planejamento urbano e regional - módulo 1: análise da realidade de paranaguá(relatório)

Upload: debora-alice-pauluk

Post on 17-Jul-2015

511 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Urban and Regional Planning - Module 1: analysis of the reality of Paranaguá (report)Urban and Regional Planning - Modul 1: Analyse der Realität der Paranaguá (Bericht)

TRANSCRIPT

ANA CLAUDIA STANGARLIN FRES DEBORA ALICE PAULUK JULIANA LUIZA CHOMA MARCEL WILLIAN PIRAS SACHA SENGER

PLANO DIRETOR DE PARANAGUMDULO 1 ELABORAO DA LEITURA DA REALIDADE MUNICIPAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN CURITIBA, 2011

ANA CLAUDIA STANGARLIN FRES DEBORA ALICE PAULUK JULIANA LUIZA CHOMA MARCEL WILLIAN PIRAS SACHA SENGER

PLANO DIRETOR DE PARANAGUMDULO 1 ELABORAO DA LEITURA DA REALIDADE MUNICIPAL

Trabalho

apresentado

disciplina

de

Planejamento Urbano e Regional ministrada pelos professores Luis Henrique Cavalcanti Fragomeni, Madianita Nunes da Silva e Maria Luiza Marques Dias aos alunos do 4 ano do Curso de Arquitetura e Urbanismo da

Universidade Federal do Paran.

CURITIBA, 2011

LISTA DE FOTOGRAFIASFotografia 1 - A obstruo da paisagem pelo porto ........................................................................ 9 Fotografia 2 - O conflito entre a paisagem do Rocio e o porto ................................................... 10 Fotografia 3 - Vista do centro histrico de Paranagu. ................................................................ 16 Fotografia 4 - Santurio do Rocio .................................................................................................... 18 Fotografia 5 - Edificaes patrimoniais subutilizadas e degradadas no antigo Porto. ............ 19 Fotografia 6 - Ocupao irregular em rea de mangue ............................................................... 22 Fotografia 7 - Acesso a Ilha dos Valadares ................................................................................... 23 Fotografia 8 - Panormica do Porto de Paranagu. ..................................................................... 24 Fotografia 9 - Residncia de alto padro........................................................................................ 28 Fotografia 10 - Residncia de baixo padro .................................................................................. 28 Fotografia 11 - Regio do centro histrico ..................................................................................... 29 Fotografia 12 - Regio perifrica...................................................................................................... 29 Fotografia 13 - Terreno da RFFSA localizado em regio central ............................................... 31 Fotografia 14 - Bero de atracao de navios que carregam soja. ............................................ 32 Fotografia 15 - Terminal da Renault/Nissan no Porto de Paranagu. ....................................... 33 Fotografia 16 - Ausncia de bicicletrios torna o estacionamento desorganizado .................. 34 Fotografia 17 - Bicicletrio no terminal de combustveis do Porto. ............................................ 35 Fotografia 18 - Avenida Ayrton Senna que d acesso ao Porto, caminhes e carros de passeio se misturam .......................................................................................................................... 36 Fotografia 19 - Via concretada que d acesso ao porto de Paranagu .................................... 37 Fotografia 20 - Margem da Rodovia sem esfalto e esburacada. ................................................ 37 Fotografia 21 - Via estreita para a demanda atual. ....................................................................... 38

LISTA DE TABELASTabela 1 - Distribuio das atividades econmicas de Paranagu ............................................ 11 Tabela 2 - Comparativo do IFDM dos municpios da regio. ...................................................... 13 Tabela 3 - Quantidade de domiclios de Paranagu .................................................................... 29 Tabela 4 - Sntese da anlise de uso e ocupao do solo .......................................................... 30

NDICEINTRODUO .......................................................................................................................................... 5 1. ASPECTOS REGIONAIS E ECONMICOS............................................................................................... 6 2. ASPECTOS SOCIAIS ............................................................................................................................ 13 3. ASPECTOS CULTURAIS ....................................................................................................................... 15 4. ASPECTOS AMBIENTAIS ..................................................................................................................... 20 5. USO E OCUPAO DO SOLO.............................................................................................................. 26 6. INFRAESTRUTURA ............................................................................................................................. 31 CONCLUSO .......................................................................................................................................... 41 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................................................. 43 APNDICE .............................................................................................................................................. 44

INTRODUOO presente trabalho acadmico tem como objetivo a anlise do municpio de Paranagu para a elaborao de propostas posteriores de interveno visando a melhoria da qualidade de vida da populao residente. Como caractersticas nicas de Paranagu, possvel citar trs: os aspectos histricos, econmicos e ambientais. O primeiro de grande relevncia, visto que Paranagu o municpio mais antigo do estado, com grande patrimnio histrico. Economicamente, destaca-se a importncia do porto, principal elemento de sua paisagem, que traz benefcios e malefcios e necessita grande estudo. Por fim, ambientalmente o municpio apresenta-se circundado por grandes reas de proteo. Para esta anlise, levaram-se em considerao esses trs aspectos de referncia, incluindo ainda sua infraestrutura, problemas sociais e uso e ocupao do solo, buscando maior integrao entre todos, uma vez que nota-se certa fragmentao na gesto atual. Como metodologia aplicada, a equipe analisou cada um dos assuntos atravs das escalas regional, municipal e urbana, selecionando deficincias, condicionantes e potencialidades, que posteriormente podero ser utilizadas para um planejamento mais amplo.

5

1. ASPECTOS REGIONAIS E ECONMICOSParanagu o municpio mais antigo dos 399 do estado do Paran. Localizase na regio litornea, que composta pelos municpios de Antonina, Paranagu, Guaratuba, Guaraqueaba, Morretes, Pontal do Paran, Quatro Barras, Tijucas do Sul e Matinhos. A colonizao de Paranagu ocorreu por volta do ano de 1550, com a vinda de imigrantes para o Paran pela atrao das minas de ouro, mais precisamente na Ilha da Cotinga. No ano de 1648, foi institudo como municpio, o primeiro do estado. Em 1935, o imperador D. Pedro II instalou o Porto em Paranagu, devido facilidade na ligao martima e posio estratgica da cidade. A proximidade com os demais estados (So Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) transformou-a num centro irradiador cultural para a poca, tornando-se a primeira capital do Paran. Atualmente, o municpio relaciona-se internacionalmente com a China, Rssia e Frana atravs do porto, uma vez que so esses os principais pases importadores da soja e acar exportados pelo municpio. Tambm pas de relevncia o Paraguai, que exporta produtos atravs desse modal. Comparando-se com os demais portos do pas, segundo dados de 2006 (Carlos Alvares da Silva Campos Neto), o segundo porto mais importante, perdendo em importncia apenas para Santos. Conforme os dados do Mapa 01, o Porto de Paranagu exporta, principalmente, produtos provenientes da agroindstria/indstria madeireira,

especialmente gros (soja, bagao de soja e leo de soja). Outros produtos importantes so a carne de aves, madeira serrada, acar, milho, madeira compensada, painis de madeira e carne suna. Como importao pode-se citar o setor automobilstico e o segmento de adubos e fertilizantes. Oferece servios a 23 estados da Federao (contra 27 de Santos), movimentando para o Paran US$ 5 milhes/ano, aproximadamente, e gerando cerca de 16 mil empregos diretos. Como hinterlndia (rea de influncia) primria, possui os estados de Mato Grosso e Paran. Sua hinterlndia secundria refere-se a Santa Catarina, So Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.6

Atualmente, est perdendo mercado para o porto de Santos, devido a seus problemas de infraestrutura (acesso) e calagem, que est sendo reduzida pelo assoreamento na baa. Como pode-se perceber neste mapa, Santos tambm exporta gros e relativamente perto de Paranagu, o que torna essa perda de mercado mais possvel. No litoral, o municpio plo de referncia, ainda que sua infraestrutura viria no contribua nesse aspecto. Possui grandes estabelecimentos comerciais, especialmente lojas de departamentos conhecidas no estado, o que poderia atrair a populao da regio caso houvesse melhor investimento em infraestrutura. Como possvel observar no Mapa 01 Insero Nacional e Estadual, a regio litornea interligada atravs dos modais rodovirio, ferrovirio e hidrovirio (navegao de cabotagem - costeira) os dois primeiros em estado de conservao precrio. Paranagu liga-se a seu mercado por duas das cinco principais rodovias do pas: a BR277 e a BR376. Tambm relaciona-se com a costa atravs da PR407. Com relao s ferrovias, encontra-se em projeto a expanso da Ferroeste, que ligaria o porto ao estado de Mato Grosso do Sul. O aeroporto permanece inutilizado como meio de transporte, uma vez que Curitiba, distante apenas 90km, possui infraestrutura aeroviria de maior porte. Apesar de aparentar possuir diversas ligaes com o estado, Paranagu possui, de fato, apenas uma via de acesso eficiente: a BR277. Esse o principal problema logstico enfrentado pelo municpio, uma vez que torna a atividade porturia frgil e exposta a problemas decorrentes de deficincias na estrada. Outro fator interessante a se considerar, economicamente, a renda que essa rodovia gera ao municpio: por hora, em mdia, circulam 3.000 veculos/sentido, o que gera cerca de R$ 300.000/hora no total, que poderiam ser investidos em melhorias estruturais. Em escala urbana, essa via bastante problemtica, uma vez que atravessa a cidade e a principal forma de se chegar ao porto, prejudicando o trnsito local. Como principal medida a ser tomada com relao aos modais, sugere-se uma melhoria no sistema de transportes (insero de nova rodovia, ou atualizao do modal ferrovirio) e logstica do porto. Isso se justifica por dois motivos: o valor da7

mercadoria fixado a partir do momento que ela entra no ptio do porto, portanto fundamental que as vias de acesso sejam eficientes para apressar esse recebimento. Alm disso, um melhoramento no sistema virio acarretaria em menor desperdcio de gros, que atualmente caem facilmente das caambas dos caminhes. Analisando o Mapa 02 Insero Regional, observamos aspectos relevantes com relao insero regional de Paranagu. Seu PIB per capita alto (aproximadamente R$50.000), superando o de Curitiba (R$23.000), o que nos levaria a crer que a cidade bem desenvolvida. Porm, nota-se que esse valor mascarado pela alta renda do porto, mal distribuda entre a populao. Ao analisar o IDH e relacion-lo com o PIB, percebe-se que a renda do municpio no refletida em qualidade de vida e infraestrutura: o ndice de 0,780 de Paranagu o terceiro da regio, ficando atrs de Matinhos e Pontal, municpios de PIB inferior a R$15.000. O menor PIB da regio o de Guaraqueaba (R$6.000), que possui tambm o menor IDH (0,659). Nota-se, ento, que so diversas as deficincias geradas atravs do porto. Sua instalao ocasionou um crescimento no regulado e desordenado do municpio ao seu redor; h uma clara falta de integrao entre o Porto e Paranagu, reforada pelo fato de que ambos possuem seus Planos Diretores prprios, contraditrios, que seguem interesses de pessoas de influncia; a via de acesso ao porto confunde-se com as vias de passeio, gerando caos especialmente nos meses em que a atividade porturia maior; a forma ineficiente de se transportar a soja faz com que boa parte dos gros seja desperdiada nas vias e galerias pluviais, fermentando devido ao contato com a umidade e ocasionando problemas de salubridade; a atrao de pombos e ratos gerada pelo porto contribui para a infestao de doenas; h conflitos de interesses, como a tentativa de se expandir o porto e seus impedimentos ambientais; suas instalaes obstruem a paisagem e fazem com que o municpio tenha nus em valorizao imobiliria.

8

Fotografia 1 - A obstruo da paisagem pelo porto Fonte: Acervo pessoal

Comercialmente, nota-se que h uma via especfica para a atividade: a Bento Munhoz da Rocha, especialmente no Centro Histrico. Essa regio concentra 90% do comrcio da cidade e enfrenta problemas relativos ao zoneamento: deseja-se retirar parte das edificaes comerciais, com interesse de se preservar o patrimnio. Porm, na regio no exigido por lei que se tenha recuos ou vagas de garagem, o que torna os lotes centrais maiores e mais atrativos que os perifricos, com difcil relocao dos comerciantes. Outra dificuldade do municpio o interesse poltico-econmico. Empresas de grande porte influenciam a organizao local, sem seguir o Plano Diretor institudo se for de seu interesse, com aprovao dos rgos locais. Como exemplo, podemos observar uma relativa quantidade de indstrias ao redor de zonas de mangue. Paranagu apresenta atividade pesqueira informal e familiar. H um projeto de criao de caranguejos, com parceria da UFPR, para expandir essa atividade. 9

importante salientar que essa a pesca informal tradicional na regio, no sendo de interesse sua expanso a grande porte. O turismo um fator importante a ser considerado como potencial. O municpio possui grandes reas ecolgicas bem preservadas e um patrimnio arquitetnico considervel. Ainda, est sendo construdo um aqurio municipal, que dever receber cerca de 400mil pessoas ao ano. Como atrativos tambm se pode citar os mercado de artesanato, comidas tpicas, atividades costeiras e a regio do Rocio (regio esta que apresenta uma paisagem obstruda por complexos do porto). Todos esses pontos so de atrao Paranagu, porm deve-se ter em mente que a infraestrutura atual no eficiente para receber os turistas.

Fotografia 2 - O conflito entre a paisagem do Rocio e o porto Fonte: Acervo Pessoal.

A indstria concentra-se prxima ao porto, o que poderia ser uma vantagem, mas apresenta problemas com relao estruturao viria. Segundo a Prefeitura Municipal de Paranagu, a maior renda concentra-se em servios (79%), seguido pelas indstrias (21%). Com relao a esse aspecto, predominam a indstria qumica e a de alimentos. A agropecuria representa menos de 1% da economia do municpio, destacando-se nessa atividade a produo de10

banana, camaro marinho (de captura) e alevinos. Em escala regional, importante salientar que esta diviso econmica est presente apenas no municpio de Paranagu e ausente nos demais municpios. A seguinte tabela, retirada do site da prefeitura de Paranagu, resume a arrecadao de Paranagu por atividade econmica: Distribuio das Atividades Econmicas (Nmero de estabelecimentos sujeitos ao recolhimento do ICMS, por setor)

SETOR

N Total de Estabelecimentos no Municpio

Participao %

Indstria

191

0.52

Comrcio Varejista

1.166

0.48

Comrcio Atacadista

209

0.79

Servios

565

0.48

Tabela 1 - Distribuio das atividades econmicas de Paranagu Fonte: Prefeitura Municipal de Paranagu

A populao economicamente ativa (PEA) do municpio de 52.763 habitantes (96% urbana), sendo o setor de comrcio o que mais emprega. Atravs da anlise dos fatores acima, conclui-se, ento, que o porto uma potencialidade e tambm uma deficincia para o municpio. Traz diversos problemas ambientais e de infraestrutura, enquanto gera emprego e renda ainda que mal distribuda. Nota-se que de urgncia uma remodelao viria no municpio e uma preocupao ambiental maior, uma vez que o porto perde mercado pelo assoreamento e perda de calado. Tambm de extrema importncia que novas11

atividades econmicas sejam incentivadas, para que Paranagu no se encontre dependente exclusivamente do sistema porturio. Com relao s atividades tursticas, apresentam-se como um potencial (histrico e ecolgico), que necessita ser melhor estruturado para que possa receber turistas. Comercialmente, o principal conflito a tentativa de se retirar o comrcio do centro, e a demanda por ele em regies mais a oeste do municpio. Tambm nota-se que no h atividade econmica no Rocio, regio que poderia ser melhor explorada turisticamente, caso houvesse relocao dos equipamentos porturios atuais, contribuindo com a valorizao imobiliria da regio. Outro local de interesse imobilirio o atual aeroporto, prximo ao centro, que poderia ser relocado para melhoria da segurana da populao e implantao de um novo complexo de servios.

12

2. ASPECTOS SOCIAISDe acordo com o Censo 2010, a populao atual de Paranagu de 140.469 habitantes. Desse total, o nmero de mulheres ultrapassa o de homens em 1857 indivduos, diferena essa quase insignificante quando colocada em dados percentuais. A densidade demogrfica de Paranagu de aproximadamente 0,18 hab/km considerando-se a rea total do municpio; porm, esse ndice sobe para 174,23 hab/km (IPARDES, 2010) levando-se em considerao apenas o permetro urbano. Menos de 4% dos residentes do muncipio de Paranagu vivem em reas rurais. O Censo 2010 tambm aponta uma populao majoritariamente jovem entre os habitantes de Paranagu, em que aproximadamente 53 mil pessoas esto na faixa etria de 0 a 19 anos, 33 mil na faixa de 20 a 34 anos, 32 mil aparecem na faixa de 35 a 59 anos, e apenas 9 mil representam os idosos com 60 anos ou mais. As caractersticas dessa estrutura etria so de uma cidade subdesenvolvida, onde a base da pirmide maior, correspondendo a uma alta taxa de natalidade, e o pice menor, mostrando que os ndices de esperana de vida so menores que os de uma cidade desenvolvida. A projeo de crescimento populacional para 2020 de 154.821 habitantes, um aumento de quase 10% do nmero atual. A Federao das Indstrias do Rio de Janeiro (Firjan) desenvolveu uma pesquisa especfica que avalia os municpios brasileiros em trs mbitos principais: emprego/renda, sade e educao. A partir desses dados feita uma mdia, resultando no ndice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM).Ranking IFDM Municpios Nacional Estadual 1814 251 Antonina 47 1 Curitiba 4725 399 Guaraqueaba 1526 204 Guaratuba 1373 177 Matinhos 2504 337 Morretes 1223 162 Paranagu 2841 363 Pontal do ParanFonte: Firjan, 2007

IFDM 0,6679 0,8687 0,5001 0,6834 0,6913 0,6317 0,7002 0,6138

Emprego Educao Sade & Renda 0,4982 0,6174 0,8882 0,8975 0,7684 0,9403 0,2326 0,5581 0,7095 0,5193 0,7149 0,8160 0,5299 0,6973 0,8466 0,4098 0,6641 0,8212 0,6214 0,6888 0,7905 0,2514 0,7269 0,8632

Tabela 2 - Comparativo do IFDM dos municpios da regio.

13

Pesquisas mostram que a taxa de analfabetismo em Paranagu maior em indivduos de 50 anos ou mais e que 94% dos adultos so alfabetizados, o que nos leva concluso de que a escolaridade subiu nos ltimos 40 anos. De fato, atualmente o nmero de escolas de nvel fundamental e mdio supre a quantidade de alunos, porm dos 11 mil jovens que residem em Paranagu apenas 4,3 mil so matriculados em escolas de nvel superior, o que demonstra carncia neste aspecto. Entre os anos 1995 e 2010, a taxa de mortalidade infantil caiu de 27 para 14 a cada 1000 nascidos vivos com menos de 1 ano. O Paran registra uma taxa de 17,3 ao mesmo tempo em que o Brasil apresenta a taxa de 19,8. J a esperana de vida em Paranagu de 68,2 anos, a do Paran de 74,7 e a do Brasil 73,2 anos. O nmero de bitos por complicaes no sistema respiratrio e circulatrio alto em Paranagu, o que apontamos como principais causas a m qualidade do ar (trfego intenso de veculos pesados e zoneamento industrial prximo a reas residenciais) e a m qualidade da gua (deficincia do sistema de saneamento). Outro indicador social alarmante a alta incidncia de pobreza. Dados de 2003 do IBGE apontam que 46,2% da populao vivem em condies de pobreza (ver comparativos entre os demais municpios da regio no Mapa 3 Aspectos Demogrficos e Sociais Regionais). Atravs de pesquisas e de nossas observaes in loco, classificamos Paranagu como uma cidade desigual. A renda gerada pelo Porto fica concentrada nas mos de poucos, enquanto a maior parte da populao vive em condies precrias. possvel comprovar esse fato atravs do Produto Interno Bruto do municpio e das altas taxas de pobreza e desigualdade, alm da tipologia das habitaes. Notamos nas imediaes do Porto um bairro onde a maioria das casas de mdio e grande porte, pessoas essas que detm os empregos mais bem remunerados da cidade, ao passo que a presena de ocupaes irregulares insalubres em reas de risco e/ou de proteo ambiental constante.

14

3. ASPECTOS CULTURAISLocal da primeira ocupao urbana no estado do Paran, Paranagu detentor de patrimnio cultural e natural abundante. Na regio possvel identificar as caractersticas da colonizao portuguesa, tanto na estruturao urbana existente no centro histrico quanto nas tradies culturais mantidas pela populao. A regio possui em seu acervo cultural bens imateriais bastante vastos e queridos pela populao caiara tradicional, que busca manter vivas as tradies de seus antepassados. O artesanato, de caracterstica indgena, faz uso de matrias primas abundantes na regio, como madeira, palha, fibras e barro para produo de cermicas, cestarias, entalhes em madeira, dentre outros, todos comercializados no Mercado de Artesanato do municpio. Prato considerado smbolo da gastronomia paranaense, o barreado tem sua origem na regio litornea do estado, mais precisamente em Paranagu (posteriormente em Morretes e Antonina), e preparado h mais ou menos dois sculos. O nome do prato originou-se da expresso barrear, ato realizado a panela com um piro de cinza e farinha de mandioca para vedar o vapor em seu interior. Compem o prato, a carne, o toucinho e temperos, e, em sua verso mais tradicional, acompanhado de farinha e banana. O fandango, dana tpica da regio de Paranagu, advm da colonizao aoriana e existe na regio desde 1750. uma reunio de vrias danas chamadas marcas ou modas, que podem ser bailadas ou sapateadas. A dana realizada atravs do sapateado com tamancos e o ritmo entremeado de palmas, demarcando o ritmo e a batida. O acompanhamento feito com duas violas, uma rabeca e um adufe. O canto puxado por violeiros a duas vozes, com letras de temticas tradicionais ou improvisado. Na ilha dos Valadares, rea urbana do municpio de Paranagu, o fandango conservado com maior expresso, devido a atuao do Grupo de Fandango do Litoral. Outro aspecto cultural marcante a atividade pesca artesanal no municpio, realizada pelos ilhus como atividade de subsistncia. bastante tradicional na15

regio, que no possui explorao industrial da atividade pesqueira, e traz consigo a realizao de festas e comemoraes, como, por exemplo, a Festa do Camaro, datada no perodo de sua safra de pesca. Ainda como patrimnio imaterial da regio possvel citar as tradies religiosas, manifestadas atravs das quermesses paroquiais e procisses. Um exemplo a tradicional Festa de Nossa Senhora do Rocio, padroeira da cidade, realizada em meados de novembro atra cerca de 600 mil fiis para a regio. Testemunha de mais de 400 anos de histria, Paranagu ainda guarda vestgios datados da poca de sua colonizao, em seus casarios, no antigo porto do rio Itiber, nas igrejas, ruas e ladeiras estreitas caladas com pedra, nas reas verdes preservadas, todos patrimnio da cidade que ajudam a contar sua histria centenria.

Fotografia 3 - Vista do centro histrico de Paranagu. Fonte: Acervo Pessoal

16

Dentre os muitos bens imveis que fazem parte da histria do municpio, destacam-se as unidades de conservao ambiental e reas de preservao, a Baa de Paranagu e suas Ilhas, o Centro Histrico, e o Porto do Rio Itiber, tombados em 1990, o atual Porto de Paranagu, fundado em 1935, o Santurio do Rocio, fundado em 1813, e o Distrito de Alexandra, alm de vrios conjuntos de bens esparsos na rea urbana. De acordo com a Prefeitura de Paranagu, os bens imveis tombados individualmente no Municpio de Paranagu, nas instncias Estadual e Federal so: - Antiga Alfndega de Paranagu, - Antigo Colgio dos Jesutas, - Casa Elfrida Lobo, - Casa onde moraram Braslio Itiber e Monsenhor Celso, - Casa sita Praa Monsenhor Celso, - Crucifixo Professional, - Estao Ferroviria de Paranagu, - Fonte Velha, - Fortaleza Nossa Senhora dos Prazeres, - Igreja da Irmandade de So Benedito, - Igreja da Ordem Terceira de So Francisco de Chagas, - Igreja de Nossa Senhora do Santssimo (Matriz de Paranagu) - Ilha do Mel. - Instituto de Educao Dr. Caetano Munhoz da Rocha, - Jazigo da Famlia Correia, - Prdio da Pref. Municipal Antigo Palcio Visconde de Ncar, - Serra do Mar Poro em territrio do Municpio.17

O municpio possui uma poltica pblica que visa a identificao, proteo e conservao dos bens naturais e culturais existentes, que contribuem na criao de uma identidade local. Alm disso, existem vrios projetos de educao patrimonial nas escolas de 1 e 2 grau em vigor no municpio. No entanto, embora existam diversos interesses governamentais e mesmo da populao relativos preservao do patrimnio no municpio, no se pode deixar de notar os diversos problemas existentes. O santurio do Rocio, por exemplo, encontra-se sufocado entre os cais de carga e descarga do Porto de Paranagu e o terminal de inflamveis do mesmo, com pssima infraestrutura de acesso e sinalizao, dificultando sua interligao com o meio urbano. Alm de sua importncia histrica e cultural, o santurio do Rocio o ltimo resqucio de contato com o mar existente no meio urbano, o que s enriquece o seu valor como patrimnio para a populao local. Houve, inclusive, tentativa de ampliao do porto em direo rea, esta, no entanto, foi vetada pelo Plano Diretor do municpio elaborado em 2004.

Fotografia 4 - Santurio do Rocio Fonte: Acervo Pessoal

18

Outro aspecto a ser citado so as diversas edificaes e conjuntos patrimoniais em processo de obsolescncia no municpio, tanto devido ao pssimo estado de conservao, a inexistncia de polticas de preservao mais efetivas, ao abandono ou ao mau uso das mesmas por parte dos locatrios ou donos. A prpria regio do antigo Porto do Rio Itiber encontra-se subutilizada, sendo desperdiado seu enorme potencial turstico, tanto cultural quanto ambiental.

Fotografia 5 - Edificaes patrimoniais subutilizadas e degradadas no antigo Porto. Fonte: Acervo Pessoal

Todas estas caractersticas apresentadas fazem de Paranagu um local de grande potencial turstico, no apenas por sua geografia, rica em espaos aptos ao ecoturismo, mas tambm pela sua histria e cultura. Este potencial, no entanto, ameaado por uma estrutura precria e polticas pblicas ineficientes.

19

4. ASPECTOS AMBIENTAISO municpio de Paranagu est localizado na regio do Primeiro Planalto Paranaense, entre a Serra do Mar e o litoral. A regio abriga cerca de 80% da cobertura vegetal nativa remanescente do estado, que possui apenas 11% de sua vegetao nativa total, e concentra um dos maiores remanescentes de Floresta Atlntica do pas. O clima caracterstico da regio, tropical e mido, com temperaturas mdias anuais altas, ausncia de geadas e de estao seca, o que torna o local um foco para proliferao de microorganismos, constituindo uma grande variedade desta tipologia de fauna. Paranagu possui diversos acidentes geogrficos entre os quais se destacam os rios Itiber, Emboguau e Guaraguau, todos navegveis, as ilhas do Mel, da Cotinga, Rasa da Cotinga e das Pedras, alm da baa de Paranagu. O municpio possui diversas reas de preservao que trazem consigo grande potencial turstico, demarcadas no Mapa 06 Aspectos Ambientais Regionais, so elas: - APA Federal de Guaraqueaba: objetiva a proteo do esturio da baa de Paranagu, stios arqueolgicos, proteo as comunidades caiaras j assentadas, etc. - APA Estadual de Guaratuba: objetiva a proteo do sistema hdrico, mata atlntica e manguezais remanescentes. - Parque Estadual Saint-Hilaire/Lange: objetiva a proteo das nascentes e do ecossistema da regio, bem como o controle da ocupao dos morros. - Parque Estadual da Ilha do Mel: objetiva a proteo do ecossistema da ilha como um todo, abrange cerca de 95% da rea. - Floresta Estadual do Palmito: objetiva a preservao das espcies nativas de palmito, ameaadas pela extrao e explorao desordenada.

20

- Estao Ecolgica do Guaraguau: objetiva a proteo de manguezais, restingas e caxetais, grupos biolgicos de importncia, alm de espcies de fauna e flora ameaadas de extino. - Estao Ecolgica da Ilha do Mel: objetiva a proteo de rea de interesse ecolgico existente na Ilha do Mel. - APPs das regies de fundo de vale e das reas de mangue: objetiva a manuteno dos regimes hdricos destas reas. Embora as reas de preservao sejam numerosas no municpio, no existe a presena de corredores de biodiversidade entre elas, o que mantm as espcies de fauna restritas a determinado espao e impede a interao entre as mesmas. A situao ainda agravada pelo fato de serem as estradas as responsveis pela diviso e delimitao das reservas, se fazendo necessrio medidas de preveno como por exemplo a instalao de passa bichos. Outro aspecto relativo falta de interao entre as reas de preservao existentes no municpio a ser ressaltado a instituio da rea agrcola na regio vizinha a Serra do Mar, atuando como barreira de interao entre esta rea de preservao e o litoral, como pode ser visualizado no Mapa 07. Devido a presena destas diversas reas de preservao em seu territrio, o municpio possui uma rea de expanso urbana bastante restrita, o que acaba por caracterizar sua estruturao e incentivar a ocupao das reas de proteo intrincadas no meio urbano, como o caso dos mangues. Paranagu possui a maior concentrao de mangues da regio sul do pas. Os mangues constituem um ambiente natural bastante delicado devido suas caractersticas biolgicas, que possibilitam a procriao de variadas formas de vida marinhas, alm de microorganismos e nutrientes que servem de alimento para diversas espcies de fauna. Tem tambm, grande potencial turstico e econmico, no entanto vem sendo degradados gradativamente devido a ocupaes urbanas irregulares e a falta de fiscalizao por parte das autoridades competentes. Tambm dentro do permetro urbano est a Floresta Estadual do Palmito, uma rea de cerca de 500 hectares. Devido a degradaes na rea ocorridas no final da21

dcada de 80 a rea foi cercada. Atualmente j recuperada destes danos, abriga um dos maiores remanescentes de palmito que compe o bioma da mata atlntica, alm de uma diversa gama de espcies de aves e insetos. Trata-se de opo de lazer e turismo, onde so permitidas visitas guiadas agendadas com intuito de promover a educao ambiental no municpio.

Fotografia 6 - Ocupao irregular em rea de mangue Fonte: Acervo Pessoal

Importantes a nvel ambiental, tambm, so as vrias ilhas que compe a baa de Paranagu. Estas, em sua maioria, se destacam por seus ecossistemas praticamente intocados e presena de assentamentos de pequena escala, ou controlados, como o caso da Ilha do Mel, rea de potencial turstico bastante explorado na regio, e da Ilha da Cotinga, com ocupaes de origem indgena (carijs). A Ilha dos Valadares, localizada na foz do rio Itiber, est dentro do permetro urbano do municpio, distando apenas 400 metros do centro histrico. Trata-se de local com ocupao de origem irregular, macia e j consolidada, como possvel22

constatar no Mapa 08 Aspectos Ambientais Urbanos. Nela residem cerca de 30.000 pessoas, originrias dos assentamentos das ilhas paranaguaras, que vivem principalmente da atividade pesqueira artesanal, em convvio constante com a vegetao nativa e mangues que ainda cobrem boa parte da ilha.

Fotografia 7 - Acesso a Ilha dos Valadares Fonte: Acervo pessoal

Por fim, no se pode deixar de citar a baa de Paranagu, grande conformadora geogrfica regional e, consequentemente, municipal. Possu uma extenso de 180 km, sendo a maior baa do Estado do Paran e considerada a terceira de maior importncia no Pas pelo seu calado, alm de ser cercada pela Serra do Mar e pela Mata Atlntica, alm disso, abriga um dos portos de maior importncia econmica para o Brasil, perdendo apenas para o porto de Santos / SP. De fato, um dos principais conflitos ambientais do municpio envolve justamente a questo do porto. Paranagu apresenta em seu territrio reas de proteo ambiental considerveis em conjunto a um elemento de alto impacto ambiental, o porto.23

Os problemas ambientais decorrentes do porto no envolvem apenas as embarcaes e a estrutura das docas de carga e descarga localizados na baa, que extinguem praticamente toda a relao da cidade de Paranagu com o mar e degradam toda a rea de restingas e mangues existentes em seu raio de atuao, mas toda a estrutura de apoio e retroporto, como silos, dutos, armazns, sistemas virio e ferrovirio para escoamento, ptio de caminhes, dentre outros, que impactam a realidade do municpio e de sua ocupao urbana, bem como as atividades de dragagem para manuteno do calado, que tem como consequncia o assoreamento das reas para onde so destinadas os excedentes de areia e sedimentos, como pode ser observado no Mapa 07.

Fotografia 8 - Panormica do Porto de Paranagu. Fonte: Wikipdia

Ainda importante citar que a tipologia de cargas com que trabalha o porto, como a soja, por exemplo, atrai pombas e ratos, sendo que as primeiras no so passveis de eliminao devido proibio do IBAMA. Alm disso, existe todo um24

problema associado as partculas dos gros da soja transportada, que quando levadas pelo vento e depositadas nos telhados das edificaes proliferam fungos, e quando em contato com a gua fermentado e exala um odor forte e caracterstico. Existe, tambm, toda uma gerao de resduos e poluio deste processo que aumenta os riscos de contaminao ou danos em qualquer uma das reas protegidas, devido a um possvel acidente ou mesmo deficincia do sistema porturio, o que representaria perdas imensas do ponto de vista ecolgico e ambiental. Some-se a isso o fato de Paranagu possuir um sistema de gesto de resduos devers ineficiente, ocasionando a poluio dos canais devido a falta de esgotamento sanitrio, tendo sido multado diversas vezes pelo IAP, e a ausncia de um local adequado para a disposio dos resduos slidos produzidos tanto pelo porto como pela cidade de Paranagu, visto a inexistncia de aterro sanitrio adequado e a presena de lixo nas proximidades do Rio Emboguau. Sendo assim, Paranagu pode ser vista como um local de contrastes e extremos. Caracterizado por reas de preservao e ecossistemas abundantes e variados ameaados pela expanso porturia e urbana. Faz-se necessrio, portanto, um desenvolvimento muito bem amparado e planejado, levando em considerao aspectos funcionais, tecnolgicos e administrativos, que permitam a coexistncia de elementos to diversos num mesmo stio, de modo que ambos possam ser alados ao extremo de suas potencialidades.

25

5. USO E OCUPAO DO SOLOPara se analisar o uso e ocupao do solo, preciso salientar que a ocupao da regio de Paranagu aconteceu nitidamente devido aos ciclos econmicos do Estado de Paranagu. Como mostrado no Mapa 09 Uso e Ocupao Regional, pode-se afirmar que como o municpio de Paranagu um plo para as cidades vizinhas (possui a maior parte da infraestrutura e servios). J com relao a sua interao com Curitiba, nota-se que muito importante para ambas. Se por um lado a cidade de Paranagu oferece servios referentes exportao de produtos, a cidade de Curitiba oferece produtos e servios especializados h uma diferena natural de escalas. Se por um lado essa relao prejudica a cidade de Paranagu economicamente, por outro lado h um benefcio econmico em nvel estadual, pois h uma circulao monetria mais abrangente ligando as duas cidades de forma mais concreta. No Mapa 10 Uso e Ocupao Municipal, podemos observar uma concentrao de servios prximos ao porto. A rea disponvel para agricultura localiza-se nas encostas da serra do mar. Vale ressaltar que essas reas no so homogneas, mas dotadas de corredores de biodiversidade, no suficientes para interligar a fauna e flora do mangue com a da serra do mar, formando uma barreira de transposio como discutido nos aspectos ambientais. Ainda, pode-se verificar uma tendncia de ocupao que acompanha a PR 407. Essa expanso urbana no prevista pela legislao e pode acarretar grandes problemas caractersticos de ocupao irregular, especialmente na rea do manancial que abastece Paranagu. Com relao ao uso do solo em nvel municipal, podemos citar a infraestrutura bsica (rodovias e ferrovias), o manancial, o lixo (prejudicial ambientalmente), as reas protegidas, as reas de agricultura e a rea urbanizada. possvel perceber a caracterstica de uma cidade mononucleada, caracterizada por essa concentrao de servios em um ponto especfico (centro). A rea do Manancial de Paranagu localiza-se, segundo a CAB (guas de Paranagu), na Serra da Prata, entre os rios Santa Cruz e Miranda e Morro Ingls (rios Cachoeira, do Meio e Tingui), ao sul do municpio. A rea de coleta est a 4km da Estao de Tratamento de gua (ETA), numa altitude de 150m, contribuindo com26

400 L/s. Est localizada em uma rea de preservao ambiental e caso no haja ocupaes irregulares, estar protegida de qualquer tipo de despejos domsticos ou industriais. O sistema do rio Ribeiro contribui com 180L/s no mximo e utilizado caso haja estiagem ou para preservar os mananciais. Por localizar-se a apenas 1,5km da ETA, necessrio utilizar-se de bombas para que a gua chegue at a Estao. O lixo do municpio localiza-se prximo ao rio Emboguau, na parte norte do permetro urbano. Atualmente encontra-se acima de seu nvel mximo de uso, exigindo a previso de sua relocao. A posio mais favorvel, considerando os aspectos de uso e ocupao, em direo comunidade de Alexandra. Analisando o mapa sntese regional de uso e ocupao do solo (Mapa 13), podemos afirmar que a maior parte do territrio no pode ser ocupada por possuir barreiras naturais que interferem em sua ocupao, como analisado anteriormente. Ainda, preciso ressaltar que grande parte da agricultura, concentrada de forma geral na regio oeste do municpio, no possui qualquer forma de ordenamento. Em escala urbana (Mapa 12), pode-se dizer que h um descompasso entre a legislao e a atual situao do municpio, especialmente na regio da ZIEP (Zona de Interesse Porturio), onde ocorre grande nmero de ocupaes irregulares (como indicado nos Mapas 11 e 12). Ainda possvel perceber uma concentrao de comrcio e servios nas principais vias (Rodovia 277 e Av. Bento Munhoz da Rocha). As reas mais densas so o centro da cidade, os bairros Vila Cruzeiro, Porto dos Padres, Vila Guarani (ocupada a partir do ano de 1940) e uma pequena poro da Vila Comercirios e Jardim Esperana (ocupao em 1990). Assim, possvel perceber que Paranagu se divide em duas zonas de segregao social: uma onde se encontra a maior parte da infraestrutura e servios (correspondente rea do aeroporto at o porto, de ocupao antiga) e outra carente de infraestrutura e servios em desenvolvimento (correspondente rea da BR 407 at o aeroporto, caracterizada por ocupao mais recente e irregular). Essa segregao social perceptvel observando as duas fotos abaixo, retiradas respectivamente da rea prxima ao centro e da prxima BR 407:

27

Fotografia 9 - Residncia de alto padro

Fotografia 10 - Residncia de baixo padro

Fonte: Acervo pessoal

Fonte: Acervo pessoal

Segundo Flvio Villaa, esse tipo de segregao manifesta-se quando h a polarizao do centro em contraste com a periferia. A ocupao de Paranagu desenvolveu-se primeiramente ao redor do centro histrico, expandindo-se em direo BR 407. Considerando que houve, a partir da dcada de 1970, um aumento de 80 mil habitantes (PMP), regies foram ocupadas irregularmente nas reas j descritas, com falta de planejamento e da aplicao da legislao em vigor. A Rua Comendador Correa Jnior um dos exemplos de ocupao de renda elevada nas proximidades do Setor Histrico.

28

Fotografia 11 - Regio do centro histrico

Fotografia 12 - Regio perifrica

Fonte: Acervo pessoal

Fonte: Acervo pessoal

O municpio possui 46.577 habitaes. Deste valor, a maior parte constituda de residncias particulares e menos de 5% so habitaes coletivas. Parte dessas localiza-se nas reas recentemente ocupadas e no bairro Vila do Povo. Estas moradias possuem 5 pavimentos e tm como seu entorno galpes industriais e o Aeroporto. Particulares Ocupados No ocupados Coletivos Ocupados No ocupados 37.419 80,7% 8.950 19,29 % Total 46.369 103 49,51 % 208 105 50,49 %

Tabela 3 - Quantidade de domiclios de Paranagu Fonte: IBGE, 2010

Analisando a tabela acima podemos concluir que h um nmero considervel de domiclios no ocupados que serviriam para suprir a demanda habitacional por

29

um perodo de menos de 1 ano1. Estas moradias ociosas esto subutilizadas e no cumprem a funo social da propriedade defendida no Estatuto da cidade.

Deficincias Regional

Condicionantes

Potencialidades uma

-Difceis locais para -reas de ocupao -Paranagu locao lixo; -Falta de do novo restrita; -Crescimento considerada

da cidade plo na regio

espao populao em nvel Litornea; -Grande turstico. potencial

fsico para comportar acelerado. novas expanses

horizontais da cidade. Municipal -Cidade mononucleada -Agricultura em local estratgico limitador expanso urbana Urbano -Concentrao servios de -Permetro e difcil de urbano -Domiclios urbanos da

ser sem ocupao

infraestrutura prxima expandido devido s ao centro; -Segregao social; -Ocupaes irregulares nas regies carentes de infraestrutura.Tabela 4 - Sntese da anlise de uso e ocupao do solo

condicionantes ambientais topogrficas e

Fonte: Elaborada pelo grupo

1

Anlise da expanso da populao em 10 anos: Como a taxa de crescimento geomtrico da cidade de Paranagu de 0,098, segundo o IPARDES 2003, podemos afirmar que em 10 anos: Pf=Pi(1+i)n Onde, i a taxa mdia anual de crescimento geomtrico, Pf a populao final, Pi populao inicial, n o nmero de anos para a previso. Ou seja, podemos obter com esta frmula o nmero de populao (considerando o senso de 2010 como base com uma populao de 140.469 habitantes) para 2021 de 357.770 habitantes, ou seja, um aumento de 217.300 habitantes em 10 anos. A quantidade de domiclios no ocupados de 9,055 domiclios. Logo, se a taxa de crescimento continuar neste ritmo, em menos de 1 ano a populao que chega a cidade ocuparia estes imveis.

30

6. INFRAESTRUTURAParanagu uma cidade-terminal de vrios modais de transporte, como o ferrovirio, hidrovirio, rodovirio e aeroporturio, com algum tipo de deficincia em cada, pela falta de planejamento e investimento ao longo dos anos. Isso faz com que o porto seja um gargalo no escoamento da produo, gerando impactos negativos no municpio. Transporte Ferrovirio: Dentre os modais citados este o mais antigo; sua estrutura foi feita dois sculos atrs e desde ento no passou por nenhuma ampliao ou atualizao, transportando hoje mais carga do que comporta. Atualmente administrada pela ALL (Amrica Latina Logstica), que utiliza a ferrovia principalmente para o escoamento de gros at o porto. A ALL possui um ptio de manobras localizado no meio da cidade, que atualmente no utilizado, pois a empresa possui outro localizado em Alexandra. Esta rea apresenta potencial para diferentes usos, como o residencial.

Fotografia 13 - Terreno da RFFSA localizado em regio central Fonte: Acervo pessoal

31

Transporte por dutos: A Repar (Refinaria Presidente Getlio Vargas) possui um oleoduto que liga sua refinaria at o porto. Esse modal sofreu desgastes com os problemas causados pelas chuvas do comeo de 2011, deixando em risco as reas em que atravessa, inclusive aquelas de interesse de preservao ambiental. Est prevista a construo de um alcoolduto que ligar o interior do estado at o porto para a exportao de combustvel. Transporte Hidrovirio: O complexo do Porto de Paranagu e Antonina o maior exportador de gros do Pas, transportando cerca de 30% de todos os granis slidos que o Brasil produz (FONTE: APPA). Este nmero poderia ser maior se o porto tivesse infra-estrutura para receber mais carga. Atualmente, encontra-se em fase de projeto a construo de um terminal hidrovirio em Pontal do Paran, que ficaria responsvel pelo transporte da chamada carga limpa (transportada em containers). A carga suja (gros, insumos e combustveis) seria destinada o Porto de Paranagu. Vale ressaltar que atualmente o porto est funcionando sem licena ambiental.

Fotografia 14 - Bero de atracao de navios que carregam soja. Fonte: Acervo pessoal

32

Fotografia 15 - Terminal da Renault/Nissan no Porto de Paranagu. Fonte: Acervo pessoal

Tambm dentro deste modal existe a travessia para a Ilha do Mel. Os barcos conseguem atender a demanda apenas pelo fato da quantidade de pessoas na ilha ser controlada. Transporte Aerovirio: O aeroporto de Paranagu atualmente no utilizado e localiza-se em uma regio onde h grande quantidade de residncias. Possivelmente em breve ter que ser relocado para outra regio. Transporte Ciclovirio: Um ponto interessante a ser observado em Paranagu a quantidade de pessoas que utilizam a bicicleta como meio de transporte principal. As condies atuais do municpio, porm, no oferecem infraestrutura adequada aos ciclistas: algumas das poucas ciclo-faixas, localizadas na Av. Ayrton Senna e na Av. Bento Munhoz da Rocha, no tm continuidade e servem como estacionamento para caminhes que no respeitam pedestres e ciclistas. No h bicicletrios suficientes para atender a populao, portanto as bicicletas se amontoam em postes e ruas, prejudicando a circulao dos transeuntes. A grande33

quantidade de atropelamentos de pessoas que andam de bicicleta um sinal de que deve haver um planejamento para proporcionar maior segurana para quem utiliza este modal, que deve ser incentivado.

Fotografia 16 - Ausncia de bicicletrios torna o estacionamento desorganizado Fonte: Acervo pessoal

34

Fotografia 17 - Bicicletrio no terminal de combustveis do Porto. Fonte: Acervo pessoal

Transporte Rodovirio: Paranagu tem trs rodovias que atravessam seu territrio. So elas: BR 277: Passa pelo trecho da Serra do Mar, ligando Curitiba ao Porto. PR 407: Liga Paranagu regio de Pontal do Paran, Garuva e Ilha a do Mel. PR 508: Tambm conhecida como Alexandra-Matinhos que, como sugere o nome, liga Paranagu ao municpio de Matinhos. Cerca de 70% dos granis que chegam a Paranagu so transportados atravs de caminhes. Nos picos da safra circulam pela cidade diariamente 1800 caminhes, 24 horas por dia. Como dito anteriormente, um dos problemas causados pelos veculos a carga que cai nas vias, que depositada nas galerias pluviais gerando problemas para escoamento das guas das chuvas. Isso tambm gera outro problema, o mau-cheiro causado pela fermentao da soja. Tambm, falta legislao para estacionamentos de caminhes, alm disso, h pouca rea para35

estoques e armazns. Existem ainda os caminhoneiros que chegam ao porto sem cadastramento (cerca de 20%), gerando filas desnecessrias na chegada ao porto. O acesso ao porto nico e se d pela BR-277, rodovia com o pedgio mais caro do estado. Esta passa por reas altamente adensadas da cidade, gerando um conflito entre o trfego causado pelo porto e a rea urbana. Os moradores tm de conviver com os caminhes atrapalhando o trnsito local, com o barulho por eles causado e o mau-cheiro, j citado. Uma soluo seria a separao do trfego urbano do trfego do porto.

Fotografia 18 - Avenida Ayrton Senna que d acesso ao Porto, caminhes e carros de passeio se misturam Fonte: Acervo pessoal

As ruas principais da cidade so de boa qualidade, no geral - algumas esburacadas pelo intenso trfego de caminhes, outras j concretadas para evitar este problema. J as ruas secundrias e locais esto em pssimo estado de conservao, a maioria sem pavimentao e com buracos constantes.

36

Fotografia 19 - Via concretada que d acesso ao porto de Paranagu Fonte: Acervo pessoal

Fotografia 20 - Margem da Rodovia sem esfalto e esburacada. Fonte: Acervo pessoal

37

A BR-277 divide-se em duas ao chegar cidade, parte dela se tornando a Av. Ayrton Senna, e outra parte virando a Avenida Bento Munhoz da Rocha Neto, que d acesso ao centro histrico. A regio do centro histrico sofre bastante com a grande quantidade de carros que l circulam, uma vez que tambm o centro da cidade. As ruas estreitas do traado original conflitam com as funes atuais.

Fotografia 21 - Via estreita para a demanda atual. Fonte: Acervo Pessoal

O turismo tambm gera ameaa na regio histrica, j que, com a conformao atual das vias, o local no suportaria o aumento na quantidade de veculos. O problema tende a se a gravar com a implantao do Aqurio Municipal, j que a quantidade de turistas deve aumentar e o municpio no est preparado para receb-los. Tambm nota-se que no h placas com sinalizao adequada para turistas e a base cartogrfica no est atualizada, fazendo com que equipamentos como o GPS no funcionem corretamente ao se pesquisar o

38

municpio. A qualidade do atendimento nas reas de comrcio tambm deixa a desejar e no condiz com as pretenses tursticas do municpio. Outro ponto a ser ressaltado o acesso a Ilha dos Valadares. Hoje existe apenas uma ponte para pedestres e uma balsa para os veculos atravessarem. A ilha j uma rea ambientalmente frgil, portanto no deveria ter nenhum tipo de ocupao, mas como as moradias j esto em fase final de regularizao no h como retirar seus moradores. O ideal, ento, seria fechar a balsa e proibir a entrada de veculos, para que a situao ambiental do lugar no se agrave. gua e esgoto Comumente nas cidades do estado do Paran a Sanepar a responsvel pelo abastecimento de gua esgoto, porm isso no ocorre em Paranagu - a responsvel a CAB. Esta retira gua dos mananciais da Serra da Prata, do Morro Ingls e da Colnia Visconde de Ncar, localizados ao sul da cidade, locais onde h pouca ou nenhuma presena de ocupaes. Durante as chuvas fortes que ocorreram no comeo do ano os trs mananciais foram destrudos e suas guas ficaram barrentas, forando assim a interrupo no abastecimento. Vrios moradores escavaram poos artesianos em seus prprios terrenos, o que causou um grave surto de doenas, j que a gua estava contaminada e sem nenhum tipo de tratamento. No h separao entre as redes de esgoto e de guas pluviais no municpio, sistema esse que se d atravs de canais que passam por baixo de casas, inclusive do cemitrio, contaminando as guas. Tambm h uma sobrecarrega

desnecessria no sistema, juntamente com o problema dos gros retidos nas tubulaes. O esgoto da cidade lanado ao mar sem nenhum tipo de tratamento. Lixo O atual lixo do municpio data de 1973 e j deveria ter sido fechado, pois como dito est saturado. Sua infra-estrutura precria e funciona sem autorizao ambiental. A cidade no conta com coleta seletiva e no aterro encontrado todo tipo de lixo, inclusive hospitalar e dos navios que atracam no porto, o que proibido.

39

Outro lixo est previsto na regio perto de Alexandra, numa rea com menor risco ambiental.

Energia Eltrica Paranagu abastecida pela hidreltrica Parigot de Souza, localizada em Antonina, atendendo demanda. As linhas de transmisso tambm servem bem o territrio do municpio. Sade H apenas um hospital pblico no municpio, que atende grande parte dos habitantes da regio litornea do estado. Toda essa populao atendida por 80 leitos do Hospital de Paranagu. Outras dez clnicas do suporte ao atendimento, no sendo suficientes, j que esto mal localizadas pelo territrio. Educao A quantidade de escolas primrias e secundrias suficiente, porm a qualidade do ensino deixa a desejar. Nos indicadores educacionais, Paranagu est bem atrs de Morretes, cidade que tem bons dados relacionados educao bsica. Existem trs instituies de ensino superior em Paranagu - duas particulares e uma federal (IFPR). Estas instituies no atendem demanda da populao, que opta por estudar em outras regies, principalmente de Curitiba e Matinhos. O problema maior que a grande parte dos jovens, especialmente os de baixa renda, no inicia curso superior. Parques e praas Existe uma grande quantidade de parques e praas nas regies mais centrais de Paranagu, principalmente no Centro Histrico, enquanto que as regies mais perifricas no contam com esse tipo de servio. A Floresta do Palmito uma das poucas reas de potencial para lazer descentralizadas, sendo praticamente fechada para a populao, que no tem informaes sobre ela e sua importncia.

40

CONCLUSOAtravs das anlises executadas, pode-se perceber que Paranagu um municpio de caractersticas de subdesenvolvimento, apresentando diversos problemas de estruturao, subutilizao de seus potenciais e segregao social, especialmente geradas pela falta de integrao entre as diversas reas de planejamento. O atual modal de transporte utilizado pelo municpio no , visivelmente, o mais eficiente. A matriz rodoviria utilizada para o transporte, principalmente de gros, no adequada para grandes distncias - o ideal seria a utilizao do modal ferrovirio por diminuir a quantidade de caminhes nas vias, minimizar o desperdcio da produo e consequentemente a poluio da cidade. Pode-se ainda utilizar esse potencial como alternativa de renda para incrementar o turismo da regio ou mesmo conectar de forma mais eficiente o sistema Morretes-Curitiba j existente. Paranagu apresenta-se como uma confluncia de vrios modais de transporte, todos eles saturados e com infraestrutura inadequada. O turismo subutilizado uma possvel alternativa para a gerao de renda no municpio, substituindo o sistema atual que depende nica e exclusivamente do porto. vivel tanto nas reas ambientais como nas reas histricas, com o objetivo de integrar a populao para que se tenha um contato mais efetivo com a cidade em si. Outro aspecto que pode ser aproveitado turisticamente seu rico patrimnio imaterial, desde as danas folclricas populares at a gastronomia tpica. Por Paranagu estar em regio litornea, necessrio que a populao possua esse contato com a costa. O projeto de expanso do porto acaba por limitar esse contato nos mnimos espaos que ainda restam para a contemplao da populao. Isso acontece visivelmente na rea do Rocio, que devido presena do porto e pssima infraestrutura de acesso fica sufocada e desconectada do ncleourbano central. A utilizao da bicicleta um fator importante para a cidade. Apesar de a infraestrutura ciclstica ser pssima, h um grande potencial que pode ser explorado na forma de turismo local ou mesmo de mobilidade dentro do municpio.41

Tambm se notou que a renda do municpio encontra-se mal distribuda entre a populao. A parcela mais rica concentra-se no ncleo urbano central, abundante em servios e infraestrutura, enquanto a mais humilde ocupa as reas irregulares e as reas perifricas. Isso gera uma segregao social bastante aparente na estruturao da cidade. Portanto, percebe-se que a presena do porto no municpio, apesar de trazer muitos benefcios como emprego, renda e importncia econmica para a regio, traz tambm mazelas para a populao devido ausncia de um planejamento ao longo da evoluo da cidade. Hoje, a falta de estrutura e de diretrizes integradas faz de Paranagu uma cidade subdesenvolvida do ponto de vista social. H uma necessidade de comunicao do porto com o municpio e o municpio com o estado para que o potencial de plo regional seja mais eficientemente aproveitado.

42

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

BRASIL, Lei 10.257. Estatuto da Cidade. Presidente da Repblica em 10 de julho de 2001.

Instituto

Brasileiro

de

Geografia

e

Estatstica.

Disponvel

em:

. Acesso em: 30 de maio de 2011.

Instituto Paranaense de Desenvolvimento Economico e Social. Caderno Estatstico Municpio de Paranagu. Abril 2010. Disponvel em: Acesso em: 30 de maio de 2011.

Prefeitura de Paranagu. Plano Diretor Lei Complementar n 60/07. Disponvel em: . Acesso em: 18 de maio de 2010.

Sistema Firjan. Disponvel em: < http://www.firjan.org.br> Acesso em 30 de maio de 2011.

VILLAA, Flvio. A segregao Social na Metrpole Brasileira. USP: 1998. Disponvel em . Acesso em: 31 de maio de 2011.

43

APNDICE

44

TABELA SNTESEDeficincias Aspectos Econmicos -M distribuio de renda -Relao Curitiba-Paranagu prejudica o crescimento da cidade de Paranagu Condicionantes -Oramento do municpio mascarado pela alta arrecadao do Porto -Porto como grande parte da renda do municpio -Importncia do Porto no cenrio nacional -Atividade pesqueira artesanal Potencialidades -Turismo como fonte alternativa de renda -Expanso do Porto para outras cidades como forma de desenvolvimento da regio litornea como um todo -Paranagu como plo da regio litornea

Aspectos Demogrficos e Sociais

-Falta de ensino superior pblico -Grande porcentagem de morte por aparelho respiratrio pela m relao do porto com a cidade -Segregao social -Grande ndice de analfabetismo em idosos

-Populao majoritariamente jovem -96% da populao vive na zona urbana - Ocupaes irregulares surgem em reas de risco, prximas as BRs, prximo ao ptio de caminhes e prximas as reas industriais -Paranagu como origem da ocupao urbana do estado do Paran

-Variedade de etnias e classes sociais

Aspectos Culturais

-Presena macia de Patrimnio cultural no preservado de maneira

-Presena pontual de Patrimnio histrico bem conservado.

adequada - Edificaes patrimoniais em processo de obsolescncia.

-Preservao da memria de Paranagu -Festas e tradies religiosas, folclricas e culturais. -Centro histrico protegido por lei.

-Potencial turstico. -Tradies culturais e bens patrimoniais imateriais preservados.

Aspectos Ambientais

-Agricultura como rea de tenso ecolgica -Expanso urbana em reas de Preservao Permanente -Degradao do mangue: poluio (irrecupervel) -Assoreamento na bacia de Paranagu -Expanso do porto sem levar em considerao as polticas pblicas -Ausncia do contato de Paranagu com o mar devido ao porto -Ocupaes irregulares em rea de preservao

-rea de preservao ambiental e rios limita a expanso urbana -Estradas so divisoras das reas de proteo ambiental

-Paisagem Natural -Maior rea de mangue do litoral do Paran -Ilhas com paisagens naturais bem preservadas -Potencial para explorao do ecoturismo -

Uso e ocupao do solo

-Segregao social -Cidade mononucleada -Concentrao de infraestrutura no

-Dificuldade nas reas de expanso urbana -Crescimento da populao em nvel acelerado

-Cidade de Paranagu como plo da regio(importante papel integrador das cidades da regio) -Agricultura em local estratgico

centro -Ocupaes irregulares nas regies carentes de infra-estrutura -Expanso urbana de forma desordenada e no estratgica -Falta de moradia Infra-estrutura -Utilizao de apenas 2 modais de transportes para escoamento da produo -Falta de investimento na infraestrutura do porto -Paranagu ter apenas um acesso para o porto -rea do manancial -rea do lixo -Porto -Aeroporto

limitador da expanso urbana

-Ferrovia como forma de turismo e transporte de carga para grandes distncias -Possibilidade de transportes multimodais -Drenagem urbana: rios de mar(mangue) -Ciclovia e hbito do uso da bicicleta pela populao