participaçao politica e meio ambiente unidade i _r

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Caro aluno, Seja bem-vindo. Nesta nossa disciplina, trataremos de uma gama de assuntos a partir da relação do cidadão com o ambiente, com o objetivo principal de desenvolver conteúdos relacionados à Participação Política e Meio Ambiente e, principalmente, por meio de conhecimentos teóricos, gerar capacidade no aluno para expor um juízo de valor em relação à complexidade que envolve disciplina e conceito. Considerando-se que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que você dedique ao menos 3 horas por semana para esta disciplina, estudando os textos sugeridos e realizando os exercícios de autoavaliação. Uma boa forma de fazer isso é já ir planejando o que estudar, semana a semana. Para facilitar seu trabalho, apresentaremos os assuntos que deverão ser estudados e, para cada assunto, a leitura fundamental exigida e a leitura complementar sugerida. No mínimo, você deverá buscar entender muito bem o conteúdo da leitura fundamental, só que essa compreensão será maior se acompanhar, também, a leitura complementar. Você mesmo perceberá isso, ao longo dos estudos. A – Conteúdos (assuntos) e leituras sugeridas Assuntos/módulos Leituras Sugeridas Fundamental Complementar Texto 1 Política Ambiental – I Texto 1.1 Política Ambiental – II Livro-texto 1 Livro-texto 1.1 Texto 2 Espécies de Instrumentos de Política Ambiental – Lei nº 6.938/1981 – I Livro Espécies de Instrumentos de Política Ambiental – da Lei nº 6.938/1981 – II Livro-texto 2 Livro-texto 2.1 . 3 - Texto 3 Livro-texto 3

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Participaçao Politica e Meio Ambiente Unidade I _R

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Caro aluno, Seja bem-vindo. Nesta nossa disciplina, trataremos de uma gama de assuntos a partir da relao do cidado com o ambiente, com o objetivo principal de desenvolver contedos relacionados Participao Poltica e Meio Ambiente e, principalmente, por meio de conhecimentos tericos, gerar capacidade no aluno para expor um juzo de valor em relao complexidade que envolve disciplina e conceito. Considerando-se que ser voc quem administrar seu prprio tempo, nossa sugesto que vocdediqueaomenos3horasporsemanaparaestadisciplina,estudandoostextos sugeridoserealizandoosexercciosdeautoavaliao.Umaboaformadefazerissojir planejando o que estudar, semana a semana. Parafacilitarseutrabalho,apresentaremososassuntosquedeveroserestudadose,para cadaassunto,aleiturafundamentalexigidaealeituracomplementarsugerida.Nomnimo, vocdeverbuscarentendermuitobemocontedodaleiturafundamental,squeessa compreensosermaiorseacompanhar,tambm,aleituracomplementar.Vocmesmo perceber isso, ao longo dos estudos. A Contedos (assuntos) e leituras sugeridas Assuntos/mdulosLeituras Sugeridas FundamentalComplementar Texto 1 Poltica Ambiental I

Texto 1.1 Poltica Ambiental II

Livro-texto 1

Livro-texto 1.1

Texto 2 EspciesdeInstrumentos de Poltica Ambiental Lei n 6.938/1981 I

Livro EspciesdeInstrumentos dePolticaAmbientalda Lei n 6.938/1981 II Livro-texto 2

Livro-texto 2.1

. 3 - Texto 3Livro-texto 3Zoneamento Ecolgico Econmico (ZEE) Decreto n 4.297, de 10 de Julho de 2002 I Livro-texto 3.1

Zoneamento Ecolgico Econmico (ZEE) Decreto n 4.297, de 10 de Julho de 2002 II

Texto 4 reasdeProteo Ambiental I

Texto 4.1 reasdeProteo Ambiental II

Livro-texto 4

Livro-texto 4.1

Texto 5 Instrumentos da Poltica de Proteo Ambiental I Texto 5.1 Instrumentos da Poltica de Proteo Ambiental II

Livro-texto 5

Livro-texto 5.1 . Texto 6 OEstudodeImpacto Ambiental (EIA) I

Texto 6.1 OEstudodeImpacto Ambiental (EIA) II Livro-texto 6

Livro-texto 6.1 Texto 7 O Relatrio de Impacto Ambiental (RIMA) I

Texto 7.1 O Relatrio de Impacto Ambiental (RIMA) II Livro-texto 7

Livro-texto 7.1

Texto 8 O Plano Diretor Municipal e a Proteo ao Meio Ambiente I

Texto 8.1 O Plano Diretor Municipal e a Proteo ao Meio Ambiente II

. Livro-texto 8

Livro-texto 8.1 . Nota: ver as referncias bibliogrficas, para maior detalhamento das fontes de consulta indicadas B Avaliaes Comodeseuconhecimento,vocestarobrigadoarealizarumasriedeavaliaes, cabendoavoctomarconhecimentodocalendriodessasavaliaesedamarcaodas datas das suas provas, dentro dos perodos especificados. Por outro lado, importante destacar que uma das formas de se preparar para as avaliaes realizandoosexercciosdeautoavaliao,disponibilizadosparavocnestesistemade disciplinas on-line. O que tem de ficar claro, entretanto, que os exerccios que so requeridos em cada avaliao no so as repeties dos exerccios da autoavaliao. Parasuaorientao,informamosnatabelaaseguir,osassuntosqueserorequeridosem cada uma das avaliaes s quais voc estar sujeito: Contedos a serem exigidos nas avaliaes AvaliaesAssuntosExerccios de autoavaliao relacionados NP1Do assunto 1 at o assunto 4Todos os exerccios NP2Do assunto 1 at o assunto 8Todos os exerccios SubstitutivaToda a matriaTodos os exerccios ExameToda a matriaTodos os exerccios

C Referncias bibliogrficas Livros-textos: srie 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Poltica Ambiental I Nadcadadetrinta,oBrasiliniciaumperododeconsolidaodeinvestimentospblicose privados em grandes obras de infraestrutura. Nessa poca, no se falava em desenvolvimento sustentvel,porm,jhaviaumavertentedepolticaambientalorientadaapenaspara preservao.Existiaummovimentodepolticos,jornalistasecientistasqueseorganizavam paradiscutirpolticasdeproteoaopatrimnionatural.Essesgruposcontriburampara elaboraodoprimeiroCdigoFlorestalBrasileiroem1934institudopeloDecreto 23793/1934 , no qual eram definidas bases para proteo dos ecossistemas florestais e para regulaodaexploraodosrecursosmadeireiros.

O Cdigo Florestal contribuiu para a criao do primeiro parque nacional brasileiro em 1937, o Parque Nacional de Itatiaia, e dois anos depois foram criados os parques nacionais de Iguau e daSerradosrgos.Porm,nosvinteanosseguintesnenhumoutroparquefoicriado.A poltica ambiental preservacionista dos anos 1930 foi colocada em segundo plano nas dcadas de 1940 e 50, quando foram concentrados esforos na industrializao e no desenvolvimento acelerado.

Nessadcadade1960,apreocupaocomaconservaodomeioambientefoi institucionalizada com a aprovao da Lei n 4.771 de 15/09/1965, que institua o novo Cdigo FlorestalBrasileiro,quevisava,sobretudo,conservaodosrecursosflorestais,criando novastipologiasdereasprotegidascomasreasdePreservaoPermanente,que permaneceriamintocveisparagarantiraintegridadedosserviosambientais;eaReserva Legal,quetransferiacompulsoriamenteparaosproprietriosruraisaresponsabilidadeeo nusdaproteo.

QuasedoisanosapsacriaodonovocdigoflorestalbrasileirofoicriadooInstituto BrasileirodeDesenvolvimentoFlorestal(IBDF),quetinhaamissodeformularapoltica florestalnopaseadotarasmedidasnecessriasutilizaoracional,proteoe conservao dos recursos naturais renovveis. A dcada de 1970 se inicia com a realizao da ConfernciadeEstocolmode1972,naqualoBrasildefendiaaideiadequeomelhor instrumentoparacombaterapoluioodesenvolvimentoeconmicoesocial.

Diante das presses externas e da sociedade que acusavam o governo brasileiro de defender odesenvolvimentoaqualquercusto,eraemergenteanecessidadedesecriarumprojeto ambientalnacionalquecontribusseparareduzirosimpactosambientaisdecorrentesdo crescimentocausadopelapolticadesenvolvimentista.Como resposta, foi criada em 1973, a Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), vinculada aoMinistriodoInterior,orientadaparaconservaodomeioambienteeusoracionaldos recursosnaturais,passandoadividirfunescomoIBDF.

Nessadcada,ganhavaforaavisodeecodesenvolvimentoquejdefendiaaconciliao dos aspectos econmicos, sociais e ambientais no desenvolvimento. Essa viso comea a ser internalizada na poltica ambiental brasileira com a promulgao da Lei n 6938/81, que instituiu a Poltica Nacional de Meio Ambiente. Esta passa a utilizar como instrumento de planejamento dodesenvolvimentodosterritriosoZoneamentoEconmicoEcolgicoe,comoumdos instrumentosdepolticaambiental,aavaliaodeimpactosambientais.Almdisso,criao SistemaNacionaldoMeioAmbiente(SISNAMA)eoConselhoNacionaldoMeioAmbiente (CONAMA), que passam a ser os principais instrumentos de uma poltica ambiental orientada paraaesdescentralizadas.

Logo,asatividadescausadorasdedegradaoambientalpassaramadependerdoprvio licenciamento do rgo estadual competente, integrante do SISNAMA, e do Instituto Brasileiro doMeioAmbienteedosRecursosNaturaisRenovveis(IBAMA).Aleicriaaobrigaodo licenciamento e a resoluo n 1/1986 do Conselho Nacional do Meio ambiente (CONAMA) cita asatividadesqueprecisamelaboraroEstudodeImpactoAmbiental(EIA)eoRelatriode ImpactoAmbiental(RIMA).

Assim, a dcada de oitenta marcada com um grande avano na poltica ambiental no Brasil e aconcepodecompatibilizarmeioambienteedesenvolvimentofoifortalecidanasesferas nacional e internacional, quando a Comisso Brundtland, criada pela Organizao das Naes Unidas em 1983, divulgou o conceito desenvolvimento sustentvel. A emergncia de um novo paradigma fez com que essa expresso passasse a ser utilizada por representantes do Estado, da sociedade civil e dos empresrios. Poltica Ambiental II O perodo pr-Eco-92 foi farto de medidas emergenciais com vistas ao atendimento da opinio pblicainternacional.Entreelas,podemoscitar:bombardeiodoscamposdepousodos garimpos,fechamentodopoodetestesnuclearesconstrudonaSerradoCachimbo, demarcao do territrio ianommi, entre outros. A preparao para a participao na Unced-92 por meio da elaborao do relatrio nacional para a definio das posies brasileiras pela Comisso Interministerial de Meio Ambiente (Cima), coordenada pelo Itamarati (Ministrio das Relaes Exteriores), foi um sinal significativo de que o tema meio ambiente se tornava matria importantedapolticaexternadopas.ACimacoordenourepresentantesde23rgos pblicos para a elaborao do relatrio nacional com as posies do Brasil para a Unced-92. FoicriadaaSecretariadoMeioAmbientedaPresidnciadaRepblica,transformadamais tarde em Ministrio do Meio Ambiente (MMA). Comoresultadodasdiscussesdoevento,ocontroledapoluioindustrialedagestodo ambiente urbano foi priorizado como uma questo de cidadania local, dos governos locais e do mercado de crdito e tecnologias. A gua que bebemos, o ar que respiramos, a contaminao dosalimentosque consumimos,olixoeosresduosqueproduzimos,as reasverdesede recreao e lazer ou o silncio de que desfrutamos agora seriam problemas do mercado e da cidadania a ser provida pelos governos locais. A Agenda XXI, principal documento resultante da conferncia, apresentou um rol de programas que podem ser considerados instrumento fundamental para a elaborao de polticas pblicas em todos os nveis e que privilegiavam a iniciativa local. Nela, questes como desenvolvimento sustentvel, biodiversidade, mudanas climticas, guas (doces e oceanos) e resduos (txicos e nucleares) tornavam-se problemas do planeta e da humanidade e assumiam o novo centro da temtica ambiental, abordados em seus captulos. A Agenda, no entanto, no teve a fora deleidasconvenesenecessitavadecercade600bilhesdedlaresanuaisparaser implantadanomundo.Almdisso,sofreucomodenominadormnimoprovocadopelo consenso exigido nos encontros internacionais, o que tornou o texto muitas vezes vago, sem prazos, nem compromissos. Ao longo dos anos 1990, o modelo de poltica ambiental executado no Brasil entrou em crise. Porumlado,pornoatender nova pautadapolticainternacionaldefinidanaEco-92; por outro,pornoatendersdemandasdecidadaniaedeconscinciaambientalquese generalizava. Isso fez com que se evidenciasse, finalmente, a necessidade de redefinio das opes de poltica ambiental e do prprio papel do Estado brasileiro. A criao do Ibama no consolidou um modelo institucional adaptado aos novos desafios. O prprio Ministrio do Meio Ambiente,segundoCelsoBredariol,sempreviveuumagrandedefasagementreprticae propostadepolticaambiental.SegundooMMA,asuapropostaconsisteemconceder especialnfaseinserodadimensoambientalnasdecisesdepolticaspblicase introduo da varivel ambiental como critrio relevante nas decises de poltica econmica e de financiamentos de projetos pelas agncias oficiais de desenvolvimento [...]. Buscando a adoo de uma poltica de corresponsabilidade e parceria por meio do dilogo, do convencimento e da conscientizao da sociedade para a prtica de uma gesto otimizada de seus recursos naturais, o MMA procurou tambm transferir, total ou parcialmente, a Estados, municpios,ONGseoutrasentidadespblicaseprivadas,oplanejamentoeaexecuode polticas ambientais. No entanto, segundo Hageman, o MMA quase no dispe de outros recursos, a no ser os das agncias multilaterais e, mesmo estes, de acordo com Freitas, so de difcil utilizao, tendo emvistafatorescomoarigidezdosfinanciadores,apoucaparticipaodasociedade,a morosidade dos projetos e a necessidade de contrapartidas, entre outros. Espcies de Instrumentos de Poltica Ambiental A Gesto Ambiental no Brasil tem como um de seus principais referenciais a Poltica NacionaldoMeioAmbienteestabelecidapelaLein.6.938,de31deagostode1981,com seus fins e mecanismos de formulao e aplicao. Dentre os objetivos da Poltica Nacional do Meio Ambiente, est o de divulgao de dados e informaes ambientais ligando-a a formao deumaconscinciapblicasobreaqualidadeambiental(Art.4,Brasil,2009).Dentreseus mecanismos de formulao e aplicao, a Poltica Nacional do Meio Ambiente, nos termos do artigo 9, tem como um de seus instrumentos a garantia da prestao de informaes relativas aoMeioAmbiente,obrigando-seoPoderPblicoaproduzi-las,quandoinexistentes,como consta do inciso XI includo pela Lei n 7.804, de 18 de julho de 1989 (Brasil, 2009). Em 2003, aLeifederalbrasileiran10.650dispssobreoacessopblicoaosdadoseinformaes ambientaisexistentesnosrgoseentidadesintegrantesdoSistemaNacionaldoMeio Ambiente. Apesar de esta lei causar implicaes para os organismos dos poderes pblicos, isto por si s no significa que ela d cabo de regular todo o instrumento em foco. Supe-se que, ao menos em parte, o instrumento em questo foi regulado. Investigou o que abrangvel nas informaes ambientais relacionadas ao instrumento da Poltica Nacional do Meio Ambiente consistente na garantia da prestao de informaes relativasaomeioambiente.Paratanto,verificandooalcancedoinstrumentoemestudoda Poltica Nacional do Meio Ambiente e o que foi efetivamente regulado pela Lei n 10.650/2003. Esta avaliao foi ainda da no equivalente abrangncia do instrumento da Poltica Nacional do MeioAmbiente,consistentenagarantiadaprestaodeinformaesrelativasaomeio ambiente, o qual obriga ainda o poder pblico a produzi-las, quando inexistentes, em relao sua regulao pela Lei n 10.650/2003 e ao princpio da informao. Para tanto, verificada a possibilidade de que o instrumento em foco no carece de mais regramento para sua aplicao em relao aos demais instrumentos. Como referenciais tericos este trabalho teve alguns princpios do Direito Constitucional e do Direito Ambiental, particularmente os princpios da informao e da publicidade (Machado, 2005).Osprincpiossooselementosquepredominamnoestabelecimentodossistemas polticosejurdicos,servemcomoparmetrosparaainterpretaodeseuteorconceituale normativo por identificar desgnios e valores tutelados pelo Estado de Direito. Utilizando-se como referncia a escala inicialmente proposta por Arnstein (1969), considerando os trabalhos a partir desta empreendidos por outros autores, estabeleceu Arnstein (1969) uma escala para verificao qualitativa do fluxo de informaes entre a estrutura governamental ou prestadores de servios transferidos em relao participao social. Muito frequentemente na esferapblica,anfasecolocadaemumasorientaodefluxodeinformaode funcionriosparacidadossemserprovidodecanaisderetroalimentaoenenhuma possibilidade para negociao. Sob estas condies, as pessoas tm pouca oportunidade para influenciaroprogramasupostamenteprojetadoparaobenefciodelas.Asferramentasmais frequentesusadasparatalcomunicaodeumasorientaodefluxosoasmdiasde notcias,folhetos,cartazes,easrespostasainvestigaes.Tambmreuniespodemser transformadasemveculosparacomunicaodeumasorientaodefluxopelosimples dispositivo de prover informao superficial, desencorajar perguntas, intimidar rotulando como futilidade,comjargoouprestgiopessoal,ouainda,darrespostasirrelevantes(Arnstein, 1969).BaseadonacitadaobradeArnstein (1969),Weidemann&Femers(1993apudTang; Waters,2005)consideramqueaparticipaopblicaaumentacomonveldeacessoa informao,comotambmcomograuparaoqualoscidadostmdireitosnoproduzira deciso. Assim, a importncia do tema em um enfoque geral, embora j evidenciada, vincula-se a relevantes efeitos das normas correlatas em relao aos entes privados e pblicos e suas prticas e organizao em relao ao conjunto de dados ambientais. E, partindo disto, h um potencialreflexoemaesrelacionadasproteodoambienteeaodesenvolvimento sustentvel no Brasil. O que pode ocorrer por meio da criao, sistematizao e aplicao de conhecimento suscetvel a dar subsdio a iniciativas que favoream a conservao ambiental e a participao social. Espcies de Instrumentos de Poltica Ambientalll No plano institucional, a rea ambiental do governo federal sofreu uma grande transformao com a aprovao da medida provisria que dispe sobre a criao do Instituto Chico Mendes deConservaodaBiodiversidade,frutododesmembramentodoIBAMA,quepassaaser responsvelapenaspelolicenciamentoambiental,ocontroledaqualidadeambiental,a autorizao do uso dos recursos naturais e a fiscalizao.J oInstitutoChicoMendesficaresponsvelpelagestoeproteodeunidadesde conservao, orientando-se para polticas de uso sustentvel. Essa diviso gerou resistncia por partes dos servidores e alguns representantes da rea ambiental criou-se, assim, a viso equivocadadequeessamudanaestprejudicandoapolticaambientaldopas. Naverdade,omaiorproblemadapolticaambientalhojeadificuldadeempromovera transversalidade, considerando os mltiplos interesses que permeiam os diversos setores do governo,sejameleseconmicos,polticosousociais.Osinteresseseconmicosemgeral consideramomeioambienteumentraveaodesenvolvimentodesuasatividadeseao crescimento do Brasil. Tais interesses pressionaram fortemente o governo em diversos casos, comoostransgnicos,ausinanucleardeAngra3,ashidroeltricasdoRioMadeiraea transposio do Rio So Francisco. A poltica ambiental hoje no Brasil traz muitos avanos no que diz respeito participao dos governosfederal,distrital,estaduaisemunicipais,edasociedadecivilorganizada.Essa dinmica contribui para a melhoria da qualidade da governana ambiental, porm no garante que, na definio das polticas, sejam priorizados os interesses socioambientais. A perspectiva do desenvolvimento sustentvel enfrenta oposio em diversos segmentos do mercado e, at mesmo,emcertossetoresdogoverno,aoenxergaremequivocadamenteomeioambiente comoumentraveaodesenvolvimento,quando,naverdade,umelementopropulsordo desenvolvimento.NocasodoBrasil,abiodiversidaderesponsvelporaproximadamente 50% do PIB. Assim,fundamentalqueempresas,sociedadeegovernoestejamemsintonia,visando conciliar tambm os interesses sociais e ambientais. Os interesses econmicos que procuram inviabilizar a transversalidade constituem o grande obstculo para a promoo de uma poltica ambiental integrada para o desenvolvimento sustentvel.

Zoneamento Ecolgico Econmico (ZEE) O ZEE foi introduzido no pas no incio da dcada de 1990, inspirado na Carta Europeia de Ordenao Territorial da dcada anterior (1983), pelo governo federal como metodologia de organizao territorial para a Amaznia Legal.No conceito adotado pelo rgo federal da poca, para a SAE-PR Secretaria de Assuntos Estratgicos da Presidncia da Repblica, o ZEE seria a expresso espacial das polticas econmica, social, cultural e ecolgica. Considerado ainda como um instrumento para racionalizar a ocupao e redirecionar as atividades, servindo de subsdio s estratgias e aes de planos regionais embuscadodesenvolvimentosustentvel.Seriatambminstrumentopolticoetcnicode planejamento,visandootimizarousodoespaoeaspolticaspblicas.Instrumentotcnicopara organizarinformaessobreoterritrionecessriasaoplanejamentodaocupaoracionaledouso sustentvel dos recursos naturais. Instrumento poltico para aumentar a eficcia das decises polticas e da interveno pblica na gesto do territrio e criar canais de negociao entre as vrias esferas de governo e a sociedade civil (ROSS, 2001).

Nesseconceito,oZEEfoitambmconsideradoinstrumentodeapoioGestoAmbiental,definindo diretrizesebalizamentosparaasatividadeseintervenesnoterritrioeestabelecendocritriose parmetrosparaasnormaseprticasdelicenciamentoefiscalizaodessasatividadeseo monitoramento da qualidade ambiental. Decorreu da outro propsito do ZEE que seria o de auxiliar na definio e aplicao de polticas de uso e ocupao da terra e de reordenamento de espao fsico j ocupado.

OZEEseria,portanto,uminstrumentodinmico,atualizadoeatuantedentrodarealidadelocale presente na vida das comunidades residentes em sua jurisdio. Para cumprir esses propsitos, o ZEE necessitaria de um suporte poltico-administrativo, provendo prestgio e recursos humanos, tecnolgicos e financeiros necessrios. Pelas suas preocupaes regionais e locais, esse suporte no poderia ficar restrito esfera federal, mas descer at a estadual e municipal, guardando, todavia, estreita relao e cooperaoentresi.Nessesentido,foramincorporadasao ZEEFsico-Territorial asdimenses socioeconmicas e poltico-institucionais (ROSS, 2001). Zoneamento Ecolgico Econmico (ZEE) ll Ozoneamentoambiental,instrumentodaPolticaNacionaldoMeioAmbiente,consisteem procedimento de diviso de determinado territrio em reas onde se autorizam determinadas atividadesouseinterdita, demodo absolutoourelativo,oexerccio deoutras emrazodas caractersticasambientaisesocioeconmicasdolocal.Pelozoneamentoambientalso institudos diferentes tipos de zonas nas quais o Poder Pblico estabelece regimes especiais deuso,gozoefruiodapropriedadenabuscadamelhoriaerecuperaodaqualidade ambiental e do bem-estar da populao. Suas normas, que devero obrigatoriamente respeitar o disposto em legislao ambiental, vinculam todas as atividades exercidas na regio de sua incidncia,oqueimplicanainadmissibilidadedealiseremexercidasatividadescontrriasa elas. A regulamentao desse instrumento se deu pelo Decreto 4.297, de 10 de julho de 2002, que estabelece os critrios para o zoneamento ecolgico-econmico ZEE do Brasil, ou seja, um zoneamentodeabrangncianacional.importanteressaltarqueambasasexpresses,ou seja, zoneamento ambiental e zoneamento ecolgico-econmico, devem ser entendidas como sinnimas,mesmoquesepossamexistiracepesdistintasemrelaoaoprprioZEE (indicativo de condutas, instrumentos de planejamento territorial, ou ainda, a prpria poltica de ordenamento territorial). Adefiniolegaldozoneamentoambientalencontra-senoart.2doreferidodecretoqueo descreve como sendo instrumento de organizao do territrio a ser obrigatoriamente seguido na implantao de planos, obras e atividades pblicas e privadas, estabelecendo medidas e padres de proteo ambiental com vistas a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hdricosedosoloeaconservaodabiodiversidade,garantindoodesenvolvimento sustentvel e a melhoria das condies de vida da populao. Isso implica que o zoneamento ambiental fruto de um planejamento que deve sempre ser pensado a partir de estudo prvio e minucioso,feitoporequipetcnicaehabilitada,dascaractersticasambientaise socioeconmicasdaregioaserzoneada. Destaforma,aodistribuirespacialmenteas atividades econmicas, o zoneamento ambiental levar em conta a importncia ecolgica, as potencialidades,limitaesefragilidadesdosecossistemas,estabelecendovedaes, restries e alternativas de explorao do territrio, podendo, at mesmo, determinar, sendo o caso,queatividadesincompatveiscomsuasdiretrizesgeraissejamrelocalizadas.O zoneamento ambiental ao impor tais restries configura o direito de propriedade e o direito de seu uso, conformando-os com a funo social da propriedade prevista na Constituio Federal em seu art. 5, XXIII. reas de Proteo Ambiental Unidade de conservao destinada a proteger e conservar a qualidade ambiental e os sistemas naturaisaliexistentes,paraamelhoriadaqualidadedevidadapopulaolocaleparaa proteo dos ecossistemas regionais. O objetivo primordial de uma APA a conservao de processos naturais e da biodiversidade, orientandoodesenvolvimento,adequandoasvriasatividadeshumanasscaractersticas ambientais da rea. Podem ser estabelecidas em reas de domnio pblico e/ou privado, pela Unio, estados ou municpios,nosendonecessriaadesapropriaodasterras.Noentanto,asatividadese usos desenvolvidos esto sujeitos a um disciplinamento especfico. Podem abranger em seu interior outras unidades de conservao, assim como ecossistemas urbanos, e propiciar experimentao de novas tcnicas e atitudes que permitam conciliar o uso da terra e o desenvolvimento regional com a manuteno dos processos ecolgicos essenciais. TodaAPAdeveterzonadeconservaodevidasilvestre(ZVS),ondeserreguladoou proibido o uso dos sistemas naturais. umareaemgeralextensa,comcertograudeocupaohumana,dotadadeatributos abiticos, biticos, estticos ou culturais, especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populaes humanas. As condies para a realizao de pesquisa cientfica e visitaopblicanasreassobdomniopblicoseroestabelecidaspelorgogestorda unidade. AsAPAsconstituemumaimportantecategoriadeunidadedeconservao,apesarda complexidadedasrelaespolticas,econmicas esociaispresentesnas reas,que podem abrangermaisdeummunicpio.OprojetoidentificouqueasAPAspodemsetornar importantesinstrumentosdeplanejamentoregional,integrandoaspopulaeseastcnicas adequadas de manejo, independentemente de limites geogrficos dos municpios, promovendo um novo estilo de desenvolvimento. reas de Proteo Ambiental ll Esta uma categoria de unidade de conservao recente que, no Brasil, surgiu no incio dos anos1980(Artigo8daLeiFederaln6.902,de27/04/1981),juntocomdiversosoutros instrumentos da Poltica Nacional de Meio Ambiente destinados conservao ambiental. Por suas caractersticas, as APAs do Brasil se assemelham aos Parques Naturais de Portugal, aosParquesNacionaisdaInglaterra,FranaeEspanhaes"Landschaftsschutzgebiet"ou reas de Proteo Paisagem da Alemanha. Seuobjetivoprincipalconservaradiversidadedeambientes,deespciesedeprocessos naturais pela adequao das atividades humanas s caractersticas ambientais da rea, seus potenciais e limitaes. Ao contrrio de outras unidades de conservao, as APAs podem incluir terras de propriedade privada,noexigindo,portanto,adesapropriaodeterras.Assim,umaAPAnoimpedeo desenvolvimento de uma regio, permite a manuteno das atividades humanas existentes, e apenasorientaasatividadesprodutivasdeformaacoibirapredaoeadegradaodos recursos naturais. OprocessodeimplantaodeumaAPAenvolvediversasetapaseprocedimentoslegaise tcnicos.Suasimplescriao,porinstrumentolegal(lei,decreto,resoluoouportaria), constituiapenasoprimeiropasso,quedeveserseguidopelaregulamentaodestasleise decretosepelaimplantaodeumcomplexosistemadegestoambiental.Devemser definidos criteriosamente os instrumentos gerenciais, como o zoneamento ambiental, o plano degestoeosinstrumentosfiscaisefinanceirosparagarantirocumprimentodosobjetivos bsicos da APA. So reas protegidas por lei, com os objetivos de conservar e proteger ecossistemas naturais e processosecolgicosnecessriosmanutenodavida,contribuirparaapreservaoda biodiversidade e de formas de vida ameaadas de extino, assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais renovveis, estimular o desenvolvimento econmico local, permitir a realizao de pesquisas cientficas, atividades tursticas, recreacionais e, at mesmo, solidificar a identidade cultural de populaes humanas. Desdeoestabelecimentodaprimeiraunidadedeconservaodostemposmodernos,o ParqueNacionaldeYellowstone,nosEstadosUnidosdaAmrica,em1872,estasreas multiplicaram-seportodososcontinentes,constituindoumaredemundial.Emsetembrode 1989, havia cerca de 4 mil unidades de conservao maiores que 10 km2 em todo o mundo, englobando 4 milhes de km2 distribudos por 140 pases. No Brasil, as unidades de conservao so definidas pelo Plano de Sistema de Unidades de Conservaocomo"reascriadaspeloPoderPblico,porlei,visandoaproteoea preservao de ecossistemas no seu estado natural e primitivo, onde os recursos naturais so passveis de um uso indireto sem consumo". Existem diversas categorias de unidades de conservao, com objetivos especficos e graus de restrioparaaintervenohumanadiferenciados,desdeatotalpreservaoatouso mltiplo e recreacional. A primeira unidade criada no pas foi o Parque Nacional de Itatiaia, em 1937. Desde ento, as unidades de conservao multiplicaram-se, chegando a mais de 33 milhes de hectares h 10 anos. No municpio de Campinas, j existem vrias unidades de conservao e reas correlatas: uma rea de relevante interesse ecolgico sob administrao federal (Santa Genebra), trs reas naturaistombadassobadministrao estadual (Bosquedos J equitibs,ReservaFlorestalda FundaoJ osPedrodeOliveiraeFazendaMatoDentro),doisparques(umecolgico MonsenhorEmlioJ osSalimeoutroestadual)epartedeumareadeproteoambiental estadual (Piracicaba e J uqueri-Mirim) dados de 1992 , alm da APA Municipal de Sousas e J oaquim Egdio.