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FACULDADE DE JAGUARIUNA SIOMARA CLEUSA DE AGUIAR

A IMPORTNCIA DO PLANEJAMENTO TRIBUTRIO NAS EMPRESAS: ESTUDO DE CASO

Jaguarina 2008

SIOMARA CLEUSA DE AGUIAR

A IMPORTNCIA DO PLANEJAMENTO TRIBUTRIO NAS EMPRESAS: ESTUDO DE CASO

Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Curso de Cincias Contbeis da Faculdade de Jaguarina para obteno do ttulo de Bacharel em Cincias Contbeis.

Orientadora: Professora Maria do Carmo Santiago Leite

Jaguarina 2008

Aguiar, Siomara Cleusa de. A232i A importncia do planejamento tributrio nas empresas: estudo de caso / Siomara Cleusa de Aguiar. - Jaguarina, SP: [s.n], 2. Orientador: Maria do Carmo Santiago Leite. TCC - Trabalho de Concluso de Curso (graduao) Curso de Cincias Contbeis, Faculdade de Jaguarina. 1. Contabilidade. 2. Planejamento Tributrio. 3. Estudo de Caso. I. Leite, Maria do Carmo Santiago. II. Faculdade de Jaguarina, Curso de Cincias Contbeis. III. Ttulo. CDD 336.2

SIOMARA CLEUSA DE AGUIAR

A IMPORTNCIA DO PLANEJAMENTO TRIBUTRIO NAS EMPRESAS: ESTUDO DE CASO.

Este exemplar corresponde redao final da Monografia por Siomara Cleusa de Aguiar e aprovada pela comisso julgadora em 17/12/2008.

__________________________________________________________ Professora Maria do Carmo Santiago Leite FAJ orientadora

__________________________________________________________ Professor Edison de Oliveira FAJ

__________________________________________________________ Professor Rmulo Augusto Arsufi Vigatto FAJ

A Deus pelo dom da vida, a Jesus querido que a luz da minha vida que tudo v e providncia, colocando pessoas maravilhosas no meu caminho, a comear pela minha famlia em especial ao meu Pai, e a Luis Antonio dos Santos pela compreenso nos momentos de ausncia e ao apoio e incentivo que me dedicaram durante est caminhada.

AGRADECIMENTOS

As minhas amigas Florinda e Roseli que muito contriburam em todos esses anos. Aos colegas de curso e de trabalho que se tornaram grandes amigos, em especial: Ana, Elizabete, Fernanda, Irene, Mrcio, Mariane, Rosana e Rosanita, meu agradecimento pela amizade e pelo convvio. A todos os professores do Curso de Cincias Contbeis, que ministraram aulas para nossa turma, proporcionando informaes que ampliaram nosso leque de conhecimento, e que, tornaram-se nossos amigos. A minha orientadora Prof Maria do Carmo Santiago Leite que to brilhantemente contribuiu com esse rduo trabalho de orientao. A todos MUITO OBRIGADA!!!!

Ningum ignora tudo, ningum sabe tudo. Por isso, aprendemos sempre Paulo Freire

AGUIAR, Siomara Cleusa de. A Importncia do Planejamento Tributrio nas Empresas: Estudo de Caso 2008. Trabalho de Concluso do Curso (Bacharel) em Cincias Contbeis, Faculdade de Jaguarina, Jaguarina, 2008.

RESUMO

O desenvolvimento deste trabalho tem por objetivo mostrar a importncia do planejamento tributrio nas empresas, focando especificamente o caso de uma delas que ser abordado neste projeto e, que aps a mensurao e a anlise das demonstraes contbeis, chegou-se a concluso que, a empresa que fazia seus recolhimentos tributrios pelo regime de lucro presumido, estava pagando um valor muito maior de impostos gerando um custo muito alto para a empresa. Aps uma anlise profissional sobre o planejamento tributrio para esta empresa, ficou constatado que a melhor forma de recolhimento dos tributos pelo regime de lucro real que, alm de diminuir o custo dos tributos da empresa, tambm proporciona ao empresrio dados concretos sobre a real situao da empresa. Como profissional, todo contador no tem apenas que informar ao cliente o valor dos impostos a serem recolhidos, mas, tem que informar e esclarecer a verdadeira situao da empresa, demonstrando atravs de fatos concretos a importncia da contabilidade como subsdio para tomada de decises.

Palavras-chave: CONTABILIDADE. PLANEJAMENTO TRIBUTRIO. ESTUDO DE CASO

AGUIAR, Siomara Cleusa de. The Importance of a Tributary Planning for the Companies: Case Study. 2008. Final Course Paper (Bachelor) Accountancy Science, Jaguarina University, Jaguarina, 2008.

ABSTRACT

This paper development has as main purpose to show the importance of a tributary planning for the companies, focalizing specifically the case of one of them that will be analyzed in this project and, after balance-sheet measuring and analyzing got to conclusion that the company which did its tributary payment under estimated profit, was paying a high tax value, originating elevated costs for the company. After a professional analysis about this company tributary planning got in evidence that the best way to pay the imposts is under real profit regime, that besides to decrease the company tax value also provides the entrepreneur with the company real situation. As a professional every accountant should not only to inform the customer about the tax value to be paid but, to inform and clarify about the company real situation, showing through concrete facts, the accounting importance as help for decisions making.

Key-words: Accountancy; Tributary Planning; Case Study.

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ART. CF CFC CIDE COFINS CPMF CSL CSLL CTN DACON DARF DCTF DIPJ

Artigo Constituio Federal Conselho Federal de Contabilidade Contribuio sobre Interveno no Domnio Econmico Contribuio Social para o Financiamento da Seguridade Social Contribuio Provisria sobre Movimentaes Financeiras Contribuio Social sobre o Lucro Contribuio Social sobre o Lucro Lquido Cdigo Tributrio Nacional Demonstrativo de Apurao de Contribuies Sociais Documento de Arrecadao da Receita Federal Declarao de Dbitos e Crditos Federais Declarao Anual de Informaes Econmicas Fiscais das Pessoas Jurdicas

DRE FIPECAFI

Demonstrao do Resultado do Exerccio Fundao Instituto de Pesquisas Contbeis Atuariais e Financeiras, FEA/USP

IPI IPTU IR IRRF IRPJ ISSQN LADIR LAIR LALUR PJ PIS RIR

Imposto Sobre Produtos Industrializados Imposto Territorial Urbano Imposto de Renda Imposto de Renda Retido na Fonte Imposto de Renda da Pessoa Jurdica Imposto sobre Servio de Qualquer Natureza Lucro Depois do Imposto de Renda Lucro Antes do Imposto de Renda Livro de Apurao do Lucro Real Pessoa Jurdica Contribuio ao Programa de Integrao Social Regulamento do Imposto de Renda

SUMRIO Pgina 1. INTRODUO................................................................................................................. 11 2. A CONTABILIDADE NAS EMPRESAS....................................................................... 12 2.1 Conceito de Contabilidade........................................................................................... 12 2.2 Campos de Utilizao da Contabilidade...................................................................... 12 2.3 Tipos de Regimes Contbeis........................................................................................ 13 2.3.1 Regime de Caixa................................................................................................... 14 2.3.2 Regime de Competncia........................................................................................ 14 2.4 A Contabilidade como Ferramenta Gerencial.............................................................. 14 2.5 O Papel do Contador.................................................................................................... 15 3. REGIMES TRIBUTRIOS NAS EMPRESAS............................................................ 17 3.1 Planejamento Tributrio................................................................................................ 17 3.1.1 Eliso Fiscal............................................................................................................ 18 3.1.2 Evaso Fiscal........................................................................................................... 19 3.2 Conceitos de Tributos................................................................................................... 19 3.2.1 Impostos, Taxas e Contribuio de Melhoria......................................................... 20 3.2.2 Sujeito e Contribuinte............................................................................................. 20 3.2.3 Tributos Incidentes sobre o Faturamento.................................................................. 21 3.2.3.1 PIS e COFINS..................................................................................................... 21 3.2.3.2 PIS e COFINS no Cumulativos......................................................................... 21 3.2.3.3 Imposto de Renda e Adicional............................................................................. 22 3.2.3.4 Contribuio Social sobre o Lucro Lquido.................................................... 23 3.3 Empresas Obrigadas a Escriturao Contbil.............................................................. 24 3.3.1 Demonstrao do Resultado do Exerccio DRE................................................. 25 3.3.2 Lucro Real............................................................................................................. 27 3.3.3 Lucro Presumido................................................................................................... 29 3.3.4 Lucro Arbitrado..................................................................................................... 31 3.3.5 Simples Nacional................................................................................................... 32 4. ESTUDO DE CASO.......................................................................................................... 34 4.1 A Empresa Objeto de estudo......................................................................................... 34 4.2 Caractersticas da Empresa........................................................................................... 34 4.3 Clientes e Fornecedores................................................................................................ 35 4.4 Planejamento Tributrio na Empresa de Estudo de Caso............................................ 35

4.5 Demonstraes dos Clculos Sobre os Impostos......................................................... 36 4.5.1 Clculos Desenvolvidos pelo Regime de Lucro Presumido.................................. 36 4.5.2 Clculos Desenvolvidos pelo Regime de Lucro Real............................................. 38 4.5.3 Grfico de Comparao de Impostos...................................................................... 41 CONCLUSO....................................................................................................................... 43 REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS................................................................................ 44

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1 - INTRODUO

O presente trabalho ir focar um estudo de caso feito atravs dos dados de uma empresa do ramo de comrcio varejista de materiais para construo. A empresa objeto deste projeto do interior do Estado de So Paulo, faz parte da regio Metropolitana de Campinas, est localizada na cidade de Jaguarina com o ramo de comrcio varejista de materiais para construo. A elaborao do projeto baseia-se na nova mudana de tributao aps a anlise dos resultados e os benefcios do planejamento tributrio para esta empresa. Por que muitas empresas recolhem seus tributos sem um planejamento tributrio? E como fica o papel do contador? O desenvolvimento deste trabalho vem intensificar a importncia do planejamento tributrio para as empresas, acentuando a importncia de ser elaborada a contabilidade e o papel do contador perante a responsabilidade da informao gerada pela empresa e a anlise das demonstraes contbeis como uma ferramenta para tomada de decises. Sintetizar a importncia da contabilidade como uma ferramenta de gesto nas empresas, reforando que a mesma no apenas para fins da legislao. Demonstrar uma contabilidade bem feita e o profissionalismo do contador que, ao utilizar as informaes geradas e demonstradas contabilmente consegue buscar formas de amenizar os custos atravs do conhecimento e do planejamento tributrio da empresa. A metodologia utilizada para este trabalho ser efetuada atravs de pesquisas bibliogrficas, trabalhos disponveis nos meios acadmicos e entidades profissionais, e estudo de caso

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2 - A CONTABILIDADE NAS EMPRESAS

2.1 - Conceito

A contabilidade o conjunto de bens, direitos e obrigaes para com terceiros, que pode pertencer a uma nica pessoa ou, a vrias pessoas formadas por uma sociedade, independentemente da finalidade de lucro ou mesmo sem fins lucrativos. Ainda podemos definir que, a contabilidade o conjunto de teorias, conceitos e tcnicas utilizadas para atingir o objetivo de controlar uma massa Patrimonial comenta Padoveze (2004). A maioria dos autores expressa contabilidade como um conjunto de bens e direitos desejveis como elementos patrimoniais positivos, e as obrigaes como restries ao elemento Patrimonial negativo, o resultado dessa apurao nos leva ao Patrimnio Lquido atravs da equao:

(Bens + Direitos) (Obrigaes) = Patrimnio Lquido

2.2 - Campos de Utilizao da Contabilidade

De acordo com Padoveze (2004), a contabilidade muito mais que o registro dos atos e fatos da Entidade, ela apresenta relatrios bsicos que so alimentados diariamente com riqussimos dados referente s transaes realizadas pela organizao, possibilitando sempre uma anlise mais criteriosa e profunda em alguns pontos especficos tais como os custos da empresa. Os objetivos da contabilidade esto caracterizados nos estudos das variaes Patrimoniais que, segundo Iudcibus (2003), ela busca periodicamente entender as mutaes

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sofridas pelo Patrimnio tendo em decorrncia disso, a ao do homem ou o efeito da natureza sobre o Patrimnio. A identidade da empresa est na contabilidade e nas formas de mensurao de seu Patrimnio, conforme cita Marion (2002, p. 27): Na verdade ela coleta todos os dados econmicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatrios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decises. A contabilidade serve-se de contas para os registros, controles e anlises contbeis atravs da escriturao das operaes financeiras e Patrimoniais pelo mtodo das partidas dobradas. Alm da posio diria ou semanal do caixa, faturamento e outras consideraes relevantes para a empresa ela demonstra com rapidez, empresa a posio patrimonial e financeira dos resultados das operaes, conforme afirmam Padoveze (2004) e Iudcibus (2003). Portanto, segundo Padoveze (2004), a contabilidade um sistema de informao que atende a vrios usurios que se beneficiam das informaes atravs dos relatrios, cada um a sua maneira e com objetivos e propsitos diferentes. Prossegue ainda o autor afirmando que o auxilio aos usurios internos serve para avaliar as decises do passado com as decises para o hoje com foco no futuro. J para os usurios externos como, por exemplo, os bancos para fornecerem os crditos para as empresas, analisam se estas possuem condies de pagarem o valor do principal mais os juros; os funcionrios tambm se utilizam da contabilidade para averiguar se a empresa tem condies seguras de proporcionar aumento de salrios, e outros.

2.3 Tipos de Regimes Contbeis

Para o perfeito controle da atividade empresarial e para a apurao de resultado conforme determina a legislao e o prprio Conselho Federal de Contabilidade CFC, preciso que sejam contabilizadas todas as receitas e despesas correlatas no perodo atravs da Demonstrao de Apurao do Exerccio DRE, para o correlato registro destes fatos, a contabilidade faz uso de duas formas contbeis:

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I - regime de caixa; e II - regime de competncia.

2.3.1 - Regime de Caixa

Segundo Iudcubus e Marion (2000), para a regime de caixa adotada a seguinte forma:

I - as receitas sero contabilizadas no momento do efetivo recebimento; II- as despesas sero contabilizadas como pagas no momento do efetivo pagamento

2.3.2 Regime de Competncia

Ainda como mencionam Iudcibus e Marion (2000) as regras para o regime de competncia so:

I - as receitas sero contabilizadas no perodo em que foram geradas, independente de serem recebidas, II - as despesas sero contabilizadas no perodo em que foram geradas, independente de serem pagas

2.4 - A Contabilidade como Ferramenta Gerencial

O ambiente onde as empresas encontram-se inseridas est constantemente sofrendo mudanas devido globalizao e a necessidade de maior competitividade para o sucesso e a continuidade das empresas.

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A gesto das entidades vem de encontro com as necessidades cada vez mais crescentes em busca de uma adequada estrutura de informaes que so obtidas atravs da contabilidade. Com menciona Marion (2003, p 23),

A contabilidade o grande instrumento que auxilia a administrao a tomar decises, mensurando os dados e transformando em relatrios, analisando e comparando-o com anos anteriores para uma melhor analise da situao da empresa.

Padoveze (2004) afirma que para ter o cumprimento dos objetivos da contabilidade evidenciados, o contador e o empresrio tm que atuarem juntos tendo como base as informaes contidas nos relatrios e demonstraes que se apresentam como uma ferramenta para a tomada de deciso para a empresa. Iudcibus (2003) diz que, quando ocorre a escriturao dos dados, o contador tem em mos vrios relatrios que posicionam a empresa em relao ao fluxo de caixa, ao faturamento, aos estoques e a outros dados, fornecendo com rapidez a posio patrimonial, financeira e os resultados da operao. Para fins gerenciais destaca - se entre outros:

I - demonstrao fluxo de caixa; II - anlise de indicadores; III - clculo do ponto de equilbrio, e IV - planejamento tributrio.

2.5 - O Papel do Contador

Iudcibus e Marion (2000) entendem que o contador tem uma funo muito importante para as empresas, ele no est voltado apenas para as exigncias do fisco trabalhando como um funcionrio do governo, o contador pea fundamental para manter a empresa em desenvolvimento para atingir seus objetivos que so a continuidade e a obteno de lucros. Muitos empresrios desconhecem a importncia e os objetivos da contabilidade, nesse processo fica evidenciado o papel do contador em informar que a

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contabilidade bem mais ampla no sentido de que serve de ferramenta no processo gerencial da empresa como diz Marion (2003, p.23), A funo bsica do contador produzir informaes teis aos usurios da contabilidade para a tomada de decises. Padoveze (2004) refora a afirmao dizendo que ela proporciona informaes importantssimas para decises a partir da confeco de relatrios contbeis que mostram a realidade da organizao, permitindo ao empresrio uma visualizao mais ampla a curto, a mdio e em longo prazo de situaes que podem ser mantidas ou alteradas diante da anlise dos relatrios e das demonstraes. Segundo S (2001), o contador uma fonte de credibilidade e conhecimento; a confiana que os clientes depositam no contador mais um reforo do compromisso e seriedade do seu trabalho. Com os conhecimentos embasados nos princpios legalmente aceitos pela contabilidade, conforme Conselho Federal de Contabilidade - CFC, agregados aos conhecimentos nas vrias reas que envolvem a contabilidade como: administrao, economia, estatstica e outras, o contador tem uma viso detalhada de todo o processo envolvendo todos os fatos contbeis, tendo como pensamento profissional o desejo de satisfao do seu cliente apresentando seu trabalho em uma linguagem simples, e compreensvel pelo cliente, apresentando inovao constante e qualidade em todo o trabalho. o contador que tem a obrigao de informar ao cliente qual a melhor forma de gesto da sua empresa conforme seu ramo de atividade, atravs de um planejamento condizente com as necessidades e benefcios da empresa como afirma S (2001, p. 65) Os que dependem do conhecimento e apelam para um profissional, confiam que suas necessidades venham a ser satisfeitas esse o princpio. profissional contbil pea fundamental no somente para as organizaes, mas tambm para a sociedade que espera transparncia nas informaes contbeis, resultadas no s da competncia profissional, mas da postura tica como menciona S (2001, p. 62) A conscincia tica especfica, pois forma-se para o exerccio de vontades que geram condutas que se submetem ao julgamento de terceiros.

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3 - REGIMES TRIBUTRIOS NAS EMPRESAS

3.1 - Planejamento Tributrio

Afirmam vrios autores que o planejamento tributrio um conjunto de sistemas legais que, visam diminuir o pagamento de tributos e definir procedimentos que proporcionam a economia legal de impostos, onde esto envolvidos aspectos fiscais contbeis financeiros societrios e jurdicos. Na Constituio Federal CF, no h dvidas quanto ao contribuinte agir conforme seu interesse desde que, seja na forma da Lei. Deve-se identificar e estudar as alternativas legais aplicveis ao caso conforme a atividade econmica de cada empresa, buscando a existncia de lacunas (brechas) na lei, que possibilitem realizar a operao da forma menos onerosa possvel para o contribuinte sem contrariar a lei, sempre no resguardo da ELISO FISCAL que, consiste na economia tributria resultante da adoo legal menos onerosa que so possibilitadas licitamente como assegura Fabretti (2007). Fica bem claro pelos autores, que planejar o estudo projetado realizado previamente, atravs de pesquisas, anlises econmicas e jurdicas podendo ou no ser adotadas pela empresa. Planejar tributos direito tanto quanto planejar o fluxo de caixa, ou fazer novos investimentos. O contador, tanto para Fabretti (2007) como para Pgas (2007) ajuda muito na administrao da empresa pela adoo do planejamento tributrio e poltico que visam minimizar os custos tributrios, direcionando suas aes para as disponibilidades legais e constitucionais. As alternativas legais tm que ser avaliadas de forma estrutural e organizacional pelo volume de recursos gerados pela atividade econmica da empresa, lembrando sempre que, cada empresa deve levar em considerao o custo benefcio que varia muito em funo dos valores envolvidos; para determinadas empresas so viveis enquanto que para outras essa viabilidade pode ser transformar em nus tributveis. Entre as muitas funes da contabilidade est a de demonstrar ao fisco o cumprimento da legislao tributria que cita Fabretti (2003, p. 32),

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A eficincia e exatido dos recursos contbeis so fundamentais para que a administrao planeje suas aes. A contabilidade, entre outras funes, instrumento gerencial para a tomada de decises. Por isso, deve estar atualizada e emitir relatrios simples e claros para o administrador.

Na viso dos autores, o conhecimento tributrio tem que ser cada vez mais acentuado para o contador, juntamente com a necessidade do conhecimento de outros conceitos inerente a contabilidade, fazendo com que o contador zele pela conduta tributria da empresa diante do quadro tributrio, maximizando os lucros e minimizando as perdas que possam ocorrer no patrimnio da entidade. Essa atividade preventiva estuda os atos e negcios jurdicos que a entidade pretende realizar buscando sempre obter a maior economia fiscal possvel mediante a melhor escolha legal, pesquisando e analisando antes de cada operao realizada as conseqncias econmicas e jurdicas, porque, quando concretizada a ao considera-se ocorrido o fato gerador e existente seus efeitos (art. 116 CTN) gerando a obrigao tributria.

3.1.1 Eliso Fiscal

A finalidade do planejamento tributrio obter a maior economia fiscal possvel reduzindo a carga tributria de forma lcita perante a legislao conforme direciona a Constituio Federal. Para tanto o contador tem que estar sempre atualizado na legislao fiscal para encontrar solues que possibilitem reduo da carga tributria apoiada ao abrigo da eliso fiscal, ficando fora da sonegao e fraude. Para Fabretti (2003, p.133), ... a eliso fiscal lcita, pois alcanada por escolha feita de acordo com o ordenamento jurdico, adotando-se a alternativa legal menos onerosa ou utilizando-se de lacunas na lei., sem um bom planejamento tributrio e com a crescente e difcil competio no mercado globalizado, as empresas tm que buscarem reduzir os custos mantendo sua permanncia no mercado e garantindo um bom retorno para o capital investido.

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3.1.2 - Evaso Fiscal

Reforam os autores dizendo que ao contrrio da eliso fiscal, a evaso consiste na prtica contraria a lei, geralmente cometida aps a ocorrncia do fato gerador da obrigao tributria objetivando reduzir ou mesmo ocultar a carga tributria. Na obra de Contabilidade Tributria de Fabretti (2003), citado que a evaso fiscal est prevista na Lei dos Crimes Contra a Ordem Tributria Econmica e Contra Relao de Consumo (Lei 8.137/90) conforme algumas condutas ilegais, entre elas:

I - omitir informaes ou prestar declarao falsa a Receita federal; II - fraudar fiscalizao tributria inserindo ou omitindo operaes de natureza em livro ou documento exigido pela Lei fiscal; e III - falsificar ou alterar nota fiscal.

3.2 - Conceitos de Tributo

Participam da mesma opinio Fabretti (2000) e Pgas (2007) que o Sistema Tributrio Nacional, direciona atravs do Cdigo Tributrio Nacional CTN (Lei Complementar n 5172/66) as regras estabelecidas na Constituio Federal CF/88, nos artigos 114 e 115 do CTN, A concretizao do fato gerador faz nascer a obrigao principal de natureza pecuniria para o contribuinte que pode ser : a escriturao dos livros, entrega de declarao entre outras. O conceito de tributo encontra-se definido no art. 3 do CTN, e aqui transcrito por Fabretti (2000, p.40) art. 3 Tributo toda prestao pecuniria compulsria em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir que no constitua sano por ato ilcito instituda em lei e cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, Ichihara (2000) completa mencionando que o tributo s pode ser exigido por lei (princpio da legalidade art. 150, I da Constituio Federal CF), e, cobrada a quem de direito compete, sendo assim, o fisco s poder agir na forma da lei. Prossegue Fabretti (2000, p. 40) transcrevendo,

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art. 4 A natureza jurdica especfica do tributo determinada pelo fato gerador da respectiva obrigao, sendo irrelevante para qualific-la:I a denominao e demais caractersticas formais adotadas pela lei; II a destinao legal do produto da sua arrecadao.

Afirmam os autores que independente da espcie ao qual pertence o imposto, taxa ou contribuio, a natureza jurdica determinada pelo fato gerador a concretizao da hiptese prevista por lei gerando a obrigao de pagar tributo. O tributo est dividido em trs espcies: impostos, taxas e contribuies.

3.2.1 Impostos, Taxas e Contribuio de Melhoria

Definido no CTN e, mencionado na obra de Fabretti (2003, p. 116) art. 16, imposto o tributo cuja obrigao tem por fato gerador uma situao independente de qualquer atividade especfica, relativa contribuinte" O imposto uma vez institudo por lei como estabelece a CF, passa a ser devido ao rgo ao qual pertence, Unio, Estado ou Municpio ou ao Distrito Federal. Pgas (2007) menciona que a definio de taxa est nos artigos 77 e 78 do CTN e, que tem como fato gerador o exerccio do poder de direito e a utilizao do servio pblico transcrito no art. 77. Para ele o poder de polcia que est relacionado com a disciplina, o interesse pblico, a ordem a segurana e a tranqilidade mantendo os direitos individuais coletivos, so encontradas no art. 78. Nos artigos 81 e 82 do CTN est o correlato sobre a contribuio de melhorias que pode ser cobrada em virtude de obra pblica que traga valorizao imobiliria.

3.2.2 Sujeito e Contribuinte

A definio de contribuinte e do responsvel tributrio pode ser encontrada no artigo 112 do CTN

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Para os autores o contribuinte passa a ser o sujeito passivo da obrigao tributria e tem relao pessoal e direta com o fato gerador, em alguns casos o contribuinte de fato passa a ser o responsvel pela obrigao tributria, por exemplo, quando uma empresa faz a reteno de Imposto de Renda Retido na Fonte IRRF, em folha de pagamento, o contribuinte passa a ser o funcionrio, mas o responsvel pela arrecadao junto ao fisco como seu depositrio responsvel a empresa e no caso de no o fazer declarado como depositrio infiel sujeito pena de priso (Lei 8866/94).

3.2.3 - Tributos Incidentes sobre o Faturamento

3.2.3.1 - PIS e COFINS

Esses dois tipos de tributos incidem sobre o faturamento, simultaneamente emisso da nota fiscal no momento da entrega de bens ou servios. Todo o fundamento sobre esses dois tributos esto relacionados no art. 195 da CF/1988, ambos de competncia da Unio, segundo Oliveira (2008). Pgas (2007) assegura que a alquota de Contribuio ao Programa de Integrao Social - PIS para o lucro presumido e arbitrado de 0,65%, e para o lucro real est definida em 1.65%. J para a Contribuio Social para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, a legislao estabelece que as empresas optantes pelo lucro presumido e arbitrado a alquota de 3% e, para as optantes pelo lucro real o percentual de 7,6%.

3.2.3.2. - PIS e COFINS no Cumulativos

Alegam Fabretti (2007) e Pgas (2007), que o PIS no cumulativo est transcrito na Lei n 10637/02 e a COFINS na Lei n 10.833/03, esse processo de cumulatividade permitido para as empresas optantes pelo lucro real. Os efeitos destes tributos trouxeram um aumento na alquota do PIS que era de 0,65% para 1,65%, o mesmo

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ocorrendo com a COFINS que passou da alquota de 3,00% para 7,65%, sobre o faturamento mensal, independente de sua denominao ou classificao fiscal. Em contrapartida, poder ser descontados pela pessoa jurdica, crditos com aplicao da alquota de 1,65% (PIS) e de, 7,6% (COFINS), sendo contabilizados como PIS a recuperar e, como COFINS a recuperar, sobre alguns itens:

I - bens adquiridos para revenda, exceto as quais a contribuio seja exigida da empresa vendedora (substituio tributria); II encargos de depreciao de bens adquiridos para utilizao de fabricao de produtos destinados a venda; e III aluguis de prdios, mquinas e equipamentos, pagos pessoa jurdica, utilizados nas atividades da empresa; e demais itens.

Aps o clculo sobre a receita bruta mensal da pessoa jurdica, onde ser encontrado o valor do PIS devido e da COFINS devida, feito a apurao do valor a ser recolhido atravs da apurao do valor devido com aos crditos existentes, acrescenta Oliveira (2008).

3.2.3.3 Imposto de Renda e Adicional

A competncia deste imposto vem da Unio, a textualizao sobre o Imposto de Renda IR est discriminado no art. 43 do CTN e a ocorrncia do fato gerador so verificadas pela obteno de resultados positivos gerando desta forma o lucro. A base de clculo do IR com alquota de 15% (quinze) por cento ser determinada pelo montante real, presumido ou arbitrado das rendas e proventos de qualquer natureza na forma do Regulamento do Imposto de Renda. Os valores arrecadados pelo imposto de renda conforme a CF/88, quase 50 (cinqenta) por cento so obrigatoriamente repassados para os Estados e Municpios. Definido e conceituado pela CF, o imposto de renda deve atender a trs critrios bsicos: generalidade, universalidade e da progressividade. A generalidade tem como base textual que toda e qualquer forma de renda ou provento dever ser tributada conforme a origem da Lei.

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Como estabelece na CF pela universalidade, o tributo dever ser cobrado de todos que auferirem renda sem distino alguma. J na progressividade est estabelecido em lei que o imposto de renda deve ser graduado por faixas com alquotas mais elevadas para faixas maiores de renda e para as faixas de menor renda aplica-se uma alquota menor. Pela forma da Lei n 9.430/96 em seu art. 3 encontra-se a determinao que as Pessoas Jurdicas PJ optantes pelo regime de lucro real, presumido ou arbitrado, quando o lucro exceder o limite de R$ 20.000,00 (Vinte Mil Reais) mensais est sujeita a aplicao do adicional de imposto de renda com a alquota de 10% (dez) por cento sobre o excedente, como alegam Pgas (2007) e Fabretti (2007). A legislao exige a entrega anual da Declarao Anual de Informaes Econmicas Fiscais das Pessoas Jurdicas DIPJ, contendo todas as informaes da empresa independente do regime mensal ou trimestral e da forma de tributao por ela escolhida. Faz-se tambm necessrio como nos lembram os autores, a entrega mensal ou semestral (IN SRF n 695/2006) da Declarao de Dbitos e Crditos Federais DCTF onde informado os valores devidos dos tributos federais (IPI, IR, CSL, PIS, COFINS, CIDE e CPMF) com seus respectivos pagamentos e compensaes.

3.2.3.4 Contribuio Social sobre o Lucro Lquido

A competncia deste imposto de exclusividade da Unio, a Contribuio Social sobre o Lucro CSLL, foi instituda pela Lei 7.689/88, tem como definio que os valores arrecadados com este imposto, ficam 100% (cem) por cento para a Unio com o objetivo de financiar a seguridade social, no repassada para os Estados e Municpios. A contribuio deste imposto tem como alquota o valor de 9,0% (nove) por cento sobre a base de clculo. Para a apurao do I da CSLL pelo lucro real, executado a partir do resultado do exerccio antes da proviso do IR, contabilmente falando, resultado contbil (econmico), passando esse valor para o livro fiscal conhecido como Livro de Apurao do Lucro Real LALUR, onde aps adies e excluses so apurados os valores destes dois impostos.

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3.3 Empresas Obrigadas a Escriturao Contbil

Alegam os autores que, toda empresa poder optar pelo lucro presumido desde que no seja obrigada ao regime de tributao do lucro real. O limite mximo para apurao do lucro presumido de R$ 48 milhes conforme determina a Lei 10.637/02, e conforme esclarece o art.. 527 do Regulamento do Imposto de Renda - RIR/99 o contribuinte que possui sua tributao pelo lucro presumido pode utilizar a escriturao contbil (livro dirio ou livro razo) ou o livro caixa; a permisso aceita pela Secretaria da Receita Federal SRF para a no utilizao da escriturao contbil no caso do lucro presumido tem validade apenas para esse rgo. J pelo Novo Cdigo Civil Brasileiro no art. 1179 da Lei 10.406/02 a exigncia da escriturao contbil est reproduzida por Pgas (2007, p. 406),

art. 1.179. O empresrio e a sociedade empresaria so obrigados a seguir um sistema de contabilidade mecanizada ou no; com base na escriturao uniforme de seus livros, em correspondncia com a documentao respectiva e a levantar anualmente o balano patrimonial e o resultado econmico.

Quando da escolha do regime tributrio para o lucro real, a empresa dever manter a escriturao obedecendo legislao comercial (contbil) e a fiscal, mantendo para comprovar os livros:

I Livro Dirio; II Livro Razo; III Livro para Registro de Inventrio; IV Livro para Registro de Entradas; V- Livro de Apurao do Lucro Real LALUR; VI Livro para Registro de Estoque; e VII Livro de Movimentao de Combustveis

Alm da obrigao da escriturao, da guarda e manuteno dos livros exigidos pelo fisco, afirma Fabretti (2000), que a empresa deve prestar informaes atravs das declaraes:

I - DIPJ Declarao de Informaes Econmico-Fiscais da Pessoa Jurdica;

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II DCTF Declarao de Dbitos e Crditos Tributrios Federais Mensais; e III DACON Demonstrativo de Apurao de Contribuies Sociais.

3.3.1 Demonstrao do Resultado do Exerccio DRE

A Demonstrao do Resultado do Exerccio DRE, expressa composio do resultado lquido do perodo, isto , o lucro ou o prejuzo obtido no exerccio social. Informa Oliveira (2008), que a estrutura desta DRE pode ser verificada no art. 187 da Lei das Sociedades por Aes. Quando se elabora a DRE passa a ser colocado em prtica o princpio contbil da competncia mediante a confrontao das receitas, custos e despesas que, ao final de cada perodo so transferidas para uma conta transitria para apurao do resultado, no se acumulando valores para o perodo social seguinte. Fabretti (2007) afirma que a DRE demonstra quanto que cada elemento do processo operacional influiu no resultado final abrindo um leque de oportunidades para uma analise gerencial que passa a ter em mos dados concretos de quanto que cada um destes processos representou neste perodo de retorno efetivo dos investimentos dos proprietrios.

A estruturao da DRE conforme o art. 187 baseia-se a seguir:

I Receita Bruta de Vendas ou Servios: o faturamento mensal pela venda de produtos, mercadorias e prestao de servios.

II - Dedues: referentes s devolues, abatimentos, tributos sobre vendas.

III Receita Operacional Lquida: resultado apurado deduzindo-se a receita bruta das dedues obtidas.

IV Custos das Mercadorias ou Servios Vendidos: valor do custo da mercadoria obtida, custo dos produtos vendidos e custo dos servios prestados, valores basicamente do preo de compra.

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V - Lucro Bruto: resultado apurado da receita operacional lquida deduzindo-se os custos das mercadorias ou servios vendidos.

VI Despesas Operacionais: so despesas necessrias para o desenvolvimento da funcionalidade da empresa: administrativas, financeiras, entre outras.

VII Lucro Operacional: valor do lucro bruto deduzido das despesas operacionais.

VIII Receitas e Despesas no Operacionais: no fazem parte constituem o objetivo da empresa.

das operaes que

IX Resultado do Exerccio antes do Imposto de Renda: conhecido como Lucro Antes do Imposto de Renda LAIR o resultado total do valor do lucro operacional deduzindo as receitas e despesas no operacionais resultado conhecido como econmico-contbil.

X- Proviso para Imposto de Renda e Contribuio Social A partir do resultado econmico-contbil, afirmam os autores que se a empresa for optante pelo regime de lucro presumido deve-se aplicar a tabela do imposto de renda conforme a atividade econmica realizada pela empresa, e sobre est nova base de clculo aplicar a alquota de 15% (quinze) por cento para o IR e de 9% (nove) por cento para CSLL. Para as empresas optantes pelo regime de lucro real, a legislao tributria toma como ponto de partida esse resultado econmico-contbil, para a elaborao do LALUR que mediante adies, excluses e compensaes chega a uma nova base de clculo para IR e a CSLL, esse resultado puramente fiscal e nada tem a ver com o resultado econmico-contbil.

XI Lucro aps Imposto de Renda - LADIR: valor apurado aps a proviso o IR e CSLL.

XII Participao nos Lucros: aps o LADIR devem ser deduzidas as participaes definidas pelo estatuto da empresa de acordo com a ordem apresentada, com base nos lucros que sobraro depois de deduzida participao anteriormente calculada. As participaes no lucro se dividem em: debntures, empregados, administradores, partes beneficirias e contribuies para fundos de assistncia ou previdncia de empregados.

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XIII Resultado (Lucro ou Prejuzo) do Exerccio: valor positivo ou negativo apurado no exerccio aps a proviso do IR e CSLL e aps as devidas participaes.

3.3.2 Lucro Real

Segundo Fabretti (2000), o lucro real um conjunto fiscal e no um conceito econmico. No conceito econmico, o lucro o resultado positivo da soma. Refora Pegas (2007), que o lucro real s pode ser determinado pela escriturao contbil, muitas vezes a empresa apresenta um resultado econmico negativo (prejuzo), mas como determina a legislao no art. 247 na escriturao do LALUR, permitido que se faa ajustes para adicionar (despesas indedutveis) e para excluir (receitas indedutveis) e a compensao de prejuzos acumulados, apurando desta forma para fins fiscais um lucro real que ser tributado. Para eles, a tributao pelo lucro real no feita sobre o resultado contbil apurado na DRE e, em cumprimento aos preceitos da lei tributria, tem uma forma especfica para esses tributos sobre o lucro, para essa transformao do lucro apurado na contabilidade em lucro fiscal. O lucro fiscal registrado no LALUR ser determinado pelas receitas e despesas tributadas aceitas pelo fisco. Os valores lanados na contabilidade referente s despesas que diminuem o lucro, e que, diante da legislao do IR so indedutveis devem ser adicionados ao lucro contbil, assim como, as receitas registradas na contabilidade que acrescentam o resultado contbil, mas no reconhecida pelo fisco, devem ser excludas do lucro contbil ao ser registrada no LALUR. O LALUR um livro fiscal para a demonstrao da passagem do lucro contbil para o lucro fiscal, constitudo por duas partes, sendo que na parte A so registrados os ajustes, adies, excluses e as compensaes, j na parte B so apuradas os saldos dos prejuzos acumulados, conforme asseguram os autores.

Para os registros referentes parte A do LALUR:

I- Adies: os custos, despesas, encargos, perdas, e outros valores que no sejam dedutveis, mas o fisco exige seu reconhecimento.

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II Excluses: os rendimentos, receitas e outros valores includos reconhecido com receita contbil, porm, a legislao fiscal no reconhece como sendo uma receita. Quando retirado do resultado contbil o lucro ser diminudo, portanto, feito a excluso do lucro lquido do perodo.

III Compensao: a legislao fiscal permite que seja feito a compensao dos prejuzos fiscais dos exerccios seguintes desde que registrados no livro LALUR, com limite de 30% (trinta) por cento do lucro lquido ajustado pelas adies e excluses.

J, para os registros referentes parte B do LALUR:

Menciona Pegas (2007) que so registrados os valores que sero utilizados no futuro e por determinao do fisco podero ser compensado com limite de 30% (trinta) por cento do valor do lucro pelas adies e excluses ajustado no perodo, permanecendo o valor no compensado registrado em prejuzos acumulados na parte B do LALUR, para futura compensao. Para todos esses fatos registrados tambm na parte B do LALUR, a legislao fiscal exige a manuteno dos livros e documentos comprobatrios do montante do prejuzo fiscal utilizado para a compensao. Deixa bem claro Pgas (2007), que a empresa no poder compensar seus prejuzos fiscais se entre a data da apurao e da compensao do prejuzo fiscal, ocorrer modificaes do controle societrio e modificaes do ramo de atividade. O fisco permite duas formas de opo de enquadramento s empresas com regime de tributao pelo lucro real:

I lucro real trimestral; e II lucro real anual com antecipao mensal em bases estimadas.

Asseguram Fabretti (2007) e Pegas (2007), que pela tributao trimestral o IR e CSL devido trimestralmente, e no final do exerccio no haver imposto para pagar ou a recuperar completam os autores do FIPECAFI (2003). J, para a opo mensal de estimativa requer a apurao em 3l de dezembro ou, mesmo no caso de encerramento das atividades da empresa, os tributos que j foram recolhidos mensalmente so considerados como antecipao do valor devido, desta forma os

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recolhimentos reduzem a proviso de IR e CSLL do passivo, que devem ser comparados na apurao do exerccio.

3.3.3 - Lucro Presumido

Correlacionam as mesmas opinies Pegas (2007) e Fabretti (2007) que o lucro presumido est textualizado nos art. 516 a 528 do Decreto n 3000/99 RIR e que, est uma forma de tributao onde o fisco presume um percentual de lucro sobre a receita da empresa atravs do tipo de atividade econmica por ela exercida. A forma de tributao escolhida pela empresa passa a ser manifestada ao fisco atravs do primeiro Documento de Arrecadao da Receita Federal DARF onde sua tributao passa a ser evidenciada pelo cdigo nela informado pela pessoa jurdica, ficando o mesmo obrigado a esta forma de tributao pelo perodo de todo exerccio fiscal. O lucro presumido deve ser calculado trimestralmente e o recolhimento deve acontecer no ltimo dia de abril ou conforme permite a lei, ainda poder ser parcelado em trs cotas iguais e sucessivas com vencimento nos meses de abril, maio e junho com acrscimo e juros a partir da segunda cota sendo que, a valor das cotas no podero ser inferior a R$ 1.000,00 (Mil Reais). Antes de aplicar a alquota de 15% para IR e 9% para CSLL, antecede-se a tabela de percentual logo abaixo, sobre a receita bruta conforme a atividade econmica da empresa, percentual este onde a receita federal presume um lucro sobre a receita obtida, chegando assim a base de clculo para o IR e CSLL. Caso exista IR e CSLL retidos na fonte, ao ser apurado o valor devido destes impostos feito a compensao no momento do recolhimento do DARF. Pgas (2007) afirma que o lucro presumido deve ocorrer para empresas bem lucrativas quando a empresa tem uma margem de lucro reduzida, a tendncia natural o lucro real como melhor opo. Para o clculo da estimativa mensal aps a aplicao da tabela de presuno onde fica apurada a base de clculo para o IR, caso a empresa tenha auferido acima de R$ 20.000,00 (Vinte Mil Reais) no ms, aplicar o adicional de 10% sobre o excedente do IR, alm dos 15% correspondente a alquota do relacionado imposto.

Percentuais de Presuno do IRPJ aplicveis sobre a receita.

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Atividade Comercial, industrial, transporte de carga e servios hospitalares Revenda, para consumo, de combustvel derivado de petrleo, lcool etlico carburante e gs natural Prestao de servio em geral Intermediao de negcios (inclusive representao comercial por conta de terceiros e corretagem de seguros, imveis e outros). Administrao, locao ou cesso de bens mveis e imveis (exceto a receita de aluguis, quando a pessoa jurdica no exercer a atividade de locao de imveis). Administrao de consrcios de bens durveis. Cesso de direitos de qualquer natureza. Construo por administrao ou por empreiteira unicamente de mo-de-obra. Servios de transporte, exceto o de cargas. Revenda de mercadorias. Venda de produtos de fabricao prpria. Industrializao por encomenda (material fornecido por quem encomendou). Atividade Rural Representao comercial por conta prpria. Loteamento de terrenos, incorporao imobiliria e venda de imveis construdos ou adquiridos para a revenda. Execuo de obras de construo civil com emprego de materiais. Prestao de servios hospitalares. Transporte de cargas. Outras atividades no caracterizadas como prestao de servios. Fonte: Prtica Tributria da Micro, Pequena e Mdia Empresa 2006

% 8,0 1,6

32*

16

8

Percentuais de Presuno do CSLL aplicveis sobre a receita.Atividade Revenda, para consumo, de combustvel derivado de petrleo, lcool etlico carburante e gs natural Venda de mercadorias ou produtos Servios de transportes / hospitalares Atividade rural / atividade imobiliria / construo por empreita Industrializao por encomenda (material fornecido por quem encomendou). Outras atividades no caracterizadas como prestao de servios. Prestao de servio em geral que no estejam previstos percentuais especficos inclusive por sociedades civis de profisses regulamentadas Intermediao de negcios (inclusive representao comercial por conta de terceiros e corretagem de seguros, imveis e outros). Servios de mo-de-obra de construo civil, quando a empregadora no empregar materiais Fonte: COAD - IRPJ Presumido e Arbitrado 2007 %

12

32

31

* As pessoas jurdicas cujas atividades sejam, exclusivamente, as assinaladas (*), podem utilizar, para determinao do lucro presumido, o percentual de 16% (dezesseis) por cento, desde que as respectivas receitas no ultrapassem, em cada ano, o limite de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil) As receitas financeiras no entram nos clculos do IR por estimativa e, so permitidas dedues de incentivos fiscais, j para o lucro presumido passa a ser permitido s receitas financeiras e no permitida a deduo de incentivos fiscais como atestam os autores. A CSLL permanece igual tanto para estimativa mensal como pelo lucro presumido. Alegam os autores que, permitido as empresas a comparao entre o clculo estimado com o clculo pelo lucro real para opo do menor imposto. O recolhimento ser sempre como estimativa mensal, mesmo que a opo escolhida seja o balancete de suspenso/reduo pelo lucro real, tem que ser observado as exigncias do art. 230 do RIR/99. Em janeiro do ano seguinte ocorre a comparao entre o imposto devido com o recolhimento antecipado ocorrido mensalmente pela estimativa mensal, caso o valor j recolhido mensalmente tenha sido menor que o valor devidamente apurado, a lei permite que a diferena do imposto seja efetuado at o ms de maro do ano seguinte.

3.3.4 Lucro Arbitrado

O arbitramento ocorre quando a pessoa jurdica tenha cometido falhas na lei conforme detalha o art. 530 do RIR decreto 3000/99, para Pgas (2007) a freqncia de arbitramento do fisco est relacionado com a falta da escriturao contbil, a falta de contabilizao das operaes bancrias referentes a depsitos e emisses de cheque, acrescenta Fabretti (2000), que pode ser pela opo indevida da forma de tributao. Aborda a mesma posio sobre a forma de arbitramento Fabretti (2007) e Pegas (2007) informando duas formas: uma quando a receita bruta conhecida e a outra quando a receita for desconhecida. Para os casos quando a receita for conhecida o IR ser determinado conforme a aplicao dos percentuais utilizados no lucro presumido acrescido de 20% (vinte ) por cento, j para a CSLL procede-se a mesma forma de tributao do lucro presumido.

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J, quando a receita no for conhecida o fisco pode utilizar as seguintes formas como percentual sobre os valores do ativo, ou sobre a folha de pagamento, a autoridade tributria escolher a melhor forma.

3.3.5 Simples Nacional

Pela Lei Complementar n 123/2006 a partir de 1 de julho de 2007 ficou institudo o Regime Especial Unificado de Arrecadao de Tributos e Contribuies Simples Nacional - para as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Atesta Oliveira (2008), que so considerados Microempresa ou Empresas de Pequeno Porte, a sociedade empresria, a sociedade simples e o empresrio a que se refere o art. 966 da Lei n 10.406 de 10 de janeiro de 2002, registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurdicas. Refora Pgas ao mencionar que, o Simples Nacional passou a vigorar a partir de l de julho de 2007 em substituio ao Simples Federal. Esse imposto consiste em um nico recolhimento mensal, aplicandose um percentual estabelecido por Lei, abrangendo os seguintes impostos:

I - Imposto de Renda Pessoa Jurdica. II - Contribuio Social sobre o Lucro Lquido. III Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social. IV Contribuio para os Programas de Integrao Social e de Formao do Patrimnio do Servidor Pblico. V- As contribuies para a Seguridade Social, a cargo da Pessoa Jurdica. VI Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal. VII Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza.

So considerados Microempresas, aquelas que possuem receita bruta no ano calendrio igual ou inferior a R$ 240.000,00 (Duzentos e Quarenta Mil Reais), e, para serem reconhecidas com Empresa de Pequeno Porte aquelas que obtiverem receita bruta anual

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superior a R$ 240.000,00 (Duzentos e Quarenta Mil) e inferior a R$ 2.400.000,00 (Dois Milhes e Quatrocentos Mil Reais). Existem alguns impedimentos para as empresas serem enquadradas no Simples Nacional, como o caso das sociedades por aes, cujo capital participe outra pessoa jurdica, que tenha scio domiciliado no exterior, que preste servio de comunicao, que realize atividade de consultoria, entre outras.

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4 - ESTUDO DE CASO

Aqui completa o estudo de caso como forma de aplicar os conceitos dos captulos apresentados anteriormente.

4.1 A Empresa Objeto de Estudo

A empresa Center Plaza Materiais para Construo Ltda aqui descriminada com nome fictcio, para a preservao da identidade econmica da empresa, j conceituada no mercado h vrios anos no ramo de comrcio varejista de materiais para construo, faz parte da regio metropolitana de Campinas, Estado de So Paulo. Essa empresa aps um planejamento tributrio alterou seu regime de tributao de lucro presumido para lucro real, reduzindo os custos da carga tributria com as oportunidades oferecidas pela forma da lei como consta no captulo 3.1.1.

4.2 Caractersticas da Empresa

A empresa Center Plaza Materiais para Construo Ltda foi fundada em 04/03/1998, possuem 02 (dois) scios, um quadro de colaboradores de 15 (quinze) pessoas, a mesma est localizada no interior de So Paulo nas cidades de Jaguarina, Pedreira, Artur Nogueira, Santo Antonio de Posse e Campinas, e, como j mencionado anteriormente fazem parte da regio metropolitana de Campinas Ela oferece aos consumidores uma linha de variedade de materiais de construo como: ferragens, ferramentas manuais e produtos metalrgicos, vidros, espelhos e vitrais, tintas e madeiras.

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4.3 Clientes e Fornecedores

Aqui destaco 03 (trs) dos principais clientes desta empresa, entre outros:

I - Cia de Bebidas das Amricas; II - Compunews Pedreira Comrcio de Computadores e Acessrios; e III - Jaguar Educacional S/C Ltda.

Enriquecendo a quantidade e qualidade de produtos com preo acessvel a esta empresa e propiciando um bom desenvolvimento no mercado, menciono 03 (trs) dos principais fornecedores entre outros:

I Basf S.A; II Maza Produtos Qumicos Ltda; e III Sherwin Williams do Brasil Indstria e Comrcio Ltda

4.4 Planejamento Tributrio na Empresa de Estudo de Caso

O planejamento tributrio realizado na empresa Center Plaza Materiais para Construo Ltda vem demonstrar atravs de fatos concretos que no basta apresentar uma boa contabilidade apenas para cumprir as exigncias do fisco. Conforme o CFC, a contabilidade tem princpios a serem seguidos como o caso do princpio da continuidade que vem de encontro com os objetivos dos scios que a maximizao dos lucros e a continuidade da empresa. O primeiro passo nasceu da credibilidade do cliente em relao ao contador como mencionado no captulo 2.5. Criado esse vinculo as informaes fornecidas pelos proprietrios da empresa so de suma importncia para que o contador possa ter em mos relatrios gerenciais e demonstraes contbeis da verdadeira situao da empresa para uma anlise mais detalhada. Um dos maiores custos para a empresa a carga tributria designada pelo governo e, sendo um desafio para os empresrios e para os contadores, pois os impostos

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precisam ser recolhidos apesar de serem altos, verifique captulo 3.2.3. Um bom profissional contbil no se prende somente aos assuntos contbeis, mas, precisa ter um vasto conhecimento das reas ligadas a contabilidade, desta forma para que ocorra um bom planejamento tributrio o contador tem que conhecer a acompanhar todas as mudanas na legislao. No momento em que foi realizado o estudo tributrio da empresa Center Plaza Materiais para Construo Ltda, foi constatado que, o regime tributrio adotado de lucro presumido j conceituado anteriormente no captulo 3.3.3 estava trazendo um custo muito elevado para a empresa. Neste mesmo estudo notaram que se a empresa adota-se o regime tributrio de lucro real, j mencionado no captulo 3.3.2 ela passaria a ter uma conteno de custos considervel. Para a realizao deste planejamento tributrio conforme podemos notar no captulo 3.1, o contador buscou brechas lcitas oferecidas pela prpria legislao atravs da eliso fiscal, de fcil verificao no captulo 3.1.1. Aps a constatao dos fatos, e observando as exigncias da lei que uma empresa no pode mudar seu regime tributrio dentro do exerccio social em que se encontra, a empresa se preparou para a mudana no exerccio seguinte passando a adotar o regime de lucro real a partir do exerccio de 2006.

4.5 Demonstraes dos Clculos sobre os Impostos

Os clculos referentes aos impostos que sero demonstrados neste captulo tem como base o faturamento do primeiro trimestre de 2008 janeiro, fevereiro e maro englobando as cidades de Jaguarina, Pedreira, Artur Nogueira, Santo Antonio de Posse e Campinas, conforme a abordagem deste projeto sobre o regime de lucro presumido e regime de lucro real.

4.5.1 Clculos Desenvolvidos pelo Regime de Lucro Presumido

I PIS: toma-se como base o faturamento bruto multiplicado pela alquota do PIS = 0,65% (sessenta e cinco) por cento, conforme conceito no captulo 3.2.3.1

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Faturamento R$ 3.556.862,25

Al[iquota do PIS % 0.65

PIS a recolher R$ 23.119,60

II COFINS: toma-se como base o faturamento bruto multiplicado pela alquota da COFINS de 3% (trs) por cento, podendo ser tambm verificado no captulo 3.2.3.1

Faturamento R$ 3.556.862,25

Alquota da COFINS % R$ 3,00

COFINS a recolher R$ 106.705,87

III IRPJ: toma-se como base o faturamento bruto e aplica-se a alquota de percentual de presuno do lucro conforme a atividade econmica da empresa, neste caso o percentual utilizado de 8% (oito) por cento, com o valor obtido aplica-se a esta nova base a alquota do IR de 15 % (quinze). Todo este processo pode ser verificado no captulo 3.3.3, juntamente com a tabela que se encontra na pgina 30.

Faturamento R$ 3.556.862,25

8% Presuno do Lucro 284.548,98

15 % IR 42.682,35

Proviso IRPJ R$ 42.682,35

IV- ADICIONAL DE 10% (DEZ) POR CENTO: neste caso a presuno do lucro excedeu o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ao ms, e, como determina a lei tem que ser feito a excluso deste limite, e, em seguida aplicar o percentual de 10 % (dez) por cento do adicional do IR sobre est diferena. Para um melhor entendimento, este assunto encontra-se no captulo 3.2.3.3.

8% Presuno do lucro 284.548,98

(-)Excedente 60.000,00

Base Adicional 10% 224.548,98

Adicional R$ 22.454,90

V CSLL: aplica-se ao faturamento bruto o percentual exposto na tabela de presuno do lucro presumido conforme a atividade econmica da empresa, neste caso o percentual

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aplicado de 12 % (doze) por cento, o valor encontrado passa a ser a base de clculo que dever ser aplicado o percentual da CSLL de 9% (nove) por cento. Para uma melhora abordagem verificar o captulo 3.2.3.4.

Faturamento R$ 12% Presuno do lucro 3.556.862,25 426.823,47

9 % CSLL 38.414,11

Proviso CSLL R$ 38.414,11

4.5.2 Clculos Desenvolvidos pelo Regime de Lucro Real

I PIS e PIS No Cumulativo: para o clculo do PIS toma-se como base o faturamento bruto multiplicado pela alquota do PIS = 1,65% (hum, sessenta e cinco) por cento, conforme conceito no captulo 3.2.3.1. J para o clculo do PIS no cumulativo tm que ser observado as dedues permitidas em lei conforme textualizadas no captulo 3.2.3.2, o percentual aplicado de 1,65% (hum, sessenta e cinco) por cento, aps a confrontao dos valores entre PIS e PIS no cumulativo apura-se o valor a ser recolhido.

Faturamento PIS (1,65) x total do Faturamento Base do PIS no cumulativo PIS (1,65) x base PIS no cumulativo Diferena (PIS PIS no cumulativo) PIS a recolher

R$ 3.556.862,25 R$ 58.688,23 R$ 2.904.736,36 R$ 47.928,15 R$ 58.688,23 R$ 47.928,15 R$ 10.760,08

II COFINS E COFINS No Cumulativo: tanto para a COFINS e COFINS no cumulativa, o percentual utilizado de 7,60 % (sete, sessenta), sendo que est alquota aplicada sobre o faturamento bruto conforme o captulo 3.2.3.1, e para a COFINS no cumulativa tem que ser observado s dedues permitidas em lei tambm computada no captulo 3.2.3.2, deduzindo-se os valores e obtendo o valor a ser recolhido.

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Faturamento COFINS (7,60 %) x faturamento Base COFINS no cumulativo COFINS (7,60%) x base COFINS no cumulativo Diferena (COFINS - COFINS no cumulativo) COFINS a recolher

R$ 3.556.862,25 R$ 270.321,53 R$ 2.904.736,36 R$ 220.759,96 R$ 270.321,53 R$ 220.759,96 R$ 49.561,57

Demonstrativo dos crditos cumulativos desta empresa

Crditos A -Valor das Vendas do Ms (-) Dedues Bens adquiridos para Revenda CFOP 1.102/ 2.102/ 1.910/1.403/2.403 * CFOP 1.411/1.202 - Devoluo de Venda) Bens Utilizados como Insumos CFOP 1.556 /2.556/ 1.407 * Servios Utilizados como Insumos CFOP 1.949 / 1.933 / 2.949 * Desps Energia Eltrica/combustivel Encargos de Amortiz./ Depreciao Outros valores com Direito a Crdito B -Base de clculo para dedues C - PIS ( A x C) D - COFINS ( A x D ) E - PIS no cumulativo ( B x E ) F - COFINS no cumulativo ( B x F) G - PIS a recolher ( C - E = G ) H - COFINS a recolher ( D - F = H )* CFOP Cdigo Fiscal de Operaes e Prestaes

R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

Valores 3.556.862,25 1.944.943,30 856.723,40 35.847,90 15.874,22 13.456,99 12.903,00 24.987,55 2.904.736,36 58.688,23 270.321,53 47.928,15 220.759,96 10.760,08 49.561,57

Abaixo descrio dos CFOP s utilizados nos crditos deste estudo de caso. I- CFOP 1.102/2.102: compras para comercializao (dentro e fora do estado). II- CFOP 1.910: entrada de bonificao, doao ou brindes.

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III - CFOP 1.403/2.403: compras para comercializao sujeita a regime de substituio tributria (dentro e fora do estado). IV CFOP 1.556/2.556: compra de mercadoria para uso ou consumo (dentro e fora estado). VI CFOP 1.407: compra de mercadoria para uso ou consumo sujeito a regime de substituio tributria. VII - CFOP 1.949/2.949: outras entradas ou prestao de servio no especificado anteriormente (dentro e fora do estado) VIII CFOP 1.933: aquisio de servio trabalhado pelo ISSQN. IX CFOP 1.202/1.411: Devoluo de venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros/ sujeita a regime de substituio tributria.

III - IRPJ: como j conceituado no captulo 3.3.2, o imposto de renda parte do valor apurado na DRE, de fcil verificao no captulo 3.3.1, item IX.. Esse valor apurado conhecido como lucro contbil, transportado para o LALUR onde ocorrem as adies, excluses e compensaes conforme as exigncias do imposto de renda. No caso da empresa Center Plaza Materiais para Construo Ltda, na parte A do LALUR no houve nenhuma adio e excluso, porm, j na parte B do mesmo livro ocorreu a compensao de prejuzos acumulados de anos anteriores como podemos verificar abaixo.

Livro de Apurao do Lucro Real Parte A 31/03/2008 Lucro Contbil R$ 264.582,30

(+) Adies

R$ 0,00

R$ 0,00

(-) Excluses

R$ 0,00

R$ 0,00

Lucro Fiscal

R$ 264.582,30

Compensaes de Prejuzos Fiscais Limite 264.582,30 x 30% = R$ 79.374,69 R$ 79.374,69 ( R$ 79.374,69)

Lucro Real

R$ 185.207,61

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Livro de Apurao do Lucro Real Parte B 31/03/2008 Saldo Acumulado de Prejuzos (-) Compensao do 1 trimestre/2008 R$ 79.374,69 R$ 187.526,74 ( R$ 79.374,69)

Saldo acumulado de Prejuzos

R$ 108.152,05

Demonstrativo do clculo do IRPJ

Lucro Real R$ 185.207,61

Alqutoa do IR % 15

Proviso de IRPJ R$ 27.781,14

Demonstrativo do clculo do adicional do IR

Lucro Real R$ (-) Excedente Base adicional 10% 185.207,61 60.000,00 125.207,61

Adicional R$ 12.520,76

Demonstrativo do clculo CSLL

Lucro Real R$ 185.207,61

Alquota da CSLL % 9

Proviso CSLL R$ 16.668,68

4.5.3 Grfico de Comparao de Impostos

Podemos verificar no quadro abaixo a diferena considervel da conteno de impostos pelo novo regime adotado pela empresa

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Demonstrativo dos impostos apurados Regime Lucro Presumido x Regime de Lucro Real Faturamento/Impostos Regime Lucro Regime Lucro Diferena Presumido (valores R$) Faturamento PIS COFINS IRPJ ADICIONAL IRPJ CSLL Totais Impostos 3.556.862,2523.119,60

de Diferena Percentual

em

Real em em R$)

(valores Valores R$

3.556.862,25 10.760,08 49.561,57 27.781,14 12.520,76 16.668,68 117.292,23

0,00 -12.359,52 -57.144,30 -14.901,21 -9.934,14 -21.745,43 - 116.084,60

0,00 -53,45 -53,55 -34,91 -44.24 -56,61 - 242,76

106.705,87 42.682,35 22.454,90 38.414,11 233.376,83

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Concluso

Pelo estudo de caso apresentado e tendo como base toda a metodologia descrita acima, chego concluso que toda empresa deve estar bem estruturada envolvendo uma cumplicidade entre empresrios e contador, para juntos buscarem um planejamento empresarial visualizando seu empreendimento para o prximo ano de maneira preventiva. Os empresrios participam fornecendo ao contador todas as informaes envolvidas com a empresa, j o contador leva aos empresrios as informaes que no so pertinentes a eles, por isso, procuram pessoas qualificadas para o devido assunto. Sem o planejamento tributrio desenvolvido com o propsito de reduzir os custos da carga tributria pelo contador, os empresrios no saberiam sobre a existncia na prpria lei de condies que possibilitam a reduo de impostos, e, com esse planejamento ambos conseguem avaliar quais as vantagens e as desvantagens da nova mudana de regime tributrio. O estudo da empresa Center Plaza Materiais para Construo Ltda permite a visualizao objetiva da realidade econmica gerada pela mudana tributria na empresa, pois, a diferena de valores bem considervel e a empresa est deixando de pagar um valor muito mais alto de impostos do que o necessrio, minimizando seu custo e gerando uma economia de 242% (duzentos e quarenta e dois) por cento. A opo pelo regime de Lucro Real trouxe a empresa condies de compensar prejuzos anteriores que estavam sendo acumulado pelo antigo regime de lucro presumido; trouxe tambm a reduo do imposto de renda a ser recolhido que compensado deste prejuzo anterior, e, a deduo dos crditos cumulativos nos impostos do PIS e da COFINS, demonstrando que para a opo da forma tributria a ser realizada na empresa tem necessariamente que ser comprovada por um planejamento tributrio. A funo do contador procurar sempre a melhor opo a ser realizada na empresa independente do trabalho que isso possa gerar, pois, no caso da mudana do regime de lucro presumido para lucro real, o contador passa a ter mais trabalho, pois a forma de regime de lucro real exige que seja feito a contabilidade mensalmente, e sem a participao mtua entre empresrios e contador a empresa se torna muito onerosa.

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Referencias Bibliogrficas

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