os processos psicossociais da exclusão

Upload: jeoprates

Post on 09-Jul-2015

1.391 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

  • 5/10/2018 Os processos Psicossociais da Exclus o

    1/8

    , . , . , _ - . , ...,~-,-,..,-,~-.---.-------------

    . . .

    OS PROCESSOS PSICOSSOCIAIS DA EXCLUsAoDenise Jodelet

    A n Olt RO d e e xc lu sa o, b ast an te p ol is se rn ic a, c orn pre en defe no me no s ta o v ari ad os q ue n 6s p od em os n os p erg un ta r ate onde sejustifica fatal' ou.trarar de exclusao e m g er al , 0 qu e suporia juntartodos 05 processos q ue e la i mp lic a o u todas as form as qu e ci a tomaem um a mesma a l te rnat iva . A te onde, e le gi tim e li ga r a e xc lu sa o a or ac ismo , a o desemprego, a os c on fl it os i nt er na ci on ai s o u a in d a a urne st ad o .d e i nc ap ac id ad e f fs ic a o u m e nt al , e tc . ? H a pelo m eno s urnn iv el o nd e um a a bo rd ag em r in ic a d a e xc lu sa o p od er f az er s en ti do : 0nfvel da s interacoes e nt re p es so as e e nt re g ru po s, q ue d el a s ao a ge nt eso u v ftim as , E st e n fv el e pr6prio da P s ic o lo g ia S o ci al .

    Co m efeito, a exclusao induz sem pre um a organizacaoe sp ec ff ic a d e r el ac oe s i nt er pe ss oa is ou intergrupos, de alguma formam at eri al o u simb61ica, atraves da qual ei a se traduz: no ca so dasegregacao, atraves de urn afastam ento, da m anutencao de um adistancia topol6gica; no caso da marginalizacao, atraves damanurencao do indiv fduo a parte d e u rn grupo, de um a i ns ti tu ic ao o udo c orp o s oc ia l; n o c as o da d is c rim in a cao , a tr av e s do fe ch am en to d oa ce s s o a e er to s b en s a u re cu rso s, e erto s p ap eis o u s ta tu s, ou atravesd e u rn f ech ament o d if er en c ia l ou n eg at iv o. D e co rr en do d e u rn e st ad oe stru tu ra l o u e on ju nt ura l d a o rg an iz ac ao s oc ia l, e la i na ug ura ra u rnt ip o e sp ec ff ic o d e r el ac ao social Sendo 0 resultado de p roced imen tosde t ra ta me nt o s oc ia l, e la se in sc re ve ra e m u ma i nte ra ca o e ntre p ess oa s 'au entre grupos.

    Pode-se, entao, no mfnirno, e sp era r d o estudo d a s r el ac oe ssociais que ele revele as process os marcados por diferentesa lt er na ti va s d e exc lu sa o . E s ab re i ss o q ue a Psicologia Social pede, ep od e a in da tra ze r u ma c on trib uic ao o ri gin al p ara a analise deste tipod e f en omen o.

    N 6s e xa mi na re rn os , e m s eg uid a a e st e c ap it ulo , a e sp ec if ic i-dade da abordagem psicossocial e alguns dos conceitos e modelos dei nt er pr et ac ao q ue el a d es en vo lv eu , a o l on go d e s ua h is to ri a, a po ia nd o-se em diversos metodos, indo da pesquisa .no meio real aex pc rimen ta c ao em l ab or at 6r io .

  • 5/10/2018 Os processos Psicossociais da Exclus o

    2/8

    II

    , - - - : S l C O [ O g i . s o ci al e e xcl us ao, o modo atraves d o q ua l a Ps icolog ia Social tenta da r contada s r el ac oes soci ai s a p re sen t a dupJa c ar ac te rl st ic a. Uma , c ons is te emfocaJ iza r as dlmensoes i d ea is e s im b ol ic as e os processes psico16gicase co gn i ti v os q ue s e a rti cu la m ao s fundamentos m a te ri ai s d es sa sr el ac oe s. A out ra a bo rd a e st as d ir ne ns oe s e p ro ce ss os , c on si de ra nd oo espaco d e i nt er ac ;a o e nt re p es so as o u grupos, n o se io d o q ual elass e cons tr oem e func ionam . E 0me smo qu e d i ze r q u e e ss a a bo rd ag empressupoe aexistencia de urn laco social, seja ele p erv erso o upervertido. E e a r q ue ela p od e te r alguma coisa a d iz er sobre aexclusao.

    Em se tratan do d e exclusoes so cia lm en te p ro du zid as, aP si co lo gi a S oc ia l n ao o po e u rn t ip o d e i nt er pr et ac ao ( ps ic oI 6g ic a) au rn o ut ro ( so cio -h is to ri co , c ul tu ra l o u economico). E la ten t ac omp re en d er d e q ue m a ne ir a a s p e ss oa s o u o s g ru po s q ue s ao o b je to sd e um a d is ti n< ;a o, s a o c on st ru fd o s c omo uma c at eg o ri a Iiparte. Parad ar c on ta d e st a c o ns tr uc ao soc ia l , d ive rsos modelos te6ricos forampropostos. Referindo-se a dinarnicas psfquicas ou a p roc es s o scognitivos, eles co lo ca m e m jogo n oc;o es elab orad as n o seio d aP si co lo gi a S oc ia l, tais como as de preconceito, esrereotipo,discr jmina~ao, ident idade soc ia l , 0U ainda ape la rn , a t rav es da analisedo s d is c ur so s s oc i ai s, as representa\!oes sociais e a ideologia.

    A interrogacao do s psicdlogos sociais sobre exclusao fo isu sc it ada , de sde 0 perfodo e ntr e a s d ua s g ue rra s, p el a ascensjio dofa scism o, e depois pelas execu~5es nazistas na E uropa e p elaexac e rba c;uo da s de fe sa s cont ra a im ig r ac ;a oe os conf li to s r ac ia is no sEstados Unidos. Cent ra li za da in ic ia lmen te , c omo a Socio iog ia , s a br eas re lac ;oes r ac i ai s, e l a s e e s te n deu a s relar;oesestabe1ecidas no espacos oc ia l e politico, em u rn c on tin uu m in do d o conflito a cooperayao.e ntre g ru po s d e toda especie, d if er enc ia dos segundo criterios dea ti vi da de a u d e p er te nc im e nt o s oc ia l, nacional, cul tura l, e tc.

    U m a rn es rn a q ue st ao a bra ng e t od as as pesquisas : 0 qu e e qu efa: com q ue em so cied ad es qu e ~ ltu am va lo res d em ocra ticos ei gu a li ta ri os , a s p es so a s s ej am l ev ad a s a a ce it ar a i nj us ti ce , a a d ot arou to le rar f re n ie a que le s qu e na o sa o seus pares ou como e le s, prd ti casd e d is cr im i na ra o q u e o s e xc lu em?

    54

    Sempr e r ei te ra da, e s ta quesuo o r ie n ta va a buse a, no s p r oc e sse sp si co lo gi co s e s oc io -c og ni ti vo s l ig ad os a s r el ac oe s i nt er gr up ai s, ae xp li ca ca o d os f en om e no s q ue n ao podiam somen te se r e xpl ic a dospe Ja s anal is e s h i st or ic a s, mac ro - soc ia ls a u econornicas,

    A atenc;ao dir ige-se, pr irneiramente, aos comportamentos hostisq ue d ao a exclusao man if es ta coe s ex tr ema s , s e ndo a s p r ime ir as de la so s l in ch am e nt os e a s " po g rom s" . E st a a te nc ;: ao na o s e d es vi ou c om 0tem po, colocando as condutas de agressac s ob i lum in ac oe scomplementares.

    D esd e an te s d a 2 a. G ue rra M un dia l, a teo ria d a frU stra~ ao -agressao (Dollard e t a l, 1 93 9) , i ns pi ra da na t eo r ia f re udi ana , a c en tuaa. existencia de m o ti va co es h os ti s qu e podem ser ativadas p or u mas lt u ay i io de f ru s tr ac ao . 0 i mp ed im en ta d e a ti ng ir u rn o bj et iv o, 0en tra ve d e u ma n ece ssid ad e p ro vo caria u rn estad o d e colera qu eaumen ta ri a a t endenc ia ag re ss iva .

    Quando e s ta u l tima na o pode se de sc a rr ega r d i re tamente sabr ea causa da frustracao, porque ela e ou muito poderosa au malidentificada, e la ser ia de slocada pa ra a lv os m a is a ce ss fv ei s o u f ra ge is .Este mecanisme p o de l an ca r a escala coletiva, em s itu ac oes q uep ro v oc am p ri va coe s ou competicoes pa r bens ma te ri ai s ou simbolicos,o ? e sl ?c a .men to da host il id a de , l ev an do a d is cr im i na ca o d e g ru po sm inor it ar io s . Obser vamos , a s sim , que, e n tr e 1882 e 1930, n o s ui d osEstados Unidos, que quan to mais a s p re 90 s d e v en da d a p ro du ca o d ea lg od ao p or m etr o q ua dr ad o a ba ix av am , m ai s h av ia li nc ha me nt os( H ov la nd e S ea rs , 1940). U m a p es qu is a d e C am pb el l m os tra va , e m~947, q u e a e xp re ss ao de antipatia e d e h os ti li da de c om relacao a os ,'; ."judeus, au men tav a q uan do a s p es so as s e res sen tiam e ficavam '.i ns a ti sf ei ta s quan to a sua s it ua c ;: aopo lf ti ca e e conom ic a .o fencmeno d e d eslo cam en to s ob re u rn "b od e expiatorio"(Bettelheim e S ano witz , 1 964 ) n em s emp re fa z aparecer cornporta-mentes abertamente agressivos, mas mesclados de atitudesdepreciativas, so b a forma de preconceitos e de es ter eo tipo s nega tiv es.Ele ' pode se r e n t ra vado , em sua exp r es sao , pe lo t emorde de sap rovac aosocial. 0q u e a po nt a a i nf lu en ci a d o c on tr ol e s oc ia l s ob re e st e t ip o d ep roc es so in tr a- ind iv idua l que ou tr o s modelo s explo ra ram .

    E ss e c as o fo i e s~ da do p ar M ilg ra n (1974) que , in te r rogando-s e s ob re a c on co rd an cia d os a le ma es fa ce a s s ev f ci as i n fl ig ida s ao sS5

  • 5/10/2018 Os processos Psicossociais da Exclus o

    3/8

    ~~;~'";.''' _",.~.M _, ' < 1 0 ~ t

    j ud eu s, r ea ii zo u u m a e xp er ie nc ia , v ul ga ri za da p ub li ca m en te p el o f tl meI comme lcare d e V e rn e ui l. Nessa experiencia, ele coloca emevidencia a forca do p od er e a su brn issao a a ut or id ad e. B asta p araprejudicar 0 outro que a ordem em ane de um a posi< ;ao de poder, Pa rexemplo, a do sabio e do professor que orden am a e stu da nte s q uea dm in istr em c ho qu es e le tri co s c uja in te nsi da de p od e a ti ng ir u rn n fv elperig oso p ara algu ern q ue eles v eem so frer. C laro , n a ex pe rie ncia, av ftim a, curn plice do ex perim enta do r, sirn ula a da r e as d esca rg as saofictfcias, m as o s su je ito s nao sabern e 60% a 80% den tre eles n aoh esita m e m a pe rt ar 0b ota o e le tr ic o, I sto n ao e u rn c aso d e e xc lu sa op ro pr ia me nte d ito , m as d ela s e a pr ox im a p ar u rn m od o d e tr ata me ntoso cial,em qu e 0 o utr o n ao e m ais considerado com o pessoa ou emqu e 0 l ac o d e s ol id a ri ed a de e rompido.

    A p ro pe ns ao p ar a p re ju di ca r 0o ut ro e nc on tr a j us ti fi ca co es n asconcepcoes d e s en so cornum, s ob re tu do a qu el as q ue d iz em r es pe it oa e xp lic a~ ao c au sa l e a a tr ib ui 9a o d e r es po ns ab il id ad e d as s it ua co esnas quais a pessoa se acha vitim izada. E 0 qu e mostra u ma o utrae xp er ie nc ia d ra ma tic a d e L er ne r (1 98 0) so bre a " cr en ca e m u rn m un dojusto" segundo a qual os sujeitos tern 0 q ue r ne re ce rn e r ne re ce rn 0que eles tern. No quadro de urna experiencia planejada paradesencadear emocoes, estu dan tes foram con vida do s a observar, emu rna tela d e televisao, fu nc io na nd o e m c ir cu ito fe ch ad o, u ma mulherq ue ele s dev eriam avaliar com a ajuda de urna lista de tracespsico16gicos. A c en a r et ra ns rn it id a f az p en sa r q ue n 6s a dr ni ni st ra m oschoques eletr icos na mulher que, tambem cdmplice do e xp e rimen -ta do r, f in ge r ec eb er d es ca rg as r nu it o in te nsa s e s im ula u rn a f or te d or .I nfo rm a- se a u ma p ar te d os s uje ito s q ue p ar tic ip av am d a e xp er ie nc iaque esta sessao seria de curta duracao, sendo que a outra parte foiinform ado que ocorreria urna outra sessao de tonga duracao. O sresultado s m ostram q ue qu an ta m ais se pen sa q ue a p ena in flig id a efo rte e to ng a, m en os s e e s ta in c1 in ad o a a va lia r p os itiv am en te a v ftim a.E ste tip o d e in cr im in ac ;a o n ao e e st ra n ha a o t ra tamen to r es er va d o. ao sd oen tes d e A id s, qu an do lhes atrib ufm os a respo nsab ilid ad e de suac on ta mi na c; 1i o. N o s c on te xt os s oc ia is , o nd e d om in am v aI or es e c re nc asque favorecem a desprezo das vltiplas, porque elas sao vitirnasr na lt ra ta da s, e xp lo ra da s, p od e s er d if fc H a do ta r u m a p os i' ra o c on tr ar iap or t em or d e n os e nc on tr an no s e m u ma situ ar ;a o i nc om od a e m r ela ca oa o g ru po a o q ua l p er te nc em os .

    S6

    Pe rsonal idade au tor it ar ia e raci smo s imbol icoA e vo lu ca o d as p esq uisa s in sc re ve a s a bo rd ag en s in div id ua is

    da agr es sao em con text os m arcad os p elo peso d as relacoes d e pode r,d as no rm as socia is, e m ostra a jo go d as rep resen taco es n a av aliacjodepreciativa das pessoas que sofrern uma sorte contraria. Umaev olu cao sim ilar tern relas:ao co m u ma ou tra corren te d e pesqu isa,tam bern d e in sp iracao analftica, e qu e d eu, n os an os cin quen ta, u rnimpulso decisive para a exploracao do s p re c on c ei to s e do se st er e6 ti po s, i ns ti tu in do a e xc lu sa o,

    U rn grupo d e p e sq u is ad o re s p e rt en ce n do a e sc o la d e F r an k fu r t( Ad or no , F ra nk el- Br un sw ic k, L ev in so n e S an fo rd , 1 95 0) , c om a te or iad a p ers on ali da de a uto ri ta ria , a ss oc i a m a id eo lo gia e a p er so na lid ad epara dar conta das tom adas de posicoes racistas e antidemocraticas.E le s p ostu la m q ue c re nc as q ue , a p ri me ir a v is ta , p ar ec em s em r el ac ao ,s ao l ig ad as p or u m a r el ay ao p si co -d in ar ni ca , A ss im , a ti tu de s p ol ft ic ase e co no mic as d o ti po c on se rv ad or ( re sp eito a o sta tu s q uo e re sis te nc iaa mudanca) , 0e tn oc en tr is mo , c ar ac te ri za do p or u m a tendencia rfgidaa aeeitar aqueles que sao culturalrnente sernelhantes e a rejeitara qu el es q ue s ao d if er en te s, f az em p ar te d o a nt i- se rn it is m o e d os f at or esd e p er so na Ji da de q ue d ef in er n 0 autoritarismo. E 0 que m ostram ascorrelacoes en tre u ma serie de escalas, que perm item medir osd if er en te s g ru po s d e a ti tu de s ideologicas, etnocentr icas e anti-semitas,e u ma escalade fascism o p otencial o u d e tendencia antidemocraticaq ue c or re sp on de ria a u ma e st ru tu ra d e p ers on ali da de .

    E sta u tti ma , m od ela da p or u ma e du ca ca o f am ili ar a uto rita ria ,detenn in aria u ma d isp osicd o d e esp frito g eral: con ven cio nalism o edesejo de punir aqueles que van contra os val o res convencionais(a gr ess ao a uto rit ari a), r es pe ito p ela f or ca , d es pr ez o p ela fr aq ue za ,inrclerancia it a mb ig ui da de , re cu sa d a in tr os pe cc ao e d a im ag in ac ao ,r ep re ss ao e p ro je ~o n os b od es e xp ia to ri os d e s en tir ne nto s n eg ativ es,rejei~ ao d o diferen te, etc. A ed ucacao d eterm in aria ig ualm en te urne stil o c og ni tiv o q ue u tiliz a c lic he s e e ste re otip os , d e m an eir a r fg id a,generalizando-os atodasas pessoas de um a m esm a categoria, semlev ar em eon ta as d iferencas in divid uals, e n ao e e ap az d e m ud a- lo sn a p re se nc ;a d e i nf or ma co es n ov as a u c on tr ad it or ia s. Caracterfsticasq ue t am b em e sp ec if ic am 0f un ci on am e nt o d o p re co nc ei to .

    57

  • 5/10/2018 Os processos Psicossociais da Exclus o

    4/8

    ~4.~"'_"""" _

    E sse m od elo, do qua l s e po de dize r (B row n,1 96 4) qu e a fe toua v id a a me ric an a, p ro po nd o u ma t eo ri a d o p re co nc eit o q ue s e to mo uur n e le m en to d a c ul tu ra p op ul ar e um a forca c on tra a discriminacaoracial, fo i criticado no plano metodol6gico e pelo caraterexcessivamente individualista dos fatores explicativos dasdiscrirn inacoes intergrupos. N o entanto , a articu lacao que seestabeleceu entre urn sistem a de atitudes socio-polfticas e um ae stru tu ra m en ta l J ig ad a ao m odo de socializacao, a tra iu a atencaopara 0 p ap el d os g rup os de pe rten cim ento, e m ais a mpla men te p araos sistem as de cornunicacao institucionais ou m ediaticos nat ra ns m is sa o o u e nr ai za m en to d os p re co nc ei to s, t an to q ua nt o p ar a s ua sd in am ic a s p s ic o l6 g ic a s (B il ig ,1 9 84 ) .

    ; E le conhece ainda hoje aplicacoes no estudo das relacoesin te rg rup os qu e c oloc am e m evidencia 0 laco entre antcritarismo( de fi ni do p e lo co nv enc io n al ismo , agressao au ton taria e submissao rIautoridade), conservadorismo polfticoe d is c rim in acao , U r n estudore al iz ad o n o-C an ad a ( Za nn a, 1 99 4) m os tr a q ue u rn n iv el e le va do d eau to ri ta ri sr no d edi re i ta e 0 m elho r p re dito r. da m anife sta cao depreconceitos con tr a g rupo s minor i ta r io s (quebequen ses , ho rno ssexua l,ind iano , paqu is tanes ), este tipo de atitude e justificada p el a c re n~ ad e q ue e st es i il ti mo s c on sti tu em u ma a rn ea ca p ara o s v a lo re s a os q ua ise s tamo s l ig a do s .

    A excl us ao c orre sp on de a qu i a u rn s en ti me nto d e i nc om pa ti -b ili da de e nt re o s i nt ere ss es c ol et iv os p r6 pri os a s c om un id ad es e mc on ta to e 0 te mor d e um a " priva cao fra te rn a" afeta nd o a s po sic oe s ep ri vi le gi os d aq ue la a qual pertencem os. 0 m od~ lo cham ~do de" ra cis mo s im bo lic o" ( Se ars ,1 98 8) d a c on ta d es te t ip o d e fe no me noJigado a e vo lu ca o d os r eg im e s r es er va do s a s m i no ri as e q ue r es ul ta mem mudancas institucionais, exaltando em seu favor umad is cri mi na ca o p os it iv a, in ju nc de s d a " co rre ca o p olf ti ca " qu e tern ainte nc ao de pa r e m e vide nc ia u ma " persona lid ad e de moc ra tic a"sensfvel a s d if er en ca s e q ue a s r es pe it a ( M ar oc he , 1 99 5) . ! 'l es t~ n ov oe sp ac o s oc ia l, o s p re co nc ei to s m ud ar ia m d e e xp re ss ao . E assrm qu edive rsa s ex pe rie nc ia s que e xa mina m 0 modo atraves do qual aa ss is te nc ia a u ma p es so a e m p eri go v ari a s eg un do s eu p erte nc im en toe tn ic o c olo ca ra m e m e vid en cia UUI " ra ci sm o v erg on ho so ". E st e,mascarado por urna adesao de fachada as norm as de tolerancia,m a ni fe st a- se e m s it ua co es a m bf gu as o u d e c on fl it os ( Pe tt ig rw , 1 98 9) .

    58

    Preconce i to s e es te r e6 t ipos

    Os mod el os psicodinarnicos q ue a ca ba mo s d e e xa min ar fa ze mintervir d oi s m ed ia do re s i mp ort an te s d a exclusao, os p recon cei to s eo s e st er e6 ti po s. E st as d ua s n oc oe s, f re qi ie nt em e nt e m a l d if er en ci ad assenao co nfund id as, d esign am os proc esso s m entais pe lo s q ua is seoperam a descricao e 0j ul ga m en to d as p es so as ou d e g ru po s, q ue s aocaracterizados po r p erte nce r a u ma categoria social ou pete fato dea pre se nta r u rn o u m ais a tr ib ut os p r6 pr io s a e st a c at eg or ia .

    o preconceito e urn ju lgamento posi tive o u n ega t iv o , f ormul a dosem e xam e prev ia a p ro p6sito de um a pessoa ou de um a coisa e que,a ss im , c om p re en de v ie se s e e sf er as e sp ec ff ic as . D is po sto n a c 1a ss ed a s a ti tu de s , 0 p re co nc eito c om po rta u ma d im ensa o c og nitiva ,e sp ec ific ad a e m s eu s c on te ud os (assercoes rela tiva s a o alvo ) e suafo rm a ( es te re ot ip ia ), u ma dimensao a fe tiva I ig ad a a s ernocoes ev al or es e ng aj ad os n a i nt er a< ;a o c om 0a lv o, u m a d im e ns ao c on at iv a,a descricao p os it iv a a u n eg at iv a. F o rj ad o n os a no s t ri nt a, e le c on he ceurn aum ento de in teresse des d e os anos setenta, com 0 e st ud o d asrelacoes in tergrupos e do ressurgimento do fascismo e dosm o vime nt os d e e xt re m a d ir ei ta , n a E u ro pa s ob re tu do . A a te nc ao e st ah oj e c ol oc ad a n as representacoes q ue fun da m os prec on ceito s, no sp ro ce ss os d e cornunicacao en os co nt ex to s socio-historicos em funcaod os qua is se us conteiidos se elaboram , m uito m ais do que na suaforma.

    E ss as c on st it ue m , a nt es , 0o bj et o d e e st ud o d os e st er eo ti po s,fe no me no s q ue fo ra m l de nt if ic ad os , n os a no s v in te , p or u mjo rn al is ta , 'L ipm ann , q ue se o cu pa nd o d a op in ia o p ub lic a fa zia de la " irna ge nsn a c ab ec a" , r ep re se nt ac oe s d o m e io s oc ia l q ue p er m it ia m s im p li fi ca rsu a compJex id ade . E e st a c on ce pc ao , r el ac io na nd o e st er e6 ti po a u m a

    . e co no mia c og ni tiv a e a u ma fu ny ii o d o c on he ci me nt o, q ue d om in a o sm odelos atuais (H am ilton, 1981). N a linguagem cognitivista dotratam ento da inforrnacao , os estere6tipos sao esquem as quec on ce me m e sp ec ifi ca me nte o s a tr ib ut os p es so ai s q ue c ar ac te riz amos m em bros de urn determ inado grupo ou de um a categoria socialdada. E les sao considerados com o resultantes de processos des irn pl if ic ac ao p r6 pri os a o p en sa me nt o d o s en so c om um .

    ','

    S9

  • 5/10/2018 Os processos Psicossociais da Exclus o

    5/8

    Enquanto que em sua origem as nocoes de preconceito e deestere6tipo eram negativam ente conotadas, de algum a form a,p ato log iz ada s, e m ra za o de su a dista ncia c om relac ao as norm a s d eracionalidade, de justica e de humanismo, autores classicos, comoAllport (1954) m uito cedo - e bern antes do d es en vo lv im e nt o d asciencias cognitivas - os relacionaram a os l im it es da gestae dac om ple xid ad e d o m un do d a e xp eri en cia c ot id ia na . 1 3 . n ec es sa ri o, n oen tan to , subl inhar 0p ap el d es em p en ha do , n es ta e vo lu ca o, p el a t eo ri ada ca te goriz ac ao soc ia l que introduz iu , desd e 1 971 , um a m uda ncam arc an te no estudo d as re la yoe s intergrupa is e orig ino u u ma fortec or re nt e d e p es qu is a e ur op ei a s ob re o r c or re la to s s oc ia is e c og ni ti vo sd os p er te nc im e nt os c at eg or ia is ( Ta jf el , 1 98 1) .

    Ao la do d a c ate go ri za ca o s oc ia lNa l i te r a tu r a p s ico ssoc io16gica , 0t er mo c at eg or iz ac ao t er n d oi s

    s en tid os . A qu el e d a c la ss ific ac ao e m u ma d iv isa o s oc ia l: c olo ca mo sa s p es so as e m u ma c ate go ri a d ad a, p or e xe mp io , h om en s e m ulh ere s,jovens e velhos, etc. ; aquele da atribuiyao de um a caracterfstica aalgue m, c aso este qu e pod em os re la ciona r c om a estigm atiz ac ao oue st er e6 ti po . Ex is te , e claro , u ma re la ca o e ntre esses dois sen tidos:i mp uta r u ma c ara ct erfs tic a a u m c on ju nto d e o bje to s p od e s erv ir p arac on st it uf -l o e m u m a c la ss e d ef in id a p el a d iv is il o d es ta c ar ac te rf st ic a:inve rsam ente , b asta ser a fetad o por u ma c atego ria , pa ra que se vejaa tribuir-se a si m esm o um a c ara cterfstic a que e t fp ic a d el a: m u lh erri ma c om d oc ura , h om em c om a gre ss iv id ad e. H av eria u ma te nd en ci ap ara selec io nar e interp retar a s in form ac oe s d e que dispom os sob reos indivfduos e os grupos de m aneira congruente com 0 que n68p en s a mo s d a c ate go ri a n a q ua l n 6s a s c ol oc am os .

    Assim, dca tego rizacao segmen ta 0m e io s oc ia l e m c la ss es c uj osmembros sao considerados como equivalentes em razao dec ara cterfstic as, a ~5 es e intenc oe s c om uns. 0 m undo so cial e stasim plific ad o e estrutu rado , b ase ado em um pro ce sso qu e foi p ostoe m e vi de nc ia a p ro p6 si to d a p erc ep ca o e d a c la ss ifi ca ca o d e o bj et osffsicos, a saber, a assimilacao entre elementos semelhantes e a

    60

    c on tr as te e nt re e le m en to s d if er en te s.A acentuaeao de semelhancas no interior de um a categoria e

    de suas diferencas com uma outra foi a m pl am e nt e d em o n s tr ad a,e xp erim en ta lm en te . E la p od e te r c on se qu en ci as d ra ma ti c a s n o p la nod a p erc ep ca o e d os c om po rta me nt os , d an do l ug ar a d is cri min ac oe s,na m edida em que eia e a co m pa nh ad a d e v ie se s favoraveis ao g ru podo qua l som os m em bros, com u ma tendencia a desfavorecer os gruposd o s q u ai s n o s d is ti ng u imo s.

    E o q ue c ol oc ae m e vi de nc ia 0 " pa ra di gm a d o g ru po m fn im o ".O s indivfduos sao convidados a participar de um a experienciaa pre sentad a com o um te ste de julga mento estetic o: d epo is de teremexaminado diapositivos reproduzindo quadros de Klee e deKandinsky, e le s d evem designar 0 diapositivo q ue e le s p re fe re m . E le ss ao e m s eg uid a d is trib ufd os , a o a ca so , p or d ois g ru po s d is ti nt os , m asd iz -s e a e le s q ue e sta d is tri bu ic ao e fe ita e m fu nc ;i io d e s ua e sc ol hap or K le e o u K an di ns ky . O s d ois g ru po s s ao d es ig n a do s p or u ma le tr a,o q ue c on sti tu i u ma si tu ac jo d e d ife re nc ia ca o mfnima: ano nim ato eide utifica ca o por u rn c6d igo d os m em bros de ca da g rupo . P ede -se,en t ao - e afes ta a verdadeira experimentacao onde 0 comportamentode discriminacao e operacionalizado p el a a tri bu ic so o u p ri va 93 0 d erecursos - a cada um dos sujeitos para repartir um a certa soma dedinheiro entre duas pes so as, sendo que um a del a s pertence ao seugrupo ( 0 e nd o-g ru po ), e a o ut ra e m em bra do outro gru po (0 exo-grupo). O s resultados desta reparticao m ostram um a tendencia afavorecer 0m em bro d o g ru po a o q ua l e sta mo s I ig ad os , e m d etri me nt odo representante do outro grupo e a m axim izar a diferenca entre 0endo- gr up o e 0 exo-grupo.

    A e xp li ca ca o d es se s v ie se s r ef er e- se a f orc a d a n ec es s i da de d op e rt en cimen to s oc ia l: 0e ngajam ento e a im plic ac ao e mociona l c omre ta ~ao a o grupo a o qua l pe rte nce mos, con duze m a nele investir suap r6 pria id en tid ad e. A im ag em q ue t em os d e n 6s p r6 pri os e nc on tra -s ea ssim lig ada aq uela que te mo s de nosso grop o, 0 que nos conduz ad efe nd er mo s o s v al ore s d el e. A p ro te cs o d o n 6s in ci ta ria , p or ta nto , adiferenc ia r e, e m se guid a, a ex cluir aq ueJe s que nao esta o ne le .

    M as o s i nd iv fd uo s p erte nc em to do s a d ife re nte s c ate go ri as , d egenero, de profissao , de nacionalidade, etc. A lern disso, outrosm o de lo s c og ni ti vo s i ns pi ra do sn o m o de le d e p ro to ti po ( Ro sc h, 1 97 8) ,

    61

  • 5/10/2018 Os processos Psicossociais da Exclus o

    6/8

    p us er am e m e vi de nc ia 0 fato de que a categorizacao nao co r respondesempre a u m a d ef in i~ ao e st ri ta d os criterios de classificacao, Os g rupo stern lim ites imprecisos e a inclusao em um deles pode se fazers eg ui nd o a s em el ha nc a, a p are ce nc a fa mil ia r q ue n os a pre se nta mo scom um ex em pla r tlpico, 0 p rot6tip o qu e e nc arn a a s nropriedadesque id en t if icam 0 g ru po . N o nfvel interindividual, 0 carater imprecisoe p lu ra l d os p er te nc im e nt os p od e i nc id ir n o p ro ce ss o d e d if er en ci ac aocategorial .e . t er um a incidencia sabre a m odo atraves do qual osindivfduos se situam em relaclio as pe ssoa s q ue c om partilha m co me le s n um d ess es p ert en ci me nto s, d if ere nc ia nd o-s e e m u m a u v arie so utr os e p orta nt o e m re la ca o a te nd en ci a a e xc lu i-la s o u a d is cri min a-las. E ssa s m od ulac oe s foram e stu da da s pa r d iv erso s pro gra mas d epesquisa, realizados na Europa e na Suica na sua maioria, queapresentam 0 interesse de por em evidencia os laces entre os" me ta ss is te ma s d e re la co es s oc ia is " e 0 m odo pelo qual se opera ao rg an iz ac ao c og nit iv a d o a mb ie nt e s oc ia l ( Do is e, 1 99 2) .

    Ce rt as o rg ani z aco es s o ci a is f av or ec em 0u sa de ca tego rizacoesnftidas e contrastantes, outras implicam que se leve em contap ro ce ss o s c om o 0 d o p ro to ti po o u 0 c ru z amen to d o s p e rt en c imen to sc at eg or ia is . E ss as m o du la co es a fe ta m a s t en de nc ia s p ar a d is cr im in are e xc 1u ir o s m e mb ro s d os o ut ro s g ru po s e , s em d ti vi da , a s j us ti fi ca ti va sque as fundam entam . Tom em os 0 exemplo de uma serie dee xp er im e nt ac oe s q ue e vi de nc ia m a d if er en ci ac ao p el o g sn er o ( Lo re nz i- C io ld i, 1 98 8) . E la m os tra q ue a a ss im il ac ao i ntr ag ru po e a c on tra st eintergru po sao m arc ados de m odo ra dica l no s grupo s d om ina dos o ud es fa vo re cid os e a te nu ad os n os g ru po s fa vo re cid os o u d om in an te s.P od e- se e xt ra po la r e ste re su lt ad o p ara a pro xim a-l o d aq uil o q ue fo icharnado de fenorneno "pequeno banco"- isto e, a propensao dasc am ad as c olo ca da s n o n fv el i nfe ri or d a h ie ra rq ui a s oc ia l b ra nc a p arad is cri mi na r a s p es so as d e c or.D e u rn o utro p on to d e v is ta , e st as e xp eri en cia s in dic am q ue 0m odo de se re la cion ar c om seu g rupo e tri bu ta ri o d e st atu s q ue e st eu ltim o goza social m ente. N os grupos dorninantes, haveria um aa ce nt ua ca o d as p ar ti cu la ri da de s e u m a d if er en ci ac ao d as i de nt id ad es ,e nq ua nto q ue a s m em bro s d os g ru po s d om in ad os m an ife sta ri am u ma

    , te nde nc ia a um a ho moge ne iza ca o e a d efinica o d a id en tida de soc ia l,fu nd an do -s e e m c ar ac te rf st ic as a tri bu fd as a s eu g ru po . I st o n os l ev a ac on side ra r os e feito s da ca te go riza ca o so cial, e m ais ge ne raliza -

    62

    d am en te d os preconceitos e e st er e6 ti po s e m r e lacao aqueles qu e saoa l vo s d e le s .S ublin ham os n o pa ssad o o s e fe itos n eg ativ os da s a titu de s

    d isc rim ina ntes so bre a e stim a de si m esm o. E sses fora m ilustrad osn ~s E sta dos U nido s por urna pe squisa ce leb re, cujos re sulta doso ne nt ar am , n a e po ca , as decisoes d o Co ng re ss o ame ri c an o . Criancasn eg r~ s,. c onv id ad~ s a e sc olhe r en tre bo ne ca s ne gra s ou bra nc as,expnrmram macicamente s u a p re fe re n ci a e id en ti fic ac ao p el a sb one ca s b ran ca s. R ece nterne nte reprodu zido , e ste estud o na o foic o~ te st a~ o. C o m~ tambern na o sao a s assercoes q ue d iz em r es pe it o aba ix a estim a de 81 mesmo e a c onstruc ao de um a a uto-im agem e d eu m a i de nt id ad e n eg at iv as q ue c ar ac te ri za ra rn a s p es qu is as c on du zi da sem torno d as consequencias da discriminacao racial ate os anossetenta.. . . E~ tas ul. tim as m ostraram sentimentos de inseguranca e dein fe rio ridad e irnp uta ve is a u rn sta tus m arg in aliz ado, priva do d epr~strgio e de p~der e a interioriz ac ao da s im age ns ne ga tiva sv ~ lc u l~ d as wn as oc le~ a~ e , t an to q uan ta d e uma p a to lo g ia s oc ia ll ig a daa im bric ac ao d e rm ilt ip lo s fa to re s: a e xc lu sa o, l im ita nd o a s c ha nc ess oc ia is , p ro vo ca ri a d es or ga ni za ca o f am i li ar e c om u ni ta ri a s oc ia li za -cs :ao d ef ei tu os a, p ~r da d os s in ai s i de nt if ic at 6r io s, d es m or al iz a~ ao , e tc .Igu alm :n te , an alise s Ju e ~ ao a plic av eis em nu me ro sas situ ac oe s dee xc lu sa o, c om o 0 sao alias as que concernem aos efeitos auto-r :a li za do re s d ?s p re co nc ei to s: i nt er io ri za do s po i a qu el es q ue d el essao os a lv os, ind uz em e ntre e le s c om porta men to s q ue co nfirm ams ua s e xp ec ta ti va s p os it iv as e n eg at iv as .

    A crftica feita a essas analises se ap6ia essencialm ente emp es qu is as r ea li za da s n a c or nu ni da de a fr o- am e ri ca na . E la l ev a e m c on tau ma e vo lu ca o, c on sta ta da , d es de o s all o s o it en ta , c om a a fi rm ac ao d eum a subcultura etica, um a conscientizacao do pertencim entocornunitario e das identificacoes positivas autorizadas pelosn ;o vim en to s ~ ei vi nd ic at 6ri os . ~ ora d e s eu s c on te ud os e sp ec ff ic os , ev ista s~b 0 angulo dos funcionam entos cognitivos ligados a sc at eg on ~a 90 es e a s re la co es i nt er gru po s, e ss a e vo lu ca o a pr es en tatendencias que podem ser generalizadas a outros grupos oucomunidades .

    M as po de mos a bstrair d os c on te udo s que d ao su as im ag en s as

    63

  • 5/10/2018 Os processos Psicossociais da Exclus o

    7/8

    Referencias Bibliograf icas.."-_-_._--._."-'~--.-----------,:=----------

    d is cr ir nin ac oe s, s eu s a rg um en to s a os c on flito s e SC:1~ m otiv ac oe s a sacoes? Recorrer aos model os ~6du-cognit ivos centradosvnof un cio na me nto m en ta l in tra -i nd iv id ua l a pr es en ta u rn g ra nd e r is co .Trata-se do r i s c o de desvincular as pesquisas de seus contextoshistoricos e culturais e de perder de vista a funcao social do sf en or ne no s e stu da do s p ela P si co lo gi a S oc ia l. c uja v oc ac ao e a de darc on ta d os p ro bl em as d a s oc ie da de .

    C om o n os m ostram os a p ro p6 sito do ac olhim en to reserv ad oa os d oe nt es m en ta is n o t ec id o s oc ia l ( Jo de le t,1 98 9) , a e xc lu sao seinstaura e s e m an te rn gracas a um a cons t ruc ao da a l te r id ade que sefaz ba sead a n as representacoes s oc ia is q ue a comunicacao social em e di at ic a c on tr ib ui e no rm e me nt e p ar a d if un di r ( M os co vi ci ,1 97 6) .

    Preconceitos e estere6 tip os se alim en tam d o discu rso so cial ed e s ua r et 6r ic a ( B i lI ig , J 987) p a ra s er v ir a s forcas d e pode r na regulacaoda s relacoes entre grupos q ue se co nfro ntam em situacoes s oc ia is epolfticas c on cr et as. B ar -T al ( 19 89 ) d em on str a a f ec un did ad e d e u rn aa bo rd ag er n d es te tip o e m su a analise d a " d es le g it ir n ac ao " , r n od a li da d ede categorizacao da q ual ele estu do u o s processos e os contetidos apro p6 sito d os c on flito s q ue o pu serarn am erica no s e sovieticos,iraquianos e ir an ia no s, is ra ele ns es e p ale stin os. O s e st er e6 tip os d edesleg itim acao v isarn a e xc lu ir m oral m ente u rn g ru po do cam p- d en orm as e d e v alo re s ac eitav eis, po r u ma desumanizacao qu e a u to ri zaa expressao do desprezo e do m edo e justifica as violencias e penasq u e I h e i nf li gimos .

    A e xc lu sao q ue h oje e o bje to d e p oli tic os e d e d eb ate s so cia ise u rn f en or ne no s oc ia l, e co no m ic o e i ns ti tu ci on aI c uj a a na li se r es sa lt ad as c ie nc ia s s oc ia is . A p ar te q ue c ab e a P si co lo gi a S o ci al p od e p ar ec ersecundaria , visto que ela se lirnita aos processos psicologicos,cognitivos e sim b6licos que podem ou acom panhar a situacao daexclusao ou dela reforcar a m anutencao com o racionalizacao,j us ti fi ca ca o o u l eg it ir na ca o. M a s p or s ua p os ic ao i nt er st ic ia l n o e sp ac ;odas ciencias do hornem e da sociedade, esta disciplina traz um ac on tr ib ui ca o n ao n eg li ge nc ia ve l p ar aa co m pr ee ns ao d os m e ca ni sm o sque, na escala dos indivfduos, dos grupos e das coletividades,co nco rrem p ara fixar as form as e as ex perien cias d e ex clu sa o,

    64

    ADORNO T. w ., F RE NK EL -B RU NS WIK E., L EV IN SO N D . 1 . e t SANFORDR . N . ( 19 50 ), The Au t hor it a ri an Per sona li ty , Ha rp e r, N ew Yo rk .B AR -T AL D ., G RA UM AN C. F. , KRUGLANSKT A. W . et STROEBE W .( 1989 ), S t er eot ypi ng and Pre jud ice , Springer-Verlag, New Yo rk .BETfELHEIM B . et JA NO W TIZ M . (19 64 ), S oc ia l C h an ge a nd P re ju dic e ..The FreePre ss o f Glan coe , Lond re s.BILLIG M. ( 198 4 ), "Raci sme, prejuges et discrimination", in Moscovici S.(ed.).Psychologie soclale, PUF , P a ri s.

    t{" BILLIG M. (1987), A r gu in g and Th in k in g . A Rhe tor ica l Approach to SocialPsychology, Cambridge University Press, Cambridge.BROWN R. (1965), Soc ia l Ps ychol ogy , The F r ee P r es s, N ew York.DOISE W. (1993). Logiques sociales dans le raisonnement. Dela-chaux-Niestle.Neuchatel,DOLLARD J . MILLER N. E., DOOB L. W., MOW RER O. H . et SEARS R.R. (1939), F r us tr at io n and Ag re ss lo n , Yale Un ivers it y Press, Ne w

    Haven.H AM IL TO N D . L . (ed .), (1981), Cogn it iv e Proces ses in Stereotyping andIntergroup Behavior , Er lbaum, Hi ll sda le.HAROCHE C. et MONTOIA A. ( 1 99 5 ). " L a c o di fi ca ti on d e s c om po rt em e nt se t d e s s en timen ts d a ns l a Po li ti ca l Co rr ec tn es s " . R e vu e f ra n. ca is e d escience politique, n " 4 6. P a ri s, p. 379-395.HOVLANDC. I.etSEARS R . R . ( 194 0 ), "M inor S tudi e s of Agression", Journalo f Ps ychol ogy . n 9 , P a ri s, p. 301-310.J OD EL ET D . ( 19 89 ), Fol ie s e t r epre sen ta t ions socl a le s , PUF , Paris.LERNER M. J. (1980), Th e Belieftn a J us t W o rld . A Fundamen ta l De l usi on,Plenum Pre ss , New York.LORENZI-CrOLDI F. ( l 988 ) .l ndi li idus dominan ts e t groupes domines. Imagesmascul ines et feminines , Presses universitaires, Grenoble .MILCRAM S..(1974). Obedi en ce t oAu th o ri ty : a n E x pe rime nt al V iew ,Harper&Raw, New York . . _MOSCOVICI S . ( I 976) , L a P s yc h ana ly s e, s on imag e e t s o n pu b li c, PUF , Paris.PETI1G REW T. F. ( 19 89 ), T he N atu re o f M od em R acism in the Uni ted States, in JA CK SO N 1 . S. et L EM AIN E G . (e d.) (1989), Revue intemat ionalede psycho l og i e soci a le , n O 2.R OS CH E . e t L L O YD B ., ( ed s) ( 19 78 ), Cogni t ion and Categorizat ion, Erlbaum,Hillsdale.

    65

  • 5/10/2018 Os processos Psicossociais da Exclus o

    8/8

    ndr : _ ,

    S E AR S D . O . ( ~9 ~8 )' ." Sy m b? Ji c R a ci sm ", in KA TZP. A . et T AY LO R D . A.(ed.), Eliminating Racism, P le nu m , N ew Y o rk .iAJFEL I ; I . (1.981). Human Groups and Social Categories, CambridgeUnivers ity Press , Cambridge. .ZANNA M . et O~SON J. M . (e d. ) ( 19 94) , The Psychology of Prejudice,

    Er lbaum , HI l lsda le .

    66

    ' 1 . . . ' e, o E NF RA QU EC IM EN TO E A R UP TU RA D OSV I NCU LOS SOCI Al SU ma d im e ns ao e ss en cia l d o p ro ce ss o d edesquali f icacao socia l"

    S e rg e P augam

    INTRODU