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PASSEIO PÚBLICO Conhece os seguros como ninguém Passou a vida no sector segurador e até chegou a montar uma operação de privatização de uma com- panhia por onde passou. O patrocínio do Braga passou por ele, assim como a dinamização de toda a área de Responsabilidade Corporativa. Chama-se Paulo Bracons, tem 52 anos, é sportinguista e está de pedra e cal na AXA Seguros

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PASSEIO PÚBLICO

Conhece os seguros como ninguém

Passou a vida no sector segurador e até chegou a montar uma operação de privatização de uma com-

panhia por onde passou. O patrocínio do Braga passou por ele, assim como a dinamização de toda aárea de Responsabilidade Corporativa. Chama-se Paulo Bracons, tem 52 anos, é sportinguista e está de

pedra e cal na AXA Seguros

Passeio Público

Uma vida nos seguros

Tem um apelido catalão de ascendência francesa, conhece comoninguém o mundo dos seguros e até já montou uma operação de

privatização. É do tempo em que não existiam clientes mas sim apólicese diz que o sector hoje nada tem a ver com o que era há duas décadas.Paulo Bracons, 52 anos, diretor-geral de Marketing e Oferta e membrodo conselho consultivo da AXA Portugal, diz que tem a sorte de ter feito

sempre coisas muito diferentes no sector segurador

Costuma dizer que tem 52

anos de vida e 50 de seguros.

Surpreendente? Nem por isso,

quando se fica a saber que o

primeiro contacto com o sector

aconteceu através do seu pai,

que trabalhava na então Mun-

dial Confiança. Foi precisamen-te nesta companhia que Paulo

Bracons, um ribatejano nascido

no Entroncamento mas que foi

viver para Évora aos oito anos,iniciou a sua atividade profissio-nal num sector onde se mantém

até hoje.Outra coisa que costuma dizer

é que tem tido a sorte de fazer

coisas diferentes. O seu per-curso profissional confirma: foi

diretor do ramo Vida, trabalhou

no marketing e na comunica-

ção, montou uma operação de

privatização, foi secretário-gerale voltou de novo ao marketinge comunicação. A sua carrei-

ra fez-se em três companhias:Mundial Confiança, Guardian

Royal Exchange e grupo AXA,onde está hoje, com as funçõesde diretor-geral de Marketing e

Oferta e membro do conselho

consultivo.

Esta multidisciplinaridade temsido importante na sua carreira.É que, como o próprio afirma,

permite-lhe "ver as questões devários ângulos, o que enrique-ce a minha função e é positivo

para a companhia onde estou".Nos 22 anos que leva de sector

segurador tem tido a sorte de

fazer coisas muito diferentes.

Começou na Mundial Confian-

ça, no ramo Vida, em Évora, e,

já em Lisboa, assumiu, entre1994 e 1998, a direção de mar-

keting da companhia. Foi nesse

período que o então presiden-te, José Casanova, o convidou

para montar a operação de

privatização da Mundial Con-

fiança. "Uma experiência muito

rica", recorda Bracons.

Em 1998, porque já tinha um

percurso feito na companhia,saiu para ser diretor-geral em

Portugal da Guardian Royal Ex-

change, uma seguradora britâ-nica comprada em 1999 pelo

grupo AXA, uma das maiores

multinacionais do sector. Ape-sar da mudança, Bracons ficou

na AXA e manteve-se sempredisponível para desempenharas funções que fossem neces-sárias. No grupo francês esteve

primeiro com as áreas de plane-amento estratégico e, logo a se-

guir ao 1 1 de setembro de 2001,

foi chief financial officer (CFO)durante cinco anos e meio.

Depois, foi uma sucessão de

cargos: responsável pela dis-

tribuição, em 2007, secretário-

-geral e responsável pelas áreas

jurídica e informática (2010) e,em 2011, voltou novamente a

assumir funções no marketing,uma função que tinha desempe-nhado na Mundial. "O bom filho

à casa torna", remata Bracons.As várias funções que desem-

penhou nas duas décadas quejá leva de sector segurador fa-zem com que seja um conhece-dor único dos seguros em Por-

tugal. Ainda recorda os temposem que não existiam clientes...Bracons explica: "Na altura

em que entrei para a profissãodizia-se que não existiam clien-

tes mas sim apólices. Hoje as

companhias conhecem os seusclientes".Isso obrigou a uma mudançaradical nas áreas do marketinge da comunicação. As compa-nhias tiveram necessidade de

se aproximarem dos seus clien-

tes, tornaram-se muiticanais -há 15 anos os contactos eramsobretudo presenciais. Bracons

também é do tempo em que os

orçamentos de marketing "eramfabulosos". Hoje, por causa dacrise e da racionalização de

custos, a situação é bem dife-rente. Mas isso não o impedede ter uma estratégia clara e

definida para o marketing e co-

municação da AXA Portugal."Queremos ser uma companhiamulticanal e multiacesso e am-bicionamos ser a companhiapreferida dos nossos clientes",afirma. Por isso a sua preocu-pação é que o marketing tenhamecanismos que mantenhamos clientes e capacidade de

adaptação aos tempos difíceis

da economia. Como? Ter umaoferta simples, com coberturas

básicas, por exemplo.Há duas coisas que deixam Bra-

cons cheio de orgulho no traba-lho que faz, na sua equipa e naAXA Portugal. A primeira é o

patrocínio ao Braga, cujo está-dio tem o nome da companhia.

"Na altura emque entrei para aprofissão dizia-seque não existiamclientes mas simapólices"

Carnaval 1965, com 6 anos Administração militar 1984, com 25 anos

Com a mulher no Louvre, em Paris: 20 anos da marca AXA

Foi a primeiraempresa emPortugal a daro naming a umestádio, longeainda de imaginarque a fama doBraga iria correra Europa

Nos 22 anos queleva de sectorsegurador temtido a sorte defazer coisasmuito diferentes

Ainda antes de o clube se afir-

mar na alta roda do futebol por-

tuguês, a AXA viu o potencial da

equipa e da cidade e apostousem hesitações. Foi a primeira

empresa em Portugal a dar o

naming a um estádio, longe ain-

da de imaginar que a fama do

Braga iria correr a Europa. Bra-

cons recorda que a AXA tinha

uma boa implantação na cidade

e por isso "era preciso fazer al-

guma coisa" ao nível da comu-

nicação. "Percebemos que isso

podia ser feito com o Sportingde Braga que, na altura, já esta-

va a estruturar-se para ser mais

do que um clube regional", re-

corda.

A outra situação de que fala

com orgulho é o facto de a AXA

Portugal ser, em todo o grupo, a

subsidiária que mais tem evolu-

ído ao nível da Responsabilida-de Corporativa. "Nos mais de 50

países e 66 entidades do grupo,somos a mais avançada a nível

mundial, em termos de grau de

maturidade. Para além do orgu-lho, este facto revela a mobiliza-

ção e motivação das equipas",diz Bracons. A questão da Res-

ponsabilidade Social começoua ser trabalhada na AXA Portu-

gal há 10 anos, com a simples

separação do lixo. Gradual-

mente, a RSE começou a fazer

parte das práticas da empresae há quatro anos que existe um

relatório específico sobre a ma-

téria. A empresa é mecenas da

Orquestra Nacional do Porto e

da Casa da Música.

A delegação de tarefas, a pro-ximidade - a porta do escri-

tório está sempre aberta - e o

diálogo são algumas das suas

preocupações enquanto gestorde equipas. Procura passar portodos os serviços diariamente e

tem a consciência de que hoje,mais do que nunca, "temos queviver próximos das nossas equi-pas, dando-lhes, obviamente,toda a margem de manobra".

Uma filosofia que encaixa na

perfeição num seus lemas pre-feridos de vida: fazer o melhor

em cada dia. Por isso mesmo

nunca programou demasiado a

sua carreira. As oportunidadesforam surgindo e ele sempre es-teve disponível para as agarrare fazer o melhor todos os dias.

Sportinguista, é pai de duas fi-

lhas e mantém as suas ligaçõesa Évora, a cidade onde de factotudo começou. Licenciado em

Economia pela Universidade de

Évora (1984) e mestre em Eco-

nomia, com especialização emEconomia Regional, pela Uni-versidade Técnica de Lisboa

- Instituto Superior de Econo-mia (1989), tem como principal

hobby as leituras de História e

de biografias relativamente con-

temporâneas. Costuma com-

prar dois ou três livros sobre o

biografado que escolhe.

A sua carreira fez-se em três

companhias: Mundial Confiança,

Guardian Ftoyal Exchange e grupo

AXA, onde está hoje, com as funções

de diretor-geral de Marketing e Oferta

e membro do conselho consultivo

NOME

Os Bracons da Catalunha

Quando se pergunta a Paulo Bracons a origemdo seu nome, parece que a resposta já está

pronta e editada há muito tempo. A explicaçãoestá "carregada" de História e é um símbolo da

evolução da Península Ibérica. Paulo explica queos Bracons chegaram a terras ibéricas com as

invasões francesas, no princípio do século XIX.

A maior parte deles ficou na Catalunha, onde o

apelido é muito conhecido. Mas houve um deles

que decidiu experimentar o outro reino da Penín-

sula e zarpou das costas catalãs rumo a Portugal.É deste ramo que Paulo Bracons descende.