oficina construção de sentidos, argumentação e...
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Prof. Dr. Luís Cláudio DallierProfessor das Faculdades COC
Oficina
Construção de Sentidos, Argumentação e Opiniões
Para início de conversa...
A função do professor na formação de leitores e escritores.
Formação continuada e trabalho com textos.
Construção de Sentido
Na construção ou produção de sentidos, podemos destacar, inicialmente, a relação entre leitura e escrita.
Construção de Sentido
Na leitura, a decodificação e a compreensão do texto apontam para a produção de sentidos.
Na escrita, a produção textual deve ser organizada de modo a favorecer sua compreensão.
Leitura e escrita são dois processos independentes e, por
isso, o desenvolvimento de um não implica necessariamente o do outro. Quando dizemos que são processos
independentes, queremos afirmar que as operações mentais
presentes em cada um são distintas.
ATIVIDADE
Como o senso comum e a escola tratam a relação entre leitura e escrita?
Se aceitarmos que escrita e leitura são processos independentes ou diferentes, quais seriam as implicações de tal fato?
Para ler, por exemplo, o leitor deve extrair o conteúdo de um texto que está fora dele. Compreender o conteúdo é muito mais do
que decodificar as palavras que estão escritas. Para compreender o texto, o leitor
emprega uma série de estratégias (operações mentais) e sofre interferência de suas
experiências prévias e de seu conhecimento do mundo. O conteúdo é apresentado através
de uma forma: o jeito de o texto ser comunicado aos leitores (tipo de texto, sua
silhueta tipo de portador, vocabulário empregado, estrutura das frases, etc.) .
A interação que se estabelece entre o texto escrito e o leitor é diferente daquela estabelecida entre duas pessoas quando conversam, por exemplo. Nessa última situação, estão presentes muitos aspectos, além das palavras: gesticulação, expressão facial, entonação da voz, repetições, perguntas que dão significado à fala.
Na leitura, o leitor está diante de palavras escritas por um autor que não está presente para completar as informações. Por isso, é natural que forneça informações ao texto enquanto lê. Contudo, o texto também atua sobre os esquemas cognitivos do leitor.
Ler é o processo de construir um significado a partir do texto.
Isso se torna possível pela interação entre os elementos textuais e os
conhecimentos do leitor.
Quanto maior for a concordância entre eles, maior a probabilidade de êxito na
leitura.
Vídeo
Leitura – Willian Cereja
http://www.saraivaeduca.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=164&Itemid=47
1. Macroestrutura – a parte do texto que se refere ao conteúdo e às ideias;
Na produção textual, alguns aspectos estão relacionados com a construção de sentido:
2. Superestrutura Esquemática – a dinâmica interna de cada tipo de texto. Por exemplo, uma carta requer uma estrutura geral que ébem diferente da estrutura de uma narrativa. Éa forma como as ideias se articulam ou criam vida. A superestrutura esquemática se repete em todos os textos do mesmo tipo;
3. Microestrutura – o modo como os conteúdos são concretizados no papel.
Construção de Sentido e produção textual
Funções sociais da escrita e da leitura;
Práticas sociais da escrita e diversidade textual;
Produção textual a partir da noção de gêneros do discurso.
Vídeo
Produção Textual – Willian Cereja
http://www.saraivaeduca.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=164&Itemid=47
Construção de Sentido a partir da identificação
de gêneros textuais
Reconhecendo as características recorrentes da estrutura e do estilo dos textos.
A escolha do gênero não é completamente espontânea, pois leva em conta um conjunto de parâmetros essenciais, como quem estáfalando, para quem está falando, qual é a sua finalidade e qual é o assunto do texto. Por exemplo, ao desejarmos contar como ocorreu um conjunto de fatos, reais ou fictícios, fazemos uso de gêneros narrativos; para instruirmos alguém sobre como fazer alguma coisa (por exemplo, fazer um bolo, montar uma mesa, jogar certo tipo de jogo, etc.), fazemos uso de gêneros instrucionais; para convencer alguém de nossas ideias, fazemos uso de gêneros argumentativos; e assim por diante.
(Willian Cereja)
Gênero textual: leitura e produção de texto
Projeto “No caminho da autoria”
•Produção de textos de autoria.•Trabalhando com contos de fada.•Valorizando o conhecimento prévio.•Identificando as características do gênero textual.
Um gênero que desperta interesse...
O conto de terror.
•Lendo e produzindo textos.
•Elementos característicos dos contos de terror e a produção de sentidos: tema, vocabulário, intenções do autor/narrador etc.
Construção de caminhos na produção de sentidos
Estratégias e práticas de leitura e seu
papel na produção de sentido.
ATIVIDADE
Você concorda com a posição
apresentada ao final do vídeo?
É possível avaliar a construção de
sentido na leitura?
Produção de sentido e estratégias de leitura
Construção de sentido e trabalho
com o vocabulário do texto.
Construção de Sentido e Aspectos Gramaticais
O trabalho com gramática pode
favorecer a construção de sentido.
Implicações semânticas e
pragmáticas.
Da mesma forma que uma palavra pode desencadear uma interpretação coerente de um texto, uma simples palavra também pode frustrar a interpretação de um texto, seja por ser desconhecida para o leitor, seja por provocar nele uma reação imprevista na produção inicial do texto. Por outro lado, um texto pode ser levado a ser considerado como coerente a partir de uma palavra ou de uma frase que articule uma continuidade de sentidos. (GESTAR/MEC)
LEITOR EFICIENTE:Formula perguntas enquanto lê e se mantém atento;
Seleciona índices relevantes para a compreensão;
Supre os elementos ausentes, complementando informações;
Antecipa fatos;
Critica o conteúdo;
Atribui intenções ao escritor.
Reformula hipóteses;
Estabelece relações com outros aspectos do conhecimento;
Transforma ou reconstrói o texto lido;
Atribui intenções ao escritor.
Construção de Sentido e Relações Coerentes no Texto
Relações entre as partes do texto;
Relação entre linguagem verbal e
linguagem não-verbal;
Relações entre os elementos textuais
e o contexto.
SUGESTÕES·Jogos de quebra-cabeças são um ótimo exercício de raciocínio para o desenvolvimento das habilidades de procurar as pistas quetornam uma imagem coerente.
·Você pode construir jogos, em diferentes níveis de dificuldade, recortando figuras de cartazes ou revistas. Quanto maiores as figuras e as peças, mais facilidade para a “montagem”.
·Para facilitar o manuseio, você poderá colar as figuras, primeiro, em papel grosso ou cartolina.
·Essa atividade também pode ser desenvolvida pelos próprios alunos, que estarão, assim, percorrendo todo o processo de montar e desmontar imagens coerentes.
Fonte: GESTAR/MEC
SUGESTÕES·Uma outra alternativa é montar quebra-cabeças com palavras que formem orações, ou seja, estruturas linguísticas coerentes. Esta pode ser uma atividade aliada à fixação de aspectos gramaticais.
·O importante é que o manuseio de “partes” para compor um todo coerente vai exercitando as práticas de leitura porque estimula a observação da relação parte-todo na procura de “pistas” de significação.
Fonte: GESTAR/MEC
ARGUMENTATIVIDADE
“A interação social por intermédio da
língua caracteriza-se,
fundamentalmente, pela
argumentatividade”. (Ingedore Villaça Koch)
ARGUMENTO
Argumentum (latim)
argu- “fazer brilhar, “iluminar”
(argênteo, arguto, argúcia etc.)
Argumento seria tudo aquilo que faz
brilhar, cintilar uma idéia.
TEXTO E ARGUMENTAÇÃO
Se argumentar é um procedimento linguístico que visa a persuadir, a fazer o receptor aceitar o que lhe foi comunicado, a levá-lo a crer no que foi dito e a fazer o que foi proposto, então...
Todo texto é argumentativo porque todos são, de certa maneira, persuasivos.
Fonte: Platão & Fiorin
Identificando elementos argumentativos
Podemos propor atividades nas quais os alunos identificam elementos argumentativos em textos que circulam na WEB, revistas, jornais, tv etc.
Covardia"As autoridades e a mídia não deveriam usar o termo "ousadia" para se referir às ações atribuídas ao PCC. Em primeiro lugar, porque o termo chega a ser lisonjeiro. Já existe em nossa sociedade uma atração pela bandidagem, equivocadamente associada a um certo tipo de heroísmo. Várias lacunas do poder público e posições equivocadas da polícia deram margem a isso. Dizer que os bandidos são "ousados" vai ao encontro do que eles pretendem -impressionar, intimidar. Se pensarmos que eles têm armamento pesado, total desrespeito pela vida e nenhum compromisso, vemos que é fácil demais agir como agem: atirando na casa de uma policial enquanto ela amamenta o filho, por exemplo. Mais adequado seria usar a palavra "covardia". Basta de cultuar a violência!"
Sônia Francine (Folha de S. Paulo, 2003)
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS
Voltadas para o emissor
Estratégia persuasiva que credencia o emissor para um dado tipo de comunicação.
EXEMPLOS• Discurso eleitoral: experiências
administrativas, realizações, construção de imagem favorável etc.;
• Discurso suplicatório: aspectos aparentemente desfavoráveis apresentados como legitimadores, por exemplo, de mendicância;
• Carta de apresentação: descrição de qualidades, competências e diferenciais.
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS
Voltadas para o receptor
Estratégia que cria imagens favoráveis daquele a quem se deseja persuadir.
Chama a atenção do leitor.
http://surfedeluxe.com.br/uploaded_images/passatsurf-794678.jpg http://www.noticiasautomotivas.com.br/img/b/ford-ecosport-propaganda.jpg
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS
Voltadas para o referente
Cita provas concretas, dados da situação, estatísticas, experimentos, dados da realidade, conhecimento do mundo.
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS
Baseada na mensagem
Procura convencer com base na construção rigorosamente concatenada do texto ou na articulação textual bem feita.
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS
Baseada no código
Explora as oposições linguísticas, os significados antigos das palavras, as virtualidades da língua.
“Finalmente uma revista semanal que trata a mulher como dona da casa, não de casa. Dia 26 nas bancas”
(Folha de S. Paulo, 17 de abr. 1992)
“É melhor ter duas língua do que uma.”
“Mas Tom Jobim era também uma unanimidade universal, digno da reverência de músicos norte-americanos, ingleses, franceses, italiano, de jornais como o N. Y. Times, o Corriere della Serra, da Itália, ou de especialistas em jazz nos EUA e Europa.”
(Jornal da Tarde, 9 dez. 1994)
Reconhecendo Opiniões Diferentes
PROVA BRASILDescritor D21 – Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema.
Habilidade: reconhecimento pelo aluno de opiniões diferentes sobre um mesmo fato ou tema.
Mapa da devastação
A organização não-governamental SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais terminaram mais uma etapa do mapeamento da Mata Atlântica (www.sosmataatlantica.org.br). O estudo iniciado em 1990 usa imagens de satélite para apontar o que restou da floresta que já ocupou 1,3 milhão de km2, ou 15% do território brasileiro. O atlas mostra que o Rio de Janeiro continua o campeão da motosserra. Nos últimos 15 anos, sua média anual de desmatamento mais do que dobrou.
Revista Isto É – nº 1648 – 02-05-2001 São Paulo – Ed. Três.
TEXTO 1
Há qualquer coisa no ar do Rio, além de favelas
Nem só as favelas brotam nos morros cariocas. As encostas cada vez mais povoadas no Rio de Janeiro disfarçam o avanço do reflorestamento na crista das serras, que espalha cerca de 2 milhões de mudas nativas da Mata Atlântica em espaço equivalente a 1.800 gramados do Maracanã. O replantio começou há 13 anos, para conter vertentes ameaçadas de desmoronamento. Fez mais do que isso. Mudou a paisagem. Vista do alto, ângulo que não faz parte do cotidiano de seus habitantes, a cidade aninha-se agora em colinas coroadas por labirintos verdes, formando desenhos em curva de nível, como cafezais.
Revista Época – nº 83. 20-12-1999. Rio de Janeiro – Ed. Globo. p. 9.
TEXTO 2
Uma declaração do segundo texto que CONTRADIZ o primeiro é
(A) a mata atlântica está sendo recuperada no Rio de Janeiro.(B) as encostas cariocas estão cada vez mais povoadas.(C) as favelas continuam surgindo nos morros cariocas.(D) o replantio segura encostas ameaçadas de desabamento.
Novas Tecnologias e relação entre oralidade e escrita
Desenvolvendo atividades de produção textual, leitura e exposição oral.