DOS PROJETOS NA ÓTICA NUCLEAR.....................................................................292.8.6 – ORGANOGRAMA ESTRATÉGICO DO PLANO DE GOVERNO DA AGRICULTURA ..............35

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1 – INTRODUÇÃO: AGRICULTURA INTEGRADA NO PLANO DE METAS

1.1 IMPORTÂNCIA DO PLANO DE METAS

Vale ressaltar uma frase contida no Plano de Metas do Governo do Estado do Paraná (2015-2018), quando enfatiza:

A gestão Beto Richa propõe uma ampla reforma da estrutura administrativa do governo, que adote mecanismos de governança pública sintonizados com a realidade atual. O que implica redução de custos em atividades não prioritárias e aumento de investimentos naquelas em que a demanda é maior. Uma máquina mais moderna, eficiente e menos dispendiosa dará ao Paraná as condições propícias a atingir novo patamar de desenvolvimento. O governo passa a adotar o conceito de Desenvolvimento Sustentável em todas as suas ações.

Assim, este Plano de Agricultura encontra-se em consonância com o Plano de Metas do Governo, que visa dar continuidade e aperfeiçoamento ao que foi aprovado pelos paranaenses quando das eleições de 2010, abrangendo o período 2011-2014, ainda em execução. O referido Plano de Metas leva em conta a experiência adquirida no quotidiano da administração do Estado, que permitiu ampliar a visão sobre as demandas de cada um dos 399 municípios, suas potencialidades e suas possibilidades futuras, focados no objetivo maior de proporcionar uma vida mais digna a todos os paranaenses indistintamente. Parte do princípio de que governar é mais que cumprir o mandato; é construir as bases de um processo contínuo de evolução. Foi o que fizemos até aqui, e faremos a partir de 2015, com ainda mais determinação, conhecimento e eficácia – contando sempre com a colaboração de todos.

Assim, ressalta o Governador Beto Richa em seu Plano de Metas “(...) as boas práticas de gestão que adotamos desde o primeiro dia de governo foram determinantes para a travessia dos momentos difíceis e nos dão segurança para sustentar que o Paraná está preparado para novos desafios” e finaliza dizendo que, embora ainda haja barreiras e grandes desafios a suplantar, “a retidão de caráter e a justeza ética e moral nos impedem de desistir. Isso jamais”.

Vale enfatizar, ainda, os principais fundamentos que devem nortear as ações 2015-2018, que, de acordo com o Plano de Metas do Governo do Estado, se concentram na consciência, a faculdade que permite estabelecer julgamentos morais dos atos praticados, constituindo-se a fonte na qual se alimenta a razão, ou a capacidade de conhecer a realidade. Razão esta capaz de orientar a tomada de decisões de um governo comprometido com a verdade. E há apenas uma opção correta: agir de forma justa.

E, para isto, o Plano de Metas do Governo do Estado estabeleceu três premissas: A primeira, tem a ver com a continuidade, isto é, com O QUE FOI FEITO, e, neste caso, tem a ver com tudo o que foi bem executado e que deve ser mantido (Programas e Projetos de destaque e que são pontos fortes da administração; Ações administrativas que melhoraram o dia a dia das pessoas; e Projetos iniciados, com reflexos no futuro, ou seja, o começo de uma nova jornada, que não pode ser interrompida). A segunda, refere-se ao O QUE ESTÁ SENDO FEITO, envolvendo, no caso, Projetos e Programas iniciados e

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cuja execução continua e se estenderá para além do atual mandato, mantendo o compromisso do governo em não prejudicar ou obstruir o futuro promissor do Paraná (Projetos retardados por mudanças de prioridades; Projetos substituídos porque foram considerados pouco viáveis ou de resultados pouco expressivos; Projetos atrasados pela retenção de empréstimos, retidos pela burocracia federal ou por deliberada retaliação política). E, a terceira, O QUE SERÁ FEITO, referindo-se aos novos Projetos, surgidos da experiência acumulada ao longo da gestão; ou das demandas propostas pela população; ou, ainda, em função da nova realidade social, econômica, ambiental e cultural do Paraná, do Brasil e do Mundo (Novo patamar de qualidade nos serviços públicos, levando-se em conta as novas exigências impostas pela multiplicação de meios de comunicação, o fortalecimento da democracia direta e o atendimento de qualidade ao cidadão; Novo patamar na infraestrutura para o Paraná dos próximos 50 anos e o que ele precisa para ser um bom lugar para investir, viver e trabalhar; e o Novo patamar de desenvolvimento humano, econômico e ambiental).

No Plano de Metas, também estão expostas as três principais competências do Estado que deverão constituir a essência de suas atribuições constitucionais. Uma delas está relaciona ao papel do Estado como Formulador/Regulador. Neste caso, encarrega-se de formular as políticas de desenvolvimento, garantindo que sejam implementadas de acordo com os princípios indissociáveis de oportunidade, moralidade e legalidade. Além disto, deve regular a oferta de bens e serviços que, tendo caráter público, são fornecidos por instituições não governamentais e empresas – públicas ou privadas. Assim, o papel regulador deve ser exercido na própria formulação de planos e projetos de desenvolvimento, tendo sempre como meta a eliminação das desigualdades regionais ou locais. O Estado deve ser bom por inteiro e para todos. Outra competência do Estado está relacionada ao seu caráter Financiador/Fomentador. Para elaborar suas políticas de desenvolvimento, o Estado deve viabilizar os recursos para sua plena implementação, sejam recursos do Tesouro ou oriundos de outras fontes. Além disto, o Estado tem de agir como indutor do crescimento econômico e das melhorias sociais pretendidas seja pela implementação de linhas de crédito com juros justos, incentivos fiscais legalmente instituídos, ou pelas exonerações tributárias, pesquisas científicas disponíveis em laboratórios e universidades públicos e, acima de tudo, vontade e determinação políticas, atendendo pequenos, médios ou grandes negócios com potencial de investimento e crescimento. A terceira competência do Estado tem a ver com Estado Executor/ Fiscalizador. Assim, o Estado deve ser provedor de bens e serviços públicos com qualidade, rapidez e a preços justos. Quando há necessidade de delegação à iniciativa privada para a produção de bens e prestação de serviços, o Estado participa diretamente como fiscalizador e, interventor, se necessário, para garantir que os contratos sejam cumpridos de acordo com as premissas estabelecidas entre as partes. Fiscalizar com rigor e de forma perene é garantia de que o Estado preserva os direitos individuais e coletivos, e que a aplicação dos recursos públicos se dá de forma transparente e justa.

Mas, além das atribuições do Estado, o Plano de Metas também estabelece as atribuições do Governo. Assim, sendo o Estado provedor de bens e serviços públicos, o Governo deve cumprir a contento sua missão precípua: com qualidade, rapidez e a preços justos. Assim, para cumprir as competências do Estado, o Governo do Paraná se compromete a executar programas e projetos, agrupados em três pilares, que constituem a estratégia central de desenvolvimento, ao mesmo tempo em que permitem enfrentar problemas locais, regionais ou estaduais, de forma a eliminar eventuais disparidades e promover o equilíbrio e a igualdade. Com isso, o Governo poderá recorrer a políticas específicas para uma região, respeitadas as especificidades locais, porém alinhadas com o conceito geral de desenvolvimento para aquele segmento. São os seguintes os pilares

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de desenvolvimento: Desenvolvimento humano; Desenvolvimento Econômico e Desenvolvimento Ambiental.

Quanto ao Desenvolvimento Humano, assume o conceito do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), como aquele que situa as pessoas no centro do processo de desenvolvimento, tratando da promoção do seu potencial, do aumento de suas possibilidades e garante a liberdade de viver a vida que elas valorizam, colocando as pessoas em primeiro lugar nas ações – públicas ou privadas – que afetam diretamente suas vidas, como focado nas ideias de Aristóteles (384-322 a.C.), que acreditava que alcançar a plenitude das capacidades humanas é sentido e fim de todo desenvolvimento. Mas é no mundo contemporâneo que o conceito assume papel predominante nos debates sobre processos de desenvolvimento. Por isso pensadores do assunto e até governos adotaram a escala chamada FIB (Felicidade Interna Bruta) – no lugar de PIB (Produto Interno Bruto) – para classificar o grau de desenvolvimento das nações. Em síntese, desenvolvimento humano é o processo pelo qual uma sociedade melhora a vida dos seus cidadãos por meio da oferta de bens e serviços capazes de satisfazer suas necessidades básicas e complementares.

Quanto ao Desenvolvimento econômico, consiste em um processo de enriquecimento de cidades, estados e países, assim como de seus habitantes, por meio da acumulação de ativos individuais ou públicos, e também de um crescimento da produção e da remuneração recebida pelos que participam da atividade econômica. Em síntese, é o meio pelo qual a renda real de uma economia aumenta durante um longo período de tempo – que ocorre quando o ritmo de desenvolvimento é superior ao da população. Ou quando há déficits a serem recuperados para que todos tenham iguais condições de vida. Todo desenvolvimento econômico pressupõe a ajustes institucionais, fiscais e jurídicos; incentivos para inovações, empreendedorismo e investimentos; e a elaboração de um sistema eficiente de produção, circulação e distribuição de bens e serviços à população. O Governo do Paraná, em sintonia com a realidade global, iniciou em 2011 um audacioso programa de retomada de investimentos – público e privados – para recolocar o Estado como área segura para os negócios e com potencial para ampliar o padrão de vida oferecido aos paranaenses, e brasileiros e estrangeiros que aqui vivem.

Quanto ao Desenvolvimento Ambiental, trata-se de um conceito sistêmico de desenvolvimento e consiste na manutenção das funções e componentes do ecossistema, de modo sustentável – ou seja, a capacidade que o ambiente natural tem de manter as condições de vida para as pessoas e para outras espécies. Para isso, deve-se levar em conta a habitabilidade, a beleza do ambiente e a sua função como fonte de energias renováveis. A ONU estabeleceu – sétimo item dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) – quatro objetivos para garantir a sustentabilidade ambiental e que o Governo do Estado vem respeitando: Integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas nacionais e reverter a perda de recursos ambientais; Reduzir de forma significativa a perda da biodiversidade; Reduzir à metade a proporção de população sem acesso a água potável e saneamento básico; e Alcançar, até 2020, uma melhoria significativa em pelo menos 100 milhões de pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza.

Um dos elementos da administração pública que mais atenção vem merecendo por parte do Governo Beto Richa são as Competências da Gestão. Assim, a gestão do Estado deve se dar por meio de diferentes instâncias de poder, agrupadas hierarquicamente pelo princípio da corresponsabilidade. É a forma como o governo se estrutura para dar conta de suas múltiplas atribuições legais e de interesse público. Tal estrutura deve estar em

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sintonia com a realidade do mundo contemporâneo, razão pela qual deve periodicamenteser aperfeiçoada. Assim, surgem novas estruturas e desaparecem outras. É o que se chama de modernização da máquina administrativa – que, no seu conjunto, forma o governo. Basicamente, são três as instâncias de poder do Paraná: Administração Direta que compreende as Secretarias e Órgãos. À administração direta estão reservadas as atribuições exclusivas do Estado, previstas nas Constituições Federal e Estadual e em leisespecíficas. E a elaboração das políticas públicas para todas as áreas de atuação da administração. Administração Indireta que é composta por Entidades e Órgãos. São as instituições que têm caráter público ou que tenham a participação do Estado como acionista. A administração indireta pode ser constituída de: Autarquias; Fundações; Empresas Públicas; Sociedades de Economia Mista; Representações do Estado; e Serviços Sociais Autônomos. Os Conselhos, que são compostos por representantes do governo e da sociedade – ou suas entidades de representação – têm o importante papel de contribuir para o bom funcionamento da administração pública. Ressalta-se que os Conselhos podem ter caráter: Consultivo; Deliberativo; De orientação;e de fiscalização. Assim, uma gestão eficiente deve buscar, com persistência e método, alcançar duas metas essenciais: a primeira delas é Qualidade, ou seja, tudo o que o governo faz deve ser bem feito, custar o justo e ser entregue no menor prazo possível. Não se admitem mais governos ineficientes, perdulários e lentos. A segunda, trata da Coesão, isto é, todas as instâncias de poder devem trabalhar visando o mesmo objetivo, regidas pelos mesmos princípios éticos e comprometidas com as metas de qualidade mínima exigida. Assim, o Governo Beto Richa propõe uma ampla reforma da estrutura administrativa do governo, que adote mecanismos de governança pública sintonizados com a realidade atual. A gestão Beto Richa passa a adotar o conceito de Desenvolvimento Sustentável em todas as suas ações. O conceito de Desenvolvimento Sustentável passa a ser parte essencial do Plano de Metas, pois se trata não mais de uma ideia a ser posta em prática, mas de uma prática que deve ser assimilada por todos.

1.2 DIAGNÓSTICO DO PLANO DE METAS E SUA RELAÇÃO COM A AGRICULTURA

Especificamente, no que se refere à agricultura, o Plano de Metas do Governo do Estado ressalva que o Paraná vem contabilizando números positivos no setor agrícola, ainda sua principal fonte de geração de riquezas. Apesar das adversidades climáticas, o Estado se manteve na primeira colocação no ranking nacional da produção de feijão nas três últimas safras, permanecendo ainda como o segundo maior produtor de milho e soja. Na média trienal 2011-2013, a colheita de grãos no Estado suplantou a marca de 34 milhões de toneladas, o que corresponde a uma marca de 19%, posicionando-se no segundo Estado da produção nacional.

Quanto ao fortalecimento da Agricultura Familiar, mesmo diante dos pronunciados volumes da produção primária, a atual gestão do estado implementou programas rurais de grande impacto socioeconômico, como o ProRural, destinado a promover a agricultura familiar paranaense pela via do fortalecimento das estruturas de assistência técnica e extensão rural, da regularização fundiária e do suporte a projetos de negócios, entre outras ações. O referido programa expressa o compromisso do governo estadual com os pequenos produtores, que são importantes agentes do desenvolvimento regional.

No que se refere ao setor de serviços, mais precisamente ao comércio varejista, vem sendo registrada elevação significativa do volume de vendas, assim como das receitas

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nominais. Entre 2011 e 2013, o crescimento médio anual das vendas do comércio varejista foi de 8,1%, acima da expansão nacional de 6,1% e superando as variações anotadas pelos demais Estados do Sul e do Sudeste, entre 2011 e 2013.

1.3 DIRETRIZES DO PLANO DE METAS E SUAS RELAÇÕES COM A AGRICULTURA

São 12 as diretrizes básicas do Plano de Metas do Governo Beto Richa, sem prejuízo de novas demandas que possam surgir a partir da discussão pública e, várias delas, estão relacionadas ao meio rural:

• Política de Estado• Logística• Agronegócio• Paraná Competitivo• Sustentabilidade• Serviços e Obras• Energias Alternativas• Reforma do Estado• Territórios• Cultura, Lazer,• Esporte e Turismo• Ação Social

Assim, embora de forma indireta, a agricultura encontra-se integrada em todas estas diretrizes, de forma específica, ressalta-se que o Agronegócio ainda responde pela principal atividade da economia, representando a vocação natural do Estado do Paraná. Fonte inesgotável de oportunidades a explorar, é uma equação que gera riquezas, adiciona renda, multiplica empregos e oportunidades, e subtrai desigualdades. Só isso já seria suficiente para que dela se ocupasse fatia importante da administração, com o propósito de fornecer-lhe o suporte necessário à sua contínua evolução. Mas há muito mais. É do campo que o Paraná colhe sucessivos recordes de produção, que se transformam em dividendos e, estes, em obras e serviços que elevam o padrão de vida – no campo e nas cidades. Há espaço para persistir na elevação da produtividade nas áreas agrícola, pecuária, agroindústria e florestal – com a inserção das pequenas propriedades rurais nas cadeias produtivas de maior valor agregado. A produção de alimentos e de matérias-primas de primeira necessidade é uma garantia de renda contínua e permanente, mesmo em períodos de crise. Esta é a razão principal pelo bom desempenho da economia paranaense nos últimos anos, em indicadores sempre acima da média nacional. Daí o compromisso do Governo Beto Richa em colocar o agronegócio como uma das diretrizes centrais deste Plano de Metas.

Mas as ações da agricultura também encontram-se totalmente associadas à diretriz da Sustentabilidade. Constitui-se um compromisso e um esforço coletivos pela preservação do planeta e a construção de padrões de vida mais dignos para o ser humano. Assim, todas as ações da administração na busca de um patamar mais elevado de desenvolvimento devem visar a autossuficiência em energia até o ano de 2025. Assim, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), são constituídos de 10 grandes desafios e, todos eles, têm alguma relação com a agricultura:

• a) Acabar com a pobreza• b) Promover o crescimento sustentável e empregos• c) Educação para todos

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• d) Proteção dos Direitos Humanos• e) Saúde para todos• f) Agricultura sustentável• g) Cidades sustentáveis• h) Energia sustentável e mudanças climáticas• i) Biodiversidade sustentável• j) Boa governança

Dentro deste contexto, O Governo Beto Richa assume desde logo o compromisso de destinar recursos humanos e financeiros para, a partir de 2016, construir as condições que levem o Paraná a cumprir, no seu devido tempo, os objetivos estabelecidos pela ONU. Também serão consideradas, na elaboração do Plano de Metas, as mudanças climáticas previstas por estudos científicos avalizados pela ONU. Para isso, o governo implantará uma política específica para o setor, de forma a proteger os cidadãos de catástrofes naturais decorrentes das mudanças no clima do planeta.

De forma específica, quanto aos Serviços e Obras, o Plano de Metas chama a atenção para o que a administração deve adotar – preservado o interesse público –destacando-se o modelo de gestão baseado em Parcerias Público-Privadas – PPP’s, visando: i) reduzir os procedimentos burocráticos; ii) elaboração de projetos em áreas nas quais seja possível atingir maior eficiência, menor custo operacional, melhor qualidade na prestação de serviços, avaliação permanente e sistemática dos serviços ofertados; iii) reduzir as despesas com pessoal. São exemplos de PPP’s: rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, centros administrativos regionais, penitenciárias, hospitais, universidades, gestão de frotas, parques, dentre outros. O objetivo das PPP’s é ampliar a atuação do Estado de maneira mais rápida, uniforme e a custos menores, sem abrir mão do poder de fiscalizar e intervir sempre que necessário. No caso da agricultura, as obras da CEASA se enquadram neste modelo e deverão dar mais eficiência aos serviços por ela prestados. Também este modelo pode ser ajustado para o uso de áreas produtivas pertencentes ao Estado sob gestão do IFPR, destinadas a produção florestal.

Quanto às Energias Alternativas, a agricultura significa uma importante alternativa, dentro do que estabelece o Plano de Metas. Assim, o Paraná implantará uma política de aproveitamento de energias alternativas, particularmente biomassa, óleo, gás e etanol, atuando de forma integrada na exploração, suprimento e distribuição desses produtos. Todas as possibilidades serão exploradas – como o GNL, gás de xisto, álcool, energia eólica, biogás (das alcooleiras, dos produtores de suínos, dos processamentos biológicos, dos resíduos líquidos e sólidos), visando à implantação de complexos químicos e a produção de insumos fundamentais para a indústria, agricultura e serviços no Estado. O Estado possui grande potencial para exploração de óleo e gás, e o fará a partir de detalhados estudos de viabilidade e da identificação de parceiros dispostos a partilhar os investimentos necessários. A oferta em larga escala desses insumos é fundamental para manter os programas de desenvolvimento espacialmente distribuídos pelo território paranaense. Ressalta-se, neste caso o grande potencial energético advindo das florestas plantadas (biomassa), cuja coordenação encontra-se associada à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento através do IFPR..

No que se refere à Ciência, Tecnologia e Inovação, a agricultura tem muito a contribuir. Neste aspecto, o Plano de Metas estabelece que a administração consolidará sua atuação seguindo princípios mínimos pautados na redução das limitações da capacidade de gasto e investimento público; no aperfeiçoamento da máquina pública, tendo como objetivo a melhoria da eficiência administrativa; e na implantação de sistemas de controle mais eficientes, reduzindo prazos e aumentando a eficiência em todas as ações de

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responsabilidade da administração estadual. Neste sentido, as relações de pesquisa e extensão rural devem permitir maior produtividade da agricultura, incorporando processos de produção de maior rentabilidade aos produtores sem, no entanto, comprometer a capacidade de recuperação dos recursos naturais, ou seja, de forma sustentável, mantendo o equilíbrio entre o econômico, social e o ecológico.

O Plano de Metas prevê o estabelecimento de uma política de Desenvolvimento Territorial sustentável, focado nas vocações regionais, e de atração de investimentos que induzam transformações estruturais na região. Este é um modelo testado em muitas nações do chamado primeiro mundo, com resultados há tempo comprovados. Sua base é a redução de custos, na medida em que evita o trânsito de matérias-primas de uma região para outra. No Paraná, há exemplos já consolidados e com potencial de incremento a médio e longo prazos: polo de celulose na região de Ortigueira/Telêmaco Borba, polo industrial e portuário no Litoral (Pontal do Paraná), polo das cimenteiras na região do Vale do Ribeira, polo industrial diversificado de Ponta Grossa, polo automotivo na Região Metropolitana de Curitiba, polo turístico na capital e Foz do Iguaçu, polo das alcooleiras no norte/noroeste e polo têxtil na região de Cianorte. Além desses, há o novo ProRural (com financiamento do BIRD), que, com atuação integrada, transformará a realidade do campo. Esta atuação nos Territórios, entretanto, deverão compor os extratos estabelecidos pelo Estado, mantendo suas prioridades, que deverão conectar todas as secretarias em prol do desenvolvimento econômico, ecológico e social.

Quanto à Cultura, Lazer, Esporte e Turismo, o Plano de Metas ressalta que nenhuma sociedade pode autoproclamar-se evoluída se não preservar sua memória, sua história e sua cultura. Numa era em que o maior patrimônio é o tempo, no sentido de dispor de tempo livre para atividades lúdicas, tão importantes no mundo contemporâneo, a ausência dessas atividades é uma condenação ao atraso. Assim, contempla programas específicos para a cultura, o lazer, o esporte e o turismo. Tais programas buscarão reforçar as raízes locais utilizando os mecanismos fiscais já existentes ou outros que possam ser criados. Desta forma, serão montadas estruturas de recreação, lazer, esportes e de animação que possibilitarão o desenvolvimento de atividades permanentes (calendário) que induzam asatividades de turismo no Estado do Paraná, nas áreas acima descritas. No caso da agricultura, a questão do turismo rural vem recebendo atenção especial, dada as características da economia do Estado, ancorada no meio rural. O potencial é enorme e irá receber prioridade da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.

Finalmente, quanto à Ação Social, o Plano de Metas afirma que, enquanto houver demanda, a administração pública manterá programas para atender à população mais carente. Assinala que é papel do Estado promover ações que elevem o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, preconizado pelas Nações Unidas, nas áreas economicamente mais deprimidas ou em casos de desastres naturais. Afinal, todo processo de desenvolvimento deve levar em conta as pessoas em primeiro lugar. E é para as pessoas mais carentes que o Estado menos deve falhar. No meio rural esta situação não é diferente e as populações mais carente necessitam dos serviços prestados pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento para que possam se erguer, incluindo-se nos processos produtivos e adquirirem maiores possibilidades de exercer a sua cidadania.

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2 – AGRICULTURA DO FUTURO: UM CAMPO FÉRTIL PARA INOVAÇÕES

2.1 – MEIO RURAL PARANAENSE: PRONTO PARA AVANÇAR

Uma das grandes virtudes do produtor rural paranaense é o seu instinto de persistência associado à competência. Assim, enfrentou as fases do desbravamento, das grandes geadas, das secas, enfim de todas as adversidades, mantendo seu desejo constante de progredir, até constituir uma das mais eficientes agricultura do país. Aliado a tudo isto, a competência tornou-se uma de suas características mais fortes, transformando terra e água em alimentos, fazendo uso adequado dos recursos naturais disponíveis. Certamente, uma de suas causas encontra-se na origem de sua gente, cuja história recai nos mais diversos Estados brasileiros e povos do mundo inteiro. Esses pioneiros, encontraram nos ricos solos paranaenses, entrelaçados de água de boa qualidade, uma certeza de investimento e prosperidade, resultando num Estado forte e produtivo. Estado de olhos puxados, de cabelos encaracolados, de peles multicoloridas, de fala rebuscada e de mãos robustas, que acabaram por adotar a terra das araucárias como a sua nova raiz. Assim, constituíram uma verdadeira máquina de produção, dando origem a uma agricultura competitiva, por onde transitam uma das mais sofisticadas tecnologias que tornaram possível apenas 2,3% da área nacional responder por mais de um quinto de toda a sua produção. Tudo isto, porém, não ocorreu por acaso, tiveram que regaçar as mangas e “colocar as mãos na massa”... Uma forma vitoriosa que encontraram foi a sua organização, com base em associações e cooperativas, que compuseram uma das estruturas produtivas mais eficientes do país, interligando a nossa agricultura com o resto do mundo. Mais do que isto, desde os nossos mais remotos pioneiros até os atuais “profissionais da agricultura”, perceberam a importância da tecnologia e se prepararam para as inovações, renovando-se, adaptando-se para fazer frente aos novos tempos, cuja realidade com todos os seus percalços transformam-se em motivação para se dar início sempre a uma nova agricultura e a um novo ciclo de desenvolvimento, garantindo a geração de renda e emprego em cada um de nossos municípios.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2014)1, atualmente, o Paraná apresenta uma população superior a 11 milhões de habitantes, representando cerca de 5,5% de toda a população do país. Cerca de 1,61 milhão (algo em torno de 14,7%) vive no meio rural. Porém, quando se considera que 312 municípios têm menos de 20 mil habitantes (considerados por Veiga como “municípios rurais”2), sobe para 38% o contingente de pessoas que vivem e dependem do campo no estado.

Reforçando esta análise, Graziano da Silva3, classifica as atividades econômicas do meio rural que podem ser agrupadas nos seguintes “subsetores”:

• Produção de commodities calcada em sistemas de produção modernizados e articulados às agroindústrias;

• Atividades não agrícolas associadas principalmente à prestação de serviços industriais ou não;

• “Novas” atividades agropecuárias abastecendo “nichos” de mercado.

1 Publicado no Diário Oficial da União, em 28 de agosto de 2014. Disponível em:<http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=98&data=28/08/2014>.

2 VEIGA, José Eli da. Cidades imaginárias: o Brasil é menos urbano do que se calcula. Campinas: Autores Associados, 2002.

3 GRAZIANO DA SILVA, José. O Novo Rural Brasileiro. Campinas, IE/UNICAMP. 2000.

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Neste sentido, observa-se que a diversificação já é uma característica marcante na nova ruralidade paranaense, tanto no âmbito da ocupação (pluriatividade) como do rendimento das pessoas com domicílio rural. Isto significa que a População Economicamente Ativa (PEA) rural do Paraná com ocupação não agrícola vem apresentando tendência consistente de aumento, enquanto, por outro lado, o PEA rural ocupada na agricultura vem apresentando tendência de queda consistente. De igual forma, o rendimento da PEA com ocupação não agrícola vem crescendo mais do que a PEA ocupada na agricultura.

No que se refere à economia agrícola paranaense, ela se apresenta de forma bem complexa e diversificada, além de muito competitiva, tanto no mercado interno como no externo. Assim, embora possuindo apenas cerca de 2,3% do território nacional, historicamente vem concentrando grandes e crescentes participações na produção rural produzindo ao redor de 20% da produção nacional de grãos, respondendo por aproximadamente 6% do PIB Nacional, 14% das exportações do agronegócio e 23% da produção de carnes. Além disto, é o principal produtor nacional de trigo, feijão e aves; o segundo maior produtor de soja, milho e cana-de-açúcar; o terceiro de carne suína, leite, batata e mandioca e, ainda, ocupa posição de destaque na produção de tomate e café.

Em termos fundiários, apresenta em torno de 370 mil estabelecimentos agrícolas dos quais 80% se enquadram como “familiares”, com produção diversificada e de pequena escala, principalmente de alimentos; com pouca inserção nos mercados, uma vez que o autoconsumo é predominante; com força de trabalho familiar; trabalham em condições agroecológicas e socioeconômicas heterogêneas; e disponibilidade insuficiente de recursos para a produção. Esta agricultura de resultados impactantes apresenta como grande desafio melhorar o grau de sustentabilidade desses estabelecimentos. Por outro lado, o Paraná conta com um sistema cooperativista estruturado e com organizações competitivas e de vasta experiência. A receita média por hectare da agricultura está em torno de R$ 2.878,00 (2010), com a amplitude que varia de R$ 1.394,00 a R$ 6.770,00. Nestas, existe ainda um grande espaço para crescimento da produtividade e para melhora da qualidade dos produtos. Quase todos os cursos d’água apresentam algum nível de deterioração pela presença de sólidos provenientes da erosão ou por agroquímicos. Isto aumenta custos para a sociedade e reduz a possibilidade de investimentos novos que precisem de água com qualidade. Embora, o Paraná tenha reduzido significativamente a taxa de pobreza, ainda há regiões com taxas próximas de 20%. Nestas áreas, ações de inclusão são fundamentais. Com a globalização e crescente competitividade da economia, a produção de commodities tende a reduzir a renda por unidade de área, exigindo cada vez mais a ampliação da escala de produção, o que compromete a sustentabilidade das pequenas propriedades de grãos do Paraná; apontando para processos de produção mais complexos, o que demanda qualificação da mão de obra, acesso a informações e tecnologias avançadas. Ao tempo em que novas atividades econômicas no meio rural abrem espaço para ocupação pessoas.

Esta é a agricultura paranaense que, embora vitoriosa ainda tem pela frente grandes desafios a enfrentar... e vencer... Assim, com auxílio do Governo Beto Richa, passou a eleger uma nova era pautada na valorização de nosso solo, como nossa o maior sustentação, de nossos recursos hídricos, como a nossa maior riqueza, de nossas florestas como nossa maior reserva, enfim os nossos recursos naturais como nosso maior patrimônio que temos o dever de garantir para que gerem ainda mais raízes para as gerações vindouras.

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Dentro desta nova perspectiva, o que se busca é um Estado com uma agricultura equilibrada ambientalmente, com equidade social, que seja ativa; empreendedora e com ampla participação de todos os atores que atuam no meio rural. Além disto, deve almejar um Estado com padrões elevados de qualidade de vida, educação, saúde e com uma economia dinâmica, geradora de oportunidades e diversificada. Deve, estabelecer, portando, instrumentos de ampliação de oportunidades, com uso sustentável dos seus recursos naturais. Entende-se ser tarefa do Estado ampliar a compreensão desse contexto, permitindo traçar estratégias eficientes para manter alto nível de eficiência na agropecuária; prover qualidade de vida aos que vivem no meio rural; preservar o meio ambiente; assim como garantir alimentos seguros em quantidade e qualidade para a sua população.

2.2 – CAMINHOS A TRILHAR

Os caminhos que trilhamos, embora tortuosos e marcados com o sofrimento dos produtores rurais ao longo de nossa história, foram robustos e de muita credibilidade. Está no momento de darmos qualidade aos mesmos, tornando-os mais lineares e suaves, ou seja, o campo deve se tornar um local agradável de se viver, permitindo renda e qualidade de vida ao agricultor sem, no entanto, comprometer a capacidade de recuperação dos recursos naturais necessários para dar continuidade à vida qualitativa dessa gente.

Assim, pode-se inferir que a visão de futuro é como o farol, como uma referência que guia as ações dos agentes responsáveis pelas grandes mudanças. Trata-se de se buscar o ponto através do qual se cruzam as linhas de convergências dos diferentes interesses da sociedade. Sem elas, os governos se tornam reféns de grupos organizados e de interesses próprios, ao mesmo tempo em que se distanciam dos interesses coletivos. E, neste quadro de referências, os papéis dos líderes torna-se de fundamental importância, definindo os rumos pelos quais os caminhos devem trilhar, propondo alternativas, discutindo seus propósitos e, sobretudo, disseminando a visão de futuro dessa sociedade.

Apesar da importância do agronegócio paranaense no contexto econômico atual, seu sistema de produção dá sinais de esgotamento pelos impactos ambientais, econômicos e sociais que causa. Inovações tecnológicas são necessárias e aquelas que se fundamentam na agricultura de baixo impacto merecem atenção especial, tais como agricultura de baixa emissão de carbono, agroecologia, dentre outras.

Diante deste cenário, de forma geral, o que se pretende atingir é:

• Um Rural Rico, desenvolvido e com qualidade de vida, com uma agricultura competitiva com forte presença nos mercados nacional e internacional.

• Com uma população e organizações econômicas e representativas ativas e participantes do desenvolvimento do estado.

• Com oportunidades de negócios em todas regiões rurais, de acordo com suas características de potencialidades, possibilitando a melhoria dos padrões de qualidade de vida.

• Com ambiente conservado e saudável, capaz de garantir a existência das gerações vindouras de forma sustentável.

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2.3 – REALIDADE VERSUS DESAFIOS A ULTRAPASSAR

Embora o Paraná apresente um agronegócio eficiente, competitivo e muito importante para o Estado, ainda convive com algumas regiões com baixa eficiência e com explorações agrícolas com baixa produtividade, gerando baixa rentabilidade. Nessas regiões, há que se centrar esforços de maior impacto para a promoção do seu desenvolvimento. Percebe-se, em função da falta de oportunidade nas regiões deprimidas, um fluxo migratório, que vem proporcionando inchaços em cidades polos, reduzindo a qualidade de vida dessas populações. Assim, a maioria dos municípios denominados “atraentes” vem apresentando receita insuficiente para prestar os serviços públicos de sua responsabilidade em nível razoável. Por outro lado, a agricultura baseada principalmente na produção de grãos também vem apresentando renda marginal muito baixa. E, como se sabe, renda marginal baixa multiplicada pela área pequena, resulta em receita baixa.

Vale observar que a amplitude do VBP no Paraná vai de R$ 1.394,00 na Região de Ivaiporã a R$ 6.771,00 na Região de Dois Vizinhos. Portanto, há muito espaço para crescimento do VBP através do aumento da produtividade nas Grandes Áreas do Sedimento (R$ 2.285,59) e no Arenito (R$1.991,61). Outra constatação é que os produtos hortícolas participam com pouco mais que 6% do VBP total. No entanto, trata-se de produtos que apresentam alta densidade de renda e que facilmente se adéquam às necessidades dos estabelecimentos de pequena área. Por outro lado, as regiões menos desenvolvidas têm condições técnicas de ter produção altamente competitiva no mercado nacional. Neste campo da olericultura existem tecnologia disponíveis que, se implementadas, podem gerar sistemas de produção menos agressivos: manejo de solo e água, manejos de pragas e doenças, manejo de plantas invasoras, bem como de tecnologias de aplicação.

Ressalta-se, também, o papel dos grandes protagonistas do desenvolvimento rural e agrícola que encontram-se entrelaçados de forma diversa no meio rural, destacando-se:

• as organizações dos agricultores: dinamizam o setor, • produtores Rurais e trabalhadores: os que fazem a produção,• famílias e comunidades rurais: os primeiros e que mais diretamente sentem os

impactos dos negócios rurais,• organizações do agronegócio: que agregam valor à produção,• empresas públicas e privadas: que operam nas cadeias de valor e dialogam com

os consumidores,• a classe política: na defesa de interesses e na formulação de leis e regulações,• o governo Federal: para garantir a operação eficiente das regras estabelecidas e

dos mecanismos de apoio,.• O governo Estadual: com mecanismos de apoio, regulação e execução, e • as prefeituras municipais: com apoio e execução.

Esta realidade revela um quadro em que mais de 50% dos estabelecimentos rurais apresenta receita bruta anual equivalente a tão somente dois salários mínimos. Somado a tudo isto, observa-se que o modelo tecnológico adotado facilita em muito a perda de solos e a contaminação dos cursos d’água com agroquímicos. Resultado: há regiões com elevada taxa de pobreza, que deve ser urgentemente combatida.

Para tanto, as ações nesses espaços geográficos devem se direcionar para:

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• o crescimento da riqueza gerada no campo, principalmente aumentando o Valor Bruto da Produção Agrícola/há;

• a geração de mais e melhores oportunidades de negócios e de trabalho;• o aumento da renda das famílias rurais através do aumento da receita dos

negócios agrícolas;• a implantação e consolidação de sistemas de produção agrícolas menos

agressivos ao ambiente, e e que levem em conta a diversidade de condições e expectativas dos agricultores paranaenses, especialmente os familiares; e

• a promoção da inclusão social e econômica das famílias rurais em condição de vulnerabilidade.

2.4 – DIRETRIZES BÁSICAS DO SEAGRI

Dentro do que estabelece o Plano de Metas do Governo do Estado, aquilo que está dando resultados positivos deve continuar e aperfeiçoar. No que se refere às diretrizes do Sistema Estadual da Agricultura-SEAGRI não há dúvidas de que vem dando certo, mas que podem ser qualificadas. A qualidade referida, no caso, encontra-se centrada no processo de gestão. Trata-se do planejamento e gerenciamento de projetos regionalizados, levando-se em conta as características geográficas e dos recursos naturais disponíveis, bem como a situação socioeconômica e ecológicas das regiões. E, como tais, deverão ser identificados indicadores qualitativos a respeito das transformações necessárias. Além disto, está implícita a ideia de uma ação integrada do SEAGRI, com atuação, embora descentralizada, mas de completa conexão, sob a coordenação e orientação da SEAB. Assim, as seis diretrizes do SEAGRI (4 estratégica e 2 de gestão) são:

I. DIRETRIZES ESTRATÉGICAS (dão continuidade ao Plano atual do SEAGRI):

ι. RENDA NO CAMPO – elemento básico para a superação econômica e integração favorável no mercado

ιι. SUSTENTABILIDADE – comprometimento com meio ambiente, respeitando as limitações dos recursos naturais

ιιι. QUALIDADE DE VIDA – fundamento primordial para a busca da vida feliz, com qualidade e com potencial de se manter nos locais de produção

ιϖ. SEGURANÇA ALIMENTAR – garantia essencial do alimento de qualidade para as populações urbana e rural paranaenses

II. DIRETRIZES DE GESTÃO:

• AÇÃO EM GRANDES ÁREAS REGIONAIS – para este tipo de ação duas premissas são estabelecidas. A primeira, diz respeito a um diagnóstico prévio que leva em conta os recursos naturais disponíveis e a dinâmica econômico social, que foram definidas como GRANDES ÁREAS. Assim, para cada Grande Área, propõe-se um PROGRAMA ESTRATÉGICO. A segunda, trata de se ajustar essa realidade às regiões administrativas da SEAB, pela composição dos seus Núcleos Regionais, que são denominados PROJETOS ESTRATÉGICOS AJUSTADOS, isto é, são ajustados dentro dos Programas Estratégicos das Grandes Áreas. São elas:

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BASALTO; SEDIMENTO; ARENITO; METROPOLITANA; VALE DO RIBEIRA; e LITORAL. Os critérios para a definição destas grandes áreas foram baseados em uma intrincada relação entre a área geográfica, indicadores econômicos e indicadores sociais, que levam em consideração os recursos naturais disponíveis e a dinâmica econômico social, que ficou definida como “Áreas Agrogeoeconômicas”.

• GESTÃO INTEGRADA PARA RESULTADOS – postura qualitativa no que se refere à forma de se desenvolver e conduzir programas e projetos orientados para a transformação da realidade, elevando o padrão de vida das populações. Também tem como ponto de partida uma leitura geral da realidade estadual, ditada pelas características “agrogeoeconômicas” que levam em consideração os recursos naturais disponíveis e a dinâmica econômico social e, posteriormente, seus ajustes regionalizados.

2.5 – OBJETIVOS E METAS ESTRATÉGICAS

Dentro do que estabelece o Plano de Metas do Governo Beto Richa, valendo-se principalmente de sua orientação quanto à melhoria qualitativa das regiões do Estado, os objetivos e metas estratégicas encontram-se entrelaçados, de forma tal que cada um deles exerce influência ou é influenciado pelos demais. Em termos qualitativos os objetivos deste plano avançaram significativamente. Visam, sobretudo, a implementação de uma gestão integrada pautada no aumento de renda e na melhoria da qualidade de vida das populações rurais, de forma sustentável, cujos indicadores de transformação podem ser resumidos em cinco grandes metas a serem alcançadas nos próximos dez anos, como segue:

• Elevar o VBP real do Estado em cerca de 20%. • Aumentar a produção total em torno de 30%.• Elevar a participação dos produtos hortícolas e pequenos animais para cerca de

11% do VBP total.• Incorporar cerca de 20% dos estabelecimentos rurais com receita bruta anual na

faixa de receita superior a dois salários mínimos; e• Alcançar o percentual de 25% das microbacias do Estado com cursos d’água

potáveis com agrossistemas equilibrados.

2.6 – COMPONENTES BÁSICOS PARA A AÇÃO PROGRAMÁTICA INTEGRADA

As ações de intervenção do Estado devem se conectar de forma a constituir um quadro de integração institucional que devem se convergir para o desenvolvimento rural sustentável em todas as suas interfaces: econômica, ecológica e social. Assim, estão definidas em quatro linhas a saber:

COMPETITIVIDADE: neste caso, está relacionada á necessidade de se reduzir o chamado Custo Brasil, que envolve a infraestrutura e logística, principalmente, estradas, portos, armazéns, tendo como instrumentos o crédito e seguro agrícola.LEGISLAÇÃO E MERCADO: trata-se da necessidade de se ajustar às exigências legais, como a sanidade agropecuária, a adequação ambiental, o abastecimento humano seguro

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e nutricional e à regularização fundiária.PRODUÇÃO: não se trata do simples aumento da produção, mas de sua sustentabilidade e eficiência produtiva, envolvendo as cadeias produtivas (inovação e eficiência); novos negócios (competitividade e mercados); e a organização da produção.INCLUSÃO: o mais importante na inclusão é a garantia que se revele com a necessária qualidade de vida e, neste caso, com o devido acesso aos serviços públicos, com a segurança alimentar e nutricional, com a geração de receita e com a organização comunitária.

2.7 – ESTRATÉGIA E IMPLEMENTAÇÃO DA GOVERNANÇA

Considerando-se as competências do Estado, o papel e a base de atuação do governo, cabe ao SEAGRI atuar em três dimensões: I – Político-institucional; II – Organizacional e III – Operacional. Dentro desta configuração, o SEAGRI deverá: executar a defesa agropecuária e vigilância sanitária; assessorar e prestar assistência técnica a agricultores e atores de cadeias produtivas; desenvolver inovações e tecnologias, gerir sistemas de abastecimento e infraestrutura nas áreas rurais e buscar a sustentabilidade agropecuária com sistemas de produção de baixo impacto ambiental.

Assim, a estratégia operacional encontra-se relacionada a alguns princípios:

(1) Sistema de Governança – Cabe ao Estado articular as forças socioeconômicas que atuam no Paraná para que seu desenvolvimento seja sustentável (ambiental, econômica e socialmente). A construção de consensos coletivos na sociedade que neutralize os interesses particulares em benefício de objetivos comuns. Demandam, para isso, estudos técnicos que fundamentem e objetivem o debate público, para evitar o confronto de opiniões sem sustentação. Isso demanda um quadro de servidores altamente qualificado e responsabilizado, com domínio de Habilidades e Competências específicas. O sucesso no processo de debate depende da adoção de metodologias adequadas e objetivas no encaminhamento de propostas de políticas públicas e no acompanhamento das soluções implementadas. O SEAGRI passa a adotar um sistema de governança como instância de planejamento e execução de políticas públicas, sem abrir mão de suas atribuições constitucionais. Essa estratégia deve garantir a integração dos agentes privados aos públicos para formular Programas/Projetos estratégicos, implementá-los e acompanhá-los. Os arranjos institucionais para exercer esta dinâmica estratégica estão dispostos em quatro níveis:

a. No Plano Estratégico: CONSELHOS – Recuperar o CONDERPA – Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Política Agrícola-, instituído pelo Decreto nº 876, de 21 de junho de 1995, em observância à Lei nº 9.917/92, que agrupa as principais entidades representativas do setor rural e cujas atribuições se resumem na consolidação das políticas públicas em favor do desenvolvimento rural do Estado. Assim, a Secretaria da Agricultura passa a compartilhar suas ações programáticas com dois conselhos estratégicos: o CONDERPA e o CEDRAF, cujas ações se destinam especificamente aos assuntos de interesse da agricultura familiar.

b. No Plano dos Negócios: Câmara Setoriais: há diversas câmaras setoriais que se encontram associadas às diversas cadeias produtivas da agricultura. Elas se desenvolvem à medida que tais cadeias se

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consolidam e buscam apoio estratégico para se imporem como um negócio estruturado, com objetivos e metas de longo prazo. Estas câmaras servem, também, como referendo de um negócio que deve se impor enquanto característica do Estado do Paraná, definindo padrões e certificações de alta qualidade, como já é o caso do café, de aves, dentre outros.

c. No Plano de Categorias: Entidades Organizadas: no que se refere às categorias, são várias as formas de atuação do SEAGRI. Em especial, as políticas de estímulo direto aos agricultores estão destinadas aos pequenos agricultores e agricultores familiares e, para tal, são defendidas em um conselho específico, o Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar-CEDRAF, instituído pelo Decreto 272, de 7 de março de 2007, competindo-lhe, sobretudo, a contribuição à formulação de políticas públicas de desenvolvimento pela participação das comunidades e organizações públicas e privadas. Quanto às ações de cunho estratégico, notadamente quanto à logística e infraestrutura, bem como ao apoio na produção e comercialização da produção, além do benefício atingir os agricultores familiares, também se destinam aos demais agricultores, que são representados por entidades organizadas, tais como a Fetaep, a Faep, a Ocepar, Fetraf-sul, Cresol,Unicafes, dentre outros.

d. No âmbito dos Núcleos: Comissões Regionais – nas regiões são várias as formas de organização que envolvem o setor rural, quer sejam pelos conselhos de desenvolvimento rural, ou de sanidade agropecuária ou de conservação de solos que, em última instância compõem comissões que devem se interagir. Neste aspecto, cabe ao Núcleo Regional da SEAB a articulação entre as mesmas, constituindo um único ambiente de discussão dos Programas regionais, dando-lhes consistência e representatividade. Assim, a SEAB tem a responsabilidade essencial de agregar as forças produtivas na realização das ações regionalizadas, isto é, deve garantir que os setores da sociedade com relações e interesses na agricultura e no rural podem e devem contribuir para a implementação eficaz dessas ações, constituindo um Plano de Desenvolvimento Rural Regional Sustentável.

(2) Melhoria de Programas Estratégicos – muitos programas são considerados estratégicos e estruturados, dada a sua vinculação com outros órgãos, sejam nacionais, internacionais e intersecretariais, que exercem mudanças também de ordem estratégica e, que, devido a isto, merecem atenção especial, como é o caso dos programas com apoio do Banco Mundial (ProRural e Gestão e Manejo de Solos e Água em Microbacias); Fundo de Aval; Trator Solidário; Estradas da Integração; Programa Nacional de Crédito Fundiário; Programa Leite das Crianças e Programa de Aquisição de Alimentos, constituindo a Segurança Alimentar e Nutricional; Agroecologia, dentre outros.

(3) Integração dos Interesses Setoriais – trata-se de um papel fundamental do Governo e do SEAGRI catalisar os interesses setoriais para convergirem os ganhos da coletividade. Neste caso, é fundamental que a concepção e as estruturas do Plano sejam amplamente conhecidas e compartilhadas e a visão de futuro precisa estar no discurso de todas as lideranças do setor agropecuário.

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(4) Organização e Parcerias - organização dos produtores é fator essencial para o desenvolvimento de processos de produção e de comercialização. Deve levar em conta que as cadeias de suprimentos são fortalecidas pelas ações em parcerias, envolvendo os vários agentes: produtores, indústria, atacado e varejo. O que justifica a atenção aos processos de organização é que a produção em milhares de estabelecimentos de pequena escala tem viabilidade muito baixa; que a simples expulsão de milhares de pessoas das atividades rurais só aumentará o caos nos municípios urbanos; e que a concentração da produção e dos agentes produtivos reduz as oportunidades, em especial, no interior , comprometendo o próprio desenvolvimento do Estado.

(5) Inovação e Planejamento – o processo de inovação envolve as tecnologias de processos e a implantação de sistemas sustentáveis. Ocorre que o Paraná é um grande competidor nos mercados nacional e internacional, com poucos espaços vazios. Daí, a necessidade de ampliação dos mercados, incrementando novos produtos e que sejam diferenciados, limpos, de qualidade e, sobretudo, competitivos no mercado. Dentro desta ótica, o voluntarismo e improvisação são passaportes para o fracasso, motivo pelo qual deve-se levar em conta a incorporação de produtos na pauta do VBP, como é o caso das frutas, olerícolas, pequenos animais, cujas características encontram-se ligadas ao seu aspecto agregador, permitindo o acúmulo de renda em menor tempo e com menor investimento (pós-colheita, processamento e transformação). Enfim, com planejamento e inovação é possível desenvolver sistemas de recuperação mais rápidos e eficientes de regiões mais carentes. Por outro lado, torna mais competitivas aquelas regiões em que os sistemas produtivos já estejam mais evoluídos. Deve-se levar em consideração as inovações que se destinam à implementação de sistemas alternativos de produção agropecuária, em especial aqueles que se destinam à redução dos impactos ambientais, tais como a agricultura de baixa emissão de carbono, a agroecologia (levando-se em conta o Programa "Paraná Agroecológico"), dentre outras.

(6) aprimoramento da eficiência do setor público – há muito tempo que se busca a melhoria dos serviços públicos ofertados para a população, entretanto, há, também que se dispor de um contingente de servidores devidamente preparados e motivados. Um dos fatores que permite esta oferta qualitativa está associada à clareza dos papéis e do que deve ser feito, o que implica em uma organização da estrutura de operação, bem como do alinhamento e integração programática. O que está associado a tudo isto são as diversas formas de monitoramento e avaliação dos resultados esperados, com valorização do desempenho dos colaboradores. Neste caso, a ação do setor público deve compatibilizar as demandas conjunturais com a implementação de Projetos Estratégicos Regionalizados.

(7) organização da operação e regionalização dos projetos – este é um dos fatores essenciais na gestão dos processos produtivos, envolvendo duas frentes estratégicas. De um lado os chamados Projetos Estratégicos, ou seja, a definição de prioridades em função dos objetivos pretendidos para determinadas regiões. Neste caso, os temas definidos devem estar alicerçados nas carências a serem superadas, portanto fundamentais para o desenvolvimento regional. Assim, são estabelecidos os Programas e Projetos regionalizados, que necessitam ser gerenciados para a busca de resultados de

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transformação qualitativos, sendo monitorados também com indicadores qualitativos. Por outro lado, encontram-se as demandas conjunturais, que compreendem os serviços essenciais de rotina, bem como as atividades emergenciais que constituem as ações complementares do Governo que necessitam de atenção especial durante a execução de cada Programa ou Projeto. Por tudo isto, há necessidade de se definir uma estrutura organizacional do SEAGRI (envolvendo a SEAB e suas vinculadas) com um viés de gestão centrada em resultados de transformação, com indicadores de transformação e com visão de transformação regionalizada. Assim, os projetos estratégicos terão ponderação conforme as peculiaridades de cada região e, dentro destas, de acordo com os núcleos regionais, que poderão ser agrupados em 2 ou 3, levando-se em conta as “Áreas Agrogeoeconômicas” que levam em consideração os recursos naturais disponíveis e a dinâmica econômico social.

(8) Parcerias: Agricultores & Empresas & Comunidade – de forma geral, é papel do Estado promover, facilitar e apoiar a integração desses entes, em especial nos Projetos novos, e nas cadeias produtivas com articulação deficiente. Trata-se da visualização dos interesses convergentes, das estratégias de ganha&ganha e dos projetos compartilhados. Vale ressaltar que os agricultores desejam receita, renda e qualidade de vida. Por outro lado, as empresas aspiram almejar lucro e garantias de retorno do capital. E que, as comunidades procuram mais oportunidades de desenvolvimento. Tudo isto significa que o governo deve convergir todos esses interesses de forma a constituir uma proposta que suporte suas demandas particulares, mas com resultados socializados.

(9) Sistema de Gestão Programática – Embora as ações sejam destinadas de forma regionalizadas, há necessidade de se definir Projetos Estratégicos de amplo espectro, que podem servir como alavanca para a composição dos projetos segmentados e regionalizados. Neste caso, deverão ter gestão própria e, de preferência, sob a coordenação da Direção Geral da SEAB, com participação do Fórum de Agronegócio em conjunto com o CONDERPA. Deverão garantir a operação integrada das organizações públicas e privadas participantes, bem como de um sistema de monitoramento e avaliação, de preferência, com responsabilidade compartilhada na forma de contrato de gestão para resultados. Assim, deve manter determinadas rotinas, tais como: sistemas de informações periódicas; formas de atendimento a demandas não planejadas e mudanças de rotas em casos de situações emergenciais.

(10) Competência: Jeito Novo de Gestão – o processo de gestão para resultados não é tão simples quanto se imagina. Nem todos estão preparados ou capacitados com esta competência. É fácil demandar uma qualidade desta, mas é difícil encontrar, daí a necessidade de se formar quadros de recursos humanos que possam dar respostas a tais competências. E esta formação também não é rápida, pois trata-se de processos e não conhecimento fragmentado. Refere-se a uma nova visão de mundo, de um novo olhar sobre o ambiente, de uma nova percepção de universo em que “causa e efeito” dão lugar às conexões e às possibilidades compartilhadas, em que tudo pode se transformar e que, cada um de nós, agentes de transformação, funciona como indutor, catalisador, orientador e articulador. Devem, em princípio, priorizar o qualitativo no lugar do abandonar a ideia do quantitativo e dar preferência ao

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qualitativo, deixando os aspectos de número e se envolvendo mais com os indicado resisto é bem complexo e demanda formação bem qualificada. Mas, é o que se pretende com os nossos agentes de transformação, os nossos gerentes, envolvendo os diretores de vinculadas, chefes de departamentos, núcleos regionais, chefes regionais das vinculadas e outros agentes estratégicos do SEAGRI.

(11) Sistema de informações e assessoria estratégica – há necessidade de Implantar e gerenciar um sistema de informações ágil e oportuno com a finalidade de subsidiar os encaminhamentos dos programas e decisões estratégicas do SEAGRI. O desenvolvimento de Estudos e Análises Estratégicas propiciam a definição de ações de médio e longo prazo. Embora a liderança do sistema estará dentro da Administração direta da Secretaria da Agricultura, ela buscará a integração programática e de serviços com outras entidades afins, tais como: IPARDES, Área de Socioeconomia do Iapar, Departamentos de Estudos da OCEPAR, da FAEP, da FETAEP, FETRAF-SUL, do DESER, SISTEMA “S” e outros cujos objetivos e natureza sejam compatíveis com os interesses do SEAGRI.

2.8 – DIAGNÓSTICO DAS GRANDES ÁREAS

Conforme já realçado, os critérios para a definição destas grandes áreas foram baseados em uma intrincada relação entre a área geográfica, indicadores econômicos e indicadores sociais, que levam em consideração os recursos naturais disponíveis e a dinâmica econômico social, que ficou definida como “Áreas Agrogeoeconômicas”.

2.8.1 - MAPA DAS GRANDES ÁREAS

O mapa (figura 1) define três Áreas Agrogeoeconômicas: Arenito, Basalto e Sedimento. Além disto define mais três regiões que apresentam características diferenciadas: Vale do Ribeira, Região Metropolitana de Curitiba e o Litoral.

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Figura 1 – Mapa Agroeconômico do Paraná: GRANDES ÁREAS

2.8.2 – PRINCIPAIS INDICADORES COMPARATIVOS DAS GRANDES ÁREAS

Para uma análise mais consistente, haveria necessidade de se cruzar vários indicadores, constituindo um quadro mais crítico e de maior representatividade. Entretanto, tais análises poderão ser realizadas quando os programas forem discutidos de forma mais intensiva, com avaliação regionalizada. O quadro 1 apresenta alguns dos indicadores selecionados para a caracterização das Grandes Áreas.

Quadro 01 – Dados e Indicadores Comparativos entre as Grandes Áreas

Itens Ud. BASALTO SEDIMENTO ARENITO METROPO. VALE RIB. LITORALTotal de Municíp. Nº 151 135 84 15 7 7Área Ocupada do Estado

% 29,6 45,6 15,5 3,0 3,1 3,2

Munic. Atraentes Nº 38 20 16 15 4 4Munic Esvaentes Nº 71 68 35 00 2 2População Rural % 12,1 29,8 15,8 5,4 42,8 9,5Taxa de Pobreza % 5,3 13,1 20,4 2,8 16,3 9,5Renda Domiciliar R$ 836,62 612,16 682,59 1.215,56 451,12 728,23PIB: % do Total do PR

% 32,4 15,1 5,9 42,1 0,6 3,9

PIB/habitante R$ 18.240,55 14.062,74 14.210,29 30.653,91 13.384,69 32.213,38VBP: % do Total do PR

% 46,4 36,0 13,2 2,6 1,4 0,4

VBP/ha R$ 4.170,19 2.255,89 1.991,31 4.497,39 2.808,54 2.364,47Nº Estabelec. Nº 138.636 163.825 47.785 12.021 6.498 2.298Até 10 há % 43,1 44,3 41,3 62,0 51,5 60,2

ARENITO

BASALTO

SEDIMENTO

V. RIBEIRA

METROPO LITANA LITORAL

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Fazendo um comparativo entre as Grandes Regiões (Quadro 01), pode-se observar que quanto ao Total de Municípios, o Basalto é quem engloba o maior número (151), enquanto o Vale do Ribeira e o Litoral são os que apresentam menor número (7). No que se refere à Área Ocupada do Estado, é o Sedimento quem apresenta o maior percentual (45,6%), cabendo à Região Metropolitana o menor percentual (3,0%). Quanto aos Municípios Atraentes, aqueles que mais absorvem as populações em mobilização, o Basalto é a área com maior número desses municípios (38), portanto, com maior potencial de atrair pessoas. Porém, em termos relativos, todos os 15 municípios da área Metropolitana encontram-se nesta categoria, ou seja, 100% deles são Atraentes, ao passo que o Vale do Ribeira e o Litoral são os que apresentam menor número desse tipo de município (4), mas em termos relativos, são cerca de 50% do número de municípios lá existentes(4, de um total de 7). Já com relação aos Municípios Esvaentes, aqueles de baixo crescimento e, portanto, atraem menor contingente da população migrante, há uma repetição da área, isto é, em termos numéricos também estão localizados no Basalto (71), seguido da área do Sedimento (68). Entretanto, em termos relativos, a área Metropolitana não há nenhum município nesta categoria (0%). Quanto ao percentual da População Rural, a área Vale do Ribeira é a que se apresenta mais representativa (42,8%), e, em contrapartida, a área Metropolitana de Curitiba é a de menor índice de população rural (5,4%). A Taxa de Pobreza é um indicador muito importante, merecendo toda a atenção da SEAB. Nesta categoria, quem apresenta maior índice de pobreza é a área do Arenito (20,4), seguida de perto pela área do Vale do Ribeira (16,3). O de menor índice é a área Metropolitana (2,8). Chama a atenção, entretanto, o fato de que cerca da metade da população da área do Vale do Ribeira (quase 43%) localizar-se na área rural, que é público direto da SEAB. No que se refere à Renda Domiciliar , o destaque é a área Metropolitana (R$ 1.215,56), seguida do Basalto (R$ 836,32) e do Litoral (R$ 728,23); a área do Vale do Ribeira é a que apresenta menor índice (R$ 451,12). Quanto ao PIB ( % do Total do Pr), mais uma vez, a área Metropolitana se destaca (42,1%), logicamente pelo aspecto industrial e de prestação de serviços, mas a área do Basalto também é destaque (32%), principalmente considerando que se trata de área mais relacionada com atividades do agronegócio. A área de menor participação é a do Vale do Ribeira, cujo índice não alcança, sequer a 1% (0,6%). Outro indicador importante é o PIB/habitante, cujo destaque é a área do Litoral (R$ 32.213,38), dada sua concentração em produtos de exportação que lá são depositados e contabilizados. Mas, também se destaque a área Metropolitana (R$ 30.653,91), pela grande participação dos setores industrial e de serviços; mas a área do Basalto também é destaque (18.240,55), dada sua forte relação com a agricultura A área de menor índice é a do Vale do Ribeira (R$ 13.384,69). Quanto ao VBP ( % do Total do Pr) a área do Basalto é a que mais se destaca (46,4%), sendo a do Litoral (0,4%) e a da Metropolitana (1,4%), as de menores índices. Um indicador bem importante relacionado diretamente com a agricultura é o VBP/ha e, neste caso, a área de maior destaque é a Metropolitana (R$ 4.497,39), tendo em vista a produção olerícola e florestal, mas, de perto, encontra-se a área do Basalto (R$ 4.170,19). Os menores índices pertencem às áreas do Arenito (R$ 1.991,31) e do Vale do Ribeira (R$ 2.808,54). No que se refere ao Nº Estabelecimentos, o destaque é da área do Sedimento (163.825), seguida pela área do Basalto (138.636). As áreas com menor número de estabelecimentos rurais são as do Litoral (2.298) e do Vale do Ribeira (6.498). Finalmente, quanto ao percentual de estabelecimentos com área Até 10 ha, destacam-se as áreas Metropolitana (62%) e do Litoral (60,2 %); e as de menor percentual são as do Arenito (41,3%) e do Basalto (43,1%).

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2.8.3 – CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS GRANDES ÁREAS

GRANDE ÁREA DO BASALTO:

As características gerais dessa região são:

• a) Desempenho e indicadores especiais: a mais dinâmica área rural do estado, a produção agrícola participa com 9,7% do PIB, estima-se que o “Agronegócio” participe com 50% do PIB a principal atividade agrícola está concentrada na produção grãos, o PIB/habitante e o VBP/há ocupam a 2ª posição das Área

Agrogioeconômicas os Sistemas de Produção Agrícola são muito agressivos ao ambiente.

• b) Desafios ao desenvolvimento: criar um ambiente produtivo e sustentável, desenvolver e gerar novas oportunidades

• c) Grandes Linhas de Ação: Desenvolver e implantar sistemas de produção “limpos” Rastrear, desenvolver e implantar “Novos Negócios”.

GRANDE ÁREA DO SEDIMENTO:

As características gerais dessa região são:

• a) Desempenho e indicadores especiais: a mais extensa área das do Paraná 45,6%, com população rural

significativa; o setor primário participa com 21,1% do PIB e a taxa de pobreza é de

13,1%; constitui-se de extensa área com baixo dinamismo econômico; entretanto, tem algumas ilhas de prosperidade líderes em vários setores da

economia, em especial nos setores: de leite, da madeira e dos grãos; o PIB/hab, a Renda Domiciliar e o VBP/há estão entre os mais baixos do

estado; fora das ilhas de prosperidade a tecnologia utilizada ainda é rudimentar; a grande maioria dos estabelecimentos tem pequena escala de produção; baixo nível de organização 9,4% e receita bruta de mais de 50% dos

estabelecimentos é inferior ao equivalente a 2 salários mínimos.

• b) Desafios ao desenvolvimento: elevar a receita bruta nos estabelecimentos, em especial no extratos de área

mais baixos; organização e mobilização para criação de ambiente favorável a mudança; formação, capacitação e treinamento.

• c) Grandes Linhas de Ação: aumento da produtividade dos negócios tradicionais, integrando e fazendo

alianças com as indústrias e os atacadistas;

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novos Negócios com mais densidade de renda, integrando com os programas públicos de compra direta;

facilitação do acesso aos serviços públicos.

GRANDE ÁREA DO ARENITO:

As características gerais dessa região são:

• a) Desempenho e indicadores especiais: área de quase três milhões de hectares com solos de alta susceptibilidade a

erosão; o setor primário participa com 19,7% da formação do PIB dessa Grande

Área; a renda domiciliar média é menos de 80% da média do estado e taxa de

pobreza é igual 4,6%; a produção pecuária é predominante, entretanto com níveis de

produtividades tem estado muito abaixo do que é possível; a Área tem uma rede de empresas de processamento e comercialização dos

produtos pecuários, leite e carne; o VBP/há desta Área é dos mais baixos do estado, 70% da média estadual.

• b) Desafios ao desenvolvimento: Aumentar o nível de investimento na produção; Mobilização e Organização dos agentes em projetos compartilhados.

• c) Grandes Linhas de Ação: Aumento da Produtividade dos negócios tradicionais; Desenvolvimento de polos de produção de frutas tropicais; Fortalecimento de cadeias produtivas: da seda, da madeira e da borracha.

GRANDE ÁREA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA:

As características gerais dessa região são:

• a) Desempenho e indicadores especiais: ambiente urbano, todos os municípios tem características urbanas e tem

atraído migrantes de todas as regiões do Paraná; esta Área é responsável por 42,1% do PIB do Paraná; os municípios, a exceção de Araucária e Curitiba, tem dificuldades de

prestar os serviços públicos em nível “satisfatório” aos cidadãos; o setor primário contribui com 0,5% na formação do PIB desta área; a maior parte da área está em área de mananciais de abastecimento de

água; as atividades agrícolas está baseada na produção de olerícolas e frutas.

• b) Desafios ao desenvolvimento: a interação de produção e renda na agricultura, com preservação ambiental; a integração com mercado e consumidores; formação de imagem positiva da agricultura como atividade sustentável.

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• c) Grandes Linhas de Ação: Implantação de sistemas de produção de hortícolas com o mínimo de

distúrbio ao ambiente e em especial da água; Desenvolver projetos de alimentos seguros e de certificação de origem; Incrementar e aprimorar outros negócios rurais.

GRANDE ÁREA DO VALE DO RIBEIRA:

As características gerais dessa região são:

• a) Desempenho e indicadores especiais: esta área tem indicadores de desenvolvimento dos mais baixos do estado; entretanto, pela proximidade da região metropolitana alguns tem tido

crescimento populacional muito alem daquele que as receitas das prefeituras podem atender;

o setor primário é responsável por 27,2% do PIB; o VBP/há está próximo da média do estado, principalmente pelo corte de

áreas de reflorestamentos implantados com incentivo fiscal a mais de 30 anos;

o desempenho das atividades agrícolas tradicionais, a citricultura e culturas alimentícias tem estado muito abaixo da média do estado;

a topografia apresenta restrições ao desenvolvimento de atividades com processos mecanizados tradicionais, da mesma forma a comunicação e os caminhos viários são precários;

mais de 80% dos estabelecimentos agrícolas tem receita bruta equivalente a menos 2 salários mínimo.

• b) Desafios ao desenvolvimento: levantamento de recursos financeiros locais para novos negócios; propiciar o acesso da população rural aos serviços públicos.

• c) Grandes Linhas de Ação: segurança alimentar: produção e acesso a alimentação básica; organização comunitária para acesso facilitado aos serviços públicos; aumento da Renda; utilizando de programas públicos como o PNAE e PAA.

GRANDE ÁREA DO LITORAL:

As características gerais dessa região são:

• a) Desempenho e indicadores especiais: é a área com maior percentual de cobertura de mata nativa do estado; entretanto, é uma sociedade eminentemente urbana; 9,5% da população vive em áreas rurais; a taxa de pobreza é de 9,5%; na formação do PIB o setor primário contribui com sòmente 3,9%, o setor de

serviços, em especial o turismo, participa com 61,1% do PIB; das atividades agropecuárias destacam-se a pesca, a olericultura e a

produção de banana; a preservação da mata atlântica tem sido a principal preocupação dos

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governos e de setores fortes da sociedade civil.

• b) Desafios ao desenvolvimento: fazer a interação equilibrada de renda das famílias rurais e sustentabilidade

ambiental; integração da atividade de turismo e com o desenvolvimento rural.

• c) Grandes Linhas de Ação: segurança alimentar: produção e acesso a alimentação básica; organização comunitária para acesso facilitado aos serviços públicos; uso sustentável dos recursos florestais; consolidação de polos sustentáveis de horticultura e olerícolas.

2.8.4 – PROPOSTAS DE PROGRAMAS ESTRATÉGICOS PARA AS GRANDES ÁREAS

As propostas de Programas Estratégicos são consideradas as “Propostas-Mãe” e constituirão a base para os Projetos Estratégicos a serem ajustados no “nível nuclear”, ou seja, a partir da junção de Núcleos Regionais que se localizam nas Grandes Áreas. Portanto, as “Propostas-Mãe” são as que definem, de forma geral, os indicadores qualitativos (de transformação) que merecerão monitoramento e avaliação constante. Os projetos do “nível nuclear” funcionam como a “sintonia fina” das “Propostas-Mãe” em cada Núcleo Regional ou a junção de alguns deles.

I - PROGRAMAS ESTRATÉGICOS PARA A GRANDE ÁREA DO BASALTO:

1ª - AGRICULTURA SUSTENTÁVEL - A produção de grãos é fundamental para o Estado. Entretanto, a tecnologia predominante nos sistemas de produção tem sido responsável pela perda da capacidade de produção dos solos, contaminação dos cursos d’água. Por outro lado, esse ambiente contaminado, tem elevado os custos de recuperação dos recursos naturais e reduzido as condições para implantação de novos negócios rurais. Assim, os projetos nessa grande área devem levar em conta:

• FOCO: Produção e produtividade com mínimo de agressão ao ambiente.• OBJETÍVOS: Desenvolver sistemas inovadores; Aumentar a produtividade; Reduzir

as taxas de perda de solo e água; e Diminuir o nível de contaminação dos cursos d’água.

• ESTRATÉGIAS: Atuação em Microbacias Hidrográficas; Integração das tecnologias disponíveis; e Planejamento compartilhado com os agricultores.

2ª - AUMENTO DA RECEITA NAS PROPRIEDADES – deve-se levar em conta que 77 % dos estabelecimentos agropecuários tem área inferior a 50 ha. Além disto, os sistemas tradicionais existentes (milho&feijão), exigem escala de produção para se ter receita que viabilizem as propriedades. Desta forma, sem alternativas, a taxa de abandono das propriedades tende a crescer. Ou seja, a migração acelerada tem esvaziado os municípios rurais e perdas de oportunidades para o crescimento. Assim, os projetos nessa grande área devem levar em conta:

• FOCO: Atividades de alta densidade de renda para estabelecimentos de pequena área

• OBJETÍVOS: Formar núcleos de produção integrada de Olerícolas, Frutas e de pequenos animais.

• ESTRATÉGIAS: Articulação dos grupos de produtores com atacadistas,

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fornecedores e varejistas; Organização compartilhada de projetos; e ação integrada: organização & produção & mercado (atacadistas, indústrias, etc).

II - PROGRAMAS ESTRATÉGICOS PARA A GRANDE ÁREA DO SEDIMENTO:

1ª - AUMENTO DA RECEITA NAS PROPRIEDADES – vale ressaltar que cerca de 87 % dos estabelecimentos agropecuários apresenta área inferior a 50 ha. Além disto, os sistemas tradicionais (milho&feijão) exigem escala de produção para se obter receitas que viabilizem as propriedades. Outro dado significativo é que cerca de 60% dos estabelecimentos têm receita bruta equivalente a menos de 2 Salários Mínimos. Outro dado informa que os mercados institucionais “cativos” constitui-se em oportunidade de canal de comercialização inicial para a entrada nos mercados livres. Assim, os projetos nessa grande área devem levar em conta:

• FOCO: Atividades de alta densidade de renda para estabelecimentos de pequena área.

• OBJETÍVOS: Formar núcleos de produção integrada de Olerícolas, Frutas e de pequenos animais.

• ESTRATÉGIAS: Integração da: iniciativa dos produtores & organização e tecnologia & PNAE e PAA; Organização compartilhada de projetos; Organização de uma rede de grupos de produtores que propiciem o abastecimento contínuo dos mercados institucionais.

2ª) AGREGAÇÃO DE VALOR A PRODUÇÃO - Existe um mercado crescente para produtos com características locais. Além disto, a diversidade de produtos nas propriedades familiares, aliado as culturas e costumes regionais, são facilitadores para organização de pequenos negócios não tradicionais. O Estado dispõe de uma consistente experiência e recursos humanos para orientar e assessorar uma rede de pequenos negócios agregadores de valor a produção.

• FOCO: Conquista de partes do mercado de produtos não tradicionais para os pequenos produtores.

• OBJETÍVOS: Aprimorar e Ampliar a oferta de produtos locais, processados ou não; estimular a implantação e aprimoramento de empreendimentos familiares de transformação de alimentos.Intensificar os mecanismos de garantia de produtos seguros; Implantar uma rede de abastecimento com certificação de origem.

• ESTRATÉGIAS: Aproveitamento das potencialidades locais; Integração da: tecnologia & organização & qualidade e segurança.

3ª) MELHORIA DA QUALIDADE VIDA NO RURAL – ressalta-se que cerca de 18% dos domicílios têm pessoas credenciadas no Programa Bolsa Família. Além disto, a Taxa de Pobreza gira em torno de 13,1% e que cerca de 60% dos 163.825 estabelecimentos rurais têm receita bruta anual equivalente a menos de 2 SM. Essa receita bruta, no entanto, é insuficiente para qualquer possibilidade de investimento. Neste segmento verifica-se o maior contingente de migrantes sem preparo para atividades e negócios urbanos. Assim, os projetos nessa grande área devem levar em conta:

• FOCO: Elevação dos padrões de qualidade de vida nas áreas rurais • OBJETÍVOS: Propiciar condições de acesso aos serviços públicos; Segurança

Alimentar: criar condições de acesso e produção de alimentos para a família; Capacitar as famílias para novas atividades.

• ESTRATÉGIAS: Organização Comunitária; Ação integrada dos organismos públicos; Estabelecimento de conexões entre pessoas que foram capacitadas com os mercados de trabalho locais.

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III - PROGRAMAS ESTRATÉGICOS PARA A GRANDE ÁREA ARENITO:

1ª - AUMENTO DA PRODUTIVIDADE & PRODUÇÃO - Esta área é a principal produtora de carne do Estado. Tem tradição na produção de gado e um entorno (fornecedores, abatedouros) consolidado. Entretanto, encontra-se ameaçado. Nessa Grande Área encontram-se os menores valores de VBP/ha, dentre as demais áreas do Estado, a despeito de apresentar uma infraestrutura invejável. A tecnologia disponível para a produção de leite e de carne é suficiente para propiciar um novo salto na produção e no VBP regional. Assim, os projetos nessa grande área devem levar em conta:

• FOCO: Aumento da produção e melhoria da qualidade da Carne e do Leite integrado ao fortalecimento da relação “Produção & Indústria”

• OBJETÍVOS: Melhorar dos índices zootécnicos por meio de práticas e processos de produção “novos”; Conquistar fatias do mercado com produtos diferenciados e com padrões internacionais; e Melhorar as condições de trabalho.

• ESTRATÉGIAS: Implantação de Modelos de produção previamente validados as condições da Área; Organização da produção para acesso aos mercados; Formação de competência local, bem como a implementação de ações de produção sustentáveis.

IV - PROGRAMAS ESTRATÉGICOS PARA A GRANDE ÁREA METROPOLITANA:

1ª - ALIMENTOS SEGUROS E PRESERVAÇÃO - Esta área se caracteriza por ser totalmente urbana. No entanto, nela estão situados parte das áreas da Mata Atlântica e os mananciais que abastecem a toda a região Metropolitana de Curitiba. Os impactos das incorreções no cultivo têm efeito negativo nos produtores e nas organizações, em especial as públicas. Além do abastecimento a produção de olerícolas nesta área pode aproximar os setores e organizações urbanas da compreensão da agricultura sustentável e o papel das organizações de ATER. Assim, os projetos nessa grande área devem levar em conta:

• FOCO: Criação de um conceito favorável nas relações da horticultura e ambiente e consumidores e Emater.

• OBJETÍVOS: Ofertar produtos seguros ao consumidor; Aproximar os consumidores dos produtores; e Aumentar a renda das famílias de produtores.

• ESTRATÉGIAS: Implantação de proposta técnica consistente e validada; Integração com os mercados institucionalizados; Desenvolvimento e implantação de certificados de origem.; e Integração com atividades de turismo rural e Ecoturismo.

V - PROGRAMAS ESTRATÉGICOS PARA A GRANDE ÁREA VALE DO RIBEIRA:

1ª - MELHORIA DA QUALIDADE VIDA NO RURAL - Esta Área é a mais pobre do estado do Paraná. Embora tenha sòmente 3% da área do estado e 1,0% da população é a área com maior percentual da população vivendo nas áreas rurais (42,8%). Embora a produção de madeira ajude na formação da média do VBP/ha, a produtividade dos cultivos predominantes(citros, lavouras temporárias) são muito baixos. A receita bruta dos estabelecimentos rurais é muito baixa, 87,6% tem o equivalente a menos de 2 SM. Assim, os projetos nessa grande área devem levar em conta:

• FOCO: Elevação dos padrões de qualidade de vida nas áreas rurais.• OBJETÍVOS: Propiciar condições de acesso aos serviços públicos; Segurança

Alimentar, criando condições de acesso e produção de alimentos para a família; e

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Capacitar as famílias para novas atividades.• ESTRATÉGIAS: Organização Comunitária; Ação integrada dos organismos

públicos; Estabelecimento de conexões entre pessoas que foram capacitadas com os mercados de trabalho locais.

VI - PARA A GRANDE ÁREA DO LITORAL:

1ª - MELHORIA DA QUALIDADE VIDA NO RURAL - o Litoral tem o maior percentual de todas as áreas do Estado dentro de áreas de preservação ambiental. Sòmente 9,5% dos habitantes estão nas áreas rurais e apresenta um dos maiores PIB/habitante do Paraná. No rural, perto de 80% dos estabelecimentos de receita bruta anual inferior ao equivalente a 2 SM, traduz um rural muito pobre. O olhar urbano para o rural é próximo do folclórico, tamanha é a distância entre o ambiente das atividades portuárias e do grande turismo. Assim, os projetos nessa grande área devem levar em conta:

• FOCO: Elevação dos padrões de qualidade de vida nas áreas rurais. • OBJETÍVOS: Propiciar condições de acesso aos serviços públicos; Segurança

Alimentar: criar condições de acesso e produção de alimentos para a família; e Capacitar as famílias para novas atividades.

• ESTRATÉGIAS: Organização Comunitária; Ação integrada dos organismos públicos; Estabelecimento de conexões entre pessoas que foram capacitadas com os mercados de trabalho locais em especial na agregação de valor a produção e no ecoturismo.

2ª) AGREGAÇÃO DE VALOR A PRODUÇÃO - Existe um mercado seguro para produtos com características locais, em especial na época de alta temporada e que precisa ser aproveitado pela população local.

• FOCO: Aproveitar as oportunidades com produtos locais preparados para abastecer o incremento da demanda.

• OBJETÍVOS: Aprimorar e Ampliar a oferta de produtos locais, processados ou não; estimular a implantação e aprimoramento de empreendimentos familiares de transformação de alimentos.Intensificar os mecanismos de garantia de produtos seguros; Implantar uma rede de abastecimento com certificação de origem

• ESTRATÉGIAS: Aproveitamento das potencialidades locais; Integração da: tecnologia & organização & qualidade e segurança.

2.8.5 – AJUSTE DOS PROJETOS NA ÓTICA NUCLEAR

Após a definição dos Programa Estratégicos das seis Grandes Áreas (consideradas como “Propostas-Mãe”), ainda assim, percebe-se a necessidade de se ajustá-los sob a forma de Projetos Estratégicos, levando-se em conta a existência da estrutura administrativa do SEAGRI nas regiões. Isto significa que, mesmo em uma Grande Área, ela ainda pode ser subdividida de acordo com essa estrutura administrativa, unindo-se dois ou três deles. Há que se considerar que nessa estrutura, ainda, poderá ocorrer áreas de intercessão entre as Grandes Áreas. Assim sendo, os ajustes deverão ocorrer para se adequar os dois critérios em um único, que irá servir como orientação dos Núcleos Regionais.

A forma de integração dos Núcleos Regionais com as Grandes Áreas pode ser melhor observada no mapa contido na Figura 02, que segue.

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Figura 02 – Mapa englobando os Núcleos Regionais nas três Grandes Áreas

Assim, os Projetos Estratégicos ajustados dentro dos Programas Estratégicos das Grandes Áreas, bem como das intercessões entre as mesmas, sendo agrupados da seguinte forma:

I - PARANAVAÍ, UMUARAMA E CIANORTE

a) Localização: 100 % da área desses Núcleos Regionais estão dentro da Grande Área ARENITOb) Projetos Estratégicos:

1º) Leite: Aumento da Produção e Produtividade da produção leiteira2º) Carne Bovina: Aumento da Produção, produtividade e qualidade da carne

bovina.3º) Novos Polos de Produção de Frutas Tropicais

II - CASCAVEL E TOLEDO

a) Localização: as duas regiões estão 100% dentro da Grande Área BASALTOb) Características Marcantes - os dois Núcleos Regionais constituem o polo mais importante da produção de Grãos do estado. De igual forma, também é o polo mais importante na produção de aves e suínos. Apresenta o maior VBP/ha do Estado.

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Entretanto, esse desenvolvimento não é totalmente equilibrado, ou seja, apresenta duas situações específicas: municípios que margeiam o Rio Iguaçu (e os lagos de Itaipu), e municípios nas divisas com a Grande Área Sedimento, que apresentam topografia pouco favorável à mecanização e os indicadores estão bem abaixo do grupo dos demais municípios.c) Projetos Estratégicos:

1º) Agricultura Sustentável: desenvolvimento e implantação de sistemas de produção de grãos, com crescimento da produtividade, mas com Tecnologias Pouco Agressivas ao Ambiente.

2º) Leite: dentro de um foco de Aumento de Renda nas unidades produtivas de pequena escala.

3º) Horticultura: dentro do foco de diversificação e Aumento de Renda nas unidades produtivas de pequena escala

Obs: Nestas regiões ainda é fundamental o desenvolvimento de um trabalho estrutura na área de energias alternativas focada na redução de passivos ambientais, com especial atenção aos resíduos de animais.

III - PATO BRANCO, FRANCISCO BELTRÃO e DOIS VIZINHOS

a) Localização: ambos os Núcleos Regionais estão dentro da Grande Área BASALTOb) Características Marcantes: nestes Núcleos Regionais a área média das unidades produtivas é a menor entre todos os Núcleos Regionais da SEAB, sendo que 88,3% dos estabelecimentos rurais têm área inferior a 50 ha. A relação VBP/ha está entre as mais altas do Estado, centrado no desempenho da produção avícola. Ainda apresenta um elevado percentual da população vivendo no meio rural (28,6%). A área média dos estabelecimentos é baixa e, somado à limitada abrangência das unidades de produção de aves, induzem a que somente 12,2% dos estabelecimentos rurais tenham receita bruta anual equivalente a mais que 10 SM.c) Projetos Estratégicos:

1º) Aumento da Receita nas Unidades de Produção: Leite: consolidação de sistemas de produção mais eficientes.

2º) Aumento da Renda: através da diversificação e ampliação das áreas da horticultura, em especial a fruticultura.

3º) Agregação de Valor aos Produtos com apelo regional - estimular a implantação e aprimoramento de empreendimentos familiares de transformação de alimentos.

IV - MARINGA E CAMPO MOURÃO

a) Localização: ambos os Núcleos Regionais têm parte da sua área na Grande Área BASALTO e parte na Grande Área ARENITO. b) Características Marcantes: essa dupla de Núcleos Regionais tem importante participação na produção de Grãos do Estado. A economia é altamente dependente da produção de grãos e a participação de Grãos no VBP é superior a 50%. A diversificação com aves na média fica em torno de 15 a 18%. Na parte da Grande Área BASALTO, encontra-se o maior percentual (26,2%) de estabelecimentos rurais com receita bruta enquadrada como alta, equivalente a mais que 10 SM,c) Projetos Estratégicos:

1º) Agricultura Sustentável desenvolvimento e implantação de sistemas de produção de grãos, com crescimento da produtividade mas com Tecnologias Pouco Agressivas ao Ambiente.

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2º) Aumento da Renda: através da Diversificação e ampliação das áreas da horticultura, em especial a fruticultura.

Nas partes das duas regiões localizadas na Grande Área: ARENITO:3º) Leite: Aumento da Produção e Produtividade da produção leiteira. 4º) Carne Bovina: Aumento da Produção, produtividade e qualidade da carne

bovina.

V - APUCARANA E LONDRINA

a) Localização: a maior parte desse dois Núcleos Regionais estão localizados na Grande Área BASALTO, com um parte menor na Grande Área ARENITO.b) Características Marcantes: nestes Núcleos Regionais está concentrado o 3º PIB do Estado (10,2%) e também o menor percentual de habitantes nas zonas rurais (6,2%). Apresentam VBP/ha entre os maiores do estado (R$ 3.362,99), alavancado principalmente pela avicultura e horticultura. Entretanto, a produção de grãos tem papel relevante nos dois Núcleos (37% do VBP). 23,2 % dos estabelecimentos rurais têm receita bruta anual equivalente a mais que 10 SM.c) Projetos Estratégicos:

1º) Horticultura: consolidação dos polos tradicionais com a introdução de sistemas e modelos tecnológicos que propiciem alimentos seguros e ampliação de novos polos em municípios não tradicionais.

2º) Agricultura Sustentável: desenvolvimento e implantação de sistemas de produção de grãos, com crescimento da produtividade mas com Tecnologias Pouco Agressivas ao Ambiente.

Nos municípios dentro da Grande Área: ARENITO: 3º) Leite: Aumento da Produção e Produtividade da produção leiteira

VI - CORNÉLIO PROCÓPIO E JACAREZINHO

a) Localização: esses dois Núcleos Regionais têm áreas na Grande Área BASALTO e uma grande parte na Grande Área SEDIMENTOb) Características Marcantes: na área do BASALTO (Vale do Paranapanema) a grande maioria dos municípios perdeu população, isto é, no cômputo geral dos Núcleos (46 municípios) 60% perderam população. Nos municípios da área do BASALTO, o VBP está baseado na produção de grãos (acima de 60%). Já nos municípios da Área do SEDIMENTO, os Grãos (18,8%), as Aves (19,8%) e a Carne Bovina (12,2%), lideram a formação do VBP. Por outro lado, 53,4% dos estabelecimentos apresenta receita bruta inferior ao equivalente a 2 SM. A atividade leiteira vem crescendo nesses Núcleos, em especial na Grande Área SEDIMENTO e, da mesma forma, a localização tem propiciado a presença de indústrias e de negócios correlatos.c) Projetos Estratégicos:

1º) Aumento da Renda: i) Ampliação e aprimoramento dos polos de frutas e olerícolas (hortinorte); ii) Consolidação do cadeia de aquicultura; iii) Leite: sistemas de produção competitivos e integração com a indústria; iv) desenvolvimento do café de qualidade.

Especificamente nos municípios da Grande Área BASALTO: 2º) Agricultura Sustentável: desenvolvimento e implantação de sistemas de

produção de grãos, com crescimento da produtividade mas com Tecnologias Pouco Agressivas ao Ambiente.

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VII - LARANJEIRAS DO SUL, IVAIPORÃ E GUARAPUAVA

a) Localização: os municípios destes três Núcleos Regionais foram enquadrados na Grande Área SEDIMENTO, levando-se em conta muito mais as características socioeconômicas do que pela formação dos solos.b) Características Importantes: constituem, em conjunto, a maior área com grande percentual de famílias abaixo da linha de pobreza. À exceção do Vale do Ribeira, estes Núcleos apresentam a maior taxa de pobreza dentre todos os Núcleos Regionais da SEAB. De igual forma, dos 44 municípios destes Núcleos. 31 (70,0%) deles são Esvaentes, perderam população ao longo do tempo. Apresenta, ainda, um elevado percentual (37,3%) da população no meio rural. O PIB/habitante e o VBP/ha estão entre os mais baixos dentre os Núcleos Regionais da SEAB. As atividades agrícolas predominantes são as culturas alimentícias (feijão, milho). As áreas de soja e milho apresentam alto nível de tecnologia e estão concentrados nas regiões de campo (Guarapuava, Candoi, Pinhão). A receita bruta anual dos estabelecimentos rurais é muito baixa e 66,0 % dos estabelecimentos apresentam receita bruta anual equivalente a menos 2 SM.c) Projetos Estratégicos:

1º) Melhoria das Condições de Vida das Famílias Rurais: com acesso a serviços básicos, segurança alimentar e atividades de geração de renda.

2º) Aumento da Receita nas propriedades: formação de núcleos de produção de hortícolas e pequenos animais apoiados nos programas públicos PNAE.

3º) Agregação de Valor aos Produtos com apelo regional - estimular a implantação e aprimoramento de empreendimentos familiares de transformação de alimentos.

VIII - IRATI E UNIÃO DA VITÓRIA

a) Localização: os dois Núcleos Regionais estão localizados na Grande Área SEDIMENTO.b) Características Marcantes: estes Núcleos apresentam 43,0% da população vivendo nas áreas rurais e 14% de famílias abaixo da linha de pobreza. À exceção do Vale do Ribeira, estes Núcleos apresentam a mais baixa Renda Domiciliar média dentre os Núcleos Regionais da SEAB. O VBP/ha está na média do Estado, capitaneado, principalmente, pela atividade florestal, seguido pela produção de grãos. Nestes Núcleos está concentrada a produção de tabaco do Estado. Somente 9,0% dos estabelecimentos rurais apresentam receita bruta anual equivalente a mais de 10 SM.c) Projetos Estratégicos:

1º) Aumento da Receita nos Estabelecimentos: i) Ampliação e aprimoramento dos polos de frutas e olerícolas (hortisul); ii) Integração dos pequenos na atividade florestal; iii) Leite: sistemas de produção competitivos e integração com a indústria.

2º) Melhoria das Condições de Vida das Famílias Rurais: com acesso a serviços básicos, segurança alimentar e atividades de geração de renda.

IX - PONTA GROSSA

a) Localização: o Núcleo Regional está na Grande Área SEDIMENTOb) Características Marcantes: trata-se de um Núcleo com contrastes acentuados. Uma delas é a grande extensão de área com baixo dinamismo econômico, elevado percentual

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de família pobres e agricultura com níveis de produtividade baixos. Além disto, apresenta ilhas de prosperidade, líderes nacionais em seus negócios, com intenso dinamismos econômico e padrões de vida elevados. Na área de menor dinamismo, o percentual da população no meio rural chega a 50,0% do total e nas ilhas de prosperidade é de 13,0%. Ressalta-se, ainda, que nas ilhas de prosperidade a taxa de pobreza é inferior a 10%, porém, nas áreas de menor dinamismo, é superior a 20%. O VBP/ha médio é de R$ 3.414,78 nas ilhas de prosperidade e de R$ 1.625,12 nas áreas menos dinâmicas. Dos totais dos estabelecimentos rurais, a receita bruta anual em equivalência com o salário mínimo indica: 79,0% dos estabelecimentos nas áreas menos dinâmicas apresentam o equivalente a menos de 2 SM, e nas ilhas de prosperidade, este percentual é de 52,9%, o que indica que, mesmo nos municípios destas ilhas, também há contrastes imensos.c) Projetos Estratégicos:

1º) ) Melhoria das Condições de Vida das Famílias Rurais: com acesso a serviços básicos, segurança alimentar e atividades de geração de renda.

2º) Aumento da Receita nas propriedades: formação de núcleos de produção de hortícolas e pequenos animais apoiados nos programas públicos PNAE

X - CURITIBA E PARANAGUÁ

a) Localização: os dois Núcleos Regionais estão situados na Grande Área SEDIMENTOb) Características Marcantes: estes Núcleos são marcados por fortes contrastes. De um lado, encontra-se a região Metropolitana, que é bem industrializada e apresenta indicadores econômicos altos. Por outro lado, e a poucos quilômetros dela, encontra-se o Vale do Ribeira, com índices ÍDH-M baixíssimos. Ainda, numa terceira via, encontra-se Paranaguá, com alto PIB/habitante e outros municípios com indicadores de desenvolvimento dos mais baixos do Estado. Em ambos os Núcleos a urbanização é elevada, sendo 5,4 % na região Metropolitana e 9,4% no Litoral. Entretanto, no Vale do Ribeira, a população rural representa 42,8% do total. A região Metropolitana apresenta uma taxa de pobreza, equivalente a 2,8%. No Litoral, alcança 9,5% e, no Vale do Ribeira, atinge a maior taxa, de 16,3%. Forte contraste também é encontrado no indicador Renda Domiciliar per capta. Assim, na Metropolitana, atinge R$ 1.215,56 e, no Vale da Ribeira, é tão somente R$ 451,12. Ambos os Núcleos tiveram crescimento populacional. Na agricultura, a Região Metropolitana é a mais importante produtora de olerícolas do Estado. Já, o Litoral tem a maior parte da sua área produtiva dentro de áreas de proteção ambiental, mas, mesmo assim, ainda é a região principal produtora de banana do Estado.c) Projetos Estratégicos:

Para o Vale do Ribeira: 1º) ) Melhoria das Condições de Vida das Famílias Rurais: com acesso a serviços

básicos, segurança alimentar e atividades de geração de renda. Para o Litoral:

2º) Melhoria das Condições de Vida das Famílias Rurais: com acesso a serviços básicos, segurança alimentar e atividades de geração de renda.

3º) Agricultura Sustentável: Uso sustentável dos recursos florestais. Para os Campos da Lapa:

4º) Aumento da Receita nas propriedades: formação de núcleos de produção de hortícolas e frutas.

Para a área Metropolitana: 5º) Agricultura Sustentável e Alimentos Seguros: produção hortícola baseado em

sistemas menos agressivos ao ambiente e com produtos seguros.

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2.8.6 – ORGANOGRAMA ESTRATÉGICO DO PLANO DE GOVERNO DA AGRICULTURA

Para melhor visualização da estratégia do Plano de Governo, foi elaborada um organograma simplificado (figura 03), onde estão esquematizados os processos de constituição de Programas, relacionados às Grandes Áreas, e seus respectivos Projetos Estratégicos, quando da junção dos Núcleos Regionais.

Figura 03 – Organograma Estratégico do Plano de Governo da Agricultura