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1 Oficinas de História As Oficinas de História ano 2016 são novamente Patrocinadas pela Concessionária Porto Novo S/A As oficinas têm a duração de até 4 horas, sendo que algumas se repetem para dar oportunidade para quem não pode assistir em determinada data. As Oficinas a Céu Aberto são programadas mensalmente e todas as Oficinas são gratuitas e forneceremos certificadas. Informações e Inscrições: [email protected] Oficinas de História ministradas no IPN ou no Centro Cultural José Bonifácio e, as Oficinas de História a Céu Aberto pretendem oferecer a um público amplo um maior conhecimento sobre a história da Zona Portuária privilegiando a perspectiva dos africanos, dos indígenas e dos seus descendentes no Brasil. Procura-se pôr em relevo o patrimônio histórico e arqueológico da região portuária, inclusive o que integra o Circuito Histórico e Arqueológico de Celebração da Herança Africana, recém-criado pela Prefeitura. As oficinas atuam como um complemento ao ensino da história e da cultura da África, dos afro descendentes e dos indígenas, preconizado nas leis 10.639 e 11.645, na medida em que revelam aspectos pouco divulgados nos cursos de história convencionais. Com isso, o IPN entende contribuir para a construção de uma reflexão crítica e de uma sociedade mais justa e igualitária, pois mais receptiva à

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Oficinas de História

As Oficinas de História ano 2016 são novamente Patrocinadas pela

Concessionária Porto Novo S/A

As oficinas têm a duração de até 4 horas, sendo que algumas se repetem

para dar oportunidade para quem não pode assistir em determinada

data. As Oficinas a Céu Aberto são programadas mensalmente e todas

as Oficinas são gratuitas e forneceremos certificadas.

Informações e Inscrições: [email protected] Oficinas de História

ministradas no IPN ou no Centro Cultural José Bonifácio e, as Oficinas de

História a Céu Aberto pretendem oferecer a um público amplo um maior

conhecimento sobre a história da Zona Portuária privilegiando a

perspectiva dos africanos, dos indígenas e dos seus descendentes no

Brasil. Procura-se pôr em relevo o patrimônio histórico e arqueológico da

região portuária, inclusive o que integra o Circuito Histórico e

Arqueológico de Celebração da Herança Africana, recém-criado pela

Prefeitura. As oficinas atuam como um complemento ao ensino da história

e da cultura da África, dos afro descendentes e dos indígenas, preconizado

nas leis 10.639 e 11.645, na medida em que revelam aspectos pouco

divulgados nos cursos de história convencionais. Com isso, o IPN entende

contribuir para a construção de uma reflexão crítica e de uma sociedade

mais justa e igualitária, pois mais receptiva à

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Oficinas 2016

1 - A História dos Pretos Novos

2- Hospital de Escravos da Imperial Fazenda Santa Cruz

Ministradas por: Julio Cesar Medeiros da Silva Doutor em História Ciência e da Saúde pela Fiocruz

(Fiocruz/COC), cuja tese se insere no campo das Doenças de Escravos. Mestre em História Social, pela

UFRJ/IFCS, sobre a morte e o sepultamento de escravos no Cemitério dos Pretos Novos. Tanto o

mestrado quanto o doutorado tiveram apoio do CNPq. Atualmente é Professor Adjunto na

Universidade Federal Fluminense. Fundador e Diretor de Estudos e Pesquisas do Instituto de Pesquisa

e Memória Pretos Novos IPN.

Sinopses:

Oficina 1 - Através do estudo da história dos Pretos Novos – quem eram de onde vinham, e como foram brutalmente enterrados no cemitério de mesmo nome – procura-se despertar um posicionamento crítico do educando frente aos problemas atuais vivenciados pelos afro descendentes, como o preconceito, a exclusão social e a sucessiva tentativa de apagamento de suas memórias. Tempo: 2:45 min. aproximado.

Oficina 2-Esta oficina tem por objetivo tentar compreender a inserção do Hospital de Escravos de Santa Cruz, como parte integrante de um “sistema de saúde escravo” inserido em no universo da escravidão brasileira. A partir disto, procuramos traçar as aproximações e afastamentos do sistema de saúde vigente, voltado para as minorias que jazem sem os cuidados mínios relacionados à saúde, no país. Tempo: 2:58 min. aproximado.

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Oficinas 2016

1- O Cemitério dos Pretos Novos numa Perspectiva Antropológica.

2 O processo de patrimonialização do Cais do Valongo.

Ministradas por:Simone Pondé Vassalo Doutora em Antropologia Social pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales de Paris (2001) através de bolsa da CAPES. Tem pós doutorado (bolsa Faperj de Fixação de Pesquisador) pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ (2004-2006). Foi Professora Visitante do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da UERJ (2007-2012). Atualmente, é Professora Adjunta do Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGSOC) do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro – IUPERJ. Tem experiência nas áreas de Antropologia das Populações Afro-Brasileiras, Relações étnicas e raciais, Memória e Patrimônio. No presente, desenvolve pesquisa sobre o processo de patrimonialização da cultura afro-brasileira na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Diretora da Divisão Ciências Sociais do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos - IPN

Sinopses:

Oficina 1- Esta oficina procura analisar a trajetória do sítio arqueológico Cemitério dos Pretos Novos desde que foi encontrado, em 1996, até transformar-se no Instituto dos Pretos Novos e num dos maiores símbolos do crime contra a humanidade que foi o tráfico transatlântico negreiro. O objetivo é refletir sobre os diferentes significados que esse sítio vem adquirindo desde então e as ações de que vem sendo alvo, relacionando-os aos debates contemporâneos sobre escravidão negra e racismo. Tempo: 2:38 min. aproximado. Oficina 2 -O objetivo desta oficina é compreender como o sítio arqueológico Cais do Valongo, encontrado em 2011 na Zona Portuária, foi sendo alvo de diferentes representações e embates até transformar-se em candidato a patrimônio da humanidade pela UNESCO. Procura-se refletir sobre a atuação de lideranças negras, pesquisadores acadêmicos e representantes do poder público nesse processo

Tempo: 2:32 min. aproximado.

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Oficinas 2016

1 - Cosmogonia Africana, a Visão de Mundo do Povo Yorubá.

2 - Folhas Sagradas

3- Ori - Cabeça o orixá primordial

4-Ifá - O sistema divinizado que se tornou mundial e fundamental na vida do Ser Humano Ministradas por:Marcelo MonteiroProfessor, Pesquisador, Estudioso e Consultor das Tradições Culturais de Matriz Africana Yorubá; OlóyèAsògunOdearaoffa do Àse N’lá Omolú, Rio de Janeiro – RJ; Omo-ÁwoIfáfunké- Sacerdote Supremo do ÀseÌdásílèOde, Rio de Janeiro – RJ; Obá Kankanfò do Ilé Àse Ayra Kiniba Sorun, – Colombo-PR; Presidente Nacional e Fundador do CETRAB– Centro de Tradições Afro-Brasileiras; Diretore Fundador do IPN– Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos,

Sinopses:

Oficina 1 - A oficina contribui em despertar a consciência humana, para o resgate e preservação das tradições culturais de matriz africana.Precisamos entender nosso papel dentro dos mundos Físico e Espiritual, buscando sempre uma vida melhor. O estudo do cosmo nos mostra claramente a inter-relação com a diversidade cultural, não somente africana, como também com todas as culturas que acreditam nos elementos da natureza enquanto parte do Criador. Considerando as afirmativas científicas que vêm sendo publicadas com frequência, como por exemplo: “O surgimento do Mundo a partir do Big Bang, segundo Edwin Hubble – em 1929; “O homem surgiu da argila”; “A humanidade surge acerca de cem milhões (100.000.000) de anos dentro do continente africano e começa a expandir-se para outros continentes acerca de cinquenta milhões (50.000.000) de anos”, a partir da descoberta do Homo Sapiens Idaltu. Tempo: 2:38 min. aproximado.

Oficina 2- A Folhas Sagradas- Oro Asa ÒsányìnAnálise fundamental do uso

medicinal, religioso e místico das folhas. Seus significados, valores e

procedimentos básicos no desempenho dos rituais em todos os seus aspectos.

de formadinâmica e participativa, apresenta em seu conteúdo; Òsónyìn - O

Senhor das Folhas; Òlóòsónyìn - Os Sacerdotes de Òsónyìn; Ewe - as Folhas

Sagradas; quadro compartimentado das Folhas por Orixá e por elementos, com

tradução dos nomes em Yorubá e popular; Dicas Fitoterápicas; Algumas

Receitas de Ifá para a boa saúde, proteção da saúde da criança e vencer os

inimigos; por fim rituais - materiais, procedimentos e cânticos.

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Tempo: 2:58 min. aproximado.

Oficina 3 - Ori - Cabeça o orixá primordial. A Cultura Religiosa Yorubá considera

Orí como uma das divindades de seu panteão. Na verdade, Orí é considerado a

maior divindade entre todas. O Orí de cada ser humano é tido como a divindade

pessoal de cada um, supostamente mais interessada nas questões individuais

das pessoas que quaisquer outras divindades ligadas a elas. Como uma

divindade, Orí é reverenciado e propiciado pelos Yorubá. Existem vários

poemas de Ifá que falam da adoração e propiciação de Orí, inclusive com

sacrifícios.O Yorubá tem uma forte crença na predestinação. Eles acreditam

que o sucesso ou o fracasso de qualquer pessoa depende em grande parte do

tipo de escolha que ele fez no orun. Algumas pessoas escolhem uma vida de

pobreza e simplicidade, enquanto outras escolhem uma vida de riquezas e

glamour. Alguns escolhem uma vida curta, enquanto outros escolhem uma via

longa. Esta crença na predestinação é usada para explicar o sucesso ou o

fracasso de qualquer pessoa na terra.

O culto à cabeça, seus significados, seus valores e procedimentos fundamentais

no desempenho da vida saudável, desde o princípio da vida, em todos os seus

aspectos;A Consciência Mítica para Melhor Qualidade de Vida do Ser Humano.

Todos os problemas da vida podem ser resolvidos se forem dados os devidos

valores e importância ao culto a Orí/Cabeça. A cabeça é a parte essencial do

corpo humano, e toda força que uma pessoa tem está concentrada nela.

Tempo: 2:32 min. aproximado.

Oficina 4 - Ifá - O sistema divinizado que se tornou mundial e fundamental na vida do Ser Humano. O destino do ser humano é predestinado por Òlódùmárè e as nuanças deste destino podem ser devidamente acompanhadas, através de consulta à Orúnmìlà. Importante papel do Sacerdote de Ifá, desempenhado pelo Sacerdote de Orixá, no tratamento do Ser Humano.

Tempo: 2:50 min. aproximado.

Oficinas 2016

1 - História do Mercado de Escravos do Rio de Janeiro

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2- Mídia, Racismo e Educação Ministrado por: Claudio De Paula Honorato - Mestre em História Social Moderna pela Universidade Federal Fluminense (2008). Diretor de pesquisa Histórica do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos – IPN. Coordenador Geral do Centro de Pós-Graduação, Especialização e Aperfeiçoamento - CEPEA/FEUDUC, Coordenador do curso de Pós-Graduação Latu Sensu em História da África e professor de História da África da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Duque de Caxias - FFCLDC/FEUDUC.. Tem experiência na área de História, com ênfase em História Moderna, História do Brasil Colônia e Império, História da escravidão, da África e do Mundo Atlântico.

Sinopses:

Oficina 1 - Esta oficina Trabalha a escravidão urbana na cidade do Rio de Janeiro, analisando as operações ocorridas no mercado de escravos: a entrada, a estadia e a saída do escravo nesse mercado de almas. Busca-se compreender os motivos que levaram à transferência do Mercado de Escravos da Praça XV para o Valongo, as funções sociais dos escravos e seus modos de vida na cidade.

Tempo: 2:42 min. aproximado.

Oficina 2 - Oficina tem como objetivo discutir o pensamento eurocêntrico

sobre negro no Brasil, suas repercussões na educação e na mídia. Como os

negros foram excluídos do sistema educacional o que contribuiu para a

construção de uma sociedade racista e desigual.Assim como imagens do

povo negro geradas e/ou veiculadas pela mídia tem uma forte influência nas

formas de exclusão dos afrodescendentes em geral contribuindo para a

perpetuação do racismo em nossa sociedade, tendo a escola como palco

privilegiado na reprodução e/ou negação de um racismo a brasileira. Por

outro lado a oficina objetiva também discutir o protagonismo negro e suas

formas de luta e resistência contra a violência sócio-política e cultural para

a eliminação do racismo e a construção de uma sociedade justa e igualitária

com base em valores multiétnicos e multiculturais.

Tempo: 2:32 min. aproximado.

Oficinas 2016

1 - Pesquisa Arqueológica no Cemitério dos Pretos Novos.

2- Quimbanda: bruxaria, magia e tradições.

3- História da Umbanda do Rio de Janeiro.

Ministrado por Reinaldo Tavares - Doutorando em Arqueologia e Professor de História.

Pesquisador Arqueólogo do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos. Especialista em História

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da África e do Negro no Brasil.Atua em pesquisas de Arqueologia Histórica na Região Portuária da

Cidade do Rio de Janeiro. Realiza palestras sobre Patrimônio Cultural, História Regional e sobre

Arqueologia da Diáspora Africana. Sinopses

Oficina 1 - Com o advento das novas pesquisas no subsolo do Cemitério dos Pretos Novos, os participantes poderão acompanhar de perto uma escavação arqueológica em tempo real no interior do IPN. O objetivo desta oficina é apresentar ao público a arqueologia como ciência acadêmica, democratizar o conhecimento cientifica para o publico em geral. Mostrar que a arqueologia não está tão distante do publico, sendo acessível aos estudantes brasileiros. Tempo: 2:30 min. aproximado.

Oficina 2-A oficina visa apresentar ao público as origens da quimbanda, como segmento religioso ligado ao "lado esquerdo da Umbanda", e a sua apropriação cultural das bases da goetia salomônica, da religiosidade afrobrasileira e do mito do demônio cristão, na construção de um segmento de oposição complementar às práticas da dita Umbanda de magia branca. Na oficina vamos discutir as bases da alta magia européia (As chaves de Salomão) e a sua leitura popular brasileira dentro da Umbanda, dando origem aos pontos riscados circulares, a incorporação e manifestação de exus-demonizados e ao uso de figuras e arquétipos satânicos medievais nas imagens umbandistas de exu e pombogira. Tempo: 2:29 min. aproximado.

Oficina 3-Essa oficina visa discutir a obra literária de Alexandre Cumino: História

da Umbanda - Uma Religião Brasileira.Na oficina analisaremos a obra em lide,

sob o aspecto da produção de uma historiografia minima baseada em uma

religião de amplitude nacional. Discutiremos a existência de diversas

manifestações umbandistas e da formação e da transformação sócio-cultural

que a religião passou na primeira metade do século XX e de algumas

particularidades históricas apresentadas pelo autor.

Evocaremos a memória do médium Zélio de Morais e o papel do Caboclo da

sete encruzilhadas na formação de uma religião genuinamente nacional. Em

suma, faremos uma viagem histórica-literária e uma análise crítica do título e

da intencionalidade do altar que, na nossa visão, pretendeu em um único

volume contar a história de uma manifestação religiosa plural e

complexa.Tempo: 2:40 min. aproximado.

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Oficinas 2016

Conto de Tradição Oral Africana e Afro-brasileira Ministrado porClaudia Marques: Encantadora e Contadora de Histórias, Mestre em Literatura Brasileira (UFRJ), Professora de Literatura da Rede FAETECs. Especializando em África/Brasil: Laços e Diferenças (UCB/Espaço Atlântica). Nutriz e inventora de dois seres mágicos: Ariel e Iago.

Pamela Cristina: Contadora de Histórias, Origamista, Artesã de pedras, fios e papéis, Artista Plástica, Estudante de Educação Artística (UniBennett). Autora da vida de Celina Dayo, sua obra encantada.

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Sinopse

Oficina 1 - Esta Oficina Consiste em contações de histórias, lendas e mitos indígenas, Africana e afro-brasileira, acompanhadas de atividades lúdicas como pinturas corporais, desenhos, música e outras atividades artísticas realizadas com as crianças. Procura-se sensibilizar o público em relação a um maior entendimento e aceitação das diferenças étnicas e culturais e, com isso, contribuir para a luta contra a discriminação e a exclusão social. Tempo: 3:00h. aproximado.

Oficinas 2016

Arquétipos de Oxun é o Feminino no Brasil Pós- Diáspora Ministrado porSafira Karina Reink Silva Graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado

do Rio de Janeiro, Brasil(2013) - Professora da Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro.

Sinopse

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Oficina - Através da análise dos mitos de Osun, tanto aqueles que conservam mais fortemente as características africanas “originais”, quantos aqueles que trazem traços da miscigenação provocada pela diáspora, e de obras de arte que revelam aspectos do feminino negro, no caso tomadas como referência as músicas de Dorival Caymmi, pretende-se realizar um estudo das construções das representações da mulher negra na sociedade brasileira.

A análise de tais mitos e músicas é feita sob uma leitura junguiana, onde os mitos e as obras de artes são elementos fundadores da cultura e dos fenômenos sociais, que são criados e recriados para dar resposta às demandas do inconsciente coletivo. Desta forma, a obra de Caymmi torna-se relevante, pois remete e rebusca à cultura afrodescendente e ao mesmo tempo é aceita pelo público e pela indústria cultural brasileira.

Por fim, tais elementos permitem elaborar uma análise sobre como o feminino negro é usualmente representado em nossa sociedade, uma vez que elementos presentes nos mitos e nas artes podem conter imagens e ideias usadas para construir tanto estereótipos e quanto imagens afirmativas. Este trabalho possibilitou um olhar sobre formas de afirmação e de negação da identidade da mulher negra.

Tempo: 2:30min. aproximado.

Oficinas 2016

1 -História da Zona Portuária na perspectiva da afroculturalidade. Ministrado por Carla N. Marques, doutora em Políticas Públicas e Formação Humana/ UERJ Mestre em Geografia Humana pelo PPGEO/UERJ Espec. em Políticas Territoriais no RJ. Graduada em Ciências Sociais pela UERJ. Atualmente é pesquisadora adjunta do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos.

Sinopse

A oficina irá analisar o Circuito Histórico e Arqueológico de Celebração de

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Herança Africana num cenário global de aumento e diversificação de museus e sítios patrimoniais. A idéia é problematizar o circuito no âmbito das condições que caracterizam após modernidade e que incluem uma multiplicidade de aspectos que conformam a globalização e os localismos. Tempo: 2: 30 min.

Oficinas 2016

1- Descobertas do Sambaqui e do Sítio de Contato indígena e Europeu do século XVI na Zona Portuária.

2 - Saberes tradicionais.

3- O artesanato Indígena

4 -A Tecnologia nas Aldeias e lei 11.645-08 -

Ministrado por - Cristiane Santos-Papiõn Karipuna - indígena da etnia Karipuna, TI Pequiá, BR 156- Amapá – Oiapoque, pesquisadora, gestora cultural, articuladora do núcleo RJ da rede indígena de memória e Museologia social. Atualmente trabalha na pesquisa sobre a espiritualidade indígena com o Trabalho de Pesquisa O Sagrado Brasileiro, e atuante no combate a Intolerância Religiosa junto a Ceplir com o grupo de trabalho GTIREL , e nos Pontos de Cultura e Museologia do Estado do Rio de Janeiro.

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Apresentação

Nos últimos anos, atividades realizadas em vários estados brasileiros proporcionaram a aproximação de representantes de iniciativas de Memória, Patrimônio Cultural e Museologia entre populações indígenas, possibilitando a constituição de redes de trocas de informações e contatos.

O IPN, vem a dois anos elaborando oficinas sobre a cultura indígena, esse ano apresentaremos quatro(4) oficinas com temáticas variadas.

A Historia da descoberta do sitio de contato com visitas guiadas em torno da praça da Harmonia onde se encontrou o Sambaqui, Saberes tradicionais , O Artesanato indígena e a sustentabilidade, O indígena e a tecnologia.

Atividades tão presentes nas aldeias e em grades curriculares.

Oficina 1 - A historia dos habitantes em torno do Cais do Valongo , a partir da descoberta do Sambaqui do propósito e o Sitio de Contato Indígena com europeu descoberto no interior da sede do IPN no ano de 2011.

Oficina 2- O uso das ervas medicinais em curas, banhos, culinária e a utilização ate os dias atuais .A ligação com a espiritualidade indígena e onde foi incorporada a espiritualidade africana.Mostra de filme e livros . Tempo:2:30min

Oficina 3 - A utilização dos grafismos na cestaria a identidade de cada etnia, a geração de renda dos povos indígenas e a sustentabilidade dos indígenas Guarani Mbya. Tempo: 2:20min.

Oficina 4 -A tecnologia vem avançando nas aldeias pelo Brasil, e de que forma os indígenas vem se adaptando a ela e utilizando como ferramenta de auxilio as suas lutas.Vamos abordar a temática da lei como se aplica em sala de aula , livros de autores indígenas, experiências que vem dando certo, e a apresentação de um núcleo de estudos indígenas . Tempo: 2:40 min.

Oficinas 2016

I - História do Candomblé no Rio de Janeiro - Debates Historiográficos

II - História do Candomblé no Rio de Janeiro - Nações e Identidades

III - Oficina História do Candomblé no Rio de Janeiro - Experiências, narrativas, memória e identidades. Ministrado por: BlonsomÍficlis de Faria Ramos: Arquiteto e Urbanista – UFF;Pós graduado em Patrimônio Cultural - Conservação e Restauração – UFRJ;Mestre em Estudos Étnicos - CEAO/UFBA eBacharelando em História - UFF

Sinopses

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Oficina 1 - A oficina objetiva a compreensão das origens do candomblé no Rio de Janeiro através da historiografia sobre o tema e estudos antropológicos dessa religião. Para tanto, cotejaremos vários conceitos historiográficos a fim de traçar um origem do culto na cidade. Utilizaremos a chave de pensamento experiência-narrativas-memória-identidade para formularmos nossa reflexão.

Conteúdos abordados:

O que é o candomblé? Quando surge o Candomblé? Quais as correntes historiográficas que abordam o candomblé? A nagoização do candomblé. O hibridismo cultural entre o candomblé e a umbanda. Grandes nomes do candomblé e o perigo da mitobiografia. Grande casas de culto e suas histórias. Abordagens antropológicas e abordagens históricas. Reflexões sobre o candomblé no cenário contemporâneo.

Oficina 2 - A oficina objetiva a compreensão das origens das nações do candomblé no Rio de Janeiro através da historiografia sobre o tema e estudos dessa religião. Para tanto, cotejaremos vários conceitos historiográficos a fim de traçar a origem das subdivisões do culto na cidade. Delimitaremo-nos nas nações mais conhecidas e abordaremos alguns aspectos do candomblé me outros estados. Utilizaremos a chave de pensamento experiências-narrativas-memórias-identidades para formularmos nossa reflexão.

Conteúdos abordados: O que são as "nações do candomblé" Relação das subdivisões do candomblé com as especificidades do tráfico de escravos. Relação entre língua e liturgia. Estabelecimento das primeiras nações. Nação de Angola e suas subdivisões Nação Ketu e suas subdivisões Nação Jeje e suas subdivisões Nação Efon e suas ramificações Nação Ijexá Demais nações numa perspectiva dos dados disponíveis pela bibliografia sobre o tema Elementos de identidades das nações. Emaranhamento cultural das nações Existe um nação original? Reflexões sobre os debates acadêmicos atuais sobre o tema.

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Oficina 3 - A oficina objetiva a compreensão da produção de memória das nações do candomblé no Rio de Janeiro. Para tanto, cotejaremos vários conceitos historiográficos a fim de traçar a relação entre a oralidade (História Oral) e a construção de narrativas que produzem memórias. Nessa oficina discutiremos a metodologia da História Oral para entendermos o processo de formação da identidade do candomblé. Utilizaremos a chave de pensamento experiência-narrativas-memória-identidade para formularmos nossa reflexão.

Conteúdos abordados:

O candomblé no Rio de Janeiro: mito da baianidade. Correntes nagocêntricas. Depreciação das formas de devoção local. Os omolokôs como categoria do diferente. Surgimento da Umbanda? Relações entre umbanda e candomblé: conflito de narrativas. Relatos de experiências: historicidades e fontes História Oral: metodologia e contribuições para o tema. Roteiro de entrevista e análise posterior. Memória subterrânea, enquadramento e memória triunfante - Pollack Novas perspectivas sobre o candomblé no Rio de Janeiro

Oficinas 2016

1 - Axum Cristão: Introdução à História da Igreja Etíope

2- Axum cristão: do surgimento do Islã ao fim do Império Cristão Etíope

3-Axum cristão: A Etiópia e a Bíblia

Ministrado por:Prof. Ms. Alfredo Bronzato da Costa Cruz. Mestre em História pela UNIRIO (2013), graduado em História pela PUC-Rio (2009).

Sinopses

Oficina 1 - Associar a presença cristã na África apenas à expansão colonial europeia é perder de vista a contribuição original feita neste continente à

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formação e desenvolvimento histórico desse movimento religioso. A Igreja da Etiópia, cuja origem seguramente remonta ao século IV, e talvez seja ainda anterior, possui mais de um milênio e meio de presença contínua em terras africanas, caracterizando um fenômeno genuinamente autóctone. Neste país onde a dominação estrangeira nunca se fez presente por muito tempo, foi a fé cristã que serviu de esteio para a constituição de uma forte identidade nacional e, no âmbito desta, de cadinho para a reelaboração da cultura tradicional em termos escritos e universalistas. Esta oficina objetiva fazer uma apresentação sinóptica de alguns temas históricos e teológicos ligados a esta comunidade eclesiástica, caracterizando suas continuidades e descontinuidades, de um lado, com as culturas tradicionais africanas e, do outro, com outros setores, africanos e externos, do ecúmeno cristão. Pensada como a primeira de um díptico, o recorte histórico da oficina vai do início da penetração cristã na Etiópia, com a consideração de seus antecedentes, até as vésperas do surgimento do Islã. Tempo 2:20 min aproximado

Tópicos a serem abordados:

Caracterização antropogeográfica do planalto etíope Chegada do cristianismo na Etiópia Organização e influência do monasticismo etíope Liturgia e principais questões teológicas do cristianismo na Etiópia O cânon bíblico e a hermenêutica da Igreja Etíope Arte religiosa e arte sacra no cristianismo etíope Relações entre Igreja e Estado na Etiópia Expansão missionária do cristianismo etíope Relações da Igreja da Etiópia com outras igrejas cristãs

Oficina 1 -Associar a presença cristã na África apenas à expansão colonial europeia é perder de vista a contribuição original feita neste continente à formação e desenvolvimento histórico desse movimento religioso. A Igreja da Etiópia, cuja origem seguramente remonta ao século IV, e talvez seja ainda anterior, possui mais de um milênio e meio de presença contínua em terras africanas, caracterizando um fenômeno genuinamente autóctone. Neste país onde a dominação estrangeira nunca se fez presente por muito tempo, foi a fé cristã que serviu de esteio para a constituição de uma forte identidade nacional e, no âmbito desta, de cadinho para a reelaboração da cultura tradicional em termos escritos e universalistas. Esta oficina objetiva fazer uma apresentação sinóptica de alguns temas históricos e teológicos ligados a esta comunidade eclesiástica, caracterizando suas continuidades e descontinuidades, de um lado, com as culturas tradicionais africanas e, do outro, com outros setores, africanos e externos, do ecúmeno cristão. Pensada como a primeira de um díptico, o recorte histórico da oficina vai do início da penetração cristã na

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Etiópia, com a consideração de seus antecedentes, até as vésperas do surgimento do Islã. Tempo 2:20 min aproximado

Oficina 2 Desde a conversão de Ezana até a deposição de Haile Selassié por um golpe de estado comunista, a Igreja da Etiópia contou mais de mil e quinhentos anos de um relacionamento estreito, mas nem sempre tranquilo, com os diferentes estados que se sucederam sobre o antigo território axumita. Graças à sua posição geográfica e seus vínculos religiosos e comerciais, o povo cristão da Etiópia participou de praticamente todos os grandes dramas da história mundial da Antiguidade Tardia à Contemporaneidade: das grandes querelas cristológicas ao Pan-Africanismo, passando pelas guerras entre bizantinos e persas, pelo surgimento e expansão do Islã, pela expansão colonial ibérica e a Contra-Reforma, pela pressão do salafismo e pela resistência ao colonialismo europeu nos séculos XIX e XX. Esta oficina objetiva fazer uma apresentação sinóptica deste largo período histórico, enfatizando o papel que o cristianismo etíope teve nestes enredos e os impactos diretos e indiretos que eles tiveram no desenvolvimento de suas formas particulares de devoção e institucionalização. Tempo 2:30 min aproximado

Oficina 3 - Ao lado de uma longa experiência comunitária, o cristianismo etíope fundamenta-se em uma profunda tradição de leitura e meditação da Bíblia. O desenho deste livro no interior desta tradição religiosa, contudo, é bem diverso daquele conhecido nas igrejas do entorno mediterrânico; de fato, o cânon da Bíblia Etíope difere tanto no Antigo quanto no Novo Testamento do de qualquer outra comunidade cristã. Contando com um total de oitenta e um livros em sua versão longa, preservou em seu interior um série de volumes que se perderam nas conflagrações doutrinários e institucionais de outras partes, pelo quê toda a cristandade deve ter-lhe uma dívida de gratidão. Depois de rápida revisão da figuração da Etiópia e dos seus habitantes nos livros constantes dos cânones bíblicos ocidentais, esta oficina pretende empreender uma apresentação sinóptica do cânon da Bíblia Etíope, considerando alguns elementos referentes à sua formação, interpretação e uso mais geral no contexto de sua comunidade religiosa de origem. A título de exemplificação, irá depois realizar breve consideração dos temas e relevâncias históricas de três dos livros a ele referentes: o Livro dos Jubileus, a Ascensão de Isaías e a Glória dos Reis. Tempo 2:20 min aproximado

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Oficinas 2016

1 - A Invisibilidade da Presença Mulçumana na Pequena África RJ

2- O Contexto Social na Época da Revolta dos Malês em 1.835 na Bahia.

Ministrado por: Haidar Abu Talib, pesquisador muçulmano, que atua junto a várias instituições da

comunidade muçulmana, tais como a OIPAL - Organização Islâmica para a América Latina e Caribe,

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com sede em Buenos Aires, Argentina e a ISESCO – Organização Islâmica para Educação Ciência e

Cultura, com sede em Rabat no Marrocos.

Sinopses

Oficina 1 - O Rio de Janeiro no século XIX, o funcionamento da região portuária, a vida cotidiana e outros aspectos da Pequena África, na região da Gamboa, A existência de africanos muçulmanos, na região; Fatos e evidências.

Oficina 2 - A Bahia e o desenrolar de alguns acontecimentos a partir do início do

século XIX que agravaram a crise social daquela época, afetando aos segmentos

do povo, mais próximos da base da pirâmide social, notadamente os africanos

escravizados ou libertos. A identidade muçulmana, sobrevivência e resistência

sob o patrulhamento governamental e religioso em meio ao duplo grau de

preconceito sofrido. Fatos e evidências.

Oficinas 2016

Mitologia Afro Brasileira

Ministrado por: JD Lucas é mitólogo e escritor. Atualmente, ministra os cursos Introdução ao Mito e Mitologia Afro-Brasileira, além de uma exploração simbólica dos arcanos do Tarô de Marselha no curso Jornada para a Alma. É pesquisador membro da Joseph Campbell Foundation, e líder

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da RoundTable Mitológica Rio de Janeiro, célula do programa de círculos de discussão de Mitologia espalhados por todo o planeta.

1. EXU – O GUARDIÃO BATE À PORTA

Trataremos da ambígua figura de Exu. Demonizado pelos primeiros colonizadores europeus,

tanto em África quanto no Brasil, Exu é um desafio à compreensão lógica. A figura do trapaceiro

é um tema universal nas mitologias e está sempre associada aos trânsitos, as comunicações,

conexões, ao que não se pode capturar. Tudo o que se movimenta é mobilizado por Exu. No

tecido mitológico Iorubá, é uma divindade de primeira importância, sem o qual o trânsito entre

o Orum e o Ayiê não pode ocorrer.

2. OXUM – O FEMININO ATEMPORAL

Deusa das águas doces, em grandes momentos de perigo, é sempre a responsável por

restabelecer o equilíbrio, e o faz através das suas qualidades mais importantes: a sedução, a

dança, a abnegação, a renúncia. Mesmo a mais vaidosa das Orixás, em momentos de grande crise,

como demonstração de profundo afeto pelos deuses e pelos homens, é capaz de doar-se, e com

isso, renovar o mundo.

3. OMULU – O CURADOR FERIDO

Silêncio, o grande rio está chegando. Omulu é o filho renegado de Nanã e adotado por Yemanjá,

portador da saúde e da doença. Figura emblemática da mitologia africana e do imaginário

brasileiro. Seu culto se estende de leste a oeste em África, e em toda parte é reverenciado como

uma potência sem par. Se levado em consideração, respeitado, Obaluayê é o senhor da Terra, pai

protetor que concede saúde. Mas quando desrespeitado, é Sapatá, dono da peste, capaz de

arrasar populações inteiras.

4. OXUMARÊ – 7 CORES DO BRANCO

Oxumarê representa todos os fluxos cíclicos da natureza. Movimento e troca. Seja os movimentos

de translação e rotação que o planeta realiza em torno do Sol, seja o aquecimento, vaporização,

condensação e precipitação da chuva que irrigará os campos. É possível contemplar sua face

quando a luz passa pelas gotas de chuva e se decompõe nas 7 cores do arco-íris.

5. OXÓSSI – O CAÇADOR E A FLORESTA

Quando a cidade de Ketu foi destruída no século XVIII, os seus habitantes, em grande parte

devotos de Oxóssi, foram enviados forçadamente como escravos. Isso fez com que o culto ao

Orixá em África, praticamente se extinguisse. No Brasil, no entanto, o culto tem força, e Oxóssi

conta com um séquito significativo de filhos (devotos).

Oxóssi é o herói cultural que estabelece na caça e na coleta do alimento as primeiras ações do

homem civilizado. A Floresta, seu território de atuação, é ambígua: por um lado, guarda

inúmeros perigos. Por outro, fornece tudo quanto se necessite para a manutenção da vida.

6. IYÁ MI – AS TERRÍVEIS MÃES DO PÁSSARO

São o feminino ancestral, muitas vezes sombrio, irascível. A energia dos mortos femininos é

aglutinada de forma coletiva e representada por Iya Mi Oxorongá, chamada também de Iyá NIa,

a grande mãe. As Iyá Mi são cultuadas pelas Sociedades Geledé, compostas exclusivamente por

mulheres, e somente elas detêm e manipulam este perigoso poder. Nos festivais anuais em sua

homenagem, na Nigéria, onde se louva o poder feminino ancestral, os homens se vestem de

mulher e usam máscaras com características femininas, dançam para acalmar a ira das terríveis

mães do pássaro.

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7. ORI – CONSCIÊNCIA E REVOLUÇÃO

Embora dotados de características comuns, todos os indivíduos, em si, são únicos. Quando nasce,

segundo a tradição Yorubá, a criança recebe, na primeira inspiração (Emí), o seu Ori, algo como

uma identidade espiritual que a protegerá e guiará pelos rumos da vida. Ori é consciência de um

caminho irrepetível, da vida como manifestação incontornável de si mesma. Ori é a cabeça de

onde partem todas as grandes revoluções.

8. OXALÁ – O CRIADOR É CRIATURA

Os orixás fun fun, aqueles que caracteristicamente vestem branco, são ligados à ancestralidade,

à tradição, à manutenção da herança e da genealogia. Oxalá, e seus múltiplos desdobramentos

(Obatalá, Oxaguiã etc.) é Pai e Filho da humanidade e dos Orixás. Como Pai, é a primeira

manifestação sensível do criador, que vai tomar o barro de Nanã para moldar os seres humanos.

Como filho, percorre no Aiyê (mundo físico) por muitos caminhos e passa por grandes percalços,

sempre acompanhado de seu ajudante, o guardião das encruzilhadas, Exu.

Oficinas 2016

Oficinas de História A Céu Aberto

As Oficinas de História no IPN e as Oficinas de História a Céu Aberto

pretendem oferecer a um público amplo um maior conhecimento sobre a

história da Zona Portuária, privilegiando a perspectiva dos africanos, dos

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indígenas e dos seus descendentes no Brasil. Procura-se pôr em relevo o

patrimônio histórico e arqueológico da região portuária. As oficinas atuam

como um complemento ao ensino da história e da cultura da África, dos afro-

descendentes e dos indígenas, preconizado nas leis 10.639 e 11.645, na medida

em que revelam aspectos pouco divulgados nos cursos de história

convencionais. Com isso, o IPN entende contribuir para a construção de uma

reflexão crítica e de uma sociedade mais justa e igualitária.

Caminho da Escravidão e Circuito de Herança Africana: Um museu de

Território em Construção. As Oficinas a Céu Aberto serão ministradas nos

sábados ou domingos pela manhã, com duração média de 04 horas cada uma.

Roteiro 1: Caminho da Escravidão: Ministrado por: Doutorando Claudio De Paula Honorato - Mestre em História Social Moderna pela Universidade Federal Fluminense (2008). Diretor de pesquisa Histórica do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos – IPN. Coordenador Geral do Centro de Pós-Graduação, Especialização e Aperfeiçoamento - CEPEA/FEUDUC, Coordenador do curso de Pós-Graduação Latu Sensu em História da África e professor de História da África da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Duque de Caxias - FFCLDC/FEUDUC.. Tem experiência na área de História, com ênfase em História Moderna, História do Brasil Colônia e Império, História da escravidão, da África e do Mundo Atlântico.

Igreja Stª Rita – Antigo Cemitério de escravos

Largo da Prainha e Igreja São Francisco da Prainha

Largo João da Baiana – Pedra do Sal

Jardins Suspensos do Valongo e Largo do Depósito

Cais do Valongo e Mercado de Escravos do Valongo

Praça de Harmonia

Igreja Nossa Senhora da Saúde

Centro Cultural José Bonifácio

IPN – Sítio Arqueológico Cemitério dos Pretos Novos.

Roteiro 2 : Circuito de Herança Africana: Um museu de Território em Construção Dra. Carla N. Marques, doutora Programa de Políticas Públicas e Formação Humana/ UERJ Mestre

em Geografia Humana pelo PPGEO/UERJ Espec. em Políticas Territoriais no RJ. Graduada em Ciências

Sociais pela UERJ. Atualmente é pesquisadora adjunta do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos

Novos.

Praça Mauá: Museu de Arte do Rio

Largo da Prainha – Igreja São Francisco da Prainha;

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Pedra do Sal – Largo João da Baiana;

Jardins Suspensos do Valongo, Casa da Guarda;

Cais do Valongo e da Imperatriz, Mercado de Escravos do Valongo;

Centro Cultural José Bonifácio;

IPN – Sítio Arqueológico Cemitério dos Pretos Novos.

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