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Período Pré-Jesuítico Período Pré-Jesuítico 1) Localização 8) Casamento 2) Tribos 9) Educação 3) Cultivo 10) Aldeias 4) Poligamia 11) Religião 5) Medicina

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Período Pré-JesuíticoPeríodo Pré-Jesuítico

1) Localização 8) Casamento

2) Tribos 9) Educação

3) Cultivo 10) Aldeias

4) Poligamia 11) Religião

5) Medicina 12) Morte

6) Encomiendas 13) Conclusões

7) Cultura

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1) Localização1) Localização

Os exploradores espanhóis penetraram no Paraguai, a pátria dos Guarani, pela primeira vez em 1516, sob a chefia de Juan Diaz de Solis. A conquista foi trabalhosa e sangrenta, e no final do século ainda não estava concluída. Em 1590, porém, cinqüenta cidades e praças fortes tinham sido fundadas.

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1) Localização1) Localização

A raça Guarani não ocupava somente o Paraguai, mas toda a área compreendida entre os confins do Equador e o Rio da Prata, quase todo o Brasil, onde foi dizimada pelos portugueses e ainda o Uruguai e as províncias Corrientes e Entre-Rios, na Argentina.

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1) Localização1) Localização

É costume dizer-se, simplesmente, que ela ocupava o Paraguai, porque a palavra Paraguai designava no século XVI toda a bacia dos três grandes rios que convergem para o Prata, até ao Andes, do Chile ao Peru, bastante para o interior da Bolívia, do Brasil e do Uruguai, e mesmo dos Pampas ao Sul de Buenos Aires. Mais tarde, a administração colonial estabeleceu uma província.

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2) As Tribos2) As Tribos

As relações entre as tribos eram quase nulas. Reduziam-se aos contatos de vizinhança, pacíficos ou bélicos. Por isso os europeus se admiravam de que esses milhares de povoados, vivendo assim num isolamento social completo, tenham conseguido conservar a mesma língua num território mais vasto que a Europa.

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2) As Tribos2) As Tribos

Seus caciques ou chefes eram escolhidos quer entre os mais bravos em combate, quer, com a mesma freqüência, entre os que se destacavam pela excelência de sua arte da palavra. Cada tribo estava submetida a um cacique cuja autoridade era quase absoluta, se bem que frágil e à mercê de uma reação coletiva da tribo.

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2) As Tribos2) As Tribos

Os caciques eram independentes uns dos outros. Charlevoix cita o exemplo de quinhentas famílias nas margens do Rio Uruguai: eram dirigidas por vários caciques, todos vassalos de Niezu, o cacique mais poderoso.

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2) As Tribos2) As Tribos

Este não era um caso comum, pois segundo Pedro Gay: “Seria mais fácil descobrir mil caciques do que descobrir um cacique com mil súditos”. Os Guarani levavam uma vida mais ou menos nômade. A caça a pesca e uma agricultura primitiva eram seus únicos recursos.

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3) Cultivo3) Cultivo

Cultivavam o milho, a mandioca, a batata-doce. Na estação de sementeira e de colheita, a tribo fixava-se perto das culturas e concentrava-se numa espécie de galpões.

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4) Poligamia4) Poligamia

Certas tribos admitiam a poligamia. Na região do Guairá, onde os Jesuítas iriam fundar as primeiras reduções, somente os caciques possuíam várias mulheres. Os guarani acreditavam em um só Deus, a quem não rendiam qualquer culto exterior, nem ofereciam sacrifícios. Não existiam sacerdotes.

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5) Medicina5) Medicina

A medicina, dos tupi-guarani consistia em processos complexos, em que os elementos mágico-religiosos se confundiam com os conhecimentos por assim dizer, científico. Pois mesmo sabendo as propriedades e efeitos de determinadas plantas apelavam para o misticismo como garantia do resultado esperado.

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5) Medicina5) Medicina

Para exercer a medicina o médico-feiticeiro caía em estado de transe provocado por um pó de ervas que era aspirado pelas narinas. Para se tornar pajé ou médico-feiticeiro, o indivíduo se isolava, privando-se de todo o conforto e limpeza, até enfraquecer-se, quando então, lhe era dado defrontar-se com a entidade sobrenatural evocada que lhe atribuía poderes mágicos.

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5) Medicina5) Medicina

Entre as práticas medicinais em que o misticismo contribuía com a sua maior dose, podemos salientar as seguintes: a sucção, a sangria, o sopro, a fumigação, o jejum ou abstinência, as incisões e a pintura.

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5) Medicina5) Medicina

O Sopro era outro processo empregado pelos tupi-guarani na cura das doenças. Muitas vezes o sopro antecedia a sugação. O sopro entra em todas as cerimônias e atos do pajé. Acreditavam que quando o curandeiro soprava a parte lesada, expelia o mal. E, que soprando também com a mão fechada, cujos dedos se abriam depois, lentamente, espalhava a infelicidade e a morte.

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6) Encomiendas6) Encomiendas

A província do “Paraguai”, onde os jesuítas se estabeleceram de forma dominante, por não possuir metais precioso ou outras riquezas cobiçadas pelo colonizador, apresentava como interesse básico a implantação de modelos econômicos que dependiam da mão-de-obra indígena.

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6) Encomiendas6) Encomiendas

A grande nação Guarani, teve seu projeto histórico interrompido e subordinado à conquista espanhola que enviava seus conquistadores a Assuncion em 1537. Os espanhóis estabeleceram um sistema de encomiendas, no qual o patrono tinha a obrigação de doutrinar os índios e, em troca, poderia utilizar sua força de trabalho.

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6) Encomiendas6) Encomiendas

O sistema, segundo Levcovitz(1998) “era uma forma de escravidão dissimulada”. Parte destes índios foi incorporada pelas imensa e complexa máquina colonial nas inúmeras encomiendas espanholas. Segundo alguns estudos, desses grupos ecomiendados não sobrou mais do que 10% da população original, dizimada tanto pela intensidade do trabalho forçado, quanto pelas inúmeras doenças trazidas pelos conquistadores.

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7) Cultura7) Cultura

Os Guarani eram conhecidos como agricultores, mas na sua alimentação também estava presente a caça e a pesca, na medida em que a população indígena foi crescendo e se aglomerando nas reduções jesuíticas, os missionários não podiam sustentar a todos somente com a caça e a pesca, mel e frutas silvestre.

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7) Cultura7) Cultura

Bruxel, em seu livro, aborda o assunto de forma elucidativa, dizendo que para alimentar tanta gente, era necessário empenhar todas as energias no trabalho agrícola, bem organizado. O trabalho sério e disciplinado era absolutamente indispensável, já como meio de subsistência, já como método de educação.

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7) Cultura7) Cultura

Ao índio guarani não faltava boa saúde e força física, mas a forma como estava habituado a produzir dificultava-lhe o interesse e a constância no trabalho. Embora dotado de extraordinária habilidade, era difícil habituá-lo ao trabalho e mantê-lo ocupado, o dia inteiro, em tarefas que não respondiam aos seus interesses.

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7) Cultura7) Cultura

Não era fácil, mas era necessário, a maior dificuldade era a volubilidade dos guaranis: já atacavam o trabalho com denodo, já o largavam sob o pretexto de cansaço. Daí a necessidade de muita organização, para não faltarem renovados estímulos. Surgiu aí a primeira forma de trabalho organizado, iniciou para os Guarani a época de prestar serviços em troca da subsistência.

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7) Cultura7) Cultura

Os jesuíticas passaram a classificar as modalidades do exercício das propriedades coletivas. Para caracterizar os dois tipos fundamentais de exploração dominial, criaram as expressões: Tupambaé - coisas de Deus e Abambaé - coisa dos homens;

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7) Cultura7) CulturaO Tupambaé abrangia as coisas de propriedade coletiva e usufruto comum. Constituía o objeto da propriedade da redução como um todo, cujo uso e gozo também pertencia a todos;

O Abambaé as coisas dos homens não eram, rigorosamente falando, propriedades privadas. Continuavam a pertencer à coletividade municipal, porém o usufruto era cedido, por certo tempo e sob condições, às famílias;

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8) Casamento8) Casamento

O Casamento, entre os Ñandéva e Kayová, no passado, a iniciativa para o casamento partia da mãe da noiva, ou, às vezes, do noivo. Nos dias atuais a maioria dos casos quem toma a decisão é o rapaz. Este se entende com a moça e o pai dela, que serve de intermediário entre o pretendente e a mãe da jovem escolhida.

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8) Casamento8) Casamento

O rapaz se dirige primeiro ao futuro sogro por se tratar de um entendimento de homem para homem. O pai se importa muito pouco com os problemas matrimoniais dos filhos, ao contrário da mãe que se preocupa, pelo destino matrimonial da filha, sempre consultando a filha antes de dar sua palavra ao noivo. E a filha, a vida toda pede conselhos a mãe, apelando para sua experiência de vida.

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8) Casamento8) Casamento

Um caso especial surgiu quando da conversão do indígenas ao monogamismo. Qual das várias mulheres podia, como única legítima, continuar vivendo a seu lado? Dividiram-se as opiniões dos moralistas: achavam uns que ele devia ficar com a primeira; outros defendiam que ele podia escolher qualquer uma dentre elas.

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8) Casamento8) Casamento

Nesta ocasião o Papa Urbano VIII aprovou a doutrina do Cardeal De Lugo, que sustentava que o índio não teria compromisso com nenhuma das companheiras, já que de acordo com o seu entendimento ele não pretendia ter com ela um casamento indissolúvel. Assim, os casamentos anteriores eram todos nulos e as companheiras não passavam de concubinas.

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9) Educação9) Educação

Em 1611, um anos após a primeira fundação, os missionários instituíram ensino primário, quando este era um privilégio de poucos, fato que causou muita estranheza, pois mesmo na Europa poucos tinham acesso à educação. Esta porém era a vontade do rei que prescrevia “escola de primeiras letras aos Povos Indígenas”.

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9) Educação9) Educação

Portanto era considerado normal o fato de a companhia de Jesus chegar em alguma localidade e logo fundar uma escola, para desenvolver a educação Cristã. Seguindo a narração de Bruxel encontramos a seguinte afirmação:

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9) Educação9) Educação

“Professores eram, inicialmente, os padres, até formarem os primeiros mestres indígenas. A organização do ensino e a metodologia terão sido os da Espanha, menos os incentivos ditados pelo aforismo “la letra com sangre entra”. A grande revolução dos colégios da Companhia de Jesus foi a quase total abolição do castigo, substituído pela emulação. Os jesuítas, segundo seu código normativo de estudos,

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9) Educação9) Educação

logo ao abrirem um colégio, escolhiam dois meninos mais espertos e de boa aceitação entre os colegas como chefes de dois grupos rivais, que procurassem vencer o antagonismo em conhecimentos e habilidades. A pressão moral dos chefes e companheiros aguilhoava os indolentes a se esforçarem ao máximo”.

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9) Educação9) Educação

A formação da criança guarani quanto a sua condição de membro de uma aldeia, sua cultura e tradições herdadas de seus antepassados e dos adultos da tribo, tradicionalmente acontece com as comunidades indígenas integrando as crianças á vida comunitária, ou seja, desde pequenas elas vivenciam de perto a vida em sociedade.

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9) Educação9) Educação

O aprendizado da criança indígena ocorre por meio de sua participação em eventos sociais, em atividades econômicas (caça e pesca) e religiosas (rituais), de acordo com posições predeterminadas pela sua idade e gênero. Também participam de eventos específicos para seu crescimento social e físico, diferente da sociedade não-índia, a criação de filhos na cultura indígena não depende exclusivamente de seus pais, mas sim de parentes e de outros membros da comunidade.

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10) Aldeias10) Aldeias

Por serem os Guarani horticultores de floresta, procuravam localizar sua aldeias em meio a floresta sub-tropical, em locais de terras férteis, para fazer suas roças, tendo também esta floresta a tarefa de abastecer a aldeia com caça e coleta de frutas, raízes e material para a construção das suas casas.

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10) Aldeias10) Aldeias

Outro meio de subsistência importante para os índios era a pesca, por isso não dispensavam a presença de um rio nas proximidades, pois além de o rio fornecer os alimentos abastecia de água a aldeia. Após a colonização, no Rio Grande do Sul, os Guarani construíram suas aldeias as margens de grandes rios e seus afluentes como os Rios Uruguai, Jacuí e Camaquã, também as margens da laguna dos Patos e nas encostas da Serra Geral.

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10) Aldeias10) Aldeias

Schade, a respeito das habitações, após a colonização, escreve que:

“A casa grande, construção típica de numerosas tribos do grupo Tupi-Guarani é dos elementos mais imponentes da cultura material dos Kayová. Chamam-se tapýiguasú (cabana grande) ou ógadjekutú (casa fincada).

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10) Aldeias10) Aldeias

Além da base quadrangular, duas são as suas características essenciais: em primeiro lugar, a própria cobertura, descendo até o chão, forma os frontões; em segundo, a “linha” (cumeeira) não tem suporte. O efeito geral é o de uma canoa emborcada, com os oitões em forma de ogiva”.

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10) Aldeias10) Aldeias

Segundo Schaden, estas casas tinham: - Comprimento: 18m - Largura: 8m - Frontões e oitões cobertos de sapé. As casas constituindo então por em quatro fases de cobertura, que fecham todos os lados, estendendo-se a cumeeira em sentido norte-sul.

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10) Aldeias10) Aldeias

Em frente, um pátio, como terreiro de danças, as casas cobertas com sapé, a Casa do Cacique na entrada e logo a seguir tem a Casa da Reza, uma construção ampla com paredes de taipa e coberto por sapé. O restante das casas e construções no arredor dos próximos 300 metros.

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11) Religião11) Religião

Os Guarani se destacam de outros indígenas por sua religiosidade tão intensamente vivida, um apego tão grande aos cultos tradicionais e um segredo tão bem guardado sobre a parte sagrada de suas crenças. Foram colonizados, sim, aderiram a religião dos missionários jesuítas, foram batizados, mas jamais abandonaram seus deuses, jamais deixaram seus rituais sagrados.

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11) Religião11) Religião

Esses são os Guarani, considerados os mais místicos de todos povos. Clastres diz que “a substância da sociedade guarani é seu mundo religioso. Se o seu ancoradouro neste mundo se perder, então a sociedade desmoronará”.

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11) Religião11) Religião

Os missionários Jesuítas, durante o período reducional, jamais se descuidaram da formação religiosa dos indígenas, mas reconheceram a importância de preservar a cultura tradicional do povo, para a partir de suas concepções religiosas introduzir uma nova cultura, aproveitando todos os campos da arte, como a música, o artesanato, a escultura onde em toda a criação iam deixando traços da cultura religiosa.

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11) Religião11) Religião

A maioria das esculturas criadas pelos índios reduzidos, são representações de Santos do Catolicismo. Os povos Tupi-Guarani têm uma concepção dual da pessoa. Este dualismo se manifesta na idéia de que a pessoa possui duas almas. Segundo Levcovitz estudando os povos Guarani, escreve a respeito dizendo:

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11) Religião11) Religião

“ Os apapocúva-guarani denominam Ayvucué ou “sopro brotado da boca” ao que corresponde, entre outros grupos Guarani, o vocábulo Ñe e, palavra ou alma. Esta alma-palavra, aquilo que anima o homem, tem origem divina e seu destino é incorruptível. Ela é que mantém o homem de pé, ereto, a partir do esqueleto. Os guarani atribuem geralmente uma orientação vertical, associada a palavra, à vida e ao crescimento.

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11) Religião11) Religião

Eles utilizam uma vocabulário estritamente religioso e destinado à reza, diferente a linguagem comum. Nesta “bela linguagem”, o nome significa “o que mantém ereto o fluxo do dizer”. Quando a criança adquire a capacidade de permanecer de pé, caminhar, ela recebe o seu nome, a sua alma-palavra. Pouco depois do nascimento, uma alma animal, denominada acyiguá, é recebida pela criança. O significado desta palavra é ambígua, podendo ser traduzido como “dor” ou “vivaz”, violento, vigoroso”.

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12) Morte12) Morte

A morte é considerada pelos Guarani, como a perda da palavra, os antigos tupis, segundo Levcovitz, consideravam a pessoa morta tão logo ela perdia a capacidade de articular a palavra. Segundo a teoria da concepção Guarani, a alma-palavra é recebida durante o sono, em sonho pelo pai. Este transmite o sonho a mulher e ela engravida. Quando a mulher engravida sem que o homem tenha sonhado, e porque a alma já havia procurado a mulher para renascer.

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12) Morte12) Morte

Os mortos (do grupo, da aldeia) eram enterrados em cemitério próximo à aldeia. O costume mais comum era colocar o cadáver ou os ossos descarnados num vasilhame de barro, coberto por outro menor. Acreditavam que a alma acompanhava o corpo, mas separada, seus mortos eram enterrados na posição fetal, segundo alguns historiadores, acreditavam na reencarnação.

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13) Conclusões13) Conclusões

Atualmente o território tradicional Guarani compreende o leste do Paraguai, a região de Missiones na Argentina, no norte do Uruguai e no Brasil, partes do Mato Grosso do Sul e nas regiões sul e sudeste;

No Brasil, a partir da década de 50, os Guarani foram classificados pela etnografia por três grupos: Kaiová, Xiripá e Mbyá. Os Mbyá, atualmente predominante nos estados do sul e no litoral do Brasil se auto-denominam “Nhandeva” que foi traduzido por “nossa gente” ou “ verdadeira pessoa Guarani”.