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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
GESTÃO DEMOCRÁTICA NO COTIDIANO ESCOLAR: as
nuances entre o contexto ideal o real
Autor: Dirsio Ferreira da Silva1
Orientadora: Daniela de Maman2
Resumo: A produção pedagógica intitulada Gestão Democrática e a Organização do Trabalho Pedagógico está vinculado a linha de estudo, Gestão democrática da educação: Fundamentos, princípios e processos do PDE/PR turma 2013/2014, e visa contemplar as perspectivas contidas na proposta pedagógica deste Curso de a profissional. Para tanto buscamos, através da observação de campo, analisar até que ponto é possível identificar o processo de gestão democrática no cotidiano da prática dos gestores do Colégio Leonardo da Vinci no Município de Dois Vizinhos/PR. O estudo permiti-nos constatar que os gestores pedagógicos e administrativos e/ou diretores do Colégio Leonardo da Vinci, no que diz respeito às relações de poder que se estabelece no cotidiano da escola e os processos democráticos que norteiam a gestão democrática participativa, conforme o que está colocado no PPP e Plano de Ação dos gestores, do referido Colégio.
Palavras-chave: Gestão Escolar. Escola Pública. Democracia.
Introdução
Há pessoas trabalhando na escola, especialmente em postos de direção, que se dizem democratas apenas porque são “liberais” com alunos, professores, funcionários ou pais, porque lhes “dão abertura” ou “permitem” que tomem parte desta ou daquela decisão. Mas o que esse discurso parece não conseguir encobrir totalmente é que, se a participação depende de alguém que dá abertura ou permite sua manifestação, então a prática em que tem lugar essa participação não pode ser considerada democrática, pois democracia não se concede, se realiza: não pode existir “ditador democrático" (PARO, 2008,p. 18-19).
A gestão democrática implica a participação de toda comunidade escolar,
contudo, essa participação, não podemos esquecer que o Estado propõe e promove
Leis que precisam ser executadas pela escola pública, dentre estas, a deliberação
16/99- Secretária de Estado da Educação do Paraná. Para que a gestão
1 Especialista em Pedagogia Escolar pela FACINTER, Graduado em Filosofia pela Escola Superior
de Estudos Sociais, Fundação Educacional de Brusque , professor do quadro próprio da SEED, município de Dois vizinhos/PR. 2 Professora Orientadora Docente na Unioeste/ Campus de Francisco Beltrão/PR.
democrática exerça seu papel é necessário buscar e possibilitar a participação de
todos os envolvidos no processo ensino aprendizagem, isto é, a comunidade
escolar.Paro (2008) destaca que não basta permitir formalmente que os pais de
alunos participem da administração da escola, é preciso que haja condições
materiais propiciadoras dessa participação. Com isso, sugere o Estado também
possui deveres a cumprir não cabe apenas à sociedade e a gestão da escola
promover mudanças pedagógicas e administrativas.
Sob esse aspecto, entendemos que cabe ao gestor/líder - pedagógico e
administrativo e, ainda participativo - da escola a articulação entre os membros que
fazem parte da comunidade escolar. Essa ação se inicia na construção coletiva do
Projeto Político Pedagógico, do Regimento e do Plano de Ação dos gestores, os
quais mesmo que fundamentados em conhecimentos científicos propostos nas
diferentes disciplinas, necessita da apreciação e, sobretudo, conhecimento e
participação de pais, funcionários, professores, alunos, e equipe pedagógica
consistindo num referencial teórico-prático a ser seguido pela escola.
O gestor democrático que busca a qualidade do seu trabalho deve incentivar
práticas coletivas e participativas das instâncias colegiadas, representadas por pais,
alunos, professores, funcionários e comunidade escolar. Segundo Alonso (2003)
saber ouvir opiniões diferentes e aprender a lidar com a diversidade são
características necessária ao diretor para levar em frente uma proposta de trabalho
coletivo. Portanto se o gestor conseguir envolver toda a comunidade escolar, quem
sai ganhando são todos os envolvidos no processo do ensino e aprendizagem,
ficando claro a importância de ter um gestor democrático de qualidade para o
sucesso da escola.
Nestas condições nos é possível afirmar que, a organização pedagógica da
escola necessita de uma gestão democrática comprometida, que garanta a
eficiência do ensino e o trabalho em equipe. Torna-se indispensável, neste
processo, as ações que permitam compreender o outro e construir de forma
participativa, a democratização da escola pública primando por uma educação de
qualidade para todos.
Assim após esta breve explanação elucidamos que, os procedimentos
metodológicos necessários para a realização da produção do artigo, partem da
abordagem qualitativa em educação, na perspectiva de uma pesquisa participante,
de ordem empírica, objetivando constatar, através da observação de campo até que
ponto é possível identificar o processo de gestão democrática no cotidiano da prática
dos gestores do Colégio Leonardo da Vinci. A observação foi registrada em um
diário de bordo após Observação da rotina dos gestores escolares durante um
período de trinta dias num total de sessenta horas.
O estudo permitiu observar os gestores pedagógicos e administrativos e/ou
diretores do Colégio Leonardo da Vinci no Município de Dois Vizinhos/PR, no que
diz respeito as relações de poder que se estabelece no cotidiano da escola e os
processos democráticos que norteiam a gestão democrática participativa, conforme
o que está colocado no PPP e Plano de Ação dos gestores, do referido Colégio.
A divulgação dos dados obtidos foi repassado na semana pedagógica do
inicio do ano letivo de 2014, com a presença de toda comunidade escolar, ou seja,
incluindo os pais , professores, alunos, equipe pedagógica e funcionários, pois
entendemos que para haver uma gestão democrática de qualidade, é necessário
realizar um trabalho articulado com todos os segmentos que compõem a instituição
escolar, ou seja, “dentro e fora de seus muros.”
Deste modo, nossa estratégia de ação, que agora passa a caracterizar-se
como iniciativa de ação na implementação do projeto de intervenção (aqui
delineado) desenvolver-se-á como Unidade Didática, a qual procurou enfocar
principalmente as características da gestão participativa e as tarefas de um gestor/
líder participativo. Para tanto a intervenção desenvolveu da seguinte forma:Vários
grupos participantes – composto por pais, alunos, funcionários, professores, equipe
pedagógica e diretores, participaram do estudo de textos dos teóricos (Paro,Hora e
Luck) e responderam os seguintes questionamentos:
1- O que fazer para melhorar a participação da comunidade escolar na tomada de
decisões?
2- Como proporcionar o envolvimento da comunidade escolar na sua maioria, para a
construção coletiva do PPP, Regimento escolar e plano de ação?
3- Quais são as principais responsabilidades do gestor escolar?
4- De que forma os gestores escolares podem contribuir para a melhoria da
educação?
5- O que é necessário manter ou mudar para que seja implementada a gestão
escolar democrática no Colégio Estadual Leonardo da Vinci ?
Outra atividade realizada pela comunidade escolar foi o preenchimento de um
quadro descritivo coluna sugestões, Os desafios para implementar, a Gestão
democrática participativa no Colégio Estadual Leonardo da Vinci.
Gestão Democrática Participativa
Podemos já num primeiro diálogo e segundo nossas experiências do dia a dia
das escolas enquanto profissionais do ensino argumentar que as tarefas
desenvolvidas pelos gestores escolares constituem um conjunto de ações muitas
vezes árduas, emblemáticas. Segundo Acúrcio (2004), para uma escola ser gerida
com qualidade é necessária competência, agilidade, criatividade e entusiasmo, tudo
isso de forma participativa. O gestor deve acompanhar tudo o que está acontecendo
na escola,precisa estar em constante formação, ter conhecimento dos avanços
científicos e tecnológicos, comprometido com a aprendizagem dos educandos,
empenhado em observar, planejar, executar e avaliar o trabalho na escola, sob a
perspectiva da gestão democrática participativa.
O princípio da Gestão Democrática que norteia a proposta de Gestão Escolar
está estabelecido na forma da lei segundo o Art. 206, inciso VI, da Constituição
Federal de 1988, que, dentre outros princípios, garante-a no ensino ministrado em
escolas públicas. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei nº 9.394/96,
também define as “normas de gestão democrática do ensino público na educação
básica”, estabelecendo como diretriz nacional a “participação das comunidades
escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes” (Art. 14) e da autonomia
(Art.15), conforme destacamos (BRASIL, 1996):
Art.14 Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino publico na educação básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto politico pedagógico da escola; II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Art.15 Os sistemas de ensino assegurarão as unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público (p. 27).
Afirmamos, deste modo, que a partir de leituras de documentos oficiais, como
os citados acima, a gestão democrática ganhou território no contexto histórico de
lutas de classes na contestação de práticas diretivas que era contra à participação
popular, com vistas a mudanças significativas socialmente. Obteve garantia legal no
que concerne ao ambiente escolar através da Constituição Federal de 1988 e da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394/96. Contudo, essa “garantia” presente
na Lei, não se estabelece com facilidade. Ainda há a compreensão de muitos de que
ao diretor cabe decidir (individualmente), e essa representa um dos entraves da
gestão conhecida como democrática.
Nessa perspectiva, para que a gestão democrática se concretize, é
necessário o envolvimento de toda a comunidade escolar e o comprometimento do
diretor para além das atividades burocráticas,pois o diretor não pode se ocupar todo
o tempo com o administrativo, pois além de ter que conhecer as leis e as normas
que regem a educação entre outras, a meta principal deve ser a aprendizagem e
para alcançar a meta precisamos que no interior da escola aconteça a verdadeira
democracia.De acordo com Paro (2006), não pode haver democracia plena sem
pessoas democráticas para exercê-las.
Aspectos da Gestão Democrática
A escola é parte inerente da sociedade. O contexto histórico e social sofreu
inúmeras mudanças e a escola e todos os membros que compõem esse ambiente
estão expostos a essas mudanças, por isso, precisa inovar-se. Frente a esses
desafios contemporâneos é necessária nova concepção de administrar, de gestão
escolar. Paro (2008) nos diz, no prefácio do seu livro: Gestão democrática da escola
pública:
[...] administrar uma escola pública não se reduz à aplicação de uns tantos métodos e técnicas, importados, muitas vezes, de empresas que nada tem a ver com objetivos educacionais. [..] A administração escolar é portadora de uma especificidade que a diferencia da administração especificamente capitalista, cujo objetivo é o lucro, mesmo em prejuízo da realização humana implícita no ato educativo. [...] Se administrar é utilizar racionalmente os recursos para a realização de
fins determinados, administrar a escola exige permanente impregnação de seus fins pedagógicos na forma de alcançá-los (p.7).
Ao gestor escolar faz-se necessária nova visão de organização e decisões
acerca dos aspectos pedagógicos e administrativos. A participação de todos nas
tomadas de decisões é a nova ordem do dia. De acordo com Hora (1994) as ações
administrativas com perspectiva de construção coletiva necessita da participação
efetiva da comunidade escolar, o que contribui para a democratização das relações
que se desenvolvem na escola. A participação favorece a experiência coletiva ao
efetivar a socialização e a divisão de compromissos. A comunidade escolar precisa
ter a consciência da importância da participação ativa na tomada das decisões para
a promoção da qualidade na educação.
Deste modo faz parte das metas de ações do profissional da gestão escolar
proporcionar situações em que o aprendizado democrático ocorra, abrindo
possibilidades de participação, discussão e decisão coletiva na perspectiva de
conjunto através da efetiva atuação das instâncias colegiadas (Conselho Escolar,
Deve-se destacar que, o termo gestão democrática não é um processo pronto,
fechado ou concluído. Para tanto, devemos averiguar os elementos
instrumentalizadores de uma gestão que pode se constituir numa relação
democrática na organização escolar como, por exemplo, a participação dos pais
como também de toda a comunidade escolar. A atuação do conselho escolar, a
eleição de diretores, e a construção coletiva do Projeto Político Pedagógico
constituem alguns dos elementos significativos para a democratização das relações
dentro da organização escolar (Lima,2001).
O que se pretende é que a chamada Gestão Democrática, não seja apenas
um slogan, uma caracterização para uma “fachada” na tomada de decisões tidas
como coletivas, mas que a democratização realmente se efetive que a comunidade
escolar tenha conhecimento dos direitos, deveres e leis que regem a vida escolar
dos estudantes, que possa interferir nesse processo de maneira positiva, que
compreenda o valor da sua participação na Educação, que proponha ações de
resultados positivos à qualidade do ensino, enfim que seja, juntamente com o corpo
docente, direção e equipe pedagógica comprometida com o que se aprende e o que
se ensina na escola.
O gestor precisa pensar em resultados qualitativos ao ensino. Para isso
necessita estabelecer reflexões acerca do Regimento Escolar, do Projeto Político
Pedagógico, bem como estar atento ao seu cumprimento, possuir uma postura ética
em relação aos desafios da participação e efetividade da coletividade nas decisões
e deliberações pedagógicas e administrativas visando sempre em a qualidade do
ensino.
A gestão escolar democrática se desenvolve num processo de construção e
de democratização da educação. Conforme Paro (2008), o referido processo exige
ações conjuntas, ao se afirmar enquanto prática político-democrática. Tal modelo de
gestão instituirá formas de planejamento que irão romper com o espírito corporativo
e competitivo que predomina em algumas instituições escolares a refletir sobre as
concepções dos gestores quanto aos modelos de gestão e de planejamento. Não
existem receitas, fórmulas de gestão prontas elas se estabelecem no processo
político, social e cultural em que se insere cada escola pública.
A gestão escolar democrática, por sua vez, tem como base uma relação
orgânica entre a direção e a participação da comunidade escolar. Segundo Luck
(2003), constata-se que durante o predomínio da gestão conservadora da educação
brasileira os resultados do rendimento escolar foram sempre baixos. O fato foi
comprovado pelo alto índice de evasão escolar nesse período.
Paro (2008) afirma que por meio da participação de todos os setores da
escola, educadores, alunos, funcionários e pais nas decisões sobre seus objetivos e
seu funcionamento, haverá melhores condições para pressionar os escalões
superiores a dotarem a escola de autonomia e de recursos. A reivindicação de todos
os segmentos que fazem parte da escola é uma das formas de pressão e fazer
com que o estado atenda aos interesses da maioria.
Uma das maneiras de fazer funcionar a escola e de organizá-la, com vistas à
melhoria da qualidade de ensino, é justamente a elaboração democrática e coletiva
do seu Projeto Político-Pedagógico. Para Veiga (2004) o Projeto Político-
Pedagógico, entendido como a organização do trabalho pedagógico da escola, deve
ser construído a partir dos princípios de igualdade, de qualidade, de liberdade de
gestão democrática e de valorização dos professores. Além disso, é importante
propiciar uma vivência democrática necessária para a participação de todos os
membros da comunidade escolar.
Ao buscarmos aportes teóricos em Luck (2012) observamos alguns
apontamentos sobre as características fundamentais do trabalho em equipe e o
envolvimento de todos os segmentos da escola. E menção sobre algumas
características da gestão participativa, citamos:
Compartilhamento de autoridade e de poder.
Responsabilidades assumidas em conjunto.
Valorização e mobilização da sinergia de equipe.
Canalização de talentos e iniciativas em todos os segmentos da organização.
Compartilhamento constante e aberto de informações.
Comunicação aberta e ampla disseminação de informações (p.30).
Compreendemos que a condição para exercer uma gestão escolar
participativa na prática, é essencial ter como objetivo de trabalho as tarefas que
precisam ser implementadas pelo gestor, e/ou líder. Assim levamos em conta as
proposições de Luck (2012), sobre as atribuições, ou ações esperadas para o gestor
escolar. A autora também elucida as tarefas do líder participativo na escola:
Criar com a comunidade escolar a visão da escola e constituir o melhor
entendimento dessa visão, continuamente, na equipe escolar.
Desenvolver o comprometimento de professores e demais funcionários com a
realização dessa visão.
Definir, de forma participativa e em conjunto, os objetivos da escola.
Utilizar e canalizar as competências da escola para efetivação de resultados.
Desenvolver a competência da equipe, mediante acompanhamento e
orientação coletiva contínua.
Estimular e manter a motivação da equipe da escola para o trabalho em
equipe de promoção da aprendizagem e formação dos alunos (p. 37).
De acordo com os autores Luck, Freitas, Girling e Keith (2012) a gestão
participativa é capaz de afetar positivamente a qualidade escolar. As escolas que os
gestores buscam consultar os membros da comunidade, principalmente opiniões de
um número de selecionados de funcionários que possui conhecimento para tomar e
implementar decisões com certeza teremos um ambiente de ensino aprendizagem
mais eficaz dentro da escola.
A liderança participativa acontece através da observação de atividades
pertinentes à liderança. Isto incluir criar e comunicar uma visão compartilhada,
ganhar a confiança e o comprometimento organizacional , utilizar as competências
da organização, desenvolver as equipes da organização e motivá-las. O líder
participativo envolve os outros e compartilha a liderança com a comunidade escolar
(LUCK, FREITAS, GIRLING e KEIT 2012). Assim com base nos pressupostos
teóricos, mencionados acima, podemos afirmar que o papel a ser desempenhado
pelo gestor escolar em um estabelecimento de ensino é de fundamental importância,
porém é indispensável a participação de toda a comunidade escolar na análise de
situações e decisões sobre os encaminhamentos e ações conjuntas sejam elas de
ordem financeiras culturais,administrativas e pedagógicas, com o objetivo de
alcançar uma escola pública de qualidade.
Considerando o aspecto pedagógico o papel do gestor, é desenvolver um
planejamento coletivo com os segmentos da escola, através do plano de ação da
escola, calendário escolar, horário semanal, formas de recuperação do aluno,
encontros pedagógicos. Enfim, se a meta tem como principio fortalecer a gestão
escolar democrática, há a necessidade de administrar a educação num sentido
amplo, com a forte presença do gestor que além de organizar o processo de ensino
aprendizagem, também exerce a ação de administrar o ensino.
Resultados e Discussões
Mediante o trabalho desenvolvido ao longos dos encontros com a
comunidade escolar e, através da prática de estudo e análise de textos dos teóricos
(Paro,Hora e Luck), a comunidade escolar opinaram sobre como construir no chão
da escola uma gestão democrática, deixando claro que a gestão democrática é
adotada e desenvolvida pelos diretores do Colégio Leonardo da Vinci é possível
identificar a gestão democrática nas ações dos gestores do Colégio no seu dia a dia
como, reuniões com os pais, instâncias colegiadas, funcionários, professores e o
desenvolvimento de vários projetos, no entanto precisa melhorar a comunicação de
tudo que se realize, principalmente de atividades extra sala de aula.
Constatamos que os gestores precisam desenvolver algumas ações para
melhorar a participação de toda a comunidade escolar e assim seja efetivada
realmente a gestão democrática no chão do Colégio Leonardo da Vinci, entre outras
ações, a comunidade escolar destacou algumas:
Promover mais integração entre os segmentos/comunidade escolar/órgãos
colegiados através de assembleias, reuniões, palestras e jogos cooperativos.
Conselho de classe participativo, com participação de pais e alunos.
Reuniões bimestrais com os órgãos colegiados para tomada de decisões.
Enfrentamento da indisciplina através do diálogo com o todos os segmentos
do Colégio.
Disponibilizar para estudo o projeto político pedagógico proporcionando a
efetivação do mesmo.
Realizar anualmente a gincana cultural e esportiva com o envolvimento de
toda a comunidade escolar.
Buscar junto à secretaria de educação projetos para melhoria da estrutura
física e pedagógica.
Trabalhar com os alunos a participação dos mesmos nas decisões do Colégio.
Reuniões coletivas trimestralmente com os professores e funcionários.
Desenvolver atividades que envolvam os pais, professores e alunos que visam
à autonomia no processo escolar.
Fazer que todos participem das decisões como, por exemplo, onde serão
investido melhor os recursos da escola.
Oportunizar momentos de paradas e reflexões dos resultados de todas as
atividades desenvolvidas no colégio afim de melhorá-las.
Possibilitar no colégio debates e troca de experiências entre profissionais da
educação e toda a comunidade escolar.
Incentivar os educadores para participar de seminários, cursos e grupos de
estudos.
A equipe pedagógica interagir mais com os professores.
Disponibilizar o espaço do colégio nos finais de semana para a comunidade
escolar usufruir como, jogos, gincanas e uso do laboratório de informática.
Outra atividade da implementação pedagógica foi o preenchimento deste
quadro coluna sugestões, realizado período matutino, vespertino e noturno com a
participação de toda a comunidade escolar. A coluna- sugestões foi preenchida no
momento da implementação do projeto.
A ESCOLA QUE TEMOS (REAL) A ESCOLA QUE QUEREMOS (IDEAL) SUGESTÕES
A maioria dos Professores novos no
Colégio desconhecem o PPP e o
Regimento.Recebem poucas informações
sobre o pedagógico,proposta de ensino.
Todos os professores, independente
de ser novos,buscar conhecer o PPP
e o Regimento do Colégio.
Criar mecanismos para que a
equipe pedagógica possa acolher e
acompanhar os novos professores,
no sentido de conhecer o PPP, o
Regimento Escolar, e o Plano de
Ação do Colégio.
Instâncias colegiadas efetivadas: Grêmio
Estudantil, APMF, Conselho Escolar e
Conselho de Classe.Poucos participantes
nas Reuniões proposta pelos
diretores.Assuntos discutidos na maioria
das vezes é de ordem administrativo.
Participação de todos os membros
das Instâncias colegiadas na tomada
de decisões.Proporcionar mais
encontros durante o ano para discutir
principalmente assuntos ligado ao
pedagógico.
Incentivar práticas participativas das
instâncias colegiadas que assumam
o desafio de atuarem para que
tenha melhor qualidade na
educação.
A Colégio proporciona o planejamento
participativo,mas nem todos os
professores participam, pois os mesmos
trabalham em várias escolas.
Envolver todos no planejamento das
ações da escola e da própria
disciplina.
Disponibilizar o planejamento
participativo no site do colégio para
os professores que trabalham em
outras escolas.
Falta de compromisso de alguns membros
da comunidade escolar com a melhoria na
qualidade da educação.
O comprometimento de todos com um
só ideal a qualidade da educação.
Trabalhar na formação da
comunidade escolar enfocando que
a primeira coisa para alcançar a
qualidade na educação é
compromisso de todos.
Pouco envolvimento e compromisso da
comunidade escolar na construção do
projeto político pedagógico na escola,
Buscar o envolvimentos dos
professores, equipe pedagógica
funcionários,pais e alunos na
construção e execução do PPP.
Oportunizar mais momentos (horário
diferenciado) para estudo e
discussão do PPP.
Pouco envolvimento dos alunos nos
assuntos pedagógicos.
Conversar mais com os alunos,
chamar os mesmos para participar e
deliberar sobre o pedagógico do
Colégio.
Curso de formação para os
representantes de turma e grêmio
estudantil preparando os mesmos
para deliberar sobre o pedagógico
do colégio.
Fonte: PLANO DE AÇÃO 2012/214
Considerações Finais
A partir do trabalho pedagógico desenvolvido, a pesquisa participante, e a
implementação da unidade didática, identificamos vários aspectos de suma
importância da Gestão Escolar. A necessidade de acreditar na gestão democrática,
apesar da adversidade escolar.Precisamos de uma gestão de forma diferente que
busque modificar as práticas comumente utilizadas, com a finalidade de melhoria da
qualidade da educação.
No Colégio Leonardo da Vinci constatamos que a participação da comunidade
escolar, é uma causa defendida permanentemente pelos seus gestores escolares,
pois os objetivos do Colégio estão bem definidos e a proposta pedagógica, o projeto
político pedagógico e o plano de ação dos gestores está pautada em princípios
democráticos.
A escola, enquanto instituição que garante o ensino sistemático e, como um
resultado de construção coletiva, não pode ser pensada de forma abstrata, mais sim
de forma a ser concreta e objetiva. É muito importante que se desenvolva uma
cultura de participação e de autonomia no interior da unidade escolar para que se
estabeleça sua identidade institucional, assim podendo haver mudanças
significativas nas relações entre o sistema, a comunidade, a equipe pedagógica e os
alunos. Com isso trazer para dentro das organizações da escola uma transformação
realmente democrática (LIMA, 2007).
Identificamos com este trabalho que no Colégio Leonardo da Vinci existe todo
um caminhar democrático a partir do trabalho dos gestores, onde funcionários,
professores, pais e equipe pedagógica trabalham em conjunto para a realização dos
objetivos estabelecidos de forma democrática..
O papel dos pais e da comunidade é de fundamental importância para que o
desenvolvimento e o crescimento da vida escolar sejam de melhor qualidade no
ensino e aprendizagem dos alunos.
O papel do gestor é muito importante no processo de construir uma sociedade
renovada, na qual a comunidade esteja ativa e atuando em parceria com o objetivo
de reorganizar o cotidiano, que seja baseado em modelos reais e atuais,
possibilitando as mudanças necessárias para promover a construção de uma
sociedade mais justa e com mais qualidade.
Compreender a gestão escolar em uma sociedade globalizada e a
necessidade de sua atuação na teoria e na sua prática, permite proporcionar aos
profissionais da educação uma visão sistêmica do processo de gestão escolar.
Sendo assim, apesar da falta de compromisso de alguns segmentos da
escola, principalmente a pouca participação de pais, constatamos que a gestão
democrática é adotada e desenvolvida no colégio Leonardo da Vinci, o papel dos
gestores é muito ativo, incentivando sempre os pais, professores, alunos, equipe
pedagógica, a participarem da gestão democrática, a participação efetiva do
grêmio estudantil, Associação de pais mestres e funcionários - APMF e
Conselho Escolar confirmam, que a gestão democrática acontece na escola.Não
podemos deixar de ressaltar que algumas ações foram elencadas, para melhorar
a participação da comunidade escolar. Concluímos, deste modo nossa análise,
apontando para a perspectiva, que a Gestão democrática se constrói a cada dia
no chão da escola, assim temos que trabalhar coletivamente no sentido de
possibilitar intensamente mais oportunidade a comunidade escolar para participar
de todas as tomadas de decisões no interior da escola, priorizando sempre o
interesse da coletividade.
Referências
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VEIGA. Ilma Passos Alencastro (org) Projeto Político Pedagógico da Escola: uma construção possível. 17ed.Campinas, Papirus,2004.