oficina de capacitaÇÃo do conselho do monumento natual do pÃo de aÇÚcar · 2015-02-24 ·...

Plano de Manejo do PNM da Serra do Mendanha Capacitação do Conselho Consultivo - Página 1

1 INTRODUÇÃO

Conforme determinação da Lei 9.985/00, que estabelece o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC e dispõe sobre a criação e gestão das Unidades de Conservação, no ano de 2010 iniciou-se o processo de mobilização e sensibilização para composição do Conselho Consultivo do Parque Natural Municipal do Mendanha. No entanto, por motivos formais e não formais, o processo de constituição do respectivo Conselho foi interrompido e as Instituições convidadas a compor esse conselho não foram convocadas a se reunirem. Com a elaboração do Plano de Manejo desta UC, a partir de 2011, o processo de mobilização dos atores institucionais envolvidos com a gestão foi retomado.

O Conselho de uma Unidade de Conservação representa a principal instância de participação da sociedade na sua gestão. Assim, é fundamental que ele seja composto por representantes dos diversos segmentos da sociedade civil e governamental, envolvidos no contexto da gestão do Parque Natural Municipal do Mendanha.

1.1 OBJETIVO

Buscou-se neste trabalho nivelar informações sobre a gestão do Parque mencionado e, considerando-se a importância dos processos educativos junto ao Conselho, foram realizadas três oficinas de formação e capacitação deste. As atividades desenvolvidas tiveram como objetivo central mobilizar a população local para a necessidade de uma gestão participativa na UC e formar um grupo de trabalho capaz de discutir novas formas para a gestão do território. Para tanto, foi realizada a transmissão e intercâmbio de informações sobre o Parque e sobre o funcionamento e estrutura do Conselho e como resultado a definição de diretrizes para o funcionamento dessa instância no Parque Natural Municipal do Mendanha.


2 MOBILIZAÇÃO E CAPACITAÇÃO DOS ATORES

O grupo de participantes para as oficinas de mobilização e capacitação do Conselho foi definido em um esforço conjunto entre a equipe da Detzel Consulting, representantes da Coordenação de Unidades de Conservação da Prefeitura – SMAC e o gestor da UC. Também colaborou para esse trabalho o resultado do diagnóstico (DRP) realizado para elaboração do Plano de Manejo.

Como o grupo de instituições que vão compor o Conselho não estava formado, a estratégia adotada foi de, no primeiro momento, convidar um grande número de instituições e capacitá-las para atuação no Conselho. Ao longo das oficinas foi observado tanto o genuíno interesse das Instituições em fazer parte da composição do Conselho como também a sua disponibilidade e frequência nas reuniões.

Ao fim do processo, chegou-se a uma proposta de grupo para compor o Conselho do Parque Natural Municipal do Mendanha.

2.1 PRIMEIRA OFICINA DE MOBILIZAÇÃO DE INSTITUIÇÕES PARA ATUAÇÃO NO CONSELHO DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DO MENDANHA

No dia 19 de maio de 2012 foi realizada, na sede do Parque Natural Municipal do Mendanha no período de 10 h às 14 h, a primeira Oficina de Mobilização de Instituições para atuação no Conselho do Parque Natural Municipal do Mendanha.

Essa oficina teve como objetivos:

Apresentar a metodologia e etapas envolvidas no processo de formação e capacitação do Conselho;

Sensibilizar os atores para a importância do processo de participação na gestão da UC;

Apresentar e caracterizar o Parque;

Balizar o conhecimento teórico sobre a categoria da UC.

A oficina se fundamentou nas seguintes etapas:

1. Abertura pelo gestor da UC – João Galdino;

2. Apresentação da metodologia e etapas envolvidas no processo de capacitação do Conselho;

3. Apresentação dos participantes por meio da técnica da Teia da Vida;

4. Apresentação da UC pelo técnico da SMAC – Marcelo Barros de Andrade;

5. Balizamento teórico sobre a categoria da UC.

Para essa oficina foram convidadas Instituições consideradas estratégicas para a gestão, previamente discutidas em conjunto com o gestor da UC e com representantes da Secretaria de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro - SMAC. Em um primeiro momento optou-se por não restringir a


participação de possíveis interessados no processo e o grupo convidado, entre atores governamentais e não governamentais, está representado na Tabela 2.1.

Tabela 2.1 Instituições representantes do PNM que foram convidadas à 1ª Oficina de Capacitação.

SOCIEDADE CIVIL PODER PÚBLICO

Amigos da Zona Oeste Campo de Instrução Gericinó

Associação do Mendanha CEDAE

Associação Sargento Miguel Filho COMLURB

Associação da Vila do Presídio Corpo de Bombeiros - CBMERJ / 1º. GSFMA

Associação da Vila Progresso Guarda Municipal - GM-RIO / GDA

Associação Fênix (Tai ChiChuan) INEA (APA Gericinó-Mendanha)

Associação de Moradores Conjunto Votorantim INSTITUTO PENITENCIÁRIO

Associação de Moradores Gericinó PNM Nova Iguaçu

Associação de Moradores do Quafá R.A Bangu

Associação de Moradores Vila Catiri Rio Águas

Associação de Moradores Vila Piquerobi Rio Luz

AMAR Bangu / Instituto Socioambiental da Zona Oeste Sec. Municipal de Defesa Civil

Associação de Produtores Rurais GUANDU SENA Sec. Desenvolvimento Social

Conjunto Habitacional Socialista Betinho Sec. Mun. Educação

Conselho Municipal de Saúde Sec. Mun. Habitação

Coop. dos Médicos Veterinários (UNIMEV) SMAC/GUC

Defensores do Planeta (ONG) Sub-prefeitura da Zona Oeste

FEMERJ UERJ (Geografia e Ecologia)

Igreja Capelinha UFRRJ

Igreja Evangélica 14º Bat. PMERJ ou Batalhão Florestal

Instituto Iguaçu

Paróquia Cristo Operário

Sindicato Rural

Vila Olímpica da Vila Kennedy

31ª Subseccional da OAB-RJ

Fonte: Detzel Consulting, 2012.

Compareceu à oficina um total de 60 pessoas conforme lista de presença (Anexo 1). Nessa ocasião estavam representadas as seguintes Instituições (Tabela 2.2):


Tabela 2.2 Instituições que compareceram à 1ª oficina de Capacitação.


Associação Fênix (Tai ChiChuan) CEDAE

Associação Gericinó COMLURB


Associação de Moradores Vila Catiri INEA

Associação de Moradores Vila Piquerobi SMAC/GUC

Associação de Moradores Vila do Presídio

Associação de Moradores do Quafá

AMAR Bangu / Instituto Socioambiental da Zona Oeste

Conjunto Habitacional Socialista Betinho

Conselho Municipal de Saúde

Coop. dos Médicos Veterinários (UNIMEV)

Defensores do Planeta (ONG)

Sindicato Rural



Também estiveram presentes representantes de obras sociais, do Centro Cultural, da Rádio Comunitária Universitária, do Movimento Macaco, do GEHNat – Grupo Ecológico Herdeiros da Natureza, AMAR Realengo e Associação Pró-melhoramento do Mendanha.

Importante ressaltar que além dos representantes dessas instituições, a oficina contou ainda com a presença de diversos moradores do entorno e interior do Parque, que não estão constituídos em Associação.

Não compareceram à oficina as seguintes instituições convidadas:

Sociedade civil: Amigos da Zona Oeste, Associação do Mendanha, Associação Sargento Miguel Filho, Associação de Moradores Conjunto Votorantim, Associação de Produtores Rurais GUANDU SENA, FEMERJ, Igreja Capelinha, Igreja Evangélica, Instituto Iguaçu, Paróquia Cristo Operário e 31ª Subseccional da OAB-RJ;

Poder público: Campo de Instrução Gericinó, Corpo de Bombeiros - CBMERJ / 1º GSFMA, Instituto Penitenciário, PNM Nova Iguaçu, R.A. Bangu, Rio Águas, Rio Luz, Secretaria Municipal de Defesa Civil, Secretaria de Desenvolvimento Social, Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Habitação, Sub-prefeitura da Zona Oeste, UERJ, UFRRJ e 14º Batalhão PMERJ ou Batalhão Florestal;

Apesar do número significativo de participantes nessa oficina (sessenta pessoas), é importante destacar que apenas 19 (dezenove) das 45 (quarenta e cinco) instituições inicialmente convidadas estavam presentes. E ainda que, apesar do grande número de presentes, nem todos os participantes permaneceram na oficina por todo o período da mesma.


Este fato chamou a atenção da equipe que coordenou o trabalho para o fato de que o grupo ainda necessitava de esclarecimento sobre o propósito da mobilização e da participação na gestão da UC. Como a formação de um Conselho é um processo de construção e depende do engajamento e entendimento das pessoas, esta é uma questão que necessitou ser trabalhada ao longo das oficinas.

A dinâmica da oficina foi registrada conforme Figuras 2.1 a 2.4.

Figura 2.1 1ª Oficina de Capacitação do Conselho do Parque Natural Municipal do Mendanha. Fonte: Detzel Consulting, 2012.



2.2 SEGUNDA OFICINA DE MOBILIZAÇÃO E CAPACITAÇÃO PARA ATUAÇÃO NO CONSELHO DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DO MENDANHA

No dia 02 de junho de 2012, foi realizada na sede do Parque Natural Municipal do Mendanha no período das 9 h às 15 h a segunda Oficina de Mobilização e Capacitação de atores para atuação no Conselho do Parque Natural Municipal do Mendanha. Diante do baixo grau de maturidade e entendimento dos participantes observado no decorrer da primeira oficina, o conteúdo e formato dessa oficina foi adaptado para o momento e demanda do grupo. Dessa forma, essa segunda oficina teve como objetivo capacitar e nivelar o aporte teórico para os possíveis conselheiros. Para tanto, foram abordados os seguintes conteúdos:

Estrutura e Funcionamento de Conselhos de Unidades de Conservação;

Papel dos Gestores e Conselheiros;

Secretaria Executiva e Câmaras Temáticas.

A dinâmica da oficina se fundamentou nas seguintes etapas:

1) Apresentação dos participantes. Nessa etapa foi utilizada a técnica dos objetos indeterminados, na qual os participantes se apresentam por meio de objetos escolhidos;

2) Balizamento teórico sobre a estrutura e funcionamento do Conselho Consultivo. Nessa etapa o consultor foi bastante flexível na forma de abordar o conteúdo, aproveitando as questões que surgiram no decorrer da explanação.


Para esta oficina foram convidadas as mesmas instituições convocadas para a oficina anterior, que possivelmente farão parte da composição final do Conselho. Importante ressaltar que o processo de formação do Conselho ainda está em fase de mobilização e amadurecimento dos atores e, portanto, o grupo não havia sido, até esse momento, definido.

Compareceram à oficina 53 pessoas conforme lista de presença (Anexo 2). Na ocasião estavam representadas as seguintes Instituições (Tabela 2.3):

Tabela 2.3 Instituições que compareceram à 2ª Oficina de Capacitação.


Associação Fênix (Tai ChiChuan) Guarda Municipal - GM-RIO / GDA

Assoc. do Mendanha INEA (APA Gericinó-Mendanha)

Assoc. Sargento Miguel Filho R.A Bangu

Associação de Moradores Vila Catiri SMAC/GUC


Conjunto Habitacional Socialista Betinho


Coop. de Médicos Veterinários (UNIMEV)

Defensores do Planeta (ONG)

Igreja Evangélica


Sindicato Rural




Além dessas, também estavam presentes instituições que não constam na lista das instituições inicialmente convidadas a participar das oficinas, dentre elas: Bica do Padre; Greenpeace; Faculdade Simonsen; AMOJARC; Lions Clube; IBDS; URS Nilda Ney, além de representantes religiosos e, também se destaca a presença de representantes civis, moradores do entorno e do interior do PNM do Mendanha, interessados no encaminhamento de decisões que dizem respeito à gestão da UC.


Sociedade civil: Amigos da Zona Oeste, Associação da Vila Progresso, Associação da Vila do Presídio, Associação de Moradores Conjunto Votorantim, Associação de Moradores do Quafá, Associação de Moradores Vila Piquerobi, Associação de Moradores Conjunto Votorantim, Associação de Moradores Gericinó, Associação de Produtores Rurais GUANDU SENA, FEMERJ, Igreja Capelinha e Instituto Iguaçu;

Poder público: Campo de Instrução Gericinó, CEDAE, Corpo de Bombeiros - CBMERJ / 1º GSFMA, Instituto Penitenciário, PNM Nova Iguaçu, Rio Águas, Rio Luz, Secretaria Municipal de Defesa Civil, Secretaria de Desenvolvimento Social, Secretaria Municipal de Educação,


Secretaria Municipal de Habitação, Sub-prefeitura da Zona Oeste, UERJ (Geografia e Ecologia), UFRRJ e 14º Batalhão PMERJ ou Batalhão Florestal;

A dinâmica da oficina foi registrada conforme mostram as Figuras 2.5 a 2.8.




2.3 TERCEIRA OFICINA DE MOBILIZAÇÃO E CAPACITAÇÃO PARA ATUAÇÃO NO CONSELHO DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DO MENDANHA

No dia 23 de junho de 2012 foi realizada na sede do Parque Natural Municipal do Mendanha no período de 9 h às 15 h, a terceira Oficina de Mobilização e Capacitação de atores para atuação no Conselho do Parque Natural Municipal do Mendanha. Esta oficina teve como objetivo, inicialmente, provocar nos participantes a reflexão sobre interesses diversos, negociação e decisões colegiadas e, em seguida, elaborar em conjunto um indicativo de um Plano de Ação para o Conselho que será formado e instituído. Para essa construção foi utilizada metodologia participativa com envolvimento direto dos possíveis atores formadores do Conselho.

A dinâmica da oficina se fundamentou nas seguintes etapas:

1) Realização da dinâmica da Ilha

2) Elaboração do Plano de Ação

2.1) Discussão em grupos sobre os temas propostos

2.2) Apresentação das sugestões em plenária

2.3) Discussão em plenária e construção do Plano de Ação em conjunto

2.4) Levantamento de outros temas interessantes para capacitação do Conselho

3) Avaliação do processo de mobilização e capacitação do Conselho

Para esta oficina foram convidadas as mesmas instituições convocadas para as oficinas anteriores, algumas das quais possivelmente farão parte da composição final do Conselho.

Tabela 2.4 Instituições que foram convidadas para a 3ª Oficina de Capacitação.


Amigos da Zona Oeste Campo de Instrução Gericinó

Associação do Mendanha CEDAE

Associação Sargento Miguel Filho COMLURB

Associação da Vila do Presídio Corpo de Bombeiros - CBMERJ / 1o. GSFMA


Associação Fênix (Tai ChiChuan) INEA (APA Gericinó-Mendanha)

Associação de Moradores Conjunto Votorantim INSTITUTO PENITENCIÁRIO

Associação de Moradores Gericinó PNM Nova Iguaçu

Associação de Moradores do Quafá R.A Bangu

Associação de Moradores Vila Catiri Rio Águas

Associação de Moradores Vila Piquerobi Rio Luz

AMAR Bangu / Instituto Socioambiental da Zona Oeste Sec. Municipal de Defesa Civil

Associação de Produtores Rurais GUANDU SENA Sec. Desenvolvimento Social



Conjunto Habitacional Socialista Betinho Sec. Mun. Educação

Conselho Municipal de Saúde Sec. Mun. Habitação

Coop. dos Médicos Veterinários (UNIMEV) SMAC/GUC

Defensores do Planeta (ONG) Sub-prefeitura da Zona Oeste

FEMERJ UERJ (Geografia e Ecologia)

Igreja Capelinha UFRRJ

Igreja Evangélica 14º Bat. PMERJ ou Batalhão Florestal

Instituto Iguaçu


Sindicato Rural




Compareceram à oficina 31 pessoas conforme lista de presença (Anexo 3). Na ocasião estiveram representadas as seguintes instituições (conforme Tabela 2.5):

Tabela 2.5 Instituições que compareceram à 3ª Oficina de Capacitação.


Associação Fênix (Tai ChiChuan) Corpo de Bombeiros - CBMERJ / 1o. GSFMA

Assoc. do Mendanha Guarda Municipal - GM-RIO / GDA

Associação de Moradores Vila Catiri SMAC/GUC



Igreja Evangélica


Sindicato Rural



Sociedade Civil: Amigos da Zona Oeste, Associação Sargento Miguel Filho, Associação da Vila do Presídio, Associação da Vila Progresso, Associação de Moradores Conjunto Votorantim, Associação de Moradores Gericinó, Associação de Moradores do Quafá, Associação de Moradores Vila Piquerobi, Associação de Produtores Rurais GUANDU SENA, Conjunto Habitacional Socialista Betinho, Coop. dos Médicos Veterinários (UNIMEV), Defensores do Planeta (ONG), FEMERJ, Igreja Capelinha, Instituto Iguaçu, Paróquia Cristo Operário, Sindicato Rural, Vila Olímpica da Vila Kennedy e 31ª Subseccional da OAB-RJ;

Poder Público: Campo de Instrução Gericinó, CEDAE, COMLURB, INEA (APA Gericinó-Mendanha), INSTITUTO PENITENCIARIO, PNM Nova Iguaçu, R.A Bangu, Rio Águas, Rio Luz,


Secretaria Municipal de Defesa Civil, Secretaria de Desenvolvimento Social, Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Habitação, Sub-prefeitura da Zona Oeste, UERJ (Geografia e Ecologia), UFRR e 14º Batalhão PMERJ ou Batalhão Florestal;

A dinâmica da oficina está ilustrada nas Figuras 2.9 a 2.13:

Figura 2.9 3ª Oficina de Capacitação do Conselho do Parque Natural Municipal do Mendanha. Fonte: Detzel Consulting, 2012




2.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE MOBILIZAÇÃO E CAPACITAÇÃO

A área do Parque Natural Municipal do Mendanha é palco de diversos conflitos de interesses entre as prioridades da administração do Parque e os moradores do entorno. Esses conflitos são expressos pelas consequências de processos como ocupações irregulares, captação de água no interior da UC e até mesmo problemas recorrentes de segurança pública, uma vez que a área da UC é vizinha ao Complexo Penitenciário Bangu I.

No decorrer das oficinas, os envolvidos, principalmente os que moram no interior da UC, tiveram a oportunidade de se colocar, de tirar dúvidas e de compartilhar inquietações relacionadas à gestão da UC e ao impacto da gestão da UC em seu cotidiano.

No processo, com o auxílio das dinâmicas aplicadas, foi possível explorar a diversidade de Instituições e também provocar uma troca de experiências relacionadas à participação do grupo em outros Conselhos, o que se mostrou bastante produtivo e construtivo.

Observou-se que a maior parte da população local habita há muito tempo a região, o que facilita o entendimento dos problemas discutidos. Mas, apesar de alguns deles inclusive já atuarem em Conselhos Municipais, manifestam ainda a necessidade de uma maior interação com a administração da UC para entendimento da dinâmica em curso. Os objetivos relatados para justificar a presença nas oficinas muitas vezes ainda são pessoais e não em prol de uma contribuição para a gestão efetiva da área protegida.


Acrescenta-se ainda o fato de a UC ter permanecido por cerca de nove meses sem um gestor nomeado, o que também contribui para um processo ainda incipiente de gestão no que se refere à participação local. Portanto, o grupo que participou das oficinas realizadas estava, ainda, pouco engajado com o processo e não dispunha de conhecimento sobre o funcionamento e gestão da UC.

Com isso, durante o processo de mobilização para a formação e capacitação do Conselho do Parque Natural Municipal do Mendanha, houve a necessidade de adaptação da metodologia anteriormente utilizada conforme as demandas, possibilidades e limitações do grupo de participantes.

Vale ressaltar que, apesar disso, foi positiva a presença maciça da população local nas oficinas, devido à capacidade do gestor para a mobilização dos atores das localidades do entorno do Parque. No entanto, vale a observação, também, de que a participação do Poder Público não correspondeu às expectativas. Isso pode ter ocorrido porque os atores institucionais são os mesmos das oficinas realizadas nas outras UC (Parque Natural Municipal de Prainha e Grumari e Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca). Outra razão para este contexto pode ter sido o fato das oficinas terem acontecido aos sábados.

No entanto, embora o envolvimento do gestor com a população local tenha viabilizado a presença de um elevado número de atores locais, esse fato por si só não garante o efetivo engajamento da população local em termos de compromissos com a gestão participativa. O gestor foi nomeado há pouco tempo para o cargo e provavelmente necessitará ainda de maior vivência para assumir, de fato, esse papel, tendo em vista a complexidade do processo participativo. Além disso, durante o processo foram observados alguns desconfortos, como conseqüência da interpretação de possíveis interferências políticas no processo.

Com base no contexto apresentado parece evidente que este processo necessitará ser fortalecido no futuro, com base em um planejamento de médio prazo e com a garantia de que possíveis interferências político-partidárias sejam evitadas.

2.5 AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE MOBILIZAÇÃO E CAPACITAÇÃO

Ao final do processo os participantes foram convidados a escrever, espontaneamente, sua avaliação a respeito das oficinas que foram realizadas para o processo de mobilização e capacitação do Conselho do Parque Natural Municipal do Mendanha. As avaliações estão registradas na íntegra conforme depoimentos abaixo:

“Encontros pode-se dizer satisfatórios. Tendente a conscientização. Conhecimento. Dinâmica. Grata.”

“Poderia ter um mural com explicações mais simplificadas sobre os temas sugeridos. O conhecimento dessas atividades executadas foram de muito bom proveito e mais pessoas deveriam conhecê-las, deveria ser melhor divulgada.” Como funciona o Conselho Gestor.

“Palestras claras e objetivas. Falta de continuidade no decorrer do processo”.

“Gostei muito das dinâmicas elaboradas nas oficinas. Assim como a interatividade entre os palestrantes e o público!”

“Bom. Mas houve pouca participação do público. E alguns temas deveria ser mais aprofundado. Solange.”

“Ótimo. Devermos acelerar mais processo da formação do conselho.”


“Apresentação boa. Local: deveria ser em outro fechado para apresentação de filmes. Houve sugestão de dias úteis?”

Gostei de participar de um grupo misto, de diferentes instituições, juntando ideias em prol de um objetivo comum.”

“Dinâmica e participativa.”

“Dinâmica. Democrática. Criativa.”

“O modo didático da reunião foi ótimo. Poderia ter uma abordagem (resumão) das outras reuniões para direcionar a reunião.”

“Bom.”

“Muito bom.”

“Foi ótimo de suma importância e os palestrantes excelentes”. Catiri – Angela

“Muito bom. Os palestrantes têm conhecimento do assunto.”

“Foi esclarecedora e os palestrantes preencheram lacunas existentes.”

“Ótimo, parabéns os palestrantes passaram boas informações.” Cide

“Muito boa a equipe gestora da reunião do aprendizado e das opiniões”.

“Boa. Tive um bom aprendizado. Espero ter continuação.”

“A prefeitura e a Detzel foram democráticos e dinâmicos.”


3 PLANO DE AÇÃO DO CONSELHO CONSULTIVO

O Plano de Ação foi elaborado para o funcionamento do Conselho a partir de sua Instituição. Importante ressaltar que, devido ao contexto descrito, não foi possível uma consolidação de um Plano de Ação completo. Foi possível traçar um delineamento de orientações e diretrizes que deverão ser validadas quando o Conselho estiver oficialmente instituído.

Para a elaboração do Plano de Ação, os participantes foram divididos em grupos com o objetivo de discutir temas específicos e propor ações para a construção do documento final. Foram propostos para a discussão os seguintes temas:

Plano de Manejo e Conselho;

Secretaria Executiva;

Câmara Temática;

Comunicação.

O Plano de ação construído está esquematizado na Tabela 3.1.

Tabela 3.1 Plano de Ação.

TEMA AÇÃO POR QUE COMO QUANDO QUEM OBS.

Plano de Manejo e Conselho

Posicionar o Conselho sobre o documento que está sendo elaborado

Para atender às necessidades dos representantes da sociedade

Através de relatórios e palestras

Imediato Órgão gestor e executores

Plano de Manejo e Conselho

Criar uma câmara temática para operacionalização

Integração e entendimento do Conselho

Participando e se integrando sobre as ações

Imediato Membros ou representante da Câmara Temática

Secretaria Executiva

Criar uma secretaria executiva no Conselho

Para registrar, arquivar e administrar as ações do Conselho

Através de discussões no Conselho

Imediatamente após a elaboração do Regimento Interno

Instituição capacitada para gerir os trabalhos

O gestor tem a decisão final

Câmara Temática

Montar uma câmara temática sobre regularização fundiária

Controlar ocupação desordenada no entorno e reprimir construções irregulares

Por meio de fiscalização, cadastramento das residências, zoneamento

Imediatamente

SMAC, SMH e Associações de moradores locais

Convidar instituições externas para atuar como parceiras


TEMA AÇÃO POR QUE COMO QUANDO QUEM OBS.

Comunicação

Criar um blog Abrangente, acessível, funcionamento interno e externo

Através da internet

Até 30 dias após a criação do Conselho

Grupo de trabalho para comunicação

Quem não tem acesso utiliza telefone móvel

Enviar SMS Acessível Através da telefonia móvel

10 dias antes das reuniões

Grupo de trabalho para comunicação

Mural visual para divulgação

Criar um grupo/lista de e-mail

Agilidade na comunicação e integração

Montando cadastro

Quando tiverem definidas as instituições

Sec. Executiva

Avaliar a necessidade de criação de uma C.T de comunicação


Após a elaboração do Plano de Ação foi solicitado ao grupo que sugerisse outros temas para a capacitação do Conselho. Como resultado desse processo os seguintes itens foram levantados:

Sustentabilidade. Educação Ambiental (lixo);

Centro de controle ambiental;

Estrutura e conservação do Parque;

Limites do Parque;

Conflitos;

Palestras nas associações de moradores no entorno da APA Gericinó/Mendanha, para conscientização da população da necessidade de preservar o meio ambiente;

Quais as atividades que devem acontecer num Parque? E a sustentabilidade desse Parque?

Fazer uma lista/relação da fauna e flora existente no Parque. E o que está em extinção? Para que possamos preservar.

Repasse de informações para população, informação básica sobre espécies do Parque;

Ação de estudo de espécies no parque.

Além dos temas, foram levantadas algumas dúvidas:

Existe alguma forma do Conselho do PNM da Serra do Mendanha ser remunerado?

Qual a flora que o Parque dispõe? Reflorestamento do entorno.

Como será feito a manutenção da floresta?

Como se enquadra o lazer no Plano de Manejo?

Quais as diferenças de Parques e outras Unidades de Conservação.

A dinâmica da elaboração do Plano está ilustrada nas Figuras 3.1 a 3.3.


Figura 3.1 Elaboração do Plano de Ação. Fonte: Detzel Consulting, 2012.



4 RECOMENDAÇÕES PARA A ATUAÇÃO DO CONSELHO CONSULTIVO

O processo de capacitação do Conselho do Parque Natural Municipal do Mendanha teve início com uma presença significativa dos atores locais, conforme relatado anteriormente.

No entanto, devido ao número, à rotatividade dos presentes e o nível de engajamento do grupo, não foi possível a consolidação de uma proposta para a formação definitiva do Conselho. Diante desse contexto, foi realizada reunião na SMAC, contando com a presença do gestor do Parque e da Coordenação de Unidades de Conservação, com o objetivo de elaborar uma proposta preliminar para a composição do Conselho, descrita a seguir:

Tabela 4.1 Sugestão para Composição do Conselho do Mendanha.


Associação de Moradores do Quafá Secretaria Municipal de Meio Ambiente

Associação de Moradores da Vila Catiri Secretaria Municipal de Habitação

Instituto Socioambiental Secretaria de Promoção Social

Cooperativa de Médicos e Veterinários Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Associação de Moradores do Gericinó Companhia Municipal de Limpeza Urbana – COMLURB

3ª Subseccional da OAB/RJ Guarda Municipal do Rio de Janeiro – Grupamento de Defesa Ambiental

Conselho Distrital de Saúde Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro

Associação de Moradores Conjunto Sociológico Betinho

Instituto Estadual do Ambiente – INEA

Associação Pró-melhoramento do bairro Mendanha CEDAE

Defensores do Planeta Região Administrativa XVII– Bangu


Nessa composição pretendeu-se manter a paridade entre a Sociedade Civil e o Poder Público, contemplando as Instituições mais próximas e envolvidas com o Parque, capazes de contribuir efetivamente para a gestão da UC. Optou-se por não contemplar nenhuma organização de cunho religioso para não provocar, neste momento, nenhum conflito desnecessário.

Importante ressaltar que esta é ainda uma sugestão preliminar de composição para o Conselho que deverá ser legitimada pela população local. Por esta razão está sujeita a revisões. Neste sentido, recomenda-se a realização de mais duas oficinas, com o objetivo de definir e consolidar essa composição para a futura gestão do Parque.

No entanto, recomenda-se previamente à execução de qualquer oficina, que seja fornecido efetivo apoio técnico da SMAC ao gestor, para que ele tenha condições de dar andamento ao processo de gestão participativa na Unidade.


Importante salientar também que alguns moradores do interior do Parque não estão constituídos em Associações, mas participaram das reuniões e estão interessados em compor o Conselho. Sendo assim, é necessário um suporte para esse público, no sentido de incentivá-lo na instituição legal de uma Associação que o represente.

Também é necessária especial atenção à efetiva representatividade das Associações nessa composição do Conselho. Foram recorrentes, durante as oficinas, preocupações relacionadas a representantes que defendem interesses pessoais em detrimento de melhorias locais.

No que se refere ao processo de elaboração do Plano de Manejo, os participantes solicitaram um retorno sobre os resultados das oficinas anteriormente realizadas (DRP e Planejamento) e também pleitearam o seu maior envolvimento no processo de finalização do Plano de Manejo.

Dessa forma, entende-se que o processo de gestão no Parque Natural Municipal do Mendanha está em sua fase inicial e necessita ainda ser consolidado junto aos técnicos da SMAC e ao gestor da UC para que seja fortalecida também a participação local, em caráter permanente.


ANEXOS

ANEXO 1 LISTA DE PRESENÇAS DA 1ª OFICINA

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