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Clonagem Humana

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Clonagem Humana

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Técnologia Ciência Células Clones

Page 3: Paginação Clonagem

Clonagem HumanaChama-se clonagem ao

processo pelo qual se

produzem, a partir de um só

organismo, vários indivíduos

geneticamente iguais ao

primeiro (...)

Desafios Actuais“... refiro-me ao dever de

se comprometer na defesa

do respeito pela vida de

cada ser humano desde a

concepção até ao seu ocaso

natural.” (...)

Experiência em questããão“... todas as células têm nú-

cleo, e nele encontra-se toda

a informação genética do ser

vivo íntegro” (...)

Finalidade

da Clonagem“... A clonagem cria desejos

de omnipotência: ser como

deuses é uma expressão

diabólica que ressoa nos

ouvidos do homem”(...)

Justifica-se a Clona-

gem?“Dentro da possibilidade da

clonagem humana é preciso

distinguir dois fins possíveis:

os terapêuticos e os reprodu-

tivos.” (...)

Razões contra a Clonagem“O sexo, antes de um

mecanismo reprodutor, é

um gerador permanente de

diversidade e individualidade

genética.” (...)

Moralidade e Pro-

cesso Cientíífico“Quer dizer, a clonagem

supõe um ser criado para

algo, daí a imoralidade desta

operação.” (...)

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“...indivíduos geneticamente iguais ao primeiro ...”

“...Será novo na Natureza?...”

“...irmãos gémeos verdadeiros, estes são como duas gotas de água, iguais...”

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CLONAGEM HUMANA

Chama-se clonagem ao processo pelo qual se produzem, a partir de um só organismo, vários indivíduos geneticamente iguais ao primeiro. Aos descendentes idênticos ao original, chama-se clones. Será isto novo na natureza? Não. No reino vegetal existem muitos exemplos deste fenómeno. Quem é que não experimentou levar um ramo de uma planta do jardim do vizinho, na esper-ança de que se desenvolva no seu próprio jardim? No reino animal também se dá este fenómeno, sobretudo em seres menos evoluídos, como as bactérias, por exem-plo. E pode mesmo dar-se acidentalmente nos animais evoluídos, como os mamíferos, incluindo o homem: nos irmãos gémeos verdadeiros, estes são como duas gotas de água, iguais, mas distintas.

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ENFRENTAR OS DESAFIOS ACTUAIS

João Paulo II advertiu para o perigo de negligenciar os temas biológicos que tanto preocupam o homem de hoje: “Deve prestar-se especial atenção a alguns aspectos da radicalidade evan-gélica que frequentemente são menos referidos (...), refiro-me

ao dever de se comprometer na defesa do respeito pela vida de cada ser humano desde a con-cepção até ao seu ocaso natural. Do mesmo modo, o serviço ao homem obriga-nos a proclamar, oportuna e inoportunamente, que quantos se servem das novas

potencialidades da ciência, especialmente no terreno das biotecnologias, nunca podem ignorar as exigências fundamen-tais da ética, apelando talvez a uma discutível solidariedade, que acaba por discriminar entre vida e vida, com o desprezo pela

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dignidade própria de cada ser humano.” (Novo millenio ineunte, n.51).A comoção mundial motivada por este êxito no mundo cientí-fico e na opinião pública foi enorme. As diferentes opiniões

expressas quanto às possibili-dades técnicas que a clonagem oferece, mostram uma boa dose de fantasia, mas também as obras de Júlio Verne pareciam inverosímeis aos seus contem-porâneos.

“...diferentes opiniões expres-sas quanto ás possibilidades técnicas que a clonagem ofer-ece, mostram uma boa dose de fantasia...”

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A EXPERIÊNCIA EM QUESTÃO

Para que o processo seja com-preensível, é necessário explicar duas ideias básicas em Biolo-gia: primeira, todas as células têm núcleo, e nele encontra-se toda a informação genética do ser vivo íntegro (em qualquer núcleo de qualquer célula de qualquer tecido está guardado

todo o genoma!); segunda, as células femininas aptas para ser fecundadas são muito ricas em alimento e chamam-se ovócitos. A experiência con-sistiu, basicamente, no seguinte: Extraiu-se o núcleo de uma célula do tecido mamário da ovelha A. Introduziu-se esse núcleo num óvulo ou célula feminina da ovelha B, mas que não possuía núcleo, porque fora retirado pre-viamente; ou seja, propriamente falando não era uma célula. Sem núcleo, tinha-se convertido num corpúsculo, com forma de célula, grande em compara-ção com elas, que armazenava

muitas substâncias nutritivas. Ao introduzir o núcleo da ovelha A nesta despensa da ovelha B, voltou-se a converter numa nova

célula mista. Esta nova célula sintética pos-suía a grande reserva alimentícia do ovócito vazio da ovelha B e o núcleo com a infor-mação genética da ovelha A.

Esta célula especial foi implan-tada na fêmea C que fez de “ovelha mãe de aluguer”. Foi ela que levou a termo a gestação e que deu à luz a tão famosa Dolly. Portanto, de que ovelha é filha a clone Dolly? Ovelha A, que forneceu o núcleo e com ele toda a informação genética.

“(...)todas as cé-lulas têm núcleo, e nele encontra-se

toda a informação

genética do ser vivo íntegro (...)“

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Foi esta a experiência realizada. O baixíssimo rendimento desta é prova da sua dificuldade. Fizer-am-se 277 fusões ovócito-núcleo doador. Só 8 tiveram êxito; quer dizer, só 8 das 277 iniciaram o desenvolvimento, e desses em-briões só 1 chegou a nascer: a ovelha a quem chamaram Dolly. Contudo, a grande novidade desta experimentação consiste na demonstração de que o mate-rial genético das células somáti-

cas diferenciadas, neste caso das mamárias, pode recuperar a capacidade que se acredi-tava ser própria e exclusiva das células embrionárias. Dolly e a ovelha A são absolutamente idênticas, mas de diferentes idades. A ovelha A é mãe de Dolly, sem necessidade de pai.

Que vantagens tem a clonagem animal? Bastantes; por exemplo: se a ovelha A tem qualidades

excepcionais quanto à produção de leite ou está programada para que produza uma substân-cia natural curativa, teremos uma reserva natural, um laboratório vivo inesgotável, do dito medi-camento. O interesse comercial é enorme para animais trans-génicos, criados para produzir substâncias de valor terapêutico em leite, sangue ou como banco de órgãos.

“(...) as células femininas aptas para ser fecundadas são muito ricas em alimento e chamam-se ovócitos. (...)”

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As investigações avançam muito rapidamente. Existe uma espécie de loucura colectiva por parte dos investigadores, pelo prazer de manejar o desconhecido, que os faz esquecer as normas mais elementares de deontologia profissional nas áreas da experi-mentação científica. Referimo-nos à possibilidade da clonagem humana. Poderíamos deter-nos em dificuldades técnicas, que hoje ainda existem, mas que

PODE JUSTIFICAR-SE A CLONAGEM HUMANA?

válido como o é a cultura de epi-télio para centros de queimados, funciona como a ponta de um iceberg para outros fins ocultos: desde reproduzir a imagem de seres defuntos, até à de selec-cionar uma raça de indivíduos saudáveis e imunes a certas doenças genéticas. Para conseguir mais facilmente o consenso, a opinião pública foi levada a acreditar que se pode-riam produzir células e tecidos por clonagem de outras células e tecidos, sem considerar que tal procedimento implicaria neces-sariamente a geração de em-briões humanos, não destinados a ser transferidos para o corpo da mãe, mas sim com o único

possivelmente desaparecerão amanhã. Den-tro da possibilidade da clonagem humana é preciso distinguir dois fins possíveis: os terapêuticos e os reprodutivos. Como acontece sempre com todas as coisas que atentam contra a dignidade humana, estas questões não são apresentadas com a crueza filosófica que supõe tratar o homem como um ser irracional, mas sim alegando casos “piedosos”, geralmente excepcionais. Assim entrou o aborto, em resposta ao caso “piedoso” de filhos não queridos por viola-ções de raparigas; a eutanásia quer entrar como a “doce morte” para que o idoso ou o doente terminal deixem de sofrer, etc. No caso de que estamos a tratar, a entrada “piedosa” é a medicina curativa. Por exemp-lo, trazer células de medula óssea clonadas para doentes com cancro. Isto, que seria tão

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fim de utilizar as suas células e depois ser destruídos. Este “malentendido” levou a que mui-tas pessoas pensassem que tais processos podiam ser julgados de forma positiva, pois teriam uma finalidade terapêutica de grande valor para a cura de determinadas doenças, e não lesariam a integridade do ser humano.Como frequentemente acontece

nestas situações, criou-se um dilema: ou deixar o caminho ab-erto para essa solução benéfica e científica, ou impedir o pro-gresso da ciência, tornando-a vitoriosa sobre doenças de-generativas, como o Parkinson, os diabetes ou a leucemia. Na realidade, sob aparentes fins terapêuticos está camuflada na indústria farmacêutica uma ver-dadeira clonagem de indivíduos humanos.

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A VERDADEIRA FINALIDADE DA CLONAGEM HUMANA

Económica: a fabulosa quantidade de dinheiro que in-vestem os laboratórios e clínicas. Não podemos esquecer que após trinta anos de negócio com a fecundação in vitro, os congeladores estão cheios de embriões congelados. A clona-gem como negócio seria muito mais que dar uma saída aos problemas, seria aumentar os lucros e, ainda melhor, con-seguir novos embriões, utili-zando em alguns casos os que se mantêm congelados. Os fins, aparentemente terapêuticos, são reprodutivos.Há aqui um grande negócio. As-sim o atesta a feroz competitivi-dade que existe entre as cerca de 300 clínicas privadas dos

E.U.A., as quantias de dinheiro que estão em jogo, e a falta de escrúpulos que se evidencia para algo objectivamente tão feio como é guardar “cópias de segurança” do clonante. O uso da clonagem permitiria obter um produto específico e abundante, que alimentaria as arcas da já florescente actividade biotec-nológica.É preciso advertir que, na hipó-tese de que a clonagem fosse alargada à espécie humana, esta réplica da estrutura cor-pórea não supõe uma perfeita identidade da pessoa. A alma espiritual é criada directamente por Deus e não pode ser gerada pelos pais, nem produzida pela fecundação artificial, nem clonada. Isto vê-se naturalmente nos irmãos gémeos.

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A clonagem cria desejos de omnipotência: ser como deuses é uma expressão diabólica que, desde o princípio da história, ressoa nos ouvidos do homem. Cada indivíduo é fruto de um processo vital biográfico. Mesmo um gémeo tem respostas difer-entes, ante os mesmos estímu-los, das do seu irmão gémeo, devido à sua liberdade. Uma liberdade que é sempre cria-dora, na medida em que imprime respostas singulares muito di-versas, ainda que se verifiquem situações idênticas.

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“(...) O sexo, antes de um mecan-ismo reprodutor, é um gerador permanente de diversidade e indi-

vidualidade genética.(...)”

“(...) fracassos que se traduzem em mortes prematuras (...)”

“(...) A cópia genética, ou clone, cria uma desigualdade enorme em prejuíízo do clone.(...)”

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RAZÕES BIOLÓÓÓGICAS PARA NÃO ACEITAR A CLONAGEM HUMANA

1 O sexo, antes de um mecanismo reprodutor, é um gerador permanente de diversi-dade e individualidade genética. O vigor das populações naturais, incluindo a flexibilidade da sua resposta a novas condições e, portanto, a resistência às doen-ças, é devido, em grande parte, à sua variabilidade genética. Por exemplo, devido à clonagem, todas as bactérias são iguais, e um antibiótico específico adequado mata-as a todas. É legítimo pensar que aquilo que está bem para as bactérias, que são seres tão básicos e pouco evoluídos, não será conveniente para os mamíferos, principal-mente para os humanos.

2o A cópia genética, ou clone, cria uma desigualdade enorme em prejuízo do clone. O saber demasiado sobre o clo-nante, o seu destino e as suas possibilidades, anula as hipóte-ses de um normal desenvolvi-mento psíquico. Se respeitamos o direito de toda a vida humana a encontrar o seu próprio camin-ho e ser uma surpresa para ela mesma, a clonagem fica vedada.

3 As técnicas de clona-gem implicam um número el-evadíssimo de fracassos que se traduzem em mortes prematuras, vidas inviáveis, malformações, defeitos genéticos, etc. Se se decidisse clonar seres huma-nos, teria que se proceder como com os animais: com tentativas e erros, o que significa que, propositadamente, se vão criar grande número de vidas huma-nas inviáveis ou afectadas.

o o

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MORALIDADE E PROCESSO CIENTÍFICO

A razão que pode levar a justi-ficar a clonagem humana, é a ignorância sobre a dignidade da pessoa. Um animal não é o seu genoma, e muito menos o é o homem. Fabricar clones de seres humanos, sob a falsa cren-ça de que assim conseguiremos seres idênticos, supõe coisificar efectivamente os seres assim obtidos, reduzi-los à cate-goria de objectos, a cois-as. Esquecer-se-ia o valor da dignidade humana. A clonagem nega, na sua própria essência, que os seres humanos possam ser fim em si mesmos. Quer dizer, a clonagem supõe um ser criado para algo, daí a imoralidade desta operação.

Os seres humanos produzidos com um plano ficariam mar-cados desde o início, pois os normais vêm ao mundo sem estar pré-determinados para um projecto. É um modo tremendo de escravatura. Seriam cobaias humanas para toda a vida, e vio-lar-se-ía o princípio de igualdade de oportunidades que tanto já afligiu a nossa história.

Oferecendo um juízo ético sobre os projectos científicos de clonagem por parte dos governos de Estados Unidos e Inglaterra, João Paulo II deixou bem claro que as tentativas de clonagem humana “com o fim de obter órgãos para transplantar, em quanto implicam manipula-ção e destruição de embriões humanos, não são moralmente aceitáveis, apesar do seu fim ser bom em si mesmo”.

Uma vez que o embrião humano possui já a dignidade de uma pessoa humana, a sua elimina-ção ou clonagem constitui um grave atentado contra o próprio ser humano.

“(...) grave atentado contra o próprio ser humano. (...)”

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O Papa e a Igreja não se opõem, por isso, ao progresso científico, antes pelo contrário, exigem um progresso humano. Animam até a ciência a procu-rar outras formas de clonagem que não suponham a geração de embriões. É nesta direcção que deverá seguir a investiga-ção se quer respeitar a digni-dade de todos e cada um dos seres humanos, incluso no seu estado embrionário.

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BIBLIOGRAFIA:

Pedro BetetaDoutor em Teologia e Doutor em Ciências Biológicashttp://www.cenofa.org/aponta-mentos/doc02.htm

Texto Editado por:

André Cardoso21317Design II Proposta de trabalho 02Design Multimédia UBI

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