reforma politica

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Faça sua busca Assine E-mail SAC Canais Luis Nassif 11/05/2009 - 10:07 A discussão sobre o voto em lista Tenho para mim que a rigidez dos partidos políticos, a resistência dos caciques em estimular novas lideranças, está levando ao predomínio de uma gerontocracia ameçadora. Por outro lado, a falta de organicidade dos partidos acaba levando a um terrível jogo de clientelismo. Ainda não consegui chegar a uma conclusão sobre o que é preferível: a atual zorra partidária ou as listas partidárias. As listas depurariam os partidos de aventureiros, mas consolidaria defitinivamente o caciquismo. Tenho dificuldades em enxergar como seria a governabilidade com o enrijecimento dos partidos em torno de lideranças envelhecidas. Haveria uma ampliação da radicalização política ou uma racionalidade maior nas alianças? Haveria acordos programáticos ou a cooptação sairia do varejão de hoje para um atacadão pior ainda? Prefiro deixar a discussão para os especialistas do Blog, para que ajudam os demais comentaristas e o blogueiro a formar sua opinião. Aqui, a opinião do cientista político Fábio Wanderlei dos Reis Do Valor Reforma política e imprensa Fábio Wanderley Reis 11/05/2009 Indique | Imprimir | Digg | del.icio.us Tamanho da Fonte: a- A+ (…) A notícia de que políticos tanto governistas como de oposição se mobilizam para aprovar o financiamento público de campanhas e o voto em listas levou as coisas mais longe: o que vemos, além de enfáticos editoriais contra a proposta, é a própria veiculação das notícias a respeito envolta, nos diferentes meios, em ira e sarcasmo. E tome repugnância! (…) Já lembrei aqui a reduzida atenção dedicada, pela imprensa em geral, às propostas relatadas por Ronaldo Caiado, na Câmara, e derrotadas enquanto éramos inundados com as aventuras de Renan Calheiros. De minha parte, sou favorável à manutenção do voto obrigatório. Ao contrário do argumento invocado com frequência, e retomado agora, não há qualquer razão (sobretudo, ironicamente, na perspectiva edificante que tende a predominar) para ver no voto somente um direito, e não também um dever do cidadão. De um ponto de vista analítico e empírico, além disso, a sociologia eleitoral há muito mostra que, com o voto facultativo, os mais pobres e desinformados são os que se veem desproporcionalmente excluídos do sufrágio. A não ser numa ótica elitista e algo cínica, é difícil defender a ideia de que a representação melhore ao se facilitar a operação de um fator adicional de exclusão dos já marginais socioeconomicamente. (…) Sou também favorável a que experimentemos com o financiamento público e o voto em listas. (…) Por seu turno, o voto em listas é defensável, em primeiro lugar, por permitir a fiscalização efetiva do uso dos recursos ao concentrar a responsabilidade nos partidos. Em perspectiva mais ampla, porém, ele concorre na direção geral do indispensável fortalecimento dos partidos como pontos de referência e, eventualmente, como agentes consistentes e decisivos do processo político e eleitoral, em vez da dispersão personalista que experimentamos há muito. É notável que essa dispersão seja descrita, também em editorial, como arma democrática de que disporiam os eleitores “para combater os abusos dos seus representantes” pelo mesmo BUSCA buscar LUIS NASSIF Introdutor do jornalismo de serviços e do jornalismo eletrônico no país. Vencedor do Prêmio de Melhor Jornalista de Economia da Imprensa Escrita do site Comunique-se em 2003, 2005 e 2008, em eleição direta da categoria. Prêmio iBest de Melhor Blog de Política, em eleição popular e da Academia iBest. Para enviar emails a Luís Nassif clique aqui. CRÔNICA ECONOMIA ÚLTIMOS POSTS A brasileira que fabrica placas-mãe Um Tribunal de elite A casa de três vintens A nova aferição de audiência na TV A primeira vítima das metas inflacionárias Luis Nassif - Sobre economia, política e notícias do Brasil e do... http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/05/11/a-discussao-sob... 1 of 13 11.05.09 13:14

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Debates do Blog Luís Nassif em 11/05/2009

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Page 1: Reforma Politica

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Luis Nassif

11/05/2009 - 10:07

A discussão sobre o voto em listaTenho para mim que a rigidez dos partidos políticos, a resistência dos caciques em estimular novas lideranças,está levando ao predomínio de uma gerontocracia ameçadora. Por outro lado, a falta de organicidade dospartidos acaba levando a um terrível jogo de clientelismo.

Ainda não consegui chegar a uma conclusão sobre o que é preferível: a atual zorra partidária ou as listaspartidárias.

As listas depurariam os partidos de aventureiros, mas consolidaria defitinivamente o caciquismo.

Tenho dificuldades em enxergar como seria a governabilidade com o enrijecimento dos partidos em torno delideranças envelhecidas. Haveria uma ampliação da radicalização política ou uma racionalidade maior nasalianças? Haveria acordos programáticos ou a cooptação sairia do varejão de hoje para um atacadão piorainda?

Prefiro deixar a discussão para os especialistas do Blog, para que ajudam os demais comentaristas e oblogueiro a formar sua opinião.

Aqui, a opinião do cientista político Fábio Wanderlei dos Reis

Do ValorReforma política e imprensaFábio Wanderley Reis11/05/2009

Indique | Imprimir | Digg | del.icio.us Tamanho da Fonte: a- A+(…) A notícia de que políticos tanto governistas como de oposição se mobilizam para aprovar o financiamentopúblico de campanhas e o voto em listas levou as coisas mais longe: o que vemos, além de enfáticos editoriaiscontra a proposta, é a própria veiculação das notícias a respeito envolta, nos diferentes meios, em ira esarcasmo. E tome repugnância!

(…) Já lembrei aqui a reduzida atenção dedicada, pela imprensa em geral, às propostas relatadas por RonaldoCaiado, na Câmara, e derrotadas enquanto éramos inundados com as aventuras de Renan Calheiros.

De minha parte, sou favorável à manutenção do voto obrigatório. Ao contrário do argumento invocado comfrequência, e retomado agora, não há qualquer razão (sobretudo, ironicamente, na perspectiva edificante quetende a predominar) para ver no voto somente um direito, e não também um dever do cidadão. De um pontode vista analítico e empírico, além disso, a sociologia eleitoral há muito mostra que, com o voto facultativo, osmais pobres e desinformados são os que se veem desproporcionalmente excluídos do sufrágio. A não sernuma ótica elitista e algo cínica, é difícil defender a ideia de que a representação melhore ao se facilitar aoperação de um fator adicional de exclusão dos já marginais socioeconomicamente.

(…) Sou também favorável a que experimentemos com o financiamento público e o voto em listas.(…) Por seu turno, o voto em listas é defensável, em primeiro lugar, por permitir a fiscalização efetiva do usodos recursos ao concentrar a responsabilidade nos partidos. Em perspectiva mais ampla, porém, ele concorrena direção geral do indispensável fortalecimento dos partidos como pontos de referência e, eventualmente,como agentes consistentes e decisivos do processo político e eleitoral, em vez da dispersão personalista queexperimentamos há muito. É notável que essa dispersão seja descrita, também em editorial, como armademocrática de que disporiam os eleitores “para combater os abusos dos seus representantes” pelo mesmo

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LUIS NASSIFIntrodutor do jornalismo deserviços e do jornalismoeletrônico no país. Vencedor doPrêmio de Melhor Jornalista deEconomia da Imprensa Escrita dosite Comunique-se em 2003,2005 e 2008, em eleição diretada categoria. Prêmio iBest deMelhor Blog de Política, emeleição popular e da AcademiaiBest.

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jornal que aponta, para defender o voto facultativo, o cidadão a curvar-se “numa espécie de corveia eleitoral” ea outorgar mandatos que serão exercidos “na impunidade e na arrogância” (refere-se a editorial da Folha).

Sem dúvida, há o perigo verdadeiro das famosas “oligarquias partidárias”. Convém, naturalmente, pensar emdispor de maneira adequada sobre coisas como convenções democráticas e eleições primárias para assegurarque as bases partidárias tenham um grau significativo de controle sobre os líderes, bem como sobre “listasflexíveis” em que se preserve a iniciativa do eleitor. Mas o que importa é que o eleitor possa escolher entrepartidos que agreguem interesses e vocalizem alternativas relevantes, e é patente que a preocupação com aconstrução de partidos reais deve ter precedência sobre a preocupação com a sua oligarquização: uma vezque se jogue o jogo eleitoral, são sobretudo partidos fracos que se prestam ao controle de oligarquias. Aocontrário, o comando e a coesão reais são partes importantes e articuladas de partidos capazes de eficáciaeleitoral e governativa.

De todo modo, é lamentável que as circunstâncias contaminem tão negativamente o debate dos problemas. Eque a imprensa bem-pensante seja, de mais de uma forma, o instrumento desatento dessa contaminação.

Por Fabricio VasselaiCaro Nassif,

Em primeiro lugar, é bom esclarecer para o blog o que são e como funcionam os dois sistemas.

1) Hoje o Brasil pratica um voto para deputados e vereadores pelo mecanismo de lista aberta (ou lista nãoordenada). Isso significa que na hora de votar escolhemos partido e candidato. Ao votar em Fulano, do partidoX, estamos dando primeiro o voto ao partido - que de acordo com todos os votos recebidos por seuscandidatos àquele cargo (somados aos votos diretos na legenda), terá calculado quantas cadeirasproporcionalmente receberá em dado distrito eleitoral (estado, nos casos de deputados federais ou estaduaisou municípios, no caso dos vereadores).Em tese, portanto, se os candidatos do partido X tiverem 20% dos votos em um dado estado (ou cidade, nocaso de vereadores), o partido terá direito a 20% das cadeiras referentes àquele estado (ou cidade).

Supondo que o partido X teve 20% dos votos para deputado federal em São Paulo, estado cuja bancada é de70 deputados federais, o partido teria direito portanto a 14 dessas cadeiras (20% de 70). Mas como saberquais candidatos do partido X ocupam essas cadeiras? Aí é que entra o voto que demos ao candidato Fulano.De todos os candidatos do partido X em São Paulo, os 14 mais votados ocuparão essas 14 cadeiras a que opartido teve direito. Se Fulano estiver entre eles, estará eleito.

2) Já no sistema que se pretende adotar, de lista fechada (ou lista pré-ordenada), vota-se não num candidatoFulano de um partido X. Vota-se, nas urnas, diretamente nos partidos. Nesse caso, se o partido X tiver 20%dos votos para deputado federal em São Paulo, terá direito também a 20% das 70, ou seja 14. Mas, a grandediferença está em como serão selecionados os 14 candidatos que ocuparão essas 14 vagas. Serão os 14primeiros nomes preferidos pelo partido em uma lista divulgada ANTES da eleição ocorrer, na qual o própriopartido enumera sua ordem de preferência dentre os seus candidatos.

Mas ocorre que o modo pelo qual os partidos escolhem internamente o rankeamento dos nomes de seuscandidatos nessas listas pode variar. Há países em que se determina que as direções partidárias nacionaisdecidem a lista. Há países em que se determina que os partidos realizem prévias (eleições internas) paradefinir a lista de candidatos e a ordem de preferência entre eles: prévias em que podem votar somente osfiliados ao partido ou às vezes até mesmo não filiados. E por fim, há países em que o modo de decisão disso éde livre escolha de cada partido (e essa é a opção que usualmente está em jogo nas propostas de reformapolítica no Brasil), o que em geral significa que os partidos tenderão a optar pela primeira opção: direçãonacional determinando a lista pré-ordenada.

3) vamos às considerações freqüentes na literatura sobre esses modelos. Diz-se cono que se refere àsconsiderações usuais sobre as duas listas e sobre o funcionamento do atual sistema brasileiro, há muitadesinformação do ponto de vista técnico e um grosseiro desconhecimento midiático sobre o debateacadêmico.

Primeiro, a Ciência Política em geral considera, ao contrário do que articulistas e blogueiros têm dito, que é nalista fechada e não na lista de tipo aberta que os eleitores conseguem fiscalizar e acompanhar melhor seuseleitos. Por uma razão bastante simples: ao invés de ter de escolher 1 nome entre milhares que aparecemrapidamente pela TV no horário gratuito, na hora de fiscalizar e avaliar governos é só julgar se o desempenhodo partido para o qual votou foi bom ou não. Desfulaniza-se o debate: para o eleitor, o que importará são osresultados e posturas éticas oferecidos pelo partido como um todo, e não se 3 deputados do partido preferidoforam pegos em escândalos de corrupção. É muito mais fácil lembrar que se votou em um partido X do que emum Fulano de Tal. E é exatamente porque nosso sistema dá o voto para Fulanos que surgiu a idéia de que obrasileiro não tem memória política, quando comparado a outros países: apenas Brasil e Finlândia adotam osistema de lista aberta. Todos os outros países do mundo adotam lista fechada, voto distrital (que é outrahistória) ou um misto entre esses.

A discussão sobre o voto em listaA não matéria sobre o TCUPainel do diaAs finanças estaduaisFora de PautaA transparência do SupremoUm projeto para o nordesteTrivial do pandeiroA discussão sobre o nordesteMalan homenageia a mãe do ano

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Segundo, por outro lado, a Ciencia Política brasileira vem provando, desde a metade da década de 1990, quenão é verdade que nosso sistema de lista aberta produza partidos fracos no parlamento. Ao contrário, aspesquisas indicam que o Executivo prefere e negociar e em geral de fato negocia com partidos e não cooptaindivíduos. Distribui cargos seguindo a lógica partidária tal qual se faz em todos os países do mundo,respeitando também as mesmas taxas de partidarismo e não-paartidarismo na distribuição de cargosverificada nos parlamentarismos europeus. Pesquisas indicam ainda que mesmo do ponto de vista eleitoral,candidatos que são estrelas que levam partidos nas costas são as exceções e não a regra. Os candidatosdependem dos partidos para se elegerem, também do ponto de vista de recursos. E do ponto de vistaparlamentar, os partidos brasileiros não são caóticos ou não-confiáveis por parte do presidente: as taxas decoesão e disciplina partidárias do Brasil de 1989 para cá são as mesmas encontradas nos parlamentoseuropeus e são maiores dos que as encontradas nos EUA.

Em resumo, ambos sistemas podem funcionar. Nenhum é ruim ou bom a priori. Permanecendo nosso sistemaatual, não estaremos praticando uma política pior do que a de outros países, como se quer sempre fazerpensar. Mas ao mesmo tempo, mudando para lista fechada, não estaremos dando um golpe político, comocheguei a ler esses dias.

Espero ter ajudado!! Estou à disposição para maiores informações, caso interesse!!

Grande abraço!!

Enviado por: luisnassif - Categoria(s): Política

Tags relacionadas: reforma política, voto em lista

44 comentários para "A discussão sobre o voto em lista"

11/05/2009 - 10:20Enviado por: Vladimir

Mais uma vez vale o famoso tudo é tudo e nada é nada.

O financiamento público de campanha pode melhorar a relação dos políticos com a sociedade,mas,para isso será preciso,antesde mais nada,melhorar a democracia partidária e estabelecer novos limites para a criação e possibilidades destes partidosparticiparem de uma eleição.Sem democracia partidária,além do caciquismo,teremos o financiamento privado das eleições dentro dos partidos e,piior que queisso,teremos a venda de vagas nestas listas por parte destres caciques.De qualquer forma é uma tentativa válida para aprimorar a democracia brasileira,fortalecendo os partidos e aproximandodecisivamente os eleitores dos eleitos através das convenções partidárias.

11/05/2009 - 10:23Enviado por: Zeno José Otto

Também tenho dúvidas com relação as essas duas opções. Acho que qualquer uma delas ficaria bem melhor se os partidosassumissem suas responsabilidades. Candidatos, por mais votos que tenham, se tiverem fichas sujas, não poderiam serindicados. Tem que haver critérios de seleção. Ou, seja qual for dessas opções a adotada, o resultado vai contiuar a ser trágico.

11/05/2009 - 10:30Enviado por: Alexandre de Aguiar

Pelo que entendi dessas listas, os partidos fazem a priorização de candidatos e as pessoas passam a votar nos partidos, certo ?

Isso me lembra muito os famosos “combos” que muitas lojas e fast foods vendem para “empurrar” as mercadorias de baixa saída.

Não gosto dessa idéia.

Em casos extremos, pode facilitar o retorno de caciques rejeitados pelo voto direto ao colocar, na mesma lista, pessoasrenomadas junto com velhas raposas.

Isso me cheira a tentativa de ressucitar proscritos com a desculpa de evitar aventureiros.

Mais profundamente, isso me parece a revogação do meu direito de votar em quem eu quiser.

Eu realmente ainda não vi vantagem alguma no voto em listas.

11/05/2009 - 10:31Enviado por: Gilberto

“As listas depurariam os partidos de aventureiros”.

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Não sei como. Com essas cúpulas partidárias de hoje? Sem chance. Qualquer aventureiro com grana entraria na lista do mesmojeito que hoje se candidata por qualquer partido (remember Juvenil Alves pelo PT de MG).

Essa é, disparado, a pior opção de reforma.

11/05/2009 - 10:45Enviado por: Paulo de Freitas Dias Filho

Dado o nível de promiscuidade da política brasileira, é difícil formar uma opinião sobre o assunto.

Qualquer reforma ou mudança seria válida desde que proporcionasse uma identidade partidária mais clara(que segundo oarticulista poderia ser obtida a partir das listas)

Por exemplo, sou um eleitor histórico do PSDB. Mas o que defende o PSDB hoje?Ninguém sabe. Se a eleição presidencial fosseeste ano, eu cravaria Dilma. E o atual governo?É do PT ou do Lula?

Talvez o único partido historicamente coerente seja o DEM. Conservador de raiz, embora não tenha um projeto conservador dealto nível capaz de fazer contraponto digno aos partidos ditos mais progressistas.

11/05/2009 - 10:49Enviado por: hbvasconcellos

Tenho receio da tradição oligárquica e patrimonialista dos cabeças dos partidos, além da quantidade excessiva de partidosParece-me que o ideal para o Brasil seria a introdução do voto distrital misto. O deputado tem que representar seu distrito. Aoutra parcela seria por voto em lista, onde teríamos, em tese, a votação no programa do partido

11/05/2009 - 10:50Enviado por: Romanelli

NÃO concordo …de jeito maneira nenhuma alguma

Se os partidos quisessem, a depuração dos MAL elementos já poderia ter começado faz tempo

AO contrário, hoje a cara de pau é tamanha que já tem partido de esquerda, que era tido como direito, e que anda falando que sea justiça não condena na democracia, ele é que não vai dar a pena, ao contrário, no que depender, ANISTIA

Não tem esta de que a lista facilitaria …o que, e em que? Na camaradagem talvez ?

A lista facilitaria isto sim a manutenção de lideranças SEM compromisso, lideranças que jamais liderariam

…imagine …não seria só uma lista …HAVERIAM os “ungidos e escolhidos” primeiros da vez …que abuso mais obtuso

parece que o ENÉAS fez escola

DUVIDEO-dó que qualquer partido conseguisse colocar os caras certos (o que já seria uma grande e INÉDITA conquista) e naordem certa

NOSSOS PARTIDOS continuam sem programas, sem compromissos ..e os que tem, ou dizem ter, não cumprem …a maioria vivea nos surpreender

Precisamos sim é acabar com os nanicos, de aluguel, os fisilológicos

…e pior, muitos por não cumprirem sequer são APENADOS, cobrados, lembrados

…é um esculacho generalizado que vale tanto pro que é falado como pro que é assinado

FAZ favor, pede pras cartas levantarem o número de escândalos de corrupção, ou mal versação, havidos nos últimos anos …eem seguida peça pra turma dar a listados dos políticos EXPULSOS em todos os partidos ..você verá que MESMO sendo pegocom a mão no pote, a qdade de expulsos estará na razão direta da impunidade e na razão inversa do quadrado da indignação

A propósito, como explicar alianças do tipo PaPilo-eSquedistas (PPS) de tucanos e demonistas por exemplo?

e que fim levou o PRN e o Partido da Juventude, siglas que foram as responsáveis por levar a eleição do primeiro presidenteeleito democraticamente depois do Reg. Militar, Collor ?

11/05/2009 - 10:51Enviado por: Paulo Kautscher-São Gonçalo-RJ

O sistema do Voto Distrital Misto foi criado na Alemanha, logo depois da II Guerra Mundial. Neste sistema metade das vagasé distribuída pela regra proporcional e a outra metade, pelo sistema distrital. O eleitor tem dois votos para cada cargo: umpara a lista proporcional (lista fechada) e outro para a disputa em seu distrito. Na maioria dos países, adota-se o voto distrital. Opaís ou o estado (se houver) é dividido em distritos eleitorais: regiões com aproximadamente a mesma população. Cada distritoelege um deputado e, assim, completam-se as vagas no parlamento e nas assembléias legislativas. Dentro do sistema do votodistrital, a eleição pode ser feita pelo processo de maioria absoluta ou não, ou seja, pode haver vários candidatos no distrito eserá eleito o mais votado ou pode-se exigir a maioria absoluta: depois da eleição, os dois mais votados disputam em um segundoturno.

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Vantagens e Desvantagens

O sistema distrital assegura identidade entre eleitores e deputados, dando a legitimidade indispensável ao parlamentarismo. Odeputado é diretamente fiscalizado por seus eleitores, que moram no seu distrito. Por outro lado, a qualquer momento, odeputado pode ter de concorrer a uma nova eleição e, por isso, está sempre prestando contas de sua atuação. Dentro dosistema do voto distrital, a eleição pode ser feita pelo processo de maioria absoluta ou não, ou seja, pode haver vários candidatosno distrito e será eleito o mais votado ou pode-se exigir a maioria absoluta: depois da eleição, os dois mais votados disputam emum segundo turno. O voto distrital dificulta a radicalização política, já que, pelo sistema distrital, o candidato precisa termaioria em seu distrito. Em qualquer comunidade, dificilmente a maioria é radical, e, assim, a política do país tende a criar efortalecer lideranças mais estáveis e menos passionais. Mas, por outro lado, o voto distrital pode criar legisladores queestejam sempre voltados aos problemas locais, relegando assuntos internacionais ou que não dizem respeito ao seudistrito e criando uma continuidade de cargo, com as mesmas pessoas nos mesmos cargos por várias eleições seguidas.Tendo em vista essas considerações, os teóricos e estudiosos especializados no trato da matéria têm defendido a maiorviabilidade da adoção de uma espécie temperada, em que uma fração dos candidatos é eleita de acordo com a lógicaproporcional, referente ao mecanismo da apresentação partidária de listas fechadas, de sorte a proporcionar a seleção naescala dos votos recebidos; e a outra é eleita de acordo com a dinâmica do voto distrital.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Voto_distrital

11/05/2009 - 10:51Enviado por: Helio Constantino

Olá a todos,

O voto distrital é o melhor caminho para as eleições proporcionais.Interessante a reportagem de Carta Capital sobre o assunto:

“Os candidatos se livrarão dos eleitores e, naturalmente, de perguntas inconvenientes, de vaias ou mesmo de aplausos. Comoconsequência, a disputa se dará entre máquinas de propaganda das legendas partidárias, com a criação compulsória de ummercado de negócios notadamente “para as empresas de consultoria e para os analistas acadêmicos por elas contratados”, dizWanderley Guilherme.

Na minha modesta opinião a lista fechada apenas contribuirá para a perpetuação de figuras políticas já carimbadas no cenárionacional e regionais e com uma vantagem, como a maioria são presidentes de seus partidos, sempre estarão na cabeça da listraexpurgando assim a bem vinda renovação política.Se no atual modelo já convivemos com esse fenomeno, imagine na lista fechada.

11/05/2009 - 10:57Enviado por: Homero Pavan Filho

Eu uso a seguinte tática: quem defende, e quem é contra?Se o PiG é contra, sou a favor. O problema é que o José Dirceu (PT) é a favor…Vai aqui uma dica de leitura, entrevista com o professor Dalmo Dalari…http://www.participacaopopular.org.br/textos/dalmo_voto.pdf

11/05/2009 - 10:58Enviado por: Eduardo R Corrêa

Sou a favor do voto em lista desde que o eleitor faça a sua lista e não o partido. Se tiver 2 candidatos que não tenho simpátia vouser obrigado a eleger eles? Se for o eleitor a fazer a lista, tudo bem, do contrário, não é direcionar o voto do eleitor e democrácianão é isto.

11/05/2009 - 11:01Enviado por: Eduardo R Corrêa

CORREÇÃO:Sou a favor do voto em lista desde que o eleitor faça a sua lista e não o partido. Se tiver 2 candidatos que não tenho simpátia vouser obrigado a eleger eles? Se for o eleitor fizer a lista, tudo bem, do contrário, é direcionar o voto do eleitor e isso não édemocracia.

11/05/2009 - 11:03Enviado por: eduardo

O voto em lista tem uma vantagem na medida em que ele diminui o custo da competição eleitoral. No sistema atual, mesmocandidatos do mesmo partido são adversários nas urnas, competindo entre si para conseguir o maior número de votosindividuais. Com a lista fechada, todos tem de “remar juntos” em direção ao mesmo objetivo, aumentar os votos no partido.

Reduz também o custo da eleição porque limita a quantidade de candidatos. Hoje cada partido pode indicar candidatos até 3vezes o número de vagas em disputa. Ou seja, quanto maior a quantidade de candidatos, maior a competição eleitoral e maior ocusto da eleição. Com a lista fechada cada partido só pode apresentar candidatos até o limite de vagas em disputa.

Por fim, o voto em lista torna possível o financiamento do partido, e não do candidato, uma vez que pode-se obrigar que ofinanciamento seja exclusivamente para o partido, que irá gastá-lo para promover sua chapa, e não candidatos individuais, poisgasto em campanha não beneficia mais um candidato, mas todos da lista.

Sem dúvida há o problema de como superar as oligarquias partidárias, o que torna necessário uma revisão da legislação sobre aorganização partidária, introduzindo elementos que os tornem mais democráticos.

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Lembrando que legislação não é tudo. O PT que tem uma vida partidária muito mais ativa do que os outros partidos, no caso dapróxima eleição presidencial tornou-se um “partido de coroné”. Sinhozinho Lula abençoou a candidata e o partido inteiro disseamém. De onde se vê que o problema também é cultural e comportamental. O pessoal parece que gosta de um “coroné pramandá in nóis”.

11/05/2009 - 11:13Enviado por: Eduardo R Corrêa

O Blog abaixo vem de encontro com o que falei acima mas faz uma análise mais aprofundada, veja:http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&pg=1&template=3948.dwt&tp=&section=Blogs&blog=220&tipo=1&coldir=1&topo=3951.dwt

11/05/2009 - 11:13Enviado por: Alexandre

Nassif,

Na minha opinião, a solução não é nem o sistema atual nem o voto em listas. É o voto distrital misto, com devidos ajustesdemográficos para corrigir as distorções das unidades federativas super e sub-representadas no congresso. Um número menorde deputados também seria algo desejável: é muito mais fácil acompanhar o trabalho de uns 200 deputados (sendo que seu votoelegeu apenas 1) do que de 500.

O voto distrital funciona maravilhosamente bem lá fora e realmente acredito que poderia funcionar maravilhosamente bem aqui.Assim como o sistema atual dá poder ao político e o voto em lista dá poder à liderança partidária, no sistema do voto distrital, oeleitor detém o poder. Exatamente por este motivo, esse modelo sequer entrou em discussão.

Sobre o financiamento público, sou a favor com algumas ressalvas. Sou a favor, porque no contexto onde todos os partidosrecebem o mesmo valor, todos os partidos tem a mesma oportunidade de expor seus programas (desde que haja fiscalização decaixa 2, claro) e daria aos políticos independência na hora de exercerem os seus mandatos. Entretanto, isso só funciona numsistema político com uma quantidade RACIONAL de partidos políticos. Essa quantidade poderia ser 4, poderia ser 6, poderia ser8. O que não dá para ser é fazer financiamento público num sistema com 27 partidos (mais a caminho). Posso ser injusto, masnão acho que existam 27 pontos de vistas únicos e diferentes o suficiente para justificar cada um destes partidos.

11/05/2009 - 11:13Enviado por: Luiz Eduardo Brandão

O Josias (pois é…) traz hoje em seu blog uma interessante entrevista com Tarso Genro. Alguns pontos relevantes:

- O voto nominal não reflete a vontade do eleitor?

A votação nominal, em lista aberta, não não privilegia a visão que o eleitor deve ter de um partido. Como ocorrem coligações,esse voto do eleitor se desprende. Ele vota no PCdoB e o resultado é eleger um deputado ou verador do DEM. Vota no PMDB e,eventualmente, no lugar em que o PT é mais forte, o voto dele resulta na eleição de um deputado ou vereador do PT. É falsa avisão de que a lista aberta estabelece uma relação direta do eleitor com o candidato.

- Está se referindo ao rateio do voto proporcional entre os partidos?

Exatamente. Veja, por exemplo, o caso do Enéas. Faz meio milhão de votos e elege junto com ele, com cinco mil votos, umabancada enorme, que não tinha nenhuma relação com o voto original. O resultado é totalmente estranho ao desejo do eleitor.

- A lista fechada não perpetua o caciquismo?

A dúvida é razoável. Mas ela é compensada por um outro aspecto. No sistema atual, de voto nominal, há as pessoas quedesfrutam do privilégio do caciquismo formado pelo dinheiro. Na lista nominal, aqueles candidatos que tem mais força econômicaadquirem mais força política dentro dos partidos e dentro da comunidade. Isso deforma a representação.

- Como evitar o privilégios aos caciques na elaboração das listas?

A própria lei pode determinar um processo amplamente democrático no interior dos partidos, para que a lista seja votada. O Ibsen[Pinheiro] fez acréscimo positivo: a possiblidade de apresentação de duas listas. O grupo que tiver em torno de 30% dos votos nocolégio interno do partido que vai decidir sobre a lista pode ter o direito de apresentar uma segunda lista. Ou pode determinaruma proporcionalidade na composição da lista e na própria ordem dos nomes. Isso combate o caciquismo”

- E quanto ao financiamento público das campanhas?

O caciquismo do dinheiro é reforçado, na votação nominal, pelo financiamento privado. Com o financiamento público, teremosuma campanha infinitamente mais barata e submetida a um controle mais simples e, portanto, mais eficiente.

http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/

11/05/2009 - 11:13Enviado por: Mario Abramo

Nassif,O Luis Weiss apontou, e eu concordo. Acho que o Clóvis Rossi acordou e produziu algo razoável na sexta passada.Não tenho posição fechada a respeito. Acho q precisa muita discussão.

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Page 7: Reforma Politica

11/05/2009 - 11:20Enviado por: Carlos Graça Aranha

Olá Nassif, bom dia.

Realizei um amplo estudo a respeito do tema e até enviei ao CN há alguns anos. Coisas de brasileiro preocupado com osdestinos do país. Nada. NADA MESMO!Breve síntese:Primeiramente conclui no estudo que VOTO DISTRITAL PURO e NÃO OBRIGATÓRIO, obviamente com algumas regras, sãoclaramente a redenção do sistema político distorcido e corrompido neste país. Explico:Primeiramente precisamos comprender o que seria o voto distrital puro. Delimita-se certa área por criérios de junção de bairrosou número de eleitores. 200 mil eleitores formariam um distrito eleitoral, ou cinco bairros formariam um distrito eleitoral.Chamemos este distrito de DISTRITO A. Os partidos necessitariam indicar listas de candidatos aos parlamentos, os quais seriamobrigatoriamente residentes no distrito A. Os eleitores, por sua vez, residentes do distrito A, somente poderiam votar noscandidatos do distrito A.Benefícios deste sistema: o parlamentar distrital reside ali, seus filhos estudam ali, sua esposa trabalha ou não ali, faz compraspor ali, familiares transitam por ali, etc…isso, em regra. Sendo uma delas muito específica e forte, residir ali, no distrito, levaria apressão popular para o “quintal” do distrital. Certamente ele pensaria 10 vezes antes de construir castelos, antes de favorecer abanqueiros condenados, votar projetos pelo bem desta ou aquela corporação, etc. Outro instrumento seria a revisão dosmandatos dos distritais a cada dois anos em uma câmara popular distrital, na sede do distrito, que bem poderia ser uma Regiãoadministrativa municipal ou uma escola, por exemplo. Uma espécie de referendo de mandato. Sim ou não. Simples assim.Este sistema, ninguém por lá, CN, quer, criando-se a prostituição do sistema ao se falar em voto distrital misto.Outro tema extremamente simples é o voto não obrigatório. Sem querer ser politicamente correto, voto não obrigatório obrigariacandidatos a disputar a atenção dos eleitores mais qualificados, posto que os alienados de forma geral prefeririam as cervejinhas,praias, parques, cinemas, churrascos, etc.Problemas das listas no distrital puro: em princípio as “panelinhas” partidárias seriam o entrave, porém, com o instituto da revisãode mandatos, em pouquíssimos anos, essa distorção estaria resolvida com a crescente depuração dos quadros meramentefisiológicos. Partidos sentiriam na pele as cobranças populares e os anseios por candidatos mais representativos.Problemas, sempre ocorrerão, mas da forma que está hoje, impossível. Nem nossos netos experimentarão mudanças. Bastaverificar as fortes democracias onde funcionam voto distrital puro e não obrigatório. Por lá, parlamentares tem receio de votar demaneira imprópria ou de serem inertes.Tenho o projeto mais detalhado. caso precise, o envio.Abs.

11/05/2009 - 11:20Enviado por: DV

O fato é que atualmente o voto já é partidário, só que o eleitor não se dá conta disso. A maiorias das pessoas vota em candidatosque não são eleitos. O que significa que o voto vai, de fato, para o partido. Os partidos estimulam muitas micro-candidaturas quenão têm chance alguma justamente para incentivar esse efeito. No final, de qualquer modo, é sempre a mesma oligarquiapartidária que é eleita. Além disso, candidatos “incômodos” - como por exemplo o João Paulo Cunha nas últimas eleições,manchado pelo escândalo dos saques feitos por sua esposa - podem fazer campanhas discretas e voltam ao congresso com oimpulso de suas bases eleitorais (currais). Com a lista fixa, o partido inteiro têm de compartilhar o ônus político das escolhas quefaz. O jogo fica mais evidente. O eleitor imediatamente entende para quem vai o seu voto.

11/05/2009 - 11:23Enviado por: Ivan Luiz Colossi de Arruda

Dever-se-ia discutir a extinção do político profissional em se reeleger sempre no mesmo cargo.Só seriam permitidas candidaturas para cargos em que o candidato ainda não teria sido eleito.Dessa forma, o político se elegeria apenas uma vez como vereador, uma outra como deputado estadual e assim sucessivamente,não necessariamente nessa ordem, para deputado federal, senado, prefeitura, governo do Estado e Presidência da República.Uma outra medida seria passar as atribuições dos tribunais de contas da união e dos estados para o ministério público, paraexercer fiscalizações e auditorias apartidárias e impessoais sobre a boa e legal aplicação dos recursos públicos.

11/05/2009 - 11:23Enviado por: jairo batista dos santos

Voto distrital, distrital misto, lista fechada são medidas elitistas. Onde existem levam ao bi-partidarismo, ou melhor dizendo aopartido único com duas alas, no máximo tres. O Brasil tem um sistema eleitoral democrático, com defeitos, mas muito maisrepresentativo que os Estados Unidos por exemplo. Lista fechada é para os caciques. Não vamos cair nessa, caso contrário,acabou a democracia eleitoral.

11/05/2009 - 11:27Enviado por: Nilson Fernandes

Nassif,esta discução sobre fisiologismo nos partidos políticos no Brasil chega a ser um pleonasmo. O difícil é saber onde não tempolítico fisiológico. A solução pronta e acabada não tenho. A proposta de lista flexível ou fechada pode ser a solução na Suíçaque é um País pequeno em territoriedade e populacional. Já disse aqui este espaço que eu tinha um partido e este partido era oPT, hoje nem isso. Depois que o PT chegou no poder central e nunca no estado e nem na prefeitura do meu município prefirovotar na pessoa e nunca mais em partido, desde que haja uma mudança profunda nos modos de fazer política. Na última eleiçãomunicipal votei no menos pior que fez aliança com o PT. Pode parecer absurdo o que vou relatar eu que nunca havia votado empartido de direita votei em um candidado do DEM. Este vereador é honrado na minha concepção, e tinha candidato do PT que naminha avaliação era e é desonra dentro do PT, portanto, votei na pessoa que aliás está no DEM não porque ele quer, massimplismente para sair candidato onde outras legendas de esquerda já tinha seu cacique, e portanto o impediria de ser candidatopela esquerda PT, PC do B e PPS que você ou (ninguém) sabe mais o que é, será que entendenram ? Outro fato relevante é arepresentação pelo Est. de São Paulo, onde meu voto para senador ou deputado é infinitamente sem valor ou quase isso peranteo voto de um Acreano. A discução é acalorada mas não tenho fórmula por enquanto.

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Page 8: Reforma Politica

11/05/2009 - 11:29Enviado por: Paulo

Nassif,Eu tenho a minha opinião: Deixa como está. Acho que as listas, com os partidos políticos que temos no Brasil, da direita àesquerda, concentrará o poder nas mãos dos caciques, inviabilizará qualquer mudança nas lideranças partidárias por décadas. OSistema partidário brasileiro vai ficar engessado na mão de lideranças patéticas, e qual seria o hipotético benefício dessas listas?Transformação na política se faz é pelo voto, deixa o povo votar!

11/05/2009 - 11:29Enviado por: Chico Pedro

“…As listas depurariam os partidos de aventureiros…”

Não sou nenhum especialista.

Mas acho que pode se dar justamente o contrário.

Ou seja, mais aventureiros…

À medida que os caciques sejam os responsáveis pela composição das listas.

Isto em virtude de uma menor transparência em relação às escolhas.

11/05/2009 - 11:30Enviado por: sergio g

Como é que fica se tiver o Temer na lista?E tiver um outro cara que vc acha que poderia ser deputado?Lista pode ser um vaso de flores.Ou um penico.

11/05/2009 - 11:31Enviado por: Fabricio Vasselai

Caro Nassif,

Em primeiro lugar, é bom esclarecer para o blog o que são e como funcionam os dois sistemas.

1) Hoje o Brasil pratica um voto para deputados e vereadores pelo mecanismo de lista aberta (ou lista não ordenada). Issosignifica que na hora de votar escolhemos partido e candidato. Ao votar em Fulano, do partido X, estamos dando primeiro o votoao partido - que de acordo com todos os votos recebidos por seus candidatos àquele cargo (somados aos votos diretos nalegenda), terá calculado quantas cadeiras proporcionalmente receberá em dado distrito eleitoral (estado, nos casos de deputadosfederais ou estaduais ou municípios, no caso dos vereadores).Em tese, portanto, se os candidatos do partido X tiverem 20% dos votos em um dado estado (ou cidade, no caso de vereadores),o partido terá direito a 20% das cadeiras referentes àquele estado (ou cidade).

Supondo que o partido X teve 20% dos votos para deputado federal em São Paulo, estado cuja bancada é de 70 deputadosfederais, o partido teria direito portanto a 14 dessas cadeiras (20% de 70). Mas como saber quais candidatos do partido Xocupam essas cadeiras? Aí é que entra o voto que demos ao candidato Fulano. De todos os candidatos do partido X em SãoPaulo, os 14 mais votados ocuparão essas 14 cadeiras a que o partido teve direito. Se Fulano estiver entre eles, estará eleito.

2) Já no sistema que se pretende adotar, de lista fechada (ou lista pré-ordenada), vota-se não num candidato Fulano de umpartido X. Vota-se, nas urnas, diretamente nos partidos. Nesse caso, se o partido X tiver 20% dos votos para deputado federalem São Paulo, terá direito também a 20% das 70, ou seja 14. Mas, a grande diferença está em como serão selecionados os 14candidatos que ocuparão essas 14 vagas. Serão os 14 primeiros nomes preferidos pelo partido em uma lista divulgada ANTESda eleição ocorrer, na qual o próprio partido enumera sua ordem de preferência dentre os seus candidatos.

Mas ocorre que o modo pelo qual os partidos escolhem internamente o rankeamento dos nomes de seus candidatos nessaslistas pode variar. Há países em que se determina que as direções partidárias nacionais decidem a lista. Há países em que sedetermina que os partidos realizem prévias (eleições internas) para definir a lista de candidatos e a ordem de preferência entreeles: prévias em que podem votar somente os filiados ao partido ou às vezes até mesmo não filiados. E por fim, há países emque o modo de decisão disso é de livre escolha de cada partido (e essa é a opção que usualmente está em jogo nas propostasde reforma política no Brasil), o que em geral significa que os partidos tenderão a optar pela primeira opção: direção nacionaldeterminando a lista pré-ordenada.

3) vamos às considerações freqüentes na literatura sobre esses modelos. Diz-se cono que se refere às considerações usuaissobre as duas listas e sobre o funcionamento do atual sistema brasileiro, há muita desinformação do ponto de vista técnico e umgrosseiro desconhecimento midiático sobre o debate acadêmico.

Primeiro, a Ciência Política em geral considera, ao contrário do que articulistas e blogueiros têm dito, que é na lista fechada e nãona lista de tipo aberta que os eleitores conseguem fiscalizar e acompanhar melhor seus eleitos. Por uma razão bastante simples:ao invés de ter de escolher 1 nome entre milhares que aparecem rapidamente pela TV no horário gratuito, na hora de fiscalizar eavaliar governos é só julgar se o desempenho do partido para o qual votou foi bom ou não. Desfulaniza-se o debate: para oeleitor, o que importará são os resultados e posturas éticas oferecidos pelo partido como um todo, e não se 3 deputados dopartido preferido foram pegos em escândalos de corrupção. É muito mais fácil lembrar que se votou em um partido X do que emum Fulano de Tal. E é exatamente porque nosso sistema dá o voto para Fulanos que surgiu a idéia de que o brasileiro não temmemória política, quando comparado a outros países: apenas Brasil e Finlândia adotam o sistema de lista aberta. Todos osoutros países do mundo adotam lista fechada, voto distrital (que é outra história) ou um misto entre esses.

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Segundo, por outro lado, a Ciencia Política brasileira vem provando, desde a metade da década de 1990, que não é verdade quenosso sistema de lista aberta produza partidos fracos no parlamento. Ao contrário, as pesquisas indicam que o Executivo preferee negociar e em geral de fato negocia com partidos e não coopta indivíduos. Distribui cargos seguindo a lógica partidária tal qualse faz em todos os países do mundo, respeitando também as mesmas taxas de partidarismo e não-paartidarismo na distribuiçãode cargos verificada nos parlamentarismos europeus. Pesquisas indicam ainda que mesmo do ponto de vista eleitoral, candidatosque são estrelas que levam partidos nas costas são as exceções e não a regra. Os candidatos dependem dos partidos para seelegerem, também do ponto de vista de recursos. E do ponto de vista parlamentar, os partidos brasileiros não são caóticos ounão-confiáveis por parte do presidente: as taxas de coesão e disciplina partidárias do Brasil de 1989 para cá são as mesmasencontradas nos parlamentos europeus e são maiores dos que as encontradas nos EUA.

Em resumo, ambos sistemas podem funcionar. Nenhum é ruim ou bom a priori. Permanecendo nosso sistema atual, nãoestaremos praticando uma política pior do que a de outros países, como se quer sempre fazer pensar. Mas ao mesmo tempo,mudando para lista fechada, não estaremos dando um golpe político, como cheguei a ler esses dias.

Espero ter ajudado!! Estou à disposição para maiores informações, caso interesse!!

Grande abraço!!

11/05/2009 - 11:31Enviado por: Nilson Fernandes

A certeza que tenho é que o PCO e a causa operaria são de extrema-esquerda, portanto não voto.

11/05/2009 - 11:41Enviado por: Nelson Quintanilha

* Abaixo à lista!Se estou buscando meios de desmontar a estrutura do STF não posso aprovar essa forma manipuladora de gestão do voto.Essa é a melhor forma para piorar o que já é ruim, dessa forma o coronelismo é inevitável e também inaceitável, em brevesomente teremos coronéis gagas e corruptos no poder!

* Quanto ao custeio das campanhas…Por acaso alguem tem duvida de quem vem custeando as campanhas no Brasil ?De onde vem o dinheiro que é doado legalmente ?De onde vem o dinheiro do caixa dois dos partidos ?Será que esse dinheiro doado, legal e ilegal não são provenientes de superfaturamento de obras e outras maracutaias?

* Do direito a obrigação.Sou contra à manutenção do voto obrigatório, o voto é um direito e um dever, não deve também ser visto como obrigação.Essa estória de dizer que o pobre não votaria é balela, pobre não é burro, se estão desinformados ou mal informados é porquetemos uma imprensa corrupta, e o ponto a corrigir seria outro.

11/05/2009 - 11:41Enviado por: Adilson

Nassif,

Nem oito, nem oitenta.

O modelo que está em voga não consegue revelar as suas virtudes, pois, S.M.J., não tem. Por seu turno lista fechada é afastar oeleitor das urnas, assim como, é impossibilitar o surgimento de novas lideranças.

Em regra, a oxigenação é benéfica em todas as áreas, não é diferente na política.

Sou contrário ao modelo de listas fechadas por tirar a possibilidade de renovação e desestimular o eleitor de praticar o ato demaior simbolismo da democracia, o ato de votar.

11/05/2009 - 11:42Enviado por: Sanzio

“Por outro lado, a falta de organicidade dos partidos acaba levando a um terrível jogo de clientelismo.”

Tenho para mim que essa é a essência do problema. Todas as demais questões postas no sistema de escolha tornam-seperiféricas sem o equacionamento dessa questão. No entanto, não é possível a criação de partidos orgânicos artificialmente,como temos visto no Brasil desde o golpe de 64 que os aboliu. Que são hoje os partidos socialistas, comunistas, social-democráticos? Dá para vislumbrar algum arremedo de socialismo no PPS, quando vemos esse partido alinhar-se, por purooportunismo eleitoreiro, à extrema direita em questões de extrema importância para o país?

Mesmo o PT, que representou uma esperança de termos, finalmente, uma representação orgânica no poder, rendeu-se à “realpolitik”, por instinto de sobrevivência ou em nome da governabilidade (tanto faz).

Só há uma forma de construirmos, no longo prazo, partidos genuinamente orgânicos: através da educação política das massas. Eisso passa tanto pela educação formal, acadêmica, quanto pelo fortalecimento de movimentos populares, como o MST.

No curto prazo não há muito que ser feito, além de mitigar as mazelas do sistema de representação atual. Nesse sentido asidéias do professor Fábio Wanderley Reis servem para estimular o debate.

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De minha perspectiva, o voto em lista não alteraria significativamente o quadro atual de caciquismo, muito menos depuraria ospartidos de aventureiros. Tampouco acabaria com a gerontocracia. Os donos do poder continuariam a dar as cartas e garantirsuas sucessões geracionais. Ou alguém consegue imaginar que, através de listas, estaríamos livres de sarneys, maias,bornhausens, e demais caciques que infestam nosso parlamento?

Analogamente, o financiamento público das campanhas não impedirá o famigerado caixa dois.

Ainda assim penso como o professor Reis, nada nos impede de experimentar outros modelos. Se não houver nenhum ganhotampouco haverá grandes perdas. E que se mantenha o voto obrigatório, mais como fator de inclusão social e de educaçãopolítica do que como solução para o aperfeiçoamento da representação parlamentar.

11/05/2009 - 11:43Enviado por: Nilson Fernandes

A discussão sobre se o voto deve ser obrigatório ou não, sou favorável que continue assim, pois sendo obrigatório os políticos jácompram imaginem se não for obrigatório, o povo despossuido será comprado duas vezes. No Estado de São Paulo o voto já écomprado imaginem nos grotões.

11/05/2009 - 11:47Enviado por: Paulo Kautscher-São Gonçalo-RJ

A REFORMA POLÍTICA:UMA PROPOSTA DE SISTEMA DE GOVERNO, ELEITORAL E PARTIDÁRIO PARA O BRASIL

Luís Roberto Barroso

Introdução

OBJETIVOS E IDÉIAS CENTRAIS

Parte I

SISTEMA DE GOVERNO:O MODELO SEMIPRESIDENCIALISTA

Parte II

SISTEMA ELEITORAL:O MODELO DISTRITAL MISTO[...]

http://www.institutoideias.org.br/pt/projeto/uma_proposta_de_sistema_politico_eleitoral_e_partidario.pdf

OU

http://blogln.ning.com/group/elivros/forum/topics/estante-virtual-da-comunidade?page=2&commentId=2189391%3AComment%3A123212&x=1#2189391Comment123212

11/05/2009 - 11:48Enviado por: João Vergílio

A repulsa pelo sistema de listas eleitorais tem uma motivação completamente diferente da declarada. A verdadeira argumentaçãosubjacente à oposição entre os que defendem e os que atacam essas listas tem que ser trazida à tona para que possamoscompreender o que está em jogo.

Aparentemente, quem argumenta contra as listas estaria preocupado com a petrificação do caciquismo político (como se osistema de que o senador Sarney faz parte pudesse petrificar-se ainda mais). O argumento é frágil, antes de mais nada, emvirtude da existência de antídotos muito simples que poderiam ser facilmente incorporados ao modelo, como a exigência dealgum tipo de consulta às bases partidárias em algum ponto do processo de elaboração das listas. Quem usa esse argumento da“petrificação” sabe perfeitamente que ele tem pernas curtas, e tem na verdade outras razões para combater as listas, queraramente vêm à tona numa discussão pública, embora aflorem facilmente em discussões mais reservadas.

Quem ataca as listas de boa fé está, na verdade, fazendo os lances iniciais para a defesa de um outro tipo de solução para asituação completamente insustentável a que chegamos no Brasil: a defesa do voto distrital misto. É isso que une os tucanos eseus porta-vozes na imprensa no combate às listas e ao financiamento público. O caos reinante é instrumental para aimplementação do sistema que eles consideram o mais adequado, e as razões pelas quais eles o consideram mais adequadonos dá a chave para, aí sim, entendermos o debate que começa a se travar.

Voto distrital favorece a discussão questões regionais, por oposição a questões nacionais de grande envergadura. Mesmo osistema misto, que pretende manter as questões nacionais no horizonte, tem claramente o objetivo de manter no primeiro planoquestões meramente gerenciais. As grandes questões seriam debatidas muito mais no âmbito de uma elite capaz de ultrapassaro âmbito dos distritos. Figuras de projeção nacional, enfim.

O sistema distrital se apresenta claramente como uma alternativa aos votos em lista e ao financiamento público de campanhas. Arenovação partidária ficaria assegurada em função da personalização dos debates no interior dos distritos, e o financiamento decampanhas, mesmo sendo privado, tenderia a ser feito em menor escala, e sem envolver doações milionárias de grandesempresas. Apresso-me em dizer: não há nada de condenável em princípio nesse modelo preconizado pelos tucanos e por seus“soldados” na grande imprensa. (Na maioria dos casos, creio tratar-se aqui de uma militância ideológica bem intencionada.) Masé preciso compreender os termos do debate, para não nos perdermos em inessencialidades.

Quando o ministro Tarso Genro faz a defesa desse outro modelo, ele tem em vista uma saída para a situação atual que preserve

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as grandes questões no primeiro plano. Com o voto em lista, os partidos, e não os candidatos, dariam o tom ao debate. Os temascontinuariam sendo a reforma agrária, o Bolsa Família, a descriminalização das drogas, o PAC, e não o sistema de esgotos aquie a situação das escolas acolá. (Dou intencionalmente exemplos “virtuosos” para desencorajar a maldita tendência ao argumentofácil que muitas vezes toma conta desse tipo de debate.)

É disso que se trata, e não daquele amontoado de asneiras que o Gaspari despejou em sua coluna. Se quisermos discutir deverdade, os termos da discussão são esses.

11/05/2009 - 11:54Enviado por: Edinho

Olha Nassif, não levo fé na reforma política como está sendo montada. Assisti a uma palestra do Tarso e do Jobim sobre a talreforma. Não gostei. Primeiro, as listas fechadas seguramente irão brecar a ascenção de novos nomes e, especialmente, novoshábitos. Ou seja, como você mesmo colocou, a tendência é a consolidação do caciquismo; Segundo, é sobre o financiamentopúblico de campanha. Me parece que o problema maior é a ilegalidade nas arrecadações vigente no modelo atual. Mas nomodelo proposto não existe qualquer garantia de que o financiamento público fecharia os canais privados e públicos que irrigamcaixas-dois dos partidos políticos. Em suma, o problema não é operacional.É ético e moral mesmo.

11/05/2009 - 11:59Enviado por: Ivan Moraes

“resistência dos caciques em estimular novas lideranças, está levando ao predomínio de uma gerontocracia ameçadora”:

Concordo plenamente, o problema do Brasil eh essa veiarada cricri.

11/05/2009 - 12:11Enviado por: Fernando Paternost

Não creio que o sistema de listas seja a solução.

Acredito que voto distrital puro teria muito mais impacto na consolidação de partidos e candidatos.

Provavelmente candidatos inexpressivos não se elegeriam.

Outro ponto que poderia ser interessante seria proibir que candidatos a cargos legislativos pudessem ter somente uma reeleiçãopara o mesmo cargo, para dar voz a outros de tempos em tempos.

Mas acho que não saí nem a lista, nem o financiamento público.

11/05/2009 - 12:15Enviado por: Tiago Pereira

Causa-me certo incomodo a maneira como determinados comentaristas abordam as propostas da dita reforma política. Batemabertamente sem, no entanto, apresentar propostas alternativas. Quanto a questão do “caciquismo” que seria gerado pelo votoem lista, fico com uma sensação de incompreenção, ou de minha parte, ou da grande maioria dos analistas que se manifestouaté agora. Acredito (a duvida é essa, será q a minha crença é exagerada?) de que, aprovada a proposta do voto em lista, gerariano médio longo prazo um reforço enorme à militancia partidaria. Passariamos para uma prática comum em países comoinglaterra, frança ou EUA, em que a vida partidária não é algo distante e intocavel para a população. Ainda que não numadedicação profissional, mas uma grande parcela da população acaba por demonstrar certos níveis de engajamento. Setivessemos esse aumento no nivel de engajamento partidário, como acredito ocorrer com a aprovação do voto em lista, a questãodo “caciquismo” estaria resolvida por si só. Cabe perguntar, o brasileiro não quer esse maior nivel de engajamento? É comoda asituação da participação politica restrita a votos de 4 em 4 ou de 2 em 2 anos? Não estariamos dispostos a ir alem?

11/05/2009 - 12:30Enviado por: João Vergílio

Em tempo: O que eu chamo de “asneira” no artigo do Gaspari é o deslocamento da argumentação para o mero campo dosinteresses mesquinhos de caciques partidários (a tal “bolsa-mandato”). O que temos são duas concepções sobre o que deva sero debate político no Brasil, e não uma briga do bem contra o mal.

11/05/2009 - 12:31Enviado por: Julião

Caro Nassif

O assunto é desafiador e de relevancia! A matéria deveria ser tratada com cuidado e principalmente com muito mais tempo deque normalmente dispomos.Como as contribuições podem ser muitas e provavelmente não completas, mas de forma que a somatoria delas após umpeneiramento pelo blog, haveria necessidade de muito mais tempo para tratar o assunto.Vc acredita que exista maneiras de fazer isto? Talvez semanalmente colocar novamente o assunto no blog para que houvessenovas ponderações e novas idéias?

11/05/2009 - 12:33Enviado por: Nanaco

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Não entendo mais do assunto do que qualquer outro eleitor médio, mas tenho pra mim que os caciques, hoje, já mandam. Oscandidatos ou quadros que recebem destaque nos partidos já são pelos caciques escolhidos, recebendo mais verba, mais tempode tevê etc. Os demais, para entrarem na disputa, têm que recorrer ao boca a boca e/ou ao financiamento - sabe-se lá de onde -privado para obter destaque. O resultado é essa promiscuidade, onde figuras políticas despem-se totalmente de qualquercoerência ideológica. Hoje, no sabor das alianças e campanhas individuais, cada caso é um caos.

Não defendo o voto em lista em si, mas defendo o financiamento 100% público. Como tal financiamento seria inviável na atualanarquia individualizada das campanhas, restaria o voto em lista, para simplificar, baratear as campanhas e - por favor - diminuiro grau de besteirol apolítico que tem tomado conta de nosso (não) debate.

Acredito que o ideal seria um esquema rotativo dentro dos partidos com participação democrática das lideranças, quadros emilitantes nos comitês. Mas aí seria uma questão interna de cada partido e não sei se há como legislar a respeito.

De qualquer forma, do jeito que está estamos fazendo a política do bolero: 2 pra lá, 2 pra cá, e não saímos do lugar.

11/05/2009 - 12:45Enviado por: Nilson DAmole

Lista ou não, o problema é que em grande parte dos partidos o candidato não faz prévias. Anos após ano a mesma turmacolocará a mesma pessoa ou alguém do mesmo grupinho como candidato.

11/05/2009 - 12:53Enviado por: Virgulino

Acredito que se está pensando radicalmente ao propor-se tirar uma coisa e substituila imediatamente por outra. É isso que passatoda esta insegurança. Se a coisa não der certo, até para se perceber levará tempo demaseado. acredito que ofinanciamentopublico tem que ser adotado agora. Não dá mais para admitir-se esta compra oficializada de votos. Mas acreditoque se deveria adotar obrigatoriamente o sistema de prévias. E se deveria reforçar o caráter participativo das convenções. Votoem lista fechada, não.

11/05/2009 - 12:55Enviado por: Lopes

Nao sou especialista no assunto, mas pelo que vejo na Argentina (onde moro), as listas partidarias para a eleicao legislativa doproximo junho sao uma verdadeira palhacada!

Os caciques que controlam o partido determinam quem vai entrar na lista e em que ordem.

Para citar um exemplo, o governador da provincia de Bs Aires é o segundo na lista do Partido Justicialista, mas já declarou quemesmo que venca nao vai assumir o mandato legislativo.Ou seja, a estrategia dele colocar seu nome é só para dar mais “peso politico” a lista já que os outros candidatos nao temexpressao na regiao para a qual estao se canditando.Isso está sendo chamado aqui de Candidatura Testimonial. Muitos prefeitos das cidades da provincia tambem estao na lista,inclusive Sergio Massa (chefe de gabinete da presidencia) prefeito de Tigre.

O primeiro da lista é Nestor Kichner que tem base politica em Santa Cruz e a terceira é Nacha Guevara, atriz que interpreta aEvita no teatro e nunca se candidatou a nada.

O caso argentino pode ser um caso isolado , falha na lei ou falta de instituicoes fortes (já que parece improvavel que o Judiciariose coloque contra esta estrategia).

Mas eu pessoalmente prefiro escolher o candidato ou mesmo ter a opcao de votar na legenda do partido.Penso que uma alternativa de colocar o representante mais proximo do seu eleitor seria diminuir a representatividade a um nivelmas pequeno geograficamente (nao sei como poderia ser operacionalizado). Seria isso o chamado voto distrital mixto?

11/05/2009 - 12:57Enviado por: Tonin

Na Argentina, que tem eleições para o parlamento no dia 28 de junho, funciona o sistema de lista. O que vai acontecer lá é quemuitos dos que encabeçam as listas são prefeitos e até governadores que não irão assumir.São o que eles estão chamando de candidatos virtuais.

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