perfil da rede de planejamento municipal de fortaleza · um horizonte de longo prazo, foi então...

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Perfil da Rede de Planejamento

Municipal de Fortaleza

Elaboração

Secretaria do Planejamento, Orçamento e Gestão- SEPOG Coordenadoria de Planejamento, Orçamento e

Monitoramento - COPLAM

Coordenação técnica Maria Aparecida Gomes Rodrigues Façanha

Elaboração técnica José Eudes Pires Rodrigues

A Rede de Planejamento Municipal

Conforme o modelo de gestão adotado pelo Poder Executivo Municipal, as

funções de Planejamento, Monitoramento e Avaliação são responsabilidades

corporativas mais diretas do Instituto de Planejamento de Fortaleza (IPLANFOR) e da

Secretaria do Planejamento, Orçamento e Gestão (SEPOG), o primeiro com atribuições

estratégicas de avaliação de resultados, com ênfase, predominantemente, no enfoque

qualitativo, enquanto cabe à segunda tratar da coordenação da formulação do Plano de

Governo e do sistemático acompanhamento da sua operacionalização, segundo a visão

de Gestão Pública por Resultados.

As competências do planejamento municipal estão definidas em um fluxo

dividido em três níveis: estratégico, tático e operacional. Em nível estratégico está o

IPLANFOR, cuja missão é promover o planejamento estratégico participativo da cidade,

a articulação e integração das políticas públicas, gerir e disseminar o conhecimento,

além de fomentar soluções inovadoras; em nível tático está a SEPOG, que lida com os

indicadores de resultado e produtos de ingerência das setoriais e regionais. Seu foco

está voltado à eficácia dos programas e projetos e o gerenciamento orçamentário dos

recursos, como também coordena e monitora o planejamento governamental e realiza

a gestão corporativa, visando a efetividade das ações do Município; por fim, no âmbito

das secretarias setoriais e regionais, está o nível operacional, responsáveis pelo registro

da evolução da execução dos programas e projetos, presentes no Plano Plurianual – PPA,

tomando por linha gerencial o foco centrado na eficiência operacional, expressos por

indicadores de produto (entregas de governo).

Com objetivo de ampliar e assegurar a continuidade das políticas criadas,

que independam de variáveis políticas, e cuja ideia está plantada no Plano Fortaleza

2040, que trouxe um conjunto de políticas focadas na transformação da sociedade em

um horizonte de longo prazo, foi então pensado, para fortalecer a rede de

planejamento, a existência de um contingente profissional. Nesta linha de pensamento,

em 2014, foi criado o Cargo de Analista de Planejamento e Gestão e realizado, em 2016,

concurso público para 50 vagas de analistas que comporiam o corpo funcional da SEPOG

e IPLANFOR.

Atualmente, além do corpo de Analista de Planejamento e Gestão, o

município conta com 154 colaboradores, distribuídos entre todos os órgãos e vinculadas

da prefeitura de Fortaleza, que fazem parte da Rede de Planejamento Municipal.

Conseguir conhecer o perfil e atender as demandas desses profissionais faz parte de um

conjunto de providências voltadas ao fortalecimento da equipe que implementa o

processo de planejamento governamental em nível municipal.

Por fim, a sistemática de M&A deverá assegurar o gerenciamento do

desempenho dos programas e projetos contidos no PPA 2018-2021,ou seja, implica na

mensuração dos resultados e no impacto observado por conta do cumprimento da

Agenda Estratégica da Prefeitura, estruturada em 7 eixos que compreendem: i)Equidade

Territorial e Social; ii) Cidade Integrada, Acessível e Justa; III)Vida comunitária,

Acolhimento e Bem-Estar; iv)Desenvolvimento da Cultura e do conhecimento; V)

Qualidade do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais VI)Desenvolvimento Econômico e

Inclusão Produtiva VI)Governança Municipal

Perfil da Rede de Planejamento Municipal

1. Metodologia

A fim de se conhecer o perfil dos profissionais que compõem a Rede de

Planejamento Municipal (RPM), bem como identificar necessidade de capacitações de

seus membros, pensou-se em aplicar uma pesquisa estruturada para se ter de forma

prática e segura informações importantes que nortearão decisões, objetivando a

melhoria contínua do processo de Planejamento Municipal. Para tanto, construiu-se um

questionário formado de 17 perguntas, sendo a 17ª questão composta de 6 itens de

capacitação medidos em duas dimensões: conhecimento e utilização. O questionário

ainda contou com 3 perguntas abertas e 2 de múltipla escolha.

A amostra da pesquisa foi composta de 81 dos 154 (53%) dos membros da

Rede de Planejamento, em momento oportuno, durante a primeira Reunião Ampliada

da Rede de 2018, convocada por e-mail enviado a todos os integrantes da RPM, e

ocorrida no dia 24/05. Após a aplicação da pesquisa, o questionário foi submetido à

Análise de Confiabilidade e Adequabilidade Amostral, que provou ser um instrumento

estatisticamente bastante adequado. Em seguida, foi utilizado método Multivariado de

Análise Fatorial Exploratória para identificar variáveis latentes presentes nas respostas.

2. Análise geral do questionário

Objetivando avaliar a coerência entre as repostas dos diversos

respondentes, provando que as perguntas formuladas foram claras, sem causar

dubiedade, foi utilizado o teste Alpha de Cronbach. Tal indicador, que assume valor de

0 a 1 (quanto mais próximo de 1, melhor), revelou haver uma excelente consistência

interna entre itens do questionário utilizado na pesquisa, conforme tabela abaixo.

Tabela 1 - Confiabilidade do questionário

Alpha de Cronbach Número de itens

0,92 23

Fonte: Autor.

Adicionalmente, os resultados dos testes KMO e de Esfericidade de Bartlett

apresentados na Tabela 2 mostraram a presença de fortes correlações entre os itens do

questionário, confirmando a boa adequação da Análise Fatorial que será utilizada para

resumir as questões. Dessa maneira, conforme evidenciam as análises, as respostas dos

membros da Rede de Planejamento dadas na pesquisa foram motivadas por razões não

medidas diretamente no instrumental, que, no entanto, serão encontradas de maneira

indireta nas respostas por meio da Análise Fatorial Exploratória. Essas razões que

guiaram uniformemente as respostas dadas a cada um dos itens serão chamadas de

Fatores (ou variáveis latentes) e serão adequadamente nomeadas, de acordo com o

agrupamento de questões a que cada uma estará relacionada.

Tabela 2 – Medida de Adequação Amostral

Estatística Estimativa

Medida de adequação amostral Kaiser-Meyer-Olkin (KMO)

0,82

Teste de esfericidade de

Bartlett

Qui-quadrado 1083,01

Graus de liberdade 253

p-valor 0,00 Fonte: Autor.

3. Utilizando a Análise Fatorial Exploratória para encontrar as variáveis latentes

Para se estabelecer a quantidade de Fatores que serão extraídos do

questionário, optou-se pelo método clássico de escolha: retirar apenas aqueles que

possuem autovalores maiores que 1. Dessa maneira, o resultado do método mostrou

haver a presença de 4 Fatores, que conseguem reter 68,98% de toda a variância,

conforme apresentado na Tabela 3.

Tabela 3 - Fatores rotacionados

Fatores Autovalores

Total % da Variância

Variância acumulada

1 9,35 40,63 40,63

2 3,20 13,93 54,57

3 1,87 8,14 62,71

4 1,44 6,27 68,98

5 0,95 4,13

6 0,82 3,58

7 0,70 3,03

8 0,64 2,79

9 0,62 2,68

10 0,52 2,24

11 0,47 2,04

12 0,39 1,71

13 0,36 1,55

14 0,33 1,43

15 0,25 1,08

16 0,24 1,05

17 0,20 0,86

18 0,13 0,55

19 0,12 0,53

20 0,09 0,41

21 0,09 0,38

22 0,08 0,35

23 0,04 0,18

Fonte: Autor.

Portanto, as 23 questões categóricas contidas no questionário podem ser

adequadamente resumidas nos 4 Fatores apresentados na Tabela 4. Para identificar a

quais questões essas variáveis latentes estão relacionadas, é necessário se observar a

carga fatorial obtida da Rotação Fatorial, pois expressam a ligação estatística que cada

questão mantém entre cada um dos Fatores extraídos, o que facilita suas

interpretações.

Tabela 4 - Cargas Fatoriais¹

Questão Fatores

1 2 3 4

Questão 1 0,70

Questão 3 0,86

Questão 4 0,59

Questão 5 0,63

Questão 8 0,74

Questão 9 0,77

Questão 10 0,75

Questão 11 0,79

Questão 12 0,85

Questão 13 0,80

Questão 14 -0,54

Questão 17.1_Conhecimento 0,81

Questão 17.2_Conhecimento 0,87

Questão 17.3_Conhecimento* 0,48 0,52

Questão 17.4_Conhecimento 0,82

Questão 17.5_Conhecimento 0,76

Questão 17.6_Conhecimento 0,79

Questão 17.1_Utilização 0,73

Questão 17.2_Utilização 0,79

Questão 17.3_Utilização 0,57

Questão 17.4_Utilização 0,88

Questão 17.5_Utilização** 0,40 0,64

Questão 17.6_Utilização 0,86

Fonte: Autor.

¹A tabela mostra apenas as cargas fatoriais consideradas relevantes: ≥ 0,40.

(*) Apesar de estar relacionado aos Fatores 3 e 4, o item mantem relação estatística mais significativa

(≥0,50) com o Fator 4.

(**) Apesar de estar relacionado aos Fatores 1 e 3, o item mantem relação estatística mais significativa

com o Fator 3.

Fator 1: As questões 1 (“Escolaridade”), 3 (“Tipo de vínculo”) e 4 (“Tempo de trabalho

na prefeitura”) se agruparam em um único Fator, que pode ser chamado de Perfil

técnico.

Fator 2: As questões 5 (“Tempo de trabalho na área do Planejamento”) e de 8 a 13

(“Grau de participação na elaboração dos instrumentos de planejamento - PPA, LDO e

LOA”) formaram o segundo Fator. Devido à natureza das questões que se coligaram,

esse fator representará o que pode ser chamado de Atuação no Planejamento.

Fator 3: Os itens 1 (“Elaboração de indicadores e metas”), 2 (“Monitoramento de

projetos”) e 3 (“Monitoramento de ação de governo”) da questão 17 se uniram para

compor o Fator 3, que pode ser chamado de Necessidade de capacitação secundária.

Fator 4: A questão 14, que mede o grau de concordância do membro da rede com a

frase “Acerca do meu envolvimento na área de Planejamento do órgão que faço parte,

sinto que tive capacitações suficientes para desempenhar minhas funções” formou um

Fator com os itens 3, 4 e 6 da questão 17, que medem, respectivamente, o grau de

utilização e conhecimento relacionados aos itens “MAPPFOR”, “SIOPFOR” e “Execução

Orçamentária”. Nota-se ainda que o sinal da carga fatorial da questão 14 foi negativo.

Com base nisso, pode-se afirmar que os profissionais da Rede de Planejamento que

discordam da frase acima tendem a ter baixo grau de utilização e conhecimentos nos 3

itens mencionados. Portanto, o fator 4 representará a Necessidade de capacitação

primária.

Pode-se, então, concluir que no momento do preenchimento da pesquisa,

os profissionais da Rede de Planejamento deram suas respostas norteados por perfil

técnico, sua atuação na área de Planejamento, e suas necessidades de capacitação,

conforme o planejado. Dessa forma, nenhum fator exógeno à pesquisa, como influência

política ou falseamento de respostas, foram identificados ou não se mostraram

significativos a ponto de interferir no resultado geral.

4. Análise de cada questão por Fator

4.1. Questões que compões o Fator 1 “Perfil Técnico”

Dos participantes da rede, tem-se que a maior parte (58%) é composta por

profissionais comissionados, 27% efetivos e 14% terceirizados. Sobre o tempo em que

atuam na Prefeitura, 58% estão há mais de 3 anos e 42% abaixo desse tempo. É

interessante ver que do grupo que atua há mais de 5 anos na prefeitura, 63% são

profissionais com vínculo efetivo. Por outro lado, entre aqueles que estão há menos de

3 anos, 73% são de profissionais comissionados. Os gráficos abaixo apresentam as

informações supracitadas.

Gráfico 1 – Questão 3: Tipo de vínculo com a Prefeitura Municipal de Fortaleza

Fonte: Coplam.

Gráfico 2 – Questão 3: Há quanto tempo trabalha para a Prefeitura Municipal de Fortaleza?

Fonte: Coplam.

Relativamente ao perfil de formação, conforme se verifica no Gráfico 3, 95%

possuem nível superior concluído ou em curso, sendo que 46% possuem alguma pós-

graduação. Os cursos mais prevalentes em nível de graduação foram, na ordem,

Administração, Ciências Contábeis, Pedagogia, Economia e Direito, que juntos

representaram 70% de todos as formações apontadas. Dos participantes da Rede que

possuem pós-graduação, o curso mais comum foi em Gestão Pública (23%).

Gráfico 3 – Questão 1: Escolaridade

Fonte: Coplam.

4.2. Questões que compões o Fator 2 “Atuação no Planejamento”

Dos profissionais participantes da Rede de Planejamento, 22% não fazem

parte da área de planejamento de seu órgão (ASPLAN, COPLAN); 52% atuam há menos

de 3 anos na área de Planejamento e 26%, de 3 a 5 anos. A pesquisa entre os membros

da Rede evidenciou que 30% não participaram da elaboração do PPA 2018-2021, 27%

não participaram da elaboração da LOA 2018 e 48% não participaram da elaboração da

LDO 2019. Relativo à elaboração dos instrumentos de Planejamento de anos anteriores,

63% dos participantes atual da Rede afirmam não terem tido qualquer participação na

elaboração; 25% participaram de forma ativa e 12% deram alguma contribuição. Os

gráficos abaixo apresentam as informações supracitadas.

Gráfico 4 - Há quanto tempo trabalha na área de Planejamento (ASPLAN, COPLAN)?

Fonte: Coplam.

Gráfico 5 - Considerando a elaboração do PPA (2018-2019), qual o seu grau de participação?

Fonte: Coplam.

Gráfico 6 - Considerando a elaboração da LOA (2018), qual o seu grau de participação?

Fonte: Coplam.

Gráfico 7 - Considerando a elaboração da LDO (2019), qual o seu grau de participação?

Fonte: Coplam.

Gráfico 8 – Questões 11, 12 e 13: Grau de participação em Instrumentos de Planejamento (PPA, LDO e LOA) anteriores

Fonte: Coplam.

4.3. Itens que compõem o Fator 3 “Necessidade de capacitação secundária”

O Gráfico 9 mostra que os itens “Elaboração de Indicadores e metas”,

“Monitoramento de projetos” e “Monitoramento das ações de Governo” foram

avaliados pela maior parte dos participantes como baixo grau de conhecimento e

utilização (46% e 43%, respectivamente). Ainda se apurou que 54% dos participantes

conhecem bem os itens e 57% tem alto grau de conhecimento a eles relacionados.

Gráfico 9 - Conhecimento e Utilização em “Elaboração de Indicadores e metas”,

“Monitoramento de projetos” e “Monitoramento das ações de Governo”

Fonte: Coplam.

4.4. Itens que compõem o Fator 4 “Necessidade de capacitação primária”

O Gráfico 10 evidencia que os itens MAPPFOR, SIOPFOR e Execução

Orçamentária tiveram notas inversamente correlacionadas como o julgamento dos

membros sobre seu grau de preparação teórica sobre temas relacionados à atuação na

área de Planejamento. Ao analisar item a item, percebe-se uma desarmonia: os três

componentes possuem grau alto de utilização pelos membros no seu dia-a-dia (55%

utilizam com bastante frequência), contudo o grau de conhecimento é baixo: 65%

disseram não conhecer, conhecer pouco ou razoavelmente tais itens.

Gráfico 10 - Conhecimento e Utilização em MAPPFOR, SIOPFOR e Execução Orçamentária

Fonte: Coplam.

5. Aproveitamento profissional

A sondagem evidenciou o bom aproveitamento do profissional da Rede

dentro da área de Planejamento de seus órgãos. As principais atividades realizadas pelos

membros estão diretamente ligadas às atribuições de onde estão inseridos. As três

principais funções desempenhadas pelos órgãos (Acompanhamento dos projetos no

MAPPFOR, Planejamento Orçamentário e Monitoramento da ação de governo por meio

de indicadores) correspondem a ¾ de todas as atividades desempenhadas pelos

colaboradores conforme ilustrado no gráfico abaixo.

Gráfico 11 – Atividades realizadas pela área de planejamento do órgão VS atividade do

profissional da Rede dentro de seu órgão

Fonte: Coplam.

6. Demanda por capacitação

6.1. Capacitação pessoal

Ainda na sondagem da Rede, foi pedido para que o colaborador indicasse

suas necessidades pessoais de capacitações, a fim de agregar valor em sua atuação na

área do Planejamento de seus órgãos. Na pesquisa, foi possível mapear 7 áreas de

conhecimento que corresponderam a 76% de todos os apontamentos.

Tabela 5 – Considerando a importância da sua participação no Planejamento, qual a capacitação você julga ainda precisar ter?

Capacitação Votação Acumulado

Elaboração e monitoramento de indicadores 21% 21%

Execução orçamentária 16% 37%

Planejamento estratégico 15% 53%

Acompanhamento/monitoramento dos projetos 11% 64%

MAPPFOR 7% 70%

Gestão pública 3% 74%

SIOPFOR 2% 76% Fonte: Coplam.

6.2. Capacitação da Rede de Planejamento Municipal

Adicionalmente, na pesquisa, os membros tiveram a oportunidade de

sugerir capacitações que julgavam serem importantes para todos os membros da rede.

Foram mapeadas 8 sugestões de capacitação que corresponderam a 78% de todos os

apontamentos.

Tabela 6 – Considerando a Rede de Planejamento como um todo, quais capacitações você julga ser importante terem os membros da Rede?

Capacitação Votação Acumulado

Elaboração e monitoramento de indicadores 26% 26%

Planejamento e execução orçamentária 16% 42%

MAPPFOR 10% 52%

SIOPFOR 8% 60%

Monitoramento de projetos 6% 66%

Gestão de projetos 4% 70%

Planejamento estratégico 3% 73%

Elaboração PPA, LDO e LOA 3% 76%

Gestão pública 2% 78% Fonte: Coplam.