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FONTE: Extraído do Google Imagens (2016).

Rádio: comunicação e educação

2016

CLÁUDIA

BARBOSA

DE

OLIVEIRA

CADERNO PEDAGÓGICO

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016

Título: O uso do recurso radiocomunicação como forma de procedimento metodológico para discussões acerca das questões ambientais.

Autor: Cláudia Barbosa de Oliveira

Disciplina/Área: Biologia

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual de Ouro Verde

Município da escola: Ouro Verde do Oeste

Núcleo Regional de Educação: Toledo

Docente Orientador: Dra. Terezinha Corrêa Lindino

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual do Oeste do Paraná Unioeste/Campus Cascavel

Relação Interdisciplinar: Educação Ambiental, Radiocomunicação

Resumo:

O resgate da Educação Ambiental (EA) no espaço escolar e nos demais segmentos sociais é necessária e urgente. É preciso a compreensão de que este resgate vai além das datas comemorativas e que o compromisso deve ser assumido por todos, formando uma única unidade capaz de refletir sobre suas próprias ações em relação ao ambiente. Como forma de integrar escola e comunidade, a aplicação do Projeto de Intervenção Pedagógica tem como objetivo geral divulgar conhecimentos sobre EA, por meio da Educomunicação, disseminando informações científicas sobre questões ambientais, desenvolvendo atividades práticas em sala de aula da 3ª série do Ensino Médio e promovendo a participação dos mesmos na rádio comunitária. Serão realizados dez programas radiofônicos a partir de cinco temas geradores, além de uma oficina dividida em quatro etapas estendida aos funcionários da rádio local. Espera-se que a EA possa ser vista e praticada sob uma nova perspectiva, dada a sua importância para a vida humana e do planeta.

Palavras-chave: Educação Ambiental, Educomunicação, Ciências Biológicas.

Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico

Público: Discentes da 3ª série do Ensino Médio e Comunidade local.

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.

UM NOVO OLHAR PARA A EA

A Educomunicação se faz presente em diferentes meios de comunicação.

O rádio é um deles. Assim, a escolha deste tema originou-se da necessidade de

resgatar a importância de se pensar e repensar as diferentes questões ambientais

e nosso relacionamento com o meio ambiente.

Neste encarte você encontrará a

elaboração de um Projeto de Intervenção

Pedagógica que objetiva conhecer a EA

não somente em nível ambiental, mas

também em níveis econômicos, sociais e

culturais.

Este caderno pretende entender a

Educomunicação como um meio de

aproximar escola e comunidade, por meio

da radiocomunicação. Leva em

consideração o respeito pela opinião do

outro e a construção coletiva de saberes, a

partir da participação dos discentes na

rádio comunitária local e em atividades de

sala.

Desta forma, a Oficina I tem como objetivo promover o entendimento dos

discentes a respeito dos vários percalços pelos quais tem passado a EA ao longo

do tempo, conhecendo um pouco de sua história por meio do estudo de algumas

de suas leis, documentos, programas e decretos.

Para saber mais...

Recomenda-se assistir ao vídeo de Leonardo Boff: “O cuidado de si, do mundo e do outro no contexto das crises contemporâneas”. O mesmo faz uma abordagem sobre o cuidado com nossa Casa Comum, onde ser humano e Terra formam uma só unidade. Disponível em: <

https://www.youtube.com/watch?v=_z-hBU0Hwag&t=278s> . Acesso em 18 jul. 2016.

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Público alvo Discentes da 3ª série do Ensino Médio e Comunidade de Ouro Verde do Oeste.

PLANO DE AÇÃO

Tema: Educação Ambiental Hora/aula: 02

Conteúdos: História e Legislação da EA.

Áreas de conhecimentos escolhidas: Biologia, Filosofia, História e Sociologia.

Objetivo Geral: Aprimorar os conhecimentos relativos à EA, percebendo-a como uma práxis a ser vivenciada todos os dias.

Objetivos Específicos: - Estabelecer relações entre EA e qualidade de vida; - Analisar a trajetória da EA no cenário social e político; - Reafirmar a importância da EA.

Justificativa do tema A EA precisa ser percebida como uma prática fundamental em todos os ambientes sociais e, dentro da escola, como uma ação educativa que possa provocar profundas reflexões individuais e coletivas. Ao se estudar os diferentes percalços pelos quais tem passado a EA, torna-se possível perceber as mudanças ocorridas neste cenário, desde os primeiros relatos sobre a preocupação com as questões ambientais até a formulação de leis e documentos que a regularizam, em uma tentativa de mudança de postura, a fim de garantir a qualidade de vida.

Execução - Ação 1: Atividade em grupos: realizar o jogo de palavras a partir de conceitos e informações sobre EA e discussão das mesmas; - Ação 2: Atividade em grupos: leitura individual do Art. de Luana Wieczorek Fucks e Simone Tolomeotti Beal, intitulado “O princípio legal da Educação Ambiental”, presente no livro “Educação Ambiental: outros discursos, distintos olhares”. Após a leitura, escolher em grupo seis frases apresentadas no texto e proceder a organização de painéis; - Ação 3: A partir dos painéis organizados, apresentar slides e realizar discussão sobre o conteúdo proposto.

Recursos utilizados - Cartões com palavras; - Texto impresso; - Folhas sulfites; - Canetinhas; - Cola; - Fita adesiva transparente; - Papel kraft; - Projetor Multimídia.

Referências BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 16

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ed. São Paulo, Saraiva, 1997. ______, Ministério do Meio Ambiente. Lei nº 6938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Educação Ambiental. Política Nacional de Meio Ambiente. Brasília, 1981. ______, Ministério do Meio Ambiente. Lei nº 9795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a Educação Ambiental. Política Nacional de Educação Ambiental. Brasília, 1999. ______, Ministério do Meio Ambiente. PRONEA: Programa Nacional de Educação Ambiental. 3. ed. Brasília, 2005. Disponível em: <

http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80221/pronea_4edicao_web-1.pdf>. Acesso em 16 de maio de 2016. FUCKS, Luana Wieczorek; BEAL, Simone Tolomeotti. O princípio legal da Educação Ambiental. LINDINO, Terezinha Corrêa (Coord.). Educação Ambiental: outros discursos, distintos olhares. Cascavel: Edunioeste, 2015. p.45-60. PARANÁ, Lei 17.505/2013, de 11 de janeiro de 2013. Dispõe sobre a Política Estadual de Educação Ambiental. Curitiba, 2013.

ORGANIZAÇÃO DOS ENCAMINHAMENTOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS DA AÇÃO

Nº Desenvolvimento das ações: Tempo Previsto

1 Jogo de palavras. 25min

2 Leitura e organização de painéis a partir do texto: “O princípio legal da Educação Ambiental”, contido no livro “Educação Ambiental: outros discursos, distintos olhares”.

50min

3 Discussão coletiva. 25min

Tempo Total: 01h40min

Descrição da oficina ATIVIDADE 1 Formar grupos com até seis integrantes. Cada grupo receberá um envelope contendo entre 20 e 30 palavras que formarão uma frase referente à EA. O grupo deverá unir as palavras de maneira a formar a frase, utilizando todas as palavras do envelope. Na sequência, será realizada a socialização das frases para o grande grupo e posterior discussão das mesmas.

Dica de leitura...

As atividades em grupo devem ser

pensadas e organizadas com

antecedência, de modo que cada

um possa contribuir

significativamente com o trabalho a

ser desenvolvido, com respeito e

responsabilidade. O texto

“Estratégias de Ensinagem”, de Léa

da Graças Camargos Anastasiou e

Leonir Pessate Alves nos permite

estas e outras reflexões. Disponível

em: <http://www.ufmt.br/proeg/

arquivos/2dc95cd453e52a78a17d

cc157f04dbf6.pdf>. Acesso em 25

ago. 2016.

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ATIVIDADE 2 O grupo procederá a leitura do texto de Luana Wieczorek Fucks e Simone Tolomeotti Beal, intitulado “O princípio legal da Educação Ambiental”, contido no livro “Educação Ambiental: outros discursos, distintos olhares”, organizado por Lindino (2015), devendo eleger seis frases que consideram importantes e diferentes das contidas na atividade 1 (anexo A). As frases deverão ser escritas em folha sulfite e coladas no papel Kraft para a formação de painéis. ATIVIDADE 3 Será realizada a apresentação dos painéis pelos grupos. Em seguida, o docente deverá promover uma discussão coletiva por meio de slides sobre o conteúdo (anexo B), de modo a fazer uma relação com as frases apresentadas na atividade 1.

Atividade dirigida A partir de um mapa conceitual (anexo C), será solicitado aos discentes que eles completem os espaços em branco elaborando uma sequência lógica. Eles deverão utilizar as informações que possuem sobre o assunto, como também as que foram construídas em sala de aula ou ainda encontradas em pesquisa em livros, revistas ou internet realizada por eles.

Resultados esperados A partir das atividades desenvolvidas em sala de aula e dos dois programas realizados na rádio, espera-se contribuir com a comunidade escolar no conhecimento da EA no que diz respeito a um breve histórico e legislação, procurando despertar a importância da mesma e o espaço que deve ocupar em nossas ações diárias. Também se espera contribuir com os discentes no aprimoramento de sua linguagem oral.

REFERÊNCIAS

ANASTASIOU, Léa das Graças Camargo; ALVES, Leonir Pessate. Estratégias de ensinagem. Processos de Ensinagem na universidade. Pressupostos para as estratégias de trabalho em aula, v. 3, p. 67-100, 2004.

FONTE: Oliveira (2016)

O Recanto Nossa Senhora Aparecida em

Ouro Verde do Oeste, é um espaço

destinado ao lazer, sendo a cachoeira uma

de suas atrações. Ótimo lugar para

admirar as belezas da natureza e

agradecer a Deus por fazermos parte

desta obra maravilhosa e refletirmos sobre

o devido cuidado que temos que ter com

os recursos naturais e o respeito por todas

as formas de vida.

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BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 1997. ______, Ministério do Meio Ambiente. Lei nº 6938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Educação Ambiental. Política Nacional de Meio Ambiente. Brasília, 1981. ______, Ministério do Meio Ambiente. Lei nº 9795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a Educação Ambiental. Política Nacional de Educação Ambiental. Brasília, 1999. ______, Ministério do Meio Ambiente. PRONEA: Programa Nacional de Educação Ambiental. 3. ed. Brasília, 2005. FUCKS, Luana Wieczorek; BEAL, Simone Tolomeotti. O princípio legal da Educação Ambiental. LINDINO, Terezinha Corrêa (Coord.). Educação Ambiental: outros discursos, distintos olhares. Cascavel: Edunioeste, 2015. p.45-60. PARANÁ, Lei 17.505/2013, de 11 de janeiro de 2013. Dispõe sobre a Política Estadual de Educação Ambiental. Curitiba, 2013. Vídeo: O cuidado de si, do mundo e do outro no contexto das crises contemporâneas. Universidade Federal do Paraná, 2015. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=_z-hBU0Hwag&t=278s>.

Sugestão de site para as atividades <http://pt.slideshare.net/danielasipert/110-dinmicas-de-grupo>: o site oferece sugestões de várias dinâmicas, as quais são muito interessantes para o desenvolvimento de atividades em sala de aula, para descontração e também para formação de grupos. Convém ressaltar que as mesmas podem e devem ser adaptadas como convém.

Material de apoio

Dicas:

Para a realização deste trabalho: Procure organizar com antecedência todos os materiais a serem

utilizados; Para a formação de grupos, utilize uma dinâmica para que nenhum

discente possa ser excluído. Uma sugestão de site foi indicada anteriormente;

Para a discussão do mapa conceitual proposto na atividade dirigida tenha um rascunho elaborado por você em mãos, pensando nas várias palavras que podem ser utilizadas pelos discentes.

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ATIVIDADE 1: As frases utilizadas para a dinâmica de grupo são retiradas do texto de Luana Wieczorek Fucks e Simone Tolomeotti Beal, intitulado “O princípio legal da Educação Ambiental”, presente no livro “Educação Ambiental: outros discursos, distintos olhares”, organizado por Lindino (2015) e serão utilizadas no script dos programas radiofônicos 1 e 2 (anexo A):

O primeiro evento de porte mundial no contexto dos debates ambientais ocorreu no ano de 1972, em Estocolmo na Suécia que ficou conhecido como Conferência de Estocolmo.

A Conferência de Estocolmo procurou manter os recursos naturais renováveis, e garantir às gerações presentes e futuras a possibilidade de viver em um ambiente com qualidade de vida.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente é conhecido pela sigla PNUMA e tem como um dos objetivos identificar os diversos problemas ambientais.

Na Conferência de Tbilisi foram formulados princípios, ações e estratégias em EA que seriam adotados mundialmente.

Na Rio-92 ou Eco-92, ocorrida no Rio de Janeiro em 1992, surgiu a Agenda 21, que é um documento básico de sustentabilidade.

Em 1973 foi criada pelo Ministério do Interior Brasileiro, a SEMA (Secretaria Especial do Meio Ambiente).

Em 1981, o presidente João Figueiredo sanciona a Lei nº. 6.938 que trata da Política Nacional do Meio Ambiente.

A Constituição Federal de 1988 traz, em seu Art. 225, que a Educação Ambiental deve ser trabalhada em todos os níveis de ensino.

Em 1999 cria-se a Lei nº. 9.795 que trata da obrigatoriedade de se discutir a Educação Ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino.

Em 1992 houve a elaboração de 32 tratados, destacando-se o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global.

Em 2003 foi criado o PRONEA (Programa Nacional de Educação Ambiental) e uma de suas ações é assegurar as múltiplas dimensões da sustentabilidade.

ATIVIDADE 3: Os slides complementam o assunto discutido nas atividades anteriores, e por meio de imagens, facilitam a fixação do conteúdo e o alcance dos objetivos propostos (anexo B):

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ATIVIDADE DIRIGIDA Anexo C:

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

REFLEXÕES

Deve ser uma

Por isso foram criadas

LEIS

que deve ser vivenciada DIARIAMENTE

através de

como por

exemplo,

AGENDA 21.

A história da EA nos oferece muitas

e, por isso, sabemos que precisamos

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PROGRAMA RADIOFÔNICO

Para o primeiro e o segundo programa na rádio comunitária local o tema abordado será a História e Legislação da EA. Após convite pela docente, serão escolhidos três discentes do período matutino, quatro do vespertino e três do noturno, formando um grupo composto de dez discentes (essa distribuição poderá ser modificada, desde que o número final seja de dez discentes) que representarão todos os demais nos programas a serem realizados nas quartas-feiras, das 09h00min às 09h30min. Dos dez discentes, dois serão escolhidos para serem os líderes que ajudarão na organização das reuniões que ocorrerão todas as terças-feiras no período noturno para organização dos scripts da programação do dia seguinte.

PROGRAMA 1: História e Legislação da EA - Roteiro (30 min.)

- Vinheta: - Locutor: Bom dia ouvinte da Rádio Verde Oeste FM. Eu, Cláudia Barbosa estou muito feliz com esta data. É com satisfação e alegria que iniciamos hoje nossa série de programas sobre EA. Durante as próximas dez quartas-feiras, das 09h00min às 09h30min teremos um encontro marcado com você. Sintonize seu rádio e não perca esse momento tão importante, onde traremos informações e realizaremos diversas reflexões sobre questões ambientais. Um bom dia também a todos aqui presentes (cada participante realiza sua apresentação pessoal)

- Música: Bom dia (Chitãozinho e Xororó) - Locutor:

A EA vem conquistando seu espaço com muita dificuldade, sendo analisada por diversos olhares. Porém, a necessidade de questionar nossas ações em relação ao ambiente a fim de garantir nossa própria qualidade de vida, resgata a importância da mesma em nossos dias. Hoje estaremos conversando sobre um pouco de sua história ao longo do tempo, com o objetivo de favorecer uma maior compreensão da trajetória da EA no Brasil e no mundo. O texto de Luana Wieczorek Fucks e Simone Tolomeotti Beal, intitulado O princípio legal da Educação Ambiental, presente no livro Educação Ambiental: outros discursos, distintos olhares, organizado pela docente Dra. Terezinha Corrêa Lindino é uma ótima opção para se iniciar este assunto. O texto começa assim: (Trecho): Nas últimas décadas, muito se têm debatido sobre as mudanças radicais pelas quais nosso planeta vem passando. Para se discutir o assunto com mais propriedade, faz-se necessário retomar a história.

- Discente A: Em 1779, após o início da Revolução Industrial, na Inglaterra, surgiram as primeiras preocupações com as questões da relação sociedade-ambiente e suas consequências. É fato que dela resultou a exploração dos bens naturais e a redução da qualidade ambiental. A poluição e os impactos ambientais eram justificados pela necessidade de progresso e, portanto, não recebeu a devida importância. Somente nas décadas de 1960 e 1970 constatou-se a urgência em tratar das questões ambientais. Apesar disto, notou-se que o conhecimento sobre o tema era limitado e com pouca consistência para conduzir à tomada de decisões mais efetivas que amenizassem as catástrofes ambientais. Em 1962, Rachel Carson publicou o livro intitulado Primavera Silenciosa. Este livro denunciava a morte de peixes, aves e outros animais devido à aplicação do DDT (inseticida usado para controlar pragas em lavouras e insetos transmissores de doenças, como a malária; afeta também outras espécies de animais como de plantas e pode demorar até 40 anos para se decompor).

- Locutor: Continuando o texto, as autoras Luana Wieczorek Fucks e Simone Tolomeotti Beal relatam que o primeiro evento de porte mundial no contexto dos debates ambientais ocorreu no ano de 1972, em Estocolmo na Suécia que ficou conhecido como Conferência de Estocolmo e,

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apresentou como proposta, manter os recursos naturais renováveis, evitando seu esgotamento e garantindo às gerações presentes e futuras a possibilidade de viver em um ambiente com qualidade de vida. Como resultado desta conferência, a Organização das Nações Unidas criou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, com a incumbência de liderar e estimular parcerias ambientais, identificar os problemas ambientais comuns, disseminar as informações e coordenar ações que promovessem o aumento da qualidade de vida. Como resultado de tais ações, em 1975, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) promoveu o Encontro de Belgrado (ocorrido na Iugoslávia), do qual resultou o documento denominado Carta de Belgrado. De maneira geral, esse documento recomendava a erradicação da pobreza, da fome, da poluição e do analfabetismo a partir de uma nova ética mundial. Em 1977 foi realizado mais um encontro que ficou conhecido como Conferência Intergovernamental sobre EA, ocorrido em Tbilisi, na Geórgia, sendo formulados princípios, ações e estratégias em EA que seriam adotados mundialmente. - Música: Herdeiros do Futuro (Leandro e Leonardo) - Locutor: Certamente Tbilisi foi o marco para a efetivação do conceito de EA no mundo e, nos anos que se seguiram, algumas mudanças foram realizadas, como a substituição do termo ecodesenvolvimento no ano de 1983 pelo conceito de desenvolvimento sustentável. Neste mesmo ano, criou-se a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e, em 1978, foi publicado o documento Nosso futuro comum, conhecido também como relatório de Brundtland, redigido por uma ministra norueguesa. Este documento determinou várias medidas e metas almejando o desenvolvimento sustentável, entre os quais: garantir recursos básicos, como água, alimentos e energia; limitar o crescimento populacional; preservar a biodiversidade e os ecossistemas; diminuir o consumo de energia, com base em tecnologias ecologicamente adaptadas; e aumentar a produção industrial em regiões consideradas pouco desenvolvidas, controlando a urbanização desordenada e integrando o campo às pequenas cidades. Em 2002, ocorreu a Cúpula Mundial do Desenvolvimento Sustentável, em Johannesburg. Este evento delimitou novos olhares para as questões ambientais. Os dez primeiros anos do século XXI, período conhecido como década da Unesco, foram considerados como um período de retrocesso, uma vez que os objetivos estabelecidos na Carta da Terra e na Agenda 21 (denominada Rio-10) foram postos de lado. Neste período, as ações pertinentes à EA ocorreram exclusivamente em regiões devastadas pela pobreza e pelo acometimento da AIDS. Os ambientalistas acreditavam que as questões ambientais gerais estavam sendo desvalorizadas em detrimento das situações locais. Como podemos perceber, várias situações foram ocorrendo para que a EA fosse se consolidando ao longo do tempo. Como você avalia todos estes momentos e quais fatores contribuíram para que os mesmos ocorressem? - Convidado: RESPONDE - Locutor: O Ministério do Interior Brasileiro criou a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), em 1973, iniciando a institucionalização da EA na agenda governamental. Esta secretaria ficou responsável pelo progresso legalístico, pela criação de unidades de conservação e pelo controle da produção de poluição por veículos de transporte, entre outras ações. Entre tantos outros eventos de grande importância nos quais se discutiam os diversos fatores relacionados com a EA, destaca-se a Rio-92 ou Eco-92, ocorrida no Rio de Janeiro em 1992, de onde surgiu a Agenda 21, já citada anteriormente, que é um documento básico de sustentabilidade, criado com o objetivo de que todas as mais de 170 nações presentes na Rio-92 assumissem o compromisso de refletir e promover ações relacionadas às questões socioambientais em seus territórios. Vale tecer aqui um comentário sobre o termo sustentabilidade que tem como significado o desenvolvimento de um local, seja uma comunidade, cidade, região, estado, país, retirando da natureza somente o necessário para a sobrevivência. A palavra sustentabilidade tem origem no latim sustentare, que significa sustentar, apoiar, conservar, conceito este normalmente relacionado com uma mentalidade, atitude ou estratégia que é ecologicamente correta, e viável no âmbito econômico, socialmente justa e com uma diversificação cultural. Percebe-se que a EA deve tornar-se um

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meio eficaz de reflexão e ação perante a exploração a qual submetemos o meio ambiente, assim como repensar a sociedade como um todo, em suas relações econômicas, sociais e culturais. - Música: Vale a pena (Forró Boys) - Discente A: Também ocorreu outro evento paralelo a Rio-92, que ficou conhecido como Fórum Global. Nele reuniram-se várias organizações não governamentais do mundo. Destaca-se, nesse evento, a I Jornada Internacional de Educação Ambiental, que promoveu a elaboração de 32 tratados válidos. Entre eles, citam-se os seguintes: Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, que buscou formar uma agenda comum de planos de ações, diretrizes e princípios da Educação Ambiental; Workshop sobre Educação Ambiental, coordenado pelo MEC, que proclamou A Carta Brasileira para a Educação Ambiental, cuja intenção frisou a importância do compromisso do poder público federal, estadual e municipal no cumprimento da implantação da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino. Ainda no ano de 1992, criou-se o Ministério do Meio Ambiente (MMA), com o objetivo de elaborar e aplicar estratégias e princípios que resultassem em desenvolvimento sustentável, em todos os níveis governamentais e na sociedade civil. Em 1993, o Ministério do Meio Ambiente implantou a Política Nacional de Educação Ambiental com o objetivo de integrar os sistemas nacionais de Ambiente e Educação em um único sistema. Dez anos mais tarde, o atual Programa Nacional de Educação Ambiental propôs iniciativas e perspectivas gerais sobre a questão ambiental. Também induziu o debate sobre o sentido delas, norteado pelo Tratado de Educação Ambiental e pela Carta da Terra. - Locutor: Esse programa envolveu diversas entidades públicas e privadas do país, como os setores correspondentes ao Ibama, Ministério de Educação e Ministério do Meio Ambiente. Ele propunha um diálogo entre as políticas setoriais e a participação sobre investimentos, monitoramento e impacto dessas políticas no que se refere às questões ambientais como, por exemplo, a comunicação entre os ministérios da Educação e do Meio Ambiente. O Ministério do Meio Ambiente, criado em 1992 como já relatado, apresenta fundamental importância para as discussões ambientais. Você poderia nos falar um pouco mais sobre esse órgão governamental, como o mesmo está organizado e suas principais funções? - Convidado: RESPONDE - Locutor: Como é importante refletirmos sobre nossos direitos e deveres em relação ao meio ambiente, a natureza, ao nosso planeta Terra, que é um organismo vivo. Dele depende nossa sobrevivência. Agradecemos sua audiência e esperamos você na próxima quarta-feira, às 09h:00min. Você que nos ouviu hoje, convide mais um. Eu termino me despedindo com um pequeno trecho da carta do cacique Seattle, escrita no ano de 1855 que aponta que “Deveis ensinar a vossos filhos que o chão onde pisam simboliza as cinzas de nossos ancestrais. Para que eles respeitem a terra, ensinai a eles que ela é rica pela vida dos seres de todas as espécies. Ensinai a eles o que ensinamos aos nossos: que a terra é a nossa mãe”.

- Convidado: despede-se. - Discente A: despede-se.

- Vinheta.

PROGRAMA 2: História e Legislação da EA - Roteiro (30 min.)

- Vinheta: - Locutor: Bom dia ouvinte da Verde Oeste FM (Discente B e Convidado apresentam-se). Na semana passada conversamos um pouco sobre a história da EA no Brasil e no mundo. Hoje daremos continuidade sobre essa conversa, com o objetivo de favorecer uma melhor compreensão das leis que regem a EA e da importância que a mesma apresenta.

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- Música: Bom dia (Chitãozinho e Xororó) - Locutor:

O texto trazido aqui é das autoras Luana Wieczorek Fucks e Simone Tolomeotti Beal e é intitulado ‘O princípio legal da Educação Ambiental’, presente no livro ‘Educação Ambiental: outros discursos, distintos olhares’, organizado pela docente Dra. Terezinha Corrêa Lindino. Serão apresentadas algumas datas do percurso da EA no cenário brasileiro. Algumas informações serão retomadas do programa anterior, com o intuito de melhor entender os caminhos percorridos pela mesma. (Trechos): Em 1973 foi criada, pelo Ministério do Interior Brasileiro, a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), que ficou responsável pelo progresso legalístico, pela criação de unidades de conservação e pelo controle da produção de poluição por veículos de transporte, entre outras ações. Em 1981, o presidente João Figueiredo sanciona a Lei nº. 6.938 que trata da Política Nacional do Meio Ambiente e as maneiras como ela deveria ser formulada e aplicada. A promulgação desta lei foi uma etapa importante para a maturação e consolidação da política sobre o ambiente no país, pois tornou obrigatória a inclusão da EA em todos os níveis de ensino. - Discente B: A partir desta lei, foram criados o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que possuem papéis importantes na efetivação da EA no contexto nacional. O Sisnama ficou com a responsabilidade de implantar a Política Nacional do Meio Ambiente; estabelecer um conjunto articulado de órgãos, entidades, regras e práticas responsáveis pela proteção do ambiente e melhoria de sua qualidade; e garantir que a gestão ambiental fosse descentralizada por meio do compartilhamento da União, dos Estados e dos Municípios. Já o Conama deveria ser um órgão consultivo e deliberativo do Sisnama, cabendo a ele criar normas e determinar padrões de ações para que o ambiente mantivesse boa qualidade e não oferecesse riscos à vida. Entre tantas leis estabelecidas por esse órgão, cabe ressaltar a Lei n.º 9.795 (BRASIL, 1999), que instituiu a obrigatoriedade da EA em todas as modalidades de ensino, e apresenta a EA em seus princípios, objetivos, direitos e finalidades e também as práticas que devem ser executadas no ensino formal e não formal. A Política Nacional de Educação Ambiental, Lei n.º 9.795/1999, em seu Art. 1º define como EA “[...] processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (BRASIL, 1999, p.01). Antes mesmo da criação desta Lei, em 1988, a Constituição Federal Brasileira já estabelecia, no inciso VI do Art. 225, a necessidade de promover a EA em todos os níveis de ensino, de modo a propiciar a conscientização pública. Contudo, nesse momento, ainda não era exigido que a EA fosse abordada de maneira contínua. Portanto, temos o direito de um meio ambiente equilibrado, mas também temos o dever de contribuir para este equilíbrio, reorganizando nosso modo de pensar e agir nas mais diferentes situações que permeiam nosso dia a dia. Devemos viver a EA formal, discutida e vivenciada dentro do espaço escolar, em ambientes não formais, como o comércio, uma empresa, a prefeitura, entre tantos outros, e também em espaços informais, com meus vizinhos, nesta conversa na rádio, em nossa casa, em todas as situações diárias. - Música: Inversão de valores (Milionário e José Rico) - Locutor: No ano de 1997 criam-se os Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCNs, que foi uma primeira tentativa de trabalhar a EA no ensino formal de maneira interdisciplinar, ou seja, em todas as disciplinas da escola, já sabendo que a mesma também deve ser praticada em todos os segmentos sociais e por todas as pessoas, não importando sua idade ou classe social. No ano de 2001 novos documentos são redigidos, agora conhecidos por Programa Parâmetros em Ação (PPA), procurando mostrar que a temática ambiental já está presente no conteúdo da área temática do docente, mas que pode ser abordada e explorada de diferentes formas. Em 2012, o Conselho Nacional de Educação aprovou a resolução n.º 02/2012, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, indicando que a EA deve ser trabalhada da Educação Infantil aos cursos de Pós-Graduação, de maneira contínua e permanente. Porém, é possível perceber que a EA se mostra em

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conflito devido a um descomprometimento político, tendo como reflexo as deficiências no quadro de especialistas; a falta de recursos e o sucateamento de órgãos e instituições públicas responsáveis; o engavetamento de projetos, entre outras deficiências. É sob esta perspectiva que é criado o órgão gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, como já citado anteriormente, que procura unir Meio Ambiente e Educação. Em que consistiam os Parâmetros Curriculares Nacionais e o Programa Parâmetros em Ação? Como era abordada a EA no espaço escolar antes da criação destes documentos? Os mesmos contribuíram para o fortalecimento da EA na escola e fora dela? - Convidado: RESPONDE . - Locutor: Percebemos, portanto, que as questões ambientais devem tomar a devida importância em nossa vida porque a natureza não está conseguindo repor tudo o que retiramos dela para nossa sobrevivência. - Música: Encantos na Natureza (Daniel) - Locutor: Leonardo Boff (teólogo, escritor e docente) escreve assim no texto introdutório do documento A Carta da Terra (Trechos): A publicação da Carta da Terra é uma iniciativa do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e com a Itaipu Binacional (Foz do Iguaçu); viu-se neste documento uma forma avançada de se compreender os direitos humanos, sociais, ecológicos e direitos da Terra. A Carta da Terra parte de uma visão integradora. Considera a pobreza, a degradação ambiental, a injustiça social, os conflitos étnicos, a paz, a democracia, a ética e a crise espiritual como problemas interdependentes que demandam soluções. Ela representa um grito de urgência face às ameaças que pesam sobre a biosfera e o projeto planetário humano. Significa também um grito em favor da esperança e de um futuro comum da Terra e da Humanidade. Seus formuladores afirmam que a Carta da Terra foi concebida como uma declaração de princípios éticos fundamentais e como um roteiro prático de significado duradouro, amplamente compartilhado por todos os povos. A Carta da Terra é um documento criado com a finalidade de se repensar as diversas relações entre os seres vivos, nos vários segmentos que compreende a sociedade. Qual é a relação existente entre as questões ambientais e os diversos níveis da sociedade, como o cultural, o ético, o político e o econômico? - Convidado: RESPONDE - Discente B: Leonardo Boff defende assim que, de forma similar à Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas, a Carta da Terra será utilizada como um código universal de conduta para guiar os povos e as nações na direção de um futuro sustentável. Esperamos que os princípios desta Carta inspirem em todos os cuidados e a responsabilidade que precisamos para salvaguardar o futuro da Terra e da Humanidade, fazendo crescer o sentido da cidadania planetária e ecológica. A Carta da Terra é uma resposta, uma expressão desse novo estado de consciência da humanidade. É um alerta em primeiro lugar, é um risco, mas esse risco comporta chances. Onde há risco há também salvação. É página de convocação à humanidade para que ela desperte, inaugure novas práticas e que incorpore valores que tenham como destinação final esta nova mentalidade.

- Locutor: Boff nos deixa uma questão: que futuro tem o planeta Terra e que futuro tem a humanidade? Nós somos parte do ambiente, precisamos sentir que o mesmo destino da natureza é o nosso destino. Agradecemos sua audiência e esperamos você na próxima quarta-feira, às 09h:00min. Você que nos ouviu hoje, convide mais um. Vamos nos unir, somando conhecimentos para assim somar forças em prol de fazer a diferença em nossa relação com as outras pessoas, com os outros seres vivos e com o planeta Terra. - Convidado: despede-se. - Discente B: despede-se. - Vinheta.

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POR UMA EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA

A Educação Ambiental (EA) enquanto processo contínuo de vivência

humana deve perpassar os limites do cuidado ecológico. Deve ser compreendida

como “[...] uma prática social como tudo aquilo que se refere à criação humana na

história” (LOUREIRO, 2007, p. 01). Deve, portanto, considerar todos os aspectos

e interações que envolvem a vida do ser humano.

Intervir na realidade de modo a transformá-la positivamente é um dos

objetivos da EA crítica. Por isso, o tema de estudo desta oficina se justifica pela

falta de esclarecimento sobre a formação de um lixão municipal, e da importância

apresentada por um aterro sanitário ou controlado, bem sabendo que possuem

uma vida útil não tão longa e que cabe a população contribuir para que o uso dos

mesmos seja de qualidade.

Assim, a Oficina II tem por

objetivo compreender as diferenças

existentes entre lixão, aterro sanitário e

aterro controlado, bem como os tantos

problemas relacionados ao lixo exposto

a céu aberto, e a má utilização de um

aterro, além de promover uma

discussão sobre a coleta seletiva

implantada no município desde

junho/2016, buscando a colaboração

dos munícipes para a efetivação da

mesma, os quais são verdadeiros agentes de transformação de um cenário

ambiental que necessita de urgentes cuidados.

Recomenda-se a leitura do texto de Carlos

Frederico B. Loureiro: “Educação

Ambiental Crítica: contribuições e

desafios”. A leitura do texto nos permite

realizar uma reflexão sobre o pensar e o

agir em uma perspectiva crítica da EA.

Disponível em: <

https://scholar.google.com.br/scholar?q=

Educa%C3%A7%C3%A3o+Ambiental+Cr%

C3%ADtica:+contribui%C3%A7%C3%B5es

+e+desafios&hl=pt-BR&as_sdt=0&as_vis

=1&oi=scholart&sa=X&ved=0ahUKEwiqt6

CTmIjQAhXCjpAKHbsODCMQgQMIGjAA>.

Acesso em 18 ago. 2016.

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Público Alvo Discentes da 3ª série do Ensino Médio e Comunidade de Ouro Verde do Oeste.

PLANO DE AÇÃO

Tema: Educação Ambiental Hora/aula: 04

Conteúdos: Lixão x Aterro sanitário

Áreas de conhecimentos escolhidas: Biologia, Filosofia e Sociologia

Objetivo Geral: Argumentar sobre a necessidade da separação dos resíduos sólidos, contribuindo com a vida útil do aterro.

Objetivos Específicos:

Relacionar os hábitos diários com a produção de resíduos sólidos e como está organizada a coleta e disposição final dos mesmos no município;

Identificar problemas relacionados com o lixo a céu aberto e da má organização de aterros.

Justificativa do tema O consumismo desenfreado está causando sérios problemas. Entre eles podem-se citar os sociais, econômicos e os ambientais. A natureza não consegue mais repor tudo o que tiramos dela para manter nosso padrão de vida. A produção de resíduos está cada vez mais elevada, e para onde vai tudo isto? Torna-se imprescindível a reflexão sobre nossos hábitos de vida e de como podemos contribuir para melhorar a situação que nos encontramos. Vivenciar uma situação local, que é resultante da falta de compromisso da comunidade a qual pertencemos, é uma forma de provocar inquietações e, consequentemente, mudanças no modo de pensar e agir.

Execução Ação 1: Retomada do mapa conceitual proposto na atividade dirigida da oficina I promovendo a socialização individual e uma discussão coletiva a respeito do conteúdo. Ação 2: Realização da dinâmica “Tempestade Cerebral” com o tema “Resíduos Sólidos” e discussão sobre a coleta de recicláveis do município. Ação 3: Vídeo com posterior discussão do mesmo: SBT Repórter: “Destinos do lixo – Parte I”. Ação 4: Produção individual de um mapa conceitual. Ação 5: Visita técnica ao aterro sanitário e ao barracão de reciclados da cidade.

Recursos utilizados - Quadro; - Projetor Multimídia; - Ônibus escolar.

Referências BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010.

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Dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Brasília, 2010. JÁCOMO, Alarico Antônio Cristino. Resíduos Sólidos – isso tem jeito. Portal EcoDebate. Abril. 2016. Disponível em: <https://www.ecodebate.com.br/2016/04/ 11/residuos-solidos-isso-tem-jeito-artigo-de-alarico-antonio-cristino-jacomo/>. Acesso em 22 de agosto de 2016. FERREIRA, Andréia Cristina; ANDREOLI, Cleverson V.; IHLENFELD, Ricardo G.K; PEGORINI, Eduardo Sabino. Resíduos Sólidos. TORRES, Patrícia Lupion (Org.). Alguns fios para entender o pensar e o agir. Curitiba: SENAR-PR, 2007. p.327-347.

ORGANIZAÇÃO DOS ENCAMINHAMENTOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS DA AÇÃO

Nº Desenvolvimento das ações: Tempo Previsto

1 Discussão coletiva a partir do mapa conceitual impresso.

20min

2 Dinâmica “Tempestade Cerebral” e posterior discussão 30min

3 Vídeo e discussão coletiva. 25min

4 Produção individual de mapa conceitual. 25min

5 Visita técnica ao aterro sanitário e barracão de reciclados do município.

1h40min

Tempo Total: 03h20min

Descrição da oficina ATIVIDADE 1 Retomar a atividade dirigida (Oficina I) e realizar uma discussão coletiva a partir da socialização de cada mapa conceitual, relacionando cada termo utilizado com as atividades realizadas até o momento. ATIVIDADE 2 Realizar a dinâmica “Tempestade Cerebral”, sendo o objeto de estudo “Resíduos Sólidos”. Registar no quadro as ideias que irão surgindo espontaneamente sobre o objeto em questão, as quais deverão ser expressas por meio de palavras. Nada do que for dito deve ser desconsiderado, e, se necessário, deve-se solicitar uma explicação posterior para alguma ideia que surja e pareça estar em desconexo com a problemática levantada. Fazer uma ligação entre todas as palavras apresentadas, levantando possíveis questionamentos, promovendo uma discussão e organizando um mapa conceitual coletivo. Também a coleta seletiva implantada no município deve ser pauta de discussão, com apresentação do folder distribuído em 2016 e demais anúncios realizados neste período, destacando a nossa responsabilidade comum na separação dos materiais

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recicláveis, cuja coleta acontece nas terças-feiras, e os benefícios da mesma para a cidade e para os munícipes. ATIVIDADE 3 Assistir ao vídeo “SBT Repórter Destinos do lixo – Parte I”, o qual aborda o conteúdo apresentado, com comentários pertinentes sobre a produção de lixo, os lixões a céu aberto e os aterros sanitários.

ATIVIDADE 4 Produzir, individualmente, um mapa conceitual para ser entregue a docente. O mesmo deverá conter, no mínimo, dez palavras principais e oito palavras ou frases de ligação entre elas. O tema sugerido é “Meio Ambiente e Cidadania”. ATIVIDADE 5 Visita técnica ao aterro sanitário e ao barracão de reciclados do município. Os discentes do período noturno serão convidados a participarem no período matutino ou vespertino. Durante a visita, observar como ocorre a disposição dos resíduos e a organização do aterro, e também como se dá o funcionamento do barracão de reciclados.

Atividade dirigida Escolher doze discentes que se organizarão em duplas para realizarem uma enquete com o objetivo de obter informações sobre Educação Ambiental no

Disponível em: <

https://www.youtube.com/watch?v=TFNeo3FXvTY

&t=100s>. Acesso em 31 ago. 2016.

Você sabia que...

[...] a Lei 12.305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos - foi criada com a finalidade de extinguir todos os lixões?! O prazo era até o ano de 2014, porém, em pleno ano 2016 temos muitas cidades no Paraná e no Brasil que não desativaram os lixões a céu aberto, mesmo com o risco de responder por crime ambiental. Um dos motivos está no valor necessário para a construção de um aterro sanitário, que pode girar em torno de 1 milhão de reais.

FONTE:

<http://ideiaweb.org/wp-conten t/uploads/1325MC0042.jpg>. Acesso em 20 ago. 2016.

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município. A mesma acontecerá em locais diferentes da cidade: Colégio Estadual, Escola Municipal, Centro de Saúde (área da Enfermagem), Centro de Saúde (Departamento de Saúde e Vigilância), Prefeitura Municipal (Secretaria de Meio Ambiente) e Prefeitura Municipal (Prefeito Municipal).

Resultados esperados A compreensão de que a produção de resíduos sólidos é de inteira responsabilidade de cada pessoa, e que a importância de contribuir com a coleta seletiva, são fatores que devem ser considerados a fim de que possa ocorrer mudança de atitude.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Brasília, 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Ouro Verde do Oeste. Disponível em: < http://cidades.ibge.gov.br/xtras/ perfil.php? codmun=411745>. DEMAJOROVIC, Jacques. Da política tradicional de tratamento do lixo à política de gestão de resíduos sólidos: As novas prioridades. Revista de Administração de Empresas, v. 35, n. 3, p. 88-93, 1995. Disponível em: <

http://www.scielo.br/pdf/rae/v35n3/a10v35n3.pdf>. FERREIRA, Andréia Cristina; ANDREOLI, Cleverson V.; IHLENFELD, Ricardo G.K; PEGORINI, Eduardo Sabino. Resíduos Sólidos. TORRES, Patrícia Lupion (Org.). alguns Fios para Entretecer o Pensar e o Agir. Curitiba: SENAR-PR, 2007. p.327-347. JÁCOMO, Alarico Antônio Cristino. Resíduos Sólidos – isso tem jeito. Portal EcoDebate. Abril. 2016. Disponível em: <https://www.ecodebate.com.br/ 2016/04/11/residuos-solidos-isso-tem-jeito-artigo-de-alarico-antonio-cristino-jacom o/>. LOUREIRO, Carlos Frederico B. Educação ambiental crítica: contribuições e desafios. Conceitos e práticas em educação ambiental na escola, p. 65, 2007. Disponível em: <file:///C:/Users/acer/Downloads/Educacao+Ambiental+Critica+ contribuicoes+e+desafios%20(1).pdf>. Vídeo: Destinos do lixo - Parte I. SBT Repórter, 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=TFNeo3FXvTY>.

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Sugestão de site para leitura e pesquisa

<http://www.lixo.com.br>: Informações sobre coleta seletiva e gestão de resíduos, vídeos e curiosidades sobre os mesmos, além de várias outras notícias.

Material de apoio ATIVIDADE DIRIGIDA: Questões que podem ser realizadas na enquete nos diversos setores do município:

Secretaria de Meio Ambiente e Prefeito Municipal:

Como está organizada a coleta dos resíduos sólidos no município?

Como está organizada a coleta dos materiais recicláveis?

Quais são as dificuldades encontradas para a realização da coleta dos recicláveis?

O aterro municipal é considerado um aterro sanitário ou aterro de controle? Por quê?

Quais são as medidas tomadas em relação ao gás metano e ao chorume produzidos no aterro?

Qual é o tempo útil para utilização do aterro do nosso município?

Após esse tempo de vida útil, deverá ocorrer a construção de um novo aterro? Como deve ocorrer tal processo?

Como está organizado o barracão dos recicláveis?

Quantas famílias estão sendo beneficiadas com a separação e venda desses materiais?

Quais seriam as contribuições positivas que a rádio comunitária, por meio de sua programação, pode oferecer à população ouroverdense quando o assunto é Educação Ambiental?

Colégio Estadual e Escola Municipal

O que se entende por Educação Ambiental (EA)?

Em quais momentos se devem trabalhar a EA?

Como ocorre o recolhimento do lixo nesse ambiente?

Como o/a colégio/escola vivencia a EA? Centro de Saúde

O que se entende por Educação Ambiental (EA)?

Qual a relação apresentada entre EA e saúde humana?

Em quais categorias se enquadram os resíduos sólidos produzidos nesse ambiente?

Como é feito o descarte desses resíduos? Departamento de Saúde e Vigilância

O que se entende por Educação Ambiental (EA)?

Existe uma relação entre EA e Dengue? Qual (is)?

Sugere-se assistir também os vídeos “SBT Repórter - Destinos do lixo” - Parte II e III. Ambos disponíveis em: <

https://www.youtube.com/watch?v=xu0s9J_Q_1Y> e <

https://www.youtube.com/watch?v=S2jL84RLfJ4>. Acesso em 31 ago. 2016.

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Como está o controle dessa epidemia?

Nas visitas que são realizadas periodicamente, percebe-se a necessidade de mudança de comportamento da população? Por quê?

PROGRAMA RADIOFÔNICO

Os próximos dois programas a serem realizados na rádio comunitária local terão como tema Lixão x Aterro sanitário. Os mesmos serão organizados com o objetivo de provocar reflexões acerca da produção de resíduos sólidos produzidos pela população, nos mais diferentes ambientes, bem como da importância da contribuição com a coleta dos materiais recicláveis.

PROGRAMA 3: Lixão X Aterro Sanitário - Roteiro (30 min.)

- Vinheta: - Locutor: Bom dia ouvinte da Rádio Verde Oeste FM. Sou a docente Cláudia Barbosa e estamos prontos para mais uma conversa sobre EA (Discente C e Convidado apresentam-se).

- Música: Bom dia (Zizi Possi) - Locutor:

Hoje nossa conversa em EA é sobre resíduos sólidos. As informações que trazemos para você são retiradas dos estudos realizados em sala de aula como também do texto Resíduos Sólidos, do livro do Programa Agrinho: alguns Fios para Entretecer o Pensar e o Agir, produzido pelo Senar/Pr. O texto foi escrito por Andréia Cristina Ferreira, Cleverson V. Andreoli, Ricardo G. K. Ihlenfeld e Eduardo Sabino Pegorini. (Trechos): Nossa geração está consumindo uma quantidade maior de recursos naturais do que todas as populações desde o aparecimento do homem na Terra. Essa produção gera uma enorme pressão sobre os recursos ambientais, já que os mesmos demonstram sinais de escassez e ainda produzem uma enorme quantidade de resíduos, os quais causam impactos ambientais com graves reflexos na população.

- Discente C: Entende-se por impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria e energia resultante das atividades humanas que afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos naturais. Como reconheceu a Agenda 21, a gestão de resíduos deve seguir a seguinte ordem de prioridades: redução da produção, reuso, reciclagem, e sua disposição final adequada. Os resíduos sólidos são classificados de acordo com a Norma ABNT NBR 10 004/1987, e a mesma aponta que por resíduos sólidos entendem-se os resíduos no estado sólido e semissólido que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola ou de serviços de varrição. Ficam incluídos nesta definição todos os provenientes dos sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviáveis seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d´água, ou exijam para isto soluções técnicas economicamente viáveis em face da melhor tecnologia disponível. Sabemos que o lixão é uma forma inadequada de disposição final dos resíduos sólidos, que consiste no descarte do material no solo sem qualquer técnica ou medida de controle. Esse acúmulo de lixo traz problemas como a proliferação de vetores de doenças (ratos, baratas, moscas, mosquitos, etc).; a geração de odores desagradáveis e a contaminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas pelo chorume, que é um líquido escuro, ácido e de odor

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desagradável, de elevado potencial poluidor. - Locutor:

Ouro Verde dispunha os seus resíduos em um lixão que foi desativado. Depois da construção do aterro sanitário, todos os resíduos sólidos são levados até este local, porém, sabemos que precisam várias mudanças de comportamento para que possamos contribuir com a vida útil deste aterro e com a nossa qualidade de vida. Pensemos em como está nossa relação com o meio ambiente, lembrando que meio ambiente compreende tudo o que nos cerca, seja artificial ou natural, e do qual depende nossa sobrevivência. À medida que compreendermos o problema dos resíduos e que ele não se resolverá apenas com novas tecnologias, reconheceremos a importância de trabalharmos por uma nova mentalidade, que produza atitudes diferentes, eduque e modifique hábitos. Assim, as pessoas poderão ir além da ação, transformando velhos paradigmas, criando uma forma mais responsável de relacionar-se com o meio ambiente. - Música: Ser Humano (Zeca Pagodinho) - Discente C: Hoje estamos vivendo a época dos descartáveis, ou seja, aquelas embalagens ou produtos utilizados uma só vez e que em seguida são jogados fora, e isso gera uma grande produção de lixo que pode ser reciclado, gerando fonte de renda para muitas pessoas e respeito ao meio ambiente. Podem-se agrupar os resíduos em cinco classes: domiciliar: produzidos nas residências domiciliares que são restos de comida, produtos deteriorados, papéis, papelões, plásticos, metais, vidros, latas, fraldas descartáveis, papel higiênico, etc.; a segunda classe de resíduos é a industrial: produzido em estabelecimentos comerciais e indústrias, e pode variar entre restos de comida, papeis até materiais explosivos, inflamáveis e tóxicos; os resíduos públicos, que são aqueles oriundos da varrição das ruas e praças, bem como móveis velhos, galhos, entulhos de obras; como resíduos de fontes especiais podemos citar o lixo hospitalar e o lixo radioativo, que merecem cuidados especiais em seu acondicionamento, manipulação e disposição final, e por fim, temos os resíduos agrícolas, que são resultantes das atividades da agricultura e pecuária. Como está organizada a coleta dos resíduos sólidos em nossa cidade? E como ocorre a coleta destes resíduos no interior do município? - Convidado: RESPONDE - Locutor: Nossa cidade está fazendo a coleta dos materiais ou resíduos recicláveis todas às terças-feiras. Devemos contribuir separando papel, papelão, plástico, recipientes de vidro, porém, os mesmos não podem estar sujos ou molhados, o que contribui para a proliferação de animais que trazem doenças, bem como o acondicionamento dos vidros para que evitem acidentes com os trabalhadores Esses materiais são encaminhados para o barracão de reciclados onde são separados e vendidos para a reciclagem, garantindo uma ajuda financeira para algumas famílias, além de cuidar do meio ambiente. Como você avalia a participação da comunidade na coleta dos resíduos recicláveis e quais as possibilidades de ampliação da mesma? Quantas são as famílias beneficiadas e como está organizado o trabalho no barracão de reciclados? - Convidado: RESPONDE - Locutor: Ouçamos com atenção a mensagem que a música interpretada por Zé Ramalho, com o título “O autor da Natureza”, nos traz. - Música: O autor da Natureza (Zé Ramalho) - Locutor: Você sabe que temos um aterro sanitário em nossa cidade, mas é aterro sanitário ou aterro controlado? Qual a diferença dos dois termos? Bom, vamos discutir um pouquinho sobre isso? Os dois tipos de aterro servem para acondicionar os resíduos que neles são despejados. No aterro controlado, os resíduos são colocados no solo, compactados por um trator, e cobertos por camadas de terra e argila. Esse procedimento reduz problemas de poluição do ar e de proliferação de vetores transmissores de doenças. Porém, não existem procedimentos de controle das substâncias poluentes presentes nos resíduos que porventura possam causar danos ao solo e aos corpos d’água, especialmente aos lençóis subterrâneos. O aterro sanitário, assim como o controlado, recebe todo tipo de resíduos

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urbano. O lixo é compactado e periodicamente recoberto por camada de terra e argila. Esse método possui sistema de drenagem e tratamento de águas superficiais e de chorume, inclusive sistema de captação de gases oriundos da decomposição do lixo. Sua execução e implantação exigem a adoção de critérios de engenharia e de normas operacionais específicas exigidas pelos órgãos ambientais. Já pensou em todo o lixo que produzimos diariamente? Segundo pesquisas realizadas, cada pessoa pode produzir até cerca de 1 kg por dia. De acordo com dados do IBGE, a população de Ouro Verde do Oeste era de cerca de 5 692 habitantes no ano de 2010. Para o ano de 2016 o número estimado foi de 6 000 habitantes. Se considerarmos os números do ano de 2016 são 6 000 kg de lixo produzidos por dia!! E todos esses resíduos vão para o aterro! Se separarmos os resíduos que podem ser reciclados, contribuímos para a vida útil do aterro. Para a construção de outro, precisa-se de espaço adequado e muito dinheiro! O lixo jogado nas ruas é carregado pela água das chuvas para os bueiros, provocando o entupimento das galerias de drenagem e alagamentos. Boa parte desse lixo pode chegar até os córregos e rios, poluindo suas margens e leitos. Quais melhorias precisam ser realizadas no aterro sanitário do município? Qual(is) a(s) contribuição(ões) que comunidade pode oferecer em relação a isto? - Convidado: RESPONDE - Discente C: O lixo é um dos maiores problemas dos centros urbanos. Além da sujeira que enfeia as cidades, representa focos de doenças graves. Verificamos que a coleta de lixo no interior precisa ser pensada e organizada. A coleta de lixo é atribuição da Prefeitura, mas cuidar e evitar que ele venha a ser depositado nos córregos e em lugares inadequados é uma responsabilidade de todos nós. Organizar associações de moradores da linha, da rua, etc.. Por meio de reuniões, discutir a EA pode ser uma boa ideia para procurar saídas e resolver o problema. Ao procurarmos o serviço público, é necessário lembrar que a responsabilidade é de todos, e que, levar propostas e colaborar com o cuidado e limpeza dos diferentes ambientes é nossa obrigação. Contribuir com a solução de problemas ambientais não é só obrigação do serviço público, mas de cada um de nós.

- Locutor: Esperamos que nossa comunidade possa contribuir com a campanha de coleta seletiva, que é uma das atividades necessárias para a proteção do meio ambiente. Proteger o meio ambiente é respeitar a nossa vida e garantir nossa sobrevivência e a das futuras gerações. Um abraço e até a próxima quarta-feira, às 09h00min. - Convidado: despede-se. - Discente C: despede-se. - Vinheta.

PROGRAMA 4: Lixão X Aterro Sanitário - Roteiro (30 min.)

- Vinheta - Locutor: Bom dia ouvinte da Rádio Verde Oeste FM. Mais uma quarta-feira e mais um programa sobre EA. Nós, do Colégio Estadual de Ouro Verde estamos muito felizes com vossa companhia (Discente D e Convidado apresentam-se).

- Música: Bom dia (Zizi Possi) - Locutor:

Continuamos nossa conversa de hoje, trazendo mais informações sobre os resíduos sólidos e sua disposição final. As informações que trazemos para você são retiradas dos estudos realizados em sala de aula como também do texto Resíduos Sólidos, do livro Agrinho: alguns Fios para Entretecer o Pensar e o Agir, produzido pelo SENAR/PR. O texto foi escrito por Ferreira, Andreoli, Ihlenfeld e Pegorini. (Trechos): A coleta seletiva é uma alternativa ecologicamente correta que desvia dos aterros e até mesmo dos lixões resíduos sólidos que podem ser reciclados. Além da vida útil dos aterros ser prolongada, o meio ambiente é menos contaminado. Além disso, o uso da matéria-prima reciclável diminui a extração dos nossos tesouros naturais. Uma lata velha que se transforma em uma nova lata é melhor do

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que uma lata a mais. Vale lembrar que todo o lixo formado por restos de alimentos, podas de árvores, folhas secas e outras partes das árvores é chamado lixo orgânico, e pode ser reaproveitado como adubo para as plantas.

- Discente D: A coleta seletiva é um sistema de coleta de lixo para recolher materiais recicláveis, previamente separados na fonte geradora. São considerados materiais recicláveis: metal (lata de alimentos e bebidas, tampinhas, arames, pregos, fios, objetos de alumínio, bronze, ferro, chumbo e zinco); vidro (garrafas, potes, jarros, vidros de conserva, vidros de produtos de limpeza, frascos em geral); papel (jornais, listas telefônicas, folhetos, revistas, folhas de rascunho, cadernos, papeis de embrulho, caixas de papelão, caixas de leite e sucos); plásticos (garrafas, tubos de creme, frascos, baldes, bacias, brinquedos, saquinhos de leite). A situação em relação à destinação final dos resíduos sólidos é crítica, e quase todos os municípios brasileiros apresentam dificuldades em relação ao trato de seus resíduos, que abrangem desde a coleta até a destinação final. O lixo exposto a céu aberto, além de condições sanitárias e ambientais totalmente inadequadas, existe a incidência de muitos catadores, inclusive crianças, que sobrevivem nesses locais, demandando, portanto, a busca de soluções que visem à disposição do lixo de forma controlada e ao resgate da cidadania das populações envolvidas, de forma ambiental e socialmente sustentável. - Música: Direito de viver (Chitãozinho e Xororó) - Locutor: Também percebemos como fica a praça da cidade, principalmente depois do fim de semana. Falta de lixeiras é o problema? E o que aconteceu com todas as lixeiras que foram colocadas neste local? Ainda tem lixeiras por lá? A dificuldade do setor público de manter um projeto de EA é um desafio, uma vez que tem que contar com altos custos de implantação e gerenciamento, além da depredação que é crime! Falta colaboração de nossa parte também. Precisamos cobrar nossos direitos, mas lembrar de que para sermos cidadãos com direitos temos também nossos deveres. Precisamos nos sensibilizar e melhorar nossas ações, mudar nossos hábitos errados, como por exemplo, de que qualquer lugar é lugar de lixo! Quais medidas serão necessárias para tornar a praça um lugar mais acolhedor, assim como os demais ambientes públicos da cidade de Ouro Verde do Oeste?

- Convidado: RESPONDE - Discente D:

O texto Da política tradicional de tratamento do lixo à política de gestão de resíduos sólidos às novas prioridades foi escrito por Jacques Demajorovic e publicado na Revista de Administração de Empresas, v. 35, no ano de 1995. Nele, afirma-se que (Trechos): A relação entre resíduos e problemas ambientais é mais evidente no campo dos resíduos sólidos, uma vez que seu grau de dispersão é bem menor do que o dos líquidos e gasosos. Diferentemente dos resíduos líquidos e gasosos, parcela significativa do volume total dos resíduos são sólidos e encontram-se nas próprias residências dos centros urbanos, o que permite, teoricamente, imediata contribuição por parte dos habitantes no sentido da minimização de seus efeitos negativos sobre o meio ambiente: a contribuição, por exemplo, de separar os resíduos em suas residências, para recuperação e reciclagem. O crescente conhecimento das implicações, sobre o meio ambiente, do aumento de volume de resíduos a serem dispostos e mais o aumento da consciência ambiental determinaram uma nova qualificação para o problema.

- Locutor: O termo ‘lixo’ foi substituído por resíduos sólidos, e estes, que antes eram entendidos como meros subprodutos do sistema produtivo, passaram a ser encarados como responsáveis por graves problemas de degradação ambiental. Além disso, resíduos sólidos diferenciam-se do termo lixo porque, enquanto este último não possui qualquer tipo de valor, já que é aquilo que deve apenas ser descartado, os primeiros possuem valor econômico agregado, por possibilitarem (e estimularem) reaproveitamento no próprio processo produtivo. Estas novas características contribuíram para tornar prioritária, dentro do setor público nos países desenvolvidos, a Política de Gestão de Resíduos Sólidos, demandando um comportamento diferente dos setores públicos, produtivo e de consumo. A partir de meados da década de 70, o movimento ambientalista passou a concentrar cada vez mais suas críticas sobre as

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formas tradicionais de destinação destes resíduos. - Música: O Planeta pede socorro (Walter Campos) - Locutor: A partir do momento em que os problemas da qualidade ambiental e da sustentabilidade firmaram-se como uma das variáveis mais importantes no cenário político internacional, os administradores públicos têm-se deparado com a necessidade de selecionar instrumentos mais adequados à luta pela preservação ambiental. A política de gestão de resíduos sólidos não constitui exceção, por isso pesquisadores e representantes do setor público e privado têm debatido constantemente sobre meios alternativos que induzam à redução efetiva dos resíduos gerados no setor produtivo e de consumo. No último programa radiofônico discutimos sobre a organização da coleta de resíduos sólidos aqui na cidade como no interior. Também sobre a coleta seletiva que ocorre todas as terças-feiras e sobre o funcionamento do aterro sanitário local. Qual a mensagem que você deixa para nossos ouvintes a respeito destes temas, assim como dos temas abordados no programa de hoje, principalmente em se tratando da responsabilidade individual dos mesmos para com o meio ambiente? - Convidado: RESPONDE - Discente D: Sendo assim, é possível resumir as diretrizes da atual Política de Gestão de Resíduos por meio das seguintes prioridades: evitar ou, quando não for possível, diminuir a produção de resíduos; reutilizar ou, quando não for possível, reciclar resíduos; utilizar a energia presente nos resíduos; inertizar e dispor os resíduos. As novas prioridades da atual Política de Gestão de Resíduos Sólidos incorpora a dimensão da sustentabilidade por duas razões principais. primeiro, é possível minimizar o processo de degradação ambiental, à medida que se evita a produção de determinados resíduos, reaproveita-se parcela destes e inertíza-se o restante; segundo, ao gerenciar a produção de resíduos sólidos em todas as fases do sistema econômico, e não apenas se concentrando no tratamento final destes. O objetivo é garantir, a longo prazo, uma estabilização da demanda por recursos naturais e do volume final de resíduos a serem dispostos, fatores estes fundamentais na busca do desenvolvimento sustentável.

- Locutor: Vamos repensar como está nosso comportamento em relação ao meio ambiente, e como estamos nos comportando frente a tantas desigualdades vivenciadas diariamente. Basta reclamar? É possível uma mudança nos padrões de comportamento se ficamos de braços cruzados perante tantas injustiças? Nós desconhecemos a força que temos enquanto cidadãos que defendem o que é justo. Precisamos refletir e mudar o que podemos e conseguimos. Muito obrigada por sua companhia. Convide mais um para ouvir o programa na semana que vem. Até a próxima quarta-feira. - Convidado: despede-se. - Discente D: despede-se. - Vinheta.

RÁDIO COMUNITÁRIA: o que é e quem pode atuar?

O Serviço de Radiodifusão Comunitária atua em

frequência modulada (FM), de baixa potência (25

Watts) e cobertura restrita a um raio de 1km a partir da

antena transmissora.

Podem explorar esse serviço somente associações e

fundações comunitárias sem fins lucrativos, com sede

na localidade da prestação do serviço.

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MUDAR É A SOLUÇÃO?

A espécie humana é apenas mais uma entre tantas outras que habitam o

planeta Terra. Não são poucas as vezes que nos deparamos com ideias a

respeito do ser humano como sendo a espécie mais evoluída, e com direito

superior a todas as outras. E isso não é verdade.

O objetivo desta oficina é reafirmar a dependência existente entre todos os

seres vivos, em uma biodiversidade maravilhosa e que busca constantemente a

sobrevivência. Quando o assunto é saúde, muito se tem a ver com Educação

Ambiental (EA).

É possível encontrar uma série de fatores negativos das interações entre

os diferentes seres vivos, como as espécies parasitas, que, em poucos minutos

podem matar o ser humano, porém, muitos são os pontos positivos. Basta

lembrar-se da produção de oxigênio, em sua maioria produzido pelas

cianobactérias e algas fotossintéticas. Ou mesmo, de tantas plantas que oferecem

o princípio ativo para tantos medicamentos.

Ao se considerar aspectos econômicos, sociais, políticos, ambientais, entre

outros, amplia-se a visão de EA, podendo percebê-la como agente transformador.

A sobrevivência da nossa espécie e das futuras gerações depende das nossas

ações de hoje. No vídeo “O cuidado de si, do mundo e do outro no contexto das

crises contemporâneas”, Boff (2015) já afirmava que “[...] não dá mais para errar,

pois não dá mais tempo de concertar”, ou seja, ou mudamos, ou morremos.

Recomenda-se a leitura da Carta da Terra, visto que ela propõe um repensar de nossas ações e a interligação existente entre todas as formas de relação, seja social, econômica, política, cultural, ética, espiritual e ambiental. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/ carta_terra.pdf>. Acesso em 08 set. 2016.

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Público Alvo Discentes da 3ª série do Ensino Médio e Comunidade de Ouro Verde do Oeste.

PLANO DE AÇÃO

Tema: Educação Ambiental Hora/aula: 02

Conteúdos: A saúde é necessária ao ser humano?

Áreas de conhecimentos escolhidas: Biologia, Filosofia, História, Língua Portuguesa, e Sociologia.

Objetivo Geral: Reconhecer a necessidade de um compromisso pessoal com o meio ambiente e com a qualidade de vida.

Objetivos Específicos:

Descrever a situação ambiental do município;

Compreender as relações existentes entre os diferentes seres vivos e as questões ambientais;

Propor ações concretas que promovam a saúde individual e coletiva.

Justificativa do tema O ambiente deve começar a ser percebido como um todo que se completa, e de que também fazemos parte dele. Esquecemos que somos hóspedes deste planeta, juntamente com outras formas de vida, bem como das inter-relações que estabelecemos com elas e delas entre si. Todos os seres vivos estão em busca de sobrevivência, e cabe a nós, seres humanos, garantir a nossa própria, mas com o devido respeito ao que nos cerca. Na maioria das vezes nos vemos como uma espécie que está no ápice da pirâmide, e praticamos atos inimagináveis com a natureza sem perceber todos os efeitos negativos a que estamos subtendo a nós mesmos. Uma EA crítica deve surgir em todos os segmentos da sociedade, unida ao desejo insaciável de mudança de postura.

Execução Ação 1: Socialização em pequenos grupos das visitas realizadas pelas duplas nos diferentes segmentos da comunidade em busca de informações sobre EA. Apresentação e discussão coletiva no grande grupo. Ação 2: Leitura individual e comentada do texto “Destruição da biodiversidade”. Ação 3: Vídeo: “A Teia da Vida” e, posteriormente, por meio de uma discussão coletiva, relacionar a saúde humana e as diferentes questões ambientais. Ação 4: Dinâmica: “A doença é essencial ao lucro”.

Recursos utilizados - Quadro; - Projetor Multimídia; - Cartões com os temas dos grupos impressos; - Textos impressos; - Cartolina; - Pincel atômico; - Fita durex larga.

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Referências DIAS, Genebaldo Freire. Dinâmicas e Instrumentação para Educação Ambiental. São Paulo: Gaia, 2010. p. 35-38. LINHARES, Sérgio; GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia Hoje. Vol. 3. São Paulo: Ática, 2013. p. 291-292. Vídeo: A teia da vida. Carlos EARP, 2008. Disponível em: < http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php? video=10024>. Acesso em 09 set. 2016.

ORGANIZAÇÃO DOS ENCAMINHAMENTOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS DA AÇÃO

Nº Desenvolvimento das ações: Tempo Previsto

1 Socialização em pequeno e grande grupo da enquete realizada em alguns setores do município e visita técnica no aterro sanitário e barracão de reciclados.

30min

2 Leitura individual e comentada de texto “Destruição da biodiversidade”.

15min

3 Vídeo “Teia da vida” e discussão coletiva. 15min

4 Dinâmica “A doença é essencial ao lucro”. 40min

Tempo Total: 01h40min

Descrição da oficina ATIVIDADE 1 Formar grupos de seis integrantes e dividir as atividades da seguinte maneira: em cada um dos grupos ficará uma dupla coordenadora, a qual realizou a enquete na comunidade conforme solicitado na atividade dirigida da Oficina II. Os mesmos farão a socialização das informações obtidas. As anotações pertinentes a esta socialização e a apresentação oral das mesmas serão divididas entre os demais integrantes do grupo. Esta síntese deverá conter também informações e impressões da visita técnica realizada na oficina anterior. Realizar uma discussão coletiva sobre o assunto, bem como fazer uma relação com o conteúdo proposto para esta oficina. ATIVIDADE 2 Leitura individual e comentada do texto “Destruição da biodiversidade”, o qual retrata a interação necessária entre seres humanos e demais formas de vida, bem como a importância de sua proteção, pois dela depende nossa saúde e, consequentemente, nossa sobrevivência. O texto se encontra disponível no livro didático do discente Biologia Hoje, de Sérgio Linhares e Fernando Gewandsznajder, vol.3. 2014. p. 291-292.

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ATIVIDADE 3 Apresentação do vídeo “Teia da Vida”, o qual traz a formação do planeta Terra, suas diferentes regiões, ecossistemas e seres vivos. Realizar uma discussão coletiva sobre as interações que existem entre os mais diferentes formas de vida.

ATIVIDADE 4 Realizar a dinâmica “A doença é essencial ao lucro”. Formar seis grupos. Cada grupo ficará responsável em fazer uma listagem com diferentes palavras que represente cada um dos temas propostos, usando pincel atômico e metade de uma cartolina. Os temas são: Características do nosso estilo de vida;

Disponível em: <http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php? video=10024>. Acesso em 09 set. 2016.

FONTE: <https://www.google.com.br/search?q=Biologia+Hoje,+de+S%C3%A9rgio+Linhares+e+Fernando+Gewandsznajder,+vol.3.&espv=2&biw=1517&bih=708&site=webhp&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiuh4Dmo5_PAhVJUJAKHZ_xCIwQ_AUICCgD&dpr=0.9#imgrc=RHGhR2n-3oJTSM%3A>. Acesso em 09 set. 2016.

Você sabia que:

Sanguessugas são animais

hermafroditas com 32

cérebros, nove pares de

testículos e uma mandíbula

com três filas de cem dentes

cada uma. Sempre foram e

são essenciais para a

medicina. O laboratório

BioPharm, no País de Gales,

cria dezenas de milhares

desses anelídeos, parecidos

com lesmas escuras, para uso

em hospitais em várias partes

do mundo. Os animais são

deixados sem alimento entre

seis e nove meses, para

estarem famintos na hora de

trabalhar – em outras

palavras, sugar o sangue de

um paciente. Esse é seu papel

como ferramenta

fundamental na cirurgia

reconstrutiva contemporânea.

FONTE:

<http://www.biologia.seed.pr.

gov.br/modules/noticias/arti

cle.php?storyid=1095&tit=Sa

nguessugas-e-medicina >.

Acesso em 10 set. 2016.

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Consequências do nosso estilo de vida; Doenças; Especialidades médicas; Exames médicos; Medicamentos. Utilizar todos os cartazes produzidos para formar um diagrama, ligando com setas um cartaz ao outro (DIAS, 2010). Realizar uma discussão com o objetivo de demonstrar que nosso estilo de vida nos leva a doenças. Essa dinâmica encontra-se no livro “Dinâmicas e Instrumentação para Educação Ambiental”, de Genebaldo Freire Dias, p.35-38.

Atividade dirigida Realizar a leitura de dois textos de Silva Jr., Sezar e Caldini Jr. (2001), retirados do livro Biologia, vol.1: “A degradação da biodiversidade” (p.177-178) e “Biosfera 2: uma arca de Noé malsucedida” (p.47). Os textos complementam as discussões realizadas em sala de aula sobre a importância da biodiversidade e que sua degradação acabará com nossa própria existência, pois somos apenas uma espécie das muitas que habitam este planeta.

FONTE: Imagem disponível em: <http://genebaldo.com.br/

dinamicas-e-instrumentacao-para-a-educacao-ambiental/>.

Acesso em 09 set. 2016.

FONTE: <https://www.google.com.br/search?q=Biologia+vol.1,+de+C%

C3%A9sar,+Sezar+e+Caldini&biw=1517&bih=708&source=lnms&tbm=isc

h&sa=X&ved=0ahUKEwiV_pDOsaPPAhUES5AKHdt5BcAQ_AUIBygC&dp

r=0.9#imgrc=gegc8feY9kudyM%3ª>. Acesso em 09 set. 2016.

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Também será utilizado o texto “As teias alimentares e a extinção das espécies” (p.374), de Linhares e Gewandsznajder (2013), do livro Biologia Hoje, Vol. 3, Manual do docente, e trechos da “Carta da Terra”.

Resultados esperados Espera-se que ao final desta oficina seja possível estabelecer uma relação entre a sobrevivência da espécie humana e das demais espécies de seres vivos, e de compreender que a biodiversidade que se encontra no planeta Terra luta por um objetivo comum: a sobrevivência. O respeito para com o meio ambiente é fundamental para garantir a continuidade da vida humana atual e das futuras gerações.

REFERÊNCIAS

Carta da Terra. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/carta_terra.pdf>. DIAS, Genebaldo Freire. Dinâmicas e Instrumentação para Educação Ambiental. São Paulo: Gaia, 2010. p. 35-38. DONNELL, Ken O’. A ética do cuidado: valores bases da sustentabilidade. Caderno do participante: 2º Encontro Cultivando Água Boa. Itaipu Binacional. Foz do Iguaçu, 2004. (mimeo). GOUVEIA, Nelson. Saúde e meio ambiente nas cidades: os desafios da saúde ambiental. Saúde e sociedade, v. 8, n. 1, p. 49-61, 1999. SILVA JÚNIOR, César da; SASSON, Sezar; CALDINI JÚNIOR, Nelson. Biologia. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2001. p.177-178. ______. Biologia. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2010. Manual do docente, p.47. LINHARES, Sérgio; GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia Hoje. Vol. 3. São Paulo: Ática, 2013. p. 291-292. ______.Biologia Hoje. Vol. 3. São Paulo: Ática, 2013. Manual do docente, p. 374. VIEZZER, L. Moema. Todos somos aprendizes. Caderno do participante: 2º Encontro Cultivando Água Boa. Itaipu Binacional. Foz do Iguaçu, 2004. (mimeo). Site <http://www.biologia.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=1095&tit=Sanguessugas-e-medicina>.

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Vídeo: A teia da vida. Carlos EARP, 2008. Disponível em: < http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=10024> O cuidado de si, do mundo e do outro no contexto das crises contemporâneas. Universidade Federal do Paraná, 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_z-hBU0Hwag>.

Sites recomendados para leitura e pesquisa <http://www.folhadomeio.com.br/fma_nova/index.ph>: o site traz os mais diversos assuntos sobre EA, além de links úteis para consulta, indicando alguns estados brasileiros e sua relação com o meio ambiente, incluindo o estado do Paraná. <https://www.embrapa.br/busca-geral/-/busca/saude%20e%20meio%20ambiente? buscaPortal=saude+e+meio+ambiente>: várias informações relacionam a saúde com o meio ambiente.

Material de apoio ATIVIDADE DIRIGIDA: Textos sugeridos para leitura: A DEGRADAÇÃO DA BIODIVERSIDADE

A biodiversidade pode ser definida como a variedade da vida no planeta Terra, incluindo: a variedade genética dentro das populações e espécies; a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos; a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, hábitats e ecossistemas formados pelos organismos (DIAS, 2010). Essa riqueza em todos os níveis de variedade biológica é um dos maiores tesouros do planeta. As demais espécies de seres vivos que também aqui habitam, sejam eles os grandes animais ou as microscópicas bactérias, são fundamentais para a continuidade da vida sobre o globo terrestre. Todas as formas de vida estão amplamente interligadas e dependem uma das outras de variadas maneiras. A perda de uma única espécie pode acarretar profundas modificações em toda a dinâmica ambiental. No entanto, a ação antrópica (humana) vem provocando uma alarmante diminuição da biodiversidade em vários locais da Terra, como resultado de vários fatores: perda de hábitats, exploração excessiva dos recursos naturais, espécies invasoras, risco de extinção de espécies (SILVA JR.; SEZAR; CALDINI JR., 2001). AS TEIAS ALIMENTARES E A EXTINÇÃO DAS ESPÉCIES

Uma das maiores preocupações ecológicas de nossa época é a destruição da biodiversidade. Toda espécie faz parte de uma teia alimentar e sua extinção pode provocar desequilíbrios ecológicos e até mesmo a extinção de outras espécies. Por exemplo, o desaparecimento de uma espécie de borboleta de Cingapura ocorreu depois que as videiras que serviam de alimento para suas larvas se extinguiram. No cálculo de

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alguns pesquisadores, a extinção de cerca de 6 mil plantas levaria ao desaparecimento de mais de 4 mil espécies de besouros e mais de cem espécies de borboletas. A perda de mil espécies de pássaros provocaria a extinção de mais de trezentas espécies de vermes e de cerca de duzentas espécies de ácaros (o grupo dos carrapatos). Além de possíveis desequilíbrios ecológicos, com a extinção de espécies perdemos muitas substâncias químicas que poderiam ser usadas na fabricação de medicamentos e outros produtos. E as espécies selvagens permitem também produzir espécies mais produtivas ou mais resistentes, provenientes dos cruzamentos com espécies domésticas ou da transferência de genes pelas técnicas da engenharia genética (LINHARES; GEWANDSZNAJDER, 2013). BIOSFERA 2: UMA ARCA DE NOÉ MALSUCEDIDA

O equilíbrio dos ecossistemas depende de inúmeros fatores É por isso que as tentativas de criar ecossistemas artificiais autossuficientes não foram, até hoje, bem-sucedidas. Veja o caso do projeto Biosfera 2, que custou 200 milhões de dólares. Foi construído, no deserto do Arizona, um imenso laboratório ecológico em vidro e aço, isolado do exterior, que pretendia ser uma miniatura do nosso planeta – a Biosfera 1. Havia nele cinco diferentes biomas, entre os quais um oceano e uma floresta tropical úmida, além de uma pequena fazenda que forneceria o alimento às pessoas. Além dos seres humanos foram encerradas 3 800 espécies, entre animais e vegetais. Previa-se total independência do meio exterior, já que o ar e a água seriam reciclados, e o alimento, produzido no interior da cúpula. Uma equipe de oito pessoas, em setembro de 1991, fechou-se no interior e conseguiu permanecer lá por dois anos. Várias dificuldades levaram o projeto ao fracasso. Um dos maiores problemas foi à composição do ar. O ar atmosférico normal contém 21% de oxigênio; na Biosfera 2, essa taxa foi caindo aos poucos e chegou aos 14%! Era o mesmo que viver em uma montanha muito alta, com ar rarefeito, o que dificultava qualquer tipo de esforço. A equipe que dirigia o projeto teve, assim, de injetar oxigênio para assegurar a sobrevivência dos biosferianos. Além disso, detectou-se, no ar da cúpula, uma alta taxa de óxido nitroso (gás hilariante), que pode causar danos ao cérebro; na atmosfera normal, o óxido nitroso é destruído pela radiação ultravioleta, que, na Biosfera 2, era bloqueada pelo vidro da estrutura. O maior problema, no entanto, era a dificuldade de obter alimento suficiente. Primeiro, porque o nível de iluminação estava abaixo do necessário e, segundo, devido às pragas que atacavam as plantações. Os agentes polinizadores, como abelhas e beija-flores morreram, o que impossibilitou a reprodução das plantas. Hoje, o projeto Biosfera 2 mudou seus rumos e finalidades. Embora o objetivo da autossuficiência tenha sido abandonado, várias equipes de cientistas estão realizando diversas pesquisas na cúpula. Além disso, há também estudantes que fazem visitas ao local, onde se desenvolvem programas educacionais. A história do projeto constitui um bom exemplo da complexidade dos ecossistemas e da dificuldade de entender – e prever – todos os fatores que neles atuam (SILVA JR.; SEZAR; CALDINI JR., 2001). A CARTA DA TERRA PREÂMBULO Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante temos que reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade

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sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações. TERRA, NOSSO LAR A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado. A SITUAÇÃO GLOBAL Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis. DESAFIOS PARA O FUTURO A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos forjar soluções includentes. RESPONSABILIDADE UNIVERSAL Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa comunidade local. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global está ligada. Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida, e com humildade considerando em relação

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ao lugar que ocupa o ser humano na natureza. Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, por meio dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos, e instituições transnacionais serão guiados e avaliados.

PROGRAMA RADIOFÔNICO

É imprescindível o entendimento de que a espécie humana, assim como os demais seres vivos, é a própria natureza em movimento. O bem-estar físico, emocional e psicológico é influenciado pelas diferentes formas de interação que o mesmo realiza a fim de suprir suas necessidades. Portanto, ao se pensar em saúde humana, pensa-se também em EA.

PROGRAMA 5: A saúde é necessária ao ser humano? - Roteiro (30 min.)

- Vinheta: - Locutor: Bom dia ouvinte da Rádio Verde Oeste FM. Que satisfação completar hoje o quinto programa da série EA. Espero estarmos construindo juntos vários saberes indispensáveis à nossa sobrevivência (Discente E e Convidado apresentam-se).

- Música: Bom dia (Gonzaguinha) - Locutor:

Para continuar nossa reflexão sobre a prática de EA, deixaremos uma pergunta: a saúde é necessária ao ser humano? Não é para ser respondida agora, mas sim, a partir da escuta dos textos que foram trabalhados em sala de aula com os discentes da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual de Ouro Verde e com as demais informações que serão trazidas neste e no próximo programa de EA, podermos juntos, buscar esta resposta.

- Discente E: O texto é retirado do Livro didático de Biologia vol.1, de Silva Jr., Sezar e Caldini Jr., p.177-178: A DEGRADAÇÃO DA BIODIVERSIDADE: A biodiversidade pode ser definida como a variedade da vida no planeta Terra, incluindo: a variedade genética dentro das populações e espécies; a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos; a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, hábitats e ecossistemas formados pelos organismos (DIAS, 2010). Essa riqueza em todos os níveis de variedade biológica é um dos maiores tesouros do planeta. As demais espécies de seres vivos que também aqui habitam, sejam eles os grandes animais ou as microscópicas bactérias, são fundamentais para a continuidade da vida sobre o globo terrestre. Todas as formas de vida estão amplamente interligadas e dependem uma das outras de variadas maneiras. A perda de uma única espécie pode acarretar profundas modificações em toda a dinâmica ambiental. No entanto, a ação antrópica (humana) vem provocando uma alarmante diminuição da biodiversidade em vários locais da Terra, como resultado de vários fatores: perda de hábitats, exploração excessiva dos recursos naturais, espécies invasoras, risco de extinção de espécies.

- Locutor: O próximo texto está no Livro Biologia Hoje, Vol. 3, Linhares e Gewandsznajder (2013). AS TEIAS ALIMENTARES E A EXTINÇÃO DAS ESPÉCIES: Uma das maiores preocupações ecológicas de nossa época é a destruição da biodiversidade. Toda espécie faz parte de uma teia alimentar e sua extinção pode provocar desequilíbrios ecológicos e até mesmo a extinção de outras espécies. Por exemplo, o desaparecimento de uma espécie de borboleta

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de Cingapura ocorreu depois que as videiras que serviam de alimento para suas larvas se extinguiram. No cálculo de alguns pesquisadores, a extinção de cerca de 6 mil plantas levaria ao desaparecimento de mais de 4 mil espécies de besouros e mais de cem espécies de borboletas. A perda de mil espécies de pássaros provocaria a extinção de mais de trezentas espécies de vermes e de cerca de duzentas espécies de ácaros (o grupo dos carrapatos). Além de possíveis desequilíbrios ecológicos, com a extinção de espécies perdemos muitas substâncias químicas que poderiam ser usadas na fabricação de medicamentos e outros produtos. E as espécies selvagens permitem também produzir espécies mais produtivas ou mais resistentes, provenientes dos cruzamentos com espécies domésticas ou da transferência de genes pelas técnicas da engenharia genética. Você poderia nos esclarecer melhor o que é uma teia alimentar e qual sua relação com a sobrevivência das diferentes espécies de seres vivos? Qual é a relação entre biodiversidade e EA? - Convidado: RESPONDE - Locutor: Para nos ajudar a refletir um pouco mais sobre nossa responsabilidade com o meio ambiente, vamos ouvir a música “Eu adoro a Natureza”, de Liu e Leo. - Música: Eu adoro a Natureza (Liu e Leo) - Locutor: O texto que trago agora está no Livro didático de Biologia vol.1, de Silva Jr.; Sezar; Caldini Jr. (2001). BIOSFERA 2: UMA ARCA DE NOÉ MALSUCEDIDA: O equilíbrio dos ecossistemas depende de inúmeros fatores. É por isso que as tentativas de criar ecossistemas artificiais autossuficientes não foram, até hoje, bem-sucedidas. Veja o caso do projeto Biosfera 2, que custou 200 milhões de dólares. Foi construído, no deserto do Arizona, um imenso laboratório ecológico em vidro e aço, isolado do exterior, que pretendia ser uma miniatura do nosso planeta – a Biosfera 1. Havia nele cinco diferentes biomas, entre os quais um oceano e uma floresta tropical úmida, além de uma pequena fazenda que forneceria o alimento às pessoas. Além dos seres humanos foram encerradas 3 800 espécies, entre animais e vegetais. Previa-se total independência do meio exterior, já que o ar e a água seriam reciclados, e o alimento, produzido no interior da cúpula. Uma equipe de oito pessoas, em setembro de 1991, fechou-se no interior e conseguiu permanecer lá por dois anos. Várias dificuldades levaram o projeto ao fracasso. Um dos maiores problemas foi a composição do ar. O ar atmosférico normal contém 21% de oxigênio; na Biosfera 2, essa taxa foi caindo aos poucos e chegou aos 14%! Era o mesmo que viver em uma montanha muito alta, com ar rarefeito, o que dificultava qualquer tipo de esforço. A equipe que dirigia o projeto teve, assim, de injetar oxigênio para assegurar a sobrevivência dos “biosferianos”. Além disso, detectou-se, no ar da cúpula, uma alta taxa de óxido nitroso (gás hilariante), que pode causar danos ao cérebro; na atmosfera normal, o óxido nitroso é destruído pela radiação ultravioleta, que, na Biosfera 2, era bloqueada pelo vidro da estrutura. O maior problema, no entanto, era a dificuldade de obter alimento suficiente. Primeiro, porque o nível de iluminação estava abaixo do necessário e, segundo, devido às pragas que atacavam as plantações. Os agentes polinizadores, como abelhas e beija-flores morreram, o que impossibilitou a reprodução das plantas. - Discente E: Hoje, o projeto Biosfera 2 mudou seus rumos e finalidades. Embora o objetivo da autossuficiência tenha sido abandonado, várias equipes de cientistas estão realizando diversas pesquisas na cúpula. Além disso, há também estudantes que fazem visitas ao local, onde se desenvolvem programas educacionais. A história do projeto constitui um bom exemplo da complexidade dos ecossistemas e da dificuldade de entender – e prever – todos os fatores que neles atuam. - Locutor: Vemos que somos parte da biodiversidade, dotados de sabedoria e discernimento. Precisamos usar deste discernimento para contribuir com as mudanças que se fazem necessárias em nosso modo de viver e de nos relacionarmos com as pessoas, com a natureza, com os demais seres vivos. - Música: Encanto da Natureza (Tião Carreiro e Pardinho) - Discente E:

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Ken O´Donnell é australiano, consultor, treinador e palestrante e sua mensagem deve ser repassada ao maior número de pessoas possível. Ele escreve assim no Caderno do participante, do 2º Encontro Cultivando Água Boa, acontecido em Foz do Iguaçu, no ano de 2004 (Trechos): A louca corrida para a sobrevivência econômica de países e empresas deixou evidências vergonhosas de guerras e conflitos, uma biosfera cada vez mais imprestável e um número de pessoas humilhadas pelo desemprego e/ou exclusão. Formamos uma sociedade complexa que exige um modo mais profundo e consciente de compreender as situações, resolver problemas e empreender novas formas de ganhar a vida, formas que contribuam positivamente com a sociedade e com o meio ambiente. A lista de cuidados que precisamos para trabalhar juntos diante dos desafios é fácil: respeito, tolerância, humildade, cooperação, flexibilidade, criatividade, percepção, sensibilidade, sinceridade e assim por diante. - Locutor: Percebemos que nem toda a tecnologia utilizada para produzir a Biosfera 2, ou seja, um local praticamente artificial que, se desse certo, seria construído com base na falta dos recursos naturais que garantem a sobrevivência humana, deu certo. Há situações que não poderão ser construídas, nem adaptadas, e se não cuidarmos do que nos ainda resta, estaremos perdidos. A vida humana e dos demais seres vivos terá um fim. Será esse o fim do mundo de que tantas pessoas têm medo? Mas o medo deveria nos fazer parar de poluir, destruir, e desperdiçar os recursos naturais. Será possível conseguir um equilíbrio entre a proteção dos recursos naturais e a manutenção dos padrões de vida desenvolvidos pela sociedade atual? Como isto ocorreria? - Convidado: RESPONDE

- Locutor: Será que já conseguimos responder a pergunta do início: a saúde é necessária ao ser humano? Na próxima quarta conversamos mais sobre isso. Um grande abraço a todos. - Convidado: despede-se. - Discente E: despede-se. - Vinheta.

PROGRAMA 6: A saúde é necessária ao ser humano? - Roteiro (30 min.)

- Vinheta - Locutor: Um bom dia com grande satisfação de sua companhia. A alegria de estarmos aqui em mais um programa, o sexto programa de EA, que é um compromisso assumido e uma ação concretizada do Colégio Estadual de Ouro Verde (Discente F e Convidado apresentam-se).

- Música: Bom dia (Gonzaguinha) - Locutor:

No último program0a, uma pergunta ficou no ar: a saúde é necessária ao ser humano? Você já conseguiu ou consegue respondê-la, pensando também na nossa relação com o meio ambiente? A Carta da Terra é um documento elaborado para orientar nossas ações com este planeta que é de todos. Veja o que traz o início esta Carta: PREÂMBULO: Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante temos que reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações. TERRA, NOSSO LAR: A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da

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existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.

- Discente F: RESPONSABILIDADE UNIVERSAL: Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre, bem como com nossa comunidade local. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global está ligada. Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida e com humildade, considerando o lugar que ocupa o ser humano na natureza. Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, firmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, por meio dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos, e instituições transnacionais serão guiados e avaliados. A SITUAÇÃO GLOBAL: Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis. - Locutor: DESAFIOS PARA O FUTURO: A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos forjar soluções includentes. - Música: O mundo tá estranho (Grupo Balacobaco) - Locutor: A Carta da Terra é dividida em quatro princípios. O primeiro princípio se refere a RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA. O mesmo está subdividido em itens e subitens que se seguem: 1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade: A) Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos; B) Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade. 2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor: A) Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o dever de impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas; B) Assumir que o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder implica responsabilidade na promoção do bem comum. 3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e

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pacíficas: A) Assegurar que as comunidades em todos os níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada um a oportunidade de realizar seu pleno potencial; B) Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a consecução de uma subsistência significativa e segura, que seja ecologicamente responsável. 4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações: A) Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras; B) Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apoiem, em longo prazo, a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra. Como podemos perceber, a Carta da Terra foi escrita com a finalidade de nos ajudar a repensar nossas ações, a fim de que nos tornemos cidadãos responsáveis e críticos sobre a realidade em que vivemos, não somente no nível ambiental. Outro documento importante que surgiu, e que já foi citado brevemente em um encontro anterior, é o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. Em sua opinião, o que estes dois documentos tem em comum? Como os mesmos estão sendo discutidos atualmente pela sociedade? E o que deve ser feito para possam demonstrar a importância que possuem? - Convidado: RESPONDE

- Discente F: Viezzer, socióloga e educadora, escreveu no Caderno do 2º Encontro Cultivando Água Boa, em 2004 (Trechos): A complexidade das questões que a humanidade enfrenta estão retratadas em documentos planetários diversos, fruto do avanço do conhecimento e da consciência da humanidade. Entre eles, alguns merecem destaque particular por centrar-se nos valores, crenças e princípios necessários à implantação das mudanças tecnológicas sociais que se fazem necessárias para salvar o planeta Terra. A Carta da Terra é um deles. A complexidade das questões aos quais nos defrontamos dia a dia é um convite permanente a adquirimos mais conhecimentos, ter consciência mais esclarecida, desenvolver novas atitudes e aprender novas habilidades que nos permitirão participar, efetivamente, enquanto cidadãs e cidadãos deste planeta, na busca da qualidade de ambiente e de vida para nós e as futuras gerações. A Educação Ambiental deve ser uma práxis de transformação social, onde a palavra ambiente não é compreendida e interpretada somente do ponto de vista ambiental, mas em conjunto ao social, histórico, político e ético. - Locutor: Percebemos que cuidar e respeitar a Comunidade de Vida é cuidar de si mesmo, ou seja, é cultivar a preocupação com a própria sobrevivência, e sobrevivência requer saúde individual e coletiva, e isto significa a união de pessoas envolvidas com o cuidado de si e da natureza, da qual somos parte integrante; é cuidar também da saúde ambiental. O texto de Nelson Gouveia, intitulado Saúde e meio ambiente nas cidades: os desafios da saúde ambiental nos afirma que, nos últimos tempos, (Trechos): observa-se uma maior aproximação entre as preocupações com questões relacionadas às condições de saúde da população e com o meio ambiente, principalmente o meio ambiente urbano onde essa população vive. Essa revolução urbana pela qual quase o mundo todo vem passando, caracterizada pelo crescimento das cidades, trouxe também consequências ambientais profundas. Entretanto, é possível afirmar que a degradação do meio ambiente pelo homem tem sido pior principalmente nos países mais pobres, uma vez que neles a urbanização vem ocorrendo de maneira muito rápida e, pode-se afirmar, na maioria das vezes, de forma não planejada, não controlada. Populações inteiras, em geral as mais pobres, que residem na periferia dos grandes centros urbanos e em outras áreas menos privilegiadas das cidades, vivem em condições inadequadas de moradia, sem acesso aos serviços básicos, e ainda expostos a diversos contaminantes ambientais típicos do desenvolvimento, como a poluição por produtos químicos e a poluição atmosférica. - Música: Salve a Natureza (Beth Carvalho) - Locutor: A sociedade em geral, sobretudo as populações mais carentes, vêm enfrentando o convívio diário com as aflições típicas de países desenvolvidos: problemas psicossociais (drogas, crime, doença mental, alcoolismo etc.), alta incidência de doenças crônico-degenerativas,

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além dos problemas decorrentes da saturação do meio ambiente para absorver o impacto de transformações tecnológicas, como o aumento da poluição química, física e biológica da água, ar e terra, decorrente da industrialização, transporte, produção de energia. Mas, ao mesmo tempo, ainda não conseguiu se livrar por completo de inúmeros males característicos de países pobres como as doenças infectocontagiosas, e aquelas decorrentes da provisão insuficiente de serviços. A poluição, ao mesmo tempo sinônimo de desenvolvimento industrial e poderio econômico, hoje está cada vez mais associada com a pobreza e o subdesenvolvimento. Enquanto os benefícios das inovações tecnológicas ficam delimitados a uma parcela da população que a eles tem acesso, a maior parte dos efeitos negativos gerados por esta inovação é dividida por todos, sendo que, muitas vezes, a parcela maior desses efeitos negativos termina ficando com os mais pobres, ou politicamente mais fracos. No Brasil, os resultados desse modelo de desenvolvimento, são as crescentes disparidades inter-regionais e interurbanas, com desigualdades cada vez maiores entre pobres e ricos na relação com o meio ambiente menos poluído e no acesso a esse mesmo meio. É importante frisar que a condição socioeconômica é o que determina, na maioria das vezes, a qualidade e a quantidade da exposição ambiental, uma vez que grande parte da população vivencia ou experimenta o meio ambiente por meio da pobreza. Enquanto as políticas de saúde, os recursos e as instituições da área têm se concentrado principalmente no tratamento e nos cuidados dos doentes, ficando a prevenção em segundo plano, as políticas e os movimentos ambientais se distanciaram dos temas relacionados à saúde. Em sua opinião, qual é a relação existente entre políticas públicas, EA, condições socioeconômicas e saúde? - Convidado: RESPONDE - Discente F: É preciso, portanto, uma reincorporação das questões do meio ambiente nas políticas de saúde e a integração dos objetivos da saúde ambiental numa ampla estratégia de desenvolvimento sustentável. O futuro é urbano, e é neste contexto que se encontra hoje a saúde ambiental, com os desafios de promover uma melhor qualidade de vida e saúde nas cidades e a oportunidade de enfrentar nosso absurdo quadro de exclusão social, sob a perspectiva da equidade. Leonardo Boff nos lembra de que precisamos de saúde, e que a mesma se faz necessária para nossa sobrevivência. A doença significa que algo não vai bem. E algo que não vai bem, se não é corrigido a tempo, acaba por consumir a vida. Sabemos que a saúde do planeta Terra (água, ar, solo, seres vivos) não vai bem. Se não tratarmos a causa do problema e seguirmos rigorosamente o tratamento, vamos acabar nos destruindo. Dependemos uns dos outros. Vamos nos unir e repassar informações, cobrar mudanças, fazer a diferença, salvar nossa vida!

- Locutor: Agrademos sua companhia. Fique com Deus e até a próxima quarta-feira, as 09h00min, aqui, na Verde Oeste FM. - Convidado: despede-se. - Discente F: despede-se. - Vinheta

Atenção:

A linguagem utilizada na rádio comunitária deve ser

clara e atrativa, de maneira a envolver o ouvinte.

Deve-se ter muito cuidado com dicção das palavras e

o ritmo da leitura .

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SENSIBILIZAÇÃO OU CONSCIENTIZAÇÃO?

As diversas situações ambientais nos orientam na busca de uma resposta

para as seguintes questões: O que devo fazer? Como devo proceder? Para quê

mudar minhas atitudes?

A resposta para tais questões deve ser única: ser um cidadão crítico,

conhecedor de seus direitos e deveres, atuante na sociedade em que vive, a fim

de melhorar a convivência com a Casa Comum, com todos os desafios, em

respeito às gerações presentes e futuras.

Devemos provocar em nós mesmos profundos questionamentos sobre a

nossa responsabilidade e relacionamento com o meio ambiente, como também

reconhecer de que somos seres divinos,

dotados de inteligência e de senso crítico

que podem e devem provocar mudanças

efetivas para melhorar nossa relação com

as outras pessoas, na busca de melhores

condições de vida, vendo no outro e na

natureza um pouco de nós mesmos.

A Educação Ambiental (EA) em sua

vertente crítica deve favorecer esse espaço

de reflexão e, por meio da

radiocomunicação, oportunizar informações

sobre diferentes questões ambientais e a

relação das mesmas com os segmentos

social, político, econômico, ético e cultural.

Saiba mais...

Recomenda-se assistir aos

vídeos da Escola Interativa

realizados pela equipe de EA

da SEED, os quais abordam

os mais diversos temas

sobre esta práxis. Os

mesmos estão disponíveis

no endereço eletrônico

<http://www.educadores.di

aadia.pr.gov.br/modules/co

nteudo/conteudo.php?conte

udo=1385>. Acesso em 11

set. 2016.

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Público Alvo Discentes da 3ª série do Ensino Médio e Comunidade de Ouro Verde do Oeste.

PLANO DE AÇÃO

Tema: Educação Ambiental Hora/aula: 02

Conteúdos: Se o problema não é meu, é de quem?

Áreas de conhecimentos escolhidas: Arte, Biologia, Filosofia e Sociologia

Objetivo Geral: Reconhecer a necessidade de mudanças individuais e coletivas que colaborem para minimizar os impactos ambientais, local e global.

Objetivos Específicos:

Analisar diferentes situações ambientais, propondo soluções para as mesmas;

Propor estratégias de intervenção para as diversas questões ambientais.

Justificativa do tema A grave crise ambiental que assola o mundo todo é consequência de várias situações pontuais que vão se agravando com o passar do tempo. Uma comunidade, por menor que seja, faz parte deste planeta chamado Terra, e todas as ações desenvolvidas em qualquer espaço vão se completando e interferindo a favor ou contra a nossa existência. Nossa espécie é bem mais frágil do que a percebemos. É fundamental que comecemos a aceitar que a mudança a favor da vida é necessária e urgente. É preciso parar de colocar a culpa sempre em alguém que não seja nós mesmos. Somos todos responsáveis pelas situações as quais enfrentamos, seja social, política, ética ou ambiental. O desenvolvimento da cooperação entre os povos para a busca de alternativas de sobrevivência, considerando os diferentes aspectos que fazem parte da vida humana não pode mais esperar.

Execução Ação 1: Realizar uma análise crítica dos textos indicados para leitura na atividade dirigida da oficina III: “A degradação da biodiversidade”; “As teias alimentares e a extinção das espécies”; “Biosfera 2: uma arca de Noé malsucedida”; A “Carta da Terra”. Ação 2: Realizar a variação da dinâmica “Hiperarquipélago”. Ação 3: Assistir ao vídeo “O Planeta Terra é você”. Relacioná-lo com as reflexões realizadas até o momento. Ação 4: Produção de cartazes para exposição a partir da questão: “A informação pode contribuir para que repensemos nossas ações?”. Realizar a apresentação dos trabalhos e uma discussão coletiva sobre os mesmos.

Recursos utilizados - Cartolina; - Cola; - Tesoura; - Régua;

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- Pincel atômico; - Lápis de cor; - Revistas; - Projetor Multimídia.

Referências Carta da Terra. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/carta_terra.pdf>. Acesso em 09 set. 2016. DIAS, Genebaldo Freire. Um Grande Desafio: Dimensões Humanas das Alterações Ambientais Globais. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2000, p. 243-254. ______. As Atividades de Educação Ambiental Urbana. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2000, p. 255-337.

ORGANIZAÇÃO DOS ENCAMINHAMENTOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS DA AÇÃO

Nº Desenvolvimento das ações: Tempo Previsto

1 Análise crítica de textos. 20 min

2 Variação da dinâmica “Hiperarquipélago”. 20 min

3 Vídeo “O planeta Terra é você”. 10 min

4 Produção de cartazes. 50 min

Tempo Total: 01h40min

Descrição da oficina ATIVIDADE 1 Retomar os textos propostos na atividade dirigida da oficina III: a) “A degradação da biodiversidade”; b) “As teias alimentares e a extinção das espécies”; c) “Biosfera 2: uma arca de Noé malsucedida”; d) A “Carta da Terra”. Realizar uma contextualização descritivo-analítica de cada texto. ATIVIDADE 2 Realizar a variação da dinâmica “Hiperarquipélago”. Todos devem ficar sentados em seus devidos lugares, como para a aplicação de uma prova. Cada discente deverá ter uma folha de papel com seu nome e a numeração de 01 a 10. O docente fará a leitura de dez questões, uma por vez, e o discente deverá marcar, de caneta, sem nenhum borrão, V (verdadeiro) ou F(falso) para cada questão; não pode haver nenhum comentário durante a leitura das questões.

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Saiba mais...

Um projeto muito interes-sante tem sido realizado há muitos anos no Paraná, proporcionando uma verda-deira convivência do ser humano consigo mesmo em com a natureza, em um encontro maravilhoso per-meado de conhecimento e do verdadeiro respeito ao meio ambiente. Trata-se do Projeto Projeto Litoral Nota CEM, Conhecer para Com-servar, Universidade Federal do Paraná. Conheça mais sobre o mesmo acessando o endereço disponível em <

http://www.cem.ufpr.br/litoralnotacem/>. Acesso em 11 set. 2016.

Ilha do Mel. FONTE: <http://www.cem.ufpr.br/litoralnotacem/>. Aceso 11 set. 2016.

Após esta etapa, proceder à troca das folhas de respostas entre os discentes de maneira que cada um tenha em mãos uma folha que não seja a sua. Realizar novamente a leitura de cada questão para haja a correção e discussão de cada situação proposta. ATIVIDADE 3 Assistir ao vídeo “O Planeta Terra é você”. Promover uma discussão coletiva, correlacionando-o às temáticas trabalhadas até o momento.

ATIVIDADE 4 Atividade em grupo: produção de cartazes a partir da questão: “A informação pode contribuir para que repensemos nossas ações?” Após a apresentação em sala, serão expostos no saguão da escola.

Resultados esperados Espera-se que ocorra uma análise do comportamento individual sobre as diferentes questões ambientais, bem como a relação existente com o coletivo, pensando localmente e globalmente. Que esta análise possa provocar mudanças nas atitudes, não só ambientais, mas na postura crítica de cidadãos que podem interferir positivamente na sociedade em que vivem.

Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=SPv7Mr39jTU>. Acesso em 09 set. 2016.

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REFERÊNCIAS

ANTUNES, Celso. Manual de técnicas, de dinâmica de grupo, de sensibilização, de ludopedagogia. Petrópolis: Vozes, 1987. p.29-30. Carta da Terra. Disponível em:< http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/carta_terra.pdf>. DIAS, Genebaldo Freire. Um Grande Desafio: Dimensões Humanas das Alterações Ambientais Globais. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2000, p. 243-254. ______. As Atividades de Educação Ambiental Urbana. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2000, p. 255-337. LEROY, Jean Pierre; PACHECO, Tania. Democracia. JUNIOR, Luiz Antonio

Ferraro (Org.) Encontros e Caminhos: formação de educadoras(es)

ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA, 2005. p.127-140.

MUNHOZ, Déborah. Alfabetização Ecológica: de indivíduos às empresas do século XXI. LAYRARGUES, Philippe Pomier (Org.). Identidades da Educação Ambiental Brasileira. Brasilia: MMA, 2004. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/livro_ieab.pdf>. Site: PROJETO LITORAL NOTA CEM. <http://www.cem.ufpr.br/litoralnotacem/ DIA A DIA EDUCAÇÃO. <

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.

php?conteudo=1385>.

Vídeo: O Planeta Terra é você. Despertai Consciências, 2013. Disponível em: <

https://www.youtube.com/watch?v=SPv7Mr39jTU>.

Site para preparar aula < https://meioambienteportalprofessor.wordpress.com/sugestoes-de-aulas/>: disponibiliza uma série de planejamentos que envolvem diversos temas sobre meio ambiente, da Educação Infantil ao Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional.

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Material de apoio ATIVIDADE 2: Questões para aplicação da dinâmica “Hiperarquipélago”:

1. O crescimento da população no meio urbano ocasiona sérios problemas ambientais.(V) 2. O recolhimento e tratamento dos resíduos sólidos não ocorrem corretamente devido a falta de comprometimento da população e do poder público, pois basta que todos separem corretamente o lixo domiciliar para a resolução de muitos problemas.(F) 3. A problemática do lixo é uma questão de saneamento básico, uma vez que a disposição final do mesmo deve ser realizada em lixões a céu aberto e também em aterro sanitário ou controlado, como forma de não deixar que os mesmos fiquem espalhados na cidade. (F) 4. Um dos motivos do crescimento humano nas cidades foi o êxodo rural, na busca de trabalho e melhores condições de vida. (V) 5. A palavra sustentabilidade se refere ao uso dos recursos naturais sem prejuízo da natureza, garantindo a nossa sobrevivência e a das futuras gerações e deve ser pensada em um prazo de 10 anos a partir da Política Nacional de Resíduos Sólidos, constituída por meio da Lei 12.305/2010. (F) 6. A dignidade humana esculpida no art. 1º, inciso III da Lei 12.305/2010 é outro importante dispositivo de singular importância para a causa ambiental que, por elementar, guarda relação necessária com o consumo sustentável. O consumo sustentável busca a satisfação das necessidades mais básicas do ser humano e, portanto, sem esse atendimento a dignidade da pessoa humana restará sempre comprometida (COMPARATO, 2010). (V) 7. O lixão demonstra o que há de mais primitivo em termos de disposição final de resíduos, pois, constitui-se, basicamente na coleta e transporte destes para um local afastado e descarregado diretamente no solo, porém apresenta alguns pontos positivos, pois busca certos cuidados em seu tratamento final, na preocupação de não prejudicar a saúde da população local. (F) 8. O depósito em aterro sanitário, por sua vez, é a forma de disposição dos resíduos sólidos que corresponde à disposição de refugos na terra, sem criar prejuízos ou ameaças à saúde e segurança pública, pela utilização de princípios de engenharia que confinam o refugo ao menor volume possível, cobrindo-o com uma camada de terra na conclusão de cada dia, ou mais frequentemente de acordo com o necessário (MACHADO, 2007, p. 564). (V) 9. O aterro sanitário não oferece nenhum risco à população, pois por meio dele evita-se a contaminação das águas subterrâneas, do ar e do solo. (F) 10. A melhor forma para se equacionar um problema é trabalhando com as causas ao invés de tratar as consequências. Com os resíduos sólidos, percebe-se que essa lógica é muito bem vinda, pois, se houver mecanismos para minimização dos mesmos, boa parte dos problemas relacionados estará equacionada. Pensando nisso a sustentabilidade na produção e no consumo foi contemplada na Lei 12.305/2010. (V)

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ATIVIDADE 4: Design para a produção dos cartazes:

PROGRAMA RADIOFÔNICO

Ao proporcionar informações sobre EA vai-se criando estreitos laços com a comunidade em geral, favorecendo assim, uma convivência mais profunda com as questões ambientais, em um repensar da importância de nossas ações sobre o meio ambiente e a qualidade de vida.

PROGRAMA 7: Se o problema não é meu, é de quem? - Roteiro (30 min.)

- Vinheta: - Locutor: Bom dia! Que o otimismo seja nosso amigo no dia de hoje. Mais uma quarta-feira, mais um programa de EA no ar. Obrigado a Deus por esta oportunidade (Discente G e Convidado apresentam-se).

- Música: Bom dia (Nando Reis) - Locutor:

Hoje vamos refletir sobre o texto de Déborah Munhoz, intitulado “Alfabetização Ecológica: de indivíduos às empresas do século XXI” (Trechos): Assim como o ambiente precisa ser percebido na sua totalidade, a Educação Ambiental também precisa ser vista e praticada na sua integralidade. É comum a prática de uma Educação Ambiental voltada para o cuidado externo. A primeira casa, no entanto, habitada pelo ser humano é constituída pelo seu próprio ser, seu próprio corpo. Desta forma, a Educação Ambiental precisa ser praticada tanto nas diferentes dimensões do ambiente interno de cada um (físico, mental, emocional, espiritual) quanto nas dimensões do ambiente externo (relacionamentos interpessoais e com as demais manifestações da natureza). Para isso, a autora utiliza duas contribuições: a chamada Ecologia Integral, e a Interdependência entre ambiente interno e externo e valores. A ecologia integral reúne as dimensões do ser humano, da sociedade e da natureza. É composta por: Ecologia pessoal, Ecologia social e Ecologia ambiental. A Ecologia pessoal está relacionada ao cuidado que devemos ter com o nosso corpo. Isto inclui a prática de alimentação saudável, respiração correta, o movimento físico, o sono reconfortante e o descanso necessário. Relaciona-se com o conhecimento e entendimento de nossos estados

TÍTULO

INFORMAÇÃO

AMBIENTAL

IMAGEM/FIGURA/

DESENHO

DICA/SUGESTÃO

AUTORES

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emocionais com a finalidade de torná-los cada vez mais harmoniosos. Diz respeito também à nossa mente, a atenção que devemos dar aos nossos pensamentos e às informações que os alimentam, tais como músicas, diálogos internos ou programas de TV. E com nossa espiritualidade, buscando uma conexão interna com as outras pessoas, com o planeta e com cosmos.

- Discente G: A Ecologia social expande o cuidado pessoal para com as outras pessoas com as quais nos relacionamos, assim como para com toda a espécie humana. É solidariedade, diálogo, solução pacífica dos conflitos, compartilhar, respeitar as diferenças, dedicação às causas ligadas à justiça social e à conquista de uma vida digna para todos. Por fim, a ecologia ambiental propõe uma união profunda com a natureza, trazendo à consciência a estreita relação de interdependência entre a vida humana e não humana. Desta compreensão, nasce a necessidade de praticar a simplicidade voluntária, optar pelo conforto essencial, pelo consumo consciente. O estado interior de uma pessoa afeta seus pensamentos, ideias e os desejos de sua mente. A saúde da mente está diretamente conectada com a saúde do corpo. A saúde da mente e do corpo determina o estado dos relacionamentos que, por sua vez, geram a condição da sociedade e a forma com que ela se relaciona com o ambiente externo (fauna, flora, água, ar, solo, pessoas, setor de uma empresa, de uma escola...). É possível perceber no mundo o resultado da própria patologia da sociedade humana. Em muitas práticas de Educação Ambiental, o conhecimento e a orientação para a ação diz respeito somente ao ambiente externo ao indivíduo. Muitos esforços vêm sendo feitos pelos educadores e educadoras ambientais e outros profissionais da área ambiental para que pessoas ou empresas mudem a atitude em relação ao ambiente externo. Na minha percepção, poucos vêm se ocupando da educação para o autoconhecimento: corpo, emoções, palavras, relacionamentos, pensamento, sentimentos, caráter. Este costume pode ser interpretado como uma consequência da cultura da aparência.

- Locutor: Num processo de expansão do pensamento e sentimento, a Educação Ambiental ainda pode ser compreendida como sendo um processo permanente de ampliação da consciência de ser parte da Terra e sentir-se em casa, desenvolvendo uma cidadania planetária e cósmica. Na cultura indígena, nós fazemos parte da Terra, somos a Terra. Dentro dessa sabedoria ancestral, a relação de cada homem e mulher com a Terra é de profunda reverência. De filho/filha para com a grande mãe, que gera, nutre, que dá a vida. Essa mesma relação é encontrada em culturas muito antigas, matriarcais, espalhadas por todo o mundo. Dentro da cultura patriarcal, nos sistemas formais e informais de ensino, temos dificuldade na internalização do princípio ecológico da Interdependência. Aprendemos a estabelecer acordos injustos, nos quais uma das partes tem o máximo de vantagens em detrimento da(s) outra(s) parte(s) envolvida(s) na negociação. Tem sido assim nas relações entre comunidades humanas e natureza: tudo para os ecossistemas humanos, para as máquinas e para os fortes e/ou ricos, nada para os demais ecossistemas, nem para os pobres e/ou fracos; entre países ricos e pobres, entre grandes e pequenas empresas, entre empresas e fornecedores, entre Estado e população; entre empregador e empregado (te pago o suficiente para você sobreviver e não me deixar; quero que você dê o seu sangue pela empresa, desenvolva novas habilidades por sua conta, mas a empresa não tem nenhum compromisso com você). É preciso repensar nossas atitudes, de maneira justa e solidária. - Música: O último julgamento (Milionário e José Rico) - Locutor: Dentro dos ecossistemas diferentes espécies se associam por meio da competição e da cooperação. Nosso sistema econômico optou predominantemente pela competição, em detrimento da cooperação entre as partes, conduzindo-nos aos atuais padrões insustentáveis da civilização. Dentro da teia da vida, no entanto, estamos todos interconectados. Estamos em rede. Uma rede pode ser formalmente definida como um agrupamento de pontos (também chamados de elos ou nós) que se liga a outros pontos por meio de linhas, conexões. São essas linhas ou conexões que fazem a rede. Os pontos podem ser células, pessoas, organizações, equipamentos, etc. A vida se organiza e se manifesta em redes: redes de células neurais, sociais, organizacionais. Redes de bancos,

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supermercados, computadores, e a qualidade da rede vai depender do relacionamento entre seus pontos (ecologia social). Quando pensamos em relacionamento, particularmente entre seres humanos, precisamos também pensar em negociação. No estabelecimento de uma parceria, seja ela qual for: um namoro, um casamento, uma sociedade, uma relação entre empresa e fornecedores, a relação é sustentável se e somente ela é boa para todas as partes envolvidas. Há uma relação simbiótica, de cooperação, de ganha-ganha, de crescimento mútuo. Nas parcerias, com o passar do tempo, a relação amadurece permitindo que cada um dos envolvidos saiba as necessidades do outro e faça o melhor de si para atendê-lo, respeitando a sua própria vocação e especialidade, e sem colocar em risco a sua própria sobrevivência. Desta forma, as relações se tornam sustentáveis e sustentabilidade quer afirmar que se mantêm ao longo do tempo. Em sua opinião, existe diferença entre os termos meio ambiente e natureza? Se existe, qual(is) é (são)? Como deve ser a relação do ser humano com o meio ambiente, de forma a garantir a sobrevivência de nossa espécie, pensando também nas gerações futuras, mas sem destruí-lo (se isso for possível)?

- Convidado: RESPONDE - Discente G:

Com o passar dos anos, as partes envolvidas aprendem, mudam, se adaptam às necessidades umas das outras, coevoluem. Coevolução é outro princípio da natureza. As espécies vivas que habitam o planeta têm uma história evolutiva em comum. Da mesma forma, as organizações humanas possuem histórias conjuntas com seus consumidores e fornecedores. Consumidores mais conscientes do ponto de vista socioambiental provocam mudanças em empresas. Da mesma forma, uma grande empresa ao se tornar socialmente responsável, passa a provocar mudança nos seus fornecedores e demais partes. E mudança envolve dinamismo, flexibilidade. A natureza não é estática e muda constantemente dentro de certos limites de tolerância. Os próprios genes mutam ao longo do tempo. Esse eterno mover entre limites é chamado de estado de equilíbrio dinâmico e é encontrado por toda parte: do universo atômico aos macrossistemas. É pelo equilíbrio dinâmico que um surfista se mantém em pé na prancha, em cima de uma onda. É um eterno ceder e recomeçar a cada instante. No momento em que enrijece, o surfista cai. Trazendo tal princípio para as comunidades humanas, o princípio da flexibilidade deve estar presente nos processos de negociação, onde ambas as partes devem conhecer seus limites de tolerância e na resolução de conflitos. A flexibilidade um ecossistema está relacionada com sua diversidade, da riqueza e complexidade de suas teias ecológicas e de suas redes de relações.

- Locutor: Temos todos que passar pela Alfabetização Ecológica, que consiste no conhecimento, internalização e implementação de princípios ecológicos nas comunidades humanas: Interdependência, Cooperação e Parceria, Coevolução, Flexibilidade, Diversidade, Equilíbrio dinâmico, Reciclagem e Ciclos Ecológicos, Fluxo de energia, Redes. Existem muitos desafios para adotar tais princípios, mas penso que a maior barreira para a implantação destes princípios está no interior de cada um. Temos nossa própria zona de conforto e sair deste estado confortável dá trabalho, implica em mudança. E mudança exige esforço, coragem, vontade, garra, determinação, comprometimento, perseverança, empreendedorismo, aventura, risco. Tudo o que as empresas buscam de seus funcionários para vencer. Então, é preciso aprender a cooperar com a mudança! Há outro nível de cooperação: o interno, pessoal. Quando olho meus limites, percebo o que dou conta de mudar e o que não dou e coopero comigo, diminuindo minha pressão sobre mim mesmo. À medida que aprendo a cooperar comigo aprendo a cooperar com os outros. Torno-me mais tolerante. Quando estabeleço estratégias de melhorias internas, planejo melhor minha vida e parto para a ação; fica mais fácil planejar mudanças externas e intervir quando necessário. - Música: Natureza, espelho de Deus (Chitãozinho e Xororó) - Locutor: Torna-se importante ver a prática da ecologia pessoal como essencial para o comprometimento com a própria vida. Quanto mais desintoxicados nosso organismo e nossa mente estiverem, menos energia gastará para metabolizar substâncias desnecessárias, maior a vitalidade, a nossa disposição para agir, e teremos mais possibilidade de criarmos soluções saudáveis. Pessoas comprometidas com sua própria melhoria contínua dão melhor

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sustentação a qualquer sistema de certificação de uma organização. A espécie humana precisa urgentemente implementar o princípio da cooperação tanto entre si, quanto em relação à natureza, caso deseje continuar a existir no planeta e atingir um estado de não sofrimento. Na cadeia alimentar somos, por natureza, consumidores. Hoje, quase tudo o que usamos é feito por outros e outras que trabalham para suprir o nosso consumo. Estes outros, em sua maioria, são empresas. Uma empresa se move de acordo com os hábitos dos consumidores que a mantêm. Portanto, o ato do consumo consciente é essencial para a mudança profunda dos sistemas de produção. Nós, consumidores, damos as cartas, pois nós somos o mercado. Um mercado não tem mãos invisíveis: as mãos são nossas. Precisamos nos alfabetizar ecologicamente para alfabetizar as empresas. Como aponta Ghandi, “nós devemos ser o que queremos ver no mundo”. Você concorda com esta afirmação de Ghandi? Por que? Qual deve ser nosso papel de consumidores, em uma sociedade totalmente consumista e que vive a era das marcas e dos descartáveis? O que isto tem a ver com EA? - Discente G: A autora Déborah Munhoz, no texto “Alfabetização Ecológica: de indivíduos às empresas do século XXI”, continua: Convido vocês à empoderarem-se, a investirem no autoconhecimento, a olhar para as próprias limitações e fraquezas e assumir o compromisso pessoal de agir para a educação do próprio caráter. As nossas fraquezas são as mesmas de qualquer organização humana. Ao nos transformarmos estaremos simultaneamente transformando a família, escolas, empresas, cidades, governos, países. É preciso empreender; empreender a favor da vida! O desafio da nossa cultura (onde estão incluídas as empresas) é de tornar-se uma cultura da vida, de organizações vivas, desenvolvendo processos e tecnologias que respeitem e promovam a vida, a paz, a inclusão social e a preservação das espécies. Dentro deste contexto, a prosperidade das empresas e da sociedade do século XXI está diretamente ligada à capacidade de transformar a cultura atual em uma cultura sustentável, incluindo a ética, a flexibilidade, o respeito às diferenças nas relações sociais, o uso de energias limpas e da reciclagem no uso de materiais. Sustentabilidade significa futuro, para a espécie humana e para os negócios.

- Locutor: Pensemos em nossas ações, em nossa responsabilidade cidadã. Precisamos desenvolver atitudes concretas que vão contribuir individualmente e coletivamente para uma cidade melhor, para uma sociedade melhor. Um abraço e até o próximo programa. Contamos com sua audiência. - Convidado: despede-se. - Discente G: despede-se. - Vinheta.

PROGRAMA 8: Se o problema não é meu, é de quem? - Roteiro (30 min.)

- Vinheta - Locutor: Bom dia! Obrigada por sua audiência! Estamos juntos mais uma vez em nosso papel de cidadãos que tentam, mesmo que minimamente, fazer a diferença com o respeito para com o meio ambiente (Discente H e Convidado apresentam-se).

- Música: Bom dia (Nando Reis) - Locutor:

Vamos ouvir trechos do texto produzido por Jean Pierre Leroy e Tania Pacheco, intitulado “Democracia”. O mesmo faz parte do livro “Encontros e Caminhos: Formação de Educadoras (es) Ambientais e Coletivos Educadores”, tendo Ferraro Junior como organizador e produzido pelo Ministério do Meio Ambiente (Trechos): A noção de democracia não pode prescindir da dimensão do meio ambiente. Nossas relações humanas dependem até mesmo no que diz respeito à nossa sobrevivência, das relações que mantemos com a natureza e com o planeta. Assim como de nada adianta ciência e tecnologia avançarem de forma aética, indiscriminada, acrítica em seus objetivos e instrumentos, a defesa do direito a uma vida de

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qualidade para todos os seres humanos deve ultrapassar de muito a garantia da satisfação das necessidades básicas. Isso envolve nossa relação com a própria Terra: seu ar, água, solo, clima, riquezas, etc. Acima dos interesses particulares, acima da privatização e da mercantilização da natureza, a educação ambiental trabalha a afirmação de que os recursos naturais e o meio ambiente são ‘bens comuns’ do país e da humanidade. Acima dos interesses particulares, há o interesse geral da humanidade, a de hoje e a do futuro, de que cuidemos bem da nossa herança. Todos somos convidados a mudar de postura ou fortalecê-la, a mudar ou fortalecer a sua relação com seu meio ambiente, e a se inserir na tarefa democrática de fazer prevalecer o interesse coletivo da humanidade.

- Discente H: Sem reconhecimento dos direitos humanos não há democracia possível. Para os pobres, os excluídos, os invisíveis ou qualquer qualificação que se dê às pessoas, é quase impossível fazer valer seus direitos. Os mesmos que veem negado seu direito à educação, à saúde, à moradia, ao emprego de qualidade, veem negado seu direito ao meio ambiente. A EA tem que mostrar que a luta pelo meio ambiente é uma luta pela igualdade, e que a luta pela igualdade é uma luta pela democracia. A EA é uma educação amorosa, educação do cuidado para com a terra e para com a humanidade; educação para a paz, pois a guerra aniquila a vida, e a violência ofende a dignidade da humanidade. Não aceita que o planeta e a vida se tornem mercadoria ou lixeira da humanidade. Quer reatar os laços humanos esgarçados pela dominação de uma minoria sobre o resto da humanidade e sobre a natureza, a partir de um claro reconhecimento das responsabilidades diferenciadas e de ações de reparo. Precisamos fazer valer a democracia que tanto queremos. Democracia é ter coragem de lutar não somente por seus direitos, mas também pelos direitos do próximo, com a plena responsabilidade dos deveres que cabe a cada um. É buscar a igualdade, seja na escola, em casa, no trabalho, na igreja, em busca também de um meio ambiente equilibrado.

- Locutor: A EA vê a natureza como bem comum, herança da humanidade, e afirma que seu manejo, para a humanidade de hoje e a do futuro, é tarefa a ser discutida e compartilhada democraticamente, de maneira responsável e solidária. A sustentabilidade passa a ser tarefa nossa, pela qual resgata cidadania, se instaura o conflito na busca da boa sociedade e de outro desenvolvimento. Não devemos nos conformar com o sofrimento das pessoas e o drama que hoje vivem a humanidade e o planeta; é preciso denunciar a vida destruída e a natureza saqueada. O livro do Programa Agrinho intitulado “alguns Fios para Entretecer o Pensar e o Agir”, produzido pelo SENAR/PR, contém uma série de textos com diferentes temáticas para estudo e aprofundamento. O texto a seguir, escrito por Ferreira; Andreoli; Ihlenfeld; Pegorini, intitula-se “Desenvolvimento Sustentável “, nos ajuda a continuar nossa discussão (Trechos): Os reflexos ambientais provenientes da nossa forma de apropriação da natureza talvez sejam o grande freio natural que vai estabelecer o limite às ações humanas. A tensão causada pela forma atual de desenvolvimento do ser humano está associada a uma pressão da produção que a natureza não está sendo capaz de acompanhar. Em sua opinião, por que o termo sustentabilidade geralmente vem associado com o termo cidadania? O desenvolvimento de ações sustentáveis é suficiente para conseguirmos um ambiente equilibrado? - Convidado: RESPONDE - Locutor: A música a seguir nos faz repensar no conceito de felicidade, associando-o com a responsabilidade individual e coletiva sobre muitos fatores que afetam diretamente nossas relações e nossa sobrevivência. - Música: Pra ser feliz (Daniel) - Discente H: A ação do homem na natureza possui um potencial desequilibrador muito grande, chegando a ameaçar a permanência dos sistemas naturais e a sua própria sobrevivência. Da mesma forma que o desenvolvimento tem pressionado o ser humano, pela eficiência, o meio ambiente está sendo pressionado para atender às demandas materiais e para receber os resíduos gerados neste modelo que se curvou ao consumo. Qual é o reflexo ambiental dessa

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dificuldade terrível que a humanidade está passando? Uma pressão de produção muito acima dos limites ambientais, que tem impactos imediatos e em longo prazo sobre a eficiência econômica e sobre a sustentabilidade ambiental. O conceito de desenvolvimento sustentável foi lançado como fruto da Conferência de Estocolmo, em 1972, assunto este já abordado no programa 1. Designado na época como ‘abordagem do ecodesenvolvimento’, o conceito vem sendo continuamente aprimorado e hoje possuímos uma compreensão mais aprimorada das complexas interações entre a humanidade e a biosfera. Em essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas.

- Locutor: Em outras palavras, o desenvolvimento somente será sustentado quando for economicamente viável, ambientalmente adequado e socialmente justo para a humanidade como um todo. Para ser alcançado, depende de planejamento em longo prazo e do reconhecimento de que os recursos naturais da Terra são finitos e de todos. Não se trata de interromper o crescimento, mas de eleger um caminho que garanta o desenvolvimento integrado e participativo e que considere a valorização e o uso racional dos recursos naturais. Valores éticos também são componentes importantes da ideia de desenvolvimento sustentável, pressupondo a melhoria da qualidade de vida humana dentro dos limites da capacidade de suporte dos ecossistemas. O desenvolvimento sustentável sugere a necessidade de mudança de paradigmas, o desafio da mudança dos padrões de consumo atuais, da substituição da quantidade pela qualidade, da redução do uso de matérias-primas e produtos e do aumento da reutilização e da reciclagem. Lembremos que reciclagem é a recuperação, reprocessamento ou reutilização de materiais descartados como alternativa à sua disposição final em forma de resíduo. A principal contribuição do conceito de desenvolvimento sustentável é tornar compatíveis duas grandes aspirações globais: o direito ao desenvolvimento, sobretudo para os países em patamares insatisfatórios de renda e riqueza, e a preservação ambiental, um direito desta e das futuras gerações. Para você, quais são as ações que nós, cidadãos conscientes da necessidade de mudança nos vários âmbitos da vida social, e aqui nos referimos também ao âmbito ambiental, político, entre outros, podemos desenvolver para garantir que o que é de direito de cada pessoa seja respeitado? Parece uma utopia querer provocar mudanças radicais, mas percebemos que muitas mudanças são urgentes e necessárias. Então, o que fazer? - Convidado: RESPONDE - Locutor: Ouçamos a música Semente, do grupo Daarppop Boys. - Música: Semente (Daarppop Boys) - Locutor: A espécie humana agrediu a natureza mais que todos os outros seres vivos do planeta em todos os tempos. A natureza está agora cobrando a conta pelos excessos cometidos na atividade industrial, na ocupação humana dos últimos redutos selvagens e na interferência do homem na reprodução e no crescimento dos animais que domesticou. A começar por seus bens mais preciosos, a água e o ar, a atividade humana mostra uma tendência suicida. Com a mesma insolência de quem joga uma casca de banana ou uma lata de refrigerante pela janela do carro pensando que está se livrando da sujeira, a humanidade despeja todos os anos bilhões de toneladas de lixo. Quem mais sofre com a poluição são os recursos hídricos. Embora dois terços do planeta sejam água, apenas uma fração dela se mantém potável. Se a Terra fosse do tamanho de uma bola de futebol, a atmosfera teria a espessura de uma lâmina de barbear. Pois bem, esta estrutura delicada vem recebendo cargas de fumaça e gases venenosos num ritmo alucinante. E os animais? Os animais são extintos num ritmo cinquenta vezes mais rápido que o trabalho seletivo da evolução natural das espécies. - Discente H: Sem se dar conta, os mais de 6 bilhões de pessoas tornaram-se um fardo pesado demais para o planeta. Tanto sobre o solo quanto no mar e no ar. Agora, a natureza está mandando a conta. Um exemplo disto é o aquecimento global, cuja causa mais provável é a

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concentração na atmosfera de gases produzidos pela queima da gasolina, óleo e outros combustíveis, por fábricas e veículos. O acúmulo destes gases poluentes encapsula o calor do sol e não deixa que ele escape para o espaço sideral, transformando a atmosfera numa estufa. A verdade é que a humanidade enfrenta um desafio crescente: manter o planeta Terra apto para a sobrevivência e o desenvolvimento das próximas gerações. Trata-se de um desafio novo; nunca antes o ser humano preocupou-se com a preservação do seu entorno de forma global, como planeta. A gravidade como se apresentam a depredação e a poluição, tem obrigado o desenvolvimento de tecnologias, políticas e regras de conduta específicas para a contenção do processo de degradação ambiental, embora nem sempre com o êxito desejado ou necessário. A agenda 21 deixa claro que desenvolvimento sustentável não significa paralisar o crescimento econômico, mas reorientá-lo em busca de soluções para os problemas ambientais e sociais que tem degradado a Terra e os seres humanos ao longo das últimas décadas. - Locutor: A relação homem-natureza é fundamental para a sobrevivência de ambos. Desta forma, para você, como deve ocorrer esta relação para que se garanta o equilíbrio necessário e se possa garantir a continuidade da vida e do planeta Terra como um todo? - Convidado: RESPONDE - Locutor: Vamos relembrar pontos importantes para nosso respeito para com o ambiente e a vida: reveja seu dia a dia e tome as atitudes ecológicas que julgar mais corretas e adequadas; verifique os recursos utilizados e o resíduo gerado. Confira se há desperdício de matéria-prima e até mesmo de esforço humano. A meta será encontrar meios para reduzir o uso de recursos e desperdícios; procure certificar-se, ao comprar produtos, que são biodegradáveis. Procure por produtos mais duráveis, de melhor qualidade, recicláveis ou que possam ser reutilizáveis; incentive os outros falando sobre a importância de agirem de forma ambientalmente correta, especialmente em relação ao combate ao desperdício; não desperdice e ajude a implantar e participe da coleta seletiva de lixo; evite poluir o meio em que vive, diminuindo o uso de produtos tóxicos. Faça um plano de descarte, incluindo pilhas, baterias, cartuchos de tinta; evite riscos, verificando todas as possibilidades de acidentes ambientais e participe do esforço para minimizar seus efeitos; nos casos de problemas que possam prejudicar seu vizinho ou outras pessoas, tome a iniciativa de informar em tempo hábil para que possam minimizar prejuízos.

- Locutor: Procure sempre se informar. Procure ajuda. Quando existem questões para serem respondidas, quando existem dúvidas, procure pela resposta. Sempre há alguém disposto a colaborar e a fazer a diferença. Não podemos deixar de buscar a mudança necessária para que possamos garantir nossa sobrevivência, assim como a sobrevivência das futuras gerações. Pensemos no que ouvimos hoje. Também deixamos uma questão para profunda reflexão: é possível, portanto, pensar e praticar a EA em nosso dia a dia? - Convidado: despede-se. - Discente H: despede-se. - Vinheta.

Para relembrar...

RÁDIO COMUNITÁRIA: Programação

Deve promover o desenvolvimento da comunidade: fomentar

o exercício da cidadania, pois sua missão é atender aos

interesses da comunidade. É um espaço de divulgação de

ideias, manifestações culturais, artísticas e folclóricas,

hábitos sociais, serviços, atividades educacionais, saúde e

ambientais etc..

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EDUCAR PARA A CIDADANIA

Um grande desafio vem sendo proposto desde a primeira oficina deste

caderno pedagógico: um repensar da sociedade, a maneira como está organizada

e nosso compromisso com as mudanças que se fazem necessárias, nos mais

diferentes setores, reconhecendo que ser um cidadão participativo é buscar o que

é correto perante as tantas desigualdades e dificuldades a que estamos sujeitos

diariamente, mesmo sabendo que as transformações ocorrem lentamente.

Acreditar que podemos fazer sempre mais e melhor é imprescindível para o

momento crítico em que vivemos, compreendendo que as ações individuais levam

às ações coletivas, para assim conseguir alcançar o diferencial socioambiental

que nos faça ser pessoas sensibilizadas e conscientes de nossas

responsabilidades.

O ser humano é parte integrante do meio em que vive, e não basta apenas

pensar no meio ambiental, pois a palavra meio ambiente vai, além disto. Portanto,

a análise da realidade local nos remete a

realidade global, na harmonia da

sobrevivência, na busca da cooperação, no

equilíbrio de nossas ações. É desta forma

que deve ser pensada, repensada e

vivenciada a Educação Ambiental (EA), na

educação formal, não formal e informal.

As oficinas realizadas tem o objetivo

de permear todas essas discussões, e, ao

aproximar ainda mais a escola e a

comunidade, reconhecer que a educação

para a cidadania deve continuar...

Para saber mais leia o Art. de

Regina Aparecida Machado de

Souza: “Educação ambiental e

cidadania”, o qual faz parte do

livro “Meio ambiente e escola”. O

texto traz informações sobre a

importância da cidadania para as

decisões ambientais que podem

e devem ser construídas no

ambiente escolar. Disponível em:

<http://www.mma.gov.br/estrut

uras/agenda21/_arquivos/Cader

nodeDebates10.pdf>. Acesso em

21 set. 2016.

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Público Alvo Discentes da 3ª série do Ensino Médio e Comunidade de Ouro Verde do Oeste.

PLANO DE AÇÃO

Tema: Educação Ambiental Hora/aula: 03

Conteúdos: Sou cidadão: como penso e pratico a EA?

Áreas de conhecimentos escolhidas: Arte, Biologia, Língua Portuguesa, Filosofia e Sociologia.

Objetivo Geral: Debater sobre a necessidade de uma nova postura em relação ao meio ambiente em defesa da vida.

Objetivos Específicos:

Reavaliar a importância apresentada pela Educação Ambiental;

Interpretar diferentes situações presentes nas charges, e sua influência sobre a sensibilização ambiental;

Analisar a responsabilidade individual em relação aos desafios locais e globais.

Justificativa do tema A EA sugere perpassar os limites da escola e de seu entorno, alcançando toda a comunidade, pois a necessidade de compreendê-la em sua essência é fundamental para perceber o que esta práxis representa no sistema capitalista da sociedade que temos, ao procurar garantir nossa sobrevivência sem diminuir os padrões de qualidade a qual estamos acostumados, mas, ao mesmo tempo, adotando critérios e regras que minimizem os impactos humanos sobre a natureza e, consequentemente sobre os recursos naturais. Pensar e praticar uma EA que seja realmente efetiva necessita da percepção de que devemos, e podemos, desenvolver estratégias que terão impactos positivos sobre todas as formas de vida, pois somos coautores de nossa própria existência.

Execução Ação 1: Apresentação de slides com charges sobre degradação ambiental realizando a compreensão e interpretação coletiva das mesmas; Ação 2: Formar duplas para elaboração de charges criativas para exposição no mural do colégio; Ação 3: Produção individual de dissertação, a qual deve estar relacionada com a questão proposta para esta oficina: Sou cidadão: como penso e pratico a EA?

Recursos utilizados - Texto impresso; - Quadro; - Cartolina; - Canetinha; - Lápis de cor; - Régua; - Fita durex larga; - Projetor Multimídia.

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Referências MODANESE, Ione Aparecida Zuchi. Os Múltiplos Conceitos de Natureza e Educação Ambiental. Toffolo, Geliane; FRANCISCHETT, Mafalda Nesi (Org.). Educação Ambiental na perspectiva da pesquisa qualitativa. Cascavel: EDUNIOESTE, 2012, p.109-146. SOUZA, Regina Aparecida Machado de. Educação ambiental e cidadania. Meio ambiente e a escola. Vol.7. Brasília: Embrapa, 2007. p. 43-53.

ORGANIZAÇÃO DOS ENCAMINHAMENTOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS DA AÇÃO

Nº Desenvolvimento das ações: Tempo Previsto

1 Interpretação e discussão de charges. 30min

2 Produção de charges em duplas. 50min

3 Produção de texto: dissertação. 01h10min

Tempo Total: 02h30min

Descrição da oficina ATIVIDADE 1 Iniciar a aula fazendo uma breve retomada, por meio de questionamentos orais, da mensagem de cada uma das quatro oficinas já realizadas. Apresentar slides de charges que denunciem diferentes problemas socioambientais. Realizar a compreensão a interpretação das mesmas coletivamente. ATIVIDADE 2 Em duplas, produzir em cartolina, uma charge criativa que apresente, de preferência, um problema ambiental local. Apresentar a atividade no grande grupo e realizar a exposição das mesmas no mural do colégio. ATIVIDADE 3 Produzir, individualmente, uma dissertação com o tema da oficina “Sou cidadão: como penso e pratico a Educação Ambiental?”. Antes disso, pedir colaboração aos docentes de Língua Portuguesa, para que trabalhem, desde o início do deste primeiro bimestre, a produção de texto dissertação.

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Resultados esperados Espera-se que, a partir de todas as reflexões realizadas até o momento, possa haver a sensibilização e o despertar das ações individuais e coletivas, e que o compromisso com o meio ambiente deve ser assumido por todas as pessoas.

REFERÊNCIAS

BOFF, Leonardo. O cuidado essencial, 2002. Disponível em: <http://leonardoboff.com/site/vist a/2001-2002/cuidado-ess.htm>. ______. Sustentabilidade e cuidado: um caminho a seguir, (2011). Disponível em: <https: //leonardoboff.wordpress.com/2011/06/16/susten tabilidade-e-cuidado-um-caminho-a-seguir/>.

FERREIRA, Andréia Cristina; ANDREOLI, Cleverson Vitorio.; IHLENFELD, Ricardo G. Kurten; PEGORINI, Eduardo Sabino. Desenvolvimento Sustentável. TORRES, Patrícia Lupion (Org.). alguns Fios para Entretecer o Pensar e o Agir. Curitiba: SENAR-PR, 2007. p.651-679. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Disponível em: <http://www.apeoesp.org.br/siste ma/ck/files/4-%20Freire_P_%20Pedagogia%20d a%20autonomia.pdf>. JACOBI, Pedro et al. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de pesquisa, v. 118, n. 3, p. 189-205, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/n 118/16834.pdf>.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Ética e sustentabilidade. Caderno de debate: Agenda 21 e Sustentabilidade. Agenda 21 e a Sustentabilidade das cidades. Disponível em:< http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/CadernodeDebates10.pdf>

Paulo Freire muito nos ensina quando afirma que...

“[...] é no domínio da decisão, da avaliação, da liberdade, da ruptura, da opção, que se instaura a necessidade da ética e se

impõe a responsabilidade” (p.09)

“É pensando criticamente a prática de hoje ou de

ontem que se pode melhorar a próxima

prática” (p.22)

“Que meu "destino" não é um dado, mas algo que

precisa ser feito e de cuja responsabilidade não posso

me eximir” (p.30).

“Posso saber pedagogia, biologia como astronomia, posso cuidar da terra como posso navegar. Sou gente.

Sei que ignoro e sei que sei. Por isso, tanto posso saber o que ainda não sei como

posso saber melhor o que já sei. E saberei tão melhor e

mais autenticamente quanto mais eficazmente

construa minha autonomia em respeito a

todos os outros” (p.58)

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MODANESE, Ione Aparecida Zuchi. Os Múltiplos Conceitos de Natureza e

Educação Ambiental. Toffolo, Geliane; FRANCISCHETT, Mafalda Nesi (Org.).

Educação Ambiental na perspectiva da pesquisa qualitativa. Cascavel:

EDUNIOESTE, 2012. p.109-146.

SOUZA, Regina Aparecida Machado de. Educação ambiental e cidadania. Meio ambiente e a escola. Vol.7. Brasília: Embrapa, 2007. p. 43-53.

Site para preparar aula <http://livros01.livrosgratis.com.br/me001920.pdf>: neste site é possível fazer o download do Guia de Atividades para sala de aula, dos Parâmetros em Ação/ PCN Meio Ambiente na Escola (de 5ª a 8ª série), material este que, com certeza, poderá e deverá ser adaptado (em algumas situações) para aplicação no Ensino Médio.

Material de apoio ATIVIDADE 2: Charges que abordam questões socioambientais:

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PROGRAMA RADIOFÔNICO

Ao perceber que somos parte integrante e importante deste grande quebra cabeça chamado Planeta Terra, teremos certeza da diferença positiva que fazemos quando assumimos o compromisso de sermos melhores a cada dia.

PROGRAMA 09: Sou cidadão: como penso e pratico a EA? - Roteiro (30 min.)

- Vinheta: - Locutor: Bom dia ouvinte da Verde Oeste FM. Bem-vindo(a)! (Discente I e Convidado apresentam-se).

- Música: Alô, Bom dia! (Músicas Bandeirantes) - Locutor:

Estamos no programa de número nove e vamos dar continuidade a nossa conversa sobre EA. Vamos refletir sobre o texto de Jacobi, intitulado “Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade” (Trechos): Tomando-se como referência o fato de a maior parte da população brasileira viver em cidades, observa-se uma crescente degradação das condições de vida, refletindo uma crise ambiental. Isto nos remete a uma necessária reflexão sobre os desafios para mudar as formas de pensar e agir em torno da questão ambiental numa perspectiva contemporânea. Refletir sobre a complexidade ambiental abre uma estimulante oportunidade para compreender a gestação de novos atores sociais que se mobilizam para a apropriação da natureza, para um processo educativo articulado e compromissado com a sustentabilidade e a participação, apoiado numa lógica que privilegia o diálogo e a interdependência de diferentes áreas de saber. Mas também questiona valores e premissas que norteiam as práticas sociais prevalecentes, implicando mudança na forma de pensar e na transformação do conhecimento. A postura de dependência e de desresponsabilização da população decorre principalmente da desinformação, da falta de consciência ambiental e de um déficit de práticas comunitárias baseadas na participação e no envolvimento dos cidadãos, que proponham uma nova cultura de direitos baseada na motivação e na coparticipação da gestão ambiental.

- Discente I: Nesse tempo em que a informação assume um papel cada vez mais relevante, ciberespaço, multimídia, internet, a educação para a cidadania representa a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformar as diversas formas de participação na defesa da qualidade de vida. Neste sentido cabe destacar que a Educação Ambiental assume cada vez mais uma função transformadora, na qual a co-responsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento – o desenvolvimento sustentável. A problemática da sustentabilidade assume neste novo século um papel central na reflexão sobre as dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se configuram. O quadro socioambiental que caracteriza as sociedades contemporâneas revela que o impacto

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dos seres humanos sobre o meio ambiente tem tido consequências cada vez mais complexas, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. As dimensões apontadas pelo conceito de desenvolvimento sustentável contemplam cálculo econômico, aspecto biofísico e componente sociopolítico, como referenciais para a interpretação do mundo e para possibilitar interferências na lógica predatória prevalecente. O desenvolvimento sustentável não se refere especificamente a um problema limitado de adequações ecológicas de um processo social, mas a uma estratégia ou um modelo múltiplo para a sociedade, que deve levar em conta tanto a viabilidade econômica como a ecológica. - Música: Como é grande e bonita a Natureza! (Clara Nunes) - Locutor: Num sentido abrangente, a noção de desenvolvimento sustentável reporta-se à necessária redefinição das relações entre sociedade humana e natureza, e, portanto, a uma mudança substancial do próprio processo civilizatório, introduzindo o desafio de pensar a passagem do conceito para a ação. A relação entre meio ambiente e educação para a cidadania assume um papel cada vez mais desafiador, demandando a emergência de novos saberes para apreender processos sociais complexos e riscos ambientais intensos. As políticas ambientais e os programas educativos relacionados à conscientização da crise ambiental demandam cada vez mais novos enfoques integradores de uma realidade contraditória e geradora de desigualdades, que transcendem a mera aplicação dos conhecimentos científicos e tecnológicos disponíveis. Em sua opinião, como formular uma Educação Ambiental que seja crítica e inovadora? - Convidado: RESPONDE - Discente I: Assim, a Educação Ambiental deve ser acima de tudo, um ato político voltado para a transformação social. O seu enfoque deve buscar uma perspectiva holística de ação, que relaciona o homem, a natureza e o universo, tendo em conta que os recursos naturais se esgotam e que o principal responsável pela sua degradação é o homem. Quando nos referimos à Educação Ambiental, vamos colocá-la em contexto mais amplo, o da educação para a cidadania, configurando-a como elemento determinante para a consolidação de sujeitos cidadãos. O desafio do fortalecimento da cidadania para a população como um todo, e não para um grupo restrito, concretiza-se pela possibilidade de cada pessoa ser portadora de direitos e deveres, e de se converter, portanto, em ator corresponsável na defesa da qualidade de vida. O principal eixo de atuação da Educação Ambiental deve buscar, acima de tudo, a solidariedade, a igualdade e o respeito à diferença por meio de formas democráticas de atuação baseadas em práticas interativas e dialógicas.

- Locutor: E como se relaciona Educação Ambiental com a cidadania? Cidadania tem a ver com a identidade e o pertencimento a uma coletividade. A Educação Ambiental como formação e exercício de cidadania refere-se a uma nova forma de encarar a relação do homem com a natureza, baseada numa nova ética, que pressupõe outros valores morais e uma forma diferente de ver o mundo e os homens. A Educação Ambiental deve ser vista como um processo de permanente aprendizagem que valoriza as diversas formas de conhecimento e forma cidadãos com consciência local e planetária. E o que tem sido feito em termos de Educação Ambiental? A grande maioria das atividades são feitas dentro de uma modalidade formal. Os temas predominantes são lixo, proteção do verde, uso e degradação dos mananciais, ações para conscientizar a população em relação à poluição do ar. A Educação Ambiental que tem sido desenvolvida no país é muito diversa, e a presença dos órgãos governamentais como articuladores, coordenadores e promotores de ações é ainda muito restrita. - Música: Berço de Deus (Milionário e José Rico)

- Locutor: No caso das grandes metrópoles existe a necessidade de enfrentar os problemas da poluição do ar, e o poder público deve assumir um papel indutor do processo. A redução do uso do automóvel estimula a corresponsabilidade social na preservação do meio ambiente, chama a atenção das pessoas e as informa sobre os perigos gerados pela poluição do ar. A educação para a cidadania representa a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas

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para transformar as diversas formas de participação em potenciais caminhos de dinamização da sociedade e de concretização de uma proposta de sociabilidade baseada na educação para a participação. À medida que se observa cada vez mais dificuldade de manter-se a qualidade de vida nas cidades e regiões, é preciso fortalecer a importância de garantir padrões ambientais adequados e estimular uma crescente consciência ambiental, centrada no exercício da cidadania e na reformulação de valores éticos e morais, individuais e coletivos, numa perspectiva orientada para o desenvolvimento sustentável. A Educação Ambiental, como componente de uma cidadania abrangente, está ligada a uma nova forma de relação ser humano/natureza, e a sua dimensão cotidiana leva a pensá-la como somatório de práticas e, consequentemente, entendê-la na dimensão de sua potencialidade de generalização para o conjunto da sociedade. O que deve ser feito para que sociedade se torne mais motivada e mobilizada para assumir a responsabilidade sobre os recursos naturais, como também sobre as desigualdades sociais? - Convidado: RESPONDE - Locutor: Percebemos, portanto, o quanto é importante o fortalecimento das organizações sociais e comunitárias, a redistribuição de recursos mediante parcerias, de informação e capacitação para participar crescentemente dos espaços públicos de decisão, e para a construção de instituições pautadas por uma lógica de sustentabilidade. Diversas experiências, principalmente das administrações municipais, mostram que, havendo vontade política, é possível viabilizar ações governamentais pautadas pela adoção dos princípios de sustentabilidade ambiental conjugada a resultados na esfera do desenvolvimento econômico e social. - Discente I: Nessa direção, a educação para a cidadania representa a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformar as diversas formas de participação em potenciais fatores de dinamização da sociedade e de ampliação do controle social da coisa pública, inclusive pelos setores menos mobilizados. Trata-se de criar as condições para a ruptura com a cultura política dominante e para uma nova proposta de sociabilidade baseada na educação para a participação. Esta se concretizará principalmente pela presença crescente de uma pluralidade de atores que, pela ativação do seu potencial de participação, terão cada vez mais condições de intervir consistentemente e sem tutela nos processos decisórios de interesse público, legitimando e consolidando propostas de gestão baseadas na garantia do acesso à informação e na consolidação de canais abertos para a participação, que, por sua vez, são precondições básicas para a institucionalização do controle social. - Locutor: As situações apresentadas nos ajudam a questionar de forma concreta a falta de iniciativa dos governos para implementar políticas públicas? Seria um caminho a ser seguido? Por quê? Como realizar a educação para a cidadania? - Locutor: A Educação Ambiental, nas suas diversas possibilidades, abre um estimulante espaço para repensar práticas sociais e o papel dos docentes como mediadores e transmissores de um conhecimento necessário para que os discentes adquiram uma base adequada de compreensão essencial do meio ambiente global e local, da interdependência dos problemas e soluções e da importância da responsabilidade de cada um para construir uma sociedade planetária mais equitativa e ambientalmente sustentável. Até a próxima quarta-feira, às 09h00min. Não esqueça este nosso compromisso. Sintonize sua rádio na Verde Oeste FM. Abraço a todos e obrigada pela audiência. - Convidado: despede-se. - Discente I: despede-se. - Vinheta.

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PROGRAMA 10: Sou cidadão: como penso e pratico a EA? - Roteiro (30 min.)

- Vinheta - Locutor: Bom dia ouvinte da Verde Oeste FM. Bem-vindos (Discente J e Convidado apresentam-se). Estamos no programa de número 10. Este é o último programa da série sobre EA, proposto por meu Projeto de Intervenção Pedagógica do PDE, - Música: Alô, Bom dia! (Músicas Bandeirantes) - Locutor: Nesses nove encontros que realizamos aqui na Rádio Verde Oeste FM, além de toda a troca de informações com diferentes pessoas da comunidade, e os estudos realizados em sala de aula pelos discentes da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual, a construção de conhecimento foi muito enriquecedora. Porém, as discussões podem e devem continuar em novos programas, a serem organizados e realizados por pessoas comprometidas na troca de informações e mudança de ações em sua prática ambiental. No encontro de hoje, não podemos deixar de ouvir Leonardo Boff, grande escritor, teólogo, e docente. Ele muito nos ensina quando afirma (Trechos): É fácil de se entender porque no ser humano há Céu e Terra, espírito e matéria, transcendência e imanência. Difícil é se entender o por quê do cuidado. A meditação filosófica tirou isso a limpo. Precisamos do cuidado porque sem ele o ser humano não vive nem sobrevive. Um recém nascido deixado a si mesmo, após poucas horas, morre. Se não cuidarmos de nossa saúde, de nossa formação permanente e de nossa espiritualidade, lentamente, vamos degenerando, adoecemos, nos desatualizamos e embrutecemos. O cuidado é a maior força que se opõe à lei suprema da entropia, vale afirmar, do desgaste natural das coisas. Tudo o que cuidamos dura muito mais, desde a camisa que usamos até as mãos que escrevem este texto. O cuidado é uma relação amorosa para com a realidade, pois pelo cuidado nos envolvemos, mostramos nosso interesse e até preocupação com ela. Mas, o cuidado é mais que tudo isso. - Discente J: Ele é a atitude que antecede a todos os demais atos e os possibilita, sejam os atos da vontade, sejam os da inteligência. Eles somente são humanos se nascerem do cuidado e são acompanhados pelo cuidado. Então são construtivos e não irresponsáveis. Por causa desta essencialidade, o cuidado fornece a base real da sociedade, da ética, da política e da ecologia. É base da sociedade que, segundo Aristóteles, é o espaço público organizado onde podemos viver sem medo. Ora, onde há cuidado, não existe medo mas paz. A ética do cuidado funda o consenso mínimo entre os humanos, que garante a sobrevivência de todos e da natureza. A política imbuída de ética significa cuidado para com o bem estar do povo, mais do que administração da economia e gerenciamento de instituições. Onde viceja o cuidado a natureza é preservada e cada ser respeitado, pois tudo o que existe e vive merece continuar a existir e a viver. Hoje há uma carência de cuidado. Por isso o número de pobres cresce no mundo, as crianças são condenadas a viver na rua, os idosos são abandonados, milhões de pessoas morrem antes do tempo e Gaia, nossa Mãe Terra é sistematicamente depredada colocando em risco nosso futuro comum. Só o cuidado, transformado em paradigma de compreensão e de atuação e articulado com a solidariedade e a responsabilidade poderão salvar a vida, a espécie humana e o planeta Terra. Sem ele não há paz nem alegria de viver. - Locutor: Boff continua dizendo que dois valores, entre outros, ele considera axiais, para esse novo começo: a sustentabilidade e o cuidado. A sustentabilidade significa o uso racional dos recursos escassos da Terra, sem prejudicar o capital natural, mantido em condições de sua reprodução, em vista ainda ao atendimento das necessidades das gerações futuras que também têm direito a um planeta habitável. Trata-se de uma diligência que envolve um tipo de economia respeitadora dos limites de cada ecossistema e da própria Terra, de uma sociedade que busca a equidade e a justiça social mundial e de um meio ambiente suficientemente preservado para atender as demandas humanas. Como se pode inferir, a sustentabilidade que alcança a sociedade, a política, a cultura, a arte, a natureza, o planeta e a vida de cada pessoa. Fundamentalmente importa garantir as condições físico-químicas e

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ecológicas que sustentam a produção e a reprodução da vida e da civilização. O que, na verdade, estamos constatando, com clareza crescente, é que o nosso estilo de vida, hoje mundializado, não possui suficiente sustentabilidade. É demasiado hostil à vida e deixa de fora grande parte da humanidade. Reina uma perversa injustiça social mundial com suas terríveis sequelas, fato geralmente esquecido quando se aborda o tema do aquecimento global. A outra categoria, tão importante quanto a da sustentabilidade, é o cuidado (...). O cuidado representa uma relação amorosa, respeitosa e não agressiva para com a realidade e por isso não destrutiva. Ele pressupõe que os seres humanos são parte da natureza e membros da comunidade biótica e cósmica com a responsabilidade de protegê-la, regenerá-la e cuidá-la. Mais que uma técnica, o cuidado é uma arte, um paradigma novo de relacionamento para com a natureza, para com a Terra e para com os humanos. Como devemos desenvolver ações de sustentabilidade e de cuidado para com o meio ambiente e para com os seres vivos? - Convidado: RESPONDE - Locutor: A música “Direito de viver”, interpretada por Chitãozinho e Xororó, nos ajuda a ampliar as reflexões sobre responsabilidade ambiental e social. - Música: Direito de viver (Chitãozinho e Xororó) - Discente J: Boff continua: Sustentabilidade e cuidado devem ser assumidos conjuntamente para impedir que a crise se transforme em tragédia e para conferir eficácia às práticas que visam fundar um novo paradigma de convivência ser-humano-vida-Terra. A crise atual, com as severas ameaças que globalmente pesam sobre todos, coloca uma indagação filosófica: que tipo de seres somos, ora capazes de depredar a natureza e de por em risco a própria sobrevivência como espécie e ora de cuidar e de responsabilizar-nos pelo futuro comum? Qual, enfim, é nosso lugar na Terra e qual é a nossa missão? Não seria a de sermos os guardiões e os cuidadores dessa herança sagrada que o Universo e Deus nos entregaram que é esse planeta, vivo, que se autorregula, de cujo útero todos nós nascemos? É aqui que, novamente, se recorre ao cuidado como uma possível definição operativa e essencial do ser humano. Ele inclui certo modo de estar-no-mundo-com-os-outros e uma determinada práxis, preservadora da natureza. Sem o cuidado essencial ele não estaria aqui nem o mundo que o rodeia. Sustentabilidade e cuidado, juntos, nos mostram um caminho a seguir. - Locutor: Leonardo Boff continua nos ensinando muito por meio de suas experiências adquiridas em seus muitos anos de vida e de suas viagens ao redor do mundo. Ele consegue, por meio de suas palavras, nos sensibilizar para nossos deveres enquanto pessoas humanas. E faz isto se voltando para as diversas áreas de relacionamento e sobrevivência. Ele continua assim: Como nunca antes na história do pensamento, a palavra ethos em seu sentido originário ganha atualidade. Significa a morada humana em grego, aquele espaço da natureza que reservamos, organizamos e cuidamos para fazê-lo nosso habitat. A partir dele nos enraizamos, estabelecemos nossas relações e elaboramos o sentimento tão decisivo para a felicidade humana que é o de sentir-se em casa. Ocorre que este conceito hoje não é apenas a morada que habitamos, a cidade na qual vivemos, o país no qual nascemos. Ethos é a casa comum, o Planeta Terra. Precisamos de um ethos planetário. Como fazer que esta única casa comum que temos para habitar possa incluir a todos, possa se regenerar das chagas que lhe infligimos, possa se manter viva e assegurar sua integridade e beleza? Essa ética não pode ser imposta de cima para baixo. Ela deve nascer da essência do humano. Deve poder ser compreendida por todos. E praticada por todos sem a necessidade de mediações explicativas complexas que mais confundem do que convencem. Retomo aqui as questões deixadas por Boff: como fazer que esta única casa comum que temos para habitar possa incluir a todos, possa se regenerar das chagas que lhe infligimos, possa se manter viva e assegurar sua integridade e beleza? - Convidado: RESPONDE - Discente J: Terra, vida e humanidade: somos expressão de um mesmo e imenso processo evolucionário que se iniciou há quinze bilhões de anos. Terra, vida e humanidade formam uma única

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realidade complexa e diversa. É o que nos testemunham os astronautas quando veem a Terra lá de fora a partir de suas naves espaciais: Terra, biosfera e humanidade não podem ser distinguidas, formam uma única e irradiante realidade. Tudo é vivo. A Terra é Gaia, um superorganismo vivo. O ser humano (cuja origem filosófica vem de húmus = terra fértil e boa) é a própria Terra que sente, que pensa, que ama, que cuida e que venera. Terra e humanidade possuem a mesma origem e o mesmo destino. - Música: Meu País (Zezé di Camargo e Luciano) - Locutor: O que fazer para que a Educação Ambiental permaneça presente no nosso cotidiano? - Convidado: RESPONDE - Locutor: Terminamos hoje uma série de dez programas que tinham por objetivo provocar reflexões sobre as diferentes questões ambientais. Porém, não podemos deixar de perceber que as mais diferentes situações estão interligadas umas às outras e que, sem distinção, devemos todos colaborar colocando nossa capacidade a serviço de toda pessoa humana, na busca constante de igualdade de direitos. A busca da sobrevivência, porém, de forma correta, poderá ser considerada uma utopia? Esperamos assim que tenhamos construído juntos diferentes saberes que orientarão caminhos, nem certos nem errados, mas possíveis. Um grande abraço e um até breve. - Convidado: despede-se. - Discente J: despede-se. - Vinheta.

PARA FINALIZAR, CABE LEMBRAR QUE A EDUCOMUNICAÇÃO RETRATADA

NAS TEMÁTICAS SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, APRESENTADAS NESTE

CADERNO É...

Espaço de questionamentos, de busca de conhecimentos e construções

de saberes. Um espaço de ações e experiências que levam a novos

saberes ou partem de uma ideia em direção a outros. Ela constitui-se

justamente das relações múltiplas que propicia, pois, se trata de um

campo de ação política. Ainda pode ser considerada como um ambiente

propício ao debate da diversidade de posturas, das diferenças e

semelhanças, das aproximações e distanciamentos. Por excelência, é

uma área que se impera a transdiscursividade e, por isso, podemos

caracterizá-la como interdisciplinar e pluricultural. Desta forma, neste

caderno acreditamos que a Educomunicação pode ser transvestida em

um espaço político entendido como campo de ação prática. Seu objetivo

não é submeter a teste essa ou aquela teoria; mas sim, apresentar-se

como campo de entendimento discursivo, prática e político.