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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
MATEMÁTICA E ATLETISMO: TRABALHANDO COM INFORMAÇÕES DO
COTIDIANO.
Marcia Cavassim Delinski 1
Karolina Barone Ribeiro da Silva 2
RESUMO Neste artigo são relatados os resultados de um projeto de pesquisa que teve como objetivo geral utilizar o tratamento de informações cotidianas relativas ao atletismo, para mostrar aos alunos de uma turma, de nono ano, do Ensino Fundamental, a relação existente entre o que aprendem em sala de aula e o seu cotidiano. Além disso, pretendeu-se despertar neles o interesse pela matemática, bem como a percepção do quanto ela está presente nas atividades esportivas, motivando-os em fazer as atividades, utilizando os conteúdos que já conheciam. O tratamento da informação foi abordado, principalmente, por meio da Resolução de Problemas e das Mídias Tecnológicas. Para as atividades em sala de aula, trabalharam-se textos sobre qualidade de vida e limites do corpo humano, analisaram-se planilhas de treinamento de corrida de rua, bem como dados de recordes brasileiros e dos alunos que participaram de uma competição, demostrou-se a importância da prática de atividade física mostrando o quanto a matemática está presente nos treinos dos atletas amadores e profissionais. Os resultados dos dados dos alunos da competição foram tabelados, representados em gráficos e analisados com o auxílio da planilha eletrônica BrOffice.org Calc. O trabalho contou com excelente participação dos alunos e os resultados esperados foram realmente atingidos. Dessa forma, é possível inserir o aluno num contexto onde o desenvolvimento das habilidades matemáticas na utilização do seu cotidiano o levem a refletir e tornar aquilo que aprendem em sala de aula uma aprendizagem para a vida. Palavras-chave: Tratamento da Informação; Atletismo; Qualidade de vida; Ensino Fundamental.
INTRODUÇÃO
Trabalhando todos os anos com alunos do Ensino Fundamental, percebe-se
que eles têm dificuldades em interpretar problemas matemáticos, compreender
e relacionar os conteúdos com o seu dia a dia, além disso encontramos uma falta
de motivação e gosto pela disciplina de Matemática. Isso se deve, muitas vezes,
pela forma como a disciplina é trabalhada em sala de aula, sem estabelecer e
relacionar os problemas reais do meio social e cultural em que vive.
Essa falta de motivação e interesse dos alunos na disciplina de matemática
tem sido objeto de estudos e discussões há muito tempo. Entretanto sem obter
sucesso na tentativa de superar o problema.
_____________________________ 1 Professora. Aluna do Curso do PDE ofertado pela Universidade Estadual do Centro-Oeste. 2015.
E-mail: [email protected] ÁREA DE CONHECIMENTO: Matemática. 2 Professora. Mestre em Estatística. Professora do Departamento de Matemática da Universidade
Estadual do Centro-Oeste. Orientadora de Trabalho de Conclusão de Curso do PDE.
Segundo Azambuja et al. (2009, p. 2),
[...] na maioria das discussões e estudos sobre o tema, são apontadas as possíveis causas para o problema sem, no entanto, avançar rumo à construção de alternativas para a sua superação. Muitas vezes o aluno é apontado como o principal responsável, o que é uma atitude reducionista, pois sabemos o quanto esta questão é complexa e exige uma análise sob diversos ângulos. Abordar a questão do fracasso escolar na disciplina de matemática enfocando a sua relação com a prática pedagógica dos professores pode lançar novas perspectivas, além de possibilitar, a partir de um processo de reflexão sobre a prática, a construção de novas ações pedagógicas.
Ensinar Matemática requer do professor um esforço para organizar os
conteúdos programáticos de acordo com a realidade dos alunos, sendo uma disciplina
básica do ensino fundamental e de grande importância na grade curricular. Tornar as
aulas atraentes e interessantes é um desafio diário do educador atualmente, pois
muitos alunos têm dificuldades em estabelecer relações entre o que aprendem em
sala de aula e a importância desses conteúdos no seu dia a dia.
Tornou-se lugar comum criticar o ensino da matemática como algo abstrato e
enfadonho, como se ela fosse uma disciplina de compreensão muito difícil. Com o
passar do tempo escolar notamos que um grande número de estudantes do ensino
fundamental chegam até nós educadores com um preconceito já estabelecido onde a
disciplina de Matemática é sinônimo de aulas sem nenhuma graça e atividade prática.
Alguns autores enfatizam que os alunos estão cada vez mais desmotivados em
relação à matemática, o que acaba resultando em dificuldades de concentração e
aprendizagem (RIPPLINGER e BRANCHER, 2006, p. 1). Os mesmos autores
consideram que essa desmotivação é causada pelo modo como a disciplina é
trabalhada, já que muitas vezes o ensino é feito apenas utilizando-se o livro didático,
sem contextualização.
Pretende-se que esse tema contribua com o desenvolvimento das atividades
práticas realizadas em sala de aula com alunos do nono ano do Ensino Fundamental,
utilizando metodologias, onde a matemática possa ser vista e compreendida não como
apenas fórmulas, mas sim como uma ferramenta presente no cotidiano de todos e
onde o aluno perceba que diversas situações necessitam dela para serem resolvidas.
A MATEMÁTICA NO ATLETISMO:
Nos mais variados tipos de esporte, cada atleta, mais do que vencer o outro,
busca, antes de qualquer coisa, no dia-a-dia, ampliar seus próprios limites; conquistar
novos recordes/marcas superando-se a cada momento. Assim, antes de disputar com
o “outro”, estar no topo da lista do ranking que aponta os melhores, requer-se um
trabalho árduo para expandir os limites do seu próprio corpo. Esses limites são
mensurados através de cálculos que permitem quantificar a evolução ou não do atleta
através do seu treinamento nas competições. Quanto ao atletismo, a ampliação
desses limites pode tanto implicar no aumento dos índices quanto em sua redução.
Enquanto alguns tentam correr um espaço em menor tempo, outros buscam uma
maior distância. Melhorar os índices, eis um dos grandes objetivos do atletismo. Nas
grandes competições nacionais e internacionais são exigidos índices mínimos de
tempo para que um atleta possa participar da competição , de forma que se garanta
que os melhores daquela modalidade estejam presentes em tal evento. Sendo assim,
os atletas sabem que seu desempenho está intimamente ligado à valores numéricos
pré-estabelecidos e que alcançar tais valores passa a ser sua meta diária.
Nas escolas, a prática de esportes permite que o aluno entre em contato com
as diversas atividades esportivas existentes, e que a partir disso surgem grandes
talentos. Entretanto, mais do que procurar atletas, a grande função dos professores de
educação física é criar uma rotina que permita ao aluno praticar o esporte não só na
escola, mas também durante o resto de sua vida.
Sabe-se que a finalidade da matemática não é apenas formar trabalhadores,
mas também cidadãos capacitados, com domínio da linguagem, pensamento crítico e
sabendo analisar e resolver problemas.
Enquanto educadores também é nossa função fazer deles cidadãos mais
saudáveis e conscientes em relação ao que é viver com qualidade de vida. Um dos
desafios da escola está em motivar as crianças e os jovens para a prática da atividade
física e o que se vê normalmente é que os adultos têm consciência sobre a
importância do exercício, mas não o praticam. Já as crianças e os jovens praticam,
mas não adquirem a consciência e o conhecimento necessário para continuar se
exercitando quando saem da escola. Nossos alunos precisam ser motivados para a
importância da atividade física bem feita, como um fator de prevenção de doenças
durante toda a sua vida. É importante que eles saibam que não existem milagres e
que um bom programa de exercícios pode ser pensado a partir das atividades já
praticadas no dia a dia, dentro e fora da escola.
Diante da problemática envolvendo alto índice de sedentarismo, de doenças
causadas pela falta de uma alimentação balanceada, de descuido consigo mesmo e
principalmente pelo estresse nos dias de hoje, o trabalho proposto foi o incentivo da
prática de atividade física, proporcionando qualidade de vida aos nossos estudantes,
que durante anos da sua vida escolar fazem parte de um ambiente de cultura e
informação.
RELATO DAS ATIVIDADES
As Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná compõem
um documento norteador das práticas docentes na educação básica, propondo que
seja oferecido ao estudante a formação necessária para o enfrentamento da realidade
social, econômica e política do seu tempo. E pela matemática, “almeja-se um ensino
que possibilite aos estudantes análises, discussões, conjecturas, apropriação de
conceitos e formulação de ideias” (PARANÁ, 2008, p. 48).
Quanto às tendências metodológicas da Educação Matemática destacadas nas
DCEs (p. 63), foi dado ênfase ao Tratamento da Informação e às Mídias
Tecnológicas.
O Tratamento da Informação ganhou seu espaço nos currículos da área da
matemática, porque na sociedade atual somos bombardeados por informações a todo
instante.
No mundo das informações, no qual estamos inseridos, torna-se cada vez mais “precoce” o acesso do cidadão a questões sociais e econômicas em que tabelas e gráficos sintetizam levantamentos; índices são comparados e analisados para defender ideias. Dessa forma, faz-se necessário que a escola proporcione ao estudante, desde o Ensino Fundamental, a formação de conceitos que o auxiliem no exercício de sua cidadania. Entendemos que cidadania também seja a capacidade de atuação reflexiva, ponderada e crítica de um indivíduo em seu grupo social (LOPES, 1998, p.13).
Para tanto o professor precisa perceber que não é suficiente proporcionar aos
seus alunos o aprendizado de conceitos isolados da realidade. O docente tem que
buscar realizar práticas através das quais proporcione espaços para os educandos
analisarem e relacionarem criticamente os dados que lhes são apresentados.
Nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica, o Tratamento da Informação é
um conteúdo estruturante para o Ensino Fundamental que engloba noções de
probabilidade, estatística, matemática financeira e noções de análise combinatória.
Segundo esse documento, os conceitos estatísticos devem estabelecer relação entre
a teoria, de maneira que os conteúdos sejam incorporados às experiências do
cotidiano do educando e não devem ser apresentados de forma fragmentada ou
isolada.
Ao final do Ensino Fundamental:
[...] é importante que o aluno saiba fundamentos básicos de Matemática que permitam ler e interpretar tabelas e gráficos, conhecer dados estatísticos,
conhecer a ocorrência de eventos em um universo de possibilidades, cálculos de porcentagem e de juros simples. Por isso é necessário que o aluno colete dados, organize-os em tabelas segundo o conceito de frequência relativa, frequência acumulada, mediana e moda. Da mesma forma, é necessário o aluno compreender o conceito de eventos, universo de possibilidades e os cálculos dos eventos sobre as possibilidades. A partir dos cálculos, deve ler e interpretá-los, explorando, assim, os significados criados a partir dos mesmos (PARANÁ, 2008, p.61).
A partir disso, a experiência com os conteúdos abordados na implementação foi
muito relevante, pois conseguiu-se estabelecer uma relação efetiva entre a teoria e a
prática proporcionando uma aprendizagem significativa por parte dos alunos.
As atividades descritas a seguir abordam informações cotidianas sobre o
tema matemática e atletismo, utilizando o tratamento da informação, sendo
realizadas no 4º período do Programa do Desenvolvimento Educacional (PDE),
com alunos dos 9º anos, do Ensino Fundamental, de uma escola pública, no
interior do Estado do Paraná. Foram realizadas dez atividades, propostas no
material didático (constituído por vinte e seis páginas), no decorrer de 32 aulas.
A primeira atividade foi a apresentação da proposta de trabalho no projetor
multimídia, a recepção foi muito positiva, pois ao demonstrar as atividades que
seriam realizadas eles foram dando sugestões e se mostraram muito entusiasmados
com o projeto. Fizeram várias perguntas, como:
“Vamos fazer um torneio entre nós e não dos atletas de atletismo da escola,
para obter os dados e colocar nos gráficos”.
“Queremos competir meninos com meninos e meninas com meninas”.
“Professora me interessei em iniciar uma planilha de treinamento de corrida de
rua, vou falar com um professor de Educação Física para me orientar”.
Na segunda atividade leu-se o texto sobre qualidade de vida e realizou-se as
atividades com pontos positivos e negativos para a saúde humana. Demonstraram
que precisam mudar seus hábitos de rotina, pois muitos são dependentes da
tecnologia e não tem limites e nem organização para seus afazeres tanto escolar
como particular, uma vida totalmente sem planejamento.
Esta atividade desenvolveu no aluno a capacidade de analisar e interpretar
informações que recebe, e, desta forma selecionar as que lhe serão úteis e que
proporcionem qualidade de vida e conhecimento.
Segue o texto com uma das atividades que mais transformou os alunos na sua
vida escolar e pessoal, também cursistas do Grupo de Trabalho em Rede (GTR)
comentaram os pontos positivos sobre o texto.
TEXTO PARA REFLETIR
As pessoas querem tudo para ontem…
Imagine nossos ancestrais, eles tinham que caçar o alimento, esperar o dia para
realizar determinadas atividades, porque não tinham luz elétrica, construíam suas
próprias casas, e tudo isso envolvia tempo, espera e paciência.
Hoje em dia, vivemos a geração “fast-food”, você aperta um botão e a comida chega
pronta na sua casa, com alguns cliques todas (ou melhor, quase todas) as respostas
aparecem na tela do computador ou do celular. Para que ter paciência, não é mesmo?
Tudo é muito rápido!
O problema é que o corpo e a mente parecem não ter tempo suficiente para assimilar
tanta informação, o que acaba por gerar ansiedade e a “doença” da insatisfação
crônica! Sempre queremos mais e mais!
A ansiedade excessiva traz confusão mental, inibe a criatividade e nos dá a sensação
de correr como cachorros atrás do rabo, sem sair do lugar. O trabalho não rende, a
insônia nos persegue, a impaciência torna-se a maior companheira, e como
consequência, o desânimo, o cansaço e o afastamento das pessoas. E claro, uma
mente assim não pode ser produtiva.
Assim como o estresse, a ansiedade pode ser boa, quando nos move para crescer,
melhorar, criar e realizar, o grande problema sempre estará nos excessos. Então,
busquemos o caminho do meio, ou seja, do equilíbrio.
Se você se identificou com algumas das perguntas ou colocações feitas até agora, leia
as 5 tipos para diminuir a ansiedade:
1) Respeite seus limites
Independente dos padrões de “comportamento executivo” impostos pela sociedade
atual, você é um Ser Humano e não uma máquina, e é preciso que se respeite como
tal. Economizar no uso da palavra: NÃO ou engolir todos os sapos, não irá resolver
seus problemas, então, reflita sobre uma maneira de falar aquilo que pensa com
amorosidade.
A vida não pode ser feita somente de trabalho, trabalho e trabalho! Você e as pessoas
que você ama são mais importantes do que qualquer “mundo coorporativo”, por mais
rentável que ele seja! Não adianta ser ótimo para a empresa na qual trabalha e
péssimo consigo mesmo.
Invista também em autoconhecimento e coloque limites nas situações que não fazem
bem! O resto é consequência…
2) Saiba que você não tem controle sobre nada. Então, relaxe e viva o momento
presente!
Cada instante também é único, nenhum segundo será igual a outro. Pare de achar que
controla tudo: relacionamentos, negócios, trabalhos, na verdade, tudo na vida é
impermanente, e por isso, pode mudar a qualquer momento.
Apenas faça a sua parte, cuide de sua saúde, trabalhe com amor, respeite-se, mas
também respeite o outro, seja verdadeiro em suas ações e pratique o bem! O
momento presente é o momento mais importante da nossa vida, se é que podemos ter
alguma certeza, esta certeza está no agora. Portanto, faça uma coisa de cada vez
com amor e atenção.
3) Viva em comunhão com a natureza
O corpo e a mente precisam de rotinas, estabeleça horários para as suas atividades
diárias respeitando os ciclos do dia e da noite. Procure dormir mais cedo, praticar
atividades físicas ao amanhecer e não antes de dormir, alimentar-se de frutas,
legumes e verduras orgânicos, respeitando a época de colheita de cada produto. O
dinheiro que você economiza com alimentação de qualidade, certamente você gastará
na farmácia! Pense nisso!
Sempre que possível tenha contato com a natureza (nem que seja só um dia por
semana!). Vá até praças, parques, praias, permaneça alguns instantes, caminhe e
contemple a paisagem, respire profundamente e agradeça pelo que você é e já possui!
Presenteie-se com alguns momentos de ócio positivo!
4) Planeje sua rotina diária
Na noite anterior ou ao acordar, faça uma lista com as atividades que você precisará
executar no dia e estabeleça prioridades. Isso ajudará a mente a se organizar para
realizar as atividades com mais harmonia e menos ansiedade e agitação.
5) Associe a prática de atividades físicas com a prática de meditação
Cada atividade física tem um objetivo e consequentemente muitos benefícios para
quem as pratica. Então, praticar musculação, corrida, natação ou qualquer outro
exercício é de grande importância para a saúde, mas no mundo em que vivemos isso
não basta. É importante que você dedique um tempo para a sua mente, em especial.
A meditação é capaz de acalmá-la e trazer muita clareza na resolução de problemas,
conforme a ciência já comprovou.
Pratique 5 minutos de meditação diariamente:
Uma forma de meditação eficaz para controlar a ansiedade e manter a mente tranquila
pode ser realizada através da atenção no contar dos ciclos de respirações.
Sente-se no chão com as pernas cruzadas. Você pode utilizar um tapete de Yoga,
colchonete ou qualquer outro material que promova estabilidade. Caso não possa
sentar-se no chão, utilize uma cadeira e mantenha os pés bem apoiados no chão. Se
necessário, utilize um timer ou qualquer marcador de tempo com alarme para
programar os 5 minutos de permanência na prática.
Primeiro, feche os olhos por alguns instantes e volte a atenção para a sua respiração.
Perceba o fluxo de ar que entra pelas narinas (inspiração) e com ele o movimento de
expansão do abdômen. Observe também o fluxo de ar que sai pelas narinas
(expiração) e a leve contração do abdômen no sentido das costas.
Escolha uma inalação para iniciar e comece a contagem dos 10 ciclos de respirações
(1 inalação + 1 exalação = 1 ciclo). Caso você perca a contagem, reinicie sempre a
partir do número um. Persista! O objetivo não é fazer vários ciclos de 10 respirações
em 5 minutos, mas sim manter a mente atenta aos números e livre de qualquer outro
pensamento ou preocupação. Com o tempo, recomendo que você aumente o tempo
de duração desta prática.
Experimente, afinal de contas, serão somente 5 minutos e MUITOS BENEFÍCIOS
PARA A VIDA TODA!
Estimule seu Corpo, Harmonize sua Mente, Esteja bem consigo mesmo e seja Feliz
sempre!!!
Fonte: http://www.tips4life.com.br/category/viver-ate-os-100/
Acesso em: 12 set. 2014.
Na terceira atividade os alunos percorreram 6 quilômetros , com o cronômetro
analisaram a distância de quilômetro em quilômetro, o tempo, pace (ritmo) e
velocidade desenvolvida por eles durante o trajeto. O local escolhido para a atividade
foi no calçadão que margeia a rodovia que dá acesso ao nosso município, o qual é
utilizado por muitas pessoas para a prática de caminhadas e corrida no início das
manhãs e finais de tarde. Este percurso foi escolhido por ser o mesmo de uma
tradicional prova de corrida de rua realizada em Palmital anualmente, a qual conta
com atletas de Palmital e de outras regiões do estado do Paraná. Com esta atividade
percebeu-se que muitos estavam sem condicionamento físico e também falta de
conhecimento em relação às distâncias percorridas.
No outro momento demonstrou-se por meio de tabelas, os rendimentos
obtidos pelos esportistas e fizeram análise das planilhas de treinamento de corrida
de rua, perceberam a presença da matemática nas planilhas, como o cálculo da
frequência cardíaca de cada pessoa, a distância percorrida, a velocidade média de
cada atleta, o tempo para o treinamento de cada tipo de planilha, o ritmo (pace) o
tempo que se faz em um quilômetro de corrida e os significados das siglas utilizadas
nas planilhas de treinamento. Demonstraram muitas dificuldades ao fazer cálculos de
porcentagem e transformação de unidades de medidas, mas também muito interesse
em saber o significado das siglas e curiosos com tempo que cada atleta faz em seu
percurso de corrida.
Ao realizar a atividade da competição de 100 metros e 200 metros entre
meninas com meninas e meninos com meninos, o professor de Educação Física do
colégio responsável em treino de atletismo fez uma palestra sobre corridas de curta
distância e mostrou as diferenças das corridas de curta e longa distância, bem como
as sapatilhas utilizadas em pista de atletismo. Nessa atividade foi abordado a
diferença de treinamento entre estes atletas e o perfil de cada um deles. Surgiram
muitos questionamentos em relação ao tipo de treino que ele faz e como eles
poderiam participar. Os alunos competiram na rua em frente a escola e no final fiz
uma premiação para os vencedores masculino e feminino. Houve muita empolgação
e interesse em participar deste evento.
Em outro momento desenvolveu-se atividade de tabelas e gráficos com os
dados dos próprios alunos no caderno, fazendo a comparação que eles tanto
queriam, com os dados de atletas profissionais. Tiveram entusiasmo e demonstraram
conhecimento em confeccionar gráficos no caderno.
Na atividade 8 os alunos foram divididos em dupla e encaminhados ao
laboratório de Informática para a construção dos gráficos no editor de texto Broffice,
ocorreu aprofundamento do conteúdo, pois eles demonstraram os dados da
competição em vários tipos de gráficos, podendo escolher o mais apropriado, tiveram
grande interesse em descobrir os vários recursos que o programa oferece e cada
dupla copiou no pendrive os gráficos com os dados e nomes dos alunos que
participaram da competição.
A nutricionista que atende o município foi convidada para proferir uma
palestra para os alunos, sobre alimentação saudável, com ênfase ao treinamento de
atletas e também para alunos que desejam praticar atividades físicas. Utilizando
imagens, ela falou sobre o tema, mostrando a eles a importância de se ter
uma alimentação balanceada, para o perfeito funcionamento do organismo, bem
como , qual a alimentação adequada para cada tipo de treinamento. Foi aberto
espaço para perguntas e comentários. Alguns deles constam a seguir:
” Quantas refeições devemos fazer por dia”.
“ Quantos litros de óleo se deve utilizar em uma família de 5 pessoas por
mês”.
“ O quê se deve comer antes e depois de um treino intenso”.
“ O quê fazer quando se tem muito cansaço durante um treino”.
O resultado da palestra foi muito positivo, pois os alunos se interessaram de
tal maneira que muitos ficaram após o término da mesma para fazer mais
questionamentos à nutricionista.
Finalizando as atividades desenvolvidas no decorrer do período foi dividido a
turma em grupos com quatro alunos em cada grupo, os quais apresentaram
trabalhos em slides, vídeos, cartazes sobre o tema abordado. O resultado destes
trabalhos foi excelente, pois todas as atividades foram resumidas por eles como uma
aprendizagem significativa, demonstrando que todos os estudantes gostaram muito
de aprender da maneira proposta durante a atividade.
RELATO DE ALGUNS CURSISTAS DO GRUPO DE TRABALHO EM REDE (GTR)
Foi desenvolvido por mim no segundo semestre de 2015 trabalho no Grupo de
Trabalho em Rede (GTR) na função de tutora, no qual utilizei a presente atividade
como base para o estudo dos educadores participantes do grupo. Posso dizer que a
maioria dos professores ficaram bastante interessados pelo tema. Cito alguns trechos
das opiniões dos cursistas:
“Eu escolhi a atividade 3 da produção didática na qual a atividade chamasse
caminhada com os alunos, ela me chamou a atenção porque no colégio em que
leciono existe um grande bosque e uma grande área verde com uma pista”.
“A produção relatada pela professora, está bastante clara e objetiva em relação
ao tema de estudo, motivando o aprendizado, através da participação. Nota-se, ainda,
que foi um trabalho prazeroso de executar.”
“Este assunto é de extrema importância para uma vida escolar e social
saudável, uma vez que não havendo uma qualidade de vida, também pode não haver
um desenvolvimento satisfatório tanto acadêmico quanto na sociedade.”
“Sobre a unidade didática: Matemática e atletismo, mais que um recurso
pedagógico, pois a partir dos conhecimentos prévios dos alunos podemos tornar as
aulas de Matemática mais dinâmicas e atrativas aos alunos.”
“Realmente a partir do momento que os alunos percebem que as aulas de
Matemática podem mostrar algo concreto dentro do seu cotidiano os ganhos
pedagógicos são enormes.”
Quanto ao texto sobre qualidade de vida, uma cursista relatou:
“ Amei... Esse texto tem tudo a ver, não só com nossos alunos mas conosco
também. Já copiei o texto para trabalhar. Todos estão bons, mas esse me chamou
mais atenção para nossa realidade”....
” Ao ler o relato de implementação e o projeto de intervenção, observei que foi
desenvolvido em todos os aspectos. Com as atividades propostas estimulou o
raciocínio dos alunos”.
“ Foi gratificante ler o relato de implementação da Professora Márcia e perceber
que as proposições planejadas alcançaram sucesso, possibilitando ao aluno maior
interesse e motivação para envolver com novas situações trabalhadas e efetivadas no
período de implementação. Projetos como este, com certeza, nos auxiliarão bastante
para aperfeiçoar nossa prática docente”.
“Realmente precisamos trabalhar com atividades diferenciadas, pois se
queremos alunos participativos precisamos incentivá-los com aulas que mostrem o
verdadeiro significado do que eles irão aprender”.
“Além do aluno compreender as atividades físicas, ele pode obter uma boa
qualidade de vida, sendo possível envolver e trabalhar o conteúdo de Matemática,
demonstrando para o aluno a importância dela na prática”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ser um professor de matemática atualmente no Ensino Fundamental é um
enorme desafio. Porém, percebe-se que ao utilizar problemas do cotidiano que
atendam às expectativas dos alunos, as aulas tornam-se mais motivadoras e
interessantes, ao contrário do que se presencia normalmente em nossas escolas,
pois infelizmente tornou-se praxe dizer que não se gosta de aprender a matemática.
Ao inovar a maneira de ensinar, incluir a disciplina dentro do contexto atual do
aluno, o aprendizado se torna mais fácil, significativo e eficaz.
Através do relato dos alunos pude ter certeza que além da nossa função de
ensinar conteúdos , podemos melhorar a qualidade de vida deles e torná-los pessoas
mais realizadas e felizes hoje e no futuro de suas vidas.
Relatos de alguns deles:
” Aprendi muito professora, e passei a ter mais qualidade de vida.”
“Ver a matemática dessa forma é melhorar a vida”.
“Ninguém trabalhou matemática dessa forma”.
“Passei a ser mais calma, após refletir os textos de qualidade de vida”.
“Percebi que preciso ter mais equilíbrio em tudo o que faço e enxerguei mais prazer
em estudar matemática”.
“ A aula de matemática tem que ser assim sempre”!
“Um jeito diferente de aprender”.
“Me ajudou a refletir o quanto vale a pena viver com uma boa alimentação, ter mais
paciência e ter contato com a natureza”.
“ Aprendi relacionar a matemática com tudo”.
A partir dessas afirmações tão espontâneas dos estudantes nota-se que o meu
trabalho criou alternativas extremamente úteis na maneira de ensinar a disciplina de
matemática. Acredito que o objetivo final de todo o professor seja formar pessoas,
para isso é importante assegurar um maior conhecimento e habilidades nos
conteúdos da matemática, e isto só é possível ao trabalhar de uma forma que
proporcione à eles motivação, interesse e melhora no rendimento durante sua vida
escolar.
REFERÊNCIAS
AZAMBUJA, M. S. et al. Reflexões iniciais de um grupo de professores
acerca da motivação dos alunos para aprender matemática. In: ENCONTRO
GAÚCHO DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA,10., 2009, Ijuí. Trabalhos X EGEM:
Comunicação Científica. p. 1 – 11
BRANCHER, V. R.; RIPPLINGER, T. A aprendizagem significativa e o ensino
da matemática. In: 12ª JORNADA NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2006. EDUCAÇÃO
E SOCIEDADE. SANTA MARIA : UNIFRA, 2006 apud SOUSA, M. V. D.; LIMA, H. J.
S; MEDEIROS, K. B. de. A importância da motivação no processo de
ensino aprendizagem da matemática. In: XIII Encontro Latino Americano de
Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação. 2009, São
José dos Campos.
LOPES, C. A. E. A probabilidade e a estatística no ensino fundamental: uma
análise curricular. Dissertação (Mestrado) - FE/UNICAMP, Campinas, 1998.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação básica do
estado do Paraná. Curitiba, 2008.