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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Danielli Venancio Consentino Dorely da Silva Carvalho Mariane Fonseca Pires de Souza Rafaela de Freitas Alves PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO VOLTADO PARA A GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE UMA EMPRESA Estocar Estofados Guarantã Guarantã/SP LINS SP 2011

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Administração

Danielli Venancio Consentino

Dorely da Silva Carvalho

Mariane Fonseca Pires de Souza

Rafaela de Freitas Alves

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO VOLTADO

PARA A GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE

UMA EMPRESA

Estocar Estofados Guarantã – Guarantã/SP

LINS – SP

2011

0

DANIELLI VENANCIO CONSENTINO

DORELY DA SILVA CARVALHO

MARIANE FONSECA PIRES DE SOUZA

RAFAELA DE FREITAS ALVES

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO VOLTADO PARA A GESTÃO E

DESENVOLVIMENTO DE UMA EMPRESA

LINS – SP

2011

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração, sob a orientação do Prof.º Me. Irso Tófoli e orientação técnica da Prof.ª Ma. Heloisa Helena Rovery da Silva.

1

Consentino, Danielli Venancio; Carvalho, Dorely da Silva; Souza, Mariane Fonseca Pires de; Alves, Rafaela de Freitas

Planejamento estratégico voltado para a gestão e desenvolvimento de uma empresa: Estocar Estofados Guarantã / Danielli Venancio Consentino; Dorely da Silva Carvalho; Mariane Fonseca Pires de Souza; Rafaela de Freitas Alves. – – Lins, 2011.

97p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2011.

Orientadores: Irso Tófoli; Heloisa Helena Rovery da Silva

1. Planejamento Estratégico. 2. Empresa Familiar. 3. Ferramentas Estratégicas. I Título.

CDU 658

C767p

2

DANIELLI VENANCIO CONSENTINO

DORELY DA SILVA CARVALHO

MARIANE FONSECA PIRES DE SOUZA

RAFAELA DE FREITAS ALVES

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO VOLTADO PARA A GESTÃO E

DESENVOLVIMENTO DE UMA EMPESA

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Aprovada em: ____/____/____

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: Irso Tófoli

Titulação: Mestre em Administração pela CNEC/FACECA - MG

Assinatura:

1º Prof(a):

Titulação:

Assinatura:

1º Prof(a):

Titulação:

Assinatura:

3

Agradeço a Deus pela presença constante em minha vida, sempre

iluminando meu caminho. Sinto que com o senhor ao meu lado posso enfrentar

qualquer obstáculo, obrigada por essa conquista.

Aos meus pais Ednei e Maria Aparecida, agradeço pela dedicação, amor

incondicional e apoio constante. Acho que nunca poderei retribuir o que fizeram

por mim, devo tudo a vocês, minha educação, meus valores e minha vida. Sem

vocês esse sonho não seria possível, obrigada por me proporcionar essa

alegria tão grande. Que Deus ilumine sempre nossa família! Amo muito vocês!

Ao meu irmão Gustavo, que mesmo estando longe, sempre me deu

força para essa realização. Você é muito especial!

Ao meu namorado Ricardo, que trouxe alegria nos dias difíceis, que

sempre me incentivou e compreendeu minha ausência durante a realização

desta pesquisa, obrigada pelo amor e carinho a mim dedicados. Te amo!

Aos nossos orientadores Irso e Heloisa, que contribuíram com seus

conhecimentos nos apoiando em todo o trabalho, obrigada pela atenção e

incentivo.

As minhas amigas Dorely, Mariane e Rafaela, vocês foram essenciais

para a realização desse sonho, agradeço a Deus por ter colocado pessoas tão

especiais na minha vida. Levarei nossa amizade para sempre, espero passar

por mais momentos de alegria com vocês. Obrigada por tornarem meus dias

mais divertidos!

Danielli Venancio Consentino

4

Dedico este trabalho a Deus, que sempre esteve ao meu lado nos

momentos bons e me carregou em seus braços nos momentos de dificuldade,

ouvindo as minhas orações, iluminando meus caminhos e servindo de

inspiração para a minha vida.

Aos meus amados pais Dorival e Sueli, que uniram seus nomes para

criar o meu, provando o imenso amor deles por mim desde que nasci.

Agradeço pelos valores que me foram ensinados, por toda dedicação,

confiança e por serem exemplo para mim, afinal os filhos são a cópia

caprichada dos pais. É com vocês que sonharam esse sonho comigo que

tenho o privilégio de comemorar mais essa conquista.

Meu irmão Henrique, que mesmo longe, acompanhou meu esforço e

torceu para que este dia especial chegasse.

Ao meu namorado Rafael pelo apoio e compreensão, principalmente nos

momentos em que precisei me ausentar para desenvolver a monografia.

Obrigada amor, pelas orações, carinho e paciência. Te amo!

Aos professores Irso e Heloisa que acreditaram nas ideias do grupo, nos

motivaram e também contribuíram com seu profissionalismo para a realização

deste trabalho.

Por fim, agradeço as minhas companheiras e amigas Danielli, Rafaela e

Mariane por tornarem nossos encontros produtivos e sempre muito

engraçados. Deus abençoe suas vidas e que momentos como o que estamos

vivendo sempre se repitam, pois para aqueles que crêem e não desistem os

sonhos de Deus jamais vão morrer. Aleluia!

Dorely da Silva Carvalho

5

Há tantos a agradecer, por tanta afeição dedicada a mim, que para não

correr o risco da injustiça, agradeço de antemão a todos que de alguma forma

passaram pela minha vida e contribuíram para a construção de quem sou hoje.

E agradeço, em especial, a algumas pessoas pela contribuição direta na

construção deste projeto: Aos meus pais, João e Marli, que formaram os

fundamentos do meu caráter e que sempre estiveram presentes,

proporcionando-me a base para a conquista de meus objetivos. E a minha avó

Nair que ocupa em minha vida um lugar de segunda mãe, que não mede

esforços para me ver feliz.

Ao meu namorado, Paulo Otávio, que representa meu porto seguro em

todos os aspectos, meu companheiro incondicional, que mesmo me

ausentando de sua companhia em prol da pesquisa não deixou de me apoiar.

Ao meu irmão, Thiago, pelos momentos alegres que vivemos na infância

e pelos momentos especiais que passamos atualmente em família.

Ao nosso grupo, Danielli, Dorely e Rafaela, que tornaram os momentos

exaustivos de pesquisa em momentos divertidos e inesquecíveis.

Aos queridos professores, Irso e Heloísa, por toda paciência e

disponibilidade dedicada a nós.

E, por fim, a Ele que me faz mais forte a cada dia. Deus, a você dirijo

minha maior gratidão, obrigada por todos os momentos vividos e por Tua

constante proteção.

Acredito que cada pessoa que passa em nossa vida é única. Sempre

deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. Há os que levaram muito, mas

não há os que não deixaram nada. Obrigada!

Mariane Fonseca Pires De Souza

6

Dedico a Deus este trabalho maravilhoso e gratificante que me

direcionou, dando forças e saúde para concretizar esta conquista.

Dedico ao meu querido amado pai Roberto (in memorian) que esteve

presente todos os dias na minha mente e coração, me dando forças para

conquistar mais uma fase da minha vida. Espero que onde estiver, ele esteja

sentindo muito orgulho de sua filha. Pai, de coração, mente e espírito eu lhe

dou um forte beijo e abraço.

Dedico em especial a minha maravilhosa mãe Nanci, que é muito

importante e única na minha vida e, com o seu jeito amoroso, carinhoso e

paciente, sempre esteve ao meu lado me incentivando a cada dia que passou.

Foi no exemplo dessa mulher guerreira que eu me agarrei para conquistar mais

essa etapa na minha vida. Mãe, eu te amo muito.

A minha experiente e amada irmã Roberta, que com o seu jeito alegre e

carinhoso, me impulsionou, incentivou e me deu forças.

Ao meu amado namorado Diego, que nunca mediu esforços em estar ao

meu lado, me apoiando nos momentos difíceis e felizes da minha vida, e com

sua paciência, entendeu os meus momentos de ausência, me dando apoio

para chegar onde estou hoje.

A minha doce e amada avó Nanci, que com seu jeito meigo e orientador

me incentivou para conquistar esse objetivo.

Ao meu Tio Angelo, que nunca negou momentos de alegria em minha

vida, e foi o seu jeito alegre de enxergar a vida que sempre me incentivou.

Ao meu sogro e sogra Gilmar e Janete, que sempre me apoiaram, e

nunca deixaram de demonstrar o carinho que sentem por mim.

Aos meus cunhados Fabrício, Bruno e Evandro, que sempre me

transmitiram alegria e descontração em momentos em que eu estava

7

preocupada com o trabalho.

Aos meus queridos orientadores Irso e Heloisa, que não mediram

esforços para nos ajudar a realizar este trabalho.

E em especial a Danielli, Dorely e Mariane, que foram mais do que

amigas e sim verdadeiras irmãs, e me proporcionaram momentos de muita

felicidade no decorrer deste trabalho. Vocês estão eternizadas em meu

coração.

Rafaela de Freitas Alves

8

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, por nos proporcionar capacidade,

inteligência e força de vontade para conquistarmos todos os nossos objetivos,

superar os desafios e vencer todas as barreiras e obstáculos. Apesar dos

momentos exaustivos e das dificuldades encontradas, o Senhor foi a nossa

força e sempre nos inspirou a prosseguir.

Agradecemos a empresa Estocar Estofados Guarantã, ao proprietário

Carlos Polita, aos funcionários e em especial ao gerente Sergio Alexandre pela

atenção e compreensão, por ter fornecido informações necessárias e precisas

durante a pesquisa, para assim realizarmos esse trabalho com êxito.

Aos nossos orientadores Prof.º Me. Irso Tófoli e Prof.ª Ma. Heloisa

Helena Rovery da Silva, que com seus conhecimentos, competência e atenção

se prontificaram a nos auxiliar e esclarecer todas as dúvidas. Obrigada por

acreditarem em nosso trabalho e o mais importante, pela amizade conquistada.

Ao Unisalesiano por oferecer o material necessário para o

desenvolvimento da pesquisa e toda estrutura para a realização do curso.

Agradecemos também aos demais mestres e funcionários que tivemos o prazer

de conhecer e que colaboraram direta e indiretamente nesse trabalho.

Com o passar desses quatro anos juntas, descobrimos a verdadeira

amizade e a dimensão que cada uma representa para o grupo, nos fazendo

acreditar que esse sentimento é puro e sincero. Concretizamos nossa amizade

através deste trabalho realizado com muito esforço, garra, dedicação,

superação e honestidade de todas. Somos eternamente gratas pela chance de

trabalharmos em equipe, trocando conhecimentos e experiências vividas.

Dessa forma, fica aqui registrado que a amizade que construímos nesse

trabalho, é algo que ficará para sempre em nossa lembrança.

Danielli, Dorely, Mariane e Rafaela

9

RESUMO

Para se ter uma organização que olhe para o futuro, que aproveite oportunidades, que se previna de ameaças e que procure se manter ativa e próspera em um mundo globalizado e modificável, faz-se necessário o uso do planejamento estratégico. O planejamento estratégico é um processo gerencial eficiente que examina as principais questões da organização, uma vez que considera a análise do ambiente externo e interno e determina um rumo amplo e generalizado para a empresa. Através do planejamento estratégico, as organizações passam a ter um senso de direção, focalizam os esforços dos indivíduos, orientam os planos, a tomada de decisão e avaliam o progresso da empresa. Nas pequenas empresas, o planejamento estratégico estabelece os objetivos e as potencialidades, além de estruturar as ações para que sejam dirigidas para o resultado. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar se o planejamento estratégico auxilia no desenvolvimento e gestão de uma empresa familiar de pequeno porte. Foram apresentados no decorrer da presente pesquisa os passos para elaboração e implementação de um planejamento estratégico. Esses passos foram construídos com base nos modelos de planejamento propostos pelos principais autores da área. Foi analisado que a Estocar Estofados Guarantã pode aumentar significativamente seu desempenho e aprimorar seus processos de gestão através do uso do planejamento estratégico. A proposta da pesquisa foi elaborar um modelo de planejamento estratégico voltado à expansão que amplie e antecipe a visão futura dos cenários e mercados, aumente a competitividade e melhore o processo de gestão já que proporciona reflexões e diretrizes para as atividades da organização. Palavras-chave: Planejamento Estratégico. Empresa Familiar. Ferramentas Estratégicas.

10

ABSTRACT

To have an organization that looks to the future, to seize opportunities, which prevents threats and seeking to remain active and prosperous in a globalized world and modifiable, it is necessary to use strategic planning. Strategic planning is an effective management process that examines the key issues of organization, since it considers the analysis of external and internal environment and determines a wide and general direction for the company. Through strategic planning organizations now have a sense of direction, focus the efforts of individuals, guiding plans, decision making and evaluate the progress of the company. In small companies the strategic plan establishes the objectives and capabilities, and structures the actions to be led to the result. The aim of this study was to evaluate the strategic planning helps in the development and management of a small family business. It was presented in the course of this research, the steps for developing and implementing a strategic plan. These steps were built based on planning models proposed by leading authors in the field. We analyzed the Store Upholstery Guarantã can significantly increase your performance and improve their management processes through the use of strategic planning. The aim of this research was to develop a strategic planning model that broadens the vision and anticipate future scenarios and markets, increases competitiveness and improves the management process as it provides ideas and guidelines for the organization's activities. Keywords: Strategic Planning. Family Business. Strategic Tools.

11

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Foto do sofá Miragem ........................................................................ 19

Figura 2: Foto do barracão alugado ................................................................. 19

Figura 3: Foto do barracão construído no terreno cedido pela prefeitura ......... 20

Figura 4: Foto do caminhão .............................................................................. 20

Figura 5: Foto do depósito de espumas ........................................................... 20

Figura 6: Foto do processo produtivo ............................................................... 23

Figura 7: Foto do processo produtivo ............................................................... 24

Figura 8: Foto do processo produtivo ............................................................... 24

Figura 9: Empresas moveleiras: divisão por porte (em %) – 2006.................... 29

Figura 10: O planejamento como base para organizar, influenciar e controlar . 31

Figura 11: Níveis de decisão e tipos de planejamento ...................................... 32

Figura 12: Níveis do ambiente da empresa ...................................................... 42

Figura 13: Cinco forças competitivas que determinam a rentabilidade da

indústria ............................................................................................................ 44

Figura 14: Análise interna e externa ................................................................. 46

Figura 15: Balanced Scorecard......................................................................... 47

Figura 16: Lançamento de produtos e busca de novos mercados.................... 49

Figura 17: Lançamento de produtos e busca de novos mercados.................... 50

Figura 18: Aspectos envolvidos na implantação da mudança .......................... 53

Figura 19: Organograma da empresa ............................................................... 60

Figura 20: Análise interna e externa da empresa ............................................. 66

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Plano de ação da empresa .............................................................. 70

12

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABIMÓVEL: Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário

BCG: Boston Consulting Group

BNDES: Banco Nacional do Desenvolvimento

BSC: Balanced Scorecard

FCS: Fatores Críticos de Sucesso

PE: Planejamento Estratégico

SWOT: Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats

13

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 16

CAPÍTULO I - A EMPRESA ESTOCAR ESTOFADOS GUARANTÃ .............. 18

1 DESCRIÇÃO GERAL DA EMPRESA ................................................... 18

1.1 Histórico ................................................................................................. 18

1.2 Área de atuação ..................................................................................... 21

1.3 Empresa familiar .................................................................................... 21

1.4 Processo produtivo ................................................................................. 23

1.5 Concorrentes .......................................................................................... 25

1.6 Clientes .................................................................................................. 25

1.7 Visão da empresa sobre planejamento estratégico ................................ 25

1.8 Perspectivas da empresa ....................................................................... 26

1.9 Setor moveleiro ...................................................................................... 26

1.9.1 Tipos de produção do setor moveleiro ................................................... 27

1.9.2 Tendências para o setor moveleiro ........................................................ 28

1.9.3 O papel das micro e pequenas empresas no setor moveleiro ................ 28

CAPÍTULO II - VISÃO E APLICABILIDADE DO PLANEJAMENTO

ESTRATÉGICO ................................................................................................ 30

2 DESENVOLVIMENTO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ............ 30

2.1 Definição ................................................................................................ 33

2.2 Vantagens e críticas do planejamento estratégico ................................. 34

2.3 Elaboração do planejamento estratégico ............................................... 35

2.3.1 Negócio da empresa .............................................................................. 37

2.3.2 Missão .................................................................................................... 37

2.3.3 Visão . ......................................................................................................38

2.3.4 Objetivos ................................................................................................ 39

2.3.5 Análise interna ........................................................................................ 40

2.3.6 Análise externa ....................................................................................... 41

14

2.4 Ferramentas estratégicas ....................................................................... 43

2.4.1 Modelo das cinco forças de Porter ......................................................... 44

2.4.2 Análise strengths, weaknesses, opportunities and threats (SWOT) ....... 45

2.4.3 Balanced Scorecard ............................................................................... 47

2.4.4 Matriz Boston Consulting Group (BCG).................................................. 48

2.4.5 Matriz produto-mercado ......................................................................... 50

2.5 A influência do PE na gestão e no desenvolvimento das pequenas

empresas .......................................................................................................... 51

2.6 Metodologia da implementação .............................................................. 52

2.7 Controle e avaliação do planejamento estratégico ................................. 54

CAPÍTULO III - O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO APLICADO NA

EMPRESA ESTOCAR ESTOFADOS GUARANTÃ .......................................... 56

3 APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO .......................... 56

3.1 Aplicação do planejamento estratégico na empresa .............................. 56

3.1.1 Definição do negócio .............................................................................. 57

3.1.2 Estabelecimento da missão .................................................................... 57

3.1.3 Estabelecimento da visão ....................................................................... 58

3.1.4 Objetivos da empresa ............................................................................ 59

3.1.5 Análise interna da empresa .................................................................... 59

3.1.5.1 Estrutura da organização ...................................................................... 60

3.1.5.2 Instalações físicas ................................................................................. 61

3.1.5.3 Técnicas de produção ........................................................................... 61

3.1.5.4 Cultura organizacional .......................................................................... 61

3.1.6 Análise externa da empresa ................................................................... 62

3.1.6.1 Ambiente geral ...................................................................................... 62

3.1.6.1.1 Variáveis tecnológicas ....................................................................... 62

3.1.6.1.2 Variáveis políticas .............................................................................. 62

3.1.6.1.3 Variáveis econômicas ........................................................................ 63

3.1.6.1.4 Variáveis legais .................................................................................. 63

3.1.6.1.5 Variáveis demográficas ...................................................................... 64

3.1.6.1.6 Variáveis geográficaS ........................................................................ 64

3.1.6.2 Ambiente operacional ........................................................................... 65

15

3.1.6.2.1 Concorrentes ..................................................................................... 65

3.1.6.2.2 Clientes .............................................................................................. 65

3.1.6.2.3 Fornecedores ..................................................................................... 65

3.1.7 Análise dos pontos fortes e fracos e das oportunidades e ameaças

através da ferramenta SWOT ........................................................................... 66

3.1.8 Metodologia da implementação .............................................................. 70

3.1.9 Controle e avaliação ............................................................................... 71

3.2 Considerações finais .............................................................................. 71

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 73

CONCLUSÃO ................................................................................................... 74

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 76

APÊNDICES ......................................................................................................80

ANEXOS............................................................................................................87

16

INTRODUÇÃO

Em meio à evolução dos mercados, torna-se essencial que as empresas

definam seus objetivos e estratégias, a fim de atingir melhores resultados,

fortalecendo seu posicionamento e crescimento no mercado.

Planejamento estratégico é o processo contínuo que contempla uma

visão do futuro e ajuda o profissional a organizar suas ideias e redirecionar

suas atividades facilitando a tomada de decisão.

Para as empresas de pequeno porte e de gestão familiar, o

planejamento estratégico é ainda mais essencial, pois auxilia na melhor

maneira de utilizar suas capacidades, minimizando a perda de recursos e de

energia em atividades que não levarão para o caminho correto, além de

contribuir para a sua gestão e direcionar os esforços para identificação dos

problemas existentes que impedem seu desenvolvimento.

Quando não se tem um plano estratégico para a condução dos

negócios, fica difícil identificar as necessidades, oportunidades e o tempo

necessário para iniciar a implementação das medidas com a devida

antecedência. Por isso, é de extrema importância que se conheça o ambiente

em que a empresa está inserida, seus valores, sua visão, seus objetivos e a

missão que se propôs a cumprir.

A presente pesquisa tem como objetivo avaliar se o planejamento

estratégico auxilia no desenvolvimento e gestão de uma empresa familiar e de

pequeno porte, através da análise do ambiente a fim de fundamentar as

técnicas do planejamento estratégico e avaliar as vantagens de sua aplicação.

Para isso, partiu do seguinte questionamento:

A implantação do planejamento estratégico contribui na gestão e

desenvolvimento de uma empresa familiar?

Diante desse questionamento, surgiu a hipótese de que a

implementação do planejamento estratégico contribui na gestão e

desenvolvimento de uma empresa familiar, pois amplia e antecipa a visão

futura dos cenários e mercados.

A pesquisa foi realizada na empresa Estocar Estofados Guarantã,

localizada na Rua Otaviano Piza, n° 1010, na cidade de Guarantã/SP. A

17

empresa trabalha na fabricação de estofados e é considerada uma empresa de

pequeno porte com gestão familiar.

A presente pesquisa utilizou uma metodologia de elaboração do

planejamento estratégico a fim de contribuir para a concretização do objetivo

da empresa de expandir as frentes de mercado para a região de Ribeirão

Preto, SP.

Para a concretização dessa hipótese, foram utilizados os métodos e

técnicas de pesquisa descritos no capítulo III.

O trabalho está assim estruturado:

Capítulo I – Aborda o histórico, principais realizações, produtos e

estrutura da empresa.

Capítulo II – Fundamenta a teoria do planejamento estratégico e sua

abordagem contextual para a correta percepção da sua relevância no processo

decisório nas empresas.

Capítulo III – Aborda a necessidade de a empresa usufruir do

planejamento estratégico para obter melhores resultados.

Encerrando o trabalho, são apresentadas a Proposta de Intervenção e a

Conclusão.

18

CAPÍTULO I

A EMPRESA ESTOCAR ESTOFADOS GUARANTÃ

1 DESCRIÇÃO GERAL DA EMPRESA

1.1 Histórico

Em 1994, a Estocar Estofados Guarantã dava início às suas atividades

na cidade de Guarantã-SP. A ideia de fabricar estofados surgiu de uma

conversa entre Carlos Polita e Sérgio Alexandre durante uma viagem para

Bauru. Carlos Polita era agricultor e possuía uma plantação de melancias e

Sérgio Alexandre era proprietário de uma loja de materiais de construção

voltada para o segmento de acabamentos.

A necessidade de aumentar seus ganhos fez com que a ideia inusitada

de fabricar estofados fosse levada a sério e colocada em prática. Com a falta

de conhecimento sobre o produto, compraram e desmontaram um sofá a fim de

colher informações sobre sua estrutura. Verificaram medidas das madeiras,

quantidades de pregos utilizados e a metragem de espumas e tecidos.

Conhecendo a matéria-prima utilizada, foram até a cidade de Marília,

adquiriram o material e deram início na fabricação do primeiro sofá, que foi

chamado de Miragem, simbolizando a esperança dos cunhados em construir

um novo futuro através da fabricação de sofás.

Ao término, o produto foi aprovado pela família e colocado à venda na

loja de materiais para construção de Sérgio, sendo vendido e o dinheiro

decorrente da venda foi poupado para a compra de matérias-primas e investido

na produção de mais dois sofás, iniciando, assim, as atividades da fábrica.

A empresa foi aberta em nome de Carlos Polita e Sérgio Alexandre

assumiu o papel de gerente geral. A intenção inicial era produzir em grande

escala e vender para lojistas.

19

Fonte: Arquivo do proprietário, 1994.

Figura 1: Foto do sofá Miragem.

A empreitada individual chegou ao limite, pois com o sucesso do

empreendimento, Carlos teve de alugar um barracão e novos colaboradores

passaram a fazer parte do negócio, acompanhando o crescimento da empresa.

Fonte: Arquivo do proprietário, 1997.

Figura 2: Foto do barracão alugado.

O primeiro grande cliente foi a loja Sala de Visitas, localizada no

município de Garça - SP, que encomendou a produção mensal de quinze jogos

de sofás, fortalecendo, assim, a participação da Estocar Estofados Guarantã no

mercado de móveis.

No ano de 1999, Carlos recebe a doação de um terreno da prefeitura

com intuito de ampliar a fábrica e gerar empregos para a cidade, favorecendo

seu desenvolvimento.

20

Fonte: Arquivo do proprietário, 1999.

Figura 3: Foto do barracão construído no terreno cedido pela

prefeitura.

Com essa conquista foi possível o aumento da produção e a expansão

do negócio, consolidando posição da empresa no mercado de estofados.

Fonte: Arquivo do proprietário, 2007.

Figura 4: Foto do caminhão.

Fonte: Fotografado pelos autores, maio 2011.

Figura 5: Foto do depósito de espumas.

21

Atualmente, a Estocar Estofados Guarantã conta com vinte

colaboradores, dois representantes comerciais, uma frota com dois caminhões

tipo baú. A fábrica tem 1300 m² e o depósito de espumas conta com 280 m².

1.2 Área de atuação

A Estocar Estofados Guarantã atende um raio de 300 km, atuando nos

municípios de Ourinhos, Presidente Prudente, Andradina e Três Lagoas.

A região da grande São Paulo não está inclusa nos planos de atuação

da empresa, pois nela já estão instaladas várias indústrias do setor,

ressaltando que os custos para entrega seriam maiores, obrigando o aumento

significativo no valor de venda, prejudicando sua competitividade na região.

1.3 Empresa familiar

A Estocar Estofados Guarantã caracteriza-se como uma empresa de

pequeno porte de gestão familiar, fundada por Carlos Polita e administrada

pelo seu cunhado Sérgio Alexandre, sendo a maioria dos funcionários parte da

família, tornando-se necessário conceituar empresa familiar para compreender

melhor o ambiente da empresa.

O Brasil tem entre 6 a 8 milhões de empresas, onde 90% delas são

empresas familiares. Seja grande, média ou pequena, as empresas familiares

têm um papel significativo no desenvolvimento econômico, social e até político

de vários países. (NO BRASIL..., 2005).

A empresa familiar difere de muitas maneiras dos demais tipos de empresa. Por exemplo, a tomada de decisões é normalmente mais complexa, uma vez que envolve uma mistura de valores e interesses familiares e comerciais. (LONGENECKER et al., 2007, p. 82).

A maior parte das indústrias moveleiras carrega o forte personalismo de

22

seus proprietários como marca registrada da empresa. São poucas as que

costumam contratar executivos de alto nível para a gestão e postos de

comando, sendo estes cargos ocupados por pessoas pertencentes ao círculo

familiar. (ESTUDOS DE MERCADO..., 2008).

Segundo Drucker (2001), a empresa familiar requer três regras próprias,

as quais têm que ser estritamente observadas:

a) primeira regra: os membros da família não deverão trabalhar na

firma a não ser que sejam tão competentes quanto qualquer outro

empregado que não seja da família;

b) segunda regra: não importa quantos membros da família façam

parte da administração da empresa, nem seu grau de competência,

um dos cargos mais altos será sempre ocupado por alguém que não

é membro da família; e

c) terceira regra: a empresa administrada por uma família, exceto as

muito pequenas, precisa ocupar um número cada vez maior de

cargos-chave com profissionais não-parentes.

Vale ressaltar que uma empresa de fundador sem herdeiros não é uma

empresa familiar, por mais que sofra as influências de uma personalidade, a

empresa familiar é aquela em que a consideração da sucessão da diretoria

está ligada ao fator hereditário e onde os valores acompanham a figura do

fundador ou sobrenome da família. (LODI, 1998).

Portanto, a tarefa de preparar os membros de uma família para seguir

uma carreira e, sobretudo, para assumir papel de liderança na empresa é difícil

e às vezes frustrante. Os requisitos profissionais e gerenciais tendem a ficar

entrelaçados com os sentimentos e os interesses da família. (LONGENECKER

et al., 2007).

As empresas que atuam hoje no mercado nacional em geral foram

fundadas pelos pais ou pelos avós de quem as administram atualmente.

(ESTUDOS DE MERCADO..., 2008).

A Estocar Estofados Guarantã ainda é administrada pelo seu fundador.

O proprietário mostra-se preocupado com a sucessão em sua empresa,

tomando medidas para transferência de poder, sendo uma delas a inserção

dos seus filhos no processo produtivo, para que, assim, eles tenham

conhecimento do negócio como um todo.

23

A saúde e a sobrevivência da empresa familiar requerem um equilíbrio

próprio dos negócios e interesses da família, caso contrário, os resultados

serão insatisfatórios para ambos. (LONGENECKER; MOORE; PETTY, 1997).

Atualmente, a Estocar Estofados Guarantã não possui em seu quadro de

funcionários profissionais de gestão que não sejam membros da família.

1.4 Processo produtivo

O processo produtivo da empresa é basicamente artesanal e ocorre

mediante a chegada de pedidos que são repassados ao gerente geral pelos

representantes comerciais, sendo feita a contagem da quantidade que irá ser

produzida no período. Logo após são entregues a produção para as seguintes

etapas produtivas:

a) marcenaria e madeiramento: essa primeira etapa é realizada por

cinco funcionários que têm a função de cortar a madeira nas

medidas exatas e realizar o madeiramento do estofado;

.

Fonte: Fotografado pelos autores, fevereiro 2011.

Figura 6: Foto do processo produtivo.

b) costura e corte: na segunda etapa são cortados e costurados os

tecidos de acordo com cada modelo de estofado fabricado. Esta

função tem como responsáveis quatro funcionários;

24

Fonte: Fotografado pelos autores, fevereiro 2011.

Figura 7: Foto do processo produtivo.

c) tapeçaria: nessa última etapa nove funcionários realizam o corte das

borrachas e espumas, a colagem, a grampeação dos tecidos e a

embalagem dos estofados prontos. Em seguida, são montadas as

cargas e um funcionário fica responsável pelas entregas.

Fonte: Fotografado pelos autores, fevereiro 2011.

Figura 8: Foto do processo produtivo.

O processo produtivo da Estocar conta com a colaboração de seus

fornecedores para a conclusão dos estofados no prazo de 15 dias. Seus

principais fornecedores são: Colchões Castor que fornece espumas, Meneguel

que fornece os tecidos, João Lamon que fornece madeira e Grampojam que

fornece os grampos.

Seu período de sazonalidade ocorre nos meses de outubro, novembro e

dezembro, aumentando o volume de pedidos e, para suprir essa demanda, é

25

realizado trabalho extraordinário, não havendo contratação de funcionários

temporários.

A qualidade é um fator primordial durante todo o processo produtivo,

tendo como diferencial o cascão, que é uma espuma que fica embaixo da

borracha, garantindo maior durabilidade do produto.

1.5 Concorrentes

Seu principal concorrente é a empresa Linoforte localizada no município

de Osvaldo Cruz, que está no mercado há mais de quatro décadas. Possui 52

mil m² de área total, sendo 28 mil m² de área construída, responde por 6% do

mercado nacional, conta com aproximadamente 600 colaboradores diretos,

produz em média de três a quatro mil jogos por mês. (LINOFORTE, 2011).

1.6 Clientes

Seus principais clientes são as lojas B. C. Sales localizada em Ourinhos-

SP, que compra em torno de 50 jogos de estofados mensais, a Pinheiro

localizada em Penápolis-SP, cujo pedido é de 30 jogos mensais e a Móveis

Alex localizada em Guarantã-SP, com a compra de 30 jogos mensais.

1.7 Visão da empresa sobre planejamento estratégico

A Estocar Estofados Guarantã acredita na importância de construir

planos estratégicos, já que sente a necessidade de ter uma visão do futuro,

pois acredita que em meio a cenários turbulentos é importante que as

empresas tenham objetivos bem definidos, ressaltando a relevância de ter

planos alternativos, evitando decisões precipitadas, porém a Estocar não

26

realiza planejamento estratégico, tendo como uns dos principais fatores a falta

de tempo dos gestores em formalizar planos, já que todo o trabalho é

centralizado no proprietário e no gerente.

O designer dos sofás é baseado a partir de critérios que atendem a

percepção do proprietário e do gerente. Não há uma identificação mais precisa

do perfil dos clientes e consumidores atuais e potenciais, bem como dos meios

e das ferramentas que podem ser utilizadas para atingir e atender esses

mercados.

1.8 Perspectivas da empresa

Devido à estabilidade conquistada na região e à crescente demanda no

setor moveleiro, a Estocar tem como perspectivas ampliar as frentes de

mercado, visando atender a região de Ribeirão Preto, fechando, assim, o

círculo das cidades em volta do município de Guarantã, ou seja, todo o interior

do estado de São Paulo, aumentando, consequentemente, sua capacidade

produtiva.

Para tanto, a empresa adquiriu um terreno com 1000 m² para aumentar

sua planta e chegar à produção de 600 jogos mensais. A intenção do

proprietário é conseguir instalar a fábrica em um ano e meio até dois anos,

para satisfazer a nova demanda proveniente da expansão buscada.

1.9 Setor moveleiro

A industrialização de móveis no Brasil teve origem nas pequenas

marcenarias que utilizaram os conhecimentos tradicionais para fabricar móveis

por processos artesanais.

A indústria brasileira de móveis está entre os mais importantes

segmentos da indústria de transformação no país, não só pela importância do

valor da sua produção, mas também pela sua geração de empregos dentro da

27

indústria nacional.

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário –

Abimóvel – a indústria brasileira de móveis é formada por 17.000 micros,

pequenas, médias e grandes empresas que geram 269.000 empregos formais.

(PANORAMA..., 2009).

A indústria moveleira nacional vem crescendo em produção e

faturamento e em valores monetários o setor produziu em 2009 R$ 19,0

bilhões, o que é equivalente a 1,3% do valor do faturamento da indústria de

transformação. (PANORAMA..., 2009).

São Paulo representa 30% da produção brasileira de móveis, gerando

uma receita de aproximadamente US$ 2,8 bilhões ao ano e representa

aproximadamente US$ 4 bilhões em vendas de móveis no mundo. (ESTUDOS

DE MERCADO..., 2008).

No Estado de São Paulo, a indústria de móveis apresenta produção

geograficamente dispersa, espalhando-se pela capital e pelo interior do estado,

mas é possível identificar a existência de duas aglomerações regionais bem

definidas: a da Grande São Paulo e a do Noroeste Paulista. (ESTUDOS DE

MERCADO..., 2008).

1.9.1 Tipos de produção do setor moveleiro

O tipo de produção utilizado pela indústria moveleira determina as

características específicas do produto, da comercialização e das formas de

distribuição para o consumidor.

As duas formas básicas de produção dos móveis são: produção seriada

e sob encomenda. (ESTUDOS DE MERCADO..., 2008).

a) produção seriada: os móveis retilíneos seriados são lisos, sem

detalhes sofisticados de acabamento e com desenhos simples e de

linhas retas. A alta tecnologia e o grau de automação das grandes

empresas fazem com que a produção de móveis seriados por micro

e pequenas empresas seja quase impossível;

b) produção sob encomenda: no caso dos móveis sob encomenda,

28

cabe mencionar a presença de uma multiplicidade de micro

pequenas empresas, geralmente seguindo o modelo de negócio de

marcenarias. Os equipamentos e instalações são geralmente

simples, o trabalho é predominantemente artesanal e focam seus

produtos em mercados regionais.

A produção de móveis apresenta características de sazonalidade,

sobretudo no fim de ano, período típico de maior incidência de compras de

móveis, isto ocorre devido o recebimento do 13º salário. (ESTUDOS DE

MERCADO..., 2008).

1.9.2 Tendências para o setor moveleiro

Mostra-se como tendências para o setor o aumento da demanda de

móveis devido o programa Minha Casa, Minha Vida do governo federal, cujo

objetivo é a produção de unidades habitacionais.

Outro fator relevante é o fato de as pessoas conquistarem

independência e passarem a morar sozinhas em pequenos apartamentos, o

que favorece a produção de móveis menores.

Já no segmento de móveis para escritórios, o uso de estofados em suas

recepções, ao invés das tradicionais cadeiras, passa a ser uma novidade.

Em relação aos estofados para residências, a tendência é que os

mesmos sejam maiores, possibilitando sua expansão a fim de oferecer mais

espaço e conforto.

1.9.3 O papel das micro e pequenas empresas no setor moveleiro

As empresas de micro, pequeno e médio porte têm importância

fundamental na indústria moveleira nacional, tanto como produtoras quanto

como fornecedoras. Dentre as mais de 16 mil empresas formalizadas da

indústria moveleira nacional (ou seja, sem contar o grande número que opera

29

na informalidade), 75% são empresas que empregam até 9 pessoas; 21%

empregam de 10 a 49 funcionários, 2% empregam entre 50 e 99 empregados e

os 2% restantes, as grandes empresas, possuem mais de 100 empregados.

(ESTUDOS DE MERCADO..., 2008).

Fonte: Estudos de mercado, 2008.

Figura 9: Empresas moveleiras: divisão por porte (em %) – 2006.

Umas das principais entidades de apoio a micro e pequenas empresas

do setor moveleiro é o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) que se

destina, principalmente, ao financiamento para a aquisição de novas máquinas

e para suprir capital de giro. (ESTUDOS DE MERCADO..., 2008).

Empresas Moveleiras - Por Porte

Micro Empresa Pequeno Porte Médio Porte Grande Porte

30

CAPÍTULO II

VISÃO E APLICABILIDADE DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

2 DESENVOLVIMENTO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

O cenário empresarial se depara frequentemente com transformações

severas provenientes de diversas fontes, sejam governamentais, tecnológicas,

demográficas ou econômicas. E em virtude dessas pressões, as organizações

devem munir-se de ferramentas que propiciem sua sobrevivência no mercado

competitivo. A fim de antever possíveis ameaças e oportunidades faz-se

necessário o uso do planejamento que consiste em direcionar as ações das

empresas para alcançar os objetivos do negócio.

Segundo Bateman e Snell (2009, p. 117): “Planejamento é o processo

consciente, sistemático de tomar decisões sobre metas e atividades que um

indivíduo, um grupo, uma unidade de trabalho ou uma organização buscarão

no futuro”.

Existe certa dificuldade em conceituar a função do planejamento nas

empresas, de estabelecer sua real amplitude e abrangência. O planejamento

estratégico (PE) não deve ser confundido com previsão, projeção, predição e

resolução de problema, mas deve ser visto como um conjunto de providências

a serem tomadas pelo executivo para a situação em que o futuro tende a ser

diferente do passado. (OLIVEIRA, 2007).

A utilização do planejamento estratégico de forma coerente e alinhada à

realidade da empresa é uma excelente arma competitiva, por isso é importante

que os gestores conheçam os elementos do planejamento estratégico e suas

funções, assim como as mudanças que ocorrem no mercado de trabalho, pois

elas influenciarão nas estratégias da empresa.

Planejar é a função básica; organizar, influenciar e controlar são os

resultados do planejamento. Portanto, somente depois de desenvolverem seus

planos é que os gerentes podem determinar como querem estruturar sua

organização, alocar seus funcionários e estabelecer controles organizacionais.

31

(CERTO, 2003).

Fonte: Certo, 2003, p. 104.

Figura 10: O planejamento como base para organizar, influenciar e

controlar.

Segundo Chiavenato (2004), o planejamento pode incluir períodos de

longo a curto prazo, assim como envolver a organização inteira, um

departamento ou ainda uma tarefa, sendo, portanto, uma função administrativa

que se distribui entre todos os níveis hierárquicos.

Considerando esses níveis, podem-se distinguir três tipos de

planejamento, conforme Oliveira (2007):

a) planejamento estratégico: é o processo administrativo que

proporciona sustentação mercadológica para se estabelecer a

melhor direção a ser seguida pela empresa; é de responsabilidade

dos níveis mais altos e diz respeito tanto à formulação de objetivos

quanto à seleção dos cursos de ação a serem seguidos para sua

consecução, levando em conta as condições externas e internas à

empresa e sua evolução esperada;

b) planejamento tático: tem por objetivo otimizar determinada área de

resultado e não a empresa como um todo; é desenvolvido pelos

níveis organizacionais intermediários, tendo como principal

finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para

consecução de objetivos previamente fixados no planejamento

In

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Planejamento

Atingindo Objetivos

32

estratégico;

c) planejamento operacional: pode ser considerado como a

formalização, principalmente através de documentos escritos, das

metodologias de desenvolvimento e implantação estabelecidas; é

elaborado pelos níveis organizacionais inferiores, com foco básico

nas atividades rotineiras da empresa.

Fonte: Oliveira, 2007, p. 15.

Figura 11: Níveis de decisão e tipos de planejamento.

O planejamento estratégico, de forma isolada, é insuficiente, uma vez

que o estabelecimento de objetivos a longo prazo, bem como seu alcance,

resulta numa situação indistinta, pois não existem ações mais imediatas que

operacionalizem o planejamento estratégico. A falta desses aspectos é suprida

através do desenvolvimento e implantação dos planejamentos táticos e

operacionais de forma integrada. (OLIVEIRA, 2007).

Não há como fazer uma distinção clara entre as três modalidades de

planejamento. Os três tipos coexistem e devem ser trabalhados continuamente.

Uma vez estabelecidos, tornam-se a direção para adequar-se as

exigências do mercado e criar vantagem competitiva através do

aproveitamento das oportunidades e minimização dos riscos.

A seguir, será abordada com mais detalhes toda a metodologia de

elaboração e implementação do planejamento estratégico nas empresas.

A tomada de decisões estratégicas é um dos assuntos mais relevantes

na administração. Atualmente, muitas organizações estão mudando as

maneiras pelas quais elas desenvolvem e executam os seus planos

33

estratégicos.

O planejamento estratégico é uma das formas mais eficientes de se ter

gestão do próprio negócio, pois através dele as empresas poderão delinear um

futuro esperado e traçar maneiras para alcançá-lo, havendo também a

possibilidade de mudar os planos, caso seja necessário, a fim de suprir as

necessidades do consumidor, do colaborador e do mercado. (OLIVEIRA,

2007).

O planejamento estratégico, se bem aplicado, pode tornar a empresa

mais competitiva, atuando como um instrumento de comunicação, de

acompanhamento e, principalmente, de aperfeiçoamento do aprendizado nas

organizações. (FERREIRA et al., 2005).

2.1 Definição

O planejamento estratégico é um processo através do qual a empresa

se mobiliza para atingir o sucesso e construir seu futuro por meio de um

comportamento proativo, antecipando-se e prevendo eventuais acontecimentos

do mercado, considerando seu ambiente atual e futuro. (SAMPAIO, 2004).

Conforme Bateman e Snell (2009), planejamento estratégico é o

conjunto de procedimentos para a tomada de decisões sobre os objetivos e as

estratégias de longo prazo.

O estudo de Certo (2003), diz que o planejamento estratégico é de longo

alcance e se concentra na organização como um todo. Na sua elaboração, os

gerentes se perguntam o que deve ser feito em longo prazo para atingir as

metas organizacionais e obter sucesso.

O planejamento estratégico é um processo organizacional compreensivo de adaptação através da aprovação, tomada de decisão e avaliação. Procura responder a questões básicas, como: por que a organização existe, o que ela faz e como faz. O resultado do processo é um plano que serve para guiar a ação organizacional por um prazo de três a cinco anos. (CHIAVENATO, 2004, p. 202).

34

Ainda, segundo o autor, o planejamento estratégico apresenta cinco

características fundamentais:

a) está relacionado com a adaptação da organização a um ambiente

em constante mudança;

b) é orientado para o futuro, pois sua visão é a longo prazo;

c) é compreensivo, pois envolve a organização como um todo;

d) é um processo de construção de consenso; e

e) é uma forma de aprendizagem organizacional.

O planejamento estratégico não deve ser considerado apenas como

uma afirmação das aspirações de uma empresa, pois inclui também o que

deve ser feito para transformar essas aspirações em realidade. Só é eficiente

desde que não seja utópico e que os objetivos traçados sejam alcançáveis.

(OLIVEIRA, 2007).

Contudo, o planejamento estratégico é um processo dinâmico,

necessariamente flexível para incorporar as mudanças imprevistas do

ambiente.

2.2 Vantagens e críticas do planejamento estratégico

O ato de planejar estrategicamente permite que os gerentes entendam o

que ocorre no mercado para poder desenvolver diferenciais sobre os

concorrentes e, também, torna possível racionalizar o processo de tomada de

decisão, antecipando-se as circunstâncias desfavoráveis do mercado.

Conforme Certo (2003), o planejamento estratégico é muito vantajoso

para uma organização, pois o alto índice de fracassos de empresas recém-

abertas se deve basicamente a uma consequência de planejamento

inadequado.

A falta de planejamento leva a empresa a ser facilmente surpreendida

por alterações no mercado, o que a induz agir por improviso e a distância das

decisões relacionadas com o objetivo da empresa.

O planejamento não elimina o risco, evidentemente, mas ajuda os

gerentes a identificar e a lidar com problemas organizacionais que possam

35

surpreender futuramente, assim como identificar as ameaças e oportunidades

no ambiente externo. Com essas informações, a empresa poderá determinar

as estratégias para que possam aproveitar melhor seus recursos e

competências. (CERTO, 2003).

Através do planejamento estratégico as organizações passam a ter um

senso de direção, focalizam os esforços dos indivíduos, guiam os planos, a

tomada de decisão e ajuda avaliar o progresso da empresa.

O planejamento estratégico sofreu muitas críticas no passado devido a

sua visão limitada do ambiente organizacional. Os modelos tradicionais não se

utilizavam de aspectos como criatividade e intuição, o ambiente era definido

como previsível e imutável, a organização era vista por partes, sendo a

estratégia restrita aos altos níveis, o que resultava na falta de

comprometimento dos níveis inferiores. (ICHIKAWA, 2011).

Hoje, percebe-se que algumas empresas não utilizam corretamente o

planejamento, pois passam muito tempo presas ao ato de planejar,

esquecendo-se de suas execuções e controles. (CERTO, 2003).

Após a contribuição de vários autores, o planejamento estratégico

passou a ganhar uma forma mais adaptável às mudanças internas e externas,

percebeu-se, então, que não existe uma forma exata de planejar nas

organizações, sendo importante a análise da situação em que a empresa se

encontra, para, assim, definir os rumos a serem seguidos. (ICHIKAWA, 2011).

Contudo, as críticas ao planejamento estratégico são superadas pelas

inúmeras vantagens que este oferece e suas falhas resultam do uso incorreto

da função de planejar.

2.3 Elaboração do planejamento estratégico

Percebe-se que toda e qualquer empresa tem uma forma de

estabelecimento das ações e decisões estratégicas, ainda que de maneira

informal, porém quando o processo é estruturado apresenta metodologias

diferentes, mas que tem como base grandes aspectos que podem ser

considerados comuns.

36

De maneira geral, a elaboração do planejamento estratégico inclui a

identificação das oportunidades e ameaças, avaliação dos pontos fortes e

fracos da empresa e análise da sua capacidade real e potencial de tirar

vantagem das oportunidades oferecidas pelo ambiente externo, bem como de

enfrentar as ameaças. Envolve também, a explicitação dos objetivos e metas a

serem alcançados, incluindo as maneiras de desenvolver as ações necessárias

para a concretização do processo. (OLIVEIRA, 2007).

De acordo com o estudo de Sampaio (2004), a metodologia do

planejamento estratégico baseia-se em três etapas:

a) filosófica: mostra a filosofia da empresa, aquilo que a organização se

propõe e acredita;

b) analítica: sujeita a alterações em função das turbulências do

mercado, tem o propósito de mapear o ambiente interno e externo

das empresas; e

c) decisória: é a definição de onde a organização quer chegar e quais

os caminhos mais apropriados.

Bateman e Snell (2009) propõem seis passos para a elaboração do

planejamento estratégico:

a) estabelecimento da missão, da visão e dos objetivos;

b) análise das oportunidades externas e ameaças;

c) análise de forças e fraquezas internas;

d) análise strengths, weaknesses, opportunities and threats (SWOT) e

formulação de estratégia;

e) implementação da estratégia; e

f) controle estratégico.

Já conforme Certo (2003), a elaboração do planejamento estratégico

consiste em seis etapas:

a) definir os objetivos organizacionais;

b) enumerar formas alternativas e atingir os objetivos;

c) desenvolver premissas sobre quais cada alternativa se baseia;

d) escolher a melhor alternativa para atingir os objetivos;

e) desenvolver planos para perseguir a alternativa escolhida; e

f) colocar os planos em ação.

Contudo, as metodologias para elaboração do PE apresentadas pelos

37

autores possuem aspectos semelhantes, tendo como base a mesma sequência

lógica, a qual será analisada abaixo.

2.3.1 Negócio da empresa

Definir o negócio da empresa é especificar seu âmbito de atuação. A

análise do negócio de uma organização permeia todas as decisões de maior

abrangência de uma empresa, estabelecendo o seu limite de atuação.

(FERNANDES; BERTON, 2005).

Para Sampaio (2004), definir o negócio da empresa em cima de um

produto ou serviço limita a análise de oportunidades e encobre ameaças que

existem no ambiente, faz com que a empresa fique míope, isto é, só enxergue

o que acontece perto.

De acordo com Fernandes e Berton (2005, p.7): “Negócio pode ser

definido como a arena onde uma organização compete ou, de forma mais

ampla, atua”.

Ainda para os autores, é importante seguir algumas recomendações

para definir o negócio da organização, tais como:

a) pensar no negócio com os olhos da concorrência ampliada e de

produtos substitutos;

b) pensar não só no produto, mas nos serviços que esse produto

oferece ao cliente;

c) pensar não só no produto, mas no uso do produto pelo cliente; e

d) pensar no produto como um meio para satisfazer o cliente.

Em suma, a grande vantagem de definir o negócio estrategicamente

está no fato de a empresa entender que os clientes possuem problemas e

necessidades e que buscarão a melhor solução.

2.3.2 Missão

38

A missão demarca a área em que a empresa vai atuar, é a razão da

existência do empreendimento, deve ser sua carteira de identidade, um guia

para o trabalho das pessoas. (SAMPAIO, 2004).

Segundo Oliveira (2007), a missão deve ser definida de maneira ampla,

flexível, motivadora e capaz de refletir as habilidades essenciais da empresa.

Para Gracioso (2005), alguns cuidados são necessários na definição da

missão estratégica da empresa. São eles:

a) a missão estratégica de uma empresa não pode ser imposta, mas

partilhada entre os membros da organização;

b) deve chegar ao consenso de todos;

c) pode ser mudada somente com a aprovação de quem a definiu.

É importante salientar que a missão da empresa remete a determinadas

ações e comprometimentos decorrentes de sua formulação. Portanto, definir

uma missão apenas para deixá-la no papel ou website da empresa, é perda de

tempo.

Uma missão bem definida comporta vantagens que ajudam todos a

compreenderem o que fazem na organização e a uniformizar os esforços de

todos no que é fundamental para a empresa. (FERNANDES; BERTON, 2005).

Chiavenato (2004) considera importante conhecer a missão e os

objetivos essenciais de uma organização, porque se o administrador não sabe

por que ela existe e para onde ela pretende ir, ele jamais saberá dizer qual o

melhor caminho a seguir.

Deste modo, a elaboração da missão exige maior nível de criatividade e

atenção do executivo, pois vai delinear os grandes rumos da organização.

2.3.3 Visão

A visão consiste nas expectativas e desejos dos acionistas e elementos

dos altos níveis da empresa, onde esses aspectos se tornarão a base de todo

o processo de desenvolvimento e implementação do planejamento estratégico.

A visão deve ser declarada de uma forma simples, objetiva e concisa,

que compreenda temas como valores, desejos, vontades, sonhos e ambição.

39

(FERNANDES; BERTON, 2005).

Visão é considerada como os limites que os principais responsáveis pela empresa conseguem enxergar dentro de um período de tempo mais longo e uma abordagem mais ampla. Representa o que a empresa quer ser em um futuro próximo ou distante. (OLIVEIRA, 2007, p. 43).

Assim, a visão deve ser resultante do consenso de um grupo de líderes

e não da vontade de uma pessoa, além disso, é necessário que seja

compreendida por todos os colaboradores, desde aqueles que executam as

tarefas mais simples até a alta administração.

A ausência da definição de visão tem como resultado a falta de foco da

empresa, portanto, é de extrema importância que a mesma estabeleça uma

visão, para que haja coerência entre o que a empresa se propõe a fazer e o

que efetivamente faz.

2.3.4 Objetivos

Traçar objetivos para o empreendimento é fundamental para que as

futuras decisões sejam consistentes com o rumo que se quer dar ao negócio.

Os objetivos relatam alvos devidamente qualificados e quantificados da

organização. Também podem ser definidos como as grandes metas a serem

atingidas. Estão relacionados com os resultados que a organização pretende

chegar em determinado prazo para consolidar seu negócio ou atividade.

(REZENDE, 2008).

Os objetivos são como uma bússola para o administrador. Há

necessidade de se determinar claramente os objetivos, pois somente assim

será possível determinar uma estratégia adequada, adaptada a diferentes

situações. (LAS CASAS, 2001).

De acordo com Certo (2003), os objetivos quando altos demais são

frustrantes para os funcionários, enquanto objetivos estabelecidos muito abaixo

de suas potencialidades não os motivam a maximizar suas habilidades.

Os objetivos empresariais, conforme Sampaio (2004), devem possuir

40

algumas características, descritas a seguir:

a) ser coerentes com os recursos e com o ambiente da empresa;

b) ser viáveis e desafiadores, para que o estímulo e a motivação

estejam presentes no dia-a-dia;

c) ser mensuráveis, para que a empresa possa controlar e fazer uma

avaliação;

d) possuir prazo definido, para que sejam avaliados num determinado

tempo; e

e) ser um número reduzido, para evitar a dispersão das pessoas e

esforços envolvidos.

Uma vez formalizados os objetivos da organização, entendidos e

divulgados para todos, muitos benefícios podem ser constatados. Tais

benefícios podem estar relacionados com a integração da missão e visão, a

sustentação dos processos decisórios e a formulação de estratégias.

(REZENDE, 2008).

Portanto, é muito importante que a organização propicie condições e

motive os gestores a alinharem os objetivos da mesma com os objetivos das

pessoas que a compõem, pois dessa forma os interesses passam a ser

comuns, o que facilita o seu alcance.

2.3.5 Análise interna

A análise interna visa identificar os principais pontos fortes e fracos da

empresa para nortear o processo de planejamento, pois é a partir dessa

análise que se saberá quais os recursos com que se pode contar e também

quais são os pontos vulneráveis no momento de se estabelecerem as

estratégias da empresa.

A análise interna tem como objetivo colocar em foco as deficiências e

qualidades de uma empresa, ou seja, os pontos fortes e fracos da mesma

devem ser determinados diante da sua atual posição, de seus produtos ou

serviços versus segmentos de mercado. (OLIVEIRA, 2007).

Conhecer a própria empresa com suas potencialidades e limitações é

41

condição essencial para elaborar o planejamento estratégico.

Segundo Sampaio (2004), fatores como imagem da empresa perante os

clientes, qualificação dos funcionários, tecnologia para fabricação dos produtos,

recursos financeiros, produtividade, qualidade dos produtos, preço de venda,

estoques disponíveis, localização da empresa, relacionamento com

fornecedores e prazo de entrega são determinantes de forças e fraquezas da

organização.

Alguns autores defendem que os pontos fortes só podem ser

considerados fortes se suas habilidades e recursos estiverem alinhados aos

Fatores Críticos de Sucesso (FCS) da organização. Os FCS são as atividades-

chave do negócio que precisam ser bem feitas para que a organização atinja

seus objetivos. (SAMPAIO, 2004).

Com isso, a organização terá as informações necessárias para

determinar os objetivos e as estratégias que possam aproveitar melhor as

competências da empresa e equacionar os problemas internos identificados,

assim como resolver as ameaças e oportunidades identificadas externamente.

Conforme Oliveira (2007), para que seja eficaz uma análise interna deve

tomar como perspectivas para comparação as outras empresas de seu setor

de atuação, sejam elas concorrentes diretas ou apenas concorrentes

potenciais.

2.3.6 Análise externa

As organizações não são autossuficientes nem independentes, elas

trocam recursos com o ambiente externo e dependem dele.

O ambiente externo são todos os elementos que, atuando fora da

empresa, influenciam para as operações da mesma, outro aspecto a

considerar, na visão de Oliveira (2007), é a divisão do ambiente da empresa

em duas partes:

a) ambiente direto: representa o conjunto de fatores através dos quais

a empresa tem condições não só de identificar, mas também de

avaliar ou medir o grau de influência recebido e/ou proporcionado;

42

b) ambiente indireto: representa o conjunto através dos quais a

empresa identificou, mas não tem condições de avaliar ou medir o

grau de influência entre as partes.

Essa divisão dá-se apenas para facilitar a manipulação das variáveis

externas, o executivo deve saber trabalhar com essas variáveis, pois a partir do

momento em que tem melhor conhecimento da influência de uma variável que

esteja no ambiente indireto, deve ser tentada a transferência dessa variável

para o ambiente direto. Ilustrado conforme o gráfico a seguir:

Fonte: Oliveira, 2007, p. 46.

Figura 12: Níveis do ambiente da empresa.

A análise do ambiente externo é o processo de identificação de

oportunidades e das ameaças que afetam a empresa no cumprimento de sua

missão, como explica Sampaio (2004).

A análise ambiental corresponde ao estudo dos diversos fatores e forças do ambiente, às relações entre eles ao longo do tempo e seus efeitos ou potenciais efeitos sobre a empresa, sendo baseada nas percepções das áreas em que as decisões estratégicas da empresa deverão ser tomadas. (OLIVEIRA, 2007, p. 72).

Embora seja importante que a empresa conheça seus recursos e

atividades para ter controle de seu desempenho, essas informações são de

valor limitado quando se fala em reações estratégicas, em tais casos, torna-se

mais importante que a empresa tenha informações detalhadas sobre o

ambiente externo. (THOMAS apud OLIVEIRA, 2007).

O ambiente externo tem maior poder de definição nos rumos da

43

organização do que o ambiente interno. (COSTA, 2006).

Logo, é necessário trabalhar com os fatores internos e externos da

empresa de maneira interligada.

O executivo deve identificar todas as oportunidades e analisar cada uma

delas em termos da sua real contribuição para a empresa, necessita também

considerar os objetivos da empresa como sendo o critério de avaliação e

classificação das melhores oportunidades. (OLIVEIRA, 2007).

As oportunidades são fatores do ambiente geral que, se bem aproveitadas, podem fornecer uma vantagem competitiva para a empresa. Já as ameaças são fatores que podem vir a perturbar o funcionamento da empresa, causando dificuldades para a sua gestão e desempenho. (FERREIRA et al., 2005, p. 37).

Assim, uma oportunidade devidamente usufruída pode proporcionar

aumento nos lucros da empresa, enquanto uma ameaça não administrada

pode acarretar diminuição nos lucros, ou mesmo prejuízos para a empresa.

(OLIVEIRA, 2007).

Em resumo, informações ambientais adequadas e precisas são

essenciais para conduzir o processo estratégico no sentido de obter um

equilíbrio entre a empresa e as forças externas que a afetam direta ou

indiretamente.

2.4 Ferramentas estratégicas

O processo de escolha de uma ferramenta é algo que exige um estudo

das necessidades da empresa e seus objetivos e da sua cultura. Toda

ferramenta carrega um conjunto de pontos fortes e fracos, por isso as

empresas devem escolher com cuidado e depositar confiança naquelas que

podem indicar um direcionamento realista e estratégico.

A seguir serão apresentadas as principais ferramentas utilizadas no

planejamento estratégico.

44

2.4.1 Modelo das cinco forças de Porter

O modelo das cinco forças de Porter foi desenvolvido por Michael Porter

em 1979. O modelo descreve as forças básicas que determinam a

competitividade dentro de uma indústria e ilustra como esssas forças estão

relacionadas. (CERTO, 2003)

Segundo Porter (1999), as cinco forças são:

Fonte: Bethlem, 2004, p. 228.

Figura 13: Cinco forças competitivas que determinam a rentabilidade da

indústria.

a) ameaça de novos entrantes: determina a probabilidade de novas

empresas entrarem em um ramo de indústria e conquistarem

mercado. A relevância da ameaça de entrada depende da

expectativa dos entrantes em relação às barreiras existentes e à

reação dos concorrentes;

b) poder de negociação dos compradores: os compradores competem

com a indústria forçando a baixa dos preços, negociando por melhor

Poder de negociação dos fornecedores

Poder de negociação dos compradores

Entrantes

potenciais

Fornecedores

Compradores

Substituto

s

Concorrentes

na indústria

Rivalidade entre

empresas

existentes

Ameaça de serviços ou produtos

Ameaça de novos entrantes

45

qualidade ou mais serviços e jogando os concorrentes uns contra os

outros;

c) ameaça de substitutos: impõem um teto aos preços e determina até

que ponto algum outro produto pode satisfazer as mesmas

necessidades do comprador;

d) poder de negociação dos forncedores: os fornecedores são capazes

de exercer o poder de negociação sobre os participantes de um

setor através da elevação dos preços ou da redução da qualidade

dos bens e serviços; e

e) rivalidade entre empresas existentes: assume a forma usual de

manobras de posicionamento, a utilização de táticas como

competição no preço, introdução de produtos e combates

publicitários.

Essas cinco forças determinam o potencial de lucro final na indústria,

que é medido em termos de retorno a longo prazo sobre o capital investido.

(PORTER, 1999).

O conhecimento das fontes de pressão competitiva é a base para a

formulação da estratégia de ação. Elas realçam os pontos fortes e os pontos

fracos mais importantes da empresa, inspiram seu posicionamento no setor,

identificam as áreas em que as mudanças estratégicas talvez proporcionem um

maior retorno e caracterizam os pontos em que as tendências setoriais são

mais significativas, em termos de oportunidades ou ameaças. (PORTER,

1999).

2.4.2 Análise strengths, weaknesses, oppotunities and threats (SWOT)

Através da análise do ambiente externo e interno pode-se obter a matriz

SWOT. A técnica recebeu esse nome a partir das iniciais em inglês das

palavras strengths, weaknesses, opportunities e threats que significam

respectivamente: forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. (FERNANDES;

BERTON, 2005).

A matriz traça uma análise da situação atual da empresa e deve ser

46

refeita conforme ocorrem mudanças na organização ou no mercado.

Observa Costa (2006) que o objetivo da matriz SWOT é definir

estratégias para manter os pontos fortes da empresa, reduzir a intensidade dos

pontos fracos a fim de aproveitar oportunidades e proteger-se de ameaças.

A análise SWOT ajuda os executivos a resumir os principais fatos e

previsões derivadas das análises externa e interna. A partir daí, os executivos

podem retirar uma série de aspectos que identificam as questões estratégicas

primárias e secundárias com que a organização se depara. (BATEMAN;

SNELL, 2009).

A figura a seguir demonstra a análise:

ANÁLISE INTERNA

Fraquezas

Forças

AN

ÁL

ISE

EX

TE

RN

A

AMEAÇAS

1

Eliminar

2

Monitorar

OPORTUNIDADES

3

Melhorar

4

Capitalizar

Fonte: Costa, 2006, p. 30.

Figura 14: Análise interna e externa.

Após a distribuição dos pontos fortes e fracos entre os campos ameaças

e oportunidades é necessário analisar cada um dos quadrantes, como explica

Costa (2006):

a) eliminar: se uma fraqueza interna está no campo externo que foi

identificado como ameaça, deve-se eliminar esse ponto o mais

rápido possível, pois é uma questão de sobrevivência da

organização;

b) monitorar: se um ponto forte está localizado no campo identificado

como ameaça, é necessário ficar atento e monitorar tanto a força

quanto os fatores que geram a ameaça;

c) melhorar: se um ponto fraco foi distribuído no campo identificado

47

como oportunidade é importante ter em mente que um trabalho

precisa ser desempenhado para que esse ponto se transforme em

um ponto forte; e

d) capitalizar: se uma força estiver no campo das oportunidades, a

organização encontra-se numa fase de desenvolvimento, na qual é

necessário aproveitar essa situação.

Através da análise da matriz SWOT é possível formular estratégias que

apontarão os caminhos para a implementação de um plano estratégico.

2.4.3 Balanced Scorecard

O Balanced Scorecard (BSC) é uma ferramenta que busca traduzir a

visão da empresa em um conjunto coerente de medidas de desempenho. O

BSC traduz a missão e a estratégia em objetivos e medidas, organizadas

segundo quatro perspectivas diferentes: (FERNANDES; BERTON, 2005).

Perspectiva financeira

Metas Indicadores

Fonte: Fernandes; Berton, 2005, p. 187.

Figura 15: Balanced Scorecard.

a) perspectiva financeira: corresponde aos aspectos financeiros da

Perspectiva dos

processos internos

Metas Indicadores

Perspectiva dos

clientes

Metas Indicadores

Perspectiva de aprendizado e

crescimento

Metas Indicadores

Balanced

Scorecard

48

organização, principalmente no que diz respeito aos impactos das

decisões estratégicas da empresa nos indicadores e metas

estabelecidos nesse campo;

b) perspectiva dos clientes: diz respeito à participação de mercado, à

satisfação de cliente e à intensidade que cada unidade de negócio

possui em termos de capitação e retenção de clientes;

c) perspectiva dos processos internos: busca avaliar o grau de

inovação nos processos de gestão que a empresa possui e o nível

de qualidade das suas operações; e

d) perspectiva de aprendizado e crescimento funcional: corresponde à

capacidade de que a empresa possui em manter seu capital

intelectual com elevado grau de motivação, satisfação interna e

produtividade.

A escolha do BSC como ferramenta gerencial sugere à empresa

desenvolver indicadores para avaliar seu desempenho. Esses indicadores

buscam valorizar o princípio de agregação de valor e o desenvolvimento

interno da organização, a fim de obter maior competitividade. (FERNANDES;

BERTON, 2005).

Ainda segundo os autores, o BSC é uma ferramenta de fácil leitura,

possibilita a comunicação dos objetivos da empresa e garante que eles sejam

entendidos, avaliados, controlados e, fundamentalmente, que todos elaborem

seus planos e metas individuais ou de equipes de colaboradores, de forma

alinhada e coerente aos objetivos organizacionais. Isso possibilita o total

comprometimento dos setores e colaboradores da empresa com os objetivos

traçados.

2.4.4 Matriz Boston Consulting Group (BCG)

A análise da matriz de crescimento foi desenvolvida pelo Boston

Consulting Group (BCG) em 1967. A ideia central dessa matriz é relacionar os

vários negócios da empresa, conforme sua participação relativa no mercado e

o crescimento deste de forma a identificar os negócios ou a linha de negócios,

49

ou até mesmo a linha de produtos que proporciona maior resultado para a

empresa, e aquela linha de negócio que deverá ser desativada por estar

consumindo recursos da mesma. (FERNANDES; BERTON, 2005).

Costa (2006) explica que, para usar esse modelo, deve-se primeiro

traçar um gráfico, cujos eixos são a participação do produto no mercado e o

crescimento do mercado em si. Cada quadrante tem um nome: oportunidade,

estrela, vaca leiteira e animal de estimação. A figura abaixo ilustra uma matriz

BCG.

Baixa participação no

mercado

Alta participação no

mercado

Mercado de alto

crescimento Oportunidade Estrela

Mercado de baixo

crescimento Animal de estimação Vaca leiteira

Fonte: Costa, 2006, p. 58.

Figura 16: Lançamento de produtos e busca de novos mercados.

Os quatro quadrantes apresentados na matriz BCG significam as

possíveis combinações de participação e crescimento no mercado. Assim

sendo, Costa (2006) identifica os quadrantes da seguinte forma:

a) oportunidade: negócios com alta taxa de crescimento e pouca

participação de mercado, requerem investimentos substanciais para

melhorarem a sua posição; se não o fizerem recomenda-se o

desinvestimento;

b) estrela: negócios de alta participação de mercados e com alta taxa

de crescimento. Quando um negócio é bem-sucedido, torna-se

estrela. Embora líderes, esses serviços ou produtos ainda

necessitam de investimento, e sua forte posição lhes permite gerar

as receitas necessárias;

c) vaca leiteira: negócios com alta participação de mercado e baixa

taxa de crescimento. Não necessitam mais de investimentos para

Participação do produto no mercado

Cre

scim

en

to d

o m

erc

ad

o

50

sua expansão. O mais comum é que esses produtos ou serviços

financiem outros negócios pelo fato de gerarem receitas acima de

suas necessidades; e

d) animal de estimação: negócios de pequena participação de

mercados e baixo crescimento. São mantidos por razões

sentimentais, pois dão prejuízo ou geram pouco lucro. É

recomendável ter o mínimo de produtos e serviços aqui para não

comprometer a saúde financeira da empresa.

Na matriz BCG, a localização do negócio não é permanente. Com o

tempo e a aplicação de estratégias, o produto ou serviço troca de quadrante,

experimentando evolução ou involução, aumento ou diminuição de sua

participação. As mudanças de posições são similares ao ciclo de vida de um

produto. (COSTA, 2006).

2.4.5 Matriz produto-mercado

A matriz produto-mercado é a primeira das matrizes a ser considerada.

Foi desenvolvida em 1957, por Igor Ansoff. A matriz visa identificar as

oportunidades de crescimento na qual se mapeia o portfólio presente de uma

empresa em face aos mercados atuais e futuros; para isso, segmenta a análise

em produtos existentes e em novos produtos. (FERNANDES; BERTON, 2005).

Para Costa (2006), a matriz é construída a partir de dois eixos: mercado

e produto.

PRODUTO ATUAL

PRODUTO NOVO

MERCADO

ATUAL

1 2

NOVO MERCADO

4 3

Fonte: Costa, 2006, p. 58.

Figura 17: Lançamento de produtos e busca de novos mercados.

51

Ainda para o autor, cada eixo deve ser analisado no momento atual e

futuro. O cruzamento de mercado atual e novo mercado com produto atual e

novo produto resulta num conjunto de quadrantes, onde podem ser

identificadas estratégias, como:

a) produto atual em mercado atual: a organização não está inovando.

Produtos atuais estão sendo destinados para mercados atuais.

Aparentemente, o único objetivo da empresa é a manutenção dos

clientes já conquistados, em busca de maiores vendas, por meio de

ações como redução de preço, aumento da propaganda e busca de

maior exposição;

b) novo produto em mercado atual: a organização aposta na introdução

de novos produtos para um público que já conhece seus atuais

produtos;

c) novo produto em novo mercado: pode ser um segmento totalmente

novo para a empresa, onde a organização decide lançar novos

produtos em novos mercados, ou seja, busca diversificar seu ramo

de atuação; e

d) produto atual em novo mercado: a organização resolve lançar os

produtos que possui em seu portfólio em novos mercados. Com o

sucesso das vendas em uma determinada área, a empresa decide

se expandir para novas áreas.

Portanto, essa matriz tem a capacidade de estruturar e representar as

possibilidades de expansão de uma empresa.

As ferramentas devem ser utilizadas pelas empresas para avaliar e

traçar melhores estratégias. Então, integrá-las nos cenários e incorporá-las na

cultura organizacional resultará em ações preventivas e corretivas, a fim de

obter estratégias duradouras.

2.5 A influência do PE na gestão e no desenvolvimento das pequenas

empresas

O Planejamento estratégico quando aplicado em pequenas empresas

52

necessita de um grande grau de simplificação e enfrenta a dificuldade de

conseguir que o empresário saia da sua rotina, sendo necessário criar um

comprometimento com sua equipe para, assim, forçá-lo a desenvolver o

trabalho. (ALMEIDA, 2003).

De acordo com Almeida (2003), o resultado da utilização do

planejamento estratégico para pequenas empresas é muito importante, pois

estas dificilmente fazem qualquer reflexão estratégica.

Antes de iniciar-se a realização do PE em uma entidade, deve-se

entender o seu significado e por que esse trabalho é importante para a

empresa.

As técnicas de planejamento estratégico irão mostrar como estruturar as

ações para que sejam dirigidas para o resultado e ajudar o profissional a

organizar suas ideias e redirecionar suas atividades.

As pequenas empresas possuem algumas particularidades que

influenciam sua atuação e demandam um processo diferenciado de gestão.

Essas particularidades se bem exploradas e administradas, podem ser

consideradas uma vantagem competitiva às empresas de pequeno porte.

(TERENCE, 2002).

De forma geral, essas particularidades referem-se ao individualismo, à

centralização de poder, à falta de habilidade na gestão do tempo, à utilização

da improvisação em relação à ação planejada, ao imediatismo de resultado e

ao desconhecimento da ferramenta. (TERENCE, 2002).

Portanto, para suprir a necessidade desse processo diferenciado de

gestão, o planejamento estratégico torna-se a base para que a pequena

empresa cresça e desenvolva-se de forma contínua.

2.6 Metodologia da Implementação

Como em qualquer plano, a formulação de estratégias apropriadas não é

suficiente. Os administradores estratégicos devem garantir que essas

estratégias sejam implementadas de maneira eficiente e eficaz.

Uma tendência segundo Bateman e Snell (2009) é que muitas

53

organizações estendam seus processos de gestão estratégica mais

participativas à implementação, que integra administradores de todos os níveis

nos processos de formulação e identificação dos melhores meios para a

implementação do planejamento estratégico.

De acordo com Hrebiniak (2005), há oito áreas de desafios para a

implementação da estratégia, são elas:

a) desenvolver um modelo para orientar as ações ou decisões da

implementação;

b) entender como a criação da estratégia afeta sua implementação;

c) entender o poder e a influência e usá-los para o sucesso da

implementação;

d) desenvolver controles efetivos e mecanismos de feedback;

e) saber como criar uma cultura de suporte à implementação;

f) aplicar a liderança como suporte para a implementação;

g) desenvolver estruturas organizacionais que estimulem o

compartilhamento das informações, a coordenação e uma clara

responsabilidade; e

h) gerenciar as mudanças de forma efetiva.

Essas mudanças envolvem transformações na estrutura, nas pessoas e

nos processos organizacionais, como mostra a figura. (FERNANDES;

BERTON, 2005).

Fonte: Fernandes; Berton, 2005, p. 205.

Figura 18: Aspectos envolvidos na implantação da mudança.

Tomada de decisão Cultura Recompensa

Autoridade Liderança Alocação de recursos

Missão e objetivos

Estratégias

Estrutura

Linha de comando

Pessoas Processos

Motivação

Poder

Grupos informais

Controle

Tecnologia

Comunicação

54

A estrutura diz respeito à distribuição de responsabilidades dentro de

uma organização e deve ser concebida de forma a atingir missão e objetivos.

(FERNANDES; BERTON, 2005).

Quanto às pessoas, estas possuem desejos, projetos de vida e receios,

sofrem pressões de grupos de influência e também influenciam, por isso essas

relações devem ser lembradas na implementação de uma estratégia.

(FERNANDES; BERTON, 2005).

Já quanto aos processos, cabe definir as regras dinâmicas para o

funcionamento da organização, onde deve-se levar em consideração a

alocação de recursos, a comunicação, a recompensa, o controle e a tecnologia.

(FERNANDES; BERTON, 2005).

Prestando mais atenção nos processos pelos quais as estratégias são

implementadas, executivos, gerentes e funcionários poderão desempenhar um

papel importante no sentido de assegurar que os planos estratégicos

efetivamente se realizem. (BATEMAN; SNELL, 2009).

2.7 Controle e avaliação do planejamento estratégico

O papel desempenhado pela função de controle e avaliação no processo

de planejamento estratégico é acompanhar o desempenho do mesmo através

da comparação entre as situações alcançadas e as previstas, assegurando que

o desempenho real possibilite o alcance dos padrões que foram, anteriormente,

estabelecidos. (OLIVEIRA, 2007).

Um sistema de controle é projetado para apoiar os executivos na

avaliação do progresso do planejamento estratégico e, quando existem

divergências, na formulação de ações corretivas. Esse sistema deve incentivar

operações com flexibilidade para adaptar-se às mudanças. (BATEMAN;

SNELL, 2009).

O resultado final do processo de controle é a informação, por isso as

organizações devem desenvolver sistemas de informações, indicadores de

desempenho e mecanismos específicos que permitam a efetiva avaliação dos

objetivos, metas e estratégias.

55

O controle pode tornar-se mais complexo e detalhado à medida que a

empresa cresce, é por esse motivo que os gerentes precisam ter o

conhecimento de suas funções para saber o que deve controlar e, assim,

desenvolver métodos de medição e controle que alertem quando ocorrerem

desvios dos planos. (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005).

De acordo com Oliveira (2007), para que o executivo possa efetuar de

maneira adequada o controle e avaliação do planejamento estratégico, é

necessário que siga algumas fases:

a) estabelecimento de padrões de medida e avaliação: é a base para a

comparação dos resultados desejados;

b) medida dos desempenhos apresentados: significa estabelecer o que

medir e como medir, a partir de critérios de quantidade, qualidade e

tempo;

c) comparação do realizado com o esperado: visa comparar possíveis

desvios que estejam dentro ou ultrapassem as barreiras que foram

estabelecidas no processo de planejamento; e

d) ação corretiva: corresponde às medidas ou providências que são

adotadas para eliminar os desvios significativos.

Ressalta-se, ainda, que o controle deve ser realizado de forma contínua,

a fim de verificar se os processos estão acontecendo conforme o planejado e,

caso seja necessário, realizar mudanças corretivas para garantir que os

funcionários e os recursos da empresa sejam aproveitados de forma mais

eficiente na realização dos objetivos da mesma. (CARAVANTES; PANNO;

KLOECKNER, 2005).

Para efetivar o controle é preciso que o executivo crie um clima

adequado para sua operacionalização, tendo em vista eliminar as resistências

ativas ou passivas, que podem atrapalhar o planejamento estratégico na

empresa. Os resultados dessa avaliação devem ser repassados para toda a

empresa, permitindo, assim, que todos saibam se a organização está atingindo

os objetivos traçados.

56

CAPÍTULO III

O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO APLICADO NA EMPRESA ESTOCAR

ESTOFADOS GUARANTÃ

3 APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Este capítulo tem como objetivo demonstrar os benefícios que o

planejamento estratégico pode proporcionar, abordando a necessidade de a

empresa gerir eficientemente os negócios e de se desenvolver através de uma

tomada de decisão assertiva que suscite os resultados esperados. Para esse

feito, foi realizada uma pesquisa de campo na empresa Estocar Estofados

Guarantã, situada na cidade de Guarantã, no período de março a outubro de

2011.

Os métodos utilizados para a pesquisa foram:

Estudo de caso: utilizado para analisar aspectos voltados à rotina de

trabalho e para a simulação da utilização do PE na empresa.

Método de observação sistemática: utilizado para observar, analisar e

acompanhar os procedimentos aplicados na fabricação de estofados e a

maneira de gerir e planejar, como suporte para o desenvolvimento do estudo

de caso.

Para se obter informações, a pesquisa utilizou as seguintes técnicas:

Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A)

Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B)

Roteiro de entrevista para o Proprietário da Empresa (Apêndice C)

Roteiro de entrevista para o Gerente Geral (Apêndice D)

Roteiro de entrevista para o Profissional da Área (Apêndice E)

3.1 Aplicação do planejamento estratégico na empresa

57

Diante do exposto no capítulo anterior, no item 2.3, o planejamento

estratégico apresenta diferentes metodologias para a sua aplicação.

Foram levadas em consideração as metodologias vistas para a

elaboração do planejamento estratégico da empresa Estocar Estofados

Guarantã, a fim de expandir as frentes de mercado para a região de Ribeirão

Preto, sendo elas:

a) estabelecimento da missão, da visão e dos objetivos;

b) análise das oportunidades externas e ameaças;

c) análise de forças e fraquezas internas;

d) análise SWOT;

e) implementação; e

f) controle estratégico.

3.1.1 Definição do negócio

A definição do negócio delimita o espaço de atuação da organização e

considera suas competências centrais e suas limitações. Existem dois aspectos

mensuráveis que podem definir uma organização: suas habilidades em

conjunto com o somatório de seus conhecimentos e o que a empresa se

propõe e necessita fazer. (COSTA, 2006).

Sempre é importante considerar que definir o negócio de forma estreita

faz a empresa perder oportunidades; definir de maneira ampla não orienta em

nada a atuação no mercado, devendo a empresa buscar o equilíbrio.

(FERNANDES; BERTON, 2005).

Observa-se que a empresa em estudo define seu negócio como sendo a

fabricação de estofados; porém, diante da teoria estudada, percebe-se a

necessidade da ampliação dessa definição. Deste modo, sugere-se: Estocar

Estofados Guarantã, soluções em conforto, designer e qualidade.

3.1.2 Estabelecimento da missão

58

Segundo Sampaio (2004), missão é a determinação do motivo central do

planejamento estratégico e visa obter as respostas das seguintes perguntas:

a) o que a empresa deve fazer?;

b) para quem a empresa deve fazer?;

c) por que a empresa deve fazer?;

d) como a empresa deve fazer?; e

e) onde a empresa deve fazer?

Essa missão deve ser comunicada para toda a empresa, de forma a

criar um senso comum de oportunidade, direção e significado que resulte no

comprometimento dos públicos interno e externo com as ações e estratégias

adotas pela mesma. (ANDION; FAVA, 2002).

A empresa Estocar Estofados Guarantã não possui uma missão

definida, portanto, em consideração aos questionamentos acima, sugere-se:

“Fabricar e comercializar estofados, a fim de proporcionar conforto e qualidade,

atender de forma ágil e eficiente, com o propósito de superar as expectativas e

as necessidades dos clientes.”

3.1.3 Estabelecimento da visão

A visão é um retrato do que a empresa pretende ser e realizar. Uma

declaração de visão articula a descrição ideal de uma organização e determina

os tipos de ações que serão realizadas no presente para alcançar o futuro

desejado. (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2008).

Deve estabelecer um fator capaz de gerar entusiasmo entre todos os

integrantes, ser disseminada e democratizada para todos os níveis e indivíduos

participantes da organização, já que a visão de um futuro desafiador é um pré-

requisito para as organizações que almejam sucesso em sua caminhada.

(CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005).

O estabelecimento dos valores da empresa Estocar Estofados Guarantã

foi realizado a partir da identificação dos fatores que o empresário julga

relevante, tais como: qualidade, parceria, pontualidade, confiança,

responsabilidade e satisfação dos clientes.

59

Após o levantamento dos valores e princípios da empresa, o proprietário

fez algumas reflexões quanto ao tipo de organização que ele espera ter no

futuro:

a) aumento da produção de estofados de 400 para 600 jogos mensais;

b) ampliar as instalações da fábrica;

c) expandir sua área de atuação; e

d) melhorar o processo produtivo a fim de sustentar a qualidade.

Assim, a partir das reflexões apresentadas, sugere-se a seguinte visão:

“Ser referência no setor moveleiro, em sinônimo de qualidade, conforto e

durabilidade.”

3.1.4 Objetivos da empresa

Os objetivos são resultados que a empresa busca atingir, podendo ser

de longo, médio ou curto prazo. (ANDION; FAVA, 2002)

Para Sampaio (2004), os objetivos servem como unidade de ação e

rumos para a organização, a fim de direcionar os esforços. Os principais temas

utilizados na definição de objetivos são: crescimento, produtividade,

rentabilidade, participação de mercado e qualidade.

Neste planejamento estratégico, a Estocar Estofados Guarantã

estabelece-se com o objetivo de ampliar novas frentes de mercado na região

de Ribeirão Preto até o final de 2013.

3.1.5 Análise interna da empresa

O ambiente interno inclui a estrutura da organização, instalações físicas,

técnicas de produção e cultura corporativa. Dessas, a cultura corporativa

destaca-se como extremamente importante para a vantagem competitiva. A

cultura interna deve se adaptar às necessidades do ambiente externo e à

estratégia da companhia. (DAFT, 2010).

60

Através da análise interna da empresa Estocar Estofados Guarantã foi

possível a identificação dos seus pontos fortes e fracos, avaliados os fatores

acima.

3.1.5.1 Estrutura da organização

Por se tratar de uma empresa de pequeno porte e de gestão familiar,

não possui uma estrutura bem definida, uma vez que as atividades são

centralizadas no gerente geral e no proprietário.

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2011.

Figura 19: Organograma da empresa.

De acordo com o organograma, é de competência do proprietário

gerenciar todo o processo empresarial e, em conjunto com o gerente geral,

tomar decisões administrativas como atuação em novos mercados e criação de

novos modelos.

O gerente geral ainda possui as funções de compra de matéria-prima,

recrutamento e seleção, recebimento de pedidos, distribuição para processo

produtivo e a logística. As áreas terceirizadas dizem respeito à parte contábil,

comercial e trabalhista. Além disso, a empresa não oferece um programa de

Contabilidade Comercial

Transporte Tapeçaria Costura e

corte

Marcenaria

Presidente

Administrativo

61

qualificação a seus funcionários.

3.1.5.2 Instalações físicas

A empresa está instalada em uma área de 1300 m² e seu layout é

dividido nos setores de marcenaria e madeiramento, costura e corte e

tapeçaria, possui ainda um depósito de espumas de 280 m² e capacidade

produtiva de 400 jogos mensais.

Com a finalidade de atingir a região de Ribeirão Preto, o proprietário

adquiriu um terreno ao lado da fábrica a fim de ampliar suas instalações para

2300 m² e aumentar a produção para 600 jogos mensais.

3.1.5.3 Técnicas de produção

O processo produtivo da empresa é realizado de forma artesanal, assim

como nas maiorias das pequenas e médias empresas atuantes no ramo, uma

vez que a automatização do processo fabril é quase impossível já que a

produção demanda e até o presente momento não faz uso de técnicas

avançadas para produzir os estofados.

3.1.5.4 Cultura organizacional

A cultura da Estocar provém dos valores que foram cultivados ao longo

do tempo e busca estar de acordo com a ética e a moral no desenvolvimento

de suas funções, priorizando a qualidade e a durabilidade na produção dos

estofados e a honestidade para gerir a empresa, fazendo com que esses

valores sirvam de base às atitudes tomadas no dia a dia, a fim de atingir os

objetivos e despertar admiração e respeito dos clientes.

62

3.1.6 Análise externa da empresa

Para Sampaio (2004), a empresa deve analisar o ambiente geral que

envolve variáveis tecnológicas, políticas, econômicas, legais, demográficas e

geográficas e o ambiente operacional que contempla variáveis como

concorrentes, clientes e fornecedores.

3.1.6.1 Ambiente geral

3.1.6.1.1 Variáveis tecnológicas

A tecnologia é um componente do ambiente necessário às organizações

na medida em que precisam incorporar e absorver as inovações tecnológicas

externas em seus processos internos, com o intuito de otimizar os processos e

ampliar as oportunidades de mercado. (TEIXEIRA et al., 2007).

As variáveis tecnológicas referem-se à estrutura tributária, logística,

infraestrutura, entre outros e dependem de fatores, como o ramo de atividade

da empresa, os produtos ou serviços por ela produzidos, os processos de

produção e de operações, equipamentos utilizados e tipo de matéria-prima.

(TEIXEIRA et al., 2007).

Qualquer uma das tecnologias envolvidas nos processos de uma

organização pode ter impacto significativo sobre a concorrência, pois são cada

vez mais determinantes da competitividade. (TEIXEIRA et al., 2007).

Já quanto à fabricação de estofados não há o uso de tecnologias, uma

vez que o processo produtivo é basicamente artesanal.

3.1.6.1.2 Variáveis políticas

63

Programas do governo como Minha Casa, Minha Vida, que tem como

objetivo a produção de unidades habitacionais, aumentará a demanda de

mobiliário para os próximos anos e contribuirá para o crescimento do setor

moveleiro. (MOVELEIROS..., 2011).

Outra intervenção do governo foi o plano Brasil Maior, que propõe

incentivos para a indústria nacional. O projeto reduz impostos na compra de

máquinas e equipamentos de produção e propõe estímulos à micro e

pequenas empresas. Um dos setores beneficiados é o de móveis de madeira.

(PLANO BRASIL..., 2011).

Os programas citados fortalecerão a demanda de estofados aumentado

as chances de sucesso da abertura da nova frente de mercado pretendida pela

empresa.

3.1.6.1.3 Variáveis econômicas

O setor moveleiro possui relação com o nível de atividade econômica, a

distribuição de renda e o poder aquisitivo da população. Outros fatores como

maior oferta de crédito, queda nas taxas de juros, muita oferta de madeira e

uma política ambientalista podem refletir num melhor desempenho do setor.

(ESTUDOS DE MERCADO..., 2008).

O exemplo disso é o fato da Abimovel estar negociando com o governo

federal a inclusão de um percentual no valor dos financiamentos para a casa

própria, do projeto Minha Casa, Minha vida, para ser usado na compra de

mobília da nova unidade habitacional. (ARAUJO, 2011).

Ainda segundo o autor, se a medida for implantada o índice de compra

de móveis aumentará e o setor poderá faturar cerca de 20 bilhões nos

próximos quatro anos, refletindo favoravelmente na área estudada.

3.1.6.1.4 Variáveis legais

64

É importante que o setor se atente aos aspectos legais, como a

certificação florestal que é a garantia dada ao consumidor de que a madeira

utilizada para a fabricação de produtos provém de manejo florestal

ambientalmente adequado, socialmente justo e economicamente viável.

A empresa adota essa política em seu processo produtivo, utilizando

somente madeiras certificadas, o que reforça o seu compromisso com a

sociedade e o meio ambiente.

3.1.6.1.5 Variáveis demográficas

Com um crescimento demográfico de 1,78%, o estado de São Paulo tem

uma população de aproximadamente 40 milhões de habitantes, 19 milhões

somente na região metropolitana e 645 municípios, tornando-se o maior

mercado consumidor do país. Isso faz dele o estado mais rico do Brasil e o

maior polo moveleiro da América Latina. (POLO MOVELEIRO..., 2006).

À respeito da população de Ribeirão Preto, esta possui alto padrão de

vida com relação à renda e ao consumo, sendo a cidade uma das mais ricas do

estado de São Paulo. (RIBEIRÃO PRETO, 2011).

Com base nesses dados, a ocasião de expandir para Ribeirão Preto

mostra-se favorável com grandes oportunidades de desenvolvimento.

3.1.6.1.6 Variáveis geográficas

A empresa está localizada no município de Guarantã, que possui fácil

acesso aos principais centros de consumo, fornecedores e matérias-primas,

enquanto que Ribeirão Preto, a região escolhida para a ampliação da frente de

mercado, está a 209 Km de Guarantã, em uma região privilegiada em termos

econômicos, ampliando as chances de sucesso do negócio.

A ligação rodoviária entre ambos os centros é realizada pelas Rodovias

Laurentino Mascari e Atílio Balbo, o que facilita o escoamento dos produtos e

65

possibilita o acesso rápido a região.

3.1.6.2 Ambiente operacional

3.1.6.2.1 Concorrentes

Dentre os concorrentes da região de Ribeirão Preto, destacam-se a Grif,

indústria do setor moveleiro, que atua há 25 anos na região, porém esta tem

foco em mobiliário corporativo. Na fabricação de estofados, as principais

empresas são Casa Tagliari Móveis e Estofados e Casa dos Estofados &

Interiores.

Além dos novos concorrentes, a Estocar Estofados Guarantã deve

atentar para os concorrentes já existentes, como por exemplo, a Linoforte que

já atua na região pretendida e, por esse motivo, estratégias de conquista de

mercado deverão ser realizadas para a adesão dos clientes.

3.1.6.2.2 Clientes

Os clientes da empresa são lojistas através dos quais estabelecem

parcerias centradas na garantia do prazo de entrega e qualidade dos produtos.

Outro ponto a ressaltar é que a região pretendida possui grandes lojas

de comércio de móveis, o que favorecerá parcerias e, consequentemente, o

aumento das vendas.

3.1.6.2.3 Fornecedores

A empresa estudada possui apenas um fornecedor para cada matéria-

66

prima, fato que resulta em dificuldades na hora da negociação dos preços, e

nesse momento de mudança e adaptação em um novo mercado, novas opções

de fornecedores serão fundamentais para a obtenção de um produto com um

preço competitivo.

3.1.7 Análise dos pontos fortes e fracos e das oportunidades e ameaças

através da ferramenta SWOT

A partir dos aspectos analisados, foram identificados os pontos fortes e

fracos e as oportunidades e ameaças da empresa com o apoio da ferramenta

estratégica SWOT, como mostra a tabela:

Fonte: Adaptado de Costa, 2006.

Figura 20: Análise interna e externa da empresa.

Após a distribuição dos pontos fortes e fracos entre os campos ameaças

e oportunidades é necessário analisar cada um dos quadrantes, como explica

Costa (2006):

ANÁLISE INTERNA

FRAQUEZAS FORÇAS

AN

ÁL

ISE

EX

TE

RN

A

AMEAÇAS

ELIMINAR MONITORAR

- Falta de pesquisa no mercado

- Falta de monitoração dos

concorrentes

- Falta de planejamento

- Gestão familiar

- Processo artesanal

OPORTUNIDADES

MELHORAR CAPITALIZAR

- Qualificação dos funcionários

- Capacidade produtiva

- Marketing

- Poucos fornecedores

- Imagem da empresa

- Qualidade dos produtos

- Localização da empresa

- Prazo de entrega

- Incentivos do governo

- Madeira certificada

- Participação de mercado favorável

67

a) eliminar: se uma fraqueza interna está no campo externo que foi

identificado como ameaça, deve-se eliminar esse ponto, no caso da

empresa:

- A falta de pesquisa no mercado: a empresa não realiza pesquisas

a fim de conhecer as necessidades dos clientes baseando-se

apenas na percepção do proprietário e gerente;

- Falta de monitoração dos concorrentes: não há o

acompanhamento dos concorrentes, o que resulta na falta de

preparo para reagir as estratégias;

- Falta de planejamento: faz com que a empresa deixe de

aproveitar as oportunidades, não se adeque às exigências do

mercado e fique sujeita às ameaças do ambiente.

b) monitorar: quando um ponto forte está localizado no campo

identificado como ameaça, é necessário ficar atento e monitorar

tanto a força quanto os fatores que geram a ameaça, com relação à

empresa:

- Gestão familiar: a cultura familiar na Estocar favorece o

comprometimento dos funcionários que passam a adotar os

valores cultivados pelo proprietário, em contrapartida, representa

uma ameaça quanto à centralização do poder, que resulta na

escassez do tempo para formalizar planos, e assim, recorre ao

improviso;

- Processo artesanal: o fato do processo produtivo da empresa ser

artesanal agrega maior valor ao produto, já que existe a

preocupação com a qualidade, pois há o envolvimento dos

profissionais em todo o processo, porém a produtividade é

limitada, o tempo gasto na produção é maior e os custos não são

flexíveis devido à quantidade produzida.

c) melhorar: se um ponto fraco foi distribuído no campo identificado

como oportunidade é importante ter em mente que um trabalho

precisa ser desempenhado para que esse ponto se transforme em

um ponto forte, através de:

- Qualificação dos funcionários: atualmente os funcionários da

empresa não recebem formação profissional para a confecção

68

dos estofados, o que faz disso um ponto fraco da empresa,

portanto faz-se necessário investir no aperfeiçoamento dos

profissionais para que seja possível aproveitar as oportunidades

do mercado que exijam um pouco mais de técnica e perfeição;

- Capacidade produtiva: o limite atual de produção da Estocar se

restringe a 400 jogos mensais, isso se dá devido às instalações,

aos maquinários e à mão-de-obra existentes, porém a empresa

tem a preocupação de aumentar sua capacidade, a fim de

aproveitar as oportunidades do mercado e, para isso, já

providenciou a aquisição de um novo terreno para ampliar as

estruturas e chegar a produzir até 600 jogos por mês;

- Marketing: a divulgação da marca é realizada através dos

representantes comerciais que expõem os produtos por meio de

catálogos e amostras de tecidos, porém não são exploradas as

mídias, o que faz com que a empresa não aproveite as

oportunidades provenientes dessa exposição. O fato de entrar em

uma nova região exige que a Estocar apresente um local para que

os lojistas busquem suas referências e isso seria possível através

da criação de um site;

- Poucos fornecedores: os fornecedores são elos fundamentais do

processo, pois fornecem os insumos necessários para que a

empresa atenda o cliente no prazo certo e proporcione um melhor

preço, por isso é importante que haja contato com diversos

fornecedores para que seja possível negociar os custos

provenientes da matéria-prima e, assim, apresentar alta

competitividade no mercado.

d) capitalizar: ocorre quando uma força está no campo das

oportunidades, o que identifica que a organização se encontra numa

fase de desenvolvimento, na qual é necessário aproveitar essa

situação. As forças da Estocar são:

- Imagem da empresa: esse fator é considerado um ponto forte,

pois a empresa é vista como socialmente responsável e se

preocupa em manter uma postura ética tanto com seus clientes

quanto com os fornecedores e funcionários, a qualidade também

69

é fator primordial durante todo o processo, sendo esses valores

percebidos pelos clientes;

- Qualidade dos produtos: todo o processo da empresa tem como

base a qualidade, visto que esse fator é essencial para que a

empresa consiga se manter em alta e crie diferenciais que

agreguem valor aos produtos, o que vai favorecer o bom

desempenho diante das oportunidades;

- Localização da empresa: a empresa está localizada no município

de Guarantã, que possui fácil acesso aos principais centros de

consumo, fornecedor e matéria-prima o que proporciona à

empresa vantagem na distribuição e recebimento de mercadorias;

- Prazo de entrega: por se tratar de produção sob encomenda há

uma forte disciplina quanto à pontualidade dos prazos, o que

resulta na confiabilidade dos clientes;

- Incentivos políticos: programas do governo como Minha Casa,

Minha Vida e Brasil Maior aumentam a demanda por móveis e

estimulam a indústria nacional;

- Madeira certificada: as madeiras utilizadas no processo produtivo

da Estocar provêm de manejo florestal ambientalmente adequado

e demonstra a preocupação da empresa com a sustentabilidade e

com as gerações futuras, fazendo com que os consumidores

tenham a certeza de estar estimulando práticas legais e éticas;

- Participação de mercado favorável: devido ao bom desempenho

conquistado na região em que atua percebeu-se a oportunidade

de ampliar suas frentes de mercado e aumentar sua carteira de

clientes.

Na intersecção do olhar para fora com o olhar para dentro da

organização feita pela análise da matriz SWOT, e também com as opções de

ação, é possível formular as estratégias que apontarão os caminhos para a

implementação de um plano estratégico.

A matriz SWOT traça uma análise da situação atual da empresa. É um

instrumento de fácil utilização e, conforme as mudanças por que passam o

mercado, ela deve ser refeita. O objetivo da matriz SWOT é definir estratégias

para manter os pontos fortes e reduzir a intensidade dos pontos fracos,

70

aproveitando oportunidades e protegendo de ameaças.

Através da matriz SWOT foi possível detectar que a Estocar possui

diversos pontos fortes que representam oportunidades e devem ser

explorados, porém possui alguns pontos fracos que devem ser monitorados

para garantir a consistência na direção e união dos esforços para o alcance

dos resultados desejados.

3.1.8 Metodologia da implementação

Depois de avaliadas as características do desafio, estabeleceu-se um

plano de ações para implementação do objetivo, abertura de novas frentes de

mercado em Ribeirão Preto.

AÇÕES QUANDO QUEM COMO PRAZO FINAL

Conhecer o mercado

jan/2012 Carlos Polita (proprietário)

Visitar as empresas da cidade para avaliar o

potencial dos compradores

abr/2012

Prospectar clientes

mar/2012 Sérgio

Alexandre (gerente geral)

Divulgar a empresa para futuros clientes

mai/2012

Aumento da capacidade produtiva

dez/2010 Carlos Polita (proprietário)

Aquisição de terreno, máquinas e

equipamentos. Planta produtiva pronta

dez/2012

Aumento de pessoal

jan/2013 Sérgio

Alexandre (gerente geral)

Contratação e treinamento de novos

funcionários e representantes

comerciais

fev/2013

Pesquisar por novos

fornecedores dez/2011

Sérgio Alexandre

(gerente geral)

Aprimorando seu Networking

Contínuo

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2011.

Quadro 1: Plano de ação da empresa.

71

É importante que os gestores cumpram com as ações descritas no

plano, bem como os prazos impostos devem ser respeitados para garantir o

sucesso do processo, caso contrário, o planejamento estratégico torna-se uma

mera elaboração de planos, frustrando todos aqueles que atuaram em sua

elaboração, além de desperdiçar os recursos críticos necessários à

sobrevivência da organização. (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005).

Vale ressaltar a importância de integrar os planos tático e operacional ao

planejamento estratégico a fim de operacionalizar as ações, uma vez que não

há como fazer uma distinção clara entre as três modalidades de planejamento.

Os três tipos coexistem, devem ser trabalhados continuamente e, uma

vez estabelecidos, tornam-se a direção para adequar-se às exigências do

mercado e criar vantagem competitiva através do aproveitamento das

oportunidades e minimização dos riscos.

Portanto, faz-se necessário colocar em prática o que foi articulado e, no

decorrer do processo, havendo fatores que influenciam positiva ou

negativamente, o planejamento estratégico deve ser reestruturado, atualizado e

ajustado.

3.1.9 Controle e avaliação

O controle e a avaliação do processo direcionam a utilização da

estratégia, indicam como comparar os resultados reais com aqueles esperados

e sugerem ações corretivas a serem tomadas quando a diferença entre estes é

inadmissível. (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2008).

Portanto, sugerem-se reuniões mensais com a finalidade de demonstrar

e diagnosticar a execução das ações e seus impactos nos resultados da

empresa.

3.2 Considerações finais

72

Planejar é a função básica, organizar, influenciar e controlar são os

resultados. Portanto, somente depois de desenvolverem seus planos é que os

gerentes podem determinar como querem estruturar sua organização, alocar

seus funcionários e estabelecer controles organizacionais.

A falta de planejamento leva a empresa a ser facilmente surpreendida

por alterações no mercado, o que a induz agir por improviso e a distância das

decisões relacionadas com o objetivo da empresa.

Vale salientar que o planejamento estratégico feito de forma isolada é

insuficiente, logo é necessário que haja a integração com os planejamentos

tático e operacional. Devido a isso, é dever da empresa estimular o

planejamento tático no sentido de planejar as metas mensais a serem atingidas

e formalizar as ações através do planejamento operacional.

Atualmente a Estocar Estofados Guarantã não elabora planos

estratégicos formais, porém através da pesquisa percebeu-se a necessidade

de definir seu negócio de forma ampla, estabelecer a missão e a visão, para

que se tornem as bases do processo, impor prazos para a realização dos

objetivos através de um plano de ação que contemple as ações a serem

seguidas, os responsáveis por sua realização e a maneira como serão

realizadas.

Ainda, na pesquisa, foi utilizada a matriz SWOT para análise do

ambiente interno e externo da Estocar, onde foi possível descrever a situação

atual da empresa e fazer a distribuição dos pontos fortes e fracos entre os

campos ameaças e oportunidades.

De maneira geral, a elaboração do planejamento estratégico permite a

análise das capacidades reais da empresa, o que aumenta as chances de

sucesso para a concretização do objetivo de ampliar as frentes de mercado

para a região de Ribeirão Preto.

73

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Tendo em vista que a Estocar Estofados Guarantã pretende expandir

suas frentes de mercado e que a pesquisa demonstrou que o planejamento

estratégico contribui para a gestão e desenvolvimento das empresas,

proporcionando uma visão ampla do ambiente empresarial e uma tomada de

decisão mais assertiva, propõe-se:

a) que a empresa adote a prática do planejamento estratégico em seu

cotidiano, a fim de se desenvolver e sanar os problemas referentes à

gestão, como a centralização de poder, a gestão de tempo e o

improviso nas tomadas de decisões melhorando suas competências;

b) que a empresa utilize o planejamento tático e operacional em

conjunto com o planejamento estratégico para assim operacionalizar

as ações descritas nele;

c) que realize pesquisas de mercado com o intuito de identificar os

fatores relevantes para os clientes, garantindo a aceitação dos

produtos;

d) investir na qualificação dos funcionários para aprimorar suas

técnicas de produção, a afim de que seja possível reduzir as perdas

de matéria-prima e garantir maior agilidade nos processos;

e) que realize reuniões mensais com a finalidade de demonstrar e

diagnosticar as execuções das ações e seus impactos nos

resultados da empresa.

74

CONCLUSÃO

Diante da pesquisa, concluiu-se que o planejamento estratégico auxilia

na gestão e desenvolvimento de uma empresa, já que otimiza o processo de

tomada de decisão, melhora o aproveitamento das oportunidades, maximiza os

lucros e antecipa as ameaças.

As ameaças apontadas na pesquisa, através da análise SWOT, estavam

ligadas à falta de pesquisa de mercado, falta de monitoração dos concorrentes

e à ausência de planejamento estratégico formal, impactando na falta de

preparo da empresa, deixando-a mais vulnerável às instabilidades do mercado.

Diante disso, o planejamento estratégico proporcionou aos gestores uma

visão ampla de suas capacidades e limitações, sendo possível acompanhar e

capitalizar os pontos fortes.

Contribuiu ainda para avaliar o mercado e as oportunidades emergentes

advindas de programas sociais do governo que favorecerão a demanda por

móveis nos próximos anos, além de proporcionar a formalização de fatores

como missão, visão e definição do negócio que embasaram as decisões e

permitiu, ainda, o estabelecimento de um prazo para a conclusão do objetivo

de expandir as frentes de mercado.

As técnicas do planejamento estratégico apontadas na pesquisa

auxiliaram os gestores a direcionar suas ações para que sejam voltadas para o

resultado.

Ressalta-se a importância de a empresa de pequeno porte adotar a

prática do planejamento estratégico para explorar suas particularidades a fim

de transformá-las em diferenciais competitivos frente aos concorrentes.

A pesquisa fundamentou a importância de as empresas irem além da

elaboração de planos, sendo necessário se preocupar também em estender

seus processos mais participativos à implementação, para que esta ocorra de

maneira eficiente e eficaz. Outro fator relevante apresentado foi de

acompanhar o desempenho do planejamento estratégico e realizar controle e

avaliação de forma contínua através da comparação entre as situações

alcançadas e previstas para, resultar em tomadas de decisões mais concretas.

É importante frisar que a empresa se adapte ao processo do

75

planejamento estratégico e se preocupe em avaliar as mudanças ambientais

que ameaçam os planos atuais ou que proporcione oportunidades de novas

estratégias, pois o planejamento estratégico, quando realizado de forma

correta, torna-se uma das formas mais eficientes de se ter gestão do próprio

negócio, sendo possível estabelecer a melhor direção a ser seguida pela

empresa, a fim de suprir as necessidades do consumidor, do colaborador e do

mercado.

Pode-se concluir que a pergunta-problema foi respondida, a hipótese

comprovada e os objetivos atingidos, uma vez que o planejamento estratégico

contribui na gestão e desenvolvimento da empresa, já que amplia e antecipa a

visão futura dos cenários e mercados.

Para as autoras, a presente pesquisa acrescentou uma série de

fundamentos e contribuições de como o tema hoje pode ser relevante na

maximização dos resultados das empresas. De acordo com a abordagem da

teoria, foi possível adquirir uma visão mais ampla de todo processo gerencial

que pode ser aplicado nas empresas em busca dos fatores que influenciam em

sua lucratividade.

Portanto, o planejamento estratégico auxilia os gestores no alcance dos

objetivos, favorece a empresa tornando-a mais competitiva e age como

instrumento de comunicação, de acompanhamento e, principalmente, de

aperfeiçoamento do aprendizado nas organizações visando à obtenção de

lucros expressivos.

Logo, o assunto não se esgota com essa pesquisa, havendo muito ainda

a aprofundar, o que poderá ser feito por outros acadêmicos ou profissionais da

área.

76

REFERÊNCIAS

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80

APÊNDICES

81

APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso

1 INTRODUÇÃO

Serão apresentados os objetivos relacionados ao estudo de caso, os

métodos e técnicas utilizados na pesquisa assim como as dificuldades e

facilidades encontradas. Serão caracterizados os aspectos principais da

empresa no que se refere ao planejamento estratégico da mesma.

1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado

a) Descrever o processo de planejamento estratégico executado pela

empresa.

b) Coletar depoimento do proprietário, gerente geral e demais

profissionais da área.

1.2 Discussão

Confronto entre a teoria pesquisada e a prática utilizada na empresa

estudada.

1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre manutenção ou

modificações de procedimentos

82

APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática

I IDENTIFICAÇÃO

1 Empresa:.....................................................................................................

2 Localização:................................................................................................

3 Atividade Econômica:..................................................................................

4 Porte:...........................................................................................................

II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

Histórico da empresa:............................................................................................

Modelo de gestão aplicada:...................................................................................

Realização do planejamento atual:........................................................................

Processo de produção:..........................................................................................

Estruturação:..........................................................................................................

Relacionamento interno:........................................................................................

Visão da empresa em relação ao planejamento estratégico:................................

83

APÊNDICE C – Roteiro de entrevista para o Proprietário da Empresa

I IDENTIFICAÇÃO

1 Formação Acadêmica:................................................................................

2 Tempo de atuação na área:........................................................................

3 Experiências anteriores:..............................................................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 A empresa realiza planejamento estratégico?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 Se não, quais são os motivos para não realizar o planejamento

estratégico?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2.1 Se sim, como é realizado?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 Quais são as principais dificuldades do processo?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 Você conhece as técnicas do planejamento estratégico?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

84

APÊNDICE D – Roteiro de entrevista para o Gerente Geral

I IDENTIFICAÇÃO

1 Formação Acadêmica:................................................................................

2 Tempo de atuação na área:........................................................................

3 Experiências anteriores:..............................................................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Qual seu ponto de vista sobre Planejamento Estratégico?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 Quais são os pontos fortes da empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 Você aponta alguma fragilidade na empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 Como é realizada a análise do ambiente externo?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5 Como são definidas as ações futuras da empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6 Qual é a missão da empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

85

7 Qual a visão da empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8 Elas (missão e visão) estão relacionadas com o planejamento

estratégico?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

86

APÊNDICE E – Roteiro de entrevista para o Profissional da Área

I IDENTIFICAÇÃO

1 Formação Acadêmica:................................................................................

2 Tempo de atuação na área:........................................................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Qual a importância de ter o planejamento estratégico?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 Quais ferramentas você considera importantes para a elaboração do

planejamento estratégico?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 Quais as dificuldades em aplicar o planejamento estratégico em uma

empresa familiar?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 O planejamento estratégico auxilia no desenvolvimento e gestão de uma

empresa?

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5 Como o planejamento estratégico auxilia no desenvolvimento e gestão

de uma empresa?

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87

ANEXOS

88

ANEXO A – Fotos

Foto 1: Catálogo da empresa

89

Foto 2: Estofados do catálogo

90

Foto 3: Estofados do catálogo

91

Foto 4: Estofados do catálogo

92

Foto 5: Estofados do catálogo

93

Foto 6: Estofados do catálogo

94

Foto 7: Lançamentos do semestre

Foto 8: Lançamento do semestre

95

Foto 9: Lançamentos do semestre

Foto 10: Exposição de estofados na loja

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Foto 11: Exposição de estofados na loja

Foto 12: Construção do novo barracão

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Foto 13: Visita à empresa

Foto 14: Gerente geral da empresa e a esposa