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Panda Bear Jamie Woon Didier Fiuza Faustino Wim Wenders Breaking Bad

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REVISTA GRATUITA DE MODA E CULTURA URBANA. PARQ NÚMERO 27. MAIO 2011. WWW.PARQMAG.COM

xav i E

r D o L a n

PARQ NÚMERO 27 MAIO 2011

EDITORIAL

IMPASSE

No momento em que escrevo, o FMI aterrou em Portugal e, apesar de se anunciar como um tsunami, muitos de nós não sabemos o que realmente isso representa. Felizmente, continuamos a encontrar espaço no meio editorial para defender uma cultura urbana, intrincada numa experiência portuguesa original. Que mais poderíamos ser, senão um espelho dos nossos leitores e da sua realidade, inquieta e criativa? A PARQ é um espaço aberto e um espelho de uma sociedade mais inovadora que tanto nos tem faltado na condução desta nação. Numa altura em que as periferias provavelmente serão esmagadas pelas massas, apresentamo-nos, ainda assim, como um colectivo de resistência, celebrando o espírito livre e a diferença de pensamento. PANDA BEAR, que trazemos para a nossa grande entrevista, é um desses exemplos, assim como o luso-francês DIDIER FIUZA-FAUSTINO que, pelo seu percurso, nos iluminam. Tudo o que me lembro de dizer neste momento é que chega de termos medo de ser —uma doença há muito tempo diagnosticada por JOSÉ GIL. Espero que o desenrascanço, que tanto nos tem caracterizado, signifique, no futuro, menos oportunismo e mais poder de imaginação em prol de um bem colectivo.

por Francisco Vaz Fernandes

DIRECTOR

FRANCISCO VAZ FERNANDES [email protected]

EDITORA

CLÁUDIA [email protected]

EDITORA DE MODA

ANA [email protected]

DIRECÇÃO DE ARTE

VALDEMAR LAMEGO [email protected]

PUBLICIDADE

FRANCISCO VAZ [email protected]

PERIOCIDADE

MENSAL

DEPÓSITO LEGAL: 272758/08

REGISTO ERC: 125392

EDIÇÃO

CONFORTO MODERNO UNI, LDA.

NIF: 508 399 289

PARQ

RUA QUIRINO DA

FONSECA, 25 – 2ºESQ.

1000-251 LISBOA

T. 00351.218 473 379

IMPRESSÃO

BEPROFIT / SOGAPAL

RUA MÁRIO CASTELHANO

— QUELUZ DE BAIXO

2730-120 BARCARENA

20.000 EXEMPLARES

DISTRIBUIÇÃO

CONFORTO MODERNO UNI, LDA.

A REPRODUÇÃO DE TODO O

MATERIAL É EXPRESSAMENTE

PROIBIDA SEM A PERMISSÃO

DA PARQ.TODOS OS

DIREITOS RESERVADOS.

COPYRIGHT © 2008—2010 PARQ.

ASSINATURA ANUAL 15¤.

WWW.PARQMAG.COM

TEXTOS

ÁGATA C. DE PINHOANA CANADASANA RITA SOUSACARLA CARBONECLÁUDIA GAVINHOCLÁUDIA MATOS SILVADIANA DE NÓBREGADAVIDE PINHEIROEDUARDA ALLENFRANCISCO V. FERNANDESINGRID RODRIGUESJOANA GUEDESLUÍSA RIBASMARGARIDA BRITO PAESMARIA JOÃO TEIXEIRAMARIA SÃO MIGUELMIGUEL JOSÉ VIEIRAMIGUEL TOJALPAULA MELÂNEOPEDRO LIMAROGER WINSTANLEYROMEU BASTOSRUI MIGUEL ABREU

FOTOS

CARLA PIRESEMILIE GOUBAND JAVIER DOMENECHMANUEL SOUSAMARIA RITAMARTA GUIMARÃESRICARDO GOMESSÉRGIO SANTOSWOLFGANG STAHR

STYLING

ANA CANADASJULIANA LAPAMARGARIDA BRITO PAESSÓNIA JESUS

ILUSTRAÇÃO

BRÁULIO AMADO

ADIDAS BY JEREMY SCOTTpor Ricardo Gomes

GRANDE ENTREVISTAPANDA BEARtexto por Davide Pinheiro, fotografia por Javier Domenech

FREDERICO SILVAtexto por Francisco Vaz

DANIELA CUNHAtexto por Francisco Vaz

JOÃO SILVAtexto por Francisco Vaz

RUI PINTOtexto por Francisco Vaz

·ANGELA FERREIRA·ANOTHER AMERICA·RONAN BOUROULLEC E ERWAN BOUROULLEC·BENJAMIN HUBERT·SETE BORDALIANOS·KATTY BOUTHIER·TINDERESTICKS·CIRCOLOCO·YANN TIERSEN·WOLKE BOS·SUSANA BETTENCOURT·SAY MY NAME…

YOU MUST SHOPPINGfotografia por Manuel Sousa, styling Margarida Brito Paes

JAMIE WOONpor Pedro Lima

DAEDELUSpor Rui Miguel Abreu

AQUAPARQUEpor Davide Pinheiro

08.

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TVBREAKING BADtexto por Ágata Carvalho de Pinho

CINEMAPINA DE WIM WENDERStexto por Ingrid Rodrigues

ARQUITECTURAWALTER GROPIUS EM BERLIMpor Diana de Nóbrega

ARTEDIDIER FIÚZA-FAUSTINOtexto por Paula Melâneo

KOZMIC BLUESALESSYA e DIOGO PIMENTEL fotografados por SÉRGIO SANTOS

WOULDN’T IT BE NICEFABIANA, LUCY HORN e ALICE BOCHECHA fotografadas por MARIA RITA

VIS-À-VIS: GUILTYpor Fred&Fanny

MEZZANINEPORTUGAL MODERNISTATAKENTHE KIDS OF HILFIGERCOCKTAILS

DIA POSITIVOPARTY AFTER WORKtexto por Cláudia Matos Silva, ilustração por Braúlio Amado

ALYSSA e DIOGO PIMENTEL, fotografados por SÉRGIO SANTOS .

ALESSYA, usa ganchos com flores na VIRGEN MADRE, fita beje AMERICAN VINTAGE,

top e colete beje TWIN-SET, colete ganga LEVI’S, colete branco H&M, brincos MANGO,

óculos de sol RAY-BAN. DIOGO, brincos de penas H&M, óculos de sol RAY-BAN

NIKE PEOPLE

MODA

SHOPPING

SOUNDSTATION

POINT ADIDAS CENTRAL PARQ

CENTRAL PARQ

PARQ HERE

YOU MUST

w w w . p a r q M a g . c o M

que existem muitas vantagens, como por exemplo, o facto de perder muito menos tempo em deslocações e ter um ambiente mais familiar com todas as pessoas que me rodeiam no

Quais são as vantagens de assinar um acordo teu com a IMG, uma empresa que gere a carreira de alguns tenistas como FEDERER, NADAL, SHARAPOVA?A IMG é a empresa que apoia a minha carreira, nomeadamente ao nível do apoio na negociação

Quais são os teus planos futuros em termos de objectivos?

Dos jogadores do ATP qual aquele com quem te identificas mais e que por nada perderias um jogo dele?O jogador com o qual mais me identifico é o Fernando Verdasco e o jogador que mais gosto de ver jogar é o

Pólos Nike Sportwear GS Polo, calções Levi’s, ténis Nike Sportswear Air Venture Vintage.

Os produtos Nike Sportswear encontram-se

disponíveis nas lojas TAF www.mytaf.pt

F R E D E R I C O S I L V A

de contratos e no apoio às condições de treino, principalmente quando pretendemos fazer estágios em academias no estrangeiro.

Quais são os teus planos futuros em termos de objectivos?Este ano, já consegui cumprir um dos meus objectivos que era ser número 1 da Europa de sub16. Outros dos principais ob jec t ivos são revalidar o título de campeão da Europa de 2009 e 2010, entrar nos torneios de GRAND SLAM ITF (sub18) e depois de ter ganho o meu primeiro ponto ATP, ganhar mais alguns. Para o futuro, os meus objectivos são entrar o mais rapidamente possível no top50 ATP. Os meus objectivos mais ambiciosos são ganhar um torneio do Grand Slam e ser número 1 ATP.

Dos jogadores do ATP qual aquele com quem te identificas mais e que por nada perderias um jogo dele?O jogador com o qual mais me identifico é o Fernando Verdasco e o jogador que mais gosto de ver jogar é o ROGER FEDERER.

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F R E D E R I C O S I L V A

És muito novo, mas já deves fazer inveja aos mais velhos. Já te pedem conselhos?Sou, de facto, ainda bastante novo e tenho co n s e g u i d o b o n s

resultados, mas no ambiente em que decorrem os torneios, não sinto essa inveja. Dentro do nosso grupo, no meu clube, damo-nos todos bastante bem e tentamos todos ter os melhores resultados possíveis. Dou e recebo conselhos. Coisas pequenas que comentamos uns com os outros e que procuramos partilhar.

O facto de teres começado numa escola nas Caldas achas que isso trouxe-te limitações ou antes pelo contrário?O facto de ter co m e ç a d o n a s

Caldas, até agora, penso que nunca me trouxe limitações, antes pelo contrário. Penso que existem muitas vantagens, como por exemplo, o facto de perder muito menos tempo em deslocações e ter um ambiente mais familiar com todas as pessoas que me rodeiam no dia-a-dia.

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0 0 8 — N I K E P E O P L E

que saíste dos juvenis e

de obter, afecta as tuas

isso, porque já estava preparada psicologicamente para uma passagem de campeã nacional para um lugar na selecção. Tenho agora adversárias

muito mais fortes do que tinha no ano passado.

As medalhas são cruciais na vida de um atleta?São muito importantes porque

servem de motivação. Mas o facto de não existirem

c o m p e n s a - s e com marcas e

objectivos a atingir que

também são

motivantes para manter uma carreira. Se estivermos bem, as medalhas um dia hão-de chegar.

Quais são os objectivos para este ano?Ir ao campeonato de Europa de pista e tentar estar na final. Apesar de já ter participado nunca estive numa final.

Lenço Mango, pólos Nike Sportswear GS Polo, pulseira Mango, cinto Pepe Jeans, calças Levi’s Leggins,

Ténis Nike Sportswear Air Vortex Vintage.

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disponíveis nas lojas TAF www.mytaf.pt

FernandesF—

Carla Pires

rnomake-up—

Tânia Dove

D A N I E L A C U N H A

Estás numa fase em que saíste dos juvenis e começas a ter contacto com os maiores atletas nacionais de corta-mato. Como estás a sentir esta adaptação?É uma adaptação difícil mas ou mesmo tempo é uma motivação já que as portuguesas são as melhores da Europa e como tal estou a competir ao mais alto nível. Sinto que estou a um pequeno passo dos melhores tempos e isso é uma motivação. São adversárias que já conhecia bem porque o grupo dos juniores acompanha as delegações nacionais e sempre houve entre todos um convívio é saudável.

E o facto de estares a passar uma fase em

que as medalhas vão passar a ser

mais difíceis de obter, afecta

as tuas

prestações?Consigo lidar perfeitamente com isso, porque já estava preparada psicologicamente para uma passagem de campeã nacional para um lugar na selecção. Tenho agora adversárias

F—Francisco

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styl ing—Conforto

Moder

D A N I E L A C U N H A

motivantes para manter uma carreira. Se estivermos bem, as medalhas um dia hão-de chegar.

Quais são os objectivos para este ano?Ir ao campeonato de Europa de pista e tentar estar na final. Apesar de já ter participado nunca estive numa final.

N I K E P E O P L E — 0 0 9

maior responsabilidade. Esperam o meu melhor e é isso que dou e continuarei a dar em todas as

Para ti quais são os maiores

continuar em competição?

O maior sacrifício é a falta de tempo para outras coisas, como o meu curso. Mas, como costumam dizer, “Quem corre por gosto, não cansa…”

Pólos Nike Sportswear GS Polo, calças G-Star Raw, ténis Nike Sportswear Air Vengeance Vintage.

Os produtos Nike Sportswear encontram-se

disponíveis nas lojas TAF www.mytaf.pt

styl ing—

Conforto

Mo

Quais são os teus próximos desafios e até onde pensar poder chegar?

Apesar da pouca tradição portuguesa na modalidade, tivemos um grande nome nas

representa o que devemos ser em alta competição: fortes,

motivados e sempre na luta pelo melhor resultado.

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odernomake-up—

TâniaDove

Quais são os teus próximos desafios e até onde pensar poder chegar?E s t e a n o e s t o u concentrado em dar o meu melhor no Campeonato do Mundo. Para o ano, chega o momento mítico – Jogos Olímpicos.

Apesar da pouca tradição portuguesa na modalidade, tivemos um grande nome nas

competições. O que

representa para ti a VANESSA

FERNANDES?A Vanessa

Fernandes foi uma

excelente t r i a t l e t a ,

cheia de garra e talento. Para mim,

representa o que devemos ser em alta competição: fortes,

motivados e sempre na luta pelo melhor resultado.

J O Ã O S I L V A

O triatlo é uma modalidade relativamente nova, em Portugal não tem muita tradição como começou o teu interesse pela modalidade?Sempre nadei e corri, desde pequeno. Mas foi em 2005, na Detecção de Talentos promovida p e l a F e d e r a ç ã o Portuguesa de Triatlo, que me deparei com a possibilidade de aliar a natação, a corrida e o ciclismo a uma única competição; era a aliança perfeita!

Tens tido bons resultados nas últimas provas e és considerado uma nova estrela no desporto nacional. Como reages a todos os elogios?É m u i t o b o m reconhecerem o nosso trabalho. Dá-nos uma motivação extra. Mas também significa uma maior responsabilidade. Esperam o meu melhor e é isso que dou e continuarei a dar em todas as provas!

Para ti quais são os maiores sacrifícios que te são exigidos para que possas continuar em competição?

0 0 1 0 — N I K E P E O P L E

Boina 59Fifty, pólos Nike Sportswear GS Polo, óculos Vans, cinto Pepe Jeans, calções da

produção, ténis Nike Sportswear Challenger.

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Desportivas de Várzea e foi ele que me encaminhou para os treinos. Logo na primeira grande prova fiquei em terceiro e houve logo muito interesse na minha

E quando surgiu o convite para seres um atleta do Benfica? Foi nesta época. Na verdade, t e n h o o u t r a s condições de trabalho o que é uma motivação extra para um atleta. Além disso é um clube grande e consegue dar uma maior

desse país que é muito diferente de Portugal. Como a competição foi no Verão também pude assistir ao fenómeno sol da meia-noite. Nunca chegava verdadeiramente a escurecer.

arla Pires

styl ing— Conforto M

Porquê Corta-Mato?É uma das grandes tradições no atletismo português porque não nos podemos esquecer que CARLOS LOPES foi campeão do mundo três vezes no Corta-mato. Depois porque há em Portugal técnicos com excelente preparação q u e i m p u l s i o n a m a m o d a l i d a d e . Considero-me um meio fundista e por agora tenho feito corta-mato no Inverno e provas de pista ao ar livre no Verão.

Mas em que momento decidiste fazer Corta-Mato?Há quatro anos fazia essencialmente futebol, mas fui levado para o atletismo a partir de provas do desporto escolar. Nesse âmbito cheguei a participar em várias corridas e mesmo sem qualquer preparação verifiquei que ganhava as provas facilmente o que me motivou. Já tinha um colega que já praticava atletismo na União Desportivas de Várzea e foi ele que me encaminhou para os treinos. Logo na primeira grande prova fiquei em terceiro e houve logo muito interesse na minha progressão.

F—Francisco

Vaz FernandesF—

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R U I P I N T O

visibilidade aos seus atletas.

Mas passaste a viver em Lisboa?Não, vivo no Porto onde tenho o meu grupo de treino. Esta é uma das vantagens desta modalidade é que não há treinos conjuntos havendo a possibilidade de escolhermos o nosso treinador.

No tempo que não estás submetido a treinos o que gostas de fazer?G o s t o d e j o g a r Playstation e de passar algum tempo com os amigos. Também gosto de viajar o que tem acontecido bastantes vezes com as provas

Qual foi a viagem que gostaste mais de fazer até agora?Sem dúvida a viagem à Finlândia. Estive no Festival Olímpico da Juventude Europeia, numa prova em que fiquei em primeiro lugar, mas além disso p u d e

admirar a organização

desse país que é muito diferente de Portugal. Como a competição foi no Verão também pude assistir ao fenómeno sol da meia-noite. Nunca chegava verdadeiramente a escurecer.

Moderno make-up— Tânia Dove

N I K E P E O P L E — 0 0 1 1

trabalhos da artista. Vinda de África do Sul a artista trouxe para o panorama nacional uma linguagem plástica mais próxima da escultura britânica sem qualquer relação com o que

A n g e L a f e r r e I r a

T— FRANCISCO VAZ FERNANDES

se fazia nos anos 90 em Portugal. A expressividade artística cede ligar a um quotidiano que informa a escultura. Ela orienta-se por formas e materiais de um quotidiano próximo que

Alumínio anodizado, cabos de aço, luz fluorescente, megafones, som 52 min loop. Peças

CARLOS COUTINHO e “ O Negreiro” de SANTANA AFONSO. Cortesia Rádio Moçambique.

MediaFax, 2011. Aço inox, PVC e serigrafia

sobre lamelado de faia.

 N G E L A F E R R E I R A

autorizam a um elemento discursivo, na maior parte das vezes de carácter social.Nesta exposição, em vez de grandes instalações, algumas delas, com evocação ao aparatus arquitectónico, que tem caracterizado os últimos trabalhos da artista, casa peça ganha uma individualidade, forma parte de uma série temática e mergulha nas questões inerentes ao discurso escultórico, tal como era presente nos primeiros trabalhos da artista. Mas tal como nas grandes instalações é o discurso, um discurso pós-colonialista, que permite que as formas ganhem um outro sentido que ultrapasse qualquer sinal de formalismo convencional. A artista criada entre diferentes culturas —nascida em Moçambique, formada na África do Sul e residente em Lisboa ganhou uma capacidade de relativizar os valores de cada cultura e a formação dos seus discursos ideológicos. A descentralização das perspectivas de cada cultura tem sido o alimentado do seu processo criativo. É particularmente feliz a peça que alude a uma

antena de que faz viver o tom militante de voz de CARLOS CARDOSO. Tal como arte, a voz ganha aqui uma similitude, torna-se uma verdadeira ferramenta de poder.

ATÉ 21.05.2011GALERIA FILOMENA

SOARESRUA DA MANUTENÇÃO

LISBOA

 N G E L A F E R R E I R A

ÂNGELA FERREIRA, artista que em 2007 representou Portugal na Bienal de Veneza expõem una série de elementos, essencialmente escultóricos fazendo alusão ao caso de CARLOS CARDOSOjornalista moçambicano de ascendência portuguesa, que morreu em 2001 em prol da liberdade da comunicação. As peças

expostas que fazem referência ao Fedex e torres de transmissão de rádio elementos do universo do jornalista trazem uma lógica de construção que nos remetem para os primeiros

Cena Aberta, 2011. Alumínio anodizado, cabos de aço, luz fluorescente, megafones, som 52 min loop. Peças

radiofónicas “O Ritual” de CARLOS COUTINHO

0 1 4 — Y O U M U S T

cuidar. Por essa razão ainda pensou dar a este projecto o título “The Forgotten Africa” por focar as pessoas que nunca são mencionadas.

O projecto começou com uma série de conversas com alguns amigos senegaleses que se queixavam do teor das notícias sobre África provenientes dos media ocidentais.Por isso decidiu tentar fotografar África de uma forma diferente, de um ponto de vista banal, a cores, sem acção. Acabou por desenvolver 3 sub-séries. Numa delas explorou a imagem de profissionais africanos daquilo que é apelidado de classe média. Noutra procurou a luz nocturna das cidades africanas a partir de longas exposições e finalmente um grupo de Djs de rádio porque adora a rádio e vê nessa área uma extensão da importância da cultura oral em África.Até agora fotografou 9 países Argélia, Mauritânia,

Daniel Obeng, Technical Supretendent, Emmanuel, Assistant Technical Co-ordinater and

Jonathan, Computer network & Systems Engineer, GBC, Accra, Ghana

Lome, Togo. PHILIPPE SIBELBY

Aretha Louise Mbango, Radio DJ and Head of Sports Culture and

Douala, Cameroon. PHILIPPE SIBELBY

WWW.THEOTHERAFRICA.EU

o u t r aa f r I c aa f r I c aa

Cabo Verde, Senegal, Camarões, Gabão, São Tomé e Príncipe, Gana e Togo, mas tenciona chegar aos 54 países. Quando começou o projecto em 2005 arranjar financiamento era muito mais difícil, mas as atitudes estão a mudar. Havendo agora uma maior vontade de ver África sobre outra luz.

Entrevista a Philippe Sibelly e outras imagens em www.parqmag.com

Daniel Obeng, Technical Supretendent, Emmanuel, Assistant Technical Co-ordinater and

Accra, Ghana. PHILIPPE SIBELBY

WWW.SIBELLIMAGES.EU

o u t r af r I c a

O U T R A Á F R I C A

PHILIPPE SIBELLY é um fotógrafo e professor de arte e design francês que reside em Londres. Já viajou e fotografou mais de 60 países e em 2005 iniciou um projecto intitulado “The Other Africa”. O projecto

tem como objectivo dar ao mundo uma nova visão de África, através de exposições que percorrem vários países. São imagens em grande formato que exploram a normalidade e o homem comum. Para o fotógrafo África não é apenas uma imagem de sofrimento, já que a par de muitos casos que os medias trazem na ordem do dia, há

milhões de africanos que vivem vidas perfeitamente comuns: vão para o trabalho, têm uma vida social, uma família da qual têm de

Africa”

T— ANA CANADAS

Yao, supermarket assistant, Lome, Togo

Aretha Louise Mbango, Radio DJ and Head of Sports Culture and

Society Services, CRTV, Douala, Cameroon

0 1 6 — Y O U M U S T

RONAN e ERWAN BOUROULLEC dispensam apresentações. Pela solidez dos exercícios a que nos vão habituando, pela incomensurável energia criativa em que nos vão enriquecendo os dias. Desta vez falamos das peças Ploum, um pequeno maple que se adapta, nas formas, a qualquer posição que se queira ter no sofá. Recostar, saltar, descansar.

As suas formas adaptáveis, foram feitas para dar largos mergulhos. Um sofá ergonómico. Uma viagem a um mundo inter-galáctico, de viagem à lua, um passeio pelo orgânico de 60. Um elogio a JOE COLOMBO?RONAN e ERWANconsideram tratar-se de um objecto que recria um certo estilo de vida contemporâneo. Um estilo que reflecte uma preocupação de conforto e flexibilidade, e pelos

BENJAMIN HUBERT é um jovem designer nascido no Reino Unido que, em 2010, foi agraciado com o título do designer do ano, pela British Design Awards. O estúdio de HUBERT, sediado em Londres, foi fundado pouco depois do designer graduar-se em 2006, no curso de Design Industrial da Loughborough University. O estúdio de

HUBERT especializou-se em mobiliário e iluminação, colaborando com fabricantes internacionais da Europa à Ásia. BENJAMIN HUBERT tanto valoriza projectos que envolvam uma produção industrial em larga escala, como projectos de edição limitada. Embora muito novo é um

materiais empregues: tecido acolchoado, compreende uma camada espessa de poliéster, mantidos no lugar por meio de pontos de costura." Ploumde costura." Ploumde costura." foi apresentado pela primeira vez em Janeiro na Maison et Object e é produzido et Object e é produzido et Objectpela LIGNE ROSET.

designer que já conta com calorosas manifestações de agrado por parte da crítica internacional. É preciso ver que só se formou, ainda, em 2006. A peça Loom, o candeeiro Roofer, a cadeira Maritime, ou os vários exercícios que HUBERT tem realizado com cortiça transmitem a sua principal preocupação quando trabalha: um

compromisso estabelecido entre a simplicidade, os materiais, e os processos.

Entrevista a Benjamin Hubert em www.parqmag.com

WWW.LIGNEROSET.COM

WWW.BENJAMINHUBERT.CO.UK

h u b E r t

p l op l op lu M

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P L O U M + H U B E R T

0 1 8 — Y O U M U S T

Para os atletas “after-hours”

A exposição 7 bordalianos no MUDE vem comprovar o novo fôlego da FÁBRICA BORDALO PINHEIRO

entretanto adquirida pelo grupo Visabeira. A fábrica em 2008 estava em vias de extinção mas teve a sorte de contar com o apoio de um grupo de cidadãos que por vários meios alertaram para a grande perda nacional que isso iria representar. Entre eles, contava- se um grupo de artistas, como JOANA VASCONCELOS, BELA SILVAentre outros que tinham tido anteriormente uma relação de trabalho com a

fábrica para desenvolvido de algumas peças de carácter pessoal. A estratégia passa precisamente por mostrar e reproduzir obras-mestres de BORDALO PINHEIRO e realizar novas peças que sejam uma reinterpretação desse património. Os sete bordalianos, representa isso mesmo, interpretações do universo do BORDALO PINHEIRO realizadas

por designers e artistas. As abordagens foram completamente diferentes e a maior arte deles usaram os moldes originais da fábrica para realizar os seus projectos. Descrevendo apenas algumas, é de destacar uma fruteira de JOANA VASCONCELOS, realizada com moldes de peixes e andorinhas, provavelmente a artista que

T— FRANCISCO VAZ FERNANDES

entrou mais profundamente no universo do artista.

FERNANDO BRÍZIOpegou em dois moldes de dois elefantes

atípicos na obra de BORDALO cocando-os a equilibrar duas taças cumprindo o carácter

funcional que esta louça decorativa tinha em geral. CATARINA PESTANA preferiu

mergulhar na tradição satírica de BORDALO criando uma mealheiro com um Zé Povinho esganado, que estabelece uma relação com a actual crise financeira mundial. SUSANNE THEMELITZ, por sua vez, criou uma peça de raiz, com elementos do seu universo mas que bem poderia ter sido desenvolvida pelo BORDALO.

SUSANNE THEMELITZ

JOANA VASCONCELOS BELA SILVA

FERNANDO BRÍZIO

B O R D A L I A N O S

0 2 0 — Y O U M U S T

será Montreal, no Canadá, onde pretende continuar a formação. O seu trabalho explora as relações entre

forma, luz e cor através da fotografia e encontra sentido na narrativa

de mundos paralelos e paisagens metafísicas. Fazendo uso tanto de técnicas tradicionais

como contemporâneas (colagem e desenhos feitos à mão, tintas, acrilíco e

WWW.KATTYRIDESWEST.WORDPRESS.COM

a t tb o u t h i e r

K A T T Y B O U T H I E R

processamento digital), as suas ilustrações ganham um carácter psicadélico graças à junção de fotografias fragmentadas e coladas, muitas vezes, como um caleidoscópio. Neste momento está a trabalhar com o ilustrador britânico RUBEN IRELAND na concepção gráfica da nova colecção da ARDENTEES, uma marca especializada em t-shirts, conhecida pelas colaborações que desenvolve com artistas. A própria marca organiza exposições e, em Maio, KATTY vai estar em Estugarda para a inauguração da sua exposição. Ainda no eixo alemão e no mesmo mês, a artista vai estar presente nas feiras de arte e de design de Berlim e de Munique onde estará a expor e a vender as suas ilustrações.

yb o u t h i e r

WWW.MOMENTSKIS.COM

K A T T Y B O U T H I E R

Quem comprar skis da colecção de 2011 da marca americana MOMENT pode muito bem estar a adquirir um par de pranchas com desenhos de KATTY BOUTHIER, uma designer portuguesa que

não pára de ganhar clientes lá fora. KATTY fez a concepção gráfica de dois modelos: o Nightrain, o mais vendido, e o Reagan, um modelo feminino. Entretanto, foi convidada a desenvolver novas criatividades que serão apresentadas na próxima colecção. KATTY tem 26 anos, estudou na Faculdade de Belas Artes do Porto, trabalha como designer

gráfica e ilustradora e divide-se entre o Porto e Berlim. A próxima paragem

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k ab o u t h i e r

WWW.ARDENTEES.COM

0 2 2 — Y O U M U S T

Despomar Lda, 261 860 900 - nixonnow.com

o filme e ficou particularmente impressionada com a canção My Sister. Quando os convidou para colaborarem na banda sonora, os TINDERSTICKS, há muito com desejo de compôr para cinema, não olharam para trás. A cidade onde surgiu o convite pareceu-lhes ser um bom presságio: foi ali que MILES DAVIS gravou a banda sonora

de Fim-de-semana no Ascensor de LOUIS MALLE, numa sessão improvisada, enquanto assistia ao filme pela primeira vez.

Os meses de trabalho intenso compensaram. A realizadora ficou satisfeita

Every Day”Shots de Rum” “White Material”

Soir”

“L'intrus”

“Tindersticks - Claire Denis Film Scores 1996-2009”

Trouble Every Day, 2001. CLAIRE DENIS

Nénette et Boni, 1996. CLAIRE DENIS

35 Shots of Rum, 2008. CLAIRE DENIS

I r e I s

C L A I R E D E N I S & T I N D E R S T I C K S

T— ÁGATA C. DE PINHO

com o produto final e seguiram-se os convites para musicar os filmes “Trouble Every Day” (2001), “35 Shots de Rum” (2008) e “White Material” (2009). Além das composições originais, incluem-se ainda trabalhos a solo para dois títulos da cineasta: DICKON HINCHLIFFE, guitarrista, pianista e violinista responsável pelos arranjos de orquestra da banda, que entretanto saiu do grupo, compôs a música para “Vendredi Soir”, em 2002. STUART STAPLES, o vocalista, criou a banda sonora do filme impressionista “L'intrus”, em 2004, exibido no INDIELISBOA em 2006. STUART mantém também uma relação próxima com o festival, que visitou em 2008.

Há uma espécie de sintonia e entendimento tácito entre as duas partes desta parceria artística, única. A colaboração transformou a música dos TINDERSTICKS, confessam, a personalidade que, como nas pessoas, se altera por causa do tempo e da experiência de vida. Os filmes também parecem melhor compreendidos por essa melancolia, rude e delicada, da sua textura musical, na opinião de CLAIRE.

No dia 26 de Abril terá lugar o lançamento mundial de “Tindersticks - Claire Denis Film Scores 1996-2009”, uma compilação das seis bandas sonoras compostas pela banda, disponíveis em cd, vinyl e download através da editora independente CONSTELLATION RECORDS.

CLAIRE DENIS

C L A I R E D E N I S & T I N D E R S T I C K S

O INDIELISBOA'11apresenta, no dia 11 de Maio, um concerto único: música e cinema num só, com as imagens inesquecíveis dos filmes de CLAIRE DENIS ao som da música de TINDERSTICKS.

Nos filmes de CLAIRE DENIS, a música é uma assinatura, pela sensibilidade que abrange a escolha de sons e melodias ocasionais, insuspeitas como as canções que se

ouvem na rádio de um café onde encontramos as personagens, e a banda sonora que, desde há 13 anos, confia à banda inglesa TINDERSTICKS, já de culto em Portugal (marcaram presença em vários festivais e, em 2009, estiveram no Coliseu dos Recreios e na Casa da Música). A primeira colaboração data de 1996, com o premiado “Nénette et Boni”.

CLAIRE conheceu a banda em Paris, em 1995, numa sala de espectáculos onde deram um concerto. Na altura, a realizadora francesa estava a escrever o argumento para

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A produtora SMOG vai trazer mais uma vez a Portugal, YANN TIERSEN.

Ele é, sem lugar para exageros, o compositor das músicas mais bonitas e mais inocentes, mais enérgicas e mais singulares que podemos ouvir. Na música de YANN TIERSENos instrumentos vão soltando-se até à magia.

É muito raro, algo tão actual É muito raro, algo tão actual nos conseguir fazer viajar por tantas décadas, sem nunca nos deixar perder a noção do tempo presente. Modernas, mas ao mesmo tempo com um sabor nostálgico parisiense. São músicas tingidas de cores puras. São uma maravilhosa vaga de frescura e espontaneidade que nos leva e inspira à poesia no seu lirismo e encanto.

É esta é a descrição do fabuloso destino que espera por quem for ouvir o Compositor no dia 5 em Lisboa (LX Factory) e dia 7 no Porto (Hard Club). Mal podemos esperar!

O primeiro OPTIMUS HYPE de 2011 trouxe ao Passeio Marítimo de Algés, em Lisboa, uma das míticas festas que se celebram desde 2006 em Ibiza, a CIRCOLOCO.

Esta estreia absoluta em Portugal aconteceu numa gigantesca tenda de circo instalada junto ao Tejo, onde tudo se fez para recriar o excêntrico imaginário circense. O cartaz, como tem vindo a acontecer nos eventos passados, era de luxo e reuniu DJ’s de primeira linha internacional como TANIA VULCANO, CLIVE HENRY (ex-Peace Division), DYED SOUNDOROM,

DAN GHENACIA, TATO, completo com actuações de outros Dj's nacionais de referência: MAGAZINO, JOSÉ BELO, ZÉ SALVADOR, FRESHKITOS e TIAGO MARQUES, SUPERKIKO e HENRIQ. Os DUB VIDEO CONNECTION ficaram ao encargo do VJing.

À música acrescentou-se a magia do circo, com performances de malabaristas de fogo, trapezistas suspensos, bailarinos em equilíbrio sobre andas, palhaços e mascarados, que dançaram lado a lado com uma audiência igualmente fantasiada e extasiada pela electrónica possante que

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se fazia ouvir, uma mistura de batidas house, techno e transe em generosas doses de loucura. Para quem não trouxe adereços de casa, não faltaram cabeleiras coloridas, narizes vermelhos e óculos distribuídos pela marca anfitriã que garantiram muitas gargalhadas.

Mais uma aposta ganha pelo OPTIMUS HYPE em territórios nunca antes explorados, que levou o público a revisitar o maior espectáculo do mundo até altas hora da madrugada. Resta-nos perguntar: o que se segue?

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O Palacete Pinto Leite, no Porto, foi o palco escolhido para a terceira edição do WOLKE BOS. O magnífico espaço recebeu o colectivo de designers formado por: ALEXANDRE MARRAFEIRO, ANDREIA OLIVEIRA, DANIELA BARROS e DIANA MATIAS, que apresentaram as suas propostas para a estação Outono/Inverno 2012. Através dos desfiles que promove a cada

estação, a plataforma criada pelo quarteto de designers permite-lhes expressar a sua perspectiva única sobre a moda. O evento conta ainda com as propostas de designers convidados, jovens talentos

T— MIGUEL JOSÉ VIEIRAwww.beyondfabric.tumblr.com

F— RICARDO GOMES

da moda, como é o caso de ELISABETH TEIXEIRA, a convidada desta edição, cuja colecção apresentou peças marcadas pelo uso interessante de pied-de-poule e aplicações em pele. No panorama

masculino, Alexandre Marrafeiro mostrou uma colecção baseada em tons escuros e acobreados, com silhuetas fortes e jogos de comprimento com sobreposições.

Quem também não desiludiu foi o público, fazendo mostrar a sua presença e merecido apoio àqueles cujo talento poderá reservar um promissor futuro na moda nacional.

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ELISABETE TEIXEIRA

ALEXANDRE MARRAFEIRO

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0 2 8 — Y O U M U S T

Inspirada em tradições de luto de tribos africanas, a designer, especializada em malhas e técnicas tradicionais, usou novas tecnologias experimentais com o objectivo de vestir a mulher real. Criou um tipo de malha sem costuras que se adapta ao corpo da mulher. Aquilo

que, ao longe, aparentam ser vestidos justos em malha, são criações complexas, repletas de texturas e horas infindas de trabalho na procura do ponto perfeito, na quantidade de elástico certa para a concretização do ponto e um equilíbrio entre o conceito e o propósito final. As roupas, compostas por fio de elastómero, viscose e lã, foram criadas em colaboração com a fábrica PARRILLUS de Barcelona e os detalhes em renda de

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bilros e bordados foram realizados à mão pela própria designer. A paixão pelas malhas surgiu ainda na infância e a ligação a técnicas tradicionais adveio da família e das origens açoreanas. Nesse sentido para a designer esta colecção foi uma viagem emocional aos últimos anos da sua vida que culmina na criação da marca, SUSANA BETTENCOURT. Para completar o look é ainda look é ainda lookde salientar a ajuda de MIGUEL GARRIDO com peças de joalhria em metal e pedras de cor neutra, inspirados em peças de adorno das tribos MASSAI usados em situações de perda.

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“Life in Stages” foi o nome atribuído por SUSANA BETTENCOURTà sua última colecção apresentada no VICTORIA & ALBERT MUSEUM, apresentada no âmbito de conclusão do mestrado em Digital Fashion do London College of Fashion

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SKY FERREIRA, entres outros. Estes são alguns dos artistas que se envolveram nesta acção da FAA 2011, que oferece uma colecção desportiva unisexo minimalista e versátil desenvolvida por um grupo de designers que ofereceram a sua

criatividade. Esta colecção estará disponível na secção Divided da H&M e online a partir do dia 28 Abril.

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H&M e PARQH&M e PARQJuntam-se numa acção de Juntam-se numa acção de apoio à luta contra a sida. apoio à luta contra a sida. Durante três dias (28, 29 Durante três dias (28, 29 30) vamos estar na loja da 30) vamos estar na loja da H&M do Chiado a fotografar H&M do Chiado a fotografar aqueles que passarem aqueles que passarem por lá para adquirir umas por lá para adquirir umas das peças da colecção. As das peças da colecção. As imagens serão divulgadas através da PARQ e em simultâneo no nosso site e facebook assim como no facebook da H&M/Portugal. As melhores fotos, eleitas pelos fãs serão premiadas.

28—29.05.2011 17h—20h

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H&M Chiado

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Como tem sido habitual, Como tem sido habitual, todos os anos, a H&M todos os anos, a H&M lança para o mercado uma lança para o mercado uma colecção Fashion Against Fashion Against AIDS (FAA), cujo valor da (FAA), cujo valor da receita reverte em 25% para receita reverte em 25% para associações envolvidas associações envolvidas com a prevenção e radiação com a prevenção e radiação do HIV. Para alcançar o do HIV. Para alcançar o máximo impacto possível a H&M pede aos artistas do mundo da música e do cinema que se juntem a esta iniciativa contribuindo com a sua imagem para divulgação da mensagem do sexo seguro e prevenção contra o vírus da SIDA junto dos mais jovens. Este ano a campanha contou com SELMA BLAIR, AKON, NIKKI REED, SCISSOR SISTERS, SHILOH FERNANDEZ,

T— MARIA SÃO MIGUEL MARIA SÃO MIGUEL

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Apelando a três graffitersde São Paulo, uma das cidades mais reputadas pela sua criatividade, as Havaianas deram origem a uma nova colecção que pretende trazer a Street Artpara a rua. Os três artistas brasileiros FINOK, CHIVITZe MINHAU associados à marca desenvolveram e desenharam as HAVAIANASGraffiti. Foram criados três modelos exclusivos, com muita cor, espontaneidade, irreverência e onde são dadas provas do talento de cada graffiter no graffiter no graffiterpanorama da Street Art. As ilustrações collectors dos três graffiters vão fielmente acompanhar os fãs, seja a andar, a correr ou a dançar.

As sapatarias LOOP FOOTWEAR organizam uma quinzena especial dedicada à ONITSUKA TIGER. Entre 26 de Abril e 10 de Maio os ténis da marca “Made of Japan” terão um “Made of Japan” terão um “Made of Japan”desconto de 20% e poderão ser personalizados pelo designer e ilustrador PEDRO MOUTINHO, colaborador assíduo das customizações exclusivas da ONITSUKA.

Calendário dos ONITSUKA TIGER customizados

por PEDRO MOUTINHO nas lojas LOOP:

30.04.2011Dolce Vita Tejo

Amadora01.05.2011

Leiria Shopping07.05.2011

Dolce Vita DouroVila Real

08.05.2011Dolce Vita Porto

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SAYMYNAME é o nome da marca portuguesa que tem chegado aos quatro cantos do mundo. Criada por Catarina Sequeira em 1995 só em 2007 é que surgiu no mercado global e com estrutura comercial. Para a primavera/verão 2011 a marca inspirou-se

no movimento renascentista, “Renaissance MULTI-colour”. Foram usadas franjas em detalhes, grossas rendas elásticas, ombreiras acolchoadas onde as formas

justas contrapõem os grandes volumes. A principal característica desta colecção como nas outras é uso da malha que dá às peças uma sensação de conforto e um cair quase democrático. Nesta colecção houve também a preocupação de satisfazer o público asiático que tem procurado a marca em maior escala. De momento podem encontrar-se as colecções à venda em Hong Kong, Portugal, Itália, Espanha, Estados Unidos e Reino Unido. A marca continua a expandir-se globalmente e pretende fazer novos agenciamentos nos Estados Unidos e Japão.

A ADIDAS lança quatro modelos em pele recortada a laser para este verão pondo em evidência o trevo da linha Originals. Muito originais estes modelos em cores de prata, dourado, branco e preto, são inspirados na década de 80 e nos modelos icónicos da época. Da área do basquetebol, os M Attitude CO W e do Running, os LA Trainer CO W.

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SISLEY como é habitual remete-nos para um universo jovem e irreverente que o fotógrafo TERRY RICHARDSONnos últimos anos conseguiu como ninguém materializar nas suas campanhas polémicas. Tal como nas suas imagens, a SISLEY pensa

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em roupas para ocasiões de festas para momentos de felicidade transbordante em que todos queremos manter a nossa espontaneidade e viver o prazer do momento. Ou seja, queremos estar bem, elegantes

e confortáveis sem estar demasiado formais mesmo que estejamos a usar cetim ou seda e a opção seja vestido longo de cocktail ou um fato. Nesta estação destacamos estampados suaves para longos tecidos fluídos.

A tatuadora holandesa ANGELIQUE HOUTKAMPcriou a linha de produtos para a rapariga BILLABONG. Propõem duas t-shirts e dois tops com prints inspirados nos

anos 30, um biquíni e uns boardshorts decorados com miniaturas de tatuagens. A tatuadora é essencialmente reconhecida pelo seu universo old school que traz old school que traz old schoolum toque de humor onde se

misturam pin-ups cómicas, arlequins, elementos icónicos e criaturas metade animal, metade mulher. Para conhecerem melhor esta artista e o seu trabalho.

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A Black Station é a linha de Sport Fashion da PUMAque reúne as colaborações com os designers de moda, fundindo tendências com o conforto e a performance. A mais antiga foi estabelecida com o designer MIHARA YASUHIRO que trouxe uma revolução no calçado

desportivo tanto em termos de formatos solas como cores, sempre com um toque Pop. Nesta estação a colecção também não desilude, inspirado nas novas tecnologias apresenta um calçado com detalhes futuristas. Já a colaboração com

ALEXANDER MCQUEEN a que trouxe mais prestígio da colecção continua fazer-se dentro do imaginário que o criador tinha estabelecido onde explorava a ideia de performance a partir da imagem do puma e do seu esqueleto. Também esta colecção, cheia de

detalhes de luxo, recorre a essa imagem identitária. Além das colecções mencionadas é de referir o sucesso que tem sido a prestação de CHALAYAN que marca o prestígio que PUMA alcançou na área da lifestyle.

A linha L!VE, da LACOSTE vai passar a convidar um artista para realizar colaborações. A primeira arranca com HONET que criou 2 pólos, 1 T-shirt e 1 sweatshirt. Para os pólos, HONET inspirou-se no estilo de camuflagem. Um dos pólos apresenta um estampado gráfico à volta do colarinho e ombros. O outro num estilo semelhante usa tecido piqué previamente estampado, antes de ser feito o corte. Esta técnica faz com que cada pólo seja único já que a determinação

do padrão nunca é igual. Os pólos têm o nome HONETbordado a preto no peito. A T-shirt e sweatshirt mostram sweatshirt mostram sweatshirtdivertidas interpretações

que HONET faz do icónico logótipo do crocodilo.HONET começou no graffitiaos 15 anos e o seu trabalho tornou-se rapidamente uma referência neste meio em

Paris. No final dos anos 90, decidiu mudar de direcção e trocou a lata de spray pelo pincel. Foi o começar de uma segunda carreira que o levou a galerias de arte e a colaborações com empresas como a PRADA e LES ATELIERS RUBY, ATELIERS RUBY, ATELIERS RUBYentre outras.

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A colecção premium da EASTPAK divide-se nesta estação em 3 linhas. Na Topcoated Select, a que bebe mais inspiração na passagem de RICK OWNS pela marca, é no essencial, minimal, vivendo da qualidade e toque dos materiais para um máximo estilo. São feitas a partir de uma espessa camada de algodão alta revestido com dupla camada de nylon escovado. Já a linha D’Lab Authentic segue a tendência do total denim da estação, propondo-se como um suplemento essencial ao look da estação. Feito look da estação. Feito lookem denim é marcado por desgastes e envelhecimento

A CAT surge nesta colecção com uma novidade que nos remete para a estética greco-romana. As sandálias rasas LUNAR, com as suas tiras em pele tornam o pé elegante e têm um visual simples e despojado que corresponde na perfeição ao ADN da CAT. As Sanap mantém a mesma sola anatómica mas com um perfil com tachas com referências aos anos 70. Sem dúvida uma proposta refrescantes!

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APOLLO 11 poisou na lua em 69 sendo hoje um incontornável marco da capacidade engenhosa do homem. Talvez por isso os novos headphones lançados pela NIXON tenham o mesmo nome, mergulhando no imaginário high tecminimalista dos anos 70 onde os tons metálicos eram na altura sinónimo de luxo. E de facto são um luxo no que se refere à qualidade do som já que partem da vontade de fazer um excelente produto aliado a aspectos práticos inovadores. Com estes headphones, por exemplo não vai ser necessário retira-los para atender uma chamada com um micro incorporado e um controlo remoto compatível com o iphone vai ser possível automaticamente detectar e atender chamadas intercalando com o som que estejas a ouvir.

de cor que dá um ar vintage. A série Band of Colors é das três a mais extensa com múltiplas variedades e parte do efeito debandas de cor isoladas sobre o branco remetendo para numa tabela pantone ou então cruzadas formando um xadrez. Este padrão estende-se ainda para a colecção de roupa da EASTPAK.

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BANG & OLUFSENacaba de introduzir uma

nova aplicação que faz do um completo

sistema de som, com dispositivo Apple na base de ligação. A mais recente

BeoPlayer para BeoPlayer para BeoPlayeriOS permite o acesso via internet a 20 estações de

rádio e oferece um relógio com função de alarme,

sempre com o verdadeiro BANG & OLUFSEN.

Chegou a Portugal o novo smartphone XperiaTM arcda SONY ERICSON

fino e leve, o Xperiaa captura de fotografias que alta qualidade e a gravação de vídeos em HD com luminosidade

reduzida. Oferecem também o melhor no que diz

respeito ao entretenimento, nomeadamente em

aplicações, mapas, e-mail e rapidez da Internet para criar a melhor experiência

de entretenimento no seu smartphone.

O SAMSUNG 900X3A é um portátil com um design

incrivelmente fantástico, e arrisco-me a dizer que é provavelmente um dos mais bonitos que vi até

hoje. O SAMSUNG 900X3Atem apenas 16,3 mm de espessura e, em termos

de design apresenta umas curvas bastante elegantes e sofisticadas. É fabricado em duralumínio, o mesmo

material utilizado na construção dos aviões a

jacto e que tem o dobro da resistência do alumínio.

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Chegou a Portugal o novo XperiaTM arc

SONY ERICSON. Super Xperia permite

a captura de fotografias que alta qualidade e a gravação de vídeos em HD com luminosidade

reduzida. Oferecem também o melhor no que diz

respeito ao entretenimento, nomeadamente em

aplicações, mapas, e-mail e rapidez da Internet para criar a melhor experiência

de entretenimento no smartphone.

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A BANG & OLUFSENacaba de introduzir uma

nova aplicação que faz do BeoSound 8 um completo

sistema de som, com dispositivo Apple na base de ligação. A mais recente versão do BeoPlayeriOS permite o acesso via internet a 20 estações de

rádio e oferece um relógio com função de alarme,

sempre com o verdadeiro design BANG & OLUFSEN.

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Neste Verão, a Lancaster apresenta três novidades. Na linha Sun Age Control, a loção para o corpo com SPF 30 permite um bronzeado perfeito ao mesmo tempo que luta contra os sinais de envelhecimento e a perda de firmeza. Já o tratamento after sun reduz os efeitos nocivos de uma exposição solar excessiva e ajuda a regenerar a pele. O óleo nascido nos anos 40 e trazido de novo para a ribalta, intensifica o bronzeado, alimenta a pele e ilumina-a graças ao óleo de buriti, de buriti, de buritiurucum e de betacaroteno.

• Sun Body Lotion SPF

30, 125 ml, ¤49,90

• After Sun Damage Recovery,

50 ml, ¤49,90

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Este creme de tratamento anti-idade para homem protege a pele ao mesmo tempo que hidrata e cuida graças aos princípios activos da castanha da Índia, soja e extracto de bétula. O bálsamo para lábios à base de manteiga de karité tem uma fórmula de fácil absorção que impede a desidratação e restaura a elasticidade da pele dos lábios com a garantia “sem brilho”. O after shave com raiz de gengibre tem um efeito apaziguante e cicatrizante.

• KIEHL'S Facial Fuel Anti-

Wrinkle Cream, 50 ml, ¤39,50

• KIEHL'S No Shine Lip Balm,6 ml, ¤14

• KIEHL'S Razor Bump

Relief, 125 ml, ¤28

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K I E H L ' SA linha de solares da CAUDALIE, dotada de um sistema de filtros de última geração aliada aos polifenóis de grainhas de uva, é um verdadeiro escudo contra os efeitos nocivos dos raios UV. Para complementar, o novo creme fluído de dia com IP15 tem a capacidade de corrigir simultaneamente as irregularidades cutâneas (pigmentação, excesso de sebo, rídulas e desidratação) e assegurar as propriedades foto-correctoras de uma base de maquilhagem invisível.

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IP20, 100 ml, ¤20,80

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Anti-Âge, 40 ml, ¤25,60

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Éclat SPF 15, 25 ml, ¤28

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O bálsamo revitalizante para depois da barba da TERRAKÉ hidrata e acalma as irritações. A presença do magnésio e dos oligoelementos deixa a pele flexível, suave e fresca. Da mesma linha, o gel Abdo-Tonic adelgaçante é um verdadeiro tratamento de choque para tonificar o corpo. A aliança do ferro e do silício actuam de forma localizada para um efeito refirmante.

• Bálsamo Energizante, 50 ml, ¤46,10

• Abdo-Tonic gel adelgaçante,

200 ml, ¤60,35

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RELÓGIOS AZUL, ROSA, VERDE E LILÁS DKNY / RELÓGIO VERMELHO QUADRADO

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ELTON: T-SHIRT ELEMENT / RELÓGIOS PRETO E BRANCO COM DUAS VOLTAS SWATCH /

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RELÓGIO AZUL ESCURO

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LACOSTE L!VE / T-SHIRT MANGAS CAVAS INSIGHT / T-SHIRT QUADRADOS LEVIS / T-SHIRT ESTAMPADA TOP DIESEL / T-SHIRT ASSIMÉTRICA VALCOM / TOP COM RAPOSA ESTAMPADA ELEMENT / ANÉIS

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ELTON: T-SHIRT DE RISCAS LACOSTE L!VE YASMEEN: TOP

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LEVIS / TÉNIS PUMA NA AKIRA / TÉNIS ESTAMPADOS LACOSTE / CALÇAS VERDES SACOOR / SAPATOS CASTANHOS SAPATOS VERMELHOS TOMMY HILFIGER +++ YASMEEN: TÉNIS COLORIDOS NIKE / CUECAS BJORN BORG TÉNIS VERDE MENTA TIGER NA SNEAKERS DELIGHT / SANDÁLIAS CASTANHAS UGG AUSTRALIA / SAPATOS DE REDE CASTANHOS

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ELTON: CALÇÕES DE GANGA LEVIS CINZENTOS BILLABONG / SAPATOS VERMELHOS

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SAPATOS CASTANHOS SPERRY / CALÇÕES / TOP COM ZEBRA ELEMENT / CALÇAS

SAPATOS DE REDE CASTANHOS CAMPER

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Para muitos, o nome JAMIE WOON pode ainda ser desconhecido. O jovem cantor e produtor de 28 anos chega

de Londres e começou a dar que falar em 2007 quando publicou o single Wayfaring Stranger com um remix do secreto remix do secreto remixe ultra-selectivo guru do dubstep britânico BURIAL e um refix de refix de refixRAMADANMAN. Depois o silêncio. Seguiram-se centenas de concertos em nome próprio, munido de uma guitarra acústica, uma caixa de ritmos e a sua voz inconfundível, ou como apoio vocal a AMY WINEHOUSE (que desperdício de energia). Só em final de 2010, todas as atenções se viriam a focar em WOON, com a publicação de Night Air, Night Air, Night Airo primeiro single oficial que levantava a pontinha do véu do álbum de estreia que agora chega às lojas, Mirrorwriting.

O ano começou agitado com os críticos e publicações de música a aderirem em massa a um jogo malicioso de quem-é--melhor-que-quem na nova arena do pós-dubstep. De um lado JAMES BLAKE, do outro JAMIE WOON. Dois artistas lançados nos territórios da electrónica evoluída que os THE XXentregaram de bandeja ao público mainstream. Mas enquanto BLAKE constrói a sua sonoridade esquelética de elementos fragmentados e desconcertantes, em ambientes dispersos que causam estranheza, o som de JAMIE WOON é todo ele controlo, intimismo e familiaridade, uma voz cheia de soul morna e assombrada que irrequieta o espírito num manto nebuloso e opaco. Mas chega de comparações.

JAMIE WOON tem um talento especial para cravar na alma as suas canções pop mergulhadas em Blues´n Bass e deixá-las a marinar.

Um álbum que demorou três anos em gravação e uma vida a escrever. Doze canções próximas da perfeição, pintadas numa

intrincada paleta de tons nocturnos, que combinam uma produção inteligente feita de batidas digitalizadas, sons fantasmagóricos feitos de indícios, fragmentos de vozes ecoadas, reverberações amplas, clicks e clacks secos como osso, como galhos que se quebram ao caminhar, gravados a partir de estalidos de mobília antiga ou pedras do riacho perto da sua casa na Cornualha. Um sistema de suporte sónico que emoldura e sustem a voz luminosa de WOON nos lugares certos.

Ele é íntimo

sem ser óbvio, emocional sem ser meloso, honesto sem ser confessional, recriando atmosferas de mágoa, desilusão, saudade e arrependimento em fraseados que trazem a verdade à flor da pele.

A sedução da voz de JAMIE WOON consegue ser esmagadora. Ao ponto de a querermos isolar dos restantes ruídos electrónicos e saboreá-la com sofreguidão. Felizmente a recente paixão do cantor pelos meandros do dubstep leva a melhor

para formar melodias de delicadeza

desarmante, pontuadas

por ligeiras pulsações electrónicas de sub-graves a assumir os batimentos do coração.

O álbum está repleto de momentos superiores. Night Air, a faixa inaugural, Night Air, a faixa inaugural, Night Airé negra, doce e sedutora como melaço, uma combinação irresistível

da voz suave de WOONcom batidas compulsivas e esquivas sob um céu carregado de nuvens. Uma ode à urgência da noite com a

assinatura inconfundível de BURIAL. Lady Luck, o segundo single, é talvez o momento mais luminoso e grandioso do disco, completo com chorus R’n’Bsumptuosos, carga sexual irresistível e movimentos de anca incontroláveis. Mas permitam-me dizer:

nós gostamos

mais do lado negro de WOON. Em Middle, o sofrimento volta a posicionar-se em palco com o refrão “I can’t get enough of your love” sob uma pesada chuva e o despertar de violinos até agora adormecidos. Spirits não poderia deixar de soar a gospel,

virtualmente acapella, com a voz do cantor sobreposta em várias camadas de minimalismo inquieto. Quase no final, tempo

para mergulhar numa vertigem azul com Gravity, Gravity, Gravitya rendição mais acústica e desprotegida de todo o álbum, habitada por sons expansivos em cascata, imensidão melancólica que potencia emoções sem o mínimo esforço e desafia o mais insensível dos rufiões a manter-se inquebrável.

T— PEDRO LIMAwww.stereobox.com

F— Phil Sharp

WW

W.J

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N.C

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Não restam dúvidas. JAMIE WOON criou um álbum de sublime sensibilidade pop, com apontamentos de Jay Kay e D’angelo em fundo, para ouvir de olhos fechados e deixar-se embalar em demoradas danças solitárias.

J A M I E W O O N

0 4 6 — S O U N S T A T I O N

N O O U T R O L A D O D O E S P E L H O

S O U N D S T A T I O N — 0 4 7

É um sinal óbvio dos tempos que em Inglaterra IAN HODGSONuse a expressão

«música electrónica

britânica confusa» para descrever a sua produção como Moon Wiring Club ou que DAEDELUS, a partir de Los Angeles, classifique a cena musical actual com o mesmo adjectivo —«confusão». O facto de tanto HODGSON como ALFRED DARLINGTON, nome verdadeiro de DAEDELUS, não esconderem o seu fascínio pela época vitoriana é só mais um dado acrescido nesse emaranhado de referências que justifica de fato que se recorra à ideia de confusão para tentar descrever a sua visão artística. Ambos usam também a referência directa via sampler para navegarem sampler para navegarem sampleras suas produções, mas as semelhanças terminam aí. O psicadelismo sépia de Moon Wiring Club parece apoiado sobretudo numa educação visual conseguida através da televisão britânica, enquanto a sofisticação jazzy de jazzy de jazzy DAEDELUS se apoia numa narrativa mais literária. O som que sai das colunas quando se colocam discos de Moon Wiring Clubou de DAEDELUS não têm correspondência directa.

Sobretudo tendo em conta o

novíssimo Bespoke que DAEDELUS acaba de lançar na vetusta NINJA TUNE, editora a que regressa depois de uma ligação pontual à BRAINFEEDERde FLYING LOTUS.

O título do novo trabalho de DAEDELUS refere-se ao universo da alfaiataria, das peças feitas por encomenda e à medida, ideia aliás que se traduz no artwork do artwork do artworkálbum. A quantidade de vozes a que DAEDELUSrecorre neste trabalho —MILOSH, INARA GEORGE, YOUNG DAD, BUSDRIVER, BATHS, KELELA MIZANEKRISTOSe até BILAL a que se adicionam ainda algumas

«vozes instrumentais» de relevo, como os teclados de OM’MAS KEITH dos SA-RA CREATIVE PARTNERS ou a bateria de PETE CURRYda banda de surf LOS STRAITJACKETS —reforça a ideia do trabalho minucioso feito a pensar em cada voz,

em cada proposta de direcção estética e de

arranjo. E esse é o bónus adicional

de Bespoke: uma música que nunca se

conforma, que nunca procura encaixar-se num

qualquer rótulo mais fácil. DAEDELUS pode admirar a

estética dandyda época vitoriana, mas isso não significa que descarte o poder da edição digital.

Porque esta é música de agora, feita a pensar em amanhã. E nesse sentido, as raízes fortes de DAEDELUSna cena de Los Angeles —RAS G, FLYLO, STONES THROW, etc— continuam a ancorar o seu trabalho e o seu pensamento musical: há por aqui temas em que a disposição impressionista de detalhes pode a uma primeira audição dar outro tipo de

justificação, menos nobre talvez, à ideia de «confusão», mas que em audições sucessivas revelam uma paisagem mais nítida, feita de sobreposições de texturas que suportam um pendor melódico fortíssimo.

O lado rítmico, aliás, não chega nunca a sobrepor-se, como se poderia esperar de alguém com ligações tão directas ao universo do hip hop: talvez porque tenha usado baterias reais captadas em estúdio e não meros samples de alta definição de padrões rítmicos impressos em vinil, DAEDELUSprefere integrar o trabalho de CURRYno arranjo, na sopa de frequências mais baixas que não permite esquecer a devoção pelos graves desta cena de Los Angeles (o clube de referência, onde DAEDELUS é presença constante, tem por nome LOW END THEORY…). Em primeiro plano, só mesmo as melodias, porque até

as vozes podem estar encharcadas de reverbs e outros efeitos e atiradas para a tela da faixa como mais uma cor.

No final, mais do que

a disparidade física dos modelos usados —ou, neste caso,

das vozes e dos instrumentistas—

o que emerge como absolutamente claro é o perfeito corte de DAEDELUS, uma visão rigorosamente definida da sua música, que embora seja claramente da idade digital e inserida numa cena específica, consegue ainda assim sobrevoar rótulos e afirmar uma identidade particular.

A dispersão esteve sempre presente na carreira de DAEDELUS: em 10 anos de edições, este produtor conseguiu acumular uma impressionante lista de edições em editoras de referência, das já citadas BRAINFEEDER e NINJA TUNE, à STONES THROW, PLUG RESEARCH, WARP, ALPHJA PUPP e MUSH,

para citar apenas as mais importantes. Que dessa confusão de etiquetas DAEDELUSconsiga ainda assim emergir como um alfaite de corte imediatamente identificável

é algo que só sublinha a sua fortíssima marca

de autor. O novo álbum pede, então,

cuidados na abordagem —não é uma peça simples

para esta «silly season» que se aproxima, antes um refinado objecto que já sabemos

ir resistir a várias épocas e com lugar de

destaque no armário. É assim com os grandes fatos —caem sempre bem.

T— RUI MIGUEL ABREU

F— LAURA DARLINGTON

WW

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D A E D E L U S

0 4 8 — S O U N S T A T I O N

S E N H O R A L F A I A T E

S O U N D S T A T I O N — 0 4 9

O caso AQUAPARQUEarrastou-se lentamente na justiça portuguesa devido a um braço-

-de-ferro entre o Estado e os pais de duas crianças então falecidas no parque aquático do Restelo: Frederico Duarte e Diana Caldas. Foi um processo que motivou centenas de páginas de jornais impressas e milhares de litros de saliva gastos a discutir os princípios do estado e que acabou com o pagamento de uma indemnização aos progenitores das vítimas.

Quase dez anos depois, o AQUAPARQUE volta a dar que falar mas por outras razões. Neste caso, não são duas crianças ainda que PEDRO MAGINA e ANDRÉ ABEL conservem um lastro de pureza na relação com a música. O segundo lembra a relação emocional com a obra de ANTÓNIO VARIAÇÕES para explicar pontos de contacto entre a

contemporaneidade dos AQUAPARQUE e o gosto por alguma new wave

portuguesa da década de 80. "Ainda hoje tenho uma referência emocional forte

(do António Variações). Ouvi

aquilo numa idade de formação. Creio que o

meu pai tinha comprado os discos. Mais tarde, conheci os Pop Dell'Arte. Os Mler Ife Dada, por exemplo, não ouvi tanto. Os Heróis do Mar também conheço mal. Lembro-me que quando me falaram em Ocaso Épico fui à procura. É interessante essa descoberta".

O novo álbum Pintura Moderna é uma prova da coabitação pacífica entre um universo pop claramente identificável e uma necessidade de experimentar o que não choca com os cânones tradicionais de uma canção. ANDRÉ ABEL

assume "essa necessidade de experimentar com as regras do jogo" intrínseca à identidade dos Aquaparque. O que um dos cérebros da banda bicéfala não assume por completo "é a

consciência dessas regras". Mas que não restem dúvidas, o "ponto de partida são os

cânones da pop se bem que alicerçados numa cultura de ouvinte mais do que intérpretes ou estudante de todo o tipo de músicas mais periféricas". Um caminho "no sentido da canção pop", tal e qual o que ANIMAL COLLECTIVE, PANDA BEARou ARIEL PINK percorrem. Por comparação com o irmão mais novo, É Isso Aí, os AQUAPARQUEestão mais concisos e objectivos. Menos "difusos" e deslaçados. "Sim, eu

percebo que se diga isso. Aparentemente, não havia muitos pontos de contacto com essa ideia de

canção pop

enquanto este tem uma voz mais à frente e menos embebida em efeitos. Há uma maior clareza na mistura da instrumentação. O som é menos denso logo compreendo que possa soar mais claro", responde ANDRÉ ABEL

sobre as diferenças entre os dois discos.

De há pouco mais de um ano para cá, decorreu "um processo natural de evolução e que nasce da necessidade de trabalhar de forma diferente" mas nem tudo em Pintura Moderna nasceu de um acto espontâneo de correlação artística. "Algumas coisas foram intencionais como a questão da voz. Não queríamos um registo tão bidimensional como no anterior. Isso fez com que partíssemos para cada canção com um sentido diferente", confessa.

As duas dimensões são um denominador comum numa multiplicação de fragmentos sonoros a partir de uma matemática simples.

Palavras

caras como "néscio" ou "solipsismo" abrem o apetite para uma descoberta que não termina nos sons. "Se alguém for ao dicionário procurar um termo, significa que se esforçou, Hoje em dia é tudo tão leviano que esse exercício se torna interessante".

Com esta expressão de arte

contemporânea sob a forma de canção, os

AQUAPARQUE conseguiram agitar águas numa época em que está na moda a música portuguesa gostar de si própria. PEDRO MAGINA e ANDRÉ ABELsão dos mais generosos contribuintes para esse estado de auto-confiança.

T— DAVIDE PINHEIRO

F— ISABEL SALVADO

A Q U A P A R Q U E

0 5 0 — S O U N S T A T I O N

P A R Q U E D E D I V E R S Õ E S

S O U N D S T A T I O N — 0 5 1

A D I D A S

B Y

Fotografia— RICARDO GOMES

Styling— SÓ

NIA

JESUS

LUCAS VAIDA + IANA VACULA (Light Models) ass. styling por MARIA JOÃO ROCHA, make-up por SARA MENITRA, hair por ELSA BRANDÃO

LUCAScalças e ténis em vinil

transparente, tudo ADIDAS by JEREMY SCOTT

IANAvestido com zip e botões coloridos

e sabrinas, tudo ADIDAS by JEREMY SCOTT

A D I D A S B Y

0 5 2 — P O I N T A D I D A S

J E R E M Y

S

C

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T

T

LUCAScalções de lycra e track jacket, tudo ADIDAS by JEREMY SCOTT

IANA calções ADIDAS ORIGINALS, tank top e botas, tudo ADIDAS

by JEREMY SCOTT

J E R E M Y S C O T T

P O I N T A D I D A S — 0 5 3

LUCAScalções Adidas Originals, tenis e trench-coat vinil transparente

com prints de solas, tudo ADIDAS by JEREMY SCOTT

IAN

Aca

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boxe

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do

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A D I D A S B Y

0 5 4 — P O I N T A D I D A S

LUCASturbante, lenços e colar da produção

IANAcorsários, top e track jacket, tudo ADIDAS by JEREMY SCOTT

J E R E M Y S C O T T

P O I N T A D I D A S — 0 5 5

Antes de Lisboa começar a ser referenciada nos guias internacionais, já NOAH LENNOX (PANDA

) se tinha mudado para o Príncipe Real. A homenagem sentida à cidade está expressa na canção que encerra Tomboycanção que encerra Tomboycanção que encerra Chama-se Benficanão versa apenas o tema do futebol. O sucessor do magnânimo Person Pitchchega agora que os ANIMAL COLLECTIVE regressaram aos palcos e após sucessivos adiamentos.

Antes de Lisboa começar a ser referenciada nos guias internacionais, já

PANDA ) se tinha mudado

para o Príncipe Real. A homenagem sentida à cidade está expressa na

Tomboy. Tomboy. TomboyBenfica mas

não versa apenas o tema do futebol. O sucessor do

Person PitchANIMAL

regressaram aos palcos e após sucessivos

P A N D A B E A R

Antes de Lisboa começar a ser referenciada nos guias internacionais, já NOAH LENNOX BEAR) se tinha mudado para o Príncipe Real. A homenagem sentida à cidade está expressa na canção que encerra Chama-se não versa apenas o tema do futebol. O sucessor do magnânimo chega agora que os COLLECTIVEaos palcos e após sucessivos adiamentos.0 5 6 — C E N T R A L P A R Q

A M I G O E M P O R T U G A L

G R A N D E E N T R E V I S T A — 0 5 7

A M I G O E M P O R T U G A L

G R A N D E E N T R E V I S T A — 0 5 7

Ainda vives em Lisboa? PB Sim. Ainda passo cá a maior parte do tempo PB Sim. Ainda passo cá a maior parte do tempo PB apesar de recentemente ter passado três meses fora, em Nova Iorque. que é que te fascinou para te mudares para Lisboa? PB A resposta é simples: PB A resposta é simples: PB conheci a minha mulher aqui e chegámos a um ponto em que se colocou a questão de vir para cá para poder tornar a relação mais séria. Também estava cansado de Nova Iorque, das luzes e dos holofotes. Não ando à procura desse tipo de intensidade. Lisboa também é uma grande cidade mas não tem a dimensão de Nova Iorque o que a torna muito aprazível. Desde que estás a viver em Lisboa, notas que a cidade mudou?

tornou-se uma cidade mais cosmopolita sobretudo em certos bairros ou na baixa. Eu vivo perto do centro e estou sempre a ver turistas. Ouço línguas diferentes e é como se visse o mundo a passar à minha frente. Artisticamente, a cidade influenciou-te no Tomboy? PBSeguramente mas PBSeguramente mas PB

tudo estava misturado. Agora queria apenas três ou quatro elementos das canções que subsistissem. Uma das grandes diferenças do disco foi

Sim. Ainda passo cá a maior parte do tempo apesar de recentemente ter passado três meses fora, em Nova Iorque. P O P O P

A resposta é simples: conheci a minha mulher aqui e chegámos a um ponto em que se colocou a questão de vir para cá para poder tornar a relação mais séria. Também estava cansado de Nova Iorque, das luzes e dos holofotes. Não ando à procura desse tipo de intensidade. Lisboa também é uma grande cidade mas não tem a dimensão de Nova Iorque o que a torna muito aprazível. Desde que estás a viver em Lisboa, notas que a cidade mudou? PB Sim, PB Sim, PB

tornou-se uma cidade mais cosmopolita sobretudo em certos bairros ou na baixa. Eu vivo perto do centro e estou sempre a ver turistas. Ouço línguas diferentes e é como se visse o mundo a passar à minha frente.

Seguramente mas PBSeguramente mas PB

tudo estava misturado. Agora queria apenas três ou quatro elementos das canções que subsistissem. Uma das grandes diferenças do disco foi

P A N D A B E A R

P Ainda vives em Lisboa? P Ainda vives em Lisboa? Papesar de recentemente ter passado três meses fora, em Nova Iorque. que é que te fascinou para te mudares para Lisboa? conheci a minha mulher aqui e chegámos a um ponto em que se colocou a questão de vir para cá para poder tornar a relação mais séria. Também estava cansado de Nova Iorque, das luzes e dos holofotes. Não ando à procura desse tipo de intensidade. Lisboa também é uma grande cidade mas não tem a dimensão de Nova Iorque o que a torna muito aprazível. P Desde que estás a viver em Lisboa, notas que a cidade mudou? P Desde que estás a viver em Lisboa, notas que a cidade mudou? P

tornou-se uma cidade mais cosmopolita sobretudo em certos bairros ou na baixa. Eu vivo perto do centro e estou sempre a ver turistas. Ouço línguas diferentes e é como se visse o mundo a passar à minha frente.

P Artisticamente, a cidade influenciou-te no P Artisticamente, a cidade influenciou-te no P

tudo estava misturado. Agora queria apenas três ou quatro elementos das canções que subsistissem. Uma das grandes diferenças do disco foi

0 5 8 — C E N T R A L P A R Q

Artisticamente, a cidade influenciou-te no Tomboy? PBSeguramente mas PBSeguramente mas PBnão sei dizer como. A geografia influencia a música mas não consigo dizer que foi "a luz de Lisboa" que mudou a música. Viver aqui traz, para todos os efeitos, mudanças. Directa ou indirectamente, Lisboa está presente.No disco há uma canção a que chamaste de Benfica. É uma homenagem

ao clube ou procuraste reflectir sobre a intensidade que o futebol gera? Um pouco das duas. É uma canção sobre competição. Eu sempre

discuti com a minha mãe sobre o que é ser-se competitivo porque pode ser uma atitude saudável mas a minha mãe não concorda porque detesta desporto. No último ano, o Benfica tornou-se o símbolo da competição. Já não ganhava o campeonato há alguns anos e foi emocionante a vitória. No fundo, procurei reflectir sobre o que é elevar a fasquia. um álbum tão elogiado como Person Pitch, partiste para

PB Queria um disco diferente com métodos diferentes PB Queria um disco diferente com métodos diferentes PBpara sentir que estava a evoluir. Também procurei desfrutar da música mas essa é uma resposta clássica. P O disco foi adiado várias vezes. Não P O disco foi adiado várias vezes. Não P te sentias satisfeito? PBNão, simplesmente demorou mais tempo do que PBNão, simplesmente demorou mais tempo do que PBeu esperava porque levei muito tempo a gravar cada uma das canções.

Revelaste várias canções ainda antes de o álbum sair. Porque é que fez

P Ainda antes de ter o primeiro P Ainda antes de ter o primeiro P single canções que eu sabia que eram essenciais. Precisava de um álbum mas antes de pensar no todo, quis concentrar-me nessas músicas que me pareceram nucleares. Material que eu fui preparando durante a digressão

ANIMAL COLLECTIVE quando tinha tempo. Daí terem saído singles e só depois o álbum. PB Disseste que tinhas sido influenciado por PB Disseste que tinhas sido influenciado por PB

SCOTT WALKER. Procuraste guiar-te por uma abordagem vocal próxima do estilo de 'crooner'? P Sim, foi isso mesmo. Queria uma P Sim, foi isso mesmo. Queria uma P voz mais presente em relação ao disco anterior. Com o tudo estava misturado. Agora queria apenas três ou quatro elementos

Seguramente mas não sei dizer como. A geografia influencia a música mas não consigo dizer que foi "a luz de Lisboa" que mudou a música. Viver aqui traz, para todos os efeitos, mudanças. Directa ou indirectamente, Lisboa está presente.

. É uma homenagem ao clube ou procuraste reflectir sobre a intensidade que o futebol gera?

Um pouco das duas. É uma canção sobre competição. Eu sempre discuti com a minha mãe sobre o que é ser-se competitivo porque pode ser uma atitude saudável mas a minha mãe não concorda porque detesta desporto. No último ano, o Benfica tornou-se o símbolo da competição. Já não ganhava o campeonato há alguns anos e foi emocionante a vitória. No fundo, procurei reflectir sobre o que é elevar a fasquia. P Depois de P Depois de P

, partiste para Tomboy com Queria um disco diferente com métodos diferentes

para sentir que estava a evoluir. Também procurei desfrutar da música O disco foi adiado várias vezes. Não

Não, simplesmente demorou mais tempo do que eu esperava porque levei muito tempo a gravar cada uma das canções.

Revelaste várias canções ainda antes de o álbum sair. Porque é que fez single pronto, já havia

canções que eu sabia que eram essenciais. Precisava de um álbum mas antes de pensar no todo, quis concentrar-me nessas músicas que me pareceram nucleares. Material que eu fui preparando durante a digressão

quando tinha tempo. Daí terem saído singles Disseste que tinhas sido influenciado por FRANK

. Procuraste guiar-te por uma abordagem Sim, foi isso mesmo. Queria uma

voz mais presente em relação ao disco anterior. Com o Person Pitch, tudo estava misturado. Agora queria apenas três ou quatro elementos

P Artisticamente, a cidade influenciou-te no P Artisticamente, a cidade influenciou-te no P não sei dizer como. A geografia influencia a música mas não consigo dizer que foi "a luz de Lisboa" que mudou a música. Viver aqui traz, para todos os efeitos, mudanças. Directa ou indirectamente, Lisboa está presente.

P No disco há uma canção a que chamaste de P No disco há uma canção a que chamaste de P ao clube ou procuraste reflectir sobre a intensidade que o futebol gera?

PB Um pouco das duas. É uma canção sobre competição. Eu sempre PB Um pouco das duas. É uma canção sobre competição. Eu sempre PB discuti com a minha mãe sobre o que é ser-se competitivo porque pode ser uma atitude saudável mas a minha mãe não concorda porque detesta desporto. No último ano, o Benfica tornou-se o símbolo da competição. Já não ganhava o campeonato há alguns anos e foi emocionante a vitória. No fundo, procurei reflectir sobre o que é elevar a fasquia. um álbum tão elogiado como algum objectivo? PBpara sentir que estava a evoluir. Também procurei desfrutar da música mas essa é uma resposta clássica. te sentias satisfeito? eu esperava porque levei muito tempo a gravar cada uma das canções.

PBRevelaste várias canções ainda antes de o álbum sair. Porque é que fez PBRevelaste várias canções ainda antes de o álbum sair. Porque é que fez PBsentido juntá-las? P canções que eu sabia que eram essenciais. Precisava de um álbum mas antes de pensar no todo, quis concentrar-me nessas músicas que me pareceram nucleares. Material que eu fui preparando durante a digressão dos ANIMAL COLLECTIVEe só depois o álbum. SINATRA e SCOTT WALKERvocal próxima do estilo devoz mais presente em relação ao disco anterior. Com o tudo estava misturado. Agora queria apenas três ou quatro elementos

P

em preparação? PB Sim, temos um grupo de novas canções PB Sim, temos um grupo de novas canções PB que vamos apresentar mas não temos planos para gravar.atribuir mais importância aos concertos? PB São experiências separadas. PB São experiências separadas. PB Gosto de ambas. O que não é possível é transferir qualquer uma delas.Se vives cá, porque é que os ANIMAL COLLECTIVE não incluíram Lisboa

na sua última digressão? PB Esse tema acaba por ser inevitável nas nossas PB Esse tema acaba por ser inevitável nas nossas PB conversas. Queremos tocar em Lisboa num futuro próximo.solo, também ficaria muito surpreendido se não desse nenhum concerto cá em Lisboa mas francamente não sei quando é que isso poderá acontecer.

G R A N D E E N T R E V I S T A — 0 5 9

para as pessoas o que possa vir consequência. Pum novo álbum COLLECTIVE em preparação? que vamos apresentar mas não temos planos para gravar.atribuir mais importância aos concertos? Gosto de ambas. O que não é possível é transferir qualquer uma delas.

P Se vives cá, porque é que os P Se vives cá, porque é que os P na sua última digressão? conversas. Queremos tocar em Lisboa num futuro próximo.solo, também ficaria muito surpreendido se não desse nenhum concerto cá em Lisboa mas francamente não sei quando é que isso poderá acontecer.

ouvirem. Tudo depois, é uma É verdade que há dos ANIMAL

Sim, temos um grupo de novas canções que vamos apresentar mas não temos planos para gravar. P Passaram a P Passaram a P

São experiências separadas. Gosto de ambas. O que não é possível é transferir qualquer uma delas.

não incluíram Lisboa Esse tema acaba por ser inevitável nas nossas

conversas. Queremos tocar em Lisboa num futuro próximo. P E a solo? P E a solo? P PB A PB A PB solo, também ficaria muito surpreendido se não desse nenhum concerto cá em Lisboa mas francamente não sei quando é que isso poderá acontecer.

G R A N D E E N T R E V I S T A — 0 5 9

a forma como canto. Fui influenciado por tipos como SCOTT WALKER que cantam "do estômago". Sei que não tenho a voz

deles mas fiquei satisfeito. P Atribuis alguma importância à técnica ou a P Atribuis alguma importância à técnica ou a P música para ti é simplesmente um reflexo da espontaneidade? de ambas. Não gosto da técnica "in-your-face". É um estilo com o qual "in-your-face". É um estilo com o qual "in-your-face"não me consigo relacionar mas também não gosto de música desleixada. Prefiro que a técnica sirva as ideias. P Sendo a tua música e a dos P Sendo a tua música e a dos P

muito elogiada pelos melómanos, estiveste preocupado com o que se diz e escreve ou simplesmente não atribuíste importância?

A M I G O E M P O R T U G A L

a forma como canto. Fui influenciado por tipos como ou SCOTT WALKERdeles mas fiquei satisfeito. música para ti é simplesmente um reflexo da espontaneidade? de ambas. Não gosto da técnica não me consigo relacionar mas também não gosto de música desleixada. Prefiro que a técnica sirva as ideias. COLLECTIVE muito elogiada pelos melómanos, estiveste preocupado com o que se diz e escreve ou simplesmente não atribuíste importância?

PB G osto d e ao que se passa demasiado a uma distracção.

T— DAVIDE PINHEIRO

A M I G O E M P O R T U G A L

F— JAVIER DOMENECH

a forma como canto. Fui influenciado por tipos como FRANK SINATRA que cantam "do estômago". Sei que não tenho a voz

Atribuis alguma importância à técnica ou a música para ti é simplesmente um reflexo da espontaneidade? PB Um pouco PB Um pouco PB

. É um estilo com o qual PB

. É um estilo com o qual PB

não me consigo relacionar mas também não gosto de música desleixada. Sendo a tua música e a dos ANIMAL

muito elogiada pelos melómanos, estiveste preocupado com o que se diz e escreve ou simplesmente não atribuíste importância?

prestar atenção m a s l e v a r sério torna-se Faço música

A QUÍMICA É TUDO. NADA SE PERDE, TUDO SE TRANSFORMA, SEGUNDO LAVOISIER. A CIÊNCIA ALIMENTA-SE DA MUDANÇA, MAS O QUE DIZER QUANDO UMA MÁ NOTÍCIA OBRIGA A UMA MUDANÇA TÃO DRÁSTICA, QUE SE PODERIA ASSUMIR QUE, A DETERMINADA TEMPERATURA, QUALQUER CARÁCTER SE EVAPORA?

Sem julgamentos. Não é isso que está em jogo em Breaking BadRuptura Total, em exibição no canal MOV). A

série passa-se em Albuquerque, Novo México, onde é também produzida, e estreou em Janeiro de 2008 no canal AMC, também

. Criada e produzida por

volta. Inteligente, no mínimo, teve os seus méritos reconhecidos pela crítica desde a primeira época, composta por sete episódios, e pelos vários Emmys que recebeu, entre eles o de melhor actor numa série dramática para BRYAN CRANSTON. Já conhecemos

A Vida é Injusta (Fox), como o pai paciente que mantinha a calma mesmo em situações que levariam qualquer outra pessoa a explodir furiosamente. A libertação acontece aqui:

“breaking bad”, explicou em entrevista, é uma gíria do sul que descreve o desvio de alguém do caminho certo, a opção de uma vida errante. Esse parece ser o caso de Walter White. O seu dia-a-dia não era nenhum mar de rosas antes de descobrir que tinha a vida por um fio, mas quando lhe é diagnosticado um cancro no pulmão inoperável, parece que pior seria impossível. O médico diz-lhe que tem entre um a dois anos de vida, mas Walter parece ainda mais incomodado pela nódoa de mostarda que ele tem na bata enquanto fala. A notícia anuncia transformações inconvenientes, mas ele é professor de química: ele sabe que as células degeneram, que os acidentes acontecem e que o castigo ou a culpa são linguagem dos humanos, não da natureza. Mas cedo ou tarde terá que enfrentar a realidade. O filho sofre de paralisia cerebral e a mulher, Skyler, está à espera de outra criança. A única solução que lhe ocorre é tentar juntar o máximo de dinheiro possível para deixar como herança à família, usando os seus conhecimentos para fabricar metanfetaminas com o auxílio de um ex-aluno, Jesse (AARON PAUL). Os dois

, em exibição no canal MOV). A série passa-se em Albuquerque, Novo México, onde é também produzida, e estreou em Janeiro de 2008 no canal AMC, também

. Criada e produzida por VINCE GILLIGANFicheiros Secretos, esta é uma comédia negra, ou

dir-se-ia ainda, sépia impressionista: a acompanhar o sentido de humor há uma espécie de pestilência que permeia a fotografia e a própria construção e interpretação das personagens, como se conseguíssemos imaginar moscas e um cheiro esquisito à sua volta. Inteligente, no mínimo, teve os seus méritos reconhecidos pela crítica desde a primeira época, composta por sete episódios, e pelos vários Emmys que recebeu, entre eles o de melhor actor numa série dramática para BRYAN CRANSTON

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A QUÍMICA É TUDO. NADA SE PERDE, TUDO SE TRANSFORMA, SEGUNDO LAVOISIER. A CIÊNCIA ALIMENTA-SE DA MUDANÇA, MAS O QUE DIZER QUANDO UMA MÁ NOTÍCIA OBRIGA A UMA MUDANÇA TÃO DRÁSTICA, QUE SE PODERIA ASSUMIR QUE, A DETERMINADA TEMPERATURA,

Breaking Bad, em exibição no canal MOV). A

série passa-se em Albuquerque, Novo México, onde é também

volta. Inteligente, no mínimo, teve os seus méritos reconhecidos pela crítica desde a primeira época, composta por sete episódios, e pelos vários Emmys que recebeu, entre eles o de melhor actor

. Já conhecemos (Fox), como o pai paciente que

mantinha a calma mesmo em situações que levariam qualquer outra pessoa a explodir furiosamente. A libertação acontece aqui:

explicou em entrevista, é uma gíria do sul que descreve o desvio de alguém do caminho certo, a opção de uma vida errante. Esse parece ser o caso de Walter White. O seu dia-a-dia não era nenhum mar de rosas antes de descobrir que tinha a vida por um fio, mas quando lhe é diagnosticado

parece que pior seria tem entre um a dois anos mais incomodado pela na bata enquanto fala. A inconvenientes, mas ele é as células degeneram, o castigo ou a culpa são natureza. Mas cedo ou O filho sofre de paralisia espera de outra criança. tentar juntar o máximo como herança à família, fabricar metanfetaminas

). Os dois

, em exibição no canal MOV). A série passa-se em Albuquerque, Novo México, onde é também produzida, e estreou em Janeiro de 2008 no canal AMC, também

VINCE GILLIGAN, co-, esta é uma comédia negra, ou

dir-se-ia ainda, sépia impressionista: a acompanhar o sentido de humor há uma espécie de pestilência que permeia a fotografia e a própria construção e interpretação das personagens, como se conseguíssemos imaginar moscas e um cheiro esquisito à sua volta. Inteligente, no mínimo, teve os seus méritos reconhecidos

A QUÍMICA É TUDO. NADA SE PERDE, TUDO SE TRANSFORMA, SEGUNDO LAVOISIER. A CIÊNCIA ALIMENTA-SE DA MUDANÇA, MAS O QUE DIZER QUANDO UMA MÁ NOTÍCIA OBRIGA A UMA MUDANÇA TÃO DRÁSTICA, QUE SE PODERIA ASSUMIR QUE, A DETERMINADA TEMPERATURA, QUALQUER CARÁCTER SE EVAPORA?

Sem julgamentos. Não é isso que está em jogo em (traduzido como Ruptura Totalsérie passa-se em Albuquerque, Novo México, onde é também produzida, e estreou em Janeiro de 2008 no canal AMC, também o de Mad Men. Criada e produzida porprodutor de Ficheiros Secretosdir-se-ia ainda, sépia impressionista: a acompanhar o sentido de

CRANSTON de A Vida é Injustamantinha a calma mesmo em situações que levariam qualquer outra pessoa a explodir furiosamente. A libertação acontece aqui: a expressão “breaking bad”,sul que descreve o desvio de alguém do caminho certo, a opção de uma vida errante. Esse parece ser o caso de Walter White. O seu dia-a-dia não era nenhum mar de rosas antes de descobrir que tinha a vida por um fio, mas quando lhe é diagnosticado um cancro no pulmão inoperável, impossível. O médico diz-lhe que de vida, mas Walter parece ainda nódoa de mostarda que ele tem notícia anuncia transformações professor de química: ele sabe que que os acidentes acontecem e que linguagem dos humanos, não da tarde terá que enfrentar a realidade. cerebral e a mulher, Skyler, está à A única solução que lhe ocorre é de dinheiro possível para deixar usando os seus conhecimentos para com o auxílio de um ex-aluno, Jesse

produtor de Ficheiros Secretosdir-se-ia ainda, sépia impressionista: a acompanhar o sentido de humor há uma espécie de pestilência que permeia a fotografia e a própria construção e interpretação das personagens, como se conseguíssemos imaginar moscas e um cheiro esquisito à sua volta. Inteligente, no mínimo, teve os seus méritos reconhecidos pela crítica desde a primeira época, composta por sete episódios, e pelos vários Emmys que recebeu, entre eles o de melhor actor numa série dramática para CRANSTON de A Vida é Injustamantinha a calma mesmo em situações que levariam qualquer

B R E A K I N G

0 6 0 — C E N T R A L P A R Q

acabam envolvidos numa série de confusões, perseguidos por criminosos e forçados a tomar medidas extremas para salvar a própria vida. O tráfico de drogas não é coisa para heróis que não ousam acreditar no pior a respeito de si próprios e este é um vilão relutante, acrescente-se. O seu dilema é compreensível, mas se as células sofrem mutações, as pessoas também, e então: bem-vindos à verdadeira selva. Walter é quase um alquimista, um

mágico que procura resolver os seus problemas com soluções químicas e fórmulas matemáticas. Mudança por mudança, talvez uma combustão espontânea possa trazer as coisas de volta ao normal. Essa é também a sua forma de encarar a morte —antes dela, uma última oportunidade de rebeldia. Mas será que os fins justificam os meios? Quem não se revê na confissão: “aconteça o que acontecer, quero que saibas que fiz o que fiz com a melhor das intenções”? O princípio era bom, mas entretanto, alguma coisa se perdeu pelo caminho. A natureza seguiu o seu curso, mesmo com hipotéticos protestos contra o veredicto final. E até quando se pode viver à custa das virtudes dos bons velhos tempos? Como já se disse, não é essa a questão. A verdadeira questão é como lavar (literalmente) dinheiro, apagar fogos com as peças de roupa que sobram ou evitar a sujidade: toda uma colecção de tiques e a importância dos pequenos pormenores. Porque não? São a distracção perfeita.

de si próprios e este é um vilão relutante, acrescente-se. O seu dilema é compreensível, mas se as células sofrem mutações, as pessoas também, e então: bem-vindos à verdadeira selva. Walter é quase um alquimista, um

acabam envolvidos numa série de confusões, perseguidos por criminosos e forçados a tomar medidas extremas para salvar a própria vida. O tráfico de drogas não é coisa para heróis que não ousam acreditar no pior a respeito de si próprios e este é um vilão relutante, acrescente-se. O seu dilema é compreensível, mas se as células sofrem mutações, as pessoas também, e então: bem-vindos à verdadeira selva. Walter é quase um alquimista, um

mágico que procura resolver os seus problemas com soluções químicas e fórmulas matemáticas. Mudança por mudança, talvez uma combustão espontânea possa trazer as coisas de volta ao normal. Essa é também a sua forma de encarar a morte —antes dela, uma última oportunidade de rebeldia. Mas será que os fins justificam os meios? Quem não se revê na confissão: “aconteça o que acontecer, quero que saibas que fiz o que fiz com a melhor das intenções”? O princípio era bom, mas entretanto, alguma coisa se perdeu pelo caminho. A natureza seguiu o seu curso, mesmo com hipotéticos protestos contra o veredicto final. E até quando se pode viver à custa das virtudes dos bons velhos tempos? Como já se disse, não é essa a questão. A verdadeira questão é como lavar (literalmente) dinheiro, apagar fogos com as peças de roupa que sobram ou evitar a sujidade: toda uma colecção de tiques e a importância dos pequenos pormenores. Porque não? São a distracção

acabam envolvidos numa série de confusões, perseguidos por criminosos e forçados a tomar medidas extremas para salvar a própria vida. O tráfico de drogas não é coisa para heróis que não ousam acreditar no pior a respeito de si próprios e este é um vilão relutante, acrescente-se. O seu dilema é compreensível, mas se as células sofrem mutações, as pessoas também, e então: bem-vindos à verdadeira selva. Walter é quase um alquimista, um compreensível, mas se as células sofrem mutações, as pessoas também, e então: bem-vindos à verdadeira selva. Walter é quase um alquimista, um

B A D

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PHILIPPINE BAUSCH a PINA BAUSCH. De PINA BAUSCHProcurar palavras que definam PINA BAUSCH é um risco e poderá ser insuficiente ou até mesmo inútil. As palavras por si só, nunca farão justiça ao que é para se sentir debaixo da pele e dentro do peito. É que numa encenação

os bailarinos em cima do palco não se limitam a dançar. Eles correm. Eles gritam e riem. Gemem e suspiram. São braços aparentemente desgovernados e pernas esticadas até bem lá ao alto. Corpos amontoados, sôfregos e entrelaçados em piruetas velozes. Seres com todos os sentimentos à flor da pele. Com medos e amores, melancolias e neuras. Vai alguém e derrama água ou atira terra para o chão do palco. Do nada, o princípio.

Imaginar esse «princípio» e tudo o resto a acontecer como que na ponta de nosso próprio nariz; isto é, como num teatro, mas ainda mais perto; é

WIM WENDERS no novo Documentário apresentado no FESTIVAL DE BERLIM na selecção oficial (não tendo concorrido ao Urso de Ouro) e que chega agora às salas de cinema. O que era para ser um com duas câmaras a seguir duas digressões (mas pelo facto da Coreógrafa se ter recusado —só porque há coisas que não se explicam— a integrar um projecto que a levasse a comentar ou racionalizar os seus métodos), transformou-se numa logística delicada e numa dança sincronizada entre

De PHILIPPINE BAUSCH Procurar palavras que definam insuficiente ou até mesmo inútil. As palavras por si só, nunca farão justiça ao que é para se sentir debaixo da pele e dentro do peito. É que numa encenação de PINA BAUSCH os bailarinos em cima do palco não se limitam a dançar. Eles correm. Eles gritam e riem. Gemem e suspiram. São braços aparentemente desgovernados e pernas esticadas até bem lá ao alto. Corpos amontoados, sôfregos e entrelaçados em piruetas velozes. Seres com todos os sentimentos à flor da pele. Com medos e amores, melancolias e neuras. Vai alguém e derrama água ou atira terra para o chão do palco. Do nada, o princípio.

Imaginar esse «princípio» e tudo o resto a acontecer como que na ponta de nosso próprio nariz; isto é, como num teatro, mas ainda mais perto; é o que nos propõe WIM WENDERSFESTIVAL DE BERLIMOuro) e que chega agora às salas de cinema. O que era para ser um com duas câmaras a seguir duas digressões (mas pelo facto da Coreógrafa se ter recusado —só porque há coisas que não se explicam— a integrar um projecto que a levasse a comentar ou racionalizar os seus métodos), transformou-se numa logística delicada e numa dança sincronizada entre

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PINA BAUSCH, a PINA. é um risco e poderá ser

insuficiente ou até mesmo inútil. As palavras por si só, nunca farão justiça ao que é para se sentir debaixo da pele e dentro do peito. É que numa encenação

os bailarinos em cima do palco não se limitam a dançar. Eles correm. Eles gritam e riem. Gemem e suspiram. São braços aparentemente desgovernados e pernas esticadas até bem lá ao alto. Corpos amontoados, sôfregos e entrelaçados em piruetas velozes. Seres com todos os sentimentos à flor da pele. Com medos e amores, melancolias e neuras. Vai alguém e derrama água ou atira terra para o chão do palco. Do nada, o princípio.

Imaginar esse «princípio» e tudo o resto a acontecer como que na ponta de nosso próprio nariz; isto é, como num teatro, mas ainda mais perto; é

no novo Documentário apresentado no na selecção oficial (não tendo concorrido ao Urso de

Ouro) e que chega agora às salas de cinema. O que era para ser um road moviecom duas câmaras a seguir duas digressões (mas pelo facto da Coreógrafa se ter recusado —só porque há coisas que não se explicam— a integrar um projecto que a levasse a comentar ou racionalizar os seus métodos), transformou-se numa logística delicada e numa dança sincronizada entre

W I M W E N D E R S

bailarinos, duas câmaras e um guindaste (sempre presentes em cada WIM WENDERS descobriu que com a tecnologia 3D, a Arte de

Pina pode ir mais além do que uma simples projecção numa tela e alcançar dimensões e explorar a profundidade, e isto, tem tão de quase-palpável como de emocionante. Le Sacre du Printemps (1975), Kontakthof

r (1978) e Vollmondr (1978) e Vollmondr (1978) e (2006); são as quatro peças que inspiram este documentário. A Bailarina e Coreografa ainda cooperou no início de 2009 nas filmagens, mas com a sua morte (em Julho do mesmo ano, cinco dias após lhe ter sido diagnosticado cancro). Ao realizador

, restou-lhe honrar a memória de PINA BAUSCHos métodos da mesma. O filme «articula-se entre momentos e memórias que os bailarinos da companhia têm de Pina» —disse o realizador. Individualmente ou em grupo. No jardim, no café ou no palco ou, até mesmo, na palma da nossa mão esta poderá ser a melhor comunhão do ano. Aguardemos.

T— INGRID RODRIGUES

bailarinos, duas câmaras e um guindaste (sempre presentes em cada descobriu que com a tecnologia 3D, a Arte de

Pina pode ir mais além do que uma simples projecção numa tela e alcançar dimensões e explorar a profundidade, e isto, tem tão de quase-palpável

Kontakthof (1978); (2006); são as quatro peças que inspiram

este documentário. A Bailarina e Coreografa ainda cooperou no início de 2009 nas filmagens, mas com a sua morte (em Julho do mesmo ano, cinco dias após lhe ter sido diagnosticado cancro). Ao realizador WIM

PINA BAUSCH, abraçando os métodos da mesma. O filme «articula-se entre momentos e memórias que os bailarinos da companhia têm de Pina» —disse o realizador. Individualmente ou em grupo. No jardim, no café ou no palco ou, até mesmo, na palma da nossa mão esta poderá ser a melhor comunhão do ano. Aguardemos.

C I N E M A — 0 6 3

bailarinos, duas câmaras e um guindaste (sempre presentes em cada filmagem). WIM WENDERSPina pode ir mais além do que uma simples projecção numa tela e alcançar dimensões e explorar a profundidade, e isto, tem tão de quase-palpável como de emocionante. Café Muller (1978) e este documentário. A Bailarina e Coreografa ainda cooperou no início de 2009 nas filmagens, mas com a sua morte (em Julho do mesmo ano, cinco dias após lhe ter sido diagnosticado cancro). Ao realizador WENDERS, restou-lhe honrar a memória de

P I N A

DESENHADO POR WALTER GROPIUS, FUNDADOR DA BAUHAUS E CURIOSAMENTE FINANCIADO POR MARLENE DIETRICH, ESTE APARTAMENTO, AGORA RENOVADO PELO ARQUITECTO ALEMÃO GISBERT POEPPLER, REPRESENTA HOJE MUITO MAIS DO QUE A REINTERPRETAÇÃO DE UMA UNIDADE DE HABITAÇÃO NO TIERGARTEN EM

BERLIM. ESTE ESPAÇO CONDENSA MOMENTOS INCONTORNÁVEIS, TANTO DA HISTÓRIA DA ARQUITECTURA, COMO DO PERCURSO POLÍTICO E SOCIAL DE BERLIM, AO MESMO TEMPO QUE CRIA UMA PONTE ENTRE OS IDEAIS MODERNISTAS E A ACTUALIDADE, INCLUINDO A ETERNA MUSA DA CIDADE, MARLENE DIETRICH.

A história deste apartamento remete a 1957, quando nasceu, em Berlim Oeste, a ideia de projectar um distrito que representasse os ideais de habitação modernistas. A parte norte do Tiergarten tinha sido completamente destruída após a guerra e esta secção pensada da cidade deveria exaltar a supremacia dos ideais da Europa do Leste. Os arquitectos mais reconhecidos da época foram convidados a criar unidades de habitação inovadoras numa envolvente verde e fresca, deixando para trás a escura e limitada arquitectura pré-guerra, para aquele que foi denominado

1957 International Building Exhibition, . Foi dada liberdade criativa

aos arquitectos, apesar das restrições de custos habituais para projectos de habitação social e, como resultado, em Hansaviertel, encontramos hoje obras-primas da arquitectura pós-guerra por nomes como WALTER GROPIUS, LE CORBUSIER, ALVAR

OSCAR NIEMEYERembora existissem nomes sonantes envolvidos neste projecto impulsionado

ROSA LUXEMBURG, o projecto de GROPIUS talvez não chegasse a ser MARLENE DIETRICH não se tivesse deixado encantar pelas

possibilidades que este projecto trazia à sua cidade natal. A mais brilhante estrela alemã, exilada em Los Angeles após a guerra, nem sempre amada pelo seu povo, respondeu ao apelo de uma carta que GROPIUS em dois dias, a partir de capitais próprios e de contactos em Wall Street, foram reunidos os fundos necessários para trazer uma esperança renovada

DIANA DE NÓBREGA

. Foi dada liberdade criativa aos arquitectos, apesar das restrições de custos habituais para projectos de habitação social e, como resultado, em Hansaviertel, encontramos hoje obras-primas da arquitectura pós-guerra por nomes como WALTER GROPIUS, LE CORBUSIER, ALVAR

OSCAR NIEMEYER. Mas, embora existissem nomes sonantes envolvidos neste projecto impulsionado

, o projecto de GROPIUS talvez não chegasse a ser

W A L T E R G R O P I U S

DESENHADO POR WALTER GROPIUS, FUNDADOR DA BAUHAUS E CURIOSAMENTE FINANCIADO POR MARLENE DIETRICH, ESTE APARTAMENTO, AGORA RENOVADO PELO ARQUITECTO ALEMÃO GISBERT POEPPLER, REPRESENTA HOJE MUITO MAIS DO QUE A REINTERPRETAÇÃO DE UMA UNIDADE DE HABITAÇÃO NO TIERGARTEN EM

BERLIM. ESTE ESPAÇO CONDENSA MOMENTOS INCONTORNÁVEIS, TANTO DA HISTÓRIA DA ARQUITECTURA, COMO DO PERCURSO POLÍTICO E SOCIAL DE BERLIM, AO MESMO TEMPO QUE CRIA UMA PONTE ENTRE OS IDEAIS MODERNISTAS E A ACTUALIDADE, INCLUINDO A ETERNA

A história deste apartamento remete a 1957, quando nasceu, em Berlim Oeste, a ideia de projectar um distrito que representasse os ideais de habitação

talvez não chegasse a ser não se tivesse deixado encantar pelas

possibilidades que este projecto trazia à sua cidade natal. A mais brilhante estrela alemã, exilada em Los Angeles após a guerra, nem sempre amada

GROPIUS enviou e em dois dias, a partir de capitais próprios e de contactos em Wall Street, foram reunidos os fundos necessários para trazer uma esperança renovada

embora existissem nomes sonantes envolvidos neste projecto impulsionado talvez não chegasse a ser

W A L T E R G R O P I U S

BERLIM. ESTE ESPAÇO CONDENSA MOMENTOS INCONTORNÁVEIS, TANTO DA HISTÓRIA DA ARQUITECTURA, COMO DO PERCURSO POLÍTICO E SOCIAL DE BERLIM, AO MESMO TEMPO QUE CRIA UMA PONTE ENTRE OS IDEAIS MODERNISTAS E A ACTUALIDADE, INCLUINDO A ETERNA MUSA DA CIDADE, MARLENE DIETRICH.

A história deste apartamento remete a 1957, quando nasceu, em Berlim Oeste, a ideia de projectar um distrito que representasse os ideais de habitação modernistas. A parte norte do Tiergarten tinha sido completamente destruída após a guerra e esta secção pensada da cidade deveria exaltar a supremacia dos ideais da Europa do Leste. Os arquitectos mais reconhecidos da época foram convidados a criar unidades de habitação inovadoras numa envolvente verde e fresca, deixando para trás a escura e limitada arquitectura pré-guerra, para aquele que foi denominado de 1957 International Building Exhibitionou Interbau. Foi dada liberdade criativa aos arquitectos, apesar das restrições de custos habituais para projectos de habitação social e, como resultado, em Hansaviertel, encontramos hoje obras-primas da arquitectura pós-guerra por nomes como WALTER GROPIUS, LE CORBUSIER, ALVAR AALTO ou mesmo embora existissem nomes sonantes envolvidos neste projecto impulsionado por ROSA LUXEMBURGedificado, se MARLENE DIETRICHpossibilidades que este projecto trazia à sua cidade natal. A mais brilhante estrela alemã, exilada em Los Angeles após a guerra, nem sempre amada pelo seu povo, respondeu ao apelo de uma carta que em dois dias, a partir de capitais próprios e de contactos em Wall Street, foram reunidos os fundos necessários para trazer uma esperança renovada

T— DIANA DE NÓBREGA

0 6 4 — C E N T R A L P A R Q

à cansada Berlim. Esta história um pouco singular, voltou a ser recordada agora que se preparam os 50 anos da sua construção. O edifício histórico foi entretanto adquirido por PETER SCHLESSELMANNe produtor de cinema alemão que decidiu propor para as comemorações novos interiores para os 90 metros quadrados de cada apartamento. A ideia era manter a intenção-chave de WALTER GROPIUScriar espaços flexíveis de habitação para todos. Encarregou para isso uma jovem estrela de Berlim, GISBERT POEPPLER

no suposto modelo de habitação ideal. O proprietário do espaço, que entregou completamente o projecto nas mãos de POEPPLERapartamento apenas duas vezes durante a intervenção— descobriu que os compartimentos pequenos deram lugar a salas amplas que acompanham as janelas numerosas do apartamento.

especialmente conhecido pelo desenho de interiores que propôs alterações ao espaço e o recurso a cores vibrantes para injectar uma nova energia no suposto modelo de habitação ideal. O proprietário do espaço, que

U M P R É D I O S I N G U L A R

no suposto modelo de habitação ideal. O proprietário do espaço, que entregou completamente o projecto nas mãos de apartamento apenas duas vezes durante a intervenção— descobriu que os compartimentos pequenos deram lugar a salas amplas que acompanham as janelas numerosas do apartamento.

especialmente conhecido pelo desenho de interiores que propôs alterações ao espaço e o recurso a cores vibrantes para injectar uma nova energia no suposto modelo de habitação ideal. O proprietário do espaço, que

U M P R É D I O S I N G U L A R

à cansada Berlim. Esta história um pouco singular, voltou a ser recordada agora que se preparam os 50 anos da sua construção. O edifício histórico foi entretanto adquirido

PETER SCHLESSELMANN, um escritor e produtor de cinema alemão que decidiu propor para as comemorações novos interiores para os 90 metros quadrados de cada apartamento. A ideia era manter

WALTER GROPIUS em criar espaços flexíveis de habitação para todos. Encarregou para isso uma jovem

GISBERT POEPPLER,

especialmente conhecido pelo desenho de interiores que propôs alterações ao espaço e o recurso a cores vibrantes para injectar uma nova energia no suposto modelo de habitação ideal. O proprietário do espaço, que

POEPPLER —visitou o apartamento apenas duas vezes durante a intervenção— descobriu que os compartimentos pequenos deram lugar a salas amplas que acompanham

especialmente conhecido pelo desenho de interiores que propôs alterações ao espaço e o recurso a cores vibrantes para injectar uma nova energia no suposto modelo de habitação ideal. O proprietário do espaço, que

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PROJECTO DE RENOVAÇÃO DE GISBERT POEPPLERé um estudioso da cor, e na altura de desenvolver um sistema

de tonalidades para o apartamento, pretendeu contrariar os tons fechados utilizados no exterior do edifício, mas “jogar com as cores do edifício de

, construído na mesma época, que se ergue ao lado. Matizes aqua blue e sunny lemon foram combinadas no quarto de

dormir para criar uma sensação semelhante à de se repousássemos no fundo de uma piscina. Contrastes marcados de preto, branco e vermelho-china

exemplo, candeeiros ARNE JACOBSEN. “Muitas pessoas pensam que as cores utilizadas no projecto foram as da Bauhaus”, afirma “mas isso não corresponde à realidade. Estas cores não surgiram de forma intencional, mas talvez tenham sido as nossas memórias inconscientes que associam este espaço a essa altura marcante da história do design e que surgiram nos momentos de inspiração”, confessa. Quando interrogado sobre o facto de existir pouca utilização da cor nas habitações, actualmente,

afirma que “as pessoas deviam ser mais corajosas. Quantas

W A L T E R G R O P I U S

PROJECTO DE RENOVAÇÃO DE GISBERT POEPPLERé um estudioso da cor, e na altura de desenvolver um sistema

de tonalidades para o apartamento, pretendeu contrariar os tons fechados utilizados no exterior do edifício, mas “jogar com as cores do edifício de

, construído na mesma época, que se ergue ao lado. Matizes foram combinadas no quarto de

dormir para criar uma sensação semelhante à de se repousássemos no fundo de uma piscina. Contrastes marcados de preto, branco e vermelho-china

uma cozinha um condimento a s pa re d es do escritório os interiores verdejante que Os rodapés e d o s v ã o s p r e e n c h i d os preto brilhante, u n i f i c a d o r compartimento conduz à casa a d o r n a d a de pequenas mosaico ébano O chão, esse, vermelho. Mas sempre a de não estilos típicos dos anos 50 o mobiliário exactamente o o início do renovação que uti l izar, por

. “Muitas pessoas pensam que as cores utilizadas no projecto foram as da Bauhaus”, afirma POEPPLER, “mas isso não corresponde à realidade. Estas cores não surgiram de forma intencional, mas talvez tenham sido as nossas memórias inconscientes que associam este espaço a essa altura marcante da história do design e que surgiram nos momentos de inspiração”, confessa. Quando interrogado sobre o facto de existir pouca utilização da cor nas habitações, actualmente,

afirma que “as pessoas deviam ser mais corajosas. Quantas

W A L T E R G R O P I U S

PROJECTO DE RENOVAÇÃO DE GISBERT POEPPLERPOEPPLER é um estudioso da cor, e na altura de desenvolver um sistema de tonalidades para o apartamento, pretendeu contrariar os tons fechados utilizados no exterior do edifício, mas “jogar com as cores do edifício de PIERRE VAGO, construído na mesma época, que se ergue ao lado. Matizes saturadas de aqua bluedormir para criar uma sensação semelhante à de se repousássemos no fundo de uma piscina. Contrastes marcados de preto, branco e vermelho-china s u g e r e m comparável a p i c a n t e , e e s m e r a l d a projectam para a pa isagem rodeia o edifício. os contornos interiores foram por um tom um elemento que liga cada ao próximo e d e b a n h o , com milhares p e ç a s d e r e l u z e n t e s . é de linóleo a intenção foi utilizar a cor e da transição para 60. Com a c o n t e c e u mesmo. Desde projecto de não se quiseram exemplo, candeeiros cores utilizadas no projecto foram as da Bauhaus”, afirma “mas isso não corresponde à realidade. Estas cores não surgiram de forma intencional, mas talvez tenham sido as nossas memórias inconscientes que associam este espaço a essa altura marcante da história do design e que surgiram nos momentos de inspiração”, confessa. Quando interrogado sobre o facto de existir pouca utilização da cor nas habitações, actualmente,POEPPLER afirma que “as pessoas deviam ser mais corajosas. Quantas

0 6 6 — C E N T R A L P A R Q

mais cores se colocam juntas, mais calmo se torna o ambiente. Chega-se uma ideia total, e funciona”, garante. “Alguns pensam que é correcto colorir apenas uma parede de vermelho, mas não são ousadas o suficiente para preencher todo o espaço. O resultado é, geralmente de apenas uma parede vermelha, e o aspecto é vulgar. Tem-se realmente que assumir a decisão de colorir”, aconselha o arquitecto. A partir daí, tudo tem que ser pensado. Geralmente por um profissional, ou por alguém estranho ao

POEPPLER. “Temos demasiadas concepções sobre a nossa própria casa nas nossas mentes, e a visão torna-se pouco clara”, diz. Este apartamento no edifício mais popular do distrito de Hansaviertel, é hoje, no seu exterior, o reflexo de uma era de idealismo, esperança e renovação de mentalidades, e, os seus interiores afirmam-se, coerentes com essa ideia. O desafio de pensar de uma forma diferente e experimentalista mantém-se, intacta nas cores eléctricas escolhidas para a renovação do espaço, criando ainda um paralelismo com os tons usados nas inúmeras representações e grafittis de MARLENE DIETRICH, a musa de Berlim, que existem um pouco por toda a cidade.

F— WOLFGANG STAHR

U M P R É D I O S I N G U L A R

mais cores se colocam juntas, mais calmo se torna o ambiente. Chega-se uma ideia total, e funciona”, garante. “Alguns pensam que é correcto colorir apenas uma parede de vermelho, mas não são ousadas o suficiente para preencher todo o espaço. O resultado é, geralmente de apenas uma parede vermelha, e o aspecto é vulgar. Tem-se realmente que assumir a decisão de colorir”, aconselha o arquitecto. A partir daí, tudo tem que ser pensado. Geralmente por um profissional, ou por alguém estranho ao espaço, garante POEPPLERprópria casa nas nossas mentes, e a visão torna-se pouco clara”, diz. Este apartamento no edifício mais popular do distrito de Hansaviertel, é hoje, no seu exterior, o reflexo de uma era de idealismo, esperança e renovação de mentalidades, e, os seus interiores afirmam-se, coerentes com essa ideia. O desafio de pensar de uma forma diferente e experimentalista mantém-se, intacta nas cores eléctricas escolhidas para a renovação do espaço, criando ainda um paralelismo com os tons usados nas inúmeras representações e grafittis de existem um pouco por toda a cidade.

U M P R É D I O S I N G U L A R

mais cores se colocam juntas, mais calmo se torna o ambiente. Chega-se uma ideia total, e funciona”, garante. “Alguns pensam que é correcto colorir apenas uma parede de vermelho, mas não são ousadas o suficiente para preencher todo o espaço. O resultado é, geralmente de apenas uma parede vermelha, e o aspecto é vulgar. Tem-se realmente que assumir a decisão de colorir”, aconselha o arquitecto. A partir daí, tudo tem que ser pensado. Geralmente por um profissional, ou por alguém estranho ao

. “Temos demasiadas concepções sobre a nossa própria casa nas nossas mentes, e a visão torna-se pouco clara”, diz. Este apartamento no edifício mais popular do distrito de Hansaviertel, é hoje, no seu exterior, o reflexo de uma era de idealismo, esperança e renovação de mentalidades, e, os seus interiores afirmam-se, coerentes com essa ideia. O desafio de pensar de uma forma diferente e experimentalista mantém-se, intacta nas cores eléctricas escolhidas para a renovação do espaço, criando ainda um paralelismo com os tons usados nas inúmeras

a musa de Berlim, que

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NASCIDO EM FRANÇA EM 1968, LUSO-DESCENDENTE, É LICENCIADO EM ARQUITECTURA. APÓS TER INTEGRADO VÁRIOS COLECTIVOS, FUNDOU

ATELIÊ BUREAU DES MESARCHITECTURES EM 2001. A SUA PRODUÇÃO É TRANSVERSAL, EXPLORANDO O INTERSTÍCIO ENTRE ARQUITECTURA E ARTE E INSPIRANDO-SE EM DIVERSOS UNIVERSOS PARALELOS, COMO OS DA BD, DA FICÇÃO CIENTÍFICA OU DO CINEMA. O SEU TRABALHO MANIFESTA-SE ATRAVÉS DE OBRAS CONSTRUÍDAS, PEÇAS ARTÍSTICAS, EXPOSIÇÕES, VÍDEOS, PERFORMANCES, TEXTOS, PUBLICAÇÕES… OS TÍTULOS SÃO SUGESTIVOS E FUNCIONAM COMO ENUNCIADOS.

A curiosidade e a vontade de questionar são o seu ponto de partida. Os suportes vão surgindo durante a pesquisa, como resposta à necessidade de

DIDIER afirma não ser dogmático e por isso tudo pode servir a ideia que desenvolve em determinado momento. Por exemplo,

NASCIDO EM FRANÇA EM 1968, LUSO-DESCENDENTE, É LICENCIADO EM ARQUITECTURA. APÓS TER INTEGRADO VÁRIOS COLECTIVOS, FUNDOU

EM 2001. A SUA PRODUÇÃO É TRANSVERSAL, EXPLORANDO O INTERSTÍCIO ENTRE ARQUITECTURA E ARTE E INSPIRANDO-SE EM DIVERSOS UNIVERSOS PARALELOS, COMO OS DA BD, DA FICÇÃO CIENTÍFICA OU DO CINEMA. O SEU TRABALHO MANIFESTA-SE ATRAVÉS DE OBRAS CONSTRUÍDAS, PEÇAS ARTÍSTICAS, EXPOSIÇÕES, VÍDEOS, PERFORMANCES, TEXTOS, PUBLICAÇÕES… OS TÍTULOS SÃO SUGESTIVOS E FUNCIONAM COMO ENUNCIADOS.

A curiosidade e a vontade de questionar são o seu ponto de partida. Os suportes vão surgindo durante a pesquisa, como resposta à necessidade de

afirma não ser dogmático e por isso tudo pode servir a ideia que desenvolve em determinado momento. Por exemplo,

F— E

MIL

IE G

OUBA

ND

NASCIDO EM FRANÇA EM 1968, LUSO-DESCENDENTE, É LICENCIADO EM ARQUITECTURA. APÓS TER INTEGRADO VÁRIOS COLECTIVOS, FUNDOU O ATELIÊ BUREAU DES MESARCHITECTURESO ATELIÊ BUREAU DES MESARCHITECTURESO É TRANSVERSAL, EXPLORANDO O INTERSTÍCIO ENTRE ARQUITECTURA E ARTE E INSPIRANDO-SE EM DIVERSOS UNIVERSOS PARALELOS, COMO OS DA BD, DA FICÇÃO CIENTÍFICA OU DO CINEMA. O SEU TRABALHO MANIFESTA-SE ATRAVÉS DE OBRAS CONSTRUÍDAS, PEÇAS ARTÍSTICAS, EXPOSIÇÕES, VÍDEOS, PERFORMANCES, TEXTOS, PUBLICAÇÕES… OS TÍTULOS SÃO SUGESTIVOS E FUNCIONAM COMO ENUNCIADOS.

A curiosidade e a vontade de questionar são o seu ponto de partida. Os suportes vão surgindo durante a pesquisa, como resposta à necessidade de veicular as ideias. DIDIERservir a ideia que desenvolve em determinado momento. Por exemplo,

T— PAU

LA M

ELÂNEO

D I D I E R F I Ú Z A

0 6 8 — C E N T R A L P A R Q

se ambiguidade e fragilidade podem ser conceitos recorrentes no seu trabalho, a forma de os abordar e explorar podem alimentar-se de vários suportes. O suporte que melhor se adapta depende de um determinado momento e a sua adequação à resposta procurada não é sempre verdade.Inconformado e insatisfeito crónico, não gosta de fazer duas vezes a mesma coisa. Tem necessidade da constante experimentação e exploração. Cada trabalho é uma tentativa e uma procura que vai tomando diferentes formas. E o objecto da procura tende a tornar-se insuficiente, tomando o processo e o protocolo, muitas vezes, a dimensão de “sujeito”. Refere, “é um trabalho que arrisca a focalizar-se mais na própria questão do que

na resposta”. Também a curadoria foi uma experiência que lhe interessou num determinado momento. Em intime collectif: le rendez-vous artistique et urbain de la Ville de Bordeauxoportunidade de se colocar nessa outra posição, a de “quem mostra” e explorar a situação. Recentemente apresentou no

Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian a sua exposição Don’t Trust Architects. Esta foi, até hoje, a sua maior mostra em Portugal, onde apresentou 5 instalações, em que 3 delas eram inéditas. No seu trabalho há temas recorrentes, como os diálogos entre Corpo/Objecto e Público/Privado (ou mesmo espaço comum/espaço doméstico). Estes diálogos, explorando na maioria das vezes situações de ambiguidade, ambivalências ou paradoxos, permitem gerar o questionamento de usos. Defende que o uso (ou a acção) deve ser uma atitude reflectida e consciente e não meros actos-reflexos perante situações que já damos como adquiridas e imediatas, por serem tão óbvias. As peças deixam de ser apenas contemplativas, sejam elas de índole física, política, sexual,

Flatland, 2011. Sequência da experiência com o

objecto. CAM/FUNDAÇÃO GULBENKIAN

, 2011. Sequência da experiência com o

CAM/FUNDAÇÃO GULBENKIAN

se ambiguidade e fragilidade podem ser conceitos recorrentes no seu trabalho, a forma de os abordar e explorar podem alimentar-se de vários suportes. O suporte que melhor se adapta depende de um determinado momento e a sua adequação à resposta procurada não é sempre verdade.Inconformado e insatisfeito crónico, não gosta de fazer duas vezes a mesma coisa. Tem necessidade da constante experimentação e exploração. Cada trabalho é uma tentativa e uma procura que vai tomando diferentes formas. E o objecto da procura tende a tornar-se insuficiente, tomando o processo e o protocolo, muitas vezes, a dimensão de “sujeito”. Refere, “é um trabalho que arrisca a focalizar-se mais na própria questão do que

na resposta”. Também a curadoria foi uma experiência que lhe interessou num determinado momento. Em evento2009 – determinado momento. Em evento2009 – determinado momento. Em intime collectif: le rendez-vous artistique et urbain de la Ville de Bordeaux teve a oportunidade de se colocar nessa outra posição, a de “quem mostra” e explorar a situação. Recentemente apresentou no

Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian a sua exposição . Esta foi, até hoje, a sua maior mostra em Portugal,

onde apresentou 5 instalações, em que 3 delas eram inéditas. No seu trabalho há temas recorrentes, como os diálogos entre Corpo/Objecto e Público/Privado (ou mesmo espaço comum/espaço doméstico). Estes diálogos, explorando na maioria das vezes situações de ambiguidade, ambivalências ou paradoxos, permitem gerar o questionamento de usos. Defende que o uso (ou a acção) deve ser uma atitude reflectida e consciente e não meros actos-reflexos perante situações que já damos como adquiridas e imediatas, por serem tão óbvias. As peças deixam de ser apenas contemplativas, sejam elas de índole física, política, sexual,

, 2011. Sequência da experiência com o

CAM/FUNDAÇÃO GULBENKIAN

se ambiguidade e fragilidade podem ser conceitos recorrentes no seu trabalho, a forma de os abordar e explorar podem alimentar-se de vários suportes. O suporte que melhor se adapta depende de um determinado momento e a sua adequação à resposta procurada não é sempre verdade.Inconformado e insatisfeito crónico, não gosta de fazer duas vezes a mesma coisa. Tem necessidade da constante experimentação e exploração. Cada trabalho é uma tentativa e uma procura que vai tomando diferentes formas. E o objecto da procura tende a tornar-se insuficiente, tomando o processo e o protocolo, muitas vezes, a dimensão de “sujeito”. Refere, “é um trabalho que arrisca a focalizar-se mais na própria questão do que

Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian a sua exposição Don’t Trust Architectsonde apresentou 5 instalações, em que 3 delas eram inéditas. No seu trabalho há temas recorrentes, como os diálogos entre Corpo/Objecto e Público/Privado (ou mesmo espaço comum/espaço doméstico). Estes diálogos, explorando na maioria das vezes situações de ambiguidade, ambivalências ou paradoxos, permitem gerar o questionamento de usos. Defende que o uso (ou a acção) deve ser uma atitude reflectida e consciente e não meros actos-reflexos perante situações que já damos como adquiridas e imediatas, por serem tão óbvias. As peças deixam de ser apenas contemplativas, sejam elas de índole física, política, sexual,

Flatland, 2011. Sequência da experiência com o

objecto. CAM/FUNDAÇÃO GULBENKIAN

F A U S T I N O

A R T E — 0 6 9

ou outra, funcionando como dispositivos, explorando limites, produzindo situações e despoletando interacções, apelando à consciencialização dos actos. A exposição de Lisboa é um bom exemplo do apelo à participação e à acção por parte do público. A instalação sonora Trust meacção por parte do público. A instalação sonora Trust meacção por parte do público. A instalação sonora sugeria ao público, em modo de propaganda, Não Confiem nos Arquitectosem modo de propaganda, Não Confiem nos Arquitectosem modo de propaganda, , incitando a que se tomasse uma posição. Future Will Be a Remaketomasse uma posição. Future Will Be a Remaketomasse uma posição. , uma espécie de “jogo da macaca” desenhado no chão, mas num c i c l o f e c h a d o , incitava à reflexão sobre os paradigmas da condição humana.

era uma das obras que mais exigia a interacção do público. Num palco, face à plateia, o visitante poderia ocupar um baloiço, por detrás de uma tela. Neste acto pretendia-se a reflexão sobre a identidade do indivíduo e a sua c a p a c i d a d e d e abandonar a sua posição “confortável” de simples observador para passar a ser sujeito activo e observado. Instrument for Blank Architecture oferecia-nos uma máscara cega com uma ambiência sonora criada pelo artista inglês

Aqui a ideia subjacente é a da “lavagem cerebral”, de esvaziar a nossa mente de ideias pré-concebidas, para formar novas imagens mentais. Também em mostra esteve Exploring Dead BuildingsTambém em mostra esteve Exploring Dead BuildingsTambém em mostra esteve , um vídeo realizado no edifício abandonado do antigo Ministério das Estradas da República Soviética da Geórgia. A câmara montada num veículo construído com resíduos encontrados no local, registou a degradação do interior devoluto do edifício, procurando indícios da sua vida anterior, quando foi ícone de uma sociedade e ideais políticos, também hoje obsoletos. E se, em geral, o seu trabalho demonstra um carácter político, provocador, por vezes de uma ironia desconcertante, ele tem sido sempre bem aceite em diferentes partes do mundo e contextos sociais. Por mais polémica que levante ou “escandalosa” que seja, nunca uma peça sua foi rejeitada ou subjugada a uma visão negativa. Isto poderá justificar-se pela reflexão exaustiva

Instrument for Blank Architecture, 2010.

ou outra, funcionando como dispositivos, explorando limites, produzindo situações e despoletando interacções, apelando à consciencialização dos actos. A exposição de Lisboa é um bom exemplo do apelo à participação e à

sugeria ao público, , incitando a que se

, uma espécie de “jogo da

posição “confortável” de simples observador para passar a ser sujeito oferecia-nos uma

máscara cega com uma ambiência sonora criada pelo artista inglês RUSSELL Aqui a ideia subjacente é a da “lavagem cerebral”, de esvaziar a

nossa mente de ideias pré-concebidas, para formar novas imagens mentais. , um vídeo realizado

no edifício abandonado do antigo Ministério das Estradas da República Soviética da Geórgia. A câmara montada num veículo construído com resíduos encontrados no local, registou a degradação do interior devoluto do edifício, procurando indícios da sua vida anterior, quando foi ícone de uma sociedade e ideais políticos, também hoje obsoletos. E se, em geral, o seu trabalho demonstra um carácter político, provocador, por vezes de uma ironia desconcertante, ele tem sido sempre bem aceite em diferentes partes do mundo e contextos sociais. Por mais polémica que levante ou “escandalosa” que seja, nunca uma peça sua foi rejeitada ou subjugada a uma visão negativa. Isto poderá justificar-se pela reflexão exaustiva

, 2010.

ou outra, funcionando como dispositivos, explorando limites, produzindo situações e despoletando interacções, apelando à consciencialização dos actos. A exposição de Lisboa é um bom exemplo do apelo à participação e à acção por parte do público. A instalação sonora em modo de propaganda, tomasse uma posição. macaca” desenhado no chão, mas num c i c l o f e c h a d o , incitava à reflexão sobre os paradigmas da condição humana. Flatland era uma das obras que mais exigia a interacção do público. Num palco, face à plateia, o visitante poderia ocupar um baloiço, por detrás de uma tela. Neste acto pretendia-se a reflexão sobre a identidade do indivíduo e a sua c a p a c i d a d e d e abandonar a sua posição “confortável” de simples observador para passar a ser sujeito activo e observado. máscara cega com uma ambiência sonora criada pelo artista inglês HASWELL. Aqui a ideia subjacente é a da “lavagem cerebral”, de esvaziar a nossa mente de ideias pré-concebidas, para formar novas imagens mentais. Também em mostra esteve no edifício abandonado do antigo Ministério das Estradas da República Soviética da Geórgia. A câmara montada num veículo construído com resíduos encontrados no local, registou a degradação do interior devoluto do edifício, procurando indícios da sua vida anterior, quando foi ícone de uma sociedade e ideais políticos, também hoje obsoletos. E se, em geral, o seu trabalho demonstra um carácter político, provocador, por vezes de uma ironia desconcertante, ele tem sido sempre bem aceite em diferentes partes do mundo e contextos sociais. Por mais polémica que levante ou “escandalosa” que seja, nunca uma peça sua foi rejeitada ou subjugada a uma visão negativa. Isto poderá justificar-se pela reflexão exaustiva

D I D I E R F I Ú Z A

0 7 0 — C E N T R A L P A R Q

sobre os conceitos, antes da produção da própria obra. Interrogam-se os contextos em que é produzida e onde vai ser inserida/mostrada. Mesmo que seja de índole subversiva ou provocadora (do ponto de vista político, urbano, social, sexual, cultural, etc.), ela está já muito bem fundamentada e argumentada, o que, de certa maneira, funciona como uma “protecção”.Algumas das obras incontornáveis suscitam. A peça apresentada na em 2000, sob Estética, Mais integra agora Centro Georges se de um contentor corpo, destinado ilegais . É um modo “violento” discussão sobre fragilidade da vida valor maior está, de questões e no q u e a p e ç a sua “beleza” ou Outro objecto One Square Meter cuja implantação metro quadrado. de habi tação só a especulação também o rumo as sociedades contemporâneas vão tomando, ao mesmo que subverte a noção de habitabilidade, adaptabilidade e “evolutividade”. Actualmente, prepara uma exposição para a Cité de l’Architecture et du Patrimoine, em Paris, a apresentar ainda este ano. Aí mostrará uma dezena de obras suas, não-inéditas, que serão confrontadas com as peças residentes do Museu, numa procura do diálogo/confronto da arquitectura clássica e histórica francesa, com a contemporaneidade das suas próprias peças.

One Square Meter House, 2003. Porte d’Ivry à Paris.

WWW.DIDIERFAUSTINO.COM WWW.MESARCHITECTURE.ORG

sobre os conceitos, antes da produção da própria obra. Interrogam-se os contextos em que é produzida e onde vai ser inserida/mostrada. Mesmo que seja de índole subversiva ou provocadora (do ponto de vista político, urbano, social, sexual, cultural, etc.), ela está já muito bem fundamentada e argumentada, o que, de certa maneira, funciona como uma “protecção”.

de DIDIER são pelas questões que Body in Transit, Bienal de Veneza o tema “Menos Ética”, e que a colecção do Pompidou. Trata-moldado para um a i m i g ra n t e s objecto de certo que desafia a a imigração e a humana. O seu assim, no levantar gerar de opiniões suscita, e não na “valor estético”. crítico a referir é House. Uma torre no solo é de um É uma unidade que critica não imobiliária, mas individualista que u r b a n a s

contemporâneas vão tomando, ao mesmo que subverte a noção de habitabilidade, adaptabilidade e “evolutividade”. Actualmente, DIDIER prepara uma exposição para a Cité de l’Architecture et du Patrimoine, em Paris, a apresentar ainda este ano. Aí mostrará uma dezena de obras suas, não-inéditas, que serão confrontadas com as peças residentes do Museu, numa procura do diálogo/confronto da arquitectura clássica e histórica francesa, com a contemporaneidade das suas próprias peças.

WWW.MESARCHITECTURE.ORG

sobre os conceitos, antes da produção da própria obra. Interrogam-se os contextos em que é produzida e onde vai ser inserida/mostrada. Mesmo que seja de índole subversiva ou provocadora (do ponto de vista político, urbano, social, sexual, cultural, etc.), ela está já muito bem fundamentada e argumentada, o que, de certa maneira, funciona como uma “protecção”.Algumas das obras incontornáveis suscitam. A peça apresentada na em 2000, sob Estética, Mais integra agora Centro Georges se de um contentor corpo, destinado ilegais . É um modo “violento” discussão sobre fragilidade da vida valor maior está, de questões e no q u e a p e ç a sua “beleza” ou Outro objecto One Square Meter cuja implantação metro quadrado. de habi tação só a especulação também o rumo as sociedades contemporâneas vão tomando, ao mesmo que subverte a noção de habitabilidade, adaptabilidade e “evolutividade”. Actualmente, prepara uma exposição para a Cité de l’Architecture et du Patrimoine, em Paris, a apresentar ainda este ano. Aí mostrará uma dezena de obras suas, não-inéditas, que serão confrontadas com as peças residentes do Museu, numa procura do diálogo/confronto da arquitectura clássica e histórica francesa, com a contemporaneidade das suas próprias peças.

WWW.DIDIERFAUSTINO.COM

F A U S T I N O

A R T E — 0 7 1

B L U E S

ALESSYA (Karácter) DIOGO PIMENTEL

(Light models)

ass. styling por MARIA JOÃO ROCHA, make-up por ALEX ME, hair MARCO PINHEIRO

Fotografia— Sérgio SantosStyling— Margarida Brito

Paes + Sónia Jesus

K O Z M I C

KO

ZM

IC

BL

UE

S

DIOGOcamisa MARLBORO CLASSICS,

colete INSIGHT, calças PEPE JEANS, botas PALLADIUM,

mochila PEPE JEANS

ALESSYAcolar na cabeça e brincos MANGO,

vestido e calças de ganga H&M, colete HOSS, socas VALENTINO RED na Véronique, óculos de sol FRAMERS

na Óptica do Sacramento e mala HOSS

ALESSYAvestido e lenço verde MANGO, vestido sobreposto H&M,

cinto PEPE JEANS, lenço branco HILFIGER DENIM

DIOGOcamisola HENRY COTTON’S,

jardineiras LEE, relógio CAMEL

0 7 4 — M O D A

DIOGOcamisa LEVI’S, colete ganga LEE

by Vivienne Westwood, calções e cinto INSIGHT, sapatos DIESEL,

colar PLATA DE PALO

ALESSYAcamisa e pulseiras MANGO, colete HOSS, calções ganga

H&M, botas PEPE JEANS, anel H&M, colar na cabeça na VIRGEN

MADRE, meias produção

DIOGObrincos de penas H&M, camisas LEVI’S, blusão e calças PEPE

JEANS, cinto INSIGHT

ALESSYAganchos com f lores na VIRGEN MADRE, fita beje AMERICAN

VINTAGE, top e colete beje TWIN-SET, colete ganga LEVI’S,

colete branco H&M, brincos MANGO

0 7 8 — M O D A

DIOGOcamisa e cinto INSIGHT,

calças ganga LEVI’S

ALESSYAtop f lores AMERICAN VINTAGE,

túnica TWIN-SET, calças GANTanel CORPUS CHRISTI

na Véronique, pulseiras PLATA DE PALO

M O D A — 0 7 9

DIOGOcamisa INSIGHT, colete

SEVENTY THREE, mala MARLBORO CLASSICS

ALESSYAcamisa LIBERTY’S na

Véronique, colete HOSS, saia NUNO BALTAZAR, cinto

HILFIGER DENIM

Fotografia— Maria Rita

Styling— Margarida Brito Paes + Sónia Jesus

LUCYfato de banho CIA MARÍTIMA,

calções e colar H&M, sapatos ZILIAN, óculos de sol LINDA FARROW na André Ópticas

WOU L DN ' T

ITFABIANA (Central) + LUCY

HORN (L’Agence) + ALICE BOCHECHA ( Karacter)

ass. fotografia por CARLA

PIRES, ass. styling por JOANA SOFIA GUEDES, make-up por TÂNIA DOCE, hair PINIE

ALICEfato de banho INSIGHT,

chapéu GREVI no Espaço B, brincos H&M, óculos de sol PRADA na André Ópticas

FABIANAtank top H&M, parte inferior

biquini H&M, sandálias LACOSTE, relógio NIXON,

brincos MANGO, óculos de sol DIOR VINTAGE na André Ópticas

set:

toa

lha

H&

M,

tudo

o re

sto

na A

RE

A

BE N

ICE

LUCYbiquini PAUL&JOE SISTER

na Véronique, saia e colar H&M, mala MANGO, sandálias LUÍS

BUCHINHO, óculos de sol LINDA FARROWna André Ópticas

ALICEbiquini CIA MARÍTIMA,

colar na MOOD, top ganga DIESEL, sandálias H&M, óculos de sol LINDA FARROW na André Ópticas

set: cesto MALENE BIRGER, velas com ananases coloridos na AREA

LUCYfato de banho H&M, relógio

dourado NIXON, brincos H&M, chinelos HAVAIANAS,

óculos de sol DIOR VINTAGE, esteira na AREA

ALICEbiquini H&M, calções LEE,

cinto na Véronique, brincos na MOOD, sandálias CAMPER

FABIANAtop e biquini H&M, colar

MANGO, óculos de sol VIENNA LINE na André Ópticas

LUCYsandálias ATELIER

MERCADAL no Espaço B

FABIANAbiquini H&M, calções LEE,

cinto AMERICAN VINTAGE, lenço na cabeça GANT, lenço e

toalha TOMMY HILFIGER

ALICEfato de banho e calças CIA

MARÍTIMA, colar MANGO, chapéu TOMMY HILFIGER

sandálias MELISSA

set:

vas

o e

tabu

leir

o na

AR

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os e

jarr

o na

VO

A, c

hapé

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pra

ia p

rodu

ção

FABIANAbiquini (parte de cima) H&M,

biquini (parte de baixo) LIGHTNING BOLT,sabrinas

REPETTO, chapéu de sol GREVI no Espaço B, mala azul LACOSTE,

esteira TOMMY HILFIGER

LUCYbiquini ÁGUA DOCE, sabrinas

REPETTO, chapéu de sol GREVI no Espaço B, mala

vermelha na MOOD, lenço branco LIGHTNING BOLT, esteira TOMMY HILFIGER

ALICEbiquini PAUL&JOE SISTER na Véronique, top H&M, colar MARTA FONTES na MOOD

LUCYbiquini e colar H&M, lenço

TOMMY HILFIGER

FABIANAbiquini INSIGHT, top

TURET KNUEFFERMAN, relógio NIXON

Numa noite de ca lor temperano para um iníco de Abril, Fanny e Fred desciam a larga calçada da Barata Salgueira gozando de uma tranquilidade absoluta e comentando a beleza da rua. O motivo era conhecer o GUILTY, o novo restaurante GUILTY, o novo restaurante GUILTYde OLIVIER e de RICARDO AZENHA com um conceito de casual food, à base de hambúrgueres, pizzas e pastas na zona da Avenida da Liberdade.

Fanny não deixou de reparar nas portas corridas de vidro que deixam o espaço completamentamente visível, diluindo a fronteira entre o interior e o exterior. A primeira impressão foi a de que este espaço tinha um certo espírito easy going, remetendo para uma noite de Verão algarvia trazida para o centro da cidade. O balcão central, para quem queira

apenas beber ou petiscar, também favorecia a impressão de mult i funcional idade e a liberdade de opções do espaço. Fred e Fanny não quiseram perder a oportunidade de um cocktail inicial ao balcão enquanto olhavam para todo o espaço em redor, marcado por materiais rústicos. Uma Margarita para Fanny e um Campari com laranja para Fred e a noite não podia ter começado melhor.

Findos os cocktai ls , a simpática HELGA BARROSOconduziu-nos à mesa, no limiar da entrada e não muito longe da cabine do Dj que, durante o repasto, nos recordou de todos os grandes hits dos anos 80. Por sugestão da casa escolheram para entrada uns rolinhos GUILTY (massa de pizza enrolada com presunto, queijo e trufa preta) que, na boca despoletaram em Fanny

e Fred um comum acordo de aprovação. A acompanhar, um branco da Quinta do Carmo 2009 (75% de Roupeiro, 10% de arinto e 15% de Antão Vaz) que se revelou perfumado, com pouca acidez, fresco e leve na boca.

Fanny, já animada, começava a cantorolar o refrão de Cambodia, de Kim Wilde, que ecoava em tom suave na sala enquanto esperava por uma Pizza do Pasto (salame picante, molho de tomate, vários queijos, oregãos e flor de sal). Fred ficou seduzido por uma pasta que lhe pareceu menos habitual: Liguini Maiale (leitão com ervilhas tortas, coentros e parmesão). E não havia nada a reclamar. A vagem, passada por uma quentura breve, mantinha a frescura da verdura e combinava com uma maciez adocicada o leitão desfiado. Já Fanny, voltava a comentar

Vis-à-Vis

T— Fred & Fanny

GU I L T

YRUA BARATA SALGUEIRO, 28 — LISBOA

916 593 494

a fina espessura da massa da pizza que não obscurecia os outros sabores e tornava o prato leve, considerando-a um ponto forte da casa.

Para terminar, Fred ainda se sentia tentado por uma sobremesa a que Fanny se opôs (pensando na estação balnear). A vontade fugia-lhe para uma pizza mascarpone (massa de pizza com masquerpone, mel e amêndoas torradas) que lhe faziam lembrar umas férias na Sicília mas acabou por se contentar com uma mínima porção de um convencional petit gâteau roubado a Fred. E assim saíram satisfeitos, d esce n d o a ave n id a , preparados para o calor tórrido do Verão que aí vem.

V I S — À — V I S

0 9 2 — P A R Q H E R E

M E Z Z AN I N E

P TM O D E R

N I S T AT A K E NT A K E NT

Será, provavelmente, a loja do Porto com a mais bonita fachada. Em tempos, as chapas de ferro trabalhado emolduravam as preciosidades da Ourivesaria Reis& Filhos com o mesmo desvelo com que, hoje, enaltecem a selecção de street wear proposta pela Taken, um novo projecto da Despomar, proprietária da cadeia de lojas Ericeira Surf shop. O grupo procura, assim, entrar no mercado com um novo conceito propondo para este nova loja uma seleção de marcas que inclui Carhartt, Pointer, Element, Supreme Being, Adidas Originals, Fred Perry, RVCA, Nixon e Obey. É uma concept store com 300 m2 e dois pisos onde, além de roupa, é possível encontrar calçado, relógios, auscultadores, chapéus e todo um conjunto de elementos indissociáveis da cultura urbana e do skate. Há ainda espaço para a arte urbana e para uma excelente programação de Djs revista quizenalmente por Rui Miguel Abreu. Stuck foi o primeiro street artist a dar vida às paredes da Taken, numa exposição inaugurada a 7 de Abril para a festa de abertura que inclui peças de arte exclusivamente criadas para o espaço.

É uma loja singular que comercializa material inspirado no Modernismo português das primeiras décadas do século XX. Os seus produtos vão buscar referências a artistas como Almada Negreiros, Mário de Sá Carneiro, Fernando Pessoa, Amadeo de Souza-Cardoso, entre outros. Fazem reproduções mas também criam elementos gráficos em torno do tema, propondo t-shirts, blocos, canecas, postais, ímanes, pins e puzzles. Os azulejos, marcadamente portugueses, são o ex-líbris desta loja, localizada perto da Feira da Ladra, no Mercado de Santa Clara, o mais antigo dos mercados cobertos de Lisboa, recuperado pela Câmara Municipal de Lisboa.

Trendy, clean e cosmopolita, a mezzanine bem implantada numa das ruas mais graníticas e carismáticas da cidade —na rua cândido reis, 58— alojada num espaço remodelado onde prevalece a instalação hipnotizante do artista plástico pascal ferreira nascido em paris e residente no porto, apresenta marcas de referência a nível de roupa, calçado e acessórios muito próprios de um ambiente urbano chic. No seu interior e incontornavelmente ligados pela pequena mezzanine que paira por cima do piso inferior de entrada da loja o ixia salon da hairstylist carla neiva presta serviço de cabeleireiro e maquilhagem num espaço de moda tudo menos convencional donde se desprendem cristais translúcidos prontos a saudar quem até ali ousou chegar.

T— MARIA SÃO MIGUEL

T— FRANCISCO VAZ FERNANDES

T— EDUARDA ALLEN

F— MARTA GUIMARÃES (OUTOPORTOIN)

MEZZANINE

RUA CÂNDIDO REIS, 58

222 016 114

SEG: 14H30—20H00 / TER—QUI: 11H00—20H00

SEX—SAB: 11H00—24H00

PORTUGAL MODERNISTA

MERCADO DE SANTA CLARA, LJ.20

SÃO VICENTE, LISBOA

914 019 738

TAKEN

RUA DE SANTA CATARINA, 1

PORTO

P L A C E S

0 9 4 — P A R Q H E R E

P L A C E S

P A R Q H E R E — 0 9 5

C O L L I N S

F A M I L Y

ES

P

O

R

AO

Cada vez mais, os cocktailsestão ligados a um estilo de vida e a criatividade acaba por contar bastante. Com isso, surgem novos sabores e aromas. Agora que a Primavera está aí e a sua horta de plantas aromáticas está a ganhar vida e tamanho, porque não usá-las como base para os seus cocktails? O que fazer para que as plantas aromáticas façam parte de um conjunto equilibrado de sabores bebíveis? Com ou sem álcool, pode criar um cocktail com ervas aromáticas como coentros, alecrim, tomilho, hortelã e manjericão. Já pensou, por exemplo, num TOM COLLINS de tomilho ou numa Margarita com base de alecrim?

Os brancos que tenciono beber neste Verão são certamente estes dois: o Esporão Reserva Branco 2009 e o Esporão Private Selection Branco 2009. As mais recentes colheitas destes dois “irmãos” alentejanos trazem nova roupagem com autoria da artista plástica Joana Vasconcelos . O Reserva Branco é um vinho bem estruturado, com aromas citrinos e frutas tropicais que conjugam lindamente com a baunilha proveniente do estágio em barricas, tornando o conjunto algo complexo até ao final de boca, prolongado q.b. O Private Selection Branco pertence claramente um outro campeonato, sendo um vinho com um carácter muito mais marcante. No nariz tem aroma de alperces e frutas tropicais, na boca revela-se untuoso, complexo mas muito bem conjugado com a forte presença das barricas de carvalho francês, fazendo um harmonioso conjunto de aromas presentes até ao seu longo, longo final.

Então siga as receitas e prove estas ligações de sabores.

Rosa Maria1 ramo de alecrim

2 cl xarope de açúcar branco

5 cl tequila Branca

1,5 cl Cointreau

2 cl Sumo de Lima Natural

Técnica: Muddler + Shaker

+ Duplo Strain

Copo: Taça de Martini

Decoração: 1 Ramo de Alecrim

Num copo do shaker, macere o

alecrim com xarope de açúcar branco,

junte gelo e os ingredientes acima

mencionados. Misture bem com o

shaker e depois com o passador,

coe bem para uma taça de cocktail.

Decore com um ramo de alecrim.

Tom Collins de Tomilho1 ramo de tomilho

2 cl xarope de açúcar branco

3 cl Sumo de limão natural

6 cl Gin

Top up água com gás

Técnica: Shaker + Duplo Strain

Copo: Collins

Decoração: 1 Ramo de Tomilho

Num copo do shaker, macere o

alecrim com xarope de açúcar branco,

junte gelo o sumo de limão e o Gin.

Misture bem com o shaker e depois,

para um copo alto com gelo, coe

bem com um passador de maneira

a não passar pequenas partes de

tomilho macerado. Preencha o resto

do copo com água com gás e decore

com um pequeno ramo de tomilho.

Have a nice drink!

T— MIGUEL TOJALwww.asdecopos.com

T—

RO

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AS

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S

C O C K T A I L S

0 9 6 — P A R Q H E R E

T H E K I D S

O F

H I L F I G E R

Dia 7 de Abril, o Chiado celebrou a inauguração da primeira loja Hilfiger Denim em Portugal, a linha de roupa que reflecte a herança rock ‘n’ roll da marca e a rebeldia free spirit do designer norte-americano Tommy Hilfiger. Foi também a oportunidade de apresentar os The New Kids of Portugal, inspirando-se na campanha internacional da marca, baseada na imagem de Holy Ghost!, Sky Ferreira, Lissy Trullie e Tommie Sunshine, considerados os New Kids of America. Os kids portugueses – Américo Martinho, Groove4set, Armando Gomes, Pedro Lima, Fantasma, Vanda Noronha e Joyce Doret – participaram cada, um no seu domínio, para abrilhantar a festa que transformou a loja numa pista de dança.

HILFIGER DENIM

ARMAZÉNS DO CHIADO

LISBOA

W E R E Y O U T H E R E ?

P A R Q H E R E — 0 9 7

Business & Business & Network or Network or Just 4 Fun?Just 4 Fun?

No princípio No princípio era o atum, a era o atum, a lata de atum. lata de atum. Já se sabe, na Já se sabe, na hora de largar hora de largar as saias da mãe, as saias da mãe, a lata de atum é a lata de atum é a melhor aliada. a melhor aliada. Enche-nos o Enche-nos o e s t ô m a g o , e s t ô m a g o , ass im como assim como o ego (se a o ego (se a refeição até refeição até causar alguma causar alguma s e n s a ç ã o ) , s e n s a ç ã o ) , exige pouco da exige pouco da noss a ca r te i ra , noss a ca r te i ra , pode ser elemento de pode ser elemento de socialização entre vizinhos socialização entre vizinhos ou até arma de arremesso ou até arma de arremesso quando, numa discussão, o quando, numa discussão, o caldo está definitivamente caldo está definitivamente entornado.entornado.

Já lá vão os tempos em que o atum era rei e senhor. Network é o que agora alimenta toda uma geração que, pelos vistos, já nem dinheiro tem para o atum. Assim sendo, surge uma nova promessa, «Party After Work». É uma euforia desmedida em busca de novos contactos profissionais que, supostamente, nos permite vislumbrar, nem que ao longe, a possibilidade do trabalho de

sonho. O principio básico desta festa pós laboral? É exactamente não ter princípios nenhuns e cobram-se, sem dó nem e cobram-se, sem dó nem piedade, 12 euros à cabeça.

No atrium de um hotel no centro de Lisboa, dei comigo a ter de optar por um de dois autocolantes: Business & Network ou Just 4 Fun. O que ali me leva nem deixa margem para dúvidas na hora de pôr o autocolante verde ao peito. Ao entrar na festa, deparo-me com um carnaval de autocolantes vermelhos

e vibrantes Just 4 Fun. A loira gravidíssima exibe-o na barriga, uma jovem curvilínea barriga, uma jovem curvilínea usa-o no mamilo e na pista de dança só as mais recatadas o usam devidamente ao peito. Os senhores também de várias idades e de copo na mão (envergando camisas semelhantes a toalhas de mesa) analisam a “febra”. O Dj dispara a música dos Culture Club, Do You Really Want To Hurt Me, que mais parecia um bombardeiro na minha auto estima, já em fanicos.

Lá no fundo, Lá no fundo, e n c o s t a d o e n c o s t a d o

a o m u r o , a o m u r o , um gordinho, um gordinho,

sem q ua lq uer sem q ua lq uer a u t o c o l a n t e , a u t o c o l a n t e ,

entregue ao bagaço. entregue ao bagaço. Mais um rejeitado, nem Mais um rejeitado, nem

mesmo as senhoras menos mesmo as senhoras menos abonadas pela beleza lhe abonadas pela beleza lhe

prestam atenção. Deslavada, prestam atenção. Deslavada, dirijo-me às maquilhadoras dirijo-me às maquilhadoras que propõem um pequeno que propõem um pequeno workshop instantâneo grátis workshop instantâneo grátis mas sai-me pior a emenda do mas sai-me pior a emenda do que o soneto. Senhoras de que o soneto. Senhoras de cabelo tufado deixam-me num cabelo tufado deixam-me num estado tal que pareço saída do estado tal que pareço saída do teledisco dos Steppenwolf, teledisco dos Steppenwolf, Born To Be Wild, que, nem Born To Be Wild, que, nem por acaso, rebenta na pista por acaso, rebenta na pista de dança. É oficial, ninguém de dança. É oficial, ninguém se vai aproximar de mim, até se vai aproximar de mim, até porque as atenções focam-se porque as atenções focam-se no solo de air guitar de uma no solo de air guitar de uma sexagenária.

Eu própria entregue ao Eu própria entregue ao bagaço, vou até ao muro lá do fundo e meto conversa com o gordinho:

- Então, não parece que te estejas a divertir...

- Xi, é verdade. Comi uma salada de atum ao almoço... acho que não me caiu nada bem.

DiapositivoU M A C R Ó N I C A D E C L Á U D I A M A T O S S I LVA

w w w. c l a u d i a m a t o s s i l v a . p t . v u

C O M I L U S T R A Ç Ã O D E B R Á U L I O A M A D Ow w w. i u s e c o m i c s a n s . c o m

P A R T Y A F T E R W O R K

D I A P O S I T I V O

0 9 8 — P A R Q H E R E