paloma oliveira vidal caracterização molecular e ... · vetor no estado de são paulo. ... mundo,...

22
PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e morfológica de populações de Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) no Estado de São Paulo Tese apresentada ao Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Doutor em Ciências. Área de concentração: Biologia da Relação Patógeno-Hospedeiro. Orientador: Prof. Dr. Lincoln Suesdek Versão original São Paulo 2015

Upload: dangmien

Post on 25-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

PALOMA OLIVEIRA VIDAL

Caracterização molecular e morfológica de populações de Aedes aegypti (Diptera:

Culicidae) no Estado de São Paulo

Tese apresentada ao Departamento de

Parasitologia do Instituto de Ciências

Biomédicas da Universidade de São Paulo,

para obtenção do título de Doutor em

Ciências.

Área de concentração: Biologia da Relação

Patógeno-Hospedeiro.

Orientador: Prof. Dr. Lincoln Suesdek

Versão original

São Paulo

2015

Page 2: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

RESUMO

Vidal PO. Caracterização molecular e morfológica de populações de Aedes aegypti (Diptera:

Culicidae) no Estado de São Paulo. [Tese (Doutorado em Parasitologia)]. São Paulo: Instituto

de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo; 2015.

O mosquito Aedes (Stegomyia) aegypti é nativo da África Oriental e tem se espalhado pelo

mundo, devido principalmente às atividades humanas. A presença e a dispersão deste

mosquito são consideradas como um problema de saúde pública, devido à sua capacidade de

transmitir patógenos causadores de doenças, como a Dengue, Febre Amarela, Chikungunya e

a Febre Zika. O Estado de São Paulo, apresenta uma das mais altas taxas de infecção por vírus

dengue no mundo, com aproximadamente 500.000 casos autóctones notificados no primeiro

semestre de 2015. A principal maneira de controlar o vírus da dengue é diminuir as

populações de mosquito Ae. aegypti, pois nenhuma vacina eficaz e nem drogas antivirais

estão disponíveis. Apesar da alta incidência de dengue no Estado de São Paulo poucos

estudos dirigidos às populações do mosquito têm sido realizados. Diante desse cenário, o

objetivo deste trabalho foi caracterizar geneticamente e morfologicamente populações de Ae.

aegypti localizadas em seis municípios do Estado de São Paulo: Santos (SAN), São Paulo

(SPA), Campinas (CAM), São Carlos (SCA), Catanduva (CAT) e São José do Rio Preto

(SRP). Já que esses municípios são interligados por grandes rodovias, hipotetizamos que elas

poderiam viabilizar a dispersão do mosquito no Estado. Coletamos amostras populacionais de

Ae. aegypti em três períodos diferentes durante os anos de 2011 e 2012. A distância

geográfica linear entre as populações amostradas foram de no máximo 468,4 km e de no

mínimo 54,9 km. A caracterização dessas populações geográficas foi feita mediante

genotipagem de oito loci microssatélites, sequenciamento dos genes mitocondriais Citocromo

oxidase subunidade I (COI) e Nicotinamida adenina dinucleotídeo desidrogenase subunidade

4 (ND4) e morfometria geométrica alar. Análises genéticas e fenéticas revelaram que as

populações de Ae. aegypti no Estado de São Paulo estão estruturadas. Todos os loci

microssatélites foram polimórficos e apontaram diferenciação genética moderada e

significativa entre as populações (Fst= 0.04; p < 0,05). Níveis de diversidade nucleotídica do

gene COI (π =0,0062) e do gene ND4 (π=0,017) foram moderadamente altos. Dois grupos

geneticamente distintos foram encontrados no Estado de São Paulo (k= 9,70; divergência

nucleotídica= 0,019; Fst= 0,80). Distâncias de Mahalanobis indicaram diferenças no formato

alar entre as seis populações (p <0,0001). Não foi detectada correlação entre distâncias

geográficas e genéticas ou morfológicas. A população de SAN foi a mais distinta e

polimórfica, e, além disso, verificamos que o polimorfismo genético das amostras

populacionais é inversamente proporcional à sua distância relativa a SAN. Isso é coerente

com o fato de que o município de Santos contém um porto marítimo reputado como ponto de

entrada dos mosquitos Ae. aegypti de diversas partes do mundo. Ao longo dos meses que

compreenderam o estudo, foram encontradas diferenças morfo-genéticas temporais entre as

seis populações analisadas, possivelmente indicativas de microevolução dos mosquitos. Os

resultados deste estudo podem ser úteis para compreendermos a dispersão deste mosquito

vetor no Estado de São Paulo.

Palavras–chave: Morfometria geométrica alar. Microssatélites. Microevolução. Mosquitos.

Culicídeos. Citocromo oxidase subunidade I. Nicotinamida adenina dinucleotídeo

desidrogenase subunidade 4. COI. ND4.

Page 3: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

ABSTRACT

Vidal PO. Molecular and morphological characterization of Aedes aegypti populations

(Diptera: Culicidae) from State of São Paulo. [Ph. D. thesis (Parasitology)]. São Paulo:

Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo; 2015.

The mosquito Aedes (Stegomyia) aegypti, is native from Eastern Africa, but has spread

worldwide mainly due to human activities. The presence and dispersion of this mosquito are

considered to be a public health problem because of its vectorial competence for dengue,

yellow fever, chikungunya and Zika viruses. The State of São Paulo, Brazil, displays one of

the highest rates of dengue infection in the world, with approximately 500,000 autochthonous

cases being reported in the first semester of 2015. The main way to control dengue viruses is

reducing Ae. aegypti populations, because neither effective vaccines nor antiviral drugs are

available. Despite the high incidence of dengue in the São Paulo State, few populational

studies have been undertaken. The aim of this study was to genetically and morphologically

characterize Ae. aegypti populations from six locations in the São Paulo State: Santos (SAN),

São Paulo (SPA), Campinas (CAM), São Carlos (SCA), Catanduva (CAT) e São José do Rio

Preto (SRP). Since these municipalities are connected by major highways, we hypothesized

that they could facilitate spread of the mosquito in the State. Samples were collected during

the years 2011 and 2012. The linear distances between them range from 54.9 to 468.4 km.

The mosquitoes were analyzed based on eight microsatellite loci, sequences of the

mitochondrial DNA cytochrome oxidase subunit I (COI) and Nicotinamide adenine

dinucleotide dehydrogenase subunit 4 (ND4) genes and and wing geometric morphometrics.

The phenetic and genetic analyses revealed that populations of Ae. aegypti are structured. All

microsatellites loci were polymorphic and genetic differentiation among samples was

moderate and statistically significant (Fst= 0.04; p < 0.05). Nucleotide diversities of COI (π =

0.0062) and ND4 gene (π = 0.017) were moderately high. Two groups genetically distinct

were found in the State of São Paulo (k= 9.70; nucleotide divergence= 0.019; Fst= 0.80). No

correlation between geographic and genetic or morphological distances was detected. The

SAN population was the most distinct and polymorphic, furthermore, we verified that genetic

polymorphism decreases away from the SAN population, which is consistent with the fact

that SAN contains a seaport that could act as a point of entry for the mosquito Ae. aegypti

come from all over the world. Over the months comprised by study, we found the temporal

genetics and morphologic differences among the six populations, a possibly indicative of

microevolution of mosquitoes. The results of this study may be useful for understand the

spread of this vector mosquitoes in the State of São Paulo.

Keywords: Wing geometric morphometrics. Microsatellites. Microevolution. Mosquitoes.

Culicidae. Cytochrome oxidase subunit I. Nicotinamide adenine dinucleotide dehydrogenase

subunit 4. COI. ND4.

Page 4: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

1 INTRODUÇÃO

1.1 Aedes aegypti: O mosquito, os problemas e o controle.

A Dengue é uma doença viral de maior impacto para a saúde pública nas regiões

tropicais (World Health Organization, 2015). É considerada a segunda doença mais mortal do

mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas da

Malária. Devido sua distribuição generalizada, a Dengue é a doença mais importante em

termos econômico e de morbidade (Gubler, 2002; Guzman et al., 2010). A Organização

Mundial da Saúde estima que 50-100 milhões de infecções ocorrem anualmente no mundo e

aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas vivem em áreas de risco ao vírus dengue. Em São

Paulo, o Estado mais populoso e urbanizado do Brasil, o Centro de Vigilância Epidemiológica

registrou nos últimos anos grandes surtos de Dengue autóctone, por exemplo, em 2013 e 2014

foram notificados 201.498 e 196.879 casos respectivamente. Em 2015, de janeiro a julho

foram confirmados 499.556 casos. Até o momento não está disponível nenhuma vacina eficaz

para a prevenção da Dengue e nem drogas antivirais para o tratamento da doença, sendo

assim, o controle dos vetores e a vigilância entomológica permanecem as principais

estratégias contra a infecção nos seres humanos.

O mosquito Aedes (Stegomyia) aegypti (L.) 1762 (Figura 1) além de ser o principal

vetor do vírus dengue no Brasil, também é vetor de agentes etiológicos de doenças graves

como a Febre Amarela, Chikungunya e a Febre Zika. Pertencente à família Culicidae (112

gêneros e 3.546 espécies) essa espécie é natural da região afrotropical onde são encontrados

os outros membros do grupo (Harbach, 2015). Atualmente está distribuído por quase todo o

mundo, devido principalmente as atividades humanas, com ocorrência nas regiões tropicais e

subtropicais.

Provavelmente o Ae. aegypti foi introduzido nas Américas durante as primeiras

explorações europeias ao Novo Mundo no século XV, por meio de barcos que cruzavam o

Atlântico (Díaz-Nieto et al., 2013). Os primeiros registros no Estado de São Paulo foram em

1980 na zona portuária de Santos, sendo os focos eliminados (Pontes, Ruffino-Netto, 1994).

De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde, o Ae. aegypti está atualmente presente

em todos os Estados brasileiros incluindo o distrito federal. Com o intercâmbio comercial do

Brasil com outros países, as cidades que apresentam grandes portos como Santos, Belém e

Manaus proporcionam um meio passivo transoceânico para disseminação do mosquito Ae.

Page 5: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

aegypti no país (Paduan, Ribolla, 2008). Indivíduos adultos raramente voam mais do que 500

metros de distância, por isso a dispersão terrestre desse mosquito também pode ocorrer

passivamente ao longo de estradas (Honório et al., 2003; Reiter et al., 1995).

Figura 1 - Fêmea do mosquito Ae. aegypti.

Fotografada por: Marcos Teixeira de Freitas.

Os mosquitos Ae. aegypti são altamente domesticados, com hábitos sinantrópicos e

antropofílicos (Forattini, 2002). Seus ovos e larvas são adaptados para viverem em recipientes

artificiais, tais como, garrafas plásticas, latas, pneus, tanques de água, baldes entre outros. A

preferência alimentar das fêmeas adultas em sangue humano reforça a capacidade de

transmissão das doenças aos seres humanos. Rodrigues et al. (2015), estudando esses

mosquitos em uma área urbana no Estado de São Paulo, verificaram que a densidade de

mosquitos fêmea é diretamente proporcional ao número de habitantes dentro de uma

residência, indicando que a população humana afeta positivamente o número de indivíduos do

mosquito Ae. aegypti.

Estudos populacionais têm sido desenvolvidos em vários países a fim de ajudar no

desenvolvimento de estratégias de controle desse inseto vetor (Brown et al., 2013; Jaimes-

Dueñez et al., 2015; Monteiro et al., 2014; Paupy et al., 2012; Vidal, Suesdek, 2012). A

variação genética em populações de Ae. aegypti pode influenciar na competência vetorial de

patógenos, como os vírus da Dengue e Febre Amarela (Lourenço-de-Oliveira et al., 2004; Sim

et al., 2013; Tabachnick et al., 1985). Portanto, a caracterização genética de populações

Page 6: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

naturais ao longo do tempo é essencial para acompanhar a circulação de traços genéticos

epidemiologicamente importantes que podem explicar sobre a epidemiologia dessas doenças.

Estratégias de controle do mosquito Ae. aegypti tem sido desenvolvido há décadas,

mediante o uso de inseticidas, controle biológico, controle mecânico e os recentes métodos

alternativos de mosquitos transgênicos (Araujo et al., 2015; Carvalho et al., 2015; Wilke,

Marrelli, 2012) e o uso de Wolbachia como um biocontrole (Ritchie, 2014). Os mosquitos

apresentam grande capacidade adaptativa a diferentes condições ambientais devido à

resistência de diferentes mutantes. Dessa forma a eficácia de cada método de controle vai

depender da situação em que estão sendo empregados. Outro fator que pode dificultar os

métodos de controle é a microevolução desses mosquitos.

A microevolução é definida como uma mudança na frequência alélica dentro de uma

população, que pode ser observada em pequenos intervalos de tempo, de uma geração para

outra (Futuyma, 1997; Ridley, 2003). Essa mudança pode ocorrer por diferentes processos,

tais como, mutação, seleção, fluxo gênico e deriva genética. Os mosquitos Ae. aegypti em

geral apresentam reprodução rápida, podendo completar o ciclo de vida em poucos dias. Em

condições ambientais adequadas como temperatura, umidade, pluviosidade, o tempo entre a

eclosão dos ovos e os adultos emergirem dura de 8 a 10 dias (Forattini, 2002), dessa forma

podem apresentar uma rápida evolução entre suas populações.

A caracterização populacional utilizando padrões genéticos, morfológicos e

comportamentais comparadas ao longo de transectos geográficos ou temporais, é o primeiro

passo para estudar a microevolução. Vidal et al. (2012), estudando a forma e o tamanho alar

de Ae. albopictus no período de 4 anos, verificaram alterações nas asas, que indicam

processos microevolutivos nesta espécie. Em trabalho mais recente, Louise et al. (2015)

mostraram como a microevolução em Ae. aegypti pode ocorrer em pequenos intervalos de

tempo. Eles mostraram que ao longo de um ano, entre as estações climáticas, a frequência

alélica e o formato das asas de uma população de mosquito Ae. aegypti foram alteradas.

A análise de diferentes variáveis biológicas pode fornecer maior robustez aos testes de

hipóteses que visem descrever padrões e processos microevolutivos, uma vez que as taxas e

velocidades de evolução entre os caracteres são distintas em uma espécie. Sendo assim, as

chances de detectar variações fenotípicas e genotípicas utilizando múltiplos parâmetros são

maiores (Paupy et al., 2010; Rocha, 2005; Savard et al., 2006; Vidal, Suesdek, 2012). A

seguir serão descritos os marcadores que foram utilizados no desenvolvimento do presente

trabalho.

Page 7: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

1.2 Marcadores Genéticos

1.2.1 DNA nuclear - Microssatélites

Os microssatélites, também conhecidos como SSR (sequências simples repetidas), são

sequências curtas de 1 a 6 pares de bases, repetidas em tandem, ou seja, uma ao lado da outra

(Schlötterer, Pemberton, 1998). Essas regiões são muito frequentes, espalhadas aleatoriamente

por todo o genoma de eucariotos, podendo estar associadas a sequências expressas. Os SSRs

são flanqueados por sequências únicas que podem ser amplificadas pelo método da PCR

(Reação em cadeia da polimerase) por meio de um par de primers específicos, sendo,

portanto, unilocos, com herança codominante, permitindo a discriminação entre homozigotos

e heterozigotos (Müller et al., 2010).

Os SSRs são marcadores com níveis elevados de polimorfismo, principalmente pela

natureza altamente repetitiva e apresentarem pequena extensão da região de repetição.

Independente do elemento repetido, cada SSR, representa um locus genético, multialélico e

muito informativo. O processo de multialelismo do locus SSR está envolvido em três

fenômenos básicos, mutação, “Crossing over” ou permuta desigual e erros da DNA

polimerase (“Slippage”).

Um dos fatores limitantes para a aplicação de marcadores SSRs é o baixo índice de

transferibilidade dos primers entre as espécies, sendo necessário isolar essas regiões na

maioria das espécies que estão sendo estudadas pela primeira vez. Isso ocorre porque os SSRs

são encontrados em áreas não codificantes do genoma, onde a taxa de substituição é maior do

que em regiões codificantes. Para a espécie Ae. aegypti, diversos trabalhos já foram

publicados isolando marcadores SSRs altamente polimórficos (Brown et al., 2011; Chambers

et al., 2007; Huber et al., 2001; Slotman et al., 2006) o que facilita a utilização desses

marcadores para estudo de populações desse mosquito vetor.

Os marcadores SSRs passaram a ser utilizados em Culicideos a partir da década de 90

(Lanzaro et al., 1995) e desde então o número de trabalhos publicados só tem aumentado,

principalmente para estudar populações de mosquitos vetores de patógenos causadores de

doenças como do gênero Anopheles (Ambrose et al., 2014; Angêlla et al., 2014; Scarpassa,

Conn, 2007), do gênero Culex (Kothera et al., 2013, 2012; Wilke et al., 2014) e do gênero

Aedes (Das et al., 2014; Gloria-Soria et al., 2014; Mendonça et al., 2014; Monteiro et al.,

2014). Todos esses trabalhos são de suma importância, pois conhecer a estrutura genética

Page 8: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

populacional ajuda entender melhor a dinâmica de uma população de vetores, sabendo-se que

a adaptação de um organismo está diretamente ligada a sua variabilidade genética.

Através dos marcadores microssatélites é possível observar diferenças genéticas em

populações separadas por poucos quilômetros (Da Costa-Ribeiro et al., 2006; Vidal, Suesdek,

2012) ou ainda, analisar uma única população em períodos distintos de tempo (Lehmann et

al., 2003; Louise et al., 2015), já que essas regiões de SSRs evoluem rapidamente. Além

disso, estudos com SSRs indicaram fortes evidencias de que o armazenamento de água e os

hábitos humanos afetam na diferenciação genética do mosquito Ae. aegypti (Huber et al.,

2002).

1.2.2 DNA mitocondrial - COI e ND4

O DNA mitocondrial apresenta algumas vantagens quando comparado ao DNA

nuclear: possui múltiplas cópias por células; o genoma é haploide, de herança materna e com

ausência de recombinação gênica, com raras exceções; é considerado um genoma compacto,

com poucos genes (37 no total), raramente possui sequências espaçadoras, introns,

pseudogenes e sequências repetitivas; o conteúdo gênico é bastante conservado; a taxa

evolutiva, ou seja, de substituições de base é muito alta; os erros de replicação e as altas

concentrações de compostos de oxigênio capazes de danificar o DNA, aliados a um reparo

pouco eficiente, possivelmente acabam acumulando mutações (Moritz et al., 1987; Wilson et

al., 1985).

O gene COI (Citocromo Oxidase subunidade I) e o gene ND4 (Nicotinamida Adenina

Dinucleotídeo Desidrogenase subunidade 4) do DNA mitocondrial estão envolvidos no

transporte elétrico e catálise da cadeia respiratória de organismos eucariotos (Saraste, 1990).

Esses genes têm sido utilizados recentemente em análise de genética populacional,

identificação de espécies crípticas, filogenia e filogeografia de diversos grupos da família

Culicidae (Bracco et al., 2007; Caldera et al., 2013; de Lourdes Muñoz et al., 2013; Lorenz et

al., 2014; Moore et al., 2013; Paduan, Martins Ribolla, 2008; Petersen et al., 2015; Sallum et

al., 2002; Scarpassa et al., 2008; Scarpassa, Conn, 2007; Werblow et al., 2014; Zawani et al.,

2014).

Estudos prévios, do sequenciamento da região COI e/ou ND4 tem indicado a presença

de duas linhagens de Ae. aegypti (Bracco et al., 2007; da Costa-da-Silva et al., 2005;

Gorrochotegui-Escalante et al., 2002; Herrera et al., 2006; Jaimes-Dueñez et al., 2015; Moore

et al., 2013; Paupy et al., 2012), inclusive no Brasil (Lima Júnior, Scarpassa, 2009; Scarpassa

Page 9: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

et al., 2008). A espécie Ae. aegypti é originada a partir de duas linhagens matriarcais (Powell

et al., 1980). Há duas subespécies reconhecidas de Ae. aegypti lato sensu, a forma ancestral

Ae. aegypti formosus, um mosquito silvestre restrita à região subsaariana da África, e a

subespécie Ae. aegypti aegypti, referente a Aedes aegypti stricto sensu, encontrada

globalmente em regiões tropicais e subtropicais, tipicamente associada com os seres humanos

(Jaimes-Dueñez et al., 2015; Moore et al., 2013).

Estudos baseados em genética populacional de Ae. aegypti têm fornecido informação

sobre estrutura populacional e dispersão em níveis micro e macro-geográficos, mostrando que

a dimensão ambiental, fatores sociais e intervenções humanas, afetam a estrutura populacional

deste vetor. Scarpassa et al. (2008) conduziram um estudo filogeográfico por intermédio do

DNA mitocondrial do Ae. aegypti no Brasil, o estudo revelou uma pronunciada estrutura

genética brasileira para o Ae. aegypti, provavelmente resultante de diversos fatores como:

múltiplas introduções associadas com diferentes linhagens, diferenciação geográfica, padrões

de dispersão passiva, atividades de controle, de extinção e recolonização de eventos e deriva

genética. Yáñez et al. (2013) analisando populações de Ae. aegypti em áreas endêmicas de

dengue no Peru concluíram que a variabilidade desses mosquitos é causada tanto pela

migração ativa do vetor, quanto pela migração passiva mediada pela atividade humana.

A detecção da variabilidade genética dentro de populações, mediante gradientes

geográficos e/ou temporais podem fornecer dados que estimem se uma população está em

equilíbrio, extinção ou em expansão. Além disso, as diferenças genéticas observadas em

populações de mosquitos vetores podem auxiliar na compreensão da história evolutiva e na

epidemiologia das doenças (Yan et al., 1998).

1.3 Marcador Morfológico

1.3.1 Morfometria geométrica alar

A Morfometria Geométrica (MG), de acordo com Monteiro e Reis (1999) é capaz de

mensurar e identificar fenômenos que o olho humano ou as técnicas matemáticas usuais são

incapazes de perceber ou medir com precisão. As análises morfométricas começaram a ser

utilizadas a partir do final da década de 80 devido à disponibilidade de ferramentas

computacionais robustas. As principais propriedades da morfometria geométrica são as

Page 10: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

possibilidades de análises multivariadas, com múltiplas variáveis simultaneamente e a

possibilidade de recuperar informações de forma e tamanho independentemente. Assim

sendo, o poder de resolução é alto permitindo gerar diversos marcadores taxonômicos ou

populacionais.

Em insetos, existe uma preferência em utilizar as asas para os estudos morfométricos,

pois se trata de uma estrutura bidimensional, evitando erros de deformação. Além disso, as

asas apresentam características potencialmente herdáveis, ou seja, possível de evolução

(Dujardin, 2008; Jirakanjanakit et al., 2008). Os tipos de dados mais informativos utilizados

nas análises morfométricas são os marcos anatômicos, que na maioria das vezes são

escolhidos nos encontros das nervuras.

Trabalhos recentes tem mostrado a utilização da morfometria geométrica para

responder diferentes questões em Culicídeos de interesse médico-veterinário. Virginio et al.

(2015) utilizaram a MG para estudar o dimorfismo sexual em 10 espécies de Culicídeos.

Naquele estudo eles verificaram que a morfologia das asas difere significativamente entre os

sexos. Lorenz et al. (2014) verificaram estruturação populacional em populações de An. cruzii

distribuídas em altitudes diferentes. Louise et al. (2015) verificaram diferenças no formato

alar em Ae. aegypti no período de um ano. A morfometria também tem sido utilizada para

resolver questões taxonômicas (Gómez et al., 2013; Jaramillo et al., 2015).

Estudo baseado em análises morfométricas revelou estruturação em populações de Ae.

albopictus distribuídas no Mundo, com ênfase na Ásia, onde o vetor foi originado (Morales

Vargas et al., 2013). Os padrões de variação da forma naquele trabalho eram compatíveis com

a deriva genética, sugerindo mudanças microevolutivas induzidas pela expansão do mosquito.

Estudo realizado por Morais et al. (2010) mostraram diferenças entre as populações de Cx.

quinquefasciatus do Norte e do Sul do Brasil, indicando uma avaliação preliminar da estrutura

populacional desses mosquitos.

Caracteres morfométricos também têm sido utilizados na identificação de espécies.

Henry et al. (2010) fizeram um estudo mostrando a utilização da morfometria geométrica alar

como complemento para diagnosticar exemplares danificados de vetores da dengue, Ae.

aegypti e Ae. albopictus. Naquele trabalho, os autores verificaram que a variação da forma

não produziu sobreposição interespecífica significativa, independente da origem geográfica.

Globalmente o tamanho e forma da asa mostraram ser bem preservada. Outros trabalhos

foram realizados com o intuito de utilizar caracteres morfométricos na identificação de

espécies, Lorenz et al. (2012) conseguiu diagnosticar espécies do gênero Anopheles e Vidal et

al. (2011) diagnosticou duas espécies do gênero Culex.

Page 11: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

1.4 O Ae. aegypti no Estado de São Paulo

O Estado de São Paulo é o mais populoso do Brasil (o número de habitantes equivale

cerca de 22% da população Brasileira), com uma das populações mais diversificadas do país e

a terceira unidade política mais populosa da América do Sul. O Estado de São Paulo tem

grande vulnerabilidade para a Dengue por apresentar características como, diferenças

socioeconômicas, alta densidade populacional e ter um grande fluxo de migrantes de outros

Estados e Países.

Os casos de dengue estão correlacionados com a distribuição dos mosquitos Ae.

aegypti. A ocorrência no Estado de São Paulo desses mosquitos teve início na década de 80.

Entre os anos de 1986 e 1996, a dispersão desses mosquitos ocorreu de forma contínua, rápida

e ampla, ocupando principalmente as regiões Oeste, Norte e Central do Estado. No ano de

1995, dos 626 municípios paulistas, 415 estavam infestados pelo mosquito (Glasser, de Castro

Gomes, 2000). Desde então, a expansão geográfica desse vetor continua ocorrendo.

O Ministério da saúde informou que em março/15 pelo menos 91 dos 645 municípios

paulistas estavam em situação de epidemia de dengue. Os dados mostraram que a situação foi

mais grave em cidades com menos de 100 mil habitantes. Entre as cidades com mais de 100

mil habitantes, a situação mais crítica foi em Catanduva. Na cidade de São Paulo foram

registrados no primeiro semestre de 2015 mais de 59 mil casos. Alguns fatores ambientais

podem favorecer o aumento de dengue. Araujo et al. (2015), estudando populações de Ae.

aegypti na cidade de São Paulo, verificaram que a Dengue está correlacionada a áreas

chamadas de ilhas urbanas de calor, ou seja, uma área com altas temperaturas ( > 28 ºC) o

número de casos de Dengue são maiores.

Diferentes métodos de controle ao mosquito Ae. aegypti tem sido aplicado no Estado

de São Paulo, com finalidade de diminuir os casos de dengue. Os inseticidas e o controle

mecânico são os mais utilizados. Macoris et al. (2014) avaliaram o impacto da resistência a

inseticida dos moquitos no Estado de São Paulo e concluíram que a utilização em populações

com susceptibilidade reduzida torna essa ferramenta pouco eficiente e que precisa ser

utilizado com bastante cautela, sugerindo que o controle da Dengue requer estratégias mais

sustentáveis.

Estudos com populações de Ae. aegypti podem gerar conhecimentos que visem

entender o processo de evolução e dispersão desses mosquitos no Estado de São Paulo. Vidal

e Suesdek (2012) verificaram estruturação populacional do mosquito em locais distanciados

por no máximo 50 quilômetros dentro da área metropolitana de São Paulo, indicando baixo

Page 12: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

fluxo gênico entre as populações analisadas. Campos et al. (2012) estudaram populações de

Ae. aegypti na cidade de Botucatu-SP no período de 5 anos e verificaram que esse mosquito é

capaz de manter uma população relativamente grande no período da seca para manter

frequências genéticas estáveis. Ao contrário do que foi observado naquele trabalho, Louise et

al., 2015, analisando populações de Ae. aegypti no período de um ano na cidade de São Paulo-

SP, verificaram rápida evolução desse mosquito vetor, com diferenças genéticas e

morfológicas ao longo das estações climáticas do ano de 2011-12.

Apesar da grande incidência da Dengue no Estado de São Paulo, pouco se conhece da

dinâmica populacional do Ae. aegypti. Assim sendo, compreender a estruturação genética e os

padrões de fluxo gênico no nível espacial e temporal é de extrema relevância. Visando

aproximarmo-nos desta compreensão, seis populações de Ae. aegypti coletadas ao longo de

um importante corredor rodoviário foram estudadas quanto a variabilidade de marcadores

genéticos e morfológicos. Este corredor, compreendido pelas rodovias: Imigrantes, Anchieta,

Bandeirantes, Anhanguera e Washington Luís, é uma importante ligação entre o porto de

Santos e outras grandes cidades do Estado de São Paulo que são afetadas pela dengue.

Também avaliamos o potencial da morfometria geométrica alar para acessar aspectos da

genética populacional desse mosquito vetor.

Page 13: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

2 CONCLUSÕES

Os três marcadores biológicos indicaram estruturação populacional;

Baixo fluxo gênico foi encontrado entre as seis populações de Ae. aegypti no Estado

de São Paulo;

Não foi observado isolamento das seis populações do Estado de São Paulo por

distância geográfica;

As rodovias que interconectam as seis populações de Ae. aegypti amostradas, não são

suficientes para homogeneizar essas populações através da migração passiva desses

mosquitos;

Os resultados sugerem a existência de duas linhagens genéticas na espécie de Ae.

aegypti do Estado de São Paulo;

A população de SAN foi a mais diferenciada de todas as outras populações analisadas;

A dispersão do mosquito Ae. aegypti no Estado de São Paulo provavelmente ocorreu

do litoral de Santos para o interior;

Os marcadores genéticos e morfológicos apresentam velocidades distintas de

evolução;

Diferenças temporais morfo-genéticas foram observadas nas amostras coletadas entre

2011-2012.

Page 14: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

REFERÊNCIAS1

Ambrose L, Cooper RD, Russell TL, Burkot TR, Lobo NF, Collins FH, Hii J, Beebe NW,

Microsatellite and mitochondrial markers reveal strong gene flow barriers for Anopheles

farauti in the Solomon Archipelago: implications for malaria vector control. Int J Parasitol.

2014;44:225–33.

Angêlla AF, Salgueiro P, Gil LH, Vicente JL, Pinto J, Ribolla PE, Seasonal genetic

partitioning in the neotropical malaria vector, Anopheles darlingi. Malar J. 2014;13:203.

Araujo RV, Albertini MR, Costa-da-Silva AL, Suesdek L, Franceschi NCS, Bastos NM, Katz

G, Cardoso VA, Castro BC, Capurro ML, Allegro VLAC. São Paulo urban heat islands have

a higher incidence of dengue than other urban areas. Braz J Infect Dis. 2015;19:146–55.

Ayala D, Caro-Riaño H, Dujardin J-P, Rahola N, Simard F, Fontenille D. Chromosomal and

environmental determinants of morphometric variation in natural populations of the malaria

vector Anopheles funestus in Cameroon. Infect Genet Evol. 2011;11:940–7.

Belkhir K, Borsa P, Chikhi L, Raufaste N, Bonhomme F. GENETIX 4.05, logiciel sous

Windows TM pour la génétique des populations. Laboratoire Génome, Populations,

Interactions, CNRS UMR 5000, Université de Montpellier II, Montpellier (France). 2004.

Bookstein FL. Morphometric Tools for Landmark Data: Geometry and Biology. Cambridge

University Press; 1997. 459 p.

Bosio CF, Harrington LC, Jones JW, Sithiprasasna R, Norris DE, Scott TW. Genetic structure

of Aedes aegypti populations in Thailand using mitochondrial DNA. Am J Trop Med Hyg.

2005;72:434–42.

Bracco JE, Capurro ML, Lourenco-de-Oliveira R, Mureb Sallum MA. Genetic variability of

Aedes aegypti in the Americas using a mitochondrial gene: evidence of multiple introductions.

Mem Inst Oswaldo Cruz. 2007;102:573–80.

Brown JE, McBride CS, Johnson P, Ritchie S, Paupy C, Bossin H, Lutomiah, J., Fernandez-

Salas I, Ponlawat A, Cornel AJ, Black WC 4th, Gorrochotegui-Escalante N, Urdaneta-

Marquez L, Sylla M, Slotman M, Murray KO, Walker C, Powell JR. Worldwide patterns of

genetic differentiation imply multiple “domestications” of Aedes aegypti, a major vector of

human diseases. Proc Biol Sci. 2011;278:2446–54.

Brown JE, Obas V, Morley V, Powell JR. Phylogeography and spatio-temporal genetic

variation of Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) populations in the Florida Keys. J Med

Entomol. 2013;50:294–9.

1De acordo com:

International Committee of Medical Journal Editors. [Internet]. Uniform requirements for manuscripts

submitted to Biomedical Journal: sample references. [updated 2011 Jul 15]. Available from:

http://www.icmje.org

Page 15: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

Caldera SM, Jaramillo MC, Cochero S, Pérez-Doria A, Bejarano EE. Diferencias genéticas

entre poblaciones de Aedes aegypti de municipios del norte de Colombia, con baja y alta

incidencia de dengue. Biomédica. 2013;33:89–98.

Campos M, Spenassatto C, Lourdes da Graca Macoris M, Paduan K dos S, Pinto J, Ribolla

PEM. Seasonal population dynamics and the genetic structure of the mosquito vector Aedes

aegypti in São Paulo, Brazil. Ecol Evol. 2012;2:2794–802.

Carvalho DO, McKemey AR, Garziera L, Lacroix R, Donnelly CA, Alphey L, Malavasi A,

Capurro ML. Suppression of a Field Population of Aedes aegypti in Brazil by Sustained

Release of Transgenic Male Mosquitoes. PLoS Negl Trop Dis. 2015;9:e0003864.

Chadee DD, Rahaman A. Use of water drums by human and Aedes aegypti in Trinidad. J

Vector Ecol. 2000;25:28–35.

Chadee DD. Key premises, a guide to Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) surveillance and

control. B Entomol Res. 2004;94:201–207.

Chambers EW, Meece JK, McGowan JA, Lovin DD, Hemme RR, Chadee DD, McAbee K,

Brown SE, Knudson DL, Severson DW. Microsatellite isolation and linkage group

identification in the yellow fever mosquito Aedes aegypti. J Hered. 2007;98:202–10.

Colton YM, Chadee DD, Severson DW. Natural skip oviposition of the mosquito Aedes

aegypti indicated by codominant genetic markers. Med Vet Entomol. 2003;17:195–204.

Da Costa-da-Silva AL, Capurro ML, Bracco JE. Genetic lineages in the yellow fever

mosquito Aedes (Stegomyia) aegypti (Diptera: Culicidae) from Peru. Mem Inst Oswaldo

Cruz. 2005;100:539–44.

Da Costa-Ribeiro MCV, Lourenço-de-Oliveira R, Failloux AB. Geographic and temporal

genetic patterns of Aedes aegypti populations in Rio de Janeiro, Brazil. Trop Med Int Health.

2006;11:1276–85.

Das B, Satapathy T, Kar SK, Hazra RK. Genetic structure and Wolbachia genotyping in

naturally occurring populations of Aedes albopictus across contiguous landscapes of Orissa,

India. PloS One. 2014;9(4):e94094.

de Lourdes Muñoz M, Mercado-Curiel RF, Diaz-Badillo A, Pérez Ramirez G, Black WC 4th.

Gene flow pattern among Aedes aegypti populations in Mexico. J Am Mosq Control Assoc.

2013;29(1):1–18.

Díaz-Nieto LM, Maciá A, Perotti MA, Berón CM. Geographical Limits of the Southeastern

Distribution of Aedes aegypti (Diptera, Culicidae) in Argentina. PLoS Negl Trop Dis.

2013;7(1):e1963.

Dujardin J-P. Morphometrics applied to medical entomology. Infect Genet Evol.

2008;8(6):875–90.

Dujardin, JP. COO, MOG and COV for Windows, Institut de Recherches pour le

Développement, Marseille. 2010.

Page 16: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

Evanno G, Regnaut S, Goudet J. Detecting the number of clusters of individuals using the

software STRUCTURE: a simulation study. Mol Ecol. 2005;14(8):2611–20.

Excoffier L, Lischer HEL. Arlequin suite ver 3.5: a new series of programs to perform

population genetics analyses under Linux and Windows. Mol Ecol Resour. 2010;10(3):564–7.

Felsenstein J. PHYLIP (Phylogeny Inference Package) Version 3.6. Distributed by the author,

Department of Genome Sciences, University of Washington, Seattle, WA.

Forattini, OP. Culicidologia médica. São Paulo: EDUSP; 2002. 864 p.

Fu YX, Li WH. Statistical tests of neutrality of mutations. Genetics. 1993;133(3):693–709.

Fu Y-X. Statistical Tests of Neutrality of Mutations Against Population Growth, Hitchhiking

and Background Selection. Genetics. 1997;147(2):915–25.

Futuyma DJ. Evolutionary biology. Sunderland, Mass.: Sinauer Associates; 1997. 763 p.

Glasser CM, de Castro Gomes A. Infestation of São Paulo State, Brazil, by Aedes aegypti and

Aedes albopictus. Rev Saúde Pública. 2000;34(6):570–7.

Gloria-Soria A, Brown JE, Kramer V, Hardstone Yoshimizu M, Powell JR. Origin of the

Dengue Fever Mosquito, Aedes aegypti, in California. PLoS Negl Trop Dis.

2014;31;8(7):e3029.

Gómez G, Jaramillo L, Correa MM. Wing geometric morphometrics and molecular

assessment of members in the Albitarsis Complex from Colombia. Mol Ecol Resour.

2013;13(6):1082–92.

Gorrochotegui-Escalante N, Gomez-Machorro C, Lozano-Fuentes S, Fernandez-Salas L, De

Lourdes Munoz M, Farfan-Ale JA, et al. Breeding structure of Aedes aegypti populations in

Mexico varies by region. Am J Trop Med Hyg. 2002;66(2):213–22.

Gubler DJ. Epidemic dengue/dengue hemorrhagic fever as a public health, social and

economic problem in the 21st century. Trends Microbiol. 2002;10(2):100–3.

Guzman MG, Halstead SB, Artsob H, Buchy P, Farrar J, Gubler DJ, et al. Dengue: a

continuing global threat. Nat Rev Microbiol. 2010;8:S7–16.

Harbach, R. Culicidae Classification | Mosquito Taxonomic Inventory [Internet]. [citado 11

ago. 2015]. Disponível em: http://mosquito-taxonomic-

inventory.info/simpletaxonomy/term/6045

Henry A, Thongsripong P, Fonseca-Gonzalez I, Jaramillo-Ocampo N, Dujardin J-P. Wing

shape of dengue vectors from around the world. Infect Genet Evol J Mol Epidemiol Evol

Genet Infect Dis. 2010;10(2):207–14.

Page 17: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

Hemme RR, Thomas CL, Chadee DD, Severson DW. Influence of Urban Landscapes on

Population Dynamics in a Short-Distance Migrant Mosquito: Evidence for the Dengue

Vector Aedes aegypti. PLoS Negl Trop Dis. 2010;4(3): e634.

Herrera F, Urdaneta L, Rivero J, Zoghbi N, Ruiz J, Carrasquel G, et al. Population genetic

structure of the dengue mosquito Aedes aegypti in Venezuela. Mem Inst Oswaldo Cruz.

2006;101(6):625–33.

Honório NA, Silva W da C, Leite PJ, Gonçalves JM, Lounibos LP, Lourenço-de-Oliveira R.

Dispersal of Aedes aegypti and Aedes albopictus (Diptera: Culicidae) in an urban endemic

dengue area in the State of Rio de Janeiro, Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2003;98(2):191–

8.

Huber K, Le Loan L, Hoang TH, Ravel S, Rodhain F, Failloux A-B. Genetic differentiation of

the dengue vector, Aedes aegypti (Ho Chi Minh City, Vietnam) using microsatellite markers.

Mol Ecol. 2002;11(9):1629–35.

Huber K, Mousson L, Rodhain F, Failloux AB. Isolation and variability of polymorphic

microsatellite loci in Aedes aegypti, the vector of dengue viruses. Mol Ecol Notes.

2001;1(4):219–22.

Jaimes-Dueñez J, Arboleda S, Triana-Chávez O, Gómez-Palacio A. Spatio-temporal

distribution of Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) mitochondrial lineages in cities with

distinct dengue incidence rates suggests complex population dynamics of the dengue vector in

Colombia. PLoS Negl Trop Dis. 2015;9(4):e0003553.

Jaramillo ON, Dujardin JP, Calle-Londoño D, Fonseca-González I. Geometric morphometrics

for the taxonomy of 11 species of Anopheles (Nyssorhynchus) mosquitoes. Med Vet Entomol.

2015;29(1):26–36.

Jirakanjanakit N, Leemingsawat S, Dujardin JP. The geometry of the wing of Aedes

(Stegomyia) aegypti in isofemale lines through successive generations. Infect Genet Evol J

Mol Epidemiol Evol Genet Infect Dis. 2008;8(4):414–21.

Júnior L, Sousa R, Scarpassa VM. Evidence of two lineages of the dengue vector Aedes

aegypti in the Brazilian Amazon, based on mitochondrial DNA ND4 gene sequences. Genet

Mol Biol. 2009;32(2):414–22.

Kalinowski ST. HP-RARE 1.0: a computer program for performing rarefaction on measures

of allelic richness. 2005;5(1):187–9.

Klingenberg CP. MorphoJ: an integrated software package for geometric morphometrics. Mol

Ecol Resour. 2011;11(2):353–7.

Kothera L, Godsey MS, Doyle MS, Savage HM. Characterization of Culex pipiens complex

(Diptera: Culicidae) populations in Colorado, USA using microsatellites. PloS One.

2012;7(10):e47602.

Page 18: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

Kothera L, Nelms BM, Reisen WK, Savage HM. Population genetic and admixture analyses

of Culex pipiens complex (Diptera: Culicidae) populations in California, United States. Am J

Trop Med Hyg. 2013;89(6):1154–67.

Lanzaro GC, Zheng L, Toure YT, Traore SF, Kafatos FC, Vernick KD. Microsatellite DNA

and isozyme variability in a West African population of Anopheles gambiae. Insect Mol Biol.

1995;4(2):105–12.

Lehmann T, Licht M, Elissa N, Maega BTA, Chimumbwa JM, Watsenga FT, et al.

Population Structure of Anopheles gambiae in Africa. J Hered. 2003;94(2):133–47.

Rocha LS. Caracterização de populações de Anastrepha sororcula Zucchi 1979 (Diptera:

Tephritidae) por análises cromossômicas, morfométricas e moleculares [tese (Doutorado em

Genética e Biologia Evolutiva)]. São Paulo: Instituto de Biociências. Universidade de São

Paulo; 2005. 127 f.

Lorenz C, Marques TC, Sallum MAM, Suesdek L. Altitudinal population structure and

microevolution of the malaria vector Anopheles cruzii (Diptera: Culicidae). Parasit Vectors.

2014;7:581.

Lorenz C, Marques TC, Sallum MAM, Suesdek L. Morphometrical diagnosis of the malaria

vectors Anopheles cruzii, An. homunculus and An. bellator. Parasit Vectors. 2012;5:257.

Lourenço-de-Oliveira R, Vazeille M, Bispo de Filippis AM, Failloux A-B. Oral susceptibility

to yellow fever virus of Aedes aegypti from Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2002;97(3):437–

9.

Lourenço-de-Oliveira R, Vazeille M, de Filippis AM, Failloux AB. Aedes aegypti in Brazil:

genetically differentiated populations with high susceptibility to dengue and yellow fever

viruses. Trans R Soc Trop Med Hyg. 2004;98(1):43–54.

MA Slotman NBK. Polymorphic microsatellite markers for studies of Aedes aegypti (Diptera:

Culicidae), the vector of dengue and yellow fever. Mol Ecol Notes. 2006;7(1):168–71.

Maciel-de-Freitas R, Lourenço-de-Oliveira R. Presumed unconstrained dispersal of Aedes

aegypti in the city of Rio de Janeiro, Brazil. Rev Saúde Pública. 2009;43(1):8–12.

Macoris M de L da G, Andrighetti MTM, Wanderley DMV, Ribolla PEM, Macoris M de L da

G, Andrighetti MTM, et al. Impact of insecticide resistance on the field control of Aedes

aegypti in the State of São Paulo. Rev Soc Bras Med Trop. 2014;47(5):573–8.

Mendonça BAA, de Sousa ACB, de Souza AP, Scarpassa VM. Temporal genetic structure of

major dengue vector Aedes aegypti from Manaus, Amazonas, Brazil. Acta Trop.

2014;134:80–8.

Monteiro & Reis. Princípios de morfometria geométrica. 1999. 189 p.

Monteiro FA, Shama R, Martins AJ, Gloria-Soria A, Brown JE, Powell JR. Genetic Diversity

of Brazilian Aedes aegypti: Patterns following an Eradication Program. PLoS Negl Trop Dis

2014;8(12):e3460.

Page 19: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

Moore M, Sylla M, Goss L, Burugu MW, Sang R, Kamau LW, et al. Dual African Origins of

Global Aedes aegypti s.l. Populations Revealed by Mitochondrial DNA. PLoS Negl Trop Dis.

2013;7(4):e2175.

Morais SA, Moratore C, Suesdek L, Marrelli MT. Genetic-morphometric variation in Culex

quinquefasciatus from Brazil and La Plata, Argentina. Mems Inst Oswaldo Cruz.

2010;105(5):672-6.

Morales Vargas RE, Phumala-Morales N, Tsunoda T, Apiwathnasorn C, Dujardin J-P. The

phenetic structure of Aedes albopictus. Infect Genet Evol J Mol Epidemiol Evol Genet Infect

Dis. 2013;13:242–51.

Moritz C, Dowling TE, Brown WM. Evolution of Animal Mitochondrial DNA: Relevance for

Population Biology and Systematics. Annu Rev Ecol Syst. 1987;18(1):269–92.

Müller GA, Marcondes CB, Navarro-Silva MA. Aplicación de marcadores microsatélites para

el estudio de Culicidae (Diptera): una revisión con especial referencia a Haemagogus. Bol

Malariol Salud Ambient. 2010;50(2):175–86.

Mutebi J-P, Barrett ADT. The epidemiology of yellow fever in Africa. Microbes Infect Inst

Pasteur. 2002;4(14):1459–68.

Nei M. Analysis of Gene Diversity in Subdivided Populations. Proc Natl Acad Sci.

1973;70(12):3321–3.

Nei M. Estimation of average heterozygosity and genetic distance from a small number of

individuals. Genetics. 1978;89(3):583–90.

Paduan K dos S, Martins Ribolla PE. Mitochondrial DNA polymorphism and heteroplasmy in

populations of Aedes aegypti in Brazil. J Med Entomol. 2008;45(1):59–67.

Paupy C, Chantha N, Vazeille M, Reynes J-M, Rodhain F, et al. Variation over space and

time of Aedes aegypti in Phnom Penh (Cambodia): genetic structure and oral susceptibility to

a dengue virus. Genet Res. 2003;82:171–82.

Paupy C, Chantha N, Reynes JM, Failloux AB. Factors influencing thepopulation structure of

Aedes aegypti from the many cities in Cambodia. Heredity. 2005;95:144–7.

Paupy C, Brengues C, Ndiath O, Toty C, Hervé J-P, Simard F. Morphological and genetic

variability within Aedes aegypti in Niakhar, Senegal. Infect Genet Evol J Mol Epidemiol Evol

Genet Infect Dis. 2010;10(4):473–80.

Paupy C, Le Goff G, Brengues C, Guerra M, Revollo J, Barja Simon Z, et al. Genetic

structure and phylogeography of Aedes aegypti, the dengue and yellow-fever mosquito vector

in Bolivia. Infect Genet Evol. 2012;12(6):1260–9.

Petersen V, Devicari M, Suesdek L. High morphological and genetic variabilities of

Ochlerotatus scapularis, a potential vector of filarias and arboviruses. Parasit Vectors.

2015;8(1):1–9.

Page 20: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

Pontes RJS, Ruffino-Netto A. Dengue in urban locality of Southeastern, Brazil:

epidemiological aspects. Rev Saúde Pública. 1994;28(3):218–27.

Powell JR, Tabachnick WJ, Arnold J. Genetics and the origin of a vector population: Aedes

aegypti, a case study. Science. 1980;208(4450):1385–7.

Powell JR, Tabachnick WJ, Powell JR, Tabachnick WJ. History of domestication and spread

of Aedes aegypti - A Review. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2013;108:11–7.

Pritchard JK, Stephens M, Donnelly P. Inference of population structure using multilocus

genotype data. Genetics. 2000;155(2):945–59.

Rambaut A. FigTree v1.4.0: Tree figure drawing tool. 1.4.0 ed. 2014.

Raymond M, Rousset F. GENEPOP (Version 1.2): Population Genetics Software for Exact

Tests and Ecumenicism. J Hered. 1995;86(3):248–9.

Reiter P, Amador MA, Anderson RA, Clark GG. Short report: dispersal of Aedes aegypti in

an urban area after blood feeding as demonstrated by rubidium-marked eggs. Am J Trop Med

Hyg. 1995;52(2):177–9.

Rice W. Analyzing Tables of Statistical Tests. Evolution. 1989;43(1):223–5.

Ridley M. Evolution. Boston: Blackwell Scientific; 2003. 768 p.

Ritchie S. Rear and release: a new paradigm for dengue control. Austral Entomology.

2014;53:363-7.

Rodrigues M de M, Marques GRAM, Serpa LLN, Arduino M de B, Voltolini JC, Barbosa

GL, et al. Density of Aedes aegypti and Aedes albopictus and its association with number of

residents and meteorological variables in the home environment of dengue endemic area, São

Paulo, Brazil. Parasit Vectors. 2015;8:115.

Rohlf FJ, Slice D. Extensions of the Procrustes Method for the Optimal Superimposition of

Landmarks. Syst Zool. 1990;39(1):40–59.

Rohlf FJ. tpsRegr. 1.31 ed: Ecology & Evolution, Stony Brook University, New York; 2005.

Rohlf FJ. tpsUtil. 1.46 ed: Ecology & Evolution, Stony Brook University, New York; 2010.

Rohlf FJ. TpsDig2, Digitize Landmarks and Outlines, Version 2.10. Dept Ecol. & Evol., St.

Univ. New York, Stony Brook; 2006.

Rohlf FJ. TpsRelw, v. 1.42. Ecology and Evolution. New York: Stony Brook University;

2005.

Rozas J, Sánchez-DelBarrio JC, Messeguer X, Rozas R. DnaSP, DNA polymorphism

analyses by the coalescent and other methods. Bioinformatics. 2003;19(18):2496–7.

Page 21: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

Sallum MAM, Schultz TR, Foster PG, Aronstein K, Wirtz RA, Wilkerson RC. Phylogeny of

Anophelinae (Diptera: Culicidae) based on nuclear ribosomal and mitochondrial DNA

sequences. Syst Entomol. 2002;27(3):361–82.

Saraste M. Structural features of cytochrome oxidase. Q Rev Biophys. 1990;23(04):331–66.

Savard J, Tautz D, Lercher MJ. Genome-wide acceleration of protein evolution in flies

(Diptera). BMC Evol Biol. 2006;6:7.

Scarpassa VM, Cardoza TB, Cardoso Junior RP. Population genetics and phylogeography of

Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) from Brazil. Am J Trop Med Hyg. 2008;78(6):895–903.

Scarpassa VM, Conn JE. Population genetic structure of the major malaria vector Anopheles

darlingi (Diptera: Culicidae) from the Brazilian Amazon, using microsatellite markers. Mem

Inst Oswaldo Cruz. 2007;102(3):319–27.

Schlötterer C, Pemberton J. The use of microsatellites for genetic analysis of natural

populations — a critical review. 1998. p. 71–86.

Sim S, Jupatanakul N, Ramirez JL, Kang S, Romero-Vivas CM, Mohammed H, et al.

Transcriptomic profiling of diverse Aedes aegypti strains reveals increased basal-level

immune activation in dengue virus-refractory populations and identifies novel virus-vector

molecular interactions. PLoS Negl Trop Dis. 2013;7(7):e2295.

Tabachnick WJ, Wallis GP, Aitken TH, Miller BR, Amato GD, Lorenz L, et al. Oral infection

of Aedes aegypti with yellow fever virus: geographic variation and genetic considerations.

Am J Trop Med Hyg. 1985;34(6):1219–24.

Tajima F. Statistical method for testing the neutral mutation hypothesis by DNA

polymorphism. Genetics. 1989;123(3):585–95.

Tamura K, Peterson D, Peterson N, Stecher G, Nei M, Kumar S. MEGA5: Molecular

Evolutionary Genetics Analysis Using Maximum Likelihood, Evolutionary Distance, and

Maximum Parsimony Methods. Mol Biol Evol. 2011;28(10):2731–9.

Trpis M, Hausermann W. Dispersal and other population parameters of Aedes aegypti in an

African village and their possible significance in epidemiology of vector-borne diseases. Am J

Trop Med Hyg. 1986;35(6):1263–79.

Urdaneta-Marquez L, Bosio C, Herrera F, Rubio-Palis Y, Salasek M, Black WC 4th. Genetic

relationships among Aedes aegypti collections in Venezuela as determined by mitochondrial

DNA variation and nuclear single nucleotide polymorphisms. Am J Trop Med Hyg.

2008;78(3):479–91.

Van Oosterhout C, Hutchinson WF, Wills DPM, Shipley P. micro-checker: software for

identifying and correcting genotyping errors in microsatellite data. Mol Ecol Notes.

2004;4(3):535–8.

Vidal PO, Carvalho E, Suesdek L. Temporal variation of wing geometry in Aedes albopictus.

Mem Inst Oswaldo Cruz. 2012;107(8):1030–4.

Page 22: PALOMA OLIVEIRA VIDAL Caracterização molecular e ... · vetor no Estado de São Paulo. ... mundo, na qual o agente etiológico é transmitido por um vetor artrópode, aquém apenas

Vidal PO, Peruzin MC, Suesdek L. Wing diagnostic characters for Culex quinquefasciatus

and Culex nigripalpus (Diptera, Culicidae). Rev Bras Entomol. 2011;55(1):134–7.

Vidal PO, Suesdek L. Comparison of wing geometry data and genetic data for assessing the

population structure of Aedes aegypti. Infect Genet Evol J Mol Epidemiol Evol Genet Infect

Dis. 2012;12(3):591–6.

Vieira da Costa-Ribeiro MC, Lourenco-de-Oliveira R, Failloux A-B. Higher genetic variation

estimated by microsatellites compared to isoenzyme markers in Aedes aegypti from Rio de

Janeiro. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2006;101(8):917–21.

Virginio F, Oliveira Vidal P, Suesdek L. Wing sexual dimorphism of pathogen-vector

culicids. Parasit Vectors. 2015;8:159.

Weir B, Cockerham C. Estimating F-Statistics for the analysis of population structure.

Evolution. 1984;38(6):1358–70.

Werblow A, Klimpel S, Bolius S, Dorresteijn AWC, Sauer J, Melaun C. Population structure

and distribution patterns of the sibling mosquito species Culex pipiens and Culex torrentium

(Diptera: Culicidae) reveal different evolutionary paths. PloS One. 2014;9(7):e102158.

Wilke AB, Vidal PO, Suesdek L, Marrelli MT. Population genetics of neotropical Culex

quinquefasciatus (Diptera: Culicidae). Parasit Vectors. 2014;7(1):468.

Wilke ABB, Marrelli MT. Genetic Control of Mosquitoes: population suppression strategies.

Rev Inst Med Trop São Paulo. 2012;54(5):287–92.

Wilson AC, Cann RL, Carr SM, George M, Gyllensten UB, Helm-Bychowski KM, et al.

Mitochondrial DNA and two perspectives on evolutionary genetics. Biol J Linn Soc.

1985;26(4):375–400.

World Health Organization (WHO) [Internet]. 2015 [citado 3 fev. 2013]. Disponível em:

http://www.who.int/denguecontrol/en/index.html

Yan G, Chadee DD, Severson DW. Evidence for genetic hitchhiking effect associated with

insecticide resistance in Aedes aegypti. Genetics. 1998;148(2):793–800.

Yébakima A, Charles C, Mousson L, Vazeille M, Yp-Tcha MM, Failloux AB. Genetic

heterogeneity of the dengue vector Aedes aegypti in Martinique. Trop Med Int Health.

2004;9:582–7.

Yáñez P, Mamani E, Valle J, García MP, León W, Villaseca P, et al. Genetic variability of

Aedes aegypti determined by mitochondrial gene ND4 analysis in eleven endemic areas for

dengue in Peru. Rev Peru Med Exp Salud Pública. 2013;30(2):246–50.

Zawani MKN, Abu HA, Sazaly AB, Zary SY, Darlina MN. Population genetic structure of

Aedes albopictus in Penang, Malaysia. Genet Mol Res GMR. 2014;13(4):8184–96.