ouro preto em foco #29

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PRÓXIMA EDIÇÃO Em nossa próxima edição falaremos sobre a evolução nas INSTITUIÇÕES DE ENSINO, que estão cada vez mais integradas com as novas tecnologias. Faremos ainda uma interessante matéria sobre os cuidados dos ESTABELECIMENTOS GASTRONÔMICOS da região com o acondicionamento e o preparo dos alimentos. Já estamos preparando nossa tradicional matéria com o COMÉRCIO da região, onde falaremos sobre as vendas de final de ano e publicaremos DICAS DE PRESENTES dos nossos parceiros para auxiliar os leitores na hora de escolher um presente para seus amigos e familiares. Participe, se você quiser opinar sobre algum desses ou de outros assuntos. Os problemas de mobilidade urbana enfrentados pela população de Belo Horizonte são considerados um dos maio- res males da cidade e o que causa maior impacto na vida das pessoas. É um problema antigo e constante que parece não ter solução, embora o poder público acredite nisto com a implan- tação do BRT/MOVE e as diversas obras viárias realizadas na cidade, principalmente na região da Pampulha. Para piorar, Belo Horizonte apresenta o maior crescimento da frota de veículos particulares entre as capitais brasileiras (média de 10% ao ano). Além de diversos desconfortos para quem usa o transporte coletivo e tem que lidar com constantes atrasos, inseguranças e congestionamentos, BH é a única capital brasileira onde o direito à meia passagem não alcança todos os estudantes e não possui, na maior parte das linhas, um sistema de integração das tarifas que permita, por exemplo, descontos para quem pega mais de um ônibus ou precisa utilizar metrô e ônibus. Somente um transporte público eficiente mudaria alguma coisa e evitaria o caos dos engarrafamentos. Há uma esperan- ça com a vinda do BRT, mas muitos não acreditam que algo realmente mudará de maneira considerável, principalmente nas regiões do Ouro Preto e Castelo, onde os benefícios só aconteceriam realmente se o sistema na Avenida Dom Pedro II (Estação Vila São José) já tivesse saído do papel. Dados recentes apontam que o Sistema de Transporte Coletivo por ônibus em Belo Horizonte transporta diariamente (e ineficientemente) 1,5 milhão de passageiros e abrange 300 linhas exploradas por 50 empresas agrupadas em quatro consórcios que operam uma frota de 2.874 mil veículos com idade média de 5 anos e 8 meses. Desde 1995 tentam melho- rar o sistema, com a implantação do BHBUS (Plano de Rees- truturação do Sistema de Transporte Coletivo de Belo Horizon- te), que busca aprimorar o sistema de ônibus, criando uma rede de transporte integrada (metrô e ônibus municipais e intermunicipais), o qual se divide em dois subsistemas: Tron- co-alimentado e Interbairros. Os constantes atrasos em determinados horários do dia é um outro grave problema que faz os moradores e trabalhado- res da região do Castelo e do Ouro Preto perderem seus com- promissos e não poderem planejar com eficiência seu dia. Às vezes, a demora é tanta que eles chegam a ficar quase uma hora ou mais esperando o ônibus chegar. E quando chegam, algumas vezes estão tão cheios que nem param no ponto. Um absurdo! Isso sem contar com a falta de ônibus e outras opções nos finais de semana em bairros como o Castelo. Além disso, falta opção para irem a bairros próximos sem ter que pegar dois ônibus. Leia mais nas páginas 6, 7, 8 e 9 Transporte coletivo local gera insatisfações e reclamações ANO III - EDIÇÃO 29 AGOSTO DE 2013 CONFIRA NESTA EDIÇÃO EM MÍDIA FOCO www.emfocomidia.com.br Crônica sobre a capacidade de confiar no outro - Página 2 Entrevista com a SLU sobre a coleta seletiva na região - Página 10 Coluna Saúde e Bem-Estar aborda o tema depressão - Página 12 Quadro de empregos com novas vagas para quem procura uma oportunidade - Página 11 FOTOS: CID COSTA NETO

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Jornal do bairro Ouro Preto e região.

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Page 1: Ouro Preto em Foco #29

PRÓXIMA EDIÇÃO � Em nossa próxima edição falaremos sobre a evolução nas INSTITUIÇÕES DE ENSINO, que estão cada vez mais integradas com as novas tecnologias. Faremos ainda uma interessante matéria sobre os cuidados dos ESTABELECIMENTOS GASTRONÔMICOS da região com o acondicionamento e o preparo dos alimentos. Já estamos preparando nossa tradicional matéria com o COMÉRCIO da região, onde falaremos sobre as vendas de final de ano e publicaremos DICAS DE PRESENTES dos nossos parceiros para auxiliar os leitores na hora de escolher um presente para seus amigos e familiares. Participe, se você quiser opinar sobre algum desses ou de outros assuntos.

Os problemas de mobilidade urbana enfrentados pela população de Belo Horizonte são considerados um dos maio-res males da cidade e o que causa maior impacto na vida das pessoas. É um problema antigo e constante que parece não ter solução, embora o poder público acredite nisto com a implan-tação do BRT/MOVE e as diversas obras viárias realizadas na cidade, principalmente na região da Pampulha. Para piorar, Belo Horizonte apresenta o maior crescimento da frota de veículos particulares entre as capitais brasileiras (média de 10% ao ano). Além de diversos desconfortos para quem usa o transporte coletivo e tem que lidar com constantes atrasos, inseguranças e congestionamentos, BH é a única capital brasileira onde o direito à meia passagem não alcança todos os estudantes e não possui, na maior parte das linhas, um sistema de integração das tarifas que permita, por exemplo, descontos para quem pega mais de um ônibus ou precisa

utilizar metrô e ônibus. Somente um transporte público eficiente mudaria alguma

coisa e evitaria o caos dos engarrafamentos. Há uma esperan-ça com a vinda do BRT, mas muitos não acreditam que algo realmente mudará de maneira considerável, principalmente nas regiões do Ouro Preto e Castelo, onde os benefícios só aconteceriam realmente se o sistema na Avenida Dom Pedro II (Estação Vila São José) já tivesse saído do papel.

Dados recentes apontam que o Sistema de Transporte Coletivo por ônibus em Belo Horizonte transporta diariamente (e ineficientemente) 1,5 milhão de passageiros e abrange 300 linhas exploradas por 50 empresas agrupadas em quatro consórcios que operam uma frota de 2.874 mil veículos com idade média de 5 anos e 8 meses. Desde 1995 tentam melho-rar o sistema, com a implantação do BHBUS (Plano de Rees-truturação do Sistema de Transporte Coletivo de Belo Horizon-

te), que busca aprimorar o sistema de ônibus, criando uma rede de transporte integrada (metrô e ônibus municipais e intermunicipais), o qual se divide em dois subsistemas: Tron-co-alimentado e Interbairros.

Os constantes atrasos em determinados horários do dia é um outro grave problema que faz os moradores e trabalhado-res da região do Castelo e do Ouro Preto perderem seus com-promissos e não poderem planejar com eficiência seu dia. Às vezes, a demora é tanta que eles chegam a ficar quase uma hora ou mais esperando o ônibus chegar. E quando chegam, algumas vezes estão tão cheios que nem param no ponto. Um absurdo! Isso sem contar com a falta de ônibus e outras opções nos finais de semana em bairros como o Castelo. Além disso, falta opção para irem a bairros próximos sem ter que pegar dois ônibus.

Leia mais nas páginas 6, 7, 8 e 9

Transporte coletivo localgera insatisfações e reclamações

ANO III - EDIÇÃO 29AGOSTO DE 2013

CONFIRA NESTA EDIÇÃO

EM MÍDIAFOCOwww.emfocomidia.com.br

Crônica sobre a capacidade de confiar no outro - Página 2

Entrevista com a SLU sobre a coleta seletiva na região - Página 10

Coluna �Saúde e Bem-Estar� aborda o tema depressão - Página 12

Quadro de empregos com novas vagas para quem procura uma oportunidade - Página 11

FOTOS: CID COSTA NETO

Page 2: Ouro Preto em Foco #29

EM FOCO MÍDIAwww.emfocomidia.com.br

Jornalista responsável(redação e edição):

Fabily Rodrigues MG 09127 JP

Fotos:Cid Costa Neto e Fabily Rodrigues

Diagramação: Cid Costa Neto

Jornalistas: Ana Izaura DuarteJoão Paulo Dornas

Revisão:Liani Gemignani

Endereço: Rua Francisco Vaz

de Melo, 20, salas 4 e 5 Jaraguá

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Impressão: Bigráfica

Periodicidade: Mensal

Distribuição Gratuita

Tiragem: 10 mil exemplares

A capacidade de confiar no outro

ANUNCIE�AQUI

O ser humano, que é constituído de tantas comple-xidades, precisa realizar, durante toda sua vida, diaria-mente, diversos tipos de exercícios. O aprendizado é constante e muitas coisas nós só aprendemos quando pas-samos pela situação. Seja uma única vez, sejam outras diversas. Às vezes, a mesma coisa precisa acontecer repe-tidamente para que aprenda-mos a realmente nos defender

ou nos proteger daquilo. Esse assunto poderia se estender para as mais diversas vertentes. Mas queria ressaltar o termo �confiança�.

Você não considera isso algo complexo? Simples não é. Em quantas pessoas você já confiou e depois se decepcio-nou? Certamente você vai se lembrar de algumas. Mas e quando você confia muito e esta pessoa, muitas vezes sem motivo, te decepciona? Peguei-me pensando nisso após ler sobre o assunto, ficar sabendo de casos e até mesmo por ver a situação acontecer profissionalmente.

Com as mudanças radicais do mundo atual em relação ao modo como vivíamos a anos atrás, não está sendo fácil confiar nas pessoas. Alguns chegam a ser até exagerados com isso, para não dizer paranóicos. Muitos vivem uma pandemia de desconfiança generalizada nas relações pessoais, sociais e até empresariais. São muitas as queixas de falta de coopera-ção e de comprometimento. Parece não ser mais tão fácil ter fé nas pessoas. Fé essa que nos contextualiza no tempo a partir de esperanças. Por isso é ruim, difícil e danoso perder a confi-ança no outro. O incômodo é realmente significativo quando perdemos a fé uns nos outros, mesmo que durante apenas um

curto momento ou com alguém que não seja tão representati-vo. Alguns, de maneira cômoda, jogam a culpa na atitude do outro; outros se questionam e perguntam onde erraram. Em ambos os casos, os questionamentos independem de quem foi a culpa. Às vezes simplesmente não há explicações ou são complexas demais para serem entendidas.

O grande ponto da confiança é que quando nós reaviva-mos nossa capacidade de crer no outro, afastamos a facilida-de de fazer julgamentos. É ruim quando percebemos que, mesmo sem saber quem é o outro, fazemos, até sem perceber, um pré-julgamento através da nossa verdade pessoal a respeito daquilo. Deparamos-nos, então, com a falta de experiência de fé, pois a confiança se adquire com credibilida-de e oportunidade. Mas por que temos que assumir o risco da confiança? Porque não tem outro jeito. A relação de confiança constrói-se na circularidade e na reciprocidade porque confia-mos em quem confia em nós e aceitamos correr riscos com quem aceita correr riscos conosco.

É muito gratificante quando certa pessoa deixa de ser apenas uma conhecida e se transforma numa pessoa da sua confiança. A maior riqueza que nós podemos ter verdadeira-mente nesta vida é a confiança que nos devolve coisas precio-sas que a vida nos retira. Nosso querido Padre Fábio de Melo disse uma vez, em seu programa �Direção Espiritual�, que a confiança é aquela abertura que você faz da sua vida e permite que outras pessoas entrem e tenham autoridade sobre você. E que, quanto mais temos essa experiência humana de amar e ser amado, maior é a oportunidade de Deus agir em nós por um fato muito simples: Ele passa pela ação do outro em nossa vida e quando temos relacionamentos de qualidade experi-mentamos Sua força agindo em nós através daquelas pesso-as. Como? Através de conselhos sensatos, de um olhar, de um carinho, de uma chamada de atenção. Só quem nos ama realmente vai querer nos abrir nossos olhos e mostrar de que maneira podemos ser modificados.

Li recentemente um texto em que o autor dizia que confiar é a única alternativa para a possibilidade de uma relação sadia. Essa afirmação simplesmente reconhece o risco ineren-te a qualquer relação humana. O fato de depender da lingua-gem nos expõe constantemente à possibilidade de ser causa-dor ou vítima do mal-entendido e da mentira. Reconhecer isso é assumir a responsabilidade da humildade e da honestidade. Negar isso é negar nossa própria condição humana.

Confiança é o crédito que conferimos a uma pessoa ou a um fato, com a expectativa de se concretizar no futuro. É acreditar, assumindo como verdadeiras, a narrativa e a condu-ta de uma pessoa. É um ato de reconhecimento e a capacida-de de prever o comportamento da outra, mesmo que possa haver enganos e decepções. E, claro, é estabelecida em base nos acontecimentos e nos convívios acreditando nos valores demonstrados. Confiar é confirmar que temos os mesmos valores e acreditamos num mesmo ideal, que é possível construir juntos. Tudo isso também deve ser somado ao querer. Queremos confiar. Apostamos naquilo, mesmo sabendo, em alguns casos, que a pessoa não é perfeita e/ou tem defeitos.

Quando a confiança é quebrada acontece a decepção, que pode ser confundida com traição, e, consequentemente, é um repúdio a uma situação que se desejava e previa. Situação essa que envolveu diversos investimentos, como o físico e o emocional. A ruptura disso tudo pode produzir conflitos mora-is, psicológicos e até financeiros. A boa notícia é que fatos assim também podem nos fortalecer e impulsionar a buscar situações ainda melhores. Lembrando sempre que há coisas e situações que não dependem apenas de nós. Confiar é um risco. Se arriscamos, podemos perder. Mas se não arriscamos, poderemos ficar perdidos. E, por incrível que pareça, neste mundo desconfiado, ainda há quem mereça muita confiança. Graças a Deus e que assim seja!

Fabily Rodrigues (Editor)[email protected]

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Mineirão recebe poucas árvores após desmatamento

Quem conhece bem o Mineirão desde antes da reforma sabe o tamanho da área verde que foi retirada do local. Havia uma área muita arborizada e agradável, Com a reforma, o sol incide ainda mais na nova esplanada. Se antes essa parte do local era um tributo à natureza, hoje a esplanada do Mineirão é um �seara� de concreto quente e mal arejado. Foram cortadas 712 árvores em prol das Arenas Padrão FIFA e para dar lucro, já que isso aumentou a capacidade do estaciona-mento (2.925 novas vagas), para a empresa que explora o espaço, no caso a Minas Arena. Entre as espécies estavam Jacarandá, Sapu-caia, Mangueira, Casuarina, Ipê, entre outras.

Um plano de �reflorestamento� do Minei-rão está sendo apresentado. Após o fim das mais de 700 árvores, inclusive algumas com proibição de corte como o Jacarandá, anunci-ou-se no início de agosto o plantio de 44 plantas na gigante esplanada, o que é muito

pouco perto da devastação. �Só cimento, desolação e aridez onde havia muito verde. Os arredores do novo estádio parecem ter sido planejados para expor os torcedores ao sol inclemente de Minas. Não há sombra natural para ninguém. Seja torcedor, idoso, criança de colo, pessoas que não podem com o sol. As únicas sombras possíveis são artificiais e personalizadas só para quem trabalha sob tendas de plástico, que também não evitam a claridade, fazem arder os olhos e potenciali-zam mais calor e desconforto ainda�, opina o jornalista especializado em Meio Ambiente, Hiran Firmino.

Ele ainda critica o projeto urbanístico. �O que os autores e paisagistas do novo estádio dos mineiros fizeram no lugar de milhares de árvores que existiam ali? Plantaram algumas mudas aqui e outras acolá, numa economia de gasto desumana. E onde podiam plantar, dentro e fora do Mineirão (e há áreas imensas

pra isso, somente gramadas), também foram desecológicos. Simplesmente se esqueceram do verde, de tantos bougainvilles que, possíve-is e com baixo custo de manutenção, poderi-am colorir e alegrar todos os muros de cimento do novo Mineirão. Não tem explicação nem humanismo básico. Só cimento, desolação e aridez onde já havia muito verde�.

Novas árvores A esplanada do Mineirão recebeu 44

árvores da espécie Triplaris brasiliensis, conhecida como Pau-formiga. A espécie é uma árvore tropical de grande porte e florada exuberante, que cresce entre 8 e 20 metros de altura. Sua copa tem formato colunar e pirami-dal com tronco retilíneo. A madeira é leve, de baixa densidade, casca cinzenta, levemente fissurada e tem um crescimento rápido. Ape-sar do tamanho avantajado, não apresenta

raízes superficiais agressivas, podendo ser plantado nos vasos de concreto projetados para receber as espécies na Esplanada.

A Minas Arena, concessionária responsá-vel pelo estádio, optou pela Pau-formiga por ser da flora nativa e se desenvolver bem em vasos. As plantas serão regadas diariamente, receberão cuidados de jardinagem com frequência, e, com o plantio, os torcedores e praticantes de atividades físicas que utilizam a esplanada poderão usufruir de um espaço mais agradável. É o que promete a empresa. As plantas passarão a enfeitar a área de lazer gratuita do estádio, assim como a passarela de ligação ao Mineirinho. A esplanada do Mineirão tem 80 mil metros quadrados de área livre e está aberta ao público diariamente de 7h às 19h, exceto em dias de jogos ou eventos. O local comporta cerca de 30 mil pessoas.

FOTOS: INTERNET

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Ainda é muito pouco, mas finalmente a coleta seletiva porta a porta chega ao primeiro bairro da Pampulha. Na edição passada (28, julho) o Ouro Preto em Foco alertou sobre a situação precária da coleta em BH. Agora, a Vila Paquetá dispõe de serviço de coleta seletiva de lixo domiciliar, aten-dendo cerca de 700 pessoas, que antes precisa-vam levar o lixo até os pontos coletores. No período de implantação, a SLU (Sistema de Limpeza Urba-na) realizou uma campanha de conscientização que contou com a presença de técnicos de mobili-zação e de zoonoses, além de agentes comunitári-os. Por causa do estreitamento das vias locais o serviço de limpeza na Vila Paquetá só foi possível com a utilização de um carrinho de mão especial-mente desenvolvido para esta finalidade, o que já acontece em outras vilas e aglomerados da cidade.

A chefe do Departamento de Políticas Sociais e Mobilização da SLU, Clarissa Germana Pereira de Queiroz, explica que o serviço é simples. �Basta acondicionar o resíduo em sacos plásticos e depo-sitá-lo do lado de fora das casas no horário defini-do. Em seguida, é só aguardar seu recolhimento pelos funcionários da SLU. A participação dos moradores é fundamental para o sucesso das ações�. Os dias de coleta continuarão terças, quintas e sábados, entre 8h30 e 9h, evitando a disposição de lixo, entulho e de outros resíduos nos pontos limpos recém-instalados, nos becos e nas vias internas. O Ouro Preto em Foco levantou a bandeira da coleta seletiva na Pampulha e continu-ará cobrando das autoridades a chegada do servi-ço nas portas de cada bairro da nossa região.

OURO PRETO INFORMA

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Coleta seletiva chega à porta do primeirobairro da Pampulha Após inúmeros protestos, os

artesãos e expositores da tradicional Feira do Mineirinho ganharam a luta contra a arbitrária extinção do espaço. Muitas reuniões e nego-ciação foram feitas entre os traba-lhadores e o Governo de Minas, e agora chegaram a um acordo. Já que, por conta da Copa de 2014, a área original passará por reformas para o evento, o funcionamento ocorrerá em uma área do anel do ginásio e parte de dentro do Mineirinho, mantendo as mesmas condições e obrigações anteriores por parte dos envolvidos. De acordo com o Comitê Popular dos Atingidos pela Copa (COPAC), em breve a feira já estará aberta. O novo

local será provisório até o final de março de 2014. Depois disso o espaço será remanejado para uma nova área. Governo e Prefeitura já planejam um outro espaço pro-visório. Depois da Copa, em agosto de 2014, e já concluída a revi-talização, a Feira de Artesanato voltará a ser realizada em definitivo na área original, às quintas-feiras e aos domingos. Cerca de 200 ex-positores trabalham na Feira do Mineirinho, gerando em torno de 700 empregos diretos e 4 mil indiretos. Desde março deste ano a feira está fechada, originando uma série de manifestações no local e na porta do Palácio da Liberdade.

A Feira do Mineirinho vai voltar

Prefeitura licitará estação de aluguel de bicicletas na PampulhaA Prefeitura escolheu 65 locais em

quatro áreas diferentes para implantar, inicialmente, 30 estações de aluguel de bicicletas de uso compartilhado. Os locais são: Pampulha, Centro, Belvedere e Barreiro. A BHTrans abriu licitação para empresas interessadas em oferecer o serviço. Baseado em metrópoles euro-péias, a intenção é estimular o uso das bicicletas como meio de transporte. O aluguel diário deverá ser R$ 3,00; o mensal, R$ 10,00; e o anual, R$ 60,00.

Segundo o edital, as empresas escolhe-rão 30 dos 65 pontos já preestabeleci-dos e a vencedora deve ofertar pelo menos 360 bicicletas. Além disso, a empresa escolhida ficará responsável pelo cadastro dos usuários, manutenção dos equipamentos, monitoramento das bicicletas, pagamento, entre outros deveres. O resultado da licitação sairá no início de outubro. BH conta atualmente com cerca de 36 quilômetros de ciclovi-as. A meta da Prefeitura é chegar a 145

quilômetros de pistas até o final de 2013, e, em sete anos, a 380 km. Porém, as circunstâncias estão desagradando os ciclistas por saírem do padrão reco-mendado pelo Ministério das Cidades. As reclamações se baseiam em faixas estreitas, má pintura, pistas de mão dupla em vias coletoras, entre outros aspectos.

MARCUS OLIVEIRA

O Parque do Ibirapuera, em São Paulo,possui cerca de 300 bikes para locação

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Transporte público das regiões do Castelo e Ouro Preto é O ano de 2013 será marcado pelas mani-

festações nas ruas que começaram para reivindicar preços menores das passagens de ônibus. A partir disso, a �caixa preta� foi aberta e os cidadãos reivindicam melhoria em outras várias frentes sociais. Aqui em BH, após vorazes protestos, os políticos trataram de baixar rapidamente o valor das passagens de R$ 2,80 para R$ 2,65. Algo que até então nunca tinha acontecido. Mas isso não é nem de longe o principal problema no que se refere a transpor-te público. Não é novidade para ninguém que os problemas nesse segmento são os mais diversos e temos um serviço bastante compli-cado. Atrasos constantes, falta de veículos, excesso de passageiros, falta de educação, entre outros constrangimentos, são apenas alguns dos principais problemas enfrentados pela população que depende dos ônibus para se locomover pela cidade. Na região da Pampu-lha, e em especial a do Castelo e parte do Ouro Preto, essa realidade é nítida e vivenciada diariamente.

Há alguns anos vemos um crescimento exorbitante da população da região, principal-mente do Castelo. As construtoras estão pre-sentes, em diversas ruas, construindo prédios de até 14 andares, e, consequentemente, trazendo diversos novos moradores. Essa expansão foi apoiada pelo Governo de Minas e pela Prefeitura. Sendo assim, o poder público tem a responsabilidade de melhorar os serviços prestados devido à chegada dessa grande massa de moradores e também de trabalhado-res, já que o setor empresarial aumentou bastante.

O transporte público é vital, mas a popula-ção está impaciente com a situação. As recla-mações são várias. Demora, atraso, falta de ônibus, necessidade de usar duas conduções, inatividade noturna, falta de respeito com o

idoso, mau humor dos trabalhadores, assaltos, excesso de passageiros, entre várias reclama-ções que estão na boca dos usuários. Óbvio que se espera que, com a inauguração dos BRTs, a situação melhore. Mas muitos estão desconfia-dos ou não se sentem satisfeitos apenas com o Bus Rapid Transit, que, em Belo Horizonte, terá o nome de MOVE, já que os BRTs Cristiano Machado e Antônio Carlos não influenciam tanto na região, e porque este sistema na Avenida Dom Pedro II (Estação Vila São José), que beneficiaria os bairros locais, ainda demo-rará a ser concluído. De acordo com a Prefeitu-ra, todo o processo (projeto final, licitação, obra etc.) só irá começar depois da Copa.

AcessoFomos às ruas comprovar os problemas no

Castelo. Inicialmente, percebemos o problema do acesso dos trabalhadores ao bairro, já que o comércio regional aumentou bastante, assim como o número de trabalhadores nos lares. �Sou doméstica e venho todos os dias para cá. Está complicado. Sinto muita dificuldade para

chegar ao Castelo e gasto quase duas horas para chegar aqui. Pego o ônibus S51 e depois outro para Santa Luzia. O trabalhador é muito penalizado. Existem mais linhas com proble-mas. O trajeto do 3301B, por exemplo, é muito ruim�, reclama a doméstica Maria do Carmo. Sua companheira de profissão, Sônia Castilho, concorda: �Pego quatro ônibus e todos os dias são quase duas horas em cada viagem. O trânsito está péssimo, assim como os ônibus do Castelo. Depois das 18h não há horário certo para os ônibus chegarem ao ponto�. Os traba-lhadores reclamaram ainda que alguns moto-ristas não param. �O ônibus da linha S54 muitas vezes não para por estar cheio. Acabei de dar sinal e o ônibus não parou. É sempre assim�, desabafa a auxiliar administrativa Eunice Borges Ribeiro.

Muitos problemas foram citados, mas um é destaque entre os moradores. A queixa sistemá-tica é a falta de ônibus: �Pego todos os dias o 3301B e me desloco até o Barro Preto. Existem poucos ônibus aqui. São insuficientes�, relata a funcionária pública Vanessa Manduca. A filha

da moradora reforça. �A BHTrans julga que o bairro Castelo não precisa de novos ônibus, mas existem muitos trabalhadores e moradores que não se deslocam de carro�, opina a publici-tária Bárbara Manduca.

Gabriel Teles é técnico em meio ambiente, estudante de geografia na UFMG e morador do Castelo há mais de uma década. Ele está engajado no movimento em busca de melhorias para o transporte público na região e realiza uma pesquisa junto aos moradores para formalizar, entregar aos gestores do setor e tentar emplacar mudanças. �Falam muito no BRT Pedro II, mas se as obras na Cristiano Machado e na Antônio Carlos estão demorando tanto, imagina uma que nem no papel está? A Prefeitura promete desde 2008 essa obra. Aqui só temos a linha 3301B, mas aos domingos e feriados ela nem funciona. Às vezes temos que pegar mais de quatro ônibus para ir e voltar. Desde 1995 o bairro que mais cresce em BH é o Castelo. Somos maiores até que o Buritis, mas não temos uma estrutura de transporte decen-te. É um bairro isolado. Isso atrapalha muito os comerciantes. Quando eles procuram funcioná-rios contratam apenas os que moram aqui, pois é a única maneira de garantir que o empregado virá ao trabalho�, conta. Gabriel estudou mais a situação e desenvolveu sugestões. �Existe a linha 4108 Dom Pedro II / Avenida Afonso Pena, que vai da Praça da Bandeira, no Mangabeiras, até o final da Dom Pedro II. É uma linha muito eficaz e rápida. Se a Prefeitura aumentasse apenas dois km além da Pedro II, ela viria até a Tancredo Neves. É algo mais tranqüilo de ser feito e a distância é pequena�, sugere.

Dificuldades de locomoçãoNa contramão dos moradores do Castelo,

conversamos com usuários de ônibus da região do Jaraguá e do Planalto, que também estão na

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CID COSTA NETO

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região da Pampulha. Visitamos primeiramente o Planalto, onde muitos querem ter melhor acesso a bairros como o Ouro Preto e Castelo, só que consideram inviável a viagem de ônibus: �Moro no Itapoã e percebo que aqui só temos opção para irmos ao Centro. Devia haver um ônibus que englobasse a Pampulha toda�, reclama o estudante Luis Mota. No mesmo ponto, outros usuários reclamam. �Estou indo ao Carrefour do Ouro Preto, que está bem próximo daqui, e tenho que pegar dois ônibus. Sugiro um circular para ir às localidades da Pampulha�, opina a dona de casa Teresa Amaral Braga.

No Jaraguá e Dona Clara a situação é a mesma. Muita gente sai do Castelo para traba-lhar nessa região. �Moro no Castelo e trabalho no Dona Clara. Fico uma hora esperando meu ônibus, tanto para ir como para voltar. O ônibus sempre vem cheio e ainda tenho que pegar dois. Deveria ter um ônibus que fosse pelo menos direto pela Avenida Abrahão Caran. Isso facilitaria as coisas�, lamenta a chefe de cozi-nha Catarina Romilak. Moradores revelam que o problema é antigo. �Moro no Jaraguá há anos e sempre foi assim. Não temos opção para bairros da Pampulha. Ir ao Castelo e ao Ouro Preto só com dois ou mais ônibus�, explica a representante comercial Tatiana Santos.

Os moradores e trabalhadores do Castelo afirmam que já denunciaram a situação, mas nada adiantou. �Já tem dois anos que trabalho no Castelo e já fizemos vários abaixo-assinados e nunca resolveram nada. Quero parar de trabalhar nesse bairro só por causa desses ônibus. Peço para meu patrão para me mandar embora, pois não aguento, mas ele não deixa. É um absurdo! Ficamos à mercê e não temos ônibus decente. Já cheguei a ficar quase cinco horas esperando um ônibus num sábado�, reclama a babá Aparecida Borges. O morador

Isaías Ribeiro Novaes também critica os res-ponsáveis. �O acesso da Tancredo Neves para a Pedro II melhorou, só que os ônibus não che-gam aqui. A BHTrans não apresenta nenhuma explicação para isso. Eles falam que não tem demanda. Se toda essa clara situação não é suficiente para que eles percebam os vários problemas no local, quando haverá essa demanda então?�.

Os problemas continuam no Ouro PretoNa região do Ouro Preto a situação do

transporte coletivo também não está muito confortável. Fomos às ruas do centro comercial, da Conceição do Mato Dentro, da Monteiro Lobato e da Sena Madureira para conversar com os usuários das linhas. As reclamações continuam. �Sou moradora do Ouro Preto e tenho que pegar o 3502 para ir para casa. Todo dia ele demora mais de uma hora. É um absur-do! Sou idosa e gostaria de mais respeito. Deveria ter mais ônibus�, reclama a aposentada Maria Benigna. A estudante Amani Alisegai também opina. �Deveria ter mais ônibus. Eles

andam sempre lotados quando vêm do centro da cidade. Além disso, aqui no Ouro Preto, temos poucas opções para ir aos bairros da capital�.

Num volume ainda maior que o bairro Castelo, o Ouro Preto recebe muitos trabalha-dores em seu comércio. Esses são os mais prejudicados pelo sistema de transporte público atual. �Eu pego o 3301A e muitas vezes ele não passa no horário previsto. Aí você fica no ponto ônibus até cansar e ele aparece só depois de quase uma hora. Isso em horário de pico, quando deveria haver mais ônibus. Muitas vezes os motoristas nem param. Liguei para BHTrans e não adiantou nada�, reclama a confeiteira Salete Aparecida Santos.

Os trabalhadores gastam boa parte do dia com ônibus. �Pego o suplementar 53 aqui na região comercial. Demoro mais de quatro horas do meu dia com ônibus. Chego a esperar mais de uma hora até ele chegar�, explica o assisten-te de serviços gerais Róbson Luis. Até quem mora relativamente perto sofre. �Trabalho no Ouro Preto e tenho que pegar o 8501 para ir ao

bairro Engenho Nogueira, onde moro, que é logo ali. Mas esse ônibus demora sempre mais de uma hora para chegar aqui na Rua Conceição do Mato Dentro. Deveria haver mais ônibus. Só tenho essa opção para vir. É complicado na ida e na volta. Depois de 17h aí que fica problemá-tico mesmo. Além de demorar muito, ele sem-pre vem muito cheio�, relata a auxiliar de assis-tência social Ana Raquel do Santos.

NúmerosBelo Horizonte é a terceira pior cidade do

país em mobilidade urbana. As condições de trânsito e deslocamento na região ficam atrás apenas das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo. O estudo é do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), através do Observatório Urbano das Metrópoles, que reuniu pesquisadores de diversas universida-des para repercutir dados do Censo 2010. O estudo aponta que cerca de 24,2 milhões de pessoas se deslocam diariamente nas 15 metrópoles brasileiras. Nessa população, 6,8% gasta cinco minutos no trajeto de casa para o trabalho; 39%, entre seis minutos e meia hora; 33%, entre meia hora e uma hora, e 21% leva mais de uma hora. Uma triste realidade que precisa mudar. As pessoas merecem mais respeito. Ter que andar de ônibus, na maioria das vezes, não é uma escolha e sim falta de opção. As pessoas querem ter mais conforto para se deslocar e mais rapidez para resolver suas questões pessoais, além de passar mais tempo com a família. Algo precisa ser feito e rápido. Já passou da hora de as autoridades pensarem com mais seriedade nessa importan-te questão. (João Paulo Dornas)

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considerado defasado e insuficiente pela população local CID COSTA NETO

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Direção da BHTrans acredita que o novo sistema de transporte permitirá maisrapidez e dinamismo aos usuários do atual e complicado ônibus coletivo

ENTREVISTA

A direção da BHTrans respondeu as demandas da população do Caste lo exclusivamente para o jornal Ouro Preto em Foco. Na maioria das respostas a solução da empresa está relacionada ao BRT, que agora será chamado de MOVE, nome fantasia adotado pela Prefeitura para o Bus Rapid Transit.

Moradores reclamam das linhas S54, 3301B, 503 e 504. O motivo é a demora de mais de 50 minutos para chegarem ao ponto. Além disso, muitas vezes os motoristas passam direto porque os ônibus estão lotados. Qual a situação das linhas? Como denunciar esse tipo de ação dos motoristas?

O dimensionamento de viagens é realizado de acordo com a demanda de passageiros. A BHTrans vem monitorando essa demanda e realiza os ajustes necessários no quadro de viagens para atender os usuários. A BHTrans fiscaliza eletronicamente a pon-tualidade das viagens de todas as linhas do sistema convencional de BH, autuando as irregularidades detectadas. É importante que os usuários registrem as reclamações na central de atendimento telefônico, no 156, ou no portal www.bhtrans.pbh.gov.br. Com essas informações são direcionadas ações de fiscalização para verificar e autuar as condutas irregulares do transporte coletivo.

Moradores reclamam da inexistência de ônibus no Castelo nos fins de semana, entre eles o 3301B. Qual o motivo?

A alteração da linha 3301B, implantada em 08/02/2009, é parte do projeto de reestruturação da rede de linhas que operam aos domingos e feriados. O objetivo da nova Rede de Domingo é ampliar as possibilidades de deslocamentos com redução das tarifas para os usuários. Com isso, os usuários do Cartão BHBUS podem pegar dois ônibus em um intervalo de uma hora e meia pagando, no máximo, R$ 2,65. O benefício é válido para viagens realizadas em duas linhas distintas, sem retorno ao ponto de partida.

O bairro Castelo é um dos que mais cresceu nos últimos anos. A população reclama que existe a demanda, mas a circulação de lotação não acompanhou. O aumento do número de ônibus no local não ocorre devido ao prejuízo dos empresários? Existe um planejamento para aumentar?

Se tiver demanda a Prefeitura irá negociar com as empresas. Deve haver um meio termo entre o interesse da população e a questão financeira das empresas, pois deve haver demanda de uma linha que será reforçada para que os ônibus não viagem com um número muito baixo de passageiros. A população deve formalizar através do 156 e do portal da BHTrans as reclamações. Infelizmente, menos de 1% dos usuários faz reclamações para que a BHTrans identifique uma demanda para aumentar a circulação de determinado ônibus. No último mês de maio, por exemplo, foram cerca 4.300 reclamações para 37 milhões de viagens.

O bairro Castelo era atendido aos domingos pela linha 3301B - Castelo, com intervalo de 40 minutos e tarifa de R$ 2,65 (valor atual). Em 8 de fevereiro de 2009, foi substituída pela linha 533 - Castelo/Shopping Del Rey, com o intervalo entre viagens de 30 minutos, por sentido, e que possibilita aos usuários o deslocamento até a Av. Carlos Luz / Shopping Del Rey pagando R$ 1,90 (valor atual).

Os usuários podem desembarcar nos pontos ao longo do itinerário da linha 533 e embarcar nas linhas 3302 A - Nova Pampulha / Centro, 3503A - Santa Terezinha / São Gabriel, 64 - Estação Venda Nova / Santo Agostinho via Carlos Luz e 3301A - Santa Terezinha, pagando apenas R$ 0,75 a mais. Podem ainda embarcar em qualquer outra linha do Sistema Convencional sem complemento de tarifa. Ressaltamos a necessidade do uso do Cartão BHBUS para ter os benefícios acima citados.

Moradores reclamam que não existem ônibus no final da noite, após as 23h, e que muitos ficam presos no Centro ou descem no Ouro Preto e seguem a pé para o Castelo.

Como a BHTrans pretende resolver esse problema?

A última viagem da linha 3301B - Castelo é 22h30, passando no Centro por volta de 23h. A demanda dessa viagem é muito baixa (em média sete passageiros) e não existe, no momento, demanda caracterizada para a criação de mais viagens após esse horário.

Trabalhadores reclamam que os ônibus que vão ao Castelo demoram a chegar ao Centro e dão muitas voltas. Eles relatam que demoram mais de duas horas, tendo que pegar dois ônibus. Citam o 3301B e o S51 como problemáticos. Eles sugerem uma linha direta pela Pedro II. Existe essa possibilida-de?

O bairro Castelo é atendido pelas linhas 1404B - Estrela do Oriente / Jardim Inconfidência e 3301B - Castelo. Ambas garantem o acesso à Área Central, sendo a primeira via Avenida Carlos Luz / Dom Pedro II e, a segunda, via Rua Padre Eustáquio / Rua Pará de Minas. A alteração de itinerários ou criação de linhas exige diversos estudos para sua caracterização, sendo necessárias pesquisas para identificação do número provável de usuários, discussões com as comunidades envolvidas, a análise de sua viabilidade técnica e econômica, entre outros. Sendo assim, a BHTrans está concluindo um estudo no sentido de uma melhor cobertura espacial da rede de serviços de transporte no t recho recém-inaugurado da Avenida Presidente Tancredo Neves, antecipando a criação da linha alimentadora prevista no projeto da rede de transporte da Estação São José.

Será implantada a linha alimentadora 506 - Jardim Alvorada / Avenida Antônio Carlos, no prazo se 60 dias, que terá itinerário por vias do bairro Castelo. Utilizando o 506, o usuário do Castelo poderá embarcar nas linhas 3501A - Jardim Alvorada / São Marcos ou 4108 - Dom Pedro II / Mangabeiras, que garantem a ligação com a Área Central, via Avenida Dom Pedro II, e terá acesso à Avenida Antônio Carlos.

Informamos ainda que as regiões do

Castelo e da Avenida Tancredo Neves estão inseridas na também área de estudos do novo projeto de implantação do BRT (Transporte Rápido por Ônibus � Bus Rapid Transit) da Avenida Dom Pedro II, que prevê a criação de linha alimentadora do bairro até a Estação São José, de onde partirão linhas troncais para a Área Central e Região Hospitalar, entre outros destinos.

A Estação de Integração São José será implantada na Avenida Tancredo Neves, entre as ruas Flor Branca e Leopoldo Campos Nunes, em uma área de 20 mil m². Assim como a Estação Pampulha, a Estação São José será um importante equipamento de infraestrutura para operação do Sistema Ônibus com Prioridade. O local irá abranger os serviços de transporte coletivo da Região Noroeste e Pampulha, atendendo diversos bairros, como Alípio de Melo, Pindorama, Castelo, Itatiaia, Saramenha, Glória, Manacás, Confisco, Coqueiros, entre outros. Estima-se que a estação possa ter uma movimentação de 5.500 passageiros/hora pico (manhã e tarde).

Quando uma pessoa é assaltada dentro do ônibus, quais os direitos que ela possui no caso de ressarcimento? Qual é o procedi-mento?

A segurança do usuário ao ser transporta-do em um ônibus do serviço regular de transporte é do Estado, com seu aparato de segurança composto pelas polícias civil e militar. Em caso de ocorrência, o usuário deverá recorrer aos canais competentes, no caso, a Polícia Militar.

Em caso de mau humor, falta de edu-cação e abuso de motoristas e trocadores a quem o usuário deve denunciar?

Para reclamações, estão colocados à disposição do usuário canais como o telefone 156, internet, carta e ainda atendimento presencial na sede da empresa, no bairro Buritis, na Gerência de Atendimento ao Usuário (GEATU). Essas reclamações são utilizadas para direcionar as ações de fiscalização da empresa.

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ENQUETE

Usuários do transporte coletivo na região reclamam do tempo de espera e da falta de linhas

"Todos os dias viajo em dois ônibus para chegar ao trabalho, no bairro Santa Lúcia. Gasto de uma hora a uma hora e meia. Não podemos perder o horário. O ônibus para de funcionar às 22h30, por isso, se precisarmos voltar mais tarde, não é possível ou é preciso pegar um ônibus para o Ouro Preto e andar até o Castelo. A BHTrans julga que o bairro Castelo não precisa de novos ônibus, mas existem muitos trabalhadores e moradores que não se deslocam de carro. Aqui sempre foi assim". Bárbara Manduca, Publicitária

�Muitos não usam o transporte coletivo no Castelo porque não há qualidade alguma. É um dos piores de BH. São pouquíssimos ônibus e eles não passam à noite. Se a pessoa perde o ônibus às 23h, não te como voltar. Temos apenas um ônibus que para na Rua Guarani. Para ir em 90% de BH temos que gastar quatro passagens para ida e volta, inclusive ao Centro. Por isso que as pessoas preferem usar o carro. Por causa desses problemas e do alto número de carros no bairro é que o trânsito do Ouro Preto fica caótico.�Gabriel Teles, Técnico em meio ambiente e estudante de Geografia/UFMG

�Pego o ônibus da Linha S54 seis vezes por semana. Acabamos de dar sinal e o motorista do ônibus não parou. É sempre assim. Acontece demais. Eu levo cerca de 40 minutos, no mínimo, para chegar à minha casa, e olha que moro perto (bairro São José). Fico a maior parte desse tempo esperando no ponto. Trabalho todos os dias no bairro Castelo e é sempre essa mesma dificuldade para usar o ônibus. Abriram a Avenida Pedro II, mas não há uma linha encaixando. Deviam usar melhor esse acesso.�Eunice Borges Ribeiro, Auxiliar administrativa

�Pego o 3503 e o 3301 e ambos demoram demais. Em qualquer horário esperamos, no mínimo, 40 minutos. Horário de pico é ainda pior. Marcar algum compromisso dependendo de ônibus é muito complicado. Nunca chegam no horário. Trabalho aqui e para vir de Venda Nova, que é perto, gasto no mínimo uma hora e meia de ônibus. Para voltar demora mais ainda. Os ônibus estão sempre cheios e alguns motoristas não param no ponto. Espero que com o BRT a situação melhore, mas não estou muito esperançosa.� Daiane Alvarenga dos Santos, Diarista

�Trabalho no Dona Clara. Vou de manhã e volto no final da tarde. Fico uma hora esperando meu ônibus para ir e vir. Vem lotado, é raro eu ir sentada. O povo no ponto fica irritado e os trocadores e motoristas mal humorados. Eu moro no Castelo, que fica na mesma região do Jaraguá (Pampulha), mesmo assim tenho que pegar dois ônibus. Demoro mais de uma hora e meia em uma região próxima. Devia ter um ônibus direto para a Abraão Caran, mas não, tenho que ir lá na BR. Se não for assim tenho que ir a pé da Cristiano Machado até a Antônio Carlos. Aí eu 'morreria' de tanto andar.� Catarina Romilak, Chefe de cozinha

�Moro aqui no bairro Ouro Preto e vejo que alguns ônibus demoram muito, principalmente os que vão aos bairros. Acho que devem ser muito poucos e deveria ter mais. Eu não tenho problema, porque vou mais ao centro da cidade. Acho que para ir à região central, ou para próximo da Avenida Antônio Carlos, onde estou indo, não temos muitos problemas. É tranquilo. O difícil mesmo é ir para as demais localidades. Mas, mesmo assim, todos esses vêm muito cheios nos horários de pico.�Amani Alisegai, Estudante

�Moro no bairro Castelo há sete anos e sempre foi complicado usar o transporte coletivo na região. Pego todos os dias o ônibus da linha 3301B e me desloco até a região do Barro Preto. Existem poucos ônibus para a minha viagem, o trajeto é muito longo e demorado. Essa rota serve mais o bairro Ouro Preto do que o Castelo. Os intervalos de espera são muito longos, entre outros problemas. Passar apenas nas ruas Guarani e Tupi é muito pouco. A linha deveria servir mais pessoas que precisam ir ao Centro".Vanessa Manduca, Funcionária pública

�Moro no São João Batista e só tenho a opção de ir para o Centro. Não temos acesso a nenhum bairro da Pampulha, seja Castelo, Jaraguá, Copacabana, Santa Amélia ou Ouro Preto. Quando vou ao Carrefour do Ouro Preto tenho que pegar dois ônibus. Isso porque é um local bem próximo. Sugiro um circular para ir às localidades da Pampulha. Hoje temos que usar carros para ir aos bairros próximos da orla. A região da Pampulha cresceu e deveriam melhorar o transporte, já que existem pessoas para usá-lo.�Teresa Amaral Braga, Dona de casa

�Moro no bairro Santa Terezinha e nunca tive problema com ônibus para vir ao Ouro Preto. A linha Santa Terezinha (3301) que passa aqui na região do Ouro Preto me atende bem. Venho sempre na altura das ruas Monteiro Lobato, Sena Madureira e da Conceição do Mato Dentro. Demora um pouco, mas nada de anormal. Estou sempre aqui para ir ao banco, supermercado, lojas e ao Centro Comercial. Estou satisfeito com o serviço desse ônibus, mas pego praticamente apenas esse. Não posso te falar da situação das outras linhas.�Geraldo Alencar, Comerciante

�Pego o suplementar 53 que vai para a Estação São Gabriel, aqui na Conceição do Mato Dentro. É sempre muito demorado e vem muito cheio, tanto para ir, como para voltar do trabalho. Gasto mais de quatro horas por dia só com espera e transporte de ônibus. Trabalho 10 horas por dia e ainda perco mais quatro horas correndo atrás de condução. No final, são de 14 a 15 horas no total. O pessoal reclama bastante aqui na região. Além disso, muitas vezes os motoristas passam direto no ponto por estarem lotados. Não se importam.� Róbson Luis, Assistente serviços gerais

�Moro no Castelo há quatro anos e a situação sempre foi a mesma. Estamos muito mal servidos pelo transporte público. Nos domingos e feriados não temos ônibus. Há necessidade de suprimento de ônibus urgente aqui. A população do Castelo aumentou muito e nada é feito. Os ônibus demoram mais de uma hora para chegar. Eles não têm controle sobre isso. Morador do Castelo tem que usar carro mesmo. Eles acham que aqui só tem rico, e com isso percebemos que pobre não tem vez para se locomover.� Isaías Ribeiro Novaes, Corretor de imóveis

�Moro na região do Jaraguá há muitos anos e sempre foi assim. Muita falta de opções para ônibus. Temos mais opções para ir ao Centro de Belo Horizonte. Não temos opções para ir aos bairros da região da Pampulha ou Venda Nova, por exemplo, que são próximos. Só podemos chegar em bairros como Castelo, Ouro Preto, entre outros, que ficam na orla da lagoa, com no mínimo dois ônibus. Não sei se com o BRT a situação vai melhorar. Não estou confiante. Não tenho esperança que essas obras irão melhorar a situação.� Tatiana Santos, Representante comercial

�Trabalho no bairro Ouro Preto já há algum tempo e realmente as opções para chegar à Rua Conceição do Mato Dentro são complicadas. Demoro entre uma hora e meia a duas horas para chegar à minha casa depois de um dia de serviço. Pego o suplementar 51 e sempre vou espremido. Dificilmente arrumo um lugar para sentar. Gasto no mínimo três horas por dia com transporte para trabalhar nessa região. Os políticos sempre falam que vão melhorar o sistema de transporte, mas não acredito em mais nada.�Daniel Cardoso, Auxiliar de departamento

�Trabalho aqui no Castelo há pouco tempo e já vi que a situação não é muito boa para quem usa o transporte coletivo. O 3301B demora demais e vem lotado. Não tem como sentar. Se for para trabalhar domingo e feriado não tem como vir, pois não existe ônibus. Tive que pegar um ônibus que me deixou bem longe e andei a pé até chegar aqui. Gasto uma hora e meia para vir até o Castelo. Por dia, são de três a quatros horas para ir e voltar do serviço. Ou seja, quase meio expediente de um dia normal de um trabalhador.� Janelma Rodrigues, Diarista

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�Pego ônibus aqui de segunda a sábado. Todas as linhas que passam na Conceição do Mato Dentro são complicadas. Elas demoram mais de uma hora para chegar ao ponto de ônibus, inclusive em horário comercial. Horário de pico nem se fala. Só vem entupido e abafado. Somente a linha para o Santa Terezinha é boa, mas as do Ouro Preto e Engenho Nogueira demoram muito. Já cansei de perder compromisso por causa disso. Hoje tinha um compromisso às 9h30, mas cheguei uma hora depois.�Samuel Eusébio, Atendente de lava-jato

�A qualidade dos ônibus está muito ruim. Não vejo melhorias. Não será o BRT que nos trará um transporte de qualidade. Concordo com a implantação de um ônibus circular que vá aos bairros próximos à Lagoa. Moro no Itapoã e percebo que só temos opções para irmos ao Centro. Devia ter um ônibus que englobasse a Pampulha toda. Para irmos a bairros próximos, como Castelo, Santa Terezinha e Ouro Preto, é preciso pegar dois ônibus. Para ir ao Jardim Zoológico, por exemplo, temos que pegar até três ônibus em um lugar que fica na região da Pampulha.� Luis Mota, Estudante

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Em entrevista exclusiva ao Jaraguá em Foco, o Diretor de Planejamento e Gestão da Superin-tendência de Limpeza Urbana, Lucas Paulo Gariglio, respondeu sobre os problemas relacio-nados à coleta seletiva em BH, após publicação da edição 50 (junho), onde abordamos os problemas relacionados a esta questão com os moradores da região. Entre outras questões, ele explica que o serviço não é ampliado porque a estrutura das associações de catadores de lixo é insuficiente para atender a demanda.

Como é o processo de coleta desde o recolhimento até o final?

Existem dois tipos de coleta seletiva: ponto a ponto e porta a porta. Na coleta seletiva ponto a ponto são instalados contêineres nas cores padrão dos materiais recicláveis: azul para o papel, vermelho para o plástico, amarelo para o metal e verde para o vidro. A população separa os recicláveis em casa e os leva para depositar no contêiner. Cada conjunto de contêineres é cha-mado de Local de Entrega Voluntária (LEV). Na coleta seletiva porta a porta os materiais reciclá-

veis são separados pelos moradores e recolhidos no domicílio (ou estabelecimento comercial) por um caminhão. Todos os materiais recicláveis recolhidos pela Prefeitura são destinados às associações ou cooperativas de catadores participantes do Fórum Municipal Lixo & Cidada-nia.

Por que na Região da Pampulha ainda não tem o recolhimento seletivo domiciliar? Perce-bemos que isso só acontece nos pontos de coleta.

Existe a coleta seletiva porta a porta em parte dos bairros São Luiz e São José. A região possui 39 LEVs, o que corresponde a 129 contêi-neres.

Quando o serviço de coleta seletiva domi-ciliar chegará até a Pampulha?

Em Belo Horizonte prioriza-se a participação fundamental das cooperativas e associações de catadores. Sendo assim, a ampliação da coleta seletiva no Município depende do aumento da capacidade de triagem destes parceiros. Além disso, o custo estimado da coleta seletiva, que inclui a manutenção dos galpões de catadores, bem como o apoio às associações, é da ordem de R$ 500,00 por tonelada. Comparado ao proces-so convencional de coleta e destinação, que custa em torno de R$ 120,00 por tonelada, a coleta seletiva e destinação do material reciclado por catadores apresentam-se como uma solução bastante onerosa para o Município.

A SLU tem buscado otimizar o processo de operação dos galpões de catadores através de treinamento e capacitação e de investimento na melhoria da estrutura física dos mesmos, além de elaborar estudos para otimização da logística de coleta para viabilizar a ampliação da coleta seletiva. Sendo assim, estamos promovendo os

estudos necessários para avaliar a possibilidade de ampliação da coleta seletiva na cidade.

Se a pessoa separar corretamente o lixo e deixar apenas na porta de casa, normalmente este será misturado novamente ao ser recolhi-do. Só terá sentido se for coletado por um caminhão de coleta seletiva. Sendo assim, esse trabalho acaba sendo em vão?

Em locais não atendidos pela coleta seletiva porta a porta, o lixo é recolhido pelo caminhão convencional. Esses resíduos são destinados ao aterro sanitário de Macaúbas, em Sabará. Nesses locais, quem deseja participar da coleta seletiva deverá levá-los aos Locais de Entrega Voluntária. Os endereços podem ser consultados no site www.pbh.gov.br/slu. O material recolhido pela coleta seletiva na Pampulha é destinado à Comarp (Cooperativa dos Trabalhadores com Materiais Recicláveis da Pampulha).

A maioria dos moradores considera que não existem campanhas informativas e que a desinformação sobre o processo de coleta é grande. Não está faltando uma maior vontade de se fazer a coleta seletiva, estreitando uma parceria mais efetiva com a população?

Antes da implantação da coleta seletiva em uma região todos os moradores são visitados e informados sobre como proceder. Além disso, as campanhas de mobilização social são constan-tes. Os mobilizadores conversam com moradores, distribuem material educativo, dão dicas de limpeza, ensinam como acondicionar o lixo, os cuidados para evitar a proliferação da dengue, entre outros.

Sobre os pontos de coleta, os moradores têm reclamado que nos bairros Planalto e Itapoã, por exemplo, em vez de aumentar o

número de pontos de coleta, houve uma dimi-nuição. Como está essa situação?

A retirada aconteceu pelo fato de estes locais serem utilizados incorretamente pela população. Mesmo com campanhas educativas, muitos insistem em depositar lixo orgânico nos contêineres e no entorno, sem contar com o vandalismo, principalmente com a queima e a depredação. Assim, os próprios moradores solicitam a retirada dos contêineres.

Muitos pontos estão se deteriorando e parecem abandonados, trazendo insetos e ratos. Quem cuida da manutenção desses pontos? O que vocês podem fazer para reprimir pragas?

A SLU recolhe os recicláveis dos LEVs e os limpa frequentemente, obedecendo a um plane-jamento. No entanto, a má utilização dos equipa-mentos traz consequências, como a presença de animais peçonhentos. É necessário que os moradores utilizem o equipamento corretamente, evitando que eles se tornem pontos de deposição irregular de lixo. A SLU realiza campanhas educa-tivas em toda a cidade, distribuindo informativos e ensina os moradores a terem consciência cidadã em relação ao lixo.

O número de pontos de coletas na Região da Pampulha não é insuficiente? Existe uma previsão de aumento?

Sim. A previsão do novo Plano de Governo é aumentar o número de equipamentos da coleta ponto a ponto e dobrar a abrangência da coleta porta a porta até 2016.

Como o morador pode reivindicar um ponto de coleta? Como ele pode reivindicar uma manutenção de um ponto de coleta?

Por meio do telefone 156.

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Agosto de 2013

Prefeitura diz não ampliar coleta seletiva por incapacidade de estrutura dos catadores

ELIS SOUZA / SLU

Lucas Paulo Gariglio, Diretor de Planejamentoe Gestão da SLU

ENTREVISTA

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Novamente divulgamos as vagas de empregos na região através da disponibilidade de nossos anunciantes e demais parceiros, e esperamos contribuir, tanto com as empresas que precisam preencher estas vagas, quanto com os moradores e demais interessados. Continuaremos usando este espaço em nossas próximas edições para que nossos parceiros e empresas sérias e idôneas possam oferecer suas vagas e assim faremos nosso trabalho social de ajudar aqueles que precisam trabalhar. Os dados da empresa, contato, especificações e quantidade de vagas podem ser enviados para [email protected].

RESTAURANTE SURUBIM NO ESPETO (Ouro Preto / Jaraguá) Função: COZINHEIRO Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos, sem experiência. Preferencialmente morar na região. Contato: Enviar currículo para [email protected].

ACOMPANHAR OURO PRETO E ALÍPIO DE MELOFunção: MONITOR nas diversas áreas do conhecimento (Matemática/Física/Português/Inglês/História/Geografia/Espanhol/Biologia/Química/Pedagogia).Especificações / Perfil: Ambos os sexos, período indiferente. Turnos manhã/tarde/integral. Preferencialmente morar na região. Contato: Cadastrar no www.acompanhar.com.br.

HIPERMINAS (Castelo) Função: OPERADOR DE CAIXA Vagas: 10Especificação / Perfil: Sexo feminino, entre 18 e 35 anos, 2º grau completo ou em curso, não é necessário ter experiência. Função: REPOSITOR DE HORTIFRUTI Vagas: 5Especificação / Perfil: Sexo masculino, entre 18 e 30 anos, 1º grau completo, não é necessário ter experiência. Função: AUXILIAR DE MERCEARIA Vagas: 6Especificação / Perfil: Sexo masculino, entre 18 e 30 anos, 2º grau incompleto, não é necessário ter experiência.Função: ASSISTENTE DE DEPÓSITO Vagas: 5Especificação / Perfil: Sexo masculino, 1º grau completo, não é necessário ter experiência, disponibilidade para trabalhar de segunda-feira a sábado. Função: AUXILIAR DE PADARIA Vagas: 4Especificação / Perfil: Ambos os sexos, a partir de 18 anos, 1º grau incompleto, não é necessário ter experiência. Contato: Avenida Miguel Perrela, 987 - Castelo ou [email protected].

SUPERMERCADOS BH (Castelo) Função: ATENDENTE DE FRIOS Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos, entre 20 e 50

anos. Não é necessário ter experiência. Carga horária: 44 horas semanais. Função: OPERADOR DE CAIXA Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos, 2º grau completo ou em curso, entre 18 e 50 anos. Não é necessário ter experiência. Carga horária: 44 horas semanais.Função: REPOSITOR Vagas: 2Especificações / Perfil: Sexo masculino, entre 18 e 40 anos. Não é necessário ter experiência. Carga horária: 44 horas semanais.Função: AUXILIAR DE AÇOUGUEIRO Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos, entre 20 e 55 anos, não é necessária experiência. Carga horária: 44 horas semanais.Função: BALCONISTA DE AÇOUGUE Vagas: 1 Especificações / Perfil: Ambos os sexos, entre 20 e 55 anos, experiência mínima de seis meses na função. Carga horária: 44 horas semanais.Função: FISCAL DE LOJA Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos, ter experiência ou curso de vigilância.Função: Faxina Vagas: 1Especificações / Perfil: Sexo feminino, a partir de 21 anos, 1º grau completo.Contato: Interessados deverão acessar o site www.supermercadosbh.com.br/trabalheconosco ou comparecer na Rua Guarani, 559 - Centro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h, munidos de documentos pessoais e carteira de trabalho.

SUPER NOSSO (Castelo) Função: AÇOUGUEIRO Vagas: 3 Função: SUSHIMAN Vagas: 3 Função: PADEIRO Vagas: 3 Especificações / Perfil: Ambos os sexos, 1º grau incompleto, entre 18 e 55 anos. Necessário ter experiência mínima de 6 meses.Função: AUXILIAR DE FRIOS Vagas: 4Função: AUXILIAR DE AÇOUGUE Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos, 1º grau incompleto, entre 18 e 50 anos. Não é necessário ter experiência.Função: ATENDENTE DE CAIXA Vagas: 9Especificações / Perfil: Ambos os sexos, 1º grau

completo, entre 18 e 45 anos. Não é necessário ter experiência.Função: EMBALADOR Vagas: 4Especificações / Perfil: Ambos os sexos, 1º grau incompleto, entre 17 e 50 anos. Não é necessário ter experiência.Função: AUXILIAR DE OPERAÇÕES MERCEARIA Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos, 1º grau incompleto, entre 18 e 55 anos. Não é necessário ter experiência.A empresa oferece oportunidade para pessoas com deficiência. Contato: Interessados comparecer à Av. Amazonas, 1.464 - Barro Preto, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, munidos dos documentos pessoais.

GOLD IMÓVEIS (São Luiz)Função: CORRETOR DE IMÓVEIS E CORRETOR TRAINEE Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos, acima de 18 anos, com ou sem experiência e disponibilidade para trabalhar em horário comercial de segunda a sábado. Contato: Entrar em contato através do 3427-6575 ou 8684-9679 ou enviar currículo para ricardolopes@goldimóveis.com.

MILA (Liberdade)Função: AUXILIAR DE ESTOQUE Vagas: 1Especificações / Perfil: Sexo masculino, com experiência na função, disponibilidade para trabalhar aos sábados. Horário de trabalho: 8h às 18h, de segunda a sexta-feira. Salário + benefícios. Contato: Enviar currículo com foto para [email protected], com nome da vaga, ou entrar em contato com Silvia através do 3499-4145. CENTRO DE COMPRAS VIABRASIL PAMPULHA (Itapoã) Função: AGENTE DE SEGURANÇA Vagas: 1Especificações / Perfil: Sexo masculino, 2º grau completo, ter concluído o curso de vigilante. Salário: R$ 910,00 + Benefícios. Horário: 11h às 23h. Escala 12x36. Função: SERVENTE DE LIMPEZA Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos. Salário: R$ 750,00. Horário: 11h às 23h, escala 12x36. Contato: Encaminhar currículo para

[email protected] ou entrar em contato pelos telefones 3347-7721 ou 2126-3200.

UNIFENAS Função: ESTÁGIO PARA ALUNOS DE CURSOS SUPERIORES Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos, estar cursando os cursos de Enfermagem, Biomedicina, Farmácia ou Química. As vagas são para estagiar nas unidades Jaraguá e Itapoã.Função: ESTÁGIO PARA ALUNOS DE CURSOS TÉCNICOS Vagas: 2Especificações / Perfil: Ambos os sexos, estar cursando os cursos técnicos em Química, Biotecnologia ou Patologia Clínica. As vagas são para estagiar nas unidades Jaraguá e Itapoã.Contato: Enviar o currículo para o e-mail [email protected].

LIDER SERVIÇOS Função: PROMOTORAS / DEMONSTRADORAS (Belo Horizonte e região metropolitana) Vagas: 1Especificação / Perfil: Sexo feminino, com ou sem experiência, boa aparência, dicção e disponibilidade de horário. Obs.: Vagas habilitadas para pessoas com deficiência, PCD - Auditiva: de 41 a 55 dB - Surdez Moderada. Visual: Visão Subnormal ou Baixa Visão.Função: PROMOTORES (Belo Horizonte e região metropolitana) Vagas: 1Especificação / Perfil: Sexo masculino, com experiência, com moto (terá aluguel e combustível). Obs.: Vagas habilitadas para pessoas com deficiência, PCD - Auditiva: de 41 a 55 dB - Surdez Moderada. Visual: Visão Subnormal ou Baixa Visão.Função: DEGUSTADORAS (Belo Horizonte e região metropolitana) Vagas: 10Especificação / Perfil: Sexo feminino, com experiência, boa aparência, dicção e disponibilidade de horário e aos finais de semana. Remuneração: R$ 500,00. Vale refeição: R$ 12,00. Obs.: Vagas habilitadas para pessoas com deficiência, PCD - Auditiva: de 41 a 55 dB - Surdez Moderada. Visual: Visão Subnormal ou Baixa Visão.Contato: Entrar em contato através do 3281-5245 ou enviar currículo para [email protected].

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Depressão: um mal que acomete cada vez mais pessoasÉ cada vez mais comum encontrarmos em

nosso círculo de amigos e parentes alguém que já sofreu ou sofre de uma das mais temidas doenças de fundo psíquico da atualidade: a depressão. Segundo a Organização Mundial de Saúde, esse mal afeta 350 milhões de pessoas das mais variadas idades, raças e classes sociais, podendo ocorrer de forma branda, mas também mais agressiva, chegando a prejudicar a vida da pessoa sob os mais variados aspec-tos. Independente da maneira e do motivo que a depressão surge, é importante entender que nem sempre os pensamentos negativos ou dias de tristeza que as pessoas têm em suas vidas chegam a constituir um quadro depressi-vo. É necessário atentar para o tempo de duração da tristeza, além de outros fatores que podem ser considerados agravantes da doen-ça.

Para o Dr. Ronald Farah, clínico e sexólogo que atualmente atende seus pacientes no Centro Médico Pampulha, a pessoa que entra em um quadro depressivo começa a se abster de prazeres, muitas vezes simples, que antes ela tinha. �A depressão é uma tristeza que nunca acaba�, explica.

A psicóloga Cláudia Lana reforça que além de se abster de prazeres a pessoa que está com depressão apresenta outros sintomas, como humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia, desânimo, cansaço fácil, desinteresse, falta de motivação e apatia, sentimentos de medo, insegurança, desespe-rança, desespero, desamparo e vazio, pessi-mismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima e fracasso, insônia, aumento do sono, dores, entre outros sintomas físicos. �A gama de sintomas é grande e em

cada pessoa se manifesta de uma maneira diferente. Têm pessoas que apresentam quase todos estes sintomas, enquanto outras apenas alguns�, explica.

Segundo Dr. Ronald Farah, além dos fatores externos, de ordem emocional, como a morte de um ente querido, doença, rompimen-to de um relacionamento ou a perda do empre-go, ainda há a predisposição genética, onde o organismo para de produzir um de seus princi-pais neurotransmissores, a serotonina. �Pesso-as que têm a mãe ou o pai com depressão têm mais chances de vir a ter a doença ao longo da vida. Não é determinante, mas é preciso ficar atento a essa tendência familiar�. Com relação à situação de luto, Farah explica que, se perdu-rar muito o tempo de tristeza pela morte de uma pessoa próxima, é necessário o uso de

medicamentos, além de acompanhamento psicológico para não ocorrer agravamento do quadro.

AjudaA depressão incide três vezes mais nas

mulheres do que nos homens. Mas há razões para isso. Há evidências de que fatores biológi-cos, hormonais e psicossociais colaborem para essa desigualdade, bem como a capaci-dade reprodutiva, maior expectativa de vida e flutuações hormonais contribuam para essa maior probabilidade da doença no sexo femini-no. Sobre esse fato, Dr. Ronald Farah afirma que isto também acontece porque a mulher ainda se permite ser frágil, procurando ajuda médica caso perceba que algo está errado, o que não ocorre com os homens, que sempre

procuram demonstrar força. �Geralmente os homens têm muita dificuldade em admitir que estejam tristes ou até mesmo depressivos. Por causa disso, passam a esconder essa situação na bebida, no cigarro e na comida�, comenta. Apesar dessa constatação, o médico explica que muitos homens chegam à clínica demons-trando preocupação por estarem com indícios de um quadro depressivo.

É importante que a pessoa que passa por episódios demorados de tristeza profunda, muitas vezes sem motivo algum, procure a ajuda de um clínico geral ou um psicoterapeuta para verificar se está passando por uma depressão. Essa doença, que cresce a cada dia no mundo todo, pode se iniciar de maneira branda e com o tempo acometer de maneiras mais graves, levando a pessoa, em uma situa-ção de desespero, a ter pensamentos suicidas e até mesmo a tentar ceifar a própria vida. Com a utilização de medicamentos antidepressivos e também da psicoterapia como tratamentos terapêuticos, o paciente tem grandes chances de voltar a ter uma vida normal.

�Os tratamentos, principalmente psicote-rápicos, ajudam a pessoa a reagir e a superar essa fase difícil. Os tratamentos não são rápidos. Duram pelo menos seis meses. É importante que a pessoa que passa por isso procure um médico ou um psicólogo para apurar os sintomas e a duração deles para um encaminhamento mais apropriado do tipo de tratamento�, comenta Cláudia Lana. Buscar sempre atividades prazerosas, fazer atividades físicas, procurar bons motivos para sorrir já é um grande passo para fortalecer o corpo e ficar longe desse mal que torna as pessoas tão vulneráveis. (Anna Boechat)

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