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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
HISTÓRIA DOS BRINQUEDOS
Salete Sonáglio Moraes1 Lorena Zomer2
Resumo
Sabemos que o brinquedo sempre fez parte da vida das crianças, desde a antiguidade até os dias atuais, porém com menos relevância, por isso propomos discutir alguns problemas relacionados à infância dos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental. Os livros didáticos pouco utilizam essa metodologia, entre o brincar e aprender no processo de ensino aprendizagem, pois o brincar já não faz parte da atividade cotidiana infantil que está veiculada ao mundo das tecnologias onde “brinca” com a máquina. Nesse contexto, pretende-se fazer um histórico dos brinquedos infantis das sociedades antigas, da história dos pais e as formas de brincar atualmente. Partindo deste histórico, serão propostos aos alunos a construção de brinquedos da antiguidade clássica e perceber que são brinquedos semelhantes aos atuais, mas que houve um abandono na cultura do brincar com bonecas, carrinhos, pernas de pau, ioiô, pião, amarelinha, entre outros, e é através dos brinquedos que a criança vai se libertar do mundo real e se inserir no imaginário.
Palavras chave: Didáticas. Educação. Ensino de História.
INTRODUÇÃO
Ensinar e compreender história a partir de novas metodologias tem se tornado
uma constante busca entre os professores da disciplina, pois estamos inseridos em
um contexto em que o aluno precisa de diferentes meios, formas e técnicas
diferenciadas para desenvolver o aprendizado. Reconstruir um novo conceito de
ensino de história depende de um esforço e um bom planejamento docente.
De acordo com Karnal (2005), o fazer histórico se torna mutável no tempo e
seu exercício pedagógico também o é, em que ensinar História é uma atividade
submetida a transformações permanentes, a que envolve o objeto em si e a ação
pedagógica. O objeto em si é transformado pelas mudanças sociais e descobertas
arqueológicas e a ação pedagógica muda porque os envolvidos no processo
1 Professora de História da Secretaria de Estado da Educação, Pós- Graduada em História Moderna
e Contemporânea. Participante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – 2013. 2 Doutoranda em História, docente na Universidade do Centro-Oeste, Campus de Guarapuava.
também mudam. Em vista disso, compreendemos que existem diferentes
possibilidades de ensinar História.
Sabemos que os brinquedos sempre tiveram pouca relevância nos livros
didáticos de História. Sendo assim sentimos a necessidade de partir desse assunto
como meio de desenvolver os conteúdos das sociedades clássicas (gregos e
romanos), com o intuito de aumentar entre os alunos o interesse pelo estudo da
história. Devido à condição em que se inserem hoje, que o “brincar” não está mais
relacionado às brincadeiras de roda, bolas de gude, corda, bonecas, mas utilizando
da tecnologia (games, celular) como meio de proporcionar lazer. Percebemos que
através da utilização dos brinquedos infantis poderemos incentivá-los a praticar
outras experiências e aplicando essa metodologia na sala de aula torna possível o
embate entre o ensinar e aprender.
“Vamos brincar e construir? Construir com o lúdico? Transitando, brincando e
aprendendo? No transitar entre o brincar e o aprender; entre o aprender e o
brincar?” (ROJAS, 2007). A intencionalidade deste artigo é propor às crianças uma
forma de aprender história através do brincar e construir com uma proposta didática
diferenciada. Ideias para um ensino de História nos aparecem constantemente. No
entanto, brincar e construir através de atividades práticas é uma estratégia de
ensino, como recurso didático para a sala de aula.
É na sala de aula que os professores buscam construir /reconstruir conceitos
e possibilidades de desenvolver os conteúdos de forma mais dinâmica e lúdica o
processo de ensino aprendizagem. Podemos considerar que existem diferentes
meios para a construção do aprendizado. De acordo com a professora Maria
Auxiliadora3 (2005), “o professor de História pode ensinar o aluno a adquirir as
ferramentas de trabalho necessárias; o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançar os
germes do histórico”. Contudo estimulando as múltiplas habilidades de cada um,
através do qual o aluno participa do processo do fazer e do construir História. Deve
ficar claro para o aluno que adquirir o conhecimento histórico não é um dom, e nem
mesmo algo que se compra, mas uma produção contínua e gradativa.
Para a professora Maria Auxiliadora (2005), a sala de aula não é apenas um
espaço no qual se transmite informações, mas sim uma relação que interlocutores
constroem sentidos. Trata-se de uma troca de informações relacionando teoria e
3 Professora Assistente II da Universidade Federal do Paraná, Departamento de Métodos e Técnicas
da Educação da disciplina Metodologia e Prática de Ensino de História. Doutoranda em História.
prática, ensino e pesquisa. Toda articulação que vise o saber didático pode ser
desenvolvida através de diferentes estratégias, trabalho em grupo, aulas expositivas,
construção de materiais didáticos pelos alunos, entre outros.
Este projeto teve início com uma discussão junto aos alunos através das
aulas de História, percebendo a necessidade de chamar a atenção para algo que
proporcionasse o interesse deles nas minhas aulas. Motivada em formar o
conhecimento por um caminho um pouco diferente, através do lúdico, possibilitando
o desenvolvimento do conteúdo curricular, busquei nas sociedades clássicas um
meio para desenvolver esta relação.
O presente material foi desenvolvido com os alunos do 6º ano, do Colégio
Estadual de Pato Branco- EFMPEN, em Pato Branco, em 32 horas aulas com alunos
da faixa etária de 10 e 11 anos por perceber que as crianças desta idade encontram
- se em um momento em que o ato de brincar vem passando por profundas
transformações, e as brincadeiras de hoje não parecem ser tão coletivas quanto
antigamente, ficando restritas ao “mundo do game”. Percebemos que as
brincadeiras infantis estão mais relacionadas às tecnologias do que pular
amarelinha, rolar pneu, jogar pião, por exemplo, opção que as crianças gostam de
fazer quando é sugerida e se divertem brincando e aprendendo, mas cotidianamente
não existe mais essa possibilidade de troca. Entendemos que seja uma mudança
cultural da nova geração. Percebemos essa tendência também na sala de aula,
direta ou indiretamente quando utilizamos os recursos existentes na escola, a
televisão, vídeo, computador com multimídia.
Este artigo discute alguns problemas diretamente relacionados às diversas
formas de brincar das crianças, atualmente. O principal deles é entender porque as
crianças não brincam mais como antigamente. Para isso, partimos do presente, ou
seja, discutimos com as crianças quais as formas de brinquedos, brincadeiras e
jogos que utilizam atualmente, destacando do ponto de vista didático-pedagógico, o
aluno assimila e compreende o que é significativo para ele naquele momento.
A cultura do brincar nem sempre foi entendida e compreendida da mesma
forma através dos tempos, principalmente se compararmos a antiguidade clássica
com os dias atuais. Este trabalho fez um estudo histórico dos brinquedos infantis na
Roma Antiga e em outras sociedades antigas, relacionando-os com as diferentes
formas de brincar nos dias de hoje.
O historiador Luis Fernando Cerri4 (2001), faz algumas considerações em
relação ao estudo da História:” Quanto há de passado em nosso presente, e em
nosso futuro? Em que medida o futuro já está comprometido pelas condições dadas
pelo passado e pelas soluções que demos no presente? O passado (ou a nossa
imagem de passado) é estável, ou modifica-se conforme a utilização que fazemos
dele? Qual a relação entre o tempo e a imagem que temos de nós mesmos?
Quando mexe-se no passado mexe-se também na identidade coletiva?” (CERRI,
2001)
Passado e presente fazem parte da história e observamos ao estudar o
passado, suas mudanças e permanências ao longo das gerações.
Propomos através de atividades relacionadas ao brinquedo em que o aluno
tenha a percepção de que a ludicidade e aprendizado podem caminhar juntos. Em
entrevista desenvolvida com os pais foi possível perceber que existe uma
preocupação quanto ao tempo dedicado pelos filhos na internet e celular, estando
presente em todos os momentos no dia a dia dos filhos. O momento em família de
diálogo ou assistir um programa de TV, não acontece mais, todos podem estar no
mesmo ambiente, mas cada um executando uma tarefa distinta (vídeo game,
celular, computador).
Iniciamos as atividades com imagens de bonecas desde a década de1920,
até chegar ao surgimento das bonecas Barbie que são as bonecas mais apreciadas,
fazendo o histórico desde o surgimento deste brinquedo, assim também com o pião,
fantoches, culminando com o manuseio dos brinquedos pelos alunos, causando
expectativa para o momento prático.
Dando continuidade à história dos brinquedos, partimos para a amarelinha,
cinco marias, aro, bambolê e gangorra. Consideramos que o brincar assume uma
forma livre e imprevisível, considerado também uma atividade elaborada e
regulamentada por aqueles que participam da brincadeira.
A maioria dos brinquedos foi manipulada pelas crianças em sala de aula e
depois elas fizeram a parte prática no pátio do colégio. Mostraram para os que já
sabiam utilizar e as crianças que não sabiam aprenderam como se brinca ou
brincava. Numa oficina específica construíram seus próprios brinquedos,
relacionando-os e percebendo as mudanças e permanências ao longo dos séculos.
4 Luis Fernando Cerri, Professor do Departamento de História da UEPG e Doutor em Educação; Revista de História
Regional, 2001.
Observamos que as relações entre passado/presente (de que estamos
falando) estão no cotidiano e no saber/fazer/construir história. Portanto, cabe ao
professor incentivar os alunos a buscar o conhecimento através da história dos
brinquedos infantis principalmente na Roma Antiga como objeto de estudo na
disciplina. A boneca de pano, por exemplo, está presente no dia a dia das crianças e
tem origem na pré-história e também no Egito Antigo. Em Atenas era utilizada como
atualmente, um brinquedo, exceto o simbolismo que a boneca exercia durante o
casamento, em que as mulheres atenienses consagravam suas bonecas à deusa
Afrodite. Na mitologia grega, era a deusa do amor, que representava o amor e a
beleza, esperando ter sorte no amor. (ATZINGEN, 2001)
Para Atzingen (2001), a transição das bonecas de ídolos para brinquedos
provavelmente ocorreu no Egito, há cinco mil anos. Algumas bonecas tinham braços
e pernas articulados e também cabelo humano. Os meninos romanos se divertiam
com bonecos de cera e argila representando soldados.
Na Antiguidade Clássica, prevalecia o fascínio pelas bonecas. Na Grécia e
em Roma, em 500 a.C., as bonecas eram chamadas de outros nomes: nympha e
puma, que significava moça pequena. Já na Idade Média, os estilistas usavam as
bonecas como seus modelos para vesti-las com suas criações onde as pessoas de
posse (rainhas e damas) escolhiam seus vestidos. (ATZINGEN, 2001)
A partir da Idade Contemporânea, surgiram às primeiras bonecas que falavam
mamá e papá foram produzidas em 1823, aperfeiçoadas em 1880. A Barbie foi
criada nos Estados Unidos em 1959 e revolucionou o conceito de bonecas.
Assim como nas sociedades clássicas, os brinquedos tiveram sua
participação no espaço de convivência dos adultos e das crianças. No Brasil não foi
diferente. O gosto principalmente pela boneca, ioiô, amarelinha, fantoche e pneu
contribuiu como meio de socialização das crianças, desde a época dos nossos
antepassados, permanecendo no contexto infantil até os dias atuais.
No Brasil a boneca Susi, lançada em 1962, fez muito sucesso. É a boneca
brasileira que competia com a Barbie pela preferência das meninas. Relançada em
2007, Susi ganhou um corpo mais esguio, com pernas e cintura mais finas e seios
mais volumosos.
Segundo Brougère (1994),
As bonecas Barbie e Suzy são consideradas duas bonecas-manequins,
bonecas-bebê e em seu ambiente infantil, reconhecemos alguns aspectos
da nossa realidade cotidiana. Também percebemos sociedades diferentes,
sociedades passadas e podem ser reconhecidas pelas suas bonecas,
roupas e suas casinhas. O que pode refletir a boneca senão o meio social?
O meio social que os diferentes períodos da história se referem, no caso da
boneca, apresentou estilos e modelos distintos, inclusive na atualidade, incentivando
as meninas a possuir todos os modelos sugeridos pela mídia.
Os conteúdos estruturantes no ensino de História têm nas Diretrizes
Curriculares Estaduais (Paraná, 2008), uma abordagem teórica reelaborada em
função das transformações sociais, políticas, econômicas e culturais ocorridas
recentemente. Ao vincular o conceito de conteúdo estruturante tanto a uma análise
histórica quanto a uma opção política, considera-se que:
O envelhecimento do conteúdo e a evolução de paradigmas na criação de
saberes implica a seleção de elementos dessas áreas relativos à estrutura do saber, nos métodos de investigação, nas técnicas de trabalho, para continuar aprendendo e em diferentes linguagens. O conteúdo relevante de uma matéria é composto dos aspectos mais estáveis da mesma e daquelas capacidades necessárias para continuar tendo acesso e renovar o conhecimento adquirido. (SACRISTÁN, 2000, p. 152-153)
Consideramos que essa permissão e flexibilidade do planejamento, através
dos conteúdos estruturantes, favorecem o desenvolvimento de atividades
pedagógicas diferenciadas, possibilitando o desenvolvimento do processo ensino-
aprendizagem, através de uma possibilidade a ser desenvolvido, através dos
brinquedos infantis, permitindo uma experiência do aluno como um ponto de partida
para a introdução do conteúdo proposto pelo planejamento curricular.
Atualmente, os alunos parecem não apreciar as aulas de história por serem
um tanto teóricas, sendo assim o desafio foi despertar no educando interesse e a
vontade de conhecer as diferentes brincadeiras e brinquedos desde seu surgimento,
comparando a vida cotidiana infantil nas diferentes épocas. O brinquedo é um objeto
distinto e específico, com imagem projetada em três dimensões, cuja função parece
vaga. Com certeza podemos dizer que a função do brinquedo é a brincadeira.
(BROUGÈRE, p. 13, 1995)
É no brincar que a criança também pode ser motivada a relacionar à história,
acontecimentos, épocas, vestuários, diferentes modos de vida, as mudanças e suas
permanências. Kishimoto (1999) ressalta que os jogos foram transmitidos de
geração em geração por meio de sua prática, permanecendo na memória infantil. E
que a tradicionalidade e a universalidade dos jogos são observadas pelo fato de que
os povos distintos e antigos, como os da Grécia e Oriente, brincaram de amarelinha,
empinar papagaios e jogar pedrinhas. O jogo tradicional infantil é um tipo livre,
espontâneo, no qual a criança brinca pelo prazer de fazê-lo, quer dizer, construí-lo
com suas próprias mãos.
Benjamin (2002, p.96) afirma que a criança tem a liberdade em aceitar ou
recusar as coisas, não poucos dos antigos brinquedos (bola, arco...) terão sido
impostos à criança como objeto de culto, os quais mais tarde devido à imaginação
infantil transformaram-se em brinquedos. Percebemos que, durante muito tempo as
crianças utilizaram as bonecas de pano, bolas, amarelinhas como uma forma de
brincadeira e diversão.
Esses brinquedos apresentados às crianças tornaram-se populares ao longo
da história, atingindo um número grande de participantes e percebidas no cotidiano
infantil com frequência proporcionando momentos de lazer e diversão.
Atualmente as crianças estão inseridas na era digital que oferece muitas
opções de entretenimento, favorecendo sua limitação às atividades físicas e
motoras, promovendo atitude de alienação perante o espaço que está ao seu redor.
Neste contexto, os colegas que participaram do GTR5 (Grupo de Trabalho em
Rede), também deram sua contribuição quanto ao uso dos brinquedos eletrônicos
no cotidiano infantil. A professora G.A. considerou que:
“Brincava-se no coletivo, havendo uma interação, socialização, uma troca
de vivências e experiências, que hoje esquecidas as tais brincadeiras, e a
era digital, mostra-se um individualismo e uma dificuldade de conviver com
o outro, com as diferenças. As nossas crianças não conseguem brincar, se
não tiverem brinquedos com tecnologias, o inventar, o criar, hoje não surge
naturalmente, a imaginação foi podada na nossa era”.
5 GTR- Grupo de Trabalho em Rede desenvolvido pelos professores da Rede Estadual de Educação
do Estado do Paraná, atividade em que o professor PDE apresenta sua temática de estudo, desenvolveu-se no primeiro semestre de 2014.
A ideia de aprendizagem utilizando a história dos brinquedos infantis
observada pelos professores do GTR veio de encontro com o que propomos neste
estudo e compreendemos que este viés é possível na prática pedagógica.
Observamos na participação da professora do GTR, C. R. P. nos diz:
“Que vivemos em uma era altamente isolacionista, onde cada um fecha-se
em si mesmo, e divide sua atenção com meios tecnológicos, creio não
haver a menor dúvida. Que estamos nos acostumando, e até julgando como
normal, estarmos cada vez mais sozinhos e vermos nossa família, amigos,
colegas cada vez mais ilhados em seus afazeres, recreios, lazeres, etc.
Também me parece algo notório buscar um contraponto a isto, e utilizando-
se de algo lúdico, sensível e prático como brinquedos penso ser, algo no
mínimo interessante. Por este motivo escolhi este tema entre tantos outros
do GTR- “OS BRINQUEDOS-”... Serem esses brinquedos das culturas
clássicas – grega romana - a mim foi mais sedutor ainda, já que, penso que
este tema pode ser dividido em várias etapas e várias vertentes que
possam englobar desde o ensino da arte renascentista até as tecnologias
em nossas casas e seus vícios”. (GTR, 2013)
Entendemos que através das brincadeiras/ brinquedos as crianças se tornam
condicionadas a certos vícios e são repetidos cotidianamente. Poderíamos
considerar o videogame como sendo via de passagem do brincar ao jogo. Cabe nos
perguntarmos acerca dos efeitos desta nova posição da criança, que se encontra
enlaçada ao tecido social contemporâneo, e a tecnologia é hegemônica e prevalece
no brincar. (MEIRA, 2003)
O brincar da criança é diretamente proporcional à associação livre do adulto,
pois, o brincar e jogar são formas básicas da comunicação infantil, com as quais as
crianças inventam o mundo e elaboram seus aspectos internos e os impactos
exercidos pelos outros (mundo externo). (KLEIN, 1970)
Os brinquedos e brincadeiras elaborados e vivenciados pelas crianças ao
longo da história da humanidade são, portanto, objeto de estudo que surgem à
medida que entendemos a infância como categoria geracional sociologicamente
instituída e produtora de uma cultura própria. (DINIZ, 2005)
Com base nos estudos dos autores citados percebemos que os brinquedos e
brincadeiras infantis podem ser utilizados como ferramentas para a prática
pedagógica em sala de aula.
Uma atividade de aprendizagem, controlada pelo educador, toma o aspecto de brincadeira para seduzir a criança. Porém, a criança não toma a iniciativa da brincadeira, nem tem o domínio de seu conteúdo e de seu desenvolvimento. O domínio pertence ao adulto, que pode certificar-se do valor do conteúdo didático transmitido dessa forma. Trata-se de utilizar o interesse da criança pela brincadeira a fim de desviá-la, de utilizá-la para uma boa causa. Compreendemos que aí só existe brincadeira por analogia, por uma remota semelhança. (BROUGÈRE, 2001, p.96-7).
A ideia de associar a aprendizagem ao brinquedo no ensino de história foi
propor à criança uma construção do conhecimento, dinamizado pelo professor
através desta estratégia de ensino.
Neste artigo, constatamos que as crianças utilizam os brinquedos, mas
desconhecem sua história, sua origem, a exemplo da boneca de pano ou a
apreciada de toda criança, a “Barbie”.
Sendo assim, com o objetivo de conhecer a história dos brinquedos e das
brincadeiras antigas dos povos gregos e romanos, principalmente, organizei um
texto informativo para os alunos se familiarizarem com os diferentes brinquedos e
brincadeiras desses povos. O entendimento desta atividade trouxe uma bagagem de
informações que até o momento ninguém propôs, desenvolvendo a curiosidade para
saber da história de outros brinquedos também.
Além de conhecer a história de alguns brinquedos infantis, as crianças
tiveram a oportunidade de escolher entre os brinquedos estudados, construir
sozinhos ou com auxilio dos colegas, troca e apoio, visando à produção e
construção de seu próprio brinquedo. As escolhas foram variadas, mas entre as
meninas prevaleceram às bonecas de pano e as cinco marias foi também opção dos
meninos.
Apresentaram muita dificuldade com o manuseio de fio e agulhas e com a
ajuda mútua conseguiram executar a tarefa. A coordenação motora foi o grande
obstáculo a ser vencida pelas crianças nesta atividade. Dificuldade percebida
também pelos professores participantes do GTR, identificado durante algumas
atividades propostas com restrição aos movimentos que exigem coordenação
motora dos alunos.
As considerações citadas nos remetem ao passado, a fontes visuais, orais e
escritas, uma possibilidade de estudo, a utilização dos documentos como recurso
didático. Nesse aspecto é possível estabelecer um diálogo entre os sujeitos
históricos remetidos ao passado e presente em contextos próprios.
Analisamos a obra de Peter Bruegel, de 1560, com o tema “Jogos Infantis”
fazendo a releitura da imagem e interpretação do texto complementar. Também
utilizamos da música para despertar o interesse em cantar e brincar com a música
ciranda, cirandinha. Estudamos alguns trechos da obra de Phillipe Ariès (1981)
fazendo referência à sociedade da antiguidade romana como estudo de caso.
O estudo e análise de imagem e documento histórico inicialmente feito
através da obra de Peter Bruegel, de 1560, evidenciando os jogos infantis do século
XVI, mostram cerca de 250 personagens participando de 84 brincadeiras. Algumas
delas ainda existem e outras já se apagaram da memória. Essa obra expressa
adultos em miniatura brincando mostrando que todos podem ser felizes brincando.
Nesse período a brincadeira era vista como algo pecaminoso pela sociedade e o
sentimento de infância não existia. Somente no século XX com a eclosão do
movimento científico, que a brincadeira ocupou força na mente dos pensadores.
Platão dizia: “A criança aprende brincando e brincando ela é feliz”.
Segundo Áries (1991) os primeiros registros sobre a criança no mundo
ocidental ocorreram na Grécia Antiga, mesmo que de forma tímida, porém lá não
havia uma concepção precisa de criança. Havia certo antagonismo, que ora
mencionava as crianças, ora as ignorava. Isso aparece de forma mais nítida nos
hábitos e costumes gregos. Quase não existem registros retratando crianças, ou
seus brinquedos e brincadeiras. Por outro lado, o que demonstra esse antagonismo
são a grande paixão que os gregos tinham pela educação, e os registros
demonstram que eles desenvolveram vários métodos para educar crianças. Os
romanos assimilaram as primeiras ideias da escola voltada especificamente para as
crianças, e, em alguns aspectos, avançaram, em outros, retrocederam. Até então, a
criança era vista como homem em miniatura.
A viagem pela história dos brinquedos nos permite percorrer culturas, estilos,
modos de vida, regras sociais, uso de materiais, ferramentas e relações pessoais.
(ATZINGEN, 2001)
Neste sentido, os brinquedos evocam as formações do social, são objetos
que revelam em sua configuração os traços da cultura em que se inscreve. A
infância contemporânea apresenta traços que nos remetem a pensar acerca do que
se encontra apagada no brincar, hoje. A psicanalista Melanie Klein (1970) que
estudou a vida emocional da criança e seu desenvolvimento mental percebe a
importância de usar desde cedo os brinquedos para estimular a expressão da
criança. Ela implementou a técnica de brincar inspirada por Freud onde a criança
representava simbolicamente as ansiedades e fantasias, podendo chegar ao
inconsciente da criança. Das bonecas de porcelana às Barbies, podemos transitar
pela história dos brinquedos que na contemporaneidade tende a ser homogênea,
globalizada, apagando e gestando esquecimentos. Huyssen (2000) ali onde se
inscreveria a singularidade. A memória do brincar, hoje, encontra-se apagada pelo
excesso de estímulos oferecidos incessantemente, em um ritmo veloz e instantâneo
“6.
O tempo de brincar é hoje um ato de extremo desafio que as crianças têm de
enfrentar frente à avassaladora rede de aparelhos virtuais que invadem sua vida,
anestesiando seus movimentos corporais e seu pensamento. Os adultos costumam
se sentir absolutamente incapazes de assistir do início ao fim os desenhos animados
da moda. Plenos de cenas rápidas e de disputas violentas exigem que se consiga, a
cada segundo, apreender o sentido das sequências que se processam de forma
extremamente veloz. Estes desenhos são o roteiro de muitas brincadeiras que as
crianças inventam, onde os personagens e suas façanhas são a referência. (MEIRA,
2003)
Os depoimentos de crianças chamam atenção para a ausência dos pais. A
psicanalista Susiane Borges afirma que o videogame dá a sensação de companhia,
os personagens estão sempre ali, interagindo e suprindo, de maneira ilusória, a falta
dos pais. Você hiperestimula o sensório, o agressivo e a excitação, querendo
eliminar qualquer ameaça. Não é preciso se relacionar com a máquina, não é
necessário construir um mundo de linguagem, onde há um não que precisamos
sempre lidar com ele e com a máquina basta apertar o botão. Os estudiosos da
criança têm alertado para os problemas da indústria cultural, que invade o universo
infantil, criando novos sentidos que levam, muitas vezes, as crianças a se portarem
como adultos, desaparecendo, dessa forma, a dimensão autóctone da infância. A
grande maioria dos brinquedos sempre incorpora os valores da sociedade. Assim,
6 (www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/6604/6604_3.PDF)
nesse contexto, os brinquedos atuais, lançados pelas principais companhias,
predominantemente enfatizam a tecnologia e o consumismo7.
Para Selbach (2010), toda lição da História deve ser associada ao cotidiano
do aluno, às suas conversas e aos programas que assiste. Utilizar e associar o
cotidiano do aluno na prática de sala de aula já faz parte da prática pedagógica.
Em entrevista aos pais foi constatado que as brincadeiras atuais estão muito
ligadas à tecnologia e que o pai não tem mais tempo para os filhos devido ao seu
trabalho e perceberam que estão conectados muito tempo na internet (facebook),
mas gostariam que seus filhos utilizassem seu tempo brincando de bonecas, Barbie,
carrinhos e perdem a oportunidade de exercitar sua criatividade, conviver com
outras crianças e sentir o prazer de criar algo próprio.
As brincadeiras de rua deixam de ser incentivadas devido ao perigo que os
pais sentem, pela violência, gerado por uma mudança de construção social.
A rua, antigo ponto de construção de brincadeiras e amizades, depressa se transformou em cenário de medo e perigo. As famílias se encolheram e, em lugar de reuniões ruidosas, onde sempre se aprendia a prática da solidariedade, têm-se agora pequenos núcleos de pai, mãe e filho sempre apressados, cada vez mais distantes. Mesmo esses núcleos se alteraram. Agora quase não existe a “família” nuclear, substituída por uma família de quase estranhos. (SELBACH, 2010)
Com base nesta insegurança que sentimos em relação aos perigos existentes
de convivência na sociedade atual (roubos, sequestros, tráfico humano), muitos pais
insistem que as atividades lúdicas devem acontecer dentro do ambiente doméstico.
Buscamos propor às crianças inicialmente brincadeiras que ela já conhece,
como por exemplo, a amarelinha, todas já brincaram jogar o pião, pular corda,
fantoches, entre outros, para depois sugerir as menos conhecidas. Podemos
considerar que a preocupação com a utilização do espaço físico e geográfico é
determinante para que a brincadeira se torne coletiva, pela insegurança de brincar
no pátio da residência, haja vista que muitas famílias residem em apartamentos e
apenas conseguem se reunir na escola. Para Selbach (2010), a vida profissional se
tornou bem mais competitiva, os encontros marcados pela ansiedade, as amizades,
7 Periódico da Secretaria Municipal de Educação – Fala Criança – Comportamento Vídeo Game, Rio
de Janeiro, 2004, p. 3.
interesseiras. Já pelas redes sociais onde era um espaço de troca de experiências,
amparo e solidariedade se desfizeram, onde a escola se torna responsável por
vencer esta desconexão, em que o importante é ensinar, conviver e a compartilhar.
A amarelinha, considerada uma brincadeira de rua desenvolvida neste
processo ensino-aprendizagem esteve presente na associação teoria e prática.
Nesta atividade apresentada, os alunos se dividiram em grupos, cada um
desenhou na calçada do pátio externo do colégio uma amarelinha com giz. Fizeram
uma competição para analisar quem permanecia mais tempo jogando sem errar.
Formaram-se cinco grupos e foi entregue como premiação uma caneta colorida ao
vencedor do grupo.
Com o pião, o desenvolvimento da atividade foi semelhante, sem apresentar
dificuldade, conseguindo pelo treino, deixar o pião rodando no chão.
Figura 3 – Amarelinha Figura 4- Pião
Fonte: arquivo pessoal Fonte: arquivo pessoal
As crianças já conheciam a brincadeira, mas desconheciam sua história.
Rolar o pneu foi durante muito tempo na infância dos pais dos alunos,
segundo seus relatos, uma prática muito comum e divertida entre os amigos, porém
na antiguidade, no século V a.C., era usado o aro. Era produzido por uma varinha
recurvada, e século XVIII, na Europa era confeccionado de ferro ou madeira. No
Brasil, rolar o pneu lembra essa brincadeira.
As crianças sentiram algumas dificuldades ao praticar esta atividade, pois
falta coordenação motora. Quando deixavam cair no chão o pneu, choravam de
bravos, tanto os meninos quanto as meninas. Esta dificuldade na coordenação
motora dos alunos foi discutida no GTR, em que os colegas fizeram considerações
pontuando a mesma dificuldade, principalmente os professores da disciplina de
Educação Física.
A maior dificuldade foi sentida ao utilizar as pernas de pau. Nenhuma criança
conseguiu andar sozinha. Inicialmente mostrei e andei com elas para incentivá-los
a tentar. Para que eles conseguissem andar alguns passos foi necessário segurá-
los. Depois de muito treino, dois alunos, entre aproximadamente 25 alunos,
conseguiram andar sozinhos. Foi muito gratificante observar a alegria que eles
expressavam em sua face ao conseguir o desafio proposto no início da atividade.
Depois de concluir esta difícil modalidade de brincadeira, sentamos todos na sombra
de uma árvore e tomamos picolé para refrescar e compensar a dedicação e o
esforço de todos.
Figura 5- aro (pneu)
Fonte: arquivo pessoal
Figura 6- Fantoches Figura 7- Pião
Fonte: arquivo pessoal Fonte: arquivo Pessoal
Quando a história das marionetes, conhecidas por fantoches foi
apresentada, despertou pouco interesse, mas ao abrir os pacotes com
diferentes modelos prontos, os olhos deles brilharam e foi difícil entregar para
cada grupo o pacote escolhido. Foi um momento de muita animação,
motivados para saber o que iria acontecer.
Os fantoches estavam organizados em embalagens de acordo com a
característica: família de idosos, animais, família branca, família negra, entre
outros. Os preferidos foram os animais. Construíram histórias com seus
fantoches e apresentaram aos colegas da classe.
Consideramos muito importante a participação coletiva das crianças
nas aulas práticas de história, favorecendo o processo ensino aprendizagem
de forma simples e lúdica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo Antunes (2010), o bom ensino de História não é apenas situar
acontecimentos e localizá-los em uma multiplicidade de tempos, mas compreender
que as histórias pessoais são integrantes de histórias coletivas e que conhecer
modos de vida de diferentes grupos em diversos tempos e espaços e reconhecer
semelhanças e diferenças é a melhor maneira de respeitá-los. Este estudo da
história dos brinquedos a partir dos povos da Antiguidade Clássica buscou o
conhecimento do legado deixado pelas diversas sociedades que estão presentes em
nossa história, com menor relevância atualmente porque as crianças estão inseridas
num contexto com o uso em destaque da tecnologia como instrumento de lazer,
deixando de lado as brincadeiras coletivas. Procuramos construir alguns significados
e conceitos desconhecidos pelas crianças, pois ninguém soube dizer a origem dos
brinquedos apresentados durante esta atividade.
A professora do GTR, I.C.M. considera que é fundamental resgatar estas
práticas infantis, se não for possível no ambiente familiar, que seja no ambiente
escolar. Conciliar conteúdo curricular com brincadeiras e brinquedos acreditou ser
uma forma prazerosa de ensinar/aprender e desta forma estimular nas crianças
comportamentos que visem uma melhor socialização e aceitação das diferenças.
O desenvolvimento deste artigo trouxe para as crianças uma relação com a
História muito diferente do que costumamos desenvolver em sala de aula,
atendendo as expectativas esperadas, percebendo que o brincar infantil passou por
grandes transformações ao longo do tempo e as práticas infantis e o uso do
brinquedo de forma coletiva já estão desaparecendo. Mesmo incentivadas pelos
pais e professores mediante o entendimento de que a companhia ou isolamento das
pessoas não são determinados pelo espaço que estão inseridas, mas pelas atitudes
e meios de se relacionar com seus colegas pelas diferentes formas e tecnologias. O
abandono da cultura do brincar coletivamente vai permanecer em nossos alunos.
Consideramos que as mídias vêm cumprindo seu papel de socialização das
crianças, substituindo e ocupando o espaço de relação entre a família e a escola.
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