novo varejo 198

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Novo Balconista Novo Varejo Importados Negócios & Oportunidades INDICADORES ENCARTES ANO 17 N198 MAIO DE 2011 R$7,30 LÍDER EM COMUNICAÇÃO PARA O VAREJO DE AUTOPEÇAS AUTOINFORME Inflação do carro Abr 11...................2,36% Mar 11..................3,76% Fev 11...................2,30% 2011..................8,65% ARTIGOS NEGÓCIOS E OPORTUNIDADES Taxa de empreendedorismo cresce com a estabilidade Expositores estrangeiros fazem sucesso na Automec NOVO VAREJO IMPORTADOS NOVO VAREJO BALCONISTA Balconistas são decisivos na escolha da marca vendida FALTAM 2 EDIÇÕES IBGE Produção industrial Mar 11...................0,5% Jan/mar11..............1,3% A 10ª Automec levou mais de 66 mil visitantes ao Anhembi. A gran- diosidade do evento acompanhou o momento favorável da reposição in- dependente. Em 2010, o movimento financeiro do aftermarket automotivo brasileiro alcançou R$ 69 bilhões. A reparação, que representa a ponta da cadeia, expandiu seus negócios em 24% no ano passado. Na feira, esses números foram comemorados. E os varejistas que lá estiveram também saíram satisfeitos. “A Automec vem se transformando em feira de negócios e informações. Pela velocidade das mudanças da frota, o evento é uma ótima oportunidade para os varejistas buscarem fornecedores mais ade- quados às suas necessidades e atua- lizarem seu mix de produtos”, analisa Francisco De La Torre, presidente do Sincopeças de São Paulo. Acompa- nhe nesta edição a cobertura com- pleta da Automec 2011. ANFAVEA Licenciamento de veículos Abr 11................289,2 mil Mar11................306,1mil Abr 10................277,8 mil Antônio Carlos Bento Francisco De La Torre Vânia Lúcia de Oliveira 22 JATO DYNAMICS Produção de veículos Brasil ............ 288.749 Argentina..........64.127 Chile.............. 14.165 *carros e comerciais leves/ Mar 2011 ANFAVEA Produção de veículos Abr 11..............280,1 mil Mar11..............294,5mil Abr10..............274,8 mil JATO DYNAMICS Vendas por carroceria* Hatch.............130.241 Sedã.................62.088 SUV ............... 20.068 *Brasil/Mar 2011 Automec quebra recordes e acompanha bom momento do mercado Caminhos do crescimento Otimizar mão de obra e aumen- tar o rendimento das equipes são ações urgentes para que as em- presas da reposição independente mantenham o crescimento registra- do de 2010 para cá. 14 Qualidade atestada Começou a vigorar em abril a obri- gatoriedade da certificação Inme- tro para os catalisadores. Rodas automotivas e fluidos para freios também já estão regulamentados e são os próximos a receber a mar- ca da qualidade. 30 No topo do mundo Lúcia Moretti agora comanda o af- termarket mundial da Delphi. Com quase dez anos de experiência in- ternacional, a executiva passou rapidamente pelo Brasil em abril e concedeu entrevista exclusiva ao Novo Varejo, quando falou de sua contribuição para o de- senvolvimento da área de repo- sição em uma empresa global e apontou soluções dos mercados externos maduros que podem ser adotadas por aqui. PARA LÚCIA, GUERRA DE PREÇOS É COISA DE CRIANÇA 10 Festa oficial da reposição A Festa Mais foi o evento oficial de confrater- nização da Automec 2011. O Palácio das Con- venções do Anhembi recebeu mais de dois mil convidados que se divertiram ao som da banda Katinguelê e da Escola de Samba Aca- dêmicos do Tucuruvi. FESTA MAIS RECEBEU DOIS MIL CONVIDADOS NO PALÁCIO DAS CONVENÇÕES DO ANHEMBI 52

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Novo Varejo é uma publicação mensal da Editora Novo Meio Ltda, de circulação dirigida aos varejistas de autopeças. Tem como objetivo divulgar notícias, opiniões e informações que contribuam para o desenvolvimento do setor.

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Page 1: Novo Varejo 198

Novo BalconistaNovo Varejo ImportadosNegócios & Oportunidades

INDICADORES

ENCARTES

ANO 17 N198 MAIO DE 2011 R$7,30

L ÍDER EM COMUNICAÇÃO PARA O VAREJO DE AUTOPEÇAS

AUTOINFORMEInflação do carroAbr 11...................2,36%Mar 11..................3,76%Fev 11...................2,30%2011..................8,65%

ARTIGOS

LÍDER EM COMUNICAÇÃO PARA O VAREJO DE AUTOPEÇAS

NEGÓCIOS E OPORTUNIDADES

Taxa de empreendedorismo cresce com a estabilidade

Expositores estrangeiros fazem sucesso na Automec

NOVO VAREJO IMPORTADOS

NOVO VAREJO BALCONISTA

Balconistas são decisivos na escolha da marca vendida

FALTAM2 EDIÇÕES

IBGEProdução industrialMar 11...................0,5%Jan/mar11..............1,3%

A 10ª Automec levou mais de 66 mil visitantes ao Anhembi. A gran-diosidade do evento acompanhou o momento favorável da reposição in-dependente. Em 2010, o movimento financeiro do aftermarket automotivo brasileiro alcançou R$ 69 bilhões. A reparação, que representa a ponta da cadeia, expandiu seus negócios em 24% no ano passado. Na feira, esses números foram comemorados. E os varejistas que lá estiveram também

saíram satisfeitos. “A Automec vem se transformando em feira de negócios e informações. Pela velocidade das mudanças da frota, o evento é uma ótima oportunidade para os varejistas buscarem fornecedores mais ade-quados às suas necessidades e atua-lizarem seu mix de produtos”, analisa Francisco De La Torre, presidente do Sincopeças de São Paulo. Acompa-nhe nesta edição a cobertura com-pleta da Automec 2011.

ANFAVEALicenciamento de veículosAbr 11................289,2 milMar 11................306,1 milAbr 10................277,8 mil

Antônio Carlos BentoFrancisco De La TorreVânia Lúcia de Oliveira

nhe nesta edição a cobertura com-22

JATO DYNAMICSProdução de veículosBrasil............288.749 Argentina..........64.127Chile..............14.165 *carros e comerciais leves/Mar 2011

ANFAVEAProdução de veículosAbr 11..............280,1 milMar11..............294,5milAbr10..............274,8 mil

JATO DYNAMICSVendas por carroceria*Hatch.............130.241 Sedã.................62.088 SUV...............20.068 *Brasil/Mar 2011

Automec quebra recordese acompanha bom momento

do mercado

Caminhos do crescimento

Otimizar mão de obra e aumen-tar o rendimento das equipes são ações urgentes para que as em-presas da reposição independente mantenham o crescimento registra-do de 2010 para cá. 14

Qualidade atestada

Começou a vigorar em abril a obri-gatoriedade da certificação Inme-tro para os catalisadores. Rodas automotivas e fluidos para freios também já estão regulamentados e são os próximos a receber a mar-ca da qualidade. e são os próximos a receber a mar-

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No topo do mundo

Lúcia Moretti agora comanda o af-termarket mundial da Delphi. Com quase dez anos de experiência in-ternacional, a executiva passou rapidamente pelo Brasil em abril e concedeu entrevista exclusiva ao Novo Varejo, quando falou de sua contribuição para o de-senvolvimento da área de repo-sição em uma empresa global e apontou soluções dos mercados externos maduros que podem ser adotadas por aqui.

PARA LÚCIA, GUERRA DE PREÇOS É COISA DE CRIANÇA

10

Festa o� cial da reposição

A Festa Mais foi o evento oficial de confrater-nização da Automec 2011. O Palácio das Con-venções do Anhembi recebeu mais de dois mil convidados que se divertiram ao som da banda Katinguelê e da Escola de Samba Aca-dêmicos do Tucuruvi.

FESTA MAIS RECEBEU DOIS MIL CONVIDADOS NO PALÁCIO DAS CONVENÇÕES DO ANHEMBI

banda Katinguelê e da Escola de Samba Aca-52

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Faltam 2 edições para o Novo Varejo

200O maior veículo do setor como você nunca viu.

Para anunciar em condições especiaisligue 3089 0176

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11por Claudio Milan _ [email protected]

mercado brasileiro de manutenção de veícu-los viveu um grande momento entre os dias

12 e 16 de abril, período em que foi realizada a 10ª edição da Automec. Já sabemos, não é de hoje, que a fei-ra é a maior do gênero na América Latina. Mas o evento está se conso-lidando como gigante também no cenário mundial. E esta afirmação é avalizada por quem tem longa expe-riência internacional no mercado de reposição. Segundo nossa entrevista-da deste mês, a executiva responsável por nada menos que o aftermarket da Delphi em todo o planeta, Lúcia Moretti, a Automec só perde hoje para a Automechanika de Frankfurt.Nada mal para um evento que supe-rou a ausência de grandes sistemistas e indústrias de autopeças em 2009 para, em 2011, quebrar recordes no número de expositores, visitantes e trazer de volta todas as marcas que

não puderam estar presentes num momento em que suas matrizes eram fortemente afetadas pela maior crise financeira dos últimos tempos.Desta vez, o que vimos foi um cená-rio totalmente oposto. O mercado independente vive um momento extremamente favorável. Os dife-rentes números divulgados ao lon-go da feira comprovam a expansão do nosso setor e interpretam suas motivações. Entre elas, a crescen-te comercialização de automóveis 0 km, que, por sua vez, impulsio-na também a venda de usados; a cada vez maior conscientização dos motoristas sobre os benefícios da manutenção preventiva, foco da campanha Carro 100% / Caminhão 100% desde seu início; e a expan-

são da Inspeção Ambiental Veicular para toda a frota da capital paulis-ta, programa que a partir de 2012 deve chegar a diferentes cidades de todos os estados brasileiros.Para nós, do Novo Varejo, a Au-tomec também trouxe grandes momentos. Com o apoio oficial da organizadora da feira, Reed Exhibitions Alcantara Machado, a Novo Meio editou o Diário da Automec, publicação que esta-beleceu um novo patamar para a cobertura do evento. Pela primeira vez, os visitantes receberam um jornal impresso com conteúdo atualizado diariamente, trazendo os lançamentos, bastidores e fatos que se desenrolaram na Automec. Um serviço antes visto apenas em algumas feiras internacionais e que a partir de agora está à disposição do público brasileiro. A cobertura da Automec que trazemos neste Novo Varejo recebeu o valioso

aporte de parte do conteúdo publi-cado no Diário da Automec.Também com o apoio da Reed Al-cantara e em par-ceria com o Sindi-repa de São Paulo, a Novo Meio reali-zou a festa oficial da Automec 2011. A conhecida Festa

Mais – uma tradição que vem des-de 1998 – este ano foi o evento de confraternização e encerramento da feira e levou mais de dois mil convidados ao Palácio das Con-venções do Anhembi. A coroação que a Automec sempre mereceu.Passado este grande momento pro-porcionado pela Automec, é hora de voltar atenções para a rotina de nosso mercado. E agora, para onde vamos? O objetivo de todos os par-ticipantes da reposição indepen-dente é prolongar o cenário positi-vo que estamos vivenciando desde o ano passado. Para isso, é preciso promover o crescimento susten-tável não apenas do setor, mas do país. E há desafios a vencer.O mundo civilizado atravessa um

período de preocupante alta da inflação, com inevitáveis reflexos no Brasil. Para evitar o despertar do dragão que tantas vítimas fez especialmente na década de 80 do século passado, o governo tem usado os instrumentos de sempre, que dividem opiniões entre os economistas: elevação da taxa de juros e tentativas de desestimular o consumo. Até o momento, as me-didas não trouxeram os resultados esperados – ou necessários. A pri-meira prévia de maio do IGP-M, o Índice Geral de Preços - Mercado da Fundação Getúlio Vargas, regis-trou o exorbitante crescimento de 0,70%, maior índice desde dezem-bro de 2010. Outro indicativo, o IPCA – Índice de Preços ao Con-sumidor Amplo, o parâmetro ofi-cial do governo federal, mostrou inflação acumulada de 6,51% nos últimos 12 meses, bem acima da meta de 4,52% estabelecida pelo Banco Central. Trazendo o debate para nosso dia a dia corporativo, encontramos a Inflação do Carro em forte alta. O indicador medido pela Agência AutoInforme já acu-mula elevação de 8,65% nos qua-tro primeiros meses deste ano.Gostemos ou não, há um sinal de alerta aceso. A taxa de finan-ciamento em nossa economia cresce e é preciso que os respon-sáveis por manter a estabilidade fiquem atentos aos riscos de uma bolha artificial de crescimento, cujas consequências já assistimos no final de 2008 e não queremos ver repetidas. E, do lado da in-dústria, prossegue a desnacio-nalização do parque brasileiro, promovida pelas facilidades com que se importam produtos de todos os tipos e qualidades. Por enquanto, esta grave distorção continua sem reação concreta por parte do governo.Portanto, é fundamental trabalhar para superar os desafios que se apresentam à nossa frente e lutar com todas as forças pelo cresci-mento sustentável. Bons momen-tos devem ser vividos, aproveita-dos e, acima de tudo, sempre que possível, perpetuados.

OCrescimento sustentável é o que vale

É fundamental trabalhar para superar os desafios que se apresentam à nossa frente e lutar com todas as forças pelo crescimento sustentável

www.novomeio.com.br

Diretor Geral Ricardo Carvalho Cruz ([email protected])Diretor de Redação Claudio Milan ([email protected])Diretor Comercial Paulo Roberto de Oliveira ([email protected])

Ano 17 - nº 198 - maio de 2011Distribuição nacionalTiragem de 25.000 exemplaresNovo Varejo é uma publicação mensal daEditora Novo Meio Ltda, de circulação dirigidaaos varejistas de autopeças. Tem como objetivodivulgar notícias, opiniões e informações quecontribuam para o desenvolvimento do setor.

diretor responsávelRicardo Carvalho Cruz

redação ([email protected])editor: Claudio Milanrepórteres: Larissa Andrade ePatrícia Malta de Alencar

editoração ([email protected])projeto gráfi co e direção de arte: Sérgio Parise Jr.designer gráfi co: Ivan Ordonhaassistentes de arte:Fernando Mekitarian e Priscila Wu

colaborador editorial: Eduardo Portella Amorim (fotos) e Perla Rossetti (textos)

comercial ([email protected])diretor: Paulo Roberto de Oliveirarepresentação comercial: Rafael Cury Bergamini

marketing ([email protected])gerente: Kelly Gomesassistente: Claudia Paulino estagiária: Alessandra Siqueira

internet ([email protected])Miriam Oliveira

tecnologia ([email protected])Heráclito Kunzendorff

recursos humanos Danielle Nobre

impressãoOESP Gráfi ca S.A.

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jornalista responsávelClaudio Milan (MTb 22.834)

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projetos e eventos mais criativos e importantes do

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mercado brasileiro de manutenção de veícu-los viveu um grande momento entre os dias

12 e 16 de abril, período em que foi realizada a 10ª edição da Automec. Já sabemos, não é de hoje, que a fei-ra é a maior do gênero na América Latina. Mas o evento está se conso-lidando como gigante também no cenário mundial. E esta afirmação é avalizada por quem tem longa expe-riência internacional no mercado de reposição. Segundo nossa entrevista-da deste mês, a executiva responsável por nada menos que o aftermarket da Delphi em todo o planeta, Lúcia Moretti, a Automec só perde hoje para a Automechanika de Frankfurt.Nada mal para um evento que supe-rou a ausência de grandes sistemistas e indústrias de autopeças em 2009 para, em 2011, quebrar recordes no número de expositores, visitantes e trazer de volta todas as marcas que não puderam estar presentes num momento em que suas matrizes eram fortemente afetadas pela maior crise financeira dos últimos tempos.Desta vez, o que vimos foi um cená-rio totalmente oposto. O mercado independente vive um momento ex-tremamente favorável. Os diferentes números divulgados ao longo da fei-ra comprovam a expansão do nosso setor e interpretam suas motivações. Entre elas, a crescente comercializa-ção de automóveis 0 km, que, por sua vez, impulsiona também a venda de usados; a cada vez maior cons-cientização dos motoristas sobre os benefícios da manutenção preventi-va, foco da campanha Carro 100% / Caminhão 100% desde seu início; e a expansão da Inspeção Ambiental Vei-cular para toda a frota da capital pau-lista, programa que a partir de 2012 deve chegar a diferentes cidades de todos os estados brasileiros.Para nós, do Novo Varejo, a Automec também trouxe grandes momentos. Com o apoio oficial da organizadora da feira, Reed Exhibitions Alcanta-ra Machado, a Novo Meio editou o Diário da Automec, publicação que estabeleceu um novo patamar para a cobertura do evento. Pela pri-meira vez, os visitantes receberam

um jornal impresso com conteúdo atualizado diariamente, trazendo os lançamentos, bastidores e fatos que se desenrolaram na Automec. Um serviço antes visto apenas em algumas feiras internacionais e que a partir de agora está à disposição do público brasileiro. A cobertura da Automec que trazemos neste Novo Varejo recebeu o valioso aporte de parte do conteúdo publicado no Di-ário da Automec.Também com o apoio da Reed Al-cantara e em parceria com o Sin-direpa de São Paulo, a Novo Meio realizou a festa oficial da Automec 2011. A conhecida Festa Mais – uma tradição que vem desde 1998 – este ano foi o evento de confra-ternização e encerramento da feira e levou mais de dois mil convida-dos ao Palácio das Convenções do Anhembi. A coroação que a Auto-mec sempre mereceu.Passado este grande momento propor-cionado pela Au-tomec, é hora de voltar atenções para a rotina de nosso mercado. E agora, para onde vamos? O objetivo de todos os participantes da reposição indepen-dente é prolongar o cenário positivo que estamos viven-ciando desde o ano passado. Para isso, é preciso promo-ver o crescimento sustentável não apenas do setor, mas do país. E há desafios a vencer.O mundo civilizado atravessa um período de preocupante alta da in-flação, com inevitáveis reflexos no Brasil. Para evitar o despertar do dragão que tantas vítimas fez espe-cialmente na década de 80 do sé-culo passado, o governo tem usado os instrumentos de sempre, que di-videm opiniões entre os economis-tas: elevação da taxa de juros e ten-tativas de desestimular o consumo. Até o momento, as medidas não trouxeram os resultados esperados – ou necessários. A primeira prévia de maio do IGP-M, o Índice Geral de

Preços - Mercado da Fundação Ge-túlio Vargas, registrou o exorbitante crescimento de 0,70%, maior índice desde dezembro de 2010. Outro in-dicativo, o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o parâmetro oficial do governo federal, mostrou inflação acumulada de 6,51% nos últimos 12 meses, bem acima da meta de 4,52% estabelecida pelo Banco Central. Trazendo o debate para nosso dia a dia corporativo, encontramos a Inflação do Carro em forte alta. O indicador medido pela Agência AutoInforme já acumula elevação de 8,65% nos quatro pri-meiros meses deste ano.Gostemos ou não, há um sinal de alerta aceso. A taxa de finan-ciamento em nossa economia cresce e é preciso que os respon-sáveis por manter a estabilidade fiquem atentos aos riscos de uma bolha artificial de crescimento,

cujas consequências já assistimos no final de 2008 e não queremos ver repetidas. E, do lado da in-dústria, prossegue a desnacio-nalização do parque brasileiro, promovida pelas facilidades com que se importam produtos de todos os tipos e qualidades. Por enquanto, esta grave distorção continua sem reação concreta por parte do governo.Portanto, é fundamental trabalhar para superar os desafios que se apresentam à nossa frente e lutar com todas as forças pelo cresci-mento sustentável. Bons momen-tos devem ser vividos, aproveita-dos e, acima de tudo, sempre que possível, perpetuados.

OCrescimento sustentável é o que vale

É fundamental trabalhar para superar os desafios que se

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sumárioN

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ANUNCIANTES

46

AUTHOMIX

CENTERPARTS

COBRA

COFAP

COMDIP

DAYCO

DIBIANCHI

DISAPE

2MC

ECOPADS

FANIA

FIAT

ISAPA

MOBENSANI

NAKATA

PELLEGRINO

RODONAVES

SACHS

SAMPEL

SCHAEFFLER

SKF

SYL

TSA

VISCONDE

VTO

WEGA

09 6206 0908 6261

Evento oficial de confraternização e encerramento da Automec, Festa Mais 2011 leva duas mil pessoas ao Palácio das Convenções do Anhembi.

52

FESTA

Depois de chegar aos catalisadores automotivos, certificação Inmetro já está pronta para vigorar em novos componentes.QUALIDADE

34

Maior Automec de todos os tempos, a edição 2011 atraiu um público qualificado de mais de 66,5 mil pessoas e quebrou recorde de expositores.CAPA

22

Grupo de Manutenção Automotiva realiza ações para conscientizar o mercado sobre os riscos da utilização de autopeças piratas.

30

PIRATARIA

É hora de o mercado de reparação traçar os caminhos que o levarão à manutenção do atual cenário de crescimento.

ANUNCIANTES

AUTHOMIX

CENTERPARTS

COBRA

1410

Agora no comando do aftermarket mundial da Delphi, Lúcia Moretti fala sobre a reposição no exterior e o que o Brasil pode aprender com mercados mais experientes ESTRATÉGIAENTREVISTA

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ARTIGOS

19 Vânia Lúcia de Oliveira

21 Francisco De La Torre

13 Antônio Carlos Bento

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entrevista10N

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DE

2011

trajetória de Lúcia Moretti é um case para qualquer exe-cutivo da indústria brasileira de sis-

temas e autopeças. Tendo ini-ciado sua carreira no setor em 1989, na DHB Componentes Automotivos, em 1998 já era gerente de Vendas, Marketing e Planejamento para a Améri-ca do Sul da Delphi Energy & Chassis. Dois anos depois, as-sumiu a direção da Delphi So-luções em Produtos e Serviços para o continente, onde ficou até 2003, ano em que foi para os Estados Unidos para respon-der pela direção de Marketing de Aftermarket da companhia. “Depois de dois anos e meio, fui tocar a Divisão de Aftermarket da Delphi na Europa, Oriente Médio e África. Fiquei lá cinco anos e meio. Gostei tanto que estou virando francesa, essa semana vou receber a naciona-lidade daquele país”, contou a executiva em entrevista exclu-siva ao Novo Varejo durante a Automec 2011. Em rápida passagem pela feira, que Lúcia não visitava havia oito anos, ela agora está de volta aos Estados Unidos para assumir o coman-do de todo o negócio mundial de aftermarket da Delphi.Conversamos com Lúcia Moret-ti sobre sua contribuição para o desenvolvimento da área de reposição numa empresa glo-bal, o momento do mercado brasileiro e as evoluções que podem ser implementadas no aftermarket nacional a partir de experiências consolidadas em outros países.

Novo Varejo – Que mercado brasileiro de manutenção

por Claudio [email protected] fotos Eduardo Portella Amorim

A

Visão exteriorResponsável pelos negócios mundiais de aftermarket da Delphi, Lúcia Moretti fala sobre a evolução do Brasil e os ensinamentos que o país pode buscar em mercados mais maduros

NV - Pergunta entrevistaAB - Resposta

Talvez a minha maior contribuição tenha sido montar um time que

faz a diferença e faz as coisas acontecerem na reposição

automotiva você encontrou neste seu retorno ao país em 2011?Lúcia Moretti – Eu estou sem-pre acompanhando à distância o mercado da América do Sul e vejo que a evolução foi enorme. Quando eu saí daqui, tínhamos algo em torno de 25 milhões de carros. Hoje, são 33 milhões. E a diversidade que isso gera no mercado de autopeças é impres-sionante. Passou aquela época em que as indústrias vendiam tudo o que tinham das poucas montadoras aqui instaladas, como GM, Ford, Volkswagen e Fiat. Na minha época de mer-cado brasileiro, a Renault estava apenas começando a ter uma participação no aftermarket. Atu-almente, temos no país equipes da Delphi buscando peças na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia para completar um portfó-lio capaz de atender a uma frota totalmente diversificada. Afinal, tínhamos quatro ou cinco mon-tadoras e hoje são 45 marcas vendendo carros aqui, é uma coisa de louco. E para atender a esse mercado de reposição com eficiência você precisa estar nos diversos países em que esses carros são fabricados e produzir componentes para todos eles. Eu acho isso fantástico. Empre-sas como a Delphi e outras tan-tas que são globais têm a função muito importante de trazer essa tecnologia e colocar à disposição do mercado de reposição.

NV – Qual foi a experiência que você levou do Brasil para contribuir com o desenvol-vimento do aftermarket da Delphi nos grandes merca-dos em que atuou desde sua saída, em 2003?

LM – Quando a Delphi saiu da General Motors, em 1999, foi criada a Divisão de Aftermarket. Isso exigiu um aprendizado porque todo o negócio de re-posição era realizado através da GM. Mas, de repente, foi preci-so criar uma divisão que exigia uma cultura totalmente diferen-te dentro de um time que tinha a filosofia de trabalho de uma grande corporação e o foco na venda para a montadora. Nesse contexto nasceu uma divisão especializada no mercado de reposição. Não se faz isso do

dia para a noite. Você começa com muitos questionamentos e leva tempo até formar esse time e atingir os resultados que vão fazer com que a corporação te enxergue como um negócio estratégico. Hoje, sem dúvida, a reposição é estratégica na corporação, temos a visão de representar 10% dos negócios da Delphi como um todo. No ano passado, a empresa faturou cerca de 13 bilhões de dólares, a gente vem crescendo também com o mercado original – nosso objetivo é continuar conquis-tando novos negócios para, da-qui a três, quatro ou cinco anos, voltarmos a ser uma empresa de 20 bilhões de dólares. E sen-

do de reposição, de indústrias que se caracterizam pelo de-senvolvimento de sistemas e componentes inovadores?LM – Sem dúvida. Esse sempre foi um foco da Delphi desde o início. Até na própria Automec, quando apresentávamos vídeos que mostravam a revolução dos veículos eletrônicos que estava a caminho. Hoje essa revolução está aí. Quando dizíamos que a eletrônica responderia por 30% ou 40% do carro, hoje isso é uma realidade. As peças só mecânicas vão continuar, mas as oficinas que ainda hoje estão acostumadas apenas a trocar componentes mecânicos vão ter que assumir uma postura

do o aftermarket responsável por 10% dessa cifra, ima-gina o tamanho do mer-cado de reposição que buscamos mundialmen-te. E, nesse contexto, o que eu trouxe para a Delphi? Acho que trouxe um espírito de aftermarket, a responsabilidade que a gente tem com os clientes de reposi-ção e conceitos sobre o que é importante para esse

mercado. Mas, acima de tudo, talvez a minha maior contribui-ção tenha sido montar um time que faz a diferença e faz as coi-sas acontecerem na reposição para que a empresa entenda que é importante não apenas colocar os produtos que a Del-phi vende no mercado original à disposição do aftermarket independente, mas também desenvolver itens específicos dentro das fábricas da Delphi para expandir o portfólio para atender a reposição. E isso nós estamos fazendo.

NV – O crescimento da com-plexidade tecnológica da frota favorece a atuação, no merca-

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de fazer diagnósticos de tecno-logia. E aí surge a importância do treinamento, que deve ser regra em uma indústria que se preocupa com o mercado de reposição. Não adianta só ven-der, é preciso ajudar o profissio-nal lá na ponta a diagnosticar. E esse é um compromisso que temos, proporcionar conheci-mento e ajudar a oficina a fazer um trabalho de qualidade.

NV – Como o grupo vê hoje o mercado brasileiro e a operação local?LM – No que diz respeito ao aftermarket, eu, particularmen-te, vejo com muito orgulho. Voltar oito anos depois e en-contrar esse time todo monta-do e os resultados que estamos obtendo é uma satisfação muito grande. Nós passamos por mo-mentos de altos e baixos nesse tempo todo e hoje a empresa está muito bem financeiramen-te, com resultados favoráveis e um portfólio correto. Nós en-frentamos um processo de re-estruturação enorme, tivemos que acertar o passo em uma série de coisas, mas hoje a em-presa está focada, tem sua visão estratégica bem definida e o aftermarket é uma operação que, sem dúvida, dá o resulta-do que a empresa quer. Claro que nunca é suficiente, sempre queremos mais. Por isso, temos uma estratégia de expansão ge-ográfica: por muito tempo, ex-portamos de mercados-chave para alguns outros países. Agora, ao identificar uma possibilidade de crescimento, vamos para aquele mercado. Vou dar um exemplo: nós vendíamos para o leste europeu a partir da Ingla-terra ou da França. Hoje, temos uma atividade no leste europeu que é tão significativa quanto a operação da Europa ocidental. E aí inserimos também o time de aftermarket, estamos agora trabalhando a Rússia, o Oriente Médio. Portanto, a Delphi está num momento de expansão de negócios e, na América do Sul, vamos incrementar na Argenti-na e vamos para o Chile.

NV – Que características mar-cantes dos mercados interna-cionais que você conheceu nestes oito anos podem ser entendidas como diferenciais em relação ao Brasil e que, eventualmente, possam ser-vir como referência para nos-so aftermarket?LM – Para mim, o que é mais nítido é a maturidade do mer-cado, tanto o europeu quanto o norte-americano. Há vários fatores para caracterizar essa diferença. Um deles é o alto índice de fidelidade do clien-te, não tem esse negócio da oficina comprar hoje de uma loja e amanhã de outra por-que é um real mais barato. Não existe isso. Há um tra-balho feito pelo distribuidor com a loja de autopeças e a oficina para que aquele clien-te busque sempre o mesmo fornecedor. Isso me chamou a atenção porque aqui era uma guerra entre os varejos e entre os próprios distribui-dores para ver quem vendia mais barato. Uma coisa quase infantil. A Delphi vende no mercado europeu para os tra-ding groups, que são grupos de marketing que existem lá, com presença em países como Alemanha, França, Hungria, Rússia, entre outros. E o mais interessante é que, apesar de serem grupos envolvidos com a distribuição em, quem sabe, 20 países, para cada país do grupo há um preço diferente para o mesmo produto. Por-

que a condição daquele país é diferente dos outros. Para um mesmo cliente, o preço que você vende na Espanha é diferente do preço que você vende na Rússia. E ninguém vem até nós, fornecedores, para questionar essa variação. Todo mundo entende que existe uma realidade naque-le mercado que é diferente da realidade do outro. Essa é uma maturidade que eu gos-taria de encontrar no Brasil.

NV – E a cadeia de comer-cialização de autopeças, é flexível?LM – Essa é outra questão muito interessante, especial-mente nos Estados Unidos. Ninguém está preocupado se você tem dois ou três elos na distribuição. Há distribuido-res que vendem direto para oficinas, outros vendem para a loja e para a oficina, tem distribuidor que vende para a internet. E não é porque você está tirando um elo da

cadeia que você vai compe-tir com outro que tem os três elos. Cada um se posiciona como deve e respeita o pre-ço de venda da peça para o consumidor final. Então, não existe aquela história que eu me lembro de ver aqui do dis-tribuidor poder vender para o centro automotivo, mas não poder vender para a oficina. O que é isso? Lá, nossos pró-prios clientes já se apresen-tam como distribuidores ‘two steps’, ‘three steps’, e todos sabem respeitar o preço. Essa também é uma maturidade que eu gostaria de ver no Brasil.

NV – Outro tema de discus-sões no Brasil que não sai de moda é o acesso à infor-mação técnica para a manu-tenção dos veículos. Como essa dificuldade se resolveu no exterior?LM – O relacionamento entre a montadora e o mercado de reposição no que diz respeito

Lá fora não existe aquela história que eu me lembro de ver aqui do distribuidor poder vender para o

centro automotivo, mas não poder vender para a oficina. O que é isso?

ao acesso às informações foi legalizado. Há uma legislação que regula a disponibilida-de da informação por parte da montadora para qualquer oficina, varejo ou distribuidor do aftermarket independente. E o conceito lá não foi auto-ritário, foi estabelecido com foco no consumidor final. A Comunidade Europeia en-tendeu que é preciso dar ao dono do carro a possibilidade de escolher onde ele vai com-prar a peça. Através da legis-lação se regulou que o acesso à assistência técnica ou infor-mações técnicas de produto é fundamental e primordial e não adianta a montadora dizer que a informação está no site, o conteúdo tem que estar claro e estruturado, de forma que a oficina indepen-dente tenha acesso e possa fazer o serviço. Isso facilitou a vida do mercado de reposi-ção independente e de algu-ma forma protegeu a liberda-de de escolha do consumidor que é, no final das contas, o que deve acontecer. Não dá para limitar a opção do clien-te. Em determinadas oficinas, o cliente pode realizar servi-ços em garantia da montado-ra, desde que o trabalho seja feito conforme os padrões da-quela marca. E os fabricantes de autopeças têm o direito de colocar sua marca no produto fornecido às montadoras, até para que, depois, o mecânico olhe e veja que a peça é Del-phi e saiba qual é o compo-nente original a ser aplicado na reposição.

Aqui era uma guerra entre os varejos e entre os próprios distribuidores para ver quem vendia mais barato. Uma coisa quase infantil

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por Antônio Carlos Bento gma

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Motorista se preocupa mais com a manutenção do veículo

ANTÔNIO CARLOS BENTO É COORDENADOR DO GMA – GRUPO DE MANUTENÇÃO AUTOMOTIVA, RESPONSÁVEL PELO PROGRAMA CARRO 100% – WWW.CARRO100.COM.BR

índice de manutenção pre-ventiva vem aumentando gra-dativamente nos últimos anos. Dados da Gipa, órgão inter-

nacional de pesquisa de pós-venda que avaliou o comportamento de quatro mil motoristas, revelam que 49,2% dos entre-vistados levam o veículo para fazer manu-tenção preventiva. Esse percentual subiu 10 pontos desde 2001. À medida que o motorista entende que a manutenção preventiva custa, em média, 30% a me-nos do que a corretiva, além de garantir a segurança do veículo e reduzir a emissão de poluentes, ele passa a cuidar melhor do automóvel, fazendo revisões periódi-

cas em uma oficina de confiança.O programa Carro 100% / Caminhão 100% tem realizado um amplo trabalho de disseminação de informações e di-cas sobre a importância da manutenção preventiva para melhorar a segurança no trânsito e reduzir poluentes, uma inicia-tiva do setor da reposição automotiva que segue os exemplos de outros países, como Estados Unidos e Canadá, na bus-ca do uso responsável do veículo. A pesquisa da Gipa comprova que houve evolução no índice de manutenção pre-ventiva nos últimos anos. Por exemplo, em 2010, 54% dos veículos com cinco anos de uso foram à oficina fazer revisão

preventiva, enquanto em 2005 esse ín-dice era de 44%. As oficinas de confiança são as preferi-das pelos motoristas. A migração da con-cessionária para o canal da reposição co-meça a partir de um ano e meio de uso do veículo. Cerca de 49% dos carros de dois a cinco anos que possuem garantia frequentam as oficinas de confiança e os principais motivos, por ordem de impor-tância, que levam o motorista a escolher o local para fazer a revisão do veículo são: confiança e segurança no reparo, preço e bom atendimento. É interes-sante que o primeiro fator apontado na pesquisa é confiança, o que mostra a

preocupação do consumidor com a qua-lidade do serviço prestado. O motorista também está mais fiel ao estabelecimento onde leva o seu carro para a revisão. O percentual da taxa de abandono caiu 9,4 pontos na última dé-cada, chegando em 2010 ao melhor ín-dice: 6,1%, contra 15,6% em 2000.Avaliando essas informações, perce-bemos que o setor de reparação de veículos vive um momento favorável e que deve ser aproveitado da melhor forma pelos reparadores. Mas é impor-tante ter em mente que atendimento e serviços de qualidade são fatores deci-sivos na escolha da oficina.

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a mesma proporção em que se expande a frota nacional, crescem também os desafios para os empresários do mer-

cado de manutenção veicular. Por conta da evolução tecnológica dos produtos e da diversificação da frota, os negócios da ponta da cadeia – varejistas e reparadores – estão passando por mudanças na estra-tégia de gerenciamento para acompanhar todas as transformações. Ano passado, o país registrou recor-de na produção e venda de veículos (3,64 milhões e 3,52 milhões respec-tivamente, de acordo com a Anfavea) e, com isso, a frota brasileira chegou a estimadas 32,492 milhões de unidade, segundo dados do Sindipeças.Passado o período da garantia, a maioria dos veículos migra para as oficinas inde-

por Larissa [email protected]

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A caminho da produtividade

LEGENDA DA IMAGEM

Esse é um dos motivos que tem impulsionado a repara-ção independente, na visão do presidente do Sindirepa-

SP (Sindicato da Indústria de Reparação

de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo), Antônio Fiola. “Minha expectativa para esse ano é de crescimento. O fator preponderante é a chegada às oficinas independentes dos veículos produzidos entre 2007 e 2008. Além disso, temos a campanha Carro 100%, que vem cons-cientizando o consumidor final sobre a importância da manutenção preventiva, o que acaba resultando em maior gama de serviços. E, no município de São Paulo, existe a Inspeção Ambiental Veicular, que vem incrementando os negócios”. Hoje,

a frota da capital paulista é estimada em sete milhões de veículos, 21,5% do total nacional. Com todos os fatores apontados por Fiola, o setor de reparação registrou alta de 24,7% no faturamento ano passa-do e chegou a R$ 17,2 bilhões.Com todo esse volume de veículos indo às oficinas, o varejo independente é direta-mente beneficiado, já que os reparadores são seus principais clientes. “Este ano, tal como no ano passado, teremos crescimen-to acima da média setorial nacional. Havia

um temor, em meados de 2005/2006, de que as montadoras avançariam de forma significativa sobre os independentes, mas o índice de confiança do consumidor em seu mecânico tem se mantido. Essa é uma situ-ação muito positiva, além de outras vanta-gens comparativas, como a capilaridade de nosso setor, a estreita relação do mecânico e balconista com o consumidor final”, enu-mera Francisco De La Torre, presidente do

Sincopeças-SP (Sindicato do Comércio Va-rejista de Peças e Acessórios para Veículos).

TRANSFORMAÇÃO

O mercado não vem apenas crescendo, mas, principalmente, se modernizando, desde a tecnologia presente nos veículos até a gestão das empresas, passando pelo consumidor final, cada vez mais informado e exigente quanto à qualidade do serviço e seus direitos. O coordenador do GMA (Grupo de Manutenção Automotiva) – res-

ponsável pelo Programa Carro 100% –, Antônio Carlos Bento, diz que o primeiro passo para o profissional do aftermarket é entender o que está mudando do ponto de vista do consumidor. “O que ele espe-ra? Ele está mais exigente e os veículos que circulam são mais sofisticados, mesmo que sejam compactos. Olhar para esse mercado estrategicamente é entender que há um ní-vel de exigência maior em termos de qua-

lidade de reparação e prazo de entrega do veí-culo pois o cliente não pode esperar. São itens que interfe-rem na escolha de seu supri-dor”. De acordo com Bento, é analisando o cliente e suas necessidades que o reparador e o varejista poderão decidir com mais clareza onde inves-tir, já que os equipamentos são caros e sua viabilidade comercial deve ser estu-

MANUTENÇÃO NAS CONCESSIONÁRIAS

Veículos com até 1 ano de fabricação 77%

Veículos com mais de 1 e até 2 anos de fabricação 41%

Veículos com mais de 2 e até 4 anos de fabricação 17%

Fonte: Gipa

ONDE INVESTIR PARA GARANTIR O CRESCI-MENTO SUSTENTÁVEL

• Tecnologia • Equipamento• Treinamento• Mão de obra

pendentes. Conforme apu-rado por estudo da GIPA – empresa especializada em pesquisas no mercado auto-motivo – 77% dos proprietá-rios de veículos com até um ano de fabricação utilizam os serviços da concessionária, número que cai para 41% quando o carro tem entre um e dois anos e chega a 17% dos dois aos quatro anos.

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tem impulsionado a repara-ção independente, na visão do presidente do Sindirepa-

SP (Sindicato da Indústria de Reparação

a frota da capital paulista é estimada em sete milhões de veículos, 21,5% do total nacional. Com todos os fatores apontados por Fiola, o setor de reparação registrou alta de 24,7% no faturamento ano passa-do e chegou a R$ 17,2 bilhões.Com todo esse volume de veículos indo às oficinas, o varejo independente é direta-mente beneficiado, já que os reparadores são seus principais clientes. “Este ano, tal como no ano passado, teremos crescimen-

ação muito positiva, além de outras vanta-gens comparativas, como a capilaridade de nosso setor, a estreita relação do mecânico e balconista com o consumidor final”, enu-mera Francisco De La Torre, presidente do

ra? Ele está mais exigente e os veículos que circulam são mais sofisticados, mesmo que sejam compactos. Olhar para esse mercado estrategicamente é entender que há um ní-vel de exigência maior em termos de qua-

MANUTENÇÃO NAS CONCESSIONÁRIAS

Veículos com até 1 ano de fabricação 77%

Veículos com mais de 1 e até 2 anos de fabricação 41%

Veículos com mais de 2 e até 4 anos de fabricação 17%

Fonte: Gipa

pendentes. Conforme apu-rado por estudo da GIPA – empresa especializada em pesquisas no mercado auto-motivo – 77% dos proprietá-rios de veículos com até um ano de fabricação utilizam os serviços da concessionária, número que cai para 41%

da evolução tecnológica dos produtos e da diversificação da frota, os negócios da ponta da cadeia – varejistas e reparadores – estão passando por mudanças na estra-tégia de gerenciamento para acompanhar todas as transformações. Ano passado, o país registrou recor-de na produção e venda de veículos (3,64 milhões e 3,52 milhões respec-tivamente, de acordo com a Anfavea) e, com isso, a frota brasileira chegou a estimadas 32,492 milhões de unidade, segundo dados do Sindipeças.Passado o período da garantia, a maioria dos veículos migra para as oficinas inde-

de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo), Antônio Fiola. “Minha expectativa para esse ano é de crescimento. O fator preponderante é a chegada às oficinas independentes dos veículos produzidos entre 2007 e 2008. Além disso, temos a campanha Carro 100%, que vem cons-cientizando o consumidor final sobre a importância da manutenção preventiva, o que acaba resultando em maior gama de serviços. E, no município de São Paulo, existe a Inspeção Ambiental Veicular, que vem incrementando os negócios”. Hoje,

Sincopeças-SP (Sindicato do Comércio Va-rejista de Peças e Acessórios para Veículos).

TRANSFORMAÇÃO

O mercado não vem apenas crescendo, mas, principalmente, se modernizando, desde a tecnologia presente nos veículos até a gestão das empresas, passando pelo consumidor final, cada vez mais informado e exigente quanto à qualidade do serviço e seus direitos. O coordenador do GMA (Grupo de Manutenção Automotiva) – res-

lidade de reparação e prazo de entrega do veí-culo pois o cliente não pode esperar. São itens que interfe-rem na escolha de seu supri-dor”. De acordo com Bento, é analisando o cliente e suas necessidades que o reparador e o varejista poderão decidir com mais clareza onde inves-tir, já que os equipamentos são caros e sua viabilidade comercial deve ser estu-

ONDE INVESTIR PARA GARANTIR O CRESCI-MENTO SUSTENTÁVEL

• Tecnologia • Equipamento• Treinamento• Mão de obra

quando o carro tem entre um e dois anos e chega a 17% dos

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caminhocaminhoA partir de um olhar estratégico sobre a reposição automotiva, lideranças do

setor avaliam que varejos e oficinas precisam otimizar mão de obra e aumentar o rendimento das equipes para garantir crescimento à empresa

treinamentoavance

duas casas

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investimentoavance

cinco casas

jogue novamente

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otimizaçãoavance

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dada previamente. Para De La Torre, o em-presário da reparação está atento a essas mudanças. “Até pouco tempo atrás, ele tinha um perfil mais técnico, era um ex-mecâ-nico ou ex-funcionário de concessionária. Hoje ele está muito mais presente na gestão e vê a oficina muito mais como negócio do que como meio de so-

brevivência”.

Um dos grandes desafios é continuar aumentando a produtividade e o faturamento por trabalhador empregado. Isso é fundamental para que o varejo possa investir nas novas tecnologiasFRANCISCO DE LA TORRE, DO SINCOPEÇAS-SP

crescimento sustentável dos negócios.Ao mesmo tempo em que representa um imenso potencial de receita para a reposi-ção, o crescimento de uma frota cada vez mais diversificada exige do varejo uma enor-me variedade de peças para oferecer, com alta complexidade também para os repara-dores. “Um dos grandes desafios é continuar aumentando a produtividade e o faturamen-to por trabalhador empregado. Isso é funda-mental para que o varejo possa continuar in-vestindo nas novas tecnologias. Neste novo século, perdemos muito em produtividade e é hora de recuperar”, diz De La Torre.

No varejo, a maior produtividade pode ser conquistada com tecnologia. “Quando falo em aparelhamento do varejo, me re-firo às tecnologias para implementação da Nota Fiscal Eletrônica, softwares mais atua-lizados para gestão de estoque, já que, em função da diversificação de automóveis, é preciso diversificar a oferta, sem aumen-tar muito a quantidade de peças por item. Isso demanda um gerenciamento forte do estoque, obtido apenas através de softwa-res”. De La Torre recomenda que o vare-jista invista em treinamento intenso junto aos colaboradores e trabalhe com oferta de crédito para os clientes.Antonio Carlos Bento, do GMA, acrescen-ta que não só a ponta da cadeia encon-trará desafios pela frente, mas também os fornecedores. “Um deles é a certificação de produtos, que vai trazer uma mudan-ça no mercado e a expectativa é de que isso iniba produtos de baixa qualidade. Outro desafio são as questões relaciona-das à pirataria e falsificação”.Apesar do período favorável que vive o mercado, De La Torre é categórico. “Não podemos nos acomodar com o bom mo-mento que vivemos, uma vez que existem demandas não só do mercado, mas de toda sociedade, como a implementação da Inspeção Técnica Veicular, ou seja, emissão e segurança. Todo o trade deve estar unido para a implementação desse projeto, porque isso trará não só benefí-cios para o nosso segmento, mas melhora para a sociedade como um todo”.

Nas oficinas, são dois os principais desafios a vencer, segundo analisa o presidente do Sindirepa-SP, Antônio Fiola. “Treinamento e disponibilidade de mão de obra, o que é muito difícil. Outra dificuldade é o inves-timento em tecnologia porque os equipa-mentos são caros”. Para vencer essas ad-

Ainda que muitos avanços já possam ser notados, De La Torre ressalta que há cami-nhos importantes a percorrer. “Se analisar-mos a partir da abertura dos portos ocorrida no governo Collor, há 20 anos, nosso seg-mento está atrasado em relação a outros de mercados de consumo, como eletrônicos ou celulares. Temos que construir um va-rejo tão eficiente quanto esses setores. Mas já estamos conseguindo implementar uma taxa de desenvolvimento significativa. Se compararmos processos e perfis de 1992 e de hoje, notaremos que muito já foi feito e muito precisa ser feito. Diminuímos o hiato tecnológico entre outros varejos”.

DESAFIOS

E é exatamente olhando onde estão os pontos a serem aprimorados que os em-presários do aftermarket podem encon-trar soluções para seus negócios. Entre os entrevistados pela reportagem do Novo Varejo, uma atitude é unanimidade: in-vestimento. O empresário deve investir em tecnologia, equipamento, treina-mento e mão de obra. Só isso garantirá o

versidades, Fiola conta que o Sindirepa-SP atua na formação de mão de obra junto ao Senai, acompanhando a grade de cursos e tentando empregar os estudantes depois da formação para motivá-los. Fiola revela sua visão estratégica para a reparação auto-motiva nos próximos anos: produtividade.

“Hoje, como há excesso de demanda, as empresas precisam ser produtivas,

fazer mais com o que têm”.

A frota brasileira de veículos está cada vez maior e mais moderna. Com esta expansão, crescem também os desafios impostos a todos os elos do mercado brasileiro de manutenção. A migração da maior parte destes automóveis para os estabelecimentos independentes exige que os

empresários de todos os elos da cadeia se preparem para extrair mais produtividade de suas equipes. E, para isso, é preciso investir em tecnologia, infraestrutura e – fundamental – qualificar a mão de obra, conforme analisam as principais lideranças do aftermarket automotivo nacional.

RESUMO S.Y.L

CADA VEZ MAIS CARROS NAS RUAS

Jan a dez 2009 Jan a dez 2010 Jan a mar 2011

Produção 3,18 milhões 3,64 milhões 902,1 mil

Licenciamento 3,14 milhões 3,52 milhões 825,2 milFonte: Anfavea

dada previamente. Para De La Torre, o em-presário da reparação está atento a essas mudanças. “Até pouco tempo atrás, ele tinha um perfil mais técnico, era um ex-mecâ-nico ou ex-funcionário de concessionária. Hoje ele está muito mais presente na gestão e vê a oficina muito mais como negócio do que como meio de so-

brevivência”.

Um dos grandes desafios é continuar aumentando a produtividade e o faturamento por trabalhador empregado. Isso é fundamental para que o varejo possa investir nas novas tecnologiasFRANCISCO DE LA TORRE, DO SINCOPEÇAS-SP

crescimento sustentável dos negócios.Ao mesmo tempo em que representa um imenso potencial de receita para a reposi-ção, o crescimento de uma frota cada vez mais diversificada exige do varejo uma enor-me variedade de peças para oferecer, com alta complexidade também para os repara-dores. “Um dos grandes desafios é continuar aumentando a produtividade e o faturamen-to por trabalhador empregado. Isso é funda-mental para que o varejo possa continuar in-vestindo nas novas tecnologias. Neste novo século, perdemos muito em produtividade e é hora de recuperar”, diz De La Torre.

Ainda que muitos avanços já possam ser notados, De La Torre ressalta que há cami-nhos importantes a percorrer. “Se analisar-mos a partir da abertura dos portos ocorrida no governo Collor, há 20 anos, nosso seg-mento está atrasado em relação a outros de

CADA VEZ MAIS CARROS NAS RUAS

Jan a dez 2009 Jan a dez 2010 Jan a mar 2011

Produção 3,18 milhões 3,64 milhões 902,1 mil

Licenciamento 3,14 milhões 3,52 milhões 825,2 milFonte: Anfavea

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por Vânia [email protected] artigo

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Avaliação de desempenho

rezados leitores, mui-tos empresários do se-tor automotivo vivem hoje a dificuldade de

contratar profissionais que ve-nham agregar valor ao seu negó-cio. Com um mercado aquecido pelo aumento do consumo e fa-cilidade de crédito, profissionais das áreas operacionais e técnicas estão escassos para atender a uma demanda que exige preços com-petitivos e qualidade nos produ-tos e na prestação de serviço. Es-tamos próximos de viver um caos de recursos e talentos humanos? Como nos prepararmos para atu-

ar neste cenário, em que inúme-ros profissionais constroem uma visão limitada de crescimento profissional e buscam resultados imediatos e não desenvolvem a cultura do planejamento e da vi-são em longo prazo? Um exemplo disto vemos no Brasil, que ainda calcula salá-rios e ganhos mensais. O brasi-leiro ainda não tem o hábito de analisar seus ganhos anuais. Isto mostra claramente a dificulda-de que temos para estabelecer-mos ganhos atrelados a projetos de vida que favoreçam um de-senvolvimento pessoal e profis-

sional que exija tempo. Com a chegada de novas gerações nas empresas ainda com estruturas tradicionais, sofremos ainda mais para nos adequarmos às necessidades daqueles que têm pressa e nem sempre estão dis-postos a suportar pressões e co-branças por resultados. Regras são vistas como bloqueadoras de criatividade e inovação, bem como regulamentos inter-nos e normas de conduta que esbarram em comportamentos e atitudes que fogem das regras corporativas convencionais.Saber administrar estas realidades

tão diferentes das normalmente conhecidas, para as quais tínha-mos respostas prontas, torna-se um desafio que requer equilíbrio emocional e foco. Para o empre-sário fica o desafio de se reinven-tar a cada nova onda econômi-ca, política e social, mantendo o equilíbrio financeiro e produtivo. Saber fazer qualidade com custos reduzidos e capacidade produ-tiva com pouca expectativa de carreira em longo prazo produz nas empresas uma tendência de formar estruturas flexíveis que possam se readaptar com facili-dade em novas regiões do país

ou mesmo da cidade. A troca de pessoas ocorrerá com mais frequência a cada dia. Portanto, teremos que nos acostumar a tra-balhar com profissionais que não querem mais se aposentar em seu primeiro emprego, nem possuem vínculo de fidelidade com a em-presa que lhes proporcionou os primeiros aprendizados. Rever o quadro funcional, antes que o co-laborador afirme que vai embora, requer que estejamos sempre atentos ao desempenho de todos, promovendo avaliações constan-tes alinhadas aos resultados da empresa hoje e no futuro.

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VÂNIA LÚCIA DE OLIVEIRA É CONSULTORA ORGANIZACIONAL, MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS E EXECUTIVE COACH PELA

SOCIEDADE BRASILEIRA DE COACHING.

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FRANCISCO WAGNER DE LA TORRE É PRESIDENTE DO SINCOPEÇAS-SP.

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omeço o arti-go desta edição de maneira um pouco diferente

do usual. O tema em questão possibilita esta pequena alte-ração na maneira como redi-gimos estas linhas. O motivo é a celebração de 70 anos do Sincopeças-SP. Antes de mais nada, gostaria de dizer que me sinto um privilegiado de

fazer parte de uma atividade econômica tão importante e gratificante como o varejo de autopeças, minha alegria é maior ainda por representar uma entidade tão sólida e re-presentativa como a nossa.Poucas entidades conseguem tamanha longevidade com o vigor político e social que conquistamos. Os desafios assumidos são enormes, na

medida em que o país e a atividade sindical se transfor-mam. A transformação tam-bém é constante no dia a dia de nossa diretoria e das em-presas que representamos, entendemos que a única maneira de prestar um bom serviço aos nossos associados é estar alinhado às necessida-des de nosso mercado e de nossos consumidores.

Este também é o momento de agradecer a todos aqueles que me precederam. Todos eles, de alguma maneira, deram sua contribuição e nos ajudaram a construir e consolidar nossa atual entidade. O meu grande desafio é honrar o nome e o legado de todos estes homens que dedicaram parte de suas vidas ao nosso sindicato.Meu grande objetivo é pre-

parar o Sincopeças-SP para estes novos tempos. Não só para os varejistas de auto-peças, mas, sobretudo, para todo o mercado da reposição automotiva independente.Reafirmo meu compromisso e minha alegria para continuar trilhando o caminho do de-senvolvimento de nosso mer-cado e de nossos interesses.Vida longa ao Sincopecas-SP.

C70 anos do Sincopeças-SP

foto divulgação por Francisco Wagner De La [email protected]

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mercado brasilei-ro de manuten-ção de veículos vive um momen-to favorável e

este cenário foi fielmente re-produzido nos corredores do Pavilhão de Exposições do Anhembi de 12 a 16 de abril, período em que se realizou a 10ª edição da Automec - Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços.A maior exposição de auto-peças, sistemas e serviços au-tomotivos da América Latina apresentou em 2011 evolu-ção significativa na compara-ção com a edição anterior, de 2009. A área cresceu 18% e a feira reuniu nada menos que 1.142 marcas, 633 empresas nacionais e as demais de ou-tros 31 países, como Alema-nha, Argentina, Canadá, Chi-na, Coreia, Espanha, França, Hungria, Itália, México e Reino

por Redação Novo [email protected]

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Casa cheiaCom público qualificado, grandes expositores e corredores lotados, Automec 2011

acompanha força e crescimento da reposição independente

FEIRA RECEBEU MAIS DE 66 MIL VISITANTES

Unido, entre outros.O resultado foi uma visitação de 66.491 empresários, exe-cutivos, profissionais e com-pradores de todas as regiões do país e também do exterior. “A Automec está novamente

de casa cheia”, comemorou já na cerimônia de abertura Juan Pablo de Vera, presidente da Reed Exhibitions Alcantara Ma-chado, empresa organizadora do evento. “Tivemos alguns anos difíceis, mas o crescimen-

to está de volta”, completou. A cerimônia de inauguração foi acompanhada por autoridades como José Aníbal, secretário de Energia do Estado de São Paulo, representando o gover-nador Geraldo Alckmin; Fran-

cisco De La Torre, presidente do Sincopeças (Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos no Estado de São Paulo); Antônio Fiola, presidente do Sindirepa-SP (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Aces-sórios do Estado de São Paulo); Paulo Roberto Butori, presi-dente do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Com-ponentes para Veículos Auto-motores) e da Abipeças (Asso-ciação Brasileira da Indústria de Autopeças); Renato Gianni-ni, presidente da Andap/Sicap (Associação Nacional dos Dis-tribuidores de Autopeças/Sin-dicato do Comércio Atacadis-ta de Peças e Acessórios para Veículos de São Paulo); Sérgio Reze, da Fenabrave; Luciano de Almeida, presidente da In-vest-SP; Hércules Ricco, dire-tor do evento; Klaus Bräunig, diretor da German Associa-

CRESCENDO COM O MERCADO

NÚMEROS DA AUTOMEC

EDIÇÃO EXPOSITORES VISITANTES

1ª - 1993 401 53 mil

2ª - 1995 650 52,5 mil

9ª - 2009 968 62,3 mil

10ª - 2011 1.142 66,5 mil

Fonte: Reed Exhibitions Alcantara Machado

A Automec nasceu dentro do Salão Internacional do Automóvel. Com o tempo, o setor de autopeças começou a crescer no mesmo ritmo da indústria automotiva e, com isso, a promotora do evento investiu em uma feira exclusiva para esse mercado. Realizada a cada dois anos, a Automec tem registrado recorde no volume de negócios gerados, consolidando-se como a principal vitrine do setor na América Latina. A primeira edição foi realizada de 9 a 13 de novembro de 1993, no Pavilhão de Exposições do Anhembi. Na ocasião, a feira reuniu 401 expositores, dos quais 120 eram estrangeiros, e atraiu 53 mil visitantes/compradores, de 48 países. Dezoito anos depois, os números são bem maiores: a 10ª edição teve a participação de 1.142

marcas expositoras, das quais 130 estiveram pela primeira vez no evento. A feira ocupou todo o Pavilhão de Exposições do Anhembi, uma área de 78 mil m. Os mais de 66 mil visitantes vieram das principais capitais do Brasil e de outros 31 países, como Alemanha, Argentina, Canadá, China, Coréia, Espanha, França, Hungria, Itália, México e Reino Unido, entre outros.De acordo com Hércules Ricco, diretor do evento, “o brasileiro apaixonado por carro, na verdade, é apaixonado por peças, por detalhes. E é isso que a Automec traz ao público. São lançamentos que movimentam a cadeia automobilística, com muitas novidades em autopeças, serviços e equipamentos”.

fotos Eduardo Portella Amorim

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tion of the Automotive Industry (VDA), a Associação Alemã da Indústria Automotiva; e Teresi-ta Gonzalez Diaz, cônsul geral da Argentina.

FORÇA

Uma das boas notícias trazidas pela Automec 2011 foi o retor-no de grandes indústrias de au-topeças e sistemas automotivos que não haviam participado da edição anterior. Com força to-tal, ao completar 18 anos de existência e 10 edições a feira mais um vez se constituiu numa representação física do espíri-to de superação do mercado brasileiro de manutenção de veículos. “Nossa indústria não se rende a nenhuma dificulda-de. Foi assim que chegamos a 40 milhões de veículos e mo-tocicletas na frota atual. Para acompanhar o segmento, o se-tor de reparação cresceu 24% em 2010”, disse Antônio Fiola, presidente do Sindirepa-SP. Em sua visão, esse crescimen-to também é impulsionado por uma maior preocupação do consumidor final com a repara-ção do veículo, que surgiu por meio de campanhas como o Carro 100% / Caminhão 100% e a instituição da Inspeção Am-biental Veicular. “Nosso apelo agora aos poderes públicos é que, junto com o compromisso com o meio ambiente, venha a preocupação com a segurança a partir da exigência da Inspe-ção Técnica Veicular”.O presidente do Sindirepa paulista trouxe ainda à feira números que merecem refle-xão: embora o setor de repa-ração empregue um milhão de brasileiros, e apesar do aumen-to do número de carros e de profissionais, o contingente de oficinas sofreu redução de 140 mil, há 15 anos, para cerca de 90 mil atualmente. “Isso mos-tra que o setor está se especia-lizando. Então, é preciso uma linha de crédito para as empre-sas poderem investir mais em serviços e em capacitação pro-fissional. O reparador tem que

DISTRIBUIÇÃO DE AUTOPEÇAS

faturamento (bilhões de reais)

8,2 9,0 9,2 10,5 10,8 10,8 11,7

número de empresas 198 217 240 264 265 265 268

empregos (mil) 33,1 33,3 37,0 38,9 39,8 39,8 40,2

VAREJO DE AUTOPEÇAS

faturamento (bilhões de reais)

14,8 12,9 12,9 10,8 12,0 13,4 15,5

número de empre-sas (mil)

40,0 38,0 35,0 33,2 32,9 33,2 38,5

empregos (mil) 210,0 187,0 175,0 179,4 117,6 179,4 184,1

TOTAL GERAL

faturamento (bi-lhões de reais)

47,5 47,4 49,3 51,6 55,1 58,5 69,1

número de empresas 160,1 140,5 127,9 128,5 119,2 121,6 131,2

empregos (mil) 869,5 888,9 913,6 856,5 934,5 965,9

REPARAÇÃO DE VEÍCULOS

faturamento (bilhões de reais)

17,2 17,9 19,7 21,0 22,4 23,5 29,3

número de empre-sas (mil)

119,6 102,0 92,4 94,7 85,6 87,8 92,1

empregos (mil) 777,0 625,0 653,0 666,0 671,0 687,7 711,1

BALANÇO DO SETOR DA REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA EM 2010

CANAL DA REPOSIÇÃO 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

INDÚSTRIA DE AUTOPEÇAS

faturamento (bilhões de reais)

7,3 7,6 7,5 9,3 9,9 10,8 12,6

número de empresas 304 286 280 294 294 294 359

empregos (mil) 25,1 24,2 23,9 29,3 28,1 27,6 30,5

Fonte: GMA – Sindipeças, Andap/Sicap, Sincopeças e Sindirepa

CERIMÔNIA DE ABERTURA ANTECIPA SUCESSO DO EVENTO

estar bem treinado e a par das novidades do mercado”.Quem também aproveitou a cerimônia de abertura da Au-tomec para cobrar do gover-no melhores condições para o mercado foi Paulo Butori, presidente do Sindipeças e da Abipeças. “A Automec mostra a pujança do setor e nossa ca-pacidade de reação frente às adversidades”, em clara alusão aos efeitos da crise econômica mundial que estourou no final de 2008, mas que ainda tem reflexos em diversos setores e países. “Estamos atravessando uma fase dentro do setor, que é a mais difícil que toda a indús-tria de manufatura já passou; temos um câmbio favorável à importação e desfavorável à exportação; dificuldades lo-gísticas de toda ordem; e o já conhecido custo Brasil, que atrapalha sobremaneira, re-presentando cerca de 15% do nosso custo. Hoje é um dia de festa, mas como temos aqui muitos formadores de opinião, eu não podia deixar de men-cionar esses fatos”.O secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal – que representou na cerimônia o governador Geraldo Alckmin – ficou surpreso com os números apresentados pelos presidentes do Sindipeças/Abipeças e do Sindirepa e lembrou que um milhão de pessoas – o que sig-nifica um a cada 190 brasilei-ros – trabalha na aplicação de autopeças. “Os desequilíbrios econômicos apontados pelo colega Paulo Butori exigem de nós uma reflexão. Está claro que temos que ser mais com-petitivos, temos que inovar. Formamos 40 mil engenhei-ros por ano. Isso é pouquíssi-mo. Então, temos um desafio pela frente. As universidades precisam criar mais vagas e é preciso que o governo federal invista mais em pesquisa”. O secretário colocou-se, ainda, ao lado do setor automotivo para corrigir o gap entre o crescimento das montadoras e a oferta de autopeças.

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PERFIL DO VISITANTE DA AUTOMEC

OUTROS 1%

2%

5%

10%

15%

17%

25%

25%

TÉCNICO

SÓCIO/PROPRIETÁRIO

VICE-PRESIDENTE

PRESIDENTE

DIRETOR

SÓCIO

GERENTE

PODER DE COMPRA DO VISITANTE DA AUTOMEC

OUTRAS 1%

NENHUM 14%

PESQUISA 17%

PLANEJAMENTO 12%

RECOMENDAÇÃO DE COMPRA 17%

DECISÃO FINAL 39%

Fonte: Reed Exhibitions Alcantara Machado

CENÁRIO

O crescimento apresentado pela Automec é um reflexo da própria expansão do se-tor automotivo brasileiro. As montadoras de veículos vêm quebrando sucessivos recor-des. Em 2010, foram produzi-das 3,64 milhões de unidades no país, média de 303 mil por mês. Nos primeiros quatro meses de 2011, os números continuam favoráveis, com um total de 1,11 milhão de unidades fabricadas e média mensal de 277,5 mil.Embalado pelo avanço da frota circulante, o mercado de manutenção de veículos também comemora seus re-sultados. No setor de repara-ção, que caracteriza a ponta da cadeia, as 92.100 oficinas espalhadas pelo país registra-ram faturamento de R$ 29,3 bilhões em 2010, o que repre-senta incremento de 24,7% na comparação com 2009 e o melhor desempenho do setor nos últimos seis anos. Somando o resultado de to-dos os elos da cadeia – que representam 131.200 em-presas, entre fabricantes de autopeças, distribuidores, varejo e oficinas e, que jun-tos, geram mais de 965 mil empregos diretos –, o movi-mento financeiro alcançou R$ 69,2 bilhões no ano pas-sado. Para os fabricantes de autopeças, o faturamento na reposição automotiva foi de R$ 12,6 bilhões e representa 14,6% do total do movimento da indústria. Os dados são do GMA – Grupo de Manuten-ção Automotiva, que reúne as entidades que representam o aftermarket no Brasil (Sindipe-ças, Sicap/Andap, Sincopeças e Sindirepa) e é responsável pelo Programa Carro 100%, que visa conscientizar o mo-torista sobre a importância da manutenção preventiva e contribuir para a melhoria da qualificação da mão de obra de profissionais da reparação de veículos.

SATISFAÇÃO

Este momento favorável ficou caracterizado pelo otimismo dos expositores e visitantes du-rante os cinco dias da Automec. A feira atingiu os objetivos, proporcionando um ambiente de negócios e relacionamento valioso para empresários, exe-cutivos e profissionais de todos os elos da cadeia independen-te de manutenção de veículos.

Entre os mais de 66 mil visitan-tes, muitos varejistas elogiaram a qualificação do público pre-sente, a organização do evento e as novidades exibidas nos estandes. “Essa foi a melhor Automec, a mais organizada. Até a distribuição dos convites foi mais eficiente. Hoje, a cada cinco minutos surge uma novi-dade. Tenho 76 anos de idade e, para quem é do tempo do telefone a manivela, é tudo

surpresa. Os expositores apre-sentaram produtos, buscaram estreitar o relacionamento. Teve tudo isso, porque a con-corrência é muito grande. O atendimento, relacionamen-to, novos catálogos tudo me surpreendeu positivamente”, comentou Álvaro Pereira, pro-prietário da loja Alvamar, de São Paulo. O varejista, no en-tanto, cobrou mais empenho dos expositores estrangeiros

no atendimento aos potenciais clientes brasileiros. “Agora es-tou importando autopeças e senti uma certa dificuldade com os expositores chineses, que só falam inglês. Eu queria mais maleabilidade no relacio-namento, principalmente no que se relaciona à China”.João Gomes da Silva, proprie-tário da Careca Autopeças, também fez uma avaliação po-sitiva do evento. “Eu levei um funcionário e realmente foi um encanto. A feira ficou muito além da expectativa, foi uma surpresa agradável. Muitas pes-soas que vieram de fora viram coisas bem acima da média. Fi-quei contente por ver a estrutu-ra, a modernidade da feira e a visitação, que foi bem superior à das edições anteriores”. Na opinião do varejista, só ficou faltando um aporte maior de conteúdo técnico e informativo por parte dos expositores. “A mudança tecnológica é muito rápida. Está difícil acompanhar em curto espaço de tempo e, por isso, agora dependemos da informação da fábrica. Nós fomos à feira buscar um pouco de informações com relação a lançamentos e aplicações. Só que o pessoal segurou muito os catálogos. O pessoal estava mais voltado a relacionamento e não tanto à parte técnica”.

RELACIONAMENTO

De fato, as oportunidades de relacionamento oferecidas pela Automec estão entre os principais atrativos da feira. “A Automec é o grande evento de reposição da América La-tina. O mais importante para nós é o contato com o repara-dor, que é o nosso público-al-vo na feira. Nos últimos anos, tivemos cerca de dois mil vi-sitantes por dia no evento. É um privilégio atingir esse con-tingente”, disse Elaine Durães, chefe de Comunicação da di-visão Automotive Aftermarket da Robert Bosch no Brasil. “A gente não tem acesso ao pú-blico no dia a dia, então é

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DIÁRIO DA AUTOMEC

Com o apoio oficial da Reed Exhibitions Alcantara Machado, a Novo Meio editou durante os cinco dias da

Automec 2011 o Diário da Automec. Pela primeira vez, o evento contou com um jornal impresso trazendo a cobertura completa do evento com informações atualizadas diariamente. A publicação estabeleceu um novo parâmetro para a cobertura jornalística da feira. Com tiragem total de 50 mil exemplares, o Diário da Automec foi distribuido na entrada do Pavilhão de Exposições do Anhembi e também pôde ser acessado pela internet, ampliando o alcance do conteúdo e a possíbilidade de acompanhmento em tempo real dos principais acontecimento da feira.

FEIRA DE NEGÓCIOS E INFORMAÇÕES

O presidente do Sincopeças-SP, Francisco De La Torre, avalia a Automec a partir do ponto de vista do varejo e classifica a feira como a melhor já realizada.

QUAL SUA AVALIAÇÃO SOBRE A AUTOMEC SOB A PERSPECTIVA DO VAREJISTA?Foi a melhor edição da Automec. Pelas novidades de novos participantes e produtos, diversidade, multinacionalidade.

O QUE MAIS CHAMOU SUA ATENÇÃO NA FEIRA? A quantidade de empresas novas que entraram no mercado através da importação. Devemos ficar atentos, pois é o tipo de empresa muito sujeita a variáveis macromonetárias (câmbio, política de comércio exterior), podendo sair do mercado na primeira crise mais aguda das contas externas nacionais, deixando o varejista na mão. É impressionante a diversidade de produtos disponíveis no mercado atualmente. Se por um lado ajuda a conter os preços, fica difícil saber quanto à qualidade. Urge a aceleração das certificações do Inmetro para todos os produtos, a fim de dar segurança ao consumidor, ao varejista e ao mecânico.

QUAL A IMPORTÂNCIA DA FEIRA PARA O VAREJISTA?A Automec vem gradativamente alterando seu perfil, transformando-se em feira de negócios e informações. Pela enorme velocidade das mudanças de nossa frota, tanto no aspecto técnico quanto a novos produtos, a feira tem sido uma ótima oportunidade para os varejistas buscarem fornecedores mais adequados às suas necessidades e atualizarem seus mix de produtos. E, como impressão final, destaco que a feira vem crescendo juntamente com o crescimento do nosso mercado. O varejo está conseguindo acompanhar os desafios impostos pelas transformações e continuará sendo uma opção competitiva para o abastecimento do mercado de autopeças.

o melhor momento para tra-balhar essa proximidade. É um ambiente em que você pode apresentar a marca, mas tam-bém receber comentários e sugestões. Conseguimos falar com muita gente de maneira personalizada”, comemorou Patrícia Mcolaiciunas, coorde-nadora de Marketing da Sachs, empresa que apresentou na feira a Parceria Premium, um programa de fidelidade para os proprietários de oficina.A proposta de estar perto do cliente se manifestou na cria-tividade dos estandes. Na área destinada à SYL, mais uma vez o público pôde acompanhar ao vivo a transmissão da pro-gramação esportiva da rádio Transamérica, patrocinada pela empresa. O espaço da Corteco teve como atrativo e inspiração os 1.200 produtos que empresa começou a lan-çar a partir de abril até o mês de dezembro. “Serão quatro novos produtos por dia. Para a Automec, fizemos uma brin-cadeira. O que tem quatro for-nadas por dia? Uma padaria! Então, nosso estande foi uma grande padaria, com direito a cardápio e vitrine”, disse Luiz Freitas, diretor de Marketing da Corteco. Ao final da fei-ra, a empresa contabilizou a visitação recorde de mais de 4.000 pessoas passando pela sua “padaria”. Já no estande da Affinia, o visitante encontrou uma completa caracterização de um cinema. “Estávamos saudosos dessa proximidade e da troca que acontece no es-tande. Nós escolhemos o tema cinema. Temos vídeos em que os astros serão os produtos. Um dos espaços recriou a en-trada de uma sala de cinema, com uma ambientação típica, das cadeiras às cortinas”, disse Sabrina Carboni, gerente de Marketing da Affinia, empresa que nesta Automec não expôs nenhum produto no estande. “A ideia foi fazer com que nos-so cliente passasse pela feira, reconhecesse a marca e levas-se a experiência de ter nos vi-

sitado na cabeça. Priorizados a experiência com a marca”.

AGENDA

Além de oferecer aos exposi-tores e visitantes um ambien-te único de relacionamento, a feira também cumpriu sua missão de viabilizar novos negócios e proporcionar um ambiente para a discussão e o aprofundamento dos prin-cipais temas do mercado de manutenção de veículos. Este ano, questões como certifica-ção de autopeças, combate à pirataria, inspeção veicular e manutenção preventiva ocu-param espaço importante na pauta da Automec.E o Novo Varejo acompanhou os principais momentos da feira, que resultaram em um conteúdo valioso e que mos-tra caminhos a serem seguidos pelo setor como um todo. Nas próximas páginas, trazemos um resumo dos principais fatos que marcaram a 10ª edição da Automec, o maior evento au-tomotivo da América Latina.

diversidade de produtos disponíveis no mercado atualmente. Se por um lado ajuda a conter os preços, fica difícil saber quanto à qualidade. Urge a aceleração das certificações do Inmetro para todos os produtos, a fim de dar segurança ao

A Automec vem gradativamente alterando seu perfil, transformando-

DE LA TORRE DIZ QUE AUTOMEC 2011 FOI A MELHOR

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foto Eduardo Portella Amorim

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apoio 29por Larissa [email protected]

estamos fazendo uma con-sulta específica com cada uma das empresas para des-cobrirmos quais são suas ne-cessidades – algo que muitas vezes elas mesmas desconhe-cem”. Mariano ressalta ainda a importância da mudança de pensamento dos gestores da reposição. “Um de nossos esforços é juntar as empre-sas para que, coletivamente, aproveitem melhor o que po-demos oferecer. Muitas vezes o dono da empresa está sob muita pressão no dia a dia e não tem tempo para um pla-nejamento estratégico”. Visão que começa a mudar agora com a participação no Pro-grama de Apoio a PMEs.

ançado no passado, o Programa de Apoio à Pequena e Média Empresa, do Sindi-

peças, comemorou seus bons re-sultados na Automec. Atualmen-

te, cerca de 290 das 500 em-presas as-sociadas ao sindi-cato são

PMEs e empregam

45 mil

Força aos médios e pequenosCerca de 290 das 500 empresas associadas ao Sindipeças são PMEs e empregam 45 mil pessoas

Lpessoas, o que demonstra a importância do programa. “O objetivo é aumentar a competi-tividade das PMEs, que são mais vulneráveis aos produtos impor-tados. Estamos provendo capaci-tação e informação para que elas possam estar atualizadas. E esse é um programa com começo, mas que não tem fim”, diz o asses-sor de Marketing do Sindipeças, Francisco Mariano.A entidade promove diversas iniciativas para esse público, desde pesquisa mensal de matéria-prima e pesquisas

salariais até planos de bene-fícios coletivos e linhas de fi-nanciamento exclusivas.Um dos participantes do pro-grama, a fabricante de polias e tensionadores Nytron, já sente os efeitos do conhecimento compartilhado com o Sindi-peças e empresas de mesmo porte. “Antes nós não expor-távamos diretamente, apenas via trading. Tivemos orienta-ção para obter os documen-tos necessários e estamos ex-portando para sete países da América Latina. Devemos fe-char o ano com US$ 1 milhão em exportações”, comemora o gerente nacional comercial, Aldo Luiz Ferreira. Ele explica que as orientações do Sindipe-

ças vêm atendendo a diversas demandas da empresa, que passou por uma reorganiza-ção gerencial. “Há três anos a Nytron tem uma vida mais ati-va em termos de treinamento de especialização de mão de obra, Substituição Tributária, Nota Fiscal Eletrônica, e o Sin-dipeças nos dá um respaldo muito forte”.

ETAPA

Francisco Mariano diz que agora começa uma nova eta-pa do programa. “Nesse mo-mento, estamos começando a verificar a carência dessas empresas em termos de tec-nologia e produção. Também

sultados na Automec. Atualmen-te, cerca de

290 das 500 em-presas as-sociadas ao sindi-cato são

PMEs e empregam

45 mil

ALDO LUIZ FERREIRA, DA NYTRON

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11fotos Eduardo Portella Amorim pirataria30 por Redação Novo [email protected]

se tornando um movimento criminoso mais organizado e sofisticado, o mercado como um todo tem que se preparar para enfrentar isso de forma coordenada. O projeto Loja Legal é exatamente isso, a

s visitantes da 10ª edição da Automec receberam pulsei-ras com a men-

sagem “Automec 2011. Peça qualidade, peça 100%. Carro 100%. Manutenção preven-tiva. Quem tem chega bem”. Nos cinco dias da feira, foram distribuídas 70 mil pulseiras. A ação foi organizada pelo GMA – Grupo de Manuten-ção Automotiva, que reúne as principais entidades de representação do mercado independente. O objetivo foi chamar a atenção de todo o aftermarket para a necessida-

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Mercado unido contra a pirataria

Grupo de Manutenção Automotiva realiza ações para conscientizar visitantes da feira sobre os riscos e prejuízos gerados pela falsificação de autopeças

de de combater a falsificação de autopeças, um crime que gera prejuízos financeiros para o país e coloca em risco a se-gurança dos consumidores.Antonio Carlos Bento de Sou-za, coordenador do GMA e executive board do Sindipe-ças, contou que a ação foi uma forma criativa escolhida pelo grupo para atingir os di-ferentes segmentos da cadeia de negócios da reposição in-dependente. “Nossas ações tendem a ser mais criativas e menos custosas, por isso es-colhemos a pulseira. Vimos essa ideia em uma feira nos Estados Unidos e adaptamos

para lembrar a todos que tra-balham no aftermarket sobre a importância da qualidade de uma autopeça”.

SEGMENTOS

Uma das lideranças envolvidas diretamente com as ativida-des de combate à pirataria no GMA é o presidente do Sinco-peças de São Paulo (Sindicato do Comércio Varejista de Pe-ças e Acessórios para Veículos no Estado de São Paulo), Fran-cisco De La Torre. Ao comen-tar a iniciativa, ele chamou a atenção para a necessidade de fazer a mensagem chegar ao varejista e aos reparadores, elos que constituem a ponta da cadeia e que, em boa par-te dos casos, acabam fazendo chegar até o carro do cliente o item falsificado.De fato, é o próprio mercado que tem contribuído para dis-seminar os produtos piratea-

dos e, portanto, deve merecer atenção especial nas ações de conscientização. Segundo pes-quisa feita pelo GMA, apenas 5% dos consumidores finais compram pessoalmente as pe-ças de reposição utilizadas na manutenção de seus veículos. Logo, não é este o público res-ponsável pela pirataria. Para atingir os segmentos de mercado envolvidos com a comercialização e aplicação da peça nas eta-pas finais do mercado, o Grupo de Manutenção Au-tomotiva tem desenvolvido programas específicos. Um deles é o Loja Legal. “Na medida em que a pirataria e a falsificação vêm

ANTÔNIO CARLOS BENTO,

DO GMA

PEÇAS PIRATAS

• Participação de 5% a 10% do mercado brasileiro de reposição.

LEGENDA DA IMAGEM

ESPECIAL AUTOMEC 2011

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A ISAPA agradece a todos os clientes que visitaram o nosso estande na Automec 2011

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UM MUNDO DE AUTOPEÇAS

Faça revisões em seu veículo regularmente

Muito obrigado a todos!Muito obrigado a todos!Muito obrigado a todos!Muito obrigado a todos!Muito obrigado a todos!

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FRANCISCO DE LA TORRE, DO SINCOPEÇAS-SP

padronização de ações no combate à falsificação dos produtos e uma ligação dire-ta com o Ministério Público”, descreve De La Torre. E como funciona na prática? “Nós trabalhamos com o apoio de uma empresa externa para dar foco e, de alguma manei-ra, proteger a cadeia – não precisamos expor nenhuma empresa ou um sindicato em particular. As indústrias que são alvo de falsificação des-cobrem isso no dia a dia da sua operação – por exemplo, através da avaliação de um produto em garantia. Ela sabe de que região e até de qual varejo aquele item veio. Nós sempre trabalhamos a partir de uma identificação ou de-núncia. Assim, a empresa vai até aquele local, identifica e compra a peça, que é levada para um laboratório indepen-dente. O produto é avaliado e, confirmada a falsificação, o passo seguinte é acionar o Ministério Público. Estamos lá hoje com produtos de cinco fabricantes”, esclarece Antô-nio Carlos Bento.

DISTRIBUIÇÃO

Todas essas etapas envolvem indústria, varejo e reparação.

Mas a distribuição, como elo importante da cadeia de ne-gócios do setor, também tem sua lição de casa a fazer. “O papel do distribuidor é bus-car as fontes de qualidade do mercado. A gente trabalha se abastecendo nas indústrias idôneas e que têm qualida-de a oferecer. O cliente sabe quando a compra que faz não é compatível com a realidade do mercado. E sabe também quando está realizando servi-ços ou comprando produtos em um local de risco. Por trás disso sempre tem uma redu-ção significativa nos preços, não há como vender por 50% do valor de mercado. Não existe milagre”, diz a vice-presidente da Andap (Asso-ciação Nacional dos Distri-buidores de Autopeças), Ana Paula Cassorla Malusardi. Ela explica que o falsificador vai atrás daquilo que tem vo-lume no mercado, normal-mente itens de desgaste que exigem reposição periódica. “Já vimos lona de freio, ba-terias e amortecedores. São produtos falsificados porque estão entre os que mais se vendem”. Mas quais lideram o ranking da pirataria no Bra-sil? “Lâmpadas, catalisadores e rolamentos. Não há escrú-pulo para os falsificadores”, responde Bento.O reflexo da ousadia dos crimi-nosos é uma participação esti-mada entre 5 e 10% do mercado brasileiro de reposição de auto-peças. “Não existem números do mercado ilegal porque seria como contabilizar o caixa 2 de uma empresa, ninguém põe no papel”, diz Bento.

CERTIFICAÇÃO

Ao lado de ações de cons-cientização como a distribui-ção de pulseiras realizada na Automec, o GMA trabalha em medidas objetivas como a certificação das peças pelo In-metro. A medida é importan-te uma vez que a falsificação atinge níveis de sofisticação e organização que colocam o próprio fabricante em dúvi-da quanto à originalidade da peça que produz. “Isso quer dizer que o combate também precisa ser organizado. Eu te-

nho 27 anos de balcão e sem-pre achei que estava prepara-do para identificar uma peça falsificada em mãos. Porém, ao me aproximar da indús-tria e conhecer em detalhes a falsificação, percebi que não estou”, afirma De La Torre.Em alguns casos, apenas a análise laboratorial pode di-rimir a dúvida. Bento exem-plifica com histórias reais e insólitas. “No caso dos cata-lisadores, não há como ver a parte interna sem abrir a peça. É impossível saber se lá dentro está o conteúdo verdadeiro ou Bombril. Em outra situação, levamos um rolamento para uma indústria global atestar a pirataria e ele não conseguiu

fazer isso visualmente. O diagnóstico só foi feito depois que um funcio-nário com 26 anos de manufatura cheirou a peça e constatou, pelo odor, que a gra-xa que ali estava não era a mesma usada na linha de monta-gem. Esse é o tamanho da dificul-dade que enfrenta-mos”.

CONSCIENTIZAÇÃO

As lideranças do mercado são unânimes em afirmar que uma das principais armas à dispo-sição do mercado hoje para combater a pirataria é a cons-cientização de todos os elos da cadeia. E nesse sentido, a ação desenvolvida na Automec foi valiosa. “O resultado esperado pelo GMA com essas ações or-ganizadas e divulgadas duran-te a feira é um impacto signi-ficativo na conscientização de todos os personagens do setor, tidos como a chave do com-bate à pirataria”, analisa Fran-cisco De La Torre. Há ainda outro obstáculo a superar: a conivência da sociedade bra-

indústria, varejo e reparação. pulo para os falsificadores”, responde Bento.O reflexo da ousadia dos crimi-nosos é uma participação esti-mada entre 5 e 10% do mercado brasileiro de reposição de auto-peças. “Não existem números do mercado ilegal porque seria como contabilizar o caixa 2 de uma empresa, ninguém põe no papel”, diz Bento.

ANA PAULA CASSORLA

MALUSARDI, DA ANDAP

sileira com a falsificação dos mais variados produtos. “Nós consumidores temos um papel importante, entramos demais na pirataria” Veja o que acon-tece com os CDs. A gente, in-felizmente, alimenta esse mer-cado”, lamenta Bento.Cabe, portanto, a todos os empresários e profissionais en-volvidos com a reposição inde-pendente – e a cada um de nós enquanto consumidor – refletir sobre a mensagem das lide-ranças do mercado brasileiro de manutenção automotiva, colocando a mão na consciên-cia e abrindo os olhos para os benefícios da ética e a necessi-dade de aplicá-la no dia a dia de nossos negócios.

COMBATE À PIRATARIA

• Peças ilegais representam risco para o mecânico e para a segurança do consumidor, podendo resultar em graves acidentes, inclusive fatais.

• A maioria dos fornecedores depeças não qualificadas não ofereceserviços essenciais.

• Responsabilidade cível e criminal em razão de danos materiais e morais.

• Cassação da Inscrição Estadual no estado de São Paulo.

• Uma única má impressão em uma feira/exposição do setor automotivo pode levar o consumidor a considerar as concessionárias como sendo as únicas confiáveis para manutenção.

• As peças ilegais podem causar dano irreparável em todos os níveis do pós-vendas independente.

• Ou seja, todos os envolvidos têm que ajudar a preservar a credibilidade do canal de pós-vendas. E podem começar acessando o site www.carro100.com.br

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bateria chumbo-ácido para automóveis e motocicletas; terminais e barras de direção; bronzinas; lâmpadas; e pasti-lhas e lonas de freios. Simão explica que o processo

a esteira das ações de combate à pira-taria e de incentivo à manutenção pre-

ventiva, o Inmetro está certifi-cando componentes automoti-vos para garantir ao consumidor a qualidade imprescindível à função que cada uma das peças exerce no veículo. É missão do Instituto Nacional de Metrolo-gia, Normalização e Qualidade Industrial prover essa confiança à sociedade, certificando que os itens atendam aos requisitos

por Redação Novo [email protected]

N

Inmetro para autopeçasProcesso de certificação de autopeças pelo Inmetro foi um dos assuntos de destaque da Automec. Nos catalisadores, o selo de qualidade já é obrigatório

mínimos exigidos por lei para cada componente.No caso das autopeças, nin-guém discute a necessidade de oferecer ao consumidor apenas produtos de qualidade – até porque a segurança deve sempre estar em primeiro lu-gar. “Se o cliente vai a uma loja ou oficina e lhe oferecem um produto de R$ 50 e outro equi-valente por R$ 15, ele pode escolher o preço sem entender a importância da qualidade”, explicou Victor Gomes Simão,

representante do Inmetro durante a Automec em uma apresentação sobre os pro-cessos de certificação acom-panhada por representantes dos sindicatos e entidades de representação dos segmentos de reparação, varejo e distri-buição de autopeças.

CENÁRIO

O Instituto já tem regulamen-tadas as certificações de con-formidade para catalisadores,

pneus e fluidos para freio. Estão em processo de regu-lamentação amortecedor de suspensão; anéis de pistão; bomba elétrica de combus-tível do ciclo Otto; buzina;

A CERTIFICAÇÃO E AS AUTOPEÇAS

Produtos já regulamentados:

• Conversores catalíticosPortaria Inmetro n.º 346, de 3 de outubro de 2008: Já em vigor.

• Rodas automotivasPortaria Inmetro n.º 445, de 19 de novembro de 2010. Entra em vigor em 19 de novembro de 2011.

• Fluido para freios tipos DOT 3, DOT 4, DOT 5Portaria Inmetro n.º 78, de 03 de fevereiro de 2011

Portaria CP 448/2010

• Amortecedores da suspensão• Anéis de pistões• Bomba elétrica de combustível• Buzinas • Baterias chumbo-ácido para automóveise motocicletas• Terminais e barras de direção• Bronzinas• Lâmpadas para veículos automotivos• Material de atrito para freios – lonas e pastilhas

TÉCNICO DO INMETRO FAZ APRESENTAÇÃO PARA REPRESENTANTES DOS SINDIREPAS ESTADUAIS SOBRE A IMPORTÂNCIA E ETAPAS DA CERTIFICAÇÃO

DESDE ABRIL DESTE ANO, OS CATALISADORES SÓ PODEM SER COMERCIALIZADOS COM O SELO DO INMETRO

Inmetro para autopeças

representante do Inmetro durante a Automec em uma apresentação sobre os pro-

pneus e fluidos para freio.

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de certificação começa por orientação do Comitê Brasi-leiro de Avaliação da Confor-midade (CBAC), um conselho assessor do Inmetro que defi-ne quais serão as prioridades do Instituto em relação aos itens que entram no plano de regulamentação. A seguir, são estudadas as normas técnicas sobre o assunto, que às ve-zes são internacionais, como é o caso das lâmpadas, para a elaboração do regulamen-to. Enquanto a norma não é obrigatória, o regulamento do Inmetro é de atendimento compulsório, uma vez que o Instituto é o organismo acre-ditador oficial reconhecido pelo governo brasileiro. Com esse documento, um pro-duto pode ser avaliado de forma compulsória, por exi-gência do governo, como é o caso dos itens mencionados e também de extintores de incêndio, bonecas e preser-vativos, por exemplo. A ava-liação pode ainda ser volun-tária, porém, feita a pedido do fabricante, normalmente para agregar valor ao produto e lhe proporcionar um dife-rencial no mercado.Para testar os produtos exis-tem métodos com diferentes níveis de rigor na adequação aos quesitos estipulados na

norma, que são o ensaio tipo do protótipo em laboratório, a rastreabilidade no sistema de qualidade, as auditorias, a fiscalização no mercado e o ensaio de rotina, que pode ser a visitação periódica das fábricas. Com essas ferramen-tas, o Inmetro faz oito tipos de avaliação para chegar à certificação. A mais utilizada delas, e geralmente aplica-da para certificar autopeças, inclui a avaliação de tipo, o rastreamento e a coleta de amostras na fábrica e no co-mércio. O resultado é um selo fornecido pelo Inmetro que é gravado ou colado na peça ou, na impossibilidade disso, na embalagem da mesma.

PIONEIROS

O catalisador foi o primei-ro item automobilístico cuja certificação pelo Inmetro se

ENTENDENDO A AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE E OS CONCEITOS DE QUALIDADE

OMC - Qualquer atividade com objetivo de determinar, direta ou indiretamente, o atendimento a requisitos aplicáveis.

ABNT NBR ISO/IEC 17000 - Demonstração de que os requisitos especificados relativos a um produto, processo, sistema, pessoa ou organismo são atendidos.

INMETRO - Processo sistematizado, com regras pré-estabelecidas, devidamente acompanhado e avaliado, de forma a prover

adequado grau de confiança de que um produto atende a requisitos estabelecidos por normas ou regulamentos, com o menor custo possível para a sociedade.

NORMA TÉCNICA - Documento aprovado por uma instituição reconhecida que fornece, para uso comum e repetido, regras, diretrizes ou características para produtos ou processos e métodos de produção conexos, cujo cumprimento não é obrigatório. Poderá também tratar parcial ou exclusivamente

de terminologia, símbolos, requisitos de embalagem, marcação ou rotulagem aplicáveis a um produto, processo ou métodode produção.

REGULAMENTO TÉCNICO - Documento que enuncia as características de um produto ou os processos e métodos de produção a ele relacionados, incluídas as disposições administrativas aplicáveis, cujo cumprimento é obrigatório. Poderá também tratar parcial ou exclusivamente de terminologia, símbolos,

requisitos de embalagem, marcação ou rotulagem aplicáveis a um produto, processo ou métodode produção.

CERTIFICAÇÃO - Modo pelo qual uma terceira parte dá garantia formal de que um produto, processo ou serviço está em conformidade com requisitos previamente especificados. Pode ser aplicada a produtos, processos, sistemas de gestão ou pessoas. Sempre realizada por umaterceira parte.

PRAZOS DE ADEQUAÇÃO DO MERCADO

• 18 meses para fabricação e importação• 24 meses para fabricantes e importadores esgotarem seus estoques antigos• 36 meses para comércio varejista e atacadista

tornou obrigatória para a co-mercialização – fato bastante explorado na Automec, com amplo destaque no estande da Campanha Carro 100% / Caminhão 100%. A obriga-toriedade começou a vigorar em abril, o que significa que não podem mais ser vendidos no mercado nacional catalisa-dores que não tragam o selo do Inmetro na peça. “O ca-talisador é uma peça bastante importante, pois está atrelado ao que vem ocorrendo na ci-dade de São Paulo, com a Ins-peção Ambiental Veicular”, diz Antônio Carlos Bento, co-ordenador do GMA – Grupo de Manutenção Automotiva.Já o regulamento para as rodas de aço e alumínio entra em vigor em 19 de novembro des-te ano, quando, então, todo item fabricado ou importado terá que ser certificado, aten-dendo às normas respectivas,

para que a comercialização seja permitida. Para cada item é ainda concedido um selo apropriado. No caso do cata-lisador, por exemplo, a iden-tificação é da preservação do meio ambiente; enquanto para os pneus, é a da segurança.Em resumo, com base na nor-ma que regula a qualidade do produto são feitas as avalia-ções de conformidade, com auditorias e ensaios em labo-ratório, que levam à aprova-ção ou não do produto. O fa-bricante recebe um atestado que lhe permite solicitar um

registro junto ao Inmetro, com a autorização para comerciali-zar o componente certificado. Resta à fiscalização, por sua vez, inibir o comércio ilegal das peças que não atende-rem à conformidade. “Nossa preocupação sempre foi com o consumidor, mas isso con-tribui para elevar o nível de qualidade da indústria brasi-leira”, afirma Simão.“Nossa frota está explodindo, o Brasil se tornou um celei-ro de peças do mundo todo, então precisamos conscienti-zar o setor para só usarmos aquilo que tem qualidade”, diz Antônio Fiola, presidente do Sindirepa-SP, um dos par-ticipantes da apresentação. Ele explica que o reparador que instala uma peça sem qualidade, que pode causar um acidente de trânsito, será legalmente responsabilizado pelas consequências do ato. E repete o pleito recentemen-te feito ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e ao governador paulista, Geraldo Alckmin, em favor da Inspe-ção Técnica Veicular. “Com a indústria automobilística cres-cendo dessa forma e o Brasil deixando de ser um país em desenvolvimento para ser um país respeitado, é preciso mu-dar isso”, completa.

VICTOR GOMES SIMÃO, REPRESENTANTE DO INMETRO

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INDÚSTRIA FATURANDO

INFORMAÇÃO AO APLICADOR

O faturamento da indústria brasileira de autopeças em 2011, de acordo com previsão divulgada na Automec pelo Sindipeças, será de aproximadamente R$ 90 bilhões (ou US$ 53,4 bilhões). Em 2010, em valores ainda estimados, as 500 empresas associadas à entidade faturaram US$ 49,8 bilhões (ou R$ 86,4 bilhões). O crescimento real sobre

2009 foi de 14,2%, influenciado diretamente pelo aumento de 14,5% na produção de veículos. Os investimentos, que haviam despencado de US$ 2,1 bilhões em 2008 para US$ 631 milhões no ano seguinte, por conta da crise financeira mundial, subiram para US$ 1,5 bilhão em 2010, o equivalente a 3% das vendas no ano. Um dos maiores problemas para o setor, historicamente superavitário, tem sido o

aumento do déficit comercial. Em 2010, os embarques, para 183 países, somaram US$ 9,6 bilhões e as importações, US$ 13,1 bilhões, de 138

países. Resultado: saldo negativo de US$ 3,5 bilhões, 42,6% superior ao do ano anterior.

“O principal elo da cadeia automotiva é o aplicador. Sem ele não existe mercado de reposição”. Quem assim definiu a importância dos mecânicos para o mercado foi Alberto Rufini, diretor de Aftermarket e Marketing da TRW. Por isso, segundo Rufini, uma feira como a Automec é importante para

que as indústrias proporcionem atualização a esses profissionais. “Os carros estão mais complexos e incorporam avançadas tecnologias. Por isso, os mecânicos precisam do suporte das indústrias”.

Comemorando seu centenário mundial na Automec, a Gates recebeu visitação acima das expectativas mais otimistas. “Até ampliamos o número de atendentes no estande para dar conta da demanda. Fortalecemos os laços com os nossos atuais clientes e demos os primeiros passos em muitos negócios para o futuro”, comemorou o coordenador de Marketing, Fabio Murta.

ACIMA DAS EXPECTATIVAS

FABIO MURTA

PERTO DOS CLIENTES

Com uma linha de cabos para atender a todos os segmentos de veículos, a Cabo-vel encontrou na feira a oportunidade perfeita para aproximar-se dos clientes e mostrar suas novidades. “Aqui man-temos um contato direto com nossos clientes e com todo o setor, como distri-buidores, varejistas e aplicadores, numa conversa rápida e objetiva”, disse Ricar-do Valtner, diretor da Cabovel.

SONDA LAMBDA

Com a obrigatoriedade de os veículos saírem de fábrica com duas sondas lambda, a demanda pelo componente na reposição também vai aumentar. A NGK, que hoje cobre cerca de 65% da frota, quer chegar a 100% em três

anos. O chefe de Assistência Técnica da empresa, Ricardo Tikara Namie, disse na feira que há outro fator impul-sionando as vendas. “Com a introdução da Inspeção Ambiental Veicular em São Paulo, a demanda aumentou muito e deve crescer mais com a inspeção em todo país. Esperamos que ela se torne realidade”.RICARDO TIKARA NAMIE

RICARDO VALTNER

NOVAS FILIAIS

A abertura de filiais rendeu bons frutos para a Jahu. Seu estande na Automec tor-nou-se ponto de encontro de clientes de diferentes estados. “Este ano a feira está mais profissional, graças, principalmente, ao horário das 10h às 19h. Recebemos clientes das regiões em que abrimos filiais que vieram elogiar nosso trabalho e para-benizar pela iniciativa de atuarmos mais próximos às suas localidades”, comemo-rou Edeward Acerbi, diretor da Jahu.

EDEWARD ACERBI

CAFÉ DA MANHÃ

A Sabó organizou em seu estande um café da manhã para promover o programa Varejo Parceiro. “O intuito da ação foi aproximar clientes, distribuidores, lojistas e grupos de reparadores, fortalecendo nosso relacionamento e fidelizando nossa marca”, comentou Marcus Vinicius Pereira da Silva, diretor de Aftermarket América do Sul. MARCUS VINICIUS

PEREIRA DA SILVA

ALBERTO RUFINI

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CONSUMIDOR CONSCIENTE

Embora o brasileiro resista à ideia, trafegar com os faróis acesos, inclusive à luz do dia, é uma questão de segurança. Com esse foco, a Philips trouxe para a Automec 2011 as últimas soluções em LED desenvolvidas pela marca. Entre elas, a Daylight Run-nig Light (DRL), que equivale à utilização do farol baixo durante o dia. O sistema é acionado ao ser dada a partida, funcionando de forma integral. “A maior difi-culdade será fazer o consumidor entender que esse é um item de segurança. Muitos o confundem com o farol de milha e 90% dos compradores até agora foram jovens, que estavam valorizando principalmente o estilo do farol e não a segurança”, ponderou Ivan Farah Lelis, representante da empresa.

DIVISOR DE ÁGUAS

“Essa edição da Automec foi um divisor de águas”. Para Marcelo Gabriel, diretor de Aftermarket América do Sul da Federal Mogul, o reposicionamento do Brasil no cenário econômico mundial ficou evidente

nessa edição da feira e mostrou que o país se consolidou como polo automotivo da América do Sul. “A demanda do mercado brasileiro está diversificada e hoje a Federal Mogul está estruturada para oferecer produtos para manutenção de qualquer plataforma de veículo”, afirmou.MARCELO GABRIEL

IVAN FARAH LELIS

DEMANDA AQUECIDA

Com a entrada anual de três milhões de veículos na reposição, o mercado está bem aquecido e a SKF está preparada para atender. Quem garantiu o fornecimento foi

o gerente de Vendas Reposição Automotiva da SKF, Roberto Jesus. “Ampliamos nossas linhas de produtos e estamos nos preparando. A demanda vai crescer ainda mais porque o que temos hoje é manutenção corretiva e não preventiva”, assegurou na Automec.

ROBERTO JESUS

A Cobreq comemorou seus 50 anos durante a Automec. A empresa, que pertence ao grupo TMD Friction, lançou recentemente uma nova geração de produtos, com alta eficiência e maior durabilidade, fabricados em uma nova planta. “Mas, as montadoras acabam preterindo a durabilidade

maior em favor de um sistema mais leve e eficiente”, disse Feres Macul Neto, presidente da empresa. E a empresa promete mais três lançamentos nos próximos três meses, que resultarão em novos negócios.

NOVOS NEGÓCIOS

FERES MACUL NETO

INVESTIMENTO NO AFTERMARKET

A Dayco inaugurou recentemente uma nova fábrica voltada ao after-market, com investimento inicial de US$ 5 milhões. “Queremos ser líderes em tensionadores e po-lias, como já somos em correias”, afirmou Ronaldo Teffeha, diretor superintendente de Aftermarket

da Dayco Brasil e vice-presidente do segmento na América do Sul. Além da nova identidade visual das embalagens, a empresa trou-xe como novidade a aposta nos kits de produtos. “O kit é prático para o mecânico e o obriga a tro-car ambas as peças, o que é re-comendável porque a vida útil de um tensionador ou polia é muito próxima à da correia e essas pe-ças trabalham juntas”.

RONALDO TEFFEHA

O profissional da reparação já está preparado para o universo digital. Esta é a opinião de Alfredo Bastos Júnior, gerente de Marketing da MTE Thomson, empresa que tem investido em palestras e aulas hospedadas nos sites www.mecanicomte.com.br e www.umec.com.br. “Foi a forma que encontramos para treinar o Brasil

inteiro. Já tivemos 11 mil pessoas conectadas via satélite e temos 35 mil profissionais cadastrados, que em algum momento já acessaram os vídeos arquivados”. O conteúdo mais visto até hoje é sobre injeção eletrônica, mas os assuntos que abordam inspeção veicular também têm sucesso. Em regiões mais carentes por informação e treinamento, como no interior, o acesso ao serviço é maior que, por exemplo, na capital paulista.

MECÂNICOS DIGITAIS

ALFREDO BASTOS JÚNIOR

VISÃO CLARA E POSITIVA

A Saint-Gobain demonstrou na Automec otimismo com o mercado de reposição de para-brisas, que soma três milhões de peças trocadas por ano nos seg-mentos leve e pesado. Por isso, a empresa expôs lançamentos focados tanto no conforto do motorista, quanto na sua segu-rança. “Trazemos respostas às necessidades do mercado”, afir-mou Rubens César Sautner, ge-rente comercial de Aftermarket. Destaque para os para-brisas acústicos e os laminados. RUBENS CÉSAR SAUTNER

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O Grupo Schaeffler traba-lha com a perspectiva de crescer 10% no mercado de reposição em 2011 em relação ao ano passado. “O aftermarket brasileiro

é um dos setores mais im-portantes para a empresa em todo o mundo”, con-tou o vice-presidente do Aftermarket, Rubens Cam-pos. Ele disse que uma das preocupações da empresa é com a pirataria e falsifi-cação, problema abordado nas apresentações técnicas com o objetivo de cons-cientizar varejistas e re-paradores dos problemas causados por essas peças.

A Reed Exhibitions Alcantara Machado aproveitou a feira para lançar oficialmente a 3ª Automec Pe-sados & Comerciais. Marcado para ocorrer de 10 a 14 de abril de 2012, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, o evento reunirá toda a cadeia de manutenção e reparação do transporte de carga pesada. “A frota de caminhões em circula-ção no país é muito antiga. Ao contrário dos carros, onde a renovação é constante, no transporte pesa-do os usuários optam pela manutenção do veículo. Com isso, o setor de manutenção e reparação de caminhões fica bem movimentado”, explicou Hér-cules Ricco, diretor de Feiras da Reed Exhibitions Alcantara Machado. Para 2012, a expectativa da or-ganização é reunir 520 expositores e receber cerca de 30 mil compradores, numa área de 36 mil m2.

A Valeo anunciou na Automec que vai investir pesado no mercado brasileiro: serão R$ 100 milhões nos próximos cinco anos, incluindo novas fábricas e equipamentos. O objetivo é expandir os negócios na América do Sul, continente que deve representar 12% do faturamento total da empresa até 2016. Segundo o diretor da divisão Valeo Service, Sérgio Noriega, a participação da região só não será maior por conta do forte crescimento do mercado asiático. Assim como outros fabricantes, a Valeo vem se adequando às mudanças impostas pelo mercado e pelo consumidor. Uma das soluções apresentadas foi o Modern Distribution, que visa à comercialização de produtos da marca em novos canais de venda, como hipermercados e postos de combustíveis.

NOVA FÁBRICA

SÉRGIO NORIEGA

RUBENS CAMPOS

IMPORTÂNCIA GLOBAL

O Grupo Magneti Marelli faturou 5,4 bilhões de eu-ros em 2010. O Brasil tem uma participação significa-tiva neste bolo, importância que tem crescido nos últi-mos anos, especialmente

por conta dos impactos da crise mundial na Europa e nos Estados Unidos. “Nesse cenário, os países emergen-tes cresceram em participa-ção”, disse Virgílio Cerutti, presidente do Grupo Mag-neti Marelli do Mercosul. “O aftermarket é muito importan-te para a Magneti Marelli em todo o mundo e o mercado

brasileiro de reposição é um dos mais expressivos para o Grupo”, acrescentou Eliana Giannoccaro, diretora presi-dente da divisão Aftermarket do Grupo Magneti Marelli. Tanto é verdade que o Bra-sil é o único país fora da Itália que comercializa o portfólio completo de pro-dutos da marca.

ELIANA GIANNOCCARO

COMPREENSÃO DO MERCADO

Com o crescimento do mercado brasileiro, a Delphi aposta na variedade de produtos e serviços para atender as novas demandas. “O que nós precisamos é de empresas que compreendam o mercado para oferecer o que é preciso, seja para os veículos produzidos aqui ou de fora”, disse o vice-presidente da Delphi Soluções em Produtos e Serviços para a América do Sul, Edson Brasil. A empresa anunciou

na feira o aumento na capacidade de fabricação de chicotes e compressores de ar condicionado rotativo.

PESADOS E COMERCIAIS

ENCONTRO DAS RETÍFICAS

Dezenas de empresários do segmento de retíficas se reuniram no penúltimo dia da Automec para o Encontro Nacional de Retíficas de Motores. Já tradicional durante a

feira, o encontro teve como objetivo reunir empresários e fornecedores para fomentar discussões sobre o mercado e gestão de negócios. Segundo José Arnaldo Laguna, presidente do Conarem (Conselho Nacional de Retíficas de Motores), as retíficas independentes concentram 95% do mercado e o objetivo é manter esse número. “Existe uma indústria de remanufatura das montadoras e não queremos que ela tome esse espaço. La fora é o inverso, a montadora domina esse mercado. Hoje o Conarem tem 300 associadas, 150 delas auditadas dentro de um programa de qualidade periódico e que seguem a norma técnica ABNT 13032”. O Brasil conta atualmente com 3.000 retíficas.RETÍFICAS INDEPENDENTES

CONCENTRAM 95% DO MERCADO

CRESCENDO NA REPOSIÇÃO

EDSON BRASIL

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A Autolinea anunciou na Automec a ampliação de seu portfólio, com a entrada de autopeças para reposição. Hoje,

o aftermarket representa 15% do faturamento e a empresa prevê crescimento anual de 20% para os próximos anos. Para isso, vai investir em novo parque industrial com quatro fábricas, incluindo duas em joint-ventures. O diretor corporativo, Nelson Hübner Junior, disse que, apesar do desafio do custo Brasil, a empresa exporta para mais de 30 países. “Acreditamos que a principal oportunidade em exportação para os próximos anos esteja na América Latina, em países como Argentina, Paraguai, Uruguai, Peru, Venezuela e Bolívia”.

GUIA DE FABRICANTES

O Sindipeças, com a Apex-Brasil, lançou na Automec a segunda edição do catálogo Brazilian Autoparts Manufacturers Official Guide 2011, com tiragem de 8 mil exemplares e contendo 140 fabricantes de autopeças instalados no Brasil. A publicação será distribuída no mundo todo, mas principalmente nos países da América Latina. “Neste ano queremos que todo comprador tenha uma edição, porque a primeira, publicada em 2007, só foi enviada aos diretores de compras”, afirmou

Theo Jaggi, diretor da entidade. O guia, segundo o executivo, “é uma mensagem do Brasil para os bons compradores” e as empresas que ficaram de fora nesta edição já podem se inscrever no Sindipeças para fazer parte da próxima, que está sendo preparada e chega ao mercado em 2013.

GUIA DE FABRICANTES DEVE CHEGAR A TODOS OS COMPRADORES

EXPANSÃO PLANEJADA

NELSON HÜBNER JUNIOR

A fabricante de cabos de ignição para re-posição Energy Performance foi à Automec para divulgar e fortalecer a marca, além de apresentar a linha de bobinas, importada da Europa e Ásia, que chega ao mercado em junho. “Temos representação no território nacional, mas vamos desenvolver mais o mercado. Para isso, estamos fazendo ações com os distribuidores”, contou a gerente de Marketing, Maria Paula Petrillo. “Não temos tido problema de retorno em garantia. Isso mostra que quem compra gosta e acaba se fidelizando”, acrescentou o diretor da Ener-gy, Jorge Gustavo Louzada Carrano.

A Affinia cresceu 20% de 2009 para 2010, segundo Sérgio Montagnoli, diretor de Vendas e Marketing. Os números do úl-timo ano não foram divulgados oficialmente pelo grupo, mas o diretor acredita que não deve atingir o mesmo percentual, uma vez que o comparativo com o ano de 2009 não é um padrão, mas sim o reflexo da retomada de fôlego pós-crise econômica mundial. “Em 2010 também so-

fremos um pouco na reposição, com a falta de peças nos primei-ros sete meses”. Os investimen-tos ficaram principalmente com o novo centro de distribuição, também em Extrema (MG), que permitiu um ganho de logística relevante, segundo informou o diretor. “Foram R$ 12 milhões de investimento; e a empresa ainda vai investir muito no Bra-sil. A gente acha que a empresa vai crescer entre 6 e 10%”.

REDE DE DISTRIBUIÇÃO

EFICIÊNCIA LOGÍSTICA

MARIA PAULA PETRILLO

O Grupo Randon projetou um faturamento de R$ 5,9 bilhões para 2011, sendo 48% do total referente ao setor de autopeças e 15% desse

percentual correspondente à reposição. Segundo Daniel Randon, diretor presidente do grupo, a estimativa para as exportações é de US$ 250 milhões e para as importações de matérias-primas e equipamentos, US$ 100 milhões. “O ano está se mostrando um ano positivo. Mas os custos estão aumentando, acompanhando o preço das commodities, e com a pressão da inflação, estamos buscando alternativas. Com o real valorizado, podemos importar mais equipamentos para melhorar a produtividade e assim melhorar a competitividade interna”, explicou Randon.

CUSTOS EM ELEVAÇÃO

SÉRGIO MONTAGNOLI

Um dos pioneiros da produção de autopeças no Brasil esteve visitando a Automec. O fundador da Brosol, Martin Bromberg, foi homenageado

no estande da Urba-Brosol pelo seu espírito empreendedor e décadas de dedicação à construção da marca. Durante o evento, o empresário recebeu uma placa comemorativa de Reginaldo Teodoro, presidente da Urba-Brosol, e também pode se reencontrar com antigos colaboradores da empresa. Em 1957, Bromberg estabeleceu acordo tecnológico com a francesa Solex para produzir os carburadores e bombas de combustível da marca no país. Dessa parceria surgiu o nome Brosol (união de Bromberg e Solex).

HOMENAGEM AO PIONEIRO

REGINALDO TEODORO E MARTIN BROMBERG

DANIEL RANDON

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11fotos Eduardo Portella Amorim reparação46 por Patrícia Malta de [email protected]

ais de 500 repa-radores de São Paulo e outros es-tados participaram

durante a Automec 2011 do 6º Congresso da Reparação de Veículos do Estado de São Pau-lo, promovido pelo Sindirepa-SP.Com faturamento de R$ 29 bi-lhões em 2010, a reparação cresce em negócios e em profis-sionalização. “Já tivemos 140 mil empresas e hoje estamos com 92 mil. Mas nosso universo é mui-to maior do que era antes: em-pregamos cerca de um milhão de pessoas e respondemos por quase 90% da manutenção auto-motiva”, disse na abertura do en-contro o presidente da entidade, Antônio Fiola. Para ele, a redução do número de estabelecimentos e o crescimento da demanda a ser atendida significa que só fica no mercado quem tem capital para investir em equipamentos e capacitação. “O faturamen-to bruto do nosso setor cresceu 24% de 2009 para 2010”.Fatores como a Inspeção Am-biental Veicular e o programa Carro 100%, que teve investi-mento de mais de R$ 3 milhões em campanhas pela manuten-ção preventiva, levaram milhares de veículos às oficinas. “Elege-

M

Hora da quali� cação

6º Congresso da Reparação de Veículos do Estado de São Paulo discute na Automec temas como capacitação profissional e Inspeção Ambiental Veicular

SALVADOR PARISI, DIRETOR DO SINDIREPA-SP, RESSALTOU O PAPEL DO REPARADOR NO SUCESSO DA IAV

mos 2011 como o ano da capa-citação”, disse o presidente. O Senai nacional implantará uma certificação profissional apoiada pelo governo federal e realizará cursos padronizados em todas as unidades. “Isso significa que meus amigos de Manaus trei-narão os mecânicos da mesma maneira que nós faremos aqui em São Paulo”.O mercado está aquecido e a re-paração necessita cada vez mais de mão de obra qualificada, hoje insuficiente. “Tivemos um apagão de mão de obra. Está faltando mecânico, assim como está fal-tando funileiro e pintor. E muitas vezes o jovem não sabe o quanto podemos pagar bem, então ele vai trabalhar em um banco. Nós temos que devolver o glamour para nosso setor. Carro sempre foi um objeto de desejo”.Para concluir sua apresentação, Fiola falou para os reparadores sobre o cenário futuro do setor e prevê um crescimento de 7,4% da frota. “Estamos com uma fro-ta aproximada de 32 milhões de veículos em franco crescimento. Em 2015 teremos 45 milhões de automóveis. Juntamente com o crescimento, porém, virão desa-fios, como o aumento da comple-xidade tecnológica, além da pres-

são das montadoras, que estão se fechando nas redes de conces-sionárias. E se elas acharem que ainda devem cercear informações para as oficinas, serão as maiores prejudicadas porque nosso mer-cado está cada vez mais forte e somos nós que consertamos a maior parte dos carros”.

INSPEÇÃO

“Há dois anos fiz uma palestra sobre a Inspeção Ambiental Vei-cular, mas tudo era novidade. Agora não. E pudemos perceber que somos tão responsáveis pela manutenção quanto o dono do carro”. Foi assim que Salvador Parisi, diretor do Sindirepa-SP, começou sua apresentação. Em 2010, segundo dados da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, 2.662.482 veículos passaram pela IAV na cidade de São Paulo, 68,3% da frota. “Antigamente, nosso cliente só visitava a oficina quando o carro tinha um sintoma de falha. Nós resolvíamos a falha e devolvía-mos o carro. Agora é necessário enfatizar algo a mais, que muitas vezes não é aparente”. Para Antônio Fiola, é preciso educar o motorista. “Ele vai à nossa oficina e nós temos que

conscientizá-lo: ‘troca a pasti-lha antes de ela estragar o dis-co que você vai economizar’. São coisas que parecem óbvias para nós, mas que nem sempre o consumidor entende. Ele não sabe que se não trocar o amor-tecedor no prazo certo vai estra-gar a mola e gerar uma série de consequências na suspensão”.No programa de seleção de ofi-cinas do Sindirepa-SP, há oficinas de municípios onde a IAV sequer é realizada. “Esse é o interesse do reparador em participar do pro-grama”, afirmou Parisi. Para fina-lizar sua palestra, o diretor con-versou com os reparadores sobre as recentes denúncias de oficinas tentando fraudar a avaliação da Controlar. Toda ação para driblar a inspeção foi veementemen-

te rechaçada pelo sindicato. “A inspeção não pode ser fraudada, existem fiscais presentes em cada avaliação”, afirmou o diretor, lembrando da responsabilidade dos reparadores para o sucesso da iniciativa.Para encerrar o evento, Luciano Pires, o palestrante, comunica-dor e ex-diretor de marketing da Dana, deu o tom motivacional da noite. “Vivemos num mundo hoje em que se acontecer algu-ma coisa do outro lado, mexe aqui. E todas as montadoras vieram pra cá, então passamos a ter que brigar no mercado com empresas e produtos japoneses, alemães, italianos...”. Em um mercado cada vez mais compe-titivo, Pires instigou os reparado-res a se diferenciarem.

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m almoço organi-zado pelo Sindi-repa de São Paulo durante a Automec

2011 foi o palco para a divul-gação de uma carta de inten-ção que deu a largada para a formação de uma instituição nacional que irá reunir dife-rentes sindicatos brasileiros da indústria de reparação de veículos. “Existe um legado de união entre os Sindirepas de todo o Brasil que nos foi deixado por Geraldo Santo Mauro, ex-presidente do Sin-direpa de São Paulo. Com seu falecimento, o movimento perdeu força. Porém, nos últi-

U

A nova união da reparação

Sindirepas de oito estados anunciam criação de instituição que fortalecerá o segmento na defesa das causas mais importantes do mercado de reposição e da reparação automotiva

PONTOS DE PARTIDA PARA A CRIAÇÃO DA NOVA ENTIDADE

Existência de assuntos de âmbito nacional• Importância da colaboração mútua• Importância do alinhamento com a cadeia produtiva da reposição automotiva• Necessidade de aumentar a visibilidade das empresas representadas junto aos consumidores•

SINDIREPAS QUE FAZEM PARTE DA NOVA REPRESENTAÇÃO NACIONAL DA REPARAÇÃO

• Bahia• Goiás• Mato Grosso• Minas Gerais

• Pernambuco• Rio de Janeiro• Rio Grande do Sul• São Paulo

mos anos diversos Sindirepas começaram a ventilar a possi-bilidade de reunir as entida-des a partir de uma nova lide-rança nacional”, conta Sérgio Alvarenga, diretor institucio-nal do sindicato paulista. A iniciativa surge em sintonia com uma movimentação que já existe no mercado inde-pendente. “A indústria, a dis-tribuição e o varejo já estão trabalhando com o conceito de representatividade nacio-nal. Agora a reparação come-ça a seguir o mesmo cami-nho”, acrescentou Alvarenga na abertura da apresentação da proposta.

AMADURECIMENTO

O presidente do Sindirepa de São Paulo, Antônio Fiola, explicou que a nova entida-de está nascendo após um período de amadurecimento. “Foram muito importantes os quatro anos de maturação que envolveu os Sindirepas, e nesse período todos se forta-leceram, reforçaram suas ativi-dades regionais. O momento pede uma atuação nacional”.Fiola lembrou que em 2010 a reparação automotiva cresceu 20% – índice que em São Pau-lo foi impulsionado pela Inspe-ção Ambiental Veicular – e que

é hora de investir em organi-zação. “Ano passado tivemos uma reunião muito agradável em Santa Catarina e debate-mos vários assuntos nacionais. Hoje, as grandes discussões são nacionais. Percebemos que os Sindirepas estavam maduros para uma reunião de lideran-ças. Todos temos os mesmos pleitos, os mesmos desejos e os mesmos preceitos éticos. É hora de seguir em frente”.A entidade que os Sindirepas co-meçaram a oficializar na AUTO-MEC ainda não tem nome nem formato definidos. Mas chega já com alguns pilares de atuação consolidados, como, por exem-plo, certificar as peças usadas na

reposição, garantindo a qualida-de dos produtos e a segurança dos consumidores; trabalhar pela Inspeção Técnica Veicular nacional, uma exigência do Có-digo de Trânsito Brasileiro que ainda não saiu do papel; e re-gulamentar a atividade em todo o país, o que significará a quali-ficação do segmento, conscien-tizando-o de sua importância social, colocando em evidência as boas empresas e promovendo e criando instrumentos para que as não tão boas possam evoluir. As metas são tão importantes quanto ambiciosas e uma repre-sentação nacional certamente encurtará o caminho para que sejam atingidas.

SÉRGIO ALVARENGA (SP), JOSÉ LAGUNA (SP), MARCOS ANDRÉ BRITA (MT), ALYSON JOSÉ NOGUEIRA (GO), ELIAS CORREIA PEDROSO (MT), ANTÔNIO FIOLA (SP), RENÊ ZANINI (RS), ENIO RAUPP (RS), CELSO MATTOS (RJ) E BRUNO CAVENBICHI (PE)

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por Redação Novo [email protected] fotos Eduardo Portella Amorim

Automec em festaEvento oficial de confraternização da feira reuniu mais de 2000

convidados no Palácio das Convenções do Anhembi

sucesso da Automec 2011 foi comemora-do em grande estilo na noite de 15 de abril por mais de 2.000 convidados que com-pareceram ao Palácio das Convenções do

Anhembi para curtir toda a animação da Festa Mais, uma realização da Editora Novo Meio com apoio oficial da Reed Exhibitions Alcantara Machado e do Sindirepa-SP. A festa, realizada desde 1998, teve como tema “O Car-naval continua” e como palco o Palácio das Convenções do Anhembi. Já na abertura os participantes receberam adereços e puderam conhecer peças da exposição cul-tural “São Paulo, a Estação do Carnaval,” que teve como um dos principais destaques uma réplica da estação Ja-çanã, em homenagem aos 100 anos de nascimento de Adoniran Barbosa, completados em agosto de 2010.

Para animar os convidados, o evento contou com atra-ções como a Banda Renê Sobral, o Grupo Katinguelê e a Escola de Samba Acadêmicos do Tucuruvi, vice-campeã do carnaval de São Paulo em 2011. “A Festa Mais vem para coroar todo o esforço da Automec junto aos seus parceiros. É a forma de a organização congra-tular o público visitante que participou da feira, que foi um sucesso neste ano”, disse Antônio Alves, gerente de Comunicação da Reed Exhibitions Alcantara Machado. “Eu sempre entendi que a feira deveria deixar de ser um lugar para se beber, mas que isso deveria acontecer ao final, como um momento extra, mas ainda fazendo par-te da feira. Foi o que se concretizou com a Festa Mais. A Novo Meio surpreendeu em tudo que fez para a feira neste ano. A festa é o encerramento perfeito para a fei-

ra”, disse Antônio Fiola, presidente do Sindirepa-SP.O evento foi patrocinado por Nakata, Dayco, Del-phi, SYL, Dibianchi e 2MC. Uniformizados com as camisetas-convite da festa, os participantes prova-ram que na Festa Mais o Carnaval não acabou.

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m dos principais atra-tivos da Automec é, já por tradição, a pos-sibilidade de estabe-

lecer relacionamento comercial com parceiros do exterior. A cada edição, novos fabricantes inter-nacionais participam da feira em busca de novos canais para dispo-nibilizar seus produtos no merca-do brasileiro. A edição 2011 da feira reuniu expositores de paí-ses como Alemanha, Argentina, Canadá, China, Coreia, Espanha, França, Hungria, Itália, México e Reino Unido, entre outros. A delegação italiana, por exem-plo, esteve presente na feira com 16 empresas de autopeças, aces-sórios e equipamentos para ofi-cinas, como Coram, Dichem, Er-gotech, Le.Ma, Metelli e Palinal, representantes de um universo bem maior: só entre as empresas registradas no Instituto Italiano para o Comércio Exterior, são de 500 a 600 fabricantes, segundo Ronaldo Padovani, analista de mercado do instituto.A edição 2011 marcou a sex-

ta participação na Automec do consórcio piemontês Centro Es-tero per l’Internazionalizzazione, representando oito empresas no pavilhão. Para Isabella Giuliano, consultora sênior do consórcio, o Brasil é um mercado estratégico. “Como todos os países com eco-nomias em forte crescimento, o Brasil interessa bastante para nós. Esperamos com a feira encontrar novas possibilidades de expansão no mercado brasileiro”.Para Padovani, o interesse de seu país pela feira brasileira é cres-cente. “Em 2010 a participação dos italianos na indústria brasi-leira de autopeças foi de quase US$ 1 bilhão, tanto na linha de montagem quanto no afterma-rket. Não devemos manter esse índice tão forte em 2011, porque ele ainda é reflexo do reaqueci-mento pós-crise, mas prevemos a continuidade do crescimento”.

CÂMBIO

A delegação argentina contou com a presença da cônsul, Te-

resita Gonzalez Diaz, do presi-dente da Câmara de Comércio Exterior de Rafaela, Fernando Pongolini, e de representantes de mais ou menos 50 empresas do setor. “O Brasil é o mercado mais importante para a Argenti-na porque é o grande produtor da América Latina. Nós exporta-mos para cá cerca de 60% das nossas autopeças”, afirmou Pon-golini. “Nós temos um acordo automotivo bilateral. Mas ainda precisamos de ações positivas de ambas as nações para aumentar as vendas de um país para o ou-tro. Por isso estamos aqui, para discutir a melhor maneira de trabalharmos juntos. Nós parti-cipamos de todas as feiras que o Brasil realiza e o Brasil também tem participado das feiras que estamos fazendo na Argentina”, acrescentou Teresita Diaz.A projeção da CaCEx argentina é de continuidade do crescimento, mas, como lembrou Pongolini, tudo depende do câmbio, da pa-ridade do peso com o dólar. “Es-tamos produzindo muito, é um

bom momento econômico para nós, mas só o câmbio dirá se va-mos conseguir manter o merca-do nos níveis de hoje”. O estan-de do pavilhão argentino contou com empresas como Autopartes Julio o. Buzetti, Carpla, Juntas Illinois, Vespoli SRL e Aberaldo Pongolini SRL, entre outras.

OPORTUNIDADE

A Alemanha foi representada na feira por uma extensa delegação, que incluiu o diretor da Verband der Deutschen Automobilin-distrie (VDA), a associação da indústria automotiva alemã, e outros diretores das associações automotivas. Para Thorsten Sch-neider, head do Aftermarket da VDA, a feira é o lugar ideal para promover pequenas e médias empresas, que não têm o espaço que gigantes alemãs já conquis-taram no mercado brasileiro. Em 2011, foram cerca de 35 empre-sas, a maioria com estande pró-prio, e 15 pequenas companhias, representadas no estande cole-

tivo da delegação. “A maioria já veio em outras edições, mas para uma ou duas é a primeira vez”, afirmou o head. Durante a feira, Klaus Bräuning, diretor da VDA, apresentou os principais números do mercado alemão no Brasil, que detém uma fatia significativa no seg-mento de leves: 21% ou prati-camente um a cada cinco carros vendidos; e de pesados: 56% da categoria acima de 6 toneladas. O país produziu mais veículos fora do país que no seu territó-rio no último ano e o Brasil é o maior mercado estrangeiro das empresas alemãs. “Produzimos mais de 11,6 milhões de unida-des, sendo seis milhões fora do país”, afirmou o diretor. Para a reposição, a Alemanha expor-tou ao Brasil mais de € 840 mi-lhões. O faturamento da indús-tria no último ano cresceu 20%, atingindo € 317 bilhões. “O balanço do primeiro trimestre para nós é encorajador. Agora esperamos um crescimento de 5% neste ano”.

informações e peças para veículos importados

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n 69 ano 7 maio de 2011

Brasil se � rma como mercado estratégico eAutomec tem recorde de delegações internacionais

Expositores estrangeiros aproveitam a feira para estabelecer novas parcerias no Brasil

por Patrícia Malta de Alencar_ [email protected]

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ão Paulo - A pesquisa Global Entrepreneur-ship Monitor (GEM 2010) divulgada no fi-

nal de abril, em São Paulo, re-vela que o Brasil está ocupando um novo patamar na qualidade do empreendedorismo. Os da-dos mostram que o país alcan-çou em 2010 a maior taxa de empreendedorismo entre países membros do G20, grupo que in-tegra as maiores economias do mundo. “A pesquisa indica que o país caminha cada vez mais em direção aos indicadores de paí-ses desenvolvidos”, disse o presi-dente do Sebrae, Luiz Barretto.Segundo o estudo, o Brasil faz parte dos países impulsionados pela eficiência – que reúne as economias norteadas para a produção industrial em escala, onde também estão Chile e Chi-na. Nesta categoria, o Brasil está em quarto lugar.As demais categorias são: países impulsionados pela inovação, que são os mais ricos, como Es-tados Unidos e Itália. Há tam-bém aqueles impulsionados pelos fatores, que dependem principalmente da economia de subsistência, onde a porcen-tagem de empreendedores por necessidade é muito maior.

Beth Matias

n 69 ano 7 maio de 2011

Agência Sebrae de Notícias

Estabilidade gera empreendedorismo de melhor qualidade

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Brasil alcançou em 2010 a maior taxa de empreendedorismo entre países membros do G20

INDICADOR

Um dos indicadores do desenvol-vimento do empreendedorismo no Brasil, segundo a pesquisa, é a relação empreendedorismo por oportunidade x por necessidade. Essa relação mostra que para cada negócio aberto por necessidade – motivado, por exemplo, pelo de-semprego – pouco mais de dois foram iniciados porque os empre-sários enxergaram uma oportuni-dade no mercado.A taxa média dos 60 países pes-quisados é de 2,2. A proporção entre oportunidade e necessidade no Brasil é de 2,1. “Nos Estados Unidos, por exemplo, a relação é de 2,4, isso mostra a vitalidade da economia brasileira e que es-tamos muito próximos dos países com melhor qualidade empreen-dedora”, avalia Barretto.O presidente do Sebrae atribuiu os resultados principalmente à estabilidade da economia con-quistada nos últimos 20 anos, às políticas voltadas para o desen-volvimento dos pequenos negó-cios, como a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, a uma maior formalização dos empreendimen-tos, com a legislação que instituiu a figura do Empreendedor Indivi-dual, entre outros fatores.

PROPORÇÃO

O estudo mostra também que a proporção dos que surgem por oportunidade cresce quanto maior a escolaridade e a renda média dos empresários. Entre os profissionais que estudaram mais de 11 anos ao longo da vida, por exemplo, a relação sobe para 4,6. No outro extremo, há mais em-presários por necessidade entre os que estudaram menos de qua-tro anos – a razão é de um empre-sário por necessidade para cada um que empreende por oportuni-dade. Entre os que estudaram de cinco a 11 anos, a taxa é de 2,2.Para ele, as políticas de incentivo à educação, principalmente relacio-nadas à empreendedora, deverão melhorar os índices nos próximos anos. “A pesquisa mostra exatamen-te isso, quanto maior a escolaridade maior a taxa de empreendedorismo por oportunidade”.

CONCORRÊNCIA

O diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, acredita que os indicadores positivos mostram tam-bém que o caminho não é fácil. “O caminho do desenvolvimento em-bute um aumento da concorrência e a necessidade de conhecimento

O QUE MAIS DIZ A PESQUISA

Oportunidade e necessidadeNo Brasil, desde 2003 os em-preendedores por oportuni-dade são maioria, sendo que a relação oportunidade X ne-cessidade tem sido superior a 1,4 desde o ano de 2007. Em 2010, para cada empreen-dedor por necessidade havia outros 2,1 que empreende-ram por oportunidade.

GêneroEm 2010, entre os empreen-dedores iniciais, 50,7% eram homens e 49,3% mulheres, mantendo o equilíbrio entre gêneros no empreendedoris-mo nacional. Entre os 21,1 milhões de empreendedores brasileiros, 10,7 milhões per-tencem ao sexo masculino e 10,4 milhões ao feminino.

Faixa etáriaEm 2010, no Brasil todas as faixas etárias tiveram aumen-tos nas taxas de empreende-dorismo. A que obteve a mais alta taxa é aquela que vai dos 25 aos 34 anos com 22,2%.

ConclusõesApesar das condições macro-econômicas estarem favore-cendo o empreendedorismo no Brasil, o país ainda precisa evoluir significativamente nas condições ligadas às políticas de apoio ao empreendedor. O Brasil apresenta condições des-favoráveis sobre vários aspec-tos, notadamente nos serviços governamentais e institucio-nais, havendo desvantagem na comparação com as condições oferecidas pelos demais países.

de mercado, que deve ser feito por meio de um plano de negócios”.A pesquisa Global Entrepreneur-ship Monitor, a GEM 2010, é o maior estudo independente so-bre a atividade empreendedora, cobrindo 60 países consorciados. É coordenada pelo Global Entre-

preneurship Research Association (GERA) – organização composta e dirigida pela London Business School, na Inglaterra, pelo Bab-son College, dos Estados Unidos, e pela Universidad Del Desarrollo, do Chile, e por representantes dos países participantes do estudo.

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Novo portal

O grupo Magneti Marelli lançou novo portal no Brasil. O site passou por mu-danças estruturais e de aperfeiçoamen-to de conteúdo para se tornar mais moderno e funcional. Mais leve, traz novidades como layout, maior dina-mismo na busca de informações e uma navegação rápida e objetiva. O portal conta também com sala de imprensa onde os jornalistas podem acessar todas as novidades sobre a empresa, além de arquivo de textos e banco de imagens.

A Nakata, uma das marcas da Affinia, acaba de entrar no segmento de bombas. A decisão da empresa por reforçar o portfólio da marca se deu em razão de a Nakata estar alinhada com o plano estratégico mundial de oferecer ao mercado do aftermarket produtos e marcas globais, com qualidade e tecnologia assegurada por todas as unidades Affinia no mundo. “Queremos fortalecer o pacote que a Nakata entrega ao mercado e ser ainda uma nova opção neste segmento”, afirma Sergio Montagnoli, diretor de Marketing e Vendas da Affinia. A bomba de óleo Nakata chega com disponibilidade para linhas leve, com cerca de 92% de cobertura, e atuação também no segmento de pesados. O produto oferece 73 itens e possui 834 aplicações, o que reforça sua ampla cobertura. Já uma das novidades na linha de bombas d’água são os rolamentos blindados que dispensam o uso da graxa. O produto está disponível para leves e pesados com cobertura de 95% em 148 itens e 1411 aplicações. E a bomba de combustível chega ao mercado com 97% de cobertura com aplicação para 25 itens e 263 aplicações para leves e pesados.

Portfólio amPliado

desempenho global

A China retomou a liderança em vendas em março, com crescimento de 7% em comparação ao mesmo período de 2010, ante 16,9% de aumento das vendas no mercado norteamericano. No

acumulado do ano, o mercado chinês teve evolução de 9,7% e os EUA tiveram crescimento de 20,2%. Em terceiro aparece o Japão, apesar da queda de 35,4% em março e de 23,9% no

acumulado do ano. Os dados chineses incluem apenas veículos de passeio. Para o restante dos países os números englobam carros e comerciais leves. As informções são da JATO Dynamics do Brasil.

Por marcas, a Toyota manteve a liderança em vendas no mês de março mesmo com queda de 14,8% se comparado a março de 2010. A Ford está em 2º lugar no ranking com

um aumento de 7,4% e a Volkswagen em terceiro, com aumento de 9,5%. A Nissan e a Chevrolet aparecem em 4º e 5º lugares com crescimento de 13,6% e 9% respectivamente. No

acumulado do ano as posições se invertem. A Kia Motors subiu para o 9º lugar, com crescimento em vendas de 22,8% em relação a igual período do ano anterior.

Sobe e desce na América do Sul

País jan - mar 2010

jan - mar 2011

var (%) jan-mar 2010-2011

mar2010

mar2011

var (%)mar 2010

- 2011China 3.395.080 3.725.645 9,7 % 1.220.223 1.305.365 7,0 %

EUA 2.545.343 3.059.888 20,2 % 1.066.123 1.246.623 16,9 %

Japão 1.488.322 1.132.795 -23,9 % 668.312 431.482 -35,4 %

Inglaterra 666.763 630.677 -5,4 % 432,074 410.175 -5,1 %

Alemanha 711.788 814.915 14,5 % 312.342 348.360 11,5 %

França 696.416 757.789 8,8 % 282.468 299.090 5,9 %

Brasil 750.021 777.419 3,7 % 337.372 288.749 -14,4 %

Índia 648.981 791.869 22,0 % 223.596 272.388 21,8 %

Rússia 292.903 517.304 76,6 % 126.701 223.429 76,3 %

Itália 730.237 562.767 -22,9 % 287.236 206.606 -28,1 %

toP 10 marcas

jan-mar2010

jan-mar2011

var (%) jan-mar 2010-2011

mar2010

mar2011

var (%)mar 2010

- 20111° TOYOTA 1.414.271 1.336.890 -5,5 % 614.942 524.017 -14,8 %

2° FORD 1.042.779 1.151.923 10,5 % 462.922 497.395 7,4 %

3° VOLKSWAGEN 1.021.370 1.218.989 19,3 % 419,877 459.843 9,5 %

4° NISSAN 794.184 915.771 15,3 % 331.884 376.937 13,6 %

5° CHEVROLET 820.033 949.485 15,8 % 322.150 351.087 9,0 %

6° HONDA 763.485 771.698 1,1 % 320.886 315.956 -1,5 %

7° HYUNDAI 702.881 768.663 9,4 % 274.309 292.502 6,6 %

8° FIAT 495.805 453.271 -8,6 % 212.137 178.273 -16,0 %

9° KIA 365.408 441.083 20,7 % 139.825 171.703 22,8 %

10° RENAULT 425.794 448.135 5,2 % 178.163 170.934 -4,1 %

soBe ▲ mar 2010

mar 2011

variaÇÃo %

Argentina 54.695 64.127 17,2 %

Chile 13.015 14.165 8,8 %

Colômbia 10.741 10.898 1,5 %

Peru 4.387 5.413 23,4 %

Equador 4.896 4.964 1,4 %

Uruguai 1.434 1.956 36,4 %

desce ▼ mar 2010

mar 2011

variaÇÃo %

Brasil 337.372 288.749 -14,4 %

Venezuela 10.418 9,691 -7,0 %

Paraguai 570 540 -5,3 %

Bolívia 488 420 -13,9 %

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PORTFÓLIO AMPLIADO

VELAS DE IGNIÇÃO

A DPL está oferecendo uma nova família de produtos: velas de ignição. São 17 modelos cobrindo as linhas de maior giro no mercado. “Nossos planos de comercializar as velas de ignição começaram após a Automec 2009. Muitos clientes nos pediram esse item. Desde então, mapeamos o mercado e iniciamos o processo de desenvolvimento. Por fim, após 24 meses de pesquisa e desenvolvimento, lançamos o produto”, explica Edeval de Carvalho, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento de produtos. Os lançamentos englobam aplicações dos carros mais vendidos no país, bem como itens de difícil acesso no mercado. Todos os modelos podem ser vistos em www.forcecar.com.br.

DPL AGORA OFERECE VELAS PARA AS LINHAS DE MAIOR GIRO

PORSCHE CUP

A Fremax é uma das novidades da Porsche GT3 Cup Challenge Brasil 2011. A empresa agora é patrocinadora oficial do evento. Os testes reali-zados nos carros superaram as expectativas, daí a opção pelos discos de freio Fremax. O even-to nasceu na Alemanha em 1986 e chegou ao Brasil em 2005. A primeira etapa da temporada ocorre em Portugal; a segunda, na Argentina. Só

depois estreia no Brasil. Outra novidade deste ano é o Porsche 911 GT3 Cup “997” com mo-tores de 450 cv.

DISCOS DA FREMAX EQUIPAM AS MÁQUINAS DA PORSCHE GT3 CUP

A IKS Indústria de Cabos recebeu seus clientes e amigos na Automec 2011 com uma grande novidade: seu novo Catálogo de Produtos versão 2011, que contempla mais de 100 novos modelos de cabos de comando. Estes lançamentos abrangem a linha automotiva leve nacional e também a linha importada, com destaque para a linha francesa. Para breve a empresa prepara novos lançamentos para as linhas pesada e agrícola, e também para a linha de motocicletas, pois estes segmentos estão com notável crescimento dentro do seu portfólio de produtos.

NOVO CATÁLOGO

CRESCIMENTO CONSTANTE

A Cobra Automotiva marcou presença na Automec. Evidenciando o constante crescimento da marca, divulgou na feira os mais de 140 lançamentos, expostos em amplas vitrines, e apresentou o novo catálogo de polias, tensores e dampers. O novo catálogo contempla mais de 430 itens e traz informações completas dos produtos com fotos, aplicações, medidas e números originais.

COBRA APRESENTOU 140 LANÇAMENTOS NA AUTOMEC

KITS DE DISTRIBUIÇÃO DAYCO COM DOIS ANOS DE GARANTIA

NOVIDADES E GARANTIA

A Dayco Power Transmission colo-cou no mercado de reposição novos produtos para as linhas de furgões Fiat Ducato, Peugeot Boxer e Citröen Jumper – veículos que também são oferecidos na versão minibus. São correias para comando de válvula dos motores 2.3 e 16V dos três ve-ículos produzidos a partir de 2010. Para estes modelos, ainda foram lan-çados: tensionador da correia den-tada e seu respectivo rolamento de apoio, e tensionador da correia Poly V também com rolamento de apoio. A empresa também lançou recente-

mente uma ação inédita em seu seg-mento: kits de distribuição – com-postos por correias, tensionadores e polias automotivas – com dois anos de garantia. Para usufruir desta ga-rantia, o interessado deve consultar o regulamento no site www.meca-nicodayco.com.br e preencher uma ficha de registro.

IKS APRESENTOU O CATÁLOGO AOS CLIENTES E AMIGOS QUE VISITARAM SEU ESTANDE NA AUTOMEC

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LOGOMARCA EM QUESTÃO

Na melhor tradição chinesa, a montadora Cherry está sendo acusada de copiar a logomarca da Atel, fabricante brasileira de cabos de ignição, tampas do distribuidor, rotores do distribuidor, bobinas de ignição, bombas de combustível e cabo de transferência fundada em 1969 e que hoje está presente em mais de 30 países. A polêmica mereceu até uma reportagem publicada na edição 990 da revista Exame. Segundo relata a matéria, a Atel pede na Justiça que a indústria chinesa pare de usar sua logomarca ou pague uma indenização. A

empresa brasileira alega que criou o logo dois anos antes da fundação da montadora e já obteve liminar favorável na Justiça. A empresa quer anular o registro obtido pela Cherry junto ao INPI, de marca figurativa (só o logo). A Atel tem o registro da marca mista (o logo mais o nome).

DISPUTA ENTRE ATEL ECHERRY MERECEUCOBERTURA DA REVISTA EXAME

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MERCADO DE LUTO

O mercado automotivo brasileiro perdeu um de seus mais queridos protagonistas. Em 1º de maio, fale-ceu em São Paulo Giorgio Misse-roni, gerente de Vendas Reposição do Grupo Schaeffler. O executivo tinha 60 anos de idade.

GIORGIO MISSERONI TINHA 60 ANOS

CATÁLOGO 2011Em maio, a Autho Mix, marca própria do Grupo Roles / RPR, lança seu novo catálogo, edi-ção 2011. Contendo quase mil itens diferentes, e informa-ções atualizadas sobre apli-cações, números originais, similaridades e observações técnicas, além de imagens em tamanho adequado à visualização dos varejistas e aplicadores, o catálogo Autho Mix chega às filiais do grupo e será distribuí-do aos clientes em todo o Brasil. “Desenvolve-

mos o catálogo com muito cuidado, visando à satisfação de nossos clien-tes e aplicadores, pois sabemos da carência de informações e de como elas devem ser apresentadas a este público, e especialmente em nosso segmento o catálogo, além de infor-mar, precisa ajudar a vender”, dizem os executivos da empresa. A versão eletrônica do catálogo para down-load estará disponível no site www.authomix.com.br. A empresa ofere-ce um canal de atendimento técnico para esclarecer dúvidas também via e-mail ([email protected]) ou pelo telefone 11 2168-6110.

CATÁLOGO 2011 DA AUTHO MIX

TRAZ QUASE 1.000 ITENS DIFERENTES

PAULO ABE DEDICOU 37 ANOS DE TRABALHO À NGK

SAMBA NO PÉ

Mais uma vez a Controil marcou presença na Automec. Neste ano, com um estande bem elaborado para receber seus clientes e fornecedores, a empresa trouxe novidades como lançamentos de filtro de ar, juntas de coletores, reparos e cilindros. No dia 14 de abril, a empresa realizou um jantar na escola de samba Rosas de

Ouro. Estavam presentes no evento distribuidores, representantes e toda a equipe de vendas e marketing. Um dos destaques foi o prato da noite, a Paella do representante Marcão, da Revema Mancini. Na ocasião foram distribuídos kits com o lançamento mais recente de produtos, as juntas de coletores.

CONVIDADOS DO JANTAR

DA CONTROIL SAMBARAM

COM A ROSAS DE OURO

Após 37 anos de dedicação à NGK do Brasil, o executivo Paulo Abe anunciou sua aposentadoria. “Quero ressaltar o quão importante foi essa trajetória para mim. Afinal, dediquei uma vida e apostei todos os meus conhecimentos em prol desta empresa tão digna e de uma cultura extremamente séria e fortalecida. Tenho orgulho de ter feito parte dessa família e, assim, ainda me considero, porque durante cerca de quatro décadas me

dediquei com honestidade, eficiência, espírito de liderança, que espero ter deixado de exemplo a todos os meus colegas de trabalho. Agradeço a todos pelo empenho e sabedoria dispensada em prol de uma organização ainda melhor e mais fortalecida”, disse em carta ao mercado. Paulo Abe será substituído por Edson Miyazaki, que está na NGK desde 1982 e que desde 1º de maio passou a ocupar o cargo de diretor de Vendas Automotivo.

APOSENTADORIA MERECIDAKIT EXCLUSIVO

A Decar lançou 230 produtos na Au-tomec. Durante o evento, a empresa, que atua com a marca própria DC no mercado de autopeças desde 1977, apresentou, entre as novidades, com exclusividade o kit P&A Plus, que con-tém pistões e anéis acompanhados do jogo de juntas do motor, peças nor-malmente vendidas separadamente. “O diferencial da DC é a experiência confirmada pela história. Possuímos a maior variedade de kits e produtos,

com qualidade, eficiência na entrega e garantia. A Decar trabalha sempre com preços competitivos, baseados em pesquisas de mercado”, destaca a diretora executiva Vivien Rivetti. Nes-te ano, a empresa conquistou a cer-tificação ISO 9001. Especializada nas linhas de motor, câmbio, suspensão e freios para veículos leves, a Decar ofe-rece mais de 25.000 itens para veícu-los nacionais e importados e lança, anualmente, cerca de 2.000 itens.

P&A PLUS CONTÉM PISTÕES E ANÉIS ACOMPANHADOS DO JOGO DE JUNTAS DO MOTOR

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