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Este livro pertence a :
Clara na QuintaTexto de Liane Schneider
Ilustrações de Eva Wenzel-BürgerVersão portuguesa de Mercedes Silveira
POMAR
Ouve-se o bater da portinhola da caixa do correio. Chegou o carteiro: uma carta da Isabel, uma amiga da mãe! Vive com a família numa quinta e a carta fala de carneiros e cabras, vacas e galinhas, porcos e coelhos. E no final diz: «Venham visitar-nos!»
A Clara fica muito entusiasmada: – Podemos ir, mãe? Por favor!
E a mãe promete: – Está bem, nas próximas férias vamos visitá-los.
Clara dá pulos de alegria. A mãe tem de ir já escrever à Isabel.
Chega finalmente o primeiro dia de férias. Clara e a mãe viajam de comboio até à quinta da Isabel. O pai não pôde ir porque tem de trabalhar. Sentada à janela, Clara observa a paisagem lá fora. Vão passando por casas, quintas, árvores, campos pintalgados de amarelo e verde. Não tarda, Clara descobre numa pastagem vacas malhadas de branco e preto. E cavalos! E ali estão carneiros e ovelhas! A viagem passa num instante. Em breve chegam ao seu destino.
O marido de Isabel chama-se Jorge. É ele quem vai buscar a Clara e a mãe à estação. Isabel e a filha, Ana, estão à espera em casa. Ana é exactamente da mesma idade da Clara.
A quinta tem uma casa antiga com as vigas
de madeira à vista, muito bonita, um estábulo e um celeiro. Ao lado
do estábulo há uma estrumeira. As moscas
zumbem. Os mosquitos dançam ao sol. Cheira a estrume e a estábulo.
– É o cheiro bom do campo – diz a mãe.
A Clara franze o nariz e afaga o cão Medor, que pula à volta dela de cauda a dar a dar.
A Clara quer logo ver os animais. A Ana mostra-lhe a quinta. A vacaria está vazia. Só resta o gato Lucas que se roça pelas pernas da Clara a ronronar. As vacas andam pelos campos a pastar. Mas na pocilga está uma mãe porca enorme a amamentar oito pequenos leitões rosados.
– Parecem mesmo porquinhos de massapão! – Entusiasma-se a Clara, e não consegue afastar-se.
Mas a Ana puxa a Clara até à coelheira. Alimentam os coelhos com dentes-de-leão e folhas de alface. Faz cócegas, quando os coelhos farejam os dedos.
A seguir, as duas meninas vão visitar os bezerros que pastam no campo ao lado do estábulo. Clara estica um dedo ao bezerrinho, que o chupa como se fosse um biberão.
Atrás de uma cerca, um casal de patos nada num lago. Gansos gingam pelos pastos e por todo o lado há galinhas a debicar o chão. Lá mais ao fundo, um par de porcos esgravatam na lama. A Clara gostava de conseguir tocar numa galinha e pula a cerca. Mas as galinhas fogem à frente dela a correr.
Só consegue fazer uma festa nas penas de uma galinha velha e gorda. Mas eis que chega o galo grande, de asas abertas e bico esticado a atirar-se à Clara!
A Clara assusta-se e desata a fugir. Pumba, escorrega na lama onde os porcos chafurdam. Estão sujos de cima até abaixo, cheios de lama. E agora a Clara está tal e qual como eles!
A seguir, a Clara e a Ana vão ao curral ver os carneiros. No pasto vêem muitos carneiros e uma cabra com os seus dois cabritos. A Clara dá um bocadinho de erva a um deles. Depois faz-lhe festas, mas a mãe também quer comer e lança-se para a Clara sem parar. Até consegue erguer-se sobre as duas patas, mas que engraçado!
Os carneiros e as ovelhas têm um pêlo suave e macio. Mas também lembra um pouco o cabelo oleoso, acha a Clara.
No dia seguinte, a Clara e a Ana vão passear no tractor com o Jorge. Divertem-se imenso. A Clara vai sentada lá em cima com o vento a acariciar-lhe o rosto e abanada pelos solavancos.
Enquanto o Jorge lavra o campo, a Ana vai mostrar à Clara o seu esconderijo secreto no meio do feno no cimo do celeiro. Aqui cheira a verão e pode-se saltar e pular à vontade.
Ouvem miar a um canto. No feno descobrem cinco gatinhos uns sobre os outros! A Clara quer pegar num ao colo mas a Ana explica-lhe que a mãe gata não gosta mesmo nada que se faça isso.
Além disso, já são horas de ordenhar as vacas. A Clara observa, enquanto a Isabel lava os úberes das vacas e os encaixa na ordenhadora mecânica. O leite escorre pelos tubos para um grande recipiente. A Isabel ordenha a vaca Micas à mão para mostrar à Clara e à mãe como é que se faz. De início, a Clara tem receio de se aproximar daquele animal tão grande. Mas a Isabel explica-lhe que as vacas não mordem. Não é tão fácil como parece retirar o leite, a apertar e a puxar – mas com ajuda da Isabel, a Clara acaba por conseguir. Claro que quer logo provar o leite acabado de ordenhar. Está morno e é muito mais cremoso do que em casa, acha a Clara.
A Clara já está há uma semana na quinta. Conhece todos os animais e a Ana tornou-se numa verdadeira amiga. Mas até as melhores férias têm de acabar. A Clara e a mãe têm de regressar a casa. A Clara não quer, mas o Jorge promete levá-las à estação na carruagem. A simpática égua Rosita é aparelhada e Clara senta-se à frente a segurar as rédeas. De despedida, Isabel arranja-lhes um saco com pão caseiro, presunto, chouriço e todos os ovos que a Clara apanhara nessa manhã no galinheiro.
Em casa, agora a Clara delicia-se ao pequeno- -almoço…
– Sabe ao ar bom do campo – diz ela.