ouro preto em foco #28

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Crônica sobre o Dia dos Pais - Página 2 Quadro de empregos com novas vagas para quem procura uma oportunidade - Página 11 PRÓXIMA EDIÇÃO Em nossas próximas edições teremos matérias sobre a evolução nas INSTITUIÇÕES DE ENSINO que estão cada vez mais integradas com as novas tecnologias e sobre os problemas relacionados ao TRANSPORTE PÚBLICO na região, principalmente no bairro Castelo. Faremos ainda uma interessante matéria mostrando a rotina e o significativo cresci- mento dos ESTUDANTES que se mudam para a região com o objetivo de ficarem mais próximos à UFMG, e em breve uma matéria sobre os cuidados dos ESTABELECIMENTOS GASTRONÔMICOS da região com o acondiciona- mento e o preparo dos alimentos. Teremos de volta a coluna Ouro Preto Conta Sua História, onde os moradores mais antigos podem nos enviar um resumo de suas histórias no bairro para serem contadas em nossas páginas. Participe, se você quiser opinar sobre algum desses ou de outros assuntos. A coleta seletiva e a reciclagem de lixo têm um papel muito importante para o meio ambiente, mas ainda esbarram em diversos problemas estruturais e educacionais. Por meio delas, recuperam-se matérias-primas que de outro modo seriam tiradas da natureza. A ameaça de exaustão dos recur- sos naturais não renováveis aumenta a necessidade de rea- proveitamento dos materiais recicláveis, que são separados na coleta seletiva de lixo. A coleta seletiva é um sistema de recolhimento de materiais como papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte geradora e que podem ser reutilizados ou reciclados. Funciona também como um processo de educação ambiental na medida em que sensibiliza a comunidade sobre os problemas do desperdício de recursos naturais e da poluição causada pelo lixo. Antes, o que mais pesava contra a reciclagem era a falta de conscientização das pessoas e isto aos poucos foi aconte- cendo, mas o que era para ser algo simples se torna bastante complicado na prática, e não é apenas pela falta de conscien- tização, mas também por falta de campanhas, instruções, vontade política e maneiras eficazes para fazer acontecer. A discussão ambiental está cada vez mais presente em nossa sociedade e há anos os projetos de coleta seletiva têm sido tratados com atenção especial em vários municípios, mas o mesmo não acontece em Belo Horizonte. Não há avanço nem prioridade para o assunto. Em 2007, 30 dos cerca de 300 bairros da cidade eram atendidos pelo o sistema de coleta seletiva na porta. O número hoje é praticamente o mesmo. Um absurdo, quando pensamos que BH produz anualmente cerca de 1,8 milhão de toneladas de lixo, sendo que apenas 10 mil toneladas (0,54%) seguem para recicla- gem, beneficiando apenas 15% da população da capital: 354 mil habitantes, num universo de 2,3 milhões. Quando falamos sobre o assunto na teoria tudo parece muito simples. Bastaria separar o lixo seco do úmido e solicitar que a cooperativa faça a coleta ou que o caminhão de lixo recolha de maneira correta o material orgânico do reciclável. E olha que cada vez mais pessoas, ainda hoje, separam seu lixo para facilitar a coleta ou para contribuir com os catadores, embora outros contribuam para sujar cada vez mais a cidade, que é, naturalmente, tão suja pela falta de educação e consci- entização. Porém, na prática, tudo é bem diferente. O recolhi- mento é geral e a separação passa a ser em vão. O mesmo pode acontecer inclusive nos contêineres de coleta espalha- dos nos poucos pontos da Pampulha. Menos ainda nas regiões do Ouro Preto e Castelo, que são poucos. Nesse caso, o problema já é ampliado pela falta de conscientização de muitos, que misturam os materiais, comprometendo a coleta. O fato é que o descaso é um dos fatores responsáveis pela pequena difusão da coleta seletiva no país, que ainda não encara a reciclagem com seriedade, como acontece em outros países, porque não vê o gerenciamento de resíduos sólidos com a responsabilidade que deveria. (Fabily Rodrigues) Leia mais nas páginas 6, 7, 8, 9 e 10 Descaso e falta de conscientização dificultam a coleta seletiva ANO III - EDIÇÃO 28 JULHO DE 2013 CONFIRA NESTA EDIÇÃO CID COSTA NETO Ciclovia gera polêmicas na Lagoa da Pampulha - Páginas 4 e 5 Fim da Feira do Mineirinho - Página 3 CID COSTA NETO EM MÍDIA FOCO www.emfocomidia.com.br Rua Sylvio Menecucci Rua Sylvio Menecucci

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Jornal do bairro Ouro Preto e região.

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Page 1: Ouro Preto em Foco #28

Crônica sobre o Dia dos Pais - Página 2

Quadro de empregos com novas vagas para quem procura uma oportunidade - Página 11

PRÓXIMA EDIÇÃO � Em nossas próximas edições teremos matérias sobre a evolução nas INSTITUIÇÕES DE ENSINO que estão cada vez mais integradas com as novas tecnologias e sobre os problemas relacionados ao TRANSPORTE PÚBLICO na região, principalmente no bairro Castelo. Faremos ainda uma interessante matéria mostrando a rotina e o significativo cresci-mento dos ESTUDANTES que se mudam para a região com o objetivo de ficarem mais próximos à UFMG, e em breve uma matéria sobre os cuidados dos ESTABELECIMENTOS GASTRONÔMICOS da região com o acondiciona-mento e o preparo dos alimentos. Teremos de volta a coluna �Ouro Preto Conta Sua História�, onde os moradores mais antigos podem nos enviar um resumo de suas histórias no bairro para serem contadas em nossas páginas. Participe, se você quiser opinar sobre algum desses ou de outros assuntos.

A coleta seletiva e a reciclagem de lixo têm um papel muito importante para o meio ambiente, mas ainda esbarram em diversos problemas estruturais e educacionais. Por meio delas, recuperam-se matérias-primas que de outro modo seriam tiradas da natureza. A ameaça de exaustão dos recur-sos naturais não renováveis aumenta a necessidade de rea-proveitamento dos materiais recicláveis, que são separados na coleta seletiva de lixo. A coleta seletiva é um sistema de recolhimento de materiais como papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte geradora e que podem ser reutilizados ou reciclados. Funciona também como um processo de educação ambiental na medida em que sensibiliza a comunidade sobre os problemas do desperdício de recursos naturais e da poluição causada pelo lixo.

Antes, o que mais pesava contra a reciclagem era a falta de conscientização das pessoas e isto aos poucos foi aconte-cendo, mas o que era para ser algo simples se torna bastante complicado na prática, e não é apenas pela falta de conscien-

tização, mas também por falta de campanhas, instruções, vontade política e maneiras eficazes para fazer acontecer.

A discussão ambiental está cada vez mais presente em nossa sociedade e há anos os projetos de coleta seletiva têm sido tratados com atenção especial em vários municípios, mas o mesmo não acontece em Belo Horizonte. Não há avanço nem prioridade para o assunto. Em 2007, 30 dos cerca de 300 bairros da cidade eram atendidos pelo o sistema de coleta seletiva na porta. O número hoje é praticamente o mesmo. Um absurdo, quando pensamos que BH produz anualmente cerca de 1,8 milhão de toneladas de lixo, sendo que apenas 10 mil toneladas (0,54%) seguem para recicla-gem, beneficiando apenas 15% da população da capital: 354 mil habitantes, num universo de 2,3 milhões.

Quando falamos sobre o assunto na teoria tudo parece muito simples. Bastaria separar o lixo seco do úmido e solicitar que a cooperativa faça a coleta ou que o caminhão de lixo recolha de maneira correta o material orgânico do reciclável. E

olha que cada vez mais pessoas, ainda hoje, separam seu lixo para facilitar a coleta ou para contribuir com os catadores, embora outros contribuam para sujar cada vez mais a cidade, que é, naturalmente, tão suja pela falta de educação e consci-entização. Porém, na prática, tudo é bem diferente. O recolhi-mento é geral e a separação passa a ser em vão. O mesmo pode acontecer inclusive nos contêineres de coleta espalha-dos nos poucos pontos da Pampulha. Menos ainda nas regiões do Ouro Preto e Castelo, que são poucos. Nesse caso, o problema já é ampliado pela falta de conscientização de muitos, que misturam os materiais, comprometendo a coleta. O fato é que o descaso é um dos fatores responsáveis pela pequena difusão da coleta seletiva no país, que ainda não encara a reciclagem com seriedade, como acontece em outros países, porque não vê o gerenciamento de resíduos sólidos com a responsabilidade que deveria. (Fabily Rodrigues)

Leia mais nas páginas 6, 7, 8, 9 e 10

Descaso e falta de conscientizaçãodificultam a coleta seletiva

ANO III - EDIÇÃO 28JULHO DE 2013

CONFIRA NESTA EDIÇÃOCID COSTA NETO

Ciclovia gera polêmicas na Lagoa da Pampulha - Páginas 4 e 5

Fim da Feira do Mineirinho - Página 3

CID COSTA NETO

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Jornalista responsável(redação e edição):

Fabily Rodrigues MG 09127 JP

Fotos:Cid Costa Neto e Fabily Rodrigues

Diagramação: Cid Costa Neto

Jornalistas: Ana Izaura DuarteJoão Paulo Dornas

Revisão:Liani Gemignani

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de Melo, 20, salas 4 e 5 Jaraguá

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Distribuição Gratuita

Tiragem: 10 mil exemplares

Mais do que um pai

ANUNCIE�AQUI

Muitos falam do esforço e dedicação das mães para com seus filhos, mas ser um bom pai também não é uma tarefa nada fácil. Não se deve comparar o amor e o afeto do pai e da mãe dentro de uma família constituída, porque não há comparações. Cada um desempenha seus papéis e ambos querem sempre o melhor para seu(s) filho(s). Claro que, para isso, o pai

deve fazer por onde e se esforçar, de maneira natural, para exercer seu papel e transmitir carinho, amor e segurança para seu filho. É isso que este quer e precisa.

O Dia dos Pais se aproxima. A data muitas vezes é rotulada como comercial, mas não deixa de ser uma boa oportunidade para refletirmos sobre a paternidade, sobre os relacionamentos nas famílias e, claro, para dedicar mais tempo e mais carinho ao seu pai, mostrando-lhe sua importância em sua vida. Só quem é pai para saber que o maior presente pode ser dado diariamente e de forma simples. Basta dizer a ele, com frequência, o quanto ele é importante e o quanto você o ama. Prefiro sempre imaginar que o Dia dos Pais (assim como o das Mães) é uma data especial, criada para fortalecer os laços familiares e o respeito por aqueles que nos deram a vida, e não somente uma oportunidade de passar o dia, almoçar juntos e pre-sentear. Então isso pode ser feito a qualquer momento. Por

isso, programe-se e faça seu pai ter, sempre que possível, dias inesquecíveis. Os próprios pais podem fazer o mesmo para seus filhos.

Não é uma tarefa fácil falar sobre essas datas, porque nem sempre há pessoas com motivos para comemorar. Isso porque alguns não podem ter o pai por perto, pois ele já faleceu ou mora muito longe, ou a relação é conflituosa. Que as famílias de pais separados esqueçam as regras e conflitos e facilitem as coisas; que os pais ausentes sai-bam do valor e importância que eles têm também para os filhos e procurem ficar mais próximos deles; assim como os filhos com mágoas possam perdoar ou se conscientizar e se fazer presente, buscando uma relação com equilíbrio, harmonia e respeito. Para os que não têm mais seus pais vivos, restam as lembranças e orações para que eles intercedam sempre por nós e ajudem em nossa caminha-da.

Nada mais digno do que um pai presente que demonstra o amor pelos seus filhos e tem a tranquilidade de administrar bem este convívio. Nada mais gratificante para um pai do que acompanhar o crescimento do seu filho e perceber que, aos poucos, ele forma traços parecidos com os seus, tem costumes semelhantes e se influencia pelos seus conselhos, ensinamentos e palavras de expe-riência. Quando ele começa a entender melhor as coisas, não é mais apenas um filho, mas também um amigo, companheiro e parceiro para as atividades, passeios, parques, viagens, cinema, os jogos de futebol no clube ou nos estádios, os fins de semana, a companhia em eventos e festas.

O verdadeiro pai é aquele que cumpre seu papel nos seus mais profundos sentimentos e que participa da vida de seu filho, sabendo ensinar os limites, estimular, elogiar e acompanhar sempre que possível e necessário. Para ser pai é preciso ter o respeito e entender os anseios dos filhos, sendo amável até mesmo com um olhar, sabendo o momento certo de dizer sim ou não. É preciso ouvir e elogiar para que ele se sinta seguro e mais confiante e assim saber os caminhos para enfrentar as dificuldades da vida. Ser pai é descobrir a vida e apreciar as descobertas ao lado do filho. É saber o momento de ter a mesma idade do seu filho para que haja mais sintonia e amor e assim ele se sinta mais à vontade.

A experiência de ser pai há 16 anos e oito meses me permite ter esse feedback para falar dos momentos e vivências dos pais com os filhos. Aproveito para homenage-ar meu pai, Gentil (Brito), e meu filho, Fabiano � que tanto prezo e amo, e que me proporcionou, desde seu nascimen-to, momentos que jamais imaginei ter, emoções até então nunca sentidas �, e todos os pais da região do Jaraguá e aqueles que estão lendo esta nossa edição do Jornal.

O fato é que um filho é o complemento natural da vida. Só quem teve a emoção de carregá-lo no colo logo após seu nascimento e dizer �Este é meu filho!� pode saber e descrever a emoção deste momento. Desejo a todos um feliz �mês� dos Pais e nunca deixem de lutar pelo amor de seus filhos. Ser pai é humano, mas a paternidade é divina.

Fabily Rodrigues (Editor)[email protected]

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Destaque o nome de sua empresa nos jornais do �Em Foco Mídia�! É uma maneira segura e com maior possibilidade de retorno para divulgar os serviços e produtos que ela oferece. Os 10 mil exemplares de cada um dos quatro jornais são distribuídos gratuitamente nas residências, comércios e instituições, além de demais locais estratégicos e de grande circulação dos bairros em que atuamos. São distribuídos ainda em clubes (Jaraguá, Iate, PIC, Labareda, Vila Olímpica, Cruzeiro e XV Veranista), academias, restaurantes, padarias, farmácias, supermercados, associações e demais organizações de cunho comunitário e social. É a garantia de ser visto num meio de comunicação com credibilidade, sede própria, alta visibilidade, qualidade gráfica e editorial, com papel diferenciado e uma distribuição impecável.

JARAGUÁ� EM� FOCO: Distr ibuído gratuitamente nos bairros Jaraguá (Liberdade / Santa Rosa), Dona Clara, Aeroporto, Universitário, Indaiá e São Luiz .

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OURO� PRETO� EM� FOCO:� Ouro Preto, Castelo, São José, São Luiz e parte do Engenho Nogueira, Paquetá, Alípio de Melo e Bandeirantes.

PLANALTO�EM�FOCO: Planalto, Itapoã e parte do Campo Alegre, Vila Clóris, Santa Amélia e Santa Branca.

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O Jornal Ouro Preto em Foco é uma publicação informativa mensal voltada aos moradores, comerciantes e demais interessados dos bairros Ouro Preto, Castelo, São Luiz, São José e região. Independente e imparcial, não temos comprometimento ou vínculo com nenhuma associação, empresa ou empresário, político ou entidade. Nosso objetivo é informar, esclarecer, debater, criticar e melhorar a qualidade de vida da região. Faremos isso por meio de informações úteis, dicas, curiosidades e notícias voltadas a todos os envolvidos, de uma maneira ou de outra, com os bairros locais. Distribuído gratuitamente nos bairros Ouro Preto, Castelo, São Luiz, São José e parte do Engenho Nogueira, Paquetá, Bandeirantes e Alípio de Melo.

Julho de 2013

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Julho de 2013

Nova rotina no entorno do Mineirão fecha tradicional Feira do MineirinhoExpositores da agora extinta Feira do

Mineirinho realizaram um protesto no mês passado, em frente ao Palácio da Liberdade, marcando a luta pelo retorno do evento no espaço. O ato, convocado pelo Comitê Popular dos Atingidos pela Copa (COPAC), contou com a participação de vários comerciantes. Eles cobram do Governo de Minas uma negociação de nova locação dos expositores. A manifesta-ção foi apoiada pelos barraqueiros do Mineirão que, em tempos de �padrão FIFA�, foram retira-dos do entorno do estádio.

A exposição chegou ao fim em decorrên-cia das obras para a Copa do Mundo de 2014. A justificativa dada era que o espaço daria lugar a equipamentos da FIFA para a Copa das Confederações. Em maio deste ano, parte do comércio foi transferido para a Avenida do Contorno, ao lado da Praça da Estação. No entanto, os feirantes alegam que o local só tem capacidade para abrigar 200 dos 500 exposi-tores.

De acordo com a COPAC, cerca de 150 trabalhadores da Associação dos Barraqueiros no Entorno do Mineirão (ABAEM) também foram retirados para a entrada da Minas Arena. Desde que o local voltou a ser sede dos jogos na cidade, os comerciantes esperam uma posição do governo sobre a possibilidade de retornar aos seus postos de trabalho originais. Eles alegam que, com o fim da Copa das Confederações, e como não há previsão de obras para o Mineirinho, não há mais motivo para continuar proibindo o trabalho dos feiran-tes no local.

Em audiência pública sobre o assunto, realizada na Câmara Municipal no início do mês de abril deste ano, o Secretário Municipal de Políticas Urbanas, Daniel Diniz Nepomuce-

no, informou que a Prefeitura tentou transferir a feira para as redondezas do Mineirão, o que não foi possível, e procurou outros terrenos. No mesmo evento, o chefe de gabinete da Secre-taria de Estado Extraordinária da Copa (SECOPA), Mário Guimarães, explicou os motivos da não permanência da feira. �Em 2009 foram assinados contratos com a FIFA contendo uma série de exigências a serem cumpridas pela cidade-sede, inclusive desti-nando as áreas interna e externa dos estádios para as copas. A área externa será ocupada por estruturas temporárias necessárias aos even-tos. Nós, da SECOPA, postergamos algumas vezes a saída da feira, mas seria uma irrespon-sabilidade continuar fazendo isso, sabendo que toda aquela área seria ocupada�.

Em defesa da Feira o vereador Iran Barbo-sa, que solicitou a audiência, declarou: �A Feira do Mineirinho nasceu e cresceu dentro daquilo

que foi iniciativa espontânea deles. Eles conseguiram estabelecer esse empreendimen-to, que se tornou uma das feiras mais bem-sucedidas de Belo Horizonte. Ninguém está contra as copas, mas o que os feirantes preci-sam é de um local para trabalhar durante os eventos esportivos, mas que depois possam voltar�. O advogado da Associação da Feira Mineira de Artesanato do Mineirinho, August Stanislaw Ludkiewicz Olejnik, ainda corroborou que o evento é conhecido inclusive fora do Estado. A defensora pública Flávia Marcelli de Morais também lembrou a necessidade de garantir o trabalho, pois a feira gera 700 empregos diretos e 4 mil indiretos. Ela solicitou ao secretário da SECOPA um estudo de impacto ambiental e social das obras. Mário Guimarães explicou que, havendo estudo de impacto social, este será encaminhado, junto com um outro estudo de impacto ambiental, já existente.

Novo EspaçoCom 10 anos de tradição e funcionando

às quintas-feiras e aos domingos, a Feira do Mineirinho, realizada no estacionamento do estádio, chegou ao fim no último dia 21 de abril. Na data, os 400 expositores e mais de 4 mil pessoas, todos revoltadas por perderem essa fonte de renda, deixaram bem claro que não concordavam com o término e fizeram uma manifestação na frente do estádio. Eles fecha-ram a Avenida Abraão Caram, congestionando o trânsito. Desde então eles protestam todas as quintas-feiras, por ser um dia em que a feira funcionava. Os manifestantes não concordam com os espaços oferecidos pelos governos municipal e estadual, além da SECOPA, para substituir o Mineirinho. Apesar de a associação dos feirantes ter indicado duas opções de locais para a transferência � o Centro Esportivo Universitário, que fica frente ao Mineirão, e o local onde foi montado o Cirque Du Soleil, na Avenida Clóvis Salgado, no bairro Santa Terezi-nha �, nenhum acordo foi firmado e a feira chegou ao fim. Em maio, 200 artesãos foram transferidos para a Praça da Estação, no Centro da capital mineira. Esse imóvel, de 4 mil metros quadrados, era ocupado pela Igreja Mundial e pertence ao empresário Mário Valadares, proprietário do Shopping Oiapoque.

O contrato de locação da Feira do Mineiri-nho determinava que, em caso de uma refor-ma, os artesãos seriam obrigados a se retirar, mas a Associação dos Expositores da Feira de Artesanato da Lagoa reivindica sensibilidade da Prefeitura e do Governo do Estado, pois cerca de 200 artesãos não foram para a Praça da Estação por receio de perderem a clientela da Pampulha, conquistada com anos de trabalho.

INTERNET

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Em tempos de discussões sobre ecologia e viabilidade viária, existe uma realidade mundial que ainda não faz parte da cultura do brasileiro em geral. O hábito de usar a bicicleta como locomoção no dia a dia reduz engarrafamentos e diminui a poluição, além de ser uma ótima atividade física. A boa notícia é que no país, vindo de uma referência da Europa, esse hábito vem crescendo. Mas percebemos que nossas metrópoles não têm estrutura para a atividade e são poucos os gestores públicos que fazem algo a favor da prática. Nossas ciclovias são de péssima qualidade ou limitadas demais. Esse fator demonstra que um país tão rico ecologicamente e com sérios problemas de transporte possui políticas públicas defasadas nos setores.

Na Europa, em metrópoles como Paris, os bicicle-tários e ciclovias são vitais para o transporte do cidadão. No Brasil existe uma grande intenção da população, mas os governantes não ajudam tanto, embora alguns até tentem. Na maior cidade do país, por exemplo, acontecem sérios problemas com os ciclistas. Na manhã do dia 1º de maio deste ano, a situação chegou ao ápice. Em São Paulo, até o meio dia, a polícia contabilizava cinco acidentes com ciclistas. BH é uma cidade mais acanhada, mas não menos perigosa para quem tem o hábito. Atendimen-tos envolvendo bicicletas estão entre os cinco mais frequentes no Hospital João XXIII. De janeiro a junho deste ano, 736 casos de acidentes ciclísticos surgi-ram somente nesse pronto socorro. Em 2011 houve um recorde: foram 1.229 casos, uma média de mais de três pacientes por dia.

Sendo assim, já existe uma considerável mobili-zação e várias cobranças à Prefeitura, que aumenta o número de ciclovias, mas com protestos por agir fora de padrões e por realizar obras sem consultar os ciclistas, que reclamam de arbitrariedade. Na região da Pampulha o problema é latente, pois o local tem um espaço considerável e proporciona bem-estar aos

praticantes. Porém, agora, com o crescimento ininter-rupto, o trânsito da região está bem complicado, ameaçando a prática. As ciclovias e alterações de trânsito estão desagradando boa parte dos ciclistas.

ProtestoNo dia 29 de junho, cerca de 300 ciclistas

fizeram uma manifestação na Avenida Otacílio Negrão de Lima (orla da Lagoa), contra o que chamam de �engessamento da pista� por parte da BHTrans. Eles reivindicam que a via seja demarcada com cones e não com uma ciclovia �segregada� por prismas de concreto que irão desencadear uma série de transtor-nos e mudanças na rotina dos ciclistas. Eles alegam que a ciclovia estreita irá aumentar a possibilidade de acidentes, e que os blocos de concreto separando os veículos dos ciclistas, com mão e contramão, repre-sentam um risco, porque todos já estão acostumados a fazer o circuito no sentido horário.

Segundo Rogério Pacheco, líder do movimento, a prática do ciclismo na orla é antiga, implantada antes mesmo dos monumentos e do Mineirão, por isso já há um costume. O espaço é usado por ciclistas amado-res e profissionais. Até mesmo quem tem o costume de circular de carro pela entorno da lagoa, segundo ele, está acostumado com os ciclistas. �A mudança, mesmo com a ampliação do espaço, mas da forma como a BHTrans pretende, poderá causar uma série de acidentes dentro e fora da pista. Queremos uma ciclofaixa, em sentido único, e, aos domingos, demar-cada com cones, que são móveis. Tem que deixar de ser mão e contramão, inviabilizando o contexto de pessoas que andam, em sua maioria, no sentido horário, e precisam de liberdade para pedalar. Se dois ciclistas vierem cada um de um lado podem colidir e se machucar. A situação pode se agravar se alguém bater a bicicleta em um dos blocos e cair na frente de um carro�, explica. Pessoas de todas as idades participaram do protesto, mostrando cartazes com

Ciclistas exigem melhor elaboração e maior segurança nas

O QUE É CICLOFAIXAEspaço destinado à circulação de bicicletas, separado da pista de rolamento de veículos por pintura ou pelos conhecidos tachões.COMO DEVE SER Mão única, no mesmo sentido da via Em vias de pouco movimento Situada ao lado direito da via,

preferencialmente Contramão apenas em vias com tráfego abaixo de 30km/h A largura recomendada é de 1,2m, mais a faixa de segurança de 60cm Caso esteja entre a rua e o passeio, a largura mínima deve ser de 2m A ciclofaixa no contrafluxo deve ser adotada em locais onde a velocidade é inferior a 30km/h

Norma do Ministério das Cidades

FOTOS: CID COSTA NETO

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Capivaras serão retiradasda Pampulhareivindicações e fechando a passagem dos carros.

A obra e outras cicloviasApós recapeamento, a obra está em fase

avançada e custará R$ 1,2 milhões dos cofres da Prefeitura. Sete dos 18 quilômetros do total da Avenida Otacílio Negrão de Lima receberão a ciclovia. O local ficará com duas faixas para veícu-los, com 3,3 metros cada, e a ciclovia terá pista de 2,5 metros com sinalização vertical e horizontal. Já na Avenida Fleming a ciclovia de pouco mais de um quilômetro, orçada em R$ 150 mil, foi concluída e vai ligar o Ouro Preto e adjacências até a Igreja de São Francisco de Assis. Foi preciso conciliar parte da ciclovia no asfalto e parte no canteiro central, que foi alargado para facilitar o acesso de pedes-tres. Projetos em outras avenidas da região, como na Tancredo Neves e Heráclito Mourão, estão parados. A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (SUDECAP) anunciou que, terminadas as obras de recapeamento do asfalto, novas ciclovias serão implantadas pela cidade.

A SUDECAP tem 114 quilômetros de projetos executivos elaborados. Avenidas como Olegário Maciel, João Pinheiro, Barbacena, Boulevard Arrudas, Santos Dumont, Paraná e os corredores de ônibus do BRT Dom Pedro I/Antônio Carlos e Cristiano Machado serão contemplados. �A primei-ra ciclovia do BRT a ficar pronta será a da Dom Pedro I. Queremos entregar a obra até o fim do ano junto com o complexo da avenida�, explica Hum-berto Pereira, Secretário Municipal da Regional Pampulha.

Em plenárioBH conta atualmente com cerca de 36 km de

ciclovias. A meta da Prefeitura é chegar a 145 km de pistas até o fim de 2013, e, em sete anos, a 380 km. Mas as circunstâncias estão desagradando

ciclistas, pois fogem do padrão recomendado pelo Ministério das Cidades. As reclamações se basei-am em faixas estreitas, má pintura, pistas de mão dupla em vias coletoras etc. Defensores da causa buscam agora na Câmara Municipal respostas para entender o modelo adotado pela BHTrans, a fim de que o executivo corrija os equívocos antes da abertura de inúmeras pistas, gerando desperdí-cio de dinheiro público e acidentes. Audiências públicas estão sendo marcadas para debates, envolvendo parlamentares e a Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte (BH em Ciclo), que levantou o tema.

A entidade protesta, baseando-se no caderno de referência para elaboração de planos de mobili-dade por bicicletas nos municípios, elaborado pelo Ministério das Cidades. Segundo a norma, as ciclofaixas têm de ser de mão única, exceto vias com tráfego abaixo de 30km/h, construídas do lado direito da via e, preferencialmente, sem gerar conflito com o estacionamento de veículos. Caso ocorra, a faixa deve ter, no mínimo, dois metros de largura e nunca ser de mão dupla. A �BH em Ciclo� considera que grande parte das ciclovias e dos futuros projetos para capital fogem do padrão.

Apenas 10% das capivaras da Lagoa da Pampulha ficarão no local. Por conta de problemas como estragos dos jardins do complexo arquitetônico e transmissão de doenças, a Prefeitura anunciou a retirada de 153 animais que habitam as margens da instância. No dia 9 de julho, o Vice-Prefeito e Secretário Municipal do Meio Ambiente de Belo Horizonte, Délio Malheiros, apresentou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) um termo de referência para embasar o edital para contratação de uma empresa especializada para criar plano de manejo dos animais. A expecta-tiva é que esta comece a atuar em setem-bro.

A abertura da concorrência deve ser publicada em agosto e pretende contra-tar uma empresa para retirar 90% das capivaras, condicionando-as em ambi-ente adequado para a sobrevivência. Nas regras do Ibama, o local deve ser grande

e preservado. Os 17 animais restantes ficarão na lagoa e serão monitorados, já que a reprodução deles deve ser acom-panhada a fim de que o número de animais não cresça muito. O IBAMA irá avaliar tecnicamente o termo para verificar se será necessária alguma alteração no texto do edital. De acordo com a Prefeitura, a empresa contratada gastará cerca de R$ 350 mil em um ano de monitoramento dos animais.

A medida se deve à proliferação do carrapato-estrela, que possui uma bactéria capaz de causar a febre maculo-sa em seres humanos, e também para evitar que eles circulem em vias públicas e destruam os jardins da região, como aconteceu no jardim do Museu de Arte da Pampulha, que foi recentemente refor-mado. A destruição desse jardim, criado pelo renomado paisagista Burle Marx e que concorre ao título de Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco, foi o �estopim� dessa intervenção.

ciclovias na PampulhaRENATO COBUCCI / HOJE EM DIA

INTERNET

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Coleta Seletiva em BH está longe de ser uma realidade No mundo atual, palavras como sustentabili-

dade, ecologia, reciclagem e cidadania estão em voga. Ligada a esses termos está a coleta seletiva. Muito se fala a respeito, mas na realidade há uma distância gritante entre o hábito da população e as ações do poder público. A falta de vontade e iniciativa dos gestores, aliadas à desinformação da sociedade, colocam a realidade brasileira atrasada ao padrão de uma nação sustentável. A situação é complexa, pois envolve essas duas partes e a capacidade de se produzir produtos recicláveis, entrando em méritos das associações de catadores de lixo e das intenções de empresas em investir nesse tipo de material. Vendo de perto a situação da coleta seletiva em BH, nos depara-mos com inúmeros problemas. Entre os principais, a falta de vontade de estreitamento de laços por parte da Prefeitura com a população, gerando menos informações; ausência de iniciativa em fazer a coleta seletiva porta a porta; depredação dos Locais de Entrega Voluntária (LEVs); falta de limpeza e fiscalização destas por parte dos responsáveis; falta de motivação por parte do morador em separar o lixo, já que a coleta comum não é seletiva; poucos LEVs pela cidade e redução do número destes; coleta seletiva insuficiente durante a semana, ocasionando saturação dos contêineres e desordem; entre outros vários problemas.

No Brasil a reciclagem é muito baixa. Segun-do a Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP), os serviços de aproveita-mento de material descartado não chegam a 2% do volume do que pode ser reciclado. A Política Nacional de Resíduos Sólidos exige a coleta seletiva para municípios com mais de 30 mil habitantes, mas cerca de 40% dos municípios brasileiros ainda utilizam os defasados lixões, que no Brasil somam cerca de 4 mil.

Nossa capital não foge à situação. Em BH apenas 10% dos bairros contam com o serviço de recolhimento de recicláveis porta a porta. O total de 28 toneladas diárias representa apenas 1,5% das 1,8 mil toneladas de lixo doméstico coletado a cada dia. E a situação tende a piorar, pois o número de contêineres espalhados pela capital vem diminuindo de aproximadamente 450 em 2007 para os cerca de 300 atuais.

A desinformação e a insatisfaçãoFomos às ruas questionar a população sobre

a coleta seletiva. Na grande maioria das vezes, a falta de informação e a insatisfação estão presen-tes. Nos bairros Itapoã e Planalto muitos recla-mam do fato de não haver coleta seletiva domicili-ar. Eles questionam o porquê de, em outros bairros de classe média alta, existir o serviço. �Se tivesse a coleta seletiva domiciliar no Itapoã, como há na Zona Sul, tenho certeza que todos iriam colaborar. Dessa forma a Prefeitura não ajuda em nada. Acho que deveria ter um posto de coleta em cada rua, mas com fiscalização, limpe-za e cuidados maiores por parte deles. Continuo separando meu lixo, mas sei que o caminhão mistura. Não faz sentido�, opina o dentista André Lima. O barbeiro Elmo Di Paoli também reclama da depredação e maus cheiros dos LEVs. Ele considera que a Prefeitura simplesmente abando-

na os pontos de coleta, trazendo danos a quem mora próximo. �Moro em frente à portaria da Lagoa do Nado e tenho muitos problemas. O ponto de coleta do parque está imundo! Não tínhamos esse problema antes. Concordo com a coleta, mas eles deveriam cuidar melhor desse ponto�, reclama.

O cozinheiro João Sérgio Penido conside-ra que não adianta fazer a separação do lixo, já que a coleta convencional vai misturá-lo novamente. Ele explica que não sabe como efetivamente é feita essa coleta e que não existe uma informação clara à população. �A Limpeza Urbana não nos dá nenhuma infor-mação. Não vejo esforço deles, campanhas e folhetos. Se visitassem as residências as pessoas fariam mais e isto certamente viraria um hábito. Vejo sempre os pontos de coletas

diminuírem. Engraçado perceber que isso ocorre em um período em que o número de bares vem aumentando e produzindo ainda mais lixo�, opina. O sociólogo Túlio Bahia comenta na mesma direção: �Falta política pública efetiva com parceria e informação. Vejo a SLU distante da população. A Prefeitu-ra deveria ser parceira dos moradores, mas não vejo intenção de se criar um laço entre os moradores para fortalecer essa coleta. Não há parceria, comunicação e clareza. Nunca vi uma campanha. Nunca chegou à minha porta. A desinformação é geral�.

A conscientização também é muito importante. �Faço coleta seletiva há 30 anos. Além de limpar meu lixo, lavo as latas, caixas de leite e garrafas antes de descartar. A Secretaria do Meio Ambiente deveria se

sensibilizar mais com a necessidade das pesso-as, que hoje estão mais conscientes, e retornar com os recipientes de recolhimento maiores, porque em muitos dos que existem não cabe o que as pessoas depositam e isto faz com que as ruas fiquem bastante sujas, principalmente no fim de semana. Se isso não melhorar pode afugentar o cidadão que recicla seu lixo�, reivindi-ca o morador Walter Garcia.

Ausência de pontos de coletaNos bairros Ouro Preto e Castelo quase não

existem Locais de Entrega Voluntária (LEVs) de coleta seletiva. O mais próximo fica ao lado do Parque Guanabara, que é afastado da maioria dos moradores desses bairros e há outros dois nas proximidades do Castelo com o Alípio de Melo. Nossa reportagem foi em alguns desses locais e, por conta da inexistência dos LEVs, a insatisfação é ainda maior do que no Itapoã e Planalto. Todos os entrevistados reivindicaram a coleta seletiva na porta de casa como na região Centro Sul. �Moro perto da Rua Conceição do Mato Dentro e não há nenhum ponto de descarte no bairro. Venho de longe e no meio do trabalho no Parque Guanabara para despejar meu lixo. Se tivesse lá facilitaria demais, até porque a quanti-dade de comércio que o local possui aumenta a quantidade de lixo�, reclama o comerciante Flávio Marcus. E a �peregrinação� pela coleta continua. �Saio lá do Bandeirantes para deixar o lixo aqui próximo do Parque Guanabara, pois é um dos poucos lugares que temos aqui. Faço esse esforço para realizar meu dever, mas a SLU é quem deveria pegar nosso lixo separado na porta das nossas casas, como acontece na Zona Sul. As pessoas iriam aderir muito mais, pois os pontos são escassos�, afirma o aposentado Silvio Romero.

No Parque Guanabara, entre uma entrevista e outra, nos deparamos com cenas lamentáveis. Pessoas urinavam em plena luz do dia nos LEVs. Se muitos, preconceituosamente, pensaram que eram moradores de rua, estão enganados. Eram pessoas bem vestidas. �Esse ponto é bem caóti-co. Já que em apenas um dia da semana a SLU recolhe o lixo, que fica todo espalhado e bagun-çado. Ainda mais quando chove. Aí a situação é pior. Dessa maneira as pessoas não têm incenti-vo para vir. Ainda mais com esse mau aspecto do local. Se a Prefeitura cuidasse devidamente mais pessoas colaborariam. Gostaria que houvesse pontos de coleta em toda porta de escola, igreja etc., mas não vejo vontade deles. Sou a favor da coleta em nossa casa, mas isto parece estar longe de acontecer. Com todo esse painel, dedu-zimos que a Prefeitura não está interessada na coleta seletiva. E isso acontece em um momento em que o potencial turístico da Pampulha está em alta, até mesmo devido à Copa do Mundo�, reclama a terapeuta ocupacional Gisele Barbosa.

Consciência ecológicaSe existe um lugar onde há uma atitude

exemplar a todos os moradores de prédios e responsáveis por grandes empresas, faculdades, clubes, entre outros, destacamos o Residencial Pampulha, localizado atrás do McDonald's, na

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FOTOS: CID COSTA NETO

JOÃO

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A falta de uma coleta mais frequente e adequada faz com que o lixo deprédios e comércios se acumule, deixando as ruas mais sujas

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Rua Conceição do Mato Dentro. A organização e a vontade de reciclar são tão grandes, que os cerca de 280 condôminos arcam financeiramente com a reciclagem, sendo que este serviço deveria ser feito gratuitamente pela Prefeitura. �Nós temos funcionários no condomínio que separam lixo orgânico, lâmpada, vidros, alumínio, entre outros. O caminhão de uma associação de catadores vem num determinado dia para pegar garrafas e pagamos uma taxa para eles recolherem. Paga-mos para isso. Antes um funcionário pegava o material com carrinho de mão e levava até os coletores do Parque Guanabara, já que não existe nenhum por aqui, mas isso ficou inviável. No caso das lâmpadas, pagamos R$ 0,60 por unidade e R$ 80,00 de carreto, ou seja, gastamos em média cerca de R$ 230,00. Desconheço condomínios que fazem isso�, explica o síndico, Sérgio Garde-nha.

O aposentado é sindico há sete anos, quan-do começou a implantar o sistema. Ele afirma que procura a Prefeitura, mas esta recusa o serviço. �A PBH é ausente em sua totalidade nisso. Eles vieram aqui e disserem que não tinham condições de coletar vidros e latas. Fazem um comercial lindo, mas são nota zero. Eles pedem para o cidadão fazer a coleta seletiva, mas não podem recolher�, reclama. No subsolo do condomínio existe uma sala ampla para armazenar a seleção. Eles recolhem também pilhas, lâmpadas, óleo de cozinha usado, entre outros materiais que não passam por uma triagem tão �afiada�. A média de garrafas pet recolhidas são 1.000 por mês. Recolhem ainda 850 lâmpadas por semestre.

Já no bairro Castelo um protesto admirável é feito semanalmente por um universitário e técnico ambiental, que reclama da retirada dos coletores. �Antes tínhamos coletores próximos à Rua Castelo de Lamêgo, mas tiraram sem nenhuma explica-ção. Eles deixam depredar, não cuidam e simples-mente retiram, alegando que estava causando transtornos. A população fica sem onde fazer a coleta, já que não existe atendimento domiciliar. Desde janeiro faço meu protesto. Vou ao local e deixo meu reciclável todo organizado, como se estivesse com os coletores, e deixo um bilhete escrito: Reciclagem no Castelo?�, relata Gabriel Telles. Engajado, o técnico ambiental cita exem-plos de metrópoles como referência. �Em Curitiba eles avisam que vão passar na porta de cada morador. Só pedem organização e limpeza para o caminhão recolher o resíduo separado�, compara.

Bom e mau exemplo no JaraguáNa região do Jaraguá temos dois exem-

plos distintos. Um bom e outro ruim, mas mesmo assim a ação da Prefeitura deixa a desejar em ambos. No galpão de Reciclagem de Pequenos Volumes (bairro Liberdade) a encarregada do local, Maura Barnabé, reclama da depredação dos LEVs, mas considera que a coleta seletiva domiciliar seria ideal para reprimir a imundície desses locais. �Aqui recebemos lixo reciclável e entulhos de toda a região do Jaraguá. Temos grandes problemas. As pessoas misturam o material orgânico com plástico, papel com metal, metal com orgânico, ou seja, é uma confusão. É muito difícil cuidar. O ideal é que houvesse uma coleta seletiva domiciliar. Assim, não haveria a necessidade desses

contêineres, que são mal cuidados e geram depredação. Os próprios catadores de lixo fazem essa bagunça com o próprio ganha-pão deles. São os que mais sujam�, relata.

Logo em frente, no Residencial Serjusmig, na Rua Flor do Índio, cerca de mil pessoas residem e contam com pontos de coleta interna. Segundo o gerente do local, Geraldo Magela, todos os moradores dão o bom exemplo e fazem a separação. Mas nos últimos anos a própria Prefeitura deixa a desejar, promovendo a incerteza do futuro desse serviço. �A Prefeitura deixou os contêi-neres, que estão aqui desde a inauguração, para os moradores do condomínio fazerem a coleta. Sempre foram exemplares. Só que agora a situação piorou. Eu tive a boa vonta-de de reformar os contêineres há 3 anos,

mas aí a Prefeitura levou os reformados e trouxe outros antigos que não dão suporte à demanda de lixo produzido. Eram cinco e voltaram com três, o que deixa a situação de capacidade impossível�. Ele explica porque a coleta é insuficiente. �Reco-lhem duas vezes por semana, mas isto é muito pouco. Já pedi uma coleta melhor e mais frequente, mas não conseguimos. Temos muita boa vontade para resolver as coisas, mas a Prefeitura não faz sua parte�, reclama indignado.

Catadores rejeitam incineração O governo de Minas estuda uma proposta que

proíba a incineração como método de destinação final de resíduos sólidos na licitação do megacon-sórcio do lixo na Grande BH. No dia 6 de maio, os trabalhadores da reciclagem fizeram marcha em defesa da coleta seletiva, do Barro Preto até a Assembleia Legislativa, lotando o plenário para tentar excluir a incineração como tecnologia adotada na parceria público-privada (PPP) para transbordo, tratamento e disposição de resíduos sólidos urbanos. O megaconsórcio do lixo vai envolver 44 cidades da Grande BH e o edital está em fase avançada. O modelo do gerenciamento do lixo será escolhido pelo vencedor da licitação, que terá o compromisso de não enterrar pelo menos 20% de todo o resíduo recolhido. O temor dos catadores é que, com a adoção da incineração, a coleta seletiva perca força em Minas.

Segundo o Movimento Nacional de Materiais Recicláveis, incineração e reciclagem não combi-nam, pois usam resíduos secos. O movimento quer a proibição total da incineração, para que o gover-no trabalhe em outras frentes, como a indústria da reciclagem e compostagem. Com isso, o rejeito que seria levado para o aterro seria mínimo. Junto ao Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (Insea), o movimento dos catadores entregou uma proposta de projeto de lei que bane o método em Minas. O deputado estadual André Quintão (PT), à frente da audiência pública, se comprometeu a encaminhar a proposta ao Legislativo. Minas têm 22 mil catadores organizados e quase 60 mil no total. Cerca de 1 milhão de pessoas trabalham com reciclagem no país. No entanto, além disso, algo a mais tem que ser feito para que possamos ter tranquilidade e segurança ao descartar nosso lixo sem que nossa cidade fique tão suja, mesmo em pontos onde o lixo deveria ser coletado correta-mente. (João Paulo Dornas)

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e recolhimento do lixo é insuficiente e ineficazCID COSTA NETO

JOÃO PAULO DORNAS

Mesmo com o número considerável de contêineres ao lado do Parque Guanabara, pessoassem consciência descartam todo tipo de lixo nas calçadas sem a menor procupação

Pontos de coleta na Rua Sylvio Menecucci são insuficientes e estão sempre cheios e sujos. Ação de catadores contribui com a sujeira no local

CONTINUA NAS PÁGINAS 8, 9 E 10

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No Brasil, legalmente, as prefeituras são responsáveis pela limpeza pública, que com-preende a coleta, o transporte e a disposição do lixo domiciliar, comercial e dos espaços públi-cos. A coleta de resíduos sólidos urbanos atinge a quase totalidade das residências. É na desti-nação final desses resíduos que se localiza o principal problema a ser resolvido. Depois de coletado, o lixo pode ter vários destinos, e isso depende da estrutura de cada município. Os

lixões são a alternativa mais comum - e a pior - nas cidades brasileiras. Infelizmente, uma parte do lixo nem é coletada, e sim jogada nos rios, mangues, áreas de mananciais, córregos, terrenos baldios e nas ruas. Isso acontece porque há lugares onde os caminhões coletores não conseguem entrar. Mas também pode ocorrer por descuido com o meio ambiente, desrespeito com as pessoas e desconhecimen-to sobre os problemas gerados.

Em abril deste ano o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou que são coletadas 183,5 mil toneladas de resídu-os sólidos por dia no Brasil, em 90% do total de domicílios, o que representa 98% das moradias urbanas, mas apenas 33% das rurais. Desse total, em 50,8% dos municípios os resíduos ainda têm destino inadequado, pois vão para os 2.906 lixões que o Brasil possui. A matéria orgânica representa 51,4% do lixo diário, e apenas 31,9% é composto de material reciclável (alumínio, plásticos, papel, aço, metais e vidro). Cada brasileiro produz 1,1 quilograma de lixo, em média, por dia.

Segundo uma pesquisa divulgada pela

Associação Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE), a coleta seletiva de lixo só existe em 766 cidades brasileiras, um proporção de apenas 14% de todo o território nacional. Um dos fatores apontados pela pesquisa do CEMPRE para que a coleta seleti-va ainda não tenha vigorado no Brasil é o alto custo do seu programa em comparação com a coleta convencional. O preço médio da coleta seletiva nas grandes cidades calculado pela pesquisa do CEMPRE foi de R$ 212,00, enquanto a coleta regular de lixo custa, em média, R$ 47,50, tornando a coleta seletiva 4,5 vezes mais cara.

PARA ONDE VAI O LIXO?

NÚMEROS

Metal Vidro Papel PlásticoLatas em geral,

peças de alumínio,peças de cobre,

chumbo, bronze, fiose pequenas sucatas.

Garrafas, frascosem geral, potes e

copos de qualquercor.

Jornais, revistas,cadernos, papéis

de escritório,embalagens e

papelão.

Garrafas, saco,sacolas, potes,

tampas e utensíliosdomésticos.

Proliferação de ratos e insetos trans-missores de doenças, como baratas e o mosquito da dengue;

Contaminação das águas e do solo;

Poluição do ar devido à queima ou mesmo à decomposição, incluindo impactos, que vão desde o mau cheiro até contribuição para o efeito estufa;

Poluição visual e impactos na paisa-gem;

Enchentes devido ao entupimento de bueiros e tubulações;

Deslizamentos devido ao acúmulo de lixo em encostas;

Elevadas despesas municipais com a

limpeza de ruas e logradouros, transporte e destinação adequada do lixo;

Dificuldade de obter áreas apropria-das para destinação final. Além disso, a construção de aterros sanitários implica a devastação de amplas áreas e exige terreno firme, com baixa declividade e solo argiloso, distante de áreas de con-servação ambiental e de centros urba-nos; acesso facilitado e lençol freático profundo. As possibilidades de usos posteriores ficam bastante comprometi-das;

Destinação inadequada de resíduos perigosos, como os químicos e os prove-nientes de serviços de saúde, que no Brasil somam 19.226 toneladas/dia.

IMPACTOS DO RESÍDUO

INTE

RNET

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ENQUETE

População da Pampulha mostra ter consciência e cobra incentivo e coletas mais adequadas

�O bairro Ouro Preto não tem pontos de coleta seletiva. Temos que nos deslocar para bairros vizinhos, o que desestimula a população. Moro na Rua Conceição do Mato Dentro, longe para esse tipo de ação. Se eu não tivesse carro eu não iria. A coleta na Pampulha é muito ineficaz e os pontos insuficientes. Gostaria que houvesse pontos em toda porta de escola, igreja etc. Mas não vejo iniciativa para isso. Quero também a coleta em casa, mas até hoje nada. Parece que não há interesse da Prefeitura.� Gisele Barbosa, Terapeuta Ocupacional

�Estou fazendo faculdade de Engenharia Ambiental e estudamos muito sobre a reciclagem e a importância dela para as grandes cidades do mundo globalizado. BH está muito atrasada em relação ao setor. A coleta seletiva parece inexistente no recolhimento cotidiano do lixo. Além disso, na maioria das vezes vemos os locais de coleta mal cuidados, imundos e depredados. A reciclagem não é só o futuro. Já é presente. Uma cidade como BH não pode ficar para trás na coleta seletiva.�Gabriela Morais, Estudante

�Moro no Castelo há 13 anos. Fazemos a coleta constante aqui em casa. Sei que não se deve destruir o patrimônio público, mas deveriam cuidar melhor dos coletores. A depredação parece desculpa para que não haja o serviço. Em um bairro tão desenvolvido como o Castelo é um absurdo não termos mais desses locais. O ponto que foi tirado e que reivindico aqui perto de casa estava sempre mal cuidado e sem manutenção. Eles não se preocupam em realizar a coleta; só dão motivos para não fazer.�Gabriel Teles, Técnico em meio ambiente e estudante de Geografia

�O bairro está crescendo demais. Então é necessário um estudo para que tenhamos mais pontos de coleta e o serviço na nossa porta, assim como acontece na Zona Sul e até hoje não chegou à Pampulha. Acredito que melhorando a coleta inibiríamos problemas como ratos, baratas, entre outros insetos vindos do lixo. Temos que pensar que a população da região cresceu muito, assim como o comércio. Agora temos muitos problemas que não tínhamos antes.�Leonardo Amado, Aposentado

�As pessoas separam o lixo e a SLU mistura tudo. Não vemos contrapartida e uma ação mobilizadora da Prefeitura. Se houvesse a coleta domiciliar eu separaria compartimen-tos na porta de casa para facilitar o serviço dos trabalhadores da SLU. Faço a coleta na minha casa, mas não tenho opção de descarte. Isso desestimula. Não vejo uma atitude mais efetiva dos gestores. Tem que haver aumento do número de postos de coleta e deveriam implementar este serviço de recolhimento na porta de casa.�Lúcio Couto, Professor

�Pagamos para fazer a coleta seletiva no condomínio, mas quem deveria realizar este serviço que fazemos é o SLu. No Brasil, quem tem consciência é quem sai no prejuízo. Simplesmente falam que não há como recolher e fica por isso mesmo. O respeito e a ecologia devem ser ensinados nos primeiros anos da escola. Mas a Prefeitura e os governos são os primeiros a darem os piores exemplos. Se aqueles que comandam a cidade e o país não dão o exemplo, fica difícil as futuras gerações aprenderem.�Sérgio Gardennha, Aposentado

�Eu reciclo há 30 anos, desde a época em que não havia conscientização e locais apropriados. No bairro São Luiz requisitamos postos mais internos, mas eles dizem que não há densidade demográfica. Se pegassem nosso lixo separado na porta de casa seria o ideal. Ter que ir até o Parque Guanabara descartar nosso lixo dá um pouco de trabalho e inibe a ação. A coleta domiciliar seria muito importante, ainda mais na Pampulha, onde existem pessoas bem conscientizadas.�Eunice Ozório, Engenheira

�A coleta é feita regularmente aqui no Parque duas vezes por semana. A um tempo atrás o local estava muito sujo, atraindo ratos e insetos. Ficamos com receio da dengue também. Por isso nós mesmos tomamos a iniciativa de limpar, em parceria com os moradores. Não é a SLU quem limpa. Agora está tudo bem limpo porque tivemos essa iniciativa. Essa é a principal entrada do parque e recebemos um grande público. Precisa ficar limpa. Mas, infelizmente, algumas pessoas misturam os materiais.�José Batista, Porteiro Lagoa do Nado

�Outro dia fui a um ponto de coleta no bairro Castelo e estava uma imundície geral. A Prefeitura limpa muito pouco esses receptores. O volume de lixo da cidade aumentou e da região ainda mais. Imagino que a limpeza seja feita apenas uma vez por semana. Eles não realizam uma coleta em um tempo razoável para que fique limpo. O trato com isso é bem relapso. Deveria haver pontos de coleta para todos os lados da cidade. Assim fica difícil a pessoa se animar e sair de casa para reciclar seu lixo.�Silvio Romero, Aposentado

�As pessoas não têm consciência para usar os pontos de coleta seletiva e jogam lavagem e fraldas descartáveis nas partes dos plásticos, vidros e papéis. É muita falta de educação! Fizemos inúmeras reuniões, mas não adiantou. Essa bagunça só pode acabar com a coleta na porta de casa. Além disso, poderiam colocar esses contêineres em um local mais seguro, onde possamos tomar conta ou que não atrapalhe os moradores, para que a Prefeitura possa ter um melhor controle.� Maura Barnabé da Silva, Encarregada do Galpão Reciclagem (Bairro Liberdade)

�Minha família faz a coleta de metal e vidro separadamente. Mas não sei em que fim dará esse processo da SLU. Parece que eles mesmos não têm interesse na coleta e na parceria com o belo-horizontino. Existem os coletores espaçados e apenas isso. Não existe parceria efetiva da Prefeitura com a população, nem comunicação. Nunca vi alguém da SLU na porta da minha casa para orientar ou mesmo ter algum retorno do serviço. O que parece é que tudo que separamos será misturado após o recolhimento.�Túlio Bahia, Sociólogo

�Na minha casa fazemos a coleta seletiva normalmente. Não sabia que o lixo separado se misturava novamente. Então não entendo o sentido de a vizinhança separar. Estamos no século XXI e em plena capital não percebemos uma evolução de mentalidade. Tenho casa no interior de Minas em uma cidade que está crescendo muito. Lá ninguém sabe o que é coleta seletiva. A maioria vem de uma cultura de jogar lixo no rio que corta a cidade. É inacreditável não existir uma coleta seletiva adequada.�Terezinha Malta, Professora

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Experiências com recicláveis em outros países são de dar inveja�Sou italiano e moro no Brasil há 25 anos. Vim de uma cultura de reciclagem bem forte. Lá a

Prefeitura passa de porta em porta recolhendo o lixo reciclado. Tem o dia do vidro, o dia da lata, o dia do plástico, e assim por diante. A Prefeitura fornece o recipiente para coleta e o caminhão passa recolhendo. As pessoas são conscientizadas. As crianças aprendem o bom exemplo na escola sobre os locais onde devem jogar determinado lixo. Aqui no Brasil o problema está em duas pontas. Começa na falta de cultura ecológica e termina na incompetência e falta de vontade do poder público em reciclar. Implantei uma coleta seletiva de sólidos no trabalho, em uma época em que o termo ecologia praticamente não existia. De cara me deparei com a falta de interesse em reciclar. A Prefeitura local não tinha como recolher a minha separação.� Sérgio Gardenha, Síndico do Residencial Pampulha (Ouro Preto)

�Aqui na Alemanha reciclar e jogar lixo no lugar certo é algo natural. Não destinar o lixo na lixeira correta aqui chega a ser um absurdo e os moradores chamam a atenção. Isso já aconteceu comigo. Aqui recebemos um reembolso a cada garrafa que retornamos. O supermercado tem uma máquina própria para esse retorno de recicláveis. Há incentivos e todo mundo leva a sério, pensan-do no meio ambiente como um todo. O Brasil tem muito que aprender e avançar quando o assunto é reciclagem. Se você quer dispensar os lixos nas devidas lixeiras, na maioria das vezes temos que pegar o carro e levar até algum lugar mais próximo onde há os coletores, sem ter a garantia de que este não será todo misturado na hora da coleta pela Prefeitura.� Cinthia Moysés, Estudante em intercâmbio em Deggendorf (Alemanha)

�Temos três diferentes cestas de lixo que ficam na garagem. A de lixo orgânico (cinza), a de reciclável (azul) e a de jardim (preto). Toda quarta à noite, meu filho fica responsável por colocá-las na calcada em frente à casa. O primeiro caminhão a passar, bem cedo, é o de orgânico. À tarde passam os demais. Nao há interação humana com o lixo. O caminhão tem uma espécie de garra lateral que suspende a cesta e a vira na carcaça. Além disso, eu junto as latas de alumínio e garrafas de plástico de até um litro para a escola do meu filho, pois nas quintas também a coleta passa por lá. Dessa maneira, a escola arrecada mais de U$ 2 mil dólares por ano, que são reverti-dos para melhorias em sala de aula. Também separo pilhas, baterias, sacolas de plástico, lâmpa-das etc. Existem lojas que recolhem esse tipo de material. O governo faz a parte dele e eu faço a minha. Acredito que para uma sociedade funcionar todos têm que colaborar.� Carolina Arêas, Moradora de San Diego (Califórnia)

Cultura Inglesa chegaao bairro Castelo

A Cultura Inglesa inaugurou, em junho, a sua mais nova unidade no bairro Castelo (Rua Desembargador José Satyro, 753). Esta é a 15ª unidade, sendo 13 em Belo Horizonte, uma em Diamantina e outra em Ipatinga. A supervisora de marketing, Laura Torres, conta que a escolha do bairro para implantação de mais uma unidade foi motivada pela solicita-ção de alunos, pais e interessados, além do crescimento do bairro. �Além da demanda que surgiu através de e-mails, fizemos uma pesqui-sa na região. Investimos em uma casa onde há um considerável espaço e por isso as salas são amplas e bem adaptadas para atender melhor os alunos. Todas as salas de aula são equipa-das com o e-Board (quadro interativo). A unidade possui o Learning Center, que é um espaço com vasto acervo permanentemente atualizado para pesquisa e empréstimo de materiais aos alunos e professores�, conta. Ela conclui dizendo que a procura está sendo boa e muitas pessoas estão visitando a unidade. �Já temos turmas formadas e as aulas já começaram. A expectativa é positiva�, conta. Mais informações: 3055-3311.

DIVULGAÇÃO

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Novamente divulgamos as vagas de empregos na região através da disponibilidade de nossos anunciantes e demais parceiros, e esperamos contribuir, tanto com as empresas que precisam preencher estas vagas, quanto com os moradores e demais interessados. Continuaremos usando este espaço em nossas próximas edições para que nossos parceiros e empresas sérias e idôneas possam oferecer suas vagas e assim faremos nosso trabalho social de ajudar aqueles que precisam trabalhar. Os dados da empresa, contato, especificações e quantidade de vagas podem ser enviados para [email protected].

RESTAURANTE SURUBIM NO ESPETO Função: COZINHEIRO Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos, sem experiência. Preferencialmente morar na região. Função: COPEIRO Vagas: 2Especificações / Perfil: Sexo masculino, sem experiência. Preferencialmente morar na região. Contato: Enviar currículo para [email protected].

ACOMPANHAR OURO PRETO E ALÍPIO DE MELOFunção: MONITOR nas diversas áreas do conhecimento (matemática/física/português/ inglês/história/geografia/espanhol/biologia/ química/pedagogia).Especificações / Perfil: Ambos os sexos, período indiferente. Turnos manhã/tarde/integral. Preferencialmente morar na região. Contato: Cadastrar no www.acompanhar.com.br.

HIPERMINAS (Castelo) Função: OPERADOR DE CAIXA Vagas: 10Especificação / Perfil: Sexo feminino, entre 18 e 35 anos, 2º grau completo ou em curso, não é necessário ter experiência. Função: REPOSITOR DE HORTIFRUTI Vagas: 3Especificação / Perfil: Sexo masculino, entre 18 e 30 anos, 1º grau completo, não é necessário ter experiência. Função: AUXILIAR DE MERCEARIA Vagas: 3Especificação / Perfil: Sexo masculino, entre 18 e 30 anos, 2º grau incompleto, não é necessário ter experiência.Função: ASSISTENTE DE DEPÓSITO Vagas: 2Especificação / Perfil: Sexo masculino, 1º grau completo, não é necessário ter experiência, disponi-bilidade para trabalhar de segunda-feira a sábado. Função: AUXILIAR DE PADEIRO Vagas: 1Especificação / Perfil: Ambos os sexos, a partir de 18 anos, 1º grau incompleto, não é necessário ter experiência. Contato: Avenida Miguel Perrela, 987 - Castelo ou [email protected].

SUPERMERCADOS BH (Castelo) Função: ATENDENTE DE FRIOS Vagas: 2

Especificações / Perfil: Ambos os sexos, entre 20 e 50 anos. Não é necessário ter experiência. Carga horária: 44 horas semanais. Função: OPERADOR DE CAIXA Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos, 2º grau completo ou em curso, entre 18 e 50 anos. Não é necessário ter experiência. Carga horária: 44 horas semanais.Função: REPOSITOR Vagas: 2Especificações / Perfil: Sexo masculino, entre 18 e 40 anos. Não é necessário ter experiência. Carga horária: 44 horas semanais.Função: AUXILIAR DE AÇOUGUEIRO Vagas: 2 Especificações / Perfil: Ambos os sexos, entre 20 e 55 anos, não é necessária experiência. Carga horária: 44 horas semanais.Função: BALCONISTA DE AÇOUGUE Vagas: 1 Especificações / Perfil: Ambos os sexos, entre 20 e 55 anos, experiência mínima de seis meses na função. Carga horária: 44 horas semanais.Função: FISCAL DE LOJA Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos, ter experiência ou curso de vigilância.Contato: Interessados deverão acessar o site www.supermercadosbh.com.br/trabalheconosco ou comparecer na Rua Guarani, 559 - Centro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h, munidos de documentos pessoais e carteira de trabalho.

SUPER NOSSO (Castelo) Função: AÇOUGUEIRO Vagas: 4 Função: SUSHIMAN Vagas: 4 Função: PADEIRO Vagas: 4 Função: CONFEITEIRO Vagas: 4 Especificações / Perfil: Ambos os sexos, 1º grau incompleto, entre 18 e 55 anos. Necessário ter experiência mínima de 6 meses.Função: AUXILIAR DE FRIOS Vagas: 4Função: AUXILIAR DE AÇOUGUE Vagas: 4Especificações / Perfil: Ambos os sexos, 1º grau incompleto, entre 18 e 50 anos. Não é necessário ter experiência. Função: ATENDENTE DE CAIXA Vagas: 5

Função: AUXILIAR DE OPERAÇÕES PADARIA Vagas: 5Especificações / Perfil: Ambos os sexos, 1º grau completo, entre 18 e 45 anos. Não é necessário ter experiência. Função: EMBALADOR Vagas: 5Especificações / Perfil: Ambos os sexos, 1º grau incompleto, entre 17 e 50 anos. Não é necessário ter experiência.A empresa oferece oportunidade para pessoas com deficiência. Contato: Interessados comparecer à Av. Amazonas, 1.464 - Barro Preto, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, munidos dos documentos pessoais.

ST JUDE MEDICAL (Engenho Nogueira) Função: AUXILIAR DE PRODUÇÃO Vagas: 1Especificação / Perfil: Ambos os sexos, 1º grau completo, mínimo 18 anos. Remuneração compatível com o mercado + benefícios (assistência médica e odontológica, vale alimentação, alimentação na empresa, seguro de vida em grupo, auxílio creche, convênio farmácia, VT). Vagas disponíveis para horário comercial e horários diferenciados. Contato: Encaminhar e-mail atualizado para [email protected] com o assunto �Auxiliar de Produção� ou entrar em contato pelo telefone 3888-5245.

GOLD IMÓVEIS (São Luiz) Função: CORRETOR DE IMÓVEIS E CORRETOR TRAINEE Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos, acima de 18 anos, com ou sem experiência e disponibilidade para trabalhar em horário comercial de segunda a sábado. Contato: Entrar em contato através do 3427-6575 ou 8684-9679 ou enviar currículo para ricardolopes@goldimóveis.com.

MILA (Liberdade)Função: RECEPCIONISTA DE VENDAS Vagas: 1Especificações / Perfil: Sexo feminino, 2º grau completo, experiência em atendimento ao público. Horário de trabalho comercial, com disponibilidade aos

sábados. Enviar currículo com foto. Função: AUXILIAR DE ESTOQUE Vagas: 1Especificações / Perfil: Sexo masculino, com vivência anterior na função, disponibilidade para trabalhar aos sábados. Horário de trabalho: 8h às 18h, de segunda a sexta-feira. Salário + benefícios. Contato: Enviar currículo com foto para [email protected], com nome da vaga, ou entrar em contato com Silvia através do 3499-4145.

CENTRO DE COMPRAS VIABRASIL PAMPULHA (Itapoã) Função: AGENTE DE SEGURANÇA Vagas: 1Especificações / Perfil: Sexo masculino, 2º grau completo, ter concluído o curso de vigilante. Salário: R$ 910,00 + Benefícios. Horário: 11h às 23h. Escala 12x36. Função: SERVENTE DE LIMPEZA Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos. Salário: R$ 750,00. Horário: 11h às 23h, escala 12x36. Função: LÍDER Vagas: 1Especificações / Perfil: Ambos os sexos, com experiência em liderança de equipes. Contato: Encaminhar currículo para [email protected] ou entrar em contato pelos telefones 3347-7721 ou 2126-3200.

UNIFENAS Função: ESTÁGIO PARA ALUNOS DE CURSOS SUPERIORES Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos, estar cursando os cursos de Enfermagem, Biomedicina, Farmácia ou Química. As vagas são para estagiar nas unidades Jaraguá e Itapoã.Função: ESTÁGIO PARA ALUNOS DE CURSOS TÉCNICOS Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos, estar cursando os cursos técnicos em Química, Biotecnologia ou Patologia Clínica. As vagas são para estagiar nas unidades Jaraguá e Itapoã.Contato: Enviar o currículo para o e-mail [email protected].

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