ouro preto em foco #35

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ANO IV - EDIÇÃO 35 MARÇO DE 2014 EM MÍDIA FOCO www.emfocomidia.com.br PRÓXIMA EDIÇÃO - Em nossas próximas edições falaremos sobre os cuidados dos ESTABELECIMENTOS GASTRONÔMICOS locais com o acondicionamento e o preparo dos alimentos, a importância e os benefícios da ATIVIDADE FÍSICA para a terceira idade, e o preparo do setor HOTELEIRO para os grandes eventos de 2014. Faremos ainda, em maio, uma matéria especial sobre os preparativos e ações dos comércios e das pessoas para a COPA DO MUNDO e manteremos as colunas Quadro de Empregos, Leitor em Foco, Ouro Preto Conta sua História (onde os moradores mais antigos relatam suas histórias curiosas e divertidas sobre o começo do bairro) e Saúde e Bem-Estar, abordando os mais diversos assuntos ligados à saúde e qualidade de vida. Participe se você quiser opinar sobre algum desses ou de outros assuntos. Em breve será lançado o mais novo jornal da Em Foco Mídia: o Turismo em Foco! O desmatamento é um dos assuntos mais preocu- pantes para as autoridades e a população de Belo Horizonte, no que se refere ao meio ambiente. Todos os dias centenas de árvores vão ao chão e poucas são plantadas. A principal causa é a ambição do homem e na maioria das vezes, é feito de maneira ilegal. O proble- ma se agrava com a falta de consciência ambiental das pessoas em geral. Somente as obras para receber a Copa do Mundo, em Belo Horizonte, eliminaram mais de 22 mil árvores desde 2010, com plantio que não chegou a 15 mil mudas. Em apenas duas dessas obras 1.149 árvores vieram abaixo, sendo 650 no Mineirão e quase 500 na Avenida Cristiano Machado, um dos corredores que receberão o BRT MOVE. O estado de Minas Gerais liderou, nos quatro últi- mos anos consecutivos, um triste ranking: é o estado brasileiro onde há maior supressão da Mata Atlântica. Dados divulgados pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mos- tram que foram desmatados no país 23.548 hectares de vegetação nativa entre 2011 e 2012, aumento de 29% em relação ao período anterior. Segundo os dados divulgados, em 27 anos foram perdidos mais de 18 mil quilômetros quadrados, o que equivale a 12 cidades do tamanho da cidade de São Paulo. A Região da Pampulha sofre por causa do avanço imobiliário e da urbanização, como as obras viárias, por exemplo. A capital, conhecida como Cidade Jardim, perderá o apelido carinhoso se não houver responsabili- dade. A cidade está cada vez menos verde. Entre 1986 e 2010, BH perdeu cerca de um terço da cobertura vege- tal. Segundo a Prefeitura, ações estão sendo tomadas para frear esse déficit ecológico, como a criação de parques dentro dos novos loteamentos e a preservação de grandes áreas verdes particulares. Mas existe um contra-senso, já que a Prefeitura vem sendo acusada por militantes da causa de incentivar construções de condo- mínios residenciais em áreas de inúmeras nascentes, ricos resquícios de Mata Atlântica e nichos de fauna diversificada. Mesmo nem sempre praticando, as autoridades já sabem da importância em preservar as áreas verdes. Mas é fundamental que as pessoas tenham consciência de que esse descuido com o meio ambiente terá conse- quências sérias e irreversíveis para toda a população. Muitos crimes ambientais cometidos são graves e irre- paráveis. Leia mais nas páginas 4, 5, 6 e 7 Consequências do desmatamento INTERNET

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Jornal do bairro Ouro Preto e região.

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Page 1: Ouro Preto em Foco #35

ANO IV - EDIÇÃO 35MARÇO DE 2014

EM MÍDIAFOCOwww.emfocomidia.com.br

PRÓXIMA EDIÇÃO - Em nossas próximas edições falaremos sobre os cuidados dos ESTABELECIMENTOS GASTRONÔMICOS locais com o acondicionamento e o preparo dos alimentos, a importância e os benefícios da ATIVIDADE FÍSICA para a terceira idade, e o preparo do setor HOTELEIRO para os grandes eventos de 2014. Faremos ainda, em maio, uma matéria especial sobre os preparativos e ações dos comércios e das pessoas para a COPA DO MUNDO e

manteremos as colunas �Quadro de Empregos�, �Leitor em Foco�, �Ouro Preto Conta sua História� (onde os moradores mais antigos relatam suas histórias curiosas e divertidas sobre o começo do bairro) e �Saúde e Bem-Estar�, abordando os mais diversos assuntos ligados à saúde e qualidade de vida. Participe se você quiser opinar sobre algum desses ou de outros assuntos. Em breve será lançado o mais novo jornal da Em Foco Mídia: o Turismo em Foco!

O desmatamento é um dos assuntos mais preocu-pantes para as autoridades e a população de Belo Horizonte, no que se refere ao meio ambiente. Todos os dias centenas de árvores vão ao chão e poucas são plantadas. A principal causa é a ambição do homem e na maioria das vezes, é feito de maneira ilegal. O proble-ma se agrava com a falta de consciência ambiental das pessoas em geral. Somente as obras para receber a Copa do Mundo, em Belo Horizonte, eliminaram mais de 22 mil árvores desde 2010, com plantio que não chegou a 15 mil mudas. Em apenas duas dessas obras 1.149 árvores vieram abaixo, sendo 650 no Mineirão e quase 500 na Avenida Cristiano Machado, um dos corredores que receberão o BRT MOVE.

O estado de Minas Gerais liderou, nos quatro últi-mos anos consecutivos, um triste ranking: é o estado

brasileiro onde há maior supressão da Mata Atlântica. Dados divulgados pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mos-tram que foram desmatados no país 23.548 hectares de vegetação nativa entre 2011 e 2012, aumento de 29% em relação ao período anterior. Segundo os dados divulgados, em 27 anos foram perdidos mais de 18 mil quilômetros quadrados, o que equivale a 12 cidades do tamanho da cidade de São Paulo.

A Região da Pampulha sofre por causa do avanço imobiliário e da urbanização, como as obras viárias, por exemplo. A capital, conhecida como Cidade Jardim, perderá o apelido carinhoso se não houver responsabili-dade. A cidade está cada vez menos verde. Entre 1986 e 2010, BH perdeu cerca de um terço da cobertura vege-tal. Segundo a Prefeitura, ações estão sendo tomadas

para frear esse déficit ecológico, como a criação de parques dentro dos novos loteamentos e a preservação de grandes áreas verdes particulares. Mas existe um contra-senso, já que a Prefeitura vem sendo acusada por militantes da causa de incentivar construções de condo-mínios residenciais em áreas de inúmeras nascentes, ricos resquícios de Mata Atlântica e nichos de fauna diversificada.

Mesmo nem sempre praticando, as autoridades já sabem da importância em preservar as áreas verdes. Mas é fundamental que as pessoas tenham consciência de que esse descuido com o meio ambiente terá conse-quências sérias e irreversíveis para toda a população. Muitos crimes ambientais cometidos são graves e irre-paráveis.

Leia mais nas páginas 4, 5, 6 e 7

Consequênciasdo desmatamento

INTERNET

Page 2: Ouro Preto em Foco #35

CRÔNICAQuanto vale a vida?

Cada vez mais temos motivos para pensar neste tema. Qual o valor de uma vida hoje? Pense na sua e se pergunte. Pense ainda no com-portamento de grande parte dos seres humanos e em como o valor das coisas e das pesso-as se tornou banal. Mata-se por nada. Antes a recomenda-ção era não reagir durante um assalto, mas hoje se você não tem nada de valioso, correrá o risco de perder sua vida. Como

se não bastasse, ainda existe um ódio no coração dessas pessoas, que além de tirar a vida de uma criança ou de um pai de família, por exemplo, ainda o fazem com crueldade. É inaceitável! Mas você quer justiça? Muitas vezes vai ficar só querendo, pois as leis e atitudes das autoridades do nosso país não são levadas a sério. Existem, mas são poucos os que as colocam em prática.

Mas o pior não é só isso. Existem outros tipos de crimes. Aqueles que podem não gerar uma violência física, mas moral. Aqueles com os quais convivemos diariamente, muitas vezes até mesmo dentro de casa. Egoísmo, infidelidade, agressão, incompreensão, arrogância, violência, entre outros sentimen-tos que nos deixam temerosos no mundo em que vivemos, até mesmo por acontecer no nosso dia a dia.

As pessoas muitas vezes promovem discursos bonitos, publicam frases de efeito em redes sociais, se passam por amigos, tentam ser o que não são, mas no fundo podem ser pessoas julgadoras, críticas e que não praticam nada do que tentam proferir. Pessoas que se acham melhores que as outras simplesmente por acreditarem que tem algum tipo de valor maior. Aí o tempo passa, reviravoltas estão sempre sujeitas a

acontecer e a vida sempre surpreende positiva ou negativa-mente. É assim que muitos se tornam mais humildes e huma-nos. Feliz aquele que um dia proferiu: �o mundo dá voltas�. E como dá. A pessoa que um dia te desvalorizou ou que não te deu a atenção que você merecia pode, hoje, te admirar ou querer a todo custo estar por perto. Isso não é experiência própria. É cotidiano. É vida real! Pense numa pessoa que você admirava ou que se achava demais no seu tempo de escola, faculdade ou mesmo quando era adolescente. Nem sempre, hoje, essa pessoa está, de um modo geral, melhor que você. Este parece um assunto meio piegas e sem sentido, mas acontece demais. E tem a ver com o valor e a importância que damos para a nossa vida e o nosso viver. É seguir na direção certa, gostar e cuidar de você, fazer sua parte e certamente terá motivos para se orgulhar.

Em muitas situações sua vida será definida de acordo com suas escolhas e a maneira que decide agir. São muitos os caminhos a percorrer. São muitos os percalços, muitos os atalhos, mas em várias situações o caminho é bem longo.

Muitas vezes ao sair de casa me deparo com um senhor de idade já avançada sentado numa parte elevada de uma calçada, em frente sua casa, lendo, fumando ou não fazendo absolutamente nada. Esta não é uma cena difícil de se presen-ciar. Confesso que isso me choca um pouco e me faz pensar no meu próprio futuro. Será que essa foi a escolha deste senhor? Será que foi isso que ele planejou para o seu futuro? Se não, o que aconteceu para que viva essa rotina atualmente no final de sua vida? Talvez nada disso tenha sido imaginado ou planejado, mas tudo, muitas vezes, acontece por consequên-cia das nossas escolhas.

A vida sempre será cheia de questionamentos e mistérios e estaremos sempre em processo de amadurecimento e aprendizagem. Nem sempre desvendaremos ou aceitaremos algumas questões se não conseguirmos refletir um pouco. Muitas coisas podem mudar seu comportamento e seu estado

de espírito. Li uma vez que um conhecido astrólogo chamado Omar Cardoso sempre começava seu programa de rádio com uma frase impactante e poderosa: �Todos os dias, sob todos os pontos de vista, eu vou ser cada vez melhor!�. Quem acreditar nisso para si próprio certamente terá um dia melhor ou pelo menos saberá o caminho a trilhar. A fé é o caminho do sucesso para qualquer pessoa. Feliz daquele que acredita e luta para realizar seus sonhos e seguir suas metas. Isso é fundamental para qualquer realização e vitória.

Ao caminharmos dentro deste enfoque existencial estare-mos sempre integrando o novo no antigo, fazendo uma releitu-ra de cada momento vivenciado. A nossa existência é uma aventura que deve ser levada a sério, porém de maneira criativa, prazerosa e leve. Raramente na vida alguém consegui-rá ser feliz o tempo todo. Somos imperfeitos, cometemos erros e nossa felicidade nem sempre depende apenas da nossa vontade, ao contrário do que dizem. A pessoa inteligente saberá viver bem com todos os seus momentos. Se não for possível ser ou estar feliz em alguns destes, que pelo menos seja possível extrair experiências e sabedoria com o que pode não ser positivo ou alegre.

Ninguém prometeu que a vida seria fácil. Dificuldades existem na vida de todos. Se quer resultado em qualquer coisa na sua vida, faça sua parte. Faça acontecer. Nem tudo pode ser concretizado, mas há caminhos que podem ser alterados no decorrer da caminhada. Tire os olhos dos problemas e dificul-dades e se concentre no que pode ser. O otimismo pode ser milagroso. Fique atento às oportunidades que sempre apare-cem. Vamos dar qualidade a este mundo. A começar por você, independente de como tenha vivido até os dias de hoje. Podemos sempre ser uma pessoa melhor e recomeçar, inde-pendente da idade ou do momento atual de nossa vida. A vitória espera por aquele que não desiste.

Fabily Rodrigues (Editor)[email protected]

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Março de 2014

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O Jornal Ouro Preto em Foco é uma publicação informativa mensal da Em Foco Mídia, voltada aos moradores, comerciantes e demais interessados dos bairros Ouro Preto, Castelo, e parte do São Luiz, São José, Bandeirantes, Engenho Nogueira, Paquetá e Alípio de Melo. Independente e imparcial, não temos comprometimento ou vínculo com nenhuma associação, empresa ou empresário, político ou entidade. Nosso objetivo é informar, esclarecer, debater, criticar e melhorar a qualidade de vida da região, por meio de matérias informativas, dicas, informações úteis e notícias voltadas para os envolvidos com os bairros locais. O Jornal é distribuído gratuitamente (12 mil exemplares) nas residências, comércios, clubes, empresas, centros comerciais e demais locais de grande circulação.

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Direção:Fabily Rodrigues

Jornalista Responsável(redação e edição):

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Diagramação e Design:Cid Costa Neto

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Endereço: Rua Francisco Vaz de Melo, 20,

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Administrativo:Sheila Gomes e Lucas Motta

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Março de 2014

OURO PRETO INFORMA

Foi inaugurado em março o Villa SPA Zen, localizado na Rua Professor Ricardo Pinto, 495, bairro Planalto. O SPA é um ambiente voltado para os cuidados com o corpo e a alma e para o descanso, além de tratamentos para cabelos e pele. O gerente William Gualco conta que o espaço é um retiro na cidade para cuidar do corpo e da mente em um só lugar e que a escolha do bairro foi motivada pela falta de um espaço com esse conceito na região. �Durante nossa pesquisa de mercado percebemos que espaços com esse conceito eram encontra-dos mais na zona sul da cidade. A região da Pampulha precisava de alguma novidade no setor de beleza e cuidados especiais�, explica.

Ele ainda comenta que a proposta é oferecer conforto e atendimento junto com serviços de salão de beleza, estética, massa-

gem, piscina, sauna, entre outros. �Atendere-mos somente com horário marcado anteci-padamente, para que nossa equipe esteja completamente dedicada ao cliente. Nosso público alvo são as mulheres, porém vamos oferecer pacotes para casais. Também temos outros pacotes para o 'Dia da Noiva', 'Debutante' e o 'Day SPA'�, conta William, dizendo que as expectativas são as melho-res. Mais informações: 2510-5032 / 9448-2306 e www.villaspazen.com.br. (Ana Izaura Duarte)

As vagas de empregos dos nossos parceiros deste mês poderão ser visualizadas, junto com as de outras regiões, em nosso site www.emfocomidia.com.br. Quem tiver interesse em divulgar as de sua empresa basta nos enviar dados como contato, especifi-cações e quantidade de vagas para [email protected] ou ligar no número 2552-2525.

Se existem problemas crônicos no bairro Castelo, um deles é sem dúvida o abastecimento de ônibus na região. O Ouro Preto em Foco vem abordando o problema constantemente. Após muitas reclama-ções e reivindicações, os moradores receberam, desde fevereiro, uma nova linha da BHTrans. O ônibus 506 deve resolver a falta de acesso do bairro à Avenida Antônio Carlos e é uma nova alternativa para ir ao Mineirão, UFMG, Mineirinho, entre outros pontos. O itinerário

se inicia nas proximidades da Tancredo Neves, passando pelo centro comercial do Ouro Preto nas ruas Monteiro Lobato e Conceição do Mato Dentro, chegando às imediações do complexo da Pampulha (Igreja, Mineirão e CEU) e finaliza o trajeto próximo da Avenida Antônio Carlos, nas avenidas Abrahão Caran e Coronel José Dias Bicalho, no bairro São Luiz.

Segundo o assessor de imprensa da BHTrans, Gilvan Marçal, a intenção é que esta linha alimente o complexo do BRT

MOVE na Antônio Carlos. �Com isso, o passageiro pagará apenas uma passagem no novo sistema. O bairro Castelo tinha um problema sério de acessibilidade à Antônio Carlos. Essa novidade facilitará principal-mente o acesso dos estudantes à UFMG, quem vai à Feira do Mineirinho e os torce-dores ao Mineirão�, explica. Segundo a BHTrans, nesta etapa inicial a linha funcio-nará apenas de segunda a sexta, mas espera-se que o fim de semana logo seja incluído.

Castelo recebe nova linha de ônibus após reivindicações

Foi inaugurada recentemente na Avenida Fleming, a Choperia Barril 211, especializada em carnes nobres, petiscaria variada e bar, além de contar com uma decoração moderna com um toque retrô. O sócio-proprietário Leonardo de Paula conta que a escolha da região foi motivada por duas razões. �Moro na região e vimos uma oportunidade. A casa já existia e a Avenida Fleming é consagrada por ser uma via de bares e restaurantes de qualidade�, conta. Ele completa dizendo,

juntamente com seu sócio André Canuto, que estão trabalhando para a choperia ser a melhor da cidade e com isso estão investido na qualidade dos pratos, bebidas, decoração e na tecnologia. �Estamos cuidando de tudo para nos destacarmos. A inovação é o cardápio no tablet, que é fixo na mesa, onde o cliente pode fazer o pedido, chamar o garçom, fechar a conta e até mesmo ter uma interação com outros clientes�. Mais informações: 2127-4327.

SPA será inaugurado no Planalto Choperia é inaugurada na Fleming CID COSTA NETO

INTERNET

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Outrora densamente ocupado pela nature-za, a Região da Pampulha agora sofre por causa do avanço imobiliário e da urbanização, como as obras viárias, por exemplo. A capital, conhe-cida como Cidade Jardim, perderá o apelido carinhoso se não houver responsabilidade. A cidade está cada vez menos verde. Entre 1986 e 2010, BH perdeu cerca de um terço da cober-tura vegetal. Nos anos 80, estudos do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais apontavam 117 km² tomados por árvores e plantas. Em 2010, eram apenas 82 km², sendo que metade é protegida como parque, praça ou reserva ecológica. Na capital há uma média de 18,22 m² de área verde por habitante. O número supera os 12 m² previstos como mínimo de preservação no plano diretor de 1996. Mas o dado é �enganoso�, pois a Região do Barreiro, local de maior área verde, aumenta o valor das demais localidades. Enquanto o Barreiro tem 58,22 m² por habitan-te, a Região Noroeste, última colocada, tem apenas 2,05 m².

A Pampulha já possui um valor abaixo da média da capital (18,22 m²). Estamos com 17,54 m² por habitante, valor deficitário já que a localidade se destacava pela exuberância natural. Graças ao avanço desenfreado do setor imobiliário estamos perdendo incessantemen-te o espaço verde.

Segundo a Prefeitura, ações estão sendo tomadas para frear esse déficit ecológico, como a criação de parques dentro dos novos lotea-mentos, estímulo à isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e a preservação de grandes áreas verdes particulares. Mas existe um contra-senso, já que a PBH vem sendo acusada por militantes da causa de incentivar construções de condomínios residenciais em áreas de inúmeras nascentes, ricos resquícios de Mata Atlântica e nichos de fauna diversifica-

da, como as regiões do Isidoro e a Mata do Planalto. Das nove regiões da capital, sete estão abaixo da média de área verde por metros quadrados por habitante. A começar pela Pampulha (quadro ao lado).

Corte de árvores Belo Horizonte vem sentido os reflexos dos

cortes de árvores. Segundo ambientalistas, em 2011 foram cortadas 11.701 árvores na capital, o que corresponde a três vezes mais do que o total existente no Parque Municipal. Belo Horizonte era famosa pelo seu clima fresco, época em que muitas pessoas vinham à cidade para se curar de problemas respiratórios, como a tuberculose. Agora, de acordo com biólogos, convivemos com tempos de clima seco e abafado devido, em grande parte, à devastação ambiental. De acordo com a Secretaria Munici-pal do Meio Ambiente, em 2011 foram planta-das 9.990 árvores; mesmo assim, a Capital ficou com um déficit de 1.711 árvores. Do total de árvores retiradas, 2.439 foram em função da implantação do transporte rápido por ônibus (BRT MOVE) nas avenidas Cristiano Machado e Antônio Carlos. Segundo, a Prefeitura foram plantadas cerca de 2 mil árvores em 2012 para compensar as perdas.

Em duas das principais avenidas da Pampulha diversas árvores foram desmatadas para a construção do BRT até 2012. Segundo a Sudecap (Superintendência de Desenvolvi-mento da Capital) 436 árvores foram retiradas das avenidas Antônio Carlos e Pedro I, sendo 71 palmeiras-imperiais. A Sudecap ainda informa que das 71 palmeiras que precisaram ser removidas, 52 foram transplantadas e os 19 exemplares restantes foram suprimidos, já que não apresentavam boas condições estruturais

que permitissem o replantio. Mais 65 árvores de outras espécies também foram suprimidas na Antônio Carlos, mas, nesse caso, sem medida compensatória.

Na Avenida Pedro I, 300 espécimes foram derrubadas, porém serão plantadas 204 mudas ao longo da obra. Também haverá supressão de 42 espécimes nas avenidas Montese e João Samaha, e Rua Monte Castelo. Para essas árvores que deixarão de existir, serão plantadas outras 206 mudas. Por fim, 27 exemplares sairão do Complexo Vilarinho em função da requalificação viária do local. A medida compensatória será plantar 118 novas árvores em locais que ainda serão definidos. Só em 2012, a capital perdeu 11,3 mil árvores.

Mineirão recebe poucas árvores Quem conhece bem o Mineirão desde

antes da reforma sabe o tamanho da área verde que foi retirada do local. Havia uma área muita arborizada e agradável. Com a reforma, o sol incide ainda mais na nova esplanada. Se antes essa parte do local era um tributo à natureza, hoje a esplanada do Mineirão é uma �seara� de concreto quente e mal arejado. Foram cortadas 712 árvores em prol das Arenas Padrão FIFA e para dar lucro, já que isto aumentou a capaci-dade do estacionamento (2.925 novas vagas), para a empresa que explora o espaço, no caso, a Minas Arena. Entre as espécies estavam Jacarandá, Sapucaia, Mangueira, Casuarina, Ipê, entre outras.

Um plano de �reflorestamento� do Minei-rão está sendo apresentado. Após o fim das mais de 700 árvores, inclusive algumas com proibição de corte, como o Jacarandá, árvores da espécie Triplaris brasiliensis, conhecida como Pau-formiga, serão plantadas no local, mas será muito pouco perto da devastação ocorrida.

BH perde um terço de sua área verde e a

Março de 2014

FOTOS: INTERNET

Imagens mostram a diferença da área verde na esplanada do Mineirão antes e atualmente

2Área verde por habitante (m )Barreiro ....................................... 58,52Norte ................................ 27,17Pampulha .................. 17,54Centro-sul ................17,27Leste .....................16,98Oeste ..................12,38Nordeste ...........10,19Venda Nova ..... 6,80Noroeste ...... 2,05

Média em BH: 18,22 m² por habitante

Fonte: Instituto de Geociências da UFMG

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Reclamações e militânciaEspecialistas e líderes comunitários

lamentam bastante a situação de BH e da Pampulha mais especificamente. �A região do Jaraguá era intensamente arborizada, cheia de nascentes. Era um clima bem interiorano quando cheguei aqui há 25 anos. Agora esse clima vem acabando graças aos novos empre-endimentos imobiliários apoiados pela Prefei-tura e pelo Estado. Estão expulsando o morador antigo daqui�, critica a presidente da Associa-ção de Moradores da Região do Jaraguá, Walewska Abrantes.

Na região vizinha também se condena a situação. A presidente da Associação Comuni-tária do Planalto e Adjacências, Magali Ferraz Trindade, está muito engajada na causa verde e vem defendendo 'estoicamente' a Mata do Planalto - resquício de Mata Atlântica e área de nascentes - da especulação imobiliária. �Os mega projetos não condizem com os anseios da sociedade. Querem fazer tudo em toque de caixa e com um crescimento desordenado que deixará um legado negativo. O discurso ecológi-co da Prefeitura é vazio. Autorizam construções em áreas verdes sem nenhum critério, cortando árvores por toda a cidade e não estão replan-tando como deveriam. A prática é autoritária e sem preocupação com a qualidade de vida das pessoas. Tudo resulta numa afronta ao direito democrático e participativo na gestão da cidade�, critica. Ela reforça sobre a Mata do Planalto. �Não devemos deixar acabar com uma cidade que ainda tem as últimas áreas verdes a serem protegidas, como exemplo a Mata do Planalto. O Ministério Público Estadual fez duas recomendações para a preservação total da Mata do Planalto. O que falta é respeitar as leis ambientais e ter vontade política para atender o direito fundamental ao ambiente ecologica-mente equilibrado�, reivindica a presidente.

CríticasA bióloga especializada em ecossistema,

Marianne Antunes, avalia que a situação pode se tornar irreversível. �BH está tomando um caminho sem volta. As autoridades já sabem da importância em preservar as áreas verdes, mas não se interessam, pois o que dá retorno nas urnas são as obras. Eles sabem que esse descuido com o meio ambiente terá conse-quências sérias e irreversíveis para toda a população�, alerta.

Wilson Campos é Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade da OAB/MG e é um dos principais defensores de causas ambientais em BH. Ele critica a gestão pública. �A Prefeitura não tem uma política ambiental voltada para a preservação dos cinturões verdes. Existe falta de sensibilidade administrativa, falta de visão futura e falta de proximidade com a população. Os erros cometidos se avolumam e cegam e, por isso, a Prefeitura não ressente da falta de árvores, de bosques, de matas etc. Os crimes ambientais cometidos são graves e irreparáveis. A história bucólica da Cidade Jardim está sendo destruída pela aridez das mentes vazias�, reclama. O advogado lamenta a situação da Pampulha: �BH já perdeu 30% de sua cobertura

vegetal em pouco mais de 20 anos. A situação se agrava quando as regiões Norte e Pampulha sofrem perdas irreparáveis e crescentes com a supressão de inúmeras árvores na orla da Lagoa da Pampulha, ao redor do Mineirão, nas avenidas Antonio Carlos e Pedro I, além das ameaças às áreas verdes da Mata do Planalto e da região do Isidoro�, alerta.

Legislação e medidas compensatóriasSe os nossos parques municipais ainda

sustentam o ecossistema da cidade, isso se deve muito a uma legislação municipal rígida. �As áreas verdes dos parques não podem sofrer qualquer supressão vegetal. A vegetação ali existente tende a ser preservada, pois ela se inclui no que chamamos 'área de tombamento ambiental', que é um termo usado para par-ques municipais e áreas particulares de valor ecológico para a nossa comunidade�, explica Róbson Machado, chefe do Departamento de Parques das Regiões Norte, Venda Nova e Nordeste, locais vizinhos e inseridos no ecossis-tema da Pampulha.

O secretário Municipal da Regional Pampu-lha, Humberto Pereira, lembra que todas as obras estão sendo feitas com medidas ecológicas compensatórias. �As grandes obras da cidade estabelecem um acordo de compensação ambiental. Podemos citar as obras do Mineirão, que tiveram como medida compensatória o plantio de 10 mil novas mudas de árvores e o Programa BH Mais Verde, com o plantio de quatro mil mudas na região. Tanto a cidade quanto a população ganham qualidade de vida com mais mobilidade no trânsito e árvores mais adequadas para o espaço urbano�, explica.

Exemplo no Ouro PretoEnquanto existe uma legislação que

valoriza o verde dos espaços públicos, no bairro Ouro Preto temos um exemplo de como as áreas verdes particulares estão sendo trocadas por áreas de expansão imobiliária. O tradicio-nal Centro de Lazer do América Futebol Clube (CLAM), um clube com um ótimo espaço de área verde localizado no coração do Ouro Preto, dará espaço para empreendimentos imobiliári-os de duas construtoras. O local possui 18 mil m² e já está fechado desde maio de 2013 para dar espaço a prédios e lojas.

Muitos moradores desaprovam o projeto por causa dos impactos. �O meio ambiente não tem mais vez em BH. É a verdadeira verticaliza-

ção da Pampulha. O clube é um considerável espaço verde. Muitos moradores estão indigna-dos com o corte de árvores em pleno coração do Ouro Preto, Castelo e região�, se revolta o morador José Augusto Junior, oficial de apoio judicial. O ex-sócio do clube, Marcus Vinícius de Almeida, concorda e lamenta: �os projetos imobiliários vêm em primeiro lugar no Ouro

Preto, ou seja, antes do bem-estar da popula-ção. Um dos grandes exemplos disso é o fim do CLAM. Era um espaço super arborizado e vital para o bem estar da nossa região�. A diretoria do América informou que os empreendimentos valorizarão ainda mais a região, pois as constru-toras estão traçando um projeto de paisagismo muito bem feito.

Novas árvoresA Secretaria Municipal de Meio Ambiente

realizou no início de novembro do ano passado o terceiro e último módulo do programa BH Mais Verde. Nos dois primeiros módulos (2011 e 2012), foram plantadas 35.598 árvores. Neste ano, até o mês de março, plantou-se 12.614 mudas, faltando pouco mais de 6 mil para completar as 54 mil novas árvores previs-tas no projeto, que é uma parceria entre a PBH e a CEMIG, sendo executado pela Universidade Federal de Lavras, com um investimento de R$ 17 milhões da Prefeitura. (João Paulo Dornas)

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Região da Pampulha sofre com o desmatamento

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FABILY RODRIGUES

Região do Ouro Preto ainda é bem arborizada, apesar do desenvolvimento imobiliário

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Para fazer uma análise geral da situação ambiental da cidade, o Jornal Ouro Preto Em Foco entrevistou o biólogo Willian Telles Lobo, conhecedor profundo do meio ambiente da capital. Ele é consultor ambiental de empresas de ponta, de governos estaduais e de prefeitu-ras de todo o país. Além disso, há mais de 30 anos está presente em inúmeras causas ambi-entais em Belo Horizonte.

Medidas que a Prefeitura diz estar tomando, como o estímulo da criação de parques dentro dos novos loteamentos, estímulo da isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e a preservação de grandes áreas verdes particulares, são suficientes?

Estimular a criação de parques em condo-mínios pode ser louvável, porém, antes disso, ela deveria fazer valer a implantação do percen-tual obrigatório de áreas de preservação. Além de não existirem grandes áreas verdes particu-lares, a isenção de IPTU não consegue fazer frente aos valores obtidos em metros quadra-dos negociados. Se a PBH fizesse cumprir as leis orgânicas dos municípios, o código florestal aplicado aos centros urbanos e demais apara-tos legais referentes às questões ambientais, certamente não estaríamos vivendo essa situação. Advogados �bem treinados� ou �ades-trados� conseguem tornar as leis dúbias, ou conseguem subterfúgios para aprovação de projetos.

Como senhor vê o envolvimento da população?

A população não se envolve profunda-

mente nas questões. Se há um projeto urba-nístico, o mesmo deve ser seguido de estudos de impacto ambiental, o qual, em alguma instância, será apresentado em audiência pública. A população não participa. Nesse momento, é direito da população saber quantas árvores serão retiradas, quantas serão plantadas - se é que deverão ser planta-das -, e, caso sejam, qual o hábito de cada uma, para se saber se são adequadas, entre tantos outros questionamentos. Se existem técnicos capacitados para essas definições, e pagos para essa função, seriam necessários somente esclarecimentos. Vivemos o �engo-do� das medidas compensatórias.

Como biólogo e belo-horizontino, como o senhor vê a cidade antes dos anos 1980 e a de hoje, após desmatamento de cerca de 30% da área verde?

O tempo da cura da tuberculose reporta-se ao período em que a Serra do Curral ainda era

intacta e BH se �resumia� dentro da Avenida do Contorno. Sair da Zona Sul e vir até a Pampulha era um passeio longo, onde podia-se admirar a lagoa e as lanchas puxando esquis. Basta realizar esse trajeto atualmente para se concluir no que culminou. A serra foi mutilada e a Zona Sul vem sofrendo intensamente com a pressão imobiliária. Grande parte dela está inserida na Reserva da Biosfera, na APA Sul (área de prote-ção ambiental) e tem unidades de conservação como o Parque das Mangabeiras, Mata do Jambreiro, Parque da Mutuca, Parque da Serra do Rola Moça, dentre outros.

Todas essas ilhas de ambientes nativos vêem sofrendo com a especulação imobiliária e mineração. É gritante a forma que as áreas ambientais da Zona Sul são tratadas e a forma que as áreas da Pampulha, cartão postal de BH, o são. Será que tem a ver com o �status social e renda per capita� das duas regiões? Nossa região é pobre em áreas ambientalmente significativas. Da região da Pampulha até o

Parque do Sumidouro, não se vê nada em termos de áreas preservadas. Nem mesmo no projeto da Cidade Administrativa percebe-se um tratamento adequado nesse sentido, deixando-se evidente a opulência do concreto e vidro.

Na região do Cidade Nova, por exemplo, temos pontos importantíssimos de área verde, haja vista o Horto Florestal e a região da Aveni-da José Candido da Silveira. São áreas que trazem intensos benefícios à cidade.

Como o senhor analisa a saúde das árvores da cidade? Não só a de parques, mas principalmente as de praças e canteiros que estejam inseridas no contexto urbano?

Lembremos que a região de BH, e, princi-palmente a região da Pampulha, encontra-se inserida na transição entre os domínios fitogeo-gráficos da Mata Atlântica e do Cerrado. Pensa-mos muito no bem que as árvores nos fazem, porém, agimos pouco em benefício delas. Ande pela cidade e procure uma árvore onde haja desenvolvimento de um líquen, seja ele de cor amarela ou vermelha, os quais são indicadores ambientais, positiva ou negativamente. Procure uma epífita (orquídea, bromélia, entre outras), para ver se você encontra. Os troncos das árvores de rua são negros, cobertos de fuligem e praticamente sem vida. O �status� de ameaça, no que se prevê na legislação, pode ser atribuí-do a variáveis, como populações restritas, pressão de caça, desmatamento, comércio ilegal etc. Talvez seja o momento de se aplicar mais um critério de ameaça ao meio ambiente: �o descaso político e interesse econômico espúrio�.

Biólogo analisa a situação ambiental na cidade e retrata realidade

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FABILY RODRIGUES

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ENQUETE

Lideranças e população reclamam dadiminuição da área verde e do desenvolvimento sem planejamento

�Nossa cidade está perdendo espaço para o concreto. É muito triste ver toda área verde sendo tomada por prédios e viadutos. A falta de conscientização leva grande parte da população a não se preocupar com essa questão. As autoridades sabem da importância em preservar as áreas verdes, mas não se interessam porque o que dá retorno nas urnas são as obras. A participação da sociedade pressionando as autoridades é a melhor alternativa para reverter toda essa situação.�Marianne Antunes, Bióloga especialista em Ecossistema

�Para todas as grandes obras realizadas na cidade, a Prefeitura estabelece um acordo de compensação ambiental. Podemos citar as obras do Mineirão que tiveram como medida compensatória o plantio de 10 mil novas mudas de árvores e o Programa BH Mais Verde com o plantio de quatro mil mudas na região. Podemos entender que tanto a cidade quanto a população ganham qualidade de vida com mais mobilidade no trânsito e árvores mais adequadas para o espaço urbano.�Humberto Pereira de Abreu Júnior, Secretário da Regional Municipal Pampulha

�Antes em BH víamos muitas matas, campinhos de futebol, granjas, pés de frutas, enfim, inúmeras áreas verdes. Agora acabou! É só prédio com muitas pessoas morando. Sinto muita falta da cidade de antigamente. Não gosto dessa lotação urbana. Eles falam que o desenvolvimento está chegando, mas a qualidade de vida só tem piorado. A cidade é um verdadeiro caos urbano. Olha como a cidade vem mudando rápido. De cinco anos para cá o clima mudou bastante.�Cristiano Pereira, Motorista

�Os governos não respeitam o plano diretor de BH com esses licenciamentos imobiliários sem controle. São arbitrários e alienados, que desconsideram as leis ambientais. Estão ignorando e destruindo a vida no planeta sem pensar nas futuras gerações, abrindo espaços para o lobby das construtoras, que só pensam em arrecadação financeira. Várias áreas verdes já foram destruídas. Não somos contra o desenvolvimento, mas que não nos tirem o ar que respiramos e a qualidade de vida.� Magali Ferraz Trindade, Presidente da Associação do Planalto e Adjacências

�Em BH o verde não tem mais vez com essa Prefeitura. Eles não têm critério! É a verdadeira verticalização da Pampulha. Estou revoltado com a venda do Centro de Lazer do América aqui no bairro. É um considerável espaço verde. Muitos moradores estão indignados com o corte de árvores. Sou leigo no assunto, mas acho que o empreendimento poderá influir no clima agradável que temos por aqui. Além disso, o trânsito vai piorar bastante devido à quantidade de pessoas que virá para o local.�José Augusto Jr, Oficial de Apoio Judicial do TJMG

�A falta de sensibilidade da PBH permitiu o desastre ambiental ao privilegiar a verticalização e o cinza do concreto. A expansão habitacional, a especulação imobiliária e as obras viárias são projetadas sem o mínimo respeito ao meio ambiente. Essa destruição indiscriminada é desumana, desnecessária e crime contra o meio ambiente. A Pampulha está cada vez mais árida, sem sombras, sem verde e longe da fase poética da nossa outrora Cidade Jardim.� Wilson Campos, Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania da OAB/MG

�Nosso objetivo maior é sensibilizar as pessoas para frequentar e preservar os parques. Temos um intenso serviço de manutenção dos mesmos, mas o serviço de cidadania ecológica é fundamental. É importante que a população participe da administração destes espaços. A vegetação ali existente tende a ser preservada, pois ela se inclui no que chamamos área de tombamento ambiental.� Róbson Machado, Chefe do Departamento de Parques das Regiões Norte, Venda Nova e Nordeste

�Sou morador da região há mais de 10 anos e vejo que a área verde vem cedendo lugar para o concreto. Aqui no Ouro Preto os projetos imobiliários vêm em primeiro lugar. Um dos grandes exemplos disso é o fim do Centro de Lazer do América (CLAM), que era um espaço bastante arborizado. Agora um bom espaço verde que fica no coração do Ouro Preto dará lugar a um empreendimento milionário. É o interesse de poucos sobressaindo em cima da população. Um absurdo�. Marcus Vinicius de Almeida, Advogado

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