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PEDRO MANUEL LEAL GERMANO
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS T~CNICAS DE COLORAÇÃO DE SELLERS,
IMUNOFLUORESCÊNCIA DIRETA E INOCULAÇÃO EM CAMUNDONGOS APLICA
DAS AO DIAGN6STICO LA.BORATORIAL DA RAIVA CANINA.
Trabalho apresentado à Faculdade de Saúde Publica da Universidade de são Paulo, para obtenção do Titulo de Mestre.
são Paulo 1976
BIBUOTECA FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA UNIVERSIDADE DE SAo PAULO
!;:p - '"
AGRADECIMENTOS
Ao Prof.Dr. Omar Miguel, da Faculdade de Medicina Veteri nária e Zootecnia da Universidade de são Paulo, pela or! entação.
Ao Prof.Dr. Gil Vianna Paim, da Faculdade de Saúde públi ca da Universidade de são Paulo, pela revisão deste tra balho.
Ao Dr. Murilo P. de Azevedo, Diretor do Instituto Pas teur da Secretaria da Saúde do Estado de são Paulo, por nos ter franqueado o Laboratório de Diagnóstico da Raiva, e suas colaboradoras, Dras. Esther Luiza B. Chamelet e Luiza Terezinha M.S. Morita, pela execução das provas diagnósticas.
A todos que direta ou indiretamente colaboraram na eXp.Cll ção desté trabalho.
f N D I C E
I. INTRODUÇÃO •••••••••
11. MATERIAL E MÉTODOS.
. . . . . . . . . 1
4
1. Material........................................ 4
1.1. Animais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2. vírus ••• 4
1. 3 . Di 1 uen te . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2. Métodos •••• . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.1. coloração de Sellers. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2. Imunofluorescªncia Direta. 5
2.3. Inoculação em Camundongos. • • • • • . . • . • • • • • • • • 6
2.4. Método Estatístico ••••.••• . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
111. RESULTADOS. · . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
IV. DISCUSSÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
V. CONCLUSÕES. • • • • • • • • • e e • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 18
VI. RE SUMO. • • • • • • • • • • • • . . . • . • • • • . • • • . . . . • . . . . . • . . • . . . . . 2 O
VII. SUMMARY •••• · . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
VIII. REFE~NCIAS BIBLIOGRÁFICAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
I. INTRODUÇÃO.
-Na epidemiologia da raiva urbana o cao represeg 27 ta a principal fonte de infecção para o homem ,sendo extraor
dinariamente grande em nosso meio, o número de casos de expos~ - .. - 20 çao humana ao r~sco da ~nfecçao •
Poucas doenças causam tanta preocupaçao quanto
a raiva; isto se aplica tanto aos indivíduos expostos,como ~
as
autoridades sanitárias responsáveis pela sua prevenção e con 8 -trole , razao esta que se prende ao fato da raiva ser quase
3 10· 24 sempre fatal' ,
O diagnóstico puramente clínico da doença é difi
cil, em razão da diversidade de sintomas que o animal infecta
d d 30.. - .. ... o po e apresentar ,alem de que, muitas vezes e dif~cil esta
belecer um diagnóstico diferencial preciso com outras enfermi
dades que também apresentam manifestações nervosas, tais corno,
Cinomose, Hepatite Infecciosa Canina, Doença de Aujeszky e To
xoplasmose.
A utilização de técnicas laboratoriais sensíveis
e especificas, permitem diagnosticar de modo claro e inequívQ
co a raiva, baseando-se sob os seus resultados a decisão de
submeter ou nao os indivíduos expostos a longos tratamentos, -
bem como a decisão de instituir medidas para o controle de uma
epidemia numa comunidade 8, 14, 22. No entanto, a instituição
de medidas terapêuticas em indivíduos expostos como é recomen , - ... 34 d dada pela Organlzaçao Mundial da Saude ,nunca deve aguar ar
os resultados do diagnóstico laboratorial, uma vez que o mesmo
poderá ser demorado em função de várias razões e o tratamento
precoce, tanto local como sistêmico, pode ser um fator crítico
para salvar a vida de um paciente8 ;portanto, um diagnóstico l~ boratorial rápido e preciso é fator primordial para o tratamen
1 ,22 - 'd to e contro e da ralva . Em funçao dos resultados Obtl os
suspender-se-á ou não o tratamento dos indivíduos expostos 8
Muitas sao as técnicas laboratoriais descritas,
I ' d d'...' d' ,11, 21, 23 ... ap lca as ao lagnostlco a ralva canlna ,porem, a
utilização de qualquer uma delas deverá obedecer a três exigê!!.
cias fundamentais, quais sejam, sensibilidade, rapidez e esp~
cificidade 7 , o que nem sempre é possível reunir em uma mesma
técnica. Desta forma, o que se utiliza na prática laboratorial é a associação de duas ou mais t6cnicas l , 13, 16, 17, 21, 31, 33
onde estas exigências se complementam, aumentando a sao de diagnóstico 6, 7, 12, 14
preci
As associações mais frequentemente utilizadas
nos laboratórios de diagnóstico da raiva são, a Coloração de
2.
Sellers, a Imunofluorescência Direta e a Inoculação em Camun dongos 17, 18, 19, 26, 30, 34. Os exames histopatológicos, em
alguns laboratórios, são realizados em associação com as três ~ . 13, 14, 31 - -tecnlcas precedentes ou, entao, em lugar da Coloraçao
de Sellers 1, 4, 6, 7. Também,a técnica de Coloração de Fara
co tem sido utilizada, seja em associação com essas três téc . 21. b" - .. 1 - 11 29 -nlcas seJa em su stltulçao a Co oraçao de Se ers .Outros
preferem associar apenas a Imunofluorescênci~ Direta com a Ino 12 28 culação em Camundongos '
As discordâncias de resultados obtidos por dife
rentes técnicas sobre uma mesma amostra, observadas muitas ve
zes na pr5tica de diagnóstico laboratorial não podem ser atri
buídas somente à imprecisão das técnicas nem ao modo como elas
são empregadas pelos técnicos, mas também, estão muito ligadas
ao estado de conservação da amostra e em menor grau às reaçoes
individuais ã doença, período de incubação e evolução, seja p~
ra a morte natural ou sacrifício precoce 3l
Diante destas considerações, propusemo-nos, no
presente trabalho, a estudar comparativamente a Sensibilidade,
a Concordância, os Coeficientes de Associação de Yule e o Tes - 2 te de Associaçao (X ), das seguintes técnicas laboratoriais a
plicadas ao diagnóstico da raiva canina: Coloração de Sellers,
Imunofluorescência Direta e Inoculação em Camundongos.
3.
lI. MATERIAL E ~TODOS.
1. Material.
1.1. Animais.
1.1.1. Cães.
Utilizmnos os resultados obtidos com amostras
de cérebros coletadas de 2.242 cães que foram submetidos ás
técnicas laboratoriais de diagnóstico da raiva, no Instituto
Pasteur, da Secretaria da Saúde do Estado de são Paulo, duran
te o período de janeiro de 1974 a abril de 1976.
l.l.~. Camundongos.
Foram utilizados camundongos albinos suiços, pe.!:
tencentes à criação do biotério do Instituto Pasteur, da Secre
taria da Saúde do Estado de são Paulo, com 21 dias de idarle e
peso variando entre 12 e 15 g, distribuídos em lotes de 6 a 8
individuos, conforme a disponibilidade do laboratório, para ca
da animal examinado.
1.2. Vírus.
o vírus empregado constituiu-se de uma suspensão
a 20% de cérebros de camundongos infectados com vírus rábico
4.
fixo, amostra CVS (Challenge Virus Standard) com título
rior alO-S.
1.3. Diluente.
supe
Para o preparo de suspensoes ele CVS e CN ( Cére
bro Normal) utilizamos água destilada estéril, contendo 2% de
soro de equino normal, inativado convenientemente, adicionado
de 2,4 mg de cloridrato monohidratado de lincomicina por mili
litro.
2. Métodos.
2.1. Coloraç~o de Sellers.
A pesquisa de Corpfisculos de Negri utilizando a
técnica de Coloração de Sellers foi realizada de acordo com as
normas da Organizaç~o Mundial da Safide 32
2.2. Imunofluorescência Direta.
Realizada conforme a técnica preconizada por
GOLDVJASSER & KISSLING5 , utilizando-se Fotomlcroscópio binocu
lar, marca Nlkkon, modelo FL, com lâmpada Osram EBO 200, fil
tro excitador VO, filtros barreiras Emply O e Vlrathen 2B e con
densador de campo escuro.
5.
2.3. Inoculação em Camundongos.
o teste biológico obedeceu à técnica descrita
por KOPROWSKI 9
2.4. M&todo estat!stico.
Utilização do Teste de x2 (Qui quadrado) ao
vel de rejeição de 5%, segundo MARASCUILLO 15
6.
111 .. RESULTADOS.
Os resultados obtidos figuram nas Tabelas que se
seguem.
TABELA I - Resultados obtidos com material coletado de animais da espécie canina submetidos às diferentes provas laboratoriais de diagnóstico da raiva, no Instituto Pasteur de S~o Paulo, durante o per{odo de janeiro de 1974 a abril de 1976.
Resultados prequência
- - -S IP IN 1.168 S+ IP+ IN+ 859 - + +
S IP IN 156 - - IN+ S IP 51
S+ IP+ -IN 6 - IP+ IN':" S 1
S+ - -IP IN 1 S+ - IN+ IP O
TOTAL 2.242
S = Coloraç~o de Sellers IP = Imunofluorescência Direta IN = Inoculação em Camundongos
+ = Positivo = Negativo
Porcentagem (%)
52,10
38,32
6,96
2,27
0,27
0,04
0,04
0,00
100,00
* = Amostra enviada ao laboratório, conservada em formol nao tendo, por isso, sido submetida a prova.
7.
co
TABELA II - Animais da espé'cie canina, segundo a Sens ibilidade às téc nicas de coloração de Sellers (S), Imunofluorescência Dire ta (IF) e Inoculação em Camundongos (IN), para o 9iagnóstI co da raiva, realizadas no Instituto Pasteur de Sao Paulo, durante o período de janeiro de 1974 a abril de 1976.
Técnica
coloração de Sellers
Imunofluorescência Direta
Inoculação em Camurr dongos
Resultados
866/1074
1. 022/1074
1.066/1073
Sensibilidade (% )
80,63
95,15
99,34
1.0
TABELA III - Animais da espécie canina, segundo os resultados obtidos com as técnicas de coloração de Sellers (S) e Imunofluo rescência Direta (IF), para o diagnóstico laboratorial da raiva, realizadas no Instituto Pasteur de são Paulo , durante o período de janeiro de 1974 a abril de 1976.
~' oloraçao de Se11ers .. Porcen Negativos Porcen Total Porcen
Imun~f1~~ POSltlVOS -tag·::!m tagem tagem rescenCla (% ) (% ) (%) Direta
Positivos 865 84,54 157 15,36 1.022 100,00
Negativos 1 O, ·)8 1.219 99,92 1.220 100,00 I ,
Total 866 - 1.376 - 2.242 -,
..... o
TABELA IV - Animais da espécie canina, segundo os resultados obtidos com as técnicas de Coloraçio de Sellers (5) e Inoculaçio em Ca mundongos (IN) par~ o diagnóstico laboratorial da raiva, reã lizadas no Instituto Pasteur de sio Paulo, durante o períodõ de janeiro de 1974 a abril de 1976.
Coloraçio de
~ Positivos Porc'en Negativos porcen
Total porcen
tage::n tagem tagern Inoculaçio em (%) (%) (%) Camundongos
Positivos 859 80,58 207 19,42 1.066 100,00
Negativos 7 0,60 1.168 99,40 1.175 100,00
Total 866 - 1.375 - 2.241 -- - --- --- --- ------ _._---- _. ------- - - - - - - --- --~ -- -_ ... _---- -~----
e::~ ~> <0 1TIe:: ;:cr-S:!?~o:I 00-l>f'lttc
100
t""" ,lTI rn -O-l)O rn:::.'-i C ,'("I1 ~~, () ~'"O:> '"O C, ~c;a c:C r-o O,.
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TABELA V - Animais da espécie canina, segundo os resultados obtidos com as técnicas de Imunofluorescência Direta (IF) e Inoculação em Camundongos (IN), para o diagnóstico laboratorial da rai va, realizadas no Instituto Pasteur de são Paulo, durante ~ período de janeiro 1e 1974 a abril de 1976.
Imunofluores
-~ Porc'=!n Porcen Porcen
reta Positivos tage::n Negativos tagem- Total tagem-
Inoculação em (%) (%) (% )
Camu.'ldongos
Positivos 1.015 95,21 51 4,79 1.066 100,00
Negativos 6 0,51 1.169 99,49 1.175 100,00
Total 1. 021 - 1.220 - 2.241 -
I-' N
TABELA VI - Result~dos dos cálculos de Co~cordância, Coeficiente de As sociaçao de Yule e Teste de X (Qui quadrado), para as re lacões entre as diferentes técnicas de diaqnóstico labora to~ial da raiva, realizadas no Instituto P~steur de S~~ Paulo, durante o periodo de janeiro de 1974 a abril de 1976.
s:: Concordância Coeficiente de Asso (%) ciação de Yule
Relaçoes
S/IF 92,95 0,99
S/IN 90,45 0,99
IF/IN 97,46 0,99
-- - ~--- --~~----
S = Coloração de Sellers IF = Imunofluorescência Direta IN = Inoculaç~o em Camundcngos
Valor de x2
1.675,48
1.507,73
2.018,60
Para o nível de rejeição (~ 2 de 5%~:;>X = 3,84 c::><::...
IV. DISCUSSÃO.
A TABELA I apresenta os resultados obtidos com
as associações das técnicas de Coloração de Sellers, Imunoflu~
rescência Direta e Inoculação em Camundongos,realizadas em
2.242 amostras de cérebros de cães na rotina do laboratório de
diagnóstico da raiva do Instituto Pasteur de são Paulo.
análise desta tabela, podemos observar que do total de
Pela
amos
tras examinadas, 1.074 se revelaram positivas por urna ou mais
técnicas; calculando-se o quociente entre o número de amostras
positivas simultaneamente com as três técnicas (859) e o núme
ro total de positivos, (1074) encontramos um valor igual a
79,98%.
A TABELA II mostra a Sensibilidade de cada urna
das técnicas, calculada através da relação entre o número de
amostras positivas com a técnica considerada e o numero total
de amostras positivas; constatamos como mais sens.'Ível a técni
ca de Inoculação em Camundongos, seguida da de Imunofluorescên
cia Direta e com menor Sensibi11dade a de Coloração de
Sellers.
As TABELAS III, IV e V apresentam os resultados
da comparaçao das técnicas de coloração de Sellers com IrnUllO
fluorescência Direta, Coloração de Scllers com Inoculação em
Camundongos e Imunofluorescência Direta com Inoculação em Ca
13.
mundóngos respectivamente. Com os resultados destas tabelas,
construímos a TABELA VI, onde estão apresentados os resultados
dos c~lculos de Concordância das diferentes relaç6es entre as
técnicas, Coeficiente de Associação de Yule e Teste de Associa
ção (X2), realizado ao nível de rejeição de 5%. A an~lise des
ta filtima tabela nos mostra que a Concord~ncia maior ocorreu
com a relação Imunofluorescêncü:. Direta-Inoculação em Camundon
gos, seguida pela relação coloração de Sellers-Imunofluorescê!!.
cia Direta e a menor Concordância foi registrada com a relação
Coloração de Sellers-Inoculação em Camundongos. O Coeficiente
de Associação de Yule foi o mesmo para as três relaç6es e o
Teste de Associação, forneceu valores de x2 (Qui quadrado) ,que
~omp;:}ré1n()~ ;:}() valor rJe X..:..~ = 3 i 84 i para o nível de rejei;~ã.0 de
5%, foram altamente significantes para as três relaç6es cita
das, sendo de maior intensidade para a relação Imunofluorescên
cia Direta-Inoculação em Camundongos, seguindo-se em ordem de
crescente o valor do x2 (Qui quadrado) para as relações Colora
ção de Sellers-Imunofluorescência Direta e coloração de SeI
lers-Inoculação em Camundongos.
14.
~ VI
TABELA VII - Resultados obtidcs em amostras de cérebros de animais da espécie canina, submetidos às técnicas de Coloração de Sellers (S), I~unofluorescência Direta (IF) e Inoculação em Camundongos (IN), segundo diversos autores.
RESULTADOS ,.....; ti)
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MCQUEEN 1960 244 35 33/35 35/35
PILO MORON 1967 13 13 7/13 7/10
P..ICHTER 1969 34 19 - 19/19
GUILLO~~ 1970 77 5 - 5/5 I
MOGGIA 1970 86 57 48/57 57/57
LUCAS 1971 295 , 17 9/11 12/17 I
SUB RAHHk'JY ili'1 1971 37 I 23 16/23 23/23
SILVA 1972 301 64 - 64/64
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4-1 U o
100,00
70,00
100,00
100,00
100,00
70,60
100,00
100,00
miE ..-i (l) 1::1 ;::l ;::l
g o ~ I::/lÓ U Htr
til o tTl I:: o 'O
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
94,12
100,00
100,00
A TABELA VII resume os resultados obtidos, por
diferentes autores para as três técnicas realizadas sobre amos
tras de cérebros de cães coletados em diferentes laboratórios
de diagnóstico da raiva. Sua análise nos mostra que o cálculo
da Sensibilidade para a técnica de Coloração de Sellers va
riou muito de um autor para o outro. Para a técnica de Imuno
fluorescência Direta, verifica-se um acordo maior entre os di
ferentes autores, embora dois deles apresentem valores bastan
te afastados dos demais. Os resultados para a técnica de Inoc~
lação em Camundongos foram os que apresentaram maior concordZig
cia, embora um dos valores apresente uma pequena variação em
relação aos outros, devendo-se ressaltar que todos os autores,
eXC"0t1.:t::mdo SILV.71•29 , tr.::.balh.::.r.::.m com callmndongos auül Los. l~c;re
ditamos que, se tivessem sido utilizados camundongos lacten
t " - d" , t'b'l'd d 2, 25 1 os, em razao a sua ma10r SUSCe"l 1 1 a e ,esse va" or
ligeiramente discrepante, talvez não aparecesse~ isto explica
também, o porque,de nós não termos obtido Sensibilidade para
a Inoculação em Camundongos igual a 100%.
Ainda pela análise desta tabela, podemos obser
var que os resultados dos cálculos da Sensibilidade, quando
comparados aos por nós apresentados na Tabela lI, estão bem
próximos dos valores obtidos pelos diferentes autores ~ exces
são da técnica de Coloração de Sellers, onde se registrou
maior discrepância. Devemos, no entanto, considerar que o núme
16.
ro d~ amostras por n6s utilizadas para o c~lculo desses valo
res foi mu.ito superior ao dos demais, o que justifica plename~
te as discrepâncias observadas. Por esta razão, calculamos, o
valor da Sensibilidade de cada uma das técnicas utilizando as
somas dos valores fornecidos por todos os autores, dado que,
todos empregaram sempre as mesmas técnicas sobre amostras de
cérebros de cães. Assim, obtivemos 81,30% de Sensibilidade p~
ra a Coloraç~o de Sellers, 96,52% para a Imunofluoresc&ncia Di
reta e 99,50% para a Inoculação em Camundonqos. Esses valores
te6ricos assim calculados se aproximam muito maia daqueles por
n6s obtidos ( conforMO! a TABELA 11, que aqueles obtidos indi vi
dualmente pelos autores, onde as variaç6es foram maiores, prin
cipalmente, no que concerne ~ técnica de Coloração de Sellers.
17.
v. CONCLUSÕES.
Tendo em vista os resultados obtidos, analisados
e discutidos no pres8nte trabalho, parece licito concluir que:
na rotina de diagn5stico laboratorial de rai
va, deve-se sempre utilizar a Bssociaç~o de
duas ou mais t&cnicas, para maior precisa0 dos
resultados;
- a técnica de Coloração de Sellers, quando com
parcJda com as de Imunofluorescência Direta e
Inoculação em Camundongos é a que apresenta me
nor grau de Sensibilidade, embora seja a de
maior praticidade e rapidez de resultados, os
quais podem ser obtidos 2 a 3 horas, ap5s o re
cebimcnto da amostra suspeita, podendo conti
nuar a ser utilizada na rotina em
com outras t~cnicas;
associação
- a t~cnica de Imunofluorescência Direta,aprese~
ta elevado grau de Sensibilidade e foi da sua
associação com outras t~cnicas, Inoculação em
Camundongos e Coloração de Sellers, que se ob
18.
tiveram os maiores valores para as Concordân
cias e os valores significantes mais altos p.!!
ra o x2 (Qui quadrado). Sua execuç~o & relati
vamente sünples e os resultados podem ser obt_~
dos 24 horas ap6s a reccpç~o das amostras, de
vendo ser sempre aplicada na rotina de diagn6~
tico;
- a t~cnica de Inoculaç~o em Camundonaos ~ a que
apresenta major grau de Sensibilidade e sua as
sociaç~o com a Imunofluorescênc,ia Dirc-LJ. é a
que fornece maior Concordância e véllor siqnifJ.:,
a11t m"l' c "]' o pa .. r(" o x2 (O' "d ~o) "lO c :0. U.'" C.c _ < ,tU. que.:. r,JCl . 1',
-entanto, necessita para a sua execuçao, de
grande nGmero de animais e o prazo para a ob
tenç~o do diagn5sticc ~ muito longo, no n!nimo
8 dias. Sua utilizaç~o na rotina, na depend&~
cia do laborat5rio, poder5 ser destinada t~o
somente, ~s amostras que forneceram resultados
negativos ~s outras t~cnicas.
19.
VI. RESUMO.
Procedeu-se ao estudo comparativo das t~cnicas -
de CQloraç~o de Sellers, Imunofluoresc&ncia Direta e Inocula
çao em Camundongos, utilü:adas na ro,tina. de diagnóstico labor~
torial da raiva e praticadas sobre 2.242 amc<;'tras de cérebro
de c~cs, enviadas ao Instituto Pasteur de S~o Paulo,durante o
período de janeiro de 1974 a abril de 1976.
As técnicas d0 Inoculaçã,o e111 Camundongos e de
Imunofluorescência Direta foran1 as que aprescntarélffi maior grau rl~ C", .. --.r.~\ .... ";l';,..:J ..... ,."l" r-.-~ ..... ~,., _r .. ,.,,~ -,ro,...,....._~ ....... ,.,.::_ -... ,..", .. _ .;::,..._ ..... "" __ ... .....,. ..... ~i __
'-A.'- L-'~.1.l ... ~.J .•. L ........ .L __ ........ L-..'-'. ..... _ I ......, ....... J.J.~v ~~_' ...... \,.A t.....<.. ......... '''-''", ... t,...;,':,#uv '-.to '"11,...1. .. - J_vj.J..l ....... v'~\.l J.~lLol.J..\..J.;_
Concor~5ncia e valor significante mais alto para o x2 (Qui qu~
dréldo) .
A técnica de Coloraç~o de Sellers foi a que apr~
sentou menor grau de Sensibilidade e sua associaç~o com as téc
nicas de ImunoO uorcscpncJa Direta e de Inocu.lação em Camundo~
gos forneceu resultados de Concordância e x2 (Qui quadrado) in
feriores aos obtidos pela associaç~o dessas duas técnicas.
20.
VII. SlH1MARY.
A comparati ve st:udy was made of· three techniques:
ColorLltion of Sellers, Dircct lnu'Tlunofluoresconce, and lnocula
tion in Mice - used in the routine of laboratory diagnosis of
rabies and applied on 2,242 samplcs of dog brains which were
scnt to H:e Pasteur Institute of S80 Paulo, betwcen
1974 and April 1976.
January
Thc tcchniqucs of mico inoculation und of direct
immunofluorcscence vlere the ones vlhich p!:"esentc:c1 higher degrce
c.r SL:ll:".i.'c.iviLy; ·chis dn!:jucidciun n:!!.~ult.eéi ir! a greaü~r Li::prJort
and a h:i.ghcr si~Jnifica.tive value for the x2 (squclJ~e o.ui) .
The techniques of Scllers Coloration rcsulted
in a lowor degree of sensitivity, und its associution with the
techniquo.s of direct im,'TlUTlofluorcscence and inoculation in mi
1 . 2
cc gave over results of rapport and X than those obtaincd by
the association of the tW0 lattcr techniques.
21.
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