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PROTOZOÁRIOS Os protozoários são seres unicelulares, eucariotas, nos quais as diferentes funções são exercidos por organelos celulares especializados. 1. Estrutura Núcleo – geralmente único embora algumas formas apresentam mais de um em alguns estágios ou todos estágios de desenvolvimento. É vesicular em seres pertecentes ao filo Mastigophora e Sarcodina, e compacto em ciliados. Citoplasma – porção extra-nuclear, com excepção de Sarcodinas, está dividido em ectoplasma e endoplasma (com grânulos, vacúolos e em algumas vezes pigmento). Locomoção: deslise (toxoplasma); pseudópodes (amibas); flagelos (Mastigophora); cílios. 2. Reprodução 2.1. Assexuada Fissão binária – uma célula divide-se ao longo do eixo longitudinal (excepto ciliados – eixo transversal) resultando duas células filhas. Ocorre primeiro a divisão núclear seguida pela citoplasmática. Esquzogonia – divisão repetida do núcleo antes da do citoplasma, dando nova progénie no plasmalema do parasita. A forma que se divide designa-se esquizonte e as céluas filhas de merozoites. Brotação – processo no qual duas ou mais formas filhas, são produzidas pela célula mãe. Geralmente a divisão do núcleo e do citoplasma é desigual, porém o broto resultante separa-se e cresce ao tamanho adulto. Endopoliogenia – proceso no qual ocorre a formação de células filhas dentro da célula mãe (núcleo e citoplasma) e só depois se rompe a membrana da célula mãe. Quando culmina com a formação de

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Page 1: PARASITOLOGIA - PROTOZOÁRIOS.docx

PROTOZOÁRIOS

Os protozoários são seres unicelulares, eucariotas, nos quais as diferentes funções

são exercidos por organelos celulares especializados.

1. Estrutura Núcleo – geralmente único embora algumas formas apresentam mais de um em

alguns estágios ou todos estágios de desenvolvimento. É vesicular em seres pertecentes

ao filo Mastigophora e Sarcodina, e compacto em ciliados.

Citoplasma – porção extra-nuclear, com excepção de Sarcodinas, está dividido em

ectoplasma e endoplasma (com grânulos, vacúolos e em algumas vezes pigmento).

Locomoção: deslise (toxoplasma); pseudópodes (amibas); flagelos (Mastigophora);

cílios.

2. Reprodução2.1. AssexuadaFissão binária – uma célula divide-se ao longo do eixo longitudinal (excepto ciliados

– eixo transversal) resultando duas células filhas. Ocorre primeiro a divisão núclear seguida

pela citoplasmática.

Esquzogonia – divisão repetida do núcleo antes da do citoplasma, dando nova

progénie no plasmalema do parasita. A forma que se divide designa-se esquizonte e as

céluas filhas de merozoites.Brotação – processo no qual duas ou mais formas filhas, são produzidas pela célula

mãe. Geralmente a divisão do núcleo e do citoplasma é desigual, porém o broto resultante

separa-se e cresce ao tamanho adulto.

Endopoliogenia – proceso no qual ocorre a formação de células filhas dentro da

célula mãe (núcleo e citoplasma) e só depois se rompe a membrana da célula mãe. Quando

culmina com a formação de duas células filhas o processo designa-se endodiogenia.

Processo observado em Toxoplasma e Sarcocistis.

2.2. SexuadaConjugação – ocorre em ciliados e consiste em pareamento de dois organismo com

troca de material nuclear. Após a separação ocorre a reorganização nuclear.

Singamia – processo no qual ocorre a fusão de dois gâmetas levando a formação

do zigoto. Os gâmetas masculinos são microgametas e os femininos macrogametas.

Gametogonia – processo de formação de gâmetas. Isogamia – quando os gâmetas são

similares em tamanho. Anisogamia – quando os gâmetas tem tamanhos diferentes.

Esporogonia – processo assexual de multpla fissão que normalmente segue a

singamia, e, muitos esporozoitos são formados dentro de uma parede do cisto.

3. Nutrição

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Organelos para nutrição: Pseudopodes, Citostoma, Vacuolos alimentares, Citopige

e Membrana celular.

3.1. Tipos de nutrição Holozóica – Nutrem-se de matéria orgânica já elaborada derivado dos animais vivos

ou plantas. Envolve a captura, ingestão, assimilação e eliminação das porções não

digeridas. Protozoário tira a substância do hospedeiro, digere e joga fora. Ocorre na maior

parte dos protozoários. Ex.: Ameba,  Plasmodium (utiliza-se de parte da hemoglobina para

se nutrir).

Saprozóica – absorvem nutrientes através da parede do caorpo, sendo utilizados

directamentepelo organismo. São osmotróficos (absorvem substâncias digeridas da célula

ou do tecido do hospedeiro). Ex.: Trypanosoma.

4. Classificação do filo protozoaO filo protozoa divide se em 3 subfilos:

I- Subfilo Sarcomastigophora: 2 classes:

a) Classe Mastigophora (locomoção por flagelos):

Trypanosoma

Trichomonas

Leishmania

Giardia

Histomonas

b) Classe Sarcodina (locomoção por pseudópodes)

Entamoebas

II- Subfilo Apicomplexa ou Sporozoa: 2 classes:

a) Classe Sporoasida ou Coccidia- Coccídeos:

Eimeria

Isospora

Cryptosporidium

Toxoplasma

Cryptosporidium

Sarcocystis

Besnoitia

b) Classe Piroplasmidia:

Babesia

Theileria

c) Haemospordia Plasmodium

III- SubFilo Ciliophora:

Page 3: PARASITOLOGIA - PROTOZOÁRIOS.docx

a) Ciliados (sem muita importância): Balantidium

IV- Subfilo Microspora Encephalitozoon

I- SUBFILO SARCOMASTIGOPHORACompreende protozoários que possuem organelos para sua locomoção como:

flagelos, pseudópodes ou ambos. Normalmente não são intracelulares.

a) CLASSE MASTIGOPHORA (Locomoção por flagelos)

I-ORDEM TRICHOMONADIDAPossuem 4 a 6 flagelos,( sendo um recurrente) unidos a uma membrana ondulante.

Reprodução por fissão binária, podendo ter um ou mais núcleos.

FAMÍLIA: TRICHOMONADIDAE

Gênero: Tritrichomonas Espécie: Tritrichomonas foetusHospedeiro definitivo: Bovinos

Local: Prepúcio dos machos e vagina das fêmeas

Ciclo biológicoA transmissão é puramente mecânica e se dá através do coito, por isso esse

protozoário não apresenta forma cística, pois não necessita de resistência no meio

ambiente.O macho uma vez infectado passa a ser o agente transmissor. Pode ocorrer

contaminação por fômites e inseminação artificial. As vacas por sua vez adquirem

resistência com o tempo, podendo dar origem a terneiros sãos por inseminação artificial

(para não contaminar os touros).

Importância em Medicina Veterinária:Leva ao aborto nas vacas ou absorção fetal. Esse protozoário pode ainda invadir o

útero atacando as membranas fetais e causando a Trichomonose genital das vacas ou

tricomoniase bovina. Permite o aparecimento de infecções oportunistas, principalmente se

ocorrer retenção de placenta. O macho quase não sofre nada mas passa para o parasito

para outras vacas através do coito. Inviabiliza o macho para reprodução (o tratamento no

macho não é muito seguro).

II- ORDEM DIPLOMONADIDAFAMÍLIA HEXAMITIDAE (com simetria bilateral e 6 a 8 flagelos)

Gênero: GiardiaEspécie: Giardia duodenalisLocal: Intestino

Características morfológicas:

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- possui 2 núcleos, inúmeros flagelos (8), discos suctórios (ventosas) que mantém o

parasita na mucosa para que ele se alimente. Apresenta forma cística alongada com 4

núcleos, Com simetria bilateral

Transmissão: Ingestão de cistos contidos nos alimentos e água. Os cistos são

viáveis por até duas semanas no ambiente.

Formas evolutivas: Cisto e trofozoíto

Ciclo biológicoA contaminação se dá através da ingestão de alimentos ou água contaminados com

a forma cística. No intestino ocorre a liberação dos trofozoítos que multiplicam-se por fissão

binária, algumas formas se encistam na mucosa do intestino e evoluem até cisto que é

eliminado com as fezes e que resiste às condições adversas do ambiente. O cisto no

duodeno após fissão binária dá origem a 2 trofozoítos. Os trofozoítas fixam-se nas células

do intestino, se encistam, amadurecem e após, são eliminados (cistos) para a luz do

intestino por onde vão ao meio exterior com as fezes.

Importância em Medicina Veterinária: Leva a casos de cólica e diarréia.

III- ORDEM RHIZOMASTIGINAFAMÍLIA: MASTIGAMOEBIDAEGênero: Histomonas (com um flagelo e um núcleo)

Espécie: Histomonas meleagridisHospedeiro definitivo: Galinhas e perus.

Hospedeiro intermediário: Heterakis gallinarum

Local: Mucosa de ceco e no fígado de perus

Transmissão: A ave contamina-se por Ingestão de ovos de Heterakis gallinarum

(parasita do ceco das aves) contendo cisto de Histomonas.

Estágios: Trofozoíto

Ciclo biológicoO verme Heterakis gallinarum ao se alimentar da mucosa do ceco ou do fígado das

aves se infecta com o protozoário. As aves ao se alimentarem podem ingerir ovos

embrionados desse verme (Heterakis) e quando a larva eclode, se fixa no intestino e os

parasitas (Histomonas) liberam-se e penetram na mucosa do intestino onde reproduzem-se

por fissão binária.

Importância em Medicina Veterinária: Pode levar a inflamação do ceco seguida de alterações patológicas no fígado

(enterohepatite), acarretando na queda de produtividade do plantel e até morte das aves. É

uma doença principalmente de aves jovens.

IV- ORDEM KINETOPLASTIDAFAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE

Page 5: PARASITOLOGIA - PROTOZOÁRIOS.docx

Gêneros: Trypanosoma e  Leishmaniaa) Gênero: TrypanosomaEstágios de vida do Trypanosoma:Forma tripomastigota: Estrutura em forma de foice que aparece sempre em

esfregaço de sangue e em hospedeiro vertebrado. Apresenta flagelo livre na extremidade

anterior, membrana ondulante, um núcleo central, cinetoplasto e blefaroplasto (local exato

onde o flagelo se forma)

Forma opistomastigota: Estrutura em forma de foice que apresenta cinetoplasto

posterior e perto do núcleo e flagelo livre sem membrana ondulante.

Forma epimastigota: Estrutura em forma de foice onde o cinetoplasto é anterior e

aparece próximo ao núcleo.

Forma promastigota: estrutura em forma de foice que aparece em cultura de céls

e em hospedeiro invertebrado. Ë uma forma alongado, onde o flagelo não forma membrana

ondulante, o cinetoplasto fica na extremidade anterior, longe do núcleo e também apresenta

núcleo central.

Forma esferomastigota: estrutura arredondada que aparece dentro de céls que

possui um núcleo central e um cinetoplasto e ainda um pequeno flagelo.

Forma amastigota: estrutura arredondada que aparece dentro de células e por isso

não necessita de movimento, logo não apresenta flagelo. Possui um núcleo central e um

cinetoplasto em forma de bastão. Sempre em hospedeiro vertebrado.

Reprodução: Assexuada por divisão binária

Transmissão: Inoculativo (Secção salivaria) ou contaminativo(seção stercoraria)

Espécies de Trypanosoma: Seção Stercoraria (transmitido através das fezes)

Trypanosoma cruzi

Seção Salivaria (transmitido por picada)

Trypanosoma vivax

Trypanosoma equinum- Sinônimo: T. Evansi

Trypanosoma equiperdum

 I- Trypanosoma cruziCaracterísticas morfológicas:1. Forma tripomastigota (circulante): Forma de C, Extremidades pontiagudas,

Forma infectante, Núcleo central grande (se cora em roxo), Presença de membrana

ondulante e flagelo, Cinetoplasto grande (forte) e próximo à extremidade posterior (se cora

em roxo), Forma arredondada, Encontrada fixa nos tecidos(+++ musculatura cardíaca), é a

fase de multiplicação, Núcleo não tão grande, Se localiza em células cardíacas.

Ciclo biológico:

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O barbeiro ingere as formas circulantes (tripomastigota) na picada ao hospedeiro

contaminado. No tubo digestivo o protozoário se multiplica e se transforma em

promastigota e depois epimastigota e no final do trato digestivo encontra-se a forma

infectante (tripomastigota metacíclica). Para infectar o hospedeiro vertebrado o barbeiro

pica (geralmente no rosto) e como a picada não é dolorosa ele ao se alimentar à noite

defeca próximo a picada (Trypanosoma da secção stercoraria- transmissão contaminativa).

Há calor, edema, e ao coçar, as fezes contaminadas entram na ferida. No tecido retículo

endotelial a forma amastigota sofre divisão binária e vai à circulação, onde se transforma

em tripomastigota (fica uns 5 dias na circulação). Grande número de tripomastigotas são

destruídos na circulação entretanto os que escapam realizam novas localizações em

diferentes órgãos e tecidos (musculaturas do cólon, esôfago, baço, fígado, coração) onde

transformam-se em amastigotas constituindo os focos secundários e generalizados. Destes

focos secundários, os amastigotas, após multiplicação, com novas invasões, evoluem para

a forma flagelada e voltam ao sangue periférico para recomeçar o ciclo. O inseto é infectado

ao picar o homem para se alimentar.

Importância em Medicina Veterinária:Leva à hiperfunção de órgãos como esôfago, coração e cólon ocorrendo aumento no

tamanho dessas estruturas e os sintomas a longo prazo são febre, queda no sistema

cardíaco e digestivo. Normalmente ocorre em crianças e o sinal onde ocorreu a picada se

chama chagoma ou sinal de Romanã.

 II- Trypanosoma vivaxHospedeiro definitivo: Ruminantes, principalmente bovinos e bubalinos

Vetores: Stomoxys e tabanídeos

Características morfológicas: 1. Forma tripomastigota: Forma de foice, mas sem forma de C e bem menor que o

T. cruzi, Núcleo grande e central (se cora em roxo), Cinetoplasto pequeno e fraco (se cora

em roxo), Extremidade posterior mais arredondada.

Ciclo biológico: O vector pica o hospedeiro contaminado ingerindo a forma tripomastigota e no seu

probóscide se transforma em promastigota, que se multiplica por divisões binárias

sucessivas e quando o insecto pica novamente outro animal inocula as formas

promastigotas (Trypanosoma da secção salivaria- transmissão inoculativa) que penetram

nas células retículo endoteliais virando amastigotas e caem na circulação sangüínea

virando tripomastigota.

Importância em Medicina Veterinária:

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Leva a doença de caráter crônico onde, ao longo dos anos, o animal pode ou não

estar contaminado. Na África ele utiliza como vector a Tsé tsé e leva a doença do sono.

Pode causar morte por hemorragia ou isquemia.

 III- Trypanosoma equinum- Sinônimo: T. evansiHospedeiro definitivo:Equinos

Vectores: Stomoxys e tabanídeos

Características morfológicas:1. Forma tripomastigota: núcleo bem visível, cinetoplasto praticamente invisível,

aparece sempre em um bom número, membrana ondulante bem visível, grânulos no

citoplasma.

Ciclo biológico:Os vectores picam o hospedeiro contaminado e se alimentam da forma

tripomastigota e essa forma que é directamente inoculada em outros animais

(Trypanosoma da secção salivaria- transmissão inoculativa). Não ocorre desenvolvimento

do Trypanosoma no insecto, a transmissão é mecânica. Como a picada do tabanídeo é

dolorosa facilita a transmissão pois o animal sente logo e se coça.

Importância em Medicina Veterinária:Essa espécie causa o Mal das cadeiras, doença no qual os sintomas são: paralisia

progressiva dos membros posteriores, febre, anemia. Esse protozoário também têm relação

com anemia infecciosa eqüina, desenvolve-se muito bem em animais de laboratório

matando-os por hemorragia interna generalizada.

IV- Trypanosoma equiperdumHospedeiro definitivo: Eqüinos e asininos

Transmissão: Passa de hospedeiro vertebrado para outro hospedeiro vertebrado

sem auxílio de insetos vetores. Transmissão através do coito de tripomastigotas.

Características morfológicas:1. Forma tripomastigota: núcleo bem visível, cinetoplasto bem pequeno, aparece

sempre em um bom número, membrana ondulante bem visível, número maior de grânulos

no citoplasma.

Ciclo biológico:É um Trypanosoma da secção stercoraria e a transmissão é venérea, ou seja via

sexual. Raramente ocorre através de picadas de moscas.

Importância em Medicina Veterinária:Leva a uma doença venérea chamada durina, no qual os sintomas são secreção da

mucosa genital em excesso e ainda edema dessas partes.Em casos severos pode ocorrer

abortos.

b) Gênero: Leishmania

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Protozoário da classe Mastigophora que é transmitido para o vertebrado pela picada

de um insecto vector. Há duas espécies de importância: Leishmania donovani (agente da

Leishmaniose visceral) e Leishmania braziliensis. (agente da Leishmaniose cutânea).

Espécies:I- Leishmania donovaniHospedeiro definitivo: homem e cães

Vectores: Phlebotomum e Lutzomyia (Brasil)

Local: Os protozoários se multiplicam no interior de macrófagos, que acabam sendo

destruídos, causando a liberação dos parasitas, que acabam por invadir macrófagos

vizinhos.

Características morfológicas (em corte histológico de fígado ou baço): nos

vertebrados (estruturas arredondadas pequenas e aglomeradas, núcleo central, ausência

de flagelo). Em insecto vector (Corpo alongado, Flagelo livre na extremidade anterior do

corpo).

Ciclo biológico:Na picada o vector se infecta com a forma amastigota e essas se transformam em

promastigotas, que ao se multiplicarem podem até obstruir o canal alimentar do insecto.

Esse ao inocular saliva no hospedeiro definitivo manda aquele “bolo” de formas

promastigotas que penetram nas células retículo endoteliais e se transformam em

amastigotas, que se multiplicam e ganham a corrente sangüínea e vão ao baço ou fígado.

Importância em Medicina Veterinária:Provoca uma doença chamada leishmaniose visceral ou calazar, onde as formas

promastigotas se proliferam nos macrófagos e os destroem. Em casos avançados pode

atingir o tubo digestivo causando diarréia, abdomen distendido e a mortalidade alcança 70 a

90% nos casos não tratados. É uma zoonose e os cães são excelente reservatório de

Leishmania para o homem. Há uma teoria de que os cães não gastam as unhas pelo fato

de estarem fracos.

A L. donovani é um parasito exclusivo do Sistema Fagocitário Mononuclear (antigo

Sist. Ret. Endotelial), principalmente das células localizadas no baço, fígado e medula

óssea. No citoplasma das células os parasitas multiplicam-se, distendendo as células até

sua ruptura. Os parasitas liberados são fagocitados por novas células reticulares e este

ciclo continua indefinidamente. Conseqüências: Aumento dos órgão ricos em células do

SFM (hepato e esplenomegalia). A medula óssea sofre atrofia uma vez que as células

reticulares aí situadas são desviadas , pelo parasitismo , para a função macrofágica..

Quadro hematológico com pancitopenia, mais especialmente leucopenia e anemia por

tendência hemorrágica devido a baixa de plaquetas.

II- Leishmania braziliensis

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Hospedeiro definitivo:Homem e cães

Vetores: Phlebotomum e Lutzomyia

Características morfológicas (em corte histológico de pele): Estruturas

arredondadas pequenas e aglomeradas, núcleo central, ausência de flagelo.

Patogenia: A infecção estabelece-se pela inoculação de promastigotas através da

picada de flebotomíneos. Os parasitas ficam incubados (em média de 2 semanas a 2

meses) nas células histiocitárias da pele onde se multiplicam, sob a forma de amastigotas.,

aparece então a lesão inicial.

Ciclo biológico:Na picada o vector se infecta com a forma amastigota e essas se transformam em

promastigotas, que ao se multiplicarem podem até obstruir o canal alimentar do insecto.

Esse ao inocular saliva no HD manda aquele “bolo” de formas promastigotas que

penetram nas céls retículo endoteliais e se transformam em amastigotas, que se

multiplicam e ficam ali mesmo na pele do hospedeiro.

Importância em Medicina Veterinária:Leva a sérias lesões cutâneas, principalmente no focinhos dos cães e na região

nasal dos homens, podendo invadir as mucosas produzindo erosão nos tecidos

cartilaginosos. É a chamada leishmaniose cutânea ou úlcera de Bauru. Também é uma

zoonose e os cães são um ótimo reservatório para o homem.

b) CLASSE SARCODINAORDEM: AMOEBINAFAMÍLIA: ENDAMOEBIDAEGênero: EntamoebaEspécies: Entamoeba coli / Entamoeba histolyticaLocal: Mucosa intestinal, principalmente intestino grosso.

Transmissão: Água e alimentos contaminados com cistos.

Características Morfológicas:Trofozoíta (forma activa) aparece como uma membrana irregular, núcleo central com

cromatina e presença de vacúolos com bactérias (E. coli) ou hemácias no seu interior e

cariosoma. Em Entamoeba coli a cromatina é densa, o nucléolo periférico e o cariosoma

nítido. Já em Entamoeba histolytica, a cromatina é esparsa e fraca, o nucléolo é central e o

cariosoma quase imperceptível.

Pré-cisto (forma intermediária): aparece sem vacúolos e com membrana de

controle regular.

Cisto (forma de resistência): ocorre divisão binária do núcleo e presença de

núcleos no seu interior, que em E. Coli é em n° de 1 a 8 e em E. Histolytica nunca passa de

4.

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Ciclo biológico:A contaminação se dá através de água e alimentos contaminados (geralmente

alimentos crus) com a forma cística. Na mucosa intestinal reproduzem-se as formas

vegetativas (trofozoítos) que caem na corrente sanguínea localizando-se mais facilmente

no fígado, podendo ir ao pulmão, cérebro e baço, causando lise nos tecidos. Essa forma

activa (cisto) é que sai nas fezes. A reprodução é por divisão binária no meio ambiente.

Outra forma de transmissão é através de artrópodes (moscas e baratas) que podem

carregar as amebas nas patas.

Importância em Medicina Veterinária:E. coli não é patogênica e normalmente é comensal, se alimentando das bactérias

intestinais, mas é importante no diagnóstico diferencial de E. histolytica, que é patogênica

pois ataca a mucosa intestinal causando sérios processos inflamatórios no intestino,

seguido de cólica e diarréia (amebíase). As amebas metacísticas quando no estômago são

liberadas as formas vegetativas e essas destroem as células e ainda no fígado causam

hepatite.