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7/23/2019 Parte03 Direito Tributario Marcos Oliveira1 http://slidepdf.com/reader/full/parte03-direito-tributario-marcos-oliveira1 1/21  Curso: Carreiras Fiscais Prof. Marcos Oliveira Disciplina: Direito Tributário 1 Tema: Espécies Tributárias 01. Classificação: A CF/88 adotou a classificação pentapartida dos tributos, porquanto, embora no art. 145 tenha se referido apenas aos impostos, taxas e contribuições de melhoria, faz referência os demais artigos do Sistema Tributário Nacional às contribuições especiais e para o custeio do serviço de iluminação pública (art. 149 e 149-A) e aos empréstimos compulsórios (art. 148). O CTN, por sua vez, adotou a classificação tripartida: “Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.” Alguns doutrinadores adotam uma classificação bipartida dos tributos: impostos e taxas. 02. A determinação da natureza jurídica dos tributos: Nos termos do CTN: Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. A doutrina majoritária entende que o artigo transcrito foi parcialmente derrogado (inciso II), em razão da existência das chamadas contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios, uma vez que os primeiros se diferenciam dos impostos apenas em razão da destinação dos valores recolhidos e os segundos pelo fato de serem restituíveis aos contribuintes. 03. As espécies tributárias na CF/88: 3.1 Impostos: São classificados como tributos não vinculados, contributivos e de arrecadação não vinculada. “Art. 167. São vedados: (...) IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e

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Curso: Carreiras Fiscais

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Tributário

1

Tema: Espécies Tributárias

01. Classificação:

A CF/88 adotou a classificação pentapartida dos tributos, porquanto, embora no art. 145tenha se referido apenas aos impostos, taxas e contribuições de melhoria, faz referência osdemais artigos do Sistema Tributário Nacional às contribuições especiais e para o custeio doserviço de iluminação pública (art. 149 e 149-A) e aos empréstimos compulsórios (art. 148).

O CTN, por sua vez, adotou a classificação tripartida:“Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.”

Alguns doutrinadores adotam uma classificação bipartida dos tributos: impostos e taxas.

02. A determinação da natureza jurídica dos tributos:

Nos termos do CTN:

Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectivaobrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:

I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;

II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.

A doutrina majoritária entende que o artigo transcrito foi parcialmente derrogado (inciso II),em razão da existência das chamadas contribuições especiais e dos empréstimoscompulsórios, uma vez que os primeiros se diferenciam dos impostos apenas em razão dadestinação dos valores recolhidos e os segundos pelo fato de serem restituíveis aoscontribuintes.

03. As espécies tributárias na CF/88:

3.1 Impostos:

São classificados como tributos não vinculados, contributivos e de arrecadação nãovinculada.

“Art. 167. São vedados:(...)IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a

repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, adestinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e

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desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, comodeterminado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de

garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º,bem como o disposto no § 4º deste artigo;  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº42, de 19.12.2003)”

Nos termos do CTN:

“Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independentede qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.”

Os impostos não tem como fato gerador uma situação consistente numa atividade prestadapelo Estado relativa do contribuinte, mas uma manifestação de riqueza do própriocontribuinte, em razão do que se diz que o princípio que rege os impostos é o dasolidariedade. Também por isso, os impostos são classificados como tributos não-vinculados(critério do aspecto material do fato gerador).

Os impostos tem caráter contributivo, ao contrário das taxas e contribuições de melhoria,que tem caráter retributivo (contraprestacional). 

03.1.1. Classificações dos Impostos:

Impostos Fiscais x Extrafiscais

Impostos Ordinários x ExtraordináriosImpostos Residuais

03.1.2. A criação de impostos:

Nos termos do art. 146, da CF/88, deve a LC definir o fato gerador, os contribuintes e a basede cálculo dos impostos.

Jurisprudência

Segundo o STF, quando a União não edita LC dispondo sobre a base de cálculo,

contribuintes e fato gerador dos IMPOSTOS, o ente político assume competência tributáriaplena, nos termos do art. 24, §3º, da CF/88. É o que ocorre com o IPVA e com o ITCMD:

Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES.AUSÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR NACIONAL QUE DISPONHA SOBRE O TRIBUTONOS TERMOS DO ART. 146, III, A, DA CONSTITUIÇÃO. EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIATRIBUTÁRIA PLENA PELOS ESTADOS MEMBROS COM AMPARO NO ART. 24, § 3º, DACONSTITUIÇÃO. PRECEDENTES. PREVISÃO DE ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS EMRAZÃO DO TIPO DE VEÍCULO. POSSIBILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I – Ante aomissão do legislador federal em estabelecer as normas gerais pertinentes ao imposto sobre

a doação de bens móveis, os Estados-membros podem fazer uso de sua competêncialegislativa plena com fulcro no art. 24, § 3º, da Constituição. II – A jurisprudência do STF

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firmou orientação no sentido de que, mesmo antes da EC 42/03 – que incluiu o § 6º, II, aoart. 155 da CF –, já era permitida a instituição de alíquotas de IPVA diferenciadas segundo

critérios que não levem em conta a capacidade contributiva do sujeito passivo, por nãoensejar a progressividade do tributo. É o que se observa no caso dos autos, em que asalíquotas do imposto foram estabelecidas em razão do tipo e da utilização do veículo. III –Agravo regimental improvido. (RE 601247 AgR, Relator(a): Min. RICARDOLEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 29/05/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe- 114 DIVULG 12-06-2012 PUBLIC 13-06-2012)

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IPVA. LEIESTADUAL. ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS EM RAZÃO DO TIPO DO VEÍCULO. 1. OsEstados-membros estão legitimados a editar normas gerais referentes ao IPVA, no exercícioda competência concorrente prevista no artigo 24, § 3º, da Constituição do Brasil. 2. Não hátributo progressivo quando as alíquotas são diferenciadas segundo critérios que não levamem consideração a capacidade contributiva. Agravo Regimental a que se nega provimento.(RE 414259 AgR, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 24/06/2008,DJe-152 DIVULG 14-08-2008 PUBLIC 15-08-2008 EMENT VOL-02328-05 PP-00931LEXSTF v. 30, n. 360, 2008, p. 160-165)

EMENTA: Agravo regimental. IPVA. - Como salientado no despacho agravado, ambas asTurmas desta Corte (e foram citados vários precedentes) já se manifestaram pelaconstitucionalidade da disciplina do imposto sobre propriedade de veículos automotores porlei local. E a questão relativa à inobservância do artigo 146 da Carta Magna, no tocante à

exigência de Lei Complementar, foi largamente examinada e rejeitada. Agravo a que senega provimento. (AI 279645 AgR, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Primeira Turma, julgado em 05/12/2000, DJ 02-03-2001 PP-00004 EMENT VOL-02021-05 PP-01018)

03.1.3 A aplicação do princípio da capacidade contributiva aos impostos.

Jurisprudência

A jurisprudência do STF sempre se orientou no sentido de que o princípio da capacidadecontributiva, previsto no art. 145, §1º, da CF/88 teria aplicação aos impostos reais apenasquando houvesse expressa autorização constitucional. O exemplo mais clássico de

aplicação dessa regra se deu com relação ao IPTU progressivo em função do valor venal doimóvel:

Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSOEXTRAORDINÁRIO. DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. IPTU. ALÍQUOTAS.PROGRESSIVIDADE INSTITUÍDA ANTES DO ADVENTO DA EC 29/00.INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA 668 DO STF. REPERCUSSÃO GERALRECONHECIDA - SISTEMA DE PROGRESSIVIDADE POSTERIOR À EDIÇÃO DA EC29/00. CONSTITUCIONALIDADE. ALEGAÇÃO DE VÍCIO NO JULGADO QUANTO AOSISTEMA A SER ADOTADO TENDO EM CONSIDERAÇÃO A DECLARAÇÃO DE

INCONSTITUCIONALIDADE PRONUNCIADA E A ALÍQUOTA A SER APLICADA NACOBRANÇA DO IMPOSTO ANTE A EXISTÊNCIA NA LEGISLAÇÃO ANTERIOR DE

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IDÊNTICA HIPÓTESE DE PROGRESSIVIDADE. RELAÇÃO JURÍDICO-TRIBUTÁRIA QUESE ENQUADRA NO OBJETO DE APRECIAÇÃO DA REPERCUSSÃO GERAL ADMITIDA

NO RE Nº 602.347/MG. EMBARGOS PARCIALMENTE PROVIDOS. SOBRESTAMENTO. 1.A lei municipal que tenha estabelecido, antes do advento da Emenda Constitucional29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimentoda função social da propriedade urbana, é inconstitucional (Súmula 668 do STF). 2. Adeclaração de inconstitucionalidade das alíquotas progressivas do IPTU atinge apenas osistema da progressividade, o que não impede a cobrança do tributo na totalidade.Precedentes: RE 378.221 – AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski,DJe de 18.09.09, e RE 390.694 – AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de1º/12/06. 3. In casu, assiste razão ao embargante quanto ao sistema de tributação a seradotado, tendo em consideração o fato de haver sido declarada a inconstitucionalidade doIPTU progressivo disciplinado pela Lei Complementar nº 212/89, bem assim quanto àalíquota a ser admitida e a adoção do sistema de alíquotas seletivas do IPTU, e a existênciade idêntica hipótese de progressividade da exação na legislação anterior, Lei complementarnº 07/73. 4. Destarte, na decisão recorrida está expresso, em consonância com a Súmula668 desta Corte, que a declaração de inconstitucionalidade das alíquotas progressivas doIPTU atinge apenas o sistema da progressividade, o que impede, também, a cobrança dotributo pela alíquota progressiva prevista na LC 7/73. 5. A declaração de inexistência darelação jurídico-tributária é inviável quando remanesce, ainda, a hipótese de adoção pelaFazenda local da tributação pela menor alíquota prevista na legislação, sem a adoção dospercentuais eivados de progressividade. 6. Sob esse aspecto, o caso concreto se enquadrano paradigma da repercussão geral da questão constitucional no RE nº 602.347/MG,

submetido a crivo do Plenário da Corte e pendente de apreciação de mérito sobre o temarelacionado à inconstitucionalidade da IPTU progressivo exigido antes da EC 29/2000 e,consequentemente, a aplicação da alíquota mínima da norma pretérita. 7. Embargos dedeclaração parcialmente providos, para determinar o sobrestamento do feito até final julgamento do RG-RE 602.347/MG. (RE 486891 AgR-ED, Relator(a): Min. LUIZ FUX,Primeira Turma, julgado em 02/04/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-077 DIVULG 24-04- 2013 PUBLIC 25-04-2013)

IPTU – PROGRESSIVIDADE. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sedimentou-seno sentido de ser constitucional a progressividade nas alíquotas do Imposto Predial eTerritorial Urbano estabelecida mediante lei municipal em período posterior à Emenda

Constitucional nº 29/2000. Precedentes: Recursos Extraordinários nºs 423.768/SP e586.693/SP.(AI 534469 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgadoem 30/10/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-247 DIVULG 17-12-2012 PUBLIC 18-12- 2012)

Também existe precedente com relação ao ITBI:

EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO DEBENS IMÓVEIS "INTER VIVOS" - ITBI. PROGRESSIVIDADE. ESCALONAMENTO DEALÍQUOTAS CONFORME CRITÉRIOS ALEGADAMENTE EXTRAÍDOS DO PRINCÍPIO DACAPACIDADE CONTRIBUTIVA. IMPOSSIBILIDADE NO PERÍODO EM QUE AUSENTE

AUTORIZAÇÃO CONSTITUCIONAL EXPRESSA. O imposto previsto no art. 156, II daConstituição não admite a técnica da progressividade, enquanto ausente autorização

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constitucional expressa. Agravo regimental ao qual se nega provimento.(AI 456768 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em

14/09/2010, DJe-190 DIVULG 07-10-2010 PUBLIC 08-10-2010 EMENT VOL-02418-05 PP- 01089 REVJMG v. 61, n. 194, 2010, p. 345-346)

SÚMULA Nº 656: É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para oimposto de transmissão "inter vivos" de bens imóveis - ITBI com base no valor venal doimóvel.

No entanto, julgados recentes tem afastado esse entendimento, adotando o raciocínio deque todos os impostos se submetem ao princípio da capacidade contributiva. É o queocorreu em recente julgado do STF no que concerne à progressividade de alíquotas deITCMD:

EXTRAORDINÁRIO – ITCMD – PROGRESSIVIDADE – CONSTITUCIONAL. Noentendimento majoritário do Supremo, surge compatível com a Carta da República aprogressividade das alíquotas do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação.Precedente: Recurso Extraordinário nº 562.045/RS, mérito julgado com repercussão geraladmitida. (RE 542485 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em19/02/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-045 DIVULG 07-03-2013 PUBLIC 08-03-2013)

Importante não confundir progressividade de alíquota como expressão da capacidadecontributiva e variação de alíquota em função de outros critérios. Esse julgado do STF

esclarece bem a questão:Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES.AUSÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR NACIONAL QUE DISPONHA SOBRE O TRIBUTONOS TERMOS DO ART. 146, III, A, DA CONSTITUIÇÃO. EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIATRIBUTÁRIA PLENA PELOS ESTADOS MEMBROS COM AMPARO NO ART. 24, § 3º, DACONSTITUIÇÃO. PRECEDENTES. PREVISÃO DE ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS EMRAZÃO DO TIPO DE VEÍCULO. POSSIBILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I – Ante aomissão do legislador federal em estabelecer as normas gerais pertinentes ao imposto sobrea doação de bens móveis, os Estados-membros podem fazer uso de sua competência

legislativa plena com fulcro no art. 24, § 3º, da Constituição. II – A jurisprudência do STFfirmou orientação no sentido de que, mesmo antes da EC 42/03 – que incluiu o § 6º, II, aoart. 155 da CF –, já era permitida a instituição de alíquotas de IPVA diferenciadas segundocritérios que não levem em conta a capacidade contributiva do sujeito passivo, por nãoensejar a progressividade do tributo. É o que se observa no caso dos autos, em que asalíquotas do imposto foram estabelecidas em razão do tipo e da utilização do veículo. III –Agravo regimental improvido.(RE 601247 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em29/05/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-114 DIVULG 12-06-2012 PUBLIC 13-06-2012)

Há também julgados do STF no sentido de que o princípio da capacidade contributiva se

aplica, na verdade, em maior ou menor grau, a todos os tributos:

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Ementa: AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DEVEÍCULOS AUTOMOTORES. IPVA. PROGRESSIVIDADE. 1. Todos os tributos submetem- 

se ao princípio da capacidade contributiva (precedentes), ao menos em relação a um deseus três aspectos (objetivo, subjetivo e proporcional), independentemente de classificaçãoextraída de critérios puramente econômicos. 2. Porém, as razões não deixam entrever a máutilização de critérios como essencialidade, frivolidade, utilidade, adequação ambiental etc.Considerado este processo, de alcance subjetivo, a alegação de incompatibilidadeconstitucional não pode ser genérica. 3. Em relação à fixação da base de cálculo, aplicam-seos mesmos fundamentos, dado que o agravante não demonstrou a tempo e modo próprio ainadequação dos critérios legais adotados. Agravo regimental ao qual se nega provimento.(RE 406955 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em04/10/2011, DJe-203 DIVULG 20-10-2011 PUBLIC 21-10-2011 EMENT VOL-02612-01 PP- 00043 RDDT n. 196, 2012, p. 208-210 RTFP v. 19, n. 101, 2011, p. 413-417 REVJMG v. 62,n. 199, 2011, 331-332)

EMENTA: TRIBUTÁRIO. IPTU. PROGRESSIVIDADE. CARACTERIZAÇÃO DOESCALONAMENTO DA CARGA TRIBUTÁRIA DE ACORDO COM A DESTINAÇÃO DADAAO IMÓVEL. ACÓRDÃO RECORRIDO QUE AFIRMA HAVER PROGRESSIVIDADE.RAZÕES DE AGRAVO REGIMENTAL INSUFICIENTES PARA AFASTAR A CONCLUSÃO.PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. 1. Esta Corte interpretou os arts. 145, § 1º,156, § 1º e 182, §§ 2º e 4º da Constituição, na redação anterior à Emenda Constitucional29/2000, para fixar que a utilização da técnica de tributação progressiva para o Impostosobre a Propriedade Territorial e Urbana - IPTU somente era cabível para assegurar a

eficácia da função social da propriedade, atendidos os requisitos estabelecidos em PlanoDiretor compatível com lei federal (cf. o RE 394.010-AgR, rel. min. Carlos Velloso, SegundaTurma, DJ de 28.10.2004 e o RE 153.771, red. p/ acórdão min. Moreira Alves, Pleno, DJ de05.09.1997). Súmula 668/STF. 2. O efeito extrafiscal ou a calibração do valor do tributo deacordo com a capacidade contributiva não são obtidos apenas pela modulação da alíquota.O escalonamento da base de cálculo pode ter o mesmo efeito. 3. As razões de agravoregimental não infirmam a conclusão a que chegou o Tribunal de origem quanto à utilizaçãoda técnica de progressividade. Agravo regimental ao qual se nega provimento. (RE 466312AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 01/03/2011, DJe- 062 DIVULG 31-03-2011 PUBLIC 01-04-2011 EMENT VOL-02494-01 PP-00081)

3.2 Taxas:

As taxas são classificadas como tributos não-vinculados, contraprestacionais/retributivos ede destinação não vinculada.

Cuidam-se de tributos de natureza vinculada, pressupondo a prestação de um serviçopúblico específico e divisível, efetivamente prestado ou posto à disposição, ou o exercício dopoder de polícia.

A definição de “Poder de Polícia” está prevista no art. 78, CTN.

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Já a definição de serviços públicos específicos e divisíveis está no art. 79,CTN: destacadoem unidades autônomas de intervenção, utilidade pública ou necessidade pública; suscetível

de ser utilizada separadamente por cada um de seus usuários.

3.2.1 A Base de Cálculo das Taxas: segundo o CTN,não podem ter o mesmo FG nem amesma BC dos impostos. Segundo a CF/88 não podem ter base de cálculo PRÓPRIA dosimpostos. O que significa que, destinando-se a base de cálculo a mensurar o fato gerador,deve prever uma grandeza que tenha relação com alguma atividade estatal, nunca umariqueza do contribuinte.

Jurisprudência

Súmula Vinculante 29É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base decálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre umabase e outra.

É o caso da taxa de coleta de lixo que, em alguns municípios, fixa as alíquotas em função dametragem do imóvel e de outros elementos.

Assim, a taxa de coleta de lixo domiciliar que, entre outros elementos, adota como critériopara apurar a base de cálculo o metro quadrado do imóvel, preenche os requisitos deconstitucionalidade, ainda que o IPTU considere com um dos elementos para fixação de sua

base de cálculo a metragem do imóvel.

Taxas de Polícia: o exercício regular do poder de polícia,na forma do art. 78, do CTN.

Jurisprudência

O STF pressupõe o exercício do poder de polícia, quando há órgão fiscalizador instalado eem funcionamento.

O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do exercício do poder de polícia

daquelas de utilização de serviços específicos e divisíveis, facultando apenas a estas aprestação potencial do serviço público. A regularidade do exercício do poder de polícia éimprescindível para a cobrança da taxa de localização e fiscalização. À luz da jurisprudênciadeste STF, a existência do órgão administrativo não é condição para o reconhecimento daconstitucionalidade da cobrança da taxa de localização e fiscalização, mas constitui um doselementos admitidos para se inferir o efetivo exercício do poder de polícia, exigidoconstitucionalmente. Precedentes. (...) É constitucional taxa de renovação de funcionamentoe localização municipal , desde que efetivo o exercício do poder de polícia, demonstrado pelaexistência de órgão e estrutura competentes para o respectivo exercício, tal como verificadona espécie quanto ao Município de Porto Velho/RO (...).” (RE 588.322, Rel. Min. GilmarMendes, julgamento em 16-6-2010, Plenário, DJE de 3-9-2010, com repercussão geral.) No

mesmo sentido: AI 677.664 ‑ AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 5-5-2009, PrimeiraTurma, DJE de 19-6-2009; AI 553.880 ‑ AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em

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17-3-2009, Primeira Turma, DJE de 17-4-2009; RE 549.221‑ ED, voto do Rel. Min. JoaquimBarbosa, julgamento em 17-2-2009, Segunda Turma, DJE de 20-3-2009. Vide:AI 707.357 ‑ ED, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 2-2-2010, Segunda Turma, DJE de26-2-2010.

“A hipótese de incidência da taxa é a fiscalização de atividades poluidoras e utilizadoras derecursos ambientais, exercida pelo Ibama (Lei 6.938/1981, art. 17-B, com a redação da Lei10.165/2000). Tem -se, pois, taxa que remunera o exercício do poder de polícia do Estado.Não há invocar o argumento no sentido de que a taxa decorrente do poder de polícia fica‘restrita aos contribuintes cujos estabelecimentos tivessem sido efetivamente visitados pelafiscalização’, por isso que, registra Sacha Calmon – parecer, fl. 377 –, essa questão ‘já foiresolvida, pela negativa, pelo STF, que deixou assentada em diversos julgados a suficiência

da manutenção, pelo sujeito ativo, de órgão de controle em funcionamento (cf., inter plures,RE 116.518 e RE 230.973). Andou bem a Suprema Corte brasileira em não aferrar -se aométodo antiquado da vistoria porta a porta, abrindo as portas do direito às inovaçõestecnológicas que caracterizam a nossa era.’ Destarte, os que exercem atividades de impactoambiental tipificadas na lei sujeitam -se à fiscalização do Ibama, pelo que são contribuintesda taxa decorrente dessa fiscalização, fiscaliza-ção que consubstancia, vale repetir, o poderde polícia estatal.” (RE 416.601, voto do Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 10-8-2005,Plenário, DJ de 30-9-2005.) No mesmo sentido: RE 408.582 ‑ AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 15-2-2011, Primeira Turma, DJE de 11-3-2011; RE 627.449 ‑ AgR, Rel. Min.Cármen Lúcia, julgamento em 8-2-2011,Primeira Turma, DJE de 2-3-2011;RE 361.009 ‑ AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 31-8-2010, Segunda Turma,DJE de 12-11-2010; AI 638.092 ‑ AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 17-3- 2009, Primeira Turma, DJE de 17-4-2009.

Algumas taxas reputadas constitucionais pelo STF:

- Taxa de fiscalização e controle dos serviços públicos delegados (ADI 1948-RS)

- Taxa de Fiscalização do Mercado de títulos e valores mobiliários (Sùmula 665)

Taxa de Serviço:

Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:

I - utilizados pelo contribuinte:

a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;

b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposiçãomediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;

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II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, deunidade, ou de necessidades públicas;

III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dosseus usuários.

O serviços gerais, universais (uti universis) devem ser custeados pelos impostos, ao passoque o serviços específicos e divisíveis (uti singuli) devem ser custeados por taxa.

As chamadas “taxas de serviços diversos” são inconstitucionais, por não custearem serviçopúblico específico.

Em razão de não custearem serviços públicos específicos e divisíveis, falta fundamentoconstitucional às taxas de limpeza urbana, taxas de serviços de segurança pública, taxas dedefesa externa do país, diplomacia.

Jurisprudência:

“Súmula Vinculante 19A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção etratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo145, II, da Constituição Federal.”

EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Taxa de Coleta de Lixo Domiciliar.Serviços específicos e divisíveis. Base de cálculo. Área do imóvel. Constitucionalidade.Precedentes do STF. Agravo regimental provido. É constitucional a cobrança de Taxa deColeta de Lixo Domiciliar, desde que a natureza dos serviços prestados não coincida comserviços inespecíficos e indivisíveis, como a limpeza de logradouros públicos.(RE 524045 AgR, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Segunda Turma, julgado em08/09/2009, DJe-191 DIVULG 08-10-2009 PUBLIC 09-10-2009 EMENT VOL-02377-05 PP- 00934)

SÚMULA Nº 670, STF 

O SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA NÃO PODE SER REMUNERADO MEDIANTETAXA.

SÚMULA Nº 667, STFVIOLA A GARANTIA CONSTITUCIONAL DE ACESSO À JURISDIÇÃO A TAXAJUDICIÁRIA CALCULADA SEM LIMITE SOBRE O VALOR DA CAUSA.

ATENÇÃO: para que a mera disponibilidade do serviço possa fundamentar a cobrança detaxa, a lei deve ter definido o mesmo como de utilização compulsória pelos contribuintes. É ocaso, por exemplo, da obrigatoriedade da utilização do sistema de esgoto público ou o

serviço de coleta domiciliar de lixo.

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Diferente, por exemplo do serviço de emissão de passaportes, que não é de utilizaçãocompulsória.

DOUTRINA – RICARDO ALEXANDRE:

Ou seja, “percebe-se, portanto, que a famosa frase segundo a qual ‘as taxas de serviçopodem ser cobradas mesmo que o contribuinte não utilize efetivamente do serviçodisponibilizado’ somente pode ser aplicada aos serviços definidos em lei como de utilizaçãocompulsória, permitindo a cobrança pela chamada ‘utilização potencial’. Quanto aos demaisserviços, a cobrança somente é possível diante da utilização efetiva”. 

Jurisprudência

SÚMULA Nº 595, STF: É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas derodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do Imposto Territorial Rural.

Segundo o STF, as custas processuais são taxas de serviço (serviço jurisdicional), podendoter por base de cálculo o valor da causa ou da condenação, mas é necessário ter um limitede valor.

SÚMULA Nº 667, STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciáriacalculada sem limite sobre o valor da causa.

Súmula 545, STF  PREÇOS DE SERVIÇOS PÚBLICOS E TAXAS NÃO SE CONFUNDEM, PORQUE ESTAS,DIFERENTEMENTE DAQUELES, SÃO COMPULSÓRIAS E TÊM SUA COBRANÇACONDICIONADA À PRÉVIA AUTORIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA, EM RELAÇÃO À LEI QUEAS INSTITUIU.

Principais Diferenças entre Taxas e Preços Públicos:

Regime jurídicoCompulsoriedade x facultatividadeSujeito ativo

Prazo prescricional de cobrançaPossibilidade ou não de cobrança pela simples disponibilização do serviço

Serviços públicos propriamente estatais e serviços públicos essenciais ao interesse públicosão remunerados por taxa; serviços públicos não essenciais PODEM ser remunerados portarifa.

A taxa, espécie de tributo vinculado, tendo em vista o critério jurídico do aspecto material dofato gerador, que Geraldo Ataliba denomina de hipóteses de incidência (Hipótese deIncidência Tributária, Ed. RT, 4. ed., 1991, p. 128 e seguintes), ou é de polícia, decorrente

do exercício do poder de polícia, ou é de serviço, resultante da utilização, efetiva oupotencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a

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sua disposição (CF, art. 145, II). A materialidade do fato gerador da taxa, ou de sua hipótesede incidência, é, ‘sempre e necessariamente um fato produzido pelo Estado, na esfera

 jurídica do próprio Estado, em referibilidade ao administrado.’ (Geraldo Ataliba, Sistema Trib.na Constituição de 1988, Rev. de Dir. Trib., 51/140), ou ‘uma atuação estatal diretamentereferida ao contribuinte’, que ‘pode consistir ou num serviço público ou num ato de polícia.’(Roque Antônio Carrazza, Curso de Dir. Const. Tributário, Ed. RT, 2. ed., 1991, p. 243).As taxas de polícia, conforme mencionamos, decorrem do exercício do poder de polícia,conceituado este no art. 78 do CTN, e as de serviço, de um serviço público prestado aocontribuinte, serviço público específico e divisível (CF, art. 145, II). Os serviços públicos,ensina Roque Carrazza, ‘se dividem em gerais e específicos’, certo que os primeiros, ougerais, ‘são os prestados uti universi, isto é, indistintamente a todos os cidadãos’,alcançando ‘a comunidade, como um todo considerada, beneficiando número indeterminado(ou, pelo menos, indeterminável) de pessoas’ (ob. cit., p. 243). Esses serviços nãoconstituem fato gerador de taxa, não podem, portanto, ser custeados por meio de taxa, maspelos impostos. ‘Já os serviços específicos’, acrescenta Carrazza, ‘são os prestados utsinguli. Referem -se a uma pessoa ou a um número determinado (ou, pelo menos,determinável, de pessoas). São de utilização individual e mensurável. Gozam, portanto, dedivisibilidade, é dizer, da possibilidade de avaliar -se a utilização efetiva ou potencial,individualmente considerada.’ (Ob. e loc. cit.) Noutras palavras, o serviço ‘é específicoquando possa ser separado em unidades autônomas de intervenção da autoridade, ou desua utilidade, ou de necessidade pública, que o justificou: p. ex., a existência do corpo debombeiros para o risco potencial de fogo’; e ‘é divisível quando possa funcionar emcondições tais que se apure a utilização individual pelo usuário: a expedição de certidões, a

concessão de porte de armas, a aferição dos pesos e medidas, etc.’ (Aliomar Baleeiro,Direito Trib. Brasileiro, Forense, 10. ed., p. 353-354). O serviço público, pois, que dá ensejoao nascimento da taxa, há de ser um serviço específico e divisível. A sua utilização, pelocontribuinte, ou é efetiva ou é potencial, vale dizer, ou o serviço público é prestado aocontribuinte ou é posto à disposição deste. (...) Concedo que há serviços públicos quesomente podem ser remunerados mediante taxa. Do acórdão do RE 89.876/RJ, relatadopelo eminente Min. Moreira Alves (RTJ 98/230) e da conferência que S. Exa. proferiu no XSimpósio Nacional de Direito Tributário (...), penso que podemos extrair as seguintesconclusões, com pequenas alterações em relação ao pensamento do eminente Min. MoreiraAlves: os serviços públicos poderiam ser classificados assim: 1) Serviços públicospropriamente estatais, em cuja prestação o Estado atue no exercício de sua soberania,

visualizada esta sob o ponto de vista interno e externo: esses serviços são indelegáveis,porque somente o Estado pode prestá -los. São remunerados, por isso mesmo, mediantetaxa, mas o particular pode, de regra, optar por sua utilização ou não. (...) 2) Serviçospúblicos essenciais ao interesse público: são serviços prestados no interesse dacomunidade. São remunerados mediante taxa. (...) 3) Serviços públicos não essenciais eque, não utilizados, disso não resulta dano ou prejuízo para a comunidade ou para ointeresse público. Esses serviços são, de regra, delegáveis, vale dizer, podem serconcedidos e podem ser remunerados mediante preço público. Exemplo: o serviço postal, osserviços telefônicos, telegráficos, de distribuição de energia elétrica, de gás, etc.” (ADI 447,Rel. Min. Octavio Galloti, voto do Min. Carlos Velloso, julgamento em 5-6-1991, Plenário, DJde 5-3-1993.)

Jurisprudência

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“Taxa em razão do poder de polícia: a Lei mato -grossense 8.033/2003 instituiu taxa em

razão do exercício do poder de polícia. Poder que assiste aos órgãos diretivos do Judiciário,notadamente no plano da vigilância, orientação e correição da atividade em causa, a teor do§ 1º do art. 236 da Carta Cidadã. É constitucional a destinação do produto da arrecadaçãoda taxa de fiscalização da atividade notarial e de registro a órgão público e ao próprio PoderJudiciário.” (ADI 3.151, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 8-6-2005, Plenário, DJ de 28-4- 2006.)

“As custas, a taxa judiciária e os emolumentos constituem espécie tributária, são taxas,segundo a jurisprudência iterativa do STF. (...) Impossibilidade da destinação do produto daarrecadação, ou de parte deste, a instituições privadas, entidades de classe e Caixa deAssistência dos Advogados. Permiti-lo importaria ofensa ao princípio da igualdade.Precedentes do STF.” (ADI 1.145, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 3-10-2002,Plenário, DJ de 8-11-2002). Vide: MS 28.141, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamentoem 10-2-2011, Plenário, DJE de 1º-7-2011; RE 233.843, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 1º-12-2009, Segunda Turma, DJE de 18-12-2009

3.3 Contribuições de Melhoria:

As contribuições de melhoria são classificadas como tributos vinculados, contraprestacionaise de destinação não-vinculada.

Tem como fato gerador não a realização da obra, mas a valorização imobiliária decorrenteda realização daquela.

Assim, é necessário que, além da realização da obra, haja a valorização imobiliária, nãoqualquer benefício ao contribuinte.

Como o tributo não é cobrado para financiar a obra, só pode ser realizada após suafinalização.

A base de cálculo será SEMPRE a valorização imobiliária.

Jurisprudência

“Esta Corte consolidou o entendimento no sentido de que a contribuição de melhoria incidesobre o quantum da valorização imobiliária.” (AI 694.836‑AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 24-11-2009, Segunda Turma, DJE de 18-12-2009.)

Os limites quantitativos na cobrança das contribuições de melhoria estão previstos no CTN:

Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federalou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer faceao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a

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despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar paracada imóvel beneficiado.

Limite geral: o valor que o Estado despendeu para a realização da obra.Limite específico: a própria valorização imobiliária.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. Constitucional. Tributário. Contribuição de melhoria. Art.18, II, CF/67, com a redação dada pela EC n. 23/83. Não obstante alterada a redação doinciso II do art. 18 pela Emenda Constitucional n. 23/83, a valorização imobiliaria decorrentede obra pública - requisito insito a contribuição de melhoria - persiste como fato geradordessa espécie tributaria. RE conhecido e provido.(RE 116147, Relator(a): Min. CÉLIO BORJA, Segunda Turma, julgado em 29/10/1991, DJ08-05-1992 PP-06268 EMENT VOL-01660-03 PP-00550 RTJ VOL-00138-02 PP-00614)

EMENTA:- Contribuição de melhoria. Recapeamento de via pública ja asfaltada, semconfigurar a valorização do imóvel, que continua a ser requisito insito para a instituição dotributo, mesmo sob a egide da redação dada, pela Emenda n. 23, ao art. 18, II, daConstituição de l967. Recurso extraordinário provido, para restabelecer a sentença que julgara inconstitucional a exigência.::(RE 116148, Relator(a): Min. OCTAVIO GALLOTTI, Primeira Turma, julgado em16/02/1993, DJ 21-05-1993 PP-09768 EMENT VOL-01704-02 PP-00387)

3.4. Empréstimos Compulsórios

São tributos vinculado ou não vinculados (a depender da feição que o legislador os der), dedestinação vinculada (segundo a CF/88 as receitas estão vinculadas às despesas quefundamentaram sua instituição).

“Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra

externa ou sua iminência;

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,observado o disposto no art. 150, III, "b".

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório serávinculada à despesa que fundamentou sua instituição.”

Nos termos do CTN:

Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos

compulsórios:

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I - guerra externa, ou sua iminência;

II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursosorçamentários disponíveis;

III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seuresgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.

Segundo o STF possuem natureza tributária, prova disto é que estão no capítulo destinadoao Sistema Tributário Nacional, além do que a definição de tributo contida no art. 3º, doCTN, não exige a definitividade dos valores nos cofres públicos para que se configure algocomo tributo.

Competência exclusiva da União, que a exerce SEMPRE mediante lei complementar.

Lembrar que, no caso de calamidade pública ou guerra externa, a instituição e o aumentonão se submetem aos princípios da anterioridade e da anterioridade nonagesimal.

ATENÇÃO: embora a CF/88 não tenha definido os fatos geradores, permitindo, portanto,

que sejam eleitos fatos vinculados ou não a uma atividade estatal, todos os empréstimoscompulsórios instituídos até hoje não pressupuseram uma atividade estatal.

Ou seja, tanto o IEG quanto o EC não possuem fatos geradores preestabelecidos pelaCF/88.

Segundo o CTN, a lei deve necessariamente fixar o prazo do empréstimo e as condições deresgate.

“Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seuresgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.”

3.5 Contribuições Especiais:

São tributos não vinculados e destinação vinculada.

Instituição – Desnecessidade de LC, salvo com relação às contribuições residuais

“O STF fixou entendimento no sentido da dispensabilidade de lei complementar para acriação das contribuições de intervenção no domínio econômico e de interesse dascategorias profissionais.” (AI 739.715 ‑ AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 26-5-2009,Segunda Turma, DJE de 19-6-2009.)

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Segundo o STF:

CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. CONTRIBUIÇÕESINCIDENTES SOBRE O LUCRO DAS PESSOAS JURIDICAS. Lei n. 7.689, de 15.12.88. I. -Contribuições parafiscais: contribuições sociais, contribuições de intervenção e contribuiçõescorporativas. C.F., art. 149. Contribuições sociais de seguridade social. C.F., arts. 149 e 195.As diversas espécies de contribuições sociais. II. - A contribuição da Lei 7.689, de 15.12.88,e uma contribuição social instituida com base no art. 195, I, da Constituição. Ascontribuições do art. 195, I, II, III, da Constituição, não exigem, para a sua instituição, leicomplementar. Apenas a contribuição do parag. 4. do mesmo art. 195 e que exige, para asua instituição, lei complementar, dado que essa instituição devera observar a tecnica dacompetência residual da União (C.F., art. 195, parag. 4.; C.F., art. 154, I). Posto estaremsujeitas a lei complementar do art. 146, III, da Constituição, porque não são impostos, nãohá necessidade de que a lei complementar defina o seu fato gerador, base de calculo econtribuintes (C.F., art. 146, III, "a"). III. - Adicional ao imposto de renda: classificaçãodesarrazoada. IV. - Irrelevância do fato de a receita integrar o orcamento fiscal da União. Oque importa e que ela se destina ao financiamento da seguridade social (Lei 7.689/88, art.1.). V. - Inconstitucionalidade do art. 8., da Lei 7.689/88, por ofender o princípio dairretroatividade (C.F., art, 150, III, "a") qualificado pela inexigibilidade da contribuição dentrono prazo de noventa dias da publicação da lei (C.F., art. 195, parag. 6). Vigencia e eficaciada lei: distinção. VI. - Recurso Extraordinário conhecido, mas improvido, declarada ainconstitucionalidade apenas do artigo 8. da Lei 7.689, de 1988. (RE 138284, Relator(a):Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, julgado em 01/07/1992, DJ 28-08-1992 PP-13456

EMENT VOL-01672-03 PP-00437 RTJ VOL-00143-01 PP-00313) Imunidade de Contribuições:

§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que tratao  caput  deste artigo:  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 

I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;  (Incluído pela EmendaConstitucional nº 33, de 2001) 

II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços;  (Redação

dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 

3.5.1 As Contribuições Sociais se dividem:

= para o custeio da seguridade social (art. 194):  instituição por lei ordinária, já que aConstituição Federal já previu as bases econômicas sobre as quais incidirão (fontes decusteio).

Submetem-se apenas à anterioridade nonagesimal.

Instituição pelos Estados-Membros:

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“O art. 149, caput, da Constituição atribui à União a competência exclusiva para a instituiçãode contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das

categorias profissionais e econômicas. Essa regra contempla duas exceções, contidas nosarts. 149, § 1º, e 149-A, da Constituição. À exceção desses dois casos, aos Estados - membros não foi atribuída competência para a instituição de contribuição, seja qual for a suafinalidade. A competência, privativa ou concorrente, para legislar sobre determinada matérianão implica automaticamente a competência para a instituição de tributos. Os entesfederativos somente podem instituir os impostos e as contribuições que lhes foramexpressamente outorgados pela Constituição. Os Estados -membros podem instituir apenascontribuição que tenha por finalidade o custeio do regime de previdência de seus servidores.A expressão ‘regime previdenciário’ não abrange a prestação de serviços médicos,hospitalares, odontológicos e farmacêuticos.” (RE 573.540, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 14-4-2010, Plenário, DJE de 11-6-2010, com repercussão geral.) No mesmosentido: RE 631.648 ‑ AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 8-2-2011, PrimeiraTurma, DJE de 3-3-2011. Vide: AI 577.304 ‑ AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 19-10-2010, Primeira Turma, DJE de 16-11-2010; ADI 3.106, Rel. Min. ErosGrau, julgamento em 14-4-2010, Plenário, DJE de 24-9-2010.

(AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2012 ESAF) Sobre competência concorrenteda União, Estados, Distrito Federal e Municipios, assinale a opção incorreta.(A) A competência, privativa ou concorrente, para legislar sobre determinada matéria, naoimplica automaticamente a competência para a instituição de tributos.(B) Os entes federativos somente podem instituir os impostos e as contribuições que lhes

foram expressamente outorgados pela Constituição.(C) Os Estados-membros podem instituir apenas contribuição que tenha por finalidade ocusteio do regime de previdência de seus servidores.(D) Norma que pretendesse fixar alíquota mínima igual à da contribuição dos servidorestitulares de cargos efetivos na Uniao, para a contribuição a sercobrada pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municipios de seus servidores, para ocusteio, em beneficio destes, do regime previdenciário, seria inconstitucional por contrariar opacto federativo.(E) A expressão "regime previdenciário" de seus servidores, a ensejar a instituição decontribuição pelos Estados-membros, não abrange a prestação de serviços médicos,hospitalares, odontológicos e farmacêuticos.

= sociais gerais: salário-educação, sistema S (art. 240, CF/88)

ATENÇÃO: SEGUNDO STF E STJ as contribuições previstas no art. 240, da CF/88, SÃOCONSIDERADAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS GERAIS E NÃO CONTRIBUIÇÕESCORPORATIVAS, em razão do que devem ser pagas por toda a sociedade e não apenaspor determinadas corporações.

TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL AUTÔNOMA. ADICIONAL AO SEBRAE.EMPRESA DE GRANDE PORTE. EXIGIBILIDADE. PRECEDENTES DO STF. 1. Ascontribuições sociais, previstas no art. 240, da Constituição Federal, têm natureza de

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"contribuição social geral" e não contribuição especial de interesses de categoriasprofissionais (STF, RE n.º 138.284/CE) o que derrui o argumento de que somente estão

obrigados ao pagamento de referidas exações os segmentos que recolhem os bônus dosserviços inerentes ao SEBRAE. 2. Deflui da ratio essendi da Constituição, na parte relativaao incremento da ordem econômica e social, que esses serviços sociais devem ser mantidos"por toda a coletividade" e demandam, a fortiori, fonte de custeio. 3. Precedentes: RESP608.101/RJ, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 24/08/2004, RESP 475.749/SC, 1ªTurma, desta Relatoria, DJ de 23/08/2004. 4. Recurso especial conhecido e provido. (REsp662911/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 14/12/2004, DJ28/02/2005, p. 241)

TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO AO ART. 535, DO CPC.ALEGAÇÕESGENÉRICAS. SÚMULA N. 284/STF. Recurso Especial representativo de controvérsia (art.543-C, do CPC). CONTRIBUIÇÃO AO SESC E SENAC. EMPRESAS PRESTADORAS DESERVIÇOS EDUCACIONAIS. INCIDÊNCIA. 1. Não merece conhecimento o recursoespecial que aponta violação ao art. 535, do CPC, sem, na própria peça, individualizar oerro, a obscuridade, a contradição ou a omissão ocorridas no acórdão proferido pela Cortede Origem, bem como sua relevância para a solução da controvérsia apresentada nos autos.Incidência da Súmula n. 284/STF: "É inadmissível o recurso extraordinário, quando adeficiência na sua fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia". 2. Asempresas prestadoras de serviço são aquelas enquadradas no rol relativo ao art. 577 daCLT, atinente ao plano sindical da Confederação Nacional do Comércio - CNC e, portanto,estão sujeitas às contribuições destinadas ao SESC e SENAC. Precedentes: REsp.

n.431.347/SC, Primeira Seção, Rel. Min Luiz Fux, julgado em 23.10.2002; e AgRgRD noREsp 846.686/RS, Segunda Turma, Rel. Min.Mauro Campbell Marques, julgado em16.9.2010. 3. O entendimento se aplica às empresas prestadoras de serviços educacionais,muito embora integrem a Confederação Nacional de Educação e Cultura, consoante osseguintes precedentes: Pela Primeira Turma: EDcl no REsp. 1.044.459/PR; AgRg no Ag882.956/MG; REsp. 887.238/PR; REsp. 699.057/SE; Pela Segunda Turma: AgRg no Ag1.347.220/SP; AgRgRD no REsp. 846.686/RS; REsp. 886.018/PR; AgRg no REsp.1.041.574 PR; REsp. 1.049.228/PE; AgRg no REsp. 713.653/PR; REsp. 928.818/PE. 4. Alógica em que assentados os precedentes é a de que os empregados das empresasprestadoras de serviços não podem ser excluídos dos benefícios sociais das entidades emquestão (SESC e SENAC) quando inexistente entidade específica a amparar a categoria

profissional a que pertencem. Na falta de entidade específica que forneça os mesmosbenefícios sociais e para a qual sejam vertidas contribuições de mesma natureza e, em setratando de empresa prestadora de serviços, há que se fazer o enquadramentocorrespondente à Confederação Nacional do Comércio - CNC, ainda que submetida aatividade respectiva a outra Confederação, incidindo as contribuições ao SESC e SENACque se encarregarão de fornecer os benefícios sociais correspondentes. 5. Recurso especialparcialmente conhecido e, nessa parte, provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C,do CPC, e da Resolução STJ n. 8/2008. (REsp 1255433/SE, Rel. Ministro MAUROCAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 23/05/2012, DJe 29/05/2012)

Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias

dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviçosocial e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical.

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= demais contribuições sociais (art. 195, §4º) -  A lei poderá instituir outras fontes

destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido odisposto no art. 154, I. – por LC, não cumulativas e distintas das já existentes

Entende o STF que a arrecadação e fiscalização das contribuições especiais pode ficar acargo da União, sendo os valores destinados ao órgão responsável pela sua aplicação.

3.5.2 Contribuições de intervenção do domínio econômico:

Aqui a intervenção ocorre através do destino dos valores arrecadados a determinadaatividade, que, justamente, pelo reforço orçamentário, é estimulada. FINANCIAATIVIDADES ECONÔMICAS QUE TENHAM INTERESSE PÚBLICO.

Jurisprudência

Recurso extraordinário. 2. Contribuições sociais. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido(CSLL) e Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e deCréditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF). 3. Imunidade. Receitas decorrentes deexportação. Abrangência. 4. A imunidade prevista no art. 149, § 2º, I, da Constituição,introduzida pela Emenda Constitucional nº 33/2001, não alcança a Contribuição Social sobre

o Lucro Líquido (CSLL), haja vista a distinção ontológica entre os conceitos de lucro ereceita. 6. Vencida a tese segundo a qual a interpretação teleológica da mencionada regrade imunidade conduziria à exclusão do lucro decorrente das receitas de exportação dahipótese de incidência da CSLL, pois o conceito de lucro pressuporia o de receita, e afinalidade do referido dispositivo constitucional seria a desoneração ampla das exportações,com o escopo de conferir efetividade ao princípio da garantia do desenvolvimento nacional(art. 3º , I, da Constituição). 7. A norma de exoneração tributária prevista no art. 149, § 2º, I,da Constituição também não alcança a Contribuição Provisória sobre Movimentação ouTransmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF), pois oreferido tributo não se vincula diretamente à operação de exportação. A exação não incidesobre o resultado imediato da operação, mas sobre operações financeiras posteriormente

realizadas. 8. Recurso extraordinário a que se nega provimento.(RE 474132, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 12/08/2010,DJe-231 DIVULG 30-11-2010 PUBLIC 01-12-2010 EMENT VOL-02442-01 PP-00026)

TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ENTIDADEHOSPITALAR. CERTIFICADO DE BENEFICENTE E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. SALÁRIO- EDUCAÇÃO. REQUISITOS. REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ.CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS A TERCEIROS. INCRA, SESC, SENAC, SEBRAE.EXIGIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Não há omissão do acórdão recorrido que registrou aimpossibilidade de apreciação da incidência da Lei 11.457/2007, por se tratar de inovaçãorecursal não passível de ser apreciada em sede de embargos declaratórios, mormente

porque consignou que o provimento se referia apenas às NFLD´s questionadas na inicial, asquais se referem a períodos anteriores à vigência do referido diploma legal. 2. Não se pode

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conhecer do apelo especial no tocante ao dissídio alegado, referente à exigibilidade dascontribuições destinadas a terceiros das entidades beneficentes e de assistência social, pois

o acórdão recorrido apreciou a matéria tão somente sob o enfoque constitucional, à luz dainterpretação dos artigos 240, 223, 173 e 195, todos da Constituição Federal. 3. A orientaçãodo acórdão recorrido coincide com o entendimento fixado por esta Corte, por ocasião do julgamento do REsp 977.058/RS, da relatoria do Ministro Luiz Fux, DJ 10/11/2008, sob o ritodos recursos repetitivos (art. 543-C do CPC), no sentido de que, por se tratar de contribuiçãoespecial de intervenção no domínio econômico, a contribuição ao Incra, destinada aosprogramas e projetos vinculados à reforma agrária e suas atividades complementares, foirecepcionada pela Constituição Federal de 1988 e continua em vigor até os dias atuais, poisnão foi revogada pelas Leis 7.787/89, 8.212/91 e 8.213/91, não existindo, portanto, óbice asua cobrança, mesmo em relação às empresas urbanas.4. Agravo regimental não provido.(AgRg no REsp 1154644/SC, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 21/06/2012, DJe 28/06/2012)

“Sebrae: Contribuição de intervenção no domínio econômico. Lei 8.029, de 12-4-1990,art. 8º, § 3º. Lei 8.154, de 28-12-1990. Lei 10.668, de 14-5-2003. CF, art. 146, III; art. 149;art. 154, I; art. 195, § 4º. As contribuições do art. 149, CF – contribuições sociais, deintervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais oueconômicas – posto estarem sujeitas à lei complementar do art. 146, III, CF,isso não querdizer que deverão ser instituídas por lei complementar. (...) A contribuição não é imposto.Por isso, não se exige que a lei complementar defina a sua hipótese de incidência, a baseimponível e contribuintes: CF, art. 146, III, a. (...) A contribuição do Sebrae – Lei 8.029/1990,

art. 8º, § 3º, redação das Leis 8.154/1990 e 10.668/2003 – é contribuição de intervenção nodomínio econômico, não obstante a lei a ela se referir como adicional às alíquotas dascontribuições sociais gerais relativas às entidades de que trata o art. 1º do DL 2.318/1986,Sesi, Senai, Sesc, Senac.Não se inclui, portanto, a contribuição do Sebrae, no rol doart. 240, CF. Constitucionalidade da contribuição do Sebrae.” (RE 396.266, Rel. Min. CarlosVelloso, julgamento em 26-11-2003, Plenário, DJ de 27-2-2004.) No mesmo sentido:RE 474.717 ‑ ED, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 20-4-2010, Segunda Turma,DJE de 11-6-2010; AI 650.194 ‑ AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 4-8-2009,Segunda Turma, DJE de 28-8-2009; AI 604.712 ‑ AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 26-5-2009, Primeira Turma, DJE de 19-6-2009; ADI 1.924 ‑ MC, Rel. p/ o ac.Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 20-5-2009, Plenário, DJE de 7-8-2009;AI 710.609 ‑ AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 19-5-2009, Segunda Turma, DJEde 12-6-2009; RE 389.849 ‑ AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 19-5-2009,Segunda Turma, DJE de 12-6-2009; AI 630.179 ‑ AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamentoem 17-3-2009, Primeira Turma, DJE de 17-4-2009; AI 708.772 ‑ AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 10-2-2009, Segunda Turma, DJE de 13-3-2009; RE 401.823 ‑ AgR, Rel. Min.Ayres Britto, julgamento em 28-9-2004, Primeira Turma, DJ de 11-2-2005.

3.5.3. Contribuições corporativas (de interesse das categorias profissionais oueconômicas):

Visam financiar as atividades de interesses de instituições representativas ou fiscalizatóriasde categorias profissionais ou econômicas.

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Exemplos:

Contribuição sindical: instituída em lei, cobrada de todos os trabalhadores.Contribuição das entidades de fiscalização profissional ou econômica.

Jurisprudência

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL - - EXECUÇÃO LEVADA AEFEITO PELA OAB PARA COBRANÇA DE ANUIDADES - APLICAÇÃO DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL - PRECEDENTES. Diante da natureza intrínseca da Ordem dosAdvogados do Brasil ? OAB, autarquia detentora de características diferentes das autarquiasconsideradas entes descentralizados, denota-se que as contribuições recebidas pelaentidade não têm natureza tributária. Nesse diapasão, esta egrégia Primeira Seção destacolenda Corte Superior de Justiça esposou, em recente julgado, entendimento segundo oqual "as contribuições cobradas pela OAB, como não têm natureza tributária, não seguem orito estabelecido pela Lei n. 6.830/80" (EREsp 463.258/SC, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ29/3/2004). Embargos de divergência providos. (EREsp 495918/SC, Rel. MinistroFRANCIULLI NETTO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/06/2005, DJ 01/08/2005, p. 307)

CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. CONTRIBUIÇÕESINCIDENTES SOBRE O LUCRO DAS PESSOAS JURIDICAS. Lei n. 7.689, de 15.12.88. I. -Contribuições parafiscais: contribuições sociais, contribuições de intervenção e contribuiçõescorporativas. C.F., art. 149. Contribuições sociais de seguridade social. C.F., arts. 149 e 195.

As diversas espécies de contribuições sociais. II. - A contribuição da Lei 7.689, de 15.12.88,e uma contribuição social instituida com base no art. 195, I, da Constituição. Ascontribuições do art. 195, I, II, III, da Constituição, não exigem, para a sua instituição, leicomplementar. Apenas a contribuição do parag. 4. do mesmo art. 195 e que exige, para asua instituição, lei complementar, dado que essa instituição devera observar a tecnica dacompetência residual da União (C.F., art. 195, parag. 4.; C.F., art. 154, I). Posto estaremsujeitas a lei complementar do art. 146, III, da Constituição, porque não são impostos, nãohá necessidade de que a lei complementar defina o seu fato gerador, base de calculo econtribuintes (C.F., art. 146, III, "a"). III. - Adicional ao imposto de renda: classificaçãodesarrazoada. IV. - Irrelevância do fato de a receita integrar o orcamento fiscal da União. Oque importa e que ela se destina ao financiamento da seguridade social (Lei 7.689/88, art.

1.). V. - Inconstitucionalidade do art. 8., da Lei 7.689/88, por ofender o princípio dairretroatividade (C.F., art, 150, III, "a") qualificado pela inexigibilidade da contribuição dentrono prazo de noventa dias da publicação da lei (C.F., art. 195, parag. 6). Vigencia e eficaciada lei: distinção. VI. - Recurso Extraordinário conhecido, mas improvido, declarada ainconstitucionalidade apenas do artigo 8. da Lei 7.689, de 1988. (RE 138284, Relator(a):Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, julgado em 01/07/1992, DJ 28-08-1992 PP-13456EMENT VOL-01672-03 PP-00437 RTJ VOL-00143-01 PP-00313)

3.6 COSIP (ART. 149-A, CF/88)

Súmula 670, STF  

O SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA NÃO PODE SER REMUNERADO MEDIANTETAXA.

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EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. RE INTERPOSTO CONTRA DECISÃO

PROFERIDA EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL.CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA - COSIP.ART. 149-A DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LEI COMPLEMENTAR 7/2002, DOMUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ, SANTA CATARINA. COBRANÇA REALIZADA NA FATURA DEENERGIA ELÉTRICA. UNIVERSO DE CONTRIBUINTES QUE NÃO COINCIDE COM O DEBENEFICIÁRIOS DO SERVIÇO. BASE DE CÁLCULO QUE LEVA EM CONSIDERAÇÃO OCUSTO DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA E O CONSUMO DE ENERGIA. PROGRESSIVIDADEDA ALÍQUOTA QUE EXPRESSA O RATEIO DAS DESPESAS INCORRIDAS PELOMUNICÍPIO. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA ISONOMIA E DA CAPACIDADECONTRIBUTIVA. INOCORRÊNCIA. EXAÇÃO QUE RESPEITA OS PRINCÍPIOS DARAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. RECURSO EXTRAORDINÁRIOIMPROVIDO. I - Lei que restringe os contribuintes da COSIP aos consumidores de energiaelétrica do município não ofende o princípio da isonomia, ante a impossibilidade de seidentificar e tributar todos os beneficiários do serviço de iluminação pública. II - Aprogressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo da iluminação pública entre osconsumidores de energia elétrica, não afronta o princípio da capacidade contributiva. III -Tributo de caráter sui generis, que não se confunde com um imposto, porque sua receita sedestina a finalidade específica, nem com uma taxa, por não exigir a contraprestaçãoindividualizada de um serviço ao contribuinte. IV - Exação que, ademais, se amolda aosprincípios da razoabilidade e da proporcionalidade. V - Recurso extraordinário conhecido eimprovido. (RE 573675, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno,

 julgado em 25/03/2009, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-094 DIVULG 21-05-2009PUBLIC 22-05-2009 EMENT VOL-02361-07 PP-01404 RTJ VOL-00211- PP-00536 RDDT n.167, 2009, p. 144-157 RF v. 105, n. 401, 2009, p. 409-429 JC v. 35, n. 118, 2009, p. 167- 200)