identificação e avaliação dos riscos psicossociais numa

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Identificação e avaliação dos riscos psicossociais numa unidade Industrial Produtora de Antibióticos Catarina Vanessa Miranda Grilo Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Química Mestrado Integrado em Engenharia Química Orientadores Prof.ª Doutora Maria Fernanda do Nascimento Neves de Carvalho (IST) Eng.ª Maria Cecília da Silva Ganilho (EMPRESA) Júri Presidente: Prof.ª Doutora Maria Joana Castelo-Branco de Assis Teixeira Neiva Correia Orientador: Eng.ª Maria Cecília da Silva Ganilho Vogal: Prof. Doutor Sebastião Manuel Tavares da Silva Alves Junho de 2019

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Identificação e avaliação dos riscos psicossociais

numa unidade Industrial Produtora de Antibióticos

Catarina Vanessa Miranda Grilo

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Química

Mestrado Integrado em Engenharia Química

Orientadores

Prof.ª Doutora Maria Fernanda do Nascimento Neves de Carvalho (IST)

Eng.ª Maria Cecília da Silva Ganilho (EMPRESA)

Júri

Presidente: Prof.ª Doutora Maria Joana Castelo-Branco de Assis Teixeira Neiva

Correia

Orientador: Eng.ª Maria Cecília da Silva Ganilho

Vogal: Prof. Doutor Sebastião Manuel Tavares da Silva Alves

Junho de 2019

Declaração

Declaro que o presente documento é um trabalho original da minha autoria e que cumpre todos

os requisitos do Código de Conduta e Boas Práticas da Universidade de Lisboa.

iii

Agradecimentos

Em primeiro lugar, quero agradecer aos meus pais por todo o esforço que fizeram por mim ao

longo do meu percurso académico, e da minha vida. Sem o vosso apoio e carinho não teria conseguido,

por isso, do fundo do meu coração obrigada por acreditarem sempre em mim. Este trabalho é dedicado

a vocês.

À professora e orientadora Fernanda Carvalho, que me incutiu o gosto pela segurança industrial,

agradeço toda a sua disponibilidade e aconselhamento essenciais ao longo destes meses.

À EMPRESA pela oportunidade que me deu de poder realizar este trabalho, em especial à

orientadora Cecília Ganilho agradeço toda a disponibilidade e acompanhamento durante o estágio e

após o mesmo. Aos meus companheiros de gabinete, que me ajudaram e motivaram sempre que foi

necessário.

Ao meu irmão, aos meus avós e aos familiares mais próximos, por sempre se preocuparem e

estarem lá para mim.

Aos meus amigos do técnico, por fazerem destes anos os melhores da minha vida.

Aos amigos de sempre, obrigada por todo o apoio, mesmo quando alguns estavam a mais de

300 km, nunca deixaram de estar presentes.

À minha família do taekwondo, por serem um refúgio nos dias maus e por me manterem sempre

motivada.

Por fim, a ti Ricardo, por seres um pilar na minha vida e por me dares tanta força.

iv

Resumo e Palavras-chave

Os riscos psicossociais relacionados com o trabalho, considerados como riscos emergentes,

surgiram a par das mudanças significativas que ocorreram no mundo do trabalho. Com a crescente

consciencialização deste tema, foi necessário por parte das entidades empregadoras inserir estes

riscos nas avaliações de riscos efetuadas.

Este estudo tem como principal objetivo identificar e avaliar os riscos psicossociais aos quais os

trabalhadores estão expostos nesta unidade industrial, com base na sua perceção dos mesmos. Para

tal foram utilizados dois métodos: o QARPIS – Questionário de Avaliação de Riscos Psicossociais e

Identificação de Situações de Risco – e o FPSICO – Fatores Psicossociais.

Para identificar os riscos psicossociais foram distribuídos a todos os trabalhadores questionários

com base nos dois métodos. No total, foram analisados 150 questionários por género, setor e função

do trabalhador. A avaliação dos riscos foi feita com base em matrizes estabelecidas de forma a

classificar cada fator em estudo em “risco muito elevado”, “risco elevado”, “risco moderado” ou “situação

adequada”.

Após a identificação dos fatores de risco psicossociais com níveis de risco mais elevados serão

sugeridas algumas medidas de prevenção e controlo dos mesmos.

Palavras-chave: riscos psicossociais; FPSICO; QARPIS; prevenção; avaliação de riscos.

v

Abstract and Keywords

Work-related psychosocial risks, considered as emerging risks, have emerged alongside the

significant changes that have occurred in the world of work. Along with the growing awareness of this

issue, it was necessary for the employers to include these risks in the risk assessments.

The aim of this study is to identify and evaluate the psychosocial risks to which the workers are

exposed in this industrial unit, based on their own perception. Two methods were used: QARPIS -

Psychosocial Risk Assessment Questionnaire and Identification of Risk Situations - and FPSICO -

Psychosocial Factors.

In order to identify the psychosocial risks, questionnaires based on the two methods were

distributed to all workers. In total, 150 questionnaires were analyzed by gender, sector and employee

function. The risk assessment was based on established matrices in order to classify each factor as

"very high risk", "high risk", "moderate risk" or "appropriate situation".

After identifying the psychosocial risk factors associated to higher risk levels, some prevention

and control measures will be suggested.

Keywords: psychosocial risks; FPSICO; QARPIS; prevention; risk assessment.

vi

Lista de Siglas

ACT – Autoridade para as Condições do Trabalho

AESST – Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho

APIs – Active Pharmaceutical Ingredients

ATEX – Atmosfera Explosiva

COPSOQ – Copenhagen Psychosocial Questionnaire

CTS – Comissão Técnica de Segurança

DAS – Departamento de Ambiente e Segurança

DP – Desvio Padrão

EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual

FDA - Food and Drug Administration

FPSICO – Fatores Psicossociais

INSHT - Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo

INSL – Instituto Navarro de Saúde Laboral

INSST - Instituto Nacional de Seguridad y Salud en el Trabajo

MHRA - Medicines and Healthcare products Regulatory Agency

NC – Nível de Cansaço

QARPIS – Questionário de Avaliação de Riscos Psicossociais e Identificação de Situações de

Risco

SST – Segurança e Saúde no Trabalho

TSSST – Técnico Superior de Segurança e Saúde no Trabalho

vii

Conteúdo

Declaração ..................................................................................................................................... ii

Agradecimentos ............................................................................................................................ iii

Resumo e Palavras-chave ............................................................................................................ iv

Abstract and Keywords ..................................................................................................................v

Lista de Siglas ............................................................................................................................... vi

Índice de Figuras ........................................................................................................................... ix

Índice de Tabelas .......................................................................................................................... xi

1. Introdução ............................................................................................................................ 1

1.1. Caracterização da empresa ............................................................................................ 1

1.2. A segurança e saúde no trabalho em Portugal ............................................................... 2

1.3. Riscos Psicossociais ....................................................................................................... 3

1.3.1. Stress Ocupacional.................................................................................................. 5

1.3.2. Burnout .................................................................................................................... 6

1.3.3. Assédio no Trabalho ................................................................................................ 7

2. Metodologias de avaliação de Riscos Psicossociais no Trabalho ...................................... 8

2.1. COPSOQ ......................................................................................................................... 9

2.2. QARPIS ......................................................................................................................... 10

2.3. FPSICO ......................................................................................................................... 13

3. Método de trabalho ............................................................................................................ 16

3.1. Escolha das metodologias ............................................................................................. 16

3.2. Caracterização da amostra ........................................................................................... 17

4. Resultados e Discussão .................................................................................................... 21

4.1. Género ........................................................................................................................... 21

4.1.1. Género Feminino ................................................................................................... 21

4.1.2. Género Masculino .................................................................................................. 22

4.1.3. Comparação entre fatores ..................................................................................... 23

4.2. Setor .............................................................................................................................. 27

4.2.1. Direção Fabril, Recursos Humanos, Departamento Financeiro e Produção e

Planeamento 27

4.2.2. Engenharia ............................................................................................................ 29

viii

4.2.3. Investigação e Desenvolvimento ........................................................................... 30

4.2.4. Destilaria ................................................................................................................ 31

4.2.5. Limpeza ................................................................................................................. 32

4.2.6. Armazém Geral ...................................................................................................... 33

4.2.7. Transformações Não Estéreis ............................................................................... 35

4.2.8. Manutenção ........................................................................................................... 36

4.2.9. Serviços e Central de Vapor .................................................................................. 37

4.2.10. Ambiente e Segurança .......................................................................................... 38

4.2.11. Garantia da Qualidade .......................................................................................... 39

4.2.12. Controlo da Qualidade e Microbiologia ................................................................. 40

4.2.13. Síntese Química .................................................................................................... 41

4.2.14. Fermentação Piloto................................................................................................ 43

4.2.15. Comparação entre fatores ..................................................................................... 44

4.3. Função ........................................................................................................................... 49

4.3.1. Administrativo ........................................................................................................ 49

4.3.2. Analista .................................................................................................................. 50

4.3.3. Chefe de Setor/Departamento ............................................................................... 51

4.3.4. Chefe de Turno ...................................................................................................... 52

4.3.5. Encarregado .......................................................................................................... 53

4.3.6. Operador de Produção .......................................................................................... 54

4.3.7. Técnico .................................................................................................................. 55

4.3.8. Comparação entre fatores ..................................................................................... 56

4.4. Assédio Moral ................................................................................................................ 60

4.5. Considerações Finais .................................................................................................... 61

5. Conclusões ........................................................................................................................ 63

6. Bibliografia ......................................................................................................................... 66

Anexos ........................................................................................................................................ 68

Anexo I – Questionário ............................................................................................................ 68

Anexo II – Folheto Informativo ................................................................................................ 84

ix

Índice de Figuras

Figura 1 – Esquema da Interligação de Riscos Psicossociais (Adaptado de [7]) ........................ 7

Figura 2 – Fases de Avaliação dos Fatores de Risco Psicossocial (adaptado de [7]) ................. 8

Figura 3 – Gráfico circular representativo da distribuição de idades da amostra ....................... 18

Figura 4 – Gráfico circular representativo das habilitações literárias da amostra ...................... 19

Figura 5 – Nível de cansaço antes de uma jornada de trabalho ................................................ 20

Figura 6 - Nível de cansaço depois de uma jornada de trabalho ............................................... 20

Figura 7 – Comparação dos resultados para o fator Participação, Implicação e Responsabilidade

............................................................................................................................................................... 24

Figura 8 - Comparação dos resultados para o fator Gestão do Tempo ..................................... 24

Figura 9 - Comparação dos resultados para o fator Formação, Informação e Comunicação .... 24

Figura 10 - Comparação dos resultados para o fator Coesão de Grupo .................................... 24

Figura 11 - Comparação dos resultados para o fator “Tempo de Trabalho” .............................. 25

Figura 12 - Comparação dos resultados para o fator “Autonomia” ............................................ 25

Figura 13 - Comparação dos resultados para o fator “Carga de Trabalho” ................................ 25

Figura 14 - Comparação dos resultados para o fator “Exigências Psicológicas” ....................... 25

Figura 15 - Comparação dos resultados para o fator “Variedade e Conteúdo do Trabalho” ..... 26

Figura 16 - Comparação dos resultados para o fator “Participação e Supervisão” .................... 26

Figura 17 - Comparação dos resultados para o fator “Interesse pelo Trabalhador e

Compensação” ...................................................................................................................................... 26

Figura 18 - Comparação dos resultados para o fator “Desempenho de Papéis” ....................... 26

Figura 19 - Comparação dos resultados para o fator “Relações e Apoio Social” ...................... 26

Figura 20 - Comparação dos resultados para o fator Participação, Implicação e Responsabilidade

............................................................................................................................................................... 45

Figura 21 – Comparação dos resultados para o fator Formação, Informação e Comunicação . 45

Figura 22 - Comparação dos resultados para o fator Gestão de Tempo ................................... 45

Figura 23 - Comparação dos resultados para o fator Coesão de Grupo .................................... 45

Figura 24 - Comparação dos resultados para o fator Tempo de Trabalho ................................. 46

Figura 25 - Comparação dos resultados para o fator Autonomia ............................................... 46

Figura 26 - Comparação dos resultados para o fator Carga de Trabalho .................................. 47

Figura 27 - Comparação dos resultados para o fator Exigências Psicológicas.......................... 47

Figura 28 - Comparação dos resultados para o fator Variedade e Conteúdo do Trabalho ........ 47

Figura 29 - Comparação dos resultados para o fator Participação e Supervisão ...................... 47

Figura 30 - Comparação dos resultados para o fator Interesse pelo Trabalhador e Compensação

............................................................................................................................................................... 48

Figura 31 - Comparação dos resultados para o fator Desempenho de Papéis.......................... 48

Figura 32 - Comparação dos resultados para o fator Relações e Apoio Social ......................... 48

Figura 33 - Comparação dos resultados para o fator Participação, Implicação e Responsabilidade

............................................................................................................................................................... 56

Figura 34 - Comparação dos resultados para o fator Formação, Informação e Comunicação.. 56

x

Figura 35 - Comparação dos resultados para o fator Gestão de Tempo ................................... 57

Figura 36 - Comparação dos resultados para o fator Coesão do Grupo .................................... 57

Figura 37 - Comparação dos resultados para o fator Tempo de Trabalho ................................. 58

Figura 38 - Comparação dos resultados para o fator Autonomia ............................................... 58

Figura 39 - Comparação dos resultados para o fator Carga de Trabalho .................................. 58

Figura 40 - Comparação dos resultados para o fator Exigências Psicológicas.......................... 58

Figura 41 - Comparação dos resultados para o fator Variedade e Conteúdo do Trabalho ........ 59

Figura 42 - Comparação dos resultados para o fator Participação e Supervisão ...................... 59

Figura 43 - Comparação dos resultados para o fator Interesse pelo Trabalhador e Compensação

............................................................................................................................................................... 59

Figura 44 - Comparação dos resultados para o fator Desempenho de Papéis.......................... 59

Figura 45 - Comparação dos resultados para o fator Relações e Apoio Social ......................... 60

Figura 46 – Resultados do QARPIS para o Assédio Moral ........................................................ 61

xi

Índice de Tabelas

Tabela 1 – Principais fatores indutores de riscos psicossociais (adaptado de [11]) .................... 5

Tabela 2 – Grelha de classificação do QARPIS (adaptado de [13]) ........................................... 11

Tabela 3 - Grelha de classificação do QARPIS (continuação) [13]].............................................. 12

Tabela 4 – Classificação de cada área-chave em função da pontuação obtida ........................ 12

Tabela 5 – Fatores, parâmetros e respetivos itens do FPSICO [13]] ........................................... 13

Tabela 6 – Classificação da área-chave “Assédio Moral” em função da pontuação obtida ....... 16

Tabela 7 – Níveis de Risco ......................................................................................................... 17

Tabela 8 – Taxas de resposta por setor ..................................................................................... 18

Tabela 9 - Resultados do QARPIS associados ao género feminino .......................................... 21

Tabela 10 - Resultados do FPSICO associados ao género feminino ........................................ 22

Tabela 11 - Resultados do QARPIS associados ao género masculino ...................................... 22

Tabela 12 - Resultados do FPSICO associados ao género masculino ...................................... 23

Tabela 13 - Resultados do QARPIS no departamento de Direção Fabril, Recursos Humanos,

Departamento Financeiro e Produção e Planeamento ......................................................................... 28

Tabela 14 - Resultados do FPSICO no departamento de Direção Fabril, Recursos Humanos,

Departamento Financeiro e Produção e Planeamento ......................................................................... 28

Tabela 15 – Resultados do QARPIS no departamento de Engenharia ...................................... 29

Tabela 16 – Resultados do FPSICO no departamento de Engenharia ...................................... 29

Tabela 17 - Resultados do QARPIS no setor de Investigação e Desenvolvimento ................... 30

Tabela 18 - Resultados do FPSICO no setor de Investigação e Desenvolvimento ................... 31

Tabela 19 - Resultados do QARPIS no setor da Destilaria ........................................................ 31

Tabela 20 - Resultados do FPSICO no setor da Destilaria ........................................................ 32

Tabela 21 - Resultados do QARPIS no setor da Limpeza.......................................................... 33

Tabela 22 - Resultados do FPSICO no setor da Limpeza .......................................................... 33

Tabela 23 - Resultados do QARPIS no setor do Armazém Geral .............................................. 34

Tabela 24 - Resultados do FPSICO no setor do Armazém Geral .............................................. 34

Tabela 25 - Resultados do QARPIS no setor das Transformações Não Estéreis ..................... 35

Tabela 26 - Resultados do FPSICO no setor das Transformações Não Estéreis ...................... 35

Tabela 27 - Resultados do QARPIS no setor da Manutenção ................................................... 36

Tabela 28 - Resultados do FPSICO no setor da Manutenção ................................................... 37

Tabela 29 - Resultados do QARPIS no setor Serviços e Central de Vapor ............................... 37

Tabela 30 - Resultados do FPSICO no setor Serviços e Central de Vapor ............................... 38

Tabela 31 - Resultados do QARPIS no departamento de Ambiente e Segurança .................... 38

Tabela 32 - Resultados do FPSICO no departamento de Ambiente e Segurança .................... 39

Tabela 33 - Resultados do QARPIS no setor da Garantida da Qualidade ................................. 40

Tabela 34 - Resultados do FPSICO no setor da Garantida da Qualidade ................................. 40

Tabela 35 - Resultados do QARPIS nos setores do Controlo da Qualidade e Microbiologia .... 41

Tabela 36 - Resultados do FPSICO nos setores do Controlo da Qualidade e Microbiologia .... 41

Tabela 37 - Resultados do QARPIS no setor da Síntese Química ............................................ 42

xii

Tabela 38 - Resultados do FPSICO no setor da Síntese Química ............................................. 42

Tabela 39 - Resultados do QARPIS no setor da Fermentação Piloto ........................................ 43

Tabela 40 - Resultados do FPSICO no setor da Fermentação Piloto ........................................ 44

Tabela 41 - Resultados do QARPIS referentes à função de administrativo ............................... 49

Tabela 42 - Resultados do FPSICO referentes à função de administrativo ............................... 50

Tabela 43 - Resultados do QARPIS referentes à função de analista ......................................... 50

Tabela 44 - Resultados do FPSICO referentes à função de analista ......................................... 51

Tabela 45 - Resultados do QARPIS referentes à função de chefe de setor/departamento ....... 51

Tabela 46 - Resultados do FPSICO referentes à função de chefe de setor/departamento ....... 52

Tabela 47 - Resultados do QARPIS referentes à função de chefe de turno .............................. 52

Tabela 48 - Resultados do FPSICO referentes à função de chefe de turno .............................. 53

Tabela 49 - Resultados do QARPIS referentes à função de encarregado ................................. 53

Tabela 50 - Resultados do FPSICO referentes à função de encarregado ................................. 54

Tabela 51 - Resultados do QARPIS referentes à função de operador de produção ................. 54

Tabela 52 - Resultados do FPSICO referentes à função de operador de produção .................. 55

Tabela 53 - Resultados do QARPIS referentes à função de técnico .......................................... 55

Tabela 54 - Resultados do FPSICO referentes à função de técnico .......................................... 56

Tabela 55 – Fatores associados a um nível de risco não adequado por género ....................... 61

Tabela 56 - Fatores associados a um nível de risco não adequado por setor/departamento.... 62

Tabela 57 - Fatores associados a um nível de risco não adequado por função ........................ 62

1

1. Introdução

1.1. Caracterização da empresa

Fundada em 1960 esta é uma empresa produtora de Ingredientes Ativos Farmacêuticos (APIs)

para a posterior utilização na produção de medicamentos. Localizada a 30km a norte de Lisboa, exporta

anualmente cerca de 90% da sua produção para a América, Médio e Extremo Oriente, e União

Europeia.

Adquirida por um grupo espanhol em 2016, a EMPRESA tem a capacidade de produzir APIs,

nomeadamente produtos enquadrados no grupo das tetraciclinas, tanto por processos biológicos (i.e.

fermentação) como por síntese química, o que a torna única na indústria farmacêutica. Os processos

de produção são complexos e com riscos elevados, entre os quais aqueles que resultam da interação

dos operadores com os sistemas de trabalho e processos produtivos, sendo que em muitas das zonas

de produção estão presentes atmosferas explosivas (ATEX).

Em finais dos anos 70 iniciou-se a criação de um serviço de Segurança e Saúde no Trabalho

(SST) nas instalações da EMPRESA. Esta preocupação deu-se com o início do funcionamento das

instalações para produção de antibióticos via semissintética. Foi neste período que se deu início à

identificação de perigos e avaliação de riscos inicial da instalação e processos produtivos que levaram

à obrigação de utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) – como por exemplo,

máscaras de pós, óculos e fatos descartáveis.

A partir de 1982 foi constituída uma comissão técnica de segurança composta por elementos da

administração e chefes de setor que reunia quinzenalmente para seguimento e discussão de todos os

procedimentos internos que surgiam setor a setor em prol da segurança fabril. Cada setor tinha um

técnico de engenharia responsável por implementar e dar cumprimento a todo o normativo aprovado

por esta comissão. Durante este período foi dada especial atenção à proteção coletiva tendo sido

implementadas melhorias na instalação (aumento do número de renovações de ar ambiente por setor),

que permitiram que o ar respirável dentro das zonas produtivas ficasse menos saturado com as

substâncias químicas usadas e a criação de cabinas de insonorização nos setores onde o nível de

ruído fosse superior a 85 dB devido ao funcionamento os equipamentos e máquinas.

Durante este período foi disponibilizado um técnico de engenharia, que integrou uma equipa

multidisciplinar do Ministério do Interior, com o objetivo de definir normas e regras de segurança para

aprovação na Assembleia da República.

A partir dos anos 90 foi constituído um Departamento de Ambiente e Segurança (DAS)

estruturado no conhecimento existente e constituído por dois engenheiros com especialização nas

áreas de química e ambiente, simultaneamente com formação de Segurança Higiene e Saúde no

Trabalho, dois encarregados, um corpo de bombeiros constituído por chefes de turno e quatro

bombeiros em permanência no terreno, uma equipa de primeiros socorros chefiada por um dos

encarregados e pessoal para trabalhar na EPTARI. Foi também elaborado o primeiro Plano de

Emergência Fabril constituído por Planos de Emergência Setoriais que foi presente à Autoridade para

2

as Condições do Trabalho (ACT) local, discutido com o Serviço Nacional de Bombeiros e integrado no

Plano de Emergência Municipal.

Após 2016 houve uma reestruturação do DAS, passando a ser composto por três TSSST de

nível VI, tendo sido implementadas inúmeras melhorias no campo de segurança e saúde,

nomeadamente formações mensais sobre diversos temas de SST extensíveis a todos os colaboradores

que contribui para uma melhor informação e formação no que respeita aos riscos a que estão expostos.

Relativamente ao uso de EPI’s encontra-se implementada uma prática de teste e obtenção das opiniões

dos trabalhadores sobre o grau de satisfação destes. Nos processos produtivos foram implementados

alguns sistemas de segurança nos equipamentos e máquinas para uma maior proteção dos

operadores.

Pode-se verificar uma crescente consciencialização para com a SST na empresa ao longo dos

anos, e posteriores melhorias neste aspeto.

Atualmente a EMPRESA, é aprovada pela FDA (Food and Drug Administration), autoridade

norte-americana, pela INFARMED do MHRA (Medicines and Healthcare products Regulatory Agency)

e por outras entidades reguladoras internacionais.

1.2. A segurança e saúde no trabalho em Portugal

A Segurança e Saúde no Trabalho, surge com o decorrer da história do trabalho, não como um

pressuposto inicial, mas sim como uma necessidade social associada ao lado negro dessa história.

Em Portugal, o direito à SST encontra-se abrangido pelo Código do Trabalho, Artigo 281º [1]. Este

explicita que todos os trabalhadores têm direito à prestação de trabalho em condições de segurança e

saúde, cabendo ao empregador assegurar estas condições em todos os aspetos relacionados com o

trabalho, através da aplicação de medidas preventivas, mobilizando meios necessários e tendo em

conta os princípios gerais de prevenção e da organização de serviços de segurança e saúde no trabalho

em conformidade com a lei.

A Autoridade para as Condições do Trabalho é um serviço do Estado que tem como objetivo

principal a promoção da melhoria das condições de trabalho através do controlo do cumprimento do

normativo laboral e pelo incentivo da segurança e saúde no trabalho em todos os sectores de atividade

públicos e privados. [2] Esta é um dos focos principais da SST em Portugal.

Para além da ACT, também a AESST (Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho)

tem um papel fundamental na consciencialização das questões da SST em Portugal. Esta tem como

objetivo tornar os locais de trabalho na Europa mais seguros, saudáveis e produtivos [3]. Uma das

formas de o fazer foi o delineamento da ”Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho

2015-2020 – «Por um trabalho seguro, saudável e produtivo»” (ENSST 2015-2020) [4]. A ENSST 2015-

2020 tem definidos objetivos gerais, estratégicos e objetivos específicos. Os objetivos gerais passam

por prevenir e reduzir o número e gravidade dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais, por

promover a saúde, o bem-estar dos trabalhadores, bem como a sua capacidade de trabalho e por

fomentar a inovação, qualidade e eficiência. Como objetivos estratégicos tem definidos: a promoção da

3

qualidade de vida no trabalho e a competitividade das empresas; a diminuição do número de acidentes

de trabalho em 30% e a taxa de incidência de acidentes de trabalho em 30% e a diminuição dos fatores

de risco associados às doenças profissionais. Por fim, tem seis objetivos específicos: o

desenvolvimento e implementação de políticas públicas de SST; melhoria da prevenção das doenças

profissionais e dos acidentes de trabalho; apoio na implementação da STT nas empresas (em particular

as micro, pequenas e médias); promoção da informação, formação, participação e cooperação nos

locais de trabalho; promoção do cumprimento da legislação em matéria da STT e, por último, o

fortalecimento da cooperação internacional na matéria de SST. [4] De modo a verificar que as medidas

estão a ser implementadas, há a monitorização em três distintas alturas (inicial, intercalar e final).

Também a APSEI – Associação Portuguesa de Segurança – tem um papel fundamental na

representação das empresas e profissionais de segurança conta incêndio, segurança eletrónica e

segurança e saúde no trabalho. [5]

Este tipo de organizações têm sido fundamentais no estudo e implementação de medidas

preventivas no âmbito da SST.

1.3. Riscos Psicossociais

O aparecimento de novos riscos, normalmente denominados de riscos emergentes, está

relacionado com a ampliação ou atenuação destes em termos de relevância social. A falta de

visibilidade ou hipervisibilidade dos riscos pode levar a situações de negligência ou de conflito, pelo

que é necessário fazer uma avaliação dos riscos e tomar medidas para diminuir o nível de risco.

Segundo a AESST, os riscos psicossociais decorrem de deficiências na conceção, organização

e gestão do trabalho, bem como de um contexto social de trabalho problemático, podendo ter efeitos

negativos a nível psicológico, físico e social tais como stress relacionado com o trabalho, esgotamento

ou depressão. [6] Este tipo de riscos englobam o stresse ocupacional, o bullying, o burnout, a violência

no trabalho, o assédio moral e sexual entre outros.

Durante as últimas duas décadas [7], os riscos psicossociais têm vindo ganhar dimensões nas

avaliações de riscos efetuadas nas empresas. Isto deve-se ao trabalho desenvolvido por instituições

como a AESST e a Eurofound (Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de

Trabalho), de maneira a consciencializar a importância dos mesmos.

Sendo considerado um risco emergente, esta visibilidade profissional e social é explicada por um

conjunto de fatores [8] como:

i) Alteração dos valores e pressupostos da legislação laboral – há uma crescente

liberalização das relações laborais, podendo suscitar a precariedade e individualização;

ii) Constante evolução tecnológica e consecutiva alteração do conteúdo e natureza laboral

– diminuição da necessidade de mão-de-obra e maior exigência das qualificações

profissionais e académicas;

iii) Oscilação dos ciclos socioeconómicos – rentabilidade económica das organizações e

segurança contratual das/os trabalhadoras/es;

iv) Alteração dos espaços de trabalho e do seu significado – confusão das dimensões

profissionais e pessoais;

4

v) Mudança do contexto da massa laboral – feminização, envelhecimento e diversidade

cultural;

vi) Novas formas de organização do trabalho – aumento da intensidade do trabalho e da

carga mental;

vii) Evolução do conhecimento técnico-científico;

viii) Reformulação do papel assumido pela ciência.

A prevalência de visões que assumem que os riscos psicossociais não são possíveis de

quantificar e avaliar como os restantes riscos ocupacionais (riscos físicos, químicos, entre outros) limita

a sua gestão a nível organizacional.

Na União Europeia, estima-se que o stress laboral esteja na origem de 50% a 60% do absentismo

laboral, o que resulta não só no sofrimento humano como também, por consequência, tem um impacto

negativo na economia das organizações. Já em Portugal, estima-se que 2 em cada 10 trabalhadores

sofram de problemas de saúde psicológica. [9]

Por essa razão, legalmente foi necessário estabelecer a obrigação por parte das organizações

de fazer avaliações de riscos psicossociais. De acordo com o ponto 2 da alínea f), artigo 15º, lei

nº102/2009, faz parte das obrigações gerais do empregador [10] assegurar nos locais de trabalho, que

as exposições aos agentes químicos, físicos e biológicos e aos fatores de risco psicossociais não

constituem risco para a segurança e saúde do trabalhador. Parte destas obrigações é também a

adaptação do trabalho ao homem, especialmente no que se refere à conceção dos postos de trabalho,

à escolha de equipamentos de trabalho e aos métodos de trabalho e produção, com vista a,

nomeadamente, atenuar o trabalho monótono e o trabalho repetitivo e reduzir os riscos psicossociais

segundo o ponto 2 da alínea g), artigo 15º, lei nº102/2009 .

Como atividades proibidas ou condicionadas [10], o Artigo 48º diz que são proibidas ou

condicionadas aos trabalhadores as atividades que envolvam a exposição aos agentes químicos,

físicos e biológicos ou outros fatores de natureza psicossocial que possam causar efeitos genéticos

hereditários, efeitos prejudiciais não hereditários na progenitura ou atentar contra as funções e

capacidades reprodutoras masculinas ou femininas, suscetíveis de implicar riscos para o património

genético, referidos na presente lei ou em legislação específica, conforme a indicação que constar dos

mesmos.

De acordo com a legislação vigente é necessária a intervenção nas organizações de forma a

identificar e avaliar os riscos psicossociais de forma a diminuir os níveis de risco associados. Para esta

avaliação, é necessário conhecer os fatores que podem induzir riscos psicossociais. Estes são vários,

tais como o conteúdo, sobrecarga e ritmo do trabalho, a autonomia, as relações interpessoais, o horário

de trabalho, a responsabilidade, o desenvolvimento profissional, entre outros. Com maior detalhe, estes

encontram-se agrupados na Tabela 1.

5

Tabela 1 – Principais fatores indutores de riscos psicossociais (adaptado de [11])

Principais Fatores de Riscos Psicossociais

Conteúdo do trabalho Falta de variedade ou curtos ciclos de trabalho, trabalho fragmentado ou

sem sentido, falta de uso de aptidões técnicas, indefinição do trabalho,

exposição contínua dos trabalhadores durante a jornada de trabalho

Ritmo e carga de

trabalho

Carga de trabalho mal distribuída, trabalho rotineiro, altos níveis de

pressão, exposição contínua a prazos

Horário de trabalho Turnos noturnos, horários inflexíveis, trabalho suplementar imprevisível,

horas sem pausas, longos períodos sem sociabilização

Participação e

Supervisão

Pouca participação na tomada de decisões, falta de controlo sobre o ritmo,

carga e horários (entre outros) de trabalho

Ambiente e

Equipamentos

Aptidão e manutenção de equipamento; condições precárias como falta de

espaço, iluminação deficiente, ruído elevado, etc

Cultura organizacional

e funções

Comunicação fraca ou insuficiente, falta de apoio na resolução de

problemas e no desenvolvimento pessoal, definição insuficiente ou

desacordo em objetivos organizacionais

Relações

interpessoais no

trabalho

Solidão por obrigação associada ao posto de trabalho, más relações com

superiores, conflitos interpessoais, falta de suporte social

Papel na organização Ambiguidade de papéis, conflito de papéis, responsabilidade por pessoas

Desenvolvimento

profissional

Incerteza ou instabilidade de carreira, despromoções ou promoções

excessivas, salário insuficiente, insegurança laboral, situação laboral

desvalorizada

Equilíbrio trabalho-

casa

Demandas conflituosas de trabalho, problemas de dualidade de carreira

1.3.1. Stress Ocupacional

O stress no trabalho acontece quando há um desequilíbrio entre as exigências colocadas pelo

ambiente de trabalho e os recursos físicos e mentais do trabalhador. Embora a experiência do stress

seja psicológica, este afeta também a saúde física do trabalhador.

O stress pode surgir por várias razões, tais como: fatores intrínsecos ao trabalho, papel na

organização, relações no trabalho, desenvolvimento da carreira, clima e estrutura organizacional e

fontes extra organizacionais. Como consequências, podem ocorrer doenças cardiovasculares e/ou

psicológicas ou absentismo, e a nível organizacional podem ocorrer acidentes de trabalho e/ou apatia.

[8]

Atualmente, na União Europeia, 50% a 60% dos dias de trabalho perdidos podem ser associados

ao stress relacionado com o trabalho e a riscos psicossociais. Cerca de 28% dos trabalhadores

europeus admitiram que a exposição a riscos psicossociais afetou o seu bem-estar mental. Em média,

6

51% dos trabalhadores considera que o stresse relacionado com o trabalho é comum no seu local de

trabalho. Consequentemente, os custos totais associados a perturbações de saúde mental, mesmo que

não estejam relacionadas diretamente com o trabalho, são de cerca de 240 mil milhões de euros por

ano. [12]

Tendo em conta as consequências do stress, há alguns moderadores do seu impacto. Ou seja,

estes moderadores podem ajudar o indivíduo que está a passar por situações de stress a atenuar a

esta influência negativa na sua saúde física e mental. Como moderadores tem-se a condição física

(lida-se melhor com o stress possuindo uma boa condição física), aspetos demográficos e profissionais

(idade, sexo, raça, ocupações, apoio social, etc), aspetos psicológicos (traços de personalidade), a

apreciação cognitiva das situações (crenças, otimismo, etc) e a resistência (valorização da mudança,

adaptabilidade). [8] O stress pode ser uma causa de exaustão profissional (burnout).

1.3.2. Burnout

O burnout é definido como sendo um “estado de exaustão física, emocional e mental provocado

por um longo envolvimento em situações exigentes.” [8] Tal como referido anteriormente, este é causado

pela exposição constante ao stress, e não apenas causado por um evento traumático.

Possui três distintas dimensões:

i) Exaustão emocional – está associada à sensação de inadequação e de exaustão física

e emocional. Tendo em conta os fatores em estudo na temática dos riscos psicossociais,

os que mais influenciam esta dimensão são a carga de trabalho e os conflitos

interpessoais;

ii) Dimensão da despersonalização – associada à atitude negativa/indiferença perante o

trabalho excessivo, vista como resposta auto defensiva. Esta está relacionada com as

exigências psicológicas (no âmbito dos fatores em estudo associados aos riscos

psicossociais);

iii) Diminuição da autoeficácia e da realização pessoal e profissional – associado ao

sentimento de incompetência a falta de produtividade no trabalho. Este está ligado à falta

de eficácia de lidar com as exigências do trabalho, podendo ser agravado pela falta de

apoio (quer pessoal, quer profissional).

Atualmente, o burnout está definido em 12 distintos estágios [8]:

1) Necessidade de se afirmar;

2) Dedicação intensificada;

3) Descuramento com as necessidades pessoais;

4) Recalque de conflitos;

5) Reinterpretação dos valores;

6) Negação de problemas;

7) Comportamento antissocial;

8) Mudanças evidentes de comportamento;

9) Despersonalização;

10) Vazio interior;

11) Depressão;

12) Síndrome do esgotamento profissional – estado de emergência.

Como tal, a exaustão profissional é algo que pode ser detetado, através de uma identificação de

riscos psicossociais e de uma preocupação recorrente com este tipo de situações.

7

1.3.3. Assédio no Trabalho

Segundo a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, o assédio no trabalho é um

comportamento indesejado (gesto, palavra, atitude, etc.) praticado com algum grau de reiteração e

tendo como objetivo ou o efeito de afetar a dignidade da pessoa ou criar um ambiente intimidativo,

hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador.

O assédio está dividido em dois tipos: o assédio moral e o assédio sexual. O assédio moral

acontece através de ataques físicos ou verbais, podendo abranger violência física e/ou psicológica. Por

sua vez, o assédio sexual ocorre quando os comportamentos indesejados são de caracter sexual,

sejam eles de natureza física ou verbal.

O assédio não é um comportamento isolado, mas sim um conjunto de acontecimentos. Apesar

de um facto isolado poder ser grave (até pode ser considerado crime) não se trata de uma situação de

assédio. Este não deve ser confundido com situações de conflitos pontuais no posto de trabalho, por

pressão associada a cargos de alta responsabilidade ou com a aproximação romântica entre colegas

(ou envolvendo superiores hierárquicos) livremente recíproca.

Qualquer pessoa, independentemente do seu posto de trabalho, pode ser vítima de assédio

moral ou sexual, por superiores hierárquicos, colegas de trabalho, fornecedores, prestadores de serviço

ou clientes. Tendo isto em conta, de forma a prevenir este tipo de situações, é necessário que a

entidade empregadora proíba o assédio tal como está estipulado no 29º Artigo do Código do Trabalho.

O assédio, seja ele moral ou sexual, pode resultar em stress ocupacional e, consequentemente,

levar a uma situação de burnout.

Figura 1 – Esquema da Interligação de Riscos Psicossociais (Adaptado de [7])

Estes riscos psicossociais estão interligados e podem ser consequência uns dos outros. Por esse

motivo prevenir um deles, pode significar também prevenir os restantes.

8

2. Metodologias de avaliação de Riscos Psicossociais no

Trabalho

São várias as metodologias já testadas que podem ser utilizadas para identificar e avaliar riscos

psicossociais. De uma maneira geral, para uma avaliação de riscos pode ser utilizado o seguinte

esquema geral, composto por várias e sequenciadas fases que pode ser seguido, independente da

metodologia utilizada (Figura 2).

Figura 2 – Fases de Avaliação dos Fatores de Risco Psicossocial (adaptado de [7])

Analogamente ao esquema, também a AESST propõe uma estratégia de abordagem dos riscos

psicossociais e do stress relacionado com o trabalho. [12] Esta passa por um processo com cinco

distintas fases:

1. Preparação - esta fase encontra-se dividida por partes. Primeiro há uma decisão de

quem irá liderar o projeto, após isso avaliam-se os recursos disponíveis.

Posteriormente decide-se como e quando manter os trabalhadores informados e,

finalmente, o que vai acontecer e quando.

2. Avaliação de riscos – nesta fase identificam-se os riscos no(s) local(is) de trabalho e,

posteriormente, decide-se onde atuar primeiro.

3. Planeamento de ações – nesta fase são acordadas as ações que serão tomadas para

eliminar ou reduzir o risco. Após isso, é criado um plano de ação com as prioridades

de implementação bem definidas.

4. Implementação das ações.

5. Avaliação – na fase de avaliação avalia-se se os objetivos previamente definidos foram

atingidos ou não, e as causas. A posteriori, revê-se todo o ciclo da avaliação de riscos

e podem ser sugeridas novas medidas de planeamento e implementação de ações.

Quanto a métodos de avaliação de riscos psicossociais, atualmente Espanha é um dos países

mais dinâmicos no que diz respeito à criação e aplicação de metodologias de avaliação de riscos

psicossociais. Os principais métodos utilizados em Espanha [13] são os seguintes:

▪ Método ISTAS21 (COPSOQ);

▪ Questionário RED-WONT (Recursos, Emoções e Exigências Laborais);

▪ Metodologia Prevenlab-Psicossocial;

▪ Bateria de Avaliação Psicossocial para PME (Bateria MCMutual-UB);

▪ Método MPF – Mini Psychosocial Factors;

▪ Métodos INERMAP;

▪ Bateria UNIPSICO;

▪ DECORE – Questionário de Avaliação de Riscos Psicossociais;

▪ Método MARC-UV;

Identificação dos fatores de risco

Seleção da metodologia e

técnicas

Aplicação da metodologia e

técnicas

Análise dos resultados e reporte das conclusões

Elaboração e implementação de um plano de

intervenção

Seguimento e controlo das

medidas implementadas

9

▪ Método de Avaliação de Riscos Psicossociais (FPSICO);

▪ Metodologia Geral de Riscos (MGER 2.0);

▪ Questionário de Avaliação de Riscos Psicossociais e Identificação de Situações de Risco

(QARPIS).

Desta listagem de métodos, apenas o COPSOQ não foi originalmente desenvolvido em Espanha,

apesar da versão ISTAS21 ser a adaptação espanhola do mesmo. Para além dos métodos listados, é

importante referir a existência de mais alguns métodos, como é o caso do QPSNordic (Questionário

para Fatores Psicológicos e Sociais no Trabalho), que considera parâmetros a nível organizacional,

social, das tarefas e a nível individual. Também em Portugal, docentes da Universidade Fernando

Pessoa e da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [14]

desenvolveram um método denominado de Inquérito Saúde e Trabalho (INSAT) que tem como objetivo

os trabalhadores auferirem as suas considerações sobre as condições e características do espaço de

trabalho.

2.1. COPSOQ

O COPSOQ – Copenhagen Psychosocial Questionnaire (Questionário Psicossocial de

Copenhaga), é um questionário elaborado originalmente na Dinamarca que permite avaliar vários

fatores de risco psicossociais com base numa vasta gama de conceitos, teorias e aspetos.

Embora seja um conceito multidimensional, o COPSOQ acaba por se focar maioritariamente em

aspetos ligados ao stresse no trabalho. Este identifica o stresse como sendo uma consequência de

elevadas exigências no trabalho e baixo apoio social. Permitiu identificar as causas do absentismo por

doença entre os trabalhadores dinamarqueses. [15]

Atualmente, é um dos questionários mais populares ligado à avaliação dos riscos psicossociais.

Reformulado em 2007 (COPSOQ II) possui três distintas versões:

i) Versão curta (23 dimensões e 40 perguntas): está destinada para autoavaliação dos

trabalhadores ou para locais de trabalho cujo número de trabalhadores seja inferior a 30.

ii) Versão média (28 dimensões e 87 perguntas): encontra-se predisposta para ser utilizada

para profissionais da saúde ocupacional, sendo a versão mais recorrente para a

avaliação de riscos psicossociais nos casos de locais de trabalho com mais que 30

trabalhadores.

iii) Versão longa (41 dimensões e 128 perguntas): esta versão é utilizada para fins de

investigação.

Em Portugal, o COPSOQ II foi originalmente traduzido pelo Instituto de Letras e Ciências

Humanas da Universidade do Minho, sendo depois analisada a sua tradução e contextualizada por

docentes da área. [15]

Os itens do COPSOQ II encontram-se concebidos através de escalas do tipo Likert (escala que

permite ao inquirido responder à questão, especificando o nível de concordância) de 5 pontos, como

por exemplo: 1- Nunca ou quase nunca; 2- Raramente; 3- Às vezes; 4- Frequentemente; 5- Sempre.

Também existem alguns itens em escala invertida (por terem a ordem de resposta inversa à dos

restantes).

Para cada escala existem as respetivas dimensões:

10

▪ Exigências laborais: exigências quantitativas, ritmo de trabalho, exigências cognitivas,

exigências emocionais e exigências de esconder emoções.

▪ Organização do trabalho e conteúdo: influência no trabalho, possibilidades de

desenvolvimento, variação no trabalho, significado do trabalho e compromisso face ao

trabalho.

▪ Relações sociais e liderança: previsibilidade, recompensas (reconhecimento),

transparência do papel laboral desempenhado, conflito de papéis laborais, qualidade da

liderança, apoio social de superiores e apoio social de colegas.

▪ Interface trabalho-indivíduo: insegurança laboral, satisfação laboral, conflito

trabalho/família e conflito família/trabalho.

▪ Valores no local de trabalho: confiança vertical, confiança horizontal, justiça e respeito,

comunidade social no trabalho e responsabilidade social.

▪ Personalidade.

▪ Saúde e bem-estar: saúde geral, stress, burnout, problemas em dormir, stress somático,

stress cognitivo e sintomas depressivos.

▪ Comportamentos ofensivos.

2.2. QARPIS

O questionário denominado como Factores Psicosociales: Identificación de Situaciones de

Riesgo, originalmente elaborado pelo Instituto Navarro de Saúde Laboral (INSL) é, em português, o

Questionário de Avaliação de Riscos Psicossociais e Identificação de Situações de Risco (QARPIS).

Este surgiu como uma forma de ajudar na identificação das condições dos postos de trabalho

que podem afetar a saúde das pessoas no ambiente laboral. Pode ser utilizado na avaliação de postos

de trabalho onde é necessária uma visão geral da organização do ponto de vista dos riscos

psicossociais. [16]

É um questionário confidencial, que considera várias áreas-chave dentro da temática dos riscos

psicossociais. As áreas onde surjam classificações inadequadas serão o ponto de arranque para

avaliações de risco mais exaustivas. Assim, permite obter uma ideia geral da organização de maneira

a que os aspetos inadequados possam ser identificados e melhorados.

Este é um método dirigido a qualquer tipo de setor ou empresa, sendo ideal como avaliação

inicial. No entanto, embora a sua aplicação e análise seja relativamente fácil, não deve ser confundido

com um método simplista. É quantitativo na medida em que, devido às questões que fazem parte do

questionário, como qualitativo na medida em que, para cada questão, há a possibilidade dos inquiridos

fazerem comentários.

O QARPIS possui 30 questões de escolha múltipla, cada uma com uma área opcional reservada

a comentários e quatro áreas-chave distintas:

i) participação, implicação e responsabilidade;

ii) formação, informação e comunicação;

iii) gestão do tempo;

iv) coesão do grupo.

Participação, implicação e responsabilidade está relacionado com o grau de liberdade e

independência do trabalhador em controlar e organizar o trabalho e métodos a utilizar e em tomar

decisões (por exemplo, escolha de férias ou de turnos de trabalho). Engloba aspetos como autonomia,

iniciativa, supervisão, controlo sobre as tarefas, entre outros.

11

Formação, informação e comunicação encontra-se ligado ao grau de interesse que a

organização demonstra pelos trabalhadores, a facilidade com que transmite as informações e

formações necessárias ao desempenho das tarefas por parte dos trabalhadores. Abrange aspetos

como o fluxo de informação, equilíbrio funções-cargo, nível de formação, isolamento e reconhecimento.

Gestão do tempo está associada ao nível de autonomia provida ao trabalhador de maneira a

decidir como organizar o ritmo de trabalho, as suas pausas e férias consoante as necessidades

pessoais. Este está ligado ao ritmo e carga de trabalho, entre outros.

Coesão de grupo, tal como o nome indica, está correlacionado com as relações interpessoais e

de trabalho entre os membros do grupo. Aspetos como clima social, cooperação, ambiente de trabalho

e resolução de conflitos estão associados a esta área-chave.

A matriz de avaliação do QARPIS encontra-se estabelecida e está descrita nas Tabelas 2 e 3.

Tabela 2 – Grelha de classificação do QARPIS (adaptado de [13])

Participação, Implicação e Responsabilidade Formação, Informação e Comunicação

Pergunta

Valor correspondente a cada pergunta Pergunta

Valor correspondente a cada pergunta

A B C D A B C D E

1 5 3 3 0 4 5 3 1 0 -

2 5 5 3 0 5 5 3 3 0 -

8 3 4 1 0 11 5 3 3 0 -

9 5 3 0 - 16 5 3 3 0 -

13 5 2 0 - 17 5 5 5 2 0

18 5 5 3 0 24 5 2 2 0 -

19 5 3 3 0 26 5 3 3 0 -

20 5 3 1 0 Coesão do Grupo

25 5 3 1 0 6 0 1 3 5 -

Gestão do Tempo 7 5 3 0 0 -

3 5 3 1 0 12 5 3 1 0 -

10 5 5 2 0 21 4 2 0 - -

14 0 5 5 5 23 5 3 1 0 -

15 0 0 4 - 27 0 3 3 5 -

22 5 5 3 0

12

Tabela 3 - Grelha de classificação do QARPIS (continuação) [13]]

Assédio Moral (Burnout)

Pergunta

Valor correspondente a cada

pergunta

A B

28 1 0

29 1 0

30 1 0

Posteriormente à atribuição de pontuações a cada questão, para cada área-chave são somadas

as pontuações respetivas e, dependendo do valor, são avaliadas como “Muito Inadequado”,

“Inadequado”, “Adequado” ou “Muito Adequado”. Para cada área-chave as pontuações

correspondentes a cada classificação encontram-se na Tabela 4.

Tabela 4 – Classificação de cada área-chave em função da pontuação obtida

Fator Muito

Inadequado Inadequado Adequado

Muito

Adequado

Participação, implicação

e responsabilidade 27 a 44 18 a 26 9 a 17 0 a 8

Formação, informação e

comunicação 22 a 35 14 a 21 7 a 13 0 a 6

Gestão do tempo 15 a 24 10 a 14 5 a 9 0 a 4

Coesão de grupo 18 a 29 11 a 17 6 a 10 0 a 5

Para este método, os autores fazem algumas sugestões de medidas que poderão ser

implementadas de maneira a melhorar cada uma das áreas chaves consoante as necessidades. No

caso da Participação, Implicação e Responsabilidade sugerem medidas como: evitar a supervisão

excessiva por parte dos sistemas de controlo/supervisores (a nível de trabalho, tempo, horário, etc);

sensibilizar os trabalhadores para a importância das tarefas que realizam; proporcionar aos

trabalhadores, dentro do possível, um maior controlo sobre as próprias tarefas. Para a Formação,

Informação e Comunicação recomendam medidas como: proporcionar ao trabalhador informação clara

das tarefas que devem desempenhar, bem como os métodos, tempos, quantidade e qualidade

esperados; garantir que os meios de transmissão de informação sejam claros de maneira a evitar a

distorção desta. No âmbito da Gestão do Tempo algumas das medidas indicadas são: adequar o

volume do trabalho proposto em função do tempo designado; estabelecer sistemas que permitam ao

trabalhador conhecer o seu rendimento, o trabalho pendente e o tempo disponível para o executar. Por

fim, para a Coesão de Grupo sugerem medidas como: prestar especial atenção ao apoio social que os

trabalhadores recebem dos seus superiores hierárquicos; estabelecer métodos bem definidos para a

resolução de conflitos interpessoais. [17]

13

2.3. FPSICO

O método de avaliação de fatores psicossociais FPSICO, foi elaborado pelo do INSHT (Instituto

Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo), atualmente INSST (Instituto Nacional de Seguridad y

Salud en el Trabajo) [18], que à semelhança do questionário abordado no ponto 2.2., pode ser utilizado

independentemente do tamanho ou atividade da empresa.

Através do FPSICO é possível obter os resultados dos trabalhadores tanto a nível individual

como a nível coletivo. No entanto, não é recomendado que se façam caracterizações pessoais devido

à natureza da informação que é obtida. Por este motivo, normalmente este tipo de questionário é

respondido de uma forma anónima.

Esta ferramenta foi desenvolvida com o intuito de poder ser respondida tanto através de formato

informático como em formato de papel.

Possui 44 perguntas: algumas de escolha múltipla, outras de escala de Likert e também algumas

de escala invertida. No total possui 89 itens e abrange 9 fatores de risco distintos (Tabela 5):

i) tempo de trabalho;

ii) autonomia;

iii) variedade e conteúdo do trabalho;

iv) carga de trabalho;

v) participação e supervisão;

vi) interesse pelo trabalhador e compensação;

vii) exigências psicológicas;

viii) relações e apoio social;

ix) desempenho de papéis.

Tabela 5 – Fatores, parâmetros e respetivos itens do FPSICO [13]]

Fatores Parâmetros

Tempo de Trabalho ❖ Trabalhar aos sábados (Item 1) ❖ Trabalho aos domingos e feriados (Item 2) ❖ Tempo de descanso semanal (Item 5) ❖ Compatibilidade da vida de trabalho com a vida

social (Item 6)

Autonomia ❖ Autonomia temporal → Possibilidade de atender a assuntos

pessoais (Item 3) → Distribuição de pausas regulamentadas

(Item 7) → Adoção de pausas não regulamentadas

(Item 8) → Determinação do ritmo de trabalho (Item 9)

❖ Autonomia decisória → Atividades e tarefas (Item 10 a) → Distribuição de tarefas (Item 10 b) → Distribuição do espaço de trabalho (Item 10

c) → Métodos, procedimentos e protocolos (Item

10 d) → Quantidade de trabalho (Item 10 e) → Qualidade do trabalho (Item 10 f) → Resolução de incidências (Item 10 g) → Distribuição de turnos (Item 10 h)

14

Carga de Trabalho ❖ Pressões de tempo → Tempo designado para a tarefa (Item 23) → Tempo de trabalho com rapidez (Item 24) → Aceleração do ritmo de trabalho (Item 25)

❖ Esforço de atenção → Tempo de atenção (Item 21) → Intensidade da atenção (Item 22) → Atenção sobre múltiplas tarefas (Item 27) → Interrupções (Item 30) → Efeito das interrupções (Item 31) → Previsibilidade das tarefas (Item 32)

❖ Quantidade e dificuldade da tarefa → Quantidade de trabalho (Item 26) → Dificuldade do trabalho (Item 28) → Necessidade de ajuda (Item 29) → Trabalho fora do horário habitual (Item 4)

Exigências Psicológicas ❖ Exigências cognitivos → Competências necessárias (Item 33a até

33e) ❖ Exigências emocionais

→ Requisitos de interação com pessoas (Item 33f)

→ Ocultação de emoções perante chefias (Item 34)

→ Exposição a situações de impacto emocional (Item 35)

→ Exigências de resposta emocional (Item 36)

Variedade e Conteúdo do Trabalho ❖ Trabalho rotineiro (Item 37) ❖ Sentido do trabalho (Item 38) ❖ Contribuição do trabalho (Item 39) ❖ Reconhecimento do trabalho (Item 40)

Participação e Supervisão ❖ Grau de participação (Item 11) ❖ Controlo exercido por chefia direta (Item 12)

Interesse pelo trabalhador e

Compensação

❖ Informação proporcionada ao trabalhador (Item 13) ❖ Facilidades para o desenvolvimento profissional

(Item 41) ❖ Valorização da formação (Item 42) ❖ Equilíbrio entre esforço e recompensas (Item 43) ❖ Satisfação com o salário (Item 44)

Desempenho de papéis ❖ Ambiguidade de papéis (Item 14) ❖ Conflito de papéis (Item 15a até d) ❖ Sobrecarga de papéis (Item 15f)

Relações e apoio social ❖ Apoio social instrumental de distintas fontes (Item 16)

❖ Qualidade das relações (Item 17) ❖ Exposição a conflitos interpessoais (Item 18a) ❖ Exposição a situações de violência (Item 18b até

18d) ❖ Gestão da empresa das situações de conflito (Item

19) ❖ Exposição a discriminação (Item 20)

O fator tempo de trabalho engloba distintos aspetos que estão relacionados com a distribuição e

organização do tempo ao longo de cada dia de trabalho e de cada semana. Avalia o impacto do tempo

e trabalho, considerando os períodos de descanso que a atividade permite e ainda a relação vida social-

trabalho.

15

A autonomia está relacionada com a capacidade do trabalhador em gerir e tomar decisões

relativas ao seu próprio trabalho. Está dividida em duas componentes diferentes: a autonomia temporal

que está relacionada com a liberdade concebida ao trabalhador para gerir as suas pausas, ritmo de

trabalho, etc; a autonomia alusiva à decisão de tarefas a realizar, à sua distribuição, aos métodos, entre

outros.

O fator carga de trabalho está relacionado com a quantidade/intensidade de trabalho que está

atribuída ao trabalhador. Avalia a carga de trabalho a partir dos seguintes aspetos: pressões de tempo

(está relacionado com os tempos designados às tarefas, a velocidade e a necessidade de acelerar o

ritmo em certos momentos); nível de atenção; quantidade e dificuldade da tarefa.

As exigências psicológicas são avaliadas tanto as de natureza emocional como as de natureza

cognitiva. Estas referem-se à natureza das exigências que são feitas ao longo do trabalho. As

exigências psicológicas cognitivas estão associadas ao grau de esforço intelectual para o desempenho

das tarefas. Por outro lado, as exigências psicológicas emocionais estão associadas a situações onde

o desempenho da tarefa afeta as emoções que o trabalhador pode sentir, como, por exemplo, o esforço

de ocultar emoções.

O fator variedade e conteúdo do trabalho engloba a sensação de que o trabalho tem um

significado em si mesmo para o trabalhador no conjunto da empresa e para a sociedade no geral, para

além da compensação económica.

O fator participação e supervisão reconhece as possíveis formas de controlo sobre o trabalho. A

participação explora os distintos níveis de implicação, intervenção e colaboração que o trabalhador

mantém. Por sua vez, a supervisão está associada à valorização que o trabalhador faz do controlo que

os superiores imediatos exercem sobre os diversos aspetos de execução do trabalho.

O interesse pelo trabalhador e compensação está associado com o grau de preocupação de

caráter pessoal e a longo prazo pelo trabalhador. Engloba conceitos fundamentais como formação,

promoções, desenvolvimento da carreira e informação sobre os mesmos. Ainda dentro deste fator é

considerado o equilíbrio trabalho-recompensas.

O fator desempenho de papéis considera os problemas que possam derivar da definição das

tarefas de cada posto de trabalho. Engloba três aspetos principais: clareza de papéis, conflito de papéis

e sobrecarga de papéis.

Por fim, o fator relações e apoio social refere-se aos aspetos relacionados com as condições de

trabalho que derivam das relações que se estabelecem entre as pessoas no ambiente de trabalho. [18]

16

3. Método de trabalho

De forma a realizar a identificação e avaliação dos riscos psicossociais definiu-se uma

metodologia de trabalho. Como tal, avançou-se com a construção de um questionário abrangente,

podendo assim ser preenchido por todos os trabalhadores. Este foi utilizado como ferramenta principal

de trabalho e, não obstante à sua utilização, foram feitas observações livres com o objetivo de conseguir

enquadrar as respostas obtidas e também, posteriormente, poderem ser feitas propostas de melhoria

contextualizadas em função das necessidades e dos postos de trabalho.

3.1. Escolha das metodologias

A escolha da primeira metodologia, QARPIS, como ferramenta de trabalho neste estudo foi feita

com base na facilidade de resposta às questões do questionário e a intuitiva interpretação dos

resultados, com base na matriz de análise. Embora se trate de um questionário em que as respostas

são feitas com base nas opções sugeridas, para cada questão existe um campo opcional de

observações, onde o inquirido pode justificar ou clarificar a sua opção em caso de necessidade.

Com base nas matrizes apresentadas nas Tabelas 2, 3 e 4, e recorrendo à ferramenta Excel,

construiu-se uma folha onde se introduziram todos os resultados dos questionários e

consequentemente, se traduziram os resultados.

No caso de falta de resposta a alguma das questões, a pontuação é determinada consoante o

contexto do inquirido. Isto pode ser feito com base no setor, na atividade profissional ou,

preferencialmente, no campo “Comentários” caso este esteja preenchido.

Dado que a matriz não avalia quantitativamente o fator “Assédio Moral”, as pontuações

associadas para cada classificação estão dispostas na seguinte tabela:

Tabela 6 – Classificação da área-chave “Assédio Moral” em função da pontuação obtida

Fator Muito Inadequado Inadequado Adequado Muito Adequado

Assédio Moral 3 2 1 0

No caso da segunda metodologia, FPSICO, esta foi escolhida com base no equilíbrio entre a

complexidade dos fatores que a compõem e o número de questões do questionário. Tendo em conta o

método escolhido anteriormente, este é um bom complemento. Juntando os dois métodos ter-se-ão

resultados bastante específicos de maneira a identificar mais facilmente os fatores de risco mais

problemáticos.

De forma a analisar os resultados obtidos no questionário do FPSICO recorreu-se à ferramenta

Excel onde foram colocadas as respostas dos vários itens e, posteriormente agrupadas por cada um

dos nove fatores. Para as diferentes opções de resposta, a cada item foram associadas diferentes

níveis de risco: muito elevado, elevado, moderado e situação adequada. Tendo isto em conta, os

resultados estão dispostos através da percentagem de resposta para cada pergunta. Esta matriz foi

adaptada de forma a ser possível obter os resultados adequados.

17

Por fim, tanto para o questionário QARPIS como para o FPSICO, o nível de risco para cada fator

é determinado segundo o seguinte perfil valorativo [18]:

Tabela 7 – Níveis de Risco

Percentil obtido Nível de Risco

Percentil ≥ 85% Muito Elevado

75% ≤ Percentil < 85% Elevado

65% ≤ Percentil < 75% Moderado

Percentil < 65% Situação Adequada

Fora as razões indicadas, estes questionários foram escolhidos por serem uma combinação que,

a nível de complexidade, se assemelha ao COPSOQ, que é uma das ferramentas mais utilizadas neste

tipo de avaliação de riscos.

Na sua totalidade, o questionário elaborado é de fácil compreensão e resposta, o que possibilitou

o preenchimento de forma individual e independente pelos trabalhadores.

O questionário encontra-se dividido em três distintos blocos:

▪ Bloco A – Dados Socioprofissionais: Neste bloco encontram-se perguntas de caráter

pessoal, mas não identificativo, que visam a enquadrar o trabalhador;

▪ Bloco B – Questionário de Avaliação de Riscos Psicossociais e Identificação de

Situações de risco (QARPIS);

▪ Bloco C – Método de Avaliação de Fatores Psicossociais (FPSICO).

O questionário entregue aos trabalhadores encontra-se disposto no Anexo I.

3.2. Caracterização da amostra

O Bloco A do questionário tem como finalidade caracterizar os colaboradores da empresa em

aspetos como: género, idade, habilitações académicas, atividade profissional, número médio de horas

diárias de trabalho, trabalho por turnos, doenças ou lesões e problemas em dormir. Também são

consideradas questões que visam a perceber se o posto do trabalhador foi alvo a uma avaliação de

riscos (ou se o trabalhador tem conhecimento dessa avaliação), se alguma vez teve formação sobre

riscos psicossociais e o nível de cansaço antes e depois de uma jornada de trabalho.

Na totalidade foram distribuídos 163 questionários, tendo sido preenchidos e devolvidos 150

questionários, o que equivale a uma taxa de resposta global de 92%. As taxas de resposta por setor,

encontram-se na Tabela 8.

18

Tabela 8 – Taxas de resposta por setor

Setor Taxa de Resposta (%)

Direção Fabril, Departamento

Financeiro, Produção e Planeamento

e Recursos Humanos

100

Engenharia 100

Investigação e Desenvolvimento 100

Limpeza 100

Destilaria 100

Armazém Geral 100

Transformações Não Estéreis 100

Central de Vapor 100

Ambiente e Segurança 82

Garantia da Qualidade 86

Controlo da Qualidade 56

Microbiologia 100

Síntese Química 98

Fermentação Piloto 100

As idades dos inquiridos vão dos 22 aos 63 anos, sendo que, a média de idades é de 40,1 anos

(DP=10,7). Contabilizadas 43 respostas do género feminino, o que equivale a uma percentagem de

29% da população total, a média de idades é também de 39,7 anos (DP=11,7), sendo que as idades

variam entre os 22 e os 61 anos. Já para o género masculino (71% do total dos inquiridos) as idades

variam entre os 22 e os 63 anos, e a média é de 40,4 anos (DP=10,3). A distribuição das idades da

amostra encontra-se representada no gráfico circular (Figura 3).

Figura 3 – Gráfico circular representativo da distribuição de idades da amostra

10%

25%

34%

20%

11%

≤25

26-35

36-45

46-55

≥56

19

As habilitações literárias da população em estudo encontram-se representadas no gráfico circular

da seguinte figura.

Figura 4 – Gráfico circular representativo das habilitações literárias da amostra

Considerando os três meses anteriores à distribuição dos questionários, no geral a média de

horas diárias de trabalho é de 8,2 horas (DP=0,5). Já para o género feminino, a média é de 8,4 (DP=0,6)

e para o género masculino de 8,1 (DP=0,4).

Relativamente ao trabalho por turnos, verificou-se que 50% do total dos inquiridos trabalha por

turnos, sendo que 96% destes trabalham por turnos rotativos e os restantes 4% trabalham em regime

de turnos fixo. Quanto ao género feminino, 4% dos trabalhadores que fazem turnos são do género

feminino e 7% do total das trabalhadoras fazem turnos. Já em relação ao género masculino, 96% dos

trabalhadores que fazem turnos são do género masculino e 67% do total dos trabalhadores do género

masculino trabalham por turnos.

No que se refere a doenças e/ou lesões, 14% afirmaram que possuíam pelo menos uma das

hipóteses, sendo que 33% são do género feminino e os restantes 67% do género masculino. No que

diz respeito ao género feminino, 16% das trabalhadoras possuem uma doença e/ou lesão.

Relativamente ao género masculino, 13% do total dos trabalhadores deste género possuem uma

doença e/ou lesão.

Quanto a problemas em dormir, 28% afirma ter problemas em dormir e 43% dos trabalhadores

que têm problemas em dormir dizem ser devido a turnos. Por outro lado, 37% dos trabalhadores que

trabalham por turnos dizem ter problemas em dormir. Quanto ao género feminino, 17% dos

trabalhadores que têm problemas em dormir são do género feminino e 16% do total das trabalhadoras

têm problemas em dormir. Já em relação ao género masculino, 83% dos trabalhadores que têm

problemas em dormir são do género masculino e 33% do total dos trabalhadores do género masculino

afirmam ter problemas em dormir.

3% 2%

16%

43%

18%

15%

3%

Até 1º Ciclo

2º Ciclo

3º Ciclo

Secundário

Licenciatura

Mestrado

Doutoramento

20

Quanto à avaliação de riscos, 57% dos trabalhadores afirmam que o seu posto de trabalho foi

submetido a uma avaliação de riscos e apenas cerca de 33% do total tiveram acesso à ficha de riscos

do seu posto de trabalho. Dos trabalhadores que afirmaram ter acesso à ficha de riscos, 18% diz que

os riscos psicossociais constam da ficha, 35% diz que não e 43% não sabe identificar.

Por último, o nível de cansaço antes e depois da jornada de trabalho, numa escala de 0 a 10,

encontra-se representado sob a forma de gráfico circular, representado nas Figuras 5 e 6.

Figura 5 – Nível de cansaço antes de uma

jornada de trabalho

Figura 6 - Nível de cansaço depois de uma

jornada de trabalho

Como se pode verificar, antes de uma jornada de trabalho, a maioria dos trabalhadores sente

um nível de cansaço (NC) inferior ou igual a 3. No entanto, ainda há uma parcela significativa (27%) de

trabalhadores que sentem cansaço entre 4 e 6 antes de iniciar a jornada de trabalho, o que pode ser

sinónimo, por exemplo, de problemas em dormir.

Analogamente, o nível de cansaço depois de uma jornada de trabalho enquadra-se

maioritariamente igual ou acima de 7.

Por último, a média de cansaço antes de uma jornada de trabalho é de 3 (DP=2) e depois de

uma jornada de trabalho é de 7 (DP=2).

66%

27%

7%

0≤NC<4

4≤NC<7

NC≥7

5%

23%

72%

21

4. Resultados e Discussão

Numa primeira análise, os resultados dos questionários são avaliados com base na função do

trabalhador, no setor em que trabalha e no seu género. Desta forma, estes são elementos passíveis de

comparação que traduzirão resultados concordantes e passíveis de obter conclusões coerentes.

Todos os valores que forem referidos estarão assinalados a negrito nas tabelas.

4.1. Género

A distinção por género foi feita de modo a poder comparar os resultados, tendo em conta que

cerca de um terço da população total da amostra é do género feminino. Será interessante fazer esta

comparação para compreender se há diferenças entre géneros no que diz respeito à exposição a riscos

psicossociais.

4.1.1. Género Feminino

Com um total de 43 questionários respondidos por parte do género feminino, este corresponde

a 29% da população total da amostra.

QARPIS

Na seguinte tabela, encontram-se os resultados obtidos do questionário QARPIS associados ao

género feminino.

Tabela 9 - Resultados do QARPIS associados ao género feminino

Feminino

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

14 44 33 9

Formação, Informação e Comunicação

2 16 49 33

Gestão do Tempo 2 35 60 2

Coesão do Grupo 0 21 28 51

Observando a tabela acima, pode-se verificar que os as percentagens estão maioritariamente

entre a classificação de “Adequado” e “Muito Adequado”. O fator cuja soma dos valores de “Muito

Inadequado” e “Inadequado” é o valor maior incide na Participação, Implicação e Responsabilidade,

correspondendo a um total de 58%.

FPSICO

Na Tabela 10 encontram-se os resultados obtidos do questionário FPSICO para o género

feminino.

22

Tabela 10 - Resultados do FPSICO associados ao género feminino

Feminino

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 2 12 27 59

Autonomia 10 25 21 45

Carga de Trabalho 13 31 41 16

Exigências Psicológicas 6 21 32 41

Variedade e Conteúdo do Trabalho 8 14 32 47

Participação e Supervisão 14 28 26 31

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

16 23 25 36

Desempenho de Papéis 0 6 49 44

Relações e Apoio Social 4 7 17 72

Observando a tabela, pode-se perceber que os valores obtidos para cada fator em estudo estão

maioritariamente associados a um nível de risco entre o “Adequado” e o “Moderado”.

4.1.2. Género Masculino

O número total de inquiridos do género masculino foi de 103, o que corresponde a um total de

71% do total da amostra.

QARPIS

Os resultados do questionário QARPIS associados ao género masculino encontram-se dispostos

na Tabela 11, sob a forma de percentagem.

Tabela 11 - Resultados do QARPIS associados ao género masculino

Masculino

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

25 52 21 2

Formação, Informação e Comunicação

6 21 34 39

Gestão do Tempo 18 50 31 2

Coesão do Grupo 3 25 50 22

Tal como é possível observar na tabela acima, a soma dos valores associados a uma

percentagem de risco “Muito Inadequado” e “Inadequado” para os fatores Participação, Implicação e

Responsabilidade e Gestão de Tempo, são de 78% e 67%, respetivamente. Através do perfil valorativo

referido anteriormente (ver capítulo “3.1. Escolha das metodologias”), pode-se verificar que esses

parâmetros estão associados a um nível de risco elevado e moderado, respetivamente.

FPSICO

Para o género masculino, os resultados associados ao questionário FPSICO encontra-se na

seguinte tabela.

23

Tabela 12 - Resultados do FPSICO associados ao género masculino

Masculino

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 16 22 22 41

Autonomia 17 37 22 24

Carga de Trabalho 12 29 41 18

Exigências Psicológicas 7 17 32 44

Variedade e Conteúdo do Trabalho 10 20 34 37

Participação e Supervisão 25 23 18 33

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

14 32 21 32

Desempenho de Papéis 3 10 50 37

Relações e Apoio Social 8 11 20 61

Através da análise dos resultados apresentados na Tabela 12 podemos verificar que existem

alguns dos fatores em estudo que apresentam valores mais elevados associados a uma percentagem

de risco “Muito Elevado” e “Elevado”, como é o caso do fator “Autonomia”, que perfaz um total de 54%.

Apesar de, através do perfil valorativo este estar associado a um nível de risco adequado, é um fator a

ter em conta nas considerações finais.

4.1.3. Comparação entre fatores

Por forma a observar os resultados de uma maneira comparativa entre os dois géneros, foram

representados individualmente os diversos fatores do QARPIS e do FPSICO para cada género.

24

QARPIS

Os resultados associados a cada fator do método QARPIS encontram-se representados

graficamente nas Figuras 7 a 10.

Figura 7 – Comparação dos resultados para o fator Participação, Implicação e Responsabilidade

Figura 8 - Comparação dos resultados para o fator Gestão do Tempo

Figura 9 - Comparação dos resultados para o fator Formação, Informação e Comunicação

Figura 10 - Comparação dos resultados para o fator

Coesão de Grupo

Tal como se pode verificar, percentagens de risco associadas a “Muito Inadequado” e

“Inadequado” para o género masculino são superiores para qualquer um dos fatores em estudo

representados, comparativamente ao género feminino.

Os fatores Participação, Implicação e Responsabilidade e Gestão do Tempo são os que possuem

percentagens mais altas associadas a um tipo de risco “Muito Inadequado” e “Inadequado”.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoInadequado

Inadequado Adequado MuitoAdequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Feminino Masculino

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoInadequado

Inadequado Adequado MuitoAdequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Feminino Masculino

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoInadequado

Inadequado Adequado MuitoAdequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Feminino Masculino

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoInadequado

Inadequado Adequado MuitoAdequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Feminino Masculino

25

FPSICO

Os resultados associados a cada fator do método FPSICO encontram-se representados

graficamente nas figuras 11 a 17.

Figura 11 - Comparação dos resultados para o fator “Tempo de Trabalho”

Figura 12 - Comparação dos resultados para o fator “Autonomia”

Figura 13 - Comparação dos resultados para o fator “Carga de Trabalho”

Figura 14 - Comparação dos resultados para o fator “Exigências Psicológicas”

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Feminino Masculino

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Feminino Masculino

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Feminino Masculino

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Feminino Masculino

26

Figura 15 - Comparação dos resultados para o fator “Variedade e Conteúdo do Trabalho”

Figura 16 - Comparação dos resultados para o fator “Participação e Supervisão”

Figura 17 - Comparação dos resultados para o fator “Interesse pelo Trabalhador e Compensação”

Figura 18 - Comparação dos resultados para o fator “Desempenho de Papéis”

Figura 19 - Comparação dos resultados para o fator “Relações e Apoio Social”

Tal como se pode verificar pelos gráficos representados nas figuras anteriores, contrariamente

ao que acontece para o QARPIS, nem sempre as percentagens de risco associadas a “Muito Elevado”

e “Elevado” para o género masculino são superiores às obtidas para o género feminino.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Feminino Masculino

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Feminino Masculino

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Feminino Masculino

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Feminino Masculino

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Feminino Masculino

27

Só no fator Carga de Trabalho as percentagens associadas a um nível de risco “Muito

Inadequado” e “Inadequado” são ambas superiores para o género feminino em relação ao género

masculino. Isto acontece pois cerca de 7% da população do género masculino ocupa altos cargos de

chefia, e para o género feminino a percentagem é superior, atingindo os 16%. Entenda-se como altos

cargos de chefia os diretores, chefes de setor e de departamento e supervisores de produção.

Analisando fator a fator, a Autonomia associada ao género masculino apresenta como soma das

percentagens de risco “Muito Elevado” e “Elevado” um valor de 54%. Este é o maior valor para estes

fatores. Isto acontece dado que a grande maioria de operadores de produção são do género masculino,

onde a autonomia é bastante limitada.

Pelo lado positivo, os fatores “Relações e Apoio Social” e “Desempenho de Papéis” são os que

possuem valores associados a um menor nível de risco, para ambos os géneros.

4.2. Setor

O setor define um conjunto de condições semelhantes para a maioria dos trabalhadores. Tendo

em conta que existem setores que englobam poucos trabalhadores, não fazendo sentido serem

avaliados de forma singular. Desta forma, consideraram-se os seguintes setores: direção fabril,

departamento financeiro, produção e planeamento e recursos humanos; engenharia; investigação e

desenvolvimento; armazém geral; controlo de qualidade e microbiologia; destilaria; fermentação piloto;

garantia da qualidade; limpeza; manutenção e central de vapor; ambiente e segurança; síntese química;

transformações não estéreis. A aglomeração de alguns setores fez-se com base na semelhança de

funções e horários.

4.2.1. Direção Fabril, Recursos Humanos, Departamento Financeiro e Produção e

Planeamento

São vários os departamentos aqui agrupados. Todos estes, na generalidade, têm como função

assegurar e gerir todos os aspetos da empresa, a nível organizacional, financeiro, de recursos humanos

e processual. Em nenhum destes setores existe trabalho por turnos.

QARPIS

Os resultados para o segundo bloco do questionário encontram-se compilados na Tabela 13,

sob a forma de percentagem para cada uma das áreas-chave.

28

Tabela 13 - Resultados do QARPIS no departamento de Direção Fabril, Recursos Humanos,

Departamento Financeiro e Produção e Planeamento

Direção Fabril, Recursos Humanos, Departamento Financeiro e Produção e

Planeamento

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

15 38 31 15

Formação, Informação e Comunicação

15 23 15 46

Gestão do Tempo 8 8 69 15

Coesão do Grupo 0 31 38 31

Tal como se pode observar, é para a área-chave de Participação, Implicação e

Responsabilidade, que a soma das percentagens de “Muito Inadequado” e “Inadequado” é maior. Estes

resultados advêm do grau de responsabilidade atribuído a estes setores. Para as restantes áreas-

chave, pode-se verificar que os resultados se apresentam inseridos, maioritariamente entre o grau de

classificação “Adequado” e o “Muito Adequado”.

FPSICO

Para o FPSICO os resultados encontram-se compilados na Tabela 14. Estes estão agrupados

por fatores e por níveis de risco, em percentagem.

Tabela 14 - Resultados do FPSICO no departamento de Direção Fabril, Recursos Humanos, Departamento Financeiro e Produção e Planeamento

Direção Fabril, Recursos Humanos, Departamento Financeiro e Produção e

Planeamento

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 0 13 23 64

Autonomia 2 23 24 52

Carga de Trabalho 25 38 28 9

Exigências Psicológicas 7 20 34 38

Variedade e Conteúdo do Trabalho 6 17 32 45

Participação e Supervisão 13 24 29 34

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

17 20 25 38

Desempenho de Papéis 3 4 51 42

Relações e Apoio Social 7 7 19 67

Observando os resultados para estes setores, o fator Carga de Trabalho é o que tem a maior

percentagem de risco “Muito Elevado” e “Elevado” – 63%. Isto vai de encontro ao que foi dito em relação

aos resultados do QARPIS para estes setores. Embora o valor deste fator esteja associado, através do

perfil valorativo, a uma situação adequada este encontra-se no limiar (65%), por isso é necessário ter

em conta este valor nas considerações finais.

29

4.2.2. Engenharia

Este setor tem como função encontrar soluções a nível de toda a instalação fabril, de modo a

satisfazer as necessidades dos setores. Além de acompanhar a implementação das soluções a

engenharia garante o correto funcionamento (por exemplo, acompanhar a instalação de equipamentos

e classificar e validar de uma forma periódica, garantido a qualidade de acordo com as normas

aplicadas).

QARPIS

Os resultados referentes às diferentes áreas chave associadas à parte QARPIS do questionário

encontram-se agrupadas sob a forma de percentagem na Tabela 15.

Tabela 15 – Resultados do QARPIS no departamento de Engenharia

Engenharia

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

20 40 40 0

Formação, Informação e Comunicação

0 0 60 40

Gestão do Tempo 0 40 60 0

Coesão do Grupo 0 20 40 40

Através da tabela, é possível notar que a área-chave com percentagens mais elevadas é a

Participação, Implicação e Responsabilidade, com mais de metade das respostas consideradas abaixo

do patamar “Adequado” – 60% - que, apesar de estarem associadas ao patamar “nível de risco

adequado” tendo em conta o perfil valorativo, está no limiar do mesmo pelo que é necessário ter este

dado em conta. A par dos setores vistos anteriormente, esta classificação poderá ser justificada pelo

grau de responsabilidade associado a este setor.

FPSICO

Os resultados referentes ao último bloco do questionário encontram-se compilados na seguinte

tabela, também sob a forma de percentagem.

Tabela 16 – Resultados do FPSICO no departamento de Engenharia

Engenharia

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 0 5 25 70

Autonomia 5 29 25 40

Carga de Trabalho 24 36 29 11

Exigências Psicológicas 2 10 26 62

Variedade e Conteúdo do Trabalho 9 23 46 23

Participação e Supervisão 16 25 25 33

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

26 56 13 5

Desempenho de Papéis 0 11 60 29

Relações e Apoio Social 2 18 25 55

30

Através da observação dos resultados, os fatores associados a um maior risco são a Carga de

Trabalho e Interesse pelo Trabalhador e Compensação. A Carga de Trabalho está diretamente

associada com e exigência dos cargos neste setor. Por outro lado, o risco associado ao fator Interesse

pelo Trabalhador e Compensação revela a falta de agrado por parte dos trabalhadores com a relação

entre o esforço e as recompensas. Este fator apresenta uma percentagem de 82% associada a um

risco “Muito Elevado” e “Elevado” no seu todo, que, através do perfil valorativo se traduz num nível de

risco elevado.

4.2.3. Investigação e Desenvolvimento

O setor de Investigação e Desenvolvimento tem como função desenvolver trabalhos teóricos ou

experimentais com o objetivo de introduzir novos métodos, processos ou tecnologias no processo

produtivo.

QARPIS

Os resultados referentes às diferentes áreas chave associadas à parte QARPIS do questionário

encontram-se agrupadas sob a forma de percentagem na Tabela 17.

Tabela 17 - Resultados do QARPIS no setor de Investigação e Desenvolvimento

Investigação e Desenvolvimento

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

14 43 43 0

Formação, Informação e Comunicação

0 14 29 57

Gestão do Tempo 14 29 57 0

Coesão do Grupo 0 14 43 43

Tendo em conta os dados apresentados na tabela, verifica-se que para o departamento de

Investigação e Desenvolvimento as diversas áreas-chave apresentam resultados maioritariamente

classificados entre o “Adequado” e o “Muito Adequado”. Novamente, o fator que apresenta uma maior

percentagem nas classificações de “Muito Inadequado” e “Inadequado” (57%) é a Participação,

Implicação e Responsabilidade.

FPSICO

Para a parte do questionário FPSICO, os resultados encontram-se agrupados na Tabela 18.

31

Tabela 18 - Resultados do FPSICO no setor de Investigação e Desenvolvimento

Investigação e Desenvolvimento

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 4 18 14 64

Autonomia 6 38 23 32

Carga de Trabalho 3 40 42 16

Exigências Psicológicas 8 15 26 50

Variedade e Conteúdo do Trabalho 12 16 39 33

Participação e Supervisão 18 14 38 30

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

14 38 14 34

Desempenho de Papéis 4 8 49 39

Relações e Apoio Social 1 20 13 66

Tendo em conta os valores da Tabela 18, os resultados são concordantes com os resultados

apresentados anteriormente para o método QARPIS. De uma maneira geral os resultados são bastante

favoráveis para este setor, dado que a maioria se enquadra numa situação adequada ou associados a

uma percentagem risco moderado.

4.2.4. Destilaria

O setor da destilaria tem como principais atividades realizar a destilação dos efluentes (resíduos)

resultantes da produção, por forma a poderem ser recuperados e serem um resíduo valorizável que

possa ser reutilizado noutro tipo de indústria. É neste setor que se realiza a descarga de solventes para

o fornecimento em linha aos setores produtivos e a carga dos solventes destilados para serem

encaminhados para o operador de resíduos.

Os operadores da destilaria trabalham por turnos rotativos, de segunda-feira a sexta-feira. Este

é um setor que possui apenas quatro trabalhadores (um encarregado e três operadores de produção),

sendo que o operador durante o turno não pode abandonar o posto de trabalho por não ter qualquer

tipo de substituto.

QARPIS

Os resultados referentes ao QARPIS encontram-se agrupados na Tabela 19.

Tabela 19 - Resultados do QARPIS no setor da Destilaria

Destilaria

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

50 50 0 0

Formação, Informação e Comunicação

50 0 50 0

Gestão do Tempo 0 50 50 0

Coesão do Grupo 0 50 50 0

32

Analisando os resultados obtidos, nenhum resultado se encontra na escala do “Muito Adequado”.

Ao contrário do setor anterior, este demonstra resultados associados a um maior nível de risco. Isto

poderá ser devido a tratar-se um tipo de trabalho isolado, principalmente no turno da noite. O fato de

os trabalhadores não poderem abandonar o posto de trabalho, inclusive na hora da refeição, também

é um dos motivos para estes resultados. O fator Participação, Implicação e Responsabilidade apresenta

uma percentagem de risco de “Muito Inadequado” e “Inadequado” de 100%, o que se traduz num nível

de risco de risco muito elevado.

FPSICO

Os resultados para o FPSICO encontram-se agrupados na Tabela 20.

Tabela 20 - Resultados do FPSICO no setor da Destilaria

Destilaria

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 19 0 0 81

Autonomia 32 30 23 15

Carga de Trabalho 7 18 41 34

Exigências Psicológicas 17 17 23 44

Variedade e Conteúdo do Trabalho 11 7 39 43

Participação e Supervisão 57 7 23 14

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

56 25 13 6

Desempenho de Papéis 23 14 27 36

Relações e Apoio Social 13 5 5 78

Tal como se pode verificar na tabela acima, os fatores com os resultados associados a um maior

nível de risco são a Autonomia, a Participação e Supervisão e Interesse pelo Trabalhador e

Compensação. No entanto, apenas o Interesse pelo Trabalhador e Compensação, possuindo 81% de

respostas associadas a “Muito Elevado” e “Elevado”, apresenta um nível de risco elevado através do

seu perfil valorativo. Ambos os outros dois fatores mencionados encontram-se no limiar do nível de

risco adequado: Autonomia com 62% e Participação e Supervisão com 64% de respostas associadas

a um risco superior ou igual a elevado. Estes resultados encontram-se em concordância com os

resultados anteriormente referidos para o QARPIS.

4.2.5. Limpeza

O setor da limpeza engloba todas as tarefas de limpezas para a manutenção e conservação das

instalações, tendo em conta as necessidades de cada área e setor. Este é composto apenas por

elementos do género feminino.

QARPIS

Os resultados obtidos para este setor referentes ao segundo bloco do questionário, encontram-

se agrupados na seguinte tabela.

33

Tabela 21 - Resultados do QARPIS no setor da Limpeza

Limpeza

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

0 0 60 40

Formação, Informação e Comunicação

0 20 80 0

Gestão do Tempo 0 20 80 0

Coesão do Grupo 0 0 0 100

Através da observação dos resultados, verifica-se que este setor apresenta resultados que se

distribuem maioritariamente pelas classificações de “Adequado” e “Muito Adequado”.

FPSICO

Para a terceira e última parte do questionário, o bloco C, os resultados referentes ao setor da

limpeza encontram-se agrupados na seguinte tabela.

Tabela 22 - Resultados do FPSICO no setor da Limpeza

Limpeza

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 0 0 50 50

Autonomia 18 20 2 60

Carga de Trabalho 2 7 63 28

Exigências Psicológicas 5 24 20 51

Variedade e Conteúdo do Trabalho 14 0 0 86

Participação e Supervisão 16 35 20 29

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

28 0 40 33

Desempenho de Papéis 2 0 64 35

Relações e Apoio Social 4 0 24 73

Por observação direta da tabela apresentada, pode-se verificar que embora positivos, mais

detalhadamente pode-se visualizar que existem fatores que traduzem resultados menos positivos. Mais

especificamente a Participação e Supervisão, que apresenta uma percentagem de risco “Muito

Elevado” e “Elevado” de 51%, no entanto este fator está associado a um nível de risco adequado.

4.2.6. Armazém Geral

Este setor é responsável pela gestão, armazenamento, receção de todas as matérias primas e

outros materiais necessários ao funcionamento da empresa, garantindo a produção e o funcionamento

dos restantes setores. Na receção das matérias primas, realiza ainda amostragens das mesmas, sendo

estas são encaminhadas para o Controlo de Qualidade que realiza a análise e validação das matérias

primas de forma a assegurar a qualidade e confirmar os parâmetros exigidos para a produção.

34

QARPIS

Na próxima tabela, encontram-se os resultados associados à parte QARPIS do questionário,

para o setor do Armazém Geral.

Tabela 23 - Resultados do QARPIS no setor do Armazém Geral

Armazém Geral

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

20 80 0 0

Formação, Informação e Comunicação

0 40 0 60

Gestão do Tempo 0 60 40 0

Coesão do Grupo 0 60 0 40

Pode-se verificar que o fator Participação, Implicação e Responsabilidade possui 100% das

respostas distribuídas entre o “Muito Inadequado” e o “Inadequado”, o que está associado a um nível

de risco muito elevado. Este nível de risco está relacionado com a responsabilidade que recai sobres

estes trabalhadores em não existirem falhas de matérias para a produção, associada à continuidade

desta.

FPSICO

Os resultados associados ao FPSICO para o setor do Armazém Geral encontram-se na Tabela

24.

Tabela 24 - Resultados do FPSICO no setor do Armazém Geral

Armazém Geral

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 0 0 21 79

Autonomia 18 35 24 24

Carga de Trabalho 7 33 54 6

Exigências Psicológicas 3 32 42 22

Variedade e Conteúdo do Trabalho 14 37 34 14

Participação e Supervisão 9 47 9 35

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

18 48 13 23

Desempenho de Papéis 0 13 58 29

Relações e Apoio Social 7 22 29 42

Neste caso, o Interesse pelo Trabalhador e Compensação é o fator que, com 65% das respostas

distribuídas entre o risco “Muito Elevado” e o “Elevado”, encontra-se associado a um nível de risco

moderado e está em concordância com o resultado obtido no QARPIS, para o fator Participação,

Implicação e Responsabilidade.

35

4.2.7. Transformações Não Estéreis

Este é um dos setores produtivos da empresa. Este setor trabalha por turnos com descanso aos

fins-de-semana.

QARPIS

Os resultados para o QARPIS, encontram-se na Tabela 25.

Tabela 25 - Resultados do QARPIS no setor das Transformações Não Estéreis

Transformações Não Estéreis

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

33 40 27 0

Formação, Informação e Comunicação

0 33 27 40

Gestão do Tempo 27 47 27 0

Coesão do Grupo 7 13 53 27

Através da observação, pode-se concluir que os áreas-chave mais problemáticas são a

Participação, Implicação e Responsabilidade e a Gestão do Tempo, totalizando ambas uma

percentagem de 73% associada às classificações de “Muito Inadequado” e “Inadequado”. Estes fatores

estão associados, através do perfil valorativo, a um nível de risco elevado.

Estes valores obtidos devem-se à carga de trabalho inconstante que os operadores de produção

têm.

FPSICO

Os resultados obtidos para o método FPSICO encontram-se agrupados na seguinte tabela.

Tabela 26 - Resultados do FPSICO no setor das Transformações Não Estéreis

Transformações Não Estéreis Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 0 8 43 48

Autonomia 15 48 27 9

Carga de Trabalho 1 13 51 35

Exigências Psicológicas 10 22 31 37

Variedade e Conteúdo do Trabalho 10 29 36 26

Participação e Supervisão 28 25 20 27

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

8 31 25 36

Desempenho de Papéis 1 5 47 47

Relações e Apoio Social 10 10 20 60

Através da observação dos resultados do método FPSICO para este setor, pode-se observar

que, embora na grande maioria os resultados possuam uma maior distribuição para as situações de

risco moderado ou situação adequada, a Autonomia apresenta 64% das respostas distribuídas entre o

36

risco “Muito Elevado” e o “Elevado”. Apesar deste valor se encontrar associado a um nível de risco

adequado, deve-se ter em consideração dado que está no limiar do patamar (65%) do seu perfil

valorativo.

4.2.8. Manutenção

Este setor está encarregue pela manutenção de qualquer tipo de equipamento consoante a

necessidade. É composto por serralheiros, eletricistas e instrumentistas e ainda conta com a presença

de empresas externas. Os trabalhadores externos não foram contemplados com o questionário. Os

trabalhadores deste setor organizam as suas tarefas de acordo com as prioridades e exigências da

fábrica.

QARPIS

Os resultados do QARPIS para este setor encontram-se compilados na Tabela 27, sob a forma

de percentagem.

Tabela 27 - Resultados do QARPIS no setor da Manutenção

Manutenção

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

14 43 29 14

Formação, Informação e Comunicação

0 29 0 71

Gestão do Tempo 14 71 14 0

Coesão do Grupo 0 14 43 43

Através da análise dos resultados da tabela acima, o fator Gestão do Tempo tem associados

85% das respostas enquadradas no “Muito Inadequado” e “Inadequado”, sendo por isso classificado

com um nível de risco muito elevado. Os resultados obtidos estão relacionados com a diversidade de

tarefas e a urgência na resolução das mesmas. Existe outro fator a considerar, para justificar os

resultados obtidos, o imprevisto sem hora definida que origina uma disponibilidade muito grande por

parte dos trabalhadores deste setor.

FPSICO

Os resultados para o questionário FPSICO encontram-se na agrupados na tabela abaixo.

37

Tabela 28 - Resultados do FPSICO no setor da Manutenção

Manutenção

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 7 4 32 57

Autonomia 5 30 17 48

Carga de Trabalho 35 27 23 14

Exigências Psicológicas 2 8 44 45

Variedade e Conteúdo do Trabalho 2 20 20 57

Participação e Supervisão 13 29 29 30

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

25 47 7 20

Desempenho de Papéis 1 24 57 18

Relações e Apoio Social 4 13 19 64

Por observação dos valores da tabela, os pontos mais preocupantes são a Carga de Trabalho

(62% associados ao risco “Muito Elevado” e “Elevado”) e o Interesse pelo Trabalhador e Compensação

(72%). No entanto, através do perfil valorativo apenas o Interesse pelo Trabalhador e Compensação

está associado a um nível de risco moderado.

4.2.9. Serviços e Central de Vapor

Este setor é responsável por assegurar que as unidades de produção de vapor e ar comprimido

estão em funcionamento e produzem as quantidades necessárias para os setores produtivos de API’s.

O setor funciona com cinco turnos rotativos e folgas também rotativas, podendo os trabalhadores

trabalhar os fins-de-semana. À semelhança do setor da destilaria, os trabalhadores não podem

abandonar o posto de trabalho por se encontrar apenas um elemento a trabalhar por turno.

QARPIS

Os resultados associados ao QARPIS estão dispostos na Tabela 29.

Tabela 29 - Resultados do QARPIS no setor Serviços e Central de Vapor

Central de Vapor

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

20 80 0 0

Formação, Informação e Comunicação

0 20 80 0

Gestão do Tempo 0 60 40 0

Coesão do Grupo 0 60 40 0

Como se pode observar, o fator Participação, Implicação e Responsabilidade possui 100% de

respostas associadas às classificações de “Muito Inadequado” e “Inadequado”, como tal está associado

a um nível de risco muito elevado tendo em conta o perfil valorativo. Este risco está relacionado com a

38

com a constante permanência dos operários no posto de trabalho e com o isolamento face às restantes

0instalações da unidade fabril.

FPSICO

Para o setor Serviços e Central de Vapor, os resultados associados ao FPSICO encontram-se

agrupados na Tabela 30.

Tabela 30 - Resultados do FPSICO no setor Serviços e Central de Vapor

Central de Vapor

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 20 50 10 20

Autonomia 20 19 13 48

Carga de Trabalho 2 15 44 39

Exigências Psicológicas 0 17 23 60

Variedade e Conteúdo do Trabalho 51 6 9 34

Participação e Supervisão 49 22 4 25

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

30 33 18 20

Desempenho de Papéis 0 8 41 51

Relações e Apoio Social 16 4 13 67

No caso do questionário FPSICO, os fatores associados a um risco mais elevado são o Tempo

de Trabalho e a Participação e Supervisão. Contando com percentagens de risco associadas a “Muito

Elevado” e “Elevado” de 70% e 72%, respetivamente, ambos estes fatores estão associados a um nível

de risco moderado. Estes resultados são concordantes com os obtidos para o QARPIS.

4.2.10. Ambiente e Segurança

Este departamento está encarregue de todas as questões relacionadas com o ambiente e a

segurança ligados à empresa. A distribuição de equipamentos de proteção individuais (EPI’s) e a

verificação de requisitos aplicáveis das licenças ambientais são exemplos de tarefas associadas a este

departamento.

QARPIS

Os resultados do QARPIS associados a este departamento encontram-se agrupados na tabela

seguinte.

Tabela 31 - Resultados do QARPIS no departamento de Ambiente e Segurança

Ambiente e Segurança

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

33 56 11 0

Formação, Informação e Comunicação

0 22 44 33

Gestão do Tempo 11 56 22 11

Coesão do Grupo 11 56 33 0

39

Através da análise dos resultados pode-se verificar que três dos quatro fatores em estudo

apresentam classificações entre o “Muito Inadequado” e o “Inadequado” acima dos 65%. A

Participação, Implicação e Responsabilidade com 89% está associado a um nível de risco muito

elevado. Já a Gestão do Tempo e Coesão do Grupo, ambos com 67% estão associados a um nível de

risco moderado.

Tendo em conta que este é um setor que acumula uma grande responsabilidade com um elevado

número de tarefas, os resultados são um reflexo disto.

FPSICO

Os resultados para o FPSICO encontram-se agrupados, sob a forma de percentagem, na tabela

seguinte.

Tabela 32 - Resultados do FPSICO no departamento de Ambiente e Segurança

Ambiente e Segurança

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 14 11 19 56

Autonomia 9 30 27 35

Carga de Trabalho 25 38 24 13

Exigências Psicológicas 5 22 40 33

Variedade e Conteúdo do Trabalho 8 15 34 42

Participação e Supervisão 18 25 28 28

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

15 29 23 33

Desempenho de Papéis 1 14 72 14

Relações e Apoio Social 7 17 27 49

Ao contrário dos resultados obtidos anteriormente, para o FPSICO, não existe nenhum fator com

percentagem de risco “Elevado” ou “Muito Elevado” acima de 65%. No entanto, a Carga de Trabalho

apresenta um valor de 63%, que apesar de estar associado a um nível de risco adequado, está no

limiar, sendo necessário encontrar o equilíbrio entre os fatores identificados no QARPIS como

Participação, Implicação e Responsabilidade que apresenta um nível de risco muito elevado e o fator

Gestão de Tempo e a Carga de Trabalho do FPSICO.

4.2.11. Garantia da Qualidade

O departamento da garantia de qualidade é responsável pela verificação do cumprimento de

todas as normas e procedimentos envolvidos no sistema de gestão da qualidade. Este setor é

maioritariamente composto por técnicos.

QARPIS

Os resultados para o QARPIS encontram-se agrupados na seguinte tabela, sob a forma de

percentagem.

40

Tabela 33 - Resultados do QARPIS no setor da Garantida da Qualidade

Garantia da Qualidade

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

0 33 50 17

Formação, Informação e Comunicação

0 17 33 50

Gestão do Tempo 0 50 50 0

Coesão do Grupo 0 0 50 50

Observando os resultados obtidos através do QARPIS para este setor podemos verificar que a

grande maioria dos resultados se encontra entre uma classificação de “Adequado” ou “Muito

Adequado”.

FPSICO

Para o departamento da Garantia de Qualidade, os resultados associados ao FPSICO

encontram-se agrupados na Tabela 34.

Tabela 34 - Resultados do FPSICO no setor da Garantida da Qualidade

Garantia da Qualidade

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 0 25 29 46

Autonomia 2 11 27 61

Carga de Trabalho 9 44 38 9

Exigências Psicológicas 7 14 36 43

Variedade e Conteúdo do Trabalho 2 14 29 55

Participação e Supervisão 13 22 23 42

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

4 17 22 57

Desempenho de Papéis 2 2 38 59

Relações e Apoio Social 0 5 9 86

Como se pode observar, também através do FPSICO para este setor podemos verificar que a

grande maioria dos resultados se encontra entre uma classificação de “Moderado” ou “Adequado”.

Tendo isto em conta, para este setor estão associados níveis de risco adequados.

4.2.12. Controlo da Qualidade e Microbiologia

O controlo da qualidade e a microbiologia estão encarregues responsável por analisa e controlar

os produtos nas várias fases do processo de forma a verificar o cumprimento das especificações. Estes

setores são compostos por técnicos e analistas, podendo haver trabalho em regime de turnos.

QARPIS

Os resultados para referentes ao QARPIS para estes setores encontram-se na Tabela 35.

41

Tabela 35 - Resultados do QARPIS nos setores do Controlo da Qualidade e Microbiologia

Controlo da Qualidade e Microbiologia

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

15 69 15 0

Formação, Informação e Comunicação

8 15 62 15

Gestão do Tempo 8 46 46 0

Coesão do Grupo 0 23 23 54

Através da análise dos resultados obtidos, verifica-se que o fator Participação, Implicação e

Responsabilidade apresenta um valor de 84% associada às classificações de “Muito Inadequado” e

“Inadequado”, sendo de risco elevado. O fato de a maioria dos trabalhadores destes departamentos

serem analistas reflete o nível de risco associado, em virtude de estarem obrigados a seguir

documentos técnicos com regras rígidas e pré-definidas.

FPSICO

Os resultados associados ao FPSICO encontram-se agrupados na seguinte tabela:

Tabela 36 - Resultados do FPSICO nos setores do Controlo da Qualidade e Microbiologia

Controlo da Qualidade e Microbiologia

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 8 19 29 44

Autonomia 18 21 24 36

Carga de Trabalho 14 26 40 21

Exigências Psicológicas 8 20 33 39

Variedade e Conteúdo do Trabalho 5 15 37 44

Participação e Supervisão 12 27 29 32

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

18 26 25 30

Desempenho de Papéis 0 9 31 60

Relações e Apoio Social 4 6 17 72

Com base nos resultados obtidos para o FPSICO, para este setor podemos verificar que a grande

maioria dos resultados se encontra entre uma classificação de “Moderado” ou “Adequado”. Tendo isto

em conta, para este setor estão associados níveis de risco adequados. No entanto, tendo em conta

que a taxa de resposta associada a este setor foi baixa, estes resultados podem não espelhar a

realidade deste setor.

4.2.13. Síntese Química

A síntese química é o maior setor produtivo da empresa. Os operadores deste setor trabalham

por turnos rotativos, com seis dias de trabalho intercalados com dois dias de descanso.

42

QARPIS

Os resultados referentes ao QARPIS, encontram-se agrupados sob a forma de percentagem na

Tabela 37.

Tabela 37 - Resultados do QARPIS no setor da Síntese Química

Síntese Química

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

33 50 17 0

Formação, Informação e Comunicação

5 19 50 26

Gestão do Tempo 26 45 29 0

Coesão do Grupo 2 26 50 21

Tal como se pode observar, os parâmetros em estudo que estão associados a maiores

percentagens de risco “Muito Inadequado” e “Inadequado” são a Participação, Implicação e

Responsabilidade e a Gestão do Tempo, contado com 83% e 71%, respetivamente.

A Participação, Implicação e Responsabilidade está então associada a um nível de risco elevado.

Isto acontece devido à maioria dos elementos deste setor serem operadores de produção, e como tal

fazem horários pré estipulados e seguem documentos técnicos de trabalho definidos, diminuindo a sua

implicação e participação.

A Gestão de Tempo está associada a um nível de risco moderado, o que acontece devido a ser

um trabalho de produção com várias fases inconstantes e imprevisíveis em alguns casos. Tendo isso

em conta, a gestão do tempo é um fator difícil de controlar.

FPSICO

Os resultados do FPSICO encontram-se agrupados na tabela seguinte:

Tabela 38 - Resultados do FPSICO no setor da Síntese Química

Síntese Química

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 24 33 17 26

Autonomia 22 42 17 19

Carga de Trabalho 10 35 42 12

Exigências Psicológicas 8 15 35 42

Variedade e Conteúdo do Trabalho 9 20 36 36

Participação e Supervisão 33 22 10 36

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

10 28 26 36

Desempenho de Papéis 3 12 54 31

Relações e Apoio Social 8 10 21 61

43

Como se pode observar, dos fatores em estudo do FPSICO, aquele que tem uma maior

percentagem associada a um risco “Muito Elevado” e “Elevado” é a Autonomia, com 64%. Com base

no perfil valorativo, este fator encontra-se no limiar do risco adequado, não esquecendo que as suas

tarefas se encontram definidas e são estanques.

4.2.14. Fermentação Piloto

A fermentação piloto é também um dos setores produtivos da empresa. Este é composto por

alguns técnicos e operadores de produção, sendo que estes trabalham por turnos rotativos.

QARPIS

Para este setor, os resultados do QARPIS encontram-se na Tabela 39.

Tabela 39 - Resultados do QARPIS no setor da Fermentação Piloto

Fermentação Piloto

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

0 62 38 0

Formação, Informação e Comunicação

0 15 8 77

Gestão do Tempo 0 69 31 0

Coesão do Grupo 0 0 69 31

Como se pode observar através da tabela, a Participação, Implicação e Responsabilidade e a

Gestão do Tempo são os fatores com uma maior percentagem de risco “Muito Inadequado” e

“Inadequado” associada. Com 62% a Participação, Implicação e Responsabilidade está associada a

um nível de risco adequado, no entanto, com este valor está no limiar deste patamar e por esse motivo,

é um fator a ter em consideração. Já a Gestão de Tempo, com 69%, está associada a um nível de risco

moderado.

FPSICO

Os resultados para o FPSICO encontram-se agrupados, sob a forma de percentagem, na

seguinte tabela:

44

Tabela 40 - Resultados do FPSICO no setor da Fermentação Piloto

Fermentação Piloto

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 25 16 18 41

Autonomia 9 38 32 20

Carga de Trabalho 7 21 51 20

Exigências Psicológicas 4 18 24 53

Variedade e Conteúdo do Trabalho 5 14 40 41

Participação e Supervisão 5 33 26 36

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

5 28 19 48

Desempenho de Papéis 0 5 43 52

Relações e Apoio Social 8 5 14 72

Analisando os resultados, para o FPSICO podemos verificar que a grande maioria dos resultados

se encontra entre uma classificação de “Moderado” ou “Adequado”. Tendo isto em conta, para este

setor estão associados níveis de risco adequados.

4.2.15. Comparação entre fatores

Para comparar os resultados entre setores de uma maneira mais intuitiva, foram representados

individualmente os diversos fatores do QARPIS e do FPSICO para cada setor.

QARPIS

Os resultados associados a todos os setores, separados para cada fator do método QARPIS

encontram-se representados graficamente nas Figuras 20 a 23.

45

Figura 20 - Comparação dos resultados para o fator Participação, Implicação e Responsabilidade

Figura 21 – Comparação dos resultados para o fator Formação, Informação e Comunicação

Figura 22 - Comparação dos resultados para o fator Gestão de Tempo

Figura 23 - Comparação dos resultados para o fator Coesão de Grupo

Note-se que, o significado das legendas das imagens é o seguinte: DE – Engenharia; TNEs –

Transformações Não Estéreis; DAS- Ambiente e Segurança; SQ – Síntese Química; ID – Investigação

e Desenvolvimento; DF, RH, PP e Financeiro – Direção Fabril, Recursos Humanos, Planeamento e

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoInadequado

Inadequado Adequado MuitoAdequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoInadequado

Inadequado Adequado MuitoAdequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoInadequado

Inadequado Adequado MuitoAdequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoInadequado

Inadequado Adequado MuitoAdequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP

46

Produção e Departamento Financeiro; GQ – Garantia da Qualidade; FP – Fermentação Piloto; CQ e

Microbiologia – Controlo da Qualidade e Microbiologia.

No geral, os fatores com maiores percentagens de resposta associadas ao “Muito Inadequado”

e “Inadequado” são a Participação, Implicação e Responsabilidade e a Gestão de Tempo, como já era

esperado tendo em conta a análise dos resultados por setor.

Para a Participação, Implicação e Responsabilidade os setores com maiores níveis de risco

associados são a destilaria, o armazém geral e a central de vapor. Dado que este fator está relacionado

com o grau de liberdade e independência do trabalhador, estes setores são os que apresentam

cenários mais desfavoráveis devido ao trabalho isolado ou à falta de autonomia em tomar decisões

e/ou no controlo sobre as tarefas.

Já no caso da Gestão do Tempo, os setores com maiores níveis de risco associados são a

fermentação piloto, a síntese química, as transformações não estéreis e a manutenção. Este fator está

relacionado com a capacidade dos trabalhadores em gerir as tarefas ao longo da jornada de trabalho.

Nos setores associados à produção este é uma tarefa complicada de gerir, bem como no setor da

manutenção, tendo em conta a imprevisibilidade das tarefas.

FPSICO

Os resultados associados a todos os setores, separados para cada fator do método FPSICO

encontram-se representados graficamente nas Figuras 24 a 32.

Figura 24 - Comparação dos resultados para o fator Tempo de Trabalho

Figura 25 - Comparação dos resultados para o fator Autonomia

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP

47

Figura 26 - Comparação dos resultados para o fator Carga de Trabalho

Figura 27 - Comparação dos resultados para o fator Exigências Psicológicas

Figura 28 - Comparação dos resultados para o fator Variedade e Conteúdo do Trabalho

Figura 29 - Comparação dos resultados para o fator Participação e Supervisão

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

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gem

Avaliação do Risco

DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP

48

Figura 30 - Comparação dos resultados para o fator Interesse pelo Trabalhador e Compensação

Figura 31 - Comparação dos resultados para o fator Desempenho de Papéis

Figura 32 - Comparação dos resultados para o fator Relações e Apoio Social

Note-se que, o significado das legendas das imagens é o seguinte: DE – Engenharia; TNEs –

Transformações Não Estéreis; DAS- Ambiente e Segurança; SQ – Síntese Química; ID – Investigação

e Desenvolvimento; DF, RH, PP e Financeiro – Direção Fabril, Recursos Humanos, Planeamento e

Produção e Departamento Financeiro; GQ – Garantia da Qualidade; FP – Fermentação Piloto; CQ e

Microbiologia – Controlo da Qualidade e Microbiologia.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP

49

Através dos gráficos pode-se verificar que os fatores que apresentam percentagens mais

elevadas associadas a um risco “Muito Elevado” ou “Elevado” são a Autonomia, a Carga de Trabalho,

a Participação e Supervisão.

A Autonomia apresenta valores mais elevados para os setores onde a maioria são operadores

de produção, pelo que têm uma autonomia mais limitada. A par da Autonomia, também a Participação

e Supervisão apresenta valores de risco associados para estes setores.

No caso da Carga de Trabalho, este fator já engloba setores como a Garantia da Qualidade, a

Engenharia e até a Manutenção.

Apesar destes, há setores que se diferenciam com picos na classificação de risco muito elevado,

como é o caso da Central de Vapor para o fator Variedade e Conteúdo do Trabalho.

4.3. Função

A comparação dos resultados obtidos relativamente à função do trabalhador é importante no

contexto de riscos psicossociais para possibilitar a visualização da existência (ou não) de discrepâncias

entre postos de trabalho e, em caso positivo, quais são.

4.3.1. Administrativo

A função de um administrativo passa por acompanhar e ajudar na gestão do departamento ao

qual pertence.

QARPIS

Os resultados do QARPIS para a função de administrativo na empresa encontram-se agrupados

na Tabela 41, sob a forma de percentagem.

Tabela 41 - Resultados do QARPIS referentes à função de administrativo

Administrativo

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

25 38 25 13

Formação, Informação e Comunicação

13 25 25 38

Gestão do Tempo 0 25 63 13

Coesão do Grupo 0 25 38 38

Tal como se pode observar através da tabela acima, o fator que tem maior percentagem de

“Muito Inadequado” e “Inadequado” é a Participação, Implicação e Responsabilidade, com 63%. Tendo

em conta o perfil valorativo, esta é uma situação associada a um risco adequado, no entanto, é

necessário ter em conta que a percentagem associada está no limiar deste patamar.

FPSICO

Os resultados do FPSICO encontram-se dispostos na Tabela 42.

50

Tabela 42 - Resultados do FPSICO referentes à função de administrativo

Administrativo

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 0 0 3 97

Autonomia 7 38 15 40

Carga de Trabalho 19 29 37 15

Exigências Psicológicas 10 28 27 35

Variedade e Conteúdo do Trabalho 11 23 34 32

Participação e Supervisão 15 43 17 24

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

27 29 21 24

Desempenho de Papéis 0 2 66 32

Relações e Apoio Social 8 6 17 69

Como se pode observar, também através do FPSICO para este setor podemos verificar que a

grande maioria dos resultados se encontra entre uma classificação de “Moderado” ou “Adequado”.

Tendo isto em conta, para este setor estão associados níveis de risco adequados.

4.3.2. Analista

O analista tem como função a realização de testes laboratoriais de modo a poder verificar se as

características do produto se encontram dentro das especificações. Esta função enquadra-se

sobretudo no setor do Controlo da Qualidade.

QARPIS

Os resultados do QARPIS para esta função encontram-se na tabela seguinte:

Tabela 43 - Resultados do QARPIS referentes à função de analista

Analista

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

29 57 14 0

Formação, Informação e Comunicação

0 14 57 29

Gestão do Tempo 0 71 29 0

Coesão do Grupo 0 14 29 57

Como se pode verificar, os fatores com classificações mais altas de “Muito Inadequado” e

“Inadequado” são a Participação, Implicação e Responsabilidade a Gestão do Tempo. Com

percentagens de 86% e 71%, respetivamente, estes fatores estão associados a um nível de risco muito

elevado e moderado.

FPSICO

Os resultados do FPSICO encontram-se agrupados na Tabela 44.

51

Tabela 44 - Resultados do FPSICO referentes à função de analista

Analista

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 11 29 25 36

Autonomia 23 33 20 23

Carga de Trabalho 11 28 39 23

Exigências Psicológicas 8 16 34 42

Variedade e Conteúdo do Trabalho 0 13 44 44

Participação e Supervisão 10 27 24 39

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

6 15 35 44

Desempenho de Papéis 0 9 32 59

Relações e Apoio Social 7 7 9 77

Observando os resultados, vê-se que a maioria dos resultados se enquadra na classificação de

risco “Moderado” e “Adequado”.

4.3.3. Chefe de Setor/Departamento

O chefe de setor/departamento tem como função gerir, acompanhar e manter informado o seu

setor e departamento. Esta é uma função com um nível de responsabilidade acima das funções já

mencionadas anteriormente.

QARPIS

Os resultados do QARPIS para o a função de chefe de setor/departamento encontram-se

agrupados na Tabela 45.

Tabela 45 - Resultados do QARPIS referentes à função de chefe de setor/departamento

Chefe de Setor/Departamento

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

0 50 40 10

Formação, Informação e Comunicação

0 20 20 60

Gestão do Tempo 0 50 40 10

Coesão do Grupo 0 20 30 50

Observando os resultados obtidos, pode-se verificar que todos os fatores se enquadram num

nível de risco adequado.

FPSICO

Por sua vez, os resultados do FPSICO encontram-se na tabela seguinte.

52

Tabela 46 - Resultados do FPSICO referentes à função de chefe de setor/departamento

Chefe de Setor/Departamento

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 0 18 23 60

Autonomia 3 15 17 65

Carga de Trabalho 16 42 35 7

Exigências Psicológicas 4 18 43 34

Variedade e Conteúdo do Trabalho 4 13 29 54

Participação e Supervisão 3 14 40 43

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

9 25 24 43

Desempenho de Papéis 1 8 53 38

Relações e Apoio Social 6 9 19 65

Mais uma vez, os resultados do FPSICO para esta função estão todos associados a um nível de

risco adequado. Ainda assim, com 58% a Carga de Trabalho é o fator que apresenta uma maior

percentagem associada às classificações de “Muito Elevado” e “Elevado”.

4.3.4. Chefe de Turno

O chefe de turno tem como função principal organizar e distribuir as tarefas dos operadores do

seu turno, ajudando-os com as mesmas.

QARPIS

Os resultados do QARPIS para a função de chefe de turno encontram-se na tabela abaixo:

Tabela 47 - Resultados do QARPIS referentes à função de chefe de turno

Chefe de Turno

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

35 47 18 0

Formação, Informação e Comunicação

18 18 35 29

Gestão do Tempo 18 59 24 0

Coesão do Grupo 6 12 65 18

Como se pode observar, os fatores que têm associados percentagens superiores de

classificação “Muito Inadequado” e “Inadequado” são a Participação, Implicação e Responsabilidade e

a Gestão do Tempo. Ambos os fatores com 82% e 76%, respetivamente, estão associados a um nível

de risco elevado.

FPSICO

Os resultados do FPSICO encontram-se agrupados, sob a forma de percentagem, na Tabela 48.

53

Tabela 48 - Resultados do FPSICO referentes à função de chefe de turno

Chefe de Turno

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 31 18 19 32

Autonomia 17 40 22 23

Carga de Trabalho 9 26 48 18

Exigências Psicológicas 7 13 37 44

Variedade e Conteúdo do Trabalho 9 22 33 36

Participação e Supervisão 27 30 15 29

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

19 35 19 28

Desempenho de Papéis 3 12 53 31

Relações e Apoio Social 9 12 22 56

Analisando os resultados, observa-se que a maioria se enquadra na classificação de risco

“Moderado” e “Adequado”.

4.3.5. Encarregado

O encarregado tem como função passar o trabalho para os chefes de turno e tomar decisões

referentes ao mesmo, quando necessário.

QARPIS

Os resultados do QARPIS encontram-se dispostos na Tabela 49.

Tabela 49 - Resultados do QARPIS referentes à função de encarregado

Encarregado

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

10 60 20 10

Formação, Informação e Comunicação

0 10 20 70

Gestão do Tempo 10 70 20 0

Coesão do Grupo 0 40 40 20

Mais uma vez, os fatores que têm associados percentagens superiores de classificação “Muito

Inadequado” e “Inadequado” são a Participação, Implicação e Responsabilidade e a Gestão do Tempo.

Com 70% a PIR está associada a um nível de risco moderado e, com 80%, a GT está associada a um

nível de risco elevado.

FPSICO

Para o FPSICO os resultados estão agrupados na seguinte tabela:

54

Tabela 50 - Resultados do FPSICO referentes à função de encarregado

Encarregado

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 13 23 15 50

Autonomia 4 31 38 27

Carga de Trabalho 25 38 27 9

Exigências Psicológicas 2 18 48 33

Variedade e Conteúdo do Trabalho 6 17 31 46

Participação e Supervisão 13 17 41 29

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

9 22 28 42

Desempenho de Papéis 0 10 63 27

Relações e Apoio Social 9 10 19 62

Observando os resultados, vê-se que a maioria dos resultados se enquadra na classificação de

risco “Moderado” e “Adequado”.

4.3.6. Operador de Produção

O operador de produção abrange todos os tipos de operadores da empresa (limpeza, produção,

eletricistas, etc).

QARPIS

Os resultados do QARPIS para a função de operador de produção encontram-se dispostos na

Tabela 51.

Tabela 51 - Resultados do QARPIS referentes à função de operador de produção

Operador de Produção

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

28 52 17 3

Formação, Informação e Comunicação

3 25 48 25

Gestão do Tempo 22 45 32 2

Coesão do Grupo 2 28 42 29

Os fatores que têm associados percentagens superiores de classificação “Muito Inadequado” e

“Inadequado” são a Participação, Implicação e Responsabilidade e a Gestão do Tempo. O fator PIR,

contando com 80% está associado a um nível de risco elevado. Já o fator GT, com 67% está associado

a um nível de risco moderado.

FPSICO

Os resultados do FPSICO para esta função encontram-se agrupados, sob a forma de

percentagem, na seguinte tabela:

55

Tabela 52 - Resultados do FPSICO referentes à função de operador de produção

Operador de Produção

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 16 25 22 37

Autonomia 23 41 14 22

Carga de Trabalho 8 23 45 24

Exigências Psicológicas 9 20 26 45

Variedade e Conteúdo do Trabalho 14 19 29 38

Participação e Supervisão 32 27 8 32

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

17 28 22 33

Desempenho de Papéis 4 9 47 40

Relações e Apoio Social 8 10 17 65

Os resultados do FPSICO para esta função estão todos associados a um nível de risco

adequado. O fator Autonomia é o que apresenta uma maior percentagem associada às classificações

de “Muito Elevado” e “Elevado”, apresentando no total 64% está associado a um nível de risco

adequado, no entanto encontra-se no limiar deste patamar segundo o perfil valorativo.

4.3.7. Técnico

O técnico tem conhecimentos específicos na área em que trabalha, tendo como responsabilidade

identificar normas aplicáveis, elaborar documentos, implementar soluções para a melhoria continua e

assegurar que a atividade da empresa se desenvolve dentro dos regulamentos aplicáveis.

QARPIS

Os resultados do QARPIS para a função de técnico encontram-se dispostos na Tabela 53.

Tabela 53 - Resultados do QARPIS referentes à função de técnico

Técnico

Classificação (%)

Muito Inadequado

Inadequado Adequado Muito Adequado

Participação, Implicação e Responsabilidade

14 46 39 0

Formação, Informação e Comunicação

4 18 32 46

Gestão do Tempo 4 36 61 0

Coesão do Grupo 4 21 43 32

Como se pode verificar através da tabela, para esta função, todos os fatores em estudo do

QARPIS apresentam a maioria da sua distribuição de respostas entre classificações de “Adequado” e

“Muito Adequado”. Com 60% a Participação, Implicação e Responsabilidade é o fator que apresenta

uma maior percentagem associada às classificações de “Muito Inadequado” e “Inadequado”.

FPSICO

Os resultados do FPSICO, encontram-se agrupados, sob a forma de percentagem, na seguinte

tabela:

56

Tabela 54 - Resultados do FPSICO referentes à função de técnico

Técnico

Risco (%)

Muito Elevado

Elevado Moderado Adequado

Tempo de Trabalho 1 11 34 54

Autonomia 4 22 39 35

Carga de Trabalho 12 39 39 10

Exigências Psicológicas 4 13 38 45

Variedade e Conteúdo do Trabalho 5 17 42 37

Participação e Supervisão 13 21 35 31

Interesse pelo Trabalhador e Compensação

9 39 20 32

Desempenho de Papéis 0 11 49 40

Relações e Apoio Social 1 12 24 63

Novamente, por análise dos resultados dispostos na tabela pode-se verificar que a maioria dos

resultados se enquadra na classificação de risco “Moderado” e “Adequado”.

4.3.8. Comparação entre fatores

Para comparar os resultados entre funções de uma maneira mais intuitiva (por exemplo, entre

cargos de chefia e cargos de operado de produção), foram representados individualmente os diversos

fatores do QARPIS e do FPSICO para cada função.

QARPIS

Os resultados associados a todas as funções, separados para cada fator do método QARPIS

encontram-se representados graficamente nas Figuras 33 a 36.

Figura 33 - Comparação dos resultados para o fator Participação, Implicação e Responsabilidade

Figura 34 - Comparação dos resultados para o fator Formação, Informação e Comunicação

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoInadequado

Inadequado Adequado MuitoAdequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Administrativo Analista

Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno

Encarregado Operador de Produção

Técnico

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoInadequado

Inadequado Adequado MuitoAdequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Administrativo Analista

Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno

Encarregado Operador de Produção

Técnico

57

Figura 35 - Comparação dos resultados para o fator

Gestão de Tempo

Figura 36 - Comparação dos resultados para o fator

Coesão do Grupo

Como se pode verificar, à semelhança do que foi verificado para cada uma das funções

individualmente, os fatores com maiores percentagens de “Muito Inadequado” e “Inadequado”

associadas são a Participação, Implicação e Responsabilidade e a Gestão de Tempo.

No caso da Participação, Implicação e Responsabilidade, as funções com os valores mais

elevados são as de analista, de chefe de turno e de operador de produção. Sendo este um fator

relacionado com autonomia, iniciativa e supervisão, estes valores associados aos operadores de

produção e analistas são justificados pela necessidade de seguir metodologias e procedimentos já

estipulador. No caso dos chefes de turno, para além de terem uma responsabilidade acrescida,

acontece o mesmo que nos casos anteriores.

Para o caso da Gestão de Tempo, as funções com os valores mais elevados são as de analista,

de chefe de turno e de encarregado. Tendo em conta que este fator está associado ao ritmo e carga

de trabalho e nível de autonomia para escolher, por exemplo, período de férias conforme as

necessidades pessoais, e dado que estes são três funções diretamente ligadas com a produção o nível

de risco associado encontra-se ligado a estes motivos.

FPSICO

Os resultados associados a todas as funções, separados para cada fator do método FPSICO

encontram-se representados graficamente nas Figuras 37 a 44.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoInadequado

Inadequado Adequado MuitoAdequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Administrativo Analista

Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno

Encarregado Operador de Produção

Técnico

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MuitoInadequado

Inadequado Adequado MuitoAdequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Administrativo Analista

Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno

Encarregado Operador de Produção

Técnico

58

Figura 37 - Comparação dos resultados para

o fator Tempo de Trabalho

Figura 38 - Comparação dos resultados para

o fator Autonomia

Figura 39 - Comparação dos resultados para

o fator Carga de Trabalho

Figura 40 - Comparação dos resultados para

o fator Exigências Psicológicas

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Administrativo Analista

Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno

Encarregado Operador de Produção

Técnico

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Administrativo Analista

Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno

Encarregado Operador de Produção

Técnico

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Administrativo Analista

Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno

Encarregado Operador de Produção

Técnico

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Administrativo Analista

Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno

Encarregado Operador de Produção

Técnico

59

Figura 41 - Comparação dos resultados para

o fator Variedade e Conteúdo do Trabalho

Figura 42 - Comparação dos resultados para

o fator Participação e Supervisão

Figura 43 - Comparação dos resultados para

o fator Interesse pelo Trabalhador e Compensação

Figura 44 - Comparação dos resultados para

o fator Desempenho de Papéis

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Administrativo Analista

Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno

Encarregado Operador de Produção

Técnico

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Administrativo Analista

Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno

Encarregado Operador de Produção

Técnico

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Administrativo Analista

Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno

Encarregado Operador de Produção

Técnico

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Administrativo Analista

Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno

Encarregado Operador de Produção

Técnico

60

Figura 45 - Comparação dos resultados para

o fator Relações e Apoio Social

No seguimento das figuras anteriores, pode-se concluir que os fatores do FPSICO que têm

maiores percentagens associadas a “Muito Elevado” e “Elevado” são a Carga de Trabalho, a Autonomia

e a Participação e Supervisão.

No caso da Carga de Trabalho e da Autonomia, as funções com valores mais altos associados

a este fator são: analista, chefe de turno e operador de produção. Tendo em conta que são três funções

ligadas diretamente à produção, a obrigação de seguir metodologias e procedimentos influencia

diretamente estes resultados. Também a carga de trabalho a que estão expostos é superior.

Para a Participação e Supervisão, as funções com valores mais altos associados a este fator

são: administrativo, chefe de turno e operador de produção. Dado que este fator está relacionado com

as formas de controlo sobre o trabalhador, estas são funções constantemente supervisionadas, daí

possuírem maiores percentagens de “Muito Elevado” e “Elevado” associadas.

4.4. Assédio Moral

Isoladamente, o QARPIS possui uma área-chave denominada de Assédio Moral, que agrupa

apenas três questões (28, 29 e 30 do questionário, ver ANEXO I).

Como tal, os resultados encontram-se no gráfico de barras da Figura 46.

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

MuitoElevado

Elevado Moderado Adequado

Perc

enta

gem

Avaliação do Risco

Administrativo Analista

Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno

Encarregado Operador de Produção

Técnico

61

Figura 46 – Resultados do QARPIS para o Assédio Moral

Através da observação dos resultados, pode-se verificar que a grande maioria dos resultados

(97%) se encontra entre as classificações de “Muito Adequado” e “Adequado”. Como tal, verifica-se

que este fator se encontra adequado e não será necessária uma avaliação complementar mais

exaustiva.

4.5. Considerações Finais

Nas tabelas seguintes, encontram-se compilados os fatores em estudo associados a níveis de

risco não adequados por género, setor e função, respetivamente.

Tabela 55 – Fatores associados a um nível de risco não adequado por género

Fator Género

Participação, Implicação e Responsabilidade Feminino, Masculino

Gestão do Tempo Masculino

73%

25%

3%0%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Muito Adequado Adequado Inadequado Muito Inadequado

Pe

rce

nta

ge

m

Classificação

62

Tabela 56 - Fatores associados a um nível de risco não adequado por setor/departamento

Fator Setor/Departamento

Participação,

Implicação e

Responsabilidade

Direção Fabril, Recursos Humanos, Departamento Financeiro, Produção e

Planeamento, Engenharia, Investigação e Desenvolvimento, Destilaria,

Armazém Geral, Transformações Não Estéreis, Central de Vapor,

Ambiente e Segurança, Controlo da Qualidade, Síntese Química,

Fermentação Piloto

Gestão do Tempo Transformações Não Estéreis, Manutenção, Ambiente e Segurança,

Síntese Química, Fermentação Piloto

Coesão do Grupo Ambiente e Segurança

Tempo de Trabalho Central de Vapor

Autonomia Destilaria, Transformações Não Estéreis, Síntese Química

Carga de Trabalho Direção Fabril, Recursos Humanos, Departamento Financeiro, Produção e

Planeamento, Engenharia, Manutenção, Ambiente e Segurança

Participação e

Supervisão

Central de Vapor

Interesse pelo

Trabalhador e

Compensação

Engenharia, Destilaria, Armazém Geral, Manutenção

Tabela 57 - Fatores associados a um nível de risco não adequado por função

Fator Função

Participação, Implicação e

Responsabilidade

Administrativo, Analista, Chefe de Turno, Encarregado,

Operador de Produção

Gestão de Tempo Encarregado, Operador de Produção

Autonomia Operador de Produção

Carga de Trabalho Chefe de Setor/Departamento

Como se pode verificar através das Tabelas 55, 56 e 57, os fatores que estão associados a níveis

de risco não adequados são, no caso do QARPIS a Participação, Implicação e Responsabilidade, a

Gestão do Tempo e a Coesão do Grupo e, no caso do FPSICO, são o Tempo de Trabalho, a Autonomia,

a Carga de Trabalho, a Participação e Supervisão e o Interesse pelo Trabalhador e Compensação.

63

5. Conclusões

Após a interpretação e discussão de resultados, verificou-se que cerca de um terço da população

em estudo é do género feminino e que 72% do total desta população apresenta um nível de cansaço

igual ou superior a 7 após a jornada de trabalho, o que pode indicar exaustão.

Verificou-se que fatores como a Formação, Informação e Comunicação, a Coesão de Grupo,

Desempenho de Papéis e Relações e Apoio Social estão associados a situações adequadas.

Os fatores de risco psicossocial são a Participação, Implicação e Responsabilidade, a Gestão do

Tempo, a Autonomia, a Carga de Trabalho e o Interesse pelo Trabalhador. Todos estes fatores de risco

estão interligados e, como tal, ao trabalhar um deles a influencia sobre os outros é inevitável. Por

exemplo, ao definir corretamente a carga e trabalho ao longo da jornada de trabalho, estaremos

também a melhorar o campo “Gestão do Tempo”. Embora sejam cinco os fatores considerados de

risco, a prevenção dos riscos psicossociais passa por todos os fatores e, como tal, de seguida

apresentam-se algumas recomendações e sugestões de melhoria para cada um dos fatores abordados

tanto para o QARPIS, como para o FPSICO.

De seguida, encontram-se as recomendações e sugestões de melhoria para o caso do QARPIS.

Participação, Implicação e Responsabilidade:

→ Evitar a supervisão excessiva por parte dos sistemas de controlo, proporcionando ao

trabalhador, sempre que possível, um maior controlo sobre as próprias tarefas;

→ Sensibilizar os trabalhadores para a importância das tarefas que realizam.

Formação, Informação e Comunicação:

→ Assegurar uma informação clara das tarefas que devem desempenhar, bem como os

métodos, tempos, quantidade e qualidade esperados;

→ Proporcionar uma formação a toda a cadeia hierárquica sobre gestão do tempo e

liderança, fomentando a participação dos trabalhadores;

→ Garantir que os meios de transmissão da informação sejam claros de modo a evitar a

distorção da informação.

Gestão do Tempo:

→ Estabelecer um sistema que permita ao trabalhador conhecer o rendimento, o trabalho

pendente e o tempo disponível para o realizar, nas funções onde for adequado.

Coesão do Grupo:

→ Prestar atenção ao apoio social que os trabalhadores recebem dos seus superiores

hierárquicos.

Analogamente, as recomendações e sugestões de melhoria no caso do FPSICO são as

seguintes:

64

Tempo de trabalho:

→ Criação de mecanismos que permitam a participação dos trabalhadores na organização

de horários de trabalho/dias de descanso.

Autonomia:

→ Manter os objetivos a alcançar claros, permitindo ao trabalhador estabelecer o seu ritmo

de trabalho;

→ Prestar atenção em particular aos postos de trabalho onde o ritmo de trabalho é imposto

por fatores externos.

Carga de Trabalho:

→ Avaliar se os tempos designados a cada tarefa são adequados em função da sua

dificuldade, quantidade e alocação de recursos;

→ Adaptar a carga de trabalho, tanto física como mental, às capacidades do trabalhador.

Exigências Psicológicas:

→ Fomentar o trabalho de equipa e a comunicação entre trabalhadores e chefias;

→ Reduzir as exigências psicológicas no trabalho, com recurso à política de combate ao

stress, assédio moral e assédio sexual.

Variedade e Conteúdo do Trabalho:

→ Reconhecer adequadamente o trabalho realizado;

→ Proporcionar tarefas que impliquem desafios, utilizando as competências dos

trabalhadores, evitando o trabalho monótono.

Participação e Supervisão:

→ Flexibilizar progressivamente a supervisão, promovendo a responsabilidade individual

sempre que possível;

→ Criação de indicadores de desempenho que reconheçam o trabalho, especialmente no

caso dos postos de trabalho isolados.

Interesse pelo Trabalhador e Compensação:

→ Manter o trabalhador informado sobe as políticas estratégicas da empresa e

oportunidades de desenvolvimento profissional;

→ Assegurar uma oferta de formação contínua e adequada ao objetivo profissional.

Desempenho de Papéis:

→ Definir as funções e competências esperadas para cada posto de trabalho, de uma forma

clara;

65

→ Estabelecer uma comunicação clara, garantindo que as informações são bem

compreendidas.

Relações e Apoio Social:

→ Contribuir para um ambiente de trabalho amistoso, garantindo que as pessoas são

tratadas de forma justa e não são discriminadas;

→ Reforço da divulgação a todos os trabalhadores e colaboradores externos da empresa

do documento “Código de Boa Conduta para a Prevenção e Combate ao Assédio no

Trabalho”;

→ Eliminar a concorrência entre trabalhadores e/ou departamentos, promovendo o espírito

de equipa.

Uma medida generalista foi o desenvolvimento de um folheto para distribuição pelos

trabalhadores com o intuito da divulgação do estudo.

Este estudo contribuiu para uma identificação e avaliação da exposição dos trabalhadores aos

riscos psicossociais. Contribuiu também para a consciencialização por parte dos trabalhadores da

temática em estudo e para o desenvolvimento de medidas preventivas que visam o bem-estar dos

mesmos, dado que até ao momento não tinha sido feita nenhum tipo de avaliação de riscos

psicossociais.

Após a implementação das medidas de prevenção e controlo dos riscos psicossociais deverá ser

realizada uma nova avaliação de risco, de modo a entender o impacto das mesmas na redução do nível

de risco dentro da organização.

66

6. Bibliografia

[1] Artigo 281º do Código do Trabalho: Princípios gerais em matéria de segurança e saúde no

trabalho; Livro I; Título II; Capítulo IV – Prevenção e reparação de acidentes de trabalho e doenças

profissionais.

[2] Quem somos. ACT. Disponível em: <http://www.act.gov.pt/(pt-

PT)/SobreACT/QuemSomos/Paginas/default.aspx>. Acesso em: 20 de abril de 2019.

[3] O que fazemos. EU-OSHA. Disponível em: <https://osha.europa.eu/pt/about-eu-osha/what-we-

do>. Acesso em: 9 de outubro de 2018.

[4] Estratégias SST. EU-OSHA. Disponível em <https://osha.europa.eu/pt/safety-and-health-

legislation-osh-strategies>. Acesso em: 17 de outubro de 2018.

[5] O que fazemos. APSEI. Disponível em < https://www.apsei.org.pt/apsei/ambito-organizacao/>.

Acesso em: 19 de abril de 2019.

[6] Riscos psicossociais e stresse no trabalho. EU-OSHA. Disponível em:

https://osha.europa.eu/pt/themes/psychosocial-risks-and-stress. Acesso em: 17 de outubro de 2018.

[7] Neto, H. e Areosa J., Arezes P. (2014). Riscos Psicossociais no Trabalho: Enquadramento

Conceptual In Neto H., Areosa J. e Arezes J. (Eds) - Manual sobre Riscos Psicossociais no Trabalho,

Porto: Civeri Publishing. Pp. 5-47.

[8] Neto, H. (2016). Avaliação e Gestão de Riscos Psicossociais no Trabalho. RICOT. Disponível em:

<http://www.ricot.com.pt>. Acesso em 17 de outubro de 2018.

[9] Ordem dos psicólogos Portugueses (2015). Enquadramento Legal da Saúde Ocupacional em

Portugal – A Figura do Psicólogo do Trabalho. Lisboa.

[10] Lei n.º 102/2009, de 10 de Setembro. PGDL. Disponível em:

<http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=1158&tabela=leis>. Acesso em: 23 de

abril de 2019.

[11] Organization, World Health, Health Impact of Psychosocial Hazards at Work: An Overview

(2010). Disponível em: https://www.who.int/occupational_health/publications/hazardpsychosocial/en/.

Acesso em: 4 de dezembro de 2019.

[12] Trabalhadores saudáveis, empresas prósperas — Guia prático para o bem-estar no trabalho. EU-

OSHA. Disponível em: https://osha.europa.eu/pt/tools-and-publications/publications/healthy-workers-

thriving-companies-practical-guide-wellbeing/view. Acesso em: 17 de dezembro de 2018.

[13] Neto, H. (2014). Metodologias agregadas de avaliação de riscos psicossociais In Neto H.,

Areosa J. e Arezes J. (Eds) - Manual sobre Riscos Psicossociais no Trabalho, Porto: Civeri Publishing.

Pp. 295-332.

67

[14] Barros-Duarte, C., Cunha L. e Lacomblez M. (2007). INSAT - uma proposta metodológica para

análise dos efeitos das condições de trabalho sobre a saúde. Laboreal, Volume III: pp 54-62.

[15] Neto, H. e Areosa J., Arezes P. (2014). Versão Portuguesa do Copenhagen Psychosocial

Questionnaire – COPSOQ II In Silva C., Bem-Haja P., Amaral V., et al. (Eds) - Manual sobre Riscos

Psicossociais no Trabalho, Porto: Civeri Publishing. Pp. 347-369.

[16] Lahera, M., Nogareda, C. (2009). El método del INSL para la identificación y evaluación de

factores psicosociales. Instituto Nacional de Seguridad e Higiene el el Trabajo. Disponível em:

http://www.insht.es/InshtWeb/Contenidos/Documentacion/FichasTecnicas/NTP/Ficheros/821a921/840

%20web%20.pdf. Acesso em: 2 de janeiro de 2019.

[17] Lahera, M., Yerro, J. (2002). Factores Psicossociales: Identificación de situaciones de riego.

Instituto Navarro de Salud Laboral. Disponível em:

https://w3.ual.es/GruposInv/Prevencion/evaluacion/procedimiento/F.%20Factores%20Psicosociales.p

df. Acesso em: 2 de janeiro de 2019.

[18] Bilbao, J., Cuixart C. (2012). Factores psicosociales: metodologia de evaluación. Instituto

Nacional de Seguridad e Higiene el el Trabajo. Disponível em:

http://www.insht.es/InshtWeb/Contenidos/Documentacion/NTP/NTP/926a937/926w.pdf. Acesso em 11

de janeiro de 2019.

68

Anexos

Anexo I – Questionário

Bloco A – Dados Socioprofissionais

1. Sexo:

Masculino

Feminino

2. Idade: ___

3. Habilitações Académicas: __________________________________________

4. Atividade Profissional:

Administrativo

Analista

Chefe de Departamento

Chefe de Setor

Chefe de Turno

Contabilista

Diretor

Eletricista

Encarregado

Fogueiro

Operador de produção (armazém, laboratório, lavagem, limpeza, etc.).

Serralheiro

Supervisor de produção

Técnico

5. Número médio de horas diárias de trabalho (tome por referência os últimos 3 meses):

__________________

6. Faz turnos?

Não

Sim.

Fixos

Rotativos

7. Padece de alguma doença ou lesão?

Não

Sim. Qual(is)? ______________________________________________

8. Tem problemas em dormir?

Não

Sim. Porquê? ______________________________________________

9. O seu posto de trabalho foi alvo de uma avaliação de riscos?

Não

Sim

10. Teve acesso à ficha de riscos do seu posto de trabalho?

Não

Sim.

11. No caso de ter respondido afirmativamente à questão 10, nesta ficha de riscos constavam

fatores de risco psicossociais?

Não

Sim

Não sei identificar

12. Alguma vez teve formação sobre riscos psicossociais do trabalho dada pela empresa?

Não.

Sim. Qual(is)? ______________________________________________

69

13. De 0 a 10, onde 0 representa nada cansado/a e 10 representa extremamente cansado/a,

indique o nível geral de cansaço que costuma sentir antes de uma jornada/dia de trabalho?

_____________

14. De 0 a 10, onde 0 representa nada cansado/a e 10 representa extremamente cansado/a,

indique o nível geral de cansaço que costuma sentir depois de uma jornada/dia de trabalho?

_____________

Bloco B – Questionário de Avaliação de Riscos Psicossociais e Identificação de

Situações de risco (QARPIS)

PARA AS QUESTÕES SEGUINTES SELECIONE COM UMA CRUZ (X) UMA E APENAS UMA ALÍNEA COMO

RESPOSTA. CASO TENHA ALGUMA DÚVIDA OU INDECISÃO EM RELAÇÃO À RESPOSTA QUE DEVE COLOCAR,

UTILIZE O ESPAÇO REFERENTE ÀS OBSERVAÇÕES PARA EXPOR A MESMA.

1. Dispõe de liberdade para decidir como fazer o seu trabalho?

Não

Sim,

ocasionalmente

quando a tarefa o permite

é a prática habitual

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

2. Existe um procedimento de atenção às sugestões e/ou reclamações efetuadas pelas/os

trabalhadoras/es?

Não

Sim,

mas não se utiliza

utiliza-se ocasionalmente

utiliza-se habitualmente

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

3. Tem possibilidade de exercer controlo sobre o seu ritmo de trabalho?

Não

Sim,

ocasionalmente

habitualmente

posso adiantar para depois ter descanso

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

70

4. Dispõe de informação e meios necessários para exercer o seu trabalho?

Não

Sim,

ocasionalmente

habitualmente

sempre

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

5. Na entrada de novas/os trabalhadoras/es existe informação sobre riscos gerais e específicos

dos postos de trabalho que vão ocupar?

Não

Sim,

oralmente

por escrito

por escrito e oralmente

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

6. Quando necessita de ajuda ou tem dúvidas, recorre a quem?

Colega de posto de trabalho

Pessoa designada

Chefia

Não tem essa opção

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

7. Quando há situações de conflitualidade entre trabalhadores, estas procuram-se resolver de

maneira aberta e clara?

Não

Sim,

com a intervenção de chefias

entre as pessoas envolvidas

mediante outros procedimentos

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

71

8. Pode escolher os seus dias de férias?

Não, a empresa tem períodos fixos

Não, são distribuídos os períodos sem ter em conta a necessidade dos trabalhadores

Sim, podendo-se ou não conceder a exigência do trabalhador

Sim, os trabalhadores organizam os períodos, tendo em conta a necessidade do

serviço.

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

9. Intervém e/ou corrige os incidentes no seu posto de trabalho (produtos, equipamentos, etc.)?

Não, é função de uma chefia ou pessoa encarregada

Sim, mas apenas nos incidentes menores

Sim, em qualquer incidente

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

10. Tem a possibilidade de realizar pausas, dependendo do esforço (físico e/ou mental) exigido

pela tarefa?

Não, devido à continuidade do processo

Não, por outras causas

Sim, as estabelecidas

Sim, segundo as necessidades

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

11. Utilizam-se meios formais para transmitir informações e comunicações aos trabalhadoras/es?

Não

Sim,

palestras, reuniões

comunicações escritas

meios orais e escritos

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

72

12. Em termos gerais, o ambiente de trabalho possibilita relações amistosas?

Não

Sim,

às vezes

habitualmente

sempre

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

13. A atuação das chefias intermédias a respeito das/os subordinadas/os são:

Unicamente marca os objetivos individuais a alcançar pelo trabalhador

Colabora com o trabalhador na consecução de fins

Fomenta a consecução de objetivos em equipa

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

14. É possível recuperar-se de atrasos (compensações)?

Não

Sim,

durante as pausas

aumentando o ritmo de trabalho

aumentado a jornada de trabalho

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

15. Qual é o critério de remuneração do/a trabalhador/a?

Salário por hora (fixo)

Salário mais prémio coletivo

Salário mais prémio individual

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

16. São fornecidas instruções precisas às/aos trabalhadoras/es sobre o modo correto e seguro de

realizar as tarefas?

Não

Sim,

de forma oral

de forma escrita

de ambas as formas

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

73

17. Tem a possibilidade de falar durante a realização do seu trabalho?

Não, pela minha localização

Não, por outros motivos

Sim, algumas palavras

Sim, conversações mais largas

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

18. As chefias intermédias receberam formação para o desempenho das suas funções? Não

Sim,

apesar de não terem ocorrido mudanças significativas no estilo de comando

algumas chefias mudaram o seu estilo significativamente

a maioria modificou o seu estilo de comando

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

19. Existe a possibilidade de organizar o trabalho em equipa? Não

Sim,

quando a tarefa o permite

em função do tempo disponível

sempre

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

20. Controla o resultado do seu trabalho e pode corrigir erros ou defeitos cometidos?

Não

Sim,

ocasionalmente

habitualmente

qualquer erro

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

74

21. Organizam-se, de forma espontânea, eventos em que participa a maioria das/os

trabalhadoras/es?

Não

Sim,

uma ou duas vezes ao ano

várias vezes ao ano

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

22. Pode parar o trabalho e ausentar-se do seu posto?

Não, devido ao processo produtivo

Não, por outros motivos

Sim, com um substituto

Sim, sem qualquer substituição

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

23. Em geral, existe um bom clima no local de trabalho?

Não

Sim,

ocasionalmente

habitualmente

sempre

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

24. Recebe informação suficiente sobre os resultados do seu trabalho?

Informa-se pela tarefa desempenhada (quantidade e qualidade)

Informa-se os resultados alcançados em relação aos objetivos que tem designados

Informa-se pelos objetivos alcançados pela empresa

É incentivado a participar no estabelecimento de metas

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

25. Tem opção de mudar o posto e/ou tarefa ao longo da sua jornada de trabalho?

Não

Muda-se excecionalmente

Sim, existe rotação de forma habitual

Sim, muda-se consoante a consideração do trabalhador

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

75

26. Antes da introdução de novas tecnologias, nova maquinaria e/ou novos métodos de trabalho,

é instruída/o de maneira a adaptar-se às novas situações?

Não

Sim,

oralmente

por escrito

oralmente e por escrito

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

27. Que tipo de relações são as habituais na empresa?

Relações de colaboração para o trabalho e relacionamentos pessoais positivos

Relações pessoais positivas sem colaborações

Apenas relações de colaboração para o trabalho

Nem relações pessoais, nem relações de colaboração para o trabalho

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

28. Para os problemas que acontecem num departamento/serviço costuma ser culpada alguma

pessoa em concreto?

Sim

Não

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

29. Aumentaram as baixas de origem psicológica de longa duração?

Sim

Não

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

30. Existe alguma pessoa que está a ser alvo de assédio, ignorada ou excluída do grupo de

trabalho em virtude de características físicas ou pessoais?

Sim

Não

Observações:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

76

Bloco C – Método de Avaliação de Fatores Psicossociais (FPSICO)

NOS ITENS APRESENTADOS A SEGUIR SINALIZE A SUA RESPOSTA COM UMA CRUZ (X), ATENDENDO À

ESCALA DE CLASSIFICAÇÃO APRESENTADA

1 2 3 4

10. No seu trabalho, pode tomar decisões relativas:

a. Ao que deve fazer (atividades e tarefas).

b. À distribuição das tarefas ao longo do dia de trabalho.

c. À distribuição do ambiente direto do seu local de trabalho (móveis, objetos, maquinaria, ferramentas, etc.).

d. Como tem de fazer o seu trabalho (método, protocolos, procedimentos, etc.).

e. À quantidade de trabalho que tem de fazer.

f. À qualidade de trabalho que realiza.

g. À resolução de situações anormais ou incidências que ocorrem no seu trabalho.

h. À distribuição de turnos rotativos (se não fizer turnos, não responda).

1 2 3 4

1. Trabalha aos sábados?

2. Trabalha aos domingos e feriados?

3. Tem a possibilidade de ter dias ou horas livres para resolver assuntos pessoais?

4. Com que frequência tem que trabalhar mais tempo do que o horário normal (fazer horas extras ou levar trabalho para casa)?

5. Dispõe de pelo menos 48 horas consecutivas de descanso semanal?

6. O seu horário laboral permite que tenha tempo livre para a família e amigas/os?

7. Pode decidir quando realizar as pausas previstas por lei (refeições)?

8. Durante a jornada de trabalho e fora das pausas previstas na lei, pode parar o seu trabalho e fazer uma pausa quando precisa?

9. Pode marcar o seu próprio ritmo de trabalho ao longo do dia de trabalho?

Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Com frequência; 3- Às vezes; 4- Nunca ou quase nunca

Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Com frequência; 3- Às vezes; 4- Nunca ou quase nunca

77

1 2 3 4 11. Que nível de participação tem nos seguintes

aspetos do seu trabalho:

a. Introdução de mudanças nas equipas e materiais.

b. Introdução de mudanças na forma de trabalhar.

c. Lançamento de novos e melhores produtos ou serviços.

d. Reestruturação ou reorganização de departamentos ou áreas de trabalho.

e. Mudanças na direção ou nas chefias.

f. Contratação ou incorporação de novos empregados.

g. Elaboração de normas de trabalho.

1 2 3 4 12. Como avalia a supervisão que a sua chefia direta exerce sobre os seguintes aspetos do seu trabalho:

a. O método para realizar o trabalho.

b. A planificação do trabalho.

c. O ritmo de trabalho.

d. A qualidade do trabalho realizado.

1 2 3 4

13. Como avalia o grau de informação que lhe proporciona a sua organização sobre os seguintes aspetos:

a. As possibilidades de formação.

b. As possibilidades de promoção.

c. Os requisitos para ocupar lugares de promoção.

d. A situação económico-financeira da organização.

Escala de avaliação:

1- Eu decido autonomamente; 2- Sou consultado sobre as decisões; 3- Apenas recebo

informação das decisões; 4- Nenhuma participação (limitado a fazer)

Escala de avaliação:

1- Não intervém; 2- Insuficiente; 3- Adequada; 4- Excessiva

Escala de avaliação:

1- Não há informação; 2- Insuficiente; 3- Adequada; 4- Excessiva

78

1 2 3 4 14. Para realizar o seu trabalho, como avalia a informação que recebe sobre os seguintes aspetos:

a. O que deve fazer (funções, atribuições e competências).

b. Como deve fazer o trabalho (métodos, procedimentos, protocolos de trabalho).

c. A quantidade de trabalho que se espera que faça.

d. A qualidade do trabalho que se espera que faça.

e. O tempo atribuído para realizar o trabalho.

f. A responsabilidade do posto de trabalho (erros ou defeitos imputáveis ao seu desempenho).

1 2 3 4 15. Assinale com que frequência acontecem as

seguintes situações no seu trabalho:

a. Atribuem-lhe tarefas que não pode realizar por não terem recursos humanos ou materiais.

b. Para executar algumas tarefas tem que ignorar os métodos estabelecidos.

c. Exigem-lhe tomar decisões ou realizar coisas com as quais não concorda (conflito moral, legal, emocional, etc.).

d. Recebe instruções contraditórias (uns mandam uma coisa, outros outra).

e. Exigem-lhe responsabilidades ou tarefas que não entram nas suas funções e que deveriam ser realizadas por outras pessoas.

Escala de avaliação:

1- Muito clara; 2- Clara; 3- Pouco clara; 4- Nada clara

Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Com frequência; 3- Às vezes; 4- Nunca ou quase nunca

79

1 2 3 4 5 16. Tem que realizar um trabalho delicado ou complicado e deseja ajuda ou apoio, pode contar com:

a. Suas/seus chefes.

b. Suas/seus companheiras/os.

c. Suas/seus subordinadas/os.

d. Outras pessoas que trabalham na empresa

1 2 3 4

17. Como considera que são as relações com as pessoas com que tem de trabalhar.

1 2 3 4 18. Com que frequência acontecem no seu

trabalho:

a. Conflitos interpessoais (conflitos entre pessoas no local de trabalho).

b. Situações de violência física.

c. Situações de violência psicológica (ameaças, insultos, retiradas de atribuições).

d. Situações de assédio sexual.

19. Na sua empresa, face a situações de conflito entre trabalhadoras/es: (escolher apenas uma opção)

a. Deixa-se que sejam as pessoas implicadas a resolver o problema.

b. Pede-se às chefias que tratem de encontrar uma solução para o problema.

c. Existe um procedimento formal de atuação definido.

d. Não sei.

Escala de avaliação:

1- Boas; 2- Regulares; 3- Más; 4- Não tenho companheiras/os

Escala de avaliação:

1- Raras vezes; 2- Com frequência; 3- Constantemente; 4- Não existem

Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Com frequência; 3- Às vezes; 4- Nunca ou quase nunca;

5- Não tenho ou não existem outras pessoas

80

1 2 3 4

20. Sente-se discriminado no seu ambiente de trabalho? (por razões de idade, sexo, religião, raça, etc.)

21. Ao longo da jornada de trabalho, quanto tempo deve manter uma exclusiva atenção no seu trabalho?

22. Em geral, como considera a atenção que deve manter para realizar o seu trabalho?

23. O tempo que dispõe para realizar o seu trabalho é suficiente e adequado?

24. A execução da sua tarefa exige-lhe que trabalhe com rapidez?

25. Com que frequência tem que acelerar o ritmo de trabalho?

26. Em geral, a quantidade de trabalho que tem é excessiva?

27. Tem de atender a várias tarefas ao mesmo tempo?

28. O trabalho que realiza é difícil e complicado?

29. No seu trabalho tem de realizar tarefas muito difíceis que necessite de pedir conselhos ou ajuda a alguém?

30. No seu trabalho tem que interromper a tarefa que está a fazer para realizar outra não prevista?

31. Caso existam interrupções, estas alteram seriamente a execução do seu trabalho?

32. A quantidade de trabalho que tem costuma ser irregular e imprevisível?

1 2 3 4

33. Em que medida o seu trabalho exige:

a. Aprender coisas novas ou métodos novos.

b. Adaptação a novas situações.

c. Tomar iniciativa.

Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Acontece muitas vezes; 3- Algumas/poucas vezes; 4-

Nunca ou raramente

Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Com frequência; 3- Às vezes; 4- Nunca ou quase nunca

81

d. Ter boa memória.

e. Ser criativo.

f. Tratar diretamente com pessoas que não estão empregadas na organização (fornecedores, colaboradores, etc.).

1 2 3 4 5 34. No seu trabalho, com que frequência tem que ocultar as suas emoções e sentimentos face

a. Suas/seus chefes.

b. Suas/seus subordinadas/os.

c. Suas/seus companheiras/os.

d. Às pessoas que não trabalham na empresa (fornecedores, colaboradores, etc.).

1 2 3 4

35. No seu trabalho está exposto a situações que o podem afetar emocionalmente?

36. No seu trabalho, com que frequência se espera que dê uma resposta aos problemas emocionais e pessoais dos colegas (ou colaboradores, etc.)?

37. O trabalho que realiza é rotineiro (repetitivo)?

38. Em geral, considera que as tarefas que realiza têm sentido? (escolher apenas uma opção)

a. Muito.

b. Bastante.

c. Pouco.

d. Nada.

Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Com frequência; 3- Às vezes; 4- Nunca ou quase nunca;

5- Não tenho ou não trato

Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Com frequência; 3- Às vezes; 4- Nunca ou quase nunca

82

39. Como contribui o seu trabalho para o todo da organização? (escolher apenas uma opção)

a. Não é muito importante.

b. É importante.

c. É muito importante.

d. Não sei.

1 2 3 4 5 40. Em geral, o seu trabalho é

reconhecido ou apreciado por:

a. Suas/seus chefes.

b. Suas/seus companheiras/os.

c. As pessoas que não trabalham na empresa (clientes, colaboradores, etc.).

d. A sua família e amigas/os.

41. A empresa facilita-lhe o desenvolvimento profissional (promoções, plano de carreira, etc.)? (escolher apenas uma opção)

a. Adequadamente.

b. Regularmente.

c. Insuficientemente.

d. Não existe possibilidade de desenvolvimento.

1 2 3 4

42. Como define a formação que é proporcionada pela organização.

43. Em geral, qual a correspondência entre o esforço que faz no seu trabalho e as recompensas que recebe.

Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Com frequência; 3- Às vezes; 4- Nunca ou quase nunca;

5- Não tenho ou não trato

Escala de avaliação:

1- Muito adequada; 2- Suficiente; 3- Insuficiente em alguns casos; 4- Totalmente

insuficiente

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44. Considerando os deveres e responsabilidades do seu trabalho, está satisfeito com o salário que recebe? (escolher apenas uma opção)

a. Muito satisfeito.

b. Satisfeito.

c. Insatisfeito.

d. Muito insatisfeito.

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Anexo II – Folheto Informativo

EMPRESA?

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