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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Page 1: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO – Guarapuava Relação ... O mapa a seguir mostra a distribuição geográfica

Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃOPRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2013

Título: A imagem como fonte histórica no estudo da sociedade escravocrata brasileira

no final do século XIX. A construção de saberes através da pesquisa.

Autor Alisete Wojahn

Disciplina/Área História

Escola de Implementação

Colégio Estadual do Campo São Luís- EFM

Município da escola São João

Núcleo Regional de Educação

Pato Branco

Professor Orientador

Ana Maria Rufino Gillies

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO – Guarapuava

Relação Interdisciplinar

Arte e Português

Resumo

O Ensino de História tem incorporado as transformações pelas quais tem passado a historiografia, especialmente em relação a ampliação das fontes históricas, na valorização de personagens antes esquecidos, na busca pela superação da história tradicional centralizada nos documentos escritos, predominantemente oficiais, que enalteciam como sujeitos da história, apenas os “grandes homens”. Tal quadro vem sendo alterado radicalmente há algumas décadas, graças às contribuições de autores da nova esquerda inglesa, da micro-história e da nova história cultural. Convém ressaltar, que além de disponibilizar diferentes documentos, o professor precisa de um embasamento teórico-metodológico para problematizar essas fontes e levar à construção do conhecimento sobre o processo histórico, desenvolver um trabalho consistente. Diante disso, esta Unidade Didática baseada na imagem como fonte histórica no estudo da sociedade escravocrata do final do século XIX, busca colocar os educandos em contato com uma coletânea de imagens e trabalhar os procedimentos da pesquisa através de diferentes atividades. Além das imagens selecionadas para discutir o tema, outras fontes, inclusive escritas, foram elencadas para permitir a compreensão do significado das imagens.

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Palavras-chave Fonte histórica. Imagem. Sociedade escravista. Pesquisa.

Formato do Material Didático

Unidade Didática

Público Alvo A Unidade Didática será desenvolvida com alunos do 8º Ano da

rede Estadual de Ensino.

APRESENTAÇÃO

Esta Unidade Didática é parte do Programa de Desenvolvimento Educacional

do Paraná – PDE, e se fundamenta nas pesquisas historiográficas, realizadas

principalmente nas últimas décadas.

A renovação historiográfica promoveu uma profunda alteração nos valores

atribuídos às fontes históricas, ampliando o seu tipo e uso em sala de aula. Antes

centralizadas nos documentos escritos, predominantemente oficiais, acabava por

enaltecer, como sujeitos da história, apenas os “grandes homens”, restando

excluídas grandes parcelas da sociedade. Tal quadro vem sendo alterado

radicalmente há algumas décadas, graças às contribuições de autores da nova

esquerda inglesa, da micro-história e da nova história cultural.

Cumpre observar que, não basta ter acesso aos mais diferentes documentos

como imagens, filmes, músicas, mapas, entre outros, sendo necessário aos

professores buscar suporte teórico-metodológico para problematizar essas fontes e

para levar à construção do conhecimento sobre o processo histórico. Preocupação

expressa nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná:

Ao trabalhar com vestígios na aula de História, é indispensável ir além dos documentos escritos, trabalhando com os iconográficos, os registros orais, os testemunhos de história local, além de documentos contemporâneos, como: fotografia, cinema, quadrinhos, literatura, e informática. Outro fator a ser observado é a identificação das especificidades do uso desses documentos, bem como entender a sua utilização para superar as meras ilustrações das aulas de História. (DCEs, 2008, p. 69).

As fontes são indícios, fragmentos de vidas individuais ou coletivas

produzidas em diferentes épocas. O conhecimento que possuímos sobre um

determinado período é sempre incompleto. Os documentos são resultados da

sociedade que os produz; eles informam, assim como também deixam transparecer

a visão de mundo daquele momento.

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As novas correntes historiográficas têm diversificado o uso das fontes, mas

por si só não informam. Além das imagens selecionadas para discutir o tema,

precisamos nos apoiar em outros documentos, outras fontes, inclusive escritas, que

nos permitam compreender o significado das imagens.

A imagem não representa uma prova do real, mas um indício, fragmento que

potencializa questionamentos e pode nos dar uma série de possíveis respostas,

desde que munidos de um conhecimento do contexto em que foi produzido. Para

tanto, é a pesquisa, o diálogo entre as fontes, o conhecimento da cultura, da

ideologia, que, por fim fornecem informações que possibilitam a escrita histórica.

Ao recorrer à pesquisa como uma das metodologias para desenvolver o

projeto, objetiva-se colocar o aluno como participante da construção do

conhecimento, aguçando-o na busca pelo novo e o contato com aquilo que

desconhece ou pouco conhece. Além disso, a pesquisa é um dos caminhos para a

formação dos jovens mais autônomos e ativos no processo educativo.

É dentro dessa perspectiva que se insere a Unidade Didática, ou seja, utilizar

imagens como fontes de pesquisa e conhecimento históricos, problematizá-las

verificando a intencionalidade da narrativa das cenas registradas e possibilitando,

através delas, conhecer os aspectos e especificidades da sociedade escravocrata

brasileira do final do século XIX.

MATERIAL DIDÁTICO

“A IMAGEM COMO FONTE HISTÓRICA NO ESTUDO DA SOCIEDADE

ESCRAVOCRATA BRASILEIRA NO FINAL DO SÉCULO XIX. A CONSTRUÇÃO

DE SABERES ATRAVÉS DA PESQUISA”.

Atividade 1: 2 aula

Professor, apresente aos educandos a unidade didática para despertar o

interesse dos mesmos na participação.

Em seguida, organize uma pasta, que pode ser confeccionada a partir de

cartolina, onde os alunos guardarão todas as atividades desenvolvidas. A pasta

poderá ser personalizada a partir do tema: “A imagem como fonte histórica.

Sociedade escravocrata brasileira no final do século XIX. A construção de

saberes através da pesquisa.”

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Atividade 2: 1 aula

Vista a roupa de época, século XIX e pose para a fotografia. Crie uma

legenda para anexar à fotografia com o seu nome, nome do fotógrafo, data,

evento/motivo.

Atividade 3: 3 aulas

Observem e imaginem as histórias que essas fontes contam. Agora cada um

fará a apresentação daquilo que trouxe contando a sua história.

Para a próxima atividade é necessário providenciar roupas e acessórios de

época, século XIX, máquina fotográfica e um espaço para montar um pequeno

estúdio. Imprima as fotografias e organize-as na sala de aula num quadro mural

ou penduradas com um fio a partir do forro.

Para a próxima atividade, solicite aos alunos que façam uma pesquisa no

acervo familiar e tragam três a cinco fotografias/imagens e/ou objetos que

permitam contar sobre a sua vida. De igual forma, você professor poderá levar

fontes sobre sua história para contribuir na apresentação.

Peça que os alunos distribuam as fontes sobre as carteiras. Permita que

circulem para observar os objetos dos colegas e imaginar as histórias que es-

sas fontes contam. Explique sobre a fonte histórica, documento, acervo e es-

crita da História.

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Em seguida, separe, classifique e organize uma exposição segundo o tipo de

fonte: que contêm imagens, fontes escritas, fontes que são objetos.

Para incrementar e diversificar as fontes, procurem, em casa ou com os de-

mais familiares, pelo menos mais uma fonte para ser acrescentada na exposição.

Como resultado, cada um fará o registro escrito das suas memórias para

publica- las no site do Museu da Pessoa.

Atividade 4: 3 aulas

Depois de observar as imagens, reflita e responda:

Que representações históricas aparecem nos desenhos?

Que possíveis interpretações podem ser desprendidas? Que detalhes estão

registradas nesta imagem?

Como os sujeitos estão sendo representados?

As imagens despertam sentimentos, emoções, reflexões. Que leituras podem ser

realizadas com esta imagem? Que época elas retratam? Por quê?

Identifique 3 características de como o escravo foi retratado.

Observe o acervo de imagens:

Realize a exposição dos desenhos, em quadro mural ou sobre as

carteiras. Permita que os alunos circulem e observem as imagens de todos

os colegas. Questione.

O passo seguinte será solicitar aos alunos que produzam, no horário

extraclasse, um desenho/imagem sobre a escravidão que identifique as

primeiras representações que possuem sobre o tema estudado.

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Imagem 1: menino com sua mucama Fonte: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=1&start=60

Imagem 2: escravos urbanos

Fonte: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/389escravosurbe2.jpg

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Imagem 3: Johann Moritz Rugendas - festa de reisFonte: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/646rugereis.jpg

Imagem 4: Johann Moritz Rugendas: habitação dos negrosFonte:http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/654rugehabita.jpg

Professor, as mesmas perguntas, acrescidas de mais algumas outras

serão feitas aos alunos.

1- Que cenas aparecem?

2- Identifique 3 características das pessoas retratadas.

3- Há diferenças entre os desenhos produzidos e as imagens? Quais?

4- Qual o relacionamento das pessoas nas imagens acima?

5- Como estão vestidos? Por quê?

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6- Na primeira imagem, é possível dizer se existe afeto entre o menino e a ama de

leite? O que lhe possibilita chegar a estes dados?

7- Qual período da história brasileira essas imagens retratam?

8- O que mais lhe chamou atenção? Por quê?

Depois de analisar o roteiro é preciso instigar para a discussão.

No decorrer desta discussão, podem ser elaboradas coletivamente as

respostas. Depois serão anexadas na pasta individual de atividades.

Por que, na maioria dos casos, o escravo aparece apenas sofrendo,

apanhando ou sendo explorado?

Estas imagens representam submissão dos escravos? Por quê?

Por que não são mostradas as centenas de anúncios publicados nos

periódicos da segunda metade do século XIX sobre as fugas de escravos, luta pela

preservação de sua cultura e outras formas de resistências?

Que manifestações culturais desenvolveram no Brasil e que muitas vezes não

aparecem nos livros?

As fontes históricas, através da observação e análise, permitem conhecer a

história de uma pessoa, de um lugar ou de um acontecimento? Por quê?

Atividade 5: 1 aula

Professor, lembre aos alunos que em nossa sociedade, muitas pessoas

jovens e crianças são aliciadas com ofertas de emprego e acabam sendo

traficadas para trabalhos escravos, sexuais.

Para a conscientização e mobilização contra o tráfico de pessoas a

Unodc ( United Nations Office on Drugs and Crime), da ONU, lançou a

campanha Coração Azul.

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Para obter informações referentes a campanha da ONU contra o tráfico de

escravos acesse o site: http://www.unodc.org/blueheart/pt/about-us.html . Pesquise

sobre o símbolo da campanha, seus objetivos e que procedimentos que cada um

deve seguir para fazer parte desta ação.

Atividade 6: 3 aulas

Professor, com esta ação vai desnaturalizar a ideia de que somente o

africano foi escravizado por ser negro ou inferior, e mostrar que na história da

humanidade brancos também já foram e ainda são escravizados. Para isso é

necessário discutir a escravidão antiga, moderna, contemporânea, bem como

as noções de trabalho e as mudanças ocorridas em sua concepção em cada

período histórico.

Acesse o texto sobre a escravidão contemporânea:

link : http://reporterbrasil.org.br/trabalho-escravo/ .

Em 2010 o Ministério do Trabalho e Emprego realizou operações de

fiscalizações para a erradicação do trabalho escravo.

Observe o quadro com os dados dessas operações. Para isso acesse o link:

http://www3.mte.gov.br/fisca_trab/est_resultado_quadro_trabescravo2010.pdf

O mapa a seguir mostra a distribuição geográfica do trabalho análogo à escravidão, no Brasil.

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Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/img/historia/231-hist2.jpg

Infelizmente, o problema da escravidão ainda persiste embora de forma

diferente da ocorrida até o século XIX. Com base no mapa, nas informações obtidas

através da leitura dos textos e de seus conhecimentos responda:

a) Quais os Estados com maior ocorrência de trabalho escravo?

b) Que outras formas contemporâneas de escravidão são praticadas?

c) O que caracteriza a escravidão nos dias de hoje?

d) Por que uma pessoa se torna escravo?

e) Como é a vida de uma pessoa escrava hoje?

f) Quais as principais diferenças entre a escravidão antiga e a moderna?

g) Por que recorreram à escravidão ao colonizar a América?

h) Por que a lei Áurea não significou liberdade?

i) Pesquise na legislação brasileira as penalidades referentes à prática do

trabalho escravo ou condição análoga. Para tanto, consulte o site do Governo

Federal: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.803.htm

Atividade 7: 3 aulas

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Realize uma visita virtual ao Museu Afro Brasileiro, localizado no Parque

Ibirapuera, em São Paulo, através do site: http://www.youtube.com/watch?v=LF8AKKvOIPk

e conheça mais sobre a importância dos afro brasileiros na constituição da nossa

sociedade, nos mais diferentes setores.

Acrescente o vídeo do Núcleo de História e Memória do mesmo Museu,

referente a personalidades negras da História do Brasil: http://www.youtube.com/watch?

v=XbiyUQeGsfE.

Em seguida pesquise, no laboratório de informática e/ou em livros didáticos,

personalidades negras que se destacaram no período da escravidão, e outros que

se destacam na atualidade no meio artístico, literário e esportivo. Monte um painel

com fotografias e atividades desenvolvidas pelos mesmos.

Atividade 8: 2 aulas

Agora observe detalhadamente as imagens abaixo:

Imagem 5: Escravos urbanosFonte: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/389escravosurbe2.jpg

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Imagem 6: Escravo urbanoFonte: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/385escravo_ganho.jpg

Imagem 7: Escrava urbanaFonte: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=1

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Imagem 8 : senhor com seus escravos Fonte: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/1125senhoreescravos.jpg

Imagem 9: babá com menino Eugen Keller.Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22180

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Imagem 10: Johann Moritz Rugendas - Carregadores de águaFonte:http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=11&evento=1

Imagem 11: Johann Moritz Rugendas – Roda de capoeirawww.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=322

1- O que as imagens mostram?

2- Que atividades econômicas desenvolviam?

3- Você conhece alguém que ainda desenvolve atividades semelhantes às

abordadas nas imagens estudadas? Quais?

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4- Que outras profissões eram exercidas por escravos e libertos no final do século

XIX? Fonte: Karasch, Mary C. A vida dos escravos no Rio de Janeiro (1808-1850).

São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

5- Muitos escravos exerciam atividades domésticas. Quais as principais mudanças

e as permanências em relação à situação do trabalho doméstico hoje?

Em seguida professor, disponibilize para cada aluno uma cópia do texto

abaixo, de Luiz Felipe de Alencastro, sobre as imagens 8 e 9. ( senhor com

seus escravos e babá com menino).

Realize a leitura sobre as análises realizadas pelo historiador Luiz Felipe de

Alencastro sobre as imagens 8 e 9:

Texto 1

“ O homem branco é o senhor, dono, proprietário dos cinco outros homens negros e

mulatos. Os outros se encontram atrás. O primeiro à esquerda do senhor é mulato,

está bem vestido. Ao contrário dos outros, deixou o cabelo meio liso crescer,

penteou-o, fez uma risca no lado esquerdo, como o seu senhor. Mas não pode usar

sapatos, privilégio e marca distintiva dos livres e libertos. Tirar fotografia era uma

operação demorada. Ninguém podia se mexer durante quase dois minutos. Outras

tentativas já podiam ter falhado. O fotógrafo Militão, que fez essa foto em São Paulo,

deve ter reclamado. Por isso ou por outras razões mais secretas, o senhor está

zangado, de cara amarrada. O escravo situado à sua direita, assustado, encolheu-

se. Na extrema esquerda, o homem com a varinha na mão - pastor de cabras ou de

vaca leiteira na cidade - tem um olhar altivo, talvez porque traga nas mãos o objeto

de seu ofício, que o distingue dos outros cativos, paus para toda obra. Na extrema

direita, o homem de branco se mexeu: estragou a foto da ordem escravista

programada pelo seu senhor. Vai apanhar. No seu rosto fora de foco vislumbra-se o

medo. Vai apanhar. ALENCASTRO, Luis Felipe de. História da vida privada no

Brasil Império: a corte e a modernidade nacional. Companhia das letras: São

Paulo, 1997, p.18.

Disponível em: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=14&evento=1

Acesso em: 22/10/2013.

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Texto 2

"A fotografia foi feita no Recife por volta de 1860. Na época era preciso esperar no

mínimo um minuto e meio para se fazer uma foto. Assim, preferia-se fotografar as

crianças de manhã cedo, quando elas estavam meio sonolentas, menos agitadas. O

menino veio com a sua mucama, enfeitada com a roupa chique, o colar e o broche

emprestado pelos pais dele. Do outro lado, além do fotógrafo Villela, podiam estar a

mãe, o pai e outros parentes do menino. Talvez por sugestão do fotógrafo, talvez

porque tivesse ficado cansado na expectativa da foto, o menino inclinou-se e apoiou-

se na ama. Segurou-a com as duas mãozinhas. Conhecia bem o cheiro dela, sua

pele, seu calor. Fora no vulto da ama, ao lado do berço ou colado a ele nas horas

diurnas e noturnas da amamentação, que os seus olhos de bebê haviam se fixado e

começado a enxergar o mundo. Por isso ele invadiu o espaço dela: ela era coisa

sua, por amor e por direito de propriedade. O olhar do menino voa no devaneio da

inocência e das coisas postas em seu devido lugar. Ela, ao contrário, não se moveu.

Presa à imagem que os senhores queriam fixar, aos gestos codificados de seu esta-

tuto. Sua mão direita, ao lado do menino, está fechada no centro da foto, na altura

do ventre, de onde nascera outra criança, da idade daquela. Manteve o corpo ereto,

e do lado esquerdo, onde não se fazia sentir o peso do menino, seu colo, seu pesco-

ço, seu braço escaparam da roupa que não era dela, impuseram à composição da

foto a presença incontida de seu corpo, de sua nudez, de seu ser sozinho, da sua li-

berdade. O mistério dessa foto feita há 130 anos chega até nós. A imagem de uma

união paradoxal mas admitida. Uma união fundada no amor presente e na violência

pregressa. A violência que fendeu a alma da escrava, abrindo o espaço afetivo que

está sendo invadido pelo filho do senhor. Quase todo o Brasil cabe nessa

foto."ALENCASTRO, Luis Felipe de. História da vida privada no Brasil Império: a

corte e a modernidade nacional. Companhia das Letras: São Paulo, 1997, p. 439-

440.

Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22180 Acesso

em: 23/10/2013

Atividade 9: 3 aulas

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Para a atividade abaixo é preciso ter em mãos livros didáticos da

disciplina de História. Podem ser de outros anos e referentes a outras

turmas/séries/anos, mas que abordem a sociedade escravocrata do final do

século XIX.

Através da pesquisa busque os dados:

1- O livro contém algumas imagens deste período?

2- Qual é o tema?

3- O que elas retratam?

4- Que informações passam?

5- Há alguma relação entre as imagens e o texto?

6- Há alguma informação sobre as imagens?

7- Quem as produziu?

8- Qual a finalidade da sua produção?

Pesquise no acervo disponível na biblioteca da escola sobre a industrialização

do Brasil, urbanização e imigração, em forma de texto e imagens. Após, organize

um painel a partir das imagens com informações, como data, local, evento, o que

retrata.

Atividade 10: 2 aulas

Professor para comparar o trabalho e perceber as rupturas e permanências

realize as atividades abaixo.

Visite algumas propriedades rurais em torno da escola e fotografe aspectos

do trabalho da comunidade hoje, em relação à tecnologia, ferramentas, vestuário,

utensílios domésticos e condições de trabalho.

Na mesma oportunidade pesquise e colete imagens/fotografias, objetos,

vestimentas junto às famílias da localidade em atividades de lazer, trabalho,

comércio, datas comemorativas e catalogue para realizar uma exposição.

Atividade 11: 2 aulas

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Realize uma releitura, a partir das imagens de escravos com a utilização de

vários materiais como: revistas, lápis de cor ou de cera, EVA, papelão, tinta, papel

sulfite. Use sua criatividade.

Atividade 12: 3 aulas

Professor, a produção do vídeo (Movie maker) será realizada com o

auxilio de uma câmara fotográfica. Ela consiste na elaboração de um vídeo

animado utilizando as fotografias em seqüência, ou seja, animação fotográfica.

Depois, os alunos farão a pós-produção, catalogação, ficha técnica. Também

podem ser incluídas como fundo musical músicas, melodias ou poesias que

estejam relacionadas à cultura afro-descendente.

Em grupo, crie um vídeo (movie maker) referente ao tema “A imagem como

fonte histórica no estudo da sociedade escravocrata brasileira no final do século XIX.

A construção de saberes através da pesquisa.” Elabore um roteiro, cenário e crie

personagens (bonecos, desenhos, objetos) a partir de diversos materiais.

Atividade 13: 1 aula

Produza um texto dissertativo sobre o que aprendeu através das atividades

desenvolvidas nesta Unidade Didática.

Atividade 14: 3 aulas

Agora vamos organizar uma exposição e apresentação dos trabalhos

produzidos. Nossos visitantes serão pais, comunidade escolar e os alunos do

Colégio Estadual do Campo São Luís-EFM.

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Professor, para realizar a publicação da história de cada aluno no Museu da

Pessoa, siga os seguintes passos:

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Acesse o site www.museudapessoa.net

Clique no link Conte sua História.

Clique em Clique aqui para inserir sua História.

Dê um título para a sua história e a escreva no espaço em branco.

Escolha o idioma “português”, assinale a concordância com os termos e

condições de uso do Portal Museu da Pessoa e dê “ok”.

Preencha o cadastro com seus dados pessoais e defina uma senha de

acesso ao portal.

Sua história será publicada no site. Também tem a opção de anexar fotos,

desenhos, vídeos e áudios.

Ao pesquisar sobre as personalidades negras, uma importante fonte histórica

que pode ser consultada é o arquivo do jornal do Senado Federal, através do site:

http://www.senado.gov.br/noticias/jornal/arquivos_jornal/arquivosPdf/encarte_abolicao.pdf.

Como material de apoio e leitura complementar consulte o link:

http://www.studium.iar.unicamp.br/africanidades/koutsoukos/koutsoukos.html. Da mesma forma,

importante material de leitura , para aprofundamento teórico, os artigos de Flávia

Eloísa Caimi, Ricardo Oriá e Teresa Cristina de Carvalho Cruz. Para tanto, consulte

as referências.

Sobre o movie maker, ele é um software de edição de vídeos da Microsoft.

Atualmente integrando o conjunto de aplicativos Windows Live, chamado de Win-

dows Live Movie Maker. Disponível para download em: http://www.baixaki.com.br/down-

load/windows-live-movie-maker.htm

REFERÊNCIAS

ALENCASTRO, Luis Felipe de. História da vida privada no Brasil Império: a corte e a modernidade nacional. Companhia das letras: São Paulo, 1997.

CAIMI, Flávia Eloisa. Fontes históricas na sala de aula: uma possibilidade de produção de conhecimento histórico escolar? Anos 90. Porto Alegre, v.15, n.28, p.129-150, dez.2008.

CRUZ, Teresa Cristina de Carvalho.Análise iconográfica do trabalho escravo no Brasil a partir de uma pintura de Debret. In: Revista PerCursos. Florianópolis, v. 7, n.2, 2006.

Karasch, Mary C. A vida dos escravos no Rio de Janeiro (1808-1850). São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

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ORIÁ, Ricardo. O negro na historiografia didática: imagens, identidades e representações. Revista Textos de História. Brasília, v. 4, n. 2, 1996, p. 130-150.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de História para a Educação Básica. Curitiba, 2008.

http:// www.museudapessoa.net

http:// www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/

http:// www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=322

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=11&evento=1

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=1&start=60

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/389escravosurbe2.jpg

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/646rugereis.jpg

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/654rugehabita.jpg

http://www.unodc.org/blueheart/pt/about-us.html

http://reporterbrasil.org.br/trabalho-escravo/

http://reporterbrasil.org.br/trabalho-escravo/

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=1&start=20

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/389escravosurbe2.jpg

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/385escravo_ganho.jpg

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/1125senhoreescravos.jp

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=14&evento=1

http://revistaescola.abril.com.br/img/historia/231-hist2.jpg

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